Odontologia de Grupo em Revista Nº 12

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Odontologia de Grupo ISSN 2175-2419 JAN/FEV/MAR 2012 ANO III Nº 12 em revista Sinog em ação Atividades regulares são premissa para a participação das operadoras associadas Superbactérias Saiba como os médicos travam essa guerra para vencê-la Odontologia do Trabalho Projeto de lei amplia oportunidade para os dentistas Dentista no hospital? Presença do odontólogo no ambiente médico é essencial O economista Antonio Corrêa de Lacerda, membro da Fiesp e da Confederação Nacional das Indústrias, analisa a crise econômica internacional e as metas brasileiras para 2012

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Revista publicada pelo SINOG - Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo.

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Odontologia de Grupo ISSN

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jan/fev/mar 2012anO III nº 12 em revista

Sinog em açãoAtividades regulares são premissa para

a participação das operadoras associadas

SuperbactériasSaiba como os médicos

travam essa guerra para vencê-la

Odontologia do TrabalhoProjeto de lei amplia oportunidade para os dentistas

Dentista no hospital?Presença do odontólogo no ambiente médico é

essencial

O economista Antonio Corrêa de Lacerda, membro da Fiesp e da Confederação Nacional das Indústrias, analisa a crise econômica internacional e as metas brasileiras para 2012

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SINOG – SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE ODONTOLOGIA DE GRUPO

Endereço para correspondência: Av. Paulista, 171 – 11º andar – Cerqueira César

01311-000 – Fone: (11) 3289-7299 Fax: (11) 3289-7175

Portal: www.sinog.com.br E-mail: [email protected]

TO projeto de gestão para o Sinog, apresentado durante a posse da nova diretoria da entidade, em setembro de 2011, previu, antes de qualquer ação a ser desenvolvida, uma pesquisa das atuais demandas dos associados com relação às atividades promovidas por este sindicato. Em dezembro enviamos, aos representantes das operadoras e aos atuais diretores, um questionário de preenchimento online com questões acerca do grau de satisfação de cada filiado para com o Sinog, diante dos eventos realizados e dos temas abordados nestes encontros, além dos níveis de conhecimento e efetividade de uso das principais fer-ramentas de comunicação disponibilizadas, seja por meio digital ou impresso.

Entendemos que, como entidade representante do maior segmento das operadoras de planos odontológicos, temos muito a colaborar para que o crescimento do número de beneficiários seja constante e para que as empresas tenham um amadurecimento diante das diferentes exigências regulatórias. A importância do Sinog está baseada justamente na representação dos valores e das necessidades de cada parte de um todo, em que pequenos, médios e grandes possam decidir para o bem comum da Odontologia de Grupo.

É nosso interesse acolher cada opinião expressada para discuti-las à exaustão até se encontrar um denominador comum que possa trazer melhorias para o nosso segmento. Cada membro desta diretoria, representativa de todas as regiões do País, sabe que o caminho para a continuidade de nossa atividade passa pelo Sinog e é nele onde se tem o apoio para que esse crescimento possa ser sustentável e permanente.

Com a tabulação dos resultados do questionário, a diretoria do Sinog direcionou o plano de ações a ser desenvolvido ao longo deste ano. Temas foram elencados em ordem de importância, assim como os eventos e suas periodicidades. Desta forma, já a partir do primeiro trimestre de 2012, daremos início às reuniões mensais de esclarecimentos regulatórios, aos workshops com assuntos mais específicos para o aprimoramento técnico e administrativo das operadoras e à distribuição periódica de informações que sejam de relevância para o segmento.

As reuniões virtuais, por meio de áudio e web conference já são uma realidade desde novembro passado nos encontros da diretoria do Sinog. O sistema passará a ser utilizado nas demais reuniões, possibilitando o acesso a todos os colaboradores das operadoras associadas que não possam deslocar-se até a sede da entidade. O programa de reuniões regionais, Sinog Itinerante, também iniciado em novembro de 2011 na cidade de Recife, em Pernambuco, tem servido para aproximar os diretores regionais, bem como prospectar novos associados e elucidar questões no âmbito sindical e regulatório.

Em abril teremos a 7a edição do Sinplo – Simpósio Internacional de Planos Odontoló-gicos, agora em novo formato e local, com foco total para as operadoras odontológicas, agregando uma feira de negócios com fornecedores de produtos e serviços para o nosso segmento. Já em agosto, durante os Congressos da Abramge e Sinog, teremos uma tarde especialmente dedicada à Odontologia no que tange a regulamentação, propiciando maior interação do público com temas específicos.

Parafraseando as leis formuladas no século XVII pelo cientista e matemático Isaac Newton e todas elas perfeitamente aplicáveis à nossa atual realidade, temos que todo corpo continuará em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta se não houver uma força que aja sobre ele, assim como para toda ação sempre haverá uma reação de igual intensidade. Como se espera a partir de agora, a manutenção das atividades que o Sinog está desenvolvendo dependerá exclusivamente da participação de todos os associados.

Índice

SeçõeS

MensageM .....................................3CrôniCas ..................................................28 e 30espaço Livre ......................................................29DaDos Do MerCaDo e Cartas ............................34

OdOntOlOgia e Saúde

Diabetes - viDa ControLaDa ......................................7Doença De aLzheiMer - MeMória roubaDa ..............8hepatite C - perigo invisíveL .....................................9Café - pausa para a saúDe .................................... 10eCoCiDaDania - futuro sustentáveL ........................12oDontoLogia Do trabaLho - novo raMo para Dentistas .13prevenção - enveLheCiMento eM foCo ....................14 oDontoLogia hospitaLar - Dentista no hospitaL? ..15 superbaCtéria - guerra MiCrosCópiCa ...................16 MeLanoMa - agressão extreMa ............................ 22 enDoMetriose - iniMiga íntiMa ............................... 23 nutrição - CoMbustíveL Do exerCíCio .................... 25 vitaMina D - raios que fortaLeCeM ...................... 27

OrganizaçãO e negóciOS

reguLaMentação - resoLução norMativa ...............4aCreDitação - CertifiCação na oDontoLogia ...........5reguLaMentação - Menos buroCraCia .....................6entrevista - antonio Corrêa De LaCerDa ..............18governança - ferraMenta inovaDora ................... 21CoMputação - arMazenageM virtuaL ................... 24Carreira - forMação aLéM Da graDuação ............ 31MerCaDo.................................................................. 32eventos - sisteMa abraMge enCerra 2011 ....... 33

OdOntOlOgia de grupO em reviSta nO 12 - Jan/Fev/mar - 2012

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menSagem

açãO e reaçãO

DIretOrIA (2011-2014)Geraldo Almeida Lima Presidente

Carlos Roberto Squillaci Vice-presidente

Reinaldo Camargo Scheibe 1o Secretário

Sérgio Ulian 2o Secretário

Flávio Marcos Batista 1o Tesoureiro

Wagner Martins Silva 2o Tesoureiro

Fábio Massaharu Nogi Assuntos Profissionais

Roberto Seme Cury Assuntos Institucionais

Wagner Barbosa de Castro Procurador

Assessoria de Comunicação e MarketingLuís Fernando Russiano Ramos (Mtb 27.279/SP) - Jornalista responsável. Camila Pupo - Assistente de Comunicação

Redatores, Repórteres e Colaboradores desta edição: Alessandro Polo, Camila Pupo, Cecy Sant’Anna, Dagoberto José Steinmeyer Lima, Egberto Santos, Eli Serenza, Elisandra Escudero, Flávio Tiné, Geraldo Almeida Lima, Keli Vasconcelos, Lucita Briza, Neusa Pinheiro, Paulo Castelo Branco, Renata Bernardis, Silvana Orsini, Sueli Zola. Revisão: Lia Marcia Ando. Ilustrações internas: Paulo Renato Moriconi. Pesquisa e documentação: Camila Pupo, Egberto Santos, Gustavo Sierra Scaglia. Produção Gráfica: Morganti Publicidade. Impressão: Neoband. Tiragem desta edição: 5.800 exemplares

Geraldo Almeida Lima Presidente do Sinog

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ANS regulamenta a manutenção no plano de saúde de demitidos e aposentados

Regulamentação

Resolução Normativa – RN no 279

ADiretoria Colegiada da ANS – Agência Nacional de Saúde Su-plementar, em 24 de novembro

de 2011, editou a Resolução Normativa – RN no 279, para viger a partir de 23 de fevereiro de 2012, dispondo sobre a regulamentação dos artigos 30 e 31 da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, e revogando as Resoluções do Consu nos 20 e 21, de 7 de abril de 1999. Tais diplomas legais disciplinam o direito de manutenção da condição de beneficiário para ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa causa e aposentados que contribuíram para planos privados de assistência à saúde regulados pela citada lei.

A regulamentação ora baixada pela ANS, independentemente de sua avaliação sobre os aspectos de consti-tucionalidade e juridicidade, pretende disciplinar, de forma detalhada, os mecanismos de aplicação prática do exercício do direito dos referidos be-neficiários de planos de saúde, para os quais tenham contribuído durante a vigência do vínculo de emprego com os empregadores estipulantes dos planos coletivos regulamentados e contratados com as respectivas operadoras.

Assim é que a RN no 279 define como contribuição do empregado, para o plano de saúde, condição es-sencial para a geração do seu direito outorgado pelos artigos 30 e 31 da Lei no 9.656/98, qualquer valor pago por ele, inclusive com desconto em folha de pagamento, para custear parte ou a integralidade da contraprestação pecuniária de plano de saúde oferecido pelo empregador em decorrência de vínculo empregatício, à exceção dos valores relacionados aos dependentes e agregados e à coparticipação ou franquia paga única e exclusivamente em procedimentos, como fator de mo-

o direito de manter essa condição de beneficiário enquanto ocorrer a vi-gência desse plano. Esclareça-se que, quando o ex-empregado aposentado tiver contribuído por prazo inferior aos 10 anos, essa manutenção será à razão de um ano para cada ano de contri-buição, enfatizando-se que, também em qualquer das duas hipóteses, esse exercício de direito estará vinculado a sua assunção do pagamento integral do plano, nas mesmas condições exis-tentes para o ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa.

É importante salientar que a ma-nutenção de condição de beneficiário prevista nos artigos 30 e 31 da Lei no 9.656/98 é extensiva, obrigatoriamen-te, a todo o grupo familiar do em-pregado inscrito quando da vigência do contrato de trabalho. Isto é o que diz a lei em referência. Entretanto, os parágrafos 1o e 2o do artigo 7o da RN no 279 da ANS trazem a observação de que essa obrigatoriedade não impede que a condição de beneficiário seja mantida pelo ex-empregado individu-almente, ou com parte de seu grupo familiar, não excluindo a possibilidade de inclusão de novo cônjuge e filhos do ex-empregado em questão, no período de manutenção da condição de beneficiário. Na nossa opinião essas duas disposições da resolução em tela extrapolam os limites da previsão legal contida nos artigos 30 e 31 da citada lei, o mesmo ocorrendo com o previsto no artigo 8o, que estabelece que, em caso de morte do titular, é assegura-do o direito de manutenção aos seus dependentes cobertos pelo plano de saúde, nos termos no disposto nos referidos artigos da Lei no 9.656/98.

Outro detalhe dos muitos trazidos no comentado Ato Normativo é a sua estipulação de que o ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa ou aposentado poderá optar pela manutenção de sua condição de beneficiário no prazo máximo de 30 dias, em resposta à comunicação do empregador, formalizada no ato da

Dagoberto José steinmeyer Lima

deração, na utilização dos serviços de assistência médica ou odontológica.

É importante salientar que o direito do ex-empregado de permanecer no plano de saúde que integrava quando da vigência da relação de emprego também tem a ressalva de que lhe serão garantidas as mesmas coberturas assistenciais então vigentes, ou seja, mesma segmentação de cobertura, rede assistencial, padrão de acomoda-ção e internação, área geográfica de abrangência e fator moderador, se hou-ver, previstos no plano contratado para os empregados ativos. Outrossim, nos termos da lei em referência, o custeio integral desse benefício estendido ao ex-empregado é concedido desde que este assuma o seu pagamento integral.

Deve-se esclarecer que esse be-nefício de manutenção na condição de beneficiário para o ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa, que contribuiu para o plano, quando da vigência de seu contrato de trabalho, é limitado a um terço do tempo de permanência que tenha con-tribuído, com um mínimo assegurado de 6 meses e o máximo de 24 meses. No que se refere ao ex-empregado aposentado, quando tiver contribuído pelo prazo mínimo de 10 anos, terá

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rescisão contratual, prazo este que somente se iniciará a partir da comu-nicação inequívoca ao ex-empregado sobre a opção aqui citada. A opera-dora, ao receber a comunicação da exclusão do beneficiário do plano de saúde, de acordo com o artigo 11 da aludida RN, deverá solicitar à pessoa jurídica contratante que lhe informe se o beneficiário foi excluído por de-missão, exoneração sem justa causa

ou aposentadoria; se o empregado aposentado continua trabalhando na mesma empresa; se o beneficiário contribuía para o pagamento do plano de saúde, durante a vigência do con-trato de trabalho e por quanto tempo; e se o ex-empregado optou pela sua manutenção como beneficiário ou se recusou a manter esta condição.

