Objeto 4 Educação no Trânsito MANUAL DE IMPLANTAÇÃO...
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Termo de Cooperação nº TC-497/2012
Estudos, pesquisas e programas de capacitação para desenvolvimento e
consolidação de métodos e processos para suporte à gestão de competências da
CGPERT vinculadas às áreas de segurança viária e operações rodoviárias
Objeto 4 – Educação no Trânsito
MANUAL DE IMPLANTAÇÃO
Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas
Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT
GUIA PRÁTICO PARA A ESCOLA
Apresentação
Este manual foi elaborado com o objetivo de orientar você na implantação do Projeto
Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias
Federais sob Jurisdição do DNIT – Projeto Escola.
Este projeto é desenvolvido pelo Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) e foi
criado por meio da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Os resultados esperados são a conscientização e a efetiva mudança de comportamento
de crianças, pais, professores e comunidade, utilizando para isso, conceitos de
percepção de risco no trânsito participativos, sustentáveis e replicáveis. Por isso mesmo
sua participação é tão importante!
Neste manual você encontrará a contextualização do programa, o referencial teórico e
o método adotado, assim como também uma seleção de perguntas frequentes que
podem surgir no desenvolvimento do programa.
Este material poderá ser consultado constantemente, de forma a facilitar o seu trabalho.
Caso você tenha dúvidas, críticas ou sugestões, por favor, entre em contato através do
e-mail [email protected].
Bom trabalho!
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans).
Sumário
1. Conhecendo o Projeto .................................................................................................. 1
2. Método para Implantação do Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT .......... 9
1. Etapa I: Planejamento ............................................................................................ 9
Etapa I/ Fase 1 - Preparação do lançamento do projeto ....................................... 10
Etapa I/ Fase 2 - Lançamento do Projeto ............................................................... 10
Etapa I/ Fase 3 – Curso de Formação de Professores ............................................ 11
2. Etapa II: Desenvolvimento ................................................................................... 12
Diretrizes Nacionais do Denatran .......................................................................... 13
Importância das Diretrizes Nacionais do Denatran ............................................... 16
Transversalidade .................................................................................................... 17
Trânsito e Currículo ................................................................................................ 17
Objetivos Gerais do Tema Trânsito no Ensino Fundamental ................................. 18
Conteúdos .............................................................................................................. 19
Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais ................................................. 19
Orientações Didáticas ............................................................................................ 25
3. Etapa III: Sistema de Avaliação ............................................................................ 30
3. Processo de Comunicação .......................................................................................... 32
4. Cronograma ................................................................................................................ 35
5. Atribuições do Projeto ................................................................................................ 37
6. Considerações Finais ................................................................................................... 39
Perguntas Frequentes ..................................................................................................... 40
Referências ...................................................................................................................... 44
APÊNDICE A – Questionário de Avaliação Parte I – Pré- teste e Parte II – Pós-teste – Anos Iniciais (1º ao 5º ano).............................................................................................. 46
APÊNDICE B – Questionário de Avaliação Parte I– Pré - teste e Parte II – Pós-teste – Anos Finais (6º ao 9º ano) ............................................................................................... 55
APÊNDICE C – Guia de Aplicação do Questionário – Anos Iniciais (1º ao 5º ano) .......... 64
APÊNDICE D – Guia de Aplicação do Questionário – Anos Finais (6º ao 9 ano) ............. 71
APÊNDICE E – Termo de Adesão ..................................................................................... 78
APÊNDICE F – Ficha Cadastral .......................................................................................... 79
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 1
1. Conhecendo o Projeto
As melhores estratégias para alcançar o êxito na mitigação dos riscos associados ao
comportamento do homem no ambiente viário estão ligadas aos novos enfoques da
educação para o trânsito, incluindo-a na Educação Infantil e no Ensino Fundamental em
que, mais recentemente, as ações que objetivam a redução dos riscos estão se tornando
mais abrangentes e integradoras no currículo escolar.
Este novo enfoque é abordado no Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas
Situadas nas áreas de Abrangência às Rodovias Federais, realizado através da
cooperação entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O projeto propõe a conscientização e mudanças no comportamento, propiciando uma
tomada de consciência para a humanização do tráfego, abordando a segurança viária
em um contexto social mais amplo, valorizando os aspectos éticos e de solidariedade
humana, com a inserção desses temas de maneira transversal em escolas situadas às
áreas de abrangência às rodovias federais, prioritariamente em municípios onde
existem segmentos críticos identificados.
O objetivo é a busca da conscientização e mudança de comportamento da comunidade
lindeira ou próxima às rodovias, pois o elemento humano é o foco estratégico das ações
do sistema trânsito, considerando seu múltiplo papel como pedestre, condutor e
passageiro
O Mapa da Violência, sobre Acidentes de Trânsito e Motocicletas, lançado em 2013 pelo
Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos, mostra que 43.256 mortes foram
registradas pelo Ministério da Saúde em 2011, e um número estimado de 419 mil
acidentes com vítimas ocasionaram diversos tipos de lesões em 580 mil pessoas só
naquele ano.
Segundo a ONG Criança Segura, os acidentes no trânsito foram a principal causa de
mortes entre crianças de zero até 14 anos, nos anos de 2008 a 2014, conforme mostra
a Tabela 1.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 2
Tabela 1 - Números de mortes por tipo de acidente nos anos de 2008 a 2014
Fonte: Criança Segura (2015)
Tipo de acidente Faixa etária 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014
Total 1.971 1.937 1.895 1.793 1.862 1.755 1.654
Menor de 1 ano 103 110 121 126 107 118 104
2 a 4 anos 409 408 436 392 399 369 361
5 a 9 anos 657 606 559 527 532 514 501
10 a 14 anos 802 813 779 748 824 754 688
Total 1.360 1.376 1.184 1.115 1.161 1.107 1.045
Menor de 1 ano 32 34 25 23 31 30 26
2 a 4 anos 495 486 404 422 418 406 401
5 a 9 anos 369 360 303 263 279 276 247
10 a 14 anos 464 496 452 407 433 395 371
Total 754 761 729 735 756 825 785
Menor de 1 ano 569 564 529 542 578 606 606
2 a 4 anos 109 112 105 115 102 131 103
5 a 9 anos 46 53 48 44 38 38 34
10 a 14 anos 30 32 47 34 38 50 42
Total 94 86 77 71 83 64 93
Menor de 1 ano 13 9 5 4 11 3 5
2 a 4 anos 46 34 35 40 36 32 39
5 a 9 anos 18 24 23 14 21 18 25
10 a 14 anos 17 19 14 13 15 11 24
Total 313 293 313 311 297 291 268
Menor de 1 ano 37 30 24 28 22 27 21
2 a 4 anos 145 110 119 113 125 115 100
5 a 9 anos 65 73 93 81 73 80 62
10 a 14 anos 66 80 77 89 77 69 85
Total 36 25 30 20 21 28 29
Menor de 1 ano 0 1 0 1 0 1 1
2 a 4 anos 2 0 3 1 1 2 4
5 a 9 anos 13 11 16 7 4 7 7
10 a 14 anos 21 13 11 11 16 18 17
Total 255 225 213 221 220 211 191
Menor de 1 ano 42 35 38 43 53 46 39
2 a 4 anos 73 76 65 58 68 67 63
5 a 9 anos 71 52 50 62 50 43 40
10 a 14 anos 69 62 60 58 49 55 49
Total 323 289 340 461 285 297 251
Menor de 1 ano 25 27 33 42 23 28 24
2 a 4 anos 98 101 113 119 85 113 87
5 a 9 anos 100 92 91 146 86 70 69
10 a 14 anos 100 69 103 154 91 86 71
Total 5.106 4.992 4.781 4.727 4.685 4.578 4.316
Menor de 1 ano 821 810 775 809 825 859 826
2 a 4 anos 1.377 1.327 1.280 1.260 1.234 1.235 1.158
5 a 9 anos 1.339 1.271 1.183 1.144 1.083 1.046 985
10 a 14 anos 1.569 1.584 1.543 1.514 1.543 1.438 1.347
Quedas
Outros
Total
Trânsito
Afogamento
Sufocação
Intoxicações
Queimaduras
Armas de fogo
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 3
De acordo com a Tabela 1, os dados de acidentes com mortes em crianças de zero até
14 anos, a partir do ano de 2008 até 2014, mostram que os acidentes de trânsito têm
sido a primeira causa de morte, seguida de afogamento, sufocação, intoxicação,
queimaduras, armas de fogo, quedas e outros.
No ano de 2014, por exemplo, no total de 1.654 mortes que ocorreram no trânsito, 104
foram de crianças menores de 1 ano de idade, 361 mortes foram de crianças com idade
entre 2 a 4 anos, 501 foram de crianças com idade entre 5 a 9 anos, e 688 mortes foram
de crianças com idade entre 10 a 14 anos de idade.
De modo geral, os dados da Tabela 1 demonstram que os acidentes de trânsito são
responsáveis por milhares de mortes todos os anos no Brasil, sendo um número
significativo deles crianças. Isso impacta diretamente em custos altos para o País,
chegando a bilhões de reais por ano.
Quanto às hospitalizações, os dados estão ilustrados na Tabela 2.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 4
Tabela 2 - Número de hospitalizações por número de acidentes nos anos de 2008 a 2015
Fonte: Criança Segura (2016)
Tipo de
acidenteFaixa etária 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.014 2.015
Total 10.874 13.985 14.936 14.729 14.720 14.977 14.150 12.979
Menor de 1 ano 396 471 483 469 487 528 467 421
2 a 4 anos 1672 2364 2427 2368 2324 2.510 2.350 2.071
5 a 9 anos 3986 5144 5404 5152 5178 5.018 4.651 4.284
10 a 14 anos 4820 6006 6622 6740 6731 6.921 6.682 6.203
Total 374 231 260 293 254 157 200 200
Menor de 1 ano 21 4 15 11 7 6 8 7
2 a 4 anos 86 71 90 84 79 70 92 86
5 a 9 anos 132 84 75 100 86 31 51 54
10 a 14 anos 135 72 80 98 82 50 49 53
Total 504 634 613 720 625 447 488 500
Menor de 1 ano 48 80 107 103 88 59 67 67
2 a 4 anos 204 281 257 271 261 190 220 266
5 a 9 anos 145 148 134 172 147 110 95 119
10 a 14 anos 107 125 115 174 129 88 106 48
Total 3.963 4.155 4.392 3.995 3.636 3.425 3.349 3.182
Menor de 1 ano 171 160 160 175 133 150 158 112
2 a 4 anos 1.170 1.223 1.306 1.201 1.176 1.065 1.068 1.055
5 a 9 anos 1.253 1.250 1.337 1.178 1.050 1.020 1.037 951
10 a 14 anos 1.369 1.522 1.589 1.441 1.277 1.190 1.086 1.064
Total 15.007 19.476 21.472 20.178 20.187 19.564 19.970 20.573
Menor de 1 ano 733 872 925 934 890 1.029 930 964
2 a 4 anos 4.374 5.378 6.084 5.718 5.513 5.411 5.577 5.730
5 a 9 anos 5.142 6.877 7.364 6.794 6.727 6.435 6.327 6.637
10 a 14 anos 4.758 6.349 7.099 6.732 7.057 6.689 7.136 7.242
Total 271 145 166 82 149 154 148 127
Menor de 1 ano 21 12 7 8 14 8 8 12
2 a 4 anos 56 8 20 7 15 24 18 13
5 a 9 anos 70 19 29 24 16 26 22 13
10 a 14 anos 124 106 110 43 104 96 100 89
Total 58.581 57.705 62.766 61.110 59.451 57.404 58.081 57.089
Menor de 1 ano 2.237 2.151 2.362 2.500 2.606 2.605 2.691 2.703
2 a 4 anos 10.401 10.681 11.805 11.413 11.314 10.972 11.333 11.492
5 a 9 anos 23.310 22.855 23.900 23.094 21.971 21.222 21.421 21.462
10 a 14 anos 22.633 22.018 24.699 24.103 23.560 22.605 22.636 21.432
Total 19.938 22.966 22.697 23.463 23.609 24.369 26.204 23.030
Menor de 1 ano 831 926 889 961 986 901 1.050 1.020
2 a 4 anos 4.247 5.374 5.658 5.591 5.955 6.084 6.754 6.208
5 a 9 anos 7.285 8.178 7.986 8.221 8.179 8.301 8.951 7.782
10 a 14 anos 7.575 8.488 8.164 8.690 8.489 9.083 9.449 8.020
Total 109.512 119.297 127.302 124.570 122.631 120.497 122.590 117.680
Menor de 1 ano 4.458 4.676 4.948 5.161 5.211 5.286 5.379 5.306
2 a 4 anos 22.210 25.380 27.647 26.653 26.637 26.326 27.412 26.921
5 a 9 anos 41.323 44.555 46.229 44.735 43.354 42.163 42.555 41.302
10 a 14 anos 41.521 44.686 48.478 48.021 47.429 46.722 47.244 44.151
Quedas
Outros
Total
Trânsito
Afogamento
Sufocação
Intoxicações
Queimaduras
Armas de fogo
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 5
De acordo com a Tabela 2, os dados de hospitalizações mostram que de 2008 até 2015,
os acidentes com trânsito têm sido também a causa líder, seguida de afogamento,
sufocação, intoxicação, queimaduras, armas de fogo, quedas e outros.
