O Tigre e o Seringueiro -...

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JOÃOZINHO E O DRAGÃO: Um menino pobre, abandonado pelos pais, vivia a beira de um castelo recolhendo restos de comida que sobravam das tavernas, todos que o via, logo o expulsavam para não causar transtorno atrapalhando os fregueses que por ali passavam para alimentar-se. Joãozinho como era conhecido por ali morava em uma caverna próximo o castelo junto de um velho escudeiro que muito lutou para defender o rei que já havia falecido, mas o novo rei não tendo conhecimento disso deixou o velho escudeiro abandonado vivendo como mendigo na caverna. Todos os dias pelas manhãs Joãozinho era treinado pelo velho escudeiro no manejo de todo os tipos de armas que ele conhecia. Passou alguns anos, o menino já estava homem forte, valente e treinado em todos os tipos de lutas com armas que existiam na época. Naquele reino, todos os finais do ano, uma enorme tristeza pairava sobre todos. Havia um enorme dragão que furioso invadia a cidade e só saia quando se alimentava de alguma coisa, um ser humano ou um animal qualquer. O conselheiro do rei sempre a instigando oferecer todos os finais dos anos uma das suas filhas em sacrifício ao dragão dizendo ele que só assim abrandava a fúria do dragão. Mas isso nada adiantava o dragão continuava devorando as pessoas e animais do reino. Joãozinho soube do ocorrido resolveu ir ter com rei e oferecer seus trabalho e proteção ao reino. O pobre rei estava prostrado sobre a terra lamentando sua sorte por ter que dar mais uma de suas filhas para ser devorada pelo terrível dragão. Joãozinho aproxima do rei e diz: ▬Majestade, eis aqui o seu servo, para lhe ajudar. O rei envergonhado pela situação que se encontrava disse ao jovem: ▬ Como se atreve soldado, perturbando o descanso do rei? ▬ Acalme-se majestade eu só quero ajudar. ▬ Como poderá ajudar valente soldado. Todos os anos têm que sacrificar uma das minhas filhas a esse terrível dragão e nunca está satisfeito, por pior está é minha única filha. O que será do deste reino? ▬ Majestade não se apavore, posso ajudar a parar com tudo isto. ▬ Como meu jovem? Já enviei vários dos meus soldados e se quer voltou um, todos foram devorados por esse maldito dragão.

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JOÃOZINHO E O DRAGÃO:

Um menino pobre, abandonado pelos pais, vivia a beira de um

castelo recolhendo restos de comida que sobravam das

tavernas, todos que o via, logo o expulsavam para não causar

transtorno atrapalhando os fregueses que por ali passavam para alimentar-se.

Joãozinho como era conhecido por ali morava em uma caverna próximo o castelo junto de

um velho escudeiro que muito lutou para defender o rei que já havia falecido, mas o novo rei não

tendo conhecimento disso deixou o velho escudeiro abandonado vivendo como mendigo na caverna.

Todos os dias pelas manhãs Joãozinho era treinado pelo velho escudeiro no manejo de todo

os tipos de armas que ele conhecia.

Passou alguns anos, o menino já estava homem forte, valente e treinado em todos os tipos

de lutas com armas que existiam na época.

Naquele reino, todos os finais do ano, uma enorme tristeza pairava sobre todos. Havia um

enorme dragão que furioso invadia a cidade e só saia quando se alimentava de alguma coisa, um

ser humano ou um animal qualquer.

O conselheiro do rei sempre a instigando oferecer todos os finais dos anos uma das suas

filhas em sacrifício ao dragão dizendo ele que só assim abrandava a fúria do dragão. Mas isso nada

adiantava o dragão continuava devorando as pessoas e animais do reino.

Joãozinho soube do ocorrido resolveu ir ter com rei e oferecer seus trabalho e proteção ao

reino.

O pobre rei estava prostrado sobre a terra lamentando sua sorte por ter que dar mais uma

de suas filhas para ser devorada pelo terrível dragão. Joãozinho aproxima do rei e diz:

▬Majestade, eis aqui o seu servo, para lhe ajudar.

O rei envergonhado pela situação que se encontrava disse ao jovem:

▬ Como se atreve soldado, perturbando o descanso do rei?

▬ Acalme-se majestade eu só quero ajudar.

▬ Como poderá ajudar valente soldado. Todos os anos têm que sacrificar uma das minhas

filhas a esse terrível dragão e nunca está satisfeito, por pior está é minha única filha. O que será do

deste reino?

▬ Majestade não se apavore, posso ajudar a parar com tudo isto.

▬ Como meu jovem? Já enviei vários dos meus soldados e se quer voltou um, todos foram

devorados por esse maldito dragão.

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▬ sou ainda jovem, mas sou treinado em todas as artes de lutas que existem, prometo ao

senhor que enfrentarei este maldito dragão.

▬Meu jovem, farei um contrato e assinarei, se voltar vivo casará com minha filha e tornará

o futuro rei deste reino.

▬Está bem majestade, irei à procura da besta fera.

O rei já havia feito varias propostas como aquela, mas nunca voltou ninguém para cobrar o

acordo tratado e não era aquela vez que teria que cumprir com sua palavra.

Continuou o rei ali prostrado implorando misericórdia aos deuses até chegar o momento de

oferecer a ultima filha ao dragão.

O jovem guerreiro adentrou caverna adentro a procura do dragão e de repente viu ao longe

duas enormes tochas avermelhadas, sacou da espada, preparou seu escudo de bronze caminhando

mais próximo do dragão.

Aquela enorme fera vendo o guerreiro ao longe bradou:

▬ O que quer aqui em meu sossego idiota, quer ser devorado como aqueles outros que

aqui já vieram e serviram de banquete para mim.

Joãozinho reluzindo sua espada de prata insultou o dragão dizendo:

▬Dragão idiota, tens comido soldados inexperientes, hoje mesmo levarei sua cabeça de

troféu ao rei e casarei com a princesa e serei o futuro rei deste reino.

O dragão soltou uma enorme rajada de fogo que sapecou quase todos os cabelos louros de

Joãozinho, mas nada disso o amedrontou, continuou chegando mais perto do dragão.

Quando o jovem estava bem próximo do dragão, escondeu atrás de uma pedra, lançando a

espada em um reflexo solar que saia em uma das frestas da caverna. O dragão lançou-se sobre a

luz achando que era a espada de Joãozinho e ai foi o momento do guerreiro saltar sobre o dragão,

decepando sua enorme cabeça. O jovem tentou arrastar a cabeça do dragão para levar até o rei

mais não conseguiu, porque era muito grande e pesada. Voltou para o palácio para dar as boas

novas ao rei e buscar soldados para levar a cabeça do dragão.

Naquele instante estava o rei esperando só a noticia que o dragão havia feito um banquete

do novo aventureiro. Mas por ironia do destino, de repente ouviu-se um tumulto a boca da caverna,

lá vinha o jovem guerreiro e futuro rei saindo da caverna banhado de sangue do dragão bradando

sua espada e seu escudo para o alto feliz da vida.

O rei atônito e apavorado quer-se conseguiu levantar-se se arrastou até o jovem começando

a apalpar seus cabelos e sua veste bradou em alta voz, viva o novo rei, viva o novo rei.

A jovem rainha, correndo lançou nos braços de Joãozinho por ter salvado sua vida,

casaram-se e nunca mais apareceu nem um dragão que o rei Joãozinho não o matasse.

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MADALENA E A VINGANÇA DAS ARANHAS.

Madalena, uma humilde professora,

residente em Seringueiras no Estado de Rondônia,

todos os dias, deslocava-se para uma escola na

Linha 10 onde trabalhava.

A professora fazia o mesmo percurso,

Seringueiras á Linha 10, juntamente com seu colega de trabalho, encontravam enormes

aranhas, passavam encima das pobres indefesas que caminhavam pelas estradas

simplesmente procurando alimentos para sua sobrevivência. O motorista se quer sem

piedade, lançava seu carro sobre elas às esmagavam.

A educadora Madalena, não se sabe, se era por amara a natureza, ou por ter pavor de

animais, sempre tremula e apavorada dizia para o colega:

--Por favor, não faça isto? E o motorista dizia sorridente:

--Não tenha medo colega, as aranha não podem entrar no carro, as portas estão

fechadas.

Mesmo assim a pobre professora continuava apavorada, imaginando que a qualquer

instante as aranhas pudessem entrar no carro e atacá-la fazendo vingança por estarem

esmagando suas espécies.

A ingênua moça quando abria a porta da sua sala de aula antes de começar sua aula

pedia aos alunos que vasculhassem embaixo das cadeiras, das carteiras, atrás das cortinas e

atrás da porta para ver se não havia ali alguma aranha o esperando para vingar a morte de

suas amigas.