Por fim, saliente-se que a operado-ra somente deverá aceitar a exclusão

do beneficiário do plano contratado desde que a empregadora comprove que ele foi comunicado sobre o seu direito de opção, bem como preste as informações acima aludidas. Isto é importante porque, se a operadora não atender a essa determinação da RN no 279, estará sujeita às penalidades regulamentares da ANS. P

O autor é chefe da assessoria jurídica do Sistema Abramge/Sinamge/Sinog

Programas de qualidade devem contribuir para uniformizar os procedimentos e estabelecer a

gestão de risco no segmento

Acreditação

Certificação na Odontologia

AONA – Organização Nacional de Acreditação concluiu o primeiro manual brasileiro para os ser-

viços odontológicos. Elaborado em conjunto por representantes da ONA, IACs – Instituições Acreditadoras Credenciadas, CEPI-FOUSP – Centro de Excelência para Próteses e Implan-tes da Faculdade de Odontologia da USP e ABCD – Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas, o manual define os procedimentos que devem nortear a certificação no segmento odontológico em todo o País.

Até agora nada havia específico para a área em relação à qualidade e gerenciamento de riscos. A inicia-tiva da ONA, segundo Luís Plínio de Toledo, presidente da organização, é uma resposta à própria categoria que reclamava a inclusão dos serviços odontológicos entre as atividades de saúde acreditadas.

O Manual de Acreditação dos Serviços de Odontologia deve ser disponibilizado ainda no primeiro semestre de 2012, no Portal da ONA (https://www.ona.org.br/Produ-tos/14/Normas-e-Manuais). Nesse meio tempo deverá ser realizado um workshop para que a nova me-

e/ou consultas, de caráter estatal ou privado, com ou sem fins econômi-cos, sob a direção de um mesmo responsável. Serviços de uma mesma instituição, com pessoas jurídicas di-ferentes, ainda que sob a direção de um mesmo responsável, serão con-sideradas ativides distintas, assim como os odontológicos pertencentes a uma mesma organização, mas com CNPJ e CNES diferentes.

Para os representantes das IACs que participaram do Comitê Técnico, como o exercício da odontologia é rea lizado basicamente por um merca-do privado e que se regulou sozinho, a expectativa é que a implementação de programas de qualidade contribua para uniformizar os procedimentos e estabelecer a gestão de risco no setor odontológico. [email protected]

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todologia de avaliação dos serviços odontológicos seja repassada aos avaliadores das IACs.

Esta certificação, assim como nas outras áreas, será voluntária e deverá contemplar todas as especialidades. Segundo dados fornecidos pelo CFO – Conselho Federal de Odontologia, atualmente existem cerca de 240 mil cirurgiões-dentistas e 33.464 organizações prestadoras de assis-tência odontológica no Brasil. Mas só poderão ser certificados serviços odontológicos cadastrados como pessoa jurídica, pois quem recebe a certificação é a organização e não o profissional.

critériOSPara f ins de acreditação, um

serv iço odontológico é def inido como entidade jurídica legalmente constituída, devidamente cadas-trada no CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, no qual se prestam serviços de assis-tência odontológica em regime de não internação, em consultório ou conjunto de consultórios com várias especialidades odontológicas ou não, preparados para pronto atendimento

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ANS passa a dar tratamento diferenciado de acordo com o porte da operadora

Regulamentação

Menos burocracia

No dia 24 de outubro de 2011, a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar publicou a

Resolução Normativa RN no 274, que estabelece tratamento diferenciado às operadoras de planos privados de assistência à saúde de pequeno e médio porte, além de dispor sobre novas regras regulatórias aplicáveis a todas as operadoras. De acordo com a RN, as empresas de pequeno porte passam a ser aquelas que possuem até 20 mil beneficiários inscritos em planos de saúde, e as de médio porte aquelas que apresentam entre 20 mil e 100 mil beneficiários.

As entidades representativas das operadoras, entre as quais se destaca o Sistema Abramge/Sinamge/Sinog, tiveram papel fundamental para que esta mudança na regulamentação ocorresse, tendo em vista que, segun-do dados da ANS, as operadoras de pequeno porte correspondem a 72% do total das operadoras registradas no órgão regulador, e sua maioria está concentrada no interior do País, prestando atendimento a mais de seis milhões de beneficiários de planos de saúde. Somente na odontologia de grupo, modalidade representada pelo Sinog, temos 96% de operadoras de pequeno e médio porte.

Segundo Leandro Reis, diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, “o normativo tem como objetivo reduzir o peso da regulação para este universo de operadoras, sem perdas no monitoramento as-sistencial e econômico-financeiro”. Para o órgão regulador, a Resolução visa ao aprimoramento setorial e contempla ações que pretendem reduzir as despesas administrativas das operadoras, além de revisar exi-gências econômico-financeiras. Até então, pequenas e médias recebiam

imóveis assistenciais, sendo ad-mitido, dentro desse limite, até 8% para imóvel não assistencial;

• excluiu a previsão de envio do fluxo de caixa mensal, exceto para aquelas operadoras que estiverem sob regime de direção fiscal;

• f icou mantida a dispensa do envio do DIOPS do primeiro, segundo e terceiro trimestres para as operadoras exclusiva-mente odontológicas de peque-no porte;

• o envio dos dados referentes ao Reajuste de Planos Coletivos – RPC passou a ser trimestral, a partir de 1o/1/2012, para as operadoras de pequeno e médio porte;

• dispensou a auditoria dos dados do SIP – Sistema de Informações de Produtos, bem como prestar informações por Unidade Fede-rativa de ocorrência de eventos, para as operadoras de pequeno e médio porte. O envio dos dados do SIP passou a ser anual;

• os ativos da provisão de risco que passariam a ser utilizados para lastrear a Provisão para Eventos Ocorridos e Não Avi-sados – PEONA e a Provisão de Eventos e Sinistros a Liquidar – PEL, bem como a insuficiência da provisão de risco que seria considerada insuficiência dessas provisões técnicas, passam a não ser aplicados às operadoras de pequeno e médio porte;

• a metodologia de cálculo da PE-ONA foi alterada para as opera-doras de pequeno e médio porte que não possuem Nota Técnica Atuarial aprovada; e

• a necessidade de vinculação de ativos garantidores para as operadoras de pequeno e médio porte, no caso da PEL, passou de 30 para 60 dias. P

O autor é presidente do Sinog – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo e diretor da São Francisco Odontologia. [email protected]

geraLDo aLmeiDa Lima

o mesmo tratamento e as mesmas exigências das grandes. A agência não levava em consideração que estruturas menores muitas vezes não conseguiam cumprir os prazos para o envio de informações, fato que acabava prejudicando o desempenho de suas notas, além do risco de serem multadas com mais frequência.

Embora algumas medidas sejam aplicáveis a todas as operadoras de plano de saúde, elas beneficiam, em maior grau, as pequenas e médias, incluindo as operadoras exclusi-vamente odontológicas. Em suma, as medidas mais relevantes para o segmento odontológico são:

• ampliação do prazo para inter-posição de recursos adminis-trativos de multas, de 15 para 30 dias contados da data da intimação da decisão;

• operadoras classif icadas nas modalidades de cooperat iva odontológica e odontologia de grupo com menos de 20 mil beneficiários, apurado em 31 de dezembro do exercício imediatamente anterior, ficam dispensadas dos cr itér ios de vinculação, custódia e movi-mentação de ativos garantidores aplicados nos segmentos de renda fixa e variável;

• bens imóveis, títulos ou valores mobiliários de titularidade da operadora ou de seu contro-lador, direto ou indireto, ou de pessoa jurídica controlada, direta ou indiretamente, pela própria operadora ou pelo con-trolador podem ser oferecidos como ativos garantidores das provisões técnicas;

• ficou definido o limite para las-tro com imóveis em 20% para

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Para o diabético, a distância entre uma vida normal, com qualidade, sem grandes complicações de

saúde, e outra com muitas privações depende de se controlar ou não os fatores de risco da doença.

O acompanhamento da doença por meio de aparelhos de medição e os novos conhecimentos sobre o assunto são amplamente divulgados e as pre-cauções têm que ser tomadas, mediante o controle rígido das taxas de glicose no sangue, com injeção de insulina, em alguns casos, além de dietas e a prática de exercícios físicos regulares.

Os sintomas podem demorar muito a aparecer e o preço do desconheci-mento pode ser alto.

O diabetes é causado pelo aumento da glicose no sangue, que acontece pela falta de um hormônio produzido pelo pâncreas, chamado insulina. O pâncreas tem como principal função levar o hormônio até as células. Se este transporte não for realizado, o açúcar se acumula na corrente sanguínea.

Em muitos casos, o organismo deixa de fabricar a insulina ou a produz em níveis muito baixos – é o que acontece no diabetes tipo 1, quando é necessário tomar injeções diárias do hormônio.

Ainda é desconhecida a causa deste tipo de diabetes. Não se sabe se acontece pela existência de um deter-minado gene, por problemas emocio-nais ou agentes externos como algum vírus. Geralmente, ele acomete pessoas abaixo de 35 anos e não tem cura. O próprio organismo identifica a insulina como um corpo estranho e a destrói.

Já o diabetes tipo 2 é menos agressivo, mas não menos perigoso. O pâncreas continua a fabricar a insulina, mas em níveis abaixo do necessário, e o excesso de glicose, que não vai para as células, também fica circulando nos vasos sanguíneos.

Esse tipo tem mais relação com a obesidade e o sedentarismo. O endo-crinologista Augusto Pimazoni-Netto, da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo –, explica: “Ainda não é possível prevenir o diabetes tipo 1, mas o tipo 2, que atinge a maior parte da população, pode ser prevenido por alterações no estilo de vida, como a adoção de uma dieta saudável e a prática de atividades físicas”.

Alguns sintomas são comuns para a detecção do diabetes, sendo eles a perda de peso, cansaço, vontade de urinar frequente, fome em excesso, sensação de dormência nas mãos e pés, dores no estômago e feridas de cica-trização difícil. Quem tem o diabetes tipo 1 deve medir diariamente (e mais de uma vez até) a taxa de glicose no sangue, que não deve passar, em jejum, de 110 mg/dl. Esta taxa também serve de referência para o diabetes tipo 2.

A doença pode causar complica-ções graves, como a perda da visão, de um membro (em função de ne-croses), impotência e AVC – acidente vascular cerebral. Estima-se que no Brasil existam perto de 10 milhões de

diabéticos, dos quais 90% têm o tipo 2. Para sua prevenção, é necessário que anualmente sejam feitos exames como o de pressão arterial, de colesterol, o acompanhamento rotineiro das taxas de açúcar no sangue e que se verifique, logo no início, se já houve algum dano à saúde.

Uma vez que a doença se configura como glicose demais no sangue, é claro que a precaução básica é evitar alimentos que contenham açúcar e carboidratos simples. Os carboidratos são fontes de energia para o corpo, essenciais para a prática de atividades físicas. No entanto, bolos, biscoitos, chocolates, arroz, batata cozida e ou-tros alimentos são proibidos.

De acordo com a médica nutróloga Tamara Mazaracki, membro titular da Associação Brasileira de Nutrologia, são recomendados os carboidratos complexos, ricos em fibras e proteínas encontrados nas verduras e legumes, nas oleaginosas (castanha, noz, ave-lã), nas leguminosas como a ervilha, lentilha, grão-de-bico e nos cereais integrais como a aveia e massas. Se-gundo ela, os alimentos diet, ao con-trário do pensamento comum, devem ser evitados, pois aguçam a vontade do paciente de ingerir açúcar e, ge-ralmente, possuem alto valor calórico, dificultando a manutenção de peso.

Tomar insulina nem sempre é recomendado, apenas em casos do tipo 1, mas a dieta rígida e a prática de atividade física é boa para todos os diabéticos. Os exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, trazem inúmeros benefícios. Estimulam a produção da insulina, aumentam a ca-pacidade dos músculos de absorver a glicose, diminuem a gordura corporal e previnem complicações associadas à doença.

O professor e educador físico Ale-xandre Vieira, da Uniban, afirma que o excesso de atividades físicas pode, por outro lado, prejudicar a saúde do doente. Pois é possível gerar o efeito inverso de falta de açúcar no sangue, a hipoglicemia. Portanto, o monitora-mento deve ser sempre realizado antes, durante e depois da atividade física. [email protected]

Diabetes

Vida controladaDietas e a prática de exercícios físicos regulares

ajudam a prevenir a doença

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Uma das perspectivas de futuro mais animadoras é saber que hoje em dia as pessoas estão vivendo

mais. Por trás dessa constatação, porém, dúvidas nos afligem, e uma das maiores é se poderemos envelhecer mantendo nossa integridade mental, sem apresen-tar quadros de demência – esse grupo de doenças que afetam o cérebro, levando a um progressivo prejuízo de suas fun-ções. Entre elas, a Doença de Alzheimer (DA) é a mais temida, pois representa 50% a 70% dos casos.

