O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores...

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ÊREÇOS; No Rio $500 Nos Estados.... $600 ANO XXVIII O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores RIO OE JANEIRO. 4 DE NOVEMBRO OE 1931 O profeta das lagostas N. 1.361 Nós vamos ganhar muito dinheiro. Dizia Carra- picho a Goiabada a quem tinha proposto fazer seccar... .. .as águas do rio das lagostas. Goiabada então foi para as margens do rio, ergueu as mãos e começou a dizer... ...bobagens. Em torno a multidão começou a crescer e Goiabada continuava a falar: Rio ! Pãrc a tua... ...afjuj ! Eu ordeno ! Emquanto isso Carrapicho, Ju- juba e Lamparina desviavam, com enxadas e pás, as... ^ *¦— i —NJa^ f~f 7. ¦<c & "S&ra iW ¦%J J ...águas do rio cujo curso tomeu outro rumo e passou a inundar os casebres daquela gente pobre. Foi ai... .. .que a multidão compreendeu a astucia de Goiabada e lhe fez erítào uma grande manifestação de cabo: àt vassourasj

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ÊREÇOS;

No Rio $500Nos Estados.... $600

ANO XXVIII

O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores

RIO OE JANEIRO. 4 DE NOVEMBRO OE 1931

O profeta das lagostas N. 1.361

Nós vamos ganhar muito dinheiro. — Dizia Carra-picho a Goiabada a quem tinha proposto fazer seccar...

.. .as águas do rio das lagostas. Goiabada então foi paraas margens do rio, ergueu as mãos e começou a dizer...

...bobagens. Em torno a multidão começou a crescere Goiabada continuava a falar: — Rio ! Pãrc a tua...

...afjuj ! Eu ordeno ! Emquanto isso Carrapicho, Ju-juba e Lamparina desviavam, com enxadas e pás, as...

^ *¦— i—NJa^

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J...águas do rio cujo curso tomeu outro rumo e passoua inundar os casebres daquela gente pobre. Foi ai...

.. .que a multidão compreendeu a astucia de Goiabada elhe fez erítào uma grande manifestação de cabo: àtvassourasj

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O T I C O - T 1 C O í — Kovenibro — l!'.'!l

O LOBOEram altas horas da noite.Todos dormiam socegadamente.Só,eu estava acordado. Não ha-

via meios de conciliar o sono. To»dos roncavam c só eu acordadonaquele silencio noturno. Sentei-mena cama e puz-me a lêr, mas aborre*cido com aquej» leitura sem vonta-dc. deitei-me novamente, /'iquei pen-fgando cm coisas ruins e pavorosas.Ouvira muita gente contar casos dealmas do outro mundo e naquelemomento horrível, é que me vinhamá mente todas essas coisas..

Nesse instante o relógio da salade jantar soava meia noite, e a

pendida compassada e monótona,continuava Senipre com o seu lie-tac... tic-tac...

Assim fiquei por alguns minut03,quando ouvi os cachorros latirem eao mesmo tempo, rumores dc pas-

que avançavam. Os Cachoiparedam lutar com alguma coisa,ladrando descsperadamcnte.

Seriam ladrões? Deveria neste ca-so chamar papai! Eram estas as re-ílexões que naquele momento me

.un pelo cérebro. Um ruid >se fea na sala de jantar; levantei-me,

pé ante pé, e abri devagarinho a

p;«rta do meu quarto. b'ra papai que,ouvindo tambem c barulho, [evan-tara-se com um revólver ua mão. Omano Mario tambem havia se lc-\antado c amlios puzeram-se a cs-

preitar o que se passava.— Deve ser algum animal — dis-

se, baixinho, papai.:Abriu um pouco a janela, e c« m a

lanterna elétrica de bolso viu umpreto que investia contra

««- «litros que ladravam em volta de-le. Ascim que viu * claridade da lan-terna, saiu correndo para o pomar,mas papai, que se achava com o re*\'ó!vcr na mão, desfechou-lhe dois

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AVENIDA PASSOS, 120 - Rio — 1

Quando amanheceu encontramosdois cachorros feridos c umenorme k«l>o que estava morto uaentrada do pomar. Com os tirosque recebera, saíra correndo amesmo fçrido, morrendo mais adi-ante.

Osivoldo . \raujo Lopes

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O TICO-TICO - 4 _ — Novembro — 1931

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O TICO -TICO5i_

w>W^J: 'y^ú fo!wÊíc> M_èül^J^Bfi^c.Redator-Chefe: Cario* Alsnhães — Diretor - Gerente A. de Souza e Silva

Assinatura — Brasil: l ano, 25Í000; 6 meses. U|O0Q; — Estrangeiro: 1 ano. Ó0Ç000; 6 meses, 35JÜ00.As assinaturas começam sempre no dia 1 do mês em que forem tomadas e serão aceitas anual ou semestraltnen-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou car-ta registrada com valor dedarado), deve ser dirigida á Rua da Quitanda, 7 — Rio. Telefones: Gerencia: 2-4544.

Escritório: 2-5260 Diretoria: 2-5264.Sucursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijó, 27 8o andar, salas 86 e 67.

CiCOQ/à\ ^^^vr__5__í v\ I*\yS%^r

Meus netinhos'.

JL i n 3 ucâo

"A boa instrução vale mais do queas riquezas", foi a frase que umcidadão norte-americano, fundador

da cidade de Pensylvania, fez gra-var num selo de associação. E nada

pôde haver de mais verdadeiro, de

mais acertado, do que essa afirma-

ção. De fato, meus netinhos, a in.

strução é o patrimônio maior queum indivíduo pode possuir. Seminstrução, sem a serie de conheci-

mentos das ciências, das letras e das

artes, o indivíduo não encontra

meios que o facilitem a viver em

sociedade.

Quanto mais instruído o homem,

mais fácil será a condição de seu

viver. Quanto menos instruído,

mais trabalhosa, mais penosa e di-ficil lhe será a vida. E por ser as-

sim, meus netinhos, é que Vovô

não se cansa de dizer a todos você.

que estudem, que se dediquem com

atenção aos livros, aos conselhos

dos professores, ilustrando, desse

modo, a inteligência, educando o es-

pirito para, com facilidade, enfren-

tar os problemas do futuro.

O menino que estuda, que se de-

dica aos livros, preparando capri-

chosamente todos os dias os seus

exercicios escolares, está acumulan-

do riquezas que lhe servirão de mui-

to quando fôr homem, quando ti-

ver de suportar as responsabilida-

des de chefe de familia e de bom ei-dadão. O homem que não estudou,

que gastou o tempo feliz da me»ninice em folguedos e traves-suras, não armazenou nc espiri-te elementos de cultura e, para ga-nhar a vida, é obrigado a executartarefas pesadas, trabalhos penosos,os únicos compatíveis com a suacondição de desilustre. Estudem,meus netinhos, aproveitem o tempoda meninice no trato diário dos li-vros, na freqüência e aplicação es-colar. Se assim fizerem, estarão garantindo a vida futura com elemen-tos preci .os de cultura.

VOVÔ

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o i i <: o - r i .: o í — Novembro — 1{)_I

NASCIMENTOS ..Q TICQ„TlC0¦• •' C li a 111 a - s

Alice a linda mta•pie, desde o dia 24 ó >mês ultimo é o motifOde justa abaria no lar

pais Sr. Carlos Vetgi e D. Martba \• Nasceu a 23 do mês findo o lindo iJhinho

do Sr. Manoel Cândido Passos e de D. Guiomar Passos.• Recebeu o nome de Américo o interessante me-

nflo que, desde o dià 20 <lo mês ultimo, é o encanto apio . o Sr.

D. Eugenia Mei;ellcs.

MUNDANO

Thcodoro Meireles >•. .-.a es]

pelos trabalhos d tMurialva? pela voz doOlga I- ? pela gide O. Malavota? pelastravessuras de Ruth ?

— e pela sinceridade doleiloeiro ?

seguintes rapazes c senhori

U \ t'Z A'D O

• s Batiçou-sefilha do .Sr. Leonel

•. Foram padrinhos de Maurício,,. _ ... ,„;i l). Odette Lopes

domingo ultimo o inocente Maude Castro e de D. Margarida de

o Sr. Zacaria

A N I V K R S*A R 1 0 S

• Passou : nte ontem a datanatalicia da menina Odette, graciosafilhinha do Dr. José Moreira deCa-tro.

• Sexta-feira ultima O inteli-. [van da Silva Riera reuniu oi

amiguinhos muna festa multobonita, comemorativa da passagem dsen aniversário na.alicio.

'- Fáz anos hoje oPaulo César, íüho do Dr.de .'meida.

• Completou ontem seis anoso menino Américo, estudioso filhinho

r. Álvaro Vieira.

-.unoAmadeu

__ V BE1! L 1 N D A

• • berlinda as segum-1< - alunas e alunos da Esco'a Epitacio

ôa, do 4' ano, 1" turno: Mar ha.

por estudar muito; Omego, por nãofica. quieto} Edina. por ser muito

I ; Moacyr, por ter os olhos bo-nitos; Lia, por ler mu'to bem; No-

-_r o primeiro aluno dcdesenho; Cândida, p-r falar muito

iuho, por ser quicio;Augenir. por ser risonha: Elsa A.,I r ser amável; Mar'a Ignez, por

muito rosada; Floriano.imito querido; Diva, por ser a

mais al'.a daar o uniforme comprido; Dora.

ver muito bonita; Elvira. portoteliiu, por gostar dc dansar;

. — E. V. !•'.

E M 1. E T L A O . . .

* * Es ão em leilão osa K-tação da Tenha: Quanto dão pe'o sorriso do Nil-pelo porte elegante dc Gabriel? pelo sorriso do Al-? pela voz do Victor? pelo bigodinho do Antônio? p

' jdiecionarío do Mauro? pelos olhos fascyiadores do Miguel i-

pelos modos do Pedrinho? pelo comportamento exemplar doJ.;i:_'r pela e'egançia de Elza? pelo gênio alegre dc Nair?pelo andar da Enedina ? pelos cabelos loiro, da Cotinha.pelo riso da Irene? pelos modo. da Lélé? pela altera diOdette. pelo encantamento da Santinha? e |ltíleiloeira intrometida? — Olga M.

¦ tão em leilão os meninos c meninas do Meyer:Quanto dão pela bondade do Paulo? pela graça da Luiziiiha?

pela simpatia do Nelson? peioriso da Maria Helena? pelos olli >_negros do Oscar? pela linda voz daMarina? pela intel geucia do Mario?pela beleza da Ro.alia? pelo Uroígosto do Arthur? pela CÔr more.Alzira? peTo modo de dansar doCarlos? pela delicadeza da Odette?pelos óculos do Aluir? pelos ges-tos da Mariazinha? e pelo bom cportamento do Adolphitfho?

FAZER BEM AOS ANIMAIS

Uma das muitas maneiras, pelas qnoiíum menino pode mostrar que possue sen-liinentos nobres, que tem, a bater, i Ipeito, um coração puro c leal, . ja-cer bem aos animais. O cão, que è ovigia solicito da casa, o gato que i ocaçador incansável dos ivcJorcs daninhos,o pássaro, sempre a deliciar nossos o.vcom um canlo alegre, todos os animais,emfim, merecem dc nos amparo, proteção.

N O.Cl X E M A,. .

