O TRIGO LIMPO teatro ACERT · Rodrigo, ao acolher o final do roteiro do “Caminho de Salomão”...

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O TRIGO LIMPO teatro ACERT

e o teatro de rua

uma narrativa persistente

renovada n’ o Caminho de Salomão

peregrinando em busca da poesia resiliente

transmitida pelo romance de José Saramago

A Viagem do Elefante pela Rota de Salomão

O Trigo Limpo teatro Acert, companhia de teatro profissional radicada em Tondela, tem desenvolvido ao longo do seu percurso uma vertente de criação teatral de rua, eminentemente marcada pela envolvente comunitária do trabalho global da Acert – Associação Cultural e Recreativa de Tondela, sendo a Companhia teatral portuguesa com mais engenhos cénicos criados para espectáculos. Esta vertente de actuação teatral tem distinguido o trabalho criativo, destacando o projecto artístico a nível nacional e internacional.

O TRIGO LIMPO teatro ACERT E O TEATRO DE RUA

O teatro de rua tem para o Trigo Limpo teatro Acert um marco anual que pauta a restante criação teatral: A Queima e Rebentamento do Judas. A transformação de um ritual tradicional num espectáculo comunitário onde se fundem o teatro, a dança, a música e o fogo-de-artifício com a participação, para além de toda a equipa da Acert, de mais de duzentos participantes tem sido, desde 1996, um acontecimento ímpar no panorama das artes de rua nacionais.

Paralelamente ao Judas, o Trigo Limpo teatro Acert realiza regularmente criações teatrais de rua de que são exemplos marcantes: ”Os Cavaleiros” de Aristófanes (1990), “Brincando com o fogo” de José Rui (1993), “Faldum” de Herman Hesse (1996), “Augaciar” de Carlos Santiago e José Rui Martins (1999), “Transviriato” de Jaime Rocha (2001), “Em Paz” de Aristófanes (2006), “Golpe d’Asa” (2008) e “A fantástica aventura de uma criança chamada Pinóquio” (2009).

os criadores

A VIAGEM DO ELEFANTE · PROJECTO 2013 T L T ACERT 54

o projecto

o projecto

1. O CONCEITO

1.1 A obra de José Saramago, a Viagem do Elefante, pela abordagem narrativa que contém, representa um universo de grande expressividade na criação de uma dramaturgia que possibilita a montagem do espectáculo teatral que o Trigo Limpo teatro ACERT tem programado para a temporada 2013/2014.

1.2 Esta iniciativa visa também celebrar um desejo de José Saramago . É um tributo à sua obra e “vida de criador de livros e de sonhos”, como empreendedor de “viagens magníficas que o conduziam a pessoas, a cidades, a paisagens e a futuros que somente ele conhecia mas que generosamente nos revelava”.

1.3 Este projecto contou, desde o primeiro momento, com a parceria da Fundação José Saramago, considerando-o “de relevante interesse cultural” e demonstrando disponibilidade para a criação do espectáculo. Este envolvimento honra e dignifica a criação do espectáculo, sublimando o desejo congregador e afectivo expresso no percurso “Caminho de Salomão”, que José Saramago efectuou em 2009.

1.4 A Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, ao acolher o final do roteiro do “Caminho de Salomão” percorrido por José Saramago, e ao tomar a iniciativa de criação da Rota Cultural “O Caminho de Salomão”, representa um parceiro indispensável que a ACERT deseja honrosamente envolvido neste projecto. A brochura editada pela autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo “A Última Viagem de Saramago” configura o sentido desta relevância.

1.5 O espectáculo será uma co-produção com uma estrutura artística de Espanha, Flor de Jara, factor distintivo que lhe confere uma significativa abrangência no envolvimento de cidades espanholas no acolhimento da criação artística. Luis Pastor, reconhecido músico que trabalhou de perto com José Saramago (CD bilingue – “En Esta Esquina del Tiempo”) , musicando seus poemas, será o autor da música para esta produção teatral.

1.6 Este projecto, além do objectivo de criação artística de um espectáculo nacional e internacional marcante, procura também integrar-se como factor valorativo do espírito que está subjacente à concepção da Rota, nomeadamente no papel que pode desempenhar para impulsionar o turismo e o desenvolvimento cultural que propicie uma maior visibilidade pública das localidades integradas no roteiro.

