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OBRAS DO PAS 3ª etapa/ 2016

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OBRAS DO PAS

3ª etapa/ 2016

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Textos

• Amor - Clarice Lispector

• Cibercultura: alguns pontos para compreender a nossa época – André Lemos

• Constituição Federal – Título II (dos direitos e garantias fundamentais) capítulo IV (dos

direitos políticos) artigos 14 a 16; capítulo 5 (dos partidos políticos), artigo 17 e Título

IV (da organização dos poderes) capítulo I ( do poder legislativo), seções I a IV, artigos

44 a 56

• Crepúsculo dos Ídolos (partes I a VI) – Frederich Nietzsche

• Dossiê Darwin – Revista Darcy – UnB

• Liberdade, Liberdade – Millôr Fernandes e Flávio Rangel

• Nanopartículas verdes – Revista Fapesp, Ed 223, set/2014

• No Elevador do Filho de Deus – Elisa Lucinda

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Textos

• O Apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

• O burrinho Pedrês - Guimarães Rosa

• O homem; as viagens – Carlos Drummond de Andrade

• O Manifesto comunista em cordel – Antônio Queiroz de França

• Poética – Manuel Bandeira

• Psicologia de um vencido – Augusto dos Anjos

• Química Orgânica – Vinícius de Moraes

• Rotas Alternativas – Revista Fapesp, Ed 220, jun/2014

• Vidas Secas – Graciliano Ramos

• Zwkrshjistão – Bruno Palma

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Liberdade, Liberdade

“A obra Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel,

representa a possibilidade de usar o teatro como meio para a

conscientização política. O diretor do espetáculo, na época da estreia,

declarou ao jornal The New York Times: “Neste momento, é dever do

artista protestar”. Cabe ao estudante conhecer o contexto em que esta

frase se insere e se ela continua atual.”

“A obra teatral Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio

Rangel, exemplifica possibilidades de misturas de gêneros teatrais, na

medida em que os autores se apropriam de vários gêneros e estilos e

criam um espetáculo a partir de colagens. É importante salientar que,

entre as décadas de 60 e 70 do século XX, o musical foi um gênero

teatral bastante utilizado por grupos brasileiros que buscavam

protestar, como o Arena, o Opinião e o Oficina.”

Matriz de referência - PAS

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Liberdade, Liberdade“O estudo da constituição dos estados nacionais (europeus, asiáticos,

africanos e americanos), com atenção especial ao Estado brasileiro,

pode ser auxiliado com o texto teatral Liberdade, Liberdade, de Millôr

Fernandes e Flávio Rangel. A obra apresenta e problematiza

discursos, músicas e eventos que marcaram a história brasileira e

mundial, sob a perspectiva da ideia de liberdade, utilizando-se de

personagens fictícios e históricos.

... uma encenação focada no trabalho do ator, dispensando o uso

exacerbado das técnicas de suporte cênico. Apenas quatro atores

representam todos os personagens que conversam diretamente com o

público, misturando texto com músicas

... um espetáculo dinâmico, em que os atores assumem vários

personagens e conversam diretamente com o público.”

Matriz de referência - PAS

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Liberdade, Liberdade“O espaço cênico é de fundamental importância para a encenação

teatral. A peça Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio

Rangel, é encenada dentro de um edifício teatral, porém, rompe com a

construção realista de cenários e espaços definidos para cada ato ou

cena do espetáculo. A iluminação, nesta obra, ganha outra função,

como definir a cena, no espaço e na duração.

...propõe-se a minimizar a utilização das técnicas de suporte cênico,

como a maquiagem, o figurino e a cenografia. Desta forma, destaca a

interpretação teatral e a palavra para fortalecer a ideia de liberdade.

Essa proposta minimalista pode ser encontrada no conceito de “teatro

pobre” desenvolvido no século XX, isto é, minimizando a utilização das

técnicas de suporte cênico e focando no trabalho psicofísico do ator.”

Matriz de referência - PAS

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Liberdade, Liberdade“A encenação da peça teatral Liberdade, Liberdade, de Millôr

Fernandes e Flávio Rangel, é um exemplo de rompimento com alguns

princípios do realismo, como os conceitos de quarta parede e caixa

cênica.

