O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de...

12
ÓRGÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA FACULDADE DE DIREITO DA USP Out/Nov/Dez/2013 Editorial ANO VIII N. 24 O SÃO FRANCISCO Editorial: Vida longa ao JSF! Destaque: Sobre Alienação Parental Falar em Público Crônica/Poema O Conversador da Praça da Sé 01 02 03 04 Reciclando Valores: Inteligência Emocional Dicas/Eu Indico Cantina da Tia Lina Ciclismo Variedades : As Aparências Enganam Pílula de Motivação ?Quem sou eu?: Sergio Alves Ferreira Reconstituindo Nossa História: Maria Cecília De Patto Lima O que se Faz?: Setor de Vigilância Aniversariantes do Trimestre Agenda Cultural: Informe-se... Fuja da Rotina... 06 08 08 09 09 10 10 11 11 12 Os interessados em publicar maté- rias deverão entregá-las no Servi- ço de Imprensa, Sala 110 - Prédio Anexo I (impressa e arquivo Word (tipo .doc) ou pelo e-mail: [email protected]. Nesta Edição: Os textos são de responsabilidade exclusiva de seus autores. VIDA LONGA AO JSF! Nesta última edição de 2013, por oportuno, comunico que deixarei a editoria que assumi após a aposentadoria de minha antecessora no nosso Jornal O São Francisco, desejando vida longa a este veículo de comunicação que é de todos nós, servidores desta quase bicentenária Academia de Direito. Como destaques, esta 24 ª edição traz em seu bojo, matéria sobre a temática da alienação parental, por sugestão de Eduardo Cardoso, além de dicas do especialista Reinaldo Polito, para vencer o medo de falar em público. É possível usufruir a maravi- lhosa crônica O Conversador da Praça da Sé, do Professor Alvino de Sá, titular de Criminologia do Departamento de Direito Penal desta Faculdade. Merecem relevo ainda, texto baseado em palestra promovida pela SIPAT/FD em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas, por sugestão de Rosa Maria Bellintani, uma opção para quem gosta de experimentar o sabor da cozinha italiana, além de dica do Aurélio, na qual são ressalta- dos os benefícios alcançados por quem pratica ciclismo. Deleite-se ainda com o texto As Aparências Enganam de José Bachvonwiese e outro sobre motivação. O leitor de nosso JSF poderá ainda inteirar-se um pouco mais , na coluna Quem Sou Eu?, sobre o perfil de nossos colegas Sergio, do Setor de Vigilân- cia e Cecília, servidora aposentada. Saiba o que se faz no Setor de Vigilância , coorde- nado pelo nosso colega José Paulo. E como fechamento desta presente edição, saiba quem são os aniversariantes do trimestre, além da agenda cultural, a qual consiste num saudável convite para sair da rotina de vez em quando. BOA LEITURA A TODOS!!! Neurilene Gomes (Editora) ISSN: 1983862X Tiragem: 500 exemplares

Transcript of O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de...

Page 1: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

ÓRGÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA FACULDADE DE DIREITO DA USP

Out/Nov/Dez/2013

Editorial

ANO

VIII

N. 24

O SÃO FRANCISCO

Editorial:

Vida longa ao JSF!

Destaque:

Sobre Alienação Parental

Falar em Público

Crônica/Poema

O Conversador da Praça da Sé

01

02

03

04

Reciclando Valores:

Inteligência Emocional

Dicas/Eu Indico

Cantina da Tia Lina

Ciclismo

Variedades :

As Aparências Enganam

Pílula de Motivação

?Quem sou eu?:

Sergio Alves Ferreira

R e c o n s t i t u i n d o N o s s a

História:

Maria Cecília De Patto Lima

O que se Faz?:

Setor de Vigilância

Aniversariantes do Trimestre

Agenda Cultural:

Informe-se... Fuja da Rotina...

06

08

08

09

09

10

10

11

11

12

Os interessados em publicar maté-rias deverão entregá-las no Servi-ço de Imprensa, Sala 110 - Prédio Anexo I (impressa e arquivo Word (tipo .doc) ou pelo e-mail: [email protected].

Nesta Edição:

Os textos são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

VIDA LONGA AO JSF!

Nesta última edição de 2013, por oportuno,

comunico que deixarei a editoria que assumi após a

aposentadoria de minha antecessora no nosso Jornal

O São Francisco, desejando vida longa a este veículo

de comunicação que é de todos nós, servidores desta

quase bicentenária Academia de Direito.

Como destaques, esta 24 ª edição traz em seu bojo, matéria sobre a temática da

alienação parental, por sugestão de Eduardo Cardoso, além de dicas do especialista

Reinaldo Polito, para vencer o medo de falar em público. É possível usufruir a maravi-

lhosa crônica O Conversador da Praça da Sé, do Professor Alvino de Sá, titular de

Criminologia do Departamento de Direito Penal desta Faculdade.

Merecem relevo ainda, texto baseado em palestra promovida pela SIPAT/FD

em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na

seção Dicas, por sugestão de Rosa Maria Bellintani, uma opção para quem gosta de

experimentar o sabor da cozinha italiana, além de dica do Aurélio, na qual são ressalta-

dos os benefícios alcançados por quem pratica ciclismo.

Deleite-se ainda com o texto As Aparências Enganam de José Bachvonwiese e

outro sobre motivação. O leitor de nosso JSF poderá ainda inteirar-se um pouco mais ,

na coluna Quem Sou Eu?, sobre o perfil de nossos colegas Sergio, do Setor de Vigilân-

cia e Cecília, servidora aposentada. Saiba o que se faz no Setor de Vigilância, coorde-

nado pelo nosso colega José Paulo. E como fechamento desta presente edição, saiba

quem são os aniversariantes do trimestre, além da agenda cultural, a qual consiste num

saudável convite para sair da rotina de vez em quando.

BOA LEITURA A TODOS!!!

Neurilene Gomes (Editora)

ISSN: 1983—862X

Tiragem: 500 exemplares

Page 2: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

Destaques

O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

2

SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL

“Muitas vezes, quando da ruptura da vida conjugal, um dos cônjuges não consegue elaborar adequadamente o luto da separação e do sentimento de rejeição, de traição, surge um desejo de vingança. É desencadeado um processo de destrui-ção, de desmoralização, de descrédito do ex parceiro. O filho é utilizado como instrumento de agressividade – é induzido a odiar o outro genitor. Trata-se de uma verdadeira campanha de desmoralização. A criança é induzida a afastar-se de quem ama e de quem também a ama. Isso gera contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre ambos. Restando órfão do genitor alienado, acaba se identificando com o genitor patológico, passando a aceitar como verdadeiro tudo o que lhe é informa-do”. (Trecho de texto de Maria Berenice Dias, fundadora do Instituto Brasileiro de Direito de Família - IBDFAM).

“Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração.” e “Ser mãe é padecer no paraíso.” : estes versos de um poema de Coelho Neto retratam toda uma cultura sexista que enaltece a maternidade como o mais importante ponto de gratificação da mulher. Foi o que sempre lhe ensinaram. Ela precisa querer e gostar de ser mãe. É algo tão sublime que deve ser seu único sonho, sua realização plena.

Essa crença é estimulada desde muito cedo. Quando nasce, a menina ganha um número sem fim de bonecas, de todos os feitios e tamanhos. Com elas, uma parafernália de apetrechos, para atender às necessidades iguais a de uma crian-ça: fraldas, bicos, mamadeiras, carrinhos, roupinhas, caminhas.

Os bebês parecem de verdade: choram, mamam, fazem xixi. Isso demanda muitos cuidados, que as mamães são obri-gadas a atender. Afinal, precisam ser responsáveis por seus filhinhos! A fim de referendar as obrigações femininas para com seus filhos, chega-se a falar em instinto maternal; como se o vínculo tivesse origem animal. Isso, mais a glorificação do Dia das Mães - promovida por interesses puramente comerciais -, acaba transformando a mulher em verdadeira mártir, com a única missão de ter filhos, criá-los e sacrificar-se por eles.

Esse aprendizado, ou melhor, adestramento a que a mulher é submetida, faz com que ela sinta-se dona dos filhos. Assim era quando criança, com suas bonecas. Além do dado cultural, há o respaldo biológico. O filho se desenvolve no ventre materno. A mãe o amamenta depois do nascimento. Claro que só pode sentir que o filho é uma propriedade dela.

