O+conto+brasileiro

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O CONTO BRASILEIRO: O CONTO BRASILEIRO: ORIGEM E EVOLUÇÃO ORIGEM E EVOLUÇÃO

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O CONTO BRASILEIRO: O CONTO BRASILEIRO: ORIGEM E EVOLUÇÃOORIGEM E EVOLUÇÃO

Diferença entre o conto popular e Diferença entre o conto popular e o conto literárioo conto literário

POPULARPOPULAR• OralOral• Autoria indefinidaAutoria indefinida• Espaço indeterminadoEspaço indeterminado• Tempo indefinido (era uma vez)Tempo indefinido (era uma vez)• Personagens sem identificaçãoPersonagens sem identificação• Moral ingênuaMoral ingênua• Ordem do evento variadaOrdem do evento variada• Forma fixaForma fixa• Vários relatosVários relatos

LITERÁRIOLITERÁRIO• EscritoEscrito• Autoria definidaAutoria definida• Espaço determinadoEspaço determinado• Tempo definidoTempo definido• Personagens Personagens

identificadasidentificadas• Moral da épocaMoral da época• Forma variadaForma variada• Relato únicoRelato único

CONTO DA FASE ROMÂNTICACONTO DA FASE ROMÂNTICA1ª METADE DO SÉCULO XIX1ª METADE DO SÉCULO XIX

• Publicados nos jornaisPublicados nos jornais• Contos circunstanciaisContos circunstanciais• Forma tateante.Forma tateante.

Primeiros contos publicados no Primeiros contos publicados no BrasilBrasil

• A caixa e o tinteiro A caixa e o tinteiro – 1836 – 1836• Um sonhoUm sonho – 1836 – 1836 Autoria de Justiniano José da Rocha Autoria de Justiniano José da Rocha

(Herman Lima)(Herman Lima)

• O CronistaO Cronista – Napoleão Arantes – 1836 – Napoleão Arantes – 1836• Werner –Werner – Episódio da guerra de ArgelEpisódio da guerra de Argel – – 18361836 Autoria de Justiniano José da Rocha Autoria de Justiniano José da Rocha

(Barbosa (Barbosa Lima Sobrinho)Lima Sobrinho)

Primeiro Livro de ContosPrimeiro Livro de Contos

““As duas órfãs”As duas órfãs” – Norberto de Souza Silva –– Norberto de Souza Silva – 1841 1841

Segundo Edgar Cavalheiro este autor é o Segundo Edgar Cavalheiro este autor é o paipai do conto brasileiro.do conto brasileiro.

Evolução do Conto no Brasil.Evolução do Conto no Brasil.Fase do RomantismoFase do Romantismo

““Amâncio” Amâncio” Domingos Gonçalves de Magalhães - 1841Domingos Gonçalves de Magalhães - 1841““Romances e Novelas” Romances e Novelas” Norberto de Souza e Silva - 1852Norberto de Souza e Silva - 1852““Noite na Taverna” Noite na Taverna” Álvares de Azevedo - 1855Álvares de Azevedo - 1855““Três Tesouros Perdidos” Três Tesouros Perdidos” Machado de Assis - 1858Machado de Assis - 1858““Lendas e Romances” Lendas e Romances” Bernardo Guimarães - 1871Bernardo Guimarães - 1871““Histórias e Tradições da Província de Minas Gerais” Histórias e Tradições da Província de Minas Gerais” Bernardo Guimarães - 1872Bernardo Guimarães - 1872

O CONTO O CONTO REALISTAREALISTA

MACHADO DE ASSISMACHADO DE ASSIS

CONTOS CONTOS

PRIMEIRA FASEPRIMEIRA FASE• Contos Fluminenses (1870)Contos Fluminenses (1870)

• Histórias da Meia Noite (1873)Histórias da Meia Noite (1873)

SEGUNDA FASE SEGUNDA FASE • Papéis Avulsos (1882)Papéis Avulsos (1882)• Histórias sem Data (1884)Histórias sem Data (1884)• Várias Histórias (1896)Várias Histórias (1896)• Páginas Recolhidas (1899)Páginas Recolhidas (1899)

• Relíquias de Casa Velha (1906)Relíquias de Casa Velha (1906)

Características dos contos da Características dos contos da PRIMEIRA FASEPRIMEIRA FASE

• Sentimentalismo românticoSentimentalismo romântico• Contos longos e subdivididos em partesContos longos e subdivididos em partes• Elaborados em torno do diálogo de personagensElaborados em torno do diálogo de personagens• Contos subordinados a uma certa teatralidade epidérmica, no dizer de Contos subordinados a uma certa teatralidade epidérmica, no dizer de

