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O TIPOsTIPA préÇos? No Rio ....... $500 Nos Estados. . . . $600 ANNO XXIII A SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE A'S QUARTAS FFt_V?3 RIO DE JANEIRO, 18 DE ABRIL DE 19.2:8 ¦ CASADOSOLIDO N 1 NUM. 1.176 O aV<- " ¦ -\- AH JfHro___'^ 'V.*# V^^*^ ^S3^^^.mi Mil-— " Hl ,li |l|^fc__ ¦ __jr^' 'sT¦ _/4 __f^MJr ' _X _^'--.^**^^ ^-^ --(r t*•-'^*mm&^#!^H9^^wi'»"*"" ¦ ¦-J"* '^^V^ __r ;//»^6- "J V. ^Xv^Wt^^^¦_£ ^Nk^W?____r__r^___ ^_-^___r*""í-!_ü_l#' ^_____k.I ^t. Pw^^___lx___-9lã___í^^^^^amàmm'''^^ >_____¦\mLmm*____. _/_____**-r _".'¦ -\*^S_-__rI _F»T I 9l_l_____^_^fl_____&.wv^B______' / \ "___t__S/^___l______! '' -\\-^x^BWm\\. Não tenha o senhor reíeio. . . Eu não lhe vou enganar Não foi a custa dos outros Que me ensinaram a brincar, Vou lhe dizer o endereço Certinho como aqui está. ¦— Solidonio dos Carinhos Mora do lado de lá. .. O senhor não tem que errar Está na porta, pregada . Uma ferradura gasta Muito velha e enferrujada!.

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O TIPOsTIPA préÇos?No Rio ....... $500Nos Estados. . . . $600

ANNO XXIIIA

SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE A'S QUARTAS FFt_V?3RIO DE JANEIRO, 18 DE ABRIL DE 19.2:8 ¦

CASA DO SOLIDO N 1NUM. 1.176

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Não tenha o senhor reíeio. . .Eu não lhe vou enganarNão foi a custa dos outrosQue me ensinaram a brincar,

Vou lhe dizer o endereçoCertinho como aqui está.¦— Solidonio dos CarinhosMora do lado de lá. ..

O senhor não tem que errarEstá na porta, pregada .Uma ferradura gastaMuito velha e enferrujada!.

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O TICO-TICO 18 — Abril — 1928

A MALEDICENCIAÃO podiam encontrar-se o macaco e o lobo

que não se juntassem a falar mal da ra-posa. Chamavam-n'a de ladra. Diziamque a sua sagacidade e astucia não pas-savam de artimanha de larapia que a

noite assaltava gallinheiros.Num desses encontros,

sem que elles percebessem,a raposa, detraz de umapedra, ouviu tudo e jureivingar-se.

Um dia surprehendeu pmacaco roubando espigasde milho e mais dias depoisassistiu o lobo matandouma ovelha.

A raposa pensou: Formi-daveis canalhas e eu é quesou a ladra.

A raposa foi ao gallinhei-ro da granja matou duasgallinhas e depois andoupor todo o terreno a rasparo solo nos logares onde an-davam o lobo e o macaco .-

No dia seguinte o dono

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da granja encontrou as gal-linhas mortas e o solo ras-pado, então para apanhar osautores do roubo espalhoupor toda parte armadilhas.

A raposa que já esperavapor isso não passou por alli.Os outros desprevenidos ca-hiram nas armadilhas.

E, assim, a raposa vin-gou-se dos maledicentes.

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18 — Abril — 1928 ü TICO-TICO

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Q TICO-TICO — 4 — 18 — Abril 1928

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Leiam "O PAPAGAIO", onovo semanário político e humorístico

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. O TJCO-TICO(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA O MALHO)*

R c ii . c f o r » C h c f e : CARLOS MANHÂES Director-Gerente: ANTÔNIO A. DE SOUZA E SILVAAssignaturas — Brasil: 1 anno, 25$000; 6 mezes, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, 5S$000; 6 mezes, 28$000

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em que forem tomadas e serão acceitas annual ou semestralmente. TODA ACORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou carta registrada com valor de-clarado), deve ser dirigida a Sociedade Anonyma O MALHO — Rua do Ouvidor, 164. Endereço telegraphico: O MAI_HO — Rio,

Tei«phones Gerencia: Norte, 6.402. Escriptorio: Norte, 6.818. Annuncios: Norte, 6.131. Officinas: Villa, 6.247.Succursal em S. Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijô n. 27, 8° andar, Salas 86 e 87

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E R R E O O

Meus, netinhos:

A Terra, o ímmenso globo onde vi-vemos,, é muito grande, tão grande que seconta por muitas centenas de milhões dekilometros quadrados a sua superfície.Essa formidável extensão de terra, meusnetinhos, nada é se vocês a compararemcom a de outros mundos que vagueiam

pelo espaço infinito. Vamos tomar umdesses mundos, o Sol, exemplo, que se en-contra a cento e cincoenta e tres milhões dekilometros distantes da Terra. Vamosver o seu tamanho, muito maior do que oda Terra. Vamos imaginar que pudesse-mos partil-o em um milhão de partesiguaes. Pois se tal cousa conseguíssemos,meus netinhos, cada uma dessas partes se-ria bem maior do que a Terra inteira.

Não seriam, talvez, tão pesados como aTerra, cuja massa é de forma liquida e so-lida, emquanto que a do Sol se compõe deunia massa de gazes incandescentes.

A imaginação de vocês não pode ap-

prehender a grandeza desses planetas que

os homens estudam e conhecem atravézdos telescópios. A Terra, como vocês sa-bem. mede quarenta e seis mil kilometrosde circumferencia. Isso é, no entanto, umainsignificancia comparado com a circum-ferencia do Sol. Um trem, com a veloci-dade de cem kilometros á hora, andandodia e noite, sem parar, gastaria mais decinco annos para dar uma volta ao redordo Sol. E' fantástica, meus netinhos, essadistancia, mas vocês precisam saber quenos mundos sideraes, ha corpos aindamaiores do que o Sol e situados a tal distan-cia de nós que quasi não os vemos, mesmopesquisando-os no espaço com as podero-sas lentes astronômicas. E' na contem-plação desses mundos, na da grandezadesses astros, na da multidão das estrellasque luzem no azul do firmamento que o>homem é levado a comparar a insignifi-cancia do seu ser com a maravilhosa obrada Creação, formidável, inexgotavel,divina.

VOVÔ

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O T I C O - 1 I C O t5 — 18 — Abril — 1923

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NASCI MENTOS

OOTICOTIC»•»'

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f $> O Sr. J. Dias Pereira e sua esposa D. IracemaPereira têm o seu lar enriquecido pelo nascimento de umlindo menino que foi registrado com o nome de Joacyr.® * Nelson Victor é o nome de um robusto meninoque, desde o dia 13 do mez ultimo, encanta o lar do Sr.José Rainha da Costa e de sua esposa.

ANNIVERSARIOS

^ ? Faz annos hoje o menino Álvaro Alberto, filhinhodo Sr. Carlos Barcelios.

^ * Hilda, galante filhinha do Dr. Frederico Guima-rães, festejou sabbado ultimo a data de seu anniversarionatalicio.

<$> ^ Fez annos hontem o estudioso Paulo, filho doSr. João Pedro de Almeida.

<£ $ Cecilia Ferreira, nossa gentil ami-guinha, festeja seu anniversario no dia 17. V/1

^ * Passou a 12 do corrente mez a datanatalicia do menino Waldemar, filho do Sr.Jarbas Pinto dos Reis.

^ * Viu passar hontem a data de senanniversario natalicio o joven Juvenal, filhi-nho do Dr. Nelson Vieira.

NA BERLINDA...

^ $> Estão na berlinda os seguintes me-ninos: Dorinha, por ser linda; Paulo, por serdelicado; Maria Lúcia, por ser amave!; Raul,por ser intelligente; Branca, por ser elegante;Carlos, por ser distineto; Vivina, por ser mei-ga; Dario, por ser correcto; Therezinha, porser galante; Luiz, por ser querido; Yara, porter olhos pretos: Julio, por ser dansarino; Olivia, por terlindos dentes; Alzira, por ser graciosa; Arthur, por' usarcalças largas; Gustavo, por ser apreciador de cinema;Maria de Lourdes, por ser ioura; José, por ser sympathico;Stella, por ser uma bella morena; Tidinha, por ter bonitosvestidos; Milton, por ser o mais falante. — H. A.

EM LEILÃO...

3> * Estão em leilão os seguintes alumnos da EscolaPareto: Quanto dão pelo preparo do Cláudio Osório? pelasgraças do Heitor Farias? pela intelligencia do Antônio M.?pelo esquecimento do José Ribeiro? pela cabelleira do CarlosLouzada? pela timidez do Thalles Alves? pelo comporta-mento da Flora Bogossian? pelo trabalho da Magdá Mo-raes? pela gordura da Edith Carvalho? pelo sorriso da Ce-lia Pereira? pela delicadeza da Carmelita Montenegro? pelagraça da Alayde? pelo tamanho da Cecilia Martins? pelosciúmes da Jovelina Carvalho? pelo pierrot da LucindaD'Almeida? e quanto dão pelas pilhérias do leiloeiro?

^ * Estão em leilão as senhoritas e rapazes de VillaIsabel. Quanto dão: pelo andar da Ivone? pela sympathiada Hortencia O. M.? pela graça da Selva T. ? pela sim-phcidade da Lybia M. ? pelos modos da Iza P.? pelo dansardo charleston da Haydée M. ? pelos olhos da Ecila R.? pelagraça da Maria Esther E.? pela meiguice da Lourdes R. ?pelos cachos da Florinha? pelas trancas da Olga Tojeiro?pelos gestos da Yolanda Torrentes? pelo olhar da Mafalda?pelo chalé da Yolanda? pelos vestidos curtos da Olguinha?pela franjinha da Nadyr C. ? pela cinturinha da OndinaC? pelo sorriso da Neuza? pelos olhos da Laura O. C. ?pelas sobrancelhas da Dulce de O. C? pela applicação daLeonor O. C. ? pelas risadas da Marina Nicoli? pela ai-tura da Altair de Souza? pelos penteados da Marilda M ?pelos sorrisos da Angelita? pelo porte do Travassos? pelocoração do Jurandyr Muller? pela applicação do ManoelLourenço? pelo chapéo do José? pela altura d0 Otto R.?

pelo rebenque do Aratus N.? pelos olhares doRicardo N. ? pela soncidade do Helios R. ? pelaseriedade do Ernesto M. ? pela bengala do Joa-quim? pelas suissas do Guilherme M.? p"elascalças do Annibal? pelo antigo bigodinho doOctavio? pelas conquistas do Othelo? pelo ter-no cinza do Antonino? pelo bom gosto doArthur? e pela sinceridade do Victor?

secção da DOCEIRA...,

<S> <?> Querendo fazer um doce, resolvi es-colher os alumnos e alumnas do C. N. S. dasVictorias: 250 grs. das sobrancelhas da Lu-zinette Monteiro; 50 grs. da cabelleira doJulio Bastos; 3 grs. dos sorrisos da OdetteReis; 550 grs. da pelle do Fernando Reis;5 kilos da gordura do Lucidio; 500 grs. dagraça do José Caetano; 300 grs. do olhar attra-

o Ernesto G. Pinto; 850 grs. dos olhos da Noemia2 litros das lagrimas da Diva Villa-Verde; 550côr morena .da Zelia Oliveira; 900 grs. da intel-rara da Adelia Gonçalves; 320 grs. dos olhos doPizzarno. Leva-se ao forno em fôrma untada comde manteiga da meiguice que é a Maria Magdalenafoi offerecido ao casal, por mim, que sou a doceira.

hente dBastos;grs. daligenciaErnesto350 grs.S. C. E

NO CINEMA...