Enquanto isso, os meninos nem podem chegar perto de bonecas. Elas são arrancadas de seus braços, sob o argumento de que é “coisa de mulherzinha”, manifestação que revela o verdadeiro pavor à eventual possibilidade de o filho vir a se tornar homossexual. Eles acabam mandados para a rua, com suas bolas, carrinhos e todo um arsenal de armas, para brincar com os amigos. Precisam aprender a ser fortes e competitivos. Por isso, não podem chorar e nem levar desaforo para casa. A eles é imposto um dever, com a afirmativa: “seja homem!”

Esse quadro acaba refletido na atuação da lei e de seus aplicadores. Quando ocorre a separação do casal, sequer é

Destaques

questionada a possibilidade de os filhos não ficarem sob a guarda da mãe. Ao pai é imposta a obrigação de pagar alimentos e são deferidas escassas oportunidades de visitas - em dias e horários previamente estabelecidos. Ele torna-se refém da vontade materna. O eventual inadimplemento do encargo alimentício sujeita o pai à cadeia. Já o descum-primento do direito de convivência por parte da mãe não costuma ter qualquer consequência. Nem mesmo uma guarda compartilhada e a alienação parental retiram da mãe o poder absoluto sobre os filhos.

Na maioria das vezes os juízes não impõem a guar-da compartilhada, quando não é respeitada. Limitam-se, singelamente, a homologá-la, diante do consenso entre os pais. A Lei da Alienação Parental é clara ao definir condu-tas e prever sanções a quem impede a convivência dos filhos com ambos os genitores. Mas a justiça ainda resiste. A dificuldade de reconhecer como abusivas as posturas aparentemente protetoras não é somente dos juízes. Tam-bém os profissionais das áreas psicossociais, com base na teoria da divisão tarifada das chamadas funções maternas e paternas, não conseguem identificar que estão frente à im-plantação de falsas memórias.

Atestam indícios de abuso, de forma precipitada e irresponsável, somente pelo relato da mãe e por escassos contatos com a criança. Com tal prova, o advogado socorre-se da justiça. O juiz, por medo de desatender ao princípio da proteção integral, sumariamente suspende as visitas, sem sequer ouvir o outro genitor. Obtido o resultado alme-jado, é fácil protelar o andamento do processo. E a prova de fatos negativos – como a inexistência de práticas abusi-vas – é quase impossível. A demanda se arrasta. Com a interrupção da convivência, rompem-se também os víncu-los de afeto.

A criança, fragilizada pela separação dos pais, ten-de a confiar e a acreditar naquele com quem convive. O medo de desagradar e “trair” o genitor que obtém a guarda faz com que repudie o outro, ainda que o ame. Passa a ser um dilema, que ela procura contornar - em sua inocência -, dizendo que “não gosta, não quer ver”. É o jeito encontra-do para reprimir a dor da perda. Essa crise de lealdade a acompanha ao longo da vida. É uma realidade perversa. Não há mais espaço para omissões. Nem dos pais, nem de juízes, promotores, advogados, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. São todos responsáveis por atentar ao melhor interesse da criança e do adolescente, que têm o direito constitucionalmente assegurado à convivência fami-liar, com ambos os pais, mesmo que em espaços diferentes.

O fim de uma relação, como o casamento, não im-plica privar o filho dos cuidados de quem o ama. É neces-sário assegurar a formação da identidade e a construção da personalidade de forma plena. Certamente estes são os ingredientes indispensáveis ao direito fundamental à felici-dade. Um direito de todos e de cada um!

Os esforços para combater a Alienação Parental são recentes, apesar de diagnosticada nos anos 80, pelo psiqui-atra americano Richard Gardner, responsável pelo termo Síndrome de Alienação Parental. As consequências envol-vem igualmente genitores, avós, tios e demais familiares. O contato com clientes ou pacientes nos fez perceber o quan-to a falta de informação e a morosidade no diagnóstico correto do conflito podem intensificar o sofrimento. “Esquece! Isso é assim mesmo. Quer muito um filho? En-tão é melhor procurar um novo parceiro”: são conselhos que algumas vítimas costumam receber diante da insensibi-lidade que os cerca. “Filho pertence à mãe. O pai serve para pagar a conta no fim do mês.” Por vezes, as “pérolas”

Page 3: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

Destaques

O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

3

Destaques

partem de autoridades policiais, a exemplo do que um pai teve que ouvir ao denunci-ar o descumprimento de ordem judicial: “Não perca seu tem-po. Não vai dar em nada mesmo”. Diante disso, o que esperar das demais pessoas?

Num grupo de debates em uma rede social, uma pro-fissional da área jurídica chegou a dizer que já se tratava de um tema do passado, diante da aprovação de legislação espe-cífica, carimbando a certeza de que no Brasil poucos se preo-cupam realmente com soluções. Desta forma, ao estudar a fundo as causas da Alienação Parental, nos deparamos com um universo de dificuldades, uma infinidade de questiona-mentos sem respostas, incluindo as de autoridades que não sabem como agir.

Nos últimos anos, atendemos e ouvimos muitos rela-tos em nossos escritórios e consultórios, bem como através da Associação Brasileira Criança Feliz, nos diversos encontros no Grupo Vivências. Esse turbilhão de experiências nos auto-riza hoje a dizer que existe sim um remédio que poderá aliviar o sofrimento das vítimas, um caminho, às custas de muito trabalho, incluindo a prevenção.

O primeiro passo é não negar a ineficácia na solução de conflitos: genitores afastados de seus filhos injustificada-mente e ocorrências policiais elaboradas com base em falsas acusações. Muitas dessas acusações são feitas utilizando levi-anamente a Lei Maria da Penha, um instrumento precioso contra iniquidades. Graças a esse ato irresponsável, inúmeras pessoas aguardam um julgamento digno, pessoas que passam por denúncias de abuso sexual, que sofrem humilhações, que têm o poder familiar destituído e os filhos afastados, priva-ções que atingem até mesmo os avós; em várias situações, morrem antes do prazer de ter os netos no colo.

Todos perdem, mas quem perde mais, no final das contas, o colo precioso de uma avó? Nós sabemos quem. E esse “quem” tem pouco poder em meio aos conflitos familia-res, que envolvem especialmente o orgulho e o rancor. São crianças e adolescentes que falam, mas não são ouvidos. Num grupo de debates em uma rede social, uma profissional da área jurídica chegou a dizer que já se tratava de um tema do passado, diante da aprovação de legislação.

Texto de Maria Berenice Dias, membro do IBDFAM. Sugestão do servidor Eduardo Cardoso (DEF)

Fonte: http://www.oabrs.org.br/esa/cartilha.pdf

FALAR EM PÚBLICO

A dica mais valiosa: prepare-se o máximo que puder. Ou-tras dicas: 1- O início é o momento mais difícil da apresentação. A adrenalina acabou de ser liberada e você está tentando encontrar o melhor local para se posicionar e até ouvir o som da própria voz. Por isso não deixe para descobrir quais serão suas primeiras pala-vras quando já estiver na frente da plateia. Saiba exatamente o que irá dizer para começar. 2 - Se você tem receio de esquecer a se-quência da exposição, não se pressione tentando se lembrar das etapas que irá cumprir. Falar em público não é teste de memória. Leve um roteiro com os tópicos mais importantes na ordem que pretende seguir. Provavelmente você nem precisará se valer desse apoio, mas se sentirá mais seguro com ele. 3 - Quando estão ner-vosas, as pessoas ficam com as mãos trêmulas. Nas situações em que precisam ler, sentem pavor só de pensar que os ouvintes pos-sam perceber o papel tremendo. Por isso ficam nervosas. E por ficarem nervosas tremem. Quebre esse círculo vicioso levando num papel bem encorpado o texto a ser lido. Pode até colar a folha em uma cartolina. Com algumas folhas grossas na mão, se você tremer um pouco a plateia não vai perceber. Sabendo disso você ficará mais tranquilo. 4 - Não se precipite. Nada de chegar falan-do diante do público. Você precisar ganhar tempo para se acalmar e queimar o excesso de adrenalina. Pequenas atividades como acertar a altura do microfone, ajeitar as folhas que utilizará como apoio, olhar para os diferentes lados da plateia poderão dar os segundos de que precisa para ter um pouco mais de controle. Para não deixar transparecer o desconforto e a instabilidade emocional comece falando mais devagar e com volume de voz mais baixo.