1.7 Este projecto conta com a demonstração de interesse da Agência de Promoção Turística Centro de Portugal. Esta parceria a concretizar-se será potenciadora de sinergias de actividades que, em conjunto com as autarquias possam ser promovidas em paralelo à apresentação do espectáculo.

A VIAGEM DO ELEFANTETEATRO DE RuACo-produção Trigo Limpo teatro ACERT/Flor de Jara (Espanha)

Parceria Fundação José Saramago

2. SOBRE O ESPECTÁCuLO

2.1 Espetáculo teatro-musical de rua, criado à volta de um engenho cénico de grandes dimensões (elefante Salomão, terá uma matriz vincadamente comunitária, enfatizado pelo envolvimento de participantes locais — actores, músicos, activistas culturais e população — em cada cidade onde se apresenta – marca estética e conceptual do Trigo Limpo teatro ACERT com amplo reconhecimento nesta área.

Produção teatral para digressão por Portugal e Espanha (2013) e Portugal, Itália e Austria (2014).

2.2 A dramaturgia incidirá na visão poética e humanista da obra de José Saramago, sublinhando os momentos (texto e acções) que, pelas suas potencialidades teatrais, sejam reveladores da essência da obra: “uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.”

2.3 A cenografia explorará plasticamente engenhos cénicos de mobilidade, sendo o “Elefante Salomão” uma escultura multifuncional central de grandes dimensões com potencialidades de locomoção própria pelo trajecto que efectuará em cada localidade que, simbolicamente assinalará os vários momentos do percurso da Viagem do Elefante.

Procurar-se-á utilizar preferencialmente os espaços públicos, edifícios, a monumentalidade e a paisagística de cada localidade, adaptando-os adequadamente às necessidades do espectáculo.

Será mais um momento onde o Trigo Limpo teatro ACERT confirmará a sua capacidade de realização na construção de engenhos cénicos, elemento distintivo que lhe confere um amplo reconhecimento no panorama das artes nacionais, pela notoriedade dos espectáculos de rua já realizados.

2.4 O envolvimento comunitário irá centrar-se no trabalho de ensaios e montagem que decorrerá ao longo da semana que antecede a apresentação. A direção artística ficará a cargo das equipas artísticas e técnicas do Trigo Limpo teatro ACERT, que darão formação em exercício para uma integração capacitada dos elementos de cada comunidade.

A montagem decorrerá ao longo da semana, procurando-se que, também ela, corresponda a um forte envolvimento das populações com as equipas artísticas e, proeminentemente, numa perspectiva de acolhimento hospitaleiro de públicos diferenciados à sua terra.

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3. CALENDÁRIO DE TRABALHO, APRESENTAÇÕES E LOCALIDADES PRIORITÁRIAS DA DIGRESSÃO

3.1 Preparação da produção, ensaios e montagem – Fevereiro a Junho de 2013.

3.2 Apresentações: de 22 de Junho a 15 de Setembro (fins de semana ao longo deste período)

3.3 Localidades em Portugal: Figueira de Castelo Rodrigo, Castelo Novo, Pinhel, Belmonte, Fundão, Sortelha, Sabugal, Cidadelhe e Lisboa.

Localidades em Espanha: Salamanca, Valladolid e Madrid.

Esta opção não invalida a realização de espectáculos em outras localidades, salvaguardando a aceitação prioritária das localidades mencionadas.

4. FICHA TÉCNICA100ª Produção do Trigo Limpo teatro ACERT

Adaptação dramatúrgica e encenaçãoJosé Rui Martins e Pompeu José

Letras e música originais: Luís Pastor (Espanha)

Orquestração: Rui Lúcio

Cenografia e design gráfico: José Tavares

Figurinos: Rafaela Mapril

Manipulação de engenhos cénicos: Teatro e Marionetas de Mandrágora

Direcção de montagem, iluminação e som: Luís Viegas e Paulo Neto

Direcção de construção mecânica: Manuel Matos Silva

Escultura de cena: Nico Nubiola (Espanha)

Interpretação (elenco permanente):Ilda Teixeira, José Rui Martins, Pompeu José, Sandra Santos, Raquel Costa e cinco actores convidados.