® $> Foram contractados para fazer um film os se-guintes meninos: Paulo Pereira, o Tonh Gilbert; Maria daGloria, a Bebe Daniels; Diony, o Buster Keaton; Devanaghia Madge Bellamy; Dirceu, o Ronald Colman; Lenyra, a*Clara Bow; Wilson Moraes, o George O' Brien; Jacy Mo-raes, a Jane Gaynor; Lico, o Harold Lloyd; Jacy, a GloriaSwanson; Walter o Tom Mix; Lucy, a Corinne Griffith;Joel, o Conrad Nagel; Zézé, a Olive Borden; Geraldo, oEddie Polo; Lourdes Coutinho, a Marie Prevost; José Cou-tinho, o Raymond Griffith; Luiz Hiltner, o Richar Dix.

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18 — Abril _ 1928 7 — O TICO-TICO

O PEIXE "MY

S TER 10 SONaquelle dia o fundo escuro e mysterioso do mar

estava agitado como nunca. Os grandes tubarões, osmonstros marinhos, rebuscavam, em carreiras loucas,de um para os outros lados, todas as cavernas, todosos esconderijos dos peixes gigantes. Pareciam, peloestrepito da carreira, pelo aspecto semi-furioso queapresentavam, cavalleiros monstros do granle Neptunona ronda sinistra, á cata das poderosas naves. Demomento a momento, um vulto escuro passava, vol-tando logo após ao lado de outro vulto.

Eram os tubarões, os portentosos gigantes dosmares que confabulavam, que discutiam, que troca-vam idéas, antes de se reunirem no secreto concilioque se realisaria naquelle dia na gruta de Neptuno— o rei dos mares. O palácio do grande soberano,desde cedo, fora isolado pelo cordão marcial dos gol-phinhos. O camarão, a tainha, o vermelho, a sardi-nha — a arraia meuda dos peixinhos só passava delargo, á distancia necessária para não ver nem ouviro que os grandes senhores do oceano iriam resolver.

Chegou o solenne instante. Ao redor da irn-mensa mesa de areia e madreperola, os tubarões to-maram assento. Ao fundo, Neptuno, sob o pallio deouro que as nymphas sustentavam, fez um signalpara que se abrisse o debate, para que falassem osseus subditos, agora tão alarmados, tão ansiosos paraexporem ao soberano do mundo das águas o motivode suas apprehensÕes. Falou primeiro o tubarão maisvelho:

— O fundo dos mares, a região immensa que.temos sob nossa vigilante vista e que pertence aonosso augusto Rei soffre agora a affronta de uminimigo poderoso e desconhecido.

O nosso poder, a nossa bravura, a nossa dedi-cação e galhardia de nada valerão para combatel-o.Não é elle, o audaz inimigo, um peixe como nós, quepensa affrontar as iras dos nossos exércitos. E' ummonstro de aço, sem barbatanas e cuja cauda lami-nosa, de afiados gumes, sempre a ffirar. será capaz,por si só, de nos cortar em postas.

E esse inimigo, de tempos a tempos, desce ámansão onde vivemos, sonda cuidadosamente as pa-ragens nunca dantes profanadas, escarnece de nós,procurando mesmo apossar-se das riquezas e thesou-ros da fauna marítima! ,

Matemol-o! — Matemol-o! — foram gritosque soltaram os demais tubarões.

Como? — inquiriu a voz do primeiro orador.Já não vos disse que as nossas legiões são impotentespara expulsar sequer dos nossos domínios o monstrode aço? As defesas do inimigo, em cujo bojo pareceexistir a fauna humana, são temíveis; ao primeirogolpe que nos desferissem, matar-nos-iam...

Será então possível, interrogou o mais joven,o mais inexperiente dos tubarões — que não possa-mos combater o profauador das plagas que são nos-sas, somente nossas, que nos foram asseguradas porum direito divino? Será possível que nem ao menossaibamos a origem, o nome do inimigo tão cheio demysterio e tão poderoso?

-— Não — respondeu o conselheiro maior deNeptuno, o tubarão Saber, que assistia ao concilio.O poderoso inimigo que nos deprime, que nos espe-zmha o orgulho muito justo de querermos ser os se-nhores absolutos do fundo dos mares, é, sei-o eu,invencível e maravilhoso. Obra da intelligencia hu-mana, que nós já reconhecemos superior á nossa,manifestação grandiosa do Progresso, destinada maispara o intercâmbio da amizade e do bem estar dospovos que habitam a parte enxuta da terra, do quepara um vehiculo de ataque e de destruição,' esse ini-migo, esse supposto profanador das nossas plagas, éo submarino, muito mais leal para os mares que pspossantes navios de quilhas* afiadas, que riscam a su-perficie das águas com fria e desmedida indifferença.

Todos os tubarões olharam então para o fundoda gruta: Neptuno accenava a cabeça conformadocom a explicação do seu conselheiro. Os tubarões to-dos abandonaram a gruta e resolveram de então parao futuro considerar o peixe mysterioso como irmão..

R O M N H A E

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O T11_0-T1C0 — 8 — 18 — Abril — 1923

VIAGENS MARAVILHOSAS / / JmDE / / __¦(Bullípcr ÊÈÈÊÈÈÊÊkP o r j., swift: / / mPRIMEIRA VIAGEM Continuação — (17) ' / jj

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UIZ um dia o imperador dar uma-Aversão um tanto espectaculosa,em que estes povos excedem atodas as nações, quer na agili-dade, quçr na magnificência;

nada, porem, me agradou mais do que vêr os dan-sarinos de corda fazerem volteios num fio tenuis-simo de tres palmos e onze pollegadas de compri-mento. As pessoas que executarneste exercício sãoas que aspiram aos grandes empregos e anceiampelos applausos da corte; para tal fim se dão a essenobre exercício, desde a infância, por ser o quemais convém aos indivíduos de alta estirpe.

Quando vaga um emprego importante, querpor effeito da morte de quem o exercia, quer por

ter incorrido em desagrado (o que se dá muitasvezes), cinco ou seis pretendentes ao logar re-querem ao imperador consentimento para di-

vertirem sua majestade e a corte com umadaosa na corda, cabendo o emprego ao que

saltar mais alto e não cahir. E'freqüente orde-nar-se aos altos magistrados, que dansem tambémna corda, afim de mostrarem sua habilidade e paraque o imperador fique sabendo que não perderamas suas aptidões. Flimnap, thesoureiro mór doimpério, possa por ter a habilidade de dar umacabriola na corda uma pollegada mais alto quenenhum outro magnata do império; vi-o variasvezes dar o salto mortal numa taboinha presa ácorda, a qual não tinha mais grossura que um bar-bante. Estas diversões são a causa de freqüentesdesastres funestos, a maior parte dos quaes estáregistrada nos archivos do império.

Eu próprio vi dous ou tres pretendentes fi-carem aleijados; o perigo é muito maior quandoos ministros recebem ordem de patentearas suas habilidades, porquanto, fazendoextraordinários esforços para se excederem,comprometterem os outros, cahem quasisempre desastradamente. — (Continua)

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OS NOSSOS AMIGUINHOS

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Aducci Vieira Lopes ¦• - g wM

Jorgeana mÊÊ H^^f-^flde Oliveira fc»É wt\à\

w*^^ Rodovalho, Nilza e Dario

""V " m\ ir •• -af m/Mh^i bbbbbRbbbIbb*^^ JMf ' ^B

Lúcia, filhinha doSr. Ignacio Lins

Est. da Parahyba

José, filhinho do Sr. Álvaro Peixotode Mello — "Minas"

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osNOSSOS

PEQUENOSLEITORES

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Wylggberto de Carvalho— Queimados

Enne Ribeiro do ValleFartura — Est. S. Paulo

Betty, graciosa filhinhado Sr. Eloy Braziliense

de Souza -— "PontaGrossa" — E. do Paraná

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Glauco de Castro Silvae «eus irmãosinhos

"Viçosa"

Ruy, filhinho doSr. Romulo Bellentani"Rio Preto" —S. Paulo

Nelson, filhinho doSr José Vianna "Porto

Alegre" - R. G. do Sul

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IS Abril 1928 11 O TICO-TICO

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^rx^^Lnl/^^b^i/J^^^'MMi^/i^^=yy^ ¦/ \ ¦¦_.._ .w sv rsé—wn?—*gy hiÁé&c^-faqmiefcPortugal e .apanha alliaram-se á Inglaterra contra a França. Para vingar-se de tal attitude, mandou o Rei de Ffança que seus

.subditos formassem companhias de corsários e fossem atacar as colônias portuguezas. Partiu, pois, de Brest, (em 1710) uma es-.quadrilha franceza sob o commando do Capitão Duclerc, que se dirigindo para a Ilha Grande ahi lançou ferros. Duclerc desembar-cou com os seus, saqueou diversas fazendas e, embarcando de novo, rumou para o norte.

Desembarcando cm Guaiatiba, tomou Duclerc por guias doisnegros aprisionados por elle na Ilha Grande, passou por Jacarepa-guá até o Engenho Velho e depredou e saqueou, neste iogar, a fa-zenda dos Jesuítas. Tendo, o governador do Rio de Janeiro, Fran-cisco de Castro Moraes, conhecimento da invasão dos Francezes,tratou logo da defeza..

les laclual Rua do Riachuclo) e depois na Lapa, ale que, com-pictamenie perdido, Duclerc encurralou-se com os seus no trapicheda cidade, de onde se defendeu com suas peças ôe artilharia. Ogovernador, assim que soube, que os francezes se achavam refugia-fios no trapiche. accorreu a intimar Duclerc a se render, que só setntiegou sob a ameaça de fazer voar o trapiche com lodo; seus com-Banheiros, cem uma explosão de pólvora. Foram feitos muitos|.isioneiros.

