Observativo18

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Chuva de Meteoros fotografada por David A. Harvey Chuva de meteoros Papa defende o batismo para... extraterrestres Pág. 2 Carta Celeste Pág. 3 Efemérides Astronômicas Pág. 2 Radiação Cósmica de Fundo em Microondas Pág. 4 Chuvas de meteoros são fenômenos periódicos, em que um grupo de meteoros (popularmente conhecidos por "estrelas cadentes"), são observados vindo de uma região do céu. Esses meteoros são causados pela en- trada de detritos na alta atmosfera, a mais de 100km de altura, com grandes velocidades, cerca de 40.000km/h. O material remanescente da poeira eje- tada por cometas com orbitas cruzadoras da orbita da Terra produz estes detritos. Periodicamente a Terra passa por este rastro de poeira, ocasionando o fenô- meno. A maior parte dos meteoros é produzida por partí- culas menores do que um grão de areia. Estas partícu- las, por serem muito pequenas, geralmente se desinte- gram e não atingem a superfície do planeta. Chuvas intensas e incomuns de meteoros são também chama- das de surtos ou tempestades de meteoros, nas quais são vistos mais de mil meteoros por hora. Para observar o fenômeno deve-se estar em um lu- gar escuro, longe da iluminação da cidade, e com am- pla visão do céu, sempre a olho nu. Não é necessário olhar em uma direção específica, no entanto, pode-se perceber que os meteoros provem de uma regiao no céu, denominada radiante. A melhor forma de obser- vação, portanto, é ficar deitado, de modo a olhar todo o céu, acomodando-se confortavelmente. continua pág. 02 José Miranda* nformativo do GOA #18 - Agosto 2014 - Departamento de Física - CCE - UFES www.astro.ufes.br Desenho ilustrativo de uma chuva de meteoros e sua relação com a passagem de um cometa

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Chuva de Meteoros fotografada por David A. Harvey

Chuva de meteoros

Papa defende o batismo para...extraterrestresPág.2

Carta CelestePág.3

Efemérides AstronômicasPág.2

Radiação Cósmica de Fundoem MicroondasPág.4

Chuvas de meteoros são fenômenos periódicos, emque um grupo de meteoros (popularmente conhecidospor "estrelas cadentes"), são observados vindo de umaregião do céu. Esses meteoros são causados pela en-trada de detritos na alta atmosfera, a mais de 100kmde altura, com grandes velocidades, cerca de40.000km/h. O material remanescente da poeira eje-tada por cometas com orbitas cruzadoras da orbita daTerra produz estes detritos. Periodicamente a Terrapassa por este rastro de poeira, ocasionando o fenô-meno.

A maior parte dos meteoros é produzida por partí-culas menores do que um grão de areia. Estas partícu-las, por serem muito pequenas, geralmente se desinte-

gram e não atingem a superfície do planeta. Chuvasintensas e incomuns de meteoros são também chama-das de surtos ou tempestades de meteoros, nas quaissão vistos mais de mil meteoros por hora.

Para observar o fenômeno deve-se estar em um lu-gar escuro, longe da iluminação da cidade, e com am-pla visão do céu, sempre a olho nu. Não é necessárioolhar em uma direção específica, no entanto, pode-seperceber que os meteoros provem de uma regiao nocéu, denominada radiante. A melhor forma de obser-vação, portanto, é ficar deitado, de modo a olhar todoo céu, acomodando-se confortavelmente.

continua pág. 02

José Miranda*

nformativo do GOA #18 - Agosto 2014 - Departamento de Física - CCE - UFES www.astro.ufes.br

Desenho ilustrativo de uma chuva de meteoros e sua relação coma passagem de um cometa

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FONTE: Almanaque Astronômico 2014 - CEAMIG e Stellarium.

Papa defende o batismo para... extraterrestresPapa defende o batismo para... extraterrestres

O Papa Francisco afirmou recentemente que toda agente pode ser batizada, incluindo extraterrestres,mesmo que eles sejam verdes, tenham um longo na-

Carlos Oliveira*

Informativo do GOA #18 agosto 2014

Efemérides Astronômicas

Expediente

Direito de Comparti lhar eAdaptar sob a mesma licença

(CC BY-NC-SA 2.5 BR)

Equipe GOA: Bolsistas: José Miranda., Priscilla Reges. Colaboradoras/es: Estevão PrezentinoSant'anna, Jonathan Janjacomo, Júlio Xavier Valle, Lya Lugon, Mário N. De Prá, Paula B. Zanotellie Sandro R. de Souza. Coordenação: Márcio Malacarne.Textos, projeto gráfico e diagramação: Equipe GOA. Revisão: Equipe GOA.Contatos: (+55 27) 4009 7664 www.astro.ufes.br - [email protected]. F. Ferrari, 514, Cep 29075910, Vitória-ES.

Este impresso foi criado usando programas livres: Debian Linux, Gimp, Stellarium, Scribus, Inkscape, OpenOffice. Tiragem: 2000 cópias.

