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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS OCORRÊNCIA DE NEOPLASIAS EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFMT Matias Bassinello Stocco CUIABÁ MT 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

OCORRÊNCIA DE NEOPLASIAS EM CÃES ATENDIDOS NO

HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFMT

Matias Bassinello Stocco

CUIABÁ – MT

2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

OCORRÊNCIA DE NEOPLASIAS EM CÃES ATENDIDOS NO

HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFMT

Autor: Matias Bassinello Stocco

Orientador: Prof. Dr. Roberto Lopes de Souza

Co-Orientador: Prof. Dr. Edson Moleta Colodel

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, área de concentração: Clínica Cirúrgica, da Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso para obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias.

CUIABÁ – MT

2015

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367 - Boa Esperança - Cep: 78060900 -CUIABÁ/MT

Tel : +55 65 3615-8627 - Email : [email protected]

FOLHA DE APROVAÇÃO

TÍTULO : "Ocorrência de neoplasias em cães atendidos no HOVET da UFMT"

AUTOR : Mestrando Matias Bassinello Stocco

Dissertação defendida e aprovada em 13/03/2015.

Composição da Banca Examinadora:

_____________________________________________________________________________

____________

Presidente Banca / Orientador Doutor(a) Roberto Lopes de Souza

Instituição : UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Examinador Interno Doutor(a) Caroline Argenta Pescador

Instituição : UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Examinador Externo Doutor(a) Gentil Ferreira Gonçalves

Instituição : UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Examinador Suplente Doutor(a) Fernando Henrique Furlan Gouvêa

Instituição : UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CUIABÁ,13/03/2015.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos em que algum momento, lugar ou circunstância,

colaboraram de maneira direta e indireta, para a execução deste projeto.

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EPÍGRAFE

“Eu prefiro morrer do que perder a vida”

(Chaves)

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RESUMO

OCORRÊNCIA DE NEOPLASIAS EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL

VETERINÁRIO DA UFMT

Dada a importância crescente dos casos de oncologia na clínica veterinária

de animais de companhia e a atenção que, cada vez mais, os proprietários dedicam

aos seus animais, as doenças neoplásicas têm sido registradas como tendo

expressão crescente. Este estudo tem como objetivo principal estabelecer a

prevalência de neoplasias observadas em cães atendidos no Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foram avaliados 399 cães no

período de abril 2013 a abril 2014, com um total de 470 exames histopatológicos e

citológicos, obtendo um total de 524 resultados. Dados como raça, sexo, idade e

localização das neoplasias foram obtidos. As neoplasias foram observadas com

maior incidência no abdômen (135;34%), seguida da região genital (106;27%),

cabeça (41;10%), generalizado (33;8%), tórax (31;8%), pescoço (23;6%) membro

torácico (14;3%), membro pélvico (12,3%) e região perianal (4;1%)Dos 524

resultados avaliados 300(57%) se apresentaram como tumores malignos e

150(29%) como tumores benignos e 74(14%) se apresentaram como alterações não

neoplásicas. Dentre os tumores malignos, o TVT (81;27%) foi o tumor mais

prevalente e dentre os benignos, adenoma (31;19%).

Palavras-Chave: Tumor. Cachorro. Incidência. Neoplasma.

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ABSTRACT

THE OCCURRENCE OF NEOPLASIAS IN DOGS IN THE VETERINARY

HOSPITAL FROM UFMT

Given the growing importance of the cases of oncology in veterinary clinic of

small animals and the increasing owners’ care dedicated to their animals, neoplastic

diseases have been recorded as having increased expression. This study aims to

establish the occurrence of malignancies observed in dogs treated at the Veterinary

Hospital of the Federal University of Mato Grosso (UFMT). 399 dogs were evaluated

from April 2013 to April 2014, with a total of 470 histological and cytological

examinations, obtaining a total of 524 results. Data such as race, gender, age and

location of the tumors were obtained. The neoplasms were viewed with greater

incidence in the abdomen (135; 34%), followed by genital region (106; 27%), head

(41; 10%), general (33, 8%), chest (31; 8%) neck (23; 6%) forelimb (14; 3%), pelvic

limb (12.3%) and perianal region (4; 1%). 524 results evaluated (300; 57%) had

malignant tumors 150 (29%) and benign tumors and 74 (14%) had non-neoplastic

changes. Among the malignant tumors, TVT (81; 27%) was the most prevalent tumor

and from the benign, was the adenoma (31; 19%).

Keywords: Tumor. Dog. Incidence. Neoplasm.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Avaliação neoplásica cutânea após tricotomia, no momento da consulta. 22

Figura 2. Avaliação neoplásica, no momento do exame radiográfico. 26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico1 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Sexo. (N=399). 27 Gráfico 2 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Idade. (N=399)?* Idade não informada. 27

Gráfico 3 - Incidência de tumores em cães atendidos, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Raça. (N=399. 28 Gráfico 4 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Tempo de surgimento da neoplasia. (N=399). 28 Gráfico 5 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Velocidade de crescimento neoplásico. (N=399). 29 Gráfico 6 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Uso de anticoncepcional injetável. (N=273). 29 Gráfico 7 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença ou ausência de pseudogestação. (N=273). 30 Gráfico 8 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Alimentação. (N=399). 30 Gráfico 9 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Castração. (N=399). 31 Gráfico 10 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Quantidade de nódulos neoplásicos (N=399). 31 Gráfico 11 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Tamanho das neoplasias (N=399). 32 Gráfico 12 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Localização das neoplasias (N=399). 32 Gráfico 13 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença de neoplasia ulcerada (N=399). 33 Gráfico 14 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença de neoplasias com secreção (N=399). 33 Gráfico 15 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mat o Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Aumento de linfonodo (N=399). 34 Gráfico 16 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença de metástase (N=399). 34

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Gráfico 17 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Relação entre malignos e benignos (N=399). 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação do estadiamento clínico das neoplasias em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. 22 Tabela 2- Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Resultado alterações não neoplásicas (N=524). 35

Tabela 3 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Resultado maligno (N=524). 36 Tabela 4 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Resultado benigno (N=524). 37

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ÍNDICE DE ABREVIATURAS E DE SIMBOLOS

% - Percentagem

µm – Micrometro

CAAF – Citologia Aspirativa por Agulha Fina

CEUA – Comitê de Ética e Uso Animal

Cm – Centímetro

DNA – Ácido desoxirribonucléico

Dr° – Doutor

EDTA – Ácido etilenodiaminotetracético

HE – Hematoxilina-Eosina

HOVET – Hospital Veterinário

LPV – Laboratório de Patologia Clínica

M – Metástase

mg- Miligrama

MPA – Medicação Pré Anestésica

MT – Mato Grosso

N – Número

OMS – Organização Mundial da Saúde

OMS- AFIP – Organização Mundial da Saúde – Armed Forces Institute of Pathology

SBCAL – Sociedade Brasileira de Ciências em Animais de Laboratório

SRD – Sem Raça Definida

T – Tamanho da massa neoplásica

T1 – Tamanho até 3 cm

T2 – Tamanho de 3-5 cm

T3 – Tamanho maior que 5 cm

TNM - Classification of Malignant Tumours

TVT – Tumor Venéreo Transmissível

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 14

2. REVISÃO DE LITERATURA 16

2.1 Etiologia 16

2.2 Aspectos epidemiológicos 17

2.3 Sinais clínicos 18

2.4 Diagnóstico 18

2.5 Características neoplásicas 19

2.6 Tratamento 19

3. MATERIAL E MÉTODOS 21

3.1 Aspectos Éticos 23

3.2 Animais 24

3.2.1 Avaliação para inclusão no projeto 24

3.3 Avaliações neoplásicas 24

3.4 Anestesia 25

3.5 Procedimentos cirúrgicos 25

3.6 Estatística 26

4. RESULTADOS 27

5. DISCUSSÃO 38

5.1 Sexo 38

5.2 Idade 39

5.3 Raça 40

5.4 Início da neoplasia 41

5.5 Velocidade de crescimento 42

5.6 Uso de anticoncepcional 42

5.7 Pseudociese 43

5.8 Alterações no ciclo - estral 44

5.9 Alimentação 44

5.10 Castração 46

5.11 Número de neoplasias em cada animal 46

5.12 Tamanho das neoplasias 48

5.13 Localização 49

5.14 Ulceração 50

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5.15 Secreção 51

5.16 Envolvimento de linfonodo 51

5.17 Metástase 52

5.18 Maligno Vs Benigno 53

6. CONCLUSÃO 55

7. REFERÊNCIAS 56

8. APÊNDICE A - ARTIGO CIÊNTIFICO 64

9. APÊNDICE B – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO 79

10. APÊNDICE C – WEBQUALIS 80

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente os animais de estimação estão sendo tratados de uma forma

diferente de alguns anos atrás, com uma maior preocupação dos donos a respeito

da saúde de seu animal assim como a qualidade de vida dos mesmos. Aumentando

com isso a quantidade dos atendimentos veterinários e conseqüentemente o número

de exames, entre eles os histopatológicos. Atualmente a oncologia é uma das

especialidades veterinárias com maior crescimento (SOUZA et al.,2006).

A crescente incidência das afecções neoplásicas em cães tem sido atribuída

às melhores condições nutricionais e sanitárias dos animais refletindo de forma

positiva na qualidade de vida e nos avanços de métodos de diagnóstico mais

eficientes e protocolos terapêuticos cada vez mais específicos (WITHROW &

MACEWEN, 2006). O câncer tem sido apontado como uma das principais causas de

morte em animais domésticos (BONNETT et al., 1997).

As neoplasias afetam com mais freqüência animais de determinada idade,

raça e sexo, o que de certa forma contribui no auxílio ao diagnóstico correto. Apesar

de estudos apontarem o câncer como sendo uma doença de animais idosos, há

relatos de desenvolvimento de neoplasias malignas em cães de dois meses de

idade (STURION et al., 1997). Em relação à raça, foi constatado que os

mastocitomas envolvem principalmente os cães braquicefálicos, enquanto que os

tumores ósseos são mais freqüentes em raças grandes e gigantes (GILSON &

PAGE, 1998). Quanto ao sexo, Mendes et al. (2007) observaram maior prevalência

de tumores cutâneos em fêmeas, quando comparadas aos machos.

A pele é o principal local onde ocorre à formação das neoplasias com 67,6%,

seguido das glândulas mamárias aonde a ocorrência chega a ser de 15,1% dos

casos (DE NARDI et al., 2002; SOUZA et al., 2006; CARDOSO et al., 2013). Uma

avaliação clinica no início da detecção do problema é de fundamental importância

pra uma melhor sobrevida destes animais, já que tumores menores que três

centímetros apresentam uma menor chance de serem malignos (TORIBIO et al.,

2012).

Apesar dos avanços recentes no uso da radioterapia e da quimioterapia em

medicina veterinária, o método de tratamento ainda mais utilizado é o procedimento

cirúrgico (BOOTHE, 1996). A intervenção cirúrgica associada à quimioterapia

rotineira é a modalidade terapêutica mais indicada para o tratamento das neoplasias

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(OLIVEIRA et al., 2007). Atualmente, a quimioterapia mais utilizada é no tratamento

de Tumor Venéreo Transmissível canino (TVT), a cura dos pacientes é estimada em

90% dos casos (SILVA et al. 2007; RIBEIRO & ZAPPA, 2008), com poucos efeitos

colaterais (SOUSA et al., 2000).

As características histológicas de cada neoplasia como: morfologia, grau de

diferenciação, invasão tecidual com comprometimento ou não do linfonodo sentinela

e metástases, permitem prever o comportamento biológico da mesma, sendo isto

essencial para o prognóstico e para instituir uma intervenção terapêutica adequada

ao animal (DAHROUG et al., 2007; ANGELIM & COELHO, 2012).

A necessidade de estudos retrospectivos, quanto a uma doença ou grupo de

doenças é de fundamental importância para a medicina veterinária, já que é a partir

destes estudos que é possível obter dados importantes para se poder afirmar com

clareza sobre determinada afecção (SOUZA et al., 2006).

O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência dos casos de neoplasias em

cães atendidos no hospital veterinário da UFMT no período de Abril de 2013 a Abril

de 2014, e estabelecer a prevalência das características histopatológicas das

neoplasias gerais, comparando o comportamento clínico com a histogênese.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Atualmente a oncologia vem tendo um aumento de casos e já responde por

grande parte dos óbitos dos animais de companhia (SOUZA et al., 2006). Vários

fatores influenciaram este crescente número de casos, entre eles a melhoria na

alimentação e as vacinas, que contribuem para um aumento na expectativa de vida

dos animais (DE NARDI et al., 2002). Um estudo realizado em São Paulo

demonstrou que as neoplasias foram a segunda maior causa de morte em cães na

região metropolitana de São Paulo (BENTUBO et al., 2007). As neoplasias foram

apontadas como principal causa dos problemas de pele nos cães (ROCHA e SILVA

et al., 2011).

Cada vez mais os proprietários estão cientes da existência de tratamentos

para cães com neoplasias, sendo assim investem mais recursos para a tentativa do

tratamento e com isso obter uma melhora na qualidade de vida do animal, já que

hoje o envolvimento emocional entre cão e proprietário está muito maior que alguns

anos atrás (ANDRADE, 2008). Um estudo demonstrou que de 1964 a 2003 ocorreu

um aumento de aproximadamente 19 vezes o número de material enviado para

exames histopatológicos, ressaltando o interesse do proprietário no bem estar do

seu animal (SOUZA et al., 2006). Mesmo com esse aumento do interesse do

proprietário, muitas vezes o exame anatomopatológico é negligenciado pelo medico

veterinário (HORTA et al., 2012).

As neoplasias apresentam características específicas de acordo com raça,

sexo e idade dos animais (DE NARDI et al., 2002). Como nos cães das raças Boxer

e Pastor Alemão com altas taxas de mastocitomas (SANTOS et al., 2013). Os

tumores mamários correspondem a aproximadamente 50% de todos os tumores em

cães (QUEIROGA & LOPES, 2002).

2.1 Etiologia

Na oncogênese há envolvimento de fatores genéticos. A perda da função de

genes supressores de tumores, como o gene p53, resulta na acumulação de danos

genéticos que conduz ao crescimento de células malignas (DHAYGUDE, 2006).

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Anomalias no DNA nuclear são encontradas em número superior em neoplasias

malignas (MISDORP, 2002).

Nos tumores de mama, idade e exposição a hormônios são importantes

fatores de risco (SORENMO et al., 2010). Os estrógenos induzem à proliferação do

tecido mamário, aumentando a probabilidade de uma mutação errante (DICKON &

STANCEL, 1999). Também há influência da progesterona e do hormônio de

crescimento (RUTTEMAN et al., 2001). A prolactina também pode ser envolvida,

devido à sensibilização do tecido mamário aos estrógenos (FONSECA & DALECK,

2000), deste modo, cadelas com pseudociese superior a três episódios apresentam

uma maior probabilidade de vir a desenvolver tumores de mama (VERSTEGEN &

ONCLIN, 2003). A pele é o principal foco de neoplasias nos animais domésticos,

representando até 67,6% das ocorrências (SANTOS et al., 2013).

A faixa etária mais acometida é a de cães idosos, devido à maior

probabilidade de um cão mais velho desenvolver mutações aberrantes e de este

apresentar um sistema imune mais deficiente em combater e eliminar as células

resultantes (KITCHELL & DERVISIS, 2010). Cadelas de médio a grande porte

aparentam apresentar uma prevalência maior de neoplasias malignas quando

comparadas às de pequeno porte (ITOH et al., 2005). Sakuma et al. (2003) citaram a

ocorrência de neoplasia cutânea em um cão de 4 meses.

Fatores nutricionais como obesidade e dietas ricas em gordura, podem

influenciar no desenvolvimento dos tumores mamários (MISDORP, 2002).

Herbívoros apresentam menor incidência de tumores quando comparados aos

carnívoros, sugerindo que dietas à base de fibras vegetais e pobre em gordura é

benéfica (MUNSON & MORESCO, 2007).

Entre as varias apresentações neoplásicas as que se destacam no critério

malignidade em ocorrência é o adenocarcinoma e entre os benignos o adenoma

(SANTOS et al., 2013) corroborando com Filgueira et al. (2005), onde o tumor

maligno de maior freqüência foi o adenocarcinoma.

Muitas vezes as neoplasias poderiam ser evitadas com práticas simples, mais

que o veterinário deve esclarecer ao proprietário, como: a castração, alimentação

adequada, exposição solar, entre outros fatores reduzem as chances de o animal vir

a ter esse problema (DE NARDI et al., 2002).

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2.2 Aspectos epidemiológicos

Com relação à prevalência, linfoma é uma doença de elevada ocorrência e é

uma das mais tratadas (HOSKINS, 2001). Animais não castrados têm maiores

chances de serem portadores de TVT que os castrados (DE NARDI et al., 2002),

sendo o tumor com maior prevalência nos órgãos reprodutores em cães (SANTOS et

al., 2013). Com relação ao hemangiossarcoma, cães idosos e da raça Pastor

Alemão possuem maior risco para a ocorrência deste (FLORES et al., 2012).

