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Projecto FEUP Obras de Arte Segurança 2010/2011

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Obras de Arte Segurança

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Projecto FEUP

Obras de Arte

Segurança

2010/2011

Obras de Arte Segurança

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Projecto FEUP

Obras de Arte

Segurança

Civ224

Eva Gomes;

Hugo Torres;

Pedro Mota;

Renato Fonseca;

Ricardo Rocha;

Rui Antunes.

Coordenadora: Ana Vaz Sá

Orientador: Miguel Fernandes

2010/2011

Obras de Arte Segurança

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Resumo

Este relatório foi feito no âmbito do projecto FEUP, onde nos foi proposto desenvolver

a problemática da segurança nas obras de arte. O tema foi dividido em subtemas que

permitiram abordar esta temática de uma maneira mais organizada. Os subtemas

também permitiram cumprir os objectivos propostos.

Esses objectivos eram definir os responsáveis pela segurança nas obras, a formação

necessária, as principais medidas para garantir a segurança e aferir os principais

perigos na construção das obras de arte.

Chegamos a conclusão que a construção civil não é o sector com maior número de

acidentes de trabalho, porem é o sector com os acidentes mais graves. Estes factos

podem ser alterados se houver uma maior preocupação em termos de segurança e se

houver um maior sentido de responsabilidade e punição quando existem infracções.

Mesmo tendo em conta o grande número de acidentes graves o panorama é favorável,

já que o número de acidentes tem diminuído nos últimos anos.

Obras de Arte Segurança

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Índice

1.

Introdução………………………………………………………………………………….pag.4

2. Desenvolvimento:

I. Viaduto Millau;………………………………………………………………..pag. 5

II. Análise de acidentes na construção de Obras de Arte;…….pag.6

III. Principais Causas de Acidentes;……………………………………….pag.7

IV. Legislação Sobre Segurança nas Obras;……………………….....pag. 11

V. Agentes Responsáveis pela Segurança;……………………………pag. 13

VI. Medidas Preventivas; ……………………………………………………..pag. 15

VII. Equipamentos de Protecção;……………………………………..…...pag. 16

VIII. Variáveis Económicas……………………………………………………….pag. 17

3. Conclusão…………………………………………………………………………………....pag. 18

4. Bibliografia…………………………………………………………………………………..pag. 20

Obras de Arte Segurança

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Introdução

Este trabalho surge no âmbito do Projecto FEUP, no qual se realizou este relatório bem

como um poster e uma apresentação sobre o tema proposto que será divulgada ao

público na Semana da Engenharia.

O tema do projecto é Obras de Arte na Engenharia Civil, mais especificamente acerca

da segurança na construção destas obras. Designam-se por obras de arte todo o tipo

de construções não convencionais e que se destaquem das outras pela sua

complexidade. As obras de arte mais frequentes são as construções ligadas às vias de

comunicação, como por exemplo pontes ou túneis, as suas concepções são muito

diferentes e muito mais complexas que as obras que estamos habituados a ver

diariamente. Outro tipo de construções consideradas obras de arte são aquelas que

desafiam os elementos da natureza, como por exemplo barragens ou represas.

Com este trabalho propomos-mos a atingir os seguintes objectivos: identificar o papel

das diferentes autoridades responsáveis e a formação necessária para os

trabalhadores, averiguar os principais perigos na construção destas obras e definir as

principais medidas preventivas de modo a garantir a segurança da obra e dos

trabalhadores.

O problema da segurança no trabalho é um problema que atinge todas as profissões,

por menor que seja o seu risco inerente, porem um dos sectores mais afectados é o

sector da Construção Civil. É neste sector que acontecem o maior número de acidentes

graves e consequentemente ocorre o maior número de mortes. Para além de ser uma

tragédia este incidentes trazem enormes prejuízos às empresas, quer a nível humano,

quer pela componente económica.

Para iniciarmos a abordagem deste tema, escolhemos um caso prático que servirá de

exemplo e a partir do qual pretendemos desenvolver esta temática.

