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O uso de enzimas na nutrição de ruminantes
15 de junho - 2016
Tiago Sabella Acedo, Zootecnista, D.Sc.
DSM Produtos Nutricionais Brasil S.A.Departamento de Inovação e Ciência Aplicada
Assuntos abordados:
Produção de ruminantes no Brasil: dietas e desafios
Otimização do uso de recursos basais: alternativas existentes
Resultados do uso de enzimas na nutrição de bovinos: meta-análise
Resultados em condições brasileiras
27
3133
3129
26
24 23 2224
28 2827 2829
2825 25 26
27
3133 34
35
4243
4849
5154
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
2014
2015
2016
4,3
3,9 3,84,0
4,3
4,6
5,15,4
5,95,7
5,2 5,25,2 5,25,0
5,4
5,9 5,95,5
5,2
4,74,5 4,5
4,2
3,6 3,63,3 3,2
3,0 2,9
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Mercado
MilhoSacas/@ boi gordo
Milho (BM&F/SP)Saca = 60 Kg@ boi (BM&F)
R$/sc Milho - SP
Alternativas para otimizar o uso dos recursos
Moagem – 94%
Ensilagem de grãos (SGU) – 3%
Laminação
Floculação de grão – 3%
Tipos de processamento de grãos:
Aditivos alimentares – Enzimas Exógenas
Oliveira e Millen 2011
Atuação de enzimas:
1º substrato depende – disponibilidade
2º potencial para otimização de digestibilidade
Taxa de degradação
Mudanças no local de digestão
96,5%
Oliveira e Millen 2011
O uso de enzima na nutrição de ruminantes
É um tema novo ou pouco estudado?
Primeiros trabalhos década de 60(Burroughs et al. 1960; Clark et al. 1961; Rovics and Ely 1962;
Perry et al. 1966).
Efeitos positivos no uso de enzimas(Krause et al., 2003; Beauchemin et al., 2004; Beaucheminand Holtshausen, 2011; Tricarico et al., 2008)
Inconsistência nos resultados?(Meale et al., 2014, McAllister et al., 1999, Beauchemin et al., 1997)
Revisados em 30 artigos publicados e 2 abstracts: 41 experimentos
Meta-análise: Enzimas
1- Journal of Dairy Science – 16 artigos (Schingoethe et al., 1998; Beauchemin et al.,
1999; Lewis et al., 1999; Yang et al., 1999; Rode et al., 1999; Yang et al., 2000; Bowman et al., 2002; DeFrain et al.,2005; Elwakeel et al., 2007; Tricarico et al., 2008; Klingerman et al., 2009; Gencolglu et al., 2010; Arriola et al., 2011;Ferraretto et al., 2011; Weiss et al., 2011; Noizere et al., 2014 )
2- Journal of Animal Science – 2 artigos (Krueger et al., 2014; Tricarico et al., 2014)
3- Animal Feed Science and Technology - 5 artigos (Zobell et al., 2000;
Tricarico et al., 2005; Miller et al., 2008a; Miller et al., 2008b; Gado et al., 2009)
4- Canadian Animal Science – 3 artigos(Beauchemin et al., 1995; Beauchemin et al., 1997; McAllister et al., 1999a)
5- Livestock Science – 2 artigos (DiLorenzo et al., 2010; Salem et al., 2013)
6- Livestock Production Science – 2 artigos (Gomez-Vasquez et al., 2003; Titi and
Tabbaa, 2004)
7- American Dairy Science Association - 2 abstracts (Andreazzi et al., 2013 e
Meschiatti et al., 2015)
Acedo et al. (2015)
Publicados entre 1995 e 2015:
Bovinos de corte – 20 experimentos Bovinos de leite – 21 experimentos
Divididos pelo tipo de enzima utilizada:Amilolítica ou Fibrolíticas (Xilanases, endoglucanases, celulases e
hemicelulases)
Interação testada:
Tratamento - Controle vs Enzima Doses: “0” como “controle” e a média das doses “enzima” Os estudos foram considerados efeitos aleatórios no modelo e a interação