CachosMercedes,

bonlpor

justo, o Rr.nl Roulicn;

Foram convidados j.a.a fa-zer um grande film musicado efalado os meninos e meninas se-guintes: Octavio, o Ramon Novar-ro; Alice, a Anita Page; Hugo, oRicardo Cortez; Olivia, a MarionDavies; Álvaro, o Rod La Ro:Lina, a Joan Crawíord; Manoelzi-nho, o John Gilbert; Nair. a Gr.uGarbo; José, o Ronald Cohnan. Ro-sita, a Pola Negri; Pedrinho, oDon Alvarado; ülga, a Li'y Da-mita; Geraldo, o Charles Fjit.H;Zézé, a Marlene Dietrich; Luz. oJohn Barrymoore; Salomé, a NormaTalmadgc; Abel, o Harold Lloyd;Wilson, o Eairbanks Jr.; Maria deLourdes, a Billie Dove; Júlio, <Nils Asther; Virgin'.., a iiSwanson; Dagoberto, o Bustcr ! -ton; Jurema, a Vilma Banhe; ¦doaldo, o Gary Cooper; Arlinda, aRacquel Torres; Fernando, o Rito Montgomcry; Lúcia, a Do'Del Ro; Jacy. a Bebe Daniels; \r-Anton.ia. a Janet Gaynor; Arma

o Lawrence Tibet; Adozinda, a Marion Nixon.

S E Ç e\ O DA ÜOCEIKA..,

' • Estão em leilão os seguintes alunos do 5o a:iocotar Benjamin Constant: Quanto dão ;.

gritos de Francisco? pelo olhar dc Izanor? pela letrVictor? pelo desenho de Luiz? pelos olhos dc Alda? pelasgargalha, s de Amélia? pela in'elligencia de Adah

dura de Andréa? pelo caderno de Albertina?graça de Berthn? pela bondade de Durvalina? pe'o :.

!•!.? pela letra dc Deoliuda J.? pelas ude Delíina? pela deJicadeza de Eunice? pelos óculoFernandes? pela graça dc Gilkr. ? pela arithnietica de He-

ina? pelo falar de Lyette? pelo olhar de Lindepelo- de Maria O.? pela "pose" de M. Ti

da beleza dc ' linha;colheres da amabiii

• ? Bolo Batuta: — 1 kiloimpatia de Mario; 3

de Lourdes; 5 colheres bem cheias olho; de Dininho; 2<.) grs. da graço dc Gioriha; 100 grs. d.(,o Deraosthenes. Bate-se bem e junta-o 2i"r0 gr;, dalicadeza de Cclinha; a mesma porção da gentileza da Ma-tlteus. Untada a fôrma com 2 l_iIo> a de Wand .perfuma-se com algumas gotas do sorriso do Djalma. De-pois dc assado em 500 grs. do espirito dc Nilzi, pulvise o as-ucar com a candtdez <Je Olga. OfereceRedactor d'0 Tico-Tico com a pressa dc Edith, peladelicadas dc Osvaldo, regado pelos olhares ¦Esther c 1 Elo da paciência de ouem fizer este

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'i — Xovenitaru — 1931 0 f I C 0 - T I C O

-^v? 0 Milagre da Montante

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*****

Na curva daquele caminho longo, estrada poeirenta que o solaquecia, matando a vegetação, afugentando os últimos pássaros,havia a pequena montanha onde, outr'ra, entre pedras luminosas,viveu uma fonte. O fio prateado da lympha bôa e fresca desaltera-\a o viadante sedento, o pássaro arfando do vôo longo, a libelulaexb.austa. Agora, as pedras escuras da fonte estavam secas e o fioda água, tão fria e tão bôa, parece ter se escondido para sempreno coração escuro da montanha. Caravanas e caravanas de viajo-res passavam e pediam á fonte a esmola de uma só gota d'agua.Mas de entre as pedras escuras nem a dádiva pedida aparecia. Oabastado senhor das terras longínquas, mais de uma vez, ofertouás pedras da montanha muda e quente o ouro das moedas em tro-ca de um bocado da água, outr'ora tão farta. O peregrino, de olhosfitos no céu, pediu á rocha o conforto da lympha para refrescar a

garganta, de onde a prece brotava rouca e fraca. Mas de entre as

pedras escuras, onde outr'ora era a fonte, nem um só pingo dáguaBpperecia. Um dia, o sol casticava o caminho, queimando as ulti-mas folhas das grandes arvores. E, lá no começo da estrada, umvulto de mulher surgiu, a caminhar cançada, trazendo ao colo afilhinha querida. De onde a onde salpicos de suor cahiam do ros-to afogueado da caminhante na areia escaldante do caminho. Asede matava as duas creaturas. E ao defrontar a montanha das

pedras escuras a pobre mãe correu á fonte em busca do filête de

prata liquida que a sede reclamava. Nem sinal dágua via, que pu-desse abrandar a secura dos lábios da filhinha. Mas a creança, ba

tendo a mãozinha nas pedras escuras, falou, com voz débil: — Ma

mãe — quero água! E do fundo da montanha muda e quente bro-tou logo como um milagre, ao som da suave palavra que uns la-

bios inocentes pronunciaram, o fio prateado da água bôa e fresca

que o coração da montanha andava guardando, cuidadosa, paramat.:r a sede de um grande tesouro de mãe.

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CARLOS M A N H Ã E S

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O TICO-TICO — 25 4 — Novembro —* 1931

À vingança do Elefante**^^—******" n , i . i, i ii ., i^.—

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Mestre Elefante era um dos bichos africanosque mais gostava de passear pelas margensdos rios.

E durante seus passeios, Mestre Elefante nun-ca deixava de tomar o seu farto banho naságuas do rio.

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Um dia, após o banho, Mestre Elefante rece- Sentindo forte dôr, Mestre Elefante saiu embeu um golpe de seta enviada por um caçador perseguição do agressor, que corria, fugindo,africano. Mas Mestre Elefante, que é bom corredor—

—»———————__—_—__—__________________

________ ,

ii

.. .em breve apanhou o caçador por uma ore-lha. E torcendo para lá e para cá a orelhado caçador,.Mestre Elefante resolveu...

vingar-se de um modo cruel do ferimentorecebido.

(Continua)

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.Novembro — lí)3l — 9 - O TICO-TICO

AS AVENTURAS DO RATINHO CURIOSO(Desenhos de Walt Disney cü. B. Iwcrks, exclusividade para O TICO-TICO, cm todo o Brasil)

Ratinho Curioso resolveu tirar os nós Para uso prendeu a cauda num gan- Por um instante Ratinho Curioso so-da caud3 que o Gatão lhe havia dado. cho e desmanchou a série de nós. freu dores horríveis mas depois...

r \JT7~

...verificou quc a cauda, sem nós, ti-nha ficado cheia de curvas como sefosse uma cobrhiha a andar.

Nesse estado, Ratinho Curioso parou ...passar entre os rolos da maquina adiante de um aparelho de secar roupa, minha querida cauda! — disse. E cur-— Vou tentar... tindo...

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íeJ»^ k*y Jcn^ii

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.. .imensas dores. Ratinho Curioso me-teu a cauda m maquina. Foi ocor aemenda....

...que o soneto. A cauda ficara tão ...idea a Ratinho Curioso, que foicomplicada como corda de relógio. Mas correndo buscar um balde de ajjua aocorreu uma... -ferver e...

i m^Á sfe^T' -^*"*C—** -» "--^-—- -^Zef**^ I I.. ' .^—'^T n—~~~~~^ ¦». I

...pôs a cauda dc molho. O resultadofoi ainda desastroso: a cauda, todaqueimada, arrastava-se pelo chão...

...sem vida, creando um motivo de pi- ••¦gaz á ponta da cauda, suspmdeu-aIheVia para os seus inimigos. Mas Ra- Açora estava contente.tinho Curioso, atando um balão dc... (Continua)

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li T I (. O - i l ( () — 10 í — Novembro — 1*).*!1

ROUPAS INKANT1S

_______ ¦_ amam %mt ______ í ____¦___! _______É___l___h_l__1_fe-.H 11 _B _L-*L_I __J_______^5Pv _-_r"--_F_-i &' ___*___,•-•___ __P*A'**¦________! _yjn_c

O primeiro grupo cia garotadaque vai brincar na praia. está todovestido para/um dia de temperatu-ra quasi ibcrnal, embora o to] deOiro e o azul do céu estejam a ale-grar toda a gente.

0 menino, (fig. i), veste casaco*de cheviote tnarinho fecliado por

>ei- botões; na fig. -. costume de"shantung" branco listrado de azulcm duas tonalidades; na fig. jsaia de popebna marinho, toda pre-gueada em machos, c blusa de Ha-nela branca com o bordado que sevê, isolado, á dircila. feito no 1k>1-so; na fig. 4- vestido de flanela

vermelha e soitlache brancocomo guarnição; muito gra-cioso o boneco <ia fig.

(#11 à W m_¦__ ____ ^r^Lj^ Hlfe^-'^«-_4___L; ém^^

aMÍ 0____//7T1 ° ¦

JülUUu___

um garoto dc 4 a fianos que se vestiu dosarja marinho, gola cp unhos vermelh •-com "sinitaclie" bran--> por enfeite.

Ao centro do segun-do grupo. (fig. :>)ruma menina vestida

de flanela branca, saia em machosjblusa horda:Ia a trança de seda azulde louça, e, ao lado. nina ancoral>ordada a linha brilhante do mesmotom; no 11 . 1 — roupinha á mari-nliein. de "c.iitil" branco, gola,gravata e punhos dc fn-tão dda inarinho; na fig. 2 — vestidode fina sarja amarela, gola e gra-vaia dc seda marinho; na fig. 4 —"garçonuet"' de saria vermelha avi-w

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\m milu-ii — i:i.*:J 11 (? T 1(0- T 1 ('. O

vada por "sou*

tache" brai.co:na fig. 5 — çwtido ;le "toilc desoie" b.anca con.listras em varioitun> dc verme-lh< , gola e dfi-bruni da. mang;.;de "toilc. ver-melha.

<- > tercei ru gril-po já se veste paia uma tarde cm

que i. vento fri- -

n ;u; comparece

para dar logar a.esfriados: fig. t¦— jer-ey brpaia a saia e ¦"• • -ro do casar ¦ .•].•

-_§§I_^í ^ i_i(_l BFt-x*" ^H Srfi r* \_^__l

____________ _-__-_-_Tl ¦___-_____"' ^-BBK?__L ¦._ ___P^—H^_—_—___-B-~-~s-—«—¦r*^. i^^—¦__WS____-__-_—i

< '• i 1 e de soíe"branca com lis-trás amareloquente; fig. _ —a mesma combi-nação dc tecidos;Eig. 3 — saia dcjersey v-rmellio cblusa de jerse/branco; fig. 4 —>vestido de ílau .¦-Ia branca e gotafichú dc "toile

de soie" listradade cores vivas;fig. 5 — vestidode flanela ami''"lavando", cintoc gola posposta-dos de rosa ".-ai-

mon". — _>'.

(Todas as _o«nd_-«v - cm matéria (__roupas para criaoç-ino " Parà-to tia- «_'«i-ancas").

aocaoc 10c aocaoc aocaoc : i__aoi aocaoc

JL CORTESIA. DO TJI_._3A._SrOConstante. Urbano Cortczl.ia um tipo delicado,Oue dizia a todo o instante:

.Muito obrigado. ..

A's vezes vinhar a propósito,< mtras era descabido' ' CortCz dizer gentil:

Agradecido...

' )utra frase qne dizia,Muitas vezes sem ra«•'.¦a, desculpas rogando;

Teço perdão...

Dizem que quando nasceu,Km lugar de ter chorado.

! sorrindo, á mãe ti[uitô obrigado...