Obras de Arte Segurança

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Viaduto Millau

O Viaduto Millau foi uma recente grande obra da engenharia civil. Trata-se de uma

ponte construída no sudoeste francês, inaugurada em 2004, com vista a facilitar a

travessia do vale do rio Tarn e assim concluir a ligação norte-sul de França por auto-

estrada. A grandiosidade desta ponte deve-se ao arquitecto inglês Norman Foster que,

conjuntamente com o engenheiro francês Michel Virlogeux, projectaram uma

estrutura que chega a atingir os 343 metros de altura (19m mais alto que a Torre

Eiffel). É uma estrutura construída em aço suportada por cabos e assente em sete

pilares de betão armado. O seu comprimento de 2460m, por 32m de largura, estende-

se ao longo de todo o vale com uma inclinação de 3% e curvas suaves de 20km de raio

que facilitam a visibilidade da circulação dos automobilistas.

Esta construção, para além das habituais preocupações de segurança (que iremos falar

mais à frente), teve uma preocupação acrescida que se deveu à diferente forma como

a pista de rodagem se foi desenvolvendo.

Toda a pista foi construída em terra e arrastada pelos pilares com a ajuda de macacos

hidráulicos controlados por GPS a uma velocidade de 60cm a cada quatro horas, até

que as duas partes da pista se encontraram.

Este sistema obrigou a uma revisão de todo o processo de segurança, pois qualquer

falha poderia comprometer toda a construção e, assim, qualquer erro poderia causar o

desmoronamento da mesma.

Com esta ponte pretendemos exemplificar a complexidade da construção de grandes

obras de arte, assim como introduzir o tema no qual nos vamos concentrar única e

exclusivamente a partir de agora: segurança.

Para começar, vamos fazer uma breve análise de acidentes neste tipo de construções.

Obras de Arte Segurança

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Análise de Acidentes na Construção de Obras de Arte

A construção civil apresenta uma elevada taxa de sinistralidade, devido à complexa

rede de actividade, de agentes e de especificidades, algumas com características

únicas que obrigam a novas formas de actuação de todos os agentes envolvidos

directa ou indirectamente no processo. Como a construção civil é um sector

dependente da mão-de-obra, a componente da segurança no trabalho deve ser mais

desenvolvida. Porém, o que se nota é que este continua a ser um dos sectores

industrializados com maior percentagens de acidentes registados. Mas também

devemos de salientar que na construção civil a grande parte dos acidentes são

classificados como graves, como uma queda em altura por exemplo. Nos restantes

sectores também sofrem grandes números de acidentes mas não tão graves. Devemos

de ter isto também em conta na justificação dessa grande diferença de número de

acidentes entre sectores.

As principais actividades económicas com maior índice de acidentes em 2000 são: a

indústria transformadora com 37%, construção civil com 28% e comércio grosso com

14%.

Mas dos quais o sector onde existe maior sinistralidade e a construção civil com 28%

seguido da industria transformadora, e do comercio grosso com, 21% e 11%,

respectivamente

É necessário, então, promover um conjunto de acções, em todas as fases da realização

de um empreendimento, desde a concepção à realização, que permita identificar,

prevenir, eliminar e controlar os múltiplos e inerentes riscos de acidentes de trabalho.

Obras de Arte Segurança

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Principais Causas de Acidentes

A construção civil é conhecida pelo seu elevado índice de sinistralidade, corresponde ao sector

da economia com um dos maiores números de acidentes de trabalho (28% da totalidade de

AT).