Essa aflição começou a martelar a cabeça de A. F. há 17 anos, quando sua mulher Y começou a apresentar estra-nhos comportamentos: embaralhava ideias, parecia distante ou não entendia o tema das conversas, irritando-se com isso. Levou-a então a um psicólogo, de-pois a vários neurologistas e psiquiatras e cada vez mais parecia haver uma base física para esses problemas. Os exames se repetiam – mesmo porque, explica A. F., a Doença de Alzheimer não se detecta de um dia para o outro.

Enquanto a Ciência discute a viabi-lidade da reposição das células nervosas ou neurônios (a DA é uma forma de de-generação do sistema nervoso central), a geriatra Márcia Oka, do Hospital Santa Catarina (SP), confirma que a moléstia se inicia de modo insidioso. Em geral, ela é associada à perda de memória, mas nem sempre essa perda é devida à DA.

A perda da memória recente foi uma das primeiras dificuldades apresentadas por Y (não reconhecia ou confundia o nome das pessoas); em seguida, veio a perda de orientação espacial (perdia-se ao sair sozinha, desorientava-se dentro de casa) e temporal (perdeu noção de hora, dia, mês e ano). Esses fatos conta-ram a favor de um diagnóstico positivo para a doença, mas não sua idade: Y estava ao redor dos 55 anos, e o quadro é mais frequente após os 65 anos. “A partir dos 85 anos pode-se dizer que metade das pessoas tem Alzheimer – o

que não é uma fatalidade biológica, já que a outra metade não tem”, observa o neurologista Paulo Bertolucci, livre-docente da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

O caso de Y correspondia à descrição que Bertolucci faz da DA: uma alteração progressiva da cognição, acompanhada de alterações comportamentais com uma contínua dependência do paciente nas atividades do dia a dia. Ela come-çou a atrapalhar-se nas compras, nos telefonemas ou para esquentar comida. Depois ficou incapaz de escolher sua roupa, tomar banho, escovar os den-tes. Na fase terminal, já incapaz de se comunicar e de alimentar-se sozinha, permanecia deitada e sem controle esfincteriano.

Y sempre foi dócil, mas a DA pode provocar alterações de comportamento como depressão, agitação e agressivi-dade, além de atos repetitivos, como andar de um lado para o outro ou repetir o mesmo som, incomodando

quem está em torno. Por todas essas razões, diz a geriatra Márcia, a DA en-volve família e amigos do doente, que precisam ser orientados para colaborar.

Não há prevenção total para a DA, embora hoje exista maior percepção sobre este mal. Sua causa continua desconhecida: sabe-se que os neurônios morrem pelo acúmulo de proteínas não normalmente encontradas no cérebro, tanto dentro (a proteína tau) como fora dos neurônios (a proteína beta-amiloide) – mas não se sabe por que se inicia este processo – e que a DA envolve um fator genético (quem tem pai ou mãe com a doença tem maior chance de desenvolvê-la, mas isto não significa que apresentará DA). Entre os fatores de risco já conhecidos estão: pouca atividade física, reduzida ati-vidade intelectual, baixa escolaridade, tabagismo, envelhecimento, diabetes e/ou hipertensão e obesidade começando na meia-idade (entre 50 e 65 anos).

Se uma pessoa tiver problemas de memória e procurar ajuda médica, caso seja portadora de DA terá maior chance de controlar precocemente a doença, adiando por mais 10 ou 15 anos o surgimento de boa parte dos sintomas. Já quando um paciente não dá sinais de perceber suas dificuldades, ou parte

Doença de Alzheimer

Memória roubadaCuidadores fazem a diferença na atenção ao doente

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Hepatite C

Perigo invisívelA doença é ainda desconhecida por parte da

população, revela pesquisa

Causada pelo vírus VHC (ou HCV na sigla em inglês), a hepatite C é considerada o tipo mais

agressivo entre as hepatites virais, sendo responsável por cerca de 70% das mortes decorrentes de hepatites no nosso país. O Ministério da Saú-de registra cerca de três milhões de pessoas infectadas no Brasil na última década. E pior: a falta de informação da população é ainda o grande desafio para a prevenção desse inimigo invisível.

Pesquisa divulgada em setembro último pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), realizada pelo Instituto Datafolha em 11 cidades brasileiras, apontou que, dos 1.137 entrevistados, 51% não sabiam o que é hepatite C. Para piorar, 86% concordaram que é grande o desco-nhecimento sobre o assunto entre a maioria dos brasileiros e, dos 19% que disseram conhecer alguém que já teve a doença, 1% foi infectado pelo vírus.

até mesmo procedimentos em trans-fusões e consultas em locais sem as devidas condições de desinfecção e higienização. Uma inofensiva lâmina de barbear “pertencente” a vários membros de uma mesma família pode esconder e disseminar o vírus, afirmam especialistas.

“A diferença da hepatite C se dá na forma de contágio e na evolução clí-nica. É uma doença preferencialmente de transmissão parenteral, ou seja, por meio de material perfurocortante contaminado com o sangue de outra portadora do vírus. A hepatite B, por sua vez, também se transmite por essa via, mas sua principal transmissão se dá pela via sexual. Já a hepatite A é

A hepatite C é transmitida pelo contato com sangue contaminado e pode evoluir para infecções severas no fígado. O contágio pode acontecer, por exemplo, quando se compartilham agulhas injetáveis na realização de tatuagem, implante de piercing ou

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delas, o médico terá que dar mais peso ao que o seu acompanhante diz. A dis-crepância entre os dois discursos serve de alerta de que o caso pode ser de de-mência – e a DA é a mais provável delas.

Para o diagnóstico, a avaliação clínica é fundamental: o médico realiza exames de memória, linguagem, avalia a capacidade de planejamento e abs-tração e, em caso de dúvida, pede uma tomografia ou a ressonância magnética. Não há exame específico que comprove a DA – a não ser nos raríssimos casos de Alzheimer familiar, que podem ser constatados em um exame genético.

Como não existe tratamento curati-vo para a DA, o que há são drogas que retardam os sintomas da doença, como

os inibidores da acetil-colinesterase – remédios caros, mas disponíveis na rede pública de saúde. Também é importante o tratamento não farmacológico, envol-vendo profissionais como fisioterapeu-ta, fonoaudiólogo etc.

Fechado o diagnóstico de Y, A. F. concluiu que o melhor a fazer era “dar a ela uma boa qualidade de vida. Foi o que tentei, durante 15 anos (até Y falecer em 2010)”. Fez um curso de cui-dador e assumiu totalmente a função, administrando os remédios, cuidando da higiene pessoal e da alimentação de Y. Já aposentado, continuou traba-lhando duas horas por dia – quando era substituído por um dos auxiliares que encaminhou para o mesmo curso que

havia feito na Associação Brasileira de Alzheimer (www.abraz.com.br).

Em 80% dos casos, os cuidadores são familiares dos pacientes, diz Vera Caovilla, presidente da seccional da ABRAz em São Paulo, que também cuidou de seu pai com DA. Como consultora da área de saúde, Vera viu a importância de formar esses cuidadores – que precisam de orientação e também de cuidados para enfrentar o desgaste e os sentimentos (de tristeza e raiva à im-potência) que a função provoca. Tanto a ABRAz como a APAz (www.alz.org), sediada no Rio de Janeiro, organizam grupos de apoio a famílias e cuidadores de pacientes de DA. [email protected]

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Nada mais reconfortante do que uma xícara de café em meio à tensão de uma reunião de

negócios ou mesmo para bem rece-ber uma visita. Beber café faz parte do estilo de vida dos brasileiros, embora poucos deles conheçam os benefícios da bebida. Levando isto em conta, e para avaliar o impacto do consumo habitual de café no sistema cardiovascular e nos fatores que possam predispor a doenças cardíacas, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor-HC) criou em São Paulo a Unidade de

tituindo apenas de 2% a 4% dos compostos existentes na rubiácea e como a principal responsável pelos efeitos estimulantes do cafezinho. Outros dados que o estudo leva em conta são os relativos aos demais elementos químicos já identif ica-dos no café: nos grãos torrados,

Café

Pausa para a saúdePesquisadores do Incor avaliam os benefícios

do café para o coração

Pesquisa Café & Coração. Os primeiros resultados do estudo, iniciado em 2008, já indicam uma avaliação positiva dos efeitos da ingestão moderada da infusão sobre esse órgão vital, contra-riando velhos preconceitos.

Por exemplo, a cafeína, até hoje a substância mais estudada, antes era considerada a única existente no café e, como tal, acusada como responsável por arritmias cardíacas e úlceras gástricas e duodenais. A pesquisa, no entanto, não confirma esse papel; ao contrário, a vê cons-

pela água e alimentos contaminados e não evolui para a forma crônica”, ex-plica o presidente da SBH, Raymundo Paraná, completando que a hepatite B tem 10% de chance de se tornar crônica, enquanto a C chega a 75%.

A gastroenterologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Cátia Reja-nia Ribeiro de Melo, acrescenta que a hepatite C pode atingir indivíduos de ambos os sexos. Na maioria das situa-ções, o paciente não tem sintomas após a infecção pelo vírus. Em alguns casos, na forma mais aguda da enfermidade, pode apresentar quadro de icterícia, vômitos, náuseas e dores musculares. “A evolução da hepatite crônica causada pelo vírus ‘C’ é lenta, ou seja, leva de 20 a 30 anos e apenas um grupo de pacien-tes com doença mais agressiva é que irá evoluir para cirrose e insuficiência hepática”, ressalta a médica.

Para seu diagnóstico precoce, são necessários testes anti-VHC ( anti HCV) naqueles que se expuseram aos fatores de risco. Vale lembrar que transfundidos antes de 1993 precisam fazer exames, já que, até aquele momento, não se conhecia

o vírus e não era realizado teste al-gum do gênero no sangue coletado. Raymundo Paraná, da SBH, salienta que, caso o resultado do teste seja positivo, o paciente deverá fazer exa-mes mais aprofundados de biologia molecular e, conforme o seu estágio, uma biopsia hepática é realizada para estadiamento da doença e decisão terapêutica.

E os danos já causados no fíga-do? O presidente da SBH responde: “Qualquer agressão hepática viral ou não viral evolui durante longos anos com sofrimento do fígado. No início, o órgão responde sem maiores dificul-dades, contudo pode apresentar como resposta a esta agressão a deposição de tecido fibroso cicatricial, que acaba rompendo sua estrutura e bloqueando a passagem do sangue. Isso leva à insuficiência hepática, que é a cirro-se. Até o estágio de cirrose inicial, a doença é reversível, mas, quando a cirrose já está bem estabelecida com comprometimento da funcionalidade do fígado, a reversão é mais difícil”.

A hepatite C é tratada pelo uso de medicamentos e não possui vacina.

As chances de melhora e erradicação do vírus nos portadores dependem de uma combinação de fatores pertinen-tes. “A resposta ao tratamento pode ser bioquímica, histológica e virológi-ca. A taxa de cura no genótipo 1, que é o mais frequente no Brasil, é menor que 50%. O custo do tratamento é elevado e há perspectivas de novos avanços terapêuticos nos próximos anos, com melhora nas taxas de cura”, diz Cátia, do Hospital Samaritano.

A recomendação em precaver-se está em não compartilhar perfuro-cortantes, incluindo os de higiene pessoal, uso de preservativo (prin-cipalmente nos casos de variação de parceiros), procurar e verificar estúdios de tatuagem com alvará da Agência de Vigilância Sanitária, bem como a esterilização de instru-mentos em consultórios dentários e levar o próprio material (alicates e lâminas) para salões de manicure e barbeiros. Os profissionais de saúde também devem se atentar ao uso de luvas para evitar contato direto com sangue. [email protected]

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uma considerável concentração de compostos antioxidantes (seme-lhantes aos encontrados no vinho e no chocolate amargo), proteínas, carboidratos e lipídeos, óleos vo-láteis responsáveis pelo aroma e sabor da bebida; no grão verde, há vitaminas, minerais, água e vários ácidos, como o cítrico e o fosfórico.

Com base nesses dados, Luiz Antonio Machado César, professor da Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo e diretor da Unidade Clínica de Coronariopatia Crônica do Incor, explica como o estudo, patrocinado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está organizado: foram selecionados três grupos de volun-

teste da esteira (andaram por mais tempo); a taxa de colesterol no sangue do grupo subiu 4% – o que não é signif icativo; a pressão arterial dos que tomaram café com torra média aumentou um pouco, por volta de 6% (o que não traz problemas) e a dos que tomaram com torra escura não aumentou. E mais, ao fazerem atividade física, o café não interferiu no grau de relaxamento de suas artérias, nem provocou nenhuma outra alteração em seu sangue.

Por mais dois anos, estima o professor, a pesquisa prosseguirá medindo, entre outras var iáveis, os efeitos do café (com hipótese de serem positivos) sobre o colesterol e as arritmias. Além disso, em virtude de estudos feitos na Finlândia e nos EUA, a equipe sabe que o consu-midor habitual de café tem menos chances de ter diabetes – e vai pesquisar esta área. Já os que têm restr ições ao café, alegando que a bebida lhes tira o sono ou irrita seu aparelho digestivo, não serão contemplados no estudo. Essas pessoas, que são em pequeno nú-mero, diz ele, devem mesmo evitar o produto, assim como quem tem alergia a chocolate evita comê-lo.