2.3 Sinais clínicos

Os sinais clínicos são extremamente variáveis, podendo se apresentar como

nódulos cutâneos simples, múltiplos, ulcerados, firmes ou flutuantes. Sinais clínicos

secundários ao tipo tumoral, mas em geral, pode apresentar: hiporexia, perda de

peso e apatia (CAPUA et al., 2011), tosse (FERIAN et al., 2006), ou por obstrução

de vasos sanguíneos ou linfáticos, podem ocorrer edemas, encontrados comumente

em casos de linfoma (CARDOSO et al., 2004). Dispnéia, linfomegalia, e nódulos

cutâneos (SANTOS et al., 2013). Aumento de volume (SANTOS et al., 2013). Outros

sinais podem ser polidpsia, poliúria, anorexia, atrofia muscular e hepatomegalia

(JARK et al., 2011), assim como vômitos, redução no apetite e prostração

(NEUWALD et al., 2014). Outros achados podem confundir ainda mais o diagnóstico

como: fraqueza de membros, tetraparesia, incoordenação (RODIGHERI et al., 2008).

2.4 Diagnóstico

A anamnese é um fator muito relevante na determinação da etiologia das

neoplasias, e que para muitos veterinários passa sem muita atenção. Uma consulta

com um filhote pode ter muita significância na redução deste problema, pois o

proprietário pode ser alertado de como prevenir ou reduzir as chances de seu animal

ter um problema oncológico. Já que o veterinário pode explicar a importância da

castração antes do primeiro ciclo estral, alimentação balanceada a fim de minimizar

esta ocorrência (DE NARDI et al., 2002).

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Os exames complementares são de fundamental importância para um

diagnóstico preciso, No Brasil isso ainda é restrito, ficando somente na avaliação

clínica e no exame radiográfico, que deve ter uma avaliação bem criteriosa já que os

sinais apresentados podem facilmente serem confundidos com infecções atípicas,

pneumonia fúngica e parasitoses; a citologia é outra ferramenta de grande

importância e de baixo custo (FERIAN et al., 2006). Outro exame ainda pouco

explorado é a dosagem de cálcio, já que muitos tipos tumorais tendem a causar uma

hipercalcemia, antes dos sinais clínicos comumente observados (JARK et al., 2011).

Variados tipos neoplásicos podem causar diversas alterações hemostáticas, sendo

estes ainda pouco estudados e diagnosticados nos cães (VITAL et al., 2014).

As alterações hematológicas podem ocorrer em decorrência da ação do tumor

nos órgãos envolvidos e/ou de síndromes paraneoplásicas (KRUTH & CARTER,

1990). Com relação à hematologia, as alterações encontradas são muito variadas e

dependem do tipo de tumor. Nos casos de linfoma, a anemia é a anormalidade mais

comum, e pode influenciar no prognóstico (MADEWELL & FELDMANN, 1980; VAIL

& YOUNG, 2007). Em se tratando de tumores em específico, o diagnóstico de

hemangiossarcoma em cães pode ser obtido através de imunohistoquímica com

anticorpo anti-fator de Von Willebrand, que nesses casos é invariavelmente positiva

(FLORES et al., 2012).

2.5 Características neoplásicas

O hemangiossarcoma pode ser classificado de acordo com sua localização

em solitário, metastático ou multicêntrico. Os órgãos mais freqüentemente

acometidos foram baço, pulmão, fígado, peritônio, rim, encéfalo, pleura e coração

segundo Flores et al. (2012), sendo o baço descrito como mais acometido também

por outros autores (SABATTINI & BETTINI, 2009).

2.6 Tratamento

Trapp et al. (2010) demonstraram que as neoplasias são responsáveis por

10% das mortes dos cães. Sendo a terceira causa mais freqüente de óbitos em

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cães, com idade média de 10,5 anos aproximadamente, sendo que os neoplasmas

mamários representam 40,9% destes. Nos pacientes onde o tratamento cirúrgico foi

realizado, foi respeitado os princípios da oncologia veterinária com amplas margens

de segurança quando possível, e todas as amostras coletadas foram identificadas e

encaminhadas para o laboratório de patologia veterinária (LPV) para avaliação

histológica, para obtenção do diagnóstico definitivo (DE NARDI et al., 2002). Para o

tratamento, fatores que devem ser levados em consideração são a condição clínica

e o estágio da doença no momento do diagnóstico. Em casos de linfoma, a

quimioterapia pode levar a remissão completa em 60 a 90% dos casos (VAIL &

YOUNG, 2007). Muitas vezes o estado avançado da doença, no caso linfoma, é um

fator limitante no tratamento com quimioterápicos (CARDOSO et al., 2003).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo prospectivo de casos de alterações neoplásicas

visualizadas em diversos órgãos e tecidos de cães provenientes da região

metropolitana de Cuiabá atendidos no setor clínico-cirúrgico no hospital veterinário

da UFMT no período de abril 2013 a abril de 2014.

Durante os atendimentos clínicos, foi colhido sangue para realização de

hemograma completo e exames bioquímicos, por meio da venopunção da jugular

externa. As amostras foram acondicionadas em tubos com anticoagulante ácido e

tilenodiaminotetracético (EDTA), e tubos sem anticoagulantes pra os exames

bioquímicos, as análises foram realizadas no Laboratório de Patologia Clínica

Veterinária da Universidade Federal do Mato-Grosso (UFMT). Os cães com

diagnóstico indicativo de neoplasia foram encaminhados para avaliação, sendo uma

ficha clínica preenchida. Nesta ficha, informações sobre anamnese, exame físico, e

dados específicos sobre a lesão neoplásica (sexo, idade, raça, inicio do surgimento

neoplásico, velocidade de crescimento, uso de anticoncepcional, pseudogestação,

ciclo estral, tipo de alimentação, castração, número de neoplasias, tamanho das

neoplasias, localização, presença de úlcera, presença de secreção, envolvimento

com linfonodo, metástase, ralação malignidade versus benignidade) foram coletados

e compilados em uma planilha sendo efetuada a analise estatística descritiva.

Adicionalmente, a localização anatômica da neoplasia foi categorizada em: cabeça,

pescoço, tórax, abdômen, membro torácico, membro pélvico, períneo, genitais e

generalizado de acordo com Souza et al. (2006).

Foram consideradas como neoplasias todas as alterações de crescimento,

podendo ser estes, neoplasias malignas, benignas ou alterações não neoplásicas

como, hiperplasias, cistos entre outros (OLIVEIRA FILHO et al., 2010).

O estadiamento clínico foi realizado, com base nos parâmetros do sistema

TMN (modificado de OWEN, 1980), avaliando o tamanho das neoplasias (T), se

ocorre envolvimento de linfonodo regional (N) e presença de metástase a distancia

(M). Quando o animal avaliado apresentava mais de uma neoplasia foi considerada

sempre a neoplasia de maior tamanho. Em ralação a avaliação dos linfonodos era

sempre realizada a palpação no exame físico do animal, sendo observado no

momento cirúrgico e dependendo do quadro o mesmo poderia ou não ser retirado.

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Em relação à avaliação das neoplasias todos os animais passaram por uma

avaliação geral, onde todas as neoplasias foram avaliadas quanto a número

existente, tamanho e localização, assim como a avaliação macroscópica dos

linfonodos. Para averiguar do tamanho dos tumores, foi utilizado o sistema TNM

proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) onde os tumores foram

agrupados em 3 classificaçõesT1: menor que 3 cm, T2: tumores com 3 a 5 cm, T3:

tumores maiores que 5 cm (OLIVEIRA FILHO et al., 2010).

Tabela 1 – Classificação do estadiamento clínico de neoplasias em cães

Estadiamento Apresentação Tumoral

I

T1, N0,M0 T1: Tumor <3cm II

T2,N0,M0

T2: Tumor entre 3 e 5 cm

III

T3,N0,M0

T3: Tumor > 5 cm IV

Qualquer T, N1, M0 N1: lnfonodo regional com envolvimento neoplásico

V Qualquer T, Qualquer N, M1 M1: presença de metástase à distância

T= tumor

N= linfonodo regional M= metástase

Quando um animal apresentava mais de uma neoplasia e estas pertenciam à

mesma classificação histológica foi denominado multicêntrico, já quando o animal

apresentava mais de uma neoplasia com classificação histológica diferente, estes

foram incluídos no levantamento mais de uma vez, sendo que se esse animal

possuia uma neoplasia benigna e uma maligna ele foi contabilizado como sendo

maligno. O número maior de resultados que de animais também pode ser explicado

pelo uso inicial da citologia para identificação da neoplasia, sendo que muitas vezes

o resultado foi inconclusivo devido à baixa celularidade encontrada ou excesso de

sangue na lâmina, resultando ou em repetição do exame ou substituição por coleta

de material para a histologia (ZUCCARI et al., 2001).

Figura 1. Avaliação neoplásica cutânea após tricotomia, no momento da consulta. Fonte: Arquivo pessoal.

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Para citologia foram realizados dois tipos de coleta. Sendo uma citologia

aspirativa por agulha fina (CAAF), com agulha (25x6) e seringa de 10ml, com o

aspirado distribuído em lâminas de vidro, obtendo com isso o esfregaço do material

para posterior coloração da lâmina. E o segundo Imprint onde apenas a lamina de

vidro foi pressionada contra a região a ser avaliada para que as células fiquem

aderidas a lamina podendo ser visualizadas na microscopia.

A retirada cirúrgica do tecido neoplásico foi realizada conforme o preconizado

por (COSTA-CASAGRANDE et al., 2008). Sendo feita a excisão da neoplasia com

margem de segurança de 2 a 3 cm ao redor a área afetada (SAKUMA et al., 2003).

Sendo encaminhado em formol a 10% ao laboratório de patologia e processado

segundo a técnica histológica de rotina e corado pela coloração de hematoxilina e

eosina (HE) (BEHMER et al., 1976).

A quantidade de amostras foi maior que a quantidade de animais, pelo fato de

que alguns animais apresentaram mais de um nódulo. Ou mesmo que um único

animal pode ter passado por mais de uma coleta, como por exemplo, uma citologia,

biópsia e necropsia, no caso das necropsias as mesmas somente eram feitas após a

liberação por escrito ser assinada pelo proprietário, sendo coletado material

neoplásico das regiões afetadas.

Após a coleta do material histológico, o mesmo foi fixado em solução de

formol a 10% por um período mínimo de 24 horas, sendo imediatamente

encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da UFMT, onde o

material foi clivado e processado. Os processos de desidratação em solução

crescente de álcool etílico, diafanização em xilol e inclusão em parafina, antes da

secção do material em micrótomo manual em 5µm, e posterior coloração pela

técnica de Hematoxilina-Eosina (HE). As laminas foram avaliadas em microscopia

óptica.

O diagnóstico histopatológico das neoplasias foi baseado no sistema atual de

classificação dos tipos histológicos, conforme preconizado pela organização mundial

da Saúde – Armed Forces Institute of Pathology (OMS-AFIP) (MISDORP et al.,

1999). Após a classificação dos tumores, a ocorrência de cada tipo neoplásico foi

calculada em relação ao número total de neoplasias diagnosticadas e a localização

anatômica. Os animais diagnosticados com mais de um tipo histológico neoplásico

tiveram seus registros separados, dentro de cada sistema específico.

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3.1 Aspectos Éticos

Este estudo teve aprovação do Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA)

da Universidade Federal de Mato Grosso (protocolo n° 23108.018931/13-0), estando

de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação Animal, adotados pela

Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL).

3.2 Animais

Foram selecionados cães, de ambos os sexos, com ou sem raça definida e de

todas as idades, provenientes do atendimento de rotina do Hospital Veterinário da

Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET-UFMT). Atendidos entre 4 de Abril

de 2013 a 4 de Abril de 2014, com suspeita clínica de neoplasias, direcionados ao

atendimento especifico.

3.2.1 Avaliação para inclusão no projeto

- Animais provenientes do atendimento do HOVET-UFMT;

- Animais com diagnóstico de neoplasia;

- Animais com questionário específico completo;

- Animais que tiveram material coletado (citologia ou histologia);

- Animais com resultado citológico ou histopatológico;

- Animais com autorização prévia por escrito assinada pelo proprietário.

3.3 Avaliações neoplásicas

Todos os animais foram submetidos à avaliação e quantificação das

neoplasias apresentadas no momento da consulta, sendo descritas todas as

características visuais, sendo feita a mensuração com o auxílio de um paquímetro

para as aferições de tamanho em: comprimento, largura, altura quando possível, já

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que o histórico e os sinais clínicos são de fundamental importância para o

diagnóstico presuntivo.

Os dados eram então transcritos para uma ficha especifica dos pacientes

oncológicos com os dados gerais do proprietário e do animal.

Figura 2. Avaliação neoplásica, no momento do exame radiográfico. Fonte: Arquivo pessoal.

3.4 Anestesia

Todos os indivíduos selecionados e submetidos à cirurgia para coleta de

material passaram previamente pelos exames hematológicos de rotina. Antes do

procedimento cirúrgico por um jejum alimentar e hídrico de oito a 12 horas, seguido

de anestesia local e/ou sistêmica.

A medicação pré-anestésica (MPA) foi realizada em todos os animais que

passaram por procedimento cirúrgico e ficou a critério do anestesista responsável.

Para a indução anestésica, a veia cefálica foi canulada unilateralmente com cateter

adequado ao tamanho do animal, a critério do anestesista para posterior aplicação

intravenosa do agente indutor (propofol), (Propovan®, 10 mg/ml, Cristália, Brasil).

Para a intubação endotraqueal e manutenção anestésica foi utilizado

isofluorano (Isoforine®, 100 ml, Cristália, Brasil) por via inalatória. A mesma foi

mantida durante o período do procedimento cirúrgico.

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3.5 Procedimentos cirúrgicos

O procedimento cirúrgico realizado para coleta de material foi realizado

sempre respeitando as técnicas das cirurgias oncológicas. Qual seja, exérese

cirúrgica completa mantendo-se margem de segurança livre de pelo menos 3 cm a

partir da cápsula neoplásica em todas as direções, fazendo a retirada do tumor em

bloco sem incidir o seu interior ou a cápsula tumoral, e a escolha da técnica variando

de acordo com as características das lesões e do grau de envolvimento,

independente se as características neoplásicas fossem de neoplasias malignas ou

benignas.

3.6 Estatística

Todos os dados das fichas oncológicas, foram tabulados em uma planilha do

Excel, sendo efetuada a análise estatistica descritiva.

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4 RESULTADOS

No período de abril de 2013 a abril de 2014 foram avaliados 399 cães,

perfazendo um total de 470 amostras enviadas, sendo 160 amostras citológicas e

310 amostras histológicas analisadas no LPV-UFMT resultando em 524 resultados.

Dos 399 cães analisados, 273 (68%) eram fêmeas e 126 (32%) eram machos

(Gráfico 01). Em relação à idade, esta variou de oito meses a 20 anos com maior

incidência aos 10 anos de idade com 45(11%) casos (Gráfico 02). As raças mais

prevalentes dos 399 cães avaliados com raça definida informada foram, Pit Bull

(47/12 %), Pinscher (31/8 %), Daschund (25/6%), Poodle (24/6%) e Rotweiller

(23/6%) sendo o maior número de animais atendidos sem raça definida (166/42%)

(Gráfico 03).

Gráfico 1 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Sexo. (N=399)

Gráfico 2 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Idade. (N=399) ?* Idade não informada.

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Gráfico 3 - Incidência de tumores em cães atendidos, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Raça. (N=399

O tempo que o animal apresenta a neoplasia foi avaliado em quatro períodos

de tempo: um mês 167 (42%), seis meses 112(28%), um ano 37(9%), e mais de um

ano 83(21%) (Gráfico 4). Outro dado observado foi velocidade de crescimento, onde

foram observados três tempos distintos: lento 112 casos (28%), sendo 48%

malignos, 38% benignos e 14% alterações não neoplásicas; moderado 126 (32%),

sendo 75% maligno, 16% benigno e 9% alterações não neoplásicas; rápido 161

(40%), sendo 67% malignos, 16% benignos e 17% alterações não neoplásicas.

(Gráfico 05).

Gráfico 4 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Tempo de surgimento da neoplasia. (N=399)

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Gráfico 5 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Velocidade de crescimento neoplásico. (N=399)

Das 273 fêmeas, em relação ao uso de anticoncepcionais injetáveis, 25;9%

utilizaram anticoncepcionais alguma vez na vida e 248;91%, nunca utilizaram

(Gráfico 6), das fêmeas que fizeram a utilização 15;60% malignos, 8;32% benignos e

2;8% com características não neoplásicas. Das fêmeas avaliadas apenas 20 (7%)

apresentaram problemas como pseudogestação, sendo 70% malignos, 20%

benignos e 10% alterações não neoplásicas e 253 (93%) não apresentaram

pseudogestação, sendo 62% malignos, 26% benignos e 12% alterações não

neoplásicas (Gráfico 7). As fêmeas que apresentaram algum tipo de alteração no

ciclo estral foram apenas (12/4%), sendo 75% malignos e 25% benignos.

apresentaram ciclo estral normal (261/96%), sendo 62% malignos, 26% benignos e

12% alterações não neoplásicas.