Este elevado índice está inevitavelmente associado a vários factores, tais como:

Sobreposição de tarefas (no espaço e no tempo);

Pluralidade e diversidade de intervenientes e empresas em acção simultânea;

Desconhecimento do território do estaleiro e da evolução da sua edificação;

Multiplicidade de tarefas;

Multiplicidade de ambientes e locais de trabalho;

Presença de elementos físicos no espaço envolvente do estaleiro (linhas eléctricas,

condutas de água e gás, circulação de pessoas e veículos…);

Frequentes situações de trabalho em altura ou abaixo do solo;

Forte circulação interna de pessoas, materiais e equipamentos;

Complexidade e diversidade de normas e características de armazenamento dos

materiais e de parqueamento dos equipamentos;

Distanciamento do projectista face à execução do projecto e dos seus executantes;

Dispersão da responsabilidade por diversas instâncias;

Baixo nível de qualificação dos trabalhadores;

Penosidade dos trabalhos, devido à movimentação de cargas pesadas e exposição aos

agentes climatéricos;

Risco elevado: trabalhos em altura, em profundidade, manuseamento de material

afiado, pesado, tóxico;

Incumprimento da legislação;

Falta de fiscalização;

Custos elevados de implementação dos procedimentos de segurança (embora muito

reduzidos comparativamente aos custos globais da obra);

Falta de noção de risco;

Adopção de comportamentos perigosos;

Obras de Arte Segurança

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Álcool;

Falta de procedimentos de controlo;

Utilização ineficaz de equipamentos de segurança;

Multiplicidade de meios e equipamentos;

Falta de protecções colectivas nos equipamentos e máquinas

Acidentes mais comuns:

Nas obras de arte podemos encontrar um leque variado de acidentes possíveis dependendo do

trabalho que está a ser realizado na obra.

Trabalhos Riscos

Montagem, utilização e desmontagem de gruas-torre e bailéus (equipamento

eventual)

Queda em altura de trabalhadores, materiais ou objectos

Instabilidade por deficiência dos elementos ou das condições de fundação

Colapso da estrutura por deficiência de montagem

Tombamento ou colapso da estrutura devido a inadequadas condições de utilização ou paragem

Corte, dobragem e montagem de varões de aço (Armaduras

Perfuração

Corte

Entalamento

Montagem, movimentação e desmontagem de cavaletes, andaimes e outras plataformas de trabalho

ou estruturas provisórias (escadas, passadiços)

Queda de objectos ou componentes da estrututa

Instabilidade da estrutura

Entalamento

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Operações de soldadura e corte

Electrocussão

Queimaduras

Vapores tóxicos

Montagem de vigas de bordadura e guarda-corpos/guardas de segurança

Queda em altura

Esmagamento

Betonagens em elementos horizontais (tabuleiros e lajes de transição)

Projecção de betão

Colapso da estrutura

Queda em altura

Através da análise da tabela anterior podemos concluir que os riscos mais comuns são: A queda

em altura e o entalhamento, conseguimos apontar algumas razões, tais como:

Inexistência de guardas;

Trabalha-se frequentemente em alturas elevadas, como por exemplo na montagem de

painéis, janelas, coberturas,…

pouca eficácia dos andaimes, pois são mal executados ou pouco seguros;

Falta de arnês de protecção;

Falta de linhas de vida;

Falta de barreiras de protecção.

Tabela 1: Relação entre trabalhos e riscos associados.

Obras de Arte Segurança

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Fig1-. Risco de queda em altura.

Fig.2- Risco de electrocussão.

Obras de Arte Segurança

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Legislação Sobre Segurança nas Obras

Para a realização de uma obra na construção civil com segurança, deverá aplicar-se

toda a regulamentação que se encontra em vigor, e deverá ser actualizada sempre que

entrem em vigor novos diplomas e/ou se verifiquem alterações ou substituições de

regulamentos.

Há uma vasta existência de decretos de lei referentes à segurança para promover

melhores condições de trabalho, mas apresentamos aqui alguns que achamos mais

importantes.

Regulamentação de âmbito geral (Segurança e Saúde no Trabalho):

-Decreto-Lei n.º 109/2000 de 30 de Junho - Contém o regime de organização e

funcionamento das actividades de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

Trabalho na construção civil:

-Decreto-Lei n.º 41820 de 11 de Agosto de 1958 - Estabelece a Fiscalização e infracções

às normas de segurança para protecção do trabalho nas obras de construção civil.