¦ '. após lhe sugar > 1 seio'le cvclamou, convivido,1 • ". a boca cheia de leite;

Agradecido. .

:niu e, quaivlo acordou^ :u

que "molhara"

.M<;\Y:;.( )'-,u,

1. disse, muito vexado:Peço perdão...

Ja rapaz e. por engai; >,' > Constante foi sovad •:

i'i>is disse, depois da surra*Muito bbrigadoi

Deram-lhe, então, granel: .ata1-*. ele >¦¦«!. assim, corrido;róis, iiresmo de longe, grita:

- Agradecido.. .

Xa pressa escorrega e cai.

Dando com as ventas no

Quando se ergue dizPeço perdão!. .

('.. • ;ra.'.«in.. sofre um condenado.

Quando • ¦.duiio n

I '< «r isso a esp-sa se zangaE o chama dc mau marido.Aljandonando-o, c ele exclama'

— Agradecido!. ..

_'OUCO depois enviuvou.Outra lhe oferece a mio.Constante recusa a medo:

Peço perdão...

Se gostaram dessa historiar.u fitarei encantado,1'. direi como o Constante:

Muito obrigado...

Se me aplaudirem, ameia,Tu ficarei convencidoI >e une gostaram c dig 1:

Agradecido.

''. rem. no caso contrariaSc adiaram "amula.fi-»".

nome do autor agoraPeço perdão. . .

Em. irgio /!'-¦.

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O TICO-TICO — 12 — Novembro — 1931

r\ _-. v_ 11 © pote dc barro e oO orgulhoso pote dc fcrroEra um jequitibá enorme, o mais

imponente de todos os jeqnitibás dafloresta. Orgulhoso e gabola, po-rém, costumava apoucar as arvorecmenores, e rir-se com desprezo dasplantinhas humildes. Foi assim quedisse uma vez á tabúa:

Que triste vida leyas, tão pequenina, sempre ábeira dágua, vivendo entre saracuras e rãs... Qual-quer ventozinho te dobra. Um tisio, uma viuvinha quepouse em tua haste faz-te vergar como bodoque. Quediferença entre nós! A minha copada entesta com a.nuvens c ?.s minhas folhas tapam o sol. Quando ron-ca a tempestade, rieme dos ventos e divirto-me, cá dcilto, a ver os teus apuros e a tua aflição...

Muito obrigada, respondeu a tabúa irônica-mente. Mas fica sabendo que não me queixo e voucá no meu canto vivendo como posso. Se me dobra ovento, em compensação quebrar não me quebra e, ces-sado o temporal, ergo-me direitinho como dantes. Tu,entretanto... Tu, jequitibá, tens resistido aos venda-vais dc até aqui; mas resistirás sempre? Não revira-rás um dia de pernas para o ar?

— Eu, que? Rio-me dos ventos como me rio de ti,murmurou, com ar de desprezo, a orgulhosa arvore.

¦- Poi?, amigo, sei de muitos do teu porte quese riram como tu e hoje estão de raizes arreganhadaspara o céu... Cuidadinho!...

O jequitibá nada retrucou, recolhendo-se a ummutismo de soberano desprezo.

Mezes depois, na estação das chuvas, arma-se cer-ia noite tremenda tempestade. Raios coriscam um

atrás dc outro e o ribombo dos trovões estremecem aterra. O vento com furja infernal ruge na mata, des-truindo tudo quanto se lhe opõe á passagem.'

A tabúa, apavorada, fecha os olhos e curva-se ren-te com o chão. E fica assim, encolhidinha, até que ofuror dos elementos se acalme e uma fresca manhã'de céu limpo suceda àquela noite de horrores-

Ergue, então, a haste flexível .poude ver os estragos do temporal.Inúmeras arvores por terra, espe-daçada., e entre elas o jequitibáorgulhoso, com a raizama colossulá mostra...

A tabúa considerou aquilo lou-gamente e filosofou, lá de si com-sigo: Quanto maior a altura, tuao tombo...

O pote de ferro, forte,Propôz ao pote de barroA viagem de um passeioMas este, de frágil porte

Temendo assassino esbarro,Desculpou-se com receioSeria bem mais prudenteSe ficasse em seu logar.

Pois bem pouco, infelizmente.Bastava para o quebrar.Mas atendendo que o ferro,Era duro de verdade,

Não via que fosse um erro,Satisfazer tal vontade.

— Nós te protegeremos, meu amigo,Tornou o amável pote com branduraSe por acaso qualquer massa dura.Vos tornar dolorosa essa aventura.Entre vós, ficai certo, e tal perigo

Passarei e sem tardança,Vos porei em segurança

Este argumento o vence enfim.Pote de ferro, prestemente,Se coloca ao seu lado e assim,Sob os três pés, vão lentamente,Como eles podem, se esbarrando,

Ao abalo mais brando.

Sofre o pote de barro e antes de dar cem passos,O outro pote mesmo, o torna em estilhaços,

Sem que êle pudesse teUma queixa siquer.No terreno, da vida, por ciência.

Cada qual, no seu lote.

De outra fôrma, temamos na imprudênciaA sorte deste pote

Irene Dummond.

JÍ^r.7_r^rYL-

-

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4 — Novembro — 1931 — 13 0 TICO-TICO

Ás pérolas da rainha== Gleopatra =====

Ha muitos anos, centenas de anos são passados,existiu uma rainha do Egipto, chamada Cleopatra edotada de fascinante belleza. Conta a historia que essarainha herdara de reis antepassados duas enormes

pérolas, cm fôrma de peras, tão -perfeitas e grandes,que foram avaliadas numa soma fabulosa de dinheiro.Eram tão primorosas as duas pérolas, que foram con-sideradas as mais famosas do mundo. A rainha Cleo-i.atra usava tais pérolas como se fossem brincos.

Um dia, a rainha Cleopatra deu um banquete cmhonra de. um grande general romano chamado MarcoAntonio, Durante a festa Marco Antonio relatou va-rios feito da sua vida de guerreiro, sendo ouvido ab-sortamente pela bela rainha. No meio da palestra,Cleopatra chamou um des criados e ordenou que lheirouxesse uma taça de ouro com vinho. Quando a ta-

ça foi colocada deante da rainha, esta, com surpresade todos os convidados, tirou uma das pérolas famo-sas que lhe serviam de brinces e atirou-a dentro dataça. O próprio Marco Antonio, que era consideradoo mais extravagante dos homens do seu tempo, não

u cem o gesto inccmprecnsivel da bela soberanaMas Cleopatra tinha em mente exceder em originali-dade o famoso general romano c, assim, sorrindo clevando a taça aos lábios, sorveu o vinho e enguliu a

jóia riquíssima, a peroh mais rica que o mundo co-nheceu.

VATICINIO'¦£$*^-?Ê*--TZut

(Ao inteligente Makio Cezak, no dia do sen

primeiro aniversário.

Serás feliz! A virgem milagrosa

que te acompanha, que te guia os passos,do teu caminho, estepes e embaraços,transmudará em pétalas de rosa.

Serás justo! por isso, sem cansaços,ha de vibrar tifalma, venturosa!Do teu destino, estrela gloriosa,brilhará sobre ti, lá dos espaços! -

Serás nobre! revela o tronco augustode que és rebento! Alegre e satisfeitolias de colher do Bem os malmequeres.

Que um grande bem já é ser nobre c justoe ter por mãe o simbolo perfeitoda bondade e pureza das mulheres!

Lilinha Fkrxaxdüsio — 9311 20 —

—^ II «mu li ii ri n

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o l ! <: O - T I C O — 14 Xoveitibru — 1931

Um cidadão modeloPeixe que deposita osseus ovos fora ú&gui*

íNo tempo tempo do imperador Tra*

jàno, vivia muito perto de Roma um ho-mem chamado Spurina. que Plínio nos

apresenta como m .«leio do boraem perfeito fica e moralmente, por-

que demonstrou durante a sua vida inteira c até uma idade bas-

tante avançada, quanto pode a cultura do- sentimentos e o cumpri-

mento das obrigações de humanidade.Durante a sua juventude foi Spurina um valente soldado, c.

pelos -eus méritos, elevarara-se-lhe estatuas como premio de ter

cumprido nobremente c em momento- de graves penyos, os >eus

deveres para com a pátria. Tendo-se retirado para o campo, afim

de se livrar dos viris dos romanos daquela época, levantava-se ce-

do e entregava-se altcrnadamente aos passeios c ao estudo, culti*

vando simultaneamente ns faculdades do corpo e do espirito. Gos-

tava dc lidar com os homens do campo e dc conversar com ele

bre coisas que pudessem ser-lhes de utilidade, cumprindo a—im um

dever para com os seus semelhantes. Praticava a caridade, visitava

os pobres c os doentes, consolava Os aflitos c orava, cumprindo as-

sim os -eu- deveres para com Deu-.

Destinara a cada hora do dia uma ocupação determinada. Pas-

sava alguns bocados cm jogos alegres para se distrair, no -cio da

intimidade; c como exercício físico próprio para favorecer a agi-

Itdade do corpo e a destreza dos membros, costumava entregar-sc

a uma c-pecie dc jogo da bola. Tinha horas certas para o banho,

para as comidas, para o descanso, para tudo. Cuidava dos animais,

dava conselhos ás crianças para que os não maltratassem e destruis-

semj nos seus trabalhos agrícolas, tratava .-empre dc juntar a parteútil á agradável, c até se entregava á cultura da voz com recitacõe*

sempre morais c trechos de lnVtoria. Escrevia, improvisava, can-

tava, etc.

Plinio visitou este homem extraordinário c refere a tmpres

são que ele lhe produziu, nos seguintes termos:' Nunca vi um homem cujos costumes nie!hr>r

,;m servir-me dc norma para chegar á -ua avan-

cada idade. Nada ha mais cão c metódico do que aMia vida. Confesso que e-ta noção da ordem de-lchomem tão idi -o e que vejo direito, com a pele Ica, os olhos brilhantes e a intelligencia clara, provocatanto a minha admiração como a regularidade com

que se movem os astros..

4*. Yr&rWaP/ ~ mmmmmmmm\^?m*^a~m\m^Ê:&3ÊL

•"¦vr •'•rmr^^ammWay^SmmmmmmmWmmmmWmWtmmu

]'.¦ cabido que lia peixes qmde devorar as ovas dos outros peixes.A copeina Arnoldi, do Àmáxonai,coinprehcndc perfeitamente tal co'sa, e,p ra proteger bem os seus ovo-, da-alia fora dágua, colocando-os *>ob.*efolhas de aquáticas. Quando esses ovosse abrem, os filhotes saltam imediata-mente para a água.

Pesca chinesaA rede e o anzol parèccui á u< --a

civilização instrumentos engenhosos eapropriado* para pescar. Fc-lo-ão, masnesíc ponto não ha duvida que os hu-niildes pescadores das costas da Chi-na nos superam vantajosamente. Sabe,porventura, o leitor como eles pescam?Com uma ave marinha! Chama-se elaCormoran c oferece a particularidadede ter debaixo do bico unu c-pecicde bolsa, na qual deposita a sitapresa, antes de cnguli-la. Os chineses

têm tiralo bom partido. Com unicordel ou um e!a*-t;co apertam o pes-

do Cormoran, de maneira quenão possa engulir o que aprisionar.

s dc atar em unia das patas do•¦> unia corda km longa, soltam-

no. Quando o animal tem a bolsatrazem-no á terra, onde lhe re-

tiram a apreciável carga de <lez oadoze pe'xes. K a* sim, sen» mar anzóis,

ou redes, pesca:*,** com maiseífic'encia e menos cruelmente quenós os modernos pescadores do Oci-dente.

