OBSERVAÇÕES SOBRE O ENCONTRO DE TRIPANOSSOMATÍDEOS …

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OBSERVAÇÕES SOBRE O ENCONTRO DE TRIPANOSSOMATÍDEOS DO GÊNERO BLASTOCRITHIDIA, INFETANDO NATURALMENTE TRIATOMÍNEOS EM INSETÁRIO E NO CAMPO Eduardo Olavo da Rocha e Silva * Dino Baptista Germano Pattoli ** Renato de Robert Corrêa *** José Carlos Rehder de Andrade *** RSPU-B/341 ROCHA E SILVA, E. O. da et al. Obsrevações sobre o encontro de tripanossomatí- deos do gênero Blastocrithidia, infetando naturalmente triatomíneos em insetário e no campo. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 11:87-96, 1977. RESUMO: Comprovada a presença de tripanossomatídeos, não pertencen- tes ao gênero Trypanosoma, no tubo intestinal dos triatomíneos, o serviço espe- cializado no combate desses insetos hematófagos vetores (SUCEN) da Secre- taria da Saúde do Estado de São Paulo (Brasil), passou a adotar como rotina em seus laboratórios, a coloração do material fecal dos exemplares infetados por flagelados. Relata-se os resultados alcançados com a introdução dessa medida, destacando-se os primeiros achados em nosso meio, no campo, do P. megistus e T. sordida, encontrados infetados por flagelados do gênero Blas- tocrithidia. UNITERMOS: Tripanossomíase americana. Epidemiologia. Blastocrithidia. Triatomíneos. 1. INTRODUÇÃO O recente encontro em triatomíneos, de tripanossomatídeos não pertencentes ao gê- nero Trypanosoma Gruby, 1843 (Ceriso- la e cols. 2 , 1971 e Rocha e Silva e Ama- ral 6 , 1971), abriu novas áreas de estudo e passou a exigir maior cuidado na iden- tificação das formas flageladas, encontra- das nos transmissores da doença de Cha- gas. Em conseqüência, o órgão da Secreta- ria da Saúde do Estado de São Paulo en- carregado do combate aos vetores dessa endemia Superintendência de Contro- le de Endemias (SUCEN), introduziu co- mo rotina em seus laboratórios, a colo- ração das lâminas dos triatomíneos captu- rados no campo que, através do exame a fresco, apresentam formas flageladas no material fecal. A presente comunicação tem por obje- to chamar a atenção para os resultados alcançados com a adoção desta norma. * Da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) da Secretaria da Saúde do Esta- do de São Paulo — Rua Tamandaré, 649 — São Paulo, SP — Brasil e do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Arnaldo, 715 — São Paulo, SP — Brasil. ** Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP. *** Da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) da Secretaria da Saúde do Esta- do de São Paulo.

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OBSERVAÇÕES SOBRE O ENCONTRO DE TRIPANOSSOMATÍDEOSDO GÊNERO BLASTOCRITHIDIA, INFETANDO NATURALMENTE

TRIATOMÍNEOS EM INSETÁRIO E NO CAMPO

Eduardo Olavo da Rocha e Silva *Dino Baptista Germano Pattoli **Renato de Robert Corrêa ***José Carlos Rehder de Andrade ***

RSPU-B/341

ROCHA E SILVA, E. O. da et al. Obsrevações sobre o encontro de tripanossomatí-deos do gênero Blastocrithidia, infetando naturalmente triatomíneos eminsetário e no campo. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 11:87-96, 1977.

RESUMO: Comprovada a presença de tripanossomatídeos, não pertencen-tes ao gênero Trypanosoma, no tubo intestinal dos triatomíneos, o serviço espe-cializado no combate desses insetos hematófagos vetores (SUCEN) da Secre-taria da Saúde do Estado de São Paulo (Brasil), passou a adotar como rotinaem seus laboratórios, a coloração do material fecal dos exemplares infetadospor flagelados. Relata-se os resultados alcançados com a introdução dessamedida, destacando-se os primeiros achados em nosso meio, no campo, doP. megistus e T. sordida, encontrados infetados por flagelados do gênero Blas-tocrithidia.