Músicos: Carlos Peninha, Luísa Vieira, Lydia Pinho, Miguel Cardoso e Rui Lúcio

Produção executiva: Lourdes Guerra (Espanha), Marta Costa e Miguel Torres

5. ACTuAÇÕES COMPLEMENTARES

Procurar-se-á encontrar, com os distintos parceiros/autarquias e Instituições públicas e privadas aderentes — áreas do turismo, cultura e desenvolvimento regional —, um conjunto de acções que, em complementaridade, possam decorrer no período de residência e apresentação do espectáculo (artesanato, aldeias históricas, feira do livro, exposições, gastronomia, festas comunitárias, etc…).Esta preocupação insere-se na filosofia que presidiu

à viagem de José Saramago, em Junho de 2009, que teve, como ponto final do roteiro “O Caminho de Salomão”, Figueira de Castelo Rodrigo.

A interação do espectáculo com iniciativas que deem visibilidade e promovam as localidades da “Rota de Salomão”, representa um eixo crucial de inserção da criação artística no conceito expresso no percurso “Caminho de Salomão” efectuado por José Saramago.

Fundação José Saramagoparceiros

Este projecto contou, desde o primeiro momento, com a parceria da Fundação José Saramago, considerando-o “de relevante interesse cultural” e certificando a sua abertura para a criação do espectáculo. Este envolvimento honra e dignifica a criação do espectáculo, sublimando o desejo congregador e afectivo expresso no percurso “Caminho de Salomão” que José Saramago efectuou em 2009.

Flor de Jaraco-produtores

O espectáculo será uma coprodução com uma estrutura artística de Espanha, Flor de Jara, factor distintivo que lhe confere uma significativa abrangência no envolvimento de cidades espanholas no acolhimento da criação artística.

parceriaso projecto

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FALDUM20 ANOS DA COMPANHIA ‘96

Há, no entanto, uma experiência criativa catalisadora de toda esta actividade teatral: “Memoriar”, máquina de cena participante na Peregrinação, desfile diário da EXOPO’98 e Expo Hannover 2000. O “agigantar” do brinquedo tradicional de madeira – ciclista – está ainda certamente na memória de milhares de pessoas que se cruzaram com esta imagem do imaginário popular. O “Caramulo”, como o chamamos, mais intimamente repousa agora num espaço verde de Tondela numa homenagem merecida a este ícone nacional.

MEMORIAREXPO 98 LISBOAEXPO 2000 HANOVER

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‘98

uma experiência de teatro de rua, com a participação de um numeroso elenco. O conto de Herman Hess serviu de fio condutor a uma dramaturgia que se pretendia potencializadora de grandes movimentações, e a interpretações que resultassem em grandes espaços. Nesta produção, o estudo de implantação cenográfica em grandes espaços públicos revelava-se um elemento fundamental, em que se procurava que o público mantivesse sensações de forte impacto visual, e que a poética musical e a relação dos actores com as diferentes zonas de representação salientassem o sentido fantástico do texto.

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‘04

‘99AU GACIAR1999

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TRANSVIRIATO2001

‘01

um povo que sofre a opressão e a tirania de um “velho abutre cujos discursos têm o dom de tornar as almas mais pequenas” e de uma “brigada do reumático” bolorenta que amesquinha quem se lhe opõe.um Jardim é dominado por uma só “grande cabeça” que impõe regras, condutas e prepotências.uma Velha aceita com conformismo o destino: ouvir, obedecer e não discutir.um João pássaro, dentro da gaiola, estrebucha e quer voar.um Varredor quer que o pássaro cante, pois entende que “em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar”.

uns polícias, que exigem a todos as chapas de identificação, querem fechar o Jardim.Em torno da “grande cabeça” move-se este povo que vê partir os seus para a guerra, que vê os seus serem presos, que vê partir os seus para a emigração.Então, o velho abutre anuncia: “Somos indestrutíveis! Porque a Providência assim o destina e na Terra vós o quereis.”Qualquer semelhança com um dado momento da vida de Portugal , ao contrário de mera coincidência, é um acto consciente e intencional. Porque perder a memória é como queimar bibliotecas…

NUM ABRIL E FECHAR D’OLHOS2004

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Como um autor nascido 448 anos antes de cristo se mantém universal ou como a magia teatral pode emanar de um sonho que se vive em colectivo.

Na comemoração dos seus 30 anos de actividade, o Trigo Limpo teatro Acert apresenta o espectáculo de teatro de rua, Em Paz, baseado em “A paz” e “Lisistrata” de Aristófanes. É a segunda vez que a Companhia monta um espectáculo com textos do autor clássico grego. O primeiro espectáculo “Os Cavaleiros”, estreado em 1990, obteve um Prémio no Festival de Teatro de Drama Grego Antigo, na Grécia.