Gráfico 6 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Uso de anticoncepcional injetável. (N=273)

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Gráfico 7 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença ou ausência de pseudogestação. (N=273)

O tipo de alimentação também foi avaliado, sendo estes pacientes divididos

em três grupos, alimentação exclusivamente a base de ração comercial (215/54%),

apresentando 58% malignos, 27% benignos e 15% alterações não neoplásicas;

alimentação a base de comida caseira (12/3%), sendo 83% malignos, 17%

benignos; comida caseira mais ração comercial (172/43%) sendo 70% malignos,

18% benignos e 12% alterações não neoplásicas (Gráfico 8).

Gráfico 8 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Alimentação. (N=399)

A castração foi relatada em somente 34 pacientes (9%) dos animais, destes

53% apresentaram tumores com características malignas, 23,5% benignos e 23,5%

alterações não neoplásicas; entre os não castrados 365; 91% as caracteristicas das

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neoformações foram de 65% de malignos, 22% de benignos e 13% de alterações

não neoplásicas. Em relação aos castrados, destes 34 animais 27/10% eram fêmeas

e 7;6% machos (Gráfico 9).

Gráfico 9 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Castração. (N=399)

Ao exame físico, em relação à quantidade de neoplasias observadas, dos 399

animais avaliados, 248 (62%) apresentaram apenas um nódulo tumoral, sendo 60%

malignos, 24% benignos e 16% alterações não neoplásicas; 94 (24%) com dois

nódulos, sendo 69% de malignos, 24% benignos e 7% alterações não neoplásicas e

57 (14%) três nódulos ou mais, sendo 76% malignos, 14% benignos e 10%

alterações não neoplásicas (Gráfico 10). Os resultados obtidos em relação ao

tamanho das neoplasias foram separados em três grupos: (T1) neoplasias menores

que três centímetros 75 (19%), sendo 44% maligno, 33% benigno e 23% alterações

não neoplásicas; (T2) de três a cinco centímetros 213 (53%), sendo 66% malignos,

22% benignos e 12% alterações não neoplásicas; (T3) maiores que cinco

centímetros 111 (28%), sendo 75% malignos, 14% benignos e 11% alterações não

neoplásicas (Gráfico 11).

Gráfico 10 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Quantidade de nódulos neoplásicos (N=399).

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Gráfico 11 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Tamanho das neoplasias (N=399).

As neoplasias foram visualizadas com maior incidência no abdômen

(135/34%), seguida da região genital (106/27%), cabeça (41/10%), generalizada

(33/8%), tórax (31/8%), pescoço (23/6%), membro torácico (14/3%), membro pélvico

(12/3%), e região perianal (4/1%) (Gráfico 12).

Gráfico 12 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Localização das neoplasias (N=399).

Dos 399 animais coletados 170; 43% apresentaram neoplasias ulceradas,

sendo destes 130/76% malignas, 23/14% benignas e 17/10% alterações não

neoplásicas (Gráfico 13). Do total de 170 neoplasias ulceradas, 159/94%

apresentavam secreção, sendo 57/36% dos machos e 102/64% das fêmeas, deste

total 128/81% dos animais apresentaram neoplasias malignas, 18/11% benignas e

13/8% alterações não neoplásicas (Gráfico 14).

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Gráfico 13 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença de neoplasia ulcerada (N=399).

Gráfico 14 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença de neoplasias com secreção (N=399).

Em relação ao envolvimento da neoplasia com linfonodo, 337 (85%) dos

animais não apresentaram relação da neoplasia com aumento de linfonodo, e 62

(15%) dos casos apresentaram aumento de linfonodos sendo 46 animais com um

linfonodo aumentado, 14 casos com dois linfonodos aumentados e dois casos com

três linfonodos aumentados (Gráfico 15). À presença de metástases em órgãos 368

animais (92%) não apresentaram enquanto 32 (8%) apresentaram e um ou mais de

um órgão (Gráfico 16).

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Gráfico 15 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Aumento de linfonodo (N=399).

Gráfico 16 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Presença de metástase (N=399).

Das alterações neoplásicas, 300 (57%) foram classificados como tumores

malignos e 150 (29%) como tumores benignos, e 74 (11) como alterações não

neoplásicas. (Gráfico 17) Entre os tumores malignos, o TVT foi mais prevalente, com

81 animais acometidos (17%) dos casos malignos. Dos tumores benignos, o

adenoma foi o de maior ocorrência com 31 (19%) dos casos benignos.

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Gráfico 17 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Relação entre malignos e benignos (N=399).

Outro fator avaliado foi o tempo entre a consulta e o procedimento cirúrgico, o

tempo médio de espera para o procedimento cirúrgico foi de 14 dias, sendo o menor

tempo de espera de1 dia e o maior tempo de espera de 340 dias.

Um resumo da classificação das neoplasias observadas malignas, benignas e

alterações não neoplásicas, encontra-se nas tabelas, 2, 3 e 4.

Tabela 2 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Número total de neoplasias, com resultado de alterações não neoplásicas (N=524).

Quantidade Alterações não neoplásicas 1 Células grandes típicas

1 Hiperplasia folicular acentuada

1 Balanite neutrofilica aguda

1 Estomatite

1 Foliculite superficial

1 Hematoma

3 Hiperplasia de g mamaria

51 Inconclusivo

10 Inflamação

1 Miosite

1 Mucocele

2 Sialocele

74 Total

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Tabela 3 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Número total de neoplasias, com resultado maligno (N=524).

Quantidade Neoplasias malignas

7 Adenocarcinoma

10 Carcinoma

6 Carcinoma de mama

4 Cistoadenocarcinoma

3 Fibrossarcoma

1 Mesotelioma maligno

1 Tumor mesenquimal maligno

3 Tumor misto maligno

1 Carcinoma apócrino

1 Carcinoma complexo

19 Carcinoma complexo de mama

4 Carcinoma de células basais

1 Carcinoma ductal

17 Carcinoma epidermóide

1 Carcinoma pobremente diferenciado

1 Carcinoma renal

11 Carcinoma simples de mama

2 Carcinoma sólido de mama

6 Carcinoma túbulo papilifero

7 Carcinossarcoma

2 Epitelioma sebáceo

1 Esplenoma

1 Hemangiopericitoma

12 Hemangiossarcoma

1 Leiomiossarcoma

29 Linfoma

11 Mastocitoma GI

3 Mastocitoma GII

8 Mastocitoma GIII

13 Melanoma

1 Mixossarcoma

5 Osteossarcoma

1 Rabdomiossarcoma

1 Sarcoma histiocitico

1 Sarcoma pobremente diferenciado

3 Seminoma

1 Tumor de celulas de leydig

10 Tumor de células redondas

1 Tumor epitelial do trato respiratório

2 Tumor epitelial maligno 86 TVT 1 Melanocitoma

300 Total

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Tabela 4 - Incidência de tumores em cães atendidos e operados, de Abril de 2013 a Abril de 2014, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. Distribuída conforme: Número total de neoplasias, com resultado benigno (N=524).

Quantidade Neoplasias benignas

16 Adenoma complexo de mama

15 Adenoma simples de mama

13 Adenoma

2 Cisto folicular

1 Fibroadenoma

7 Leiomioma

20 Tumor misto benigno

1 Adenoma de glândula hepatóide

1 Cisto epidermóide

8 Cisto infundibular

2 Epulide ossificante

6 Fibroma

15 Hemangioma

5 Histiocitoma cutâneo

13 Lipoma 1 Osteocondroma

1 Osteoma

6 Papiloma

3 Plasmocitoma

1 Quimodectoma

7 Tricoblastoma

1 Tumor benigno de bainha neural periférico

150 Total

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5 DISCUSSÃO

5.1 Sexo

No período de abril de 2013 a abril de 2014 foram avaliados 399 animais. Em

relação ao sexo, os números achados neste trabalho foram de 68% dos casos em

fêmeas, bem próximos aos encontrados por De Nardi et al. (2002) que foi de 69,66%

dos casos em fêmeas; Santos et al. (2013) que foi de 58% dos casos na fêmeas e

Inkelmann et al. (2011) que foi de 62,8%. Outros estudos encontraram maior número

de fêmeas registradas, explica-se devido aos tumores de mama serem os mais

freqüentes em razão dos fatores hormônio dependentes (SILVA et al., 2004).

Oliveira-Filho et al. (2010) em seu estudo com tumores mamários relata que a

prevalência em fêmeas foi de 99,6% dos casos, enquanto os machos

corresponderam a apenas 0,3% dos casos, sendo que 0,1% não possuía a

informação referente a sexo preenchida. De Nardi et al. (2002) evidenciam que

aproximadamente 45% de todos os tumores em fêmeas são de mama. Bellei et al.

(2014), Natividade et al. (2014) e Neuwald et al. (2014) demonstram maior

predomínio de fêmeas em relação aos machos, dados que corroboram com os

encontrados nesse trabalho, já que tumor de mama que acomete em sua quase

totalidade fêmeas.

O resultado deste trabalho referente a sexo, os machos (38%), não

corroboram com os encontrados por Meirelles et al. (2010), em seu trabalho com

neoplasias cutâneas os machos foram os mais afetados, com 53,1% dos casos, e

Flores et al. (2012) que em seu estudo com hemangiossarcomas encontrou os

machos como os mais afetados (53,5%). Souza et al. (2006) em seu estudo com

tumores cutâneos obteve maior ocorrência em machos (56,5% contra 43,5% em

fêmeas). Meirelles et al. (2010) em seu estudo de neoplasias cutâneas

demonstraram maior incidência em machos (53,1% do total dos casos contra 45,2%

fêmeas sendo que 1,7% dos animais não possuíam identificação de sexo).

Em outro estudo com tumor venéreo transmissível a diferença entre sexo foi

bem discreta com 51,1% dos casos em fêmeas e 48,9% em machos (SILVA et al.,

2007). Brandão et al. (2002) demonstraram maior incidência em machos em relação

as fêmeas com TVT; Huppes et al. (2014) demonstraram maior predomínio em

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fêmeas (66,7%), citando como uma possível causa, o fato da fêmea aceitar vários

machos no período fértil aumentando com isso a chance de contágio.

Outros estudos mostram não ocorrer essa variação de predisposição sexual,

já que a diferença entre machos e fêmeas não existe estatisticamente, como em um

estudo com melanocitoma em cães (CAMARGO et al., 2008).

5.2 Idade

Vários estudos divergem com relação à idade de incidência de neoplasias na

população canina. A idade média de 7,79 anos encontrada nesse trabalho corrobora

com dados relatados por Daleck et al. (1998), Bellei et al (2006), Meirelles et al.

(2010), Rocha e Silva et al. (2011), Ribas et al. (2012), Toribio et al. (2012), Santos

et al., (2013) e Natividade et al., (2014), com um pico de incidência na idade de 10

anos. De Nardi et al. (2002) e Andrade et al. (2012) demonstram uma faixa ainda

maior com predisposição as neoplasias indo dos 6 aos 12 anos. Ferraz et al. (2008)

em seu trabalho com hemangiossarcoma evidenciaram a faixa etária entre oito e 13

anos como as mais suscetíveis. Da Silva et al. (2014) demonstraram que as

neoplasias mamárias foram encontradas em animais com 5 a 17 anos, com média

de 10,1 anos. Langohr et al. (2002) observaram que animais com tumores renais

também tiveram média bem próxima a encontrada nesse trabalho, com média de 8

anos. Souza et al. (2006) demonstraram que a maior ocorrência foi em cães idosos

56,0% seguida de adultos 59,5% e filhotes com 4,5% com neoplasias cutâneas.

Inkelmann et al (2011) em seu estudo observaram maior prevalência em cães

idosos, com idade de 10 anos ou mais. Importante ressaltar que quando analisado

tumores específicos, estes costumam ocorrer em idades especificas, por exemplo,

os linfomas ocorrem em cães com idade igual ou maior do que cinco anos. A idade

media dos animais com linfoma foi de sete anos corroborando com os autores, e as

neoplasias mamárias e de pele ao redor dos 10 anos (CARDOSO et al., 2003;

CAMARGO et al., 2008; OLIVEIRA-FILHO et al., 2010). As neoplasias mamárias

ocorrem em animais de meia idade (7 a 12 anos) e raramente em machos (cerca de

1% dos casos) (LANA et al., 2007; OLIVEIRA-FILHO et al., 2010). As neoplasias não

se restringem somente aos animais adultos e velhos, também são encontradas em

animais jovens. Inkelmann et al. (2011) relatam o caso de um cão com 6 meses de

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idade com fibrossarcoma uretral. Silva et al. (2007) em seu estudo com TVT

demonstraram maior prevalência em animais com idade média de 3,8 anos. Outro

estudo com TVT relatou uma idade média de 5.3 anos (BRANDÃO et al., 2002),

demonstrando que algumas neoplasias são mais propensas a serem registradas em

determinadas idades, já que essa é a faixa de idade onde os animais se apresentam

mais sexualmente ativos e o acasalamento é uma das principais formas de contágio.

Outro autor citou como faixa etária mais atingida os adultos (49,6% de adultos

seguidos de 35,8% de filhotes, muito superior aos idosos 14,6%) (FLORES et al.,

2012). Oliveira et al. (2003) demonstraram maior média de idade entre os animais

com tumores malignos (9,6 anos) frente à média de idade dos tumores benignos (8,5

anos), já Soave et al. (2008), em estudo de metástases pulmonares chegaram a

uma faixa de idade entre 3 e 15 anos, tendo um número maior de ocorrência os

animais de 6 a 10 anos. Silva et al. (2014) em seu estudo com neoplasias mamárias

demonstraram um idade média de 10,1 anos. Oliveira Filho et al. (2010) em seu

trabalho citam que a média de idade dos cães com neoplasias malignas é superior a

média de idade dos cães com neoplasias benignas.

5.3 Raça

Com relação à raça, os animais mais afetados nesse trabalho foram os sem

raça definida (SRD), dado esse também encontrado por De Nardi et al. (2002),

Meirelles et al. (2010), Santos et al. (2013), Bellei et al. (2006) e Huppes et al.

(2014), seguidos de Pit Bull, Pinscher, Daschund, Poodle e Boxer indo de encontro

com o encontrado por Da Silva et al. (2014), Pena (2006), De Nardi et al. (2002), e

se opondo às raças citadas por Santos et al. (2013). Alguns autores apontam as

raças Poodle, Dachshund, Pointer e Retrievers como predispostas a tumores de

mama, (MEUTEN, 2002; RUTTEMAN et al., 2001; SOAVE et al., 2008) citam como

as raças mais afetadas o SRD, seguido de Rottweiler, Boxer e Poodle. Ribas et al.

(2012) demonstraram que os SRD foram os mais acometidos seguidos dos cães

das raças Daschund e Poodle. Toribio et al. (2012) em seu estudo com tumores de

mama em cadelas demonstraram que houve maior envolvimento dos cães da raça

Poodle (34,2%), seguida dos SRD (28,6%) e Pastor Alemão (9,0%). De Nardi et al.

(2002) descrevem a raça Boxer como sendo uma raça predisposta a mastocitomas,

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já que estes apresentaram grande incidência. Mesquita et al. (2012) demonstram

maior prevalência em Rottweiller, SRD e Boxer como os mais afetados por

neoplasias cardíacas. Natividade et al. (2014) relatam que os cães da raça Boxer

foram os mais afetados, seguidos de Labrador e em terceiro lugar os cães SRD.

Outro fator que pode estar relacionado à alta incidência de tumores em cães SRD, é

o fator econômico dos proprietários já que isso influencia diretamente na qualidade

da alimentação dos cães, alimentos, esses, com altas taxas de gordura ou até

mesmo contaminados com alguma substância cancerígena (DALECK et al., 1998).

Nos casos de TVT fica bem evidente a predominância de cães SRD, como em um

estudo onde foram observados 71% dos casos em cães SRD (BRANDÃO et al.,

2002). Flores et al. (2012) citam que cães de raça Pastor Alemão tem maior risco de

desenvolver hemangiossarcoma. Oliveira Filho et al. (2010) aferiram que as raças

mais afetadas por neoplasias foram Poodle (23,7%), Cocker Spaniel (11,7%), Teckel

(11,6%) seguidos de Pastor Alemão e Pinscher.

Um estudo com TVT demonstrou que a maioria dos cães acometidos são

SRD, demonstrando menor número de cães de raça (SILVA et al., 2007), tal fato

pode ser relacionado com um maior numero de cães mestiços na população total na

região. Ainda que os proprietários dos cães SRD possuem menor renda e tem o

costume de deixar os cães terem acesso a rua, onde tem contato com animais

contaminados.