Todos os dias a mesma coisa, o mesmo percurso, Seringueiras a Linha 10, varias

aranhas eram esmagadas, principalmente à tarde, era o horário em que elas gostavam de

sair dos buracos para procurarem comidas. O motorista fazia de propósito, esmagava as

coitadas.

Madalena, não conseguia dormir a noite, quando fechava os olhos, aparecia como

fantasmas milhares de aranhas querendo-a devorar.

Certo dia, Madalena quando voltava do trabalho encontrou sua filha a esperando na

porta da frente da casa assustada. Ela com todos aqueles fantasmas em sua mente quase

desmaiara prevendo o pior e perguntou a filha:

--Minha filha o que aconteceu? A menina percebendo o desespero da mãe disse

meia sem jeito: Nada não mãe.

--Como nada? Com esta cara que você está?

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A menina então resolveu contar para a mãe o que estava acontecendo:

--Eu vou contar mais não se assuste.

–Fale logo menina, não faça ficar mais preocupada.

--Está bem mãe. O pai encontrou uma enorme aranha no seu quarto.

A apavorada Madalena desmontou-se, sorte que não caiu sobre nenhum objeto

cortante. Seu esposo correu até a cozinha, pegou um copo d’água e Madalena conseguiu

recuperar-se do susto e perguntou:

--Onde ela está?

--Acalme-se mãe, o pai já o matou.

--Melhor minha filha não agüento mais em até mesmo pensar em aranha.

Hoje Madalena continua traumatizada com aranhas, ela está até pensando em pedir

para voltar a trabalhar na cidade para evitar encontrar novamente com as aranhas na

estrada. Por isso devemos respeitar o meio ambiente e todos os seres vivos para não passar

por problemas como estes da colega Madalena.

O MADEREIRO AMBICIOSO:

Pessoas de vários lugares do planeta

ouvindo falar sobre a colonização do Território de

Rondônia partiram em busca de melhoras nas

densas florestas amazônicas.

Um homem muito ambicioso pensou ficar

rico retirando madeiras na floresta. Naquela época

havia enormes castanheiras que produziam frutos o

suficiente para alimentar os animais, os índios, os

pequenos imigrantes e os ribeirinhos dessa região.

O ambicioso homem resolveu derrubar as castanheiras para vender e ser usadas nas

construções de casas, cercas e outros.

Naquela época não havia estrada para retirar as toras das castanheiras, o madeireiro

procurava derrubar as árvores mais próximas dos rios. Rolando as até o leito do rio e assim

conduzia até a cidade mais próxima e ali as vendiam.

Por muitos tempos, o madeireiro fez este mesmo percurso, descendo o rio, coordenando as

toras até chegar à próxima vila onde deveria vendê-las.

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Logo o INCRA, colonizou a Bacia Amazônica, distribuindo um lote de aproximadamente 42

alqueires para cada agricultor. A partir desta data foi surgindo famílias de vários lugares do Brasil e o

órgão resolveu reduzir os lotes em 21 Alqueires.

Os colonos e os madeireiros começaram desordenadamente devastar as florestas, não

respeitando se quer a fauna e a flora.

As castanheiras revoltadas com o que estava acontecendo aos redores resolveram traçar

uma estratégia para parar de vez com aquela matança de suas espécies. Uma velha e enorme

castanheira que já havia produzido muitos frutos, sustentando muitos animais, muitos índios e

muitos ribeirinhos daquela região, bradou dizendo:

▬ Companheiras, devemos tomar uma decisão imediatamente contra esses intrusos, se

ficarmos de galhos cruzados logo não restará se quer uma castanheira para contar esta historia.

As outras castanheiras mais próximas concordaram com a idéia e perguntaram à velha

amiga:

▬ Senhora das árvores, o que faremos para controlar a ambição destes intrusos

derrubando todas as castanheiras querendo ficar ricos?

▬ Não se preocupem, no momento certo surgirá uma idéia. Agora fiquem alerta.

Os colonos derrubavam as árvores sem importar se eram madeiras para serem

industrializadas ou não. Quando secavam as folhas hasteavam fogo destruindo tudo sobre a terra só

sobravam cinzas.

Naquela época Rondônia praticamente havia segurança, as pessoas viviam como nos filmes

de Faroestes, cada um criava sua própria regra, andavam armados em qualquer lugar, matavam os

animais só para divertir-se.

A velha castanheira imóvel, com as raízes cravadas no solo, permanecia produzindo frutos

com abundancia alimentando todos que por ali passavam.

O madeireiro ambicioso já possuía moto serras, caminhões e carregadeiras etcs...

As pobres castanheiras tremiam de pavor ao ouvir o ronco do moto-serra e dos caminhões

nas florestas, esperavam só o momento de serem derrubadas e transformadas em tábuas,

palanques e casas.

A velha castanheira ali imóvel, ouviu um barulho de humanos aproximando, preocupou-se.

O homem chegou bem próximo àquela enorme árvore e disse:

▬ Vejam! A maior castanheira já vista em toda a floresta amazônica, vamos descansar um

pouco em baixo dela e depois vamos derrubá-la e carregar os caminhões por hoje.

A castanheira ouvindo aquilo pensou logo em uma forma de parar com aquela destruição,

cochichando com os galhos a beira das colegas mais próximas disse:

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▬ Filhas! Os assassinos de árvores chegaram, vamos preparar nossos frutos e quando eles

dormirem lance frutos sobre eles.

As outras castanheiras ouviram atentamente sua senhora acatando as ordens.

Quando os homens estavam dormindo um sono profundo às castanheiras começaram a

lançar castanhas sobre eles.

Os madeireiros apavorados arrastavam-se, todos machucados tentando fugir dos tiros de

castanhas, mas pouco adiantou apenas o madeireiro chefe salvou-se ficando paralítico. Esse ex,

madeireiro, tornou-se um defensor da floresta amazônica, conta essa história para todas as pessoas

ao seu convívio. Ainda diz que a castanheira existe ate o dia de hoje, nem um madeireiro consegue

aproximar-se quer do local sem ser atingido por frutos de castanhas e investida de animais que se

refugiam embaixo da sombra da velha castanheira.

O TIGRE E O SERINGUEIRO:

Existiu um seringueiro viúvo que acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro riscando

seringa, e só parava tarde da noite.

Ele tinha um filho lindo, de poucos meses e um tigre, seu amigo, tratado como bicho de

estimação e de sua total confiança.

Todos os dias o seringueiro ia trabalhar e deixava o tigre cuidando de seu filho.

Todas as noites ao retornar do trabalho, o tigre ficava feliz com sua chegada.

Os vizinhos do seringueiro alertavam que o tigre era um bicho, um animal selvagem, e

portando, não era confiável.

Quando ele sentisse fome comeria a criança.

O seringueiro sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem.

O tigre era seu amigo e jamais faria isso.

Os vizinhos insistiam:

- "Seringueiro abra os olhos! O tigre vai comer seu filho”.

- “Quando sentir fome comerá seu filho!”

Um dia. O seringueiro, muito exausto do trabalho, e muito cansado desses comentários, ao chegar a

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casa viu o tigre sorrindo como sempre, e sua boca totalmente ensangüentada...

O seringueiro suou frio e sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça do tigre...

Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao

lado do berço um lobo morto...

O seringueiro enterrou o machado e o tigre juntos.

Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu

caminho e não se deixe influenciar...

E principalmente não tome decisões precipitadas...

LIXOS NA PRAIA:

Um mendigo que morava embaixo de uma ponte

numa praia tranqüila,

junto a uma colônia de pescadores.

Toda a manhã passeava a beira-mar

para sentir a brisa e sonhar que um dia sua vida poderia ser

melhor e de tarde ficava entre as caixas de papelão pensando o que poderia ser o amanhã.

Um dia, caminhando na praia,

ele viu uma pessoa que parecia dançar.

Quando chegou perto viu que era um jovem

pegando na areia os lixos jogados, um por um,

e jogando nas lixeiras fixadas ao lado da praia.

Chegou perto e disse: - Por que você está fazendo isso?

- Você não vê? Disse o jovem.

- A praia está imunda, cheia de lixo e o sol está brilhando.

- Se eu não fizer isso a cada dia à praia ficará mais suja ainda.

O mendigo riu e disse ao jovem:

-Meu jovem, existe milhares de quilômetros de praias

por este mundo afora, centenas de milhares de lixos jogados nas praias.

- Que diferença faz você joga um pouco de volta na lixeira

e as pessoas jogarão novamente.

O jovem pegou mais uma garrafa plástica na areia,

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colocou na lixeira, olhou para o mendigo e disse:

-Mas para a preservação desta praia eu fiz a diferença...

Naquela noite o mendigo não conseguiu dormir nem sequer sonhar.

De manhãzinha foi para a praia, reuniu-se ao jovem,

e juntos juntaram os lixos limpando a beira do mar.

Podemos fazer deste universo um lugar melhor para vivermos.

Fazendo cada um a sua parte.

Fazendo cada um a diferença.

A MENINA E O PRÍNCIPE ENCANTADO:

Era uma vez uma menina que tinha um

pássaro como seu melhor amigo.

Ele era um pássaro diferente de todos os

demais: Era encantado.

Os pássaros comuns, se a porta da gaiola

estiver aberta,

vão embora para nunca mais voltar.

Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...

Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor.

Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.

Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.

A menina tocou em suas penas e o pássaro se transformou em um lindo príncipe.

- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e

puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo

que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi como

presente para você...

E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca

vira. E ela dizia você é um lindo príncipe fique comigo não vai embora nunca mais. E ele cantava e

contava suas histórias, até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.

Pela madrugada ele transformava-se em pássaro novamente e voava pela imensidão do céu.

Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.

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... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os

pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.

Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de

ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.

E de novo começavam as estórias.

A menina amava aquele pássaro sabendo que não era apenas um pássaro e podia ouvi-lo

sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.

Mas chegava sempre uma hora de tristeza.

- Tenho que ir, ele dizia.

Beijava a menina com a pontinha do bico e sumia no azul do céu novamente dizendo com voz

de vento, preciso ir.

- Ela choramingando dizia, por favor, não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar...

- Eu também terei saudades, dizia o pássaro entre as nuvens. Eu também vou chorar. Mas eu

vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam

dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com

que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades.

Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.

Quase não dava para ouvir sua voz de tão distante que se encontrava.

Assim ele partiu. A menina sozinha chorava de tristeza à noite. Imaginando se o pássaro

voltaria.

E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.

- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais

terei saudades, e ficarei feliz.

Com estes pensamentos comprou umas lindas gaiolas, próprias para um pássaro que se ama

muito. E ficou à espera.

Finalmente ele chegou maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para

contar. Cansado da viagem, adormeceu.

Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para

que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido

triste do pássaro.

- Ah! Menina... Que é que você fez Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me

esquecerei das estórias...

Sem a saudade, o amor irá embora...

A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu.

O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente. Caíram suas plumas, os vermelhos, os

verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de

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cantar.

Tornou-se um jovem triste e rude.

Também a menina se entristeceu.

Não, aquele não era o pássaro que ela amava.

E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...

Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola.

- Pode ir, meu príncipe, volte quando quiser...

- Obrigada menina. É eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu

tenha vontade de voltar.

Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que

você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudades, você ficará

mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...

E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que

passava a saudade crescia.

- Que bom, a pensava, meu pássaro está ficando encantado de novo...

E cada vez que ele a voltava acariciava suas lindas penas ele se transformava em um lindo

príncipe e a beijava, e ela sorria de felicidade.

E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava seus cabelos, colocava flores nos

vasos.

- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje!

Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque em

algum lugar ele deveria estar voando.

De algum lugar ele haveria de voltar.

Ah! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto um príncipe encantado que se

ama...

E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o

pensamento.

- Quem sabe ele voltará amanhã...

E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

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OS ANIMAIS E A GRIPE SUINA:

Uma doença contagiosa e mortal começou a atacar os bichos na floresta amazônica. Os

pobres animais ficavam doentes e morriam, parecia um mistério. Quando aquela doença

desconhecida havia matado metade das espécies animais. O dragão convocou uma assembléia.

▬O deus tupã deve estar muito irritado com a gente para nos mandar um castigo desses

▬Disse o dragão o animal mais feroz da época. ▬Pois temos que reconquistar a confiança do

deus tupã oferecendo – lhe um sacrifício.

▬A quem devemos sacrificar?

▬Perguntou o leão.

▬Aquele que, na sua vida, cometeu mais erros. Cada animal deverá confessar tudo o que

fez de mal em assembléia. Começarei por mim ▬Afirmou o dragão.

▬Sou guloso, assei muitos bois, vacas, carneiros e homens ▬Admitiu o dragão.

▬Mas isto não foi erro, senhor ▬Disse o Puxa saco do papagaio tagarela. ▬Os bois, as vacas, os

carneiros, são inúteis. Não fazem falta por aqui. Já o homem foi até bom, sendo assim eles não

destroem nem a Fauna e nem a Flora.

Todos aplaudiram o papagaio tagarela.

O tigre se aproximou do dragão e disse.

▬Também errei muito senhor do fogo.

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▬Além de carneiros, bois, vacas e homens, comi alguns ambientalistas que entraram na

florestas tentando nos protegerem.

▬O senhor simplesmente fez o seu trabalho destruindo esses intrusos que estão invadindo

nosso habitat ▬Desculpou-o o papagaio tagarela.

O tigre foi absolvido. E também o urso e outros bichos.

Até que um coelho pediu a palavra, arrependido:

▬ Meu maior erro foi comer verduras da horta da escola.

Vários urros de reprovação se levantaram na floresta que parecia balançar as vegetações.

Que horror, isso é um pecado gravíssimo! Onde já se viu, tirar as verduras que serviam para

a merenda das crianças carentes.

▬Foi por sua culpa coelho idiota, que tupã está revoltado conosco e está matando nossos

semelhantes, você deve pagar com a vida.

▬Acalmem-se ▬Argumentou a coruja que até então não havia mexido com o bico até

aquele momento. Não devemos acusar o pobre coelho porque comeu umas poucas verduras da

horta da escola.

▬E qual é sua explicação sábia coruja? ▬ Disse o poderoso dragão.

▬Senhores que compõem a mesa do jurado, há muitos anos, vem acontecendo várias

corrupções nesse planeta.

▬Diga excelência o que podemos fazer para solucionar estes problemas que está

destruindo nossa descendência?

▬É muito simples poderoso dragão. Os homens são os culpados de tudo o que está

acontecendo conosco e inclusive com eles mesmos. Não pense o senhor que o que está afetando a

floresta só está acontecendo aqui. No México já morreu centenas de pessoas com a tal Gripe Suína.

▬Ainda não entendi bem, aonde a sábia coruja quer chegar com essa conversa.

▬É muito simples. Os homens têm destruído nossas matas, falta comida, como: animais e

frutas para saciarmos nossas necessidades e mais, contaminam os animas com suas doenças

humanas.

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Nesse instante houve um grande brado entre a floresta que parecia mais estrondo de muitos

trovões dizendo absolvam o pobre coelho, ele não tem culpa. Os verdadeiros culpados de tudo o

que está acontecendo são os homens com suas ganâncias.

▬Sendo assim, o coelho está absolvido, disse o Senhor do fogo. A partir de hoje declaro

guerra aos humanos, cada um dos animais defenda seus direitos, fora os homens das florestas.

O CAVALO PREGUIÇOSO:

Um vaqueiro por nome

Juca resolveu ir há cidade

procurar um animal para auxiliar-

lhe em seu trabalho. Todos os

dias ele tinha de prender o gado a

pé. Já estava cansado e

passando dos 30 anos.

Levantou bem de madrugada, tirou o leite das vacas, tratou dos porcos e das galinhas,

tomou café, tomou banho, trocou de roupa e foi até a cidade. Ao longe avistou seu Antonio o

vendedor de animais da cidade.

▬Amigo Juca o que traz o senhor até aqui, há tempo que o senhor não aparece?

▬É verdade amigo Antonio, venho à procura de comprar um animal para ajuda-me na lida

do sitio, estou cansado de correr atrás de bezerros pelo pasto.

▬Amigo, você chegou na hora exata, ontem chegou para mim uma remessa ótima de

animais, veja, estão bem tratados e gordos, espero que o amigo agrade de algum deles.

▬Aquele ali está ótimo para o que quero.

O cavalo ouvindo isso ficou irritadíssimo com o que acabava de ouvir daquele novo patrão.

Achava que não havia nascido para calvagar por entre as relvas, pensava consigo que poderia ser

um grande corredor nas olimpíadas.

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O vaqueiro colocou um cabresto na cabeça do cavalo e levou para o sitio colocando-o em

um estábulo.

O animal vivia infeliz, queixava-se de tudo, nada estava bom para ele, reclamava de sua

triste vida de cavalo.

▬Que infeliz que eu sou aqui! Tenho que acordar todos os dias de madrugada para

carregar este imbecil tocar o gado. E tudo isso para que? Tudo a mesma coisa, levantar cedo correr

atrás do gado e voltar para o estábulo, comer feno e dormir. Há se eu estivesse nas pistas de

corridas ouvindo os aplausos das multidões. Um dia eu fujo deste estábulo e vou para bem longe

procurar meu destino.

▬Acorde, relâmpago, está sonhando em? Quero ver você sonhar correndo atrás dos

bezerros.

▬Imbecil você ainda vai ver-me nas pistas de corridas sendo aplaudo pelas multidões, há

vai.

Seu Juca já estava apegando-se com o cavalo, parecia mais calmo e conformado com o

trabalho. O vaqueiro resolveu deixar Relâmpago solto a noite em um pasto próximo do estábulo.

▬Imbecil, logo tu vai ver, fugirei deste presídio para bem longe. Ai sim. Quero ser livre,

correr nas pistas e ter um estábulo todo feito de ouro.

▬Acorde amigo, vamos trabalhar. As vacas nos esperam para dar-nos seus leites.

▬É hoje que eu vou fugir. Quando ele descer do meu lombo para eu pastar, vou sair em

disparada, ai quero ver quem me pega.

▬Vai pastar amigo.

▬É agora ou nunca.

▬Relâmpago, volte aqui, por favor, não me deixe. Como vou fazer agora para prender

estas criações?

▬Cinto muito amigo, meus sonhos são outros, adeus amigo.

No outro dia seu Juca levantou cedo na esperança de que Relâmpago estivesse voltado,

mas foi pura ilusão. Quando chegou ao estábulo o cavalo não estava lá.

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Seu Juca já estava velho e cansado, resolveu vender o sitio e ir com sua família morara em

uma cidade bem distante, chegando à cidade, bem próximo de onde foi morar ouviu um enorme

tumulto. O eis vaqueiro resolveu chegar até perto para ver o que estava acontecendo.

▬Meu Deus! Aquele cavalo na pista de corrida só pode ser o meu amigo Relâmpago, se

não for é idêntico.

O antigo vaqueiro comprou um ingresso, entrou e sentou na arquibancada, naquele

momento pode lembrar das conversas de seu amigo que dizia um dia ser um campeão nas pistas de

corridas. Ao longe observava seu amigo que parecia voar como uma águia indo há frente de todos

os concorrentes. A platéia aplaudia o cavalo dizendo:

▬De onde veio este campeão? Ele não faz parte dos cavalos corredores.

Quando o cavalo estava chegando perto dos admiradores, avistou seu antigo dono já velho,

com os olhos cheios de lágrimas de alegria de haver encontrado seu amigo Relâmpago disse:

▬Este cavalo chama-se Relâmpago e é o meu melhor amigo, o melhor amigo que um

homem vaqueiro pode ter.

E nesse instante, Relâmpago aproximou de seu amigo Juca e disse:

▬Hoje reconheço que este velho vaqueiro é realmente meu amigo, e a partir de hoje ele

será meu empresário. Todas as corridas serão coordenadas por ele.

O velho vaqueiro pegou o dinheiro da corrida, construiu uma bela casa para ele e seu amigo

Relâmpago e viveram juntos até os últimos dias de suas vidas.

A DESTRUIÇÃO DAS CASTANHEIRAS.

Na bacia

amazônica, antes das florestas

serem desmatadas, podia ser

visto ao longe as enormes

castanheiras frondosas, que

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cobria a terra e produziam frutos para alimentar vários animais, Ajudando na alimentação dos

aborígines daquela região.

Os seringueiros, os aborígines e pescadores daquela região usavam os frutos da castanha para

produzir o óleo, o leite e doces para custear em suas alimentações. Além disso, os animais como a

cutia e outros animais roedores alimentavam de dos frutos das castanheiras.

Com a migração de pessoas vindas de vários lugares do planeta, começaram a derrubarem

as florestas, serrando as madeiras para exportarem para outros estados e paises e não estando

satisfeitos começaram a derrubarem as florestas para usar a terra como cultivo de cereais para o

alimento das famílias aqui existentes.

Quando derrubaram praticamente todas as madeiras que existiam hostilizadas para

construção começaram a derrubarem as castanheiras para construírem casas e acabarem com a

alimentação de várias pessoas e animais que dependiam de seus frutos.

Os homens comes saram a plantarem arroz, milhos, bananas, mamões e outros cereais.

Os animais observando a mudança da natureza e não achando alimento para suas

alimentações diárias, resolveram invadir as lavouras dos intrusos devorando quase todas as suas

colheitas.

Hoje podemos observar que a terra esta cansada e produzindo menos. Os animais furiosos

com tudo o que estava acontecendo revoltaram-se. A onça por ser a líder dos animais na floresta

amazônica resolveu convocar uma assembléia com todos os animais para decidirem o que fazer

para resolver o problema:

▬Mensageiro macaco. Dou-lhe uma missão a partir deste instante. ▬Sim poderosa onça,

o que seu humilde súdito faça?

▬Você é o animal mais veloz da floresta, agora distribua este aviso a todos os animais para

amanhã à tarde quero todos reunidos para tomarmos uma decisão sobre o que está acontecendo

com nossa floresta e nossa comida.

E o macaco saiu como um raio voando pelos cipós sobre as árvores e gritando para todos

quantos encontrava e dizia:

▬A senhora toda poderosa onça convoca a todos os animais que respiram a uma

assembléia amanhã a noite próximo a sua residência para tratar dos problemas que está afetando

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todos os animais da floresta e tem mais o animal que desobedecer a seu decreto será devorado por

sua majestade.

Os animais das florestas ouvindo aquela ordem começaram a saírem de suas tocas e rios e

começarem a caminharem até a residência da poderosa onça. Porem alguns um pouco

desconfiados, mas temendo represarias foram até lá para saber o que estava acontecendo. Quando

chegou perto da casa da poderosa onça o jabuti perguntou:

▬Poderosa majestade, poderia explicar, de onde vem tanta preocupação?

▬Só você mesmo jabuti, com esta lerdeza, tu não vês nada ao seu redor. Não está vendo

que os homens estão destruindo as matas, os rios, e o espaço com a poluição e o que não bastasse

está acabando com nossa comida.

Nisto a coruja pede a palavra e pergunta.

▬Majestade, precisamos tomar uma decisão imediatamente.

▬Isso eu já sei, você considerada a sabedoria dos animais, o que me diz?

▬Com a sua licença senhora, acho que cada animal deve contra atacar para defender seu

sustento e sua moradia.

E neste instante interveio o búfalo dizendo.

▬Eles são poderosos, tem armas, maquinas e são muito violentos.

▬Você é mesmo um molenga búfalo, escute o que a coruja tem a dizer sobre isso.

Quando os animais estavam todos revoltados sem saber o que fazer para chegar a uma

conclusão, a coruja tomou a palavra e disse:

▬Senhores e senhoras têm uma solução simples e fácil de executar.

A poderosa onça já irritada com a coruja disse:

▬Sua coruja idiota diga logo ou eu vou comer você como sobremesa.

A coruja empoleirada em um galho bem alto, calma respondeu:

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▬Majestades, em nem um momento quis deixá-la irritada, a minha idéia é que os animais

esperem os homens plantarem, depois quando suas lavouras estiverem amadurecendo todos nós

atacamos comendo todos os seus ceceais.

A onça feliz com a idéia aplaudiu a coruja convocando os outros animais a fazerem o

mesmo dizendo. O que vou fazer se não como frutos?A coruja feliz da vida por estar contribuindo

com sua espécie, disse:

▬Majestade, não se preocupe. Os homens criam gado, carneiros, porcos e cavalos, tenho

certeza que não vai faltar alimentos para todos nós.

A onça tomando a palavra agradeceu a coruja e baixou um decreto dizendo:

▬A Partir de hoje, todos os animais que vivem na floresta amazônica tem o direito de

sobreviverem à custa dos humanos, cada animal está autorizado a invadir as plantações e os

animais que puderem para suas sobrevivências. Assinada poderosa onça.

O TEMPO EM QUE OS ANIMAIS FALAVAM:

Em uma densa floresta, próximo a uma

enorme montanha havia um antigo castelo na

época medieval. No antigo castelo sobrou

apenas uma bela princesa e uma cachorrinha

que a fazia companhia nas noites escuras

naquele deserto no meio da floresta. Toldas as

noites a princesa conversava e contava

historinhas para sua cachorra por nome Bolinha. Os dias e as noites foram passando, a princesa e a

cachorrinha estavam cansadas de viverem sós. As pobres criaturas, todas as noites ouviam barulho

dos ventos que embocavam nas grutas da montanha, os uivos dos animais e os rosnados das

onças.

Em uma noite escutar, formando para chover, onde elas não conseguiam ver se quer uma a

outra lá nas grutas da montanha, ouviu vozes estrondosas e estranhas que dizia: ▬Isabel,

isabelzinha, vigie sua cachorrinha que eu vou lhe visitar. Isabel ouvindo aquela voz parecendo

humana ficou assustada, por haver muito tempo não poder ouvir aquele tipo de voz, mas, no entanto

ficou feliz por ainda parecer naquela floresta algum humano. Bolinha disse a Isabel;

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▬ Majestade, devemos ter cuidado, os humanos que havia aqui morreram todos em

batalha e agora aparece esta voz estranha o chamando.

▬ Isabel estava loca de vontade de se casar, respondeu para Bolinha;

▬ Deixe de ser boba cachorra, onde se viu, dar ouvido em que cachorro diz, deve ser

alguém que sobreviveu na batalha que está perdido na floresta e me conhece e está querendo

minha ajuda.

Bolinha temendo o pior respondeu para sua senhora.

▬ A senhora é que sabe senhora, mas depois não vai reclamar que ninguém o avisou.

Bem tarde da noite Isabel houve outra vez aquela voz que dizia:

▬ Isabel, isabelzinha, vigie sua cachorrinha que eu vou lhe visitar.

A cachorrinha assustada em houvir aquela voz esquisita e assustadora, revidou dizendo:

▬ Au,au, au, au... Isabel já ceou, já deitou, já dormiu.

O dono daquela voz voltou para sua caverna e Isabel revoltada com sua amiga Bolinha

disse:

▬ Cadela malvada, porque você não deixou vir visitar-me?

A pobre Bolinha temerosa a Sua Majestade respondeu:

▬ minha, senhora, fiquei com medo, e disse que a senhora já havia dormido.

A princesa pegou uma espada que ainda restava de seus antepassados e decepou o

pescoço de bolinha.

Na outra noite a princesa houve novamente aquela voz que ao longe dizia;

▬ Isabel, isabelzinha, vigie sua cachorrinha que eu vou lhe visitar.

A pobre Bolinha com o corpo de um lado e a cabeça do outro ainda respondeu;

▬ Au, au, au, au... Isabel já ceou, já deitou, já dormiu.

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No outro dia a princesa acordou bem cedo e cavou uma cova e enterrou o corpo da cachorra

tentando ver se livre daquele importuno.

Chegando a noite a princesa vestiu seu melhor vestido, foi deitar na esperança de ver o

príncipe desconhecido que a suspeitava ser. Der repente, ouviu ao longe aquela estrondosa voz que

dizia;

▬ Isabel, isabelzinha, vigie sua cachorrinha que eu vou lhe visitar.

Naquele instante estava a princesa eufórica esperando o dono da voz, mas de repente,

Bolinha dentro da cova, começa a latir;

▬ Au, au, au, au... Isabel, já ceou, já deitou, já dormiu.

A princesa rolava na cama como uma serpente furiosa de ódio da cachorrinha.

No outro dia bem cedinho, pegou uma pá, começou a cavar a cova, fez uma fogueira e

ateou fogo na cachorra até se transformar em cinza.

A princesa acabou de queimar a cachorrinha, tomou banho e foi deitar-se. Tarde da noite,

ela houve a voz novamente que dizia;

▬ Isabel, isabelzinha, vigie sua cachorrinha que eu vou lhe visitar.

A cinza da cachorra espalhada pela terra ainda respondia:

▬ Au, au, au, au... Isabel, já ceou, já deitou, já dormiu.

A princesa foi dormir aborrecida e pela manhã levantou cedinho e começou a recolher todas

as cinzas da cachorra e atear no rio próximo o castelo. Quando anoiteceu aquela voz se repetia

novamente;

▬ Isabel, isabelzinha, vigie sua cachorrinha que eu vou lhe visitar.

A cinza da cachorrinha ainda parada a beira do rio começou a dizer;

▬ Au, au, au, au... Isabel, já ceou, já deitou, já dormiu.

A princesa revoltado com aquilo, levantou pela manhã, começou a varrer as cinzas pairadas

as margens do rio não deixando se quer um pouquinho de cinza.

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Quando estava acabando de escurecer aquela voz começou a estremecer a rocha, as

arvores parecia querer esconder, os animais silenciavam-se, a noite parecia adormecer. Isabel

começou a chorar, clamava por socorro. Chamava a sua amiga Bolinha e se quer houve a voz da

cachorra. O enorme animal. Jamais visto em toda a sua vida começou a aparecer de dentre a

floresta. Isabel parecia estar amarrada, se quer saiu do lugar onde estava. A única palavra que ela

disse foi;

▬ Pra que estes olhos tão grandes?

▬ É pra eu te ver.

▬ Pra que estas orelhas tão grandes?

▬ É pra eu te houvir.

▬ Pra que esta boca tão grande?

▬ É pra eu te comer.

Assim termina esta estória, nunca mais a princesa foi vista naquele enorme castelo.

O CASTELO ASSOMBRADO:

Muitos anos depois do

dilúvio, viajando pela floresta amazônica

adentro, uma equipe de bandeirantes,

depararam com um enorme castelo

abandonado por muitos séculos.

Assustados ao ver aquela relíquia

jamais vista em todas as pesquisas de

minérios que já haviam feitos. Adentraram no castelo. Ao longe avistaram uma luz como a do sol,

ficaram preocupados, dentro do castelo era uma escuridão enorme e der repente aparece da nada

aquela luz.

Os bandeirantes tentaram voltar, mas não deu tempo. Quando viraram para traz, vira uma

linda princesa toda de branco, em sua boca reluziam enormes labaredas de fogos, e bradava em

alta voz:

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▬ Como ousam desafiar-me? Ninguém entra neste castelo sem minha permissão. Aquele

que desobedecer minhas ordens ficará preso e serão meus escravos para sempre. E tratem de

começarem a limpar meu castelo imediatamente.

Os bandeirantes tremiam apavorados, com medo de serem devorados por aquela princesa,

começando a limpar o castelo e a princesa de fogo assentada em seu trono de labareda dava ordem

a seus únicos súditos.

Quando a noite chegava os bandeirantes, cansados adormeciam no piso de pedra do

castelo, muitas às vezes sem comer nada. A única coisa que comiam era rato que andava pelo

castelo.

Já fazia vários anos em que os bandeirantes estavam sendo escravos daquela princesa. Um

dos bandeirantes viu um pequeno orifício em uma das paredes do castelo, aproximando mais

próximo, viu um enorme cofre, superlotado de varias espécies de minérios, diamantes, pratas e

vários tipos de moedas de ouros.

E naquele momento a princesa clama em altas baforadas de fogo:

▬ O que vocês estão olhando neste cofre? Eu tenho uma missão para vocês.

Os bandeirantes trêmulos e assustados, de joelhos perante a princesa pedindo misericórdia.

A princesa assustadoramente disse:

▬ O que estão fazendo ai de joelhos, escravos imprestáveis?

▬ Majestade, vimos um enorme cofre cheio de ouros e pratas, que certamente é da

senhora?

▬ É claro que estes ouros e pratas são meus idiotas, por isto é que estou presa neste

castelo frio e deserto há vários séculos, até que apareçam alguns idiotas como vocês para libertar-

me.

A princesa começou a contar sua história para os bandeirantes dizendo:

▬ Há vários séculos atrás antes do dilúvio, a terra era coberta de ouro, diamante e pratas.

Matei muito para ter este tesouro que vocês estão vendo, mas não serviu para nada, só para

condenar-me a este suplicio. Dou todo este tesouro para quem libertar-me.

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Os bandeirantes ficaram interessados em libertar a princesa, começaram a traçar planos, o

que deveriam fazer com toda aquela riqueza.

De repente a princesa furiosa brada:

▬ E daí idiotas, vão ou não vão querer ganhar o tesouro para libertar-me?

▬ Sim, majestade, mas o que temos que fazer para libertá-la?

▬ É muito simples é só matarem o rei que se transformou em serpente e é o guardião do

cofre.

▬ Se o rei também é um fantasma, como poderemos matá-lo?

▬ Na coroa do rei tem um amuleto em forma de estrela. Vocês peguem-no e façam uma

espada de prata, na ponta da espada coloquem o amuleto e depois tudo pronto.

Quando estava amanhecendo o dia, os bandeirantes entraram de vagarinho no cofre para

pegar o amuleto do rei fantasma, escorregaram em uma bacia de prata, o rei fantasma serpente

acordou e os bandeirantes saíram correndo apavorados para o interior do castelo. A princesa

labareda ainda meio adormecida no trono assustou-se com o barulho e berrou:

▬ Que bagunça é esta em meu castelo? Não se pode dormir mais em paz?

Os bandeirantes animados em conquistar aquela fortuna, entraram novamente no cofre para

pegar o amuleto.

O rei serpente estava fingindo dormir. Quando eles chegaram bem perto. A enorme serpente

agarrou-os, mordendo cada um deles. Pobres gananciosos, transformados em serpentes ficaram no

castelo junto com o rei e a rainha

sendo guardião do castelo. Muitos

pescadores e caçadores alegam

verem os bandeirantes e o rei

serpentes guarnecendo o castelo e

labaredas de fogo que sai do

antigo castelo na floresta

amazônica.

A ONÇA VELHA:

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As margens do pantanal entre Rondônia e Mato Grosso onde aglomeram vários

tipos de animais em busca de comida e caças, morava uma velha onça, cansada e sem forças se

quer para correr atrás de uma presa para saciar sua fome.

Um dia, bem cedinho encontrou sua amiga taturana ativa e robusta que começou a

especular a amiga dizendo.

▬ O que aconteceu com a amiga que se encontra tão magra e desanimada?

A onça cabisbaixa e triste respondeu para sua amiga taturana:

▬ Oh amiga! Você pode notar que estou velha, fraca, se quer consigo correr atrás de uma

presa. Depois minhas garras caíram deste jeito não consigo pegar ninguém.

A taturana agarrada eu um tronco de árvore, resolvei ajudar a amiga dizendo:

▬ não se preocupe amiga vou ajudá-la.

A onça velha sem entender nada que a taturana dizia perguntou novamente. Como?

▬ É muito simples. A amiga entra em uma caverna e manda avisar toda a bicharada que

está à beira da morte, tenho certeza que eles vão ficar muito felizes e certamente vai visitá-la e

quando estiverem próximo da amiga agarra-os e sacie sua fome.

A onça feliz com a idéia brilhante da taturana mandou avisar todos os animais da floresta

que estava à beira da morte.

Os inimigos da onça, fizeram uma enorme festa, dançaram, cantaram, tocaram

instrumentos, convidaram o cantor sapo e foi maior farra em comemoração a aposentadoria da

onça.

A coruja ouvindo tudo aquilo resolveu aparecer na festa para averiguar o porquê daquela

festança danada na floresta jamais já vista, perguntou:

▬ Companheiros, porque tanta alegria?

Os animais já embriagados com os vinhos retirados dos trocos das árvores responderam:

▬ a amiga coruja ainda não sabe da excelente noticia que recebemos da velha onça?

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▬ É claro que não, se soubesse não estaria perguntando imbecis.

E o gambá quase não parava de pé respondeu:

▬ Comadre coruja, não é que a velha onça vai bater as botas, por isto estamos festejando

sua morte antecipada.

A coruja ainda meio tonta com tudo aquilo respondeu a bicharada:

▬ Companheiros, antes de festejar a morte da onça, devemos ir visitá-la, para ver se

realmente se ela está doente ou não.

Os animais meio atordoados com a indagação da coruja concordaram em ir cada um para

sua toca e seus galhos e no outro dia bem cedo ver se a onça estava falando a verdade ou estava

os enganando-os.

Alguns dos animais se querem ouviu o que a coruja havia falado, resolveram ir ainda a noite

averiguar.

Ainda bêbados e atordoados de sono iam entrando na toca, a onça agarrava-os e os

devoravam. Isso durou várias semanas. A onça já estava forte, suas garras haviam se renovado. A

bichana estava toda faceira.

Um dia o sábio jabuti caminhava próximo a toca da onça e resolveu averiguar as pegadas

dos animais que adentravam toca adentro, descobriu com seu profundo conhecimento de escoteiro

que os rastos que adentravam na toca não retornavam. O jabuti assustado com o que descobriu,

voltou devagarzinho entre as folhas avisando os animais da floresta, mas não adiantou muito, até ele

chegar perto da casa de seus amigos a onça já haviam os devorados.

Na verdade muitos animais foram devorados pela velha onça, mas o jabuti se salvou pelas

suas experiências. Na verdade o que

aconteceu com os animais realmente

é a forma de sobrevivência de cada

um deles.

VITÓRIA RÉGIA:

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Há vários séculos as margens do Rio Amazônia. Morava uma tribo de índios canibais que

sempre estavam em guerras com outras tribos vizinhas.

Um explorador ecológico americano perdeu-se de sua equipe e foi capturado por esta tribo.

A tribo estava em festa da lua cheia e nesta época ela não comiam humanos por medo que

a deusa lua os castigasse, prenderam o explorador em uma caverna para depois das festividades

come-los tranquilamente sem risco de aborrecer a deusa lua.

Uma jovem índia da tribo encantou-se com os cabelos louros do americano e implorou ao

cacique que não o matasse e o desse por esposo.

A jovem por ser filha do próprio cacique, ele resolveu poupar a vida do americano e dá-lo por

esposo sua bela filha.

Passado alguns tempos, tiveram uma linda filha. A índia mestiça, crescia linda, robusta,

correndo a beira da praia do rio negro. Seus cabelos brilhavam como prata através do brilho do sol e

o resplendor das águas.

Um dia, a tribo travou uma batalha com a tribo vizinha. A tribo inimiga capturou o americano

e nunca mais foi visto naquela redondeza. A linda índia mestiça passeava todos os dias, em volta do

rio, nas areias, a procura do pai que tanto amava.

Passaram-se várias luas e nada dele aparecer.

A bela índia chorava todas as noites a beira do rio.

Os jacarés rosnavam amargurados em ouvir aquele choro tão triste e profundo que até as

árvores curvavam ao ouvir a índia chorar.

Quando as onças ouviam ajoelhavam-se sobre a terra em reverencia a pobre índia.

A índia chorou tanto que das suas lagrimas começaram a formarem pétalas de flores sobre

o rio. Os jacarés entristecidos pairavam em baixo das sombras das flores e ali faziam suas casas.

Rebanhos de peixes agrupavam em baixo das flores. Hoje essas flores cobrem maiores

partes dos rios das florestas amazônicas.

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Muitos dos caçadores e pescadores contam que nas altas horas da noite ouvem os gemidos

e o choro da índia protetora dos animais dos rios do amazonas e estas flores são chamadas de

Vitória Regia.

Segundo as lendas contadas pelos ribeirinhos e os aborígines, nem um pescador e

seringueiro sai para floresta adentro sem primeiro saldarem a rainha das águas dos rios do

Amazônia, se não fizerem essa reverencia segundo eles não conseguem trabalharem em paz.

O JOVEM SONHADOR:

Na época em que não havia energia,

carros, aviões, navios e outros meios de

transportes modernos como hoje. Os homens

viajavam montados em animais, gastando muitos

dias para chegar até o lugar de origem em que

desejavam.

Pedrinho vivia com sua família no ermo de

uma enorme floresta onde não via se quer uma

alma viva a não ser dos animais que ali viviam

perto de sua pequena casa feita de lascas de

madeira e coberta de folhas de coqueiro.

O jovem guardava em seu interior um desejo enorme de conhecer o mundo além daquele

lugar onde morava. Certos dias sentados em volta deu uma fogueira como de costume onde seus

pais contavam histórias de contos de fadas, seu Antonio começou a referir uma historia que já havia

ouvido quando era criança pelos seus pais em que próximo àquela floresta já havia existido um rico

castelo e no castelo tinha uma linda princesa a uns II Séculos passados. No referido castelo morava

uma terrível feiticeira que odiava a princesa, por inveja e ciúmes da princesa, a feiticeira enfeitiçou a

pobre moça transformando-a em uma pomba que todos os dias de lua cheia ela aparecia à beira de

uma fonte de água ainda existente para banhar. Se um dia alguém tocasse naquela pomba

enfeitiçada ela tornaria a voltar a ser realmente que ela era no passado.

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Pedrinho emocionado com aquela historia, no outro dia bem cedo arrumou suas poucas

roupas em uma sacola, pegou seu arco e flechas, uma cumbuca com água, uma porção de farofa e

foi à procura da princesa transformada em pomba.

Pedrinho viajou vários meses, até que em fim, encontrou a dita fonte, que ouviu na historia

contada por seu pai.

Pobre Pedrinho, cansado, com fome e sede, antes mesmo de tocar as águas da fonte

desmaiou ali mesmo.

No outro dia, já claro, as águas da fonte reluzentes com os reflexos do Sol, o jovem ergueu a

cabeça ainda atordoado, avistou no fundo das águas da fonte a imagem de uma linda mulher que

sorria para ele. Levantou-se ainda meio atordoado de sede e fome tentando chegar perto da jovem,

mas não conseguiu segura-la, era apenas uma alusão. Pedrinho adormeceu novamente. Der

repente cai um objeto macio em seu rosto assustando-o e o jovem rapidamente coloca-se de pé com

seu arco em punho pronto para atirar uma flecha no possível inimigo. Quando observa atônito, era

uma linda pomba caída com uma flecha cravada em sua asa.

O jovem aproximou daquela inocente pomba, pegou-a nas mãos, mais já estava desmaiada.

No mesmo instante foi aparecendo às imagens da linda jovem em sua memória. Pedrinho começou

a lembrar, os motivos pelo qual estava ali naquele deserto e lembro-me da historia que seu pai havia

contado para ele, sentando na relva e começou a passar a mão na cabeça da pomba. De repente

assustou-se ao vê-la abrindo os olhos e perguntar a Pedrinho:

▬Qual o seu nome Jovem Guerreiro?

Pedrinho assustado ficou sem fala um instante e depois respondeu:

▬ Chamam-me de Pedrinho onde moro.

▬ Onde moras meu guerreiro valente?

▬ Moro uns meses de distancia daqui, entre uma floresta sem fim onde nunca vi uma alma

viva a não ser de minha família e os animais da floresta.

▬ Não assuste, pareço com uma pomba, mas sou uma princesa enfeitiçada por uma bruxa

mal, minha madrasta que me odiava resolvendo fazer isso que você esta vendo, mas quando ela fez

o feitiço também disse que depois de muitas luas aparecia um valente guerreiro que iria libertar-me e

aqui está você.

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▬ Como? Eu sou apenas um simples camponês.

▬ Acalme-se jovem guerreiro, vou dar-lhe as dicas como libertar-me.

▬ Peça o que quiser e eu farei, até se preciso for darei minha própria vida para libertá-la.

▬ Acalme-se guerreiro, não precisa tanto e só procurar em minha cabeça um alfinete e

retira-la, rapidamente voltarei a ser o que eu era e meus súditos e meu castelo surgirá novamente

como era.

▬Minha princesa isso é simples de mais para ser verdade?

▬ Meu amor também não é tão simples assim.

▬ Mas qual o outro problema princesa?

▬Quando você retirar o alfinete da minha cabeça, o castelo aparecerá com tudo que existia

e a bruxa malvada também aparecerá. Você terá que destruí-la se não nunca viveremos em paz no

castelo.

▬Estarei pronto para enfrentá-la a qualquer instante, por isto trouxe comigo a melhor flecha

e alem disso sou o melhor atirador destas redondezas.

Pedrinho começou a passar a mão cuidadosamente na cabeça da pomba e logo encontrou a

alfinete, retirando a da cabeça de sua amada, naquele instante reluziu um enorme clarão deixando o

jovem atordoado. No mesmo instante foi surgindo da pomba uma linda mulher jamais vista aos olhos

do jovem.

Quando Pedrinho conscientizou - se do que estava acontecendo ali, abraçou sua amada e

foi para o castelo ver os preparativos para o casamento, mas o jovem guerreiro não apartava de seu

arco e flechas em nem um instante esperando a aparição da bruxa malvada.

O rei recebeu Pedrinho e sua filha com uma enorme festa, proclamou a data do casamento

e hospedou Pedrinho em um dos quartos do castelo até o dia marcado.

No dia do casamento, na hora dos sins, aparece a bruxa, montada em sua vassoura

amaldiçoando a todos os presentes. Pedrinho sacou seu arco, pegou sua flecha preferida para

matar a bruxa, mas ela gritou dizendo:

▬ Idiota, pensa, matar uma bruxa poderosa como eu com uma simples flecha?

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Pedrinho continuou apontando sua flecha em direção a bruxa e ela ameaçava-o com uma

horrível gargalhada:

▬Desta, vês, princesinha, vou transformá-la em uma enorme sapa e este se salvador idiota

em um sapo horrendo, os dois poderão viver como sapos para sempre.

Pedrinho revoltado com a humilhação da bruxa bradou em alta voz:

▬ Enganou-se bruxa horrenda, enviarei você para um lugar onde nunca deveria sair.

O jovem Pedrinho pegou seu arco, lançando uma de suas flechas certeira no coração da

bruxa. O rei, a princesa e todos os que serviam no reino começaram a pular e dançar de alegria e

Pedrinho e a princesa terminaram de se casar e viveram felizes no castelo e tiveram muitos filhos

felizes que corriam entre o jardim.

O URUBU E A RAPOSA:

No meio da floresta, existia uma enorme montanha toda perfurada por cavernas.

Um urubu metido a senhor das alturas, fez sua morada em uma caverna no topo da

montanha.

A raposa por se achar muito esperta, também, fez sua morada na caverna mais baixa da

montanha, alegando estar mais próximo da terra no caso de alguma emergência.

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Já o urubu, podia morar no alto, sabia voar e podia chegar o lugar mais alto da montanha.

Um dia, o urubu, lá do alto da montanha, observava a raposa sozinha e parecia triste a beira

de sua toca. Apesar de a qualquer momento, de acordo com mentalidade de urubu a raposa poderia

estar morta, ai faria dela um ótimo banquete.

A raposa na verdade não estava triste, estava apenas meditando. Se aquele suculento

urubu estivesse aqui pertinho de min, eu estaria satisfeita, saboreando aquelas enormes cochas.

Assim o urubu e a raposa dormiram em seus pensamentos cada um pensando em devorar um ao

outro.

Pela manhã o bem cedinho, o urubu levantou-se, esticou as asas, exercitou os dedos, e

disse:

▬Bom dia vizinha.

A raposa olhando o urubu de baixo para cima disse:

▬Bom dia almoço.

▬Não entendi o que a vizinha disse?

▬Eu disse bom dia amigo.

O urubu pensando em um dia comer a raposa, resolveu convida-la a participar de um jantar,

sendo assim ela poderia ganhar mais alguns quilinhos e quando isso acontecesse, estaria bem

gordinha para ele fazer seu banquete.

Já a raposa pensava o mesmo, se aquele urubuzão viesse aqui em baixo eu faria dele um

belo jantar.

Passado alguns tempos o urubu e a raposa ficaram quase amigos, já chegavam perto um do

outro e não tentavam se devorarem.

Os dois sempre estavam sozinhos, não tinham nem um amigo para conversar, mas onde já

se viu ser amigo de raposa e de urubu.

Vários tempos se passaram e resolveram almoçarem juntos.

O urubu tomou a iniciativa, convidou a raposa para almoçar em sua casa.

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A raposa ouvindo aquele convite sem sentido respondeu:

▬Só em cabeça oca de urubu mesmo. Você viu se tenho alguma asa para ir almoçar em

sua casa?

O urubu calmamente respondeu a raposa:

▬Tenha calma amiga, não havia percebido que não podia chegar até aqui, vou descer até

ai e almoçaremos juntos amanhã.

O urubu querendo pregar uma peça na raposa fez uma sopa bem caprichada, colocou em

uma garrafa e desceu até a casa da raposa e começou a almoçar enfiando o bico no gargalo da

garrafa e a raposa furiosa de raiva olhava para o urubu pensando em uma estratégia para vingá-lo

da humilhação.

O urubu de papo cheio, perguntou a raposa:

▬Amiga, não está com fome? Quer-se tocou a sua sopa na garrafa?

A raposa tremia de raiva em ver aquela deliciosa sopa e não poder enfiar o focinho para

comer disse ao urubu:

▬Não amigo eu não estou com fome, já almocei uma paca esta manhã, mas gostaria de

convidá-lo a outro almoço aqui em minha casa, só que desta vez sou eu quem vai oferecer o

almoço, ok.

O urubu levantou vou de papo cheio e feliz da vida por ter trapaceado a raposa.

A raposa furiosa e de barriga vazia, planejava uma forma de vingar-se do intrometido do

urubu deitou em sua toca e adormeceu de barriga vazia.

No outro dia bem cedo o urubu lá no alto da montanha feliz da vida e de barriga cheia gritou:

▬ E daí amiga raposa, quando será nosso almoço?

A raposa meio tonta de fome, cambaleando respondeu:

▬Amanhã amigo amanhã amigo.

O urubu todo faceiro voava de um lado para o outro e a raposa furiosa em baixo planejava

uma forma de vingar.

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Passou vários dias e o urubu sempre que avistava a raposa o insultava.

Um dia em que a raposa passeava em baixo da casa do urubu gritou:

▬ Hei sabichão! Pode vir amanhã as nove almoçar em minha casa.

No outro dia bem cedo à raposa preparou um excelente ensopado, derramou sobre uma

pedra e gritou:

▬Hei carniceiro! O almoço já está na mesa.

O urubu desceu até a casa da raposa e perguntou:

▬E daí vizinha, onde está o almoço?

▬Que mesa? Não estou vendo nem uma?

▬Esta pedra é minha mesa, pode servir-se a vontade.

O urubu sem jeito tentava beber o ensopado na pedra, mas se quer conseguia comer nada.

A raposa feliz da vida lambia o ensopado até ficar farta.

A partir deste dia cada um deles ficou em seus lugares. O urubu esperando à hora em que a

raposa tivesse um acidente e viesse a morrer ou morresse de velhice sendo assim faria um gostoso

banquete de sua rival.

A raposa almejava um momento de pegar o urubu despercebido fazendo dele seu banquete.

Mas isso não aconteceu até hoje, apenas o urubu que comem as raposas quando morrem.

Os urubus permanecem nos autos céus e nas mais altas montanhas vivendo seus últimos

dias em velhices.

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A LAVOURA DE MILHO:

No Estado de Rondônia, as

margens de um pantanal. Um agricultor, humilde e

trabalhador, plantaram dois alqueires de milho no

meio da floresta.

Todo o dia pela manhã, enchia a

cumbuca com água, colocava o café em uma

garrafa, o almoço em uma marmita, montava em

seu velho cavalo, chamava seu cachorro cego de

um olho e ia para o plantio de milho arrancar os

matos que havia entre eles.

Eles fizeram este percurso todos os dias, por vários meses.

Quando a lavoura começou a embonecar. O agricultor pulava de tanta felicidade

dizendo:

Meu Deus! Até parece uma boiada com os chifres para cima.

Ali próximo morava uma enorme família de macacos muitos animados com a

coragem do agricultor só esperando as espigas granarem para começarem a comerem.

Uns dias depois o agricultor voltou até a lavoura para ver como estava, ficou

assustado com o bando de macacos que andava entre o milharal. O pobre agricultor entristecido

com o que acabava de ver, falou para seus companheiros:

▬Amigo cavalo. O que faremos agora com este bando de macacos esfomeados?

O cavalo deu uma bufada e proferiu:

▬É preciso vigiá-los senhor.

E você cachorro o que me diz?

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O cachorro deu uma uivada e disse:

▬Estou com o que o cavalo disse, vamos vigiar a lavoura.

O homem, o cachorro e o cavalo, combinaram ficar, ali: o cavalo ficava vigiando um

dia, o cachorro no outro dia e o homem no dia seguinte e assim sucessivamente até o milho

amadurecer.

Mesmo assim os macacos ainda comiam milhos a beira da mata dando um grande

prejuízo ao agricultor.

Quando o milho já estava todo amontoado. Os macacos aproveitavam a hora em

que os vigias cochilassem e roubavam algumas espigas de milho deixando o agricultor muito

irritado.

O cavalo já velho e cansado do trabalho resolveu fazer uma proposta ao seu senhor

dizendo:

▬Meu, senhor quero – lhe fazer uma proposta?

O homem estranhado a atitude do cavalo, perguntou:

▬Diga amigo, que proposta tem a fazer-me?

▬Se o senhor aposentar-me pelo resto da minha vida pegarei todos estes

macacos.

▬Gostei da idéia, pois o trato está feito.

No outro dia bem cedinho o cavalo deitou no monte de milho, sem que os macacos

o vicem, fingiu-se de morto esperando qual seria a reação dos macacos.

Havia um dos macacos que era a sentinela, ficava vigiando para ver quando o

homem, o cachorro e o cavalo chegassem, para avisarem os outros macacos da manada para

fugirem do meio da lavoura de milho para que o homem não os pegassem.

Os macacos ficaram preocupados em não ter visto nem um dos donos do milharal

chegar aquele dia para trabalhar, resolveram descer até o monte de milho para ver o que estava

acontecendo.

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Assustaram-se, ao ver o cavalo que parecia morto em cima do monte de milho e um

deles exclamou! E agora? O que vamos fazer com este cavalo morto em cima do milho?

Entre o bando havia um espertinho que logo respondeu:

▬É muito simples; cada macaco amarra um cipó no cavalo e na cintura e podemos

arrastar o bicho de cima do milho.

Todos os macacos aplaudiram a idéia e começaram a cortar cipós com os dentes e

amarrarem no cavalo e em suas cinturas até não sobrar nem um macaco, começando a puxar o

cavalo.

Quando eles já haviam puxado o cavalo um bom pedaço, o cavalo levantou-se de

um salto, galopando entre os troncos das árvores e os macacos gritavam desesperados por socorro,

mas ninguém os podia ajudar naquele momento. A sentinela no alto de uma enorme árvore,

gritou,agarre-se nos troncos Garcia, o pobre do macaquinho só teve tempo de dizer:

▬Não tenho tempo.

O cavalo pulava, escoiceava, relinchara e os macacos iam ficando estraçalhados

nos trocos até não restar um macaco se quer. O agricultor ficou muito satisfeito com o cavalo, fez-

lhe um maravilhoso estábulo e nunca mais lhe deu trabalho, vivendo juntos ali em sua propriedade

os seus últimos dias de vida.

CHAPEUZINHO VERMELHO E O LOBO

Em uma pequena vila

montanhosa onde a floresta estava quase

intacta, morava uma jovem bela e

saudável que tinha o hábito de usar

sempre um lindo chapéu de crochê de cor

vermelha, por isso os moradores daquela

vila o apelidaram de Chapeuzinho

vermelho.

Próximo de onde a moça morava também morava um jovem galante e perverso, que tinha o

corpo peludo que também herdou o apelido de lobo. Os dois jovens cresceram juntos na mesma

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vila e sempre ele a lançava galanteios, mas Chapeuzinho Vermelho por saber a fama do jovem

Lobo, procurava sempre estar esquivando dos galanteios do jovem.

Lobo sempre pensava consigo: --Um dia agarrarei Chapeuzinho Vermelho. Ela que me

aguarde.

A avó da jovem morava um pouco distante em um sitio próxima a vila. A avó de

Chapeuzinho Vermelho ainda era bem jovem e vistosa.

O Lobo passeava pela floresta, a fim de encontrar alguma jovem desgarrada e agarrá-la.

Nesse mesmo dia, Chapeuzinho Vermelho, resolveu ir visitar sua avó no sitio. Pegou uma

sesta, colocou alguns doces que sua avó adorava e foi pela floresta, der repente, surge na frente da

jovem o jovem Lobo e pergunta a Chapeuzinho Vermelho:

--Aonde vai Chapeuzinho Vermelho, radiante, com tanta beleza?

A jovem, um pouco desconcertada, recuperou-se do susto e respondeu ao oponente:

-- Desculpe lobinho! Estou envergonhada por ter assustado contigo.

E o Jovem aproveitando a oportunidade disse a Chapeuzinho Vermelho:

--A bela jovem não tem medo de andar por esta floresta sozinha não?

--Porque deveria ter medo lobinho. Por acaso deveria ter medo do lobo mal que ataca as

jovens nesta floresta?

--Claro que não, só faço o que as jovens adoram fazer.

--Como assim?

--Se você me quiser posso lhe ensinar agora mesmo.

--Comigo não lobinho, sou uma moça direita, não lhe dou essas liberdades, até mais.

O jovem revoltado com a resposta de Chapeuzinho Vermelho, mas tentando disfarçar disse:

--Desculpe Chapeuzinho, deixe me acompanhá-la até a casa de sua avó para poder

desfazer este mal entendido.

--Não lobo, não pode fazer isto, quando sai de casa minha mãe alertou-me sobre estas

coisas, eu nem sei o porquê estou conversando com você, minha mãe se quer pode saber disso.

--Deixe pelo menos ensinar o caminho mais fácil?

--Está bem lobinho, diga já.

--Vai pela floresta que você chega mais rápido na casa de sua avó.

--Más dizem que pela floresta existem muitas feras perigosas.

--Não se preocupe estarei protegendo você.

--Veja lá o que vai arrumar lobinho, mas não deixe ninguém saber que eu ouvi seus

conselhos, está bem lobinho.

--Até a casa da vovó comidinha.

] --Nada não, eu disse que você não está sozinha.

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Naquele instante passava mil coisas pela cabeça do jovem, der repente, ele começou a

traçar plano como poderia fazer para pegar Chapeuzinho vermelho. Foi nesse instante que ele deu

um salto e disse:

--Já sei! Vou pegar um atalho e cegar primeiro que ela, na casa da avó, chegando lá, agarro

sua vovozinha que ainda não é de se jogar fora, e depois quando ela chegar, sua avó estará

amarrada, com a boca tampada e eu agarro a Chapeuzinho.

A jovem desobediente, ouviu os conselhos do Lobo e foi caminhando floresta adentro,

demorou várias horas para chegar até a casa da avó. Quando chegou à casa da avó, bateu na porta

e gritou: --Vovó! Vovó! Vovó!

A jovem preocupada em não ouvir sua avó responder, começou a chorar. O lobo com a voz

masculina tentando disfarçar a voz da avó de chapeuzinho respondeu meio rouco:

--Pode entrar Chapeuzinho.

A jovem estranhando aquela voz rouca entrou de vagarzinho até o quarto. O Lobo

disfarçado de vovó estava em baixo do lençol esperando que Chapeuzinho Vermelho chegasse mais

perto para poder agarrá-la.

A jovem meio desconfiada perguntou:

--Por que a senhora está com está voz estranha vovó?

--Há minha filha, estou muito gripada e por isto estou rouca.

A jovem ouviu um barulho vindo do quarto dos fundos, correu até lá, encontrou sua avó

amarrada, com a boca tampada com uma bucha de pano, apavorada, desamarrou a avó e cada uma

delas pegou um cabo de vassoura e espantaram o Lobo que nunca mais tentou agarrar chapeuzinho

Vermelho.

Chapeuzinho Vermelho, depois do susto que havia tomado tremendo arrependida-se por ter

desobedecido a sua mãe chorava dizendo:

--Vovó, o que aquele Lobo malvado fez com a senhora? Prometo que a partir de hoje nunca

mais vou desobedecer meus pais e a senhora. Por causa de minha desobediência é que causei tudo

isto.

Autor: JOÃO DO ROZARIO LIMA.

e-mail. [email protected]

[email protected]

fone: 69 8412 - 6031

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