5 - Ainda para ganhar um pouco mais de tempo nos difíceis momentos iniciais, se a reunião contar com uma mesa diretora, cumprimente cada um dos membros da mesa sem pressa. Se um deles for conheci-do seu, aproveite a oportunidade para fazer um breve comentário sobre ele. Mesmo que saiba o nome de todos eles, não deixe de anotá-los em uma folha. São detalhes que aumentam a confiança. 6 - Não é boa estratégia tentar se lembrar momentos

antes da sua apresentação de todos os detalhes do que pretende dizer. Agindo assim irá se pressionar ainda mais. Por isso, procure se distrair prestando atenção no que as pessoas estão dizendo e nos fatos à sua volta. 7 - Em todo lugar podemos encontrar gente chata. Essa turma é um veneno para a tranquilidade. Fuja das con-versas que possam aborrecê-lo e procure ficar ao lado de pessoas mais simpáticas. 8 - Não faça da sua apresentação oral uma novi-dade para você mesmo. Antes de enfrentar a plateia converse com os colegas de trabalho ou com amigos e familiares sobre o assunto que irá expor. Além de verbalizar o que deseja transmitir, poderá treinar respostas para possíveis perguntas e objeções. Você se sentirá mais seguro sabendo como agir se for questionado pelos ouvintes. 9 - Ninguém está livre de enfrentar um branco durante a apresentação. Se ocorrer com você, procure não se desesperar. Mantendo a calma (embora não seja simples), suas chances de sucesso aumentarão. Como primeira tentativa, repita as últimas frases que pronunciou, como se desejasse dar mais ênfase àquela informação. Se não der certo, diga 'na verdade o que eu quero dizer é...'. Geralmente dá certo, pois se obrigará a recontar a men-sagem por outro caminho. Se não funcionar, diga aos ouvintes que voltará a àquele ponto mais tarde.

Se seguir essas recomendações irá se sentir mais seguro já nos primeiros momentos diante do público. Saiba, entretanto, que nada irá substituir uma boa preparação.

Fonte: Livro “Recursos Audiovisuais nas Apresentações de Sucesso”, de Reinaldo Polito. Da Redação. 20 de Outubro

Page 4: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

4 O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Crônica Crônica

O CONVERSADOR DA PRAÇA DA SÉ

Dias atrás, eu e Mariana Borgheresi Duarte, minha orien-tanda de mestrado na Faculdade de Direito do Largo São Francis-co – USP, estávamos na Praça da Sé, à entrada da estação do metrô, por volta das 16h, discutindo algumas questões da rotina acadêmica. Percebi que se acercava de nós, em cambaleios e bal-buciando palavras consigo mesmo, um indivíduo um tanto embri-agado e maltrajado, com toda certeza morador de rua. Como rea-ção primeira e espontânea, senti-me desconfortável ante sua apro-ximação. A tal ponto que cheguei a virar-me um pouco de lado, para evitar a abordagem. No entanto, ele, segurando suas calças, que ameaçavam cair, postou-se à nossa frente, e me disse com a voz rouca e com palavras entrecortadas: “Doutor, me arruma aí uns 15 ou 20 centavos”. (Vale esclarecer que eu estava vestido de terno e gravata).

Nisto, deixei de ver naquele interlocutor um indivíduo maltrajado e embriagado e passei a ver uma pessoa que pedia minha atenção e meus favores, bem como a atenção de minha orientanda. Ofereci-lhe uma nota de dois reais e lhe disse: “Dois reais servem?” Ele pegou a nota, respondeu que serviria bastante, agradeceu e me perguntou: “O senhor... o que é? Advogado ou juiz de Direito?”

Em questão de “frações de segundo”, procurei encontrar uma resposta que não fosse mentirosa, por respeito à pessoa que a mim se dirigia, e que tivesse algum sentido para ele. Não sou advogado, nem juiz de Direito. Se eu lhe respondesse que sou professor de Criminologia da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, isto não lhe faria sentido algum. E, num relance de intuição, respondi-lhe, meio que para buscar saber qual seria a sua reação: “Eu sou um conversador da Praça da Sé”. Diante de minha colocação, ele, um tanto pensativo, resmungou: “Conversador da Praça da Sé...”. Em seguida, voltando-se de vez para a Mariana, e já fazendo menção de se retirar, continuou: “É por isso que ele está vivo até hoje”. E afastou-se na praça, sem rumo, certamente à espera de encontrar um lugar onde pudesse desfrutar de seus dois reais, e sempre segurando com a mão es-querda suas calças, que continuamente ameaçavam cair.

Conversador da Praça da Sé... É por isso que ele está vivo até hoje. Gostaria muito de discutir com nosso interlocutor o que ele quis dizer com esse seu resmungo, mas infelizmente ele se retirou, certamente porque não se tratava de uma resposta dele, mas unicamente de uma reflexão, um resmungo dele consigo mesmo. Comentei com a Mariana o sentido profundo que aquelas palavras poderiam ter, e ficamos os dois em silêncio por segun-dos. Permito-me fazer algumas reflexões a partir do resmungo de nosso interlocutor, muito provavelmente um morador de rua, um morador da Praça da Sé. (1)

Conversador da Praça da Sé... É por isso que ele está vivo até hoje. Ou seja, fosse eu um advogado, um juiz de Direito, ou outro profissional engravatado, que unicamente transita pela praça, mas indiferente a ela e até aversivo às pessoas que ali estão, talvez eu não estivesse mais vivo. Portanto, não são os títulos outorgados pela Academia e demais instituições que me garantem a continuidade na vida. O título que me garante a continuidade na vida é o de conversador da Praça da Sé. Aliás, nem se trata de título, mas de um modo de ser, de agir, de viver. A vida não ne-cessita de títulos. A vida é uma grande obra, mas uma obra sem títulos. Às vezes, os títulos podem até colocá-la em risco.

Ser conversador é não se esquivar da aproximação, do contato. Ser conversador é vencer as resistências internas e exter-

nas e buscar a todo custo o diálogo, ainda que em meio à violên-cia. Dar dinheiro é muito fácil. Dar rapidamente dinheiro ao pedinte pode ser uma forma sutil de dispensá-lo e evitar sua aproximação. O difícil é conversar. Conversar é dialogar, é se expor ao outro, é ouvir o outro e valorizá-lo, é buscar compre-ender suas razões e até mesmo as razões de sua violência e ameaças. Mas isso é por demais difícil. Muito mais fácil, no caso de violência, é revidá-la e, consequentemente, incrementá-la, com a falsa sensação de que estamos seguros e tranquilos por trás de nossos títulos e de uma máscara de justiça.

Ocorre que a injustiça é que motiva a violência. Qual injustiça? O que é justiça? As respostas a estas intrigantes indaga-ções, quando referentes às situações dramáticas de violência, não serão encontradas nos livros, nos códigos, na doutrina, na filosofi-a, na moral, na religião, nas ideologias (de esquerda ou de direi-ta), mas na fala das pessoas envolvidas com a violência. Porém, na fala das pessoas de todos os segmentos, pois cada segmento terá suas próprias vivências e respostas sobre o que é ser injusti-çado: policiais e seus familiares, agentes penitenciários e seus familiares, membros da sociedade – vítima, moradores de perife-ria, moradores dos morros, integrantes do chamado crime organi-zado ou das chamadas facções criminosas (2). E a fala significati-va das pessoas envolvidas com a violência acontece na conversa, na conversa sem títulos, na conversa entre iguais, que se processa na praça pública.

Para as pessoas que se sentem injustiçadas, violentadas em sua história, não interessa o que dizem os códigos, a moral, a ética, a filosofia, sobre o que é justiça e o que é violência, mas sim o que elas sentem na pele e o que diz a sua própria história. Trata-se de litígio histórico. O enfrentamento saudável do litígio histórico não se dá por seu acirramento, mas pela compreensão mútua das partes litigantes. Muitas violências têm sido praticadas em nossas ruas, com inúmeras mortes, execuções sumárias, in-cêndio de ônibus etc. Violências frequentemente atribuídas ao chamado crime organizado, ou, em outros termos, às facções criminosas. Esta não é a primeira onda de violências que nos assombra a todos. E todos se perguntam: será a última? Quando, como e contra quem será a próxima? Mas a pergunta que mais angustia a todos e se transforma no grande desafio para políticos e autoridades é esta; qual é o caminho de solução para esse clima de guerra?

Os políticos e autoridades apressam-se em providenciar, ou melhor, em improvisar soluções, em dar respostas que satisfa-çam a opinião pública. Aliás, a bem da verdade, não improvisam absolutamente nada, pois todas e quaisquer soluções apresenta-das, em termos de providências imediatas, são sempre as mesmas, aquelas conhecidas de sempre e de todos: novas prisões, transfe-rências de presos para presídios federais, trocas de secretários ou de outros titulares de postos de comando, prisão de policiais en-volvidos em (supostas) execuções de (supostos) criminosos, entre outras. No âmbito legislativo, as providências reclamadas e pro-clamadas são sempre as mesmas: criação de novos tipos penais, agravamento de penas, endurecimento das regras para a conces-são de benefícios. Todas essas ditas soluções têm um traço em comum: prescindem de qualquer reflexão, de qualquer trabalho intelectual sério de aprofundamento na análise do problema, que se apresenta profundo, complexo e histórico. Em outras palavras: prescindem de qualquer inteligência. Os que as propõem e im-plantam, se tiverem inteligência (e a gente até supõe que a te-nham), não usam absolutamente nada dela nessa delicada tarefa.