...da cidade. Sete dias marchou Duclerc e seus companheirosatravés de estradas e mattas. vindo sahir junto á Lagoa da Senti-nella (onde hoje é a rua Frei Caneca) e ahi foram repellidos poruma companhia de estudantes commandada por Bento do AmaraiCoutinho. Duclerc foi obrigado, em contínuos e encarniçados com-bates, . __«_. i | || II II ln___ penetrar...

Duclerc -— e seus officiaes tiveram a cidade por menagem. residindo no Coliegio dosJesuítas. Mas tendo o Capitão francez. passado a moiar em umacasa alugada da rua de S. Pedro, ahi foi, numa noite, mysteriosa-mente assassinado, sendo varias as versões relativas a esse assas-sinio. E mais tarde, os francezes, quando souberam desse crime.mandaram Duguay-Trouin invadir de novo o Rio de Janeiro e tirai;vingança da morte.de seu compatriota.

(No número próximo, trataremos desse assumpto)

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O TICO-TICQ \ü — 18 — Abril — 1928

SUPERSTIÇÃONa noite passada, — começou o

velho Zumba iniciando uma das his-torias com que entretinha a meninadada vizinhança, — na noite passada, re-petiu elle, houve quem duvidasse que opio da coruja, rasgando mortalha, nãoseja morte certa.

Hoje, si vocês.não duvidassem, eu iacontar uma historia que se passou com oseu Maneco, quando eu cra feitor lá noengenho delle.

*— Conte, "seu" Zumba, conte! pedi-ram em coro os ouvintes.Pois vá lá! A coisa foi assim:

Não vê que seu Manecò era tambemmuito incréo, não acreditava em nada,nem mesmo nos santos das igrejas quê¦elle chamava "calungas de páu... " MeuDeus perdoae-me!

E o velho Zumba interrompeu a nar-rativa para se benzer devotamente emvista de ter repetido a tremenda heresiado seu Maneco.

E depois diiso continuou:Klle nunca ouvia uma missa, não sebenzia de manhã quando se levantava dacama, nem de noite quando ia se deitar.Quando corria uma •estrella' no céo,

elle nunca dizia: — Deus te salve!h por que é mesmo que a gentedizia isto seu Zumba? indagou um dosouvintes.

—- Pois vocês não sabem? Aquillo ésignal de que uma alma vae pro pur-gatorio e a gente diz:

Deus te salve 1 pra mor de NossoSenhor botal-a em bom lugar uo reinoda gloria.

Conte o resto da historia do seuManeco, ó seu Zumba.

Ah! Onde é que eu estava?listava dizendo que elle não "sal-vava estrella que correse no céo".E' verdade. E não era isso só:Quando elle estava com somno abria abocca e não fazia nem uma cruzinhaem frente dos beiços.

Eu faço porque vejo os outros fa-zerem, mas não sei pra que é.Pois você não vê logo que quandoabre a bocca está com o "corpo aber-to" e o "inimigo" pode entrar c tomar

conta da gente?— Não sabia.

_***-. Po«S é isso. Quem qiiizesse po-dia morrer de. espirrar na frente delle,

que elle não era capaz de dizer "1'omisobisco" (1) e si era menino pagão nãodizia: "Deus te leve á pia."

Era um homem tão desabusado quechegava até a fazer raiva na gente.Quando o sino da capella batia a

hora do meio dia, ou tocava as Trinda-des, elle não tirava o chapéo, e fica-va de cigarro no queixo, sem respeitonenhum.

—Credo! Que Hereje! Exclamouunia menina escandalisada.

E não era mesmo? Nem nos diasde festa do padroeiro, tão milagroso, elleentrava na egreja! Deixava-se ficar emcasa, tocando viola.

Não tinha medo de fazer viagens em6* feira e nos dias aziagos é que ellegostava de fazer negócios.

E tirava resultado?Vão esperando. Não passava da-

quillo. Nunca foi pra deante. Mas oatrazo delle começou depois que matouum gato do seu Nôsinho, filho do senhordo engenho. Isto só porque o gatinhocomeu um canário delle!

Todo mundo sabe que quem matagato tem sete annos de atrazo, porquegato é um bicho que tem sete folegos ecusta muito a morrer.

Lá isso é verdade, confirmou umdos da roda.

Pois o atrazo delle começou dahi:Por causa de matar o gato foi despedidopelo "senhor do engenho".

Sahindo dali foi ser morador nasterras do engenho "Curralinho."

A "canna de planta" qUe elle tinhaplantado não vingou. Faltou a chuvano tempo e elle perdeu o dinheiro queempregou na "fundação" da safra.

Teve depois umas maleitas fortesc quando chegava a febre elle ficava'fora do juizo, dizendo e fazendo umaporção de "estripolias". (2)

Um dia, ahi pela volta das quatrohoras da tarde, bateu-lhe o frio e de-pois veio a febre. Elle andou pelo meioda casa feito maluco, falando sósinhocomo si estivesse conversando com asalmas do outro mundo.

Logo na sala da frente derramou um

(1) Dominus vobiscnm, saudação la-íína que quer dizer{ Deus seja com-vosco.(2) Tropelias.

tinteiro cheio de tinta que estava namcsiiiha de se escrever.

Chegou na cozinha entornou azeitedoce, depois sal, sem saber o que estavafazendo.

Um vizinho ouvindo aquella barulha-da que o infeliz fazia quando estava"variando" com a febre, foi lá nacasa delle e o levou para a camarinha,pia mór de elle se deitar e descançarna cama.

Pois assim que elle entrou no quarto,"bateu mão" a um frasco de remédioque tinha em riba da banca e sacudiubem em cima do espelho d0 lavatorioque se esfaxiou (3) todo no chão.

Tambem foi a conta. Não passou da-quella noite. No outro dia amanheceumorto e foi pra a "cidade dos pés jun-tos."

Depois de morto foi para a cidadede quê?

Dos pés juntos, menino.Oi! E ha esta cidade?!¦ — Ha, sim, senhor: E' o cemitério.,

Nao sabia? Aquillo é uma cidade ondea gente entra de pés juntos e "andau-do pelos pés dos outros."

Agora foi que entendi._ — Está ahi a historia do seu Maneco.

Elle que não acreditava em nada tevea prova comsigo mesmo: Depois quematou o gato teve 7 annos de atrazo eacabou morrendo justamente no dia emque derramou a tinta, o sal e o azeitetendo quebrado o espelho ainda porcima.

Eu acho que elle morreu porquetinha mesmo de morrer, observou umpequeno incrédulo.

Já çstá você como o outro da noitepassada que não acredita que a corujarasgue a mortalha em cima d0 telhadode quem está pra morrer.

—¦ A nova professora disse que tudoisto é superstição do povo e não é ver-dade.

Verdade ou mentira, concluiu avelho Zumba, o certo é que acontece.E, com esta, até amanhã, que já étarde e eu vou dormir.

Até amanhã, responderam as cri-ancas dispersando-se na esperança deouvir novas historias na noite seguinte.MALAZARTES

a—i

(3) Partiu em pedaços.

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18 Al.iil 1ÍJ2S 13 O TICO-TICO

O NAVIO MENDIGO(CONTO DE MA

No anno 295 de Mahomet, tomei passagemnum grande navio de mercadorores persas queseguia, em busca de especiarias, para o paiz dcSirandib, e foi com indizivel alegria que fizemosvela em direitura aos mares que ficam para alémde Bahtir Oman.

Quiz a vontade de Allah (seja o seu nomeexaltado!) que encontrássemos sempre ventosfavoráveis, temperatura branda e mar bonançoso.

Vinte dias, porém, já eram transcorridos,quando uma tarde, depois da terceira prece, o'"Jannab" — assim se chamava o nosso navio —

parou junto a uma pequena ilha deserta e monta-nhosa que eu soube mais tarde chamar-se Ilim-dl" j ani.

Ao notar que havia a bordo, entre os itiarí-nheiros, um movimento anormal, perguntei aocapitão Mubárak—homem experimentado no mar— se algum perigo nos ameaçava e qual seria acausa daquella parada intempestiva em tão in-hospita região.

— Bem se vê, ó musulmano! — respondeu-me o commandante — que é esta a primeira via-gem que fazes pelo mar, visto como ignoras queaqui paramos unicamente para dar a nossa esmo-Ia àò navio mendigo!

Por.Allah! Fartas vezes ouvi dizer, em Da-gdad, nas palestras com velhosmarinheiros, que o mar é umafonte inexaurivel de preciosos en-sinaméntos e grandes imprevistos.Falaram-me de peixes gigantes-ms, com faces humanas, quevoam sobre as ondas; de pássarosnegros, cheios de pennas brilhamtes, que escondem os ninhos sobpedras no fundo das águas; idisse-ram-me lambem, que havia, n -sete mares da China, cavallos

y \

LBA T A H A N )monstruosos e serpentes terríveis que assaltam as,embarcações e devoram os homens. Mil coisas,ouvi, incríveis e espantosas, que povoam as nar-rativas da maruja; nada, porém, me disseramacerca de navios mendigos! Não seria, talvez, aexistência desses mendicantes maritimos, umadessas muitas lendas que vivem na imaginaçãofacilmente impressionável da gente do mar?

Estava eu, assim, absorto em taes pensameu-tos quando o "Jannab", depois de virar por da-vante, approximou-se da ilha. Vi, então, appa-recer num pequeno canal, entre arrecifes, um na-vio tão velho, tão sujo e tão esbandalhado, queparecia, realmente, pelo triste estado cm que seachava, um verdadeiro mendigo do mar!

A vela, que o vento arfava levemente, esta-va rota, suja <rremendada; o mastro apodrecido,pendia torto para um lado e mal seguro por doisbrandais negros cheios de nós. Do castello daproa — já em ruínas — até a popa, viam-se nasobras mortas, pregadas grosseiramente por fora,pedaços de madeira e rodelas de couro, que co-briam completamente o casco da velha galera ,Na extremidade do mastro, a fingir de bandeiraum molambo, escuro e disforme, agitava-se gro-tescamente ao vento.

I .ncheu-iuc de dó o deplorável estado cm quese achava a mísera embarcação IMuito deviam soffrer os infeli-zes que nella viviam, affrontando,numa luta desigual as intempériese a fúria impiedosa das ondas deOman.