... vários momentos da história são revisitados e servem como pano de

fundo para discutir o que é liberdade. A partir do estudo dessa peça, é

possível observar que o contexto histórico influencia os pensamentos e

as escolhas dos indivíduos. É possível observar uma mudança na

relação ator-público, nas encenações do século XX, ou seja, os

espetáculos buscavam tornar o público parte integrante do espetáculo,

como visto no Teatro Épico, de Bertolt Brecht, e no Teatro do Oprimido,

de Augusto Boal.”

Matriz de referência - PAS

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No elevador do Filho de Deus – Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida

Que eu já tô ficando craque em ressurreição.

Bobeou eu tô morrendo

Na minha extrema pulsão

Na minha extrema-unção

Na minha extrema menção

de acordar viva todo dia

Há dores que sinceramente eu não resolvo

sinceramente sucumbo

Há nós que não dissolvo

e me torno moribundo de doer daquele corte

do haver sangramento e forte

que vem no mesmo malote das coisas queridas

Vem dentro dos amores

dentro das perdas de coisas antes possuídas

dentro das alegrias havidas

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No elevador do Filho de Deus – Elisa Lucinda

Há porradas que não tem saída

há um monte de "não era isso que eu queria"

Outro dia, acabei de morrer

depois de uma crise sobre o existencialismo

3º mundo, ideologia e inflação...

E quando penso que não

me vejo ressurgida no banheiro

feito punheteiro de chuveiro

Sem cor, sem fala

nem informática nem cabala

eu era uma espécie de Lázara

poeta ressucitada

passaporte sem mala

com destino de nada!

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No elevador do Filho de Deus – Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida

ensaiar mil vezes a séria despedida

a morte real do gastamento do corpo

a coisa mal resolvida

daquela morte florida

cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos

cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos

que já to ficando especialista em renascimento

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No elevador do Filho de Deus – Elisa Lucinda

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:

às vezes só porque não foi um bom desfecho

ou porque eu não concordo

Ou uma bela puxada no tapete

ou porque eu mesma me enrolo

Não dá outra: tiro o chinelo...

E dou uma morrida!

Não atendo telefone, campainha...

Fico aí camisolenta em estado de éter

nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!

Tô nocauteada, tô morrida!

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No elevador do Filho de Deus – Elisa Lucinda

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa

não tem aquela ansiedade para entrar em cena

É uma espécie de venda

uma espécie de encomenda que a gente faz

pra ter depois ter um produto com maior resistência

onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)

e fica feito a justiça: cega

Depois acorda bela

corta os cabelos

muda a maquiagem

reinventa modelos

reencontra os amigos que fazem a velha e merecida

pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"

E a gente com aquela cara de fantasma moderno,

de expersona falida:

- Não, tava só deprimida.

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No elevador do Filho de Deus

Como vivemos em um contexto sociocultural complexo, é

imprescindível que os textos literários sejam entendidos

como integrantes desse contexto e como instrumentos de

autoconhecimento, de socialização e da construção de

identidades. Isso se evidencia no poema No elevador do

filho de Deus, de Elisa Lucinda.

A exploração do universo feminino, também, está retratada

na poesia contemporânea No elevador do filho de Deus,

de Elisa Lucinda, que reflete seu estilo literário em sua

linguagem.

Matriz

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O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras

fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

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O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.

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O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

O eu - lírico do poema diz não gostar das palavras

fatigadas de informar. Existe uma ansiedade pela

informação cada vez maior nesse mundo tecnologizado,

em excesso. E quando a informação não se transforma em

conhecimento, perde seu valor. A informação é necessária

e decisiva para a convivência social e sobrevivência

pessoal, desde que seja convertida em conhecimento.

No âmbito da linguagem, alguns desses aspectos podem

ser percebidos no poema O apanhador de desperdícios,

de Manuel de Barros. No texto, o poeta busca, em sua

realidade cotidiana, o material poético para refletir sobre o

mistério das palavras.

Matriz

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O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

• função metalinguística (explicação do fazer poético)

• linguagem simples, predominantemente conotativa

• neologismo “invencionática”

• oposição à “informática”

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Amor – Clarice Lispector

1974

Laços de Família

Epifania

A ordem é necessária para se viver bem

Visão de um cego mascando chicletes

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Amor – Clarice Lispector

Ana, urna mulher casada, pacata e mãede dois filhos, tinha uma vida domésticamuito calma, cuidava dos seus com ocuidado e amor típicos de uma pessoafraterna e sensível.