Como falar em compreensão mútua das partes litigantes, quando de uma delas diz se tratar de crime organizado? Como falar em compreensão mútua das partes litigantes, quando de uma delas diz se tratar de uma sociedade indefesa, refém e vítima histórica de violências? Talvez o primeiro passo na busca da compreensão fosse tentar evitar os rótulos, a começar pelo de crime organizado. A se manter esse rótulo, não terá início conver-sa alguma, e, consequentemente, entendimento algum. Se consi-derarmos os que integram o chamado crime organizado, também para eles a sociedade é organizada em suas forças repressivas, em suas forças excludentes, em seus preconceitos e em todo seu po-der de mídia, de formulação e prática de leis seletivas e injustas, enfim em seu poder de dominação em geral. Também o rótulo vítima deveria ser evitado, pois, tratando-se de litígio histórico, todas as partes litigantes se sentem vítimas.

Page 5: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

5 O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Crônica Crônica

A compreensão mútua supõe a aproximação entre as partes. A aproximação supõe o diálogo, a conversa. E a conversa, para se processar e progredir, supõe o afastamento de rótulos, assim como também de títulos. Trata-se de conversa na praça pública, na Praça da sé, que a todos pertence por igual, na qual todos são iguais. Não existe, de um lado, o crime organizado, assim como não existe, do outro lado, a sociedade organizada, a sociedade – vítima. O que existe é um todo conflitivo, a socieda-de, da qual todos os litigantes fazem parte.

Dizer isso talvez soe dizer nada mais do que o óbvio. Mas é um óbvio que não se impõe, ao qual todos nós resistimos em reconhecer, qualquer que seja o segmento rotulado a que perten-cemos, ou do crime organizado, ou da sociedade organizada. Se quisermos construir uma conversa entre as partes litigantes, este é o ponto de partida fundamental e inevitável: todos os litigantes estão na mesma praça, todos integram uma mesma sociedade, pelo que o litígio é um componente que integra a própria socieda-de e traduz conflitos inerentes a ela, aos quais ela, como um todo, deve enfrentar. E eu me arriscaria a dizer que o instrumento fun-damental, básico, inicial para esse enfrentamento é a conversa, a conversa na praça pública, que a todos pertence por igual.

Certa feita, perguntei a um líder de facção, em um presí-dio: “Até quando você acha que vai essa onda de violências entre as facções e o Estado?” Respondeu-me ele: “No dia em que o Estado atender a todos os direitos legítimos dos presos, quem sabe, nesse dia, as facções não tenham mais razão de ser”. Ob-serve-se que ele não disse “nesse dia a gente abre mão das fac-ções”, mas “as facções não tenham mais razão de ser”. Portanto, não é se combatendo as facções, não é guerreando contra elas que elas se dissolverão. Esse líder (que certamente não quer abrir mão de sua liderança, de seu poder, e, portanto, não quer abrir mão da facção) nos dá a chave da solução: as facções não mais existirão simplesmente quando elas não tiverem mais razão de ser. E elas não terão mais razão de ser quando o seu papel não tiver mais sentido, ou, quando elas não tiverem mais espaço para desempe-nharem seu papel. A saber, quando o Estado for o legítimo e real protagonista do atendimento às necessidades e direitos legítimos dos candidatos à seletividade penal e da população carcerária.

E quais são essas necessidades? Quais as demandas? Quais as frustrações? Como atendê-las? Todas essas questões estão cravadas em litígios e conflitos históricos, componentes da própria textura da sociedade: conflitos entre ter e não ter, entre pertencer e não pertencer, entre ser e não ser. As respostas a elas, ou melhor, sua discussão será processada de forma construtiva por meio da conversa na praça pública.

Ora, como é difícil ter uma conversa construtiva na praça pública! Sim, porque ali é o lugar sem títulos, por vezes até sem nomes, em que todos se igualam, ninguém é doutor ou professor. Lá é o lugar onde o juiz não é juiz, o promotor não é promotor, o advogado não é advogado, o parlamentar não é parlamentar e onde o criminoso não é criminoso.

As pessoas que necessitam se identificar com seus títulos, inclusive o criminoso, ali na praça temem perder sua identidade. Na praça, as pessoas devem aprender a redescobrir sua identidade intrínseca e nela encontrar sua segurança. É muito mais fácil con-versar a partir do parlamento monocrático, das leis, dos gabinetes, escritórios, a partir dos cargos e títulos, da filosofia, da moral e de valores previamente definidos, da constituição (com letra minús-cula) interpretada e aplicada com escandalosa parcialidade. Nos parlamentos monocráticos, gabinetes e academias, os títulos e cargos têm como primeira finalidade a de brindar as pessoas com prestígio, prerrogativas, direitos e privilégios. Já na praça pública, os títulos não brindam ninguém com prestígios, prerrogativas,

direitos e privilégios, mas oneram a todos com obrigações, com-promissos, ainda que, paradoxalmente, sempre em uma relação totalmente simétrica com os demais. Lá é o lugar onde justiça e injustiça têm outras definições. Ou melhor, não têm definição alguma, mas são simplesmente vividas e expressas. Em não ha-vendo conversa na praça, haverá violência, que perdurará através de seus ciclos. Uma guerra cíclica, sem vencedores. Uma violên-cia na qual todos são perdedores. A violência pode levar à morte, até repentina, aqueles que dela são vítimas. Por outro lado, po-rém, poderá levar à morte também aqueles que a praticam, ainda que uma morte interior, paulatina, pouco perceptível, mas nem por isso necessariamente menos sofrida. É muito difícil ser con-versador da Praça da Sé.

É muito mais fácil dar dois reais a quem nos pede 15 centavos, porque assim a gente o dispensa logo e evita conversar. Eu gostaria muito de, juntamente com a Mariana, encontrar nova-mente aquele interlocutor na praça, e, sem lhe dar dinheiro algum, trocar ideias sobre o que ele nos resmungou, enquanto segurava suas calças. Mas reconheço que isso é praticamente impossível. Não porque nós não o encontremos mais, mas porque o diálogo, as conversas dificilmente se retomam ou se repetem. Elas, geral-mente prosseguem, só que em novos contextos e, portanto, com novos significados. Na praça, todos devem se preocupar em apro-veitar ao máximo possível o momento da conversa, simplesmente porque o momento não se repete; ele é sempre único. Em todo caso, mesmo assim, eu e Mariana gostaríamos muito de prosse-guir uma conversa, uma discussão com nosso interlocutor sobre o que ele quis (ou quer) dizer com seu resmungo: Conversador da Praça da Sé... É por isso que ele está vivo até hoje.

Única referência bibliográfica:

Autor: O Interlocutor da Praça da Sé. Obra: A conversa. Autor sem nome, obra sem título, publicação sem editora. A obra está disponível para todos, de todos os segmentos sociais, não para ser lida, mas para quem quiser experimentá-la e vivê-la em qual-quer praça que seja. Preço: variável, podendo ser bastante custoso ou prazeroso, dependendo de cada conversador, mas sempre será profundamente compensador.

Notas: (1) Cumpre dizer que o episódio acima se deu na época em que vinham acontecendo cenas de violência na cidade de São Paulo, com ataques a ônibus e assassinatos. (2) Argumentando pelo extremo, até mesmo o grande latifundiário que se sente injusti-çado e violentado por ter tido uma de suas diversas fazendas inva-dida e desapropriada para fins de assentamento, até ele deve ser respeitado em sua fala sobre o que é injustiça e violência. O enten-dimento não amadurecerá e não criará raízes, sem que sua fala também seja ouvida e processada, dentro de um diálogo que será sempre e sempre paradoxal e jamais concluído.

Alvino Augusto de Sá (Professor de Criminologia da FDUSP)

(Anteriormente publicada no Boletim do IBCCrim - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais nº 244/ano, de mar/2013)

20 de Outubro: Dia do Poeta

Page 6: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

6 O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Reciclando Valores Reciclando Valores

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Peço licença ao leitor para ficar à vontade no que diz

respeito ao estilo de escrita e dar-lhe a oportunidade de partici-

par da palestra junto comigo. O palestrante: o psicólogo Ricar-

do José de Gusmão Paschoal e o tema inteligência emocional,

em evento promovido pela SIPAT nesta Faculdade, em 2011.