No ano de 2015, por exemplo, foram hospitalizadas 421 crianças menores de 1 ano de
idade, 2.071 crianças de 2 a 4 anos de idade, 4.284 crianças na idade de 5 a 9 anos e
6.203 crianças de 10 a 14 anos, totalizando 12.979 crianças hospitalizadas por acidentes
de trânsito.
A Educação, junto com a Fiscalização e a Engenharia de Tráfego formam os três “Es”
que, por sua vez, constituem os elementos básicos que devem ser considerados ao se
analisar o funcionamento do sistema de trânsito. Igualmente importante se faz
considerar a questão da legislação com leis que buscam coibir os comportamentos
inadequados no trânsito, como também a implantação deste projeto nas
Superintendências do DNIT.
A principal saída para a problemática dos acidentes é a prevenção, que parece ser um
problema de educação e um grande desafio para a sociedade, já que o ser humano traz
no seu desenvolvimento ações de risco, como o erro e a violação às normas exigidas
pela sociedade. Mais especificamente as crianças têm uma relação muito extensa e
intensa com acidentes, pois são curiosas por natureza e necessitam, desde o seu
nascimento, de proteção e acompanhamento para o desenvolvimento da sua
autonomia que envolve diversos processos e habilidades motoras, cognitivas e
sensoriais. Com o passar do tempo, enquanto esse processo não está completo, a
criança fica vulnerável a uma série de perigos, inclusive no próprio ambiente familiar, o
que exige cuidados especiais e atenção vigilante. Na escola também não é diferente,
principalmente porque a criança está exposta aos perigos do trajeto percorrido entre
casa/escola e escola/casa.
Esse contexto aponta que a prevenção e a educação devem caminhar juntas, e esse
parece ser o meio para o exercício de um comportamento adequado no trânsito, visto
que as crianças incorporam os conceitos apreendidos e disseminam novos conceitos ao
confrontar com as atitudes dos adultos.
Visando proporcionar e fortalecer a união da educação com a prevenção, o projeto
Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às
Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT, desenvolvido pelo Laboratório de Transportes
e Logística (LabTrans), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), objetiva, de forma
geral, realizar estudos, projetos e pesquisas para a redução das causas por acidentes de
trânsito. Como objetivos específicos, o referido projeto busca sensibilizar e orientar a
população sobre a necessidade de adoção de medidas preventivas, visando à redução
de acidentes de trânsito e, ainda, desenvolver a conscientização e a mudança de
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 6
comportamento das comunidades instaladas em áreas de influências das rodovias
federais brasileiras.
Desenvolvido inicialmente em 2007, para quatro escolas públicas de quatro municípios,
o projeto piloto foi implantado no Estado de Santa Catarina contemplando o Grupo
Escolar Guilherme Wiethorn Filho, situado no km 212 da rodovia BR-101, no município
de Palhoça; a Escola Básica Municipal Nemésia Margarida, situada no km 62 da BR-470,
em Blumenau; a Escola Estadual Básica Alvino Tribess, situada no km 61 da BR-280 de
Jaraguá do Sul e a Escola Estadual Básica Professora Maria Salete Cazzamali, localizada
no km 139 da BR-116, em Santa Cecília.
O projeto foi lançado em novembro de 2006 no auditório do DNIT, em Santa Catarina,
com a presença dos diretores das escolas públicas contempladas. Em fevereiro de 2007,
foi realizada a capacitação dos professores e monitores, e em março teve início a
aplicação do projeto em sala de aula, com atuação diária de monitores nas escolas, por
um período de 20 horas semanais, para verificar o desenvolvimento do projeto e enviar
relatórios ao DNIT sobre o seu desenvolvimento.
A metodologia adotada pelo projeto utiliza-se da transversalidade que, de acordo com
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), objetiva trabalhar questões importantes e
urgentes da vida cotidiana, de forma que perpassem as diferentes áreas de
conhecimento estudadas na escola, isto é, sejam estudadas de maneira transversal. O
conceito de transversalidade, segundo os PCNs (BRASIL, 1998, p. 30) “diz respeito à
possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender na
realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender
sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade)”.
Com isso, nas escolas em que o projeto piloto foi implantado, na disciplina de
matemática, os professores utilizaram a temática do trânsito para solucionar problemas
ou mostrar equações; em português, os alunos aprenderam sobre gramática, textos e
redações utilizando o tema trânsito; assim como em ciências os professores abordaram
quais os efeitos do álcool no organismo; em história os estudos foram sobre os acidentes
que envolveram o bairro, o que possibilitou relacionar com a geografia do bairro nas
aulas de geografia. Enfim, em todas as disciplinas os alunos aprenderam o trânsito
transversalmente.
É importante ressaltar que por meio da transversalidade os professores não necessitam
ministrar o conteúdo sobre o trânsito separadamente de suas disciplinas. Como a escola
recebe uma coleção com materiais educativos sobre o trânsito, os professores podem
diversificar bastante suas aulas, de maneira que os alunos fiquem motivados com a
novidade.
O material educativo utilizado pelo projeto, composto pelo livro do professor e pelo livro
do aluno, possibilita uma grande participação dos alunos nas atividades. Tal material,
traz as temáticas definidas nas Diretrizes Nacionais do Departamento Nacional de
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 7
Trânsito (Denatran) para os anos iniciais e os anos finais do Ensino Fundamental. Para
os anos iniciais (1º ao 5º ano) os conteúdos dizem respeito as seguintes temáticas: os
lugares, a cidade, e o direito de ir e vir. Já os conteúdos dos anos finais (6º ao 9º ano)
apresentam as temáticas: as linguagens do trânsito, segurança no Trânsito e convivência
social no trânsito.
Complementando a metodologia do projeto, está previsto que os alunos dos anos
iniciais (1º ao 5º ano) e dos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental,
respondam dois questionários cada, elaborados de acordo com a faixa etária de cada
grupo, bem como com os conteúdos sugeridos pelas Diretrizes Nacionais para a
Educação no Trânsito do Denatran para os anos iniciais e para os anos finais do Ensino
Fundamental. Para ambos os grupos, um questionário será respondido antes do projeto
ser iniciado, nomeado como questionário – pré-teste, que visa verificar o conhecimento
que os alunos possuem sobre a temática trânsito antes de receberem qualquer
influência advinda dos conhecimentos adquiridos pelo projeto. Após o desenvolvimento
de todos os temas do trânsito apresentados no material educativo sobre o trânsito, o
segundo questionário, intitulado– pós-teste, que contém o mesmo conteúdo do
primeiro, deverá ser aplicado aos alunos dos dois grupos. Nesse momento, a intenção é
verificar a aprendizagem dos conteúdos. Ao final desse processo, deverá ser realizada
uma análise comparativa dos questionários, visando verificar se ocorreu ou não uma
evolução do aprendizado sobre o trânsito nas escolas participantes do projeto. Os
questionários de avaliação Parte I – Pré-teste e Parte II – Pós-teste dos anos iniciais e
dos anos finais do Ensino Fundamental, encontram-se, respectivamente, disponíveis
para consulta no Apêndice A e no Apêndice B.
Ao fim do ciclo de implantação do projeto, é recomendável a realização do
encerramento deste ciclo com a equipe local/regional do DNIT e a escola, promovendo
a avaliação sobre as atividades realizadas e pensando em ações de continuidade. Nesse
encontro também acontece a apresentação da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes de Trânsito (CIPAT), que é criada durante o desenvolvimento do projeto, para
dar continuidade às atividades de trânsito nas escolas.
No entanto, para um efetivo controle dos assuntos gerados pelas escolas aderentes ao
projeto, quando disponibilizados por meio de mídias sociais, como páginas no Facebook,
será implementada uma solução gerenciadora desses conteúdos relevantes, ferramenta
denominada Observatório. Tal aplicativo deverá permitir o controle e a disponibilização
massiva de informações para os demais interessados no projeto.
Quando de sua automatização, o Observatório deverá listar os posts com mais curtidas
nos perfis individuais das escolas, gerando um ranking. Tais atividades serão
consideradas mais relevantes e poderão ser repassadas para os demais fomentadores,
gerando um compartilhamento efetivo do conhecimento entre as escolas participantes
do projeto.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 8
Dessa maneira, os perfis das escolas poderão comentar, compartilhar e curtir as
publicações via Observatório e, assim, aferir o potencial indutor de determinada prática
para as demais instituições. Com isso, poderão ser determinadas as práticas mais
populares, e, assim, elas poderão fazer parte de forma oficial do projeto.
Além disso, as escolas poderão acessar a listagem de todas as outras escolas cadastradas
e verificar seus perfis por meio do Observatório, gerando uma rede social segmentada
pelos objetivos comuns dentro do Facebook. O sistema deverá possuir ferramentas
como listagem, de maneira que seja possível a aplicação de filtros por regiões, cidades,
temas tratados, etc., o que permitirá uma maior interação dos usuários com a
ferramenta agregadora.
O projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às
Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT, a curto prazo, tem relação com a diminuição
de acidentes nas rodovias federais, por exemplo, pois verifica-se que as crianças estão
influenciando seus pais e famílias a terem um comportamento mais adequado no
trânsito. A longo prazo, trata-se de um projeto de conscientização das crianças que
serão os futuros condutores ou pedestres e futuros cidadãos do País.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 9
2.Método para Implantação do Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT
1.Etapa I: Planejamento
Responsabilidade: Escola
Responsabilidade: DNIT e Escola
Apoio: LabTrans/UFSC
A Etapa II refere-se ao planejamento e a implantação do projeto. O planejamento
consiste em um processo contínuo e dinâmico constituído por um conjunto de ações
intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo
futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente.
Essas ações devem ser identificadas de modo a permitir que elas sejam executadas de
forma adequada e considerando aspectos como o prazo, custos, qualidade, segurança,
desempenho e outras condicionantes.
Um planejamento bem realizado oferece inúmeras vantagens ao projeto, pois permite
controle apropriado das tarefas e possibilita resolução antecipada de problemas e
conflitos, além de propiciar um grau mais elevado de acertos nas tomadas de decisão,
como também prevenir o indesejável.
O tempo dedicado ao planejamento é vital para evitar problemas na execução do
projeto, pois dessa forma é possível minimizar a necessidade de revisões durante sua
execução.
O planejamento do projeto consiste em três fases:
Fase 1 – Preparação do lançamento do projeto.
Fase 2 – Lançamento do projeto.
Fase 3 – Curso de formação de professores.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 10
Etapa I/ Fase 1 - Preparação do lançamento do projeto
Responsabilidade: DNIT e Escola
Detalhamento: Verificar data e local para o lançamento do projeto (pode ser na escola,
no DNIT ou em outro local).