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í — XeneH_.ro — l!l:;<

Z É

— 15

M A C A G O

O TICO- TI C O

CAÇADORT_\^s&. ^>~^

*—s t -\ / /A.—, ji./v V, --<frniUffiA //v^kAivv__»vi.''i<>A>AA_<_- '_»rf_5» W'u_

Zé Macaca foi caçar com uma es- ...culatra linha um passarinho ar- Asam que viu um tico tico ,r. ..r-ptngarda de sua invenção. Perto da... incal que imitava o canto do outro. vore. apertou um botão e o...

_._-<_- J^<__r^ J^ «iRlR! >^pi-*'R' , iF »¦¦?*_•' \\_l ' -,' &&*¦<¦ ri. -,i>,e í jp &<Ls .

...passanabo da espmgank co ...começaram a pousar em cima da Este, porém, si» «as saber de «mmeçou a cantar. Deu-se, porém, uni espingarda c oor cima do corpo do sades, e apontou a _v_m .ara arira-lato ci^raçado. Os passarinhos... _c .Pcaco. g jeu unl...

...t"rmkI.lV.l tro que afugentou to- ...matar nenhum. E. desconsolado, ...sem ter obtido o efeto desejadol .lhos. não conseg.n:.do... _ê .Macaco volto--.«. para a sua casa,,... Com a sua maravilhosa trqri-gaida.

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o GRANDE pRESEPF^DE NA. TAL- Pagina de armar n. 13

l^/^Ejry- ^^íaE^a^Ae; cEA Ae^-^, ^eE>:- *&J&E> zr^^EAAAJf --S ^A^^A\ ^^2

^•-Ã^A^^-^-rA^ ^j}AAA?EÃÃ^ ^^^^A^E^r\

i ^> <^r^ _^ ^—-A-—a--- ^-^r**-***-^ - v-<-- ^_ --—-À-iü^^^-ZZ^!'

inúa do orosimo numero)

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ti T !<:«»- I I c o 18 — í — \mi-mhro — l.KÍI

ESCOTISMOfL______1 '^wl _^li 11. • i i

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•¦^sâí PR- fT; '# -»

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A PATRULHA DO TICO-TICO

IV

Resumo tfos anteriores — Cheio deadmiração |x_a coragan ( 'Itrdsão de-monstradas por Paulo, Paul, Oswaldo c

¦ nu-, v,,zi:i!)o acudirani c evitaramimi incêndio na sua casa, Octavio, de

o», rapaz digno c trabalhador, rx :i-sa em organizar com cies uma patrulha«le escoteiros. A idéa é aceita COItliuviasino. Antes pOfé—1 o Dr. Gu-;ta-' i nezes, psi <|c Paulo e Kaulter uma i<li'-a perfeita do escotismo cOctavio íaz-lhe uma exposição do pro-gran • iro,

(Contiumç

Octavio, -ira lendo no pequenoGuia onde tinha vario* trechos mar-cadoj a lápis azai, ora dissertand:)com entusiasmo, ia explanando oprograma escoteira O Dr. Mene-

que de começo o interromper-,varias vezes, ouvia-o agora com

rente interesse.¦— 'Kssa

parte de doenvolvímcn-to íisico, cmtora utilissini), não éa primordial no escotismo. O obje-

Octavio, jovcaiiii ti .s- espiritoentusiasta c no-bre — o orga-nisador da pu-

trullia

)}\ itvo supreino da grande esc ila cria-

\t\ *''*' P°r Baden Powell e a educaçãomorai e essa é conseguida pela pra-

,* Mística das virtudes sintetizadas pelasv/| ^ leis do escoteira

Essas leis, conjun*to perfeito de re.gras de honra c

-virilidade, (jue o¦'ti pt^escoteiro, diante

da bandeira, pro»m c t e cumprir,

a base ondeassenta toda amoral «Io es<mo. Mias levam osin c ni no s a umgran dc virilidades ti r ]> r c endento,sem tirar-lhes oespirito próprio da idade. Um espvteiro não mente, c leal, c bom c nãose limita apenas a uma bondade pas.siva como em goal as religiões oexigem; não, o escoteiro prati.-.i ¦bem, si' d i obrigado pelo seu codi-go a realizar diariamente uma boa

por pequena que seja. Com-preendVse que extraordinária for-ça para o liem lanca-sc no espirito>\d criança com e-sa simples exi-gencia de fazer uma boa ação pordia. Essa pre o afasta-a es-ponf-neamentê dà pratica dc qual-quer ação menos digna que viriaanular a sua B. A. do dia.

1'.' um maravilhoso guarda inte-rior. ]•* nao pára aí. <> t COtâro .;disciplinado — tem a disciplina in-

aterixa as vcrdadeíroí'¦ ó alem disso obediente.

E* alegre c sorri, mesmo nas peoresdificuldades, e é puro. Seu espiri-

i i, sempre alerta, nunca c assalta-do p r maus pensamentos, a sita vi-da »tiva e útil cão deixa tempo pa-ra isso. Mas se acaso a tentação lhechega pela palavra dc iimji.au ca-marada, nesse mau vezo tão ce>inum, tão da Índole da nossa raça.de contar e ouvir anedotas meonve-nientes, o escoteir i reage, jiara nãotrair ao seu cohipromisso e aos seus"iiipanhciros. J-,' uma vida pura.i) codi-. i d - escoteiros lembra o

código dos cavaleiros de outrora,triplos dc nobreza que os esco-

teiros fazem reviver depois «lc tan»luos. A preocupação comi-

nua do escoteiro é cumpri-lo. Xá">pódc deixar de ser muito puro, esoiidamcnte construtor, um meioonde o espirito é norteado por taldiretriz. V acã i dessas kis seria,imperfeita se os escoteiros ~c ijmi-lassem a uma admiração platônicap.>r cias. Mas isso não acontece.

¦ cumprida- praticamente, sãorealizados por atos.

\s praticas escoteiras não Be liiniíani a desenvolver os scnliinciiatos dc coração. Ao Indo da verdade,ila bondade e da pureza. que cm-Ixdezam a alma humana, firmam asqualidades de virilidade que deiiham o caráter: a energia, a im»ciativa, a coragem, a responsabiK»dade"'.

avio parou de falar e jumor;tomeçaram a folhear o livro, leu-do, meditando, comentando algunsdoa trechos marcad

l"a/i;.so tarde, era preciso despe-dir-se. O Dr. Menezes procurouretê-lo mas o jovem pererlicu quiíembora do agrado do dono da ca-

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Novembro — ií>:íl 19 -- O I I C O • T 1 ( O

A.S NOSSAS FLORESCamelia, mal-me-qucr e sempre-viva,Perpetua, hortencia, lirio e crisandalia,Fuz, papoula, o cravo e a linda dalia;Begonia, amor-perfeito, madre-silva;

Gira-sol, margaridas e jasmins:A rosa que é a rainha dos jardins;Crisantemo, glicinias e cravinas,Jacintos, magnolias e boninas;

Miosotes, junquilho e o heliotropio;A resedá que embriaga mais que o opiu:A violeta de todas a querida;

O branco lirio e a languida verbena,A alvura imaculada da açucena,Da Minha Terra são o aroma e a vida.

Octavio SECUNDINO

Jbi ¦' V.w>*—*C>1í-">

a importuno prolongar a visi-ta e despediu-se, deixando com o seunovo amigo? pois decididamente j^0 era, o livro c todo o material que'«vara comsigo.

"Então ate amanhã", disse oDr. Menezes.

Octavio ficou-o olhando meio¦*»rprcso, pois não esperava encon-tfa-Io no dia seguinte.

"Pois não é amanhã a reuniãoTara a foi inação da patrulha?"'

*— ".Sim, senhor".~- "Pois eu lá estarei. D

aojinpanhá-los de perto e prestartodo auxilio que estiver ao meu ai-fance. Quero penitenciar-me do¦na« juizo que fiz do seu escotis-

0cta*fi6 despediu-se radiante. Ointrease do distinto medico era»lc>a vitoria ganha para a organi-zação da patrulha.

(Contin .'¦>')

O U A D R A

Nas manhãs, de quratas-fVra?,Ansioso logo fico,

Tor saber que nestes dias,

Kn Icrci O Tico-Tico.R. C.

INDIGNAÇÃO MUITO JUSTA!

Mamãe, preguiçoso como o

Juigeninho. não ha menino no num-

do.Tor que dizes isso, Mariazí-

nhaP -»rque todas as vezes que rc-

íamos a oração da noite, elle me

deixa rezar tudo sozinha para de-

pois dizer só: "Amen".

CURIOSIDADE DO MUNDO ANiMAL

O RONCO SINISTRO DOBABOON

Os grandes nncaco- Boboons, daArábia c da Abissini.i não escanc.i-ram a boca unicaine:.(e para baxejyrou roncar. Abrem-na, roncando ba-rulhentamentr, para amedrontar csseus inim:gos, ínostrando-ihes forav-daveis r-esaí;- Esse anima] não ho-ceja unicamente porque teta i rao,mas boceja para dizer que os de-mais anim.Ts não devem ?c aproxi-mar. E' um macaco bravto e pe-lejador.

¦ ->¦«¦ —-^iiHLS Jv** ^*^iíl

UMA AVE QUE NUNCA DESCEAO SOLO

Ha uma espécie de totttinegia, cu-ropéa que nunca desce r,o ío]o. Pousasempre sobre as flechas das cite-dras, os altos edificios, etc. Se eiadescesse ao solo. não :»?r.3 forçaspaia subir.

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O TICO-TICO 20 — _ — Novembro — 1931

í*A__> cJyá

PIEDADE FILIAL'Conto dc Arthur Azevedo)

O Brochado veio rapazito para oRio de Janeiro e saltou ali com o pédireito, porque estava primeiro cai--xeiro, com caderneta na Caixaoomica em pouco tempo.

Considerava-se feliz; _ó uma coi-sa o afligia:

A saúde do pai que deixou naaldeia.

Um dia em que, passando poruma loja da Rua do Ouvidor, viuexposto um retrato a óleo, lembrou-se de mandar pintar o do velho,afim de pendurá-lo defronte dacama.

• Nao podendo ter perto de si apessoa, queria ao menos a imagemde seu pai.

O Brochado informou-se da resi-dencia do pintor e foi ter com cie.— Vinha pedir-lhe que me pintas-se o retrato do meu pai. ..

Mas não queria o.isa que mecustasse mais de trezentos mil réis.E' quanto posso pagar.

Está dito! Onde está o sr,seu pai?

Em Portugal.I— Ele está ausente? E' pena por-

que não gosto de fazer retratos se-não diante dos respetivos mc'' Enfim, como não ha remédio...

Eaz o retrato?Eaço. Queira mandar a foto-

grafia.Que fotografia?Do sr. seu pai.Não tenho.Oh! Não tem fotografia?Não, senhor!Tem então um desenho? Um

retrato qualquer do sr. seu pai?Retrato vai o senhor fa-

zer-m'o.Mas... o sr. não tem outro

pelo qual eu possa copiar o meu?• _c Não, senhor; se cu tivesse o

retrato do meu pai, não lhe enco-mendava outro; bastava-me um!

O sr. supõe que cu seja umtele fotografo?

Um que?Como quer o senhor que eu

. faça o retrato de uma pessoa quenão conheço, que nunca vi e quenão e>tá presente?

Dar-Ihe-ci todas as informa-ções necessárias.

O pintor compreendeu então queespécie de homem tinha diante desi, e logo pensou em ganhar os...300$ooo que estavam ganhos.

Pois bem, disse ele, vamos ásm formações.

Meu pai chama-se FranciscoBrochado.

O nome não c preciso.E' viuvo.

-— Adiante.Tem coisa de 50 anos. E' ali >,

magro, barbado, loiro e corta cabe-Io á escovinha. Eu me pareço comcie.

E' quanto basta, di.sc o ptn-tor.

Daqui a três dias pode mandar ouvir buscar o retrato.

O Brochado filho saiu c no diaaprazado lá estava na casa d. ar-tísta.

»— Abi tem seu pai, disse esteapontando para um retrato que es-lava no cavaletc.

O Brochado aproximou-se, teveum gesto de surpresa e levou mui-to tempo a olhar para a pintura.

Depois as lagrimas começaram adeslisar-Ihe pela face.

,— Que tem o senhor ... p,.>r quachora? perguntou o pintor.

O pobre diabo, a voz embar*gada pelos soluços, exclamou:

Como meu pai está mudado!

Assim como O TICO-TICO éa única revista uo gênero qu.encerrra todos os requisitos pararecrear c educar a criança, o seuAlmanaque contém, como nãopodia deixar de ser, um reposi-torio vasto des mais úteis ensi-namentos. E' ele o brinde C"bi-çado por todas as crianças. Esteano essa útil publicação vai ex-ceder, quer na sua confecçãomaterial, quer no copioso e edu-cativo texto, a dos anos anterio-res. As mais belas historias dcfada iis lindos brinquedosde armar, comédias, versos, bis-t> >rias, conterá o primoroso AL-MANAQUE D'0 TICO-TICOpara 1932, a sair em Dezembro,nas proximidades do Natal.

Cada pagina de>se lindo anua-rio é tun beneficio á infância,pois encerrará proveitos apre-ciavei-. ao espirito dos pequeni-tos leitores.

A P O L E Ã OCerto dia, na reunião do Conselho,

o general dc Gassendi, o respeitávelgei.cral Dejean, o ministro cio interiorc varias outras personagens se reuni-am para suplicar ao Imperador quefizesse comandante de batalhão umcapitão de artilharia, que havia pres-tado assinalados serviços no interior.f> ministro da guerra recordava que,

le quatro anos. Sua Majestadetinha três vezes riscado o r.ome desseoíi.ial do decreto de pronioçüo. To-

haviam abonado o bom oiici-ai para suplicar ao Imperador.

— Não. Senhores! Jvuais cor.en-tirei cm promover um oficial que Inmais de dez anos não entra em fogo!Mas todos sabem que eu tenho um

-tro da guerra que me fez assinardecretos de surpresa.

No dia seguinte Napoleão assina-em ler, o decreto que nomeava

comandante de batalhão o bravo of:-cia!.

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4 _ Xovemln-o — lí>31 — 21 — • O TICO-TICO

HISTORIA DO REMGWE' curiosa a historia do relógio.O relógio de bolso ocupou na

indumentária, o logar de honra.No século XVI, isto é, em suaépoca primitiva, se consideravaímiito precioso e era fabricado comtal luxo, que para mostrá-lo usa-va-se pendurado ao peito especial-mente se era em fôrma de cruz.Os relógios desta forma, — cha-niados "cruzes peitorais", passaramdepois para a cintura e aí pernin-neceram muito tempo. Assim ti-nham-nos ao alcance da mão parapoder consultá-los com facilidade.

No uso do relógio de bolso,prevaleceu a questão da segurançae, ao aparecerem os relógios, apa-receram também os sistemas paratrazê-los presos de modo que sepudesse aproximá-los facilmentedos olhos.

O trazer o relógio pendurado aopeito ou na cintura não foi conse-quencia da moda e sim de unianecessidade; porque a disposiçãode seu maquinismo, assim o exigiapara o seu bom funcionamento.

Independente das composiçõesdecorativas para os relógios pro-prianiente ditos, os mestres ador-nistas do século XVI, idealizaramjóias com movimentos e quadran-tes cheios de pedras preciosas, paratraze-los colocados, geralmente emuma fita, mas não esqueceram ascorrentes.

Em meados do século XVIITPuseram muito em moda os "ber-loques", que duraram mais de uniséculo.

Em 1821, apareceu a corrente docolete, que se usava solta comoatualmente, ou então penduradapara íóra do bolso.

A gente do povo na Hcspr.nh:° usava ha um século na faixa,com um cordão do qual pendia achave para dar corda.

Atualmente desapareceu p o tr'inpleto o logar de honra para orelógio. E' verdade, que o relógiomoderno não se presta para ador-"o, usa-sc geralmente no bolso docolcte; as senhoras usam-no comoPulseiras-, anéis ou botões.

O relógio, em nossos dias. não

é uma jóia e sim uma utilidadepratica.

Daí vem o habito de prendé-ioao pulso com unia tira de courouu fita.

A fantasia tem vasto campo cmassunto de relógios, c vêem-se curió-sos modelos para altinetes, paraadaptar aos sapatos e ás fivelasEsses objetos deram ao relógiouma importância que ainda nãotinham alcançado. Umas vezesusava-se o relógio, no bolso docolete, deixando de fora os "ber-loques" qne eram numerosos evariados.

Como acontece com todas asmodas, não tardou em aparecer aestravagancia e, para se considerarelegante, era preciso usar dois re-lo^ios.

No tempo do Diretório, na Fi-an-ça os elegantes usavam um relógioem cada bolso, colocando por forauma corrente com os "bcrloques".

Os homens eram menos estrava-cantes do que as mulheres no mo-do de usar o relógio.

Também usavam dois relógioscom um cordão de bolinhas de açotalhado em facetas ou uma cor-rente de grande valor.

Franz Brentano, no "Caso doColar", diz: "A corrente de umrelógio era formada por três ordensdc diamantes, terminada por seisgrandes diamantes, de dois dosquais pendia unia bolóta de dia-niante; do terceiro uma chave deouro, guarnecida de diamantes, edo quarto, um sinete de ágata.

Em 1790, a corrente desempe-nhou um papel político em França.Os jovens aristocratas, ex-fidali:nue começaram a acostumar-se coma constituição franceza, usavam otraje de "semi-convertido", isto é,de meio luto. Dois relógios, umcom a corrente de ouro e outrocom um cordão preto.

Na Kevolução Franceza aindahavia algumas pessoas que usavamdois relógios com correntes ou cor-does, dos quais pendiam chaves,«metes e "berloques"; mas desdeo começo do século XIX não seusa senão um. relógio.

A^vvVlAlVVVwvvv^A<^vvvvv^AlV^^^^^

Onde foi avovózinha?

Minha querida mamãe,Onde foi a vovózinhaQue de noite me contavaHistorias da Carochinha?

Meu filhinho, meu amor,Escuta, vou te contar:Era uma vez uma fadaD'olhos lindos, côr do mar...

Era a fala da InocênciaOue vivia mui felizNos olhos das criancinhasDe seu florido país.

Numa tarde, a linda fadaVeio beijar-me, garrida....Tinhas nascido, meu filho!...Pedaço de minha vida!

Mãezinha do coração,Essa historia é bonitinha...Mas eu quero que me contes:Onde foi a vovózinha?

¦— Meu filhinho, meu encanto,Escuta, vou te contar:Era uma vez um meninoOue era lindo de encantar...

Nos seus olhos estreladosHavia tanta ternura,Oue neles fora morarA fada da formosura!...

Minha adorada mamãe,Essa historia terminou?Onde foi a vovózinha,Onde foi que não voltou?

Meu filhinho, meu tesoure/,Agora, vou te contar: 'Era uma vez uma estrela,Uma estrelinha a brilhar...

Outro dia, essa estrelinhaA vovó veio chamar...Ella queria escutarHistorias da Carochinha!...

Mario Marques de Carvalhol^vv^^v/v^vv^vvvvvvvvvvvSl^^^^^>MAArV

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O T t C () - T I t: o

Historia da M\o\cmbn* — !í>:;i

u s i c aR E H

A Renascença modificou imensa-mente a arte musical da IdadeMedia. No século XV esperançasdoiradas surgiram na alma ansiosa

¦ ompositores... era a influen-cia benéfica da Renascença, modi-ficando, facilitando, tornando cs-pressivos e sentimentais os estilosmusicais. Foram reduzidos os an-tigps modos, aproveitando-se o tr;t-balho dos trovadores franceses.

Dentre os muitos mestres destenovo si-tema musical destacamos:— Dufay, mais tarde Joaquim desPrés, Jean Ockeghen, mestres dasescolas neerlandezas. Esses compo-suores escreveram musicas a três,quatro e cinco partes, originando oquarteto c o quinteto musicais.

)s principais estilos dc composiçãoda Renascença, furam a missa, 0mòtete c a canção francesa.

A missa dividida cm cinco par-tes baseava-se num tema tirado dumcanto gregoriauo ou de uma melo-dia popular.

' >& polifonistas da Renascençaconservavam as tradições passadas.O motete limitava-se ao estilo se-vero do contraponto a quatro oucinco partes sem acompanhamentodc outros instrumentos. — O que

DStituia o estilo mais em voga emtoda a Kuropa desde os fins do se-cujo XV era a canção francesa ale-gre, simples e encantadora... po-demo-la comparar á musica de "ca-mera" atual...

(Chamava-se antigamente Musica<U- Camera, a musica profana, em•..posição á musica sacra).

"Hoje dá-se o nome de "Musicade Camera" a toda musica executa-da por instrumentos de s

Jjjfò

S C E H C H! MERVYU

cm conjunto, incluindo as vozes hu-manas'7 (A de Rezende Martins).O "niadrigal'' na Itália rivalizavacom a canção franceza, pois era emgênero muito semelhante. A Ale-manha nesta época não tinha certodesenvolvimento musical, pois, pro-tcstantc, nã< admitia musica u-li-gtósa cantada etn latim, tolerandosomente "O

gloria tibii domine" eo "Kyrie". Isto concorreu paraque Os germanos formassem umestilo próprio, essencialmente ale-mão: o coral, reunião de vo/cscantado em lingua vulgar com •)acompanhamento .severo do órgão.

¦m i_n __ ^_^<n?_ VÊ \ QJ><?___-# -^

Ir/J mi__r Ti í ¦'mm

A musica instrumental, até entãoadormecida, vibrou numa completatransformação.

Apareceram os instrumentos deteclado; o cravo, i (, clavic mo !ntli. (alaude) instrumento decorda de uma importância conside-ravel, pojs acompanhava outrosinstrumentos ou vozes. 0 órgão Foiaperfeiçoado, tendo mu papel im-por tante. Constitui ram-sè doí

liniíicai-^ Q galante e O severo.

O galante, estile» do buli e do era.vo, cãratérizou-se pela alegria c be-leza da melodia quasi sempre acom-panhada pelo coro de vozes. O se-vero, estilo constituído especialmen-te pára d órgão, resumia as re-gras absolutas da polifonia. Nestaépoca os instrumentos dc arco,atingiram a um certo grau de per-feição, sendo o violão destinadopara a musica alegre e dansant. co-mo eram as festas da corte; o violi-no era tocado essencialmente p"t*verdadeiros artistas. Os mais im-portantes instrumentos de soproeram o trombone, a flauta de bico,a flauta doce e a cometa.

Apesar desse considerável desen-volvimento instrumental não eramorganizadas orquestras como naatualidade. — '"Os conjuntos obe-deciani á junção de diversos in--trumentos iguais; cinco violinos,seis flautas, tocando cada reuniãode instrumentos separadamente semv. conjunto completo da osquestramoderna". (Cilda Capanema). —E assim terminou a Renascença,época maravilhosa em que Honrarae resplandeceram as grandes boneco-ções musicais, onde desabrocharàfncomo botões dc rosa á flux do sole da vida o geui i e a alma \ibratildo artista evoluido.