UNITERMOS: Tripanossomíase americana. Epidemiologia. Blastocrithidia.Triatomíneos.

1 . I N T R O D U Ç Ã O

O recente encontro em triatomíneos, detripanossomatídeos não pertencentes ao gê-nero Trypanosoma Gruby, 1843 (Ceriso-la e cols.2, 1971 e Rocha e Silva e Ama-ral6, 1971), abriu novas áreas de estudoe passou a exigir maior cuidado na iden-tificação das formas flageladas, encontra-das nos transmissores da doença de Cha-gas.

Em conseqüência, o órgão da Secreta-ria da Saúde do Estado de São Paulo en-

carregado do combate aos vetores dessaendemia — Superintendência de Contro-le de Endemias (SUCEN), introduziu co-mo rotina em seus laboratórios, a colo-ração das lâminas dos triatomíneos captu-rados no campo que, através do exame afresco, apresentam formas flageladas nomaterial fecal.

A presente comunicação tem por obje-to chamar a atenção para os resultadosalcançados com a adoção desta norma.

* Da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) da Secretaria da Saúde do Esta-do de São Paulo — Rua Tamandaré, 649 — São Paulo, SP — Brasil e do Departamento deEpidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Arnaldo, 715 — SãoPaulo, SP — Brasil.

** Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP.*** Da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) da Secretaria da Saúde do Esta-

do de São Paulo.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Nos laboratórios da SUCEN, o materialintestinal dos triatomíneos, inicialmente, éexaminado ao microscópio a fresco emgota de soro fisiológico, utilizando-se umaumento de 400 vezes. Notada a presen-ça de formas flageladas, uma parcela des-se material será misturada com gotas desoro humano inativo (fixador), posta asecar e corado pelo May-Grünwald-Giem-sa. A seguir, as formas flageladas pre-sentes nas lâminas serão estudadas com aobjetiva de imersão (1000 X).

Foi assim que se obteve o material apre-sentado, cuja procedência se relata abaixo:

a) Exemplares do Triatoma infestanse Panstrongylus megistus, procedentes decolônias de insetário (Moji Guaçu, Esta-do de São Paulo), utilizados na realiza-ção de xenodiagnósticos em animais.Após o xenodiagnóstico, as caixas conten-do os triatomíneos retornam ao insetário,onde os exemplares permanecem isolados,sem nova alimentação, aguardando a datados exames (30 e 45 dias após o repasto--xeno) .

b) exemplares capturados pelas equi-pes da SUCEN, no decorrer das ativida-des rotineiras de busca de focos de tria-tomíneos, nas casas e seus anexos.

3 . R E S U L T A D O S

No material examinado, cuja procedên-cia foi esclarecida acima, observou-se emocasiões diversas, o seguinte:

3.1 Flagelados (Figs, 1 a 4), identi-ficados como sendo um tripanossomatídeomonogenético, do gênero BlastocrithidiaLaird, 1959 (Hoare4 , 1972) que apre-senta :

a) Formas epimastigotas (= critidia)com as extremidades geralmente afiladas;núcleo localizado no terço médio, latera-lizado ou ocupando quase toda a largura

do parasito. Cinetoplasto grande, arredon-dado ou alongado no sentido transversodo parasito, situado próximo ao núcleo.Flagelo livre, longo, relativamente grosso,apresentando ou não "strap-hangers" ou"banderillas" dispostas, no geral, em sen-tido único ao longo do flagelo.

Porém, o que mais chama atenção noflagelado são os vacúolos que se apre-sentam em tamanho e número variável,formando uma cadeia, em certos casos,ocupando quase todo o espaço situado en-tre o núcleo e a extremidade anterior dotripanossomatídeo. Na porção posterior aonúcleo, no entretanto, o citossomo apre-senta-se homogêneo e no geral sem va-cúolos.

b) Formas amastigotas (= leishma-nia) ovaladas ou arredondadas, outras ve-zes alongadas, com uma das extremidadesmais afiladas que a outra. Essas formassão encontradas, encistadas ou não, livresou então presas no flagelo (strap-han-gers). Quando visível, o núcleo é rela-tivamente grande e lateralizado. O cine-toplasto redondo, se situa mais ou menosafastado do núcleo.

c) Com muito menor freqüência, outrasformas são observadas, como por exemplo,certas formas flageladas arredondadas (es-feromastigostas?).