Mas o professor chama a aten-ção para a necessidade de se usar cafés de qualidade, que “têm um aroma melhor e deixam as pessoas mais sat isfe itas”. Bas icamente, ex istem duas espéc ies de café: o arábica e o robusta ou conillo. Ambos, ou um blend (mistura dos dois), são utilizados na pesquisa, informa Bruno Mioto, médico pesquisador da unidade Café & Coração. Nota-se que as alterações no gosto do café dependem não só da espécie utilizada como da forma pela qual ele é processado – o solo em que é plantado e se é mais ou é menos torrado, como é preparado para a mesa.

Há vários estudos internacionais sobre café e saúde, diz Bruno, mas se questiona a validade de seus re-sultados para o Brasil, onde a forma de preparo é peculiar – usa-se mais o f iltrado e o expresso, em suas variações – blend, 100% arábica, descafeinado etc. Para fazer café no filtro de papel, os pesquisadores seguem a proporção e o modo acon-selhados pela Associação Brasileira da Indústr ia do Café (www.abic.com.br): imediatamente antes que a água abra fervura, colocá-la sobre o coador e esperar a filtragem. P

tár ios – um terço deles sem problemas cardiovasculares;

um terço com doenças coronar ianas (das ar té r ias coroná-rias) e um terço de

pacientes com diabetes. Duran-te três semanas, os participantes

têm uma retirada progressiva do café que tomam habitualmente até o momento zero, em que passam por um controle (todos os exames de sangue e outros testes especí-ficos para o estudo). A partir daí, começam a receber, por dia, três a quatro xícaras grandes de café f iltrado, com torras diferentes e com ou sem cafeína. Após quatro semanas de uso de um determina-do tipo de café, o tipo de torra é trocado; e já se constatou que o resultado dos exames posteriores a cada etapa depende do tipo de torra (média ou escura) utilizado.

Também se observou que, após tomar café nas doses previstas du-rante quatro semanas, os pacientes t iveram melhor performance no

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Sustentabilidade é tema recorrente que ganhou maior importância para muitas pessoas que passaram

a ser conhecidas como sustentáveis. Al-truístas, já que são capazes de pensar na coletividade e nas próximas gerações, essas pessoas estão equilibradas por um tripé que prima por ações socialmente justas, ambientalmente corretas e eco-nomicamente viáveis.

A atriz e apresentadora Virgínia Nowick não gosta de rótulos até por-que sabe que é impossível ser 100% sustentável, mas adora olhar para tudo de maneira mais consciente. “Procuro prestar mais atenção nas minhas ati-tudes cotidianas para substituir maus hábitos por bons hábitos”, diz.

Para ela, as pessoas devem reu-tilizar roupas e móveis, pois aquilo que não serve mais pode ser útil para outro. Desta forma é possível diminuir o impacto no planeta. “Já somos sete bilhões de habitantes e, se começarmos agora a mudar alguns hábitos, até dá para vislumbrar um futuro”, diz.

Sem dúvidas de que boas atitudes influenciam positivamente quem está ao redor, Virgínia sugere: “Que tal começarmos dentro de casa? Educar as crianças a partir de bons exemplos dos pais é fundamental”. Para adotar

um novo padrão de consumo

consciente, é preci-

so entender que não são necessários tantos bens materiais para ser feliz. “Use a criatividade e customize suas roupas, por exemplo. Desta forma você dá uma cara nova ao seu guarda-roupa e esbanja originalidade”, ensina. “Tudo começa com uma reflexão. Não dá mais para viver assim, em meio à falta de generosidade e de modo individual. É hora de fazermos da nossa casa, do nosso bairro, do nosso planeta um lugar mais gostoso para se viver”, completa.

Estanislau Maria, coordenador de conteúdo do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, relata que, apesar de absolutamente necessárias, as ações individuais não são suficientes. Mas podem pressionar para que haja com-prometimento também do governo e das empresas. Ele explica que o planeta vai aquecer e para que as consequên-cias não sejam tão desastrosas, com o derretimento das calotas polares e o desaparecimento de espécies animais e vegetais, precisamos reduzir em 40% as emissões dos gases do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono, até 2020, para que a temperatura do planeta não aumente mais do que 2°C até o fim do século em relação a 2005.

Aos seus olhos, o modelo de econo-mia baseado na competição gera insus-tentabilidade. “Precisamos rever muitos conceitos. O PIB, por exemplo, considera a riqueza, mas não o quanto foi produ-zido de doença, de acidente de trabalho para alcançar tal índice”, lembra.

O coordenador também conta que se extraem hoje 50% a mais do

que a terra é capaz de repor em um ano. Essa realidade está criando um passivo cada vez maior. “Esta-mos entrando no cheque especial das futuras gera-

ções”, diz, ao expor ainda que a

população desperdiça um terço dos alimentos que produz no planeta. Os países menos desenvolvidos perdem, geralmente, no pós-colheita – durante o armazenamento e o transporte –, en-quanto os mais desenvolvidos perdem na mesa.

Estanislau Maria frisa que ser sus-tentável não é mais questão de escolha, é sobrevivência. Afinal, a natureza tem capacidade para se recuperar de todos os estragos em 500 anos, mas as pesso-as, se não fizerem nada, serão extintas. “É possível notar as diferenças promo-vidas pela conscientização das pessoas, mas precisamos acelerar o processo”.

Ao evoluir, a mente do homem de-senvolveu itens tecnológicos capazes de garantir conforto e modernidade, mas esta não foi acompanhada pela consci-ência das pessoas. Por isso, hoje todos os meios que propagam informações são muito bem-vindos.

A Made in Forest, por exemplo, é uma rede idealizada para que os con-sumidores tenham acesso online a uma vitrine de produtos e serviços, destinada ao consumo sustentável. Disponibiliza categoria de produtos sustentáveis, catálogo de prestadores de serviços vol-tados para o meio ambiente e portfólio de endereços para atividades voltadas ao turismo sustentável, entre outros serviços.

Mauro Martin, um dos fundadores da rede, conta que a mudança de hábi-tos do dia a dia é a maior barreira para a adoção de novos padrões de qualquer tema. “Com relação ao meio ambiente e à sustentabilidade, existe a vontade intrínseca das pessoas em proteger os recursos naturais. Entretanto, a oferta de produtos e serviços, atualmente, é a mesma do século XX, com novas necessidades para os anos à frente”, diz.

Para ele, essa é a proposta da Made in Forest: proporcionar às famílias novos produtos e serviços produzi-dos e comercializados sob o conceito “ambientalmente responsável”, para ajudar na mudança e adoção do hábito de consumo sustentável. “Aproximar ecofornecedores de ecoconsumidores é a grande missão da Made in Forest”, resume Martin. [email protected]

Ecocidadania

Futuro sustentávelMudanças de hábitos formam cidadãos

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ria nas empresas, como já é o caso da medicina do trabalho. O documento está tramitando em fase conclusiva, mas chegou a haver resistência polí-tica por parte de alguns representan-tes do empresariado, como explica o deputado federal Flaviano Melo, idealizador do projeto. “Todos sou-beram reconhecer a importância e a abrangência da matéria e, atualmente, a proposição encontra-se na Comissão de Trabalho que, depois de aprovada, parte para a Comissão de Constituição e Justiça, última fase na Câmara dos Deputados. Uma vez aprovado, o PL vai para o Senado Federal e depois segue, f inalmente, para a sanção presidencial.”

Manoel Carlos Bittencourt acre-dita que essa nova especialidade será útil para ambas as partes, pois os funcionários terão melhor qualidade de vida e, por conta disso, as empresas terão maior produtividade e menor absenteísmo. O deputado Flaviano Melo concorda que os empresários serão favorecidos, porém os trabalha-dores terão muito mais benefícios com essa medida. “Sem dúvida alguma, em primeiro lugar os trabalhadores em geral, sobretudo aqueles que não têm maior acesso ou mesmo o hábito salutar frequente da consulta odon-tológica para manutenção da saúde bucal”, opinou.

Flaviano Melo crê que a sanção do projeto de lei acarretará na valoriza-ção do profissional da Odontologia e comenta sobre a importância do crescimento desse novo ramo: “Com toda certeza o mercado de traba-lho dos cirurgiões-dentistas ficará ampliado em face da conquista do espaço na medicina do trabalho, o que dará ainda mais chance para a ampliação da especialização do setor nos círculos da Odontologia brasileira, diga-se de passagem, altamente con-siderada e respeitada pelo currículo e capacidade profissional até em termos i nternacionais”. P

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Novo ramo para dentistasEspecialidade poderá ser obrigatória nas empresas

egberto santos

Omercado de trabalho brasileiro ganhou recentemente mais uma ramificação: a odontolo-

gia do trabalho. Esta especialidade, regulamentada em 2001 pelo CFO – Conselho Federal de Odontologia, atualmente, já conta com aproxi-madamente 225 profissionais que trabalham em grandes empresas como Correios e Petrobrás.

“As áreas de competência para atuação do especialista em odonto-logia do trabalho incluem: identifica-ção, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que possam constituir risco à saúde bucal no local do tra-balho, em qualquer fase do processo de produção; assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de segurança, de ergonomia e de higiene do trabalho”, explica Manoel Carlos de Azevedo Bittencourt, presidente da ABOT – Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho, ao definir a função de um odontologista do trabalho. Além disso, ele esclarece que “o profissional também desenvolve o planejamento e a implantação de campanhas e programas de saúde,

organização estatística de morbidade e mortalidade com causa bucal, inves-tigando suas possíveis relações com as atividades laborais e a realização de exames odontológicos para fins trabalhistas”.

Ele cita que esse especialista atua integrado às equipes interdiscipli-nares das empresas, como a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e o PCMSO – Progra-ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional, e assessora pequenas empresas ou profissionais em pro-gramas de prevenção de acidentes, educação em saúde e até exames de admissão. O papel desse profissional, quando há alguma enfermidade com o trabalhador, é encaminhá-lo aos cirurgiões-dentistas, em suas diversas especialidades conforme a doença bucal, e, se for o caso, recomendar seu afastamento do trabalho, dependendo da gravidade da doença, ou se a causa bucal impedir que ele execute suas atividades profissionais.

Tal especialidade está no Projeto de Lei no 422/02 para entrar como uma atividade ocupacional obrigató-

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temos poucas certezas na vida. Uma delas, que ninguém contesta e que aprendemos a conviver desde

que nascemos, é que um dia iremos morrer. Mas a evolução da Medicina e os avanços tecnológicos acontecem de tal maneira que até questões ditas como certezas inexoráveis e absolutas estão sendo questionadas. O geneticista norte-americano Aubrey de Grey diz que “em 50 anos não vai mais existir definição para expectativa de vida. Haverá um controle tão completo do envelhecimento que as pessoas viverão indefinidamente”.

Recentemente, Tomas Prolla, cien-tista brasileiro, descobriu uma subs-tância que retarda o envelhecimento. Trata-se da enzima Sirt3, contida nas células. O estudo comprovou, pela pri-meira vez, os efeitos do envelhecimento em situações de restrições de calorias. Estas restrições podem prolongar a vida, mas não tínhamos conhecimento do porquê. Com a pesquisa, ele busca a produção de substâncias sintetizadas em laboratórios que permitam ao ser humano conviver bem nessa situação.

“As pesquisas de restrições calóricas em animais já ocorrem há mais de 70 anos. Estudos em ratos demonstraram efeitos positivos na saúde e longevida-de; trabalhos semelhantes em primatas mostraram resultados parecidos. Em humanos ainda é cedo para dizer que a restrição calórica aumentaria a sobre-vida, pois nenhum estudo durou tempo suficiente. Alguns mais curtos sugerem melhora de certos parâmetros de risco para doenças cardiovasculares. Com as evidências atuais, devemos manter a orientação de uma dieta saudável, bem diversificada, com quantida-des adequadas de macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios) e micronutrientes (vitaminas e minerais),

com a manutenção do índice de massa corpórea dentro dos parâmetros de normalidade”, diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, dos Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo.

Já a divulgação da necessidade de se consumir alimentos de qualidade, livres de gorduras saturadas e trans, da restrição do açúcar e sal, da importância dos exercícios físicos regulares durante a vida, faz parte da medicina preventi-va, que deve ser priorizada daqui para a frente.

Nos últimos dez anos do novo mi-lênio conseguiu-se mapear o genoma humano, passo importante para a des-coberta da cura de várias doenças; hou-ve uma diminuição de 40% nas doenças cardíacas pelo atendimento mais rápido aos enfartados, com o surgimento do stent, que mantém o fluxo de sangue mais livre, e de drogas como a sinvas-tatina; aumentou-se, e muito, o índice de cura de câncer em virtude do medi-camento trastuzumab e da prevenção maior; intensificaram-se as pesquisas com células-tronco na medicina rege-nerativa; surgiu a terapia combinada, que aumentou a expectativa de vida dos portadores de HIV e transformou a Aids em uma doença crônica; além do benefício da tecnologia que proporcionou aos ci-

rurgiões técnicas menos invasivas nos procedimentos, entre outros.