A discussão da prevalência das raças acometidas neste estudo fica limitada,

pois não se conhece a população canina total da área. Embora os animais mais

afetados tenham sido os SRD, indo de acordo com o encontrado por Santos et al.

(2013) e De Nardi et al. (2002), tais dados são de difícil interpretação, visto que a

população canina difere com relação à difusão de determinadas raças em

determinada região ou épocas. Há concordância com Daleck et al. (1998), referente

a não ter relação entre a origem das neoplasias e a raça, já que os animais SRD são

mais acometidos por serem o de maior população.

5.4 Início da neoplasia

As informações em relação ao tempo de aparecimento das neoplasias, foram

questionados aos proprietários. Sendo esses tempos, divididos em quatro períodos:

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presença das neoplasias com máximo de 1 mês foi relatado em 167;42% dos

animais, sendo destes 67% malignos, 14% benignos e 19% alterações não

neoplásicas, com no máximo seis meses 112;28%, sendo 74% malignos, 22%

benignos e 4% alterações não neoplásicas. Com no máximo um ano, 37;9%, sendo

38% malignos, 43% benignos e 19% alterações não neoplásicas, e mais de uma

ano, 83;21%, sendo 52% malignos, 31% benignos e 17% alterações não

neoplásicas. Rossetto et al. (2009) relatam que uma das hipóteses da alta incidência

dos casos de tumores malignos é o tempo em que os proprietários demoram em

levar seus animais para uma consulta com o veterinário, tendo a neoplasia uma

evolução longa e com isso tempo para passar a ter características malignas. Fator

esse que pode ser explicado pelo baixo conhecimento da população em geral a

respeito das neoplasias e também pelo baixo poder econômico, que muitas vezes

limita o procedimento cirúrgico ou até mesmo a consulta veterinária.

5.5 Velocidade de crescimento

A velocidade de crescimento das neoplasias foi avaliada, sendo que 112

(28%) apresentaram crescimento lento, 126 (32%) apresentaram crescimento

moderado e 161 (40%) apresentaram crescimento rápido. Outro estudo cita que a

velocidade de crescimento rápido pode ser um sinal de malignidade (QUEIROGA &

LOPES, 2002), devido a sua capacidade de induzir a neovascularização (LUCENA,

2006). Carvalho (2006) descreve como características de um tumor maligno

crescimento rápido, infiltração nos tecidos adjacentes e ulceração. Dados que

corroboram com os resultados encontrados por este trabalho, em que os tumores de

crescimento rápido foram em sua maioria de caracteristicas malignas.

5.6 Uso de anticoncepcional

Das 273 fêmeas atendidas neste estudo, 248 (91%) nunca usaram e 25 (9%)

das cadelas foram submetidas ao uso de no mínimo uma vez de anticoncepcionais.

Em relação as características neoplásicas das cadelas que fizeram o uso, 15 (60%)

tiveram características malignas, 8 (32%) características benignas e 2 (8%)

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características não neoplásicas, número próximo ao das cadelas que não fizeram o

uso respectivamente 157 (63%), 62 (25%) e 29 (12%). A maioria dos proprietários

não souberam responder com exatidão a freqüência do uso. Impossibilitando, com

isso, uma discussão mais aprofundada dessa relação entre uso de anticoncepcional

injetável e surgimento de neoplasias.

De Nardi et al. (2002) relatam existir influência hormonal na incidência de

tumores de mama em cães, em seu estudo aproximadamente 48% das fêmeas

utilizaram anticoncepcionais. Oliveira Filho et al. (2010) demonstraram números bem

inferiores quanto a utilização de contraceptivos com uma taxa de 9,2% dos casos e

(68%) apresentaram tumores malignos. Outro estudo mostra que 44,4% das cadelas

com tumor de mama utilizaram alguma vez na vida anticoncepcional e que 23,8%

delas utilizaram mais que três vezes (OLIVEIRA et al., 2003). Ribas et al. (2012) em

seu trabalho afirmam que 28% das cadelas fizeram o uso de anticoncepcionais.

Número bem menor foi encontrado por Feliciano et al. (2012) que demonstrou que

aproximadamente 13% das cadelas fizeram o uso de contraceptivos.

Oliveira et al. (2003) relacionam o uso de progestágenos, a uma maior

ocorrência de tumores benignos nas cadelas, e discutem o papel controverso do

uso de progestágenos como indutores tumorais. Oliveira-Filho et al. (2010), relatam

não ter sido possível coletar os dados referentes aos tipos de contraceptivos,

impossibilitando com isso uma discussão mais ampla do tema, fato semelhante ao

ocorrido neste trabalho.

5.7 Pseudociese

Neste trabalho as cadelas que já apresentaram pseudociese corresponderam

a 7% do total de fêmeas, sendo que as outras 93% disseram não apresentar. A

pseudociese foi relatada em 48% das cadelas com tumores de mama e destas

72,3% apresentaram tumores malignos (OLIVEIRA et al., 2003). Oliveira Filho et al.

(2010) relatam em seu estudo que o número de casos de animais com pseudociese

foi de 2,9% número menor que o encontrado nesse trabalho. Toribio et al. (2012) em

seu trabalho demonstraram que 30,4% dos animais pesquisados já apresentaram

pseudociese, número bem maior que o encontrado nesse trabalho, tal fato pode ser

explicado pelo fato de Toribio et al. (2012) terem feito seu trabalho somente com

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fêmeas com neoplasias mamarias já que é sabido que animais com alterações no

ciclo estral tendem a ter maior propensão a neoplasias mamarias, uma vez que a

influencia hormonal tem papel na iniciação ou promoção da carcinogênese. Ribas et

al. (2012) em seu estudo demonstraram que 8% dos animais com tumores de mama

apresentaram pseudociese.

Oiveira et al. (2003) citam que 48% das cadelas portadoras de tumores de mama

apresentaram pseudociese, e essas cadelas apresentaram maior taxa de neoplasias

malignas quando comparadas as que não apresentaram. Essa maior percentagem

de tumores malignos corrobora com os dados encontrados neste trabalho.

5.8 Alterações no ciclo - estral

Em relação ao ciclo estral, apenas 12;4% animais apresentarem algum tipo

de alteração. Destes, 75% com alterações malignas e 25% benignas. Feliciano et al.

(2012) em seu estudo demonstram um número muito maior em relação a

irregularidade no ciclo estral, com 90% das cadelas com problemas, sendo

principalmente tempo reduzido entre um ciclo estral e outro. Citam também a

ocorrência de tumores de mama em cadelas sem alterações no ciclo estral,

demonstrando que as neoplasias mamarias ocorrem em cadelas sem alterações

reprodutivas. Daleck et al. (1998) relatam que a castração precoce, antes do

primeiro ciclo estral reduz a incidência de tumor para 0,5%, depois do primeiro ciclo

estral sobe para 8% e depois do segundo para 26%. Fonseca e Daleck (2000)

relatam que a supressão hormonal realizada na maturidade das cadelas não

apresenta nenhuma função de proteção ao surgimento de tumores mamários, e que

as variações hormonais apresentam sim relação no desenvolvimento de tumores de

mama.

Neste trabalho devido à escassez de dados, fica bastante limitada à

discussão, já que a grande maioria dos proprietários não se atenta as alterações no

ciclo estral. Ficando assim difícil estabelecer alguma relação destas variações com o

surgimento de neoplasias.

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5.9 Alimentação

Os dados referentes à alimentação foram avaliados e distribuídos em três

grupos distintos. Animais com alimentação baseada exclusivamente em ração

comercial 215;54%, alimentação mista com ração comercial mais alimentação

caseira 172;43% e animais com alimentação exclusivamente caseira 12,3%. Estes

dados demonstram que os proprietários ainda “suplementam” a alimentação

comercial com comida caseira, oferecendo assim aos animais uma alimentação

desbalanceada e provavelmente rica em gorduras saturas.

Muller et al. (2008) em seu estudo para equiparar índice de massa corporal

(IMC) de humanos a cães demonstram que tanto a obesidade quanto a desnutrição

levam o animal a apresentar problemas de saúde, incluindo o câncer. Queiroga &

Lopes (2002) citam que há maior chance de um animal obeso desenvolver tumor.

Outro estudo indica que uma alimentação de baixo valor nutritivo e ou mesmo o

consumo de alimentos contaminados com substancias cancerígenos, possam

predispor o desenvolvimento neoplásico (DALECK et al., 1998).

A alimentação dos pacientes também foi um fator avaliado, sendo que,

215;54% tinham como alimentação única ração comercial, 12;3% comida caseira e

156;39% ração comercial mais comida caseira como fonte de alimentação. Outro

estudo revelou que 52,63% dos cães não eram alimentados com ração balanceada

(DE NARDI et al., 2002). Toribio et al. (2012) relatam em seu estudo que apenas

31,3% dos animais avaliados se alimentavam com ração comercial, enquanto a

grande maioria 68,8% consumiam ração comercial adicionada de comida caseira,

demonstrando com isso que a maioria dos animais que receberam o acréscimo de

alimentação apresentavam sobrepeso, fator que aumenta as chances do mesmo

apresentar neoplasias.

Ribas et al. (2012) em seu estudo demonstraram que 89% das cadelas que

apresentaram tumor de mama estavam com sobrepeso, e que em 91,66% delas a

alimentação possuía alto teor de gorduras. De Nardi et al. (2002) relatam ser positiva

a relação entre alimentação e desenvolvimento tumoral mamário em cães, já que

uma alimentação desequilibrada influencia no aumento de peso, que está

diretamente ligado a aumento de desenvolvimento de tumores.

Em um estudo com gatas foi possível estabelecer uma relação entre

obesidade, dietas ricas em gorduras e desequilibradas com uma maior incidência de

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tumor mamário, e maior número de neoplasias de caráter maligno 66,7% (NUNES et

al., 2011).

5.10 Castração

Quando se observa o relato de castração, verificou-se nesse estudo que 9%

eram castrados antes do procedimento cirúrgico da exerese da neoformação.

Desses, 7;6% eram machos e 27,10% fêmeas. Corroborando com as observações

de OLIVEIRA FILHO et al., (2010) que observaram um número total de animais

castrados de 9,4%, dados bem próximos aos encontrados por Toribio et al. (2012),

onde a taxa de animais castrados era de 12,5%, corroborando com os dados

encontrados por Ribas et al. (2012) onde a porcentagem de animais castrados foi de

11% e Feliciano et al. (2012) com aproximadamente 16%. A castração de cadelas

como forma de se prevenir o aparecimento de tumores mamários, mais esse fator

depende em que fase da vida do animal essa cirurgia é realizada antes dos dois

anos e meio de idade, ou antes, do terceiro ciclo estral (FONSECA & DALECK,

2000). A castração posterior ao surgimento do tumor, não apresenta benefícios ao

animal em relação às neoplasias (QUEIROGA & LOPES, 2002)

Daleck et al. (1998) observaram em seu trabalho com tumores de mama, uma

relação entre quantidade de gestação com incidência de tumor, já que a maioria dos

animais que apresentaram nódulos mamários eram multíparas, seguida de

primíparas e com menor número as nulíparas.

Em seu estudo com tumores de mama Ribas et al. (2012) demonstraram que

as fêmeas não castradas apresentaram maior incidência de tumores em relação as

fêmeas castradas, e que não houve nenhum caso de tumor de mama em cadelas

castradas antes do primeiro ciclo estral, corroborando as observações de Oliveira et

al. (2003) que não encontraram nenhum diagnóstico positivo de cadelas com tumor

mamário que tivesse realizado a castração antes da puberdade, e todas as cadelas

diagnosticadas com tumores de mama, não eram castradas. Bentubo et al. (2007),

demonstraram que os animais castrados tem uma expectativa de vida maior que os

animais não castrados.

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5.11 Número de neoplasias em cada animal

Quando observada a quantidade de neoplasias encontradas em cada

paciente, em maior número de animais apresentava apenas uma neoplasia

248;62%, com duas neoplasias 94;24% e com três ou mais foram de 57;14%. O

número de neoplasmas é maior que o número de cães já que um único animal pode

apresentar mais de uma neoplasia, podendo estas ser de mesma origem ou não

(Souza et al., 2006). As neoplasias múltiplas mesmo que demonstrando

características semelhantes devem ser retiradas, identificadas e enviadas separadas

para histologia, já que mesmo semelhantes podem possuir origens diferentes e com

isso prognósticos diferentes (ROSSETTO et al., 2009). Da Silva et al. (2014) em seu

estudo com tumores de mama encontraram 95% das cadelas com 2 ou mais

neoplasias. Em um estudo com tumores de mama a presença de nódulos múltiplos

foi presente em 77,6% das cadelas (OLIVEIRA et al., 2003). A presença de múltiplas

neoplasias não metastáticas é incomum e geralmente mostram que as neoplasias

de caráter benigno e maligno podem ocorrer ao mesmo tempo, em seu trabalho,

39% dos animais apresentavam duas ou mais neoplasias sendo que deste total 46%

apresentavam neoplasias de origens distintas (CIRIO et al., 2010). Em seu trabalho

com tumores de mama Oliveira et al. (2003) encontraram mais de um tipo histológico

em 25,9% dos animais e 8,2% das cadelas tiveram tumores malignos e benignos ao

mesmo tempo. Souza et al. (2006) relataram em seu estudo que a maioria dos

animais atendidos possuía apenas uma única neoplasia 82,2% e que 17,8%

apresentavam dois ou mais tumores de pele, deixando evidente a importância do

médico veterinário avaliar a quantidade de neoplasias que o animal possui, e ainda

mais, se o mesmo possuir mais de uma neoplasia fazer o procedimento cirúrgico

para a retirada de todos se possível e enviar todas as neoplasias para a avaliação

histopatológica, já que a possibilidade mesmo que pequena das neoplasias terem

resultados histológicos diferentes.

Inkelmann et al. (2011) citam em seu trabalho com neoplasias de bexiga que

a maior incidência foi de tumores multicêntricos com 76,1% dos casos, contra

23,9% de tumores primários na bexiga. Silva et al. (2014) em um estudo com

tumores de mama em cadelas demonstraram uma alta taxa de animais com duas

neoplasias ou mais, do total, 95% apresentaram duas ou mais.

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Ribas et al. (2012) demonstraram que a incidência de neoplasias únicas foi

bem inferior, com apenas 16,66% dos casos contra 83,33% dos casos com animais

que apresentaram duas ou mais neoplasias, citando como um dos possíveis fatores

a demora do proprietário em levar seu animal para a consulta veterinária. Oliveira et

al. (2003) citam em seu estudo que a maioria das cadelas diagnosticadas com

tumores de mama apresentavam mais de uma neoplasia, sendo a apresentação

tumoral em nódulos múltiplos.

5.12 Tamanho das neoplasias

As informações em relação ao tamanho das neoplasias, foram descritas

nesse estudo como sendo T1 75(19%), T2 213(53%) e (T3) 111(28%). A maior

ocorrência de tumores T2 pode ser explicada pela demora dos proprietários em

buscar uma consulta veterinária para resolução deste problema, devido à baixa

informação que a população, de maneira geral, tem em respeito aos problemas que

as neoplasias podem acarretar ao animal ou ao medo do diagnóstico de câncer.

Corroborando com os dados encontrados por Oliveira et al. (2003) que

demonstraram que os nódulos com tamanho menor que 5 cm foram de 34,5% dos

casos, os nódulos com tamanhos entre 5 e 10 cm 44,2%, nódulos entre 11 e 15 cm

17,2% dos casos e maiores que 15 cm 3,5% dos casos.

Toribio et al. (2012) relataram que o número de neoplasias menores do que 3

centímetros foi de apenas 20,8%, demonstrando que o tempo é grande entre o

aparecimento da neoplasia e a avaliação veterinária. Fator esse que pode explicar o

grande número de neoplasias malignas nos animais. Já que o tamanho da neoplasia

influencia no prognóstico de animal. Neste mesmo trabalho foi avaliada a relação

tamanho do nódulo com a presença de metástase pulmonar e 15,2% dos animais

apresentaram metástases pulmonares, sendo que em 75% dos casos os tumores

tinham mais que 5 cm.

Outro estudo relatou que a maior incidência ocorreu com T3 (Oliveira et al.,

2003). Um estudo demonstra maior possibilidade de tumores com mais de cinco cm

serem malignos (QUEIROGA & LOPES, 2002). Oliveira Filho et al. (2010) em seu

trabalho demonstraram uma maior ocorrência de neoplasmas com tamanho inferior

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a 3cm (T1) 49,4%, seguido de (T3) acima de 5cm com 31,4% e (T2) de 3 a 5cm com

19,1% dos casos.