Tratamento*Enzima foi considerada efeito fixo. EPM - foi considerado na análise e incluso no “steatment weight”, PROC Mixed SAS
Meta-análise: Enzimas
St. Pierre (2001)
Parâmetros avaliados:
Desempenho
Bovinos de corte – GMD e CMS
Bovinos de leite – Produção e composição do leite; CMS
Digestibilidade apar. trato total
MS
FDN
Meta-análise: Enzimas
77 comparações tratamentos
Bovinos de corte - GMD
Gráfico 1 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o GMD de bovinos de corte
1,53b1,61a
1,18b1,27a
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
Controle Enzima Controle Enzima
Amilolítica Fibrolítica
GM
D (
kg/c
ab/d
ia)
P = 0,0204
80 g/dia - 5,4%
90 g/dia - 7,6%
Acedo et al. (2015)
8,088,60
9,09 9,11
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
Controle Enzima Controle Enzima
Amilolítica Fibrolítica
CM
S (k
g/c
ab/d
ia)
P = 0,1650
Gráfico 3 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o CMS de bovinos de corte
Bovinos de corte - CMS
Maior eficiência alimentar – maior GMD sem aumento do CMS
Acedo et al. (2015)
Bovinos de corte e leite – Digestibilidade MS
68,03b 70,09a
64,35a67,79b
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
Controle Enzima Controle Enzima
Amilolítica Fibrolítica
Dig
est
ibili
dad
e d
a M
S (%
)
P = 0,0062
Gráfico 4- Efeito da adição de enzima sobre a DMS da dieta de bovinos de corte e leite.
3,0%
5,3%
Acedo et al. (2015)
Bovinos de corte e leite – Digestibilidade FDN
Gráfico 5 - Efeito da adição de enzima sobre a DFDN da dieta de bovinos de corte e leite.
46,15b48,43a 48,86b
54,04a
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Controle Enzima Controle Enzima
Amilolítica Fibrolítica
Dig
est
ibili
dad
e d
a FD
N (
%)
P = 0,0372
4,94%
10,6%
Acedo et al. (2015)
Bovinos de Leite – Produção de Leite
39,2b 39,7a
30,5b 31,4a
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
Controle Enzima Controle Enzima
Amilolítica Fibrolítica
Pro
du
ção
de
leit
e (
kg/d
)P = 0,0384
Gráfico 6 - Efeito da adição de enzima exógena sobre a produção de leite
0,5 kg/dia
0,9 kg/dia
Acedo et al. (2015)
CMS - não foi afetado pela uso de enzimas
Gráfico 2 - Efeito da adição de amilase em milhos com diferentes tipos de
endosperma sob a produção total de AGV
20
22
24
26
28
30
32
34
control single dosing 3 times dosing 5 times dosing
AG
V t
ota
l (m
M)
Dose de amilaseFloury corn Dent corn Flint corn
(Klingerman et al., 2009)
Flint: endosperma duro
Floury: endosperma mole
E com o milho brasileiro?
Photos: Hoseney, 1986, Principles of Cereal Science and Technology
• 300 tourinhos Nelore de 2 anos e 330 kg
• 50 baias experimentais
• blocos aleatorizados - peso inicial 12 h jejum
• 90 dias de confinamento
Desempenho de bovinos de corte em confinamento
Meschiatti et al. (2015)
• 8,5 % de bagaço
• 82,5% milho moído grosso
• 5% farelo de soja
• 1% ureia
• 3% mineral e vitamínico
• Fornecimento 1 x ao dia pela manhã • Vagão RTM e pesada em sacos por baia • Sobras pesadas 2 x por semana • 5% de sobras no máximo Meschiatti et al. (2015)
Dieta final
1. MON – Monensina
2. CRINA - blend de bioflavonóides (CRINA® Ruminants)
3. CRINA+MON
4. CRINA+RUM - CRINA+α-amylase (Ronozyme RumiStarTM)
5. CRINA+RUM+P - CRINA+RUM+Protease