Convidar as seguintes instituições e autoridades:
Imprensa (rádio, TV e jornal) – é muito importante a presença da imprensa no
lançamento do projeto, pois irá retratar que o DNIT está implantando um
projeto de trânsito nas escolas para crianças, mostrando a preocupação do
órgão com a sociedade. Enviar convites a imprensa por e-mail ou pessoalmente
ou, ainda, avisar por telefone.
Prefeito do município – é muito importante a presença do prefeito do município
ou seu representante, pois o município foi selecionado para um projeto que visa
preservar a vida.
Secretário municipal de educação – é muito importante a presença do
Secretário do município ou seu representante, caso a escola seja municipal, pois
ela está recebendo um novo projeto que precisa ser do conhecimento do
Secretário.
Secretário estadual de educação – é muito importante a presença do Secretário
do Estado ou seu representante, caso a escola seja estadual, pois ela está
recebendo um novo projeto que precisa ser do conhecimento do Secretário.
Outros convidados.
Etapa I/ Fase 2 - Lançamento do Projeto
Responsabilidade: DNIT e Escola
Detalhamento: No dia do lançamento do projeto, os horários e tempo de duração do
evento ficarão a critério de cada Superintendência.
Sugere-se o lançamento do projeto em um período de 04 horas e a capacitação dos
professores em outro período de 04 horas, pois é necessário fazer a adequação do
lançamento do projeto com as atividades pedagógicas do calendário da escola.
No dia do lançamento será apresentado o material educativo de trânsito, que será
entregue aos diretores das escolas, bem como a apresentação do projeto pelo
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 11
responsável do DNIT e, por fim, poderá haver um momento de integração entre os
participantes do DNIT e da escola. Após esse intervalo, inicia-se a o curso de formação
de professores, que faz parte da Fase 3.
Etapa I/ Fase 3 – Curso de Formação de Professores
Responsabilidade: DNIT e Escola
Detalhamento: Recomenda-se uma sala climatizada, com tamanho adequado, em que
o palestrante possa criar um ambiente agradável entre todos os envolvidos no projeto.
No curso de formação de professores haverá um momento para a apresentação dos
profissionais do DNIT e outro para a apresentação dos professores da escola, com um
tempo médio de 05 minutos por grupo.
Na sequência, recomendamos uma palestra com o tema “O que é Trânsito?”, pois os
professores estarão iniciando um novo trabalho na escola com este conteúdo e
precisam ter conhecimento sobre o tema. O palestrante pode ser um representante de
algum órgão do Sistema Nacional de Trânsito vinculado ao CONTRAN, DENATRAN,
DETRAN, CETRAN, PRF, DNIT, Órgãos Municipais ou Polícia Militar. Pode ser também um
professor de universidade que estuda o tema trânsito ou organizações não
governamentais; enfim, pessoas que têm interesse na temática trânsito.
Adiante, deverá ocorrer a apresentação do material educativo de trânsito por um
representante do DNIT, ou do LabTrans/UFSC, ou, ainda, de outros profissionais com
competência para apresentar o material. O material paradidático utilizado no projeto
Percepção de Risco no Trânsito seguirá as diretrizes nacionais do Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) para o tema trânsito nos anos iniciais e nos anos finais
do Ensino Fundamental. Constituem-se como materiais paradidáticos, segundo
Menezes; Santos (2001), “livros e materiais que, sem serem propriamente didáticos, são
utilizados para este fim. [...] utilizam aspectos mais lúdicos que os didáticos [...] e
recebem esse nome porque são adotados de forma paralela aos materiais
convencionais, sem substituir os didáticos.
No momento da apresentação do material, explica-se sua metodologia, ou seja, a
metodologia Socrática, que prevê a utilização do desenvolvimento do conteúdo através
de perguntas ao aluno e debates na sala de aula, até que o aluno alcance a conclusão
do problema apresentado.
A seguir, o representante do DNIT, ou do LabTrans/UFSC, ou, ainda, outro profissional
com competência para desenvolver essa atividade, deverá mostrar os dois modelos de
questionários utilizados para verificar os conhecimentos que os alunos têm sobre o
trânsito e aqueles conhecimentos adquiridos ao fim do projeto. Tais questionários são
intitulados como questionário diagnóstico parte I – pré-teste e questionário somativo
parte II – pós-teste.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 12
Será apresentado ainda, durante a formação, o “Guia de Aplicação do Questionário”,
um específico para o questionário dos anos iniciais (1º ao 5º ano), disponível no
Apêndice C, e outro para o questionário dos anos finais (6º ao 9º ano), ilustrado no
Apêndice D. Ambos mostram algumas orientações gerais que deverão ser seguidas pelos
professores durante a aplicação do questionário.
Após a apresentação dos questionários, o representante do DNIT, ou do LabTrans/UFSC,
ou, ainda, outro profissional, deverá abordar sobre a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes de Trânsito (CIPAT), formada por pessoas interessadas no trânsito, para
buscar possíveis soluções de problemas locais como professores, funcionários, alunos,
pais e outros convidados da comunidade. A CIPAT será um órgão que dará
sustentabilidade ao projeto, pois o DNIT acompanhará o projeto durante um ano letivo
na escola. Após esse período, sugere-se que a escola deverá dar continuidade ao
projeto.
Após as discussões sobre a CIPAT, é preciso falar sobre a ferramenta de comunicação
que vai divulgar o trabalho desenvolvido pela escola, por meio de uma rede social. Dessa
forma, pretende-se divulgar notícias, depoimentos e imagens sobre o município, a
escola, os alunos, os profissionais, bem como possibilitar a troca de informações entre
as escolas participantes do projeto. Maiores detalhes sobre o processo de comunicação,
encontram-se apresentados no capítulo 3.
2.Etapa II: Desenvolvimento
Responsabilidade: Escola
Apoio: LabTrans/UFSC
Esta etapa do programa refere-se ao desenvolvimento dos temas relacionados ao
trânsito pelos professores
O material educativo do trânsito a ser utilizado pelo projeto promove cenários para
incentivar crianças a refletirem sobre problemas do dia a dia no trânsito, a
reconhecerem perigos e a adotarem comportamentos defensivos diante deles. Além
disso, foram desenvolvidos para proporcionar um real aproveitamento dos temas e
facilitar o trabalho dos professores e o aprendizado dos alunos.
Este material educativo incorporado ao projeto traz os seguintes objetivos:
Trazer o cotidiano do trânsito para dentro da sala de aula, utilizando
técnicas avançadas de exposição e motivação.
Alcançar, por meio de técnicas pedagógicas, o total envolvimento e
participação dos alunos, criando um ambiente propício ao aprendizado
para a vida.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 13
Estimular a visão crítica nas crianças, permitindo-lhes comparar
experiências e dar novo significado aos seus conhecimentos.
Identificar as crianças como agentes transformadores, capazes de
contribuir ativa e positivamente para alterar o seu meio.
O desenvolvimento do projeto pelos professores possibilita que o tema trânsito possa
ser aplicado em crianças de qualquer idade, mesmo aquelas que ainda não sabem ler,
respeitando as diferenças culturais e regionais, amoldando-se a diversas realidades
sociais e garantindo o total envolvimento e participação dos alunos, levando-os a refletir
e a crescer como cidadãos socialmente responsáveis.
O método consiste em desenvolver com os alunos uma situação de cada vez,
previamente escolhida. É necessário analisar justificativas e conteúdos dos temas
principais, bem como das situações, e programá-las de acordo com os objetivos que se
pretende alcançar.
Os critérios de escolha variam de acordo com os fatores locais, regionais e culturais,
tendo o professor ampla flexibilidade para determinar prioridades.
A metodologia está baseada em princípios e técnicas de questionamentos que
estimulam a participação dinâmica dos alunos, que ocorrem quase espontaneamente.
Os professores atuam como facilitadores e os estudantes são conduzidos a refletirem e
a buscarem variados meios de solucionarem os desafios propostos, seja em meio local,
regional ou social. Dessa maneira, inúmeras boas práticas podem ocorrer na escola.
Caso os professores queiram alterar a metodologia, cabe a eles desenvolverem o
conteúdo com as técnicas pedagógicas do seu conhecimento. Para cada disciplina, os
professores criarão alternativas de acordo com os seus conteúdos curriculares, já que o
tema trânsito será desenvolvido transversalmente.
O material educativo utilizado no projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas
Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT, segue as
Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito no Ensino Fundamental, do
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), apresentadas a seguir.
Diretrizes Nacionais do Denatran
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que
passou a vigorar a partir de 22 de janeiro de 1998, é considerado como um dos códigos
mais avançados do mundo, pois trouxe consigo muitas inovações. Uma das mais
significativas é que, pela primeira vez, o código traz um capítulo exclusivo à educação,
determinando, entre outros aspectos, a implementação da educação para o trânsito em
todos os níveis de ensino.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 14
Para o Ensino Fundamental, os conteúdos do trânsito dos anos iniciais (1º ao 5º ano),
são desenvolvidos considerando os lugares, a cidade e o direito de ir e vir. Para os anos
finais (6º ao 9º ano), são considerados os temas das linguagens do trânsito, segurança
no trânsito e convivência social no trânsito, que serão descritos posteriormente.
Para atender ao disposto no CTB, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)
elaborou as Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito no Ensino Fundamental,
cuja finalidade é trazer um conjunto de orientações capaz de nortear a prática
pedagógica voltada ao tema trânsito.
Justifica-se que é por meio da educação que será possível reduzir o número de mortos
e feridos em acidentes de trânsito e construir uma cultura de paz no espaço público, isso
porque a educação para o trânsito requer ações comprometidas com informações, mas,
sobretudo, com valores ligados a ética e a cidadania.
As Diretrizes do Denatran pretendem oferecer aos professores do Ensino Fundamental
a oportunidade de desenvolverem atividades que tragam à luz a importância da adoção
de posturas e de atitudes voltadas ao bem comum; que favoreçam a análise e a reflexão
de comportamentos seguros no trânsito; que promovam o respeito e a valorização da
vida.
As Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito no Ensino Fundamental são
referências e orientações pedagógicas para a inclusão do trânsito como tema transversal
às áreas curriculares e ancoram-se nos seguintes fundamentos:
I - nas bases legais que orientam:
a) os Sistemas de Ensino da Educação Brasileira;
b) o Sistema Nacional de Trânsito.
II - na dimensão conceitual de trânsito como direito de todas as pessoas e que
compreende aspectos voltados à segurança, à mobilidade humana, à qualidade de vida
e ao universo das relações sociais no espaço público;
III - no reconhecimento do trânsito como tema de urgência social, de abrangência
nacional, que apresenta possibilidade de ensino e aprendizagem e que favorece a
compreensão da realidade e a participação social;
IV - no conjunto de valores que regulam nosso sistema de convivência e que envolvem
o pensar e o agir de cada pessoa, respeitando sua liberdade;
V - nas fases de desenvolvimento do aluno e nas características específicas de cada etapa
de ensino;
VI - nas diversidades culturais, nos diferentes espaços geográficos e nas relações que
neles ocorrem, nas características regionais e locais da sociedade, da economia e da
clientela.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 15
A inclusão do trânsito como tema transversal tem como objetivos:
I - priorizar a educação para a paz a partir de exemplos positivos que reflitam o exercício
da ética e da cidadania no espaço público;
II - desenvolver posturas e atitudes para a construção de um espaço público democrático
e equitativo, por meio do trabalho sistemático e contínuo, durante toda a escolaridade,
favorecendo o aprofundamento de questões relacionadas ao tema trânsito;
III - superar o enfoque reducionista de que ações educativas voltadas ao tema trânsito
sejam apenas para preparar o futuro condutor;
IV - envolver a família e a comunidade nas ações educativas de trânsito desenvolvidas;
VI - contribuir para mudança do quadro de violência no trânsito brasileiro que hoje se
apresenta;
VII - criar condições que favoreçam a observação e a exploração da cidade, a fim de que
os alunos percebam-se como agentes transformadores do espaço onde vivem.