Natividade et al. (2014) relataram uma variação entre os tamanhos

neoplásicos de 0,3 a 20cm, e demonstraram existir uma correlação entre o tamanho

tumoral e o prognóstico do animal, corroborando com Toribio et al. (2012), que

relataram também a ocorrência de correlação positiva entre tamanho tumoral e

malignidade. E ainda citaram que esse tamanho aumentado pode ser conseqüência

de um diagnóstico tardio, devido a fatores socioeconômicos da população. Oliveira

Filho et al. (2010) demonstraram existir sim uma correlação entre tamanho e

malignidade dos tumores evidenciando que quanto maior o tumor maiores são as

chances de ser maligno.

Um estudo com tumores de mama em cadelas demonstrou que a

classificação TNM que tem origem na medicina humana, e que a veterinária utiliza

hoje e é muito difundida na classificação do estadiamento neoplásico dos cães, deve

ser adaptado. Já que ocorre uma variação de tamanho muito grande entre as raças.

A relação entre o tamanho de um tumor de 3 cm em um cão de pequeno porte, se

apresentará diferente de um tumor de 3 cm em um cão de grande porte (SILVA et

al., 2014).

5.13 Localização

Nesse trabalho o número de neoplasias abdominais chegou a 34% do total

sendo 45% nas fêmeas, próximo a resultados encontrados por outros autores com

aproximadamente 50% das neoplasias (DE NARDI et al., 2002; PINTO, 2009;

OLIVEIRA-FILHO et al., 2010; REIS et al., 2010; RIBAS et al., 2012; SANTOS et al.,

2013). Dos tumores mamários, 50% podem ser malignos (QUEIROGA & LOPES,

2002) com a possibilidade de metástase de 50% destes (HEDLUND, 2002),

seguidos de genital com 106;27% dando destaque principalmente para o TVT, com

81 casos, seguidos de neoplasias na cabeça 41;10%, generalizado com 33;8%,

tórax com 31;8%, pescoço 23;6%, membro torácico 14;3%, membro pélvico 12;3%,

perianal 4;1%.

Por serem em sua maioria fêmeas, e o tumor de mama ser o de maior

número e ter uma origem hormônio-dependente, foi questionado o uso de

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anticoncepcional, assim como a castração. Dentre as neoplasias hormônio-

dependentes destacam-se as neoplasias da mama, em fêmeas, e testículo e

próstata em machos. Essas neoplasias compartilham do mesmo mecanismo de

carcinogênese, mas sob a ação de hormônios específicos (HENDERSON et al.,

1993; HENDERSON & FEIGELSON., 2000).

A localização das neoplasias, assim como seu tamanho e a apresentação de

ulceração ou não é um fator muito importante no diagnóstico clinico do paciente. Os

locais anatômicos de maior incidência neste estudo corroboram com Souza et al.

(2001) que relatam em seu experimento predominância de tumores de pele,

seguidos de tumores mamários. Vail & Withrow (1991) indicam que as neoplasias

cutâneas representaram aproximadamente 30% das neoplasias em cães. Meirelles

et al. (2010) dizem que as mais freqüentes são mastocitoma, melanoma, lipoma,

adenoma sebáceo,carcinoma de células escamosas, adenoma hepatóide,

hemangiossarcoma, hemangioma, tricoblastoma e fibrossarcoma, resultados esses

bem próximos aos encontrados nesse trabalho. Um estudo com melanocitoma

demonstrou maior ocorrência na pálpebra (cabeça), seguida de região interdigital e

torácica (CAMARGO et al., 2008).

Rocha e Silva et al. (2011) demonstraram em seu estudo que as áreas mais

afetadas foram: tronco, escroto e membros torácicos, localizações bem semelhantes

as encontradas por Natividade et al. (2014), onde membros, escroto e tórax foram os

mais atingidos. Outro estudo na Bahia demonstrou maior incidência de tumores de

pele, seguidos dos tumores de mama, e orgãos genitais (SOUZA et al., 2001) em

seu estudo com metástases pulmonares. Soave et al. (2008) demonstraram maior

localização na cabeça, seguido de: tronco, membros e tórax. Demonstrando que há

muita variação anatômica em relação as mais diversas formas neoplásica. Souza et

al. (2006) em seu estudo demonstrou que a área de maior localização foi cabeça

15,6%, seguida de abdômen 13,8% membro pélvico 12,7%, períneo 9,7%, tórax

9,5%, membro torácico 8,6%, pescoço 6,3%, dorso 5,2%, escroto 4,5% e cauda

1,9%.

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5.14 Ulceração

Dos 399 animais coletados 170;43% apresentaram neoplasias ulceradas,

sendo destes 130,76% malignos, 23;14% benignos e 17;10% alterações não

neoplásicas. Demonstrando que a característica de ulceração como um indicativo de

tumores malignos, corroborando com os resultados encontrados por Queiroga &

Lopes (2002) que relatam que a ulceração pode ser um sinal sugestivo de

malignidade. Oliveira Filho et al. (2010) citam em seu estudo que 89;3% das

neoplasias ulceradas eram malignas e 10;7% benignas. Outro estudo registrou que

72;7% das neoplasias ulceradas eram malignas (OLIVEIRA et al., 2003).

Corroborando com estes autores em que a presença de ulcera na neoplasia é forte

indicativo de malignidade.

Toríbio et al. (2012) em estudo com tumores de mama relataram número

bastante significativo em relação as neoplasias ulceradas já que 100% delas eram

de caráter maligno. Demonstrando com isso que a presença de ulceração é fator de

pior prognóstico para o animal. Já Feliciano et al. (2012) não encontraram

evidencias em seu estudo que demonstre correlação entre as características de

regularidade de superfície tumoral e suas características de malignidade.

5.15 Secreção

Do total de 170 neoplasias ulceradas, 159;94% apresentavam secreção.

Sendo 57;36% em machos e 102;64% em fêmeas. Deste total 128,81% dos animais

apresentaram neoplasias malignas, 18,11% benignas e 13;8% alterações não

neoplásicas. A presença de secreção muitas vezes não tem relação com o tumor, e

sim com uma infecção bacteriana secundaria. Sendo assim fica difícil relatar com

exatidão se a presença de secreção indica ou não uma característica da neoplasia

de apresentar caráter maligno ou benigno, já que é sabido e foi relatado

anteriormente que a ulcera é um indicativo que pode ser usado para o prognóstico

de malignidade.

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5.16 Envolvimento de linfonodo

Quando se aborda o envolvimento dos linfonodos, foi verificado a quantidade

de linfonodos com alteração, foram constatados que 62;15% dos animais

apresentavam aumento de linfonodo. Sendo 46;12% com apenas um aumentado,

14;3% com dois linfonodos aumentados e 2 com três ou mais linfonodos

aumentados. Em relação a malignidade, destes 46;74% eram malignos, 7;11%

benignos e 9;15% com alterações não neoplásicas. Demonstrando com isso que o

aumento dos linfonodos pode ser mais um fator de pior prognóstico para os animais.

Em seu estudo a respeito da importância da drenagem linfática e a influencia

na disseminação de células neoplásicas, os linfonodos podem servir como mais um

fator de observação para o veterinário, em que seu aumento pode indicar uma

metástase e com isso um pior prognóstico (SILVA et al., 2006). Oliveira Filho et al.

(2010) relataram que o acometimento dos linfonodos é um importante fator

prognóstico, já que dos animais relatados com tumores malignos 29,5%

apresentaram pelo menos um linfonodo acometido.

Daleck et al. (1998) relataram a necessidade de se fazer a retirada do

linfonodo inguinal sempre que um dos três últimos pares de mamas estiver com

alguma neoplasia. Independente se o linfonodo estiver aumentado ou não.

Diferentemente do linfonodo axilar que só era retirado se os dois primeiros pares de

mamas apresentassem neoplasias e o linfonodo estivesse aumentado.

Cápua et al. (2011) relataram como a principal manifestação clinica de um

cão com linfoma a linfadenomegalia superficial, que foi presente em 72% dos casos

de seu estudo. Angelim e Coelho (2012) descreveram que a utilização do linfonodo

sentinela no diagnóstico de metástases em tumores de mama é de fundamental

importância para a medicina veterinária e deve ser mais bem aproveitada.

5.17 Metástase

A metástase foi outro fator avaliado, e foi diagnosticada em apenas 32;8%

dos animais. Esse número de metástases foi abaixo do encontrado por outros

autores. Este fato pode ser explicado pelo fato de que muitos proprietários se

recusam a fazer os exames complementares como exame radiográfico de tórax e

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ultrassonografia abdominal, para o diagnóstico das metástases, devido ao custo

extra destes.

A importância do exame radiográfico na detecção de metástases pulmonares

é indiscutível, ainda mais por se tratar de uma condição que pode ser confundida

com doenças cardiorrespiratórias (SOAVE et al.,2008). Outro estudo com cães com

hemangiossarcoma, salienta a importância dos exames complementares no

diagnóstico, já que 80% dos animais acometidos por esta neoplasia apresentaram

metástase no momento do diagnóstico (FERRAZ et al., 2008).

Um estudo demonstrou que 11% dos animais com neoplasias em

localizações distintas pelo corpo apresentavam metástases pulmonares. O exame

radiográfico se mostra de grande importância para um prognóstico mais conclusivo

em todos os casos de neoplasias em cães. Possibilitando o diagnóstico de

metástase pulmonar (SOAVE et al., 2008). Oliveira Filho et al. (2010) citam que uma

possível explicação para esse número baixo de animais diagnosticados com

metástases, foi devido a falta de evidencias clinicas, assim como, falta de exames

complementares como ultrasson abdominal e exame radiográfico torácico, sendo os

órgãos mais afetados: Pulmão com 85,9% seguido de fígado 23,4%, coração 21,9%

e rim 20,3%.

Ribas et al. (2012) demonstraram em seu trabalho que o pulmão é o órgão

mais afetado com metástases, sendo o numero de metástases pulmonares maior

que a incidência de tumores pulmonares primários. Brandão et al., (2002) em seu

trabalho com animais com TVT observaram metástase em 10 animais sendo que 4

animais apresentavam metastase nos nódulos linfáticos e outros 6 no baço. Sendo

que um destes casos apresentou metástases no fígado, coração, intestino, rim,

pulmão, traquéia e cérebro.

Oliveira et al. (2003) relataram em estudo com tumores de mama em cadelas

uma prevalência de 15,9% de metástases torácicas em tumores malignos. Oliveira

Filho et al. (2010) em seu trabalho demonstraram maior prevalência de metástases

para linfonodos, e metástases pulmonares foram mais observadas em necropsias .

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5.18 Maligno Vs Benigno

Os dados obtidos neste trabalho em relação ao comportamento tumoral

demonstrou que o número de neoplasias encontradas nos cães foi de 524;100%.

Destas 300;57% apresentavam características malignas, 150;29% apresentavam

características benignas e 74;14% apresentavam características não neoplásicas.

Demonstrando uma superioridade dos casos totais de neoplasias malignas. O

resultado por animal, que cada animal foi avaliado isoladamente, esses 399 animais

apresentaram 255;64% malignos, 91;23% benignos e 53;13% alterações não

neoplásicas. Corroborando com Da Silva et al. (2014) que também encontraram

superioridade das neoplasias malignas em 87% dos casos e Feliciano et al. (2012)

onde a relação de malignos foi de 60% e de benignos de 40%. Meirelles et al. (2010)

em seu estudo com neoplasmas cutâneos também encontraram maior prevalência

em neoplasmas malignos frente aos benignos, dados que corroboram com Filgueira

et al. (2005), onde 77,1% das neoplasias eram malignas. Em seu estudo com

tumores de mama em cães Oliveira et al. (2003) encontraram resultados bem

próximos, com 71,8% de neoplasias malignas frente a 28,2% de benignas.

A incidência de tumores malignos e benignos aumenta com a expectativa de

vida e se reduz com a ovariectomia em animais jovens (RUTTEMAN et al., 2001).

Os tumores benignos em sua maioria se apresentam com tamanhos inferiores a três

centímetros, enquanto os malignos apresentam-se com cinco centímetros ou mais

(QUEIROGA & LOPES, 2002). Silva et al. (2014) encontraram uma superioridade na

apresentação das neoplasias malignas que chegou a 87% do total dos casos

estudados. Ribas et al. (2012) em seu estudo demonstraram uma maior

representação dos tumores malignos 80,65% e os benignos com 19,35% dos casos.

Em outro trabalho com neoplasias cutâneas o predomínio de tumores

malignos foi de 62,3% contra 37,7% de benignos (MEIRELLES et al., 2010),

corroborando com Rocha e Silva et al. (2011) onde a taxa de tumores malignos foi

de 66,3%. Toribio et al. (2012) relataram que dos animais avaliados em seu estudo

apenas 9,1% apresentaram neoplasias benignas, enquanto os malignos

representaram 90,9% dos casos. Oliveira Filho et al. (2010) encontraram em seu

trabalho uma taxa de 73,4% de neoplasias malignas e 26,6% de neoplasias

benignas, números bem próximos ao encontrados por outros autores.

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Oliveira et al. (2003) em seu estudo relataram que 71,8% dos casos de

neoplasias mamarias em cadelas apresentaram características malignas, com maior

número de carcinoma. Daleck et al. (1998) relataram que dos tumores mamários em

cães 50% são malignos.

Bellei et al. (2014) relataram maior numero de neoplasias cutâneas benignas

62,6% em relação as malignas, Souza et al. (2008) encontraram em seu trabalho

maior prevalência de tumores benignos 52,8% e malignos corresponderam à 47,2%,

corroborando com o estudo com melanociticas cutâneas onde foi observado que

67,2% das neoplasias eram benignas, fato que pode ser explicado pelo fato da

média de tamanho dos tumores serem de 1,24 +- 1,2 cm (CAMARGO et al., 2008).

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6 CONCLUSÃO

Após a avaliação dos resultados deste trabalho e de acordo com os objetivos

propostos, é possível concluir que:

As fêmeas foram as mais afetadas por neoplasias;

A faixa etária com maior incidência foi entre 7 e 10 anos;

Os cães SRD foram os mais afetados, não indicando com isso uma

predisposição racial;

O tempo de evolução das neoplasias interfere nas suas características

histológicas;

A presença de ulceração na neoplasia é um forte indicativo de malignidade;

A alimentação é um fator importante a ser mais estudado na casuística de

neoplasias em cães;

Presença de metástases ainda é pouco detectada por falta de exames

complementares;

O número de neoplasias malignas foi maior que as benignas;

Essa é uma área que apresenta grande crescimento na casuística e mais

estudos são necessários.

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Ocorrência de neoplasias em cães atendidos no hospital veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)1

Matias B. Stocco2, Samara Rosolem3, Paulo R. Spiller, Andresa C. Martini, Edson M. Colodel3,

Caroline A. Pescador3, Roberto L. de Souza2

ABSTRACT.- Stocco, M.B., Rosolem, S., Paulo, R,S., Andresa C,M., Colodel, E.M., Pescador, C.A., & Souza, R.L. 2014. [The occurrence of neoplasias in dogs in the veterinary hospital from UFMT]. Ocorrência de neoplasias em cães atendidos no hospital veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Pesquisa Veterinária Brasileira 00(0):00-00. Setor de Cirurgia Veterinária, Faculdade de Agronomia, Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Fernando Correa da Costa 2367, Boa Esperança, Cuiabá, MT. E-mail: [email protected]

Given the growing importance of the cases of oncology at the veterinary clinic of pets and attention with that, increasingly, the owners are dedicated to their animals, neoplastic diseases have been recorded as having increased expression. This study aims to establish the occurrence of malignancies observed in dogs treated at the Veterinary Hospital of the Federal University of Mato Grosso (UFMT). 399 dogs were evaluated from April 2013 to April 2014, with a total of 470 histological and cytological examinations, obtaining a total of 524 results. Data such as race, gender, age and location of the tumors were obtained. The neoplasms were viewed with greater incidence in the abdomen (135; 34%), followed by genital region (106; 27%), head (41; 10%), general (33, 8%), chest (31; 8%) neck (23; 6%) forelimb (14; 3%), pelvic limb (12.3%) and perianal region (4; 1%). 524 results evaluated (300; 57%) had malignant tumors and (150; 29%) and benign tumors (74; 14%) had non-neoplastic changes. Among the malignant tumors TVT (81; 27%) malignant tumor, and the most prevalent tumor and from the benign, was the adenoma (31; 19%) cases of benign tumors. The results obtained will help in developing a cancer database in HOVET - UFMT allowing chemotherapy treatment for dogs treated at the medical clinic.