Ele começa evocando o conceito de comunicação, di-

zendo que é fundamental em nossa vida. Defende que: “se rela-

cionar sem comunicação não é possível”. E a comunicação tem

um forte elo com a inteligência emocional. Conta-nos que dire-

tores de várias empresas lamentam que o maior problema que

enfrentam consiste na comunicação ineficaz. Para o psicólogo,

o tempo passou, mas esta questão continua cada vez mais pro-

blemática e presente nas organizações.

E nos convida a refletir: uma série de problemas de

antes já não ocorre nos dias atuais, em virtude do avanço tecno-

lógico. Neste momento, lança a pergunta: “por que as empresas

ainda reclamam de problemas referentes à comunicação?” E

responde que é porque a comunicação envolve um conjunto de

fatores e atitudes, dos quais a palavra (o verbal) representa

apenas 30%, pois o restante está no gestual (não verbal). Afir-

ma ainda que 70% da comunicação encontra-se no campo emo-

cional e não no racional/cognitivo e que os 30% (a palavra), é

seguramente influenciado pela emoção.

Faz uma pausa para falar da estruturação do cérebro.

Pois, antes só se conhecia o cérebro primitivo, que só processa-

va o que era necessário para a época, como a fome, a sede...;

portanto, voltado apenas para a preservação da espécie. Ressal-

ta também que o cérebro é composto por três unidades distintas

(que funcionam em conjunto), a saber: o cérebro primitivo, o

cérebro intermediário, onde atua o sistema representativo de

todas as emoções, e o cérebro superior, que tem dominado a

ciência, a pesquisa e os homens em geral.

Neste ponto, lança a pergunta: “o que acontece quando

recebemos uma informação”. Diz que a porta de entrada das

informações no cérebro fica atrás do sistema límbico, em unida-

des cardeais, localizadas em cada esfera do nosso cérebro, mais

ou menos atrás da orelha esquerda. Essas unidades são 100%

emocionais e o processamento da informação leva um tempo

até chegar na parte do pensamento. Por isso, para ele, a frase:

vamos contar até 10 é recomendável. Quando a pessoa age sob

emoção, o resultado seguramente será diferente de quando se

age de forma racional.

E cita exemplos: “Se você está dirigindo seu carro e de

repente alguém o fecha. O que acontece? Você fica com muita

raiva, aperta a boca, crispa a mão... A emoção prepara você

para a ação. E tomado pela emoção, por aquele sentimento,

você toma a decisão da forma mais rápida. Mas, para resolver

pelo racional demoraria bem mais.”

Ele recomenda: quando isso acontecer, deve-se aguardar

um pouco para ter controle da sua reação. Se considerar que o

sujeito que lhe fechou no trânsito, estava distraído; com pressa

para levar o filho ou a mãe ao hospital; lembrar que a gente já

cometeu gafes no trânsito, fica mais fácil controlar a sua raiva.

Geralmente, quando o fato acontece conosco, ficamos com rai-

va. Tudo isso porque se toma a decisão em cima das emoções.

Paschoal alerta que a emoção não pode ser sufocada,

pois quando isso ocorre gera uma patologia, uma rigidez. Na

verdade, nunca se deve desprezar uma emoção, mas procu-

rar controlá-la. E a inteligência emocional, o que é? Segundo o

palestrante, é colocar inteligência nas emoções. Confessa que

não é simples, mas afirma que se pode trabalhar essa inteligên-

cia, pois cada um de nós tem a capacidade de fazer o que quiser.

E diz: “Se alguém me disser que é vitorioso, eu acredito. Se

disser que é um fracassado, da mesma forma eu acredito, por-

que a saída está em nós mesmos.”

Para ele, você tem a capacidade de fazer qualquer coisa

que quiser; você é capaz: Deus ou a natureza deu essa capacida-

de para você. Depois, o psicólogo linca o termo entusiasmo à

sua origem grega, no sentido de que a pessoa tem um deus den-

tro dela, dando-lhe capacidade para superar os empecilhos.

E diz: “Como se consegue aprimorar nossa inteligência

emocional? Temos que ter entusiasmo. E só pelo fato da pessoa

nascer, já é vitoriosa.” Para ele, se não tivesse sorte na vida,

nem teria nascido. E sugere outra forma de pensar a vida, pela

qual se faça um balanço geral, da mesma forma que acontece

em um banco. Dividindo-se tudo em duas colunas: uma com os

créditos e outra com os débitos. Segundo o palestrante,

“Quando uma pessoa tem um objetivo, ela traça um plano; é

muito difícil ela não se dar bem. Isso depende de você ter auto-

motivação. Porque, na verdade, esse equilíbrio, a gente já o

tem. Perde-se esse equilíbrio, vez ou outra, quando ocorre o

sequestro emocional.”

Fala que algumas pessoas têm um alto grau de inteligên-

cia emocional e não precisam se preocupar, enquanto outras têm

-na em grau menor. E neste caso precisam fazer um trabalho

para aprimorar sua inteligência emocional. Para tanto, o primei-

ro passo, segundo Paschoal, é ter automotivação. Ter conheci-

mento pleno daquela emoção sentida e como escolhe vivenciá-

la. E dá exemplos: “muitas vezes, a gente trata com grosseria

uma pessoa porque acha que ela não gosta de nós.” Neste caso,

também tem a ver com a questão da comunicação.

Você faz uma leitura errada de algum cenário, de algu-

ma atitude alheia e já age baseado nesse pensamento; começa a

tratar a pessoa de forma não muito agradável, enquanto o outro

também pensa o mesmo em relação a você ... Paschoal diz que

Page 7: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

7 O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Reciclando Valores Reciclando Valores

tudo isso causa muito sofri-

mento. Para ele: “O ser hu-

mano nasceu para ser feliz.

Nasceu para ter seus desejos

satisfeitos imediatamente. A

civilização é que impede que

isso aconteça.” Exemplifica:

se o animal tem alguma ne-

cessidade busca imediata-

mente saciá-la. Já o homem

não pode ter o mesmo com-

portamento: não por falta de

vontade, mas porque não fica

bem - socialmente falando -

pois é preciso seguir as normas, as regras de civilização. Lem-

bra que temos instinto, mas por viver em sociedade vive-se sob

regras, e daí cria-se uma tensão.

Salienta ainda que a inteligência emocional deve ser

dirigida também ao trabalho e afirma “se você não consegue

controlar as emoções, pode ter grandes problemas na vida.”

Mas como conseguir controlar as emoções? Realmente não é

fácil, mas é um trabalho a ser feito. Deve-se primeiro procurar

transformar e usar aquela emoção como sua parceira e através

dela, buscar resolver seus problemas, de maneira clara e hones-

ta consigo e com os outros. Para ele, é necessário vivenciar a

emoção na dose certa. Não agir por impulso, mas também não

desprezar nenhuma emoção e buscar o melhor caminho.

Segundo Aristóteles: “Qualquer um pode zangar-se,

isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na hora certa,

pelo motivo certo e de maneira certa não é fácil”. Menciona

ainda Benjamin Franklin para dizer: “A ira jamais é sem moti-

vo, embora raramente um bom motivo”. E continua: “Toda vez

que há raiva, nunca é sem motivo”. Ninguém fica com raiva

sem motivo. Um motivo sempre existe, e alerta que a raiva - de

todas as emoções - é a mais difícil de controlar. A raiva é um

sentimento muito forte, difícil de controlar e pode ter desdobra-

mentos radicais e nocivos.

Mas o psicólogo dá boas notícias: “Temperamento não

é destino. A gente herda do pai, da mãe, do tio. Temperamento

é mutável e sempre é bom a gente poder mudar alguma coisa

que nos faz mal. Geralmente, a gente pensa em mudar quando

começa a fazer mal”.

Lembra-nos que o ideal é o equilíbrio emocional, pois

toda emoção tem lado positivo e negativo e dá exemplos: “o

medo. Se você ficar sob o controle do medo, de voar por exem-

plo, você se paralisa = medo negativo. Mas há o lado positivo

do medo: você tentar se acautelar. Procure sempre o porquê

daquele medo, pois se tem medo simplesmente por ter, é medo

irracional”. Fala que a emoção é capaz de mudar o pensamen-

to, mas quando alguém mostra outra forma de pensar “todo

argumento que a mente emocional cria é só para reformar

aquela emoção.” E diz: “Intuição: sentimento nobre, na maio-

ria das vezes dá certo, mas não podemos garantir porque não é

racional. Podemos intuir algo e achar que isso é verdadeiro”.