Varia muito o número de parasitas ob-servados nos exemplares contaminados,desde o encontro de formas isoladas atéas infecções maciças, nas quais, as for-mas epimastigotas se apresentam em gran-des conglomerados ou florões. Quanto abiometria da Blastocrithidia dos triatomí-neos do insetário de Moji Guaçu, obser-ve-se a Tabela 1, onde se compara as me-didas obtidas por Cerisola e cols. 2 comas realizadas com o nosso material.

Através da microscopia ótica comum,essas formas muito se assemelham às daBlastocrithidia triatomae Cerisola e cols. 2,

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1971. Quanto às medições realizadas, ex-ceção do índice nuclear, elas se situamentre as máximas e mínimas da B. tria-tomae. Diferem no entanto da B. triato-mae galvãoi, descrita por Carvalho 1

(1973), pela presença dos vacúolos.Albergando o flagelado em pauta, além

do T. infestans já relatado por Rocha e

Silva e Amaral6 (1971), foram observa-dos exemplares de outras espécies de tria-tomíneos, presentes em algumas colôniasdo insetário de Moji Guaçu, tais como:Triatoma sordida, Panstrongylus megistuse Panstrongylus lignarius.

A multiplicidade da contaminação, fazsupor uma boa adaptação deste flagelado

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monogenético às condições ambientais vi-gentes no referido insetário, principalmen-te, se considerarmos que ela vem se pro-cessando há aproximadamente cinco anos.Apresenta oscilações em torno dos 10%de exemplares infetados, em cada crista-lizador contaminado. Este número pare-ce variar em função de fatores vários, dosquais destacamos: época do ano e inter-valo entre os repastos sanguíneos ( a v e s )dos triatomíneos. Saliente-se, por outrolado, não ter sido notada, até então, va-riação sensível na mortalidade de exem-plares das colônias contaminadas, secomparada com as não contaminadas.

3 .2 Infecções mistas, ou seja, presen-ça no material intestinal proveniente deum mesmo exemplar, de formas flagela-das do gênero Blastocrithidia ao lado deformas típicas do gênero Trypanosoma( Figs. 5 e 6). Constatou-se tal fato, en-tre alguns poucos exemplares do T. infes-tans e P. megistus, quando da realizaçãode xenodiagnósticos em animais. Emconseqüência, a leitura dos xenos, em Mo-j i Guacu, apresenta as seguintes a l t e rna-t i v a s de resultados:

— xeno negativo para tripanossomatídeos;— xeno positivo para flagelados do gê-

nero Blastocrithidia;— xeno positivo para flagelados do gê-

nero Trypanosoma;— xeno positivo para Blastocrithidia e

Trypanosoma.

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Ressalta-se que nos raros casos de in-fecção dupla, observou-se predominânciade formas da Blastocrithidia sobre Try-panosoma. Se isso resulta da presença deprocesso competitivo entre as espécies, éassunto em aberto e sem dúvida de in-teresse.

Por outro lado, se simplesmente nos en-contramos diante de uma contaminaçãoacidental das colônias pelas formas císti-cas primitivas do T. cruzi e formas delasderivadas, como suspeitou Silva 7 (1970/71) ao se referir a igual achado de Ce-risola e cols. 2 é assunto a esclarecer.

A leitura desses xenos exige do exami-nador, não apenas bom conhecimento, mastambém experiência e cuidadosa observa-ção de múltiplos campos microscópicos,para a identificação correta das formasepimastigotas do Trypanosoma e das for-mas epimastigotas da Blastocrithidia.