— Ahi está — disse-me ocapitão apontando para o calham-beque — o navio mendigo! Umavez por anno, durante o inverno,elle sahe deste refugio c faz umaperegrinação pelos mares circum-

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O TICO-TICO — 14 — 18 — Abril — 1928

vizinhos implorando umaesmola aos ricos veleirosque encontra!

E, como os meus olhosnão quizessem desfitar amiseranda galei a, tanto asua apparição me encheuo espirito do divagaçcc.- chypotheses, o capitão Mu-barak bateu-me no hom-bro e disse-me pachor-.rento.

Aquella bandeiraesfarrapada que agonisano topo do mastro signi-fica: — "Uma esmolapelo amor de Allah 1"

Só ha força oupoder em Allah, o Altis-simo!—murmurei, cheiode assombro —r Quempoderia imaginar quehouvesse, no mundo, umnavio em tão penosas cir-cumstancias?

Nesse momento, porordem do commandanLcMubarak foi atirada aomar uma grande caixade madeira, que ficou a fluctuar saltitando entreas ondas. Aquella caixa ;— conforme soube maistarde — continha varias peças de roupa, viveres,armas e dinheiro. Era a esmola que a piedosa tri-pulação do "Jannab" dava ao navio mendigo!

Algumas horas depois a nossa galera, apro-veitando os ventos fortes que sopravam do sui,afastava-se da ilha de Himdfjam. O navio-men-digo, segundo o dizer dos marinheiros, só poderiaapanhar a valiosa caixa quando estivéssemos aolargo, bem longe.

Sem poder, porém, dominar a minha curiosi-dade, perguntei ao capitão quaes eram os tripu-lantes do apodrecido barco que pedia esmolas en-tre as ilhas de Himdfjam.

— São seres invisíveis e poderosos! — ex-plicou-me o commandante. — Vivem no velho na-yio-mendigo sete djins bemfazejos; esses gênios(que Allah os proteja!) pedem aos navegantes quecruzam estes mares um obulo, um auxilio qual-quer. O navio que não os soccorre soffre tor-mentas e damnos terríveis; aquelle, porém, que

dá a esmola pedida en-contra, em sua rota, ummar sempre calmo e ven-tos sempre favoráveis!

Aquella mythologicaexplicação do capitãoMubarak — confesso —«não satisfez, em nada, aminha immensa curiosi-dade. Algum mysteriohavia, com certeza, emtorno do navio-mendigoque o meu informantenão soubera decifrar.

Viajava, porém, abordo do "Jannab" umvelho chamado HusseinEl-Sahid, escriba famo-so de Bagdad, que ia aÍndia ensinar um princi-pe musulmano a ler e ainterpretar os versiculosmais difficeis do Coran..Interroguei-o sobre ocaso que eu feri com duasou tres incontidas chaco-tas. O erudito Husseindisse-me, então, em tomconfidencial:

Deixa em paz, ó insensato! o navio-meu-digo! Não procures destruir ou ridicularizar a eu-cantadora lenda dos marujos persas, pois, embo-ra no navio-mendigo não haja homens nem ge-nios mysteriosos, as generosas dádivas, atiradasao mar, vão servir exactamente áquelles que maisprecisam!

E, antes que eu perguntasse, por ironia, se eraaos peixes voadores ou aos cavallos marinhos, queas roupas, viveres e armas iam servir, o prudenteescriba proseguiu:

Todas as caixas que se atiram á ilha deHimdfjam, são levadas, por uma corente mari-tima, para a costa da Pérsia, perto de Chamir,vão ter a praia. E os pobres pescadores, que vi-vem nessa velha aldeia, são quem recebe todas asesmolas que os navegantes supersticiosos dão aonavio-mendigo! E concluiu, sorridente e bom:

A Lenda, meu amigo, com seus encante, emaravilhas, é, ás vezes, mais útil aos infelizes doque a Verdade com seu rigor e nudez!

La Allah illa Allah, Hahommed rassoul Allah 1

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18 — Abril — 1928 - 15 — O TICO-TICO

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O TICO-TICO — 16 r-, 18 Abril — 1928

Havia muitos dias que Celina tinhafebre, íastio, e nada a fazia sorrir.Pallida, como uma figurinha de mar-fim, nem levantava a cabeia do tra-vessciro. E quando os irmãozinhos,afflictos, vinham rodear o leito, a vêrsi-ella queria brincar, Celina fechavaos olhos... e elles, coitadinhos, comuma decepção na alma. sem saber por-que ella não os queria, sabiam, andan-do nas pontinhas dos pés...

Naquellc dia, o medico resolverafazer Celina brincar. O medico era umgrande amigo das crianças, e elle bemsabia que a alegria é o raio de sol quedá viço e belleza ás florzinhas lnima-nas.

Correu as lojas da cidade, á procurade uma cousa nova... e encontrouuma lindíssima figurinha de armar, co-nio aquella que "O Tico-Tico" nostrouxe, em seu numero de 21 de Março.Representava a "Menina do Chapéu-sinho Vermelho", com um vestidinhoazul, uni avental branco, o tradicionalChapelinho Vermelho, e o garajáuzi-nho, cestinlía de duas tampas, com umarco para enfiar o braço.

Era uma belleza, aquella pagina dearmar!... A bonequinha, estava emfraldinha de camisa, á espera do vesti-do e do chapéu; tinha uma carinha deanjo, dous olhos negros e vivos, redon-dinhos como duas jaboticabas; e unscabellinhos louros, encacheados, poronde ainda não passara, de certo, a te-roz thesoura do cabelleireiro da moda !...

Olha, Celina, dizia o Pai, ansio-so por vêr o effeito do "remédio"...,

que lindo presente vem trazendo o Dou-tor!

Celina volveu os olhos soninolentose cançados para a cara alegre do me-dico, porém, não disse nada... nemperguntou o que era!

Mas quando viu o Doutor abrir oembrulho, e surgir de dentro a lindabonequinha de camisa, cercada de to-das as peças do vestuário, a menina es-tendeu as mãosinhas magras, transpa-rentes, para receber a maravilhosa fo-lha de cartolina.

E Celina sorrio!...Uma lagrima de esperança bailava nos

olhos do pobre Pai, que adorava aquel-Ia filha.

Então a Mãe perguntou:Conheces esta menina?

Celina olhou para a carinha <ra bo-neca... e moveu a cabeça,afazendo si-gnal que não...

Olha a còr do chapéo, minha fi-lha; c a cestiuha... está tão cheiade fructas e bolinhos, que a tampa fi-cou levantada...-

Pobre bonequinha!¦— Ah! é o "Cliapelinho Vermelho"!

é o chapelinho vermelho, que o lobocomeu! Mas onde está o lobo?...

Pois não te lembras que os le-nhadores ouviram os gritos da meni-na, e chegaram a tempo, para matar olobo?...

E elix sahiu direitinha da barrigado lobo ?!

Sahiu. Não estás vendo que ellaestá inteirinha? Não falta nem um pe-dacinho.

E nós vamos pôl-a de pé, atalhouo medico, sacando do bolso uma the-zourinha pequenina sem ponta, mas tãopequenina, que só o dedo de Celina po-dia entrar nas argollas.

Celina pegou na tliezoura, e pergun-tou:

Posso cortar?O Pai de Celina correu para. a ja-

nella, rindo-se feito um maluco...Havia tantos dias que não ouvira a

voz da filha !> Guiada pela Mamãe, Celina recortou

a bonequinha e depois o chapéuzinho.E quando viu a sua nova filha em pé,de camizinha, com o chapéo vermelhona cabeça, achou-lhe tanta graça, quedeu uma risadinha.

O Doutor sahiu satisfeito, dizendo:Está salva ! era preciso interessai-

a em alguma cousa. Agora vai comer.Com effeito, Celina acceitou um pi-

res de mingáu e pediu uma bolachi-nha, que antes recusara. '

Depois, mandou chamar os irmãos.Tônico e Maneco, paia verem o "Cha-

pelinho Vermelho", e quiz que a Ma-mãe contasse de novo toda a historiada menina tolinha, que parou no cami-nho para conversar com o lobo.

O dia passou-se em vestir e despira bonequinha. Celina não dava signaesde enfado; e nem quiz que os irmãosa ajudassem a recortar o vestido, oavental e a cestinlía da boneca.

Mamãe, dizia ella, gosto mais dosbrinquedos "que a gente fas"... nãopreciso

"mais das outras bonecas.E quando chegou a noite, e 'o Pai

veiu beijal-a antes do somno, retribu-indo a caricia, ella mostrou-lhe ainda asua "Chapelinho Vermelho", e disse:

Este doutor é muito bom. Só to-mo os remédios d'elle.

Pobre "chapelinho vermelho"! Comohavia de pagar caro as preferencias deCelina!...

Dizem que as mulheres são muitociumentas; por mais amigas que sejam,não gostam de ouvir elogiar as suascompanheiras!... E este feio vicio, queapaga o brilho de todas as virtudes, étambem usado entre as bonecas !!!

Por isso, quando Celina dormiu, e aMamãe, cuidadosamente, guardou a pe-quenina camponeza na caixa dos brin-quedos, já estava projectada uma vin-gança, urdida por uma dansarina ves-tida de gaze côr de rosa e duas banhis-tas de celluloide.

Com muita lábia, conseguiram aadhesão de um urso, do elephante, docarneiro, e até do chauffeur de umabaratinha de rodas quebradas... Só ocachorrinho pelludo, um "loulou", bran-quinho como neve, não quiz se metterna briga, e pulando íóra da caixa foidormir debaixo da cama de Celina.

De manhã cedo, quando Celinaacordou espertinha, procurando a suabemfeitora, a pobre bonequinha de pa-pelão gemia dentro da caixa, de-baixo do peso de todos os outros brin-quedos, com os cabellos em desordem,as mãos e os pézinhos cheios de talhos,todas as peças do seu vestuário comum naco arrancado, e o lindo chapéu-zinho em farrapos !!!

Quanto podem a inveja e o ciúme!...E que lucraram as bonecas?...Nada ! nada, a não ser o remorso e;

a vergonha da sua má acção.Celina declarou que, agora, só queria

bonecas iguaes ás do Doutor, deque fazem "pensar e trabalhar'.

Maneco e Tônico aproveitaram-se»da licença para jogar petéca, com asoutras bonecas, que acabaram á vidaatiradas em cima de um armário, ondeforam comidas pelos ratos.

MARIA RIBEIRO DE ALMEIDA

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18 — Abril — 1928 17 O TICO-TICO

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/tf0/?/. ///f/í/vr/z.i" — Lindo vestidmho rosa em voilc en-

kitado de fitas brancas.

2° — Pequeno mantcau em moire bran-

co e pelerino de ottoman rosa. Chapéo do

mesmo,

3o — Blusa de tussor amarello e calça de

velludo preto.