S »bre as épocas inesquecíveis daevolução gradativa da musica, Ko-main Rolland abre a pagina doiradado livro de Paul Sandormv: —

le chant des sièclcs e Ia ílcurde fhistorie; elle passe sur Ia do(!.leur (oinnie SUr ia joie de riunua-nilé".

Continua (Musica Brasileira)

\\ Mj _ j_cAfc.-í_rSKjA ______"^V^^HS^^IÍ^ ________¦

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'i — \o\rmlMii — 1931 .. Tlíü-ll< O

Exercicüo escolar

Desenho i»;n;i colorirÀ'1_' __. _ wSp k1''"-""/^

P~ - mmf W/Ê mBL jn/MliM H ^\vk

¦ f*iR_&J_sSv™-C2*-\C,< fi Jkí-S_.^_:S-

1'ara exercício de desenhe dos menino.- na- escolas, ou me .111 em ca-a, damos nesta pagina algu-mas gravuras de ave-, Com lápis de côr. ou aquarela, devem os rtOSJOS amiguinho.- colorir tocas essasaves, enviando o trabalho executado á redação d'0 TtCO-Tico — Rua da Quitanda n. 7- Os melhorestrabalhos serão selecionados e seus autores terão seus nome- publicados eni logar de honra desta pagina.

A vida

Como e do domínio dc todos.a vida seu objetivo é medíocre.< i Creador dotou cada viventec 'in um talento a d.-cnvol\er-se.Xão raros s que não desço-liicm o talento que em si dormiu.Empreendeudo-se um trabalhoe deparandt>sc COtll o iii-uce—o,deve-se experimentar qualqueroutro ramo dc atividade, e nãoquedar--e vencido! Ao- vinteanos, todos já devem ter traçadoo caminho a seguir na grande•'¦'ireii.i da vida.

Aos doze ano-, Edison, o me-nino prodígio, já havia elah »rad i'im plano. Aspirava por in\*entar¦>u descobrir algo que exercinfluencia bastante paraluz elétrica — uma luz capaz desubstituir i' brilho d<»s ra- • -o-lares.

E conseguiu o que desejava.

<&

A _r_ iA ni... r sempre bo mprs

coropassiva. _$pipre carinhosa-••Quando o filho ingrato lhe dir:-__ uma

i (cia, cila diz tristemente:— ''Meu filho um dia ha- de t

repender ofendido tua mãe'."*Ma. quando o filho prato lhe obe-

ikce e i-ir, r(iin>. ii;_ boto-dosamente:

"Meu filho. procedendo sempreS, ierás v.raniU- I

no céu. pois Deu. não ;l n»e~,re!

Anda -einpr. assim <i"e •> mundo.cidade, Uni-

...I-: é a i. filho

, lhe o '.'beijando-o -frita.

E I><_ (|u:u!'lo no- den no, fcltcldadi.

¦!!u„- amiga na terra. . .

Ad-Ui-c C. V....1HÍ.

O _i_o__u_r_e_itc> doChràsío Redentor

imponente estatua de¦ ..edentor. da p,

trurada im Corcwrado, tem -tes medidas:

I

0 Corcovado tem m. 7 Id,- altitude.Aluíra total dc monuui. m. "S ítí

. estatua WWa da cabeça i 75

pritneuto da mão • -^ 20Distancia t-ntr. .os extras.

dedos "2800

ni -00i da túnica no tronco " . ."0

ira da ma*

iroxiftia-ente

. ...•luilinal doa

interro-re i> '

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O TICO-TICO 24 — Novembro — 1931

Asaventuras

doGato Felix

(Desenho de Pat Sullivan

— Exclusividade do "O

TICO-TICO" para o Brasil)

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O dono da loja de bichos estava empenhado cm vender a um freguês um to-nico que fazia nascer cabelos em quem nào os tivesse.

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(.. .-...„... -* .li'* IIH-.IIIU l.«. ¦-¦

"Mas o freguês disse que só compraria o tônico se o ' Gato Felix, olhando para uma gaiola, viu quevendedor esperimentasse na cabeça de uma águia que havia na o pássaro que ali existia havia fugido. — Co-loja. O logista desmaiou... mo ha de ser agora?....- ¦¦' «I* pi-H 1

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¦»!" . I | I Y*",V !,

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..-.. O patrão vai dizer que fui ...uma idéa genial! .. .fingia de passarinho bebia um ...da gaiola, viueu que comi o pássaro! — disse Vou fingir de passari- tragozinho do licor de cerejas do uma cousa que oGato Felix — Mas tenho.._¦ nho. E enquanto... patrão! Gato Felix, saindo... alegrou.

_.X-L.--oi*-.

~_._ít «>_.

.^--."'X* *.v^v^. l*- V>-^Vv\t«...Era uma graciosa criatura que, elegantemente vestida,' ...olhando para o nosso camarada ....pela jovem.entrara na loja para comprar qualouer cousa. — Quej Gato Felix que se. viu agarrado elindo gatinho! — exclamou a lovem,..,.» abraçado..,. (Continua)

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4 Novembro — 1931 O TICO-TICO

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Colaboração de LuísScí eGalvão deQueiroi,neb,exclu-sivatnenre paraO|-8C0.f|cO

Quando Réco-Réco fez anos, papailhe perguntou o que queria ganhar, co-mo presente. — Uma maquina fotogra-fica! foi a resposta. E no dia dos anosganhou a maquina.

Foi um alegrão! — Agora vou serrepórter fotográfico! — dizia ele. —Vou fotografar vocês todos para sair afotografia no O Tico-Ticot Vocês vãovêr que beleza!

No domingo, com esse propósito,convidou alguns colegas e depois de to-dos presentes foi buscar a linda maqui-na fotográfica.

Réco-Réco estava radiante pois iatrabalhar pela primeira vez com magné-zio. Preparou o pessoal num belo grupo,focalizou, pôs a cabeça fora do pano...

.. .varias vezes, até que achou já podeibater a chapa. — Atenção! Olhem todospara aqui! — comandou alto. E empu-nhou o aparelho de magnezio

A<$JAm -======<=*

...Atenção! — repetiu ele e... — Pum!Wma nuven de fumo, precedida de umclarão intenso, envolveu tudo... Quan-do essa nuvem se dissipou, todos,»,

...ficaram doentes de tanto rir O nosso fotografo es-tava em lamentável estadol Os outros meninos fizeramuma algazarra doida. E Azeitona, não se contendo, se-gredou ao ouvido de Réco-Réco; — Você até parece queé meu irmão...

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O T I C O - T I C O — 26 Novembro ty«j t

"> ftiV/VAVWVVVV' -¦W*' rw-,»*'

Consultório da CriançaO T í T E

Não raras vezes somos chamados¦i.s pressas para ver uma criança quegrita desesperadamente, alvoroçan-tio os pais que ficam desnorteados.Quando se trata de crianças maio-res de um ano a atenção chamadapara o ouvido que doe, faz imedia-lamente a mamãe preparar um óleoquente ou uma cataplasma que,sem demora, será colocada em ei-ma da região dolorosa.

Nos pequeninos, porém que aindanada dizem, a inquietação, o desas-sossego, o choro sentido e os gritosestridentes formam o quadro assus-tador. As inflamações do ouvido(otites) são freqüentes nas criau»ças.

Quasi sempre após ou no decursode certas infeeções, principalmenteD sarampo elas aparecem. Nas cri-ancinhas de peito muitas mães quan-do desconfiam da otalgia (dor deouvido), porque o filhinho está ir-ritado, choramingando, não que-rendo mamar, etc, usam pingarno conduto auditivo algumas gotasde leite quente! Esse habito deveser abandonado pois em vez de fa-zer desaparecer uma coisa que erasó suspeitada, provoca frequen-temente verdadeiras inflamações.Tambem não devemos limpar osouvidos com grampos, palitos, etc.Muitas crianças gostam de brincarescondendo no ouvido grãos defeijão ou milho. Sem aspereza de-vemos aconselhá-las a abandonartal pratica. Os abeessos, as compli-cações graves e mesmo mortes de-pendentes de tal habito, não sãopouco numerosas. Ar otite muitasvezes vem acompanhada de febrealta dores, agitação, inapetencia,etc. em outros casos tem uma mar-cha insidiosa, com sintomas omitediscretos, de modo que, o medicanunca deverá esquecer de examinaros ouvidos do seu clientezinho. Adiarréa, os vômitos, a palidez, o so-no agitado, a febre baixa que não

quer ceder á medicação usual, sãomuitas vezes dependentes de uma

inflamação de ouvido (otite) quenão foi diagnosticada.

Como devemos tratar um peqtre-nino que sofre de dores de ouvido?

As compressas de água e álcoolbem ementes, as cataplasmas co-muns ou de antiflogistine coloca-das varias vezes em cima da partedolorosa ao mesmo tempo que 8a*mos á criança a quinta ou sexta par-te dum comprimido de aspirina ousalofeno em regra resolvem a situação.

Instilar no conduto auditivo trêsou quatro gotas, cinco vezes ao dia,de glicerina fenicada a três ou qua-tro por cento, dá em alguns casosótimos resultados,

Quando, apesar dessas medicações,o doentinho continua com febre mui-to alta, muito agitado, com grandefastio, etc, o medico da familia

.-***-*•*"*'*•*•*-*"*'***••*-*"*•*-*********•**.•.*--*»

NUMA EXPOSIÇÃO DE BE-l.AS ARTES

Na verdade, não aprecio mui.to a escultura, entretanto certaocasião, uma cabeça de mulher,liem modelada em mármore, meiez chorar....

Tinha tanta expressão assim?Não, filho. Caiu-me sobre o

pé e csfacelou-me um dedo.

IW^AW.".V-*.WA".".V."."AVJ

PÍLULAS

/fi*- á$!i-r**«ffo^^A(çrZ&»a. -Cy

(PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-FHYI.INA)

Empregadas com suecesso nas moles-tias do estômago, figado ou intestinos.Essas pílulas, além de tônicas, são indi-cadas nas dyspepsias, dores de cabeça,moléstias do figado e prisão de ventre.São um poderoso digestivo e regulari-zador das funeções gastro-intestinae».

A* venda em todas as pharmacias.Depositários: João Baptista da Fonseca,Rua Acre, 38 — Vidro 2$500, pelo cor-reio 3Ç00O -- Rio de Janeiro.

deverá ser chamado, para mais acer.tndamente dirigir o tratamento. -

CORRESPONDÊNCIA

MADAME MARIA TIIERE-ZA (Curitiba) — A senhora devedar em vez de vinte gotas «Io reme-dio, sessenta ou sejam vinte golastrês vezes ao dia. A alimentaçãodeve ser de preferencia frutas e 1c-gumes. Vida ao ar livre.

O álcool deve ser abolido comple-tamente. Os banhos de luz violetadão bons resultados.

O café e o chá deverão ser sub-stiíuidos pelo mate.

O lombrigueiro poderá ser dadocom precauções.

MME. JULIA GONÇALVES(Rio) — O seu filhinho com doismezes' e com quatro quilos de pesoe que não recebe bem o leite devaca (está vomitando e tem umpouco de diarréa) deve passar paraalimentação natural. Se não foipossível, dê Jcitclho Nutricia.

Seis mamadeiras por dia com cemgramas de cozimento de arroz maisuma colher, das de sopa, de leitelhocada uma.