-Decreto-Lei nº 273/2003 de 29 de Outubro – Procede à revisão regulamentar das

condições de segurança e saúde no trabalho, em estaleiros temporários ou móveis,

constante do Decreto-Lei nº 155/95, de 1 de Junho, continuando a assegurar a

transposição para o direito interno da directiva nº 92/57/CEE, de 24 de Junho, relativa

a prescrições mínimas de segurança e saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou

móveis.

Equipamento de protecção individual:

-Decreto-Lei n.º 128/93 de 22 de Abril - Estabelece as exigências técnicas de segurança

a observar pelos equipamentos de protecção individual, de acordo com a Directiva n.º

89/686/CEE de 25 de Dezembro.

Obras de Arte Segurança

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-Decreto-Lei n.º 348/93 de 1 de Outubro - Transpõe para o direito interno a Directiva

n.º 89/656/CEE de 30 de Novembro, relativa às prescrições mínimas de segurança e

saúde na utilização de equipamentos de protecção individual.

Máquinas, equipamentos e materiais de estaleiro:

-Decreto-Lei n.º 113/93 de 10 de Abril - Define os procedimentos, a adoptar com vista

a que os materiais de construção se revelem adequados ao fim a que se destinam.

-Decreto-Lei n.º 214/95 de 18 de Agosto - Estabelece as condições de utilização e

comercialização de máquinas usadas visando eliminar riscos para a saúde e segurança

dos trabalhadores e de terceiros.

Sinalização de segurança:

-Decreto-Lei n.º 141/95 de 14 de Junho - Transpõe para o direito interno a Directiva n.º

92/58/CEE de 24 de Junho, relativa a prescrições mínimas para a sinalização de

segurança e saúde no trabalho;

Riscos eléctricos:

-Decreto-Lei nº226/2005 de 28 de Dezembro - Regras Técnicas das Instalações

Eléctricas de baixa Tensão

Utilização de substâncias químicas:

-Decreto-Lei nº 275 / 91 de 7 de Agosto – Regulamenta as medidas especiais de

prevenção e protecção da saúde dos trabalhadores contra os riscos de exposição a

algumas substâncias químicas;

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Agentes Responsáveis Pela Segurança

Na realização de uma obra existem vários intervenientes, tais como o Dono da Obra, o

coordenar de segurança e saúde, Engenheiro Civil, Projectistas e empreiteiro e por fim

e não menos importante os operários. Sendo todos estes elementos pertencentes à

obra, todos eles são responsáveis pela sua segurança. Porem as suas responsabilidades

variam de acordo com o posto que ocupam.

O elemento com maior responsabilidade é o Dono da Obra que tem a obrigação de

nomear um coordenador de segurança e de saúde. Este coordenador de segurança e

saúde é a pessoa ou entidade que assume a responsabilidade, em nome do DO de

garantir a implementação e o controlo de segurança nos trabalhos e na preparação

dos mesmos. tem de elaborar, juntamente com o engenheiro responsável(director de

obra), arquitecto e empreiteiros, um plano de segurança e saúde em relação à obra

que se vai realizar. Este plano consiste numa análise das condições existentes, na

designação dos meios e medidas necessários, com vista à sua inclusão no caderno de

encargos (num estudo prévio da obra, onde se vai caracterizar os trabalhos que se vão

realizar). Com isto pode-se fazer uma previsão dos riscos que a obra implica e a partir

dessa análise criar medidas preventivas de maneira a diminuir os perigos e a controlar

os riscos inerentes à realização da obra. A partir do Plano de Segurança e de Saúde

(PSS) faz-se uma escolha criteriosa dos equipamentos e materiais de construção, bem

como dos métodos e técnicas a utilizar no decorrer dos trabalhos.

Este plano de segurança e saúde deve ser específico para cada obra, de acordo com a

complexidade da mesma dos agentes e dos meios envolvidos, por exemplo na

construção de uma ponte ou de um túnel, o PSS tem de ser elaborado com maior

pormenor devido à complexidade e aos perigos inerentes a este tipo de obras.