4o — Capa para Bebê,, de setim rosa

guarnecido de buclcs de fita.

5o — Ama-Capa azul marinho. . Véo

gris-claro. Punhos c collarinho branco.

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¦A' COZINHA DE BEfiÉ - PAGINA DE ARMAR

Collem todas as peças cm cartolina c recortem cuidadosamente. O chão pode ser um pe-daço de cartão, branco ou de côr. As peças estão numeradas para facilidade de collocaçãonos logares devidos.,

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O TICO-TICO — 20 — 18 _ Abril 1928

O MARACUJÁ"Sons"-Christo,-nhô-nhô!

"Seu" Joaquim me conto que

meçêis feiz um "Juda" e eu vim"Juda" maiá'"! disse o Felicioolhando para o grande bonecoque Celso e Edgard seguravama custo.

Muito bem, Felicio! En-tão vá procurar uma vara paiavocê.

Já são 11 horas Celso! —disse Elza que desde contava osminutos que faltavam parameio-dia.

Ih quasi qu'eu chegoatrazado! Era honte, Sexta-fci-ra-maió, que eu queria, trazèisto p'ra mecêis; mas hoje indaé Quóresma....

E juntando a acção ás pala-yras, offereceu ás crianças umramo de maracujá, -que elle con-seguira colher tendo algumasflores e tambem vários frutos.,

Que lindo! •Muito obrigado!"Num seja pur isso! As

frò são p'ra moça"...E as fruetas? — indagou

logo Elza.Ahi! defenda-se!"São p'ra nhá-nhá e p'ros

moço!" ,Elza corou por ter sido apa-

nhada em flagrante; mas Ecl-gard, para desviar a attençãodo amigo perguntou:

Felicio, porque você que-ria trazer os maracujás hontem,que foi Sexta-feira Santa?

"E' purquê se chama tom-bem Frô da Paixão"

Tem razão pois são da fa-milia das Passifloraceas quequer dizer: flor da Paixão, ex-nlicuti Celso que ansiava pordemonstrar sua sabedoria.

(A CAIXA MYSTERICSA)

O maracujá

E colhendo uma das florescomeçou a examinal-a e a cx-plicar:

Esta franja, é conside-rada symbolica da coroa de es-pinhos, de Christo. As gavi-nhas ou cipós representam ascordas e aqui estão tambemsymbolisados os pregos e o mar-tello com que Jesus foi crucifi-cado; veja este estame...

Ah! Celso não fale diffi-cil que eu não entendo! — Nâo édifficil; é a composição da flor;por exemplo: a corolla, vocêsabe que é o conjuneto das peta-Ias. F/ a parte colorida da flor.

Já sei! E' esta parte rosa!Muito bem; dentro da co-

rolla está escondido o Ovario,que encerra os óvulos.

Ovo de planta ! — pcrgtm-tou Elza espantada.

E\ sim, pois as sementessão verdadeiros ovos, dos quaesnascem as plantinhas novas.

Mas para as sementes se desen-volverem é necessário o Pollen— este pósinho amarelio quegeralmente fica na anthãa doestame. Algumas flores não têmestames, por conseguinte, nãotêm pollen.

Então, como é?O vento e as abeT.as le-

vam! E ao menor coaur.cto. opollen gruda no estigmi, quesegrega um licor viscoso e peloestilete vae ter ao ovario.

Passe seu dedinho aqui eveja como fica sujo de peilen.Pois, da mesma forma, aconteceás abelhas quando esses inse-ctos pousam sobre as flores ei tbusca de mel. Ficam as abelhaspolvilhadas de pollen e logo quepousam sobre outra flor de ma-racujá, esse pollen faz com queos óvulos comecem a se desen-volver e assim a flor se trans-forma em fruto.

O Celso explicou aquillo tudomuito depressa porque, *o queelle queria era chegar á partepratica da licção. Por isso,logo continuou:

Você quer ver? Olhe aqui iE o joven mestre pegou um

dos frutos e tirando um grande:bocado mostrou como as semen-tes estavam regularmente dis-postas dentro do fruto.

Pois sim, tão esperto nóstambem somos!

Nós tambem vamos est ti-dar essa botânica. '

E cada um apanhou um ma-racujá pára "estudar" o gostoda fruta.

E rompeu a ÀlleluiaÀlleluia! Àlleluia!

TIO N OU GUI

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18 — Abril — lí)28 21 O TICO-TICO

,— ~—i ,—-—— .,........JA ESTOU COM 60 ANÍ-Qj,E AlNPA NÃO $£!LER NEM E5CREVE.RQuE VERGONHA'

(.UERO UM L| .RO QueENSIME A LER -5E.MMESTRE f—

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O TICO-TICO — 22 — 18 — Abril — 1923

O JUDAS¦_^_b—¦¦_¦¦mmm—*

Em frente ao terreiro da casinha do seu Zumba a, meninada já estava reunida, como fazia ali todas as

noites, principalmente quando havia luar pondo uma no-ta de suave claridade em tudo que a vista alcançava.

Ao ver assomar á porta o velho narrador de histo-rias, um dos pequenos, depois de responder ao sacra-mental:

Boas-noites, foi logo reclamando:Seu Zumba, vosmecê não prometteu no sabbado

de alleluia que contava hoje a historia do Judas?Não me lembro, não.Pois prometteu, sim; apoiaram, em coro, os de-

mais.Pois si eu prometti está promettido.E tem de cumprir.Pois sim; mas esperem que eu accenda, "si

querao menos", meu cachimbo.

Então accenda e conte.Essa historia não é de Trancoso, nem daquellas

de Pedro Malazartes que eu tenho contado a vocês.E' uma historia verdadeira que se passou no tempo

da amorosa...Que tempo era esse, seu Zumba?

O tempo da amorosa era antigamente, quando oBrasil era monarchia; antes de se "fazer" a republica dehoje.

Ah!Naquelle tempo havia na nossa terra dois parti-dos: o liberal e o conservador.

Quando os chefes de um delles estavam com o go-verno, dizia-se que o partido estava "de cima", e quan-do ficavam na opposição dizia-se que estavam "de bai-xo", isto é: contra o governo.

Aqui na villa, como em toda a parte, havia doischefes de partido: o Cel. Firmino que era dos liberaes,e o Major Synesio, dos conservadores.

Já se sabe que eram inimigos, porque quando umestava "de cima" não poupava o outro, fazendo-lhe pir-raças, picardias, etc.

Naquelle anno, em Janeiro, tinha cahido o pari idoconservador na Corte.

Na Corte? Onde era essa Corte?A Corte era no Rio de Janeiro, onde vivia o Im-

perador Dom Pedro II.Ahn!Estava de cima o partido liberal que começou ase vingar das picuinhas que os conservadores lhe fize-iam durante o tempo em que esteve também "de cima".

As autoridades conservadoras foram demittidas cnomeadas outras do partido liberal, havendo até por issomuito "vira-casaca".—E o que é "vira-casaca"?

"Vira-casaca" chamava-se do sujeito que erapor exemplo, conservador, e quando o partido delle'cahia. e subia o liberal, elle se passava para o que estava"de cima".

O Major Synesio era um typo exótico, mal confor-mado, com o busto grande e as pernas curtas, parecendoum boneco desengonçado quando andava, bamboleandoos braços muito comprido..

Os adversários políticos do Major, para se vingardas perseguições que tinham soffrido a mandado delle,resolveram lhe pregar uma peça:

Arranjaram com palha de bananeira e^trapos depanno um "Judas"

que penduraram em uma arvore naporta do Major, tendo preso ao peito um cartão grandecom q letreiro: Major Synesio.

Quando o major acordou pela manha do sabBadode alleluia e viu o boneco se balançando, preso pelopescoço deante da sua casa, ficou furioso. Antes, po-rém, que elle mandasse retirar dali o intruso, os garotosda rua o tiraram da arvore, arrastando-o pelo chão, aosgritos de:

Olha o Judas! Olha o Judas!"Alleluia, alleluia!Peixe no prato,Farinha na cuia!"Por causa dessa brincadeira houve até um incêndio.Um incêndio?!

Sim. Os partidários do Major Synesio descobri-ram que o paletot que o "Judas" vestia era um paletotvelho do Manezinho Fogueteiro, cabo eleitoral do parti-do contrario. Concluiram, por isso, que o Manezinho Fo-Sueteiro tinha tomado parte na brincadeira; dando seupaletot velho para vestir no boneco.

E que foi que fizeram?Esperem ahi que eu já conto: Quando os "mole-

quês" da rua começaram a "tocar fogo" no Judas, bemem frente da loja de fogos do Manezinho, uns dois outres sujeitos do partido liberal, atiraram com o "calun-ga" pegando fogo dentro da loja.

Ahi é que foi o bonito. O fogo pegou em uma por-ção de dúzias de "foguetes do ar" e de "bombas reaes"que começaram a queimar e a dar estouros. Parecia atéuma guerra. A fumaceira era grande e seu Manezinho,no meio do fogaréo atirava para o meio da rua os fo-guetes e os outros fogos para a casa não se incendiartoda.

Felizmente com alguns baldes dágua apagaram ofogo.O Coronel Firmino, que estava "de cima", quizmandar prender o Major Synesio pelo crime de incen-

diano, mas como não ficou provado que elle tinha man-dado tocar fogo na loja do sen Manezinho, a prisão nãofoi feita.Hoje o sabbado de alleluia se passa sem que appa-reça nem um Judas...

. — Também para tocarem fogo na casa dos outrosnao vale a pena.Não Nem sempre havia incêndio. Quem nãoescapava do fogo era sempre o judas que acabava numafogueira no meio da rua.

Agora vão dormir que já é tarde e eu vou fazer omesmo, concluiu o narrador.Até amanhã, seu Zumba'

do.seA=£Zlf' eXdamar"m " "^ *•¦*•.TRANCOSO.

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18 — Abril — 1028 — 23 O TICO-TICO

A Casa de Campo - Uma sensacional construcção

Dentro de poucos dias O TICO-TICO iniciará a publicação de unia sensa-cional construcção — a Casa de Campo,especialmente feita por hábil artista pavàos nossos leitores. A gravura acima dáuma idéa do que será esse brinquedo de

armar — de grandes proporções. Nãopercam os próximos números dO TICO-TICO, nos quaes serão publicadas as pa-ginas da Casa de Campo, da "fazenda",,

como mais vulgarmente chamamos ásgrandes casas do interior.

Muita gente não sabe os no-mes de todos os apóstolos.

