Obediência infantil
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Hipnoterapeuta ensina 10 dicas para os pais fazerem a criança obedecer
5Do UOL, em São Paulo
20/10/201510h52
Nem sempre é fácil convencer uma criança a realizar pequenas tarefas, principalmente
as mais urgentes. Por isso, a conversa em torno de pedidos aparentemente simples,
como vestir o uniforme, guardar os brinquedos ou fazer a lição de casa pode se tornar
bastante cansativa.
Para a hipnoterapeuta Alicia Eaton, autora de "Palavras que Funcionam: Como Conseguir
que as Crianças Obedeçam a Quase Tudo" (em tradução livre do inglês), isso acontece
porque os pais não utilizam a linguagem correta ao se comunicarem com os filhos.
Em seu livro, ainda não publicado no Brasil, Alicia, que é especialista em
PNL (Programação Neurolinguística), explica que as mesmas estratégias utilizadas para
persuadir os adultos podem ser adaptadas para as crianças. E isso sem a necessidade de
gritar, ameaçar ou conquistá-las com presentes.
A técnica consiste em modificar a postura e adotar um discurso mais assertivo, com foco
em alternativas positivas para estimular a autonomia das crianças, fazendo com que se
sintam capazes.
Em entrevista ao jornal britânico "Daily Mail", a terapeuta ensinou dez truques que,
segundo ela, todo pai deve experimentar. Confira.
1 - Enfatize o que deve ser feito
Frases como "não faça bagunça em seu quarto" ou "quantas vezes vou ter de falar para
você não empurrar sua irmã?" são contraproducentes e acabam por gerar um círculo
vicioso de reclamações. Para Alicia, a maioria dos pais não percebe que usa uma
linguagem negativa ao conversar com os filhos e depois se surpreende por eles não
fazerem o que pedem. A saída é transformar as frases usando uma linguagem positiva:
"vamos deixar a sala arrumada e guardar os blocos de montar", "os sapatos ficam na
sapateira", e "é bom nos aprontarmos logo para chegar à escola cedo hoje".
2 - Crie a ilusão de que há escolha
Quando a criança tem tendência a ignorar o pedido dos pais, é preciso direcioná-la a
realizar a tarefa oferecendo a impressão de que ela tem escolha. Em vez de dizer "vista-
se logo para que possamos sair", diga: "qual camiseta você prefere usar hoje, a vermelha
ou a azul?". Segundo a autora, isso pressupõe que ela já tenha concordado em se vestir,
rompendo a barreira inicial que poderia levar a um impasse. Da mesma maneira, se há
uma relutância em fazer a lição de casa, a sugestão é que os pais perguntem: "você
prefere fazer a tarefa agora ou depois do lanche?".
3 - Demonstre certeza de que será atendido
Segundo a hipnoterapeuta, a palavra "quando" tem a capacidade de passar a ideia de
que algo, de fato, irá acontecer em breve. Ela sugere usar o termo em frases como:
"quando você concluir a arrumação do seu quarto, iremos almoçar", "quando terminar a
lição de matemática, faremos um passeio no parque", "quando colocar o uniforme,
tomaremos café".
4 - Crie uma conexão com seu filho
De acordo com Alicia, estabelecer uma conexão com as crianças por meio da linguagem
pode ser uma ferramenta bastante eficaz para que elas realizem o que está sendo pedido.
A ideia é criar reciprocidade, colocando-se no lugar do filho e permitindo que ele se
também se enxergue no lugar dos pais. Isso pode ser conseguido por meio de
expressões como: "assim como eu, você também sabe que é muito mais fácil fazer a lição
se a mesa estiver organizada" ou "eu, como você, gosto de assistir à TV, mas agora é
hora de dormir". Validar os desejos e opiniões da criança faz com que ela tenha mais
autoestima.
5. Agradeça antes mesmo de ser atendido
Estamos acostumados a agradecer somente após algo ser feito, mas Alicia propõe que o
agradecimento dos adultos seja feito antes mesmo de a tarefa ser cumprida pelo filho.
Para ela, a estratégia funciona porque, de maneira geral, as crianças gostam de agradar
às pessoas, especialmente aos pais. Então, da próxima vez que pedir a seu filho que lave
as mãos, vá para a mesa ou desligue a TV, agradeça ao fazer ao pedido: "por favor,
desligue a TV agora, obrigada".
6 - Explique os motivos
Os pais tendem a imaginar que os filhos irão compreender automaticamente a
necessidade de realizar determinadas tarefas. Mas a ordem de prioridades das crianças,
quase sempre, é inversa a dos adultos. É preciso, portanto, explicar os motivos com
clareza: "você precisa almoçar agora porque tem dentista em seguida" ou "comer os
vegetais é importante para ter saúde".
7 - Comece as frases com palavras de atenção
Ao dizer: "escute", "veja", "pense" ou "preste atenção" antes de fazer um pedido, as
chances de a criança ouvir são maiores. Isso porque essas palavras dão um peso maior
ao que vai ser pedido: "escute, precisamos sair agora, senão perderemos o ônibus". Ao
mesmo tempo, é possível motivar a criança a realizar algo, dizendo: "pense como será
boa a sensação de ter terminado a sua tarefa quando sairmos".
8 - Transforme queixas em gatilhos para soluções
Algumas crianças têm o hábito de reclamar constantemente, mas é possível usar as
queixas como ganchos para buscar soluções. Por exemplo, se a criança reclama que está
com calor, Alicia indica apresentar opções para solucionar a questão: "o que faria você se
sentir melhor: abrir a janela ou tirar a jaqueta?". Quando a reclamação tem um tom
bastante negativo como "odeio dividir meu quarto", a especialista recomenda perguntar:
"o que há de tão importante em ter um quarto só para você?". Ao propor uma reflexão a
respeito do assunto, muda-se o foco e se coloca um ponto final na queixa.
9 - Induza atitudes positivas
Há situações em que a criança fica apreensiva por algo que ainda não aconteceu. Nesses
casos, Alicia recomenda mostrar que a preocupação aparece como alerta de que é
preciso fazer algo para prevenir o problema e sugere focar na solução dizendo, por
exemplo, "ficar preocupado com as provas é uma maneira de se lembrar da importância
de estudar".
10 - Ajude seu filho a parar de falar "não consigo"
É preciso mostrar ao filho que as dificuldades podem ser superadas com esforço. Diante
de frases como: "não consigo fazer esses exercícios de matemática", Alicia orienta
lembrar outros desafios que já foram vencidos pela criança na escola, de maneira a
ressaltar sua capacidade de aprendizado.