Ana, em hebraico significa "pessoa benéfica, piedosa".

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MATRIZ

• No texto Amor, Clarice Lispector explora a temática

da submissão da mulher na década de 1970 sob

uma perspectiva existencial, explorando os conflitos

do mundo interior e exterior da personagem Ana.

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O burrinho pedrêsO burrinho pedrês, primeiro dos nove contos de Sagarana

A trama desse conto, como nas demais

narrativas de Guimarães Rosa, é relativamentesimples. O velho burrinho Sete-de-Ouros, por faltade outras montarias, é engajado para levar umaboiada vendida pelo dono da fazenda, o majorSaulo. Durante a viagem, ficamos sabendo que ovaqueiro Silvino quer matar o vaqueiro Badu, porcausa de uma moça. Francolim, que é uma espéciede ajudante-de-ordens do major, denuncia a brigaao patrão, mas nada é feito para evitá-la.

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O burrinho pedrêsSilvino chega a provocar um acidente, com o intuitode fazer os bois atropelarem Badu. Quando vê quenão consegue matá-lo desta forma, planeja fazê-lopessoalmente, na viagem de volta, depois deatravessarem o ribeirão cheio pelas chuvas. Nesseretorno, Badu está bêbado. Por isso, os demaisvaqueiros deixam-no com o burrinho Sete-de-Ouros. Ao atravessarem o ribeirão, morrem naenchente oito vaqueiros, inclusive Silvino. Badu ésalvo heroicamente pelo Sete-de-Ouros, queconsegue chegar à outra margem e ao descansomerecido. Traz, vitorioso, o bêbado apaixonado nasela e Francolim agarrado no rabo...

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O burrinho pedrês

O burrinho pedrês é um conto que metaforiza a

experiência da velhice.

Um burrinho experiente sabe se orientar onde cavalos de

boa montaria sucumbem.

Neste conto, assim como em Conversa de bois, os animais

se transformam em heróis, questionando o saber dos

homens com o seu suposto não saber.

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O burrinho pedrês

“... O burrinho pedrês, de Guimarães Rosa, e Vidas secas,

de Graciliano Ramos, entrelaçam elementos da estrutura

ficcional da narrativa (enredo, espaço, tempo,

personagens, acontecimentos) com a estrutura social

brasileira...

O conto O burrinho pedrês, de Guimarães Rosa, traz

elementos que podem ser utilizados como metáfora das

relações dos homens entre si e com o meio em que

vivem...”

Matriz de referência - PAS

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

País fictício

2010

Onda revolucionária

Primavera árabe

Ironia

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

capítulo primeiro – introdução

capítulo segundo – etimologia

capítulo terceiro – geografia

capítulo quarto - breve história

capítulo quinto – política e relações internacionais

capítulo sexto – economia

capítulo sétimo – turismo

capítulo oitavo – religião

capítulo nono – esportes

capítulo décimo – cultura

capítulo onze – idioma

capítulo doze – conclusão

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

“Outro exercício criativo pode ser observado n’Omanifesto comunista em cordel, de Antônio QueirozFrança, já que é uma manifestação baseada na culturapopular sobre o modo de produção capitalista e a luta declasses. Esse processo de criação pode ser verificado,também, na publicação, em blog, do texto Zwkrshjistão, deBruno Palma.

As diferentes possibilidades de construção textualimplicam nas várias estruturas das linguagens, como podeser percebido tanto em obras literárias, como Zwkrshjistão,de Bruno Palma...”

Matriz de referência - PAS

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

O texto Zwkrshjistão, de Bruno Palma, ilustra a possibilidade de configuração imaginária

de um lugar a partir de reformulações poéticas de cenários reais e existentes...

Zwkrshjistão, de Bruno Palma, Geração Coca-Cola, de Legião Urbana, A ponte, de GOG

e Lenine, Quem matou Herzog, de Cildo Meireles, Monólogo ao pé do ouvido/

Banditismo por uma questão de classe, de Chico Science, O manifesto comunista em

cordel, de Antônio Queiroz de França, O papel e o mar, de Luiz Antônio Pilar, e Deuses

de um mundo moderno, de José Clemente Orozco, são exemplos de obras que

permitem a discussão crítica sobre as relações de poder.