Para além do plano de segurança e de saúde no trabalho deve haver um cuidado

especial em relação à segurança por parte dos arquitectos e engenheiros civis. Ao

projectar uma ponte ou um túnel deve pensar-se no sentido estético e funcional, mas

Obras de Arte Segurança

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não se pode esquecer as questões relacionadas com a segurança do projecto. O

projecto deve, portanto, ser harmonioso a nível estético e a nível da construção de

maneira a não criar perigos desnecessários para os trabalhadores.

Os empreiteiros têm como função garantir a segurança dos trabalhadores, obrigando-

os a efectuar as suas funções de acordo com estipulado no plano de segurança e de

trabalho e a usar os equipamentos de segurança da melhor maneira possível. Os

operários e empreiteiros por lei têm de receber formação por parte dos técnicos

especializados, para terem conhecimento das medidas preventivas adequadas e das

técnicas de segurança a utilizar nas diferentes situações.

Obras de Arte Segurança

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Medidas Preventivas

Na realização de uma obra de engenharia a segurança é o elemento principal aquando

da organização da obra. O conjunto de actividades ou medidas adaptadas ou previstas

em todas as fases da actividade da obra com o fim de evitar ou diminuir os riscos

derivados do trabalho são essenciais na segurança dos operários.

Como medidas preventivas, a protecção colectiva e individual são normas para a

segurança da obra.

Em obras de arte, as quedas em altura são muito frequentes, quedas a mais de 2

metros de altura, e que muitas vezes há fracturas, contusões, traumatismos e, em

alguns casos, morte. Estes acidentes ocorrem por falta de segurança colectiva,

utilização incorrecta de escadas, cintos e arnês de segurança, plataformas, etc; sendo

que as principais medidas preventivas consistem na correcta utilização de todo o tipo

de equipamentos anti-queda como o já referidos cintos e arnês de segurança.

Para além de equipamentos de segurança é necessária a implementação de medidas

organizativas. Estas medidas consistem na ligação dos diferentes intervenientes na

obra de maneira a que haja um plano de construção e diálogo constante entre os

técnicos responsáveis a fim de diminuir os riscos.

As medidas preventivas se aplicadas

correctamente vão permitir:

Afastar as fontes de risco;

Diminuir os acidentes de trabalho;

Aumentar a produtividade.

Fig.3-Uso do arnês de segurança

Obras de Arte Segurança

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Equipamentos de Protecção

Na realização de uma obra de construção civil, é imperativo a correcta utilização de

equipamentos de protecção. Dentro deste grupo de equipamentos pode fazer-se a

divisão entre equipamentos de protecção individual e equipamentos de protecção

colectiva.

Os equipamentos de protecção colectiva são os equipamentos utilizados para a

segurança geral de todos os operários da obra.

Os equipamentos de protecção individual são os equipamentos utilizados para a

protecção dos operários durante a realização do seu trabalho. No ramo da construção

civil, os equipamentos de protecção individual dividem-se em protecção para a cabeça,

para o corpo e para os membros inferiores e superiores.

Fig.4- Equipamentos de Segurança

Obras de Arte Segurança

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Variáveis Económicas

A construção de uma obra envolve variados custos, entre os quais os custos de

segurança. Para que a obra seja segura e não ofereça riscos para os trabalhadores e

todos os seus frequentadores é necessário fazer o já referido PSS e seguir todas as

indicações e regras que nele constam, para isso é necessário um investimento ao nível

de técnicos, equipamentos de segurança e formação.

Este investimento tem um custo que é dividido em dois tipos, os custos directos e os

custos indirectos.

Os custos directos são todos os gastos em equipamentos de segurança, salários de

técnicos de segurança, indemnizações quer seja pela morte de um trabalhador ou

invalidez e despesas médicas em consequência de um acidente de trabalho.

Por outro lado existem os custos indirectos que são todos os custos relativos à

formação do pessoal, pagamento de seguros e investigação de acidentes em situações

duvidosas.

Estes custos existem em todo o tipo de obras, porem sendo as obras de arte de um

grau de complexidade superior, é necessário um investimento maior a nível de

segurança já que a obra tem necessidades maiores do que é normal quer em termos

de técnicos como de equipamento.

