O sensacionalismo no jornal impresso pequenas e médias cidades
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VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
O sensacionalismo no jornal impresso: pequenas e médias cidades
BENTES, Franciele Bueno Nascimento; ARIEIRA, Angélica Aparecida Silva; SILVA,
Elisa Mabel
UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
Introdução:
O sensacionalismo está vinculado ao excesso, à supervalorização do emocional do
público, à especulação do esdrúxulo. O conceito sensacionalista ainda tem sido
utilizado na mídia para banalizar a violência, a condenação de supostos criminosos,
entre outras vertentes, Bruck (2012). Existem alguns autores, a exemplo de Amaral
(2006), que afirmam que todo jornal é sensacionalista, pois busca prender o leitor
para ser lido e, consequentemente, alcançar uma boa tiragem. Segundo o teórico
Ciro Marcondes Filho (1989), a informação é sensacionalizada para vender mais
jornal e se localiza no âmbito do lazer, como contraposição à opressão social do
trabalho. Ainda de acordo com o autor, a imprensa sensacionalista repete o modelo
clássico do modo liberal de informação, com suas técnicas de manipulação. Essa
produção com características sensacionalistas pode ser conferida em alguns
periódicos brasileiros, como: Meia Hora, O Dia, Expresso, Extra, Diário Gaúcho e
Agora São Paulo. Apesar desses jornais serem distribuídos em grandes centros
urbanos, outros jornais com características sensacionalista, já apresentadas em
parágrafo anterior ganham destaque em pequenas e médias cidades, como por
exemplo, o impresso semanal “A CIDADE”, do município de Angra dos Reis, no qual
se evidencia em suas páginas notícias apelativas tanto pelo visual quanto pelos
textos com duplo sentido. É possível verificar nesse periódico uso de vocabulário
condenatório nas páginas policiais. Além de conter atributos sensacionalistas em
seu editorial, o “A CIDADE” emprega uma linguagem de proximidade com o leitor,
escrevendo de forma íntima caracterizando uma conversa entre amigos. Há
pesquisas informais da distribuidora local de que o periódico seja o mais vendido
entre todos os demais no município angrense. Com isso evidencia-se a existência
de uma demanda social pelo jornalismo local, com notícias de cunho do próprio
município, criando uma proximidade com os leitores, que por sua vez, aderem ao
conteúdo informado pelo impresso sob a possibilidade de este veículo estar
tomando para si o papel de informativo comunitário.
VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
Objetivos:
Compreender a origem e o conceito do sensacionalismo como estratégia de atração
do público. Analisar se o jornal “A CIDADE” de Angra dos Reis possuiu a preferência
entre os leitores por atender a uma demanda social pelo jornalismo local. Analisar os
objetivos envolvidos na criação da estratégia sensacionalista do jornal.
Metodologia:
A pesquisa produzida a partir de revisão bibliográfica discutirá teóricos que abordam
o tema. Para a constituição do corpus que será analisado utilizaremos as edições do
jornal semanal, no período de um mês (junho), a edição do dia 27 do ano de 2014.
Resultados:
Os dados para a constituição do corpus foi retirado do site do próprio periódico
(www.acidadeangra.com.br), em todas as edições do jornal analisado, observa-se
que o mesmo utilizou em todos os exemplares, notícias de cunho policial local, com
imagens fortes de mortos e feridos. O exemplar em analise possui imagens de três
cadáveres com sangue escorrendo pela cabeça. Além do apelo pelas fotografias, o
jornal utiliza-se também da manchete e do texto para prender o leitor como, por
exemplo: “Traficantes matam mocinha. Um deles é preso debaixo da cama”. O “A
CIDADE” possui alguns objetivos estratégicos: de prender o leitor não só por seu
sensacionalismo já citado em parágrafo anterior, mas também por noticiar
informações da localidade de Angra dos Reis. O logotipo do periódico informa aos
leitores que o jornal é do município de Angra dos Reis, não só territorialmente, essa
informação demonstra ainda que o jornal informa sobre todos os acontecimentos da
cidade, ocupando o espaço do jornalismo comunitário local. Como já mencionado
acima, o jornal tem objetivos estratégicos, que foram conquistando e prendendo os
leitores de tal forma, que o “A CIDADE” é o jornal que possui maior tiragem semanal
da região Sul Fluminense – 15 mil exemplares, que são distribuídos em Angra dos
Reis e Paraty. A tiragem demostra que o periódico é o mais vendido entre a
população, o que reforça essa afirmação, é que existe uma pesquisa do próprio
jornal que comprova através de números, a preferência dos leitores angrenses.
Outro dado relevante é através da distribuidora local, no qual é possível comprovar
com números sua vendagem nos municípios litorâneos.
VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
Conclusões:
O que se pode constatar, até então, face ao fato de que a pesquisa ainda está em
processo de execução, é que o jornal “A CIDADE” ocupa papel significativo entre os
leitores de periódicos angrenses. É o maior semanário local da Região Sul
Fluminense tendo tiragem igual a periódicos diários com grande circulação como,
por exemplo, o voltarredondense, DIÁRIO DO VALE. A partir desses dados, é
possível suspeitar que haja uma demanda social pelo sensacionalismo em
pequenas e médias cidades e que, no caso do “A CIDADE” exista, ainda, por
notícias locais. No entanto, é importante salientar que estas são premissas iniciais
que ainda estão sendo exploradas.
Referências:
AMARAL, Márcia Franz. Jornalismo popular. São Paulo: Contexto, 2006.
MARCONDES, Filho, Ciro. O capital da notícia: jornalismo como produção social de
segunda natureza. 2. ed. São Paulo: Ática, 1989.
CARVALHO, Carlos Alberto de; BRUCK, Mozahir Salomão. Jornalismo: cenários e
encenações. São Paulo: Intermeios, 2012.
Palavras-Chave: Sensacionalismo; Angra dos Reis; Demanda Social; Jornal;
Leitores.
VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA