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O TCP recebe a Marinha Brasileira para a inauguração da sala de esgrima Olímpica, sediando a última estapa do Campeonato Brasileiro da Modalidade pág. 10 e11 CASA DAS ROSAS ESTALACTITES TIPOGRÁFICAS Exposição de Guilherme Mansur. De 25 de setembro a 27 de outubro de 2012. pág. 08 M2M M2M é uma das grandes revoluções da nossa era das comunicações pág. 13 ARTES PLASTICAS De Artista e de Louco todo mundo tem um pouco. Pois então, é simples. Façamos Arte. pág. 04 CONJUNTO DESPORTIVO CONSTÂNCIO VAZ GUIMARÃES A estrutura do complexo vai muito além do Ginásio Geraldo José de Almeida, conhecido popularmente como Ginásio do Ibirapuera. pág. 15 HEBE CAMARGO: A Diva MUSICA As relações interculturais entre o Brasil e a França fizeram muitas travessias pelo Atlântico. pág. 06 CRÍTICO DE ARTE A base do desenho é a linha à qual não existe “in-natura” em sentido algum. pág. 05 SOS: O que significa bairro para você? Quais as suas sugestões para o desenvolvimento sustentável da nossa Vila Mariana? pág. 18 WWW.OVILAMARIANA.COM.BR SÃO PAULO, OUTUBRO DE 2012 EDIÇÃO N 0 6 ANO 1 FRANCISCO RIO MICELI FUNDADOR 1937 75 anos Vila Mariana, descaso ou momento?

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O Vila Mariana - Edição 6

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O TCP recebe a Marinha Brasileira para a inauguração da sala de

esgrima Olímpica, sediando a última estapa do Campeonato

Brasileiro da Modalidade

pág. 10 e11

Casa das rOsas ESTALACTITES TIPOGRÁFICASExposição de Guilherme Mansur.De 25 de setembro a 27 de outubro de 2012.pág. 08

M2M M2M é uma das grandes revoluções da nossa era das comunicações pág. 13

arTes PlasTiCas De Artista e de Louco todo mundo tem um pouco. Pois então, é simples. Façamos Arte. pág. 04

COnjunTO desPOrTivO COnsTânCiO vaz GuiMarães A estrutura do complexo vai muito além do Ginásio Geraldo José de Almeida, conhecido popularmente como Ginásio do Ibirapuera. pág. 15

Hebe CaMarGO: A Diva

MusiCa As relações interculturais entre o Brasil e a França fizeram muitas travessias pelo Atlântico. pág. 06

CríTiCO de arTeA base do desenho é a linha à qual não existe “in-natura” em sentido algum.pág. 05

sOs: O que significa bairro para você? Quais as suas sugestões para o desenvolvimento sustentável da nossa Vila Mariana? pág. 18

www.ovilamariana.com.br São Paulo, outubro de 2012 edição n0 6 ano 1

Francisco rio miceliFundador 1937

7 5 anos

Vila Mariana,descaso ou momento?

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O Vila Mariana - Outubro de 2012

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EditorHeber Micelli Jr.

Departamento comercialHeber Micelli Jr.

Editor caderno motorRubens Heredia

Representante ComercialUSA-MiamiDaniel Sossa

Direção de arteJosé Américo de Lima

ColaboradoresAristides Campos Jannini, Bruno Alves,

Cristiane Craveiro, Emanuel von Lauenstein Massarani, Isis Utsch, João

Soares, Maria Fernanda de Biaggi, Marília Martins, Marilia Sant’ Ana

Monica Paoletti, Nadia Saad, Nancy Alves, Rubens Heredia, Vicente Miceli

Impressão OESP GráficaTiragem: 8.000 exemplares

Telefone(11) 99829-7229

4999-5543e-mail

[email protected]

Publicação mensalAs opinões e o conteúdo emitidos

nas matérias assinadas são de respon-sabilidade do autor, assim como o

conteúdo dos anúncios é de respon-sabilidade dos anunciantes.

editorial

CARO LEITOR,

Com muita satisfação, nós, do Jornal O Vila Mariana, recebemos nossos novos anunciantes e continuamos muito felizes com o suces-so que temos alcançado nas parcerias já existentes através das quais temos desenvolvido um forte laço de compromisso e amizade.A qualidade perseguida por nós é a garantia da fidelidade a vocês, bem como também é a nossa mais forte defesa contra a competição e o único caminho para o nosso crescimento.Para nós, a excelência do atendimento aos nossos parceiros não é uma técnica a ser implantada, mas uma postura a ser cultivada.E, falando em postura, vale aqui um pequeno alerta sobre as elei-ções. Lembre, caro leitor, de que seu voto deve ser valorizado. Muitas pessoas não conhecem o poder do voto e o significado que a política tem em nossas vidas. Vote em candidatos que tenham um passado limpo e com propostas voltadas para uma melhoria real na vida da coletividade.Recebemos com muito pesar no fechamento desta edição a noticia do falecimento de Hebe Camargo, um símbolo de paz e amor para o Brasil. Boa leitura, Deus nos abençoe.Heber Micelli Jr.Diretor

telefones úteis

12 de outubro dia de Nossa Senhora de aparecida

Padroeira do Brasil

Sub-Prefeitura de Vila Mariana 5577-3949delegacia 160 d.P. 5571-0133Polícia Militar 3a Cia - 12 0 BPM-M 5573-7786disque denuncia (sigilo absoluto) 181Corpo de Bombeiros 193defesa Civil 199Polícia Civil 147Polícia Militar 190Pronto - Socorro 192inspetoria regional de Vila Mariana 5539-0897 ou 5086-0711

Central de telecomunicções da GCM 3266-5104 ou 3262-2237

TeledromeA Síndrome da Televisão

Formado por Má Fer De Biaggi (Diretora de Arte e Performer e Isis Utsch (Roteirista e Di-retora), o Núcleo Ponto Q é um Coletivo de Ex-perimentações Artísti-cas que usa a Lingua-gem do Vídeo para criar Filmes + Artes.

Toda essa trajetória começou no Teatro Per-formativo, com o Espe-táculo “ Você Tem Fome de Quê ? “, apresentado no TUSP (Teatro da USP) . Com temática social, politica e forte-mente carregado de me-táforas que pretendiam despertar a reflexão do público sobre a cultura de massa.

O Projeto passou por transformações e seguiu para o campo do Audio-visual, resultando em uma série de filmes cur-tos (Curta - Metragem) .

Hoje, o Projeto abor-da a investigação da Identidade Nacional Brasileira e os elemen-tos que formam a Cul-

tura. O processo de pesquisa e laboratórios, aponta a Televisão como o principal alimento da sociedade. Mas o que estamos comendo? O Projeto Teledrome vai discutir o poder da TV e sua influência cultural, contando histórias cur-tas que vão viajar por esse mundo hipnótico.

Toda criação é su-blinhada pela intenção dos nossos objetivos, que são: discutir a de-pendência cultural e a submissão, enfatizar a acumulação de expe-riências, incentivar o desenvolvimento de um senso crítico que busque a transformação da es-fera pública a partir da autoconsciência do indi-víduo, além da experi-mentação das sensações e do próprio processo reflexivo.

Queremos instigar o apetite por uma nova cultura, livre de confor-mismos !

Para isso, já está em andamento a criação da Primeira Mostra Por-tátil de Curtas “Você Tem Fome de Q ? “, um espaço para a exibição de produtores e realiza-dores independentes de curtas-metragens, que expressem através de suas obras questiona-mentos sociais e políti-cos da sociedade con-temporânea brasileira. A idéia é que os traba-lhos sejam apresentados em diversas comunida-des e pontos de cultura de diferentes bairros, além de serem exibidos simultaneamente em re-des e TV’s online.

O Projeto Teledrome (A Síndrome da Televi-são), está participando na Web do Movimento Hotspot (Com Patrocí-nio da Vale do Rio Doce e Riachuelo) e já é o se-gundo Projeto mais cur-tido da Categoria, tendo inclusive visualização em algumas comunida-des da Europa .

Veja o Trailer do Pro-jeto no Site do Movi-mento Hotspot :http://movimentohots-pot.com/projeto/tele-drome/

O Vídeo é a Máquina de escrever idéias e as idéias deixam o mundo melhor!w w w.nucleopontoq.wix.com/nucleopontoq

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O Vila Mariana - Outubro de 2012diVerSoS

Dia 18 de Outubro - Dia do MédicoAgradecemos aos médicos generalistas, especia-listas, mestres, Doutores, e professores da medicina.Nosso muito obrigado...Valeu por toda dedicação, garra, esforço, sa-bedoria e desempenho na sagrada missão de cuidar.Valeu por vocês não desistirem frente a todas as dificuldades do caminho. Valeu termos conhecido a grande força que o Nosso Deus Pai transmite a nós todos os minutos.Valeu a fé, a intuição, o amor, o carinho, a caridade, a humildade, a força, a direção e a decisão.Valeu esta equipe maravilhosa que o Nosso Pai manda a nós todos os dias para nos proteger, nos ajudar, nos auxiliar em tudo o que fazemos.Valeu o seu corpo cansado. Valeu todas as decisões. Valeu a sua força. Valeu todo o seu carinho, a sua garra e a sua insistência a favor da vida.Valeu a sua luta. Valeu o seu medo. Valeu a sua insegurança... mas mais do que tudo, valeu a sua vitória. Pois as conquistas são difí-ceis, mas o mais difícil é lutar contra o tempo, é lutar para trazer de volta o que você estava perdendo. É lutar com a fé, a coragem e a determinação. É lutar para vencer, é acreditar que acima de nós existe este Grande Deus Pai que não nos deixa desistirmos na metade do caminho. Vocês são muito especiais, pois a simplicidade e o modo de serem faz com que seja o que vocês são: estes grandes Doutores. É assim que Deus os fez e nós os amamos.Vocês fazem tudo o que está ao alcance, dentro do que é permitido. Todos os outros recursos pertencem a Deus e à sua equipe.

Feliz dia do MédicoMarilia Martins

A importância do abraço! Dia do MédicoQue Ser Humano na face da Terra não precisa de um abraço? Se lhe perguntassem qual o melhor

lugar do mundo para se estar, provavelmente você se colocaria diante de cenários paradisíacos, imagens da infância ou qualquer outro lugar... mas poucas seriam as pessoas que se colocariam “dentro de um abraço” !

Não existe lugar melhor para um idoso, para uma criança, para uma pessoa com medo, enferma ou apaixonada. O abraço tem tudo o que situações de medo, tristeza e até mesmo de amor precisam: CALOR e SEGURANÇA. Como é difícil nos dias de hoje encontrar esses dois elementos funda-mentais para termos o melhor dos dias! Quando nos abraçamos nós podemos levar vida aos nossos

sentimentos e reafirmamos nossa capacidade de amar. Muitas vezes não encontramos as palavras mais adequadas para expressar nossos sentimentos e o abraço pode traduzir todas as emoções existentes. Um abraço diz muito. É indescritível receber um abraço da pessoa amada.

O coração quase sai pela boca! No abraço dois corações se tocam... se encontram... Permite-nos sentir o calor e a proteção do conforto que

vem de quem nos abraça e nos dá o mundo em poucos segundos! Hoje vivemos numa época em que razão, dinheiro e tecnologia estão exacerbados. Perdemos a consciência dos sentimentos. Porém, quando nos abraçamos valorizamos o amor e a cumplicidade e isso é capaz de aliviar qualquer dor, ansiedade e depressão. Muitas vezes temos medo de abraçar e dar carinho ao outro e sermos rejei-tados. Tocar o outro e ser chamado de “pegajoso”. Essa ideia precisa mudar para o bem de todos. Toques sutis soltam os bloqueios da mente e do corpo. Já está comprovado através de estudos e pesquisas que todos necessitamos de contato físico para nos sentirmos bem, mesmo que esse gesto venha de um estranho, mas quando feito por uma pessoa querida os resultados são incontáveis e chegam a ter um efeito analgésico!

Precisamos com muita urgência estabelecer uma aproximação, de um abraço que encosta cora-ção com coração, e de um simples deslizar de mãos em nosso rosto, de um encontro de corpos que desejam, sobretudo, fazer o outro se sentir querido e vivo. Tocar o outro é acordar as suas células, é oferecer um alento, uma esperança, um pouco de humanidade, algo tão escasso em nossas relações atuais.

Há vezes em que não nos atrevemos a dizer o que sentimos de verdade. Ainda que seja por uma timidez ou por sentimentos avassaladores que nos pertencem, acredite... o abraço é o idioma que todos com seguem entender. Eles provocam alterações emocionais e fisiológicas tanto em quem toca quanto em quem é tocado. Pare por um minuto e pense, onde mais poderia começar o amor senão dentro de um quente e delirante primeiro abraço? Convidamos você, leitor, a partir de hoje, experimentar a terapia do abraço. Você não imagina as maravilhosas que surgirão em sua vida!

Abrace Muito! Cristiane Craveiro Terapeuta Aura-Soma [email protected]

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O Vila Mariana - Outubro de 2012

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arteS PlaStiCaS

Banditi dell’ ArteDe Artista e de Louco todo mundo tem um pouco

Em minha última via-gem à Paris, visitei uma exposição que já pelo tí-tulo me chamou a aten-ção: Banditi dell’ Arte (Bandidos da Arte).

Esta exposição, con-cebida na Itália, está di-vidida em duas partes. No primeiro andar estão expostos os trabalhos de pacientes internados em manicômios italianos do fim do século XIX. Estes trabalho são de uma épo-ca em que pouco se sabia sobre a arte como ferra-menta de suporte para pessoas com problemas psiquiátricos.

E no segundo andar estão trabalhos de pesso-as autodidatas e de prisio-neiros condenados, já nos meados do século XX.

A força daqueles tra-balhos me impressionou. Capturou toda a minha atenção e fez meu ima-ginário “navegar” por mundos extraordinários. Imediatamente me senti atraída pelas obras expos-tas sem saber muito bem por que.

Elas falam através de uma linguagem primor-

dial e direta, acessível a todos. É desnecesário o esforço in-telectual para c o m p r e -endê-las. Elas nos impressionam, não só pelo as-pecto estético, mas também pela simplicidade da ex-pressão que se con-trapõe à intensidade e exuberância como nos tocam.

São obras de pes-soas que represantam o seu universo par-ticular de forma muito pessoal e distanciada dos padrões habi-tuais ou de instituições culturais reconhecidas. Todas inusitadas e mui-tas de dimensões monu-mentais.

É visível que nada foi impedimento para a re-alização daqueles traba-lhos. Qualquer suporte disponível se prestava para a expressão daquela explosão. O material re-cuperado – papel de em-balagem, papel de jornal,

papel higiêni-co, os muros da instituição,

ossos bovinos conseguidos na

cozinha e habil-mente escul-pidos com ferramentas

criadas atra-vés de pequenos peda-ços de metal encontra-dos. Restos de tecidos, fios pacientemente desfiados de toalhas, sucatas, tudo é passível de ser usado. Ver aque-

la exposição gera um sentimento li-bertário.

Por apre-sentar esta q u a l i d a d e

“marginal”, por muito tempo, este tipo de traba-lho não foi considerado um trabalho de ARTE. Era tido como um traba-lho amador.

Somente nos idos de 1940 o artista plástico Dubufet deu a este tipo do fazer artístico o nome de Arte Bruta.

Arte Bruta é cons-tituida pelos trabalhos produzidos por pessoas

“ignorantes” da tradição, indife-rentes às críticas. Seus criadores são os únicos destinatários de suas obras. Os criadores de Arte Bruta agem por instinto, por im-pulso, pouco se importando se serão vistas, se carregam algum sentido, e muito menos se serão apreciadas. São expressões libertas de qualquer julgamento.

Sendo assim, fazer arte

não depende de um dom. Mas antes de uma neces-sidade interna. Depende

sim de um pou-co de coragem para se “abrir um caminho” fechado por pre-conceitos, me-dos, e resistên-cias. O exercíco da construção destas veredas para que os nos-sos conteudos encontrem a luz é libertário. O confronto entre o nosso ima-ginário, ainda

desconhecido e invisível, e a sua mater ialização no mundo visível através de for-mas, palavras, li-nhas, traz à tona a riqueza daqui-lo que nos cons-titui. Ao ampliar nossos limites e contornos ga-nhamos uma confiança maior de nós mesmos.

Tornar visível o sensível invi-

sível nos configura, nos molda

- “A arte não preci-sa, necessariamente, ser para, não se volta para uma finalidade espe-cífica, mas se oferece como trajeto, como me-diadora, como diálogo e como uma das lingua-gens que experimenta simbolizar a experiên-cia humana, inclusive aquilo que às vezes pa-rece não dar certo”.

Pois então, é simples: Façamos Arte.Nadia Saadnad [email protected]

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O Vila Mariana - Outubro de 2012Cultura

Viagem através do desenho por Vinicius Pellegrino

Um artista que promete

Já no século XIV, Gior-gio Vasari dizia que o de-senho era pai de três artes: arquitetura, escultura e pintura e que ele, emanan-do do intelecto, conseguia desprender da pluralidade das coisas um julgamento universal. Sendo seme-lhante a uma forma ou a uma ideia sobre todas as coisas da natureza, é for-temente regular em suas dimensões.

Não há dúvida que o desenho não é outra coi-sa que a expressão visível e a manifestação de um conceito já contido em nossos espíritos e daque-les que outros imagina-

ram no seu íntimo e na elaboração de suas idéias. Portanto, o desenho pode ter um fim em si próprio ou ser a preparação para uma obra de arte pictórica ou plástica.

A base do desenho é a linha à qual não existe “in-natura” em sentido algum. Com efeito, o olho percebe manchas de diversas cores e de diversas intensidades lu-minosas cujos limites são expressos no desenho mediante traços linea-res com uma abstração que pertence aos refle-xos mais espontâneos, mas não por isso, menos

misteriosos à inteligên-cia humana. A exemplo de cada expressão artís-tica, a expressão gráfica se vale de um ponto de partida prático, utilitário, mas se torna a seguir um ato totalmente ideal e de-sinteressado quando con-segue exprimir mediante a forma – numa relativa proporção de coerên-cia e de intensidade da personalidade do artista - um conteúdo válido e vital pelo próprio tempo ou até mesmo de valor universal. Vale lembrar que Michelangelo foi o desenhista mais vigoro-so enquanto Rafael, o mais natural.

Vinicius Pellegrino é um jovem estudante de arquitetura que desde a mais tenra idade mani-festou interesse pelo de-senho, nada, pois, mais agradável que descobrir e acompanhar o desenvol-vimento de suas criações desde os primórdios até nossos dias.

Ao examinar seus de-senhos, verificamos a necessidade de expressão

desse artista em suas pri-meiras obras, cujas pro-porções corretas denotam ardor sem hesitações.

Cada um de seus traços revela o elo entre o esti-lo do artista e seu interior com sua fértil imagina-ção. Em síntese pode-se descobrir através de seus desenhos, tudo o que o ar-tista representará a seguir. Não há dúvida que, com o objetivo de atingir re-sultados bem precisos, os traços revelam o caminho trilhado pelo autor desde a fase da pesquisa até as

consequentes tentativas.A projeção e a perspec-

tiva foram fundamentais para o artista concretizar a forma através de seus meios gráficos. A proje-ção consiste em determi-nar sobre uma superfície plana os traços das per-pendiculares que descem de cada um dos pontos do objeto de representação, obtendo-se, por consequ-ência, a exata e mensurá-

vel perspectiva tanto geo-métrica quanto intuitiva. Ela exprime os objetos como os vemos, ou como podemos vê-los, com as aparentes alterações sub-metidas tanto pela ubiqua-ção quanto pela distância da projeção. A forma se desenvolve sobre um úni-co plano, enquanto que na perspectiva sugere-se um espaço, determinado ou infinito, dentro do qual se desenvolvem e se movem as formas representadas.

Ao desenhar antigos templos gregos, edifícios

romanos, catedrais euro-péias, construções barro-cas brasileiras e históricas embarcações e veleiros, Vinicius Pellegrino dirige sua atenção tanto ao ele-mento técnico e funcio-nal quanto às necessárias considerações estéticas e emocionais.

Inspirando-se, sobre-tudo, na arquitetura do passado, executou inúme-ros desenhos de gêneros

e estilos diferenciados sempre para satisfazer sua fantasia criativa. De-senhando com vivacida-de e diligência consegue provocar, no observador, admiração pelas suas criações e pelo estilo na qual são executadas.

Analisando o conjunto dos seus desenhos, po-demos prever que Vini-cius Pellegrino envolvi-do com o novo realismo, conhecido na França por “Nouvelle figuration”, se encaminhe, como con-sequência lógica, para a

pintura seguindo o per-curso dos grandes mestres do passado. É de se aus-piciar, pois, que o jovem artista se torne um exce-lente exemplo para as atu-ais gerações que buscam o grande retorno na arte.

Emanuel von Lauens-tein Massarani Critico de arte e presidente do Ins-tituto de Recuperação do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo

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MúSiCa

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Bossambá: um sotaque francês na música brasileira

Mas, se francês dá bossa, será que dá samba?

As relações intercul-turais entre o Brasil e a França fizeram muitas travessias pelo Atlântico. Foram muitos encontros musicais inusitados (e às vezes até controverti-dos) de artistas dos dois países ao longo de pelo menos quase um século: do lado de lá, basta lem-brarmos do sucesso do

conjunto Oito Batutas (grupo de Pixinguinha) em Paris no ano de 1922, que fo-ram para ficar um mês e acabaram pe r manecendo por meio ano; ou a repercussão es-trondosa da Bos-sa Nova, quando essas canções inesquecíveis fo-ram traduzidas para o idioma francês, algumas delas incluídas em filmes consagrados pela crítica. Isso sem contar a caloro-sa receptividade e o es-

Caetano Veloso, João Bosco, Rita Lee, Gilberto Gil e Lenine, entre outros.

Não foi à toa que o filme A música segundo Tom Jobim, dos diretores Nelson Pereira dos San-tos e Dora Jobim, mostrou, logo de início, as versões da Bossa Nova

em francês, como Adieu Tristesse (versão de A Felicidade de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), cantada por Jean Sablon, ou Ce n’est que l’eau, tradução de Água de be-ber (também de Tom e Vinícius), traduzida e in-terpretada por Pierre Ba-rouh. Sem dúvida, nossos colegas gauleses parecem ter percebido bem antes de todos a novidade so-nora que despontava para o mundo: a bossa nova, em sua fase embrionária. Vale lembrar que o filme Orfeu Negro, do diretor Marcel Camus, de 1958, baseado na peça Orfeu da Conceição, de 1956, apre-sentou em primeira mão, a dupla Tom e Vinícius, bem antes do célebre con-certo no Carnegie Hall de Nova York, que é de 1962. Na trilha sonora, gravada por Agostinho dos Santos, figuram Ma-nhã de Carnaval e Samba de Orfeu (de Luiz Bonfá e Antônio Maria), além de O Nosso Amor, Frevo e A Felicidade (de autoria de

Tom Jobim e Vinícius de Moraes). A consagração deste filme em Cannes , com a Palma de Ouro, e em Hollywood, com o Oscar, representaria o reconhecimento interna-cional de nossa música lá fora.

Quase dez anos depois, Pierre Barouh grava Sam-ba Saravah – sua versão para Samba da Bênção de Vinícius de Moraes, in-cluída no aclamado filme Um homem e uma mulher do cineasta francês Clau-de Lelouch, de 1966. O impacto da música brasi-leira na França pôde ser medido pela inclusão des-te samba no filme, cuja trilha sonora, assinada

por Francis Lai e Pierre Barouh, fora premiada com duas estatuetas do Oscar: melhor filme e me-lhor trilha sonora. E ainda por cima, acabou renden-do uma dobradinha ines-quecível: Elis Regina e Pierre Barouh.

Em 68, Elis gravou em compacto duplo La Nuit de mon amour versão de Barouh para A noite do meu bem (de Dolores Du-ran) e Nuit de Masques outra tradução do mesmo Barouh para A Noite dos Mascarados, de Chico Buarque, como resultado do grande sucesso alcan-çado no Teatro Olympia de Paris, quando se con-sagraria, aliás, como a primeira artista a se apre-sentar por duas vezes no mesmo ano casa de show! Ainda em 68, Madame Elis Regina registraria magnificamente Samba Saravah, com ginga e di-visão rítmica de deixar qualquer um sem fôlego. Num francês absoluta-mente impecável, sem sotaque, diga-se de pas-sagem.

Mas, se francês dá bos-sa, será que dá samba?

Isso é o que você vai ficar sabendo no próximo número....

Nancy Alves é cantora e pesquisadora musical; seu CD, Bossambá, apre-sentando esse repertório de sambas e bossas em francês, será lançado no dia 24 de novembro, às 21 horas no Teatro FECAP em São Paulo.

pírito sempre aberto dos franceses em relação aos compositores e intérpre-tes contemporâneos como

Rua Dr. Amâncio de Carvalho, 329 / 5082-5002

Aberto todos os dias das 11h a 1h

www.barcasadapraia.com.br

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O Vila Mariana - Outubro de 2012Galeria

Quem passa destraído pelo baixo Augusta, tre-cho que fica entre a Av. Paulista e a Praça Franklin Roosevelt da Rua Augus-ta, pode pensar que está apenas em mais uma rua decadente da região cen-tral de São Paulo. Porém, quem olha com um pouco mais de atenção, verá em cada esquina, cada muro, cada poste, uma celebra-ção de uma forma de vida diferente, onde por meio da arte busca-se um olhar mais vivo sobre o coti-diano.

Comparada a outros centros urbanos, como Berlim ou Londres, a ca-pital paulista ainda é uma iniciante em relação à arte de rua, mas pode-se afir-mar que o baixo augusta representa um dos pontos mais avançados da capi-tal neste quesito. Nesta rua, os artistas (na maio-ria das vezes anônimos) expressam-se de diversas maneiras, como grafite, poemas escritos com pi-chações ou adesivos.

Desta forma, o gra-fite “VERacidade” é um pedido de atenção ao que virá. O panfleto colado na parede diz: “Cobrando ou não, sexo não da direito à AGRESSÃO”, e revela o palco da “marcha das vadias 2012”, manifesto em defesa das mulheres. E, finalmente, a imagem de Adoniran Barbosa es-

Arte no baixo

tampada na pilastra de um prédio anuncia a chegada da música no começo da noite.

Se durante o dia a Rua Augusta é mais um centro comercial, durante à noi-te, nos sete dias da sema-na, é possível encontrar diversão. A sensação de movimento é constante. Como a arte de rua, que a cada dia é alterada por grafite e adesivos sobre-postos, as pessoas que passam se contrastam pois pertencem a diferen-tes tribos, mas se olham e percebem compartilhar um interesse comum, não se sabe ao certo qual, e vão se divertir nas dife-rentes opções de bares e baladas.

Por sinal, foram estas opções noturnas que, há menos de dez anos, rea-

tivaram o encontro de pessoas de di-ferentes bairros da cidade na região e revalorizaram este espaço: hoje, além vida noturna, estão sendo construídos diversos empreendi-mentos residenciais.

Sem contar com a diver-sidade cultural, já conhe-cida pelas salas de cinema e os teatros da praça Roo-sevelt.

Antes disso, o baixo Augusta passou por um longo período de deca-dência. A rua, inicialmen-te marcada pela elegância de suas lojas e pelo con-vívio social, era sinônimo de casas de prostituição e abandono público.

Hoje, pode se afirmar que é exatamente esta di-versidade cultural, – que acolhe sem distinção a qualquer forma de pen-sar e viver - esse contras-te entre a vida boêmia, o comércio e este resquício decadente que formam o ambiente ideal para a expressão de uma arte de rua que não obedece padrões tradicionais e

“Tão menos dolorosas suas noites de veludo. Sudário celeste das ninfas bi. Abóboda degenerescente de um sortilégio de absurdos.” Poema de MAICKNUCLEAR “grafitado” no baixo Augusta

acadêmicos, mas de uma forma livre mostra outro modo de se pensar a so-ciedade e a cultura.Bruno [email protected]

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PoeSia & literatura

Durante o primeiro mês de vigência da programa-ção Poesia Ilimitada na Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Po-esia, localizada na Avenida Paulista, 37, exposições e eventos especiais se des-tacam em meio as ativida-des poéticas e educativas que, ao longo do último trimestre de 2012, serão oferecidas gratuitamente ao público.

Estalactites Tipográficas.Em cartaz até 27 de

outubro a exposição Esta-lactites Tipográficas reúne poemas do expressionista alemão August Stramm (1874-1915), traduzidos pelo poeta Augusto de Campos no livro Poemas--estalactites, compostos com tipos móveis digi-talizados por Guilherme

Rua Rio Gr ande, 93 /107Vila Mariana – São Paulo – SP

TEL S: 5571-8787 / 5081-5247A berto das 06:00 ás 23:00

E-mail: [email protected]

Casa das Rosas Mansur, responsável pela edição de inúmeros autores brasileiros e estrangeiros em sua Tipografia do Fun-do de Ouro Preto, destacan-do a materialidade da poe-sia por meio do contraste entre tipos art nouveau e marcas de mídia eletrônica.

Semana do IdosoEm 4 e 6 de outubro, a

Semana do Idoso celebra o Dia do Idoso, celebrado em 1º de outubro, de acor-do com a Lei 11.433/2006. Performance com poemas de Drummond, cujos te-mas são o corpo e o amor, e oficina-sarau onde os participantes buscam novas possibilidades de apresen-tar seus poemas formam o evento “Entre o amor e o corpo”, com Paulo Farah André, às 15h da quinta--feira 4. No sábado, 6 de

outubro, às 14h, o Núcleo Educativo da Casa das Ro-sas promove o encontro “Tudo o que não invento é falso*”, uma atividade lú-dica que desenha percurso por poemas de Manoel de Barros, usando como cami-nho memórias de infância e invenções, abrindo espaço para bate-papo sobre coisas desimportantes.

*Frase retirada do li-vro Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros

Dia das CriançasNo sábado, 13 de ou-

tubro, a partir das 14h, as crianças ganham eventos especiais em comemora-ção ao dia 12 de outubro, na Casa: é a programação Folclore e cultura popular. A Cia da Fulô, criada em 2010, apresenta o espetá-

culo teatral “A Moça de Bambuluá”, às 14h, con-tando a história de João, um andarilho, tocador de viola e viajante que, em uma de suas andanças, co-nhece a Moça de Bambuluá e seu doce jeito de amar e, com o encontro, é desa-fiado a aprender a língua dos pássaros e enfrentar o medo da morte para che-gar a Bambuluá. Às 15h30, Paulo Netho e o Grupo Batucantante, formado por Raquel Souza (Quel) e Ro-naldo dos Santos (Tom) promovem o “Sarauzinho da Casa” com narrações de histórias escritas por Netho – e também recitando poe-mas e desafios ao público com adivinhas, trocadilhos, trava-línguas e quadrinhas – e canções de diferentes ritmos brasileiros inter-pretadas pelo Batucantan-te, convidando todos para uma grande brincadeira musical, na qual podem ser experimentados gestos, movimentos e sonoridades do corpo.

SERVIÇOESTALACTITES TIPOGRÁFICAS

Exposição de Guilherme Mansur.De 25 de setembro a 27 de outubro de 2012.

SEMANA DO IDOSOProgramação em co-memoração ao Dia do Idoso, com performance e oficinas.Para idosos, seus familia-res e amigos.Performance e oficina: Entre o amor e o corpoCom Paulo Farah André.Quinta-feira, 4 de outubro, 15h.Encontro: Tudo o que não invento é falso*Com Núcleo Educativo da Casa das Rosas.Sábado, 6 de outubro, 14h.*Frase retirada do livro Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros.

COMEMORAÇÃO DO DIA DAS CRIANÇAS

Folclore e cultura popularSábado, 13 de outubro.14h – A Moça de Bambu-luá Com Cia. da Fulô.15h30 – Sarauzinho da CasaCom Paulo Netho e Grupo Batucantante.

Ciclo de saraus na Casa das Rosas em outubro Programação Poesia

IlimitadaQuase todos os dias tem sarau na Casa das Rosas. Participe dos encontros gratuitos dedicados à de-clamação da poesia.

O MENOR SLAM DO MUNDO

Baseado nos slams, o sarau propõe um jogo de poesia em que os partici-pantes apresentam, em 10 segundos, suas qualidades poéticas e performáticas.

A PLENOS PULMÕESInscrições começam uma hora antes. Sábado, 6 de outubro, 19h30.

Dedicado aos amantes da poesia, o objetivo é incen-tivar a literatura escrita e falada. O microfone está aberto.

VERSO REVERSOO diálogo entre diferen-tes estilos poéticos é a proposta desse sarau. Os convidados comentam suas poéticas e respectivas afinidades literárias.

VIA VEREDASarau mensal dos alunos e ex-alunos das oficinas de criação da Casa das Rosas. Os poetas e escri-tores interpretam poemas e textos, próprios e de diversos autores.CHAMA POÉTICAA proposta do Chama Poética é difundir e fo-

mentar a arte por meio da poesia, da literatura e da música.

QUINTA POÉTICAReúne boa poesia, com diferentes expressões artísticas, como dança, música, artes plásticas e cultura popular envolven-do a leitura dos poemas.

52ª EDIÇÃOConvidados: Ângela Cas-telo Branco, Arildo Cor-reia Lima, Davi Araújo, Marco Aqueiva, Regina Mello, Renato Negrão e Ricola de Paula.Participação especial: En-Canto de Cordas (Letícia Torança: canto; Francisco Andrade: viola brasileira; CauKaram: violão).Quinta-feira, 25 de outu-bro, 19h.

SERVIÇOProgramação Poesia Ili-mitada - Ciclo de saraus (outubro)De 6 a 27 de outubro.Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Avenida Paulista, 37 – próximo à Estação Briga-deiro do Metrô.Horário de funciona-mento: de terça-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 18h.Convênio com o estacio-namento Patropi: Alame-da Santos, 74.Tel.: (11) 3285-6986 / (11) 3288-9447.Blog: www.casadasrosas--sp.blogspot.comTwitter: www.twitter.com/casadasrosasFacebook: http://www.fa-cebook.com/casadasrosas

DIA 7 DE OUTUBRO DOMINGO , DEVIDO A ELEIÇÃO A CASA ESTARA FECHADA.

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O Vila Mariana - Outubro de 2012Motor

Jurados elegem vencedoresVeteran Car Clube

Kawasiki Brasil

Chegou ao fim o Con-curso Cultural Kawasaki Touring, após o término da vigência de disputas pelo prêmio máximo, uma motocicleta Versys 650 cc e demais prêmios distribuídos aos internau-tas participantes.

Ao todo recebemos mais de 500 inscrições com diversos tipos de tra-jetos, histórias e roteiros em sua bagagem, sendo 150 dessas, devidamente validadas pela auditoria do concurso para a eleição de um vencedor.

Odil Rodrigues Pereira conquistou o primeiro lu-gar com o roteiro “Cami-nhos de Pedra”. Partindo da pequena cidade de Re-gistro, no interior paulis-ta, com direção ao ponto de chegada situado na his-tórica Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. (veja roteiro completo no site do concurso)

Em segundo e tercei-ro lugares estão: Gregory Zanon Pereira, de Foz do Iguaçu-PR, com um ro-teiro ligando o Paraná às belezas maravilhosas do Rio de Janeiro e Meyre Bráulio Gonçalves Iwa-moto, de Goiânia-GO, em sua “Aventura na rodovia das Kawasaki’s!”.

A tarefa dos jurados não foi nada fácil, com uma vasta opção de rotei-ros passando pelos mais inóspitos, belos e diferen-tes lugares do nosso país ou até mesmo de alguns longínquos continentes mundo afora; após fazer a leitura e as anotações sobre cada um dos rotei-ros participantes, os votos dos jurados finalmente puderam ser contabiliza-dos e levar a um veredito.

COM A PALAVRA, O VENCEDOR

Em uma breve entre-vista, o ansioso e premia-do Odil disse ter ficado sabendo do concurso através de amigos, meio por acaso, tomando então como desafio sua parti-cipação, para falar sobre um tema que é para ele, o sonho de todo motociclis-ta, as viagens de moto, ele ressaltou ainda o fato de participar “sem me sub-meter a sorte”.

Apesar de não fazer uso diário da motocicle-ta, Odil contou que não passa um mês sem fazer ao menos um roteiro pe-las estradas, destacan-do como ponto forte “o prazer de estar do lado de fora, em relação a um veículo de quatro rodas coberto com capota, risos, o contato direto com as intempéries cli-máticas, a mobilidade... sempre com cautela, obedecendo e seguindo os limites impostos pela

sinalização, para resul-tar em uma viagem rápi-da e agradável”.

Questionado sobre seu roteiro, se esta ideia já es-tava em seus planos antes mesmo do concurso, Odil respondeu: Não estava em meus planos, foi uma ideia nova para uma von-tade antiga. Após a inscri-ção no concurso resolvi desenvolver o roteiro uti-lizando técnicas de cria-ção de projeto (mania de profissional de TI), para estabelecer as etapas de construção e implementa-ção. Iniciei pelo objetivo, logo de cara, pensei na região sul do país, onde conheço lugares muito bonitos, com povo muito educado e receptivo.

A cerimônia de entrega do prêmio foi realizada no dia 26/09 as 9h30 no Centro de Treinamento da Kawasaki em São Paulo. Informações Adicionais: kawasakibrasil.com

Rubens Heredia

motor business

A Cinemateca sedia o grande retorno

Com a anuencia da Cinemateca no bairro Vila Mariana o Clube passa a se encontrar todo segundo domingo de cada mes, apartir das

8:00hs, e convida os adimiradores do antigomobilismo. Em curto prazo, esta prevista a exibidos de filmes de épocas no anfi-teatro da

Cinemateca durante o periodo da exposição com entrada franca.

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Baile da Primavera

“Only You”

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O Tênis Clube Paulista, comemorou seu “Baile da Primavera” com a banda internacional “The Platters”, na noite de 21 de setembro. Recebeu associados, convidados e personalidades, em uma cerimônia marcada por reencontros, emoções e muita dança. A tradicional festa aconteceu no Salão Nobre tendo à porta, uma exposição de automóveis antigos remetendo todos - desde a entrada, aos anos dourados. Raros modelos como o de Malcolm Forest (cantor e compositor), que optou em vir conduzindo uma pérola da industria automobilística, o Mercedes-Benz 1951 “Cabriolet”. Malcolm ainda, foi chamado ao palco para abri-lhantar a condução da cerimônia.Vindo do acervo do museu JORM, Paulo Figueiredo enviou o raro NASH Metropolital “Cabriolet “, e mais, dois veículos que marcaram época em nosso país, as Lambretas – além de nos honrar com sua sempre “animada” presença. Do acervo de Ricardo Leitão (advogado), NÃO poderia faltar, um dos mais emblemáticos - da época e de todos os tempos, um Ford Thun-derbird 1956, com as combinações. Vermelho & branco.

Subjetivamente, a “cromoterapia” em preto e branco manteve a atmosfera dos anos cinquenta. Os arranjos florais – desde as escadas, onde todos os tons entre o rosa e lilás representaram a chegada da primavera. Todos recepcionados por um casal devidamente trajados, e a bela e lúdica “Estátua Viva”, desejava “Boas Vindas”. No palco, a banda Pimenta Latina “esquentou” a pista – “en passant”, liderados por ninguém menos, mas, o presidente do Conselho Deliberativo - Dr. Mario Vieira Muniz, quando é chegado do grande momento. Soaram os primeiros acordes de “Only You”. Todos, ficaram estáticos e rendidos pela emoção de estar ouvindo ao vivo - e pelos próprios autores, o som que embalou centenas de milhares por todo o mundo. “The Great Pretender”, canção constante nos “500 Grea-test Songs of All Time”, eleitas pela especializadíssima revista “ The Rolling Stone Magazi-ne”, então, arrancou suspiros quase que sincrônicos. “IN LOCO” e visivelmente emo-cionado, Paulo Figueiredo comentou. “ Sou fã da banda desde que me entendo por gente” – ainda, “Sou mui grato ao TCP pelo convite. Quando será o próximo ? (risos)”. Dr. Mario V. Muniz reencontrou B.J. Mitchell e, juntos, relembraram os momentos em que nosso presidente foi “manager” da banda – pelo Brasil.

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São Paulo sediou o circuíto nacional de esgrima

1º torneio de Muay Thai e graduação

The End

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O Tênis Clube Paulista recebeu a última etapa do Circuíto Nacional de Esgrima. A competição reúniu a elite da esgrima brasileira. O evento marca também o retorno da modalidade olímpica ao clube. No passado, conquistou

o título sul americano no florete feminino com a esgrimista Eda Bovino, e retorna através da inauguração de um amplo espaço para a modalidade, para formação de base e alto rendimento.

No final de semana do dia 30/09, recebeu atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpi-cos de Londres 2012 e medalhistas do Campeonato Sul Americano de Esgrima disputado recen-temente em Lima-Peru, no TCP jogaram pelo ranking brasileiro neste novo ciclo olímpico, Rio 2016.

Caio Sperb e Eduardo de M. Braga (1º graduação), Carlos Felipe S. Alves categoria 58 kg (1º graduação e 2º lugar no torneio), Fouad Nawfal Alssabak categoria 86 kg (1º graduação e 1º lugar no torneio), Ziad Mazin categoria 58 kg (1º graduação e 1º lugar no torneio); Ally Nawfal Assa Alssabak categoria 137 kg (1º graduação e 1º lugar no torneio) categoria absoluta, Ahmad Nawfal Alssabak (Babu) categoria 110 kg (1º graduação e 1º lugar no torneio) categoria absoluta, e, Andrey Gonçalves Marins categoria 71 kg (4º graduação e 1º lugar no torneio).

Ao final da apresentação, o presidente da gestão Dr. Caio Luis de Sousa, propôs: “Em nome de toda a diretoria, gostaria de agrade-cer a presença de todos e dizer o quanto é bom estarmos reunidos - mais uma vez”, e ofertou o Champagne. Após, a sessão de fotos com os próprios “The Platters”, encerrou a noite – e nós, do O Vila Mariana, encerramos com as irretocáveis palavras que seguem:“ A noite do “The Platters” no Tênis Clube Paulista suplantou a expectativa de todos, e demonstrou, ainda, ser um conjunto vocal para todas as idades, provocando um clima de alegria contagiante. Foi o evento que mais marcou no Calendário Social deste ano”. “ Mario Vieira Muniz ”

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O TCP e a Escola Naval, aqui representados por Celso Tadeu, Marcos Paulo, Vilela,

Ainsworth e Mattozinho trocaram flamulas durante a

solenidade de inauguração.

Os alunos de Muay Thai do TCP ministrada pelo Professor Gilberto (Giba) participaram no último domingo dia 23, da graduação, e 1º torneio interno junto com outras academias.

Juntos: Dr. Machado Vice-presidente - CBE, Dr. Caio Luis -TCP e o esgrimista Vilela da Escola Naval-RJ.

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O Vila Mariana - Outubro de 2012

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Carl Gustav JungDepois de um longo tempo de vida dedicado à compreensão e cura da psique humana

Carl Gustav Jung nas-ceu em Kesswil, Suíça em 26 de julho de 1875. Escolheu seguir uma li-cenciatura em medici-na. Jung se casou com Emma Rauschenbauch em 1902 e juntos tiveram cinco filhos. Após a sua graduação na Universi-dade de Basel, Jung de-cidiu se especializar em psiquiatria. Ele aceitou uma posição no hospital Burgholzli em Zurique. Em 1906, Jung come-çou uma correspondên-cia com Sigmund Freud, que floresceu em uma amizade. Embora eles tenham vindo de diferen-tes origens intelectuais e eram quase uma geração distante em tempos, eles tinham nada-a-menos que um interesse em co-

mum de aterramento de psicologia numa explora-ção em profundidade da vida do indivíduo. Eles também enfatizaram o papel do inconsciente na relação do indivíduo com o mundo interior e exterior. Jung deixou o Burgholzli em 1909 para dedicar-se à sua práti-ca privada e ao estudo de expressões coletivas do inconsciente, como o folclore, mitologia e religião. A decisão de publicar este trabalho já clássico foi doloroso para Jung, que efetivamen-te rasgou em pedaços a sua relação com Freud, porque ele demonstrou claramente seus pontos de vista divergentes dos da natureza e do papel do inconsciente, complexos,

e libido. A ruptura foi finalizada em 1914, du-rante esse tempo, ele ex-plorou as profundezas de sua própria psique, a fim de encontrar a si mesmo e descobrir seu próprio mito. Por essas explo-rações, ele desenvolveu um método chamado imaginação ativa. Este meio de auto investiga-ção seria a peça central da abordagem de Jung para a psique. Jung in-cluiu seus diálogos, jun-tamente com ilustrações em O Livro Vermelho, que ele escreveu duran-te este período difícil de sua vida. Ele passou a elaborar seu pensamen-to em seus muitos outros livros e artigos, alguns dos quais publicados em obras completas de C G

Jung. A t r a -

vés da i nve s t i -gação do conteúdo de sua autoria e i n c o n s -c i e n t e s de seus p a c i e n -tes, e a t r a v é s de um minucioso estudo da mitologia, religiões comparadas, antropolo-gia e, finalmente, a al-quimia, Jung concluiu que o mito atual de nosso tempo não atende às ne-cessidades psicológicas do indivíduo. O que está faltando em nossa época de hiper-racionalismo é a capacidade de se re-

c o n e c -tar com a nossa natureza instinti-va per-dida. Ele c u n hou o termo “indivi-duação” c o m o p r a z o para o

processo interior que impulsiona cada um de nós para uma maior ple-nitude. Este processo é dirigido pelo arquétipo de união, o Self, que é, paradoxalmente, tanto o centro como a totalidade da psique. Jung lembrou--nos que a nossa própria plenitude e a cura da alma do mundo, o Anima

Mundi, são dependentes de cada um de nós desen-volver uma relação mais consciente com as partes inexploradas ou rejeitada de nós mesmos que se escondem no inconscien-te e que ele chamava de sombra.

Depois de um longo tempo de vida dedicado à compreensão e cura da psique humana, Jung morreu em 6 de junho de 1961 em Küsnacht, Suíça. Seus sonhos no final ex-pressam grave preocupa-ção com o bem-estar do mundo, e também confir-mam a realização de uma totalidade pessoal para a qual foi dedicado durante toda a sua vida.Vicente [email protected]

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O Vila Mariana - Outubro de 2012teCNoloGia

A revolução nas ComunicaçõesAinda parece ficção, mas, acredite, é o futuro

O termo Wireless M2M (Machine-to-Machine, Mobile-to-Machine, Ma-chine-to-Mobile Com-munications) se refere a tecnologias que permitem que os sistemas sem fio e com fio se comuniquem com outros dispositivos da mesma capacidade. M2M usa um dispositi-vo (como um sensor ou metro) para capturar um evento (como temperatu-ra, nível de estoque, etc), que é transmitido através de uma rede (sem fio, com fio ou híbrido) para um aplicativo (software), que traduz o evento capturado em informações significa-tivas (por exemplo, itens que precisam ser reabas-tecidos). Tal comunicação é realizada através de uma rede remota de máquinas que transmitem informa-ções para um hub central para análise, redirecionan-do os dados para um siste-ma, como um computador

central.Essa tecnologia está

mais presente no nosso dia a dia do que se imagina. Basta que se atente que atualmente existe uma re-lação de quatro máquinas para cada ser humano. Isto significa que há um mer-cado potencial enorme de comunicação entre pesso-as e máquinas e entre má-quinas e máquinas.

M2M é uma das gran-des revoluções da nossa era das comunicações (pessoal e de negócios). Todos os setores da indús-tria já começam a se bene-ficiar dessa tecnologia, in-cluindo varejo, indústrias de base, transporte e lo-gística, serviços públicos, bens de consumo e gover-no, dentre outros.

Algumas das empresas mais inovadoras têm des-coberto novas oportunida-des de geração de receita, ligando os seus disposi-tivos. O M2M como um todo tem o potencial de desencadear significativos ganhos de produtividade e crescimento econômico diferentemente de qual-quer onda da tecnologia anterior.

São muitos os nomes usados para definir o mer-cado de M2M. Alguns deles incluem: Pervasive Internet, xInternet, Te-lemetria, Telemática, e Monitoramento Remoto. Hoje, grandes empresas multinacionais líderes do setor como Motorola, Sie-mens, HP e IBM entre ou-tros, estão chamando este mercado emergente de M2M, terminologia que adotamos neste estudo.

Pesquisas internacio-nais sobre o mercado de M2M apontam um cres-cimento exponencial deste mercado.

Um exemplo disto que vemos todos os dias são os dispositivos utilizados nos estacionamentos e/ou pe-dágios, do tipo Sem Parar, em que um dispositivo na

cancela comunica-se com seu carro, lê os dados do veículo e debita o valor da tarifa na sua conta do Sem Parar e depois efetua a co-brança.

Em 2002 existiam aproximadamente 40 mil máquinas comunicando--se via redes celulares. No final de 2005 este núme-ro chegou a aproximada-mente 500 mil máquinas. Ou seja, um Crescimento Composto Anual (CAGR) de aproximadamente 132%.

O mercado em 2001 era embrionário, atualmente encontra-se claramente em fase de crescimento e a cadeia de valor como um todo se movimenta ao re-dor deste crescimento:

• Fabricantes de mó-dulos celulares criaram recentemente equipes fo-cadas no negócio M2M e acreditam no crescimento do mercado e prevêem o crescimento destas estru-turas;

• Operadoras de telefo-nia celular, devido à satu-ração do mercado de voz, se interessam cada vez mais pelas oportunidades no mercado de dados (in-clusive as de M2M);

• As pequenas provedo-ras de soluções M2M, que eram meros start-ups em 2001, cresceram a ritmos surpreendentes;

• Do ponto de vista dos clientes, houve uma gran-de evolução no que diz respeito à conscientização dos benefícios trazidos pelas soluções de M2M e a busca por parcerias para a implementação das mes-mas.

Como se vê, tudo se encaminha para que tec-nologias dessa natureza estejam cada vez mais presentes no nosso coti-diano. Muito em breve farão parte da nossa roti-na dispositivos eletrônicos que se comunicam com os carros para alertar so-bre velocidade, “sentido” da rua, velocidade, etc. E ninguém duvide que ha-

verão chips embutidos em nossas roupas, sapatos e nos móveis de nossa casa. A “internet das coisas” fará explodir esse núme-ro, dando um endereço e capacidade de comunica-ção a cada objeto, livro ou peças de arte de nossas casas, ou peças e compo-nentes nas indústrias.

Ainda parece ficção, mas, acredite, é o futuro. Precisamos estar atentos para não perdemos o bon-de da história e ficarmos obsoletos, porque os mais jovens têm uma incrível capacidade de absorver essas novas tecnologias, tudo é muito natural para eles, parece quem têm a tecnologia no “DNA”. Que venha o futuro! Quem vi-ver verá.

João Soares

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eCoNoMia

Caso te perguntarem quem quer ganhar dinheiro? Fale que não.

Vamos fazer um teste. Vou descrever uma situação e responda sinceramente.

Imagine que você é convidado a ir ao escritó-rio de um desconhecido, ele disse que isto poderá te render até mil reais. Lá es-tará outra pessoa, vamos chamá-lo de José só para facilitar a explicação. Ele também ouviu a mesma coisa, ou seja, ele também poderá ganhar mil reais. O desconhecido explica: você receberá mil reais e poderá levar a quantia que conseguir, porém você terá que oferecer uma parte do que recebeu ao José. Caso o José aceite o que você ofereceu, os dois

saem com as respectivas partes. Detalhe você só tem uma chance e o José poderá fazer uma única contraproposta. Não acei-

tando a contraproposta, o dinheiro é devolvido ao desconhecido e todos irão embora.

Só pra deixar bem

claro a explicação. Você recebeu mil reais virou pro José e ofereceu, por exemplo, trezentos reais. O José concorda e tá fei-to, você acabou de ganhar setecentos reais e o José trezentos reais. Todos fe-lizes.

Quanto você oferece-ria? Pensou? Vamos con-tinuar.

Supondo que o José não aceite. Ele diz que só aceita se forem novecen-tos reais para ele. Aceitan-do o jogo está encerrado, o José sai com novecentos e você só com cem reais.

O que você faz? Aceita os cem reais? Ou diz não?

O que você pensou? Não ou sim?

Em caso de não o seu raciocínio deve ter sido o seguinte: não é justo eu ficar com apenas cem reais e o José ganhar no-vecentos reais. Aceitando, ou seja, dizendo sim você pensou algo parecido com: tudo bem afinal aca-bei de ganhar cem reais sem fazer nada.

Agora vamos inverter os papéis, o José te ofe-recerá o dinheiro e você fará a contraproposta.

Pois bem, o José ofe-rece quinhentos reais, ou seja, cada um sai com quinhentos reais.

O que você faria? Acei-taria ou faria uma contra-proposta?

Nem irei me alongar. Você aceitou.

Em 2002, Daniel Kah-neman ganhou o premio Nobel de Economia. Ele não é economista e nunca estudou economia, é psi-cólogo. O senhor Kahne-man e seu também colega psicólogo Amos Tversky, aplicaram o teste descrito acima durante anos ge-rando uma pesquisa cien-tifica sólida que explica quase que a totalidade dos grandes movimentos do mercado financeiro. Tver-sky não ganhou o premio, pois havia falecido e o premio Nobel só é dado às pessoas vivas.

Como um teste como este explica o mercado fi-nanceiro?

Nos testes verdadeiros todos se comportavam na

base do meio a meio. A desilusão de não ganhar quinhentos reais é com-pensado pelo prazer de punir a pessoa que quer os novecentos reais, mesmo que isto signifique deixar de ganhar cem reais.

O que foi descrito é o que os economistas cha-mam de “efeito manada”, os indivíduos tendem a correr para onde todos correm. O brilhantismo do teste é provar em uma base cientifica o conceito abstrato do pensamento humano.

O comportamento do teste é muito visível na Bolsa de Valores. Quando o mercado cai, ou seja, o preço está ficando barato, há um sentimento genera-lizado em todos que ações não prestam. Ninguém quer comprar, mas note comprar algo muito bara-to, essa é a melhor hora de comprar. Quando a Bolsa de Valores sobe o inverso do raciocínio é verdadei-ro.

Esta explicação pode ser usada na moda, nos eletrônicos, nos carros, em tudo. É aquele desejo louco de possuir coisas que todos têm.

A Academia Sueca premiou brilhantemente os psicólogos com o pre-mio Nobel de Economia.

Como isso ajuda na sua vida? Isto demonstra que o grande vilão que o im-pede de ganhar dinheiro, por incrível que pareça reside dentro de você e chama-se cérebro.

Aristides Campos Jannini

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O Vila Mariana - Outubro de 2012eSPorteS

Conjunto Desportivo Constâncio Vaz GuimarãesGinásio do Ibirapuera

Inaugurado em 27 de ja-neiro de 1957, o Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães é uma obra do Governo do Estado de São Paulo. Recebe o nome de um dos homens mais res-peitados do esporte nacio-nal, Constâncio Vaz Gui-marães, atleta, advogado e procurador fiscal que dedicou 46 anos de vida ao esporte.

Ocupando uma área de aproximadamente 100 mil m², é um dos maiores e mais completos complexos desportivos da América Latina. Palco de inúmeros eventos esportivos, cul-turais e de lazer, também oferece cursos esportivos gratuitos para a população e sedia importantes proje-tos voltados para a forma-ção e desenvolvimento do esporte de base e de alto rendimento.

A estrutura do complexo vai muito além do Ginásio Geraldo José de Almeida, conhecido popularmente como Ginásio do Ibirapue-ra. Também abriga o Está-dio Ícaro de Castro Mello, com campo de futebol e pista de atletismo, conside-rada casa do atletismo na-cional, o Conjunto Aquáti-co Caio Pompeu de Toledo,

composto por uma piscina oficial para competições i n t e r n a c i o -nais e um tanque de sal-tos, o Ginásio Poliesportivo Mauro Pi-nheiro, o Pa-lácio do Judô, dois ginásios poliesporti-vos cobertos, três quadras de tênis, duas academais de ginástica (uma exclusi-va para os atletas partici-pantes dos projetos esporti-vos e outra para alunos dos cursos oferecidos), duas salas para aulas de luta, condicionamento físico e ginástica, três alojamentos para atletas, centro médico e fisioterápico e estacio-namento com capacidade para 440 carros.

Grandes nomes do es-porte nacional, como os judocas Felipe Kitadai e Rafael Silva, medalhistas nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a campeã olímpica Maurren Mag-gi, maior nome da história do atletismo feminino no Brasil, entre muitos outros, passaram pelo Conjunto, através do Projeto Centro

de Excelência Esportiva, desenvolvido pela Secre-taria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo desde 1984. O Projeto atualmente atende atletas oriundos de todos os estados brasileiros em regi-me de internato, nas moda-lidades atletismo e judô.

O esporte de base tam-bém é incentivado através do Projeto Centro de Trei-namento Base do Estado de São Paulo, desenvolvido para jovens nas modalida-des futebol de campo, vo-leibol, basquetebol e tênis.

Além do incentivo ao esporte de base e de alto rendimento, o Conjunto também oferece cursos esportivos que visam for-necer opções de lazer e recreação e atuar na me-lhoria da qualidade de vida

da população da cidade de São Paulo. Possui opções para todos os gostos e fai-xas etárias, abrangendo crianças, jovens, adultos e veteranos. Atualmente existem 12 cursos dispo-níveis (atletismo, voleibol, voleibol adaptado, futebol de salão, karatê, kung fu, kickboxing, capoeira, alon-gamento, condicionamento físico, treinamento físico e musculação), apesar de não estar operando em sua capacidade total, devido à reforma de algumas de suas estruturas, como o Complexo Aquático Caio Pompeu de Toledo.

As inscrições para os cursos são gratuitas e su-jeitas ao número de vagas disponíveis no momento. Os interessados a pleitear uma vaga devem se diri-

gir a Secretaria de Cursos, lo-calizada na ad-ministração do Conjunto, de segunda a sex-ta-feira, entre 8h00 e 18h00.

Os even-tos esportivos, culturais e de lazer também ocupam lugar de destaque na

programação do Conjunto, que tem tradição em rece-ber os mais importantes eventos nacionais e inter-nacionais.

Após a recente reforma do Ginásio Geraldo José de Almeida (Ibirapuera) e do Estádio Ícaro de Castro Mello, já passaram pelo complexo diversos cam-peonatos internacionais (Liga Mundial de Voleibol 2011, Mundial Feminino de Handebol 2011, ATP Challenger Tour 2011, Meeting Internacional de Atletismo 2011, Sul--Americano Sub-23 de Atletismo 2012, Seletiva Mundial Indoor de Atle-tismo 2012, entre outros) e nacionais (Troféu Bra-sil de Atletismo 2011 e 2012, Brasil Open de Tê-nis 2012, Grande Prêmio

Brasil de Atletismo 2011 e 2012 e etc).

No quesito espetáculos de entretenimento, atrações não faltam. Shows dos cantores Roberto Carlos e Xuxa, do maestro inter-nacional André Rieu e da cantora Sade são exemplos recentes, assim como o es-petáculo Disney On Ice, em 2011 e 2012, e o Show Batman Live, em 2012.

A partir desta edição, iremos utilizar este espaço para divulgar os eventos, cursos oferecidos e demais informações pertinentes aos leitores da região.

O Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guima-rães está localizado na Rua Manoel da Nóbrega. 1.361, sobre a administração da Secretaria de Esportes, La-zer e Juventude do Estado de São Paulo, através do Secretário Benedito Fer-nandes, e sobre a direção geral de Luiz Flaviano Fur-tado.

Marilia Sant´AnaConjunto Desportivo Constâncio Vaz Gui-marães, Rua Manoel da Nóbrega, 1.361.Tel: (11) 3887-3500E-mail: [email protected]

Venha desfrutar o seu melhor almoço!No melhor ambiente e local da região.Buffet completo no almoço c/sobremesa. A noite menu a La Carte Happy Hour, Even-tos e Confraternizações p/ até 250 pessoas

Rua Abilio Soares, 1251 Fones: 3052-3924 e 3051-7523Estacionamento no local.

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Liz Vamp - Cult, Sexy & BenignaExportação Cultural: Dia Dos Vampiros X Halloween

Em recente entrevista, Liz Vamp comenta sobre o sucesso da importação do Halloween, a ser festejado no próximo 31/10, evento cultural sobre o fantastico e traça um paralelo sobre exportação de sua causa social e excencial - O Dia dos Vampiros. Aprovada pela Câmara dos Vereado-res com unanimidade), a atriz Liz Marins, criadora

da personagem que des-mistificou o “tetricismo vampiresco” aparente, aproveitando-se do impac-to visual que naturalmente causam, para impulsionar o Dia dos Vampiros na “causa social que está in-vadindo o mundo”.

MASP – palco e pon-to de encontro aos que aderem a nobre, lúdica e pitoresca proposta que

completou nesta edição de 2012, 10 “longos” anos, diz a atriz, escritora e ci-neasta paulistana. “Quan-do iniciei a ação em 2002, nos criticavam acreditan-do ser esquisitice. “Em 2003, quando consegui transformar em lei, os in-crédulos foram obrigados a calar-se”. Mesmo assim, por mais pertinente que seja nossa causa (salvar vidas), não chamamos a atenção da massa da população,e continuamos ser – para falar o mínimo, estranhos. A luta e contra contra o preconceito e a favor diversidade artísti-ca. “Ou será que alguém crê que eu durma em um caixão e tenha medo de alho?” (Risos)

A embaixatriz do mo-

vimento, tem de berço um currículo invejável. Filha de José Mojica Marins (Zé do Caixão), e a mãe, a atriz e produtora de tea-tral Maria Prado. Cresceu em meio a criação, pré e pós-produção e execução. Já panfletei, fui caixa e até fiz papel de Tonico (per-sonagem masculino).

Ainda na adolescência, começaram os primeiros convites para modelar, mas, caras e bocas sem um propósito maior não a completavam. Liz Marins já apresentou programa na Gazeta e outro pela REDE Manchete). Como direto-ra, o curta “Aparências “, onde também atuou. De-pois, o Obituário, o Desti-no e o Bodas de Prata, que renderam até participações em festivais internacio-nais. “Comecei um longa de grande orçamento, que deu inicio a saga da perso-nagem Liz Vamp” – ainda não concluído. Em 2001, nasceu a inspiração com o mote vampírico, agregan-do suas três bandeiras; o social, o preconceito e a di-versidade e acessibilidade a cultural. “Me encontrei, mas as dificuldades são enormes. Espero ainda, ter o apoio da iniciativa priva-da para poder fazer mais e melhor”. Em 2002, surgiu o convite para a partici-pação da personagem no festival de cinema na Espa-nha. Na platéia, vasta mídia européia querendo saber o processo de criação da per-sonagem “algo que nunca haviam perguntado”. Óti-mo momento para explanar a que veio a personagem e a fonte de inspiração.

Á partir de 2003, quan-do a lei foi aprovada, nos reuníamos no hemocentro

da Fundação Pró-sangue (o beneficiado), porém não eram possíveis as performan-ces artísticas. Em 2008, tive a idéia de usar o MASP, para maior viabilidade e ponto estratégico de várias outras ações no calendário da cidade.

Lembra ainda da pas-sagem no Festival de Lis-boa – em 2008, quando foi exibir o “Aparências” e ministrar o Work Shop de cinema e vídeo, que culminou na realização do curta “Pousada da Paz”, com a participação de to-dos os alunos. Em Thessa-loniki (Grécia), exibiu os curtas “Obituário e Apa-rências” - “Lá, Conheci Willem Dafoe, uma sim-patia”, enquanto partici-

evento. Em 2011, realiza-ram ‘O dia dos Vampiros” e convidaram até o ator Christopher Lee. Pena não terem me avisado, eu teria ido voando! (mais risos).

CURIOSIDADE - “Lá, aproximadamente 400 ur-sos pardos eventualmen-te freqüentam as cidades – portanto, se vires um bicho peludo, enorme e rosnando - Fuja! NÃO é lobisomem, e ele poderá te atacar - MESMO.

Em 2011, veio a opor-tunidade de desfilar como destaque pela “Unidos da Tijuca”, no enredo “Esta Noite Levarei sua Alma”,

falando sobre o cine-ma fantástico. “Na campanha deste ano de 2012 - uma moça de nome Carolina Vargas, vinda de Portugal, achegou--se dizendo ter ado-rado a causa! Dias depois, enviou-me

um e-mail, pedindo per-missão para reproduzir lá. Dei o maior incentivo para que desenvolvessem a versão portuguesa para 2013, e ainda mais, por-que estou sendo contatada para personalizar outras duas versões - no México e Berlim e, neste último caso, prestigio em uma só “dentada” os dois eventos na Europa”.

“O melhor é que a cau-sa não é mais só minha, está voando mundo afora” Liz Marins.Rubens Heredia

pava de festivais no Brasil e no exterior. Ainda, dava palestras e encenou per-formances no SESC, Casa das Rosas e Biblioteca Vi-riato Corrêa, entre outros.

Made in Brazil - Na ter-ra da própria lenda. Em 2010, como convidada do Grossmann, Fantastic Film & Wine Festval – Eslovênia, a assessora de imprensa do evento – Ur-ska Majdic (cantora), sur-preendeu-a quando para-benizou pela iniciativa do Dia dos Vampiros. “Não sabia que conheciam meu

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O Vila Mariana - Outubro de 2012Cultura

A dança dá o tom na comemoração da semana das crianças no Itaú Cultural

Na terceira edição do Forinho, os adultos debatem a dança contemporânea na educação; para as crianças, o instituto reservou os espetáculos Espalha para Geral!, Um Lugar Que Ainda Não Fui e Meio-dia Panela Vazia, para serem aproveitados por toda a família

Mistérios, fantasias contadas sem palavras, brincadeiras representadas pela dança marcam a pro-gramação do Itaú Cultural para comemorar o Dia das Crianças. Elas são assunto dos adultos no III Fórum: Forinho – o Brincar, a Im-provisação e a Dança a ser realizado no dia 10 (quarta--feira) às 19h, em parceria com a Balangandança Cia. E se tornam o público prin-cipal do Dança para Crian-ças que, de 12 a 14 (sexta--feira a domingo), sempre às 16h, leva ao palco do instituto as historinhas coreografadas de Denise Stutz e Felipe Ribeiro, da Meia Ponta Cia. de Dança e da Companhia Giz de Cena.

No próprio Dia das Crianças, (sexta-feira, 12) Denise Stutz e Felipe Ri-beiro brindam o público mirim com o espetáculo interativo Espalha para Ge-ral! Por meio da poesia, da música, do vídeo e da dan-ça, eles convidam a plateia a participar da aventura do menino que não sabe dan-çar e da menina que não conhece o mar. Para contar a história desses persona-gens, os artistas descem do palco e invadem a plateia munidos de folhas de jor-nal, rabiolas, material esco-lar, jogos de video games, objetos reciclados, e con-taminam as crianças com a alegria que a experiência cênica pode criar.

No dia seguinte, (sába-do, 13) a Meia Ponta Cia. de Dança, de Belo Hori-zonte, apresenta Um Lugar Que Ainda Não Fui, inspi-rado no livro Um Mundo

de Coisas, de Marcelo Xa-vier. Dirigido por Marisa Pitanga Monadjemi, com coreografia de Tuca Pi-nheiro e música especial-mente composta por Kiko Klaus, o espetáculo abre mão das palavras para en-trar no mundo da fantasia, utilizando alegorias e obje-tos para contar sua história.

O mundo que esses mineiros levam à boca de cena traz mistérios, surpre-sas e improvisação. Uma caixa enorme e quadricu-lada, por exemplo, tanto pode sair navegando por mares desconhecidos como se fosse um barco, quanto pode se tornar um simpá-tico boi-bumbá. Cartolas, barbantes e papel de jornal ganham funções surpreen-dentes. Nesse universo, os bailarinos se tornam crian-ças e ensinam que elas po-dem dominar o ambiente e decidir as regras.

A Companhia Giz de Cena, de São Paulo, encer-ra a programação do Dança para Crianças no domingo, dia 14. O grupo apresen-ta Meio-dia Panela Vazia, produzido com elementos essenciais à brincadeira para explorar o mistério, o suspense, o desafio, o susto, a coragem, o medo e a euforia do brincar com fogo. Nessa história, cinco meninas se arriscam e se

auto desafiam brincando de dançar e cantar para buscar maneiras de desco-brir onde foi parar a polen-ta que estava na panela e sumiu.

O FORINHOA terceira edição do Fo-

rinho: o Brincar, a Impro-visação e a Dança inicia as atividades no meio da semana (quarta-feira, 10, 19h). Voltado para profis-sionais e estudantes das áreas de dança, arte, cul-tura, infância e educação, o encontro pretende dis-cutir a relação da criança com o brincar e os sonhos, seus processos criativos e brincadeiras e como trans-formar tudo isso em ma-triz para um processo de criação em dança com as crianças.

O evento tem parceria e idealização da Compa-nhia Balangandança, de São Paulo, e promove um espaço de reflexão sobre temas relevantes na dança contemporânea e na edu-cação como o brincar e a improvisação. Esse fórum integra o projeto Álbum de Figurinhas, Danças para Colecionar, contemplado pelo XII Edital do Progra-ma Municipal de Fomento à Dança – 2012, e traz para o debate Cristiane Paoli Quito, diretora da compa-nhia Nova Dança 4, que

fala sobre improvisação; o artista visual Gandhy Pior-ski, cujo tema é brincar, e a professora de dança Uxa Xavier para contar sobre a dança para crianças. Ge-orgia Lengos, diretora e coordenadora dos projetos da Balangandança Cia, é a mediadora.

PROGRAMAÇÃOIII Fórum: Forinho: o Brincar, a Improvisação e a Dança Com Cristiane Paoli Quito, Gandhy Piorski e Uxa Xavier.Mediação de Georgia Len-gos (Balangandança Cia.) 10 de outubro (quarta--feira) Às 19h

Sala Vermelha (70 lugares)Os ingressos serão distri-buídos com meia hora de antecedência.Dança para CriançasEspalha pra Geral!Com Denise Stutz e Felipe Ribeiro 12 de outubro (sexta-feira) Às 16h 50 minutosClassificação: livre13 de outubro (sábado)Um Lugar que Ainda Não Fui Com a Meia Ponta Cia. de Dança Às 16h 60 minutosClassificação: livre14 de outubro (domingo)Meio-dia Panela VaziaCom a Companhia Giz de Cena Às 16h 55 minutos

Classificação: a partir de 4 anos Sala Itaú Cultural (202 Lugares)Entrada franca (retirar ingresso com 30 minutos de antecedência)Estacionamento com manobrista: R$ 10 uma hora; R$ 5 a segunda hora; e mais R$ 4 p/ hora adicionalEstacionamento gratuito para bicicletas Acesso para deficientes físicosAr condicionado Itaú CulturalAvenida Paulista, 149, Es-tação Brigadeiro do MetrôFones: 11. 2168-1776/1777www.itaucultural.org.br

Espaço Yehoshua

Feng Shu i(harmonização de ambiente ))

NUMEROLOGIA

“ A cen t r a l i za ção da t e r ap ia ho l í s t i c a , o equ i l í b r i o e sp i r i t ua l e ma te r i a l , onde as duas f on te s

de ene r g ia s e unem e no s f az en xe r gar um mundo me lho r. . . .”

Av. Turmalina, 21 - Ac l imaçãoTel : (11) 5575 -9275

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O Vila Mariana - Outubro de 2012

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SOS Vila Mariana – nosso bairro em risco de extinção

Um bairro que se expande sem planejamento

O artigo publicado na edição de setembro (Reflexão sobre a des-truição..) teve uma boa repercussão. Não ótima. Precisamos de mais pes-soas sensibilizadas por esta causa porque, neste ultimo mês, mais casas foram derrubadas. Al-guns leitores escreveram comentários sobre o arti-go, como a leitora Maria Antonia Vargas de Faria, que disse:

“Parabéns pela maté-ria tão bem escrita pu-blicada no jornal “O Vila Mariana”. Penso da mes-ma forma.devemos lutar para salvar a memória da cidade.

Conheço uma senho-

ra, muito simpática, que mora na Rua Pelotas, per-to da Amâncio de Car-valho. Há uma placa na frente da casa dela: “Ana Costureira”. Fica defron-te a um colégio chamado Capítulo I. Contou-me que não aguenta mais receber os mensageiros dos incorporadores que querem comprar a casa dela. Os vizinhos topam vender, mas ela não. É viúva, sozinha, não teve filhos,gosta da casa, é feliz, quer continuar vivendo nela, fazendo suas costuras. Não quer mudar de vida. Não am-biciona nada. Mas a in-sistência é tanta, que os vizinhos já passaram a

olhar pra ela de um jeito diferente. Veja que situa-ção. É um absurdo o que as construtoras querem impor nas pessoas com seu poder econômico.”

Fiquei bastante inte-ressada em conhecer a Da. Ana e ouvir dela a sua história no bairro e sobre o assédio que vem sofrendo. E que história é essa dos vizinhos olha-rem feio prá ela??

Da.Ana atendeu ao te-lefone com uma voz bem fraquinha. Me apresentei e falei do nosso interesse em conhecer sua história como moradora antiga do bairro: “mais de 40 anos”, ela disse.Da. Ana pede que marquemos a conversa para outro dia – estava acamada, com pneumonia. Falei sobre o movimento de preserva-

ção do bairro e das casas e ela disse, num lamento :” ah minha filha, minha casa está sendo destruída neste momento!”

Perplexa, perguntei: “mas a senhora vendeu a casa? e Da. Ana, pe-sarosa, respondeu “eu não queria,mas fazer o quê? todo mundo ven-deu, a pressão foi mui-ta”, “agora moro num apartamento”

Entrevista adiada.Não desistimos de conhecer Da. Ana e sua história, vamos apenas respeitar o seu tempo de luto.Se-gundo a Medicina Chi-nesa o pulmão é o órgão que filtra a tristeza e a pneumonia reflete uma agudização desse estado emocional. Perdas como a que Da. Ana sofreu não tem reparação.

E quem não sente uma certa ponta de tristeza ao percorrer as ruas de nos-so bairro e constatar a galopante destruição?

Sabemos que com o tempo tudo se modifica, mas alguns bairros não perdem sua história, ar-quitetura tradicional, be-leza, cultura. Sua poesia.Seu dia a dia...

Um bairro que se ex-pande sem planejamen-to, por meros interesses comerciais, é um bairro fragmentado onde as personalidades, necessi-dades e desejos do mora-dor são ignorados.

Os desejos e neces-sidades de Da. Ana foram atropelados e derrubados:é isso que queremos ver em nosso bairro?

O que significa bairro para você? Quais as suas sugestões para o desen-volvimento sustentável da nossa Vila Mariana?

Envie sua contribui-ção para esta coluna. O futuro de nosso bairro depende de todos nós!

Monica Paoletti psico-terapeuta – [email protected]

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O Vila Mariana - Outubro de 2012CiNeMateCa & teatro

Ciclo lideranças políticas e cinema

“Ao Vencedor, as Batatas!”

03 a 18 de outubro de 2012

Inspirada em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a peça

fica em cartaz de 04 de outubro a 29 de novembro, às quintas-feiras no

Teatro Ruth Escobar

Endereço: Rua dos Ingleses, 209 Bela Vista – São Paulo

DIA 22/Nov haverá apresentação com audiodescrição para cegos

Quanto: R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 meiaIdade Recomendada: 12 anos

Duração: 50 minutos

Em parceria com o NEAMP – Núcleo de Es-tudos em Arte, Mídia e Política da PUC/SP, a Ci-nemateca promove neste mês um ciclo de filmes e debates sobre a represen-tação cinematográfica da política e suas lideranças. Em tempos de eleição, o evento cumpre um papel importante ao investigar, por meio de documentá-rios e filmes de ficção, e com o apoio de vários estudiosos, a construção da imagem dos gover-nantes, o significado das lideranças, as crises e escândalos, e as manifes-tações de personalismo típicas da cultura política brasileira. Cobrindo um

amplo período da história do Brasil, da Era Vargas à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidên-cia da República, passan-do ainda pela queda de João Goulart em 1964 com o golpe militar, a programação de filmes inclui desde clássicos do cinema novo como O de-safio, de Paulo César Sa-raceni, e Terra em tran-se, de Glauber Rocha, a produções como Linha de montagem, de Renato Tapajós, documentário sobre o movimento sindi-cal paulista, Entreatos, de João Moreira Salles, pro-dução sobre os bastidores da campanha de Lula à Presidência, e Vocação

do poder, de José Joffily e Eduardo Escorel, uma investigação sobre o pro-cesso eleitoral de verea-dores no Rio de Janeiro. Obras menos conhecidas como Getúlio Vargas, de Ana Carolina, Céu aberto, de João Batista de Andrade, também se-rão apresentadas. Além de reunir encontros com estudiosos da política, o evento conta com a par-ticipação dos cineastas João Batista de Andrade, Toni Venturi, diretor de O Velho – a história de Luiz Carlos Prestes, e de Renato Tapajós, autor de Linha de montagem. Ao longo da mostra, os três diretores conversam com

o público sobre a realiza-ção de seus filmes.

CINEMATECA BRASILEIRALargo Senador Raul Cardoso, 207próxima ao Metrô Vila MarianaOutras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)www.cinemateca.gov.brIngressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)Maiores de 60 anos e estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação de documento.

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