O palestrante nos alerta que temos o mau hábito de nos

colocar como centro do mundo e assim personalizar tudo; (por

exemplo: se o colega que fez qualquer coisa, fez para te irritar,

para te atingir. E não pensa que o colega fez aquela coisa por-

que é incompetente ou porque não gosta de trabalhar. É o caso

da cena no trânsito. A gente já pensa que fez aquilo para nos

irritar.) Ele nos dá dicas de como proceder e pergunta qual o

pensamento/atitude nobre que devemos adotar neste caso; e

responde: “o de ajudar aquele colega que a gente pensa que

não sabe fazer alguma coisa.” O psicólogo lembra que a pala-

vra emoção provém do latim emotione e significa: movimento,

comoção, ato de mover; toda emoção surge para que a gente

pratique uma ação, um movimento...

E desta forma, o psicólogo Paschoal conclui que, para

aprimorar a inteligência emocional, deve-se buscar constante-

mente o autoconhecimento. E, alerta que quando a pessoa

tiver uma emoção, é recomendável primeiro perguntar: de onde

vem essa emoção? Por que esse grau de intensidade? E o mais

importante: como posso transformá-la, a fim de vivenciá-la da

forma mais saudável?

Texto baseado na palestra do psicólogo Ricardo José de Gusmão Paschoal, intitulada “Inteligência Emocional”,

promovida pela SIPAT na FDUSP - no ano de 2011. Elaborado por Maria dos Remédios (SBD)

Page 8: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

8 O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Dicas Dicas

EU INDICO: CANTINA DA TIA LINA

Tia Lina, ”Lina Sgueglia de Góes”, filha de imigrantes italianos, nasceu em Itu (SP). Seus pais, aos visitarem São Ro-que, se apaixonaram pela cidade e decidiram aqui firmar raízes. Lina cresceu em um sítio rodeado de plantações e já aos doze anos preparava macarrão com ovos, prato muito elogiado por seu pai, que sempre a incentivava.

Em 1971, mudou-se com os pais para os Estados Unidos, mas continuou sua paixão pela culinária e aproveitou o período no exterior para aprimorar seus conhecimentos gastronômicos. Na volta ao Brasil, casou-se com Mario Antônio de Góes, vini-cultor da região. No início da década de 90, para incrementar o orçamento familiar e visando um futuro melhor para seus filhos, resolveu colocar em prática suas habilidades culinárias, com destaque para a cozinha italiana. Com um cilindro de abrir mas-sas que herdara da sogra e uma máquina de fazer polpa de toma-tes, herdada de seus pais italianos, passou a desenvolver pratos caseiros, sempre focando a qualidade dos ingredientes e o cuida-do na produção. Confiando no seu trabalho e obtendo, assim, a confiança de seus clientes, a venda de seus produtos começava a fazer sucesso na feira de hortifrutigranjeiros da cidade de São Roque, realizada aos domingos.

A fama de Tia Lina foi se expandindo tanto que foi con-vidada pelos festeiros de São Roque para comandar alguns janta-res beneficentes da época. Esta experiência, aliada à participação na Expo São Roque e o incentivo de amigos foram decisivos para a concretização de um sonho de Tia Lina: a abertura de um res-taurante - inaugurado em 1999.

Recentemente, após uma reforma para melhor atender sua clientela, mantendo o ambiente familiar agradável que é sua marca registrada, o restaurante Tia Lina passou a contar com 300 lugares. Vale salientar que os pratos mais procurados conti-nuam sendo o rondelli 4 queijos com alcachofra e o frango de-sossado - regados com vinho da região.

Sugestão de Rosa Maria Bellintani ( S. Comissões) Fonte: http://www.cantinatialina.com.br/nossa-historia

EU INDICO: CICLISMO

"O ciclismo é uma atividade física que reduz o estresse, evita o infarto e aumenta a imunidade. É uma das atividades físicas

mais completas por movimentar todo o corpo".

São muitos os benefícios de pedalar. Recorrer à prática de exercícios é a melhor maneira para angariar ganhos duradou-ros à saúde e o ciclismo pode ser um aliado de quem pretende adotar um estilo de vida mais saudável - essa promessa comum que se costuma fazer todo começo de ano e 2014 vem aí.

O cardiologista João Vicente da Silveira afirma que como toda prática esportiva, o ciclismo traz grandes benefícios ao organismo e ao coração de uma forma global e integrada. E alerta ainda que é fundamental a utilização de trajes e equipa-mentos apropriados à prática do esporte, como o uso de capacete. Pedalar é uma das atividades mais completas, pois movimenta todo o corpo. As principais vantagens em andar de bicicleta:

- Combate estresse e depressão: As contrações cardíacas tornam-se mais eficazes e, com isso, o sangue chega mais rapida-mente ao cérebro, diminuindo, assim, a incidência de ansiedade, angústia e depressão.

- Emagrece: Combinadas a uma dieta saudável e com baixas calorias, as pedaladas auxiliam na perda de peso, no con-trole de peso, além de favorecer o emagrecimento, reduzindo a gordura corporal.

- Faz ser mais feliz e ter bom sono: O ato de pedalar estimula a liberação das endorfinas (morfinas endógenas - que fazem com que o indivíduo seja mais feliz), aumenta também os níveis de serotonina (o chamado hormônio da felicidade), geran-do o relaxamento, fatores essenciais para um sono saudável.

- Reduz colesterol e triglicérides: Com a prática constan-te do ciclismo, ocorre consumo das gorduras e diminuição do colesterol total e LDL (colesterol ruim), além dos triglicerídeos.

- Evita o infarto: Ocorre diminuição da glicemia, contro-lando o diabetes - fator de risco para a formação da placa ateros-clerótica, que leva à angina e ao infarto agudo do miocárdio.

- Diminui a pressão arterial: Pedalar com frequência tonifica os vasos sanguíneos (artérias e veias) e faz com que eles relaxem mais facilmente, contribuindo para diminuir a pressão arterial - importante fator de risco para doenças coronarianas.

- Aumenta a imunidade: com a melhora na contração cardíaca, o sistema imune fica estimulado e eleva a produção de glóbulos brancos, ajudando o organismo a defender-se de vírus e bactérias.

- Melhora a Respiração: O esforço das pedaladas aumen-ta a frequência cardíaca, levando à melhoria da oxigenação dos pulmões e dos tecidos.

- Garante boa forma e fôlego de atleta: A prática recor-rente do ciclismo tonifica os músculos das pernas, além de au-mentar o desempenho aeróbico e cardiovascular.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/ciclismo.htm Sugestão do servidor Aurélio (SBD)

Conheça a arte de Waldomiro de Deus

Dica de Hélio (Biblioteca)

Page 9: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

9

O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

9

Variedades

AS APARÊNCIAS ENGANAM

É sempre bom levar em conta as recomendações transmitidas nos adágios criados pelo povo. Por exemplo, este que se ouve tão frequentemente: “As aparências enganam”. Digo isso a propósito do texto que recebemos ao final da última aula - O grito -, escrito por Clarice Lispector. Li-o no metrô, de volta para casa.

A mulher diz que está cansada; que o amor não serve para nada; que filhos dão alegria, mas ela tem dores de parto todos os dias; não quer saber de amor, mas dele sente carência; se oferece como madrinha de duas afi-lhadas; tem por si mesma antipatia e simpatia pelos que a têm como antipá-tica; diz que duas pessoas adultas a querem como madrinha e só mais no fim do texto é que vai retomar essa história que interrompeu para relatar outra história, a da jovem que também deseja o seu amor e havia acordado “colorida”. Depois retoma a lamúria inicial, repetindo que está cansada e promete não escrever nunca mais, para que as verdades que guarda no

coração não sejam reveladas, porque nem ela nem ninguém poderia suportar essas revelações.

O que eu acabava de ler não podia mesmo ser chamado de crônica nem de coluna. Parecia mais uma enxurrada de pensamentos, fruto de um monólogo gerado pelas reações íntimas da escritora. Um texto desconexo, sem unidade. Faltava-lhe um eixo centralizador.

Em casa, reli atentamente o texto. Dou as mãos à palmatória. Fui precipitado em julgar o texto apenas pela aparência externa dele. Não me ocorrera levar em conta a sabida oposição metafísica entre o ser e o parecer. Essas características que julguei negativas no texto vêm a ser a forma emprestada por Clarice Lispector para lançar ao mundo a angústia indizível que a violenta naquele momento.