3.3 O encontro de tripanossomatídeomonogenético do gênero Blastocrithidia.no tubo intestinal de P. megistus, captu-rado numa casa desabitada, do Bairro

Santo Antonio — município de São Joãoda Boa Vista, reveste-se de significado,uma vez que demonstra a presença nocampo, entre nós, de triatomíneos para-sitados por tripanossomatídeos próprios deoutros insetos que, inadvertidamente, po-derão ser considerados como T. cruzi, senão forem tomadas as medidas aqui pre-conizadas ou equivalentes.

As Figuras 7 a 10 mostram o flageladoencontrado no P. megistus (n infa do 5.°estádio) que apresenta, supõe-se, aspectosmorfológicos algo diferentes do tripanos-somatídeo monogenético presente no inse-tário de Moji Guaçu.

As diferenças mais salientes, no caso,são: vacúolos menores, mais afastados donúcleo e em menor número. O citossomoé mais denso. As formas observadas apre-sentam maior comprimento e sua largura,na altura do núcleo, é também maior. Oflagelo nas medidas realizadas é menor.Este tripanossomatídeo, segundo dadoscomparativos contidos na Tabela 2, apre-senta biometria algo diferente da Blasto-crithidia triatomae, considerada como tala presente no insetário de Moji Guaçu.Tendo em vista essas diferenças, aventou-se a hipótese de se tratar de uma novaespécie.

No sentido de dar uma idéia quantita-tiva do significado desse achado, obser-ve-se o total de exemplares do P. megis-tus, capturados no campo e examinadosem Moji Guaçu. em 1972 (Tabela 3 ) .

4 . D I S C U S S Ã O

A explanação feita, retrata nossa expe-riência com exemplares de triatomíneosinfetados por tripanossomatídeos monoge-néticos e permitem as seguintes consi-derações:

4.1 No insetário de Moji Guaçu, fo-ram encontrados exemplares do T. i n f e s -tans, T. sordida, P. megistus e P. ligna-

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rius, naturalmente infetados por um tri-panossomatídeo monogenético semelhantea Blastocrithidia triatomae. Wallace 8

(1966) já chamara atenção para a pe-quena especificidade dos flagelados pró-prios dos insetos, sendo possível a ocor-rência de infecções cruzadas, até mesmo

entre exemplares pertencentes a ordenszoológicas diversas.

Entre os reduviideos hematófagos, in-fecções desse tipo, no campo, certamentesão raras. As possibilidades de contami-nação aumentam, no entanto, quando cer-to número de triatomíneos são mantidos

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em áreas restritas, junto a fontes de in-fecção, como pode ocorrer nos insetáriose/ou quando os repastos sanguíneos sãoespaçados, como ocorre com exemplaresusados nos xenodiagnósticos. Não sendoestrito o hematofagismo desses hemípteros,nas situações descritas e em outras equi-valentes, os triatomíneos tendem a pra-ticar a coprofagia e possivelmente o ca-nibalismo, o que evidentemente facilitao processo de contaminação.

4.2 Entre triatomíneos capturados nocampo foram encontrados exemplares na-

turalmente infetados por tripanossomatí-deos do gênero Blastocrithidia. Observa-mos o P. megistus e, posteriormente, emoutros laboratórios da SUCEN foram en-contrados exemplares do T. sordida, tam-bém infetados por flagelados do citado gê-nero (Tabela 4).

Embora tratando-se de achado ocasio-nal como mostra a Tabela 5 é inegávelque o mesmo apresenta implicações de im-portância prática.

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4.3 O exame microscópico, a fresco,do conteúdo intestinal dos triatomíneos, éinsuficiente para o correto reconhecimen-to dos flagelados por ventura presentes.Aconselha-se pois, a fixação do materialpara o adequado estudo e correta iden-tificação das formas observadas.

Aliás, Pessoa5 (1974), tendo em vistapossível confusão com o T. rangeli, cha-

ma atenção sobre a necessidade de umacorreta identificação do tripanossomatídeoobservado.

4.4 A presença de um flagelado mo-nogenético do gênero Blastocrithidia, emalgumas colônias do insetário de MojiGuaçu, não impediu até o momento, a uti-lização desses exemplares na realização dexenodiagnósticos em animais. As formas

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flageladas, detectadas nos exames, devemno entanto ser perfeitamente identificadas,o que se consegue através da coloraçãoe estudo do material fecal, inclusive ino-culação experimental.

4.5 A constatação de infecções mistas(Blastocrithidia e Trypanosoma) entre re-duzido número de triatomíneos, comnítida predominância do flagelado mo-nogenético sobre o digenético, podedecorrer, entre outros fatores da existên-cia de possível processo de competiçãoentre as espécies.

4.6 Vale ressaltar finalmente que Han-son e cols.3 (1968), já haviam chamadoa atenção dos pesquisadores para o fatode que tripanossomatídeos, não pertencen-tes ao gênero Trypanosoma, poderiam vira ser encontrados infetando triatomíneos,no campo, uma vez que essa possibilidadeficara demonstrada em condições de la-boratório.

5 . C O N C L U S Ã O

Entre exemplares de triatomíneos en-contrados no campo, constatou-se a pre-sença, no tubo intestinal, de formas flage-ladas pertencentes a tripanossomatídeosmonogenéticos, identificadas como sendodo gênero Blastocrithidia.

Embora em se tratando de achado oca-sional, sugere-se que medidas adequadasa melhor identificação dos flagelados se-jam tomadas, rotineiramente, quando setratar de exames realizados com exempla-res procedentes do campo.

A G R A D E C I M E N T O S

Aos senhores José de Campos Camargo,Antenor Nascimento Ferraz Filho e JoãoTeixeira da Cunha, pela colaboração pres-tada.

RSPU-B/341

ROCHA E SILVA, E. O. da et al. [Observations on some tripanosomatides fromgenus Blastocrithidia, naturally infecting triatomines in the laboratory andthe f i e l d . ] Rev. Saúde públ., S. Paulo, 11:87-96, 1977.

ABSTRACTS: In confirming the presence of tripanosomatides not belongingto the Trypanosoma genus in the triatomes' intestine induced SUCEN (Secre-taria da Saúde do Estado de São Paulo) to the routine staining of slidesof the collected material in the intestinal tube of bugs for the identificationof the flagellated shapes. The results obtained with the introduction of thistechnique and the first discovery of Panstrongy megistus and Triatoma sordida,in São Paulo, with natural infection, in the field, by trypanosomatides ofgenus Blastocrithidia are reported.

UNITERMS: American trypanosomiasis. Epidemiology. Blastocrithidia.Triatomids.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CARVALHO, A .L . de M. — Estudos so-bre a posição sistemática, a biologiae a transmissão de tripanossomatídeosencontrados em Zelus leucogrammus.Belo Horizonte, 1973. Tese de mes-trado. Univ. Fed. Minas Gerais, 1973.

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3. HANSON, L. W. et al. — Experimentalinfection of Triatoma infestans and

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Rhodnius prolixus with trypanosoma-tidae of the genera Crithidia andBlas tocr i th id ia . J. Protozool . , 15:314-49, 1968.

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5. PESSOA, S. B. & MARTINS, A. V. — Try-panosomidae — Gênero — T rypano-soma. Trypanosoma (Sch i s zo t r ipa-num) cruzi e Moléstia de Chagas.In: PESSOA, S.B. Parasi tologia mé-dica. 9.a ed. Rio de Janeiro, Gua-nabara Koogan, 1974. p. 141-84.

6. ROCHA E SILVA, E. O. da & AMARAL,A . D . F . do — Sobre o encontro deum parasita do gênero B l a s t o c r i t h i -

dia em exemplares de T. infestanscriados em colônias de laboratório:Nota prévia. Rev. paul. M e d . , S.Paulo, 78 :92, 1971.

7. SILVA, I . I . — Como las formas primi-tivas del Trypanosoma ( S c h i z o t r y p a -num) cruzi, fueron consideradas erró-neamente una nueva especie. Rev.Fac. M e d . Tucumán, 10:219-37, 1970/71.

8. WALLACE, F. G. — The Trypanosomatidparasites of insects and arachnids.Exp. Parasitol., 18:124-93, 1966.

Recebido para publicação em 08/09/1976Aprovado para publicação em 10/09/1976