Com todos esses novos conheci-mentos e avanços, em consequência, a população envelhece. E, no Brasil, o processo acontece gerando algumas questões, como a do trabalho, em par-ticular, que devem ser consideradas. “O que vem acontecendo no País é, de certa forma, um paradoxo: ao mesmo tempo em que existe uma discrimi-nação ao trabalhador com mais de 40 anos, os trabalhadores de mais de 50 anos são os que mais aumentaram proporcionalmente sua participação na força remunerada de trabalho, diz o médico Alexandre Kalache, consultor em políticas de envelhecimento da Se-cretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e assessor sênior do envelhecimento global da Academia de Medicina de Nova York.

Por outro lado, as pesquisas feitas pela comunidade científica ajudam a entender e aumentar o conhecimento sobre os processos fisiológicos e bio-lógicos do envelhecimento e devem ser estimuladas, pois depende-se delas para fomentar políticas adequadas, embasadas em evidência. “Há 30 anos a proporção de indivíduos com sobrepeso e obesos era cerca de um terço menor que hoje – quando esta proporção chega a 50% da população como um todo, 25% de jovens adultos até 25 anos de idade. O que mudou foram os estilos de vida: o sedentarismo, a dieta inadequada, excessiva. O sobrepeso e

a obesidade estão aumentando em todas as faixas etárias, uma bomba-

relógio”, diz Kalache. P

Prevenção

Envelhecimento em focoLongevidade maior exige melhores políticas

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Para muitas pessoas o ambiente hospitalar é restrito apenas aos médicos. Mas, isso está mudando

graças ao entendimento de que a saúde bucal é tão importante quanto qualquer outro cuidado que se tenha com o cor-po. A higienização oral, por exemplo, é tão necessária quanto ter a pressão arterial dentro do que é considerado saudável, assim como ter o índice de colesterol baixo no sangue ou ainda manter uma densidade óssea adequa-da, a fim de evitar o aparecimento da osteoporose.

Segundo Marcelo Marcucci, mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucoma-xilofacial, historicamente a atuação do dentista no ambiente hospitalar restringia-se à área da cirurgia e trau-matologia bucomaxilofacial, onde são tratadas as lesões traumáticas da face e as deformidades maxilomandibulares. Com o avanço do conhecimento médico e odontológico, o cuidado com a saú-de bucal no hospital é cada vez mais frequente.

“A consciência de que as doenças bucais, especialmente as infecções dos dentes e das gengivas, podem afetar o prognóstico dos tratamentos médicos de pacientes hospitalizados vem am-

pliando o enfoque multidisciplinar”, afirma Rodrigo Guerreiro Bueno de Moraes, mestre em Diagnóstico Bucal pela Universidade Paulista.

Para Marcucci, as ações odontológi-cas preventivas e curativas no paciente hospitalizado diminuem o tempo de internação, o uso de medicamentos e melhoram os indicadores de saúde e a qualidade de vida.

“Além dos traumatismos faciais, distúrbios das articulações e quebras ósseas e dentárias, os problemas bucais mais comuns são os focos infecciosos, que podem variar desde cáries até pro-blemas de canal e, principalmente, do-enças como gengivites e periodontites, que se transformam em reservatórios de bactérias, fungos e vírus, podendo se espalhar facilmente pelo organismo”, explica Rodrigo.

O papel do dentista no ambiente hospitalar não se restringe às ações preventivas, segundo Elaine Cristina Cappelano, especialista em Odontope-diatria e Estomatologia. Ela esclarece que mesmo na UTI é possível realizar diver-sos procedimentos, como restaurações, exodontias, confecção de dispositivos para prevenção de mordeduras, biópsia, remoção de focos infecciosos e da dor.

“O protocolo básico de higiene bucal em pacientes na UTI consiste em hidratar a mucosa bucal, prevenindo microlesões devidas ao ressecamento causado pelos inúmeros medicamentos usados e pela constante abertura da boca por conta do tubo. A aspiração bucal também é importante, pois a secreção que fica na orofaringe pode ser aspirada inadvertidamente pelo paciente, causando pneumonia, que tem incidência na UTI de 20% a 40%, aumentando o tempo de internação. É preciso ainda higienizar a língua a fim de evitar a saburra, que é rica em microrganismos”, afirma Cristina.

A resolução RDC no 7, de 24 de fevereiro de 2010, da Anvisa, que dis-põe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento de uma UTI, afirma a assistência odontológica como parte dos serviços assistenciais obrigatórios, mas, segundo Cristina, isso não acon-tece na prática e infelizmente ainda não há dentistas em todos os hospitais.

Keller de Martini, especialista em Periodontia, atuante na área de Odon-tologia Intensiva desde 2007, respon-sável pela implantação do Serviço de Odontologia Intensiva do Hospital Mu-nicipal Universitário de São Bernardo do Campo, em São Paulo, doutorando em Odontologia Intensiva pela SOBRATI e coordenador do curso de Odontologia Intensiva pela IBROI, ressalta que há dois pontos que também devem ser considerados para a ausência do dentis-ta no hospital. Ele assinala que muitos estudantes saem da faculdade formados para atender, sobretudo, em consultó-rios. E muitas instituições não possuem informações acerca da necessidade desse profissional na equipe, como parte fundamental no atendimento aos pacientes críticos.

O Projeto de Lei no 2.776/2008, do deputado federal Neilton Mulim, que obriga a presença do odontológo nas UTIs públicas e privadas, tramita no Congresso desde 2008, aguardando aprovação. P

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Dentista no hospital?Infecções bucais afetam tratamentos em hospitais

Odontologia hospitalar

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Os cientistas que estudaram os primeiros estágios da reação imunológica a um ataque de

vírus ou bactérias – o canadense Ralph Steinman, o norte-americano Bruce Beutler e o francês Jules Hoff-man – foram premiados com o Nobel de Medicina de 2011 pelos estudos so-bre o funcionamento da primeira linha de defesa do organismo e as células que regulam o sistema imunológico.

Eles mostraram que o corpo usa uma espécie de fechadura química para reconhecer o microrganismo invasor e iniciar o ataque, ao mesmo tempo em que se protege do agres-sor. Dessa forma, o corpo combate a bactéria que pode causar doenças, mas também ataca aquelas usadas nos medicamentos contra infecções. As pesquisas realizadas são da década de 1990 e hoje já se sabe que a resis-tência cada vez maior do corpo aos microrganismos é decorrente do uso indiscriminado de antibióticos e da má higienização nos hospitais.

As chamadas superbactérias não são mais agressivas do que as outras, mas se mostram mais resistentes aos antibióticos, que podem não ter efeito sobre elas exigindo medicamentos cada vez mais potentes para o seu controle. No ambiente fechado de um hospital, a proliferação das bactérias é ainda maior e ocorre de maneira acele-

rada, por meio de sondas e cateteres, ou pelos cortes cirúrgicos ainda não cicatrizados. Elas atacam principalmente as vias uriná-rias e os pulmões, mas podem atingir a corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo.

OS inimigOSEntre as superbactérias identifi-

cadas recentemente, está a KPC (Kle-bsiella pneumoniae Carbapenemase), que foi modificada geneticamente no ambiente hospitalar. Os primeiros casos foram detectados em UTIs dos Estados Unidos e, em 2010, também foram identif icados em hospitais brasileiros, sendo comprovadamen-te a causadora da morte de alguns pacientes internados em cidades do Pernambuco e no Distrito Federal.

Superbactérias semelhantes têm sido identificadas em outros lugares. O caso mais recente é do KPC NDM-1, enzima que fortalece as bactérias contra medicamentos usados para combater infecções graves, causadas por outras bactérias resistentes. Fo-ram identificadas infecções por esta bactéria na Índia, no Paquistão e na Grã-Bretanha e já há relatos de casos em outros países da Europa, na Amé-rica do Norte e na Austrália.

Uma cepa de Staphylococcus au-reus resistente a todos os antibióticos também foi identificada em amostras colhidas no leite de vaca na Escócia, Inglater ra, Dinamarca, Irlanda e Alemanha. A variedade descoberta

Superbactéria

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O uso indiscriminado de antibióticos causa o aparecimento de bactérias super-resistentes

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em 2011 não é mais patogênica, mas resiste a qualquer antibiótico, tor-

nando mais difícil o tratamento. Isso se deve a um gene que codifica uma proteína capaz de proteger a bactéria contra antibióticos.

Um agravante para o surgi-mento de bactérias resistentes é o

fato de que nas duas últimas décadas pouco se investiu no desenvolvimento de novos antibióticos para controlar os microrganismos que continuam ga-nhando resistência. Para poder com-bater as superbactérias, a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas estabeleceu como meta, até 2020, co-locar dez novos produtos no mercado.

Enquanto isso não acontece, ou-tras alternativas vêm sendo testadas, como no Hospital das Clínicas de São Paulo, que investigou o efeito do ozônio em dez bactérias, incluindo a KPC, e concluiu que essa substância pode destruí-las por meio de corrosão de suas membranas. O teste foi feito in vitro, com colônias de bactérias e deve ser repetido em pacientes de hospitais e UTIs, cujos ambientes podem ser vaporizados com ozônio.

O infectologista Stefan Cunha Ujvari, médico do Hospital Oswaldo Cruz, formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, explica que nos últimos anos houve uma concentração de investimentos em medicamentos de uso contínuo, voltados para a esta-bilização de doenças crônicas como colesterol e diabetes, por exemplo, em detrimento daqueles desenvolvidos para conter doenças oportunistas. “O resultado disso é que as resistências foram se acumulando e agora a infec-

ção hospitalar vem sendo combatida com um antibiótico desenvolvido na década de 1960 – a polimoxina, que na época foi abandonada por ser considerada muito tóxica, mas que justamente por isso ainda não encontra bactérias resistentes a ela”, informa o infectologista.

ataque incOntrOlávelPor enquanto, não há alternati-

va para controlar o surgimento de bactérias resistentes, porque, como mostram os estudos, elas sempre en-contram um jeito de superar os medi-camentos. “Quanto mais disseminado o uso de antibióticos, mais rapida-mente elas ficarão resistentes”, alerta Stephan Cunha. Mas este processo pode ser mais lento, se os antibióticos forem usados de forma consciente, conforme explica o infectologista, que reforça sempre a importância da higiene. “Os médicos devem resistir à tentação de indicar antibióticos

antes de comprovada a infecção e de saber qual bactéria devem combater. E todos nos hospitais têm de lavar as mãos. É a medida mais simples e importante.”

A situação não é diferente no caso dos pacientes com HIV, segundo o infectologista Vicente Amato Neto, um dos pioneiros no tratamento da Aids. Ele explica que o soropositivo tem os mesmos riscos que outro pa-ciente debilitado de adquirir infecção hospitalar e que, portanto, os mes-mos cuidados devem ser adotados. “Ao contrário de anos atrás, quando se isolava o paciente com Aids em hospitais específicos para doenças infectocontagiosas, hoje ele é tra-tado como qualquer outro doente debilitado”, avalia. “O importante é que este hospital tenha um bom setor bacteriológico, capaz de identificar qual bactéria deve ser tratada e qual o melhor antibiótico para isso.” [email protected]

O bOm COmbAtePara combater o perigo que as bactérias podem representar para a saúde, o infectologista Stefan Cunha Ujvari, aponta três caminhos: 1. O primeiro e mais simples deles são os cuidados com a higiene. Lavar as mãos sempre que possível.

2. O segundo é o controle do uso de antibiótico, que, embora já tenha medidas restritivas de comercialização, ainda continua sendo receitado por muitos profissionais, mesmo quando não têm certeza da doença que querem combater. 3. O terceiro é o desenvolvimento de antibióticos mais potentes.

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Entrevista

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2012: Urge o combate à crise

O Brasil possui instru-mentos para evitar que a c r ise mundial contamine a sua economia? Esta per-gunta paira no ar, desde meados de 2011, quando a mídia internacional passou a noticiar as fortes turbulên-cias no mercado financeiro da Europa e a ameaça de recessão nos Estados Uni-dos. Uma resposta pronta e certeira é difícil de obter diante de um cenário carac-terizado por baixíssima pre-visibilidade, como o atual. “Tudo depende do que vai acontecer com o mundo. E também das medidas que o governo brasileiro deverá adotar para evitar o impac-to”, af irma o economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor doutor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Ca-tólica), membro do Conselho Super ior de Economia da Fiesp (Federação das In-dústrias do Estado de São Paulo) e do Conselho de Política Econômica da CNI

completa o ex-presidente da Sobeet – Sociedade Brasilei-ra de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globa-lização Econômica.

Embora as perspectivas não pareçam tão desanima-doras, o nosso país possui vulnerabilidades que preo-cupam. “As vendas externas do Brasil se tornaram exces-sivamente dependentes de produtos pr imários, cujos preços são muito sensíveis à demanda, portanto, voláteis na crise”, enfatiza Lacerda. Se a China reduzir o nível de suas atividades, os pre-ços das commodities cairão e derrubarão a receita das exportações brasileiras. “A nossa economia já está em f ranca desaceleração. Se não agirmos logo, teremos uma recessão desnecessária à frente”, alerta o autor de Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil, entre outros livros.

Veja a seguir a íntegra de sua entrevista.

sueLi zoLa

Antonio Corrêa de Lacerda

(Confederação Nacional das Indústrias). Entre as ações imprescindíveis, ele destaca a aceleração na queda das taxas de juros e a ampliação dos investimentos. “Temos condições de crescer 3,5% em 2012 com uma inf lação muito próxima da meta. O aumento do número de em-pregos, da renda e do crédito tem impulsionado o comér-cio. E, se seguirmos a rota certa, manteremos o ritmo”,

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Quais fatores geraram a atual crise internacional?