A genialidade dessa “pintora” permitiu-lhe servir-se de técni-ca expressionista e transformar palavras em tinta para retratar com a mais refinada sensibilidade seu estado de depressão, de emoções negativas. Foi o seu grito. Um grito comparável ao que ficou expos-to na Galeria Nacional de Oslo, na Noruega, pintado por Edgard Munch, em 1893. O desconexo, a falta de unidade, bem como a au-sência de um eixo centralizador no texto da Clarice são as linhas tortas do pintor norueguês. A forma pintada ou verbalizada ecoa no GRITO dos dois artistas geniais.

José Bachvonwiese, prof. aposentado de Língua Portuguesa, do Colégio São Luis . Aluno do curso O Prazer da Leitura e da Criação de Textos, ministrado pela prof.a Fabiana (GDI)

PÍLULA DE MOTIVAÇÃO: SEJA AUTOR E PROTAGONISTA DE SUA VIDA!

Palavras-chave para se pensar motivação: zona de conforto;

crescimento profissional; meta. Hora de fazer um balanço dos resulta-dos e definir novas metas para 2014, pensar em um novo ciclo, plane-jar e focar energia em objetivos relevantes para os próximos anos de sua vida. Afinal, o ano vindouro se aproxima!!! Lembra quando éra-mos crianças, que nos enchíamos de energia só de sonhar o que gostarí-amos de ser quando crescêssemos? Depois que crescemos, devido ao nosso dia a dia, deixamos os sonhos de lado e quando percebemos o tempo passou e muitos sonhos ficaram engavetados.

Os grandes projetos de nossa vida estão baseados na constru-ção dos sonhos, sejam eles de infância ou atuais. Os nossos sonhos são

Variedades

as nossas visões de futuro. Então, tire seus sonhos da gaveta, defina objetivos olhando as várias áreas da sua vida. Os objetivos nos dão a direção e, em geral, têm prazos longos para que aconteçam. Sendo assim é necessário quantificá-los, atribuir-lhes metas, detalhar o que queremos alcançar, definir tempo e recursos necessários para as ações.

Para pensar em novos objetivos e estabelecer as metas, que realizem seus sonhos, é fundamental que você avalie sua situação atual: onde você está e aonde quer chegar. Faça uma avaliação geral, pense nas áreas da sua vida e quais os resultados que foram atingidos até hoje. De zero a dez, como está seu nível de satisfação? A partir dai defina objetivos e metas para cada área. "Ah, mas eu não sei fazer isso!". É simples, pergunte a cada área de sua vida e seja sincero nas respostas, assim você saberá como iniciar seu planejamento. Veja:

Relacionamentos - Seus relacionamentos com família, amigos e vida amorosa estão do jeito que você gostaria? O que você planeja para esta área: fazer mais amigos, casar, ter filhos? Aumentar seu networking para ter mais possibilidades de trabalho?

Saúde e forma física - Você está cuidando da saúde como deveria? Tem disposição e energia? Que tal marcar aquele médico que você sempre deixa para próxima semana? Quer emagrecer, ser um atleta? Sem saúde todas as outras áreas ficam em risco.

Espiritualidade - Está cuidando dela? Ou só pensa nela em momentos de dificuldades, de crises?

Financeiro - Você se sente próspero? Quais os resultados obti-dos até hoje? Defina quanto quer ganhar e em que tempo. Relacione esta área com os objetivos de carreira.

Para que as metas transformem-se em resultados, atente para alguns pontos importantes: A meta tem que ser Relevante, pois será relevância será o com-bustível para a ação; se for realmente importante estará na mente e no coração, contribuin-do para a disciplina e coragem para fazer o que tem que ser feito./ Deve ser Positiva. Nosso cérebro não reconhece a palavra

"não" - ele a processa como imagem. Assim, quando você pensa de forma negativa, você traz à sua mente justamente o que não quer./ Deve estar Escrita e Visível ou será facilmente esquecida, além de desenvolver comprometimento com a ação./ Simples e Específica - Para evitar confusão - aonde se quer chegar e o que se tem que fazer./ Tem que ser Atingível, pois se for muito alta, ela se torna irreal e des-motivadora./ Tem que ter um Prazo para a execução: estabeleça dia, mês e ano./ Precisa ser Mensurável, de modo que se possa observar e avaliar os resultados;deve ter como parâmetros: valor, quantidade, peso, datas, percentagens etc, pois só com um referencial concreto se pode ter clareza do processo/ Os Recursos que vai precisar: financei-ros, conhecimento, tempo, habilidades e capacidades pessoais. Ao fazer esse levantamento poupa-se tempo, energia e dinheiro, além de permitir chegar ao resultado de uma forma mais tranquila e segura./ Período de Acompanhamento de resultados: e.g., a cada 3 meses; assim, não se perderá o objetivo de vista e facilitará os ajustes, mudan-ça de rumo, se surgir imprevistos.

E mais uma vez, considere a importância de sua meta estar escrita e visível diariamente, pois você tem todos os recursos necessários, basta acioná-los:

Use sua imaginação, ela estimula seu cérebro a conceber novas ideias e sonhos, mas se lembre que sonhar é o "ponto de partida". Partindo dele é necessário definir objetivos e metas que tragam o resultado esperado.

Esforço, afinal nada acontece sem muito trabalho! Deixe a preguiça de lado, ela é um dos principais fatores de fracasso de nossas metas. - Tenha disciplina! Disciplina é um hábito cons-truído diariamente.

Tenha entusiasmo, ele influencia as pessoas e o ambiente positi-vamente. Comemore os resultados, só nós sabemos os obstáculos ultrapassados para ter resultados.

Tenha coragem, persistência e paciência. Avalie bem quais são os ganhos e as perdas ao definir suas metas, afinal sempre que esco-lhemos um caminho, abrimos mão de outro.

Aceite o desafio! Viva com disciplina e crie um propósito para os próximos 90 dias. O que você iniciaria? O que você não faria mais?Observe, pois novidades sempre surgirão!

Texto de Cynthia Mastropascha. Fonte: www.rh.com.br Da Redação

Page 10: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Variedades

10

QUEM SOU EU?

Sergio Alves Ferreira nasceu no dia 10 de abril de 1975, no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo. Casado com Márcia, desde 1999, é pai de dois filhos: Sabrina e Sergio, os quais são gêmeos.

Ele ingressou na Universidade de São Paulo no mês de novembro de 2001, na área de Vigilância/Administrativa da Faculdade de Medicina Veterinária. Porém antes disso, trabalhou no ramo de indústria têxtil, além da área de segurança patrimoni-al - em escolta armada. Por trabalhar na Cidade Universitária - distante de sua residência - em fevereiro de 2008, conseguiu sua transferência para esta Faculdade.

No que diz respeito aos estudos, possui segundo grau completo, fez curso de corretor de imóveis, além de outros cur-sos específicos referentes à sua função de vigia.

Durante os finais de semana, atua como corretor de imó-veis. E quanto ao lazer, diz que gosta de jogos on line, de se manter informado/atualizado, geralmente assistindo a jornais televisivos, principalmente sobre assuntos esportivos. Curte também ir ao Parque do Carmo jogar futebol com seu filho, ao cinema com toda a família, além de levar Miúcha para passear, seu cão da raça yorkshire.

Sergio finaliza esta minientrevista, ressaltando que nesta vida acredita muito no valor das amizades (verdadeiras).

Neurilene Gomes

RECONSTITUINDO NOSSA HISTÓRIA

A servidora aposentada Maria Cecília De Patto Lima nasceu no bairro de Santana, no dia 06 de junho. Essa paulistana tem quatro filhos: Alessandra, Éber, Márcio e Marcos.

Ingressou na Universida-de de São Paulo no ano de 1984, lotada no Centro de Biologia Marinha – CEBIMar, que à época funcionava na Cidade Universitária; logo depois este Instituto da USP foi transferido para a cidade de São Sebastião. Lá, esta servidora, como secretá-ria da Diretoria preparou o pri-meiro concurso para contratação de docentes para o CEBIMar.

Mais tarde, em 1999, Cecília foi transferida para esta

Faculdade, para desempenhar sua função junto ao Serviço Especi-alizado de Pessoal, no qual trabalhou por doze anos.

Vale mencionar que, antes de trabalhar nesta Universidade, essa geminiana trabalhou como Secretária do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, na Praça da República. Note-se ainda que, simultaneamente atuava como assessora de um médico especialis-ta em dermatologia. E à noite ainda trabalhava para a Folha de São Paulo, em pesquisas sobre registro do IBOPE.