TABELA 1 - As Chuvas de Meteoros Mais Importantes do Ano

riz, e tenham grandes orelhas.E continua o Papa: “Se amanhã, por exemplo, che-

gar uma expedição de marcianos e alguns deles nosprocurarem (…) e se um deles disser: ‘Eu quero serbatizado!’, o que acontece?”

Eu percebo o que ele quer dizer: ele quer uma Igrejainclusiva, que não exclua aqueles que querem ser bati-zados.

No entanto, mais uma vez, demonstrou uma fracacultura científica: será que ele vai começar a batizarcavalos, cobras, moscas e insetos? É óbvio que não.

No entanto, esses animais têm mais em comum co-nosco que extraterrestres. Além disto, os extraterres-tres serão sobretudo microorganismos (tal como naTerra, a maioria da vida é bacteriana). Não me pareceque o papa queria batizar microorganismos (…)*Astrônomo e educador científico, editor do Astropt.Continua: http://astropt.org

Em agosto temos a chuva Perseidas (entre 23 dejulho e 24 de agosto), cujo Radiante é na constelaçãodo Perseus.* Estudante de Engenharia e bolsista do GOA.

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FONTE: Almanaque Astronômico 2014 - CEAMIG e Stellarium.

Informativo do GOA #18 agosto 2014

Para boa parte do Brasil, esta carta representa a posição aproximada dosastros no céu nas seguintes datas:

Início de Agosto ~21hMeio de Agosto ~20hFinal de Agosto ~19h

Como usar a Carta Celeste

Para entender a carta, posicione-a sobre a cabeça e observe de baixo para cima, lendo as instruções no contorno.A linha azul (o Equador Celeste) representa o limite entre o Hemisferio Celeste Sul e o Hemisfério CelesteNorte, é a projeção da Linha do Equador terrestre no céu. Os nomes dos Astros estão com inicial maiúscula e osdas CONSTELAÇÕES em caixa alta. As principais estrelas das contelações ocidentais visíveis nesta carta estãounidas por linhas. A "grande mancha azul" é a Via Láctea, a nossa galáxia, que infelizmente não conseguimosvisualizar das cidades devido à poluição luminosa.

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Este mês temos mais uma Super Lua, dia 10. Isto é,a Lua Cheia no perigeo, mais próxima da Terra. Nomeio do mês temos o máximo da chuva demeteoros, a Perseidas. Também teremos maisuma ocultação de Saturno pela Lua, visível emvárias regiões do Brasil, no dia 31. Além dessesainda podemos observar os planetas Marte eSaturno, nebulosas e

aglomerados de estrelas no centro da Via Láctea.

Boas observações!

Editorial

Radiação Cósmica de Fundo emMicroondas

Informativo do GOA #18 agosto 2014

Há muito tempo que a humani-dade se questiona sobre a origem,estrutura e evolução do Universo.

A ciência que objetiva encontrarrespostas dessas questões é a deno-minada Cosmologia. Uma dasprincipais dificuldades ao estudaresta área, é romper os limites ob-servacionais uma vez que as esca-las de distância, tempo e energiaenvolvidas são enormes. Porém,isso vem sendo modificado devidoà aquisição de dados astronômicoscada vez mais precisos.

Atualmente, o modelo que pos-sui maior suporte observacional-conhecido como CDM- supõe,entre outras coisas, que Universoevoluiu a partir de um estado ex-tremamente quente e denso. Sobessas condições, haveria um mo-mento no passado em que toda amatéria e radiação existentes esta-riam unidas, formando um únicofluido, no qual todos os mecanis-mos que aconteciam na radiação

também interferiam na matéria evice-versa. Devido à uma expan-são contínua do Universo, a tem-peratura cai de forma que a maté-ria e radiação conseguiriam se se-parar. Em seguida, a matéria for-maria galáxias, estrelas, planetas, ea radiação se propagaria pelo espa-ço.

Essa radiação proposta, denomi-nada como Radiação Cósmica deFundo em Micro-ondas, foi detec-tada pela primeira vez em 1965 edesde então, suas propriedadesvem sendo descobertas e confirma-das por diversos instrumentos. Elaé a informação mais preciosa e an-tiga do Universo. Para se ter umaidéia, por exemplo, a luz do Sol vi-aja 8 minutos até chegar na Terra,a luz da estrela mais brilhante docéu noturno, Sírius, leva 8 anos. Jáos fótons dessa radiação, viajamquase 14 bilhões de anos até che-gar em nós. Desta forma, ela car-rega consigo informações de pro-

Mapa da flutuação na temperatura da Radiação Cósmica de Fundo detectada pelo satélite Planck em 2013. Fonte: ESA/NASA

cessos físicos que ocorreram antesde se desacoplar da matéria. Atra-vés de suas propriedades, é possí-vel por exemplo, estimar as quan-tidades dos principais ingredientesque compõem o Universo. Alémdisso, traz importantes informa-ções sobre o meio interestelar danossa Galáxia e de sistemas degrandes escalas em que ela passaaté chegar em nós, sendo seu estu-do então, relevante para Astrono-mia como um todo.* Mestranda em Astronomia no ON.

Gabriela Antunes*