Para que o tema trânsito possa ser implementado com êxito no Ensino Fundamental é
muito importante adotar procedimentos, considerando:
I - o planejamento de atividades que promovam a análise, o debate e a reflexão sobre
diferentes situações relacionadas ao transitar humano;
II - o uso do ambiente real de circulação (a cidade) como principal recurso educativo
para o exercício da cidadania no trânsito;
III - a produção e a socialização de conhecimentos relacionados ao tema a partir do
incentivo à pesquisa, à leitura e à escrita, à criatividade, à troca de ideias e de
experiências;
IV - a promoção do envolvimento da família e da comunidade em atividades voltadas o
tema;
V - a execução de ações e a utilização de recursos educativos que expressem as
concepções adotadas nesta publicação.
É importante salientar que este documento vem ao encontro dos Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (PCNs) ao explicitar que de acordo com
a realidade de cada lugar, as escolas podem eleger, se quiserem – além dos temas
transversais estabelecidos – temas locais para serem trabalhados.
[...] Tomando-se como exemplo o caso do trânsito, vê-se que, embora esse seja um problema que atinge uma parcela significativa da população, é um tema que ganha significado principalmente nos centros urbanos, onde o trânsito tem sido fonte de intrincadas questões de natureza extremamente diversa. Pense-se, por exemplo, no direito ao transporte associado à qualidade de vida e à qualidade do meio ambiente;
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 16
ou o desrespeito às regras de trânsito e a segurança de motoristas e pedestres (o trânsito brasileiro é um dos que, no mundo, causa maior número de mortes). Assim, visto de forma ampla, o tema trânsito remete à reflexão sobre as características de modos de vida e relações sociais. (PCNs, 1997, p. 35)
Além disso, ao publicar estas diretrizes, o Denatran acata a sugestão do Conselho
Nacional de Educação, emitida por meio do Parecer CNE/CEB nº 22/2004, de 05 de
agosto de 2004, homologado no Diário Oficial da União em 04 de fevereiro de 2005,
firmando que:
As instituições de ensino brasileiras devem considerar, na definição de seus projetos pedagógicos, a busca de comportamentos adequados no trânsito. [...] A fim de facilitar a propagação da idéia sugere-se ao Denatran que envide esforços no sentido de produzir material de apoio para que as escolas possam utilizá-lo nos seus projetos de educação para o trânsito. (CNE, 2004, nº 22)
Sendo assim, a inserção do trânsito como tema transversal às áreas curriculares é um
importante desafio lançado aos educadores brasileiros para que seja possível a
construção de um espaço público mais justo, mais humano e cidadão.
Importância das Diretrizes Nacionais do Denatran
No Brasil, de acordo com os dados do Observatório Nacional de Segurança Viária
(ONSV), no primeiro semestre de 2013 o aumento no número de ocorrências de trânsito
registradas envolvendo crianças e adolescentes, na faixa de 0 a 7 anos, foi de 24%,
passando de 2.560 para 3.178. Já na faixa etária de 8 a 17 anos, o aumento foi ainda
maior: passou de 8.839 para 11.461, um crescimento de 30%. Os índices chamam ainda
mais atenção quando mostram que os acidentes ou lesões não intencionais no trânsito
representam a principal causa de morte de crianças de 01 a 14 anos no Brasil. Os
números, divulgados pelo Ministério da Saúde, demonstram ainda que, no total, em
torno de 4,7 mil crianças morrem e 122 mil são hospitalizadas anualmente, vítimas do
trânsito.
Os números apresentados demonstram a necessidade e a urgência da adoção de
medidas, sobretudo educacionais, capazes de reverter essa situação que, conforme o
Ministério da Saúde, pode ser configurada como uma séria questão de saúde pública.
Diante disso, a inclusão do trânsito como tema transversal às áreas curriculares torna-
se imprescindível, pois o trabalho permanente nas escolas provocará, indubitavelmente,
mudanças de atitudes que contribuirão para garantir a segurança das crianças no espaço
público.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 17
Transversalidade
A transversalidade refere-se à ação pedagógica que se propõe a trabalhar com temas,
considerados relevantes, cujos conteúdos – sobretudo atitudinais – podem estar
relacionados a todas as disciplinas. Portanto, um tema transversal não é uma disciplina.
Ele transpassa as disciplinas, tendo como principais objetivos potencializar valores,
fomentar comportamentos e desenvolver posturas e atitudes frente à realidade social.
Os PCNs esclarecem a proposta de transversalidade quando explanam sua diferença em
relação à interdisciplinaridade:
A interdisciplinaridade segundo os PCNs (1998, p. 30) “questiona a segmentação entre
os diferentes campos de conhecimento produzida por uma abordagem que não leva em
conta a inter-relação e a influência entre eles, questiona a visão compartimentada
(disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se
constituiu. Refere-se, portanto, a uma relação entre disciplinas”.
A transversalidade, ainda de acordo com os PCNs (1998, p. 30) diz respeito “à
possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender na
realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender
sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade)”.
Sendo assim, os temas transversais têm por objetivo trazer à tona, em sala de aula,
questões sociais que possibilitem a construção da democracia e da cidadania.
É importante esclarecer que os temas transversais não são novas áreas ou disciplinas.
Eles devem ser incorporados ao projeto pedagógico das escolas, por isso têm caráter de
transversalidade, sendo parte integrante das áreas e não algo estanque.
Os temas transversais entram no ensino das áreas para serem refletidos e analisados a
partir de um trabalho compartilhado entre alunos e professores. O trânsito,
compreendido de modo abrangente, pode ser inserido de forma transversal em todas
as disciplinas, pois se trata de um tema inerente à realidade de todas as pessoas, em
todos os tempos, em todos os lugares.
Trânsito e Currículo
A palavra currículo pode ser entendida como o conjunto das disciplinas escolares ou,
ainda, como a exposição dos conteúdos a serem trabalhados em cada disciplina. Porém,
a concepção do termo currículo, na educação brasileira atual, vai além da simples
enumeração dos conteúdos referentes às áreas do conhecimento (disciplinas). O
currículo está expresso em princípios e metas que devem nortear o projeto pedagógico
da escola.
Em seu projeto pedagógico, a escola deve programar o que ensinar em cada área do
conhecimento (conteúdos), mas deve se comprometer, também, com o
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 18
desenvolvimento de capacidades que possibilitem ao aluno intervir em sua realidade
para transformá-la.
Por isso, para que o trânsito seja inserido no currículo escolar, é indispensável que seja
concebido e tratado com a finalidade de assegurar o direito de ir e vir: a pé, de
automóvel, de bicicleta, de caminhão, de barco, de trem, ou com qualquer outro meio
de transporte.
A compreensão do trânsito como parte da vida cotidiana de todas as pessoas, sua
necessidade de locomoção no espaço, de comunicação com o espaço e, sobretudo, de
convívio social no espaço público, favorecerá o trabalho educativo com foco em
atividades nas quais os alunos assimilem com clareza que os conflitos no trânsito só
podem ser minimizados quando valores, posturas e atitudes estiverem voltados ao bem
comum.
A escola, como espaço determinante à apreensão, à compreensão, à análise e à reflexão
da realidade torna possível a ação dos alunos como sujeitos históricos, pois não há
democracia sem participação. E, para viver em uma sociedade verdadeiramente
democrática, é necessário exigir os direitos conquistados, conhecer e respeitar as leis,
agir com consciência e responsabilidade, e acompanhar as transformações do mundo,
num processo de aprendizagem permanente.
A inserção do tema trânsito no currículo escolar requer, portanto, ações educativas
permanentes que transcendam a aprendizagem de regras, normas e leis de trânsito. É
possível ensinar a uma criança como atravessar uma via de forma segura. Entretanto,
além desse ensinamento, podem ser criadas situações que mostrem como ajudar uma
pessoa portadora de deficiência a atravessar a via, por exemplo. Logo, a inserção do
tema trânsito nas áreas curriculares deve ir além de ensinar o que fazer, deve ensinar
como ser. Trabalhar em favor de uma educação para a vida, que contribua para o
desenvolvimento das pessoas em sua socialização no espaço público é o grande desafio
e o compromisso a ser assumido pelos professores do Ensino Fundamental.
Objetivos Gerais do Tema Trânsito no Ensino Fundamental
A inclusão do tema trânsito no currículo das instituições de Ensino Fundamental deve
ser organizada de forma a possibilitar ao aluno:
I - conhecer a cidade onde vive, tendo oportunidade de observá-la e de vivenciá-la;
II - conhecer seus direitos e cumprir seus deveres ao ocupar diferentes posições no
trânsito: pedestre, passageiro, ciclista;
III - pensar e agir em favor do bem comum no espaço público;
IV - manifestar opiniões, ideias, sentimentos e emoções a partir de experiências pessoais
no trânsito;
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 19
V - analisar fatos relacionados ao trânsito, considerando preceitos da legislação vigente
e segundo seu próprio juízo de valor;
VI - identificar as diferentes formas de deslocamento humano, desconstruindo a cultura
da supervalorização do automóvel;
VII - compreender o trânsito como variável que intervém em questões ambientais e na
qualidade de vida de todas as pessoas, em todos os lugares;
VIII - reconhecer a importância da prevenção e do autocuidado no trânsito para a
preservação da vida;
IX - adotar, no dia a dia, atitudes de respeito às normas de trânsito e às pessoas,
buscando sua plena integração ao espaço público;
X - conhecer diferentes linguagens (textual, visual, matemática, artística, etc.)
relacionadas ao trânsito;
XI - criar soluções de compromisso para intervir na realidade.
Conteúdos
A Lei nº 11.274, aprovada em fevereiro de 2006, institui o Ensino Fundamental de nove
anos de duração com a inclusão das crianças de seis anos de idade.
A implementação do Ensino Fundamental de nove anos tem dois objetivos principais:
oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização
obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças
prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade.
A nova organização do Ensino Fundamental deverá incluir dois elementos: os nove anos
de trabalho escolar e a nova idade que integra esse ensino.
Para garantir uma nomenclatura comum às múltiplas possibilidades de organização
desse nível de ensino (séries, ciclos, outros – conforme Artigo 23 da Lei nº 9.394/96), o
Ministério da Educação (MEC) sugere que o Ensino Fundamental seja assim
mencionado, conforme descrito nos itens a seguir.
Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais
Os conteúdos apresentados a seguir respeitarão a orientação do MEC no que diz
respeito à organização do Ensino Fundamental.
É importante salientar, também, que tais conteúdos estão referenciados no princípio da
prevalência dos direitos humanos, um dos princípios estabelecidos na Constituição
Brasileira, bem como no Código de Trânsito Brasileiro.
Os conteúdos foram reunidos em seis blocos gerais, explicitados adiante, e selecionados
com base nos seguintes critérios: a possibilidade de inclusão do tema trânsito no ensino
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 20
dos conteúdos das áreas de conhecimento escolar; a necessidade do ensino e da
aprendizagem de conceitos, procedimentos, valores e atitudes como forma de reverter
o quadro de violência evidenciado no trânsito brasileiro; a importância da análise e da
reflexão acerca do tema trânsito como forma de preservação da vida.
1) Conteúdos para os anos iniciais (1º ao 5ºano)
a) Os lugares
Este bloco tem a função de promover situações que levem à observação, à exploração,
à análise, ao debate e à produção de conhecimentos sobre os lugares onde os alunos
vivem e que fazem parte de seu cotidiano: a casa, a escola, a rua de casa, a rua da escola,
o bairro, o entorno.
Para trabalhar com esse bloco, foram eleitos os seguintes conteúdos:
Os diferentes tipos de moradia em função de condições climáticas,
culturais, sociais, econômicas.
As regras da casa.
A organização do espaço físico.
A forma de locomoção das famílias.
A organização da sala de aula.
Os locais apropriados para a realização de diferentes tipos de atividades.
As regras da escola.
As regras da sala.
A preservação do espaço físico da escola, do seu mobiliário e de todo o
seu patrimônio.
Os pontos críticos da escola (locais onde podem ocorrer acidentes e
quedas).