Meschiatti et al. (2015)
Tratamentos
TratamentosP value EPM
MON CRINA CRINA+MON CRINA+RUM CRINA+RUM+P
PCI, kg 330,76 330,83 330,98 330,56 330,69 0,542 10,90
PCF, kg 382,56b 388,19a 382,84b 391,23a 379,64b 0,005 11,07
GMD, kg/d 1,352b 1,549a 1,354b 1,667a 1,251b 0,005 0,08
CMS, kg/d 7,73b 8,26a 7,73b 8,41a 7,63b 0,016 0,31
GMD/CMS 0,177bc 0,190ab 0,177bc 0,199a 0,166c 0,044 0,01
CRINA+RUM vs MONGMD – 315 g/diaCMS – 680g/dia
Maior EA
CRINA+RUM vs CRINAGMD - 118 g/diaCMS – 150 g/dia
Meschiatti et al. (2015)
Resultados período de adaptação (0-28 dias)
TratamentosP value EPM
MON CRINA CRINA+MON CRINA+RUM CRINA+RUM+P
PCI, kg 330,8 330,8 330,9 330,6 330,7 0,5422 10,9
PCF, kg 476,4b 486,5ab 474,1b 494,1a 463,1c 0,0001 12,6
CMS, kd/d 8,6bc 9,2ab 8,5c 9,4a 8,4c 0,0001 0,27
GMD, kg/d 1,615b 1,722ab 1,584b 1,812a 1,465c 0,0001 0,06
GMD/CMS 0,187ab 0,187ab 0,188ab 0,193a 0,175b 0,0001 0,005
PCQ, kg 264,8b 272,5ab 262,3b 277,0a 257,4c 0,0002 8,01
RC, % 55,5 56,0 55,5 56,1 55,8 0,2652 0,25
CRINA+RUM vs MONGMD - 197 g/dia
12,2 kg de carcaça
CRINA+RUM vs CRINAGMD - 90 g/dia
4,5 kg de carcaça
Meschiatti et al. (2015)
Resultados período total de confinamento (0-90 dias)
Tratamentos:1. Milho moído (1,82 mm) + Amilase e bioflavonóides
2. Milho quebrado (2,53 mm) + Amilase e bioflavonóides
3. Milho moído (1,82 mm) + Monensina
4. Milho quebrado (2,53 mm) + Monensina
Dieta:• Bagaço de cana-de-açúcar: 8,5%
• Milho: 82,5%
• Farelo de soja: 5%
• Núcleo mineral: 4%
Animais: • 256 bovinos Nelore não castrados
• 48 baias (média 5 animais/baia)
• 5 animais canulados
Amilase + bioflavonóides e processamento de milho
Meschiatti et al. (2016)
Milho quebrado (2,53 mm)
Itens
Tratamentos
Monensina Amilase e bioflavonóides
Adaptação - 30d
GPD, kg 1,22 b 1,30 a
CMS, kg 7,82 b 8,46 a
EA 0,155 0,154
Período total
PI, kg 360 360
PF, kg 512 525
CMS, kg 8,70 b 9,58 a
GPD, kg 1,53 1,66
EA 0,176 0,174
PCQ, kg 283 b 295 a
Rendimento, % 55,5 56,2
Adaptado de Meschiatti et al. (2016)
+ 12 kg carcaça!
Adaptado de Meschiatti et al. (2016)
Amilase + bioflavonóides e processamento de milho
Amilase + OE
Page 26
Tratamentos:1. Controle – Monensina
2. Amilase + bioflavonóides
Dieta: 40% amido• Bagaço de cana-de-açúcar: 8,5%
• Milho: 54,5%
• Caroço de algodão: 12%
• Casca de soja: 16%
• Farelo de soja: 5%
• Núcleo mineral: 4%
Uso de amilase e bioflavonóides em dietas contendo subprodutos
Animais: • 112 bovinos Nelore não castrados
• 14 baias (8 animais/baia)
• 4 animais canulados
Acedo et al. (2016)
ItensTratamentos
EPM Valor de PMonensina Amilase + OE
PI, kg 349 349 13,01 0,925
PF, kg 523 b 529 a 17,76 0,072
CMS, kg 9,28 b 10,30 a 0,356 0,0003
GPD, kg 1,65 1,72 0,540 0,149
EA 0,178 a 0,166 b 0,0027 0,004
PCQ, kg 291,8 b 298,2 a 9,89 0,015
RC, kg 55,8 b 56,3 a 0,184 0,002
Uso de amilase e bioflavonóides em dietas contendo subprodutos
Adaptado de Acedo et al. (2016)
O uso de enzimas aumenta o GMD de bovinos de corte e a produçãode leite de bovinos leiteiros, sem alterações no CMS, o que sugereaumento na eficiência alimentar.
Os aumentos em desempenho são explicados pelas maioresdigestibilidade da MS e FDN em dietas com adição de enzimas.
Resultados comprovados em condições brasileiras.
Mensagem para levar para casa!