Matriz de referência - PAS

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

A análise de dados deve estar intimamente relacionada a contextos.

Nesse sentido, os conceitos de identidade e diversidade cultural e suas

interpretações são relevantes na análise de dados, como pode ser

observado nas obras Química orgânica, do Vinícius de Moraes; Norte

ao Sul, de Torres García; Jogo do osso, de Glênio Bianchetti, e

Zwkrshjistão, de Bruno Palma. Considerando diferentes contextos,

leituras e categorias, a análise de dados poderia contribuir para a

constituição de um pensamento social brasileiro mais democrático e

autônomo em relação aos modelos externos.

Matriz de referência - PAS

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

Capítulo terceiro- Geografia

Situado na Ásia central, na região do Paquistão, Quirguistão, Curdistão, Tadjiquistão, Turcomenistão,

Cazaquistão, Uzbequistão, Afeganistão.

Uma grande depressão cercado por montanhas e chaminés de usinas de beneficiamento de urânio.

Capital a 300metros abaixo dos paredões das cordilheiras, chega até 50º de tarde

Os tuberculosos em quarentena moram em Zkt. Os outros 37% da população está exilado em

campos de concentração estrangeiros cedidos por ditadores amigos.

Cerca de 95% da vegetação original já foi derrubada para alimentar a outrora fortíssima indústria

nacional de palitos de dente. Porém, depois da falência da fábrica, quando da grande epidemia de

gengivite aviária que assolou o país em 1999, o governo estuda um projeto pioneiro para reflorestar o

país com plantas de plástico.

Sendo uma nação pacífica e que abomina a luta por motivos mesquinhos, o Zwkrshjistão não se

envolveu nas Guerras Mundiais ou quaisquer campanhas internacionais, exceto pelo massacre de

Zznhshjk, em 1973, quando cento e cinquenta mil crianças e idosos foram mortos em virtude de um

resultado controverso nas quartas de final da série B do campeonato regional de futebol

zwkrshjistanês.

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

Capítulo quinto - Política e relações internacionais

O Zwkrshjistão é uma república democrática, até segundaordem do presidente Tzawsëj Trçakydf.

[...]num gesto de sacrifício e abnegação pessoal, ceder ao apelopopular e aceitar o desafio de uma nona gestão no ano quevem.

Homem de espírito paternalista e protetor, o presidente dápreferência a secretários, ministros e funcionários de suafamília, ainda que nenhum deles tenha o ensino primáriocompleto. A primeira-dama, a elegante e roliça madame ÏkrsfgljaTrçakydf, passa onze meses ao ano em spas, escolhidos a dedopela sua mãe e mantidos com dinheiro público.

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

Capítulo sexto - Economia

Inflação galopante, desvalorização cambial e outros termosnegativos dos economês parecem não abalar o otimismimo doszwkrshjistaneses, povo alegre e despreocupado com o futuro.(treco do onze " Não existem conjugação de verbos no futuro, oque talvez reflita na despreocupação dos alegres cidadãoszwkrshjistaneses com o que está por vir")A taxa de desemprego pode chegar, no caso de derrota do timede coração do Ministro do Interior, à casa dos 80%.O BCZ, por sua vez, é financiado em grande parte peloConselho dos Agiotas de Tblïshjkra, que pratica taxas amigáveisde juros quando se trata de projetos estatais.

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

Capítulo oitavo - Religião

O povo zwkrshjistanês é notadamente piedoso. As crianças sãoensinadas desde muito pequenas a construírem suas vidas sobre asbases sólidas dos valores religiosos, como família, compaixão com oscachorros sarnentos e superstições pagãs.

Embora não haja santos na Igreja Zwkrshjistanesa, já que é impossívela alguém ser virtuoso seguindo seus mandamentos, está emtramitação o processo de canonização pré-póstuma do presidenteTrçakydf, homem de reconhecida bem-aventurança.Também écostume que no dia do casamento o noivo dê uma surra na noiva, coma ajuda dos padrinhos, caso necessário. Isso porque, dada a força dassaudáveis senhoras zwkrshjistanesas, é inevitavelmente ele, o marido,quem apanhará durante toda a vida conjugal.

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Zwkrshjistão – Bruno Palma

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Capítulos doze - Conclusão

Por ser considerado segredo industrial, os fiscais da alfândega

não podem, infelizmente, permitir que turistas deixem o país

levando vodka de cebola.