Quanto à sua formação profissional, possui ensino médio completo e curso técnico em secretariado.

E, no que diz respeito ao lazer, afirma curtir bastante as viagens, principalmente aquelas com destino ao exterior. Comenta com entusiasmo que já esteve na França, Itália, Holanda; ocasiões nas quais aproveitou para visitar as cidades de Paris, Roma, Capri, Veneza, Pompeia, Pisa, Calabria, Cosenza etc. E para finalizar, conta que, além de viajar, faz teatro, gosta muito de dançar, sair com os amigos em happy hour e curtir uma praia...

A Editora A AMIZADE

Meu amigo Amigo, hoje a minha inspiração

Se ligou em você E em forma de samba

Mandou lhe dizer Tão outro argumento Qual nesse momento

Me faz penetrar Por toda nossa amizade Esclarecendo a verdade

Sem medo de agir Em nossa intimidade Você vai me ouvir

Foi bem cedo na vida que eu procurei Encontrar novos rumos num mundo melhor

Com você fique certo que jamais falhei Pois ganhei muita força tornando maior

A amizade... Nem mesmo a força do tempo irá destruir

Somos verdade... Nem mesmo este samba de amor pode nos resumir

Quero chorar o seu choro Quero sorrir seu sorriso

Valeu por você existir amigo

Quero chorar o seu choro Quero sorrir seu sorriso

Valeu por você existir amigo

(Trecho de música do Grupo Fundo de Quintal)

Variedades

Page 11: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

11 O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Variedades

ANIVERSARIANTES DO TRIMESTRE

Outubro

Funcionário Setor Dia

Hideo Suzuki / Dep. Processual 01

Mário Paulino da Silva Sobrinho / S. Pós-Graduação 03

Marilene Maria Vieira da Silva / Ascensorista 03

Nádia Ferreira Lima / S. Biblioteca 03

Neide de Oliveira / S. Pós-Graduação 03

Célio Eduardo da Silva / S. Audiovisual 04

Cleusa Aparecida do N. Barbosa / S. Pós-Graduação 04

Jair Balduino Ferreira / S. Biblioteca 04

Denise Maria da Silva / Serviços Gerais 08

Wagner de Souza Dutra / Seção de Compras 08

Giovani Pavão / Dep. Direito do Trabalho 09

Fernanda de Jesus S. Targino / Dep. Dir. Internacional 10

David dos Anjos Ceres / S. Audiovisual 11

Ligiane Laurentino dos Santos Oliveira / S. Copa 21

Agostinha Cardoso Batista / S. Biblioteca 23

Ana Lima Batista / Dep. Filosofia 29

Novembro

Funcionário Setor Dia

Aníbal Ribeiro Cavalli / S. Tesouraria 03

Jaques Almeida de Carvalho / S. Vigilância 03

Rosa Maria Bellintani / Setor de Comissões 06

Vera Lúcia de Souza / Dep. Direito do Estado 06

Odesildo Olímpio de Macedo / S. Tesouraria 07

Maria Luiza Mello / S. Patrimônio 08

Jair José Damasceno / S. Vigilância 11

Dalva Veramundo B. de Souza / Dep. Direito Penal 12

Claudia Regina Koga / Dep. Internacional 29

Maria Cristina Giorlano de Moraes / Assist. Administrativo 29

Dezembro

Funcionário Setor Dia

Márcio Cardoso Leal / S. Manutenção 06

Jefferson Pereira Alves / Assistência Financeira 08

Valdir José Maria / Setor de Comissões 10

Leandro Pereira / Dep. Estado 16

José Ildo Vito / Setor de Diplomas 18

Beatriz dos Santos / Dep. Filosofia 23

Fabiana Natalia Ilario / Gabinete Diretoria 24

Francisco Cizomar Mariano da Silva / S. Biblioteca 24

Fabiana Gulin Longhi Palácio / S. Biblioteca 27

Eurípedes Ferreira / Setor de Patrimônio 28

Neurilene Gomes da Silva / Assistência Financeira 28

Fernando Issao Medeiros Horiy / S. Apoio Acadêmico 28

Waldegiso Galvão de Albuquerque / S. Xerox 29

O QUE SE FAZ?

SETOR DE VIGILÂNCIA

O Setor de Vigilância é responsável por zelar pela guarda do patrimônio e exercer vigilância dos locais preestabe-lecidos nesta Academia de Direito.

Desenvolve as seguintes atividades: o controle do aces-so de veículos e pessoas aos prédios desta Faculdade, tais como professores, funcioná-rios, estudantes e visitantes; tanto para entrada pela gara-gem da Rua Riachuelo quanto

o acesso por todas as demais entradas.

Além de serem encarregados de fiscalizar as entradas e saídas dos edifícios e estacionamentos, também tomam as providências necessárias para quaisquer fatos anormais verificados. Os servidores lotados neste Setor atendem ao público, orientando e encaminhando aos locais solicitados. E além disso, zelam pela guarda, conservação, manutenção e limpeza dos equipamentos, instrumentos e materiais utili-zados, bem como do local de trabalho, além de executar outras tarefas correlatas.

Atualmente quem coordena este Setor é José Paulo e fazem parte da Equipe os seguintes servidores: Sergio, Jair, Aracari, Elielson, Nildo, Aloísio, Augusto, Edson, José Raimundo, Jaques e Severino.

Sergio Alves (S. Vigilância)

Page 12: O SÃO FRANCISCO - direito.usp.br · em 2011, acerca do valor de se cultivar e ampliar o grau de inteligência emocional. Na seção Dicas , por sugestão de Rosa Maria Bellintani,

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Diretor: Professor Titular Antonio Magalhães Gomes Filho

Vice-Diretor: Professor Titular Paulo Borba Casella

Assistência Acadêmica: Eloide Araújo Carneiro

Assistência Administrativa:.Maria Cristina Giorlano de Moraes

Diretoria do Serviço de Biblioteca e Documentação: Eduardo Mercante Aguiar

Chefia Técnica de Imprensa: Antonio Augusto Machado de Campos Neto

Conselho Editorial

Coordenador: Professor Associado Alysson Leandro Barbate Mascaro

Editora: Neurilene Gomes da Silva (MTb: 63590/SP)

Revisor: Antonio Augusto Machado de Campos Neto

Diagramação: Neurilene Gomes da Silva

Layout: Ana Rita Alves Meneses Lima

Expediente

Demais Membros:

Amanda Vieira Ferrari Gasparin

Dalva Veramundo Bizerra de Souza

Fábio Silveira Molina

Joel Simberg Vieira

Elival da Silva Ramos

Eunice Aparecida de Jesus Prudente

Janaína Conceição Paschoal

Umberto Celli Júnior

O SÃO FRANCISCO

ANO VIII - N. 24

Agenda Cultural

12

Redação:

Largo São Francisco, 95 - 1º andar -Sala 110

Anexo I - CEP: 01005-010 -São Paulo/SP

Tel.: 3111-4114 - E-mail: [email protected]

INFORME-SE... FUJA DA ROTINA...

CCBB: Com curadoria de Fábio Magalhães, trata-se da exposição Resistir é Preciso. Foi idealizada pelo Instituto Wladimir

Herzog e tem por finalidade contar através da linha do tempo de 1960 a 1985 a história da resistência à ditadura militar no Brasil.

Neste período em que diversos setores da sociedade civil lutaram pelo reestabelecimento da democracia no país, artistas e intelectu-

ais da música, literatura e artes plásticas produziram obras que clamavam por democracia e denunciavam os abusos e crimes da

ditadura. A mostra apresenta lutas pela reconstrução democrática com espaço para fotojornalismo, videodepoimentos e far-

ta documentação do período.

Quando: Até 06 de janeiro de 2014

Onde: Rua Álvares penteado, 112 - Centro

Quanto: Gratuito

Mais informações: 3113-3651/3652

MAC USP—Nova Sede: É a mostra Lembranças de Meu Pai que reúne 57 obras do artista argentino León Ferrari, sob a

curadoria de Carmen Aranha e evandro Nicolau. Quando: Até março de 2014. Ainda no MAC/USP, outra exposição interessante

com obras de Alfredo Volpi , sob a curadoria do também artista plástico Paulo Pasta, na qual selecionou 18 obras do artista. Para

ele, as obras de Volpi na coleção "representam a passagem da natureza, do figurativo, para as formas, os esquemas figurados do

real, em uma transformação muito sofisticada". Vale a pena!

Quando: Até 02 de março de 2014

Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301

Quanto: Gratuito

Mais informações: Tel: 5573-9932

Odesildo Macedo (S. Tesouraria)