Eil-os: 1° Pedro, sempre oprimeiro nomeado em todos ospassos do Evangelho, muitoembora não tenha sido o pri-meiro na ordem da vocação. E'tambem alguma vez chamadovSimão e Cephas. 2Í> André, ir-mão de Pedro e portador dochamado do Mestre para este.3o Thiago, chamado o Maior,filho de Zebedeu e martyrizadopor Hcrodes Agrippa. 4o João,

OS DOZE APÓSTOLOSo discípulo amado, irmão dcThiago. 5*' Philippe, de Bethsai-da como os dois primeiros, in-timo amigo de André. 6' Bar-tolomeu, tambem chamado Na-thanael, tambem intimo amigode Philippe. 7o Thomé, o qucsó creu na Resurreição depoisque viu o Mestre. Tambem échamado Didymo. 8° Matheus,o publicano, tambem chamadoLevi, um dos quatro evangelis-

ta. 9° Tbiago — o Menor, filhode Alpheu, ou Cleophas e Ma-ria, autor da primeira epístolacatholiea, uma das "columnasda egreja" como Pedro e João.,Era primo de Jesus. 10° Judas(não confundir com o trahidor),irmão de Thiago, o Menor, 11°Simão, de Cana, tambem cha-mado Zelota. i2° Judas Isca-rioth ou de Kerioth, sempre no-meado em ultimo Jogar, comopara notar que não~ se apoderoudo espirito do apostolado.

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o rico rico — 25 18 — Abril — 1923

__j3___r^O. SONHO DO JULINHO

(Ao pequeno Aldo)

Apezar de ser muito pobre, o Julinho não queria es-tudar. Filho de uma humilde viuva quitandeira que fa-zia grandes sacrifícios para o manter no collegio, o me-nino era vadio, não correspondendo ao amor quê a po-bre mãe lhe indicava, tom o aproveitamento nos estudos._ _ Só gostava de andar com outros meninos vadios davizinhança a correr e a brincar , pouco me importando

cumprir seus deveres escolares.Muitas vezes faltava ás aulas mentindo duplamen-

te: em casa dizendo que havia comparecido ao collegio,e no collegio affirmando que faltara por doença ou porter de ajudar a velha mãe no seu pequeno negocio dehortaliças e fructas!

Não ouvia os conselhos maternos, dados com todoo carinho, e sua infeliz mãe vivia já cheia de desgostospela desobediência do filho; e era com verdadeira ma-gua que lhe dizia muitas vezes:

— Ah! meu filho, si não quizeres estudar, terás dete arrepender muito, mais tarde, quando precisares ga-nhar tua vida e não tiveres habilitações.

Somente poderás occupar empregos de humilde con-dição e muito trabalho com pequeno salário.

O Julinho por momentos ficava pensativo, receiosode que se cumprisse aquelle vaticinio; porém retornavalogo depois á sua vida de peralta.

Passavam-se, assim, os mezes, quando uma noite,tendo elle adormecido muito cançado de um dia inteirode correrias e vadiação, teve um extranho sonho que foieste: Via-se já homem e a procura de uma collocaçáo,pois a pequena quitanda da velhinha não dava lucroscom que elle se podesse manter.

Além disso via também a pobre mãe, já muito alque-brada e doente, sem que elle tivesse recursos para tra-tar da sua saúde.

Isso o impressionava bastante porque nos lugaresonde ia pedir trabalho lhe indagavam que sabia fazer,que officio aprendera, a que arte se dedicara, ou que ha-bilitações tinha, e elle, en.Vgonhado, baixava a cabeçae nada respondia porque naüa, mesmo sabia!...

Logo depois o sonho tomou outra feição: Via-seagora em uma grande mina de ouro, prata e pedras pre-ciosas que o deslumbravam.O interessante, porém era que as pedras tormavamletras, palavras, phrases que elle, por saber ler muitomal, apenas soletrava.

» SSUÍTTf e phraSeS comPlet*s eram as seguin-tes: ESTUDA!

"QUEM NADA SABE NADA VALE"O SABER E' UM THESOURO.FELIZ DE QUEM E* INSTRUÍDO!O Julinho acordou vivamente impressionado coma maravilhosa visão que tivera em sonhos, e ainda mais

porque Jhe parecia agora ouvir, distinctamente, acordado,como si lhe dissessem ao ouvido, as palavras que ellecom difficuldade havia lido no sonho, formadas de bri-lhantes e rubis, topasios e esmeraldas, amethistas sa-phiras e diamantes!

Por uma singular concidencia e para lhe au-gmentar ainda mais a forte impressão que recebera, aose levantar da cama não encontrou já de pé sua velhamae, tão boa e trabalhadora, que se erguia pela madru-gada para cuidar do seu pequeno negocio, attendendoaos seus fornecedores que vinham muito cedo das hor-tas dos subúrbios, carregados de legumes e de fructas.

A velhinha amanhecera doente, e não tivera forçaspara se erguer do leito!...

O Julinho tomou aquella doença como um aviso doCéo e prometteu a si mesmo se emendar.

Como tinha força de vontade cumpriu a promessa.Estudou com afinco e proveito. Concluiu seus estu-dos primários, estudou "preparatórios" para se matri-cular na Escola de Agronomia, e dentro de poucos annos

sahia diplomado engenheiro agrônomo!Com as economias que fez comprou uma pequenafazenda agricola onde introduziu os mais modernos aper-feiçoamentos scientificos que havia aprendido na Esco-Ia de Agronomia e dentro de pouco tempo era um dosmais abastados e progressistas agricultores daqueliazona.A sua mãe, muito velhinha já, porém sadia com osares do campo, não se cançava de abençoar o filho.0 Julinho fundou, então, escola para os filhos dosseus trabalhadores onde mandou inscrever pelas pare-des, com lindas pedras reluzentes de diversas cores,lembrando o sonho que tivera, as mesmas palavras queno sonho elle havia visto: ESTUDA! QUEM NADA

SABE NADA VALE. O SABER E' ÜM THESOUROFELIZ DE QUEM E' INSTRUÍDO!

Que bom seria que todos, os meninos vadios, mes-mo sem ter um sonho como o do Julinho, seguissem seuexemplo, ouvindo áquellas sabias palavras!...

(Rio)MALAZARTES.

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18 Abril — 1928 _ 25 - O TICO-TICO

DO D*-. *ABEJVB^^^

ALTIVA (São Paulo) — 0 preparado de que falaé um sabão, tão somente, e não creio que tenha acçãode encrespar os cabellos. A graphia a estuda revela, aoprimeiro exame, uma constância decidida e um tempe-ramento affectivo e amável. Essa qualidade não an-nulla, porém, uns surtos de vaidade refreiada e. de de-sejos de sobresahir em todas as occasiões. O coração— que bello coração! — é o maior ornamento da con-sulente, pois encerra tanta bondade que, parece, nuncaacabará. O horóscopo diz: — As mulheres nascidasnesse dia serão indolentes, pouco idealistas, algum tantociosas de sua belleza e, em geral, de extrema bondadecordial. Amantes do lar, terão opportunidade de longaventura quando casarem. A pedra a usar deverá ser agranada,

R. O. D. (São Paulo) — Os homens nascidos a7 de Agosto serão generosos e facilmente emocionados.Terão forte amor á familia e á Pátria e serão felizes nomatrimônio se se unirem á mulher nascida nos mezes deOutubro ou Dezembro. Como traço maior de caracter,observa-lhes uma disposição constante para as que-rellas.

OLGUINHA (Rio) — Não use pomada nem cremepara espinhas sem falar ao medico. O tratamento localnão adiantará cousa alguma.

ZINHO (Rio) —"Dirija-se á Escola de AviaçãoNaval — Rio — e obterá as informações que pede.

NYTZI MILZA (Rio) — Diz o horóscopo da mu-lher nascida em 5 de Novembro: Amará os .prazeres e

gostará das adulações e de commentar as faltas alheias,

habito, aliás, que deve procurar perder. Será amante

dos bens terrestres, das roupas, do bom passadio, mas

será indolente. A poucas pessoas se dedicará com forte

affecto." A inicial pedida está confusa, não se sabendo

se é um L ou um O.

LÚCIA DAGMAR (Rio) — As mulheres nascidas

em 24 de Julho serão sem nenhuma inclinação para os

trabalhos caseiros, cousa que deverão corrigir ou remo-ver para que o matrimônio, inevitável, não lhes seja pe-

sada carga. Quando morenas e de nariz comprido, gos-tarão de discussões e serão irritantemente criticas e im-piedosamente más.

JORGE VIEIRA (Bahia) — Os livros estão ávenda nas casas do Rio. Escreva á livraria Pimenta deMello — Rua Sachet, 34 — Rio.

SALLUSTIO (Pinda) — Não conheço pessoal-mente, porque, segundo sei, reside em Portugal. E' ver-dade que já mantivemos, por carta, uma longa palestrasobre a educação do sentimento da creança.

OLGA ALBUQUERQUE (Rio) — A côr pôde va-riar para a cerimonia do civil. No religioso sempre é obranco.

JONAS (Rio) — Em qualquer casa de material ele-ctrico você pôde adquirir as bobinas. Devem custar3$Q00 cada uma.

CURIOSO (São Paulo) — Qualquer das publica-ções da S. A. "O Malho" encontra-se ahi á ve.nH»,Entreguei seu trabalho á redacçâo d'"O Malho".

MARIA SÓ (B. Horizonte) — O clima presta-seadmiravelmente á cultura escolhida. O adubo pôde sero salitre do Chile.

LOURDES (Rio) — O motor deve ser o que me-lhor se adaptar á marca da machina que tiver comprado.A modificação do endereço vae ser feita. Entreguei suacarta á redacçâo do "Cinearte".

OSWALDO (Rio) — Abandone o vicio de fumar.Se o fumo faz-lhe mal ao estômago, só a abstinência dofumo lhe garantirá a cura

ALBERTO QUEIROZ (Bahia) — Não posso pe-dir a publicação da sua novella porque, lendo-a, não en-contrei as qualidades necessárias para merecer publi-cidade.

CHAGAS (Bauru) — Faça pedido dos romancesdirectamente á S. A. "O Malho", enviando a impor-tancia em vale postal ou carta registrada com valor.

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O TICO-TICO -26 18 — Abril 1928

Nâo gostoEu sou muito socegado,Nã0 faço mais travessuras,

,Da mamãe não desarrumoA caixinha de costuras.Agora, por isso mesmo,E para (nie n-i° se esqueçam,Eu vou logo prevenindo:

•— Não gosto que me aborreçam!Apezar de ser caladoGosto muito da alegria;Dar uma boa risadaPra mim tem muita valia.

Mão tolero, pois, tristezas,.Nem que por mim se entristeçam;Com lamúrias ou queixum.es

Não gosto que me aborreçam,

Nas horas das refeiçõesAdoro o socego e a calma;Pois, se comer ás carreirasNos faz mal ao corpo e á alma.