As características do entorno da escola e do bairro onde se localiza.
Os problemas no trânsito enfrentados durante o período de entrada e
saída dos alunos.
As características do trânsito em áreas rurais próximas a estradas e
rodovias; em bairros comerciais, residenciais e industriais.
As diferentes atividades exercidas nos bairros e sua relação com o trânsito
de pedestres e de veículos.
A história do bairro onde se localiza a escola.
As transformações ocorridas na paisagem natural.
b) A cidade
Este bloco parte da cidade compreendida como lugar onde se pode praticar a vida,
sendo o ponto de partida e o principal recurso educativo para trabalhar com questões
relacionadas ao tema trânsito.
Os seguintes conteúdos podem ser abordados nesse bloco:
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 21
Os aspectos da paisagem da cidade em relação à cultura, ao lazer, às
atividades comerciais, industriais, financeiras.
A história da cidade e as transformações da paisagem natural.
A influência do trânsito em aspectos ambientais e sua relação com a
qualidade de vida dos habitantes; a importância de uma cidade acessível
a todas as pessoas: guias rebaixadas, elevadores em pontos de ônibus
(plataforma de elevação vertical), vagas para estacionamento de veículos
de pessoas com deficiência física, pisos especiais para pessoas com
deficiência visual.
A necessidade de adaptação e adequação das construções arquitetônicas
para possibilitar o acesso de todas as pessoas; a planta da cidade para a
identificação de vias paralelas, vias transversais, vias preferenciais, pontos
referenciais, localização de endereços; o transporte público: condições,
itinerários, quantidade para atender a demanda de deslocamento da
população.
Locais apropriados para lazer, caminhadas, andar de bicicleta (ciclovias,
ciclofaixas).
Condições das calçadas e das vias da cidade para o trânsito seguro de
pedestres e de veículos.
c) O direito de ir e vir
Este bloco pretende oferecer elementos que suscitem o debate sobre a necessidade e o
direito que todas as pessoas têm de locomoverem-se com segurança no espaço público,
bem como sobre a importância de conhecerem e de respeitarem as regras e as normas
sociais e legais que regem tal direito.
Para esse bloco, foram eleitos os seguintes conteúdos:
As diferentes posições ocupadas pelos alunos do Ensino Fundamental no
trânsito (pedestre, passageiro, ciclista).
As características das vias abertas à circulação urbana, conforme sua
utilização e a compreensão das regras para a locomoção segura em cada
uma delas (via de trânsito rápido, via arterial, via coletora, via local).
As diferentes formas de locomoção no decorrer dos tempos, evolução
histórica dos meios de transporte.
As diferentes formas de locomoção em diferentes paisagens e regiões
brasileiras.
As dificuldades de locomoção enfrentadas por pessoas com deficiências
físicas, motoras e sensoriais.
A diferença entre o automóvel utilizado como meio de locomoção e como
bem de consumo e/ou símbolo de status social.
A importância do direito ao transporte público de qualidade e da prática
do transporte solidário.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 22
2) Conteúdos para os anos finais (6º ao 9º ano)
a) As linguagens do trânsito
A intenção desse bloco é explorar as diferentes linguagens utilizadas no trânsito,
percebendo-as como forma objetiva de traduzir mensagens fundamentais à locomoção
segura das pessoas no espaço público.
No trânsito é possível encontrar, basicamente, três tipos de linguagem: a visual, baseada
em ícones (figuras e imagens); a sonora, em sons emitidos pelo agente de trânsito, pelas
buzinas dos veículos; e a gestual, em gestos dos agentes de trânsito, de condutores,
pedestres, ciclistas, motociclistas e demais usuários das vias públicas. São essas
linguagens que possibilitam a comunicação com o espaço público e no espaço público.
Se as pessoas não decodificarem as mensagens transmitidas por meio das linguagens
utilizadas no trânsito, causarão situações de conflito e acidentes.
Os conteúdos definidos para esse bloco são:
A sinalização de trânsito e sua importância para assegurar a locomoção de
todas as pessoas (motorizadas ou não): sinalização horizontal, sinalização
vertical, dispositivos de sinalização auxiliar, luminosos, sonoros, gestos do
agente de trânsito, do condutor e do pedestre.
Sinais e gestos do ciclista para transitar em vias públicas.
Avanços tecnológicos dos dispositivos de fiscalização auxiliar: radares,
fotossenssores, lombadas eletrônicas; consequências ocasionadas ao
meio ambiente em função da poluição sonora e visual dos centros
urbanos.
Os conteúdos desse bloco, especialmente aqueles relacionados à sinalização, devem ter
como objetivo promover a análise e a compreensão das mensagens transmitidas.
Compreender, nesse caso, não significa repetir, memorizar ou, simplesmente, obedecer
aos sinais de trânsito, mas descobrir suas razões pelo entendimento progressivo, a partir
de vivências e de recursos educativos atraentes que incentivem a pesquisa, a
observação e o estudo sobre o assunto.
Assim, os conteúdos partirão do universo cultural dos alunos que, confrontado com o
conhecimento formal, promoverá uma nova leitura da realidade, refletindo em
mudança de atitude frente ao trânsito.
b) Segurança no trânsito
Todos os conteúdos enumerados até o momento envolvem, direta ou indiretamente, a
palavra-chave do trânsito: segurança.
Na acepção da palavra, segurança é a qualidade ou condição do que é seguro, livre de
risco. Sendo assim, os veículos devem ser seguros, as vias devem ser seguras, as calçadas
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 23
devem ser seguras, enfim o espaço público deve ser seguro, ou seja, livre de risco para
todas as pessoas. Garantir a segurança em tal espaço é tarefa dos órgãos públicos.
De acordo com o § 2º do Artigo 1º do CTB (1998):
O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar medidas a assegurar este direito.
Já o Artigo 72 dispõe que:
Todo o cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Código.
Como é possível constatar, de acordo com a lei, todas as pessoas podem e devem exigir
o direito de transitar com segurança.
Entretanto, existem aquelas que, em vez de reclamarem por medidas de segurança,
adotam comportamentos de risco: desrespeitam a sinalização, dirigem em alta
velocidade, não utilizam equipamentos de segurança obrigatórios, bebem e dirigem,
entre tantas outras atitudes que deveriam ser repudiadas pela sociedade, mas
tornaram-se tão recorrentes que, muitas vezes, são banalizadas.
Por isso, nesse bloco é fundamental que os alunos compreendam que nenhuma atitude
no trânsito pode ser considerada sob o ponto vista individual, uma vez que a adoção de
comportamentos de risco expõe, também, a vida de outras pessoas.
Portanto, a prática de ações livres de risco (ações seguras) é o princípio básico para
impedir a ocorrência de acidentes no trânsito. No caso do trânsito, o significado da
palavra acidente, como acontecimento casual, fortuito e imprevisto, perde o sentido,
pois os acidentes de trânsito são, em regra, previsíveis, ou seja, podem ser evitados a
partir da adoção de comportamentos seguros.
Com a finalidade de orientar os alunos à adoção de valores, posturas e atitudes seguras
no trânsito, para esse bloco foram selecionados os seguintes conteúdos:
Segurança de pedestres: locais seguros para atravessar vias; roupas claras
para melhor ser visto, uso de adesivos reflexivos em mochilas; regras para
transitar em calçadas; cuidados com locais de risco (saídas de garagens,
estacionamentos); importância de ver e ser visto.
Segurança de passageiros: respeito às regras e às normas para transitar
no interior de veículos (automóvel, transporte escolar, transporte
coletivo) e como passageiros em motocicletas, conforme a idade das
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 24
crianças; a importância do uso do cinto e demais equipamentos de
segurança;
Segurança de ciclistas: acessórios de segurança para os ciclistas (capacete,
cotoveleira, luvas, sapatos fechados, roupas claras); equipamentos de
segurança para as bicicletas (sinalização noturna dianteira, nos pedais, nas
laterais e traseira da bicicleta, espelho retrovisor do lado esquerdo e
campainha); cuidados com a bicicleta (pneus, freios); os casos em que o
ciclista deve desmontar da bicicleta para transitar como pedestre; os
perigos de pegar carona na traseira de ônibus ou caminhões;
Órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito (SNT): a importância
de conhecer as competências estabelecidas para cada órgão e entidade
que compõe o SNT, descritas no CTB.
c) Convivência social no trânsito
Como já mencionado, nenhuma atitude no trânsito pode ser concebida sob o ponto de
vista individual, pois todas as pessoas se locomovem num espaço público, ou seja, num
espaço que pertence a toda a coletividade. Nesse espaço de relacionamento
interpessoal podem ser criadas situações harmoniosas ou de conflito.
De acordo com o autor Eduardo Vasconcellos (2012), existem dois tipos de conflito no
trânsito: físico e político.
O conflito físico, mais aparente no trânsito, é caracterizado pela disputa do espaço:
quando um pedestre quer atravessar a via no meio dos veículos ou quando dois veículos
se aproximam ao mesmo tempo de um cruzamento.
O conflito político reflete o interesse pessoal no trânsito, de acordo com as posições
ocupadas em um determinado momento: quando a pessoa é pedestre, exige que os
veículos parem para lhe dar passagem, mas quando dirige um veículo, reclama dos
pedestres e não dá passagem.
É importante ressaltar que a posição das pessoas no trânsito muda constantemente.
Isso possibilita o entendimento que não existem pedestres, condutores ou passageiros
como seres imutáveis. Vem daí a importância de desenvolver atividades nas quais os
alunos assumam diferentes posições e compreendam que os conflitos no trânsito só
podem ser minimizados quando suas atitudes, independentemente da posição ocupada,
estiverem voltadas ao bem comum.
Assim sendo, esse bloco deve enfatizar conteúdos que suscitem análises, reflexões e
debates sobre o comportamento das pessoas no trânsito, não para sentenciar culpas,
mas para favorecer aprendizagens que possam ser refletidas por meio de atitudes éticas
e de cidadania.
Os conteúdos eleitos para esse bloco são:
Respeito ao espaço público e ao patrimônio cultural.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 25
Educação no trânsito: dar a vez; ceder o lugar; ajudar as pessoas; evitar
conflitos.
Consequências do uso de bebida alcoólica e de substâncias psicoativas
tanto para condutores quanto para pedestres.
O estudo da interdependência entre trânsito e violência.
A reflexão sobre menores ao volante.
A análise das causas dos acidentes de trânsito.
A responsabilidade dos condutores de veículos em relação aos pedestres.
A análise de casos reais relacionados a acidentes e brigas no trânsito,
divulgados pela mídia.
Orientações Didáticas
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), são referências de qualidade para o Ensino
Fundamental e Médio do país, elaboradas pelo Governo Federal em 1997, segundo a
Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes de Trânsito (2014).
O objetivo é propiciar subsídios à elaboração e reelaboração do currículo, tendo em vista
um projeto pedagógico em função da cidadania do aluno e uma escola em que se
aprende mais e melhor.
Os temas transversais devem ser abordados como parte integrante das áreas de ensino.
Não podem ser vistos como aulas especiais nem muito menos devem ser considerados
como novas matérias, disciplinas ou áreas de ensino. Os temas transversais devem fazer
parte do trabalho compartilhado entre professores e alunos e devem ser discutidos,
debatidos e analisados concretamente.
Segundo a Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes de Trânsito (2014), os temas
propostos nos PCNs foram escolhidos com base nos seguintes critérios:
Urgência Social: questões graves que se apresentam socialmente e que
impedem o pleno desenvolvimento da cidadania.
Abrangência Nacional: questões que, de alguma maneira, são comuns e
pertinentes a todas as regiões brasileiras.
Possibilidade de Ensino e Aprendizagem no Ensino Fundamental:
questões que já vêm sendo trabalhadas pelas escolas, como, por exemplo
saúde, meio ambiente e sexualidade.
Favorecer a Compreensão da Realidade e a Participação Social: questões
que possibilitem a participação social dos alunos e que desenvolvam suas
capacidades de posicionarem-se e de intervirem no meio social.