Na verdade, tudo que estamos vivenciando é uma crise profun-da da globalização f inanceira. Os governos e bancos centrais gastaram trilhões de dólares para salvar bancos e empresas e se en-contram, contraditoriamente, em uma situação instável. Há também uma crise de regulação do sistema financeiro global.

Apesar da baixíssima previsibi-lidade do cenário macroeconômico internacional, dá para apostar numa recuperação no curto prazo?

Há um ponto positivo relevante que tem sido a postura dos go-vernos e bancos centrais. Desde a crise de 2008, eles têm articulado ações para combater os efeitos da crise, embora não possamos dizer o mesmo em relação às causas da crise. A recuperação, ou não, vai depender do sucesso das medi-das que estão sendo tomadas, e também do resgate da confiança. Observa-se no caso da Europa que há uma crise de liderança e isso tem atrasado o encaminhamento das ações, o que só agrava o quadro.

O fato de a Europa ter criado uma união monetária dificulta agora a saída para a crise?

A união monetária na Europa trouxe a vantagem de uniformizar a política cambial. Mas também constituiu um problema, porque os países são muito diferentes. Uma coisa é a Alemanha, por exemplo, cuja economia é diver-sificada e sofisticada; e outra são países de economia frágil como a Grécia. Ambas, no entanto, têm a mesma moeda e é evidente que isso dificulta. De qualquer forma, o euro deverá sobreviver, mesmo porque Alemanha, França e ou-

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tros países apostaram alto nessa alternativa e não vão desistir do seu objetivo.

Existe risco de desaceleração econômica na China? Se isto acontecer, quais seriam as reper-cussões para a economia mundial e principalmente para o Brasil?

É provável que a China desace-lere o seu crescimento, até como forma de moderar os seus pro-blemas. A pergunta é: de quanto será essa desaceleração? Nos últimos trinta anos, a economia chinesa cresceu continuadamente de 9% a 10% ao ano. Se reduzir o crescimento para 7% ou 8% ainda assim será relevante. Essa desaceleração, combinada com a crise nos países ricos, produzirá impactos como a redução dos pre-ços das commodities, diminuindo a receita de exportação do Brasil. Por outro lado, teremos um bônus na inf lação, que deve recuar.

A economia brasileira está preparada para enfrentar as tur-bulências mundiais? O País dispõe de mecanismos econômicos para afastar os efeitos negativos do cenário externo?

O governo precisa fazer uma aval iação cor reta do cenár io externo e os seus impactos. O panorama exige mudanças e ou-

sadia nas políticas econômicas. Não podemos repetir o mesmo erro cometido no início da crise, em 2008, em relação aos juros. Demoramos muito para baixá- los e, ainda assim, o f izemos lentamente. O quanto vamos importar da crise internacional dependerá fundamentalmente da nossa capacidade de definir ações e colocá-las em prática. A lgumas dessas ações foram muito bem conduzidas na crise de 2008/2009. Entre os acertos importantes, estavam a expan-são do financiamento público e a liberalização dos empréstimos compulsórios retidos no Banco Central, que foi fundamental para compensar a queda dos crédi-tos internacionais. Os estímulos ao consumo com a redução de impostos. E o governo soube se comunicar com a sociedade, o que manteve a confiança.

Mas a redução dos juros não coloca em risco o controle da inflação? Muitos analistas cri-ticaram a decisão do Copom de diminuir as taxas.

É um grande equívoco criticar a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de reduzir os juros, baseando-se no fato de que a inf lação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassou a meta de 6,5%. Até recentemente, preva-leceu uma pressão pela elevação de preços na economia interna-cional. A inf lação acumulada em 12 meses na China é de 6,4%; na Índia é 8,7%; na Rússia chegou a 9,4% e na Argentina 9,7%. Mas essa tendência está prestes a se encerrar. Assim que o cenário de desaquecimento, talvez recessão, se consolidar em economias como a dos Estados Unidos, Europa e Japão, que representam mais da metade do PIB mundial, os preços

"Nos últimos trinta anos, a economia chinesa cresceu

continuadamente de 9% a 10% ao ano. Se reduzir o crescimento para 7% ou 8% ainda assim será relevante"

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vão cair. O efeito da pressão inf la-cionária internacional que vimos no passado recente vai se inverter, com a desinf lação vinda de fora. Além disso, o nível de atividades da economia brasileira está em franca desaceleração. É só verifi-car a evolução dos indicadores. O PIB brasileiro que vinha crescendo em 12 meses a 9% no segundo trimestre do ano passado foi se desacelerando e subiu apenas 3,1% no segundo trimestre deste ano. Se não agirmos logo, tere-mos uma recessão desnecessária à frente.

Mesmo com a redução, as taxas de juros ainda não estão baixas.

Apesar da queda, continuamos a ter as mais altas taxas de juros reais do mundo. Manter-se nessa posição, com os países desenvol-vidos em crise, significará, além da queda do PIB, valor ização adicional da taxa de câmbio, de-sincentivo ao investimento pro-dutivo e desperdício de recursos públicos para financiar a dívida pública.

A redução acentuada de juros traria quais benefícios para a economia brasileira?

Uma redução mais acentuada dos juros em conjunto com a diminuição da expectat iva de

inf lação nos abriria muitas pos-sibilidades. A começar pela queda da pressão de valorização do real, pois, passado o primeiro momento de desvalorização, a tendência de apreciação da nossa moeda deverá prevalecer. Outro benef icio da queda dos juros seria diminuir o custo de financiamento da dívida pública brasileira, que no acumu-lado dos últimos 12 meses chegou a R$ 220 bilhões, representando mais de 5% do PIB. Para se ter ideia, este gasto corresponde mais ou menos o equivalente a nove vezes o volume de investimentos do Governo Federal. Além disso, o juro mais baixo incentivaria a atividade. O que é crucial, por-que a economia brasileira já vem se desacelerando fortemente nos últimos meses. E, agora, com a retração da economia mundial, se não preservarmos o mercado interno, corremos o risco de gerar uma recessão indesejada. É pre-ciso ousar, porque uma alteração de taxa de juros leva de seis a oito meses para afetar a atividade.

Em sua opinião, quais são as principais vulnerabilidades da economia brasileira num momento crítico, como o atual?

As nossas exportações se torna-ram excessivamente dependentes de produtos básicos (primários), cujos preços são muito sensíveis à demanda, portanto, voláteis na crise. Trata-se de um erro estra-tégico. O Brasil é um dos poucos países emergentes que, além de ser muito bom em produtos básicos (devido ao seu comple-xo agropecuário-mineral), pode também se destacar na diversifi-cação industrial. No entanto, nos últimos anos, o câmbio valorizado e a perda de competitividade tem nos levado à desindustrialização.

Entrevista

Qual cenário o senhor enxerga para a economia brasileira em 2012? Quais as perspectivas em termos de índice de crescimento, inflação e câmbio?

Tudo depende muito do que vai acontecer com o mundo. E tam-bém das medidas que o governo brasileiro tem que adotar para evitar o impacto da crise. Temos condições de crescer 3% em 2011 e, em 2012, elevar um pouco para 3,5%, com uma inf lação muito próxima do centro da meta. É fundamental acelerar a queda dos juros e manter ou até ampliar os investimentos, para combater os efeitos da crise, assim como outras medidas, se necessárias, como a liberação de compulsórios e aceleração do crédito dos ban-cos públicos. O crescimento do emprego, da renda e do crédito tem impulsionado o comércio. Se o governo tomar as medidas certas, continuaremos a ter de-manda. A questão fundamental é manter a confiança. Isso é o que fará com que consumidores e em-presas mantenham a atividade. O câmbio deverá permanecer volátil. O Brasil deve continuar a receber f luxos elevados de capital exter-no, mas o alto déficit em conta corrente deverá produzir impactos no câmbio.

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“Uma redução mais acentuada dos juros

em conjunto com a diminuição da

expectativa de inflação nos abriria muitas

possibilidades”

“Temos condições de crescer 3% em 2011 e, em 2012, elevar

um pouco para 3,5%, com uma inflação muito próxima do centro da meta”

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Governança

A verificação diária da legislação empresarial tributária vem se tornando obrigatória nas em-

presas que buscam competitividade e querem evitar riscos desnecessários com taxas, tributos e impostos extras, advindos de mudanças constantes de instruções normativas, editadas pelo governo.

Nas empresas de grande porte, pelo menos na maioria delas, a gover-nança tributária já está incorporada. Mas, nas médias e pequenas corpo-rações, ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Para João Eloi Olenike, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), uma das principais dificuldades apontadas pelos empresá-rios é exatamente a carga tributária. Os gastos fiscais impactam sobremaneira a operacionalização de qualquer empre-sa. É um dos principais componentes do chamado “Custo Brasil”.

Segundo estudo do IBPT, cerca de 37 novas normas tributárias são criadas por dia no País e a maioria

dos pequenos e médios empresários não está preparada para entender o emaranhado de normas editadas pelo governo. “A falta de preparo para lidar com os altos tributos faz com que uma grande parte dos empreendimentos permaneça na informalidade ou re-corra a práticas ilícitas de sonegação fiscal para sobreviver”, explica Olenike.

Para que o empreendimento se desenvolva de maneira efetiva, a gestão tributária deve ter início no nascimento da empresa, ainda na escolha do regime de tributação. E o contador deve ser claro e mostrar as opções disponíveis para a tomada de decisão, indicando as vantagens e desvantagens de cada caminho.

Por definição, governança tri-butária é um conjunto de soluções capaz de tornar uma empresa mais ágil, transparente, com menos riscos fiscais e, consequentemente, mais eficaz e lucrativa.

“No Brasil, o interesse pelo ge-renciamento de t r ibutos tomou fôlego em 2009. Empresas de menor

porte, as mais expostas, começam a se interessar por essa ferramenta que pode ditar sua evolução”, diz Fábio Garcia da Silva, professor do curso de Ciências Contábeis da Trevisan Escola de Negócios.

É uma oportunidade. Os admi-nistradores e representantes de uma empresa devem considerar os aspectos tributários em seus planejamentos estratégicos para tornar os negócios transparentes a todas as partes in-teressadas em manter a solidez da empresa, incluindo clientes, fornece-dores, comunidade, meio ambiente e integrantes dos demais órgãos da sociedade.

“Sem dúvida, a governança tribu-tária tende a se intensificar à medida que as pressões fiscais aumentam, principalmente devido à evolução eletrônica e a chegada do Sistema Pú-blico de Escrituração Digital (SPED)”, explica Luís Rogério Farinelli, sócio do escritório Machado Associados Advogados e Consultores.

Segundo o especialista, todas as empresas deveriam acompanhar pe-riodicamente seus demonstrativos, bem como fazer verificação diária da legislação vigente, cuja mudança é frequente. “Sem essa preocupação, elas podem até perder licitações por não perceberem que estão com al-guma pendência na Receita Federal”, avisa Farinelli.

O professor Garc ia da Si lva, daquela escola de negócios, alerta para as mudanças constantes das normas. “Para não serem surpreen-didos, os dirigentes das empresas têm que estar atentos à legislação. Algumas obrigações tributárias vêm se tornando mais complexas. Com a implantação do SPED, o cruzamento de informações se torna mais e mais refinado.

Por isso, Garcia da Silva aconselha os dirigentes de empresas de qualquer porte a consultar um contador ou ad-vogado especializado em tributação. Outra dica é assinar um site de legis-lação tributária como o FISCOSoft, que custa R$ 1.000,00 por ano, cerca de R$ 83,00 mensais. P

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Nas médias e pequenas empresas falta conscientização desse novo tipo de gerenciamento

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Omaior órgão do corpo humano é a pele, que nos envolve e delimita o contato com o meio

externo. É responsável por um sexto do nosso peso e tem como funções principais a regulação da tempera-tura, o controle do fluxo sanguíneo, a proteção contra agressões externas causadas por agentes diversos e ainda possui funções sensoriais, como a percepção do calor, frio, tato, dor e pressão.

Apesar de o câncer de pele ser o tipo de câncer mais comum entre todos os existentes, representando um quarto de todos os casos no Brasil, ele é altamente curável, principalmente quando diagnosticado em estágios iniciais. O tipo mais frequente é o carcinoma basocelular, responsável por 70% dos casos e, felizmente, o menos agressivo. O mais grave e que causa maiores danos é o melanoma, tumor cancerígeno, que, quando es-palha suas células pelo corpo através da corrente sanguínea, torna-se mais letal ainda, em virtude da metástase.

Ele ocorre apenas em 4% dos casos, mas é, de longe, o mais peri-goso, cuja sobrevida média de cinco anos em países em desenvolvimento chega a 56%. Quando o diagnóstico é feito precocemente, nos estágios iniciais da doença, o prognóstico pode ser considerado bom. O me-lanoma costuma atingir com maior

frequência pessoas com pele clara e que se expõem em demasia aos raios solares, responsáveis pela emissão da radiação ultravioleta, prejudiciais à pele e que podem causar queimaduras e o aparecimento de lesões como o desenvolvimento anormal dos nevos, as populares pintas. Acometem tam-bém, mais comumente, adultos de meia-idade e idosos, sendo raros em crianças e pessoas com pele escura.