Os camaradas bulhentos,Já sabem: não me appareçam,Porque, quando estou comendo,-— Não gosto que me aborreçam.

<>Outro momento sagradoE' quando vou me deitar;Não supporto ouvir barulhoQue me possa despertar.Fiquem, assim, prevenidosOs que inda não me conheçam:

Mesmo quando estou dormindoNão gosto que me aborreçam.

Durante as horas de estudoIsso, também, não se fala:Para não me perturbaremTranco-me logo na sala.Esses avisos que eu douNão quero que me agradeçam;Só digo é: — Quando estou lendoNão gosto que me aborreçam.

que ra eMONÓLOGO

ri -V

Ao collegio nunca falto,Compareço todo dia, -Levo minhas lições certasSem a menor arrelia.Não tenho nada que os outrosA's aulas não compareçam,Respondendo só por mim,— Não gosto que me aborreçam.

Resido num 5o andarDe onde gozo optima vista;Ali nada me incommoda,Cousa alguma me contrista.Não me importa que os vizinhosNa escada subam ou desçam;Mas, dentro do elevador,Não gosto que me aborreçam.

Das cousas de que não gosto,— Sou muito franco em dizel-o,

aborreçamEm primeiro plano estáTer de cortar o eabello.Por mim nunca os cortaria.Que me importa que elles cresçam?Estou farto de af firmar:

Não gosto que me aborreçam.Tenho um coração bondosoE soecorro os ififelizes,Respeito muito os velhinhosE não desprezo os petizes.Dou sempre esmola aos mendigosAfim de que não padeçam;Mas, os que fingem ser pobres,Não gosto que me aborreçam.

Muito amigo da verdadeCom toda a franqueza eu falo;Quando não posso ser franco,Eu nada digo: me calo.Mas si a verdade proclamoNão consinto que a escureçamE digo aos que me contestam:-- Não gosto que me aborreçam.

Vou terminar este "aviso"Que já está muito comprido;Aquillo de que não gosto "Ficou, por demais, sabido.Não quero palmas, nem bravos,Nem cousas que me envaideçam.Muito silencio, porque—- Não gosto que me aborreçam.

(Caso seja appLmdido volta):(Sae)

Os senhores são teimososE me obrigam a voltarPara dizer que, por pouco,Não me fizeram zangar.Quando "ordeno" qualquer cousaEu "quero" que me obedeçam!:Vejam lá! Não continuem!Não gosto que me aborreçam!

(Sae zangado)

MAURICfO MAIA%*-**i^a--*a^»"*i»***»»**>^»-S»-**i^»-,-i^»*,'aA*-*»^*-*»^»-**>^a 'f******'***^^*'*.*-*-*-*-*-*-»-*-*-*-^ y

Tu me perguntas se todas ascreanças tém como Jjsette umanjo da guarda ?

Todas, meu amor! Para cadacreança Nosso Senhor dá umanjo. E esses anjos nunca asabandonam. Estão sempre comellas. E quando as creançinhasmorrem, são os anjos que as le-vam para o céo.

Sé muito amiga do teu anjo,queridinha. E quando fores fa-jcer uma cousa, pensa antes sepile ficará contente comtigo.Lembra-te sempre que elle estaa teu lado.

De manhã, quando acordas,já elle está comtigo.

O Anjo da Guarda

—^SfiL^i^srK t\(Í~ ) 1 /' ' 1 A A¦ ¦¦fâ&_\P^

li,, quando ajoelhas na lua ca-minha para dares bom-dia ao

teu Jesusinho, elle ajoelha tam-bem, abençoando num sorriso atua cabecinha

E é elle que leva a Jesus a tuaoraçãosinha.

E ainda de noite não te dei-xa: asas abertas sobre a lua ca-becinha. elle.vela o teu somno*Por isso ó que IJseite não deveter medo de ficar no quarto so-sinha.

Que importa o escuro, st: seuanjo está ali com ella?

Felizes as creanças que não seesquecem dos seus Anjos daGuarda!

ELÓRA POSSÓLO

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V José dos Reis Pinto Hk _f**_*. Tres Ilhas W Jjj V

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Agrícola filhinha doSr Pedro Ferreira

S. João Nepomuceno Minas

Eunice, filhinha doSr. OswaldinoR. da Costa"Porto Alegre."

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Este lindo grupo éformado de jovens ar-tistas da tela que osleitores já conhecemdas comédias da HalRoach. Ahi estão Pin-dobinha, Rosinha, Ba-toquinho, moléca Fa-rina, Sardento, JackieDanies e outros. Sãotodos uns heróes dagraça, da alegria, que,pequeninos embora, játrabalham para recreiodo espirito das crian-ças de todo o mundo. A*.«:.«H!!!L_f|

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MARY PICKFORD é aartista da tela que todosadmiram pelo encanto epela arte que revela emseus trabalhos. Aqui, ellaestá com os seus "totós",afagando-os e carregan-do-os para o refeitório onde os espera a gamellinhade sopa quente e gostosa.Os films de Mary Pickfordsão todos próprios para a

infância.

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18 Abril — 1928 - 29 — O TICO-TICO

Q U E B R A CA B E Ç A STerminou, finalmente, o prazo

do ultimo torneio! Publicamosboje o resultado do sorteio-: Ioprêmio, no valor de 100-5000, Ge-lio R. Leal, residente á rua Ti-radentes, 312, Nictheroy, E. doRio" 2o prêmio, 50?000, Martba

Sousa, residente em Rio Novo,E. de Minas Gera es,

A ambos os felizardos serãoendereçadas cartas sobre o as-.sumplo, pela nossa gerencia,

Nome

Idade

Rua .Cidade gistado

Continuamos a publicar osenigmas que dão direito a assi-gnaturas animaes d' "O Tico-

Tico".Os amiguinhos nada mais têm

que fazer do que decifrar o"quebra-cabeças" no desenhopublicado, remettendo-o á «nossaredacção no prazo de 40 dias.

Terminado elle, faremos umsorteio entre os decifradoresexactos e daremos ao conlem-piado pela sorte uma assignatu-ra annual do "Tico-Tico".

Toda a correspondência paraa Redacção d'0 TICO-TICO, se-

y /Ht 1/^ yy y uw tia - _., jlA a r /<*+^f

O Tico-iico

cção de "Quebra-cabeças"

Ouvidor, 1GÍ — Rio,

CHAVE

florizonfacs:1— Prefixo.3—Querida.

N. 5 — 18—4—-928

7—Cidade do E. do Rio...8-Nota.

9—Inlerjeição.,

Vcrlicaes:

1—Levantam.,

2—Titulo.

4—Advérbio..

5—De dia.

6—Lá no Norte (território)'.,

ATTENÇÃO

Não juntem "Quebra-cabe-

ças" com outros concursos.;

MyJrO Tico-Tico — N. 10 — Solução

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O T I C O . 1 1 Ç O 3U — 18 — Abril 1928

c^Cada macaco no seu galho<^Si ha uma cousa com que implicoE' ver mudar de profissão;Exemplo: um pobre sapateiroSer tocador de rabecão.

Cada individuo só deviaCuidar, e bem, do seu trabalho;Ter sempre em vista este dictado:— "Cada macaco no seu galho."

Mas vê-se um medico no foro,E um bacharel... como dentista;Uni engenheiro advogando,E um "boxeur" ser massagista!

Um alfaiate de senhorasFazer chapéos para as crianças!E um chapeleiro a pentearCabellos curtos ou de trancas..

Vê-se também agricultoresVivendo em rodas literatas,E os escriptores de verdade.Tratando de ir plantar batatas...

Ainda ver um pharmaceuticoSer mestre cuca cozinheiro,E um commandante de navioEnjoar "em secco" um dia inteiro.

Um acrobata ou bailarinoPorteiro ser, sempre sentado;

(MONÓLOGO)

E para as dansas elegantesIr um rapaz todo aleijado.

Yer-se um ferreiro transformadoEm marceneiro e muito máo,Usando em casa, em vez de ferro,Um grande espeto... dos de páo.

Um caçador que vae á caça,Alas, sendo muito desastrado,Em vez de tiros dar nos bichosElle acabar sendo caçado...

Um fabricante de bom vinho;

(Isso então é descommunal!)Não tomar sempre bebedeiras:Só beber... água mineral.

Ver o chauffeur de um automóvel,

Que no volante um mestre foi,De vara ao hombro, muito calmo,A* frente de um carro de boi...

Pianista fino, de concerto.Desses que têm unValta escola,Tocando muito simplesmenteAlgum realejo ou pianola.

Ver um gatuno incorrigivel,'Tsto aqui digo sem malicia)Dando lições de moral-civica,Ou ser agente de policia.

Um pobre todo corcundinha,Torto das pernas desde a infância,Querendo dar a toda genteLições perfeitas de elegância....

Os poetas escrevendo prosaE os prosadores poesia;Os doentes receitando aos médicos,Embora seja... homceopathia.

Soldados á paisana andando,Civis' mettidos numa farda;E emquanto aquelles ficam quietosVão estes já fazer bernarda.....

Menores a querer ser homens,De cigarrinho preso á bocea,Sem attenção aos seus. estudos,Como si fossem gente louca..

Actores sem representar,•Moços fazendo suas scenas,Duquezas como costureirasSem linha, ou compostura apenas.;

Não vale a pena falar mais,Perco meu tempo e meu trabalhoPara dizer que deve estar"Cada macaco no seu galho".,.

José Caetano.;Rio — 3 — 1928.

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18 — Abril — 1928 31 - O TICO-TICO

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^~_ijl _^__jJ| V_J_HXCtf)BBBta_B

RESULTADO DO CONCURSO N. 3215

1 *S|A solução exacta do concurso

Solucionistas: — Ary Costa, AdhemarPinheiro; Jorge M. Porto, Moacyr M.Forte, Dulcinéa Cunha, Lussanvira Flores,

- Jandyra de Azevedo, Lydia de Hollanda,Hermogenes da Câmara Chagas, Odette del'.'ttencourt, Danilo de Oliveira, Ayrton Sàdos Santos, Arnaldo Pissetti, FrancisccÍEsnístO Bulhões Carvalho, Aurélio Wil-clies, Armando Lucas, Newton de AlmeidaCaldas, Lourdes de Castro, José da SilvaMangualde, Jair Ferreira, Arnaldo Graner,Marina Graner, Sérgio Graner, AristoteleiBento, José Kistemans, Gilberto SampaioNewton da Fonseca Lessa, Albino Moursde Sá, Nina Lopes, Rubem Dias Leal, Au.xibio de Souza Valente, Newton de Oli-veira, Wilson Fontoura, Otton EugenicMenezes, J. B. Paula Fonseca Júnior,Annita Rovae, Braulinha de Souza, Leo-r.ardo Scattolin, Estella Alves, Nilcéa Gui-ir.arães de Souza, Paulo Graner, MarinsGraner, Maria Amalia Gonçalves, Ruy dlCosta Mesquita, Yedda Regai Possolo, He-lio Carvalho Lima, Hoel Sette, ShioldThorstemey, João jacob Tesch Furtado.Jorge de Earros Barreto, Luiz Loureiro.