EM PAZ2006

‘06

Texto de Jaime Rocha, criado especificamente para o Trigo Limpo teatro ACERT.

Trata-se de teatro de rua ao serviço da descentralização (marca do Trigo Limpo teatro ACERT), pois o espectáculo foi imaginado para seguir um percurso itinerante, ao longo de várias localidades da zona centro. Na encenação é que o Povo, enquanto personagem (que recupera a função de consciência colectiva com a qual já aparecia na tragédia clássica) era constituído por várias dezenas de elementos, dos quais apenas uma minoria bastante reduzida correspondia a actores do ACERT, uma vez que os restantes eram recrutados entre grupos de teatro (amador, universitário ou semi-profissional) existentes nos locais por onde a actuação passava. Este cuidado ajudava a envolver os espectadores na produção, sendo que o cenário contribuía para idêntico desígnio, ao recriar a forma de uma arena romana, com capacidade para trezentas pessoas, que ora concentrava toda a assistência na representação, permitindo um espectáculo em várias frentes, ora facilitava impressionantes evoluções em palco, que foram habilmente aproveitadas pela encenação, potenciando a dimensão de certa forma ‘cinematográfica’ da performance.

“Augaciar” representou o prolongamento da experiência de teatro de rua iniciado com “Faldum” e prosseguida, anualmente, pela inovações teatrais introduzidas na Queima do Judas. um elenco renovado com experiências distintas em outros projectos teatrais possibilitou que todo o processo de montagem desta produção fosse criativamente gratificante e inovadora. A dramaturgia centrava-se numa ficção apocalíptica do final do Mundo, onde a interpretação, o fogo e a música ritualizam e subvertem fantasias misteriosas. Toda a concepção cenográfica (jogos de andaimes de grandes dimensões) despoletaram movimentações acrobáticas e jogos de conjunto de efeito dramático com uma forte componente visual. Neste espectáculo, para além de um trabalho de preparação física exigido para a representação, explorou-se a maquinaria teatral, o trabalho de iluminação e a pesquisa sobre a arquitectura funcional de cena. A música, criada especificamente para o espectáculo, constituiu um elemento unificador e de elevada importância no sublinhar dos ambientes mágicos e acutilantes das acções dramáticas.

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GOLPE D’ASAEXPO 2008 SARAGOÇA

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‘08

Na continuidade deste processo criativo desenvolvemos um novo projecto onde agigantámos um outro brinquedo tradicional – o passarinho. O engenho cénico representa “em grande” a ave que movimenta as asas pela transmissão do movimento das rodas, e é complementado pela participação de dois actores e oito músicos num espectáculo intitulado “Golpe d’asa” que, depois da ante estreia em Tondela, se apresentou na EXPO Saragoça ’08.

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A FANTÁSTICA AVENTuRA DE uMA CRIANÇA CHAMADA

PINÓQUIO Co-produção do TRIGO LIMPO teatro ACERT e Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua/Festival Imaginarius

‘09

Estreia de “A fantástica aventura de uma criança chamada Pinóquio” em Santa Maria da Feira, no Festival Imaginarius, de 28 a 31 de Maio de 2009

Vários espectáculos diferentes num total de 9 apresentaçõesO projecto Pinóquio tem por base o convite feito pelo Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua/Festival Imaginarius ao Trigo Limpo teatro Acert para a concepção, construção e manipulação de uma marioneta de 7 metros baseada na figura do Pinóquio.A personagem criada, uma criança gigante, símbolo da infância da humanidade, ganhou forma e corpo e personalidade e, principalmente, capacidade de interagir com outros criadores e outros elementos das

comunidades numa humilde atitude de integração que proporcionou, já em Santa Maria da Feira, no Festival Imaginarius, a realização de várias etapas desta “fantástica aventura”: Pinóquio visita Santa Maria da Feira, O mundo de Pinóquio, Pinóquio visita a Escola, Ciclo de músicas para o Pinóquio, Pinóquio somos todos nós e Pinóquio sou eu.Para todas estas “etapas” se conjugou o trabalho criativo da equipa do Pinóquio com as equipas dos vários projectos artísticos com os quais o nosso boneco interagiu e que tinham sido convidadas pelo Festival Imaginarius para programas de animação comunitária, (excepto o Theather Titanik que veio expressamente para a criação de “O mundo de Pinóquio”).

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