A partir desses critérios foram eleitos temas transversais para serem trabalhados
durante os nove anos do Ensino Fundamental, que são: Ética, Pluralidade Cultural, Meio
Ambiente, Sexualidade, Saúde e Trânsito.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 26
A partir de uma visão abrangente acerca do tema, o trânsito pode ser inserido em todas
as áreas curriculares, de acordo com as Diretrizes Nacionais do Denatran para o ensino
do trânsito no Ensino Fundamental, como mostram os itens a seguir.
1) Trânsito na Língua Portuguesa
O estudo da Língua Portuguesa deve criar condições para que os alunos sejam capazes
de ler, interpretar e produzir a língua, de modo a compreenderem e serem
compreendidos. O domínio da língua está diretamente relacionado à participação social,
pois é por meio dela que as pessoas se comunicam, têm acesso às informações,
expressam e defendem pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo,
produzem conhecimento.
A linguagem verbal possibilita a representação da realidade física e social e, desde o
momento em que é aprendida, conserva um vínculo muito estreito com o pensamento.
Não se trata apenas da representação e da regulação do pensamento e da ação, próprios
e alheios, como também expressa ideias, pensamentos e intenções de diversas
naturezas. Desse modo, a linguagem verbal é capaz de influenciar o outro e de
estabelecer relações interpessoais anteriormente inexistentes. Para desenvolver a
oralidade, a escola deve criar situações que gerem o debate, provocando a manifestação
de ideias, pensamentos, sentimentos, opiniões e julgamentos.
No caso do trânsito, uma gama de assuntos pode ser trazida a debate: questões
relacionadas ao comportamento de pedestres, condutores, ciclistas, motociclistas;
consequências do uso de álcool no trânsito; importância das relações estabelecidas no
espaço público; necessidade de uso de equipamentos de segurança, etc. O ensino da
língua não pode estar limitado a um tipo de texto. É fundamental que os alunos tenham
acesso às diferentes formas de expressão escrita, coletadas em diversas fontes: livros,
jornais, revistas, panfletos, folhetos, dicionários, enciclopédias, guias, gibis, etc. O
trânsito pode ser trabalhado, especialmente, a partir da leitura, análise e interpretação
de textos jornalísticos, pois é bastante comum encontrar nos jornais matérias sobre o
assunto. No entanto, folhetos educativos, livros paradidáticos de literatura, crônicas,
quadrinhos, entre tantos outros recursos podem suscitar debates e reflexões.
Os alunos também devem ser incentivados a produzir textos: registrar por escrito as
observações do trânsito de sua cidade, elaborando descrições subjetivas, propiciando a
sequencialização das imagens visuais no processo da escrita. A produção de panfletos,
de cartazes e de outros materiais de trânsito, também promove a criatividade escrita:
criar slogans ou frases sobre os conhecimentos adquiridos estimula a troca de ideias
entre o grupo. Distribuir as produções realizadas aos demais alunos da escola e à
comunidade é uma forma de estabelecer relações sociais.
2) Trânsito na Matemática
O trânsito pode ser inserido na Matemática a partir de dados numéricos, representados
em tabelas ou gráficos, relacionados à frota veicular, ao número de acidentes, ao
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 27
número de vítimas fatais e não-fatais, à densidade demográfica, à extensão territorial,
entre outros indicadores.
Estudar e debater sobre o número de acidentes; estabelecer relações entre o aumento
populacional e o aumento da frota veicular; pesquisar as causas das mortes em
acidentes de trânsito; identificar a faixa etária das vítimas do trânsito; identificar os
veículos que mais se envolvem em acidentes, entre outras atividades, produzirá
aprendizagens significativas sobre o tema. A elaboração e o levantamento de dados
também podem sugerir a construção de gráficos, de tabelas, de esquemas, incentivando
a produção de linguagens matemáticas.
A resolução de problemas também pode partir de situações ocorridas no trânsito. Assim,
os alunos poderão calcular valores atribuídos a multas, pontuações referentes às
infrações cometidas, etc.
Entretanto, o mais importante é analisar e refletir os dados coletados e as informações
obtidas, oportunizando o debate e a manifestação de opiniões a respeito do tema, pois
não basta apenas calcular índices, produzir gráficos e tabelas ou, ainda, efetuar
operações matemáticas, sem emitir julgamentos sobre as situações abordadas em sala
de aula.
3) Trânsito na História
A História deve promover o estudo das obras humanas, do presente e do passado, a fim
de que os alunos desenvolvam noções de diferença e semelhança, de continuidade
permanência, no tempo e no espaço, para a formação de sua identidade social. É o saber
histórico, acumulado durante muitas gerações, que propicia a produção de novos
saberes, transformando e definindo o presente.
O trânsito, compreendido como processo histórico, pode ser trabalhado como objeto
de conhecimento em diversos conteúdos. Reconstruir a história da cidade, a partir de
pesquisas com pessoas mais velhas da comunidade, de fotos, de visitas a museus pode
ser uma atividade interessante para estabelecer relações entre o trânsito do passado e
do presente.
A pesquisa sobre a evolução dos meios de transporte e de transporte coletivo conduzirá
à análise dos aspectos sociais envolvidos nesse processo histórico: meio de transporte
como necessidade e como bem de consumo.
Estabelecer relações entre os antigos e o atual Código de Trânsito Brasileiro,
contextualizando-os com o momento social e político em que foram aprovados é,
também, uma forma de inserir o tema nessa área curricular. Para abordar os conteúdos,
a utilização de imagens (fotos, desenhos, figuras), de vídeos, de livros e demais fontes
visuais é importante, uma vez que são recursos indispensáveis para a compreensão dos
diferentes cenários que se apresentaram no decorrer dos tempos.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 28
A História oferece inúmeras possibilidades de incluir o tema trânsito ao abordar seus
conteúdos, pois seu objetivo maior deve reforçar a visão de que são os homens e as
mulheres os sujeitos históricos responsáveis pela construção da realidade.
4) Trânsito na Geografia
Atualmente, a Geografia ocupa lugar de destaque na escola, sendo reconhecida como a
ciência do espaço. Compreendendo que o espaço geográfico não se limita aos aspectos
visíveis nas paisagens, o estudo da Geografia transcende ao nível das aparências e
mergulha nas manifestações físicas das sociedades que se desenvolvem nas diferentes
paisagens.
É possível afirmar que é a dinâmica social que determina as características das paisagens
que são observadas e não o contrário. Isto porque as necessidades das pessoas não são
sempre as mesmas em todos os lugares e em todos os tempos. E, dependendo de suas
necessidades, as pessoas constroem, por meio de seu trabalho, os lugares.
O trabalho humano, nos diversos momentos históricos, é o fator determinante da
diferença entre as paisagens e da construção do espaço geográfico.
O enfoque da Geografia recai, portanto, sobre as ações das pessoas (individuais ou
coletivas) no espaço e no tempo e as consequências destas ações tanto para si próprio
quanto para a sociedade.
Assim compreendida, a Geografia tem grande compatibilidade com o tema Trânsito,
pois por meio do estudo do espaço geográfico e de suas paisagens, torna-se analisar o
fenômeno da urbanização e, consequentemente, a problemática que envolve o trânsito,
por exemplo. Além disso, o trânsito está estreitamente relacionado ao espaço da
produção industrial (bens de produção, bens de consumo), importante aspecto a ser
estudado.
Por isso, o tema trânsito pode ser inserido a partir da análise de textos, imagens, filmes
e outros recursos educativos que promovam a descrição (verbal ou escrita) de diferentes
paisagens; o debate sobre as possíveis relações existentes entre diferentes lugares, com
diferentes paisagens; a pesquisa sobre migrações internas e sua relação com o trânsito;
as relações sociais que se estabelecem no espaço público de diferentes lugares.
5) Trânsito nas Ciências Naturais
O estudo da natureza e do ser humano; do ser humano transformando a natureza; da
natureza transformando as ações humanas; da relação entre a ciência e a tecnologia;
entre a ciência e a sociedade. São estes os principais eixos condutores às Ciências
Naturais que têm como palavras-chaves: ambiente, pessoa, tecnologia.
A inclusão do tema trânsito nas Ciências Naturais propiciará pesquisas, análises, debates
e produções relacionadas a questões ambientais: poluição atmosférica provocada pelos
veículos automotores, poluição sonora existente nos centros urbanos, poluição visual
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 29
provocada pela imensa quantidade de anúncios, outdoors, pichações espalhadas pelas
cidades. O que os governos municipais, estaduais e federal têm feito para reduzir o nível
de poluição nas cidades; quais as atribuições do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama); quais as consequências ambientais provocadas por veículos automotores mal
conservados. Estes são apenas alguns questionamentos que podem gerar importantes
discussões sobre o trânsito.
Quanto ao aspecto tecnológico, é possível analisar o avanço dos equipamentos de
segurança, de sinalização e de fiscalização de trânsito, especialmente, nos últimos anos.
A tecnologia tem sido aliada ao trânsito, uma vez que atualmente existem sistemas
interligando todos os Departamentos Estaduais de Trânsito. A implantação do sistema
de Registro Nacional de Carteiras de Habilitação (Renach) que visa integrar as
informações sobre cidadãos, condutores em todo o território nacional; do Registro
Nacional de Veículos Automotores (Renavam), que tem como objetivo integrar as
informações sobre todos os veículos da frota nacional e do Registro Nacional de
Infrações Interestaduais (Renainf) também podem ser fonte de discussões sobre a era
tecnológica do trânsito.
Ao ser inserido na área de Ciências Naturais, o tema trânsito favorecerá a integração dos
alunos ao ambiente e à cultura, oportunizando ações de respeito e de preservação ao
espaço público.
6) Trânsito na Educação Física
O objetivo da escola com relação à Educação Física não deve se pautar na formação de
profissionais do esporte, mas no desenvolvimento das potencialidades corporais de
cada aluno por meio de diversas atividades corporais e lúdicas.
Por isso, os jogos, a dança, a ginástica e os esportes devem ser tratados como
instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura para que os alunos
reconheçam e explorem novas possibilidades corporais.
Esta área desempenha papel importante no desenvolvimento mental das crianças e por
isso não precisa, necessariamente, restringir-se a exercícios físicos. Por meio de
atividades lúdicas e outras estratégias que viabilizem a representação corporal, os
professores terão possibilidade de conhecer com maior profundidade e descobrir as
necessidades de seus alunos.
As aulas de Educação Física devem promover, também, a participação integral de todos
os alunos nas atividades propostas para que sejam capazes de superar seus próprios
limites, sem competições negativas ou conflitos com o grupo.
O tema trânsito pode ser inserido nas aulas de Educação Física com a finalidade de
trabalhar lateralidade e espaço, imprescindíveis à locomoção. Podem ser promovidas
atividades corporais de deslocamento que solicitem o domínio das noções esquerda,
direita, para frente, para trás. Questões como brincar em locais perigosos, próximos às
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 30
vias ou em saídas de garagens também podem ser debatidas durante as aulas de
Educação Física, assim como o uso de equipamentos de segurança para andar de
bicicleta.
7) Trânsito nas Artes
O estudo da Arte desenvolve a percepção, a reflexão, a imaginação, a criatividade. Para
aprender Arte é preciso conviver com as diferentes linguagens artísticas: pintura,
escultura, música, teatro, dança. Conhecer as produções artísticas de diferentes épocas
e culturas amplia os horizontes das pessoas; expande seu mundo interior. Por isso, o
ensino da Arte deve estar fundamentado em dois relevantes aspectos: o acesso à arte e
a possibilidade de manifestar-se artisticamente.
O tema trânsito pode ser perfeitamente inserido na Arte a partir de diversas atividades:
produções de peças teatrais, desenhos, pinturas e esculturas relacionadas ao tema;
visitas a museus que contam histórias sobre a evolução dos meios de transporte, por
exemplo; passeios ao setor histórico da cidade; acesso a pinturas e esculturas que
retratam cenas relacionadas ao trânsito em diferentes épocas.