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

1' Premio;

LUIZ LOUREIRO

y^^â/ssera/n-me que %M#u^MDisseram-me que^^contrq a DÔRúl DENTê,soa Cera QTLustosaNas que fiei cie fazer si opnarmaceutico nao me entende

Concurso de São JoãoCouponN.' 6

de 9 annos de idade e residente á rua deSanta Cecilia n. 51, em Recife, Estadocie Pernambuco.

2o Premio:AUXIBIO DE SOUZA VALENTE

de 12 annos de idade e morador á ruaAnna Leomdia n. 33, nesta Capital.

Sfl _^ Wãmâe,DIZ 5EMPRE\

QUE EU 50U FORTEe ROBUSTO3#

PORQUE TOMO 1

É____?'tSi4íWAfiB»^£_.

ÚNICO REMEDlO.u.eviTAE CURA os ACC//>Mr£Su

DENT.gflX)A' venda em todas as pharmacias

RESULTADO DO CONCURSO N. 3218Respostas certas:

I* — Braço — Braça.2» — Mel — Fel.3a - F ga — Figo4' — Calendário.5* — Sofá.

Solucionistas: — George R, Phillips,Felicio Renaldo Giamini, Sara Sifschitz,Heiio Carvalho Lima, Antônio AlmeidaSampaio, Yedda Regai Possólo, Carlos deFreitas Casanovas, Lucy Ribeiro Sobral,Renato Machado, José Gumercindo Filho,Lydia- de Assis, Alice de Barros Mello,Raphael Rastelli, Marin Amalia Gonçalves,Pedro da Vincula Veado Filho, César Au-¦ 1 Fernandes, Brauünhha de Souza,Ephigenia Monteiro Machado, AntônioAnanias, Iberê Gilson, Yvonne Sodré daMi ::a, João Jacob Tesch Furtado, Sylvio

Campos Paes Leme, Francisco Ernesto Bu-1'hões Carvalho, José da Silva Mangualde,Eneida Fernandes Garcia, Cecilia Arantesdo Amaral, Vicente Netto de Sá, IracemaGuimarães, Elisa da Silva Marques, JoãoLuiz Peixoto Frese Carvalho, Jorge deBarros Barreto, Ivonne Pinto Coelho, Ma-ria Apparecida Neves, Julia de Cello Car-valho, Sandes, Dinah Las Cazas, Geor-gette Caldas Motta, Bujú de Mello, NilzaFlores da Costa, Eduardo Sanches, AlbertoTheophilo Carneiro da Cunha, Julio deMello Carvalho, Newton de Oliveira, Ca-rolina Firme, Auxibio de Souza Va'lente,Walter Damodar de Souza, Fernando'

DEPILATORIO3LEGTRIGO RADICAL

Premiado com o Grand PrixTira os pellos para sempre. Respostamediante sello, Rua 7, de Setera»bro, 166. Av. Central, 134 —- 1* «-»» Rio.Catalogo giatis.

Prado, João Miceli Netto, Hebe ChagasSperle, Dalma Freire Capiberibe, Yolandade Mello, Maria Julia Tromposch Livra-mento, Nilo Guimarães de Souza, Zail La-ma, Lima, Ayrton Sá dos Santos, GeraldoPereira Marques, Walter Silva Cruz, Ar-mando Costes, Rubem Dias xLeal, WalterDamodor de Souza, Guilherme Magalhães,Wilson Garcia da Rocha, Antônio DiasjHélio Guimarães, Dalva Alves Bastos,Geraldo Majella de Martins, Alfredo Ins-ky Pacheco, Othon Gonçalves Pereira, Jor-ge Ancas, Emmanuel Thomaz Pereira,Sylvio Soares Portella, Amélia Gonçalvesde Oliveira, Álvaro Braga, Deniz de Sou-za Maia, Everson Garcia Pereira, AnnaCosta, Hélio Hugo Bueno Sardini, MariaAuxiliadora Gomes, Paulina Carolina Al-ves, Fernando Octavio Gonçalves, Ruy daCosta Mesquita, Arnaldo Graner, SérgioGraner, Marina Elza Barroso, Thiers Bar-bosa, Carolina Firme, Cleopatra da SilvaCabral.

G&!PP[-BR0i1Ct1IT_SC0QU_LUCn_-T0SS_

] ffl.GOTTAS-XAROPE

LABORATÓRIONUTROTMERAPICODr.R.L.&C.Rio .

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O T I C O _ T I C O ^32 - 18 — Abril 1928

___^_3_ k^^i ___£_^__

J*â ^Ti^vfKS _\

.__á1lll?âi_lMÃES

DAE A VOSSOS f ILHOSUCOR DECACAU'Vermifugo de Xavier é o

melhor lombrigueiro porquonão tem dieta, dispensa a

purgante, não con-tém óleo, é gostoso

e fortifica ascrianças

Faz opellir os.vermes i/ifestinaes

que tanta mortandade

£_fl___ rws creanças.

Foj premiada a concorrente:

SARA LIFSCHITZ

<le io annos de idade e moradora á ruada Poeira n. 13, em São Salvador, Esta-do da Bahia,

RESULTADO DO CONCURSO N. 3228Para os leitores desta capital e dos

Estados próximos

Perguntas:

1* _— Fui nascida na officina,Fui na officina nascida;Sou magra, sou muito fina,Isto digo com certeza.Trabalho sempre bem presa;Mas si dos dedos, na lida,Mo soltam, estou perdida.Vamos lá: que será?

(3 syllabas)Corina Veitra

Leiam

0 PAPAGAIOterças-feiras,

revista politi-

ca, humo-

ristica.

p—y_L^jW i»Para os lábios é opreferido pela sua

optima qualidade.Para belleza das

unhas sóESMALTE PALMA

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..!___._». -*"jfltl_¦ *___.«¦ .. _*¦¦¦•••*••*'"•¦¦¦mi'

fw>mW^vU r^h

2a — Qual é o sal mais barato que seccnhece ?

(3 syllabas)Oscarzinho Vieira

3* — O que é, o que é que enche umacasa e não enche uma das mãos?

(2 syllabas)Carlinhos Cruz

4* — A nota musical e o astro fgrmamuma embarcação.

(3 syllabas)Carmen Lopes

5* — Qual a mulher que não é volta?(2 syllabas)

Ida Lopes

As soluções devem ser enviadas a estiaredacção, devidamente assignadas e aoom-panhadas do vale 3.228, até ç dia 12 deMaio vindouro.

Para este concurso, daremos como pre-mio um rico livro de historias infantis.

«* yê_ lá?..., E' um perigo ler-sepublica Aquelle camarada, rindo de tala attenção de todo mundo,,. i_2__!_i__::_

O MALHO emmodo, desperta

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18 Abril _ 1928

O universo num volume!Um pouco de tudo, um pouco detoda parte, alguma cousa que a

todos interessa, no

ALMANACH DO"O MALHO"

Preços: no Rio, 4$000; nos Estados,.$500; pelo Correio, 4$500.

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«s"^-_¦¦_n.,^_^__-r__-r_^^-_-n/^i¦___/_^i__•v¦_n_%

\w— — a\r_\\ ^_\ __\ÈkZú lú mL\yM____w^%r%

-? 33 .-. OTIGO-TICO

CONCURSO N. 3.229

Para os leitores desta capital E dos Estados

O caçador que vocês vêem no clichêjunto atirou num coelho que, depois dotiro, desappareceu. Por onde estará o coe-lho? Nem o cão sabe, mas vocês vão semduvida descobril-o e terão resolvido o con-curso," ' / , ¦ .

Para -este concurso, que será encerradono dia 29 de Maio vindouro, daremos comoprêmios, de 1° e 20 logares, por sorte, doislindos livros illustrádos.

flÉfeJÈlB

IT 3.228

As soluções devem ser enviadas a estaredacção, separadas das dos outros concur-sos, acompanhadas das declarações deidade e residencisa, assignatura do própriopunho do concorrente e ainda do vale quevae publicado a seguir e tem e n. 3.229.

"ILLUSTRAÇÂO BRASILEIRA"A RAINHA DAS REVISTAS

EDITADA PELA.S. A. "O MALHO"

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O TICO-TICO 3i — 18 — Abril — 1928

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lei — Abril — 1ÍT2S 35 O TICO-TICO

'^2^^>^r^^ afívuih2r bella um alvo de attençoes aonde quer que ellaesteja. Ella fascina, ella domina, ella é infinitamentemais importante,do que as suas irmàs menos felizes.Ella i bella! Basta! Ouem nâo deseja tornar-se bella?Eis o caminho: segui, approximae-vos e alcançae o ideal!Começae por aformosear a pelle dando-lhe a maciez, acôr eo aveUitdado próprio das pelles sãs com sabonetes

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AS AVENTURAS DO-CHIQUINHO - 0 CORRI MÂO DA ESCADA

**sjtsiU..'qcv

V* V

x

Chiquinho aproveitando a .che-gada de umas visitas''-foi brincarno corremão da escada fazendo-se escorregar de cima^a baixo.Emquanto isto, a Mamãe- coriK.versava com as visitas e con-. .

NV í'...rVidáva-ns -pa-ra ficarem parao jantar. Com-quanto esse nãochegaria paratanta gente...Mas havia o re-curso de man-dar buscar oreforço no ...

jaoflCRi

lOUFOBIrCf/srjSDoocr.• ?ooooc"***;

ídcocc• tOOnrv

ro:

...restaurante da esquina peloBenjamim, — Vae!. Benjamim,pede-lhe comida para. quatropessoas! Benjamim partiu ceie-re e dentro de meia hora en-trava o carregador com um...

bÉm

N

^

.'iHlli.. .t ab oi ei rocheio de pratase terrinas.Nesse momen-

to C hiq uin hodescia a escadasobre o corre-mão. Vinha defrente e não po-dc__ parar...

1I i 1-

...esbarrou no carre-gador, virando-o depernas para o ar, cpondo tudo em mis-turada. Irriaginem o

jÉ=a

prejuízo e tive-ram. que fazern o *? a encom»menda e Cobra-ram do...» Chi-quinho, Ter-minou tudocom um "Jazz"de jrioriejrissi»

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