INDEX TERMS: dogs, neoplasia, pathology, biopsy. 1 RESUMO Dada a importância crescente dos casos de oncologia na clínica veterinária de animais

de companhia e a atenção com que, cada vez mais, os proprietários se dedicam aos seus animais, as doenças neoplásicas têm sido registradas como tendo expressão crescente. Este estudo tem como objetivo principal estabelecer a ocorrência de neoplasias observadas em cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foram avaliados 399 cães no período de abril 2013 a abril 2014, com um total de 470 exames histopatológicos e citológicos, obtendo um total de 524 resultados. Dados como raça, sexo, idade e localização das neoplasias foram obtidos. As neoplasias foram visualizadas com maior incidência no abdômen (135;34%), seguida da região genital (106;27%), cabeça (41;10%), generalizado (33;8%), tórax (31;8%), pescoço (23;6%) membro torácico (14;3%), membro pélvico (12,3%) e região perianal (4;1%). Dos 524 resultados avaliados (300;57%) apresentaram tumores malignos e (150;29%) tumores benignos e (74;14%) apresentaram alterações não neoplásicas. Dentre os tumores malignos o TVT (81;27%) entre os tumores malignos, e o tumor mais prevalente e dentre os benignos, foi o adenoma com (31;19%) dos casos de tumores benignos. Os resultados obtidos contribuirão no desenvolvimento de um banco de dados oncológicos no HOVET – UFMT possibilitando o do tratamento quimioterápico para os cães atendidos na clínica médica.

TERMOS DE INDEXAÇÃO: cão; neoplasia; patologia; biópisia.

1 Recebido em…….. Aceito para publicação em… 2 Setor de Cirurgia. Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Av. Fernando Corrêa da Costa,

2367, Boa Esperança, Cep. 78060-900, Cuiabá, MT. *Autor para correspondência: Roberto... 3 Laboratório de Patologia Veterinária (LPV). Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Av.

Fernando Corrêa da Costa, 2367, Boa Esperança, Cep. 78060-900, Cuiabá, MT.

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INTRODUÇÃO O câncer tem sido apontado como uma das principais causas de morte em animais domésticos

(Bonnett et al. 1997). A crescente incidência das afecções neoplásicas em cães tem sido atribuída às melhores condições nutricionais e sanitárias dos animais refletindo de forma positiva na qualidade de vida e nos avanços de metodologias de diagnósticos mais eficientes e protocolos terapêuticos cada vez mais específicos (Withrow & Macewen 2006).

Uma avaliação clinica no início da detecção do problema é de fundamental importância pra uma melhor sobrevida destes animais, já que tumores menores que três centímetros apresentam uma menor chance de ser maligno (Toribio et al. 2012).

As neoplasias afetam com mais frequência animais de determinada idade, raça e sexo, o que de certa forma contribui no auxílio ao diagnóstico correto. Apesar de estudos apontarem o câncer como sendo uma doença de animais idosos, há relatos de desenvolvimento de neoplasias malignas em cães de dois meses de idade (Sturion et al. 1997). Em relação à raça, foi constatado que os mastocitomas envolvem principalmente os cães braquicefálicos, enquanto que os tumores ósseos são mais frequentes em raças grandes e gigantes (Gilson & Page 1998). Quanto ao sexo, (Mendes et al. 2007) observaram maior prevalência de tumores cutâneos em fêmeas, quando comparada aos machos.

A pele é o principal local onde ocorre à formação das neoplasias com 67,6%, seguido das glândulas mamárias aonde a ocorrência chega a ser de 15,1% dos casos (De Nardi et al. 2002; Souza et al. 2006; Cardoso et al. 2013).

Apesar dos avanços recentes no uso da radioterapia e quimioterapia na medicina veterinária, o método de tratamento ainda mais utilizado é o procedimento cirúrgico (Boothe 1997). A intervenção cirúrgica associada à quimioterapia rotineira é a modalidade terapêutica mais indicada para o tratamento das neoplasias (Oliveira et al. 2007). Atualmente, a quimioterapia mais utilizada é no tratamento de Tumor Venéreo Transmissível canino (TVT), a cura dos pacientes é estimada em 90% dos casos (Silva et al. 2007, Ribeiro & Zappa 2008), com poucos efeitos colaterais (Sousa et al. 2000). As características histológicas de cada neoplasia como: morfologia, grau de diferenciação, invasão tecidual com comprometimento ou não do linfonodo sentinela e metástases, permitem prever o comportamento biológico da mesma, sendo isto essencial para o prognóstico e para instituir uma intervenção terapêutica adequada ao animal (Dahroug et al. 2007, Angelim & Coelho 2012).

O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência dos casos de neoplasias em cães atendidos no hospital veterinário da UFMT, correlacionando os achados com os dados epidemiológicos gerais.

MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo prospectivo de casos de alterações neoplásicas visualizadas em diversos

órgãos e tecidos de caninos provenientes da região metropolitana de Cuiabá atendido no setor clínico-cirúrgico no hospital veterinário da UFMT no período de abril 2013 a abril de 2014.

Durante o atendimento clínico, foi colhido sangue para realização de hemograma completo e exames bioquímicos, por meio da venopunção da jugular externa. As amostras foram acondicionadas em tubos com anticoagulante ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), e tubos sem anticoagulantes pra os exames bioquímicos, as análises foram realizadas no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal do Mato-Grosso (UFMT). Os cães com diagnóstico indicativo de neoplasia foram encaminhados para avaliação, sendo uma ficha clínica preenchida. Nesta ficha, informações sobre anamnese, exame físico, e dados específicos sobre a lesão neoplásica (sexo, idade, raça, inicio do surgimento neoplásico, velocidade de crescimento, uso de anticoncepcional, pseudogestação, ciclo estral, tipo de alimentação, castração, número de neoplasias, tamanho das neoplasias, localização, presença de úlcera, presença de secreção, envolvimento com linfonodo, metástase, ralação malignidade versus benignidade) foram coletados e compilados em uma planilha de Excel sendo efetuada a analise estatística descritiva. Adicionalmente, a localização anatômica da neoplasia foi categorizada em: cabeça, pescoço, tórax, abdômen, membro torácico, membro pélvico, períneo, genitais e generalizado de acordo com Souza et al. (2006).

Foram consideradas como neoplasias todas as alterações de crescimento, podendo ser estes, neoplasias malignas, benignas ou alterações não neoplásicas como, hiperplasias, cistos entre outros. (Oliveira Filho et al., 2010)

O estadiamento clínico foi realizado, com base nos parâmetros do sistema TMN (modificado de Owen, 1980), avaliando o tamanho das neoplasias (T), se ocorre envolvimento de linfonodo regional (N) e presença de metástase a distancia (M). Quando o animal avaliado apresentava mais de uma neoplasia é considerada sempre a neoplasia de maior tamanho. Em ralação a avaliação dos linfonodos era sempre

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realizada a palpação no exame físico do animal, sendo observado no momento cirúrgico e dependendo do quadro o mesmo poderia ou não ser retirado.

Em relação à avaliação das neoplasias todos os animais passaram por uma avaliação geral, onde todas as neoplasias foram avaliadas quanto a número existente, tamanho e localização, assim como a avaliação macroscópica dos linfonodos. Para averiguar do tamanho dos tumores, foi utilizado o sistema TNM proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) onde os tumores foram agrupados em 3 classificaçõesT1: menor que 3 cm, T2: tumores com 3 a 5 cm, T3: tumores maiores que 5 cm (Oliveira Filho et al., 2010).

Quando um animal apresentava mais de uma neoplasia e estas pertenciam à mesma classificação histológica foi denominado multicêntrico, já quando o animal apresentava mais de uma neoplasia com classificação histológica diferente, estes foram incluídos no levantamento mais de uma vez, sendo que se esse animal possuir uma neoplasia benigna e uma maligna ele é contabilizado como sendo maligno. O número maior de resultados que animal também pode ser explicado pelo uso inicial da citologia para identificação da neoplasia, sendo que muitas vezes o resultado é inconclusivo devido à baixa celularidade encontrada ou excesso de sangue na lâmina, resultando ou em repetição do exame ou substituição por coleta de material para a histologia (Zuccari et al., 2001 ).

Para citologia foram realizados dois tipos de coleta sendo ou citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) com agulha (25x6) e seringa de 10ml, sendo o aspirado distribuído em lâminas de vidro, obtendo com isso o esfregaço do material para posterior coloração da lâmina, ou Imprint onde apenas a lamina de vidro é pressionada contra a região a ser avaliada para q esse deste contato células fiquem aderida a lamina podendo ser visualizada no microscopia.

A retirada cirúrgica do tecido neoplásico foi realizada conforme o preconizado por (Costa-Casagrande et al. 2008). Sendo feita a excisão da neoplasia com margem de segurança de 2 a 3 cm ao redor a área afetada (Sakuma et al., 2003), sendo encaminhado em formol a 10% ao laboratório de patologia e processado segundo a técnica histológica de rotina e corado pela coloração de hematoxilina e eosina (HE) (Behmer et al. 1976).

A quantidade de amostras é maior q a quantidade de animais, pelo fato de que alguns animais apresentam mais de um único nódulo, ou mesmo que um único animal pode ter passado por mais de uma coleta, como por exemplo, uma citologia, biópsia e necropsia, no caso das necropsias as mesmas somente eram feitas após a liberação por escrito ser assinada pelo proprietário, sendo coletado material de neoplásico das regiões afetadas.

Após a coleta do material histológico, mesmo foi fixado em solução de formol a 10% por um período mínimo de 24 horas, sendo imediatamente encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da UFMT, onde o material foi clivado e processado. Os processos de desidratação em solução crescente de álcool etílico, diafanização em xilol e inclusão em parafina, antes da secção do material em micrótomo manual em 5µm, e posterior coloração pela técnica de Hematoxilina-Eosina (HE). As laminas foram avaliadas em microscopia óptica.

O diagnóstico histopatológico das neoplasias foi baseado no sistema atual de classificação dos tipos histológicos, conforme preconizado pela organização mundial da Saúde – Armed Forces Institute of Pathology (OMS-AFIP) (Misdorp et al., 1999). Após a classificação dos tumores, a ocorrência de cada tipo neoplásico foi calculada em relação ao número total de neoplasias diagnosticadas e a localização anatômica. Os animais diagnosticados com mais de um tipo histológico neoplásico tiveram seus registros separados, dentro de cada sistema específico.

RESULTADOS

O projeto foi realizado de acordo com as normas éticas do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal e aprovado pela Comissão de Ética, com o protocolo N° 23108.018931/13-0 – CEUA.

No período de abril de 2013 a abril de 2014 foram avaliados 399 cães, perfazendo um total de 470 amostras enviadas, sendo 160 amostras citológicas e 310 amostras histológicas analisadas no LPV-UFMT resultando em 524 resultados. Dos 399 cães analisados, 273 (68%) eram fêmeas e 126 (32%) eram machos. Em relação à idade, esta varia de oito meses a 20 anos com maior incidência aos 10 anos de idade com 45(11%) casos. As raças mais prevalentes dos 399 cães avaliados com raça definida informada foram, Pit Bull (47;12 %), Pinscher (31;8 %), Dashund (25;6%), Poodle (24;6%) e Rotweiller (23;6%) sendo o maior numero de animais atendidos sem raça definida (166;42%).

O tempo que o animal apresenta a neoplasia foi avaliado em quatro períodos de tempo: um mês 167 (42%), seis meses 112(28%), um ano 37(9%), e mais de um ano 83(21%). Outro dado de observado foi velocidade de crescimento, onde foram observados três tempos distintos: lento 112 casos (28%), sendo 48% malignos, 38% benignos e 14% alterações não neoplásicas; moderado 126 (32%), sendo 75%

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maligno, 16% benigno e 9% alterações não neoplásicas; rápido 161 (40%), sendo 67% malignos, 16% benignos e 17% alterações não neoplásicas.

Das 273 fêmeas, em relação ao uso de anticoncepcionais injetáveis, 25;9% utilizaram anticoncepcionais alguma vez na vida e 248;91%, nunca utilizaram, das fêmeas que fizeram a utilização 15;60% malignos, 8;32% benignos e 2;8% com características não neoplásicas. Das fêmeas avaliadas apenas 20 (7%) apresentaram problemas como pseudogestação, sendo 70% malignos, 20% benignos e 10% alterações não neoplásicas e 253 (93%) não apresentaram pseudogestação, sendo 62% malignos, 26% benignos e 12% alterações não neoplásicas. As fêmeas que apresentaram algum tipo de alteração no ciclo estral foram apenas (12; 4%), sendo 75% malignos e 25% benignos. apresentaram ciclo estral normal (261;96%), sendo 62% malignos, 26% benignos e 12% alterações não neoplásicas.

O tipo de alimentação também foi avaliado, sendo estes pacientes divididos em três grupos, alimentação exclusivamente a base de ração comercial (215;54%), sendo 58% malignos, 27% benignos e 15% alterações não neoplásicas; alimentação a base de comida caseira (12;3%), sendo 83% malignos, 17% benignos; comida caseira mais ração comercial (172;43%) sendo 70% malignos, 18% benignos e 12% alterações não neoplásicas.

A castração foi relatada em somente 34 pacientes (9%) dos animais, destes 53% com características malignas, 23,5% benignos e 23,5% alterações não neoplásicas; entre os não castrados 365; 91% as caracteristicas das neoformações foram de 65% de malignos, 22% de benignos e 13% de alterações não neoplásicas. Em relação aos castrados, destes 34 animais 27;10% são fêmeas e 7;6% machos.

No exame físico, em relação à quantidade de neoplasias observadas, dos 399 animais avaliados, 248 (62%) apresentaram apenas um nódulo tumoral, sendo 60% malignos, 24% benignos e 16% alterações não neoplásicas; 94 (24%) com dois nódulos, sendo 69% de malignos, 24% benignos e 7% alterações não neoplásicas e 57 (14%) três nódulos ou mais, sendo 76% malignos, 14% benignos e 10% alterações não neoplásicas. Os resultados obtidos em relação ao tamanho das neoplasias foram separados em três grupos: (T1) neoplasias menores que três centímetros 75 (19%), sendo 44% maligno, 33% benigno e 23% alterações não neoplásicas; (T2) de três a cinco centímetros 213 (53%), sendo 66% malignos, 22% benignos e 12% alterações não neoplásicas; (T3) maiores que cinco centímetros 111 (28%), sendo 75% malignos, 14% benignos e 11% alterações não neoplásicas.

As neoplasias foram visualizadas com maior incidência no abdômen (135;34%), seguida da região genital (106;27%), cabeça (41;10%), generalizada (33;8%), tórax (31;8%), pescoço (23;6%), membro torácico (14;3%), membro pélvico (12;3%), e região perianal (4;1%).

Dos 399 animais coletados 170; 43% apresentaram neoplasias ulceradas, sendo destes 130; 76% malignos, 23,14% benignos e 17,10% alterações não neoplásicas. Do total de 170 neoplasias ulceradas, 159; 94% apresentavam secreção, sendo 57;36% dos machos e 102;64% das fêmeas, deste total 128; 81% dos animais apresentaram neoplasias malignas, 18; 11% benignas e 13;8% alterações não neoplásicas.

Em relação ao envolvimento da neoplasia com linfonodo, 337 (85%) dos animais não apresentaram envolvimento da neoplasia com aumento de linfonodo, e 62 (15%) dos casos apresentaram aumento de linfonodos sendo 46 animais com um linfonodo aumentado, 14 casos com dois linfonodos aumentados e dois casos com três linfonodos aumentados. Em relação à presença de metástases em órgãos 368 animais (92%) não apresentaram enquanto 32 (8%) apresentaram e um ou mais de um órgão.

Das alterações neoplásicas, 300 (57%) foram classificados como tumores malignos e 150 (29%) como tumores benignos, e 74 (11) como alterações não neoplásicas. Entre os tumores malignos, o TVT foi mais prevalente, com 81 animais acometidos (17%) dos casos malignos, dos tumores benignos, o adenoma foi o de maior ocorrência com 31 (19%) dos casos benignos.

Outro fator avaliado foi o tempo entre a consulta e o procedimento cirúrgico, o tempo médio de espera para o procedimento cirúrgico foi de 14 dias, sendo o menor tempo de espera foi de1 dia e o maior tempo de espera de 340 dias.