O oncologista Hakaru Tadokoro, da Universidade Federal de São Pau-lo (Unifesp), diz que “os melanomas localizados com mais de dois milí-metros de profundidade na pele ou com um milímetro de profundidade e superfície ulcerada são os que têm possibilidade de produzir metástases. Estas ocorrem dependendo dos locais iniciais do melanoma. Por exemplo, se for na perna direita, pode apa-recer neste membro e subir para o próprio membro na região inguinal, abdome e finalmente o pulmão. Mas, as metástases finais são os pulmões e o cérebro”.

Além do aparecimento de pinta escura com bordas irregulares, acom-panhada de coceiras e descamação, que são características do sintoma do melanoma, a alteração das carac-terísticas de uma pinta preexistente é sinal sintomático. A coloração negra pode variar do castanho mais claro até a despigmentação.

tratamentOSNormalmente a cirurgia é o mé-

todo de tratamento mais indicado, porém, a quimioterapia e a radiografia são utilizadas. No caso de metástase, o melanoma apresenta pouca ou nenhuma possibilidade de cura. “Os tratamentos disponíveis, além das cirurgias, são o esvaziamento gan-glionar das regiões comprometidas, amputações das regiões se forem extremidades e, finalmente, quando metastáticos, podemos usar, além de quimioterapias com interferon, interleucinas em altas doses, drogas quimioterápicas propriamente ditas como dacarbazina e até drogas orais como a temozolamida. Outra moda-lidade é o tratamento com infusão de drogas quimioterápicas nos membros comprometidos com hipertermia, em alguns casos”, diz Tadokoro.

Um tipo de proteína chamada interleucina-2 tem sido aplicado com sucesso relativo nos casos de melanomas pelo médico Antonio Carlos Buzaid, chefe geral do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, do Complexo do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Ela estimula a maturação dos linfócitos B e T, os glóbulos brancos que constituem o sistema imunológi-co, reforçando a proteção do corpo e combatendo alguns tipos de câncer.

Melanoma

Agressão extremaA doença de pele ainda sem cura

Cuidados para evitar o melanoma

Evite o sol das 10 às 16 horas.

Use sempre o protetor solar, reaplicando-o de duas em duas horas, principalmente aqueles que trabalham sob o sol.

Proteja-se do sol com chapéus, calças e camisas de manga comprida e óculos de sol.

Cuidado com a areia, neve, água e concreto que refletem a luz do sol e permitem que os raios ultravioletas atinjam de maneira indireta a pele.

Observe sempre sua pele, com atenção às mudanças no seu aspecto.Fonte: Folheto de campanha de prevenção do câncer de pele do INCA - Instituto Nacional do Câncer do Ministério da Saúde.

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Buzaid trouxe a técnica ao Brasil há 13 anos e é pouco utilizada em função da alta complexidade de estabilização dos sintomas adversos. “Com o trei-namento certo e estrutura adequada, profissionais em todo o País poderão beneficiar seus pacientes com esse tratamento, que tem obtido resultados significativos na cura do melanoma, com opções de tratamento limitadas”,

diz o oncologista. O tratamento com a interleucina-2

é bastante complexo e os sintomas colaterais são graves, como falta de ar, queda de pressão, vermelhidão e inchaço na pele, provocando também sintomas mais agudos como os de infecção grave, exigindo, muitas vezes, a internação do paciente em centro de terapia intensiva para controle dos parâmetros clínicos e

A cólica menstrual que está pre-sente todos os meses na vida de muitas mulheres pode não

ser tão normal quanto a maioria das pessoas acredita. É preciso estar alerta, já que essa dor pode ser um dos prin-cipais sintomas da endometriose, que atinge de 5% a 15% das mulheres no período reprodutivo e até 3% a 5% na fase pós-menopausa, segundo dados da Associação Brasileira de Endome-triose (SBE). Estima-se que o número de mulheres com endometriose seja de seis milhões no Brasil, sete milhões nos Estados Unidos e mais de setenta milhões no mundo. Em países indus-

trializados é uma das principais causas de hospitalização ginecológica.

“Existe uma cultura brasileira de que é normal sentir cólica. Por causa deste tipo de pensamento ultrapassa-do, muitos médicos acabam atrasando o diagnóstico da endometriose. No entanto, o Brasil está entre os princi-pais pesquisadores desta doença, com um número expressivo de publicações sobre o tema. Além disso, participa-mos efetivamente dos maiores con-gressos sobre o assunto e seremos a futura sede do Congresso Mundial de Endometriose em 2014”, diz Patrick Bellelis, diretor executivo da Asso-

ciação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva.

A endometriose é definida pelo implante de estroma ou epitélio glan-dular endometrial (tecido que reveste a cavidade uterina) em localização extrauterina, podendo comprometer diversos locais, entre eles, ovários, peritônio, ligamentos uterossacros, região retrocervical, apêndice, bexi-ga e ureteres. “A teoria mais aceita do aparecimento da endometriose é pelo refluxo do sangue menstrual, que contém partículas do endométrio, através das trompas uterinas no perío-do mais fértil da mulher”, explica o ginecologista e obstetra Celso Lucas Rodrigues.

Os principais sintomas da doença, de acordo com o especialista, são os de uma algomenorreia crescente. “Ou seja, cólicas menstruais que vão se intensificando mês a mês e dores pélvicas crônicas fora do período menstrual”, diz Celso Lucas Rodrigues.

A endometriose é temida também por ser uma doença que pode levar à infertilidade, mas, conforme es-clarece o ginecologista Celso Lucas Rodrigues, a fertilidade da mulher vai estar em jogo dependendo do grau da endometr iose. “Quando tivermos quadros de endometrioses extensas, em que a pelve feminina fica totalmente afetada, podemos ter o comprometimento da função da fertilidade, em geral por obstrução das trompas uterinas. Já os quadros mais leves da doença podem não afe-tar esta função”, avisa. Segundo ela, é importante deixar claro que nem todas as mulheres portadoras de en-dometriose terão infertilidade e esse quadro também pode ser reversível.

Endometriose

Inimiga íntima

eLisanDra escuDero

Mais de 70 milhões de mulheres no mundo têm a doença

laboratoriais do doente. Segundo Buzaid, a taxa de benefício

global é de cerca de 15% e uma parcela de 5% dos pacientes pode ser curada com interleucina em altas doses. “Nos casos de metástases predominantemen-te cutâneas, as taxas de resposta chegam a 50%. Há poucas opções de tratamento e, por isso, essa estratégia merece ser bem conhecida”, completa. P

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C loud computing, ou comunica-ção em nuvem é um modelo de computação no qual aplicações

e dados ficam em servidores centrais e são acessíveis, via rede, a partir de qualquer dispositivo com capacidade de se conectar à Internet, o que inclui alguns modelos de celular. Por meio dessa ferramenta, os usuários aces-sam a rede para obter os serviços e os dados, sem necessitar da instalação de nenhuma dessas ferramentas no próprio computador. Um dos exemplos

mais conhecidos – e utilizados – de nuvem de comunicação é o Google.

A professora Karin Breitman, do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica/PUC- RJ, refere-se com entusiasmo aos inúmeros recursos da cloud computing. Ela destaca a Medicina entre as áreas que podem se beneficiar, indicando a possibilidade de aprimorar o atendi-mento e otimizar os recursos – uni-versalizando as informações que hoje se concentram em grandes centros.

“Uma das possibilidades é desenvol-ver aplicativos que ajudem os serviços de saúde em pequenas comunidades, sem médicos de diferentes especialida-des e poucos recursos técnicos. Outra utilização é para aumentar a capacidade de atendimento, pensando na popula-ção que está envelhecendo e, portanto, precisa de mais cuidados médicos”, diz.

tendênciaO urologista Adriano Pinto, dire-

tor clínico e médico responsável pelo Serviço de Urologia do Hospital São Camilo, confirma a tendência mundial em disponibilizar os prontuários mé-dicos na Internet, embora ainda hoje a maioria fique retida em um banco de dados local, o que impossibilita o acesso a distância. “A Internet está mudando essa situação, criando for-mas de distribuição das informações e imagens, facilitando o acesso a dis-tância. Mas existem questões a serem consideradas, pois é preciso garantir o sigilo e a segurança do paciente, preservando sua privacidade, assim como a integridade das informações.”

Esses são os aspectos da rede mais difíceis de serem solucionados, segun-do o médico, porque as informações ficam em bancos de dados, que não são totalmente imunes a ataques e podem ser violados. A preocupação levou o Conselho Federal de Medicina (CFM) a exigir até bem pouco tempo o uso do prontuário no papel, como forma de garantir também a manutenção do registro de todo o histórico do aten-dimento médico do paciente.

Computação

Armazenagem virtualFerramenta permite acesso a serviços e dados fora

do computador pessoal

Segundo Patrick Bellelis, da SBE, o diagnóstico da endometriose por meio de métodos laboratoriais não tem mostrado resultados satisfató-rios. Para Celso Lucas Rodrigues, a hipótese é levantada toda vez que a paciente apresentar um dos sintomas citados acima. “A análise laboratorial pode ser realizada por exame de san-gue ou ainda por ultrassonografia pélvica com Doppler colorido para identificar possíveis focos de endo-metriose ou ainda por ressonância magnética pélvica. No entanto, a

doença só é confirmada através de videolaparoscopia”, comenta.

O tratamento clínico da endome-triose, em sua maioria, se inicia com a administração de anticoncepcionais e analgésicos, além de mudanças de alguns hábitos de vida. “A prática de exercícios físicos promove a libe-ração de endorfinas endógenas no organismo. Deste modo, a prática habitual de atividade física promo-verá um alívio da dor. Já a indicação cirúrgica é, em muitos casos, por sin-tomatologia da paciente e por falha

no tratamento clínico. Somente em casos excepcionais como a endome-triose de intestino delgado, apêndice e endometriomas ovarianos maiores que 3 a 4 cm, operamos independen-temente dos sintomas da paciente”, diz Patrick Bellelis.

O g inecolog ista Celso Lucas Rodrigues avisa que o melhor trata-mento, quando possível, é a gravidez. “Cura definitiva não existe, o que conseguimos é manter a doença sob controle”, finaliza. P

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“Alguns desses sistemas ocupam muito espaço e são muito pesados para serem instalados em computadores comuns. Isso teoricamente é viável na cloud computing, que também viabiliza o acesso a distância, em qualquer na-vegador que tenha sistema adequado”, considera o médico. Um dos impedi-mentos, para ele, é o acesso à banda larga e a qualidade dos serviços ofe-recidos no País – conhecido pela sua instabilidade e limitação – que ainda não foram equacionados e tornam seu uso pouco confiável.

“Trabalhar em nuvem significa deixar documentos a distância e correr o risco de não ter conexão quando pre-cisar acessá-los”, alerta Adriano Pinto.

“A telemedicina usa a nuvem para transmitir as informações a distância e, nesse caso, a divulgação médica se beneficia da cloud computing, ao contrário da decisão médica e da ha-

bilidade técnica, que exigem anos de estudos e exercício da profissão, como uma cirurgia, por exemplo. Pode-se até usar a rede, desde que isso sirva para o acompanhamento e repasse de informações de uma intervenção cirúrgica. Mas não é possível dispen-sar a participação de um profissional médico habilitado, nas duas pontas da rede, para assumir o comando, caso alguma coisa não funcione, o que inclui a conexão da Internet”, pondera.

Apesar das restrições mencio-nadas, o médico tem também uma avaliação positiva de um dos recursos disponibilizado pela rede, que já utiliza em seu consultório particular. Trata-se do prontuário eletrônico, que tem seu uso regulamentado pelo CFM. “Entre as vantagens do prontuário eletrônico, está a possibilidade de ser acessado por outros profissionais, no caso de o pacien-te buscar uma segunda opinião”, avalia.

SBiSRecentemente a Sociedade Brasilei-

ra de Informática em Saúde (SBIS) de-finiu os procedimentos que permitem o registro das informações do paciente exclusivamente em prontuário digital. Para isso, existe uma série de exigên-cias que vão desde o controle do acesso e a realização de backup frequente do banco de dados em outro computador independente daquele onde estão os prontuários, até o uso de ferramentas que impossibilitem a adulteração dos dados.

Entre as áreas de atuação em rede listadas pela SBIS, estão os Sistemas de Informação em Saúde; Prontuário Eletrônico do Paciente; Telemedi-cina; Sistemas de Apoio à Decisão; Processamento de Sinais Biológicos; Processamento de Imagens Médicas; Internet em Saúde e a Padronização da Informação em Saúde. P

Muito se fala em prat ic ar exercícios físicos e ter uma alimentação saudável. Essa

dupla seria uma das chaves para a qualidade de vida, em especial quan-do se vive em um ambiente onde a agitação e as tentações de fast- foods são consideradas, pelos espe-cialistas, gatilhos que favorecem a expressão de genes que estimulam mediadores bioquímicos, levando ao desequilíbrio do funcionamento celular. Resultado: infert ilidade, endometriose, câncer, asma e ou-tras doenças respiratórias, alergias, doenças autoimunes, neurológicas e metabólicas, como obesidade e diabetes, são desencadeadas.