MME. ZAIDA RIBEIRO (Rio)— P«Sde dar mamão. Os doces decompota (pêssego, pêra, etc.) sãobem aceitos nessa idade.

MME CLOTTLDE (Rio) — Sto seu filhinho está aumentando depeso, pôde continuar com o regi-me que está mais dois meses.

Não há inconveniente.Qualquer alteração que ele apre-

sente é favor avisar.

AVISO — As consultas sobre regi-«ucs alimentares e doenças das criàn-ças podem ser dirigidas ou para o con-sultorio ou para a residência do

DR. OCTAVIO ANüELO DA VEIGADirector do Instituto Pasícur do Rio deJaneiro. Dos Consultórios de Higiene In-fantil (D. \T. S. P.) Medico da Crecheda Casa dos Expostos. Especialidade: Do-enças das Crianças — Regimes alimen-tares. Residência: Rua Jardim Botânico,'174 — Telefone 6-0327 — Consultório:Rua da Assembléa, 87 — Telefone 2-26042.as, 4.as e ó-as — De 4 ás 6 horas..

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4 — Noveiiiuro — 1931 27 —: O 5 i C O - T 1 u o

*^s,

ÍRESÜLTADO DO CONCURSO N. .3.587

Deus dá nozes a quem não tem dentes. —Solução exacta do eriigma.

SolucioiiislüS r-í JCimy Cony, Carlos Ce-sar Guterres, Wagner Bonecker, MariaApparecida, Maria Thereza Coelho, Lau|rentina Ferreira, Sebastião Graças Alva-renga, Nelson Vassone, Maria Elisa Ra-mes, Anna Aguiar, Reynaldo M. Moraes,Francisco de Assis Lopes, Etelvina Wá*.meck de Almeida, Elvira Graeff, Antonie-ta Pinto, Edgard Raymundo da Silva, Wal-tíyr de Oliveira, Heliton Motta, Humber-to Barbosa, Hélio José S. de Oliveira,Haydie Vieira Agarez, Natalina Ramos,Rubem Dias Leal, Adamo Schocair, Le-'vino de Souza, Antônio José Caetano daSilva, Bemadete Theophilo de Souza, LuizH. Leite Cintra, Yolanda Michilato, Bea-triz Xavier, Moacyr Pinto Coelho, Rena-to Espirito Santo, Leda de Faria Pinto,Alfredo Cunha c Silva, Lyzete Gusmão.Maria Dutra Lima, Luiz Duvaldo. Cantei-ro, Fernando Otávio Gonçalves, Martinia-no Lins, Luly J. Baltar, Ary MartinsAmaral, Eleufrido P. Lupi, João Pagano,Jcão M. Cardoso, Admaldo Cardoso Bot-to, José Mauricio. Adhclmo M. Cardoso,Dylson Baptista, Nilo C. Ribeiro, CarlosFernandes, Frederico Heé, Edmundo Sodréda Rosa, Jorge Campes, Marina Vaz Li-ma, João Cândido, Athos César Baptista,Silvia Araujo, Raul Castro Filho, Orlandode Castro, Sylvette Mendonça, Keula San-tos, Oswaldo Cândido de Souza, RulrnDias Leal, Sylvio Rhodes, Guino Santos.Harry Rergan, José Rnivo, Américo Fio-

I

USEI TUDO

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WÊÊÊÊ

rentino, Jttcy Neiva, ticrmcnegildo Ada-«li de Carvalho, Arlctte de Almeida, Brac-cini Braccinin, Oswaldo Cardoso de An-drade, João Paulo Filho, Nise Santos, Jua-rez G. Ferreira, Luiz Paula Ferreira, Tu-py Correia Porto, Affonso Henriques deEritto, Acir Baungratfz, Lucas MartinsMonteiro, José Correia, Geraldo Rocha Pin-to, Rachel Cook, Paulo Pacheco Fleury,Francisco Carlos da Luz, Antônio Pimen-tel, Maria de Lourdes, René Fernandes,Aluizio Medeiros, Eduardo Pereira da Sil-va, Manoel Paiva Feliz1, Vinicio d'Ange-lo Castanheiro, Benedicto de Moraes, Li-

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lian Borges Cruz, Cid Henriques I<crnar»'ffes. Jorge Feres Lian. Hebe Duarte Ma-

galhães, Walter Martins Jorge AmbirustLima, Marina de Freitas, Jice de ToledoSantos. Ney Athayde. Hayel Meirelles. My-rian Carneiro da Silva, Almerinda LopesPereira, Edith Rodrigues da Silva, Days eLcrice Martins, José Allan Dias BertWinJlysãíel Miranda Terras, Yolanda Laffran-chi, Myriam de de Souza Lopes, MariaLygia, Iraydes Francia.

Foi premiada, com um lindo livro dehistorias infantis, a concurrente:

IRAYDES FRANCIA

de 12 anos de idade c residente á Aveni-da Ruy Barbosa n. 19, em São João d'ElUey, Estado de Minas. Gerais.

RESULTADO DO CONCURSO X. 3.550

RtspoÀás colas:

1« — Clara.2" — Gama-Ganiãcv3° — Armando.4° — Facão.5a — Dnça.

Solucionistas — Janulc Japur, Sylvjo.Araujo, Carlos Altamirando, íielio Joséde Oliveira, Cleto Bahia Silva, AntonietaPinto Cardoso, Lúcia Syrah, Luiz M. Nu-nes, Hélio Ferreira Mendes, Jara F. Lo-pes, Flor de Luz Baltar, Eweiton ViriaU)de Freitas Yvonne de Souza Ribeiro, Lotsr-des André Mello, José Marinho dc Car-valho, Silverio da Piedade e Souza, JoãoBaptista, Haroldo B, de Carvalho, Oswal-do Pinto Fonseca, Pedro C. Neves da Ro-cha, Reynaldo Mello Moraes, Jeaiinc D'.^!-1,Elza Nunes, Maria de Lourdes G. Castro,Ilka Hotz, Ary P. Fagundes, Maria Du-tra Lima, Laurentino Ferreira, Maria An-tonia de Araujo, José Mauricio CardosoBotto, Maria Helena Carvalho, SebastiãoGraça Alvarenga, José Blotta Junior, Ja-merson Silva, Ada D. Vianna, Maria Na-zareth, Leda de Faria Pinto, AdovaldoCardoso Botto Barros, Langleberto de Sor-za Netto, Adliclmo Mauricio Botto Bar-ros, Ildelino Moacyr de Carvalho, JoãoMattrieo Cardoso, Alberto Lopes Filha,Maria da Gloria, Vicente de Paula ReisRubens Torres Carvalho, Edwin Paul Ta-ves, Marcos Tendler, Jorge Linia Figtiei-redo, Nice Santos, Caio A. Domingues,Nydia de Paula Pereira, Yolanda Laffran-chi, Maria José Barreiro da Fonseca, Leo-Ilida Paiva Teixeira, Carlos José Lugan,Maria Luiza Cavalcanti Hemencgildo,- Ada-

MEU FSLHgftHO:

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O TICO-TICO -- 28 Novembro — 1931

mi de Carvalho, Maria Alice Lins, Arkt-te de Almeida, José de Oliveira Moura,Diamantino Fiel <je Carvalho, Álvaro Al-ves de Faria, Nice de Toledo Santos, Ayr-ton Segundino, Rachel Cook, Marilia M.Amaral, Américo Gomes da Silveira, Brac-cini Braccinin, Constância Josephina deSouza, Dylson Baptista Drummond, LedaMachado, Daysi Lorice Martine FernandoOctavio, Norival Lauro Cotias, Leda Soa-res Teixeira, Maria do Carmo Carneiro,Japão de OÜveira, Helaton Motta, WalterMartins, Reginy Tavor, Musa d'ÂngeloCastanheiro, Maria Thereza Castanheiro,Vinicio d'Angelo Castanheiro, EdmundoBarreiros de Lima, Ayrton Sá dos Santos,Dina Maria Neves, Rubem Dias Leal, He-lena Sá Cavalcanti, Levino de Souza, Jor-pe Lian. Odorico Pires Pinto, Tupy Cor-reia Porto, Lilian Borges Cruz. OswaldoCândido de Souza, Maria Edina Gabizo deFaria, Kepler Santos, Cyro Azevedo Ara-ujo, Euiina Reis, Raul Costa Filho.

Foi premiada, com um lindo livro de hís-torif.5 infantis, a concurrente:

HELENA SA' CAVALCANTE

de 8 anos de idade e moradora á rua Al-mirante Salgado n. 24, nesta Capital

CONCURSO N. 3.602

Para os leitores desta Capital c dosEstados próximos

Perguntas:

1* — Qual é o movei que semtuna letra é prisão?

(3 silabas) Izabel Galhardo

2" — Qual a peça do vestuário

«1 _XN.3_ 3<T EOd VVHXNOD 0ICI3W3H HOHIHKo 'vsoism '_¦_ f_?_»„ =oh-I3XNI Via O VIX3JHH HÍ1ÕOHNISIA OQ OIVDVdVX Od

ESTE VELHOTE TEVE UMDIA, TERRIVEI DOR DE DEN-TE E LEMBROU-SE LOGO...

formada pelo sobrenome e pela avedomestica ?

(3 silabas) Da mesma

31 — Qual o inseto que sem aprimeira sílaba é capital de paísamericano?

(3 silabas) Arcilio Bais

0 MENINO0 RAPAZ

9SS

a_»

0 H0ME1!

ÂTRAVEZ DAVIDA,

cm qualquer idade sócompram..,

NO GAMIZEIRC28/32 Assembléa

4* — Qual a serra brasileira quetem nome de calçado?

(4 silabas) Do mesmo

5* O que é, o que é que tem fo-lhas e não é arvore?

(2 silabas) Romeu Silva}

A.3 soluções devem ser enviadas áredação d'0 TICO-TICO, devida*

Ü303S 30-301= loao;

ODÂ E lo

a £2 U tin fíi s%n/ri

A' VENDA O NUMF.RO DE UNOVEMBRO. n

TENDES FERIDAS. ESPl*NHAS. MANCHAS. ULCE*RAS. ECZEMAS, emfitn qual-quer moléstia de origem SV-

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JoSo da Silva SilveiraPODEROSO FORTI*PICANTE PARA OSANÊMICOS E DE-

PAUFERADOS.Empregado com sue-cesso nas Tosses.Bronchites e Fraquera

GeraL

mente assinadas, separadas das deoutros quaisquer concursos e aindaacompanhadas do vale que vai pu-blicado a seguir e tem o n. 3.602.

Para este concurso, que será en-cerrado no dia 27 de Novembrocorrente, daremos como prêmio, porsorte, entre as soluções certas, umlivro de histórias infantis.

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Novembro — 1931 — 29 —

CONCURSO N. 3-60 x.

Para os- leitores 'desta Capital e dos Estados

O TICO-TICO

[________. „«e><r^j8 _f? w\ // \l/' __/_£(

li Twr_£-_^_^_|^B

WmYY ° lw7 1k x>_âcv^nâáBI MÊrZ&lm ^U| !&_________ /Jmmm. ^tyÁmkwvSsi'vJf \ JÊm

I If in ^-^TíBP vi wr\j v^^fl

11 'yfiy, ^ ^ l yi^fm}Recortem os pedaços do clichê aci-

iria e formem com eles a caricaturado Mestre Boi.

^•As soluções devem ser enviadas áredação d'0 TICO-TICO, separa-das das de outros quaisquer con-cursos e acompanhadas, não só dovale que vai publicado a seguir etem o n. 3.601, como tambem daassinatura, declaração de idade eresidência do concurrente.