DISCUSSÃO Vários estudos divergem com relação à idade de incidência de neoplasias na população canina. A

idade média de 7.79 anos encontrada nesse trabalho corrobora com dados relatados por Daleck et al. (1998), Meirelles et al. (2010), Silva et al. (2011), Ribas et al. (2012), Toribio et al. (2012), Santos et al., (2013), Bellei et al (2014) e Natividade et al., (2014), com um pico de incidência na idade de 10 anos. De Nardi et al., (2002), Andrade et al., (2012) demonstra uma faixa ainda maior com predisposição as neoplasias indo dos 6 aos 12 anos. Ferraz et al., (2008) em seu trabalho com hemangiossarcoma evidenciou a faixa etária entre oito e 13 anos como as mais suscetíveis. Da Silva et al.,(2014) as neoplasias mamárias foram encontradas em animais com 5 a 17 anos com média de 10.1 anos, Langohr et al., (2002)

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animais com tumores renais também teve média bem próxima a encontrada nesse trabalho com média de 8 anos. Souza et al., (2006) demonstrou que a maior ocorrência foi em cães idoso 56,0% seguida de adultos 59,5% e filhotes com 4,5% com neoplasias cutâneas. Inkelmann et al (2011) observou maior prevalência em cães com idade de 10 anos ou mais. Importante ressaltar que quando analisado tumores específicos, estes costumam ocorrer em idades especificas, por exemplo, os linfomas ocorrem em cães com idade igual ou maior do que cinco anos, a idade media dos animais com linfoma foi de sete anos corroborando com os autores, e as neoplasias mamárias e de pele ao redor dos 10 anos (Cardoso et al. 2003, Camargo et al. 2008, Oliveira-Filho et al. 2010). As neoplasias mamárias ocorrem em animais de meia idade 7 a 12 anos e raramente em machos (cerca de 1% dos casos) (Lana et al. 2007, Oliveira-Filho et al. 2010). As neoplasias não se restringem somente aos animais adultos e velhos, também são encontradas em animais jovens, Inkelmann et al. (2011) relata o caso de um cão com 6 meses de idade com fibrossarcoma uretral. Silva et al., (2007) em seu estudo com TVT demonstrou maior prevalência em animais com idade média de 3,8 anos. Outro estudo com TVT relatou uma idade média de 5.3 anos (Brandão et al.,2002), demonstrando que algumas neoplasias são mais propensas a serem registradas em determinadas idades, já que essa é a faixa de idade onde os animais se apresentam mais sexualmente ativos e o sexo é uma das principais formas de contágio. Outro autor citou como faixa etária mais atingida os adultos 49,6% de adultos seguidos de 35,8% de filhotes, muito superior aos idosos 14,6% (Flores et al., 2012). Oliveira et al., (2003) demonstrou maior média de idade entre os animais com tumores malignos 9,6 anos frente à média de idade dos tumores benignos 8,5 anos, já Soave et al., (2008) com metástases pulmonares chegou a uma faixa de idade entre 3 e 15 anos, tendo um número maior de ocorrência os animais de 6 a 10 anos. Silva et al., (2014) em seu estudo com neoplasias mamárias demonstrou um idade média de 10,1 anos. Oliveira Filho et al., (2010)cita que a média de idade dos cães com neoplasias malignas é superior a média de idade dos cães com neoplasias benignas.

Com relação à raça, os animais mais afetados nesse trabalho foram os sem raça definida (SRD), dado esse também encontrado por De Nardi et al (2002), Meirelles et al (2010), Santos et al. (2013), Bellei et al. (2104) e Huppes et al., (2014), seguidos de Pit Bull, Pinscher, Daschund, Poodle e Boxer indo de encontro com o encontrado por Da Silva et al., (2014), Pena (2006), De Nardi (2002), e se opondo às raças citadas por Santos et al. (2013). Alguns autores apontam as raças Poodle, Dachshund, Pointer e Retrievers como predisponentes a tumores de mama ,Meuten (2000); Rutteman et al.(2001). Soave et al., (2008) cita como as raças mais afetadas o SRD, seguido de Rottweiler, Boxer e Poodle. Ribas et al., (2012) em seu estudo demonstrou que os SRD foram os mais acometidos seguidos dos cães das raças Daschund e Poodle. Toribio et al., (2012) em seu estudo com tumores de mama em cadelas demonstrou que houve maior envolvimento dos cães da raça Poodle 34,2%, seguida dos SRD 28,6% e Pastor Alemão 9,0%. De Nardi et al., (2002) em seu trabalho descreve a raça Boxer como sendo uma raça predisponente a mastocitomas, já que estes apresentaram grande essa incidência, Mesquita et al (2012) demonstrou maior prevalência em rottweiller, srd e Boxer como os mais afetados com neoplasias cardíacas. Natividade et al., (2014) relata que os cães da raça Boxer foram os mais afetados, seguidos de Labrador e em terceiro lugar os cães SRD. Outro fator que pode estar relacionado à alta incidência de tumores em cães SRD, é o fator econômico dos proprietários já que isso influencia diretamente na qualidade da alimentação dos cães, alimentos com altas taxas de gordura ou até mesmo contaminados com alguma substância cancerígena (Daleck et al., 1998). Nos casos de TVT fica bem evidente a predominância de cães SRD, em um estudo foram observados 71% dos casos em cães SRD (Brandão et al., 2002). Flores et al., (2012) cita que cães de raça Pastor Alemão tem risco aumentado de desenvolver hemangiossarcoma. Oliveira Filho et al.,(2010) aferiu que as raças mais afetadas com neoplasias foram Poodle 23,7%, Cocker Spaniel 11,7%, Teckel 11,6% seguidos de Pastor Alemão e Pinscher. Um estudo com TVT demonstrou que a maioria dos cães acometidos são (SRD), demonstrando menor número de cães de raça (Silva et al., 2007) isso pode ser relacionado com um maior numero de cães mestiços na população total na região e que os proprietários dos cães SRD possuem menor renda e tem o costume de deixar os cães terem acesso a rua onde tem contato com animais contaminados. A discussão da prevalência das raças acometidas neste estudo fica limitada, pois não se conhece a população canina total da área. Embora os animais afetados tenham sido os SRD, indo de acordo com o encontrado por Santos et al. (2013) e De Nardi et al. (2002) Tais dados são de difícil interpretação, visto que a população canina difere com relação à difusão de determinadas raças em determinada região ou épocas. Há concordância com Daleck et al. (1998), referente a não ter relação entre a origem das neoplasias e a raça, já que os animais SRD são mais acometidos por serem o de maior população.

Os dados obtidos em relação ao tempo de origem das neoplasias, também foram questionados aos proprietários, sendo esses tempos, divididos em quatro períodos: presença das neoplasias com máximo de 1 mês 167;42% dos animais, sendo destes 67% malignos, 14% benignos e 19% alterações não neoplásicas, no máximo seis meses 112;28%, sendo 74% malignos, 22% benignos e 4% alterações não neoplásicas, com no máximo um ano 37;9%, 38% malignos, 43% benignos e 19% alterações não

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neoplásicas e mais de uma ano 83;21%, com 52% malignos, 31% benignos e 17% alterações não neoplásicas. Rossetto et al., (2009) relata que uma das hipóteses da alta incidência dos casos de tumores malignos é o tempo em que os proprietários demoram em levar seus animais para uma consulta com o veterinário, tendo a neoplasia uma evolução longa e com isso tempo para a neoplasia passar a ter características malignas. Fator esse que pode ser explicado pelo baixo conhecimento da população em geral a respeito das neoplasias e também pelo baixo poder econômico, que muitas vezes limita o procedimento cirúrgico ou até mesmo a consulta veterinária.

A velocidade de crescimento das neoplasias foi avaliada, sendo que 112;28% apresentaram crescimento lento, 126;32% apresentaram crescimento moderado e 161;40% com crescimento rápido. Outro estudo cita que a velocidade de crescimento rápido pode ser um sinal de malignidade (Queiroga e Lopes., 2002), devido a sua capacidade de induzir a neovascularização (Lucena., 2006). Carvalho (2006) descreve como características de um tumor maligno crescimento rápido, infiltração nos tecidos adjacentes e ulceração, dados que corroboram com os resultados encontrados por este trabalho onde os tumores de crescimento rápido foram em sua maioria de caracteristicas malignas.

Das 273 fêmeas atendidas neste estudo 248;91% nunca usaram e 25;9% das cadelas foram submetidas ao uso de no mínimo uma vez de anticoncepcionais, em relação as características neoplásicas das cadelas que fizeram o uso, 15;60% tem características malignas, 8;32% características benignas e 2;8% características não neoplásicas, número próximo ao das cadelas que não fizeram o uso respectivamente 157;63%, 62;25% e 29;12%, e a maioria dos proprietários não souberam responder com exatidão a freqüência do uso, impossibilitando com isso uma discussão mais aprofundada dessa relação entre uso de anticoncepcional injetável e surgimento de neoplasias. De Nardi et al., (2002) Relata existir sim influência hormonal na incidência de tumores de mama em cães, em seu estudo aproximadamente 48% das fêmeas utilizaram anticoncepcionais. Oliveira Filho et al., (2010) demonstrou números bem inferiores quanto a utilização de contraceptivos com uma taxa de 9,2% dos casos e (68%) apresentaram tumores malignos. Outro estudo mostra que 44,4% das cadelas com tumor de mama utilizaram alguma vez na vida anticoncepcional e que 23,8% delas utilizaram mais que três vezes (Oliveira et al., 2003). Ribas et al., (2012) em seu trabalho diz que 28% das cadelas fizeram o uso de anticoncepcionais. Número bem menor foi encontrado por Feliciano et al., (2012) onde demonstrou que aproximadamente 13% das cadelas fizeram o uso de contraceptivos. Oliveira et al., (2003) relaciona o uso de progestágenos, a uma maior ocorrência de tumores benignos nas cadelas, e discute o papel controverso do uso de progestágenos como indutores tumorais. Oliveira-Filho et al. (2010), relata não ter sido possível coletar os dados referentes aos tipos de contraceptivos, impossibilitando com isso uma discussão mais ampla do tema, fato semelhante ao ocorrido neste trabalho.

Neste trabalho as cadelas que já apresentaram pseudociese correspondem a 7% do total de fêmeas e 93% disseram não apresentar. A pseudociese foi relatada em 48% das cadelas com tumores de mama e destas 72,3% apresentaram tumores malignos (Oliveira et al., 2003). Oliveira Filho et al., (2010) relatou em seu estudo que o número de casos de animais com pseudociese foi de 2,9% número menor que o encontrado nesse trabalho. Toribio et al.,(2012) em seu trabalho demonstrou que 30,4% dos animais pesquisados já apresentaram pseudociese, número bem maior que o encontrado nesse trabalho, tal fato pode ser explicado pelo fato de Toribio et al.,(2012) ter feito seu trabalho somente com fêmeas com neoplasias mamarias já que é sabido que animais com alterações no ciclo estral tendem a ter maior propensão a neoplasias mamarias, já que a influencia hormonal tem papel na iniciação ou promoção da carcinogênese. Ribas et al.,(2012) em seu estudo demonstra que 8% dos animais com tumores de mama apresentaram pseudociese. Oiveira et al., (2003) cita que 48% das cadelas portadoras de tumores de mama apresentaram pseudociese, e essas cadelas apresentaram maior taxa de neoplasias malignas quando comparadas as que não apresentaram, essa maior percentagem de tumores malignos corrobora com os dados encontrados neste trabalho.

Em relação ao ciclo estral, apenas 12/4% animais apresentarem algum tipo de alteração, destes 75% com alterações malignas e 25% benignas. Feliciano et al., (2012) em seu estudo demonstra um número muito maior em relação a irregularidade no ciclo estral com 90% das cadelas com problemas, sendo principalmente tempo reduzido entre um ciclo estral e outro, cita também a ocorrência de tumores de mama em cadelas sem alterações no ciclo estral, demonstrando que as neoplasias mamarias ocorrem em cadelas sem alterações reprodutivas. Daleck et al., (1998) relata que a castração precoce, antes do primeiro ciclo estral reduz a incidência de tumor para 0,5%, depois do primeiro ciclo estral sobe para 8% e depois do segundo para 26%. Fonseca e Daleck.,(2000) relatam que a supressão hormonal realizada na maturidade das cadelas não apresenta nenhuma função de proteção ao surgimento de tumores mamários, e que as variações hormonais apresentam sim relação no desenvolvimento de tumores de mama. Neste trabalho devido à escassez de dados, deixa bastante limitada à discussão, já que a grande maioria dos

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proprietários não se atenta as alterações no ciclo estral, ficando assim difícil estabelecer alguma relação destas variações com o surgimento de neoplasias.

Os dados referentes à alimentação foram avaliados e distribuídos em três grupos distintos, animais com alimentação exclusiva de ração comercial 215;54%, alimentação mista com ração comercial mais alimentação caseira 172;43% e animais com alimentação exclusivamente caseira 12,3%, estes dados demonstram que os proprietários ainda “suplementam” a alimentação comercial com comida caseira, contribuindo com isso com uma alimentação desbalanceada e provavelmente rica em gorduras saturas. Muller et al.,(2008) em seu estudo para equiparar índice de massa corporal (IMC) de humanos a cães demonstra que tanto a obesidade quanto a desnutrição levam o animal a apresentar problemas de saúde, incluindo o câncer. Queiroga e Lopes. (2002) cita que a maior chance de um animal obeso desenvolver tumor. Outro estudo indica que uma alimentação de baixo valor nutritivo e ou mesmo o consumo de alimentos contaminados com substancias cancerígenos, possam predispor o desenvolvimento neoplásico (Daleck et al., 1998). A alimentação dos pacientes também foi um fator avaliado, sendo que, 215;54% tinham como alimentação única ração comercial, 12;3% comida caseira e 156;39% ração comercial mais comida caseira como fonte de alimentação, tendo como. Outro estudo revelou que 52,63% dos cães não eram alimentados com ração balanceada (De Nardi et al., 2002). Toribio et al.,(2012) relata em seu estudo que apenas 31,3% dos animais avaliados se alimentam com ração comercial, enquanto a grande maioria 68,8% consome ração comercial adicionada de comida caseira, demonstrando com isso que a maioria dos animais que receberam o acréscimo de alimentação apresentavam sobrepeso fator que aumenta as chances do animal apresentar neoplasias. Ribas et al.,(2012) em seu estudo demonstrou que 89% das cadelas que apresentaram tumor de mama estavam com sobrepeso , e que 91,66% delas a alimentação possuía alto teor de gorduras. De Nardi et al., (2002) relata ser positiva a relação entre alimentação e desenvolvimento tumoral mamário em cães, já que uma alimentação desequilibrada influencia um aumento de peso que está diretamente ligado a aumento de desenvolvimento de tumores. Em um estudo com gatas foi possível estabelecer uma relação entre obesidade, dietas ricas em gorduras e desequilibradas com uma maior incidência de tumor mamário, e maior número de neoplasias de caráter maligno 66,7% (Nunes et al., 2011).

Em relação à castração 9% eram castrados antes do procedimento cirúrgico da exerese da neoformação, desses 7;6% eram machos e 27,10% fêmeas, corroborando com (Oliveira Filho et al. 2010) onde o número total de animais castrados foi de (9,4%), dados bem próximos aos encontrados por Toribio et al., (2102), onde a taxa de animais castrados era de 12,5%, corroborando com os dados encontrados por Ribas et al., (2012) onde a porcentagem de animais castrados foi de 11% e Feliciano et al., (2012) com aproximadamente 16%. A castração de cadelas como forma de se prevenir o aparecimento de tumores mamários é constatado mais esse fator depende em que fase da vida do animal essa cirurgia é realizada, antes dos dois anos e meio de idade, ou antes, do terceiro ciclo estral (Fonseca e Daleck 2000). A castração posterior ao surgimento do tumor, não apresenta benefícios ao animal em relação às neoplasias (Queiroga e Lopes., 2002). Daleck et al., (1998) obesrvou em seu trabalho com tumores de mama uma relação entre quantidade de gestação com incidência de tumor, já que a maioria dos animais que apresentaram nódulos mamários eram multíparas, seguida de primíparas e com menor número as nulíparas. Em seu estudo com tumores de mama Ribas et al.,(2012) demonstrou que as fêmeas não castradas apresentaram maior incidência de tumores em relação as fêmeas castradas, e que não houve nenhum caso de tumor de mama em cadelas castradas antes do primeiro ciclo estral, corroborando com Oliveira et al., (2003) que não encontrou nenhum diagnóstico positivo de cadelas com tumor mamário que tivesse realizado a castração antes da puberdade, e todas as cadelas diagnosticadas com tumores de mama, não eram castradas. Bentubo et al., (2007), demonstrou que os animais castrados tem uma expectativa de vida maior que os animais não castrados.

Em relação à quantidade de neoplasias encontradas em cada paciente, a maior quantidade de animais apresentava apenas uma neoplasia 248;62%, com duas neoplasias 94;24% e com três ou mais foram de 57;14%. O número de neoplasmas é maior que o número de cães já que um único animal pode apresentar mais de uma neoplasia, podendo estas ser de mesma origem ou não. (Souza et al. 2006). As neoplasias múltiplas mesmo que demonstrando características semelhantes devem ser retiradas, identificadas e enviadas separadas para histologia, já que mesmo semelhantes podem possuir origens diferentes e com isso prognósticos diferentes (Rossetto et al., 2009) Da Silva et al., (2014) em seu estudo com tumores de mama encontrou 95% das cadelas com 2 ou mais neoplasias. Em um estudo com tumores de mama a presença de nódulos múltiplos foi presente em 77,6% das cadelas (Oliveira et al., 2003). A presença de múltiplas neoplasias não metastáticas é incomum e geralmente mostram que as oncologias de caráter benigno e maligno podem ocorrer ao mesmo tempo, em seu trabalho, 39% dos animais apresentavam duas ou mais neoplasias sendo que deste total 46% apresentavam neoplasias de origens distintas (Cirio et al. 2010). Em seu trabalho com tumores de mama Oliveira et al., (2003) encontrou mais

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de um tipo histológico em 25,9% dos animais e 8,2% das cadelas tiveram tumores malignos e benignos ao mesmo tempo. Souza et al., (2006) relatou em seu estudo que a maioria dos animais atendidos possuía apenas uma única neoplasia 82,2% e que 17,8% apresentava dois ou mais tumores de pele, deixando evidente a importância do médico veterinário avaliar a quantidade de neoplasias que o animal possui, e ainda mais, se o mesmo possuir mais de uma neoplasia fazer o procedimento cirúrgico para a retirada de todos se possível e enviar todas as neoplasias para a avaliação histopatológica, já que a possibilidade mesmo que pequena das neoplasias terem resultados histológicos diferentes. Inkelmann et al., (2011) cita em seu trabalho com neoplasias de bexiga que a maior incidência de tumores multicêntricos com 76,1% dos casos contra 23,9% de tumores primários na bexiga. Silva et al., (2014) em um estudo com tumores de mama em cadelas demonstrou uma alta taxa de animais com duas neoplasias ou mais, do total 95% apresentaram duas ou mais. Ribas et al., (2012) demonstrou que a incidência de neoplasias únicas foi bem inferior com apenas 16,66% dos casos contra 83,33% dos casos com animais que apresentaram duas ou mais neoplasias, citando como um dos possíveis fatores a demora do proprietário em levar seu animal para a consulta veterinária. Oliveira et al., (2003) cita em seu estudo que a maioria das cadelas diagnosticadas com tumores de mama apresentavam mais de uma neoplasia, sendo a apresentação tumoral em nódulos múltiplos.