Sônia Brayner, um teatro que se quer ficção.Sônia Brayner, um teatro que se quer ficção.• Apresentam-se como cenas, nas quais há a preocupação em manter certa Apresentam-se como cenas, nas quais há a preocupação em manter certa

unidade de espaço, de ação e de tempo.unidade de espaço, de ação e de tempo.• Trama amorosa: namoros, encontros, desencontros adultérios possíveis Trama amorosa: namoros, encontros, desencontros adultérios possíveis

mais condenados na perspectiva moralista do primeiro Machado.mais condenados na perspectiva moralista do primeiro Machado.• Projetam imagens de pessoas da classe média urbana e do espaço físico e Projetam imagens de pessoas da classe média urbana e do espaço físico e

social cariocas.social cariocas.• São contos ainda distantes da concisa, destreza comunicativa, variedade São contos ainda distantes da concisa, destreza comunicativa, variedade

formal e humour que são características dos contos da segunda fase. formal e humour que são características dos contos da segunda fase.

Características do conto de 2ª Características do conto de 2ª FASEFASE

• A presença de diálogos trazendo para o texto um tom A presença de diálogos trazendo para o texto um tom de oraliadade;de oraliadade;

• Acuidade psicológica;Acuidade psicológica;• Observação do comportamento humano;Observação do comportamento humano;• Perfeição do estilo;Perfeição do estilo;• Ironia, sarcasmo, niilismo, pessimismo e ceticismo;Ironia, sarcasmo, niilismo, pessimismo e ceticismo;• A hipocrisia (relação entre o ser e o parecer)A hipocrisia (relação entre o ser e o parecer)

A partir de 1880 os contos definem-se por A partir de 1880 os contos definem-se por certos padrões de execução formal e certos padrões de execução formal e

conteudistico, em que há:conteudistico, em que há:

1.1. Desenvolvimento minucioso de um flagrante objetivo, cuidadosamente narrado, Desenvolvimento minucioso de um flagrante objetivo, cuidadosamente narrado, dividido em partes com cronologia seqüencial, submetido a uma lógica de ação dividido em partes com cronologia seqüencial, submetido a uma lógica de ação na dependência da estrutura interna do personagem. Ex: Noite de na dependência da estrutura interna do personagem. Ex: Noite de Almirante.Almirante.

2.2. Exploração de acontecimentos plausíveis, acrescidos de boa dosagem de Exploração de acontecimentos plausíveis, acrescidos de boa dosagem de exceção de fantástico, que finalizam de forma inusitada. Ex: O Espelho.exceção de fantástico, que finalizam de forma inusitada. Ex: O Espelho.

3.3. Deslocamento na ação para fixação de uma atmosfera intersubjetiva, na qual a Deslocamento na ação para fixação de uma atmosfera intersubjetiva, na qual a máxima ambigüidade da palavra é elemento primordial de construção ficcional. máxima ambigüidade da palavra é elemento primordial de construção ficcional. Ex: Missa do Galo.Ex: Missa do Galo.

4.4. Adoção de formas literárias tradicionais como o apólogo, o diálogo, a fábula, ou Adoção de formas literárias tradicionais como o apólogo, o diálogo, a fábula, ou apropriação parodística de textos representativos de um comportamento apropriação parodística de textos representativos de um comportamento estilistico/intelectual que passa a ter seu significado duplicado com o emprego estilistico/intelectual que passa a ter seu significado duplicado com o emprego da ironia premeditada e dialogizante. Ex: Sereníssima República.da ironia premeditada e dialogizante. Ex: Sereníssima República.

(Sônia Brayner)(Sônia Brayner)

Quanto à estrutura, temos três atitudes Quanto à estrutura, temos três atitudes próprias aos contos de M. de Assis, são elas:próprias aos contos de M. de Assis, são elas:

a)a) Dramática (diálogo subordina o relato) – método Dramática (diálogo subordina o relato) – método dramático de apresentação direta. Ex: Lágrimas dramático de apresentação direta. Ex: Lágrimas de Xerxes, Viver, O Anel de Polícrates.de Xerxes, Viver, O Anel de Polícrates.

b)b) Narrativa (a narrativa subordina o diálogo) – Narrativa (a narrativa subordina o diálogo) – amplo uso do diálogo. Ex: Noite de Almirante, amplo uso do diálogo. Ex: Noite de Almirante, Missa do Galo.Missa do Galo.

c)c) Narrativa de ponto de vista em primeira pessoa, Narrativa de ponto de vista em primeira pessoa, restrito e autobiográfico (ausência de diálogo). restrito e autobiográfico (ausência de diálogo). Ex: Último Capítulo.Ex: Último Capítulo.

d)d) Fusão da atitude dramática com a narrativa. Fusão da atitude dramática com a narrativa. Ex: O Espelho.Ex: O Espelho.

