o Temor da morte - O céu e o Inferno

download o Temor da morte - O céu e o Inferno

If you can't read please download the document

Transcript of o Temor da morte - O céu e o Inferno

O Cu e o Inferno

Cap. II Temor da Morte

Causas do temor da morte

Diz-lhe a intuio que a morte no a ltima fase da existncia e que aqueles cuja perda lamentamos no esto irremissivelmente perdidos

Este temor um efeito da sabedoria da Providncia e uma consequncia do instinto de conservao comum a todos os viventes.

proporo que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui.

No esprito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual.

Se, ao contrrio, concentrarmos o pensamento, no no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo.

Esse temor decresce, proporo que a certeza aumenta, e desaparece quanto esta completa.

A vida futura -lhes uma idia vaga, antes uma probabilidade do que certeza absoluta.

A alma no lhes parece uma realidade efetiva, mas uma abstrao.

Convenhamos que o quadro pela religio esboado, sobre o assunto, nada sedutor e ainda menos consolatrio.

De um lado, contores de condenados a expiarem em torturas a chamas eternas os erros de uma vida efmera e passageira...o que mais atroz , no lhes aproveita o arrependimento

De outro lado, as almas combalidas e aflitas do purgatrio aguardam a intercesso dos vivos que oraro ou faro orar por elas, sem nada fazerem de esforo prprio para progredirem.

Acima delas, paira a limitada classe dos eleitos, gozando, por toda eternidade, da beatitude contemplativa: inutilidade eterna.

Este estado no satisfaz nem as aspiraes nem a instintiva idia de progresso, nica que se afigura compatvel com a felicidade absoluta.

A morte rodeada de cerimnias lgubres, mais prprias a infundirem terror do que a provocarem a esperana.

Sem dvida que muito tempo ser preciso para o homem se desfazer desses preconceitos, o que no quer dizer que isto no suceda, medida que a sua f se for firmando, a ponto de conceber uma idia mais sensata da vida espiritual.

Demais, a crena vulgar coloca as almas em regies apenas acessveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos.

E a alma que estiver no cu ser realmente feliz vendo, por exemplo, arder eternamente seus filho, seu pai, sua me ou seus amigos?

Porque os espritas no temem a morte.

A Doutrina Esprita transforma completamente a perspectiva do futuro.

A vida futura deixa de ser uma hiptese para ser realidade.

Ergue-se o vu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prtica;

So os prprios habitantes desse mundo que nos vm descrever a sua situao;

Eis a por que os espritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus ltimos momentos sobre a Terra.

Fatos testemunhados e da concordncia desses fatos com a lgica, a justia e bondade de Deus, correspondendo s ntimas aspiraes da Humanidade

Para os espritas, a alma no uma abstrao; ela tem um corpo etreo que a define ao pensamento.

A lembrana dos que nos so caros repousa sobre alguma coisa real...no-los mostra como seres viventes

No mais permissvel sendo a dvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximao a sangue-frio, como quem aguarda a libertao pela porta da vida e no do nada