Obras de Arte Segurança

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Conclusão

A segurança é um dos problemas na construção civil, mais ainda quando a construção

em causa tem o grau de complexidade de uma obra de arte. Entende-se na Engenharia

Civil como obra de arte todo o tipo de construções não convencionais e que se

destaquem das outras pela sua complexidade. Estão incluídas nas obras de arte as

pontes e túneis, e todas as obras que desafiam os elementos da natureza como

barragens ou represas.

Analisamos os acidentes de trabalho e concluímos que o sector da construção civil é

um dos mais afectados, tendo um grande índice de acidentes graves e

consequentemente mortes. Existem sectores com maior número de acidentes, porém

a gravidade destes não se compara com os da construção civil. Os acidentes mais

comuns na construção das obras de arte são as quedas e altura e os entalhamentos,

isto acontece principalmente por causa da inexistência de guardas e falta de

equipamento de segurança.

A legislação de segurança é outro factor a ter em conta na construção de uma obra, já

que deve estar a ser aplicada toda a legislação e deve ser feita a actualização dos

procedimentos se houver uma mudança na lei. Existe uma vasta quantidade de

decretos de lei referentes à segurança, de forma a criar as melhores condições de

trabalho. Um dos decretos de lei mais importantes em questões de segurança

construção civil é o Decreto-Lei nº109/2000 de 30 de Junho, onde se estabelece a

fiscalização e infracções às normas de segurança para protecção do trabalho nas obras

da construção civil.

Os agentes responsáveis pelo cumprimento da legislação vão desde o Dono da Obra,

Engenheiro Civil, projectista, empreiteiro e operários. Para alem do cumprimento da

lei é necessária a implementação de medidas preventivas e do Plano de Segurança e

Saúde no trabalho. As medidas preventivas vão desde o uso dos equipamentos de

segurança à organização da obra de maneira a diminuir os riscos a que os

intervenientes na construção são sujeitos.

Obras de Arte Segurança

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Para que todas as medidas preventivas e decretos de lei sejam implementados nas

construções é necessário um investimento a nível de segurança. Este investimento é

feito a nível da aquisição de equipamentos de segurança e no pagamento de

indemnizações, seguros e salários dos técnicos responsáveis pela segurança.

Depois de realizado este relatório podemos verificar que estão a ser feitos esforços a

fim de prevenir os acidentes na construção civil, porem o esforço tem de ser ainda

maior para que famílias deixem de sofrer pela morte dos seus entes queridos. Para

além das mortes existem os danos irreversíveis, ficando o trabalhador inválido para o

resto da vida. As empresas também beneficiam com o cumprimento das regras de

segurança, já que evitam atrasos nas obras e perdas de dinheiro.

Concluímos também que as Obras de Arte pelo seu grau de complexidade e muitas

vezes pelo seu sentido estético merecem um cuidado especial em relação à segurança,

já que são construções únicas e que requerem um grande nível de conhecimento.

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Bibliografia

Os Acidentes de Trabalho nas Actividades Económicas. Revista CIPA – Caderno

Informativo de Prevenção de Acidentes. São Paulo: CIPA Publicações, p.48-72,

1997

http://www.act.gov.pt

http://www.gep.miss.gov.pt

http://engenhariacivil.wordpress.com/2007/12/01/viaduto-de-millaua-ponte-

mais-alta-do-mundo/

http://www.engenhariacivil.com/monografia-seguranca-na-construcao-civil

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/construcao%20civil/Seguran

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Decreto-Lei nº102/2009, de 10 de Outubro

Decreto-Lei nº 50/2005, de 25 de Fevereiro

Decreto-Lei nº 273/2003 de 29 de Outubro

Decreto-Lei nº 128/93 de 22 de Abril

Decreto-Lei nº 348/93 de 1 de Outubro

Decreto-Lei nº 113/95 de 18 de Agosto

Decreto-Lei nº 141/95 de 14 de Junho

Decreto-Lei nº 226/2005 de 28 de Dezembro

Decreto-Lei nº 275/91 de 7 de Agosto