Já outros produtos tradicionais, como lâmpadas de abajur

infantil radioativas, piteiras e palitos de dente podem ser levados

sem maiores complicações, desde que preenchidos os

formulários B3546-Z, A23W, T456-S, em quatro vias

autenticadas.

Não se preocupe caso um de seus filhos ou esposa tenha ficado

no país como garantia de pagamento de dívidas de jogo.

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O homem; as viagens - Drummond.

O homem, bicho da Terra tão pequeno

chateia-se na Terra

lugar de muita miséria e pouca diversão,

faz um foguete, uma cápsula, um módulo

toca para a Lua

desce cauteloso na Lua

pisa na Lua

planta bandeirola na Lua

experimenta a Lua

coloniza a Lua

civiliza a Lua

humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.

O homem chateia-se na Lua.

Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.

Elas obedecem, o homem desce em Marte

pisa em Marte

experimenta

coloniza

civiliza

humaniza Marte com engenho e arte.

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O homem; as viagens - Drummond

.O homem funde a cuca se não for a Júpiter

proclamar justiça junto com injustiça

repetir a fossa

repetir o inquieto

repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.

O espaço todo vira Terra-a-terra.

O homem chega ao Sol ou dá uma volta

só para tever?

Não-vê que ele inventa

roupa insiderável de viver no Sol.

Põe o pé e:

mas que chato é o Sol, falso touro

espanhol domado.

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O homem; as viagens - Drummond.

Restam outros sistemas fora

do solar a col-onizar.

Ao acabarem todos

só resta ao homem

(estará equipado?)

a dificílima dangerosíssima viagem

de si a si mesmo:

pôr o pé no chão

do seu coração

experimentar

colonizar

civilizar

humanizar

o homem

descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

a perene, insuspeitada alegria

de con-viver..

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Química Orgânica - Vinicius.

Há mulheres altas e mulheres baixas; mulheres bonitas e mulheres feias; mulheres gordas e mulheresmagras; mulheres caseiras e mulheres rueiras; mulheres fecundas e mulheres estéreis; mulheres primíparase mulheres multíparas; mulheres extrovertidas e mulheres inconsúteis; mulheres homófagas e mulheresinapetentes; mulheres suaves e mulheres wagnerianas; mulheres simples e mulheres fatais; - mulheres detoda sorte e toda sorte de mulheres no nosso mundo de homens. Mas, do que pouca gente sabe é que háduas categorias antagônicas de mulheres cujo conhecimento é da maior utilidade, de vez que pode serdeterminante na relação desses dois sexos que eu, num dia feliz, chamei de "inimigos inseparáveis". São asmulheres "ácidas" e as mulheres "básicas", qualificação esta tirada à designação coletiva de compostosquímicos que, no primeiro caso, são hidrogenados, de sabor azedo; e no segundo, resultam da união dosóxidos com a água e devolvem à tintura do tornassol, previamente avermelhada pelos ácidos, sua primitivacor azul.

Darei exemplos para evitar que os ínscios e levianos, ao se deixarem levar pela mania de classificar, que àsvezes resulta de uma teoria paracientífica, cometam injustiças irreparáveis. Pois a verdade é que mulheresque podem parecer em princípio "ácidas", como as louras (conf. com a expressão corrente: "branca azeda",etc.), podem apresentar tipos da maior basicidade. Não é possível haver mulher mais "básica" que MarylinMonroe,* por exemplo; enquanto que Grace Kelly, que muita gente pode tomar por "básica", é a mulher maiscítrica dos dias que correm. Podia-se fazer com Grace Kelly a maior limonada de todos os tempos, e nemtodo o açúcar de Cuba seria capaz de adoçá-la.

De um modo geral, a mulher "ácida" é sempre bela, surpreendente mesmo de beleza. É como se a Natureza,em sua eterna sabedoria, procurasse corrigir essa hidrogenação excessiva com predicados que a façamperdoar, senão esquecer pelos homens. Porque uma coisa eu vos digo: é preciso muito conhecimento dequímica orgânica para poder distinguir uma "básica" ou uma "ácida" pela cara. A mulher "ácida" tem umaconsciência intuitiva da sua química, e não é incomum vê-la querer passar por "básica" graças ao uso demaquilagem apropriada e outros disfarces próprios à categoria inimiga.