Quanto a freqüência no uso Quanto a freqüência no uso do diálogo tem-se três tipos do diálogo tem-se três tipos

de contos:de contos:1.Completamente dialogados 1.Completamente dialogados

(Apagamento, diluição e ausência de narrador) (Apagamento, diluição e ausência de narrador) Ex: Teoria do Medalhão. Viver, Lágrimas de Xerxes, O anel de Ex: Teoria do Medalhão. Viver, Lágrimas de Xerxes, O anel de

Policrates, Singular Ocorrência, A Desejada da Gentes.Policrates, Singular Ocorrência, A Desejada da Gentes.2.Predominantemente dialogados2.Predominantemente dialogados

((Atenuação da presença do narrador-contextualizador).Atenuação da presença do narrador-contextualizador).

Ex: Missa do Galo, Noite de Almirante, Capítulo dos Chapéus, Ex: Missa do Galo, Noite de Almirante, Capítulo dos Chapéus, A Cartomante, Igreja do Diabo, Conto de Escola.A Cartomante, Igreja do Diabo, Conto de Escola.

3.Quase com inexistência de diálogos3.Quase com inexistência de diálogos (Presença constante do narrador) .(Presença constante do narrador) .

Ex: Último capítulo, O Lapso, Primas de Sapucaia.Ex: Último capítulo, O Lapso, Primas de Sapucaia.

CONTO PRÉ-MODERNOCONTO PRÉ-MODERNO

Principais autoresPrincipais autores• Simões Lopes Neto – Simões Lopes Neto – “Contos Gauchescos”“Contos Gauchescos”• Monteiro Lobato – Monteiro Lobato – “Urupês”“Urupês”• Coelho Neto – Coelho Neto – “A bico de Pena”“A bico de Pena”• Lima Barreto – Lima Barreto – “A Nova Califórnia”“A Nova Califórnia”• Hugo de Carvalho –Hugo de Carvalho –”Tropas de Boiadas””Tropas de Boiadas”• Adelino Magalhães – Adelino Magalhães – “Casos e Impressões”“Casos e Impressões”• Alcides Maia – Alcides Maia – “Tapera”“Tapera”

CONTO CONTO MODERNO 1922MODERNO 1922

O conto Brasileiro Contemporâneo Segundo O conto Brasileiro Contemporâneo Segundo Antônio HohlfeldtAntônio Hohlfeldt

CLASSIFICAÇÃO:CLASSIFICAÇÃO:

1.1. O conto Rural – ambientação é o campo.O conto Rural – ambientação é o campo. Ex: Medo, Flor e Solidão.Ex: Medo, Flor e Solidão.2.2. O conto Alegórico – Foge da lógica O conto Alegórico – Foge da lógica

cotidiana, narrativa de situações absurdas. cotidiana, narrativa de situações absurdas. Ex: A Menina de Lá.Ex: A Menina de Lá.3.3. O conto Psicológico – prende-se a O conto Psicológico – prende-se a

interioridade da personagem. interioridade da personagem. Ex: Feliz Aniversário.Ex: Feliz Aniversário.

O conto Brasileiro Contemporâneo Segundo O conto Brasileiro Contemporâneo Segundo Antônio HohlfeldtAntônio Hohlfeldt

CLASSIFICAÇÃO:CLASSIFICAÇÃO:4.4. O Conto de Atmosfera – Parece com o O Conto de Atmosfera – Parece com o

psicológico, mas as personagens não são o psicológico, mas as personagens não são o cerne do conto. Este prende-se a uma aura, um cerne do conto. Este prende-se a uma aura, um clima que envolve a narrativa. A atmosfera clima que envolve a narrativa. A atmosfera envolve a personagem. EX:Natal na Barca.envolve a personagem. EX:Natal na Barca.

5.5. O conto de Costumes – Revela hábitos de um O conto de Costumes – Revela hábitos de um momento histórico. Ex: O Exterminador.momento histórico. Ex: O Exterminador.

6.6. O conto Sócio-Documental –Espaço Urbano e O conto Sócio-Documental –Espaço Urbano e tema social. Ex: Inácio da Diná.tema social. Ex: Inácio da Diná.