Por meio do acesso à arte os alunos poderão produzir arte e terão condições de
perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que
estão à sua volta, no exercício de uma observação crítica do que existe na sua cultura,
podendo criar condições para uma qualidade de vida melhor, inclusive no trânsito.
Por fim, acrescenta-se que para que o trânsito como tema transversal seja trabalhado com continuidade e qualidade nas escolas, é necessária que seja realizada assessoria aos professores, durante o processo de ensino e aprendizagem, a fim de acompanhar e orientar o desenvolvimento das atividades.
3.Etapa III: Sistema de Avaliação
Responsabilidade: DNIT e Escola
Apoio: LabTrans/UFSC
Detalhamento: A avaliação é importante para a escola e para o DNIT. Para a escola, é
importante para avaliar o trabalho dos professores, do material utilizado e do
aprendizado dos alunos. Para o DNIT, como fonte de informação dos multiplicadores
mirins que são os alunos, quanto ao novo comportamento no trânsito e conscientização
sobre a preservação da vida do futuro condutor, garantindo, assim, a longo prazo, a
diminuição dos acidentes e a preservação das rodovias federais.
Para a avaliação do projeto, sugere-se a aplicação de questionários, com situações
abrangentes sobre o tema para reflexão e aprendizado. A avaliação dos questionários
poderá ser realizada fazendo um comparativo sobre o questionário parte I - pré-teste,
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 31
que será aplicado antes do início do projeto, e o questionário parte II – pós-teste, que
será aplicado no final do projeto.
O questionário parte I - pré-teste, busca verificar o que as crianças conhecem sobre o
tema trânsito antes da aplicação das aulas. Já o questionário parte II - pós-teste, mesmo
sendo igual ao questionário anterior, será aplicado após o término das aulas. Desse
modo, será possível avaliar de forma comparativa se houve ou não evolução da
aprendizagem da parte I - pré-teste para a parte II - pós-teste.
Os questionários dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e dos anos finais (6º ao 9º ano) do
ensino fundamental, foram elaborados pelo LabTrans/UFSC e pelo Laboratório do Fator
Humano (LFH), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para sua elaboração,
foram consideradas as diretrizes nacionais do Denatran quanto ao desenvolvimento de
ações sobre educação para o trânsito no Ensino Fundamental.
O resultado da avaliação, além de mostrar o real aprendizado dos alunos sobre a
percepção de risco no trânsito, servirá também para detectar as possíveis melhorias
para projetos futuros.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 32
3. Processo de Comunicação
Um dos fenômenos do processo de comunicação do mundo moderno são as mídias
sociais que ao longo dos anos conquistaram um grande espaço na sociedade,
influenciando gerações, inaugurando novas formas de comunicação e relacionamentos,
além de ajudar na publicidade de marcas e instituições.
A priori, o Facebook foi escolhido como a mídia a ser utilizada no processo de
comunicação do Projeto Percepção de Risco no Trânsito em escolas situadas nas áreas
de influência às rodovias federais do DNIT, haja vista que o nível de penetração dessa
rede social é massiva no Brasil, atingindo diversos tipos de faixas etárias e classes
econômicas.
Por meio das mídias sociais, especialmente o Facebook, o Projeto Percepção de Risco no
Trânsito em escolas situadas nas áreas de influência às rodovias federais do DNIT, busca
disseminar as boas práticas e os resultados das atividades realizadas pelas escolas
participantes do projeto.
Para tanto, cada escola poderá manter uma página própria no Facebook, criada pela
equipe de educação do DNIT, para que possa divulgar o seu projeto, servindo de suporte
permanente a todos os participantes do programa, disponibilizando informações
completas e atualizadas, experiências bem-sucedidas, discussão sobre os problemas do
trânsito, pesquisas, denúncias, etc.
Como o público-alvo do projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas nas
Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT, é formado por alunos,
famílias e profissionais das escolas, a página do Facebook das escolas contará com a
participação de três perfis básicos de usuário, a saber: usuário básico, usuário monitor
e usuário administrador.
Usuário Básico:
Este usuário poderá seguir as páginas das escolas ligadas ao projeto Percepção de Risco
no Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias Federais sob
Jurisdição do DNIT e curtir os posts publicados por elas.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 33
Usuário Monitor:
Este usuário representa a figura dos fomentadores de ações e boas práticas dentro das
escolas, ou seja, diretores e/ou professores que realizam atividades com o intuito de
disseminar o conhecimento sobre a percepção de risco no trânsito nas escolas
envolvidas com o projeto do DNIT.
Tais usuários deverão ser designados formalmente e gerenciados, isso para evitar a
publicação de assuntos adversos ao projeto. Para tanto, deverão ser capacitados por
meio de apresentações que destaquem o potencial e os objetivos da ferramenta.
Usuário Administrador (Observatório):
Este usuário será responsável pela gestão dos posts publicados pelas escolas envolvidas
no projeto e pelo seu posterior repasse para as demais páginas de projetos de percepção
de risco no trânsito, assim como os Observatórios sob o seu controle, possibilitando a
interoperabilidade do conhecimento para todos os usuários do processo.
O diferencial do Usuário Administrador para o Usuário Monitor é que o primeiro poderá
efetuar ações como acompanhar estatísticas, visualizar dados – por exemplo, de acessos
e curtidas – e compartilhar de informações relevantes para as escolas geridas por
determinado Observatório.
Para um efetivo controle dos assuntos gerados pelas escolas aderentes ao projeto,
quando disponibilizados por meio de suas páginas, será implementada uma solução
gerenciadora desses conteúdos relevantes, ferramenta denominada Observatório. Tal
aplicativo deverá permitir o controle e a disponibilização massiva de informações para
os demais interessados no projeto.
Quando de sua automatização, o Observatório deverá listar os posts com mais curtidas
nos perfis individuais das escolas, gerando um ranking. Tais atividades serão
consideradas mais relevantes e poderão ser repassadas para os demais fomentadores,
gerando um compartilhamento efetivo do conhecimento entre as escolas participantes
do projeto.
Dessa maneira, os perfis das escolas poderão comentar, compartilhar e curtir as
publicações via Observatório e, assim, aferir o potencial indutor de determinada prática
para as demais instituições. Com isso, poderão ser determinadas as práticas mais
populares, e, assim, elas poderão fazer parte de forma oficial do projeto.
Ressalta-se, por fim, que para a participação da escola no Projeto Percepção de Risco no
Trânsito em Escolas Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição
do DNIT, e também para o uso das mídias sociais, será necessário que as escolas
interessadas preencham um Termo de Adesão e uma Ficha Cadastral, disponíveis para
consulta, respectivamente, no Apêndice E e no Apêndice F.
Cabe pontuar que a Ficha Cadastral contém os dados da escola como, por exemplo, a
localização da escola na rodovia, o quilômetro, a latitude e a longitude, como também
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 34
os dados administrativos e pedagógicos. Já o Termo de Adesão constitui-se no
compromisso assumido pela escola para dar continuidade ao projeto.
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 35
4. Cronograma
Responsabilidade: DNIT e Escola
É recomendável que a duração do projeto nas escolas seja de um ano letivo. A proposta é que
as atividades tenham início no mês de fevereiro e término no mês de dezembro, pois nos
meses de janeiro e julho os estudantes estão em férias.
Para melhor visualização das atividades a serem desenvolvidas durante o projeto,
apresentam-se os cronogramas com as estratégias de desenvolvimento para os anos
iniciais (1º ao 5º), no Quadro 1, e para os anos finais (6º ao 9º ano), no Quadro 2.
- Atividades de desenvolvimento dos anos iniciais (1º ao 5º ano)
Atividades/10 Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 Selecionar segmento crítico nas rodovias federais x
2 Seleção das escolas do Ensino Fundamental x x
3 Reunião com os diretores das escolas selecionadas x x
4 Lançamento do projeto nos municípios e
entrega do material de trânsito x x
5 Curso de formação de professores x
6 Elaboração das ferramentas de comunicação x x x
7 Comunicação e monitoramento das atividades do Projeto na escola
x x x x x x x x x
8 Constituição da CIPAT x x x x x x x x
9 Questionário: Parte 1/ Pré-teste x
10 Tema 1: Os lugares x x
11 Tema 2: A cidade x x x
12 Tema 3: O direito de ir e vir x x x
13 Questionário: Parte 2/Pós-teste x x
14 Encontro de encerramento x
Fonte: Labtrans/UFSC (2017)
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 36
- Atividades de desenvolvimento dos anos finais (6º ao 9º ano)
Atividades/10 Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 Selecionar segmento crítico nas rodovias federais x
2 Seleção das escolas do ensino fundamental x x
3 Reunião com os diretores das escolas selecionadas x x
4 Lançamento do projeto nos municípios e entrega do material de trânsito
x x
5 Curso de formação de professores x
6 Elaboração das ferramentas de comunicação x x x
7 Comunicação e monitoramento das atividades do Projeto na escola
x x x x x x x x x
8 Constituição da CIPAT x x x x x x x x
9 Questionário: Parte 1/ Pré-teste x
10 Tema 1: As linguagens do trânsito x x
11 Tema 2: Segurança no trânsito x x x
12 Tema 3: Convivência Social no Trânsito x x x
13 Questionário: Parte 2/Pós-teste x x
14 Encontro de Encerramento x
Fonte: Labtrans/UFSC (2017)
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 37
5. Atribuições do Projeto
Ao DNIT cabe:
A localização das escolas em segmentos críticos.
O contato com as escolas.
A reunião com as escolas para a apresentação do projeto.
O encaminhamento e recebimento do Termo de Adesão das escolas.
O encaminhamento e recebimento da Ficha Cadastral das escolas.
A aquisição do material paradidático.
O lançamento do projeto nos municípios.
O desenvolvimento do curso de formação dos professores.
O monitoramento da ferramenta de comunicação nas mídias sociais.
A avaliação do projeto.
Ao LabTrans/UFSC cabe:
A formação dos profissionais do DNIT e das escolas.
O acompanhamento da implantação do projeto.
A elaboração das fanpages.
A elaboração dos questionários de avaliação.
O desenvolvimento do curso de formação dos professores.
A elaboração de relatórios.
A publicação de artigos.
À Escola cabe:
Preencher o termo de adesão.
Preencher a ficha cadastral.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 38
Participar do curso de formação.
Conhecer o material de trânsito.
Realizar atividades de trânsito como temas transversais.
Participar das reuniões de avaliação do projeto.
Responder o questionário de avaliação (pré-teste e pós-teste).
Ao final deste manual do projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Situadas
nas Áreas de Influência às Rodovias Federais sob Jurisdição do DNIT, constam as
perguntas frequentes, visando sanar possíveis dúvidas e dificuldades.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 39
6. Considerações Finais
Este manual aborda a implementação de um projeto de Percepção de Risco para o
Trânsito, por meio de um processo educacional que visa sensibilizar a população a partir
de professores e alunos de escolas que estão situadas nas áreas de influência às rodovias
federais sob Jurisdição do DNIT, sobre a necessidade de adoção de medidas preventivas,
principalmente no tocante à mudança de comportamento no trânsito.
Orientado pelas Diretrizes Nacionais para a Educação no Trânsito no Ensino
Fundamental, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o projeto busca
trabalhar a temática trânsito em sala de aula de forma transversal aos conteúdos
curriculares.
De maneira resumida, o projeto é estruturado de acordo com as seguintes fases:
planejamento, momento em que ocorre a seleção das escolas e posterior reunião com
aquelas que foram selecionadas; entrega do material didático para as escolas
participantes e capacitação dos seus profissionais; implantação do projeto;
acompanhamento e monitoramento por meio da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes de Trânsito (CIPAT), assim como por meio de mídias sociais.
Sendo a escola um espaço significativo de educação e formação dos indivíduos, acredita-
se que essa instituição, junto ao Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas
Situadas nas Áreas de Influência às Rodovias sob Jurisdição do DNIT, pode contribuir no
processo de consciência crítica para a reflexão e análise da realidade do trânsito, por
meio de ações participativas, sustentáveis e replicáveis, resultando na diminuição da
taxa de morbimortalidade, especialmente de crianças, causada por acidentes de trânsito
nas rodovias federais.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 40
Perguntas Frequentes
Esta seção refere-se às perguntas frequentes que podem ser feitas durante o
desenvolvimento do projeto nas escolas.