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Química Orgânica - Vinicius.

Como um homem prevenido vale por dois, dou aqui, por alto, noções geográficas e fisiológicas dos doistipos, de modo que não chupe tamarindo aquele que gosta de manga, e vice-versa. A vol d'oiseau se podedizer que as regiões escandinavas, certas regiões balcânicas e a América do Norte são infestadas demulheres "ácidas", no caso da América, sobretudo o Sul e Middlewest, onde há predominância do tipo onehundred per cent American. Ingrid Bergman é uma "ácida escandinava" típica e é preciso ir procurar umaGreta Garbo para achar a famosa exceção comum a toda a regra. As Ilhas Britânicas em si não são "ácidas";mas há que ter cuidado com certas regiões da Escócia e da Irlanda, onde o limão come solto. Na França,com exceção de Paris e Île-de-France, e naturalmente da Côte d'Azur, reina uma certa acidez, sobretudo naBretanha, Alsácia e Normandia. A Itália é "básica", tirante, talvez, o Veneto e a Sicília. Os Países Baixos sãoo que há de mais "ácido", Flandres ainda mais que a região fiamenga. A Alemanha é à base do araque. Há,aí, que ir mais pelo padrão psicofisiológico que pelo geográfico.

Desconfie-se, em princípio, de mulheres com muita sarda ou tache-de-rousseur. Há exceções, é claro; masvejam só Betty Davis, * * que é de dar dor na dentina. É bom também andar um pouco precavido commulheres, louras ou morenas, levemente dentuças. Acidez quase certa.

Felizmente, a grande maioria é constituída de "básicas", para bem de todos e felicidade geral da nação.Sobretudo no Brasil, felizmente liberto, desde alguns meses, da sua "ácida número um" - aliás de outrasplagas, diga-se, o peito inchado do mais justo orgulho nacional.

* O autor congratula-se consigo mesmo de haver escrito, há dez anos, urna verdade que resulta em tãograciosa homenagem póstuma à grande estrela americana.

**Poderia ser substituída, atualmente, pela atriz Doris Day

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FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE

CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS

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PREFÁCIO

Nietzsche declara guerra aos ídolos: aqueles que se

tornaram eternos, são ao mais ocos , mais convencidos

e mais insuflados

Esses são aqueles que se passam por não serem

ídolos, também são os que em quem mais se acredita.

FILOSOFAR A MARTELADAS, com o

diapasão, para evidenciar como os ídolos

são ocos.

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Sentenças e Setas

• Nietzsche anuncia 44 aforismos, resumindo seus

pensamentos e criando efeito bombástico de crítica

niilista.

• Critica insistentemente:

• Os Psicólogos:

• “O ócio é o começo de toda psicologia? Como? A

psicologia seria um vício?”

• A Crença em Deus :

• - ”Como? - O homem é apenas um erro de Deus? -Ou

Deus é um erro do homem?”

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Aforismos: sentenças e setas

As mulheres (misoginia)

“Considera-se a mulher profunda. -Por quê? -Porque nelanunca se chega ao fundo.

- A mulher não é nem mesmo rasa.

“Quando a mulher tem virtudes masculinas, não nos restasenão nos evadirmos. Quando ela não tem virtudesmasculinas, ela mesma se evade.”

A idéia de Sabedoria:

“De uma vez por todas: -não quero saber muitas coisas. - Asabedoria traz consigo os limites do conhecimento.”

A Espiritualidade:

“É em nossa natureza selvagem que nos restabelecemos denosso movimento antinatural, de nossa espiritualidade.”

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Sentenças e Setas: Críticas

• A solidariedade:

“Ajuda-te a ti mesmo: assim todos te ajudarão. Princípio do

amor ao próximo.”

• A Humildade:

“ O verme se enconcha quando é chutado. Essa é a sua

astúcia. Ele diminui com isso a probabilidade de ser

chutado novamente. Na língua da moral:- humildade.”

“Da escola da guerra da vida: O que não me mata torna-

me mais forte”.

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• “Os aforismos, a sentença, nas quais

sou o primeiro mestre dentre os

alemães, são as formas da

‘eternidade’; minha ambição é dizer

em dez frases, o que qualquer outro

diz em um livro – o que qualquer um

outro não diz em um livro...”