Para este concurso, que será en-cerrado no dia 1 de Dezembro, da-remos como prêmio, por sorte, en-tre as soluções certas, um rico livrode historias infantis.

VALEPXILA.CONCfcRfO

i%* 3.C01

WMÊÊlv y /mL ha 28 annos se ,é cm ,0d° °^^^i,JW^ê^y&$^W Brasil, mesmo nas mais modestas^^

jf^^d^ÉS^ / e d'stantes localidades. __, ¦¦-_«---= =-=¦ ^

ACABA DE A 'P P ARE C E II

CANTIGAS DE QUANDO EU ERA PEQUENINA.dé

CEIOAO de BARROS BARRETO..'"'¦ mt o d a t, as' io as livrarias

Historia triste deuma boneea

A minha historia é triste.Vivia eu 110 bazar do meu dono> urri

rico fabricante de brinquedos, em uma' prateleira alta, no meio de outros bo-necos. Era uma linda boneca de "bis-

cuit", loura como um raio de sol e deolhos azul celeste, vestida á moda dascamponesas da Itália.

Passava uma existência feliz, pois osmeus companheiros me estimavam bas-tant.e.. Á' noite quando os empregadose o dono do bazar saíam, nós faziamo"a nossa folia

' Entre todos os companheiros, um po-•'chinelo feio, barrigudinho, risonho, ga-nhriu a minha amisade sincera. Não se-

porque gostava tanto do pohchinciofeio, que fazia momices para a gente rir.

Um dia, apareceu na loja um senhorbem vestido trazendo pela mão umamenina, que devia ser sua filha, porquese parecia muito com ele. Desejava

comprar uma boneca para a pequena. .• A menina viu todas as bonecas,_ mas'

nenhuma lhe agradou. Por fim o caixeiroqne os servia, subiu á prateleira altaonde eu estava, e tirou-me de lá.

Se não gostar desta, não temosmais nenhuma.

A menina fitou-me por um momento-e falou:

Levarei esta, papae; é muito 5o-nita.

Qual ê o preço dela? perguntou opai da menina.

Cincoenta mil réis.O senhor pagou a importância, e foi-

«e com a menina, que me levava nosbraços. .

Ao chegar ú casa. botou-me em umaeadeirinha, no seu quarto de dormir. Emcima da cama e pelo chão havia brin-fjuedos estraçalhado?, bonecas sem bra-' ços c sem cabelos. Compreendi quc essehavia de ser o meu fim. E assim foi-

Dias depois fizeram o meu batizado:'uma festa muito bonita, é verdade. Bo-taram-mç o nome de Luiza.

Passaram-se meses. Eu já não pareciaa mesma.

Estava tão feia como as outras bonc-cas. minhas companheiras dc infortúnio evitimas da descuidada menina.

Não sei porque a minha dona gostavamenos de mim do quc das outras bonecas.Fiquei muito sentida com isto.

Um dia ouvi a senhora falar a filha:A tua Luiza está muito estragada,

Amélia. Bota-a no lixo.—- Sim mamãe, estou á espera do li-

scíro.E dizendo isto, pegou-me. pelo braço e

levou-mc para a cozinha.E agora estou eu aqui, neste cantinho

escuro da cozinha, á espera do lixeiro,que decidirá definitivamente a juinha sor-te. Para onde irei? Não sei.

Devanaghl Corria ,

{12 anos)

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O i 1 C O - 1 S ( O — 30 — Xnvcmlm» 1981

r^A^rSp^i

MINEIRO DA GEMA (Parácie Minas) — Como deve ter re-.*parado, já adotámos a nova orto-grafia simplificada de acordo como que fui convencionado' entre aAcademia Brasileira de Letras esua colega de Ciência:-*, de Lisboa.

Quanto ao horóscopo das pessoasnascidas a '/ de Janeiro ha o se-giiiiite:"São nobres e leais, e têm muitadiplomacia, pelo que alcançarão ele-varias posições conforme aspiram.

Com facilidade conseguirão rique-za no cemercio, onde serão felizes.Terão saúde regular, sendo, entre-tanto, sujeitas a quedas e conlu-soes nas pernas e nos pés.

Seu melhor dia da semana é aquarta-feira".

MARIÇJUIN-HAS (Rio) — Sualetra revela inconstância, loquaci-dade, espirito irrequieto, vibratil.Ha também muito nervosismo, im-paciência, volubilidade. Entretanto iboa pessoa, gentil e amável.

O horóscopo dos nascidos a C deJulho é este:

"São muito amigas de elogios, danotoriedade e da fama. Têm coraçãogeneroso, franco, são inteligentes ede muita habilidade para as gran-des empresas. Seu defeito principalé gostar, de fazer critica dos defei-tos dos outros c zangarem-se quan-do lhes apontam os seus. GosarãoLoa saúde, porém, sofrerão dos rinse dos pulmões na velhice".

TULITA (Pitangueiras) — Sualetra redonda e regular indica boa-dade, doçura, generosidade.

Vê-se ainda alegria natural, ini-ciativa própria, atividade mental,entusiasmo, esperança, ambição.

O horóscopo das pessoas nascidasa 19 de Outubro é este:""'São volúveis, inconstantes e vi-vem, como mariposas, de flor emflor atraídas pela luz.

Por esse motivo não serão felizese muitas decepções terão de sofrer.São ativa?, entusiásticas e alcançam

tuüò que desejam pela sua forra devontade, nada as desanimando. Ape-sar de honestas, têm c defeito deretardar o pagamento das suas di-vidas. Ficarão velhas depressa '.-.'-

vido ao seu nervosismo".Seus dias mais 1 felizes são as

quartas c .sextas-feiras; seu melhormez s o de .Agosto; suas pedras la-lismans: o diamante c a opala e suascores preferidas o roxo e o azul"'.

RAIO X. P. T. O. (Baía) --Letra de pessoa curiosa, franca, de-cidida, leal, atenciosa.

Falta-lhe o senso da medida, tal-vez por ser muito exuberante nosseus sentimentos.

O horóscopo das pessoas nascidasa 25 de Agosto é este:

"São dotadas de grande poder desimpatia e atração, conseguem ins-

afetose apaixonadas. Ficarão muito

pirar grandes atetos e sao gênero-sasvelhinhas, embora cheias de acha-qües na velhice. São inativas, em-hora tenham bastante habilidade, sõtrabalham quando são a isso obri-gadas"."

FLOR DF LOTUS (Nova Fri-burgo) — Sua letra é um tantoconvencional, do tipo dessas que sechamam do Sacro Cceur ou de Sion.

.Vê-se, entretanto, em certos ca-ratéres angulosos uma pequena do-se de agressividade, talvez orgu-lho...

Ha também indícios de nobrezade sentimentos, generosidade, fran-

queza, ideais elevados.O horóscopo das pessoas nascidas

8? 2 de Março é este:"Têm muito pouco tino pratico da

vida e sendo exageradamente pro-digas esbanjando todo o seu cunhei-ro. São de grande habilidade e

-vocação para as artes, principalmen-te a poesia, a musica e-a pintura.For sua grande timidez não alcau-çarão o sucesso que mereciam ai-cançar pela sua inteligência".

ECILA (Nova Friburgo) — Vo-

cê não é a mesma Flor de Loti s aque respondi agora?

A letra é idêntica, assim como oestilo das duas càrtinhas o mesmoem ambas.

JOSE! MARIA F. DA SILVA(Pelotas) — SCu conto: "O mis-texjo da gaveta" será pubjrieàdo.Contintfí?.

tf ABEL -\. '. Niterói) — O ho-roscopo das pessoas nascidas cm17 de Novembro é este:

"São dotadas de grande inidati-va. inteligentes, engenhosas e ori-ginais; nada as desanima quandoquerem fazer qualquer coisa e gCB-tam de estar sempre á frente dequalquer empreendimento. Espiritoorganizador e autoritário, prefe-ran mandar a obedecer. Alcança-rão sucesso como escritoras ou ar-tistas. São amigas de passar beme de se apresentarem sempre bemvestidas, ficando satisfeitas quandosão lisonjeadas. Apesar do seu ge-nio impertinente c, ás vezes, cole-rico, serão felizes".

TU-TUKTO (?) — Para saber ohoróscopo dos nascidos em Agostoqueira ler o que digo antes a RaioX. P. T. O.., da Baía. Para ohoróscopo dos nascidos em Outu-bro leia o que digo também á Tuli-ta. de Pitangueiras e, finalmentepara saber o horóscopo dos nascidosem Novembro leia o que digo pou-co antes á Izabel de Niterói.

KAFü' CHANCAI (São Con.calo) — Sua letra inclinada para aesquerda indica dissimulação, pou-ca sinceridade. O que vale é ser elaredondthha mostrando bondade, do-cura. gentileza. Tem também espi«rito fautãsistà e sonhador, amigode originalidade^ e exotismos.

Pára saber o horóscopo dos nas-ciclos em Novembro leia também oque disse antes á Izabel A., de Ni-teroi. E' sua parenta? Parece...,Sua pedra talisman é o topazio.

DR. SAim TUDO-

»^i.,B^,u..^.,.M^.i,j\**.*í"mfe **>JSl^lp^*_&'% A^.-»"P*'-V^rWB1»*'A!....'*^•M.-fT. ¦.'... .'.»j.\-t..v~'..*,.JM_.i. •>

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4 — Novembro — V.m M O T í C O - f 1 C O

Almanaque do 0 TIG0-T1C0O LIVRO DE CONTOS DOS RICOS:

O LIVRO DE CONTOS DOSPOBRES

Conto», uoveins, historias ilustradas, cien-cia elementar, historia c brinquedos <ie armar, oüliiquinho, Carrapicho, Jagunço, Benjamim, Ju-juba. Goiabada, Lamparina, Pipoca, Kaximlít>vyu,Zé Macaco e Vnustina, tornam essa publicação omaior c mais encantador livro infantil.

Já está em confecção a edição do ano de 1932.

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO O barata sae caro

Chiquinho gostava muito de laranja. Arranjoudez tostões com a mamãe e foi ao sitio do Marangá, emjac»n.paguá, propriedade de duas velhinhas muitoboas que ali moravam numa casinha.-.-,

. ..de sapé. O laranjal do sitio.estava carregado de frutas.As velhas receberam os garotos com grande satisfação,porque eram muito raras as visitas- naquele ermo lugar.

Deram-lhe tantas..,-.-,

>/... raranjas por dez tostões, que os garotos nem po-diam carregá-las. De repente Chiquinho deu por fal-ta de Jagunço e, receoso de qualquer cOijsa, p3s-se aprocurá-lo.....

^yliyiiH,1\Jmmm !!Í rr iiyí! \\ i íí y^i iii,i'i.-.i' ».„,¦ ii> v y i i. ¦_'_¦¦ ru ¦—y

b\ .;¦•;m j) |(|l|-Ifíiiíu Jf 'i/íj|j pi I,YTfY íõrrw1/ p I )¦

. .-.por toda parte, ao entrar na castnna de sapé, en-controu-o a olhar para uma torcida enrolada a umcanto da sala. Supondo que fosse alguma "desfeita"de Jagunço, Chiquinho indignado gritou:.,_.

...Cachorro malcreado, sem educação! Isto se faz?!Jagunço safou-se antes que viesse alguma sobra, enquan-to Chiquinho foi procurar um graveto para retirar a taltorcida dali. Quando Chiquiabo. _

...chegou o pauzinho á torcida, esta saiu a correr,pois era uma cobra, enquanto êle fugia pela janelasem se lembrar sequer das laranjas que compraratâ_ barato.