Por que ensinar trânsito para crianças?
Resposta: Porque as crianças são o presente e o futuro. Hoje tem efeito imediato na
preservação da vida e na influência na família. Amanhã o efeito é prolongado como
futuro cidadão.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) menciona sobre trânsito nas escolas?
Resposta: Sim! Art. 76. “A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas
escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os
órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da Educação e do
Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades
Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdo
programático sobre segurança de trânsito; II - a adoção de conteúdos relativos à
educação para o trânsito nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de
professores e multiplicadores; III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para
levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito; IV - a elaboração de
planos de redução de acidentes de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares
universitários de trânsito, com vistas à integração universidades-sociedade na área de
trânsito.”
Como é composto o Sistema Nacional de Trânsito (SNT)?
Resposta: O Sistema Nacional de Trânsito (SNT) é composto pelos seguintes órgãos:
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).
Departamento de Trânsito dos Estados e do DF (DETRAN).
Conselho de Trânsito – Estados e DF (CETRAN/CONTRANDIFE).
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 41
Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Junta Administrativa de Recursos de Infração (JARI).
Departamento de Estradas e Rodagens (DER).
Órgãos Municipais.
Polícia Militar.
Qual a função do DNIT no projeto?
Resposta: O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é
responsável pela coordenação do projeto no estado e nos municípios.
Por que somente escola lindeiras ou próximas às rodovias federais?
Resposta: Porque o DNIT tem responsabilidade com as rodovias federais.
Qual a função da escola no projeto?
Resposta: É a instituição que representa o projeto no município.
Qual a função do diretor no projeto?
Resposta: É o responsável pelo projeto na escola.
Qual a função do professor no projeto?
Resposta: É o responsável para desenvolver as atividades de trânsito com os alunos.
Como a escola pode buscar parcerias para o projeto?
Resposta: Com instituições ou empresas locais que trabalham com o trânsito, como
Centro de Formação de Condutores, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal,
Escola Pública de Trânsito e outros órgãos.
Por que a escola deve assinar um termo de adesão?
Resposta: Trata-se de um compromisso que a escola está assumindo com o
DNIT/LabTrans/UFSC em desenvolver o projeto.
Como devo realizar a atualização de notícias na rede social?
Resposta: Diariamente ou semanalmente se possível. Atualizando as notícias, imagens,
recados, avisos, etc. Dúvidas ou problemas técnicos, enviar e-mail para o seguinte
endereço: [email protected]
Posso utilizar outro material educativo de trânsito?
Resposta: Sim. Todo material que complementa o conteúdo será bem-vindo. O objetivo
é o aluno aprender sobre trânsito.
O que é CIPAT?
Resposta: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trânsito. É a formação de um
conselho para cada escola formado por professores, pais, alunos, comunidade e
Manual de Implantação Projeto Percepção de Risco no Trânsito
Objeto 4 – Educação no Trânsito 42
convidados que se reunirá periodicamente para avaliar e discutir os problemas relativos
à segurança do trânsito que afetam a escola, as famílias e a comunidade. Essa comissão
irá propor e implantar soluções e encaminhar solicitações e denúncias.
Por que a escola deverá fazer encontro de encerramento?
Resposta: Para verificar os pontos positivos, os pontos negativos e as melhorias em
projetos futuros quanto ao conteúdo, recursos humanos e materiais, como também
divulgar o trabalho desenvolvido sobre trânsito na escola e na comunidade
Como devo utilizar o material para o trânsito?
Resposta. O material para o trânsito traz o livro do professor e o livro do aluno. A sua
utilização é ministrada no curso de formação de professores anteriormente ao início do
projeto.
O que é metodologia socrática?
Resposta: É a metodologia proposta para o aprendizado sobre trânsito. Trata-se do
professor propor questionamentos para o aluno com o objetivo da reflexão, antes de
chegar a resposta correta.
Posso utilizar o tema trânsito em todas as disciplinas?
Resposta: Sim. O tema trânsito deve ser desenvolvido transversalmente.
Devo seguir a sequência de apresentação dos temas do Denatran?
Resposta: Não. O professor pode selecionar a sequência, mas todas as temáticas
deverão ser desenvolvidas.
Os alunos do Ensino Médio podem utilizar a coleção para o trânsito?
Resposta: Sim. A coleção é desenvolvida para Ensino Fundamental, mas havendo
interesse e motivação dos alunos do Ensino Médio, a coleção deverá ser utilizada.
Como devo aplicar o questionário de avaliação?
Resposta: O questionário parte I – pré-teste, deverá ser aplicado como diagnóstico,
antes dos alunos conhecerem os temas do trânsito. O questionário parte II – pós-teste,
deverá ser aplicado no final do projeto, após todos os temas terem sido trabalhados.
Posso divulgar os resultados dos questionários?
Resposta: Sim. Após análise dos questionários, os resultados podem ser divulgados nas
mídias sociais.
Os pais podem participar do projeto?
Resposta: Sim. É muito importante a escola fazer uma reunião com os pais ou
responsáveis, para avisar que seus filhos estão tendo aulas de percepção de risco no
trânsito, e que a partir de agora as ações que os adultos fazem no trânsito estarão sendo
observados pelos seus filhos.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 43
Posso fazer exposição dos trabalhos de trânsito?
Resposta: Sim! E pode divulgar as imagens também nas fanpages das escolas.
Posso me inscrever em concursos ou prêmios de trânsito?
Resposta: Sim. Há categorias para inscrição de concursos ou prêmios na página do –
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), no endereço eletrônico:
<http://www.denatran.gov.br>. Trata-se do prêmio Denatran de Educação no Trânsito
que é realizado anualmente e tem como principal objetivo incentivar a produção de
trabalhos técnicos, científicos e artísticos voltados ao tema trânsito. Além disso, na
página da Volvo <[email protected]> – também é divulgado o Prêmio Volvo de
Segurança no Trânsito. Tal prêmio divide-se em seis categorias: cidade, estudante
universitário, empresa, motorista profissional, imprensa e geral.
A escola deve fazer a carteirinha de trânsito para o aluno?
Resposta: É opção da escola entregar ao final do projeto uma carteirinha para o aluno
com foto e escrito Cidadão do Trânsito.
A escola pode emprestar a coleção do trânsito para outra escola?
Resposta: Sim. Outras escolas podem estar emprestando a coleção ou mesmo fazendo
um rodízio de utilização do material. Somente não é permitido a sua reprodução.
Outros questionamentos que poderão surgir durante o projeto deverão ser enviados
para o seguinte e-mail: [email protected].
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 44
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ACIDENTES DE TRÂNSITO. Estatísticas do Ministério da Saúde. Disponível em <em http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais/estatisticas_do_ministerio_da_saude>. Acesso em: 05.jan.2017.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasil, MEC/SEF, 1998.
______. Ministério das Cidades. Conselho Nacional de Trânsito. Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN. Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, Departamento Nacional de Trânsito, 1998.
______. Ministério das Cidades. Conselho Nacional de Trânsito. Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN. Diretrizes Nacionais da educação para o trânsito no no ensino fundamental. Brasília, Departamento Nacional de Trânsito, 2009. Diponível em: <http://www.denatran.gov.br/images/Educacao/Publicacoes/DIRETRIZES_EDUCACAO_FUNDAMENTAL.pdf >. Acesso em: 05.jan.2017
______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 22/2004, de 05 de agosto de 2004. Solicita a inclusão da disciplina Educação para o Trânsito como tema transversal. Brasília, Conselho Nacional de Educação, 2004.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Paradidáticos" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo:
MidiamixEditora,2002.In:<http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=1
43>. Acesso em 05.jan.2017
OBSERVATÓRIO NACIONAL DE SEGURANÇA VIÁRIA. Aumenta o número de ocorrências indenizadas envolvendo crianças e adolescentes no trânsito em todo país. Disponível em: <http://www.onsv.org.br/artigos/aumenta-o-numero-de-ocorrencias-indenizadas-envolvendo-criancas-e-adolescentes-no-transito-em-todo-pais/>. Acesso em: dez. 2015.
ONG CRIANÇA SEGURA. Os acidentes em números. Disponível em: <http://criancasegura.org.br/dados-de-acidentes/>. Acesso em: dez. 2016.
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Objeto 4 – Educação no Trânsito 45
VASCONCELLOS, Eduardo. Mobilidade Urbana e Cidadania.Editora Senac.Sao Paulo.2012
WAISELFISZ. Júlio Jacobo. CEBELA. Centro Brasileiro de Estudos Latino – Americanos. MAPA DA VIOLÊNCIA 2013: Acidentes de Trânsito e Motocicletas. In: <http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2013/mapa2013_transito.pdf>. Acesso em: 05.jan.2017.
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APÊNDICE A – Questionário de Avaliação Parte I – Pré- teste e Parte II – Pós-teste – Anos Iniciais (1º ao 5º ano)
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APÊNDICE B – Questionário de Avaliação Parte I– Pré - teste e Parte II – Pós-teste – Anos Finais (6º ao 9º ano)
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APÊNDICE C – Guia de Aplicação do Questionário – Anos Iniciais (1º ao 5º ano)
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APÊNDICE D – Guia de Aplicação do Questionário – Anos Finais (6º ao 9 ano)
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APÊNDICE E – Termo de Adesão
TERMO DE ADESÃO Projeto de Percepção de Risco no Trânsito
O Projeto Percepção de Risco no Trânsito tem por objetivo implementar um programa
de educação no trânsito nas escolas situadas nas áreas de influência às rodovias federais
sob jurisdição do DNIT, que promova a conscientização e a mudança de comportamento
no trânsito e sensibilize a comunidade escolar e seu entorno quanto a necessidade de
adoção de medidas preventivas visando à redução dos acidentes de trânsito.
A Escola ______________________________________________________________
localizada na ________________________________________________, município de
_______________________________, estado de __________________, representada
pela(o) sua(seu) diretor(a) ____________________________________ manifesta
interesse em aderir e se compromete com as premissas, objetivos e metas do PROJETO
PERCEPÇÃO DE RISCO NO TRÂNSITO EM ESCOLAS SITUADAS NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA
ÀS RODOVIAS FEDERAIS SOB JURISDIÇÃO DO DNIT, desenvolvido por meio de
cooperação com o Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de
Santa Catarina.
A implantação e aplicação do Projeto contará com o suporte da Coordenação de
Segurança e Engenharia de Trânsito/COSEENTR/CGPERT/DNIT e supervisão do
LabTrans/UFSC. O projeto terá duração máxima de um ano letivo. Findo esse prazo de
implantação do projeto, a escola compromete-se a dar continuidade ao projeto e utilizar
o material didático disponibilizado.
O presente termo de adesão ratifica o comprometimento dos profissionais da Escola
_______________________________________ no desenvolvimento das atividades de
planejamento, na aplicação, no acompanhamento e na avaliação, bem como no envio
de sugestões para o melhor desenvolvimento da aplicação do Projeto.
Cidade, dia de mês de 201X. Nome do(a) diretor(a) CPF: 000.000.000-00
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APÊNDICE F – Ficha Cadastral
FICHA CADASTRAL DA ESCOLA Projeto de Percepção de Risco no Trânsito
Dados Cadastrais
Nome da Escola:
Nº Alunos Infantil (pré escola) Fundamental Médio
Nº Professores Infantil (pré escola) Fundamental Médio
Nº Total Professores Outros colaboradores
Diretor(a)
Fon
e:
Celular: e-mail
Endereço
Logradouro: Nº
Complement
o:
Bairro:
CEP: Cidade: UF:
Nome da BR próxima à
escola
Distância daBR à escola em
metros
Coordenadas
geográficas*:
Latitude Longitude
* informação importante(pode ser solicitado o cadastro no DNIT)Foto**
** inserir foto da escola