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“O pensamento de Nietzsche, exposto na obra O

crepúsculo dos ídolos: A Filosofia a golpes de martelo,

coloca em xeque justamente tais elementos cristalizados e

permite a reformulação de cenários contemporâneos

possíveis e contingentes.”

“A percepção da finitude do entendimento pode impor

certos limites às ambições da razão, que ao investir sobre

a realidade, tende a uniformizações e padronizações

questionáveis. Nesse sentido, obras como O crepúsculo

dos ídolos: A filosofia a golpes de martelo, de Nietzsche,

Estamira, de Marcos Prado, e Cibercultura: alguns pontos

para compreender a nossa época, de André Lemos,

apresentam relevantes críticas a essa realidade

uniformizada e padronizada.”

Matriz

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“Em O crepúsculo dos ídolos: A filosofia a golpes de

martelo, Nietzsche corrobora as críticas aos sistemas

hegemônicos, assim como O manifesto comunista em

cordel, de Antônio Queiroz de França.”

Matriz

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Manifesto Comunista em Cordel

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Manifesto Comunista em Cordel

“Outro exercício criativo pode ser observado n’O manifesto

comunista em cordel, de Antônio Queiroz França, já que é

uma manifestação baseada na cultura popular sobre o

modo de produção capitalista e a luta de classes. Esse

processo de criação pode ser verificado, também, na

publicação, em blog, do texto Zwkrshjistão, de Bruno

Palma.”

Matriz de referência - PAS

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Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênese da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância…

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

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Psicologia de um vencido

Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!

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Psicologia de um vencido

• Síntese da morbidez associada ao linguajar cientificista e à ousadia das imagens.

• Presença de vocábulos tradicionalmente considerados antipoéticos.

• Visão pessimista da vida e do homem, visto que este é matéria e tudo caminha para a destruição.

• A morte é considerada o destino final e fatal de toda forma de vida.

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Psicologia de um vencido

Obcecado com a ideia das forças da matéria, que pulsam

em todos os seres e conduzem ao “nada” absoluto, o

poeta usa o verme como símbolo desse processo de

decomposição.

“Na literatura, há autores que rompem com a tradição e a

padronização temática e inovam, como ilustram os poemas

Poética, de Manuel Bandeira, e Psicologia de um vencido,

de Augusto dos Anjos...”

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Psicologia de um vencido

“A obra Química orgânica, de Vinícius de Moraes, além de

explicitar sobre orgânica faz referências importantes sobre

acidez, basicidade e indicadores de pH, assim como a

obra, Psicologia de um vencido, de Augusto dos Anjos,

pode ilustrar alguns desses aspectos.”

“Na literatura, há autores que rompem com a tradição e a

padronização temática e inovam, como ilustram os poemas

Poética, de Manuel Bandeira, e Psicologia de um vencido,

de Augusto dos Anjos...”

Matriz de referência - PAS

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Poética – Manuel Bandeira

Poética é a síntese da concepção de um poema

moderno do autor, sendo, portanto, metalinguístico.

Para o “eu-lírico”, um poema não deve seguir regras

externas ao “eu” interior do poeta. Ele é contra todas

as normas sintáticas, semânticas ou poéticas, numa

oposição clara aos poetas parnasianos. Prefere o

lirismo, isto é, expressão dos sentimentos do “eu-

lírico” livres e espontânea como a dos bêbados e dos

clows (palhaços) de Shakespeare.

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Poética

Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem comportado

Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente

protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.

Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário

o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais

Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção

Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador

Político

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Raquítico

Sifilítico

De todo lirismo que capitula ao que quer que seja

fora de si mesmo

De resto não é lirismo

Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante

exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes

maneiras de agradar às mulheres, etc

Quero antes o lirismo dos loucos

O lirismo dos bêbedos

O lirismo difícil e pungente dos bêbedos

O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

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Poética – Manuel Bandeira

“... o poema Poética, de Manuel Bandeira,

ilustrando como o autor, por meio de linguagem

coloquial e de formas livres, defendia essa

proposta de ruptura. Contemporaneamente, no

discurso literário, um exemplo da reconstrução de

formas poéticas, por meio do uso de metáforas

expressivas, está na obra O apanhador de

desperdícios, de Manoel de Barros.”

Matriz de referência - PAS