Entretanto, não basta inger ir frutas e verduras no afã de garan-tir saúde. “Quando se pensa em ambiente, logo nos vem à mente o mundo em que vivemos, com baru-lho, estresse, falta de tempo. Mas o ambiente que comanda e deter-mina a qualidade de vida não está

Combustível do exercícioNutrição

A prática de atividade física deve estar alinhada a um apoio nutricional individual

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apenas fora. Ele está dentro de seu intestino”, frisa Thomas O’Bryan, nutr icionista clínico e funcional norte-americano, especialista em doenças celíacas, metabólicas e de sensibilidade ao glúten.

O excesso de determinados ali-mentos mais industrializados é um dos itens citados pelo nutricionista que pode ocasionar danos ao intesti-no. O órgão possui bactérias que são benéficas ao organismo e sistema imunológico e esses produtos po-dem prejudicar o seu funcionamento pleno. “Temos elementos que são agressivos ao intestino de pessoas predispostas, como trigo, glúten e lactose, que geram bactérias ‘ruins’ e irritam a mucosa que reveste este órgão, levando à má absorção de nutrientes. É preciso fortalecer o nosso intestino, fazer do alimento nosso remédio”, acrescenta.

Estresse e outras disfunções como a resistência à insulina podem prejudicar o desempenho nas ativi-dades físicas, opina Marcelo Carva-lho, nutricionista e personal trainer de Brasília (DF). Alguns alimentos são aliados para combater estes e outros distúrbios metabólicos. Fi-bras, que agem na manutenção do esvaziamento gástrico, e minerais como zinco e magnésio também estão na lista.

“A romã, por exemplo, possui propr iedades vasodilatadoras, já o gengibre é antioxidante e anti- inf lamatório. A canela tem grande potencial ant iox idante e temos estudos com as propriedades do óleo de coco em reduzir gordura cor poral . Quando t rabalhamos com uma dieta, temos que pensar no al imento cor reto para cada indivíduo, por isso a orientação é fundamental.”

Mas antes de matricular-se na pr imeira academia e montar por conta própria sua dieta, é necessária uma avaliação profissional, elucida Natália Marques, nutricionista gra-duada pelo Centro Universitário São Camilo (SP), com especialização em nutrição materno-infantil e mes-tre em Ciências da Saúde, ambas pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Tenho pacientes que ficam até oito horas malhando, outras cortaram totalmente a gor-dura pensando que vão emagrecer e chegar ao corpo ideal dessa forma. Obviamente que não são por meios radicais que vão conseguir”, alerta.

Ela exemplif ica que o cérebro prec isa de ác idos g raxos para produzir respostas neurológicas adequadas. Um dos conhecidos é o ômega-3, presente em óleos vege-tais, alguns peixes de mar, nozes e

castanhas, que atuam na redução da pressão arterial, aumentando a defesa antioxidante celular. Quan-do o organismo não encontra essa fonte de gordura, o fígado acaba produzindo em exagero, gerando o colesterol ruim (LDL – lipoproteína de baixa densidade).

Para piorar, se o paciente for depressivo e tem a dieta pobre de gorduras, pode gerar outros distúr-bios como compulsão alimentar e bipolaridade em razão da resposta def iciente cerebral. “Muitos não atletas se espelham nas dietas de maratonistas, algumas r icas em proteínas e carboidratos, e acabam tendo um efeito inverso. Perder peso não reflete somente no per-centual de gordura e ganho de massa muscular. Temos pacientes que emagreceram, mas estão com percentual de gordura visceral alta”, salienta Natália.

Já os esportistas diabéticos tipos 1 e 2 estão aptos a realizar ativida-des físicas desde que estejam com seus níveis glicêmicos controlados. “Nos pacientes com complicações por conta do diabetes, é preciso tra-tar o problema antes de começar as atividades”, explica Braian Cordeiro, nutricionista formado pela Univer-sidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em fisiologia do exercíc io. “Outro ponto que merece atenção é a administração de insulina nesse esportista, que deve ter uma orientação médica da dose a ser aplicada. É recomendado não trabalhar o músculo onde foi aplicada a insulina, pois se corre o risco de lesioná-lo”, pontua.

A recomendação dos especialis-tas antes de começar uma prática é ter um aporte de equipe mul-tidisciplinar, que fará um estudo da execução dos exercícios, assim como sua frequência, e apoio nu-tricional para cada pessoa, ou seja, uma dieta não pode funcionar para todos. “Se pensarmos em um time de futebol, cada jogador tem a sua dieta adequada para a melhoria de seu desempenho”, conclui a nutri-cionista Natália Marques. P

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H á muito tempo já se sabe que a vitamina D é fundamental para a manutenção da saúde óssea,

bem como para a regulação dos níveis de cálcio e fósforo no sangue. Estudos recentes apontam para a importância dessa vitamina em outros tecidos e em diversos processos vitais como a diferen-ciação e a proliferação celular, secreção de hormônios e modulação do sistema imunológico. “Até para o tratamento de estados depressivos, o paciente é benefi-ciado quando as doses de vitamina D estão dentro dos níveis normais. Geralmente as doses diárias recomendadas variam de 200 a 400 IU (Unidades Internacionais)”, diz a endocrinologista Zuleika Cozzi Halpern, representante da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

A vitamina D – nome dado a um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral no corpo – é produzida na pele por meio da exposição aos raios ultravioletas emitidos pelo sol. As for-mas principais são conhecidas como vitamina D2 (ergocalciferol: de origem vegetal) e vitamina D3 (colecalciferol: de origem animal). Conforme explica Ma-rise Lazaretti Castro, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), quando os raios do sol penetram na epiderme, a substância da vitamina D é produzida. Para se tornar biologicamente ativa no organismo, ela é metabolizada pelo fígado e ativada nos rins, nas glândulas mamárias e no pâncreas, entre outros órgãos. “A vita-mina D é responsável, principalmente, pela absorção intestinal do cálcio e do fósforo provenientes dos alimentos. Essas substâncias são importantes para calcificar os ossos, deixando-os mais fortes, e também por agir em toda a musculatura”, completa.

Segundo Halpern, atualmente a deficiência da vitamina D é considera-

da um problema de saúde pública no mundo todo, justamente por conta de suas implicações no desenvolvimento de doenças. Níveis baixos dessa vitami-na provocam o raquitismo em crianças (enfermidade que entorta as pernas e leva a dores e fraturas) e a osteomalacia nos adultos (amolecimento dos ossos, podendo levar à osteoporose). “Diversos estudos indicam que a falta da vitami-na D pode ser associada também ao desenvolvimento de doenças como a hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, câncer de próstata, de mama e de intestino, redução da função mus-cular e aumento do risco de quedas em idosos”, reforça.

De acordo com um levantamento da SBEM, cerca de 40% dos jovens entre 18 e 30 anos têm insuficiência de vitamina D e mais de 3% apresentam deficiência. O estudo aponta ainda que 15% dos idosos com mais de 65 anos estão com deficiência grave dessa vitamina e 65% têm insuficiência. A especialista Marise Castro chama a atenção para o fato de a maioria das pessoas não tomar mais sol. “Para obter os benefícios da vitamina D, é recomendável se expor aos raios ultravioletas sem uso de protetor solar, em média 20 minutos por dia, antes das 9 horas da manhã ou após as 16 horas. Pode ser nas pernas, braços ou outra região menos sensível.”

Esse assunto, porém, provoca di-vergências: “A exposição ao sol deve ser cuidadosa. Os raios UVA, constantes durante todas as estações do ano, são os principais causadores do envelheci-mento precoce. Enquanto os raios UVB, responsáveis pelas queimaduras solares, são mais fortes no verão, principalmente entre as 10 e 16 horas. Ambas as radia-ções estão relacionadas ao câncer de pele. Por isso, é necessário o uso regular dos protetores solares de amplo espectro, com fator 30 no mínimo, para todas as etnias”, avisa Sérgio Palma, presidente

da regional PE da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A nutricionista Isabelle Zanoni, dire-tora da Associação Paulista de Nutrição (APAN), explica que é possível encontrar as substâncias da vitamina D em alguns alimentos como a gema de ovo, peixes de água fria (salmão, sardinha e arenque), óleo de peixe e leite (que possui um composto de alta absorção). “A man-teiga também costuma ser enriquecida com vitamina D2, contribuindo para um maior aporte deste nutriente, mas sendo necessária a sua metabolização no organismo”, diz. Mesmo consumindo esses alimentos diariamente, as pessoas precisam do sol para obter as doses diárias de vitamina D.

No entanto, para corrigir um quadro de carência, que geralmente é percebida quando a pessoa já desenvolveu algum problema grave de saúde, é necessário se expor pelo menos três vezes por semana aos raios solares e também fazer a repo-sição oral, avisam os especialistas. “Um exame de sangue simples, o 25-hidroxi-vitamina D, pode investigar o problema e mostrar o tamanho da deficiência”, completa a endocrinologista da SBEM.

Zuleika Halpern fala sobre a impor-tância de fazer a avaliação clínica e labo-ratorial para pesquisar se há realmente a necessidade de suplementação da vita-mina D. “Essa substância é acumulada no organismo e seu excesso também pode ser prejudicial à saúde, causando náusea, tontura, inapetência, fraqueza, além de interferir na homeostase (estado de equilíbrio orgânico) do cálcio e favo-recer o seu acúmulo em tecidos como o rim”, diz. Para a endocrinologista, os in-divíduos muito claros, os idosos, pessoas com lúpus ou com histórico genético de câncer de pele, além das pessoas com deficiência de vitamina D comprovada, estão no grupo dos que devem recorrer à suplementação oral. P

Vitamina D

Raios que fortalecemA carência de vitamina D no organismo

compromete a saúde do corpo

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FLáVio tiné

Na juventude sonhava ser es-critor. Prestigiava as ativ i-dades culturais da biblioteca

municipal e, junto com amigos, criamos associações, promovemos conferências, escolhemos um de nós para falar sobre alguma coisa e registrávamos tudo em ata, que ser ia lida no domingo seguinte, como se fosse uma academia. Lem-bro ainda hoje alguns nomes dessa epopeia infanto-juvenil: Vital Maria da Costa Lyra, José Luis Lyra, Fran-cisco Santino Filho, Valdênio Porto, Gentil Porto, que depois se tornaram médicos, além de publicitários como Aluízio Falcão, advogados como Ar-sênio Gomes, cientistas sociais como José Ramos de Vasconcelos (filho de médico), cronistas como Assis

Claudino, pinto-res como Romero Figueiredo e Fer-

lidade de metástase. A operação é como uma espécie de laparoscopia, em que as mãos do cirurgião são substituídas pelos braços do robô e acompanhadas por um monitor. Tão importante quanto essa facilidade é evitar o corte de 15 a 20 centí-metros e o período de recuperação pós-operatório. Saí do hospital no terceiro dia e os pequenos furos pra-ticamente desapareceram da barriga.

A cirurgia foi feita em 2008 para inaugurar novo equipamento do Hospital Sírio-Libanês e transmitida ao vivo para 400 urologistas de todo o Brasil. Embora tenha sido executa-da por um médico norte-americano, com a exper iência de centenas de trabalhos anteriores, o serviço é chefiado pelo professor Miguel Srougi. A indicação para esse tipo de tratamento partiu do urologista Anuar Mitre, que desde então é um dos especialistas em cirurgia robóti-ca de próstata, após a realização de centenas de cirurgias convencionais e laparoscópicas.

A cirurgia robótica ainda não é acessível a todos, devido a seu alto custo. Mas já existe em vários hospitais e seu alto custo tende a diminuir com sua disseminação. E não se limita obviamente a casos de câncer de próstata. Recentemente foi inaugurado um sistema robótico de cirurgia cardíaca no Hospital Albert Einstein.

Quanto aos sonhos da juventude, nenhuma queixa. Quem sabe a so-brevida proporcionada pela robótica devolva o talento que não tive ou nunca soube aproveitar. PA autor é jornalista e foi assessor de imprensa do HCFMUSP durante 21 anos. É membro da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

Crônica

Experiência robótica

nando Florêncio, para citar apenas os que de uma maneira ou de outra foram ou são famosos, nos limites de suas atividades.

Alguns exemplos: Vital é hoje proprietário de um dos maiores la-boratórios de clínicas médicas do Re-cife; a Fundação Francisco Santino Filho tem esse nome em homenagem a um dos maiores hepatologistas que atuaram no Rio de Janeiro durante vários anos; Valdênio Porto, além de dono de hospital no Recife, é presi-dente da Academia Pernambucana de Letras.

Nunca estive no rol dos famo-sos, mas a duras penas coleciono certificados de cursos, conferências, seminários e demais comprovantes de atividades relacionadas com a melhor medicina, vivenciados no Hospital das Clínicas da Universida-de de São Paulo. Tenho dúvidas se

algum médico, desses do interior do Brasil, tenha frequentado mais seminários do que eu, nas mais variadas especialidades. Longe de mim, porém, a menor competência em assuntos cien-tíficos. Nem de jornalista tenho diploma e meu registro como tal é