As informações em relação ao tamanho das neoplasias, foram descritas nesse estudo como sendo T1 75(19%), T2 213(53%) e (T3) 111(28%). A maior ocorrência de tumores T2 pode ser explicada pela demora dos proprietários em buscar uma consulta veterinária para resolução deste problema, devido à baixa informação que a população de maneira geral tem em respeito aos problemas que as neoplasias podem acarretar ao animal ou ao medo do diagnóstico de câncer, corroborando com os dados encontrados por Oliveira et al., (2003) demonstrou que os nódulos com tamanho menor que 5 cm foram de 34,5% dos casos, os nódulos com tamanhos entre 5 e 10 cm 44,2%, nódulos entre 11 e 15 cm 17,2% dos casos e maiores que 15 cm 3,5% dos casos. Toribio et al.,(2012) relatou que o número de neoplasias menores do que 3 centímetros foi de apenas 20,8%, demonstrando que o tempo é grande entre o aparecimento da neoplasia e a avaliação veterinária, fator esse que pode explicar o grande número de neoplasias malignas nos animais, já que o tamanho da neoplasia influencia no prognóstico de animal, neste mesmo trabalho foi avaliada a relação tamanho do nódulo com presença de metástase pulmonar e 15,2% dos animais apresentaram metástases pulmonares, sendo que 75% dos casos os tumores tinham mais que 5 cm. Outro estudo relatou que a maior incidência ocorreu com T3 (Oliveira et al.2003). Um estudo demonstra maior possibilidade de tumores com mais de cinco cm serem malignos (Queiroga e Lopes., 2002). Oliveira Filho et al.,(2010) em seu trabalho demonstrou uma maior ocorrência de neoplasmas com tamanho inferior a 3cm (T1) 49,4%, seguido de (T3) acima de 5cm com 31,4% e (T2) de 3 a 5cm com 19,1% dos casos. Natividade et al., (2014) relata uma variação entre os tamanhos neoplásicos de 0,3 a 20cm, e demonstra existir uma correlação entre o tamanho tumoral o prognóstico animal, corroborando com Toribio et al., (2012), que relata também ocorrer correlação positiva entre tamanho tumoral e malignidade e ainda cita que esse tamanho aumentado pode ser conseqüência de um diagnóstico tardio devido a fatores socioeconômicos da população. Oliveira Filho et al., (2010) demonstra existir sim uma correlação entre tamanho e malignidade dos tumores evidenciando que quanto maior o tumor maiores são as chances de ser maligno. Um estudo com tumores de mama em cadelas demonstra que a classificação TNM que tem origem a medicina humana, e que a veterinária utiliza hoje e é muito difundida na classificação do estadiamento neoplásico dos cães deve ser adaptado, já que ocorre uma variação de tamanho muito grande entre as raças, a relação entre o tamanho de um tumor de 3 cm em um cão de pequeno porte, se apresentará diferente de um tumor de 3 cm em um cão de grande porte. (Silva et al., 2014).

Nesse projeto o número de neoplasias abdominais chega a 34% no total sendo 45% nas fêmeas, próximo a resultados encontrados por outros autores com aproximadamente 50% das neoplasias (De Nardi et al. 2002, Pinto 2009, Oliveira-Filho et al 2010, Reis et al. 2010, Ribas et al. 2012, Santos et al., 2013). Dos tumores mamários, 50% podem ser malignos (Queiroga & Lopes 2002) com a possibilidade de metástase de 50% destes (Hedlund. 2002), seguidos de genital com 106;27% dando destaque principalmente para o TVT, com 81 casos, seguidos de neoplasias na cabeça 41;10%, generalizado com 33;8%, tórax com 31;8%, pescoço 23;6%, membro torácico 14;3%, membro pélvico 12;3%, perianal 4;1%. Por serem em sua maioria fêmeas, e o tumor de mama ser o de maior número e ter uma origem hormônio-dependente, foi questionado o uso de anticoncepcional, assim como a castração. Dentre as neoplasias hormônio- dependentes destacam-se as neoplasias da mama, em fêmeas, e testículo e próstata em machos. Essas neoplasias compartilham do mesmo mecanismo de carcinogênese, mas sob a ação de hormônios específicos (Henderson et al. 1993, Henderson & Feigelson., 2000). A localização das neoplasias, assim como seu tamanho e se apresentavam ulceradas ou não é um fator muito importante no diagnóstico clinico do paciente. Os locais anatômicos de maior incidência neste estudo corroboram com

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Souza et al. (2001) que relata em seu experimento predominância de tumores de pele, seguido de tumores mamários. Vail & Withrow (1991) indicam que as neoplasias cutâneas representaram aproximadamente 30% das neoplasias em cães. Meirelles et al. (2010) diz que as mais freqüentes são mastocitoma, melanoma, lipoma, adenoma sebáceo,carcinoma de células escamosas, adenoma hepatóide, hemangiossarcoma, hemangioma, tricoblastoma e fibrossarcoma, resultados esses bem próximos aos encontrados nesse projeto. Um estudo com melanocitoma demonstrou maior ocorrência na pálpebra (cabeça), seguida de região interdigital e torácica (Camargo et al., 2008). Silva et al.(2011) demonstro em seu estudo que as áreas mais afetadas foram: tronco, bolsa escrotal e membros anteriores, localizações bem semelhantes as encontradas por Natividade et al., (2014), onde membros, bolsa escrotal e tórax foram os mais atingidos, outro estudo na Bahia demonstrou maior incidência de tumores de pele, seguidos dos tumores de mama, e trato genital (Souza et al., 2001); em seu estudo com metástases pulmonares Soave et al., (2008) demonstrou maior localização na cabeça, seguido de: tronco, membros e tórax. Demonstrando que há muita variação anatômica em relação as mais diversas formas neoplásica. Souza et al., (2006) em seu estudo demonstrou que a área de maior localização foi cabeça 15,6%, seguida de abdômen 13,8% membro posterior 12,7%, períneo 9,7%, tórax 9,5%, membro anterior 8,6%, pescoço 6,3%, dorso 5,2%, escroto 4,5% cauda 1,9%.

Dos 399 animais coletados 170,43% apresentaram neoplasias ulceradas, sendo destes 130,76% malignos, 23,14% benignos e 17,10% alterações não neoplásicas, demonstrando que a característica de ulceração com um indicativo de tumores malignos, corroborando com os resultados encontrados por Queiroga e Lopes., (2002) que relata a ulceração pode ser um sinal sugestivo de malignidade. Oliveira Filho et al. (2010) cita em seu estudo que (89,3%) das neoplasias ulceradas eram malignas e (10,7%) benignas, outro estudo registrou que (72,7%) das neoplasias ulceradas eram malignas (Oliveira et al. 2003), corroborando com estes autores em que a presença de ulcera na neoplasia é forte indicativo de malignidade. Toríbio et al., (2012) em seu estudo com tumores de mama relatou um número bastante significativo em relação as neoplasias ulceradas já que 100% delas eram de caráter maligno, demonstrando com isso que a presença de ulceração é fator de pior prognóstico para o animal. Já Feliciano et al., (2012) não encontrou evidencias em seu estudo onde demonstre correlação entre as características de regularidade de superfície tumoral e suas características de malignidade.

Do total de 170 neoplasias ulceradas, 159;94% apresentavam secreção, sendo 57;36% dos machos e 102;64% das fêmeas, deste total 128,81% dos animais apresentaram neoplasias malignas, 18,11% benignas e 13;8% alterações não neoplásicas. A presença de secreção muitas vezes não tem relação com o tumor, e sim com uma infecção bacteriana secundaria, sendo assim fica difícil relatar com exatidão se a presença de secreção indica ou não uma característica da neoplasia de apresentar caráter maligno ou benigno, já que é sabido e foi relatado anteriormente que sim a ulcera é um indicativo que pode ser usado para o prognóstico de malignidade.

Em relação ao envolvimento dos linfonodos, foi avaliado também a quantidade de linfonodos com alteração, foram constatados 62;15% dos animais com aumento de linfonodo, sendo 46;12% com apenas um aumentado, 14;3% com dois linfonodos aumentados e 2 com três ou mias linfonodos aumentados, em relação a malignidade, destes 46;74% eram malignos, 7;11% benignos e 9;15% com alterações não neoplásicas, demonstrando com isso que o aumento dos linfonodos pode ser mais um fator de pior prognóstico para os animais. Em seu estudo a respeito da importância da drenagem linfática e a influencia na disseminação de células neoplásicas, os linfonodos podem servir como mais um fator de observação para o veterinário onde seu aumento pode indicar uma metástase e com isso um pior prognóstico (Silva et al., 2006). Oliveira Filho et al.,(2010) em seu trabalho relata que o acometimento dos linfonodos é um importante fator prognóstico, já que dos animais relatados com tumores malignos 29,5% apresentaram pelo menos um linfonodo acometido. Daleck et al., (1998) em seu estudo relata a necessidade de se fazer a retirada do linfonodo inguinal sempre que um dos três últimos pares de mamas estiver com alguma neoplasia, independente se o linfonodo estiver aumentado ou não, diferentemente do linfonodo axilar que só era retirado se os dois primeiros pares de mamas apresentassem neoplasias e o linfonodo estivesse aumentado. Cápua et al., (2011) relata como a principal manifestação clinica de um cão com linfoma é a linfadenomegalia superficial, que foi presente em 72% dos casos de seu estudo. Angelim e Coelho. (2012) descrevem que a utilização do linfonodo sentinela no diagnóstico de metástases em tumores de mama é de fundamental importância para a medicina veterinária e deve ser mais bem aproveitada.

A metástase foi outro fator avaliado, onde foi diagnosticado em apenas 32;8% dos animais, esse número de metástases, foi abaixo do encontrado por outros autores, este fato pode ser explicado pois muitos proprietários se recusam a fazer os exames complementares como exame radiográfico de tórax e ultrassonografia abdominal, para o diagnóstico das metástases, devido ao custo extra destes. A importância do exame radiográfico na detecção de metástases pulmonares é indiscutível, ainda mais por se tratar de uma condição que pode ser confundida com doenças cardiorrespiratórias (Soave et al.,2008).

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Outro estudo com cães com hemangiossarcoma, salienta a importância dos exames complementares no diagnóstico, já que 80% dos animais acometidos por esta neoplasia apresentam metástase no momento do diagnóstico (Ferraz et al., 2008). Um estudo demonstrou que 11% dos animais com neoplasias em localizações distintas pelo corpo apresentavam metástases pulmonares, o exame radiográfico se mostra de grande importância para um prognóstico mais conclusivo em todos os casos de neoplasias em cães, possibilitando o diagnóstico de metástase pulmonar (Soave et al., 2008). Oliveira Filho et al.,(2010) em seu trabalho cita que uma possível explicação para esse número baixo de animais diagnosticados com metástases, seja devido a falta de evidencias clinicas assim como falta de exames complementares como ultrasson abdominal e exame radiográfico torácico, sendo os órgãos mais afetados: Pulmão com 85,9% seguido de fígado 23,4%, coração 21,9% e rim 20,3%. Ribas et al.,(2012) demonstra em seu trabalho que o pulmão é o órgão mais afetado com metástases, sendo o numero de metástases pulmonares maior que a incidência de tumores pulmonares primários. Brandão et al., 2002 em seu trabalho com animais com TVT observou metástase em 10 animais sendo que 4 animais apresentavam apresentaram nos nódulos linfáticos e outros 6 no baço, sendo que um destes casos apresentou metástases no fígado, coração, intestino, rim, pulmão, traquéia e cérebro. Oliveira et al., (2003) relatou em seu estudo com tumores de mama em cadelas uma prevalência de 15,9% de metástases torácicas em cadelas com tumores malignos. Oliveira Filho et al., (2010) em seu trabalho demonstra maior prevalência de metástases para linfonodos, e metástases pulmonares foram mais observadas em necropsias .

Os dados obtidos neste projeto em relação ao comportamento tumoral encontraram: 524;100%, destas 300;57% apresentavam características malignas, 150;29% apresentavam características benignas e 74;14% apresentavam características não neoplásicas. Demonstrando uma superioridade os casos totais de neoplasias malignas. Agora o resultado por animal onde cada animal foi avaliado isoladamente esses 399 animais apresentaram 255;64% malignos, 91;23% benignos e 53;13% alterações não neoplásicas, corroborando com Da Silva et al., (2014) que também encontrou superioridade das neoplasias malignas com 87% dos casos e Feliciano et al., (2012) onde a relação de malignos foi de 60% e de benignos de 40%. Meirelles et al., (2010) em seu estudo com neoplasmas cutâneos também encontrou maior prevalência em neoplasmas malignos frente aos benignos, dados que corroboram com Filgueira et al (2005), onde 77,1% das neoplasias eram malignas. Em seu estudo com tumores de mama em cães Oliveira et al. (2003) encontrou resultados bem próximos também com 71,8% de neoplasias malignas frente a 28,2% de benignas. A incidência de tumores malignos e benignos aumenta com a expectativa de vida e se reduz com a ovariectomia em animais jovens (Rutteman et al. 2001). Os tumores benignos em sua maioria se apresentam com tamanhos inferiores a três centímetros, enquanto os malignos apresentam-se com cinco centímetros ou mais (Queiroga e Lopes., 2002). Silva et al., (2014) encontrou uma superioridade na apresentação das neoplasias malignas que chegou a 87% do total dos casos estudados. Ribas et al.,(2012) em seu estudo demonstrou uma maior representação dos tumores malignos 80,65% e os benignos com 19,35% dos casos. Em outro trabalho com neoplasias cutâneas o predomínio de tumores malignos foi de 62,3% contra 37,7% de benignos (Meirelles et al., 2010), corroborando com Silva et al., (2011) onde a taxa de tumores malignos foi de 66,3%. Toribio et al., (2012) relata que dos animais avaliados em seu estudo apenas 9,1% apresentaram neoplasias benignas enquanto os malignos representaram 90,9% dos casos. Oliveira Filho et al.,(2010) encontrou em seu trabalho uma taxa de 73,4% de neoplasias malignas e 26,6% de neoplasias benignas, números bem próximos ao encontrados por outros autores. Oliveira et al., (2003) em seu estudo relata que 71,8% dos casos de neoplasias mamarias em cadelas apresentou características malignas, com maior número de carcinoma. Daleck et al., (1998) relatou que dos tumores mamários em cães 50% são malignos. Bellei et al., (2014) relata maior numero de neoplasias cutâneas benignas 62,6% em relação as malignas, Souza et al.,(2008) encontrou em seu trabalho maior prevalência de tumores benignos 52,8% e malignos corresponderam por 47,2%, corroborando com o estudo com melanociticas cutâneas onde foi observado que 67,2% das neoplasias eram benignas, fato que pode ser explicado pelo fato da média de tamanho dos tumores serem de 1,24 +- 1,2 cm (Camargo et al., 2008).

CONCLUSÃO

Após a avaliação dos resultados deste projeto e de acordo com os objetivos propostos, é possível concluir que:

As fêmeas foram as mais afetadas por neoplasias

A faixa etária com maior incidência foi entre 7 e 10 anos

Os cães SRD foram os mais afetados não indicando com isso uma predisposição racial

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Que o tempo de evolução das neoplasias interfere nas suas características histológicas

A presença de ulceração na neoplasia é um forte indicativo de malignidade

A alimentação é um fator importante a ser mais estudado na casuística de neoplasias em cães

Presença de metástases ainda é pouco detectada por falta de exames complementares

O número de neoplasias malignas foi maior que as benignas

Essa é uma área que apresenta grande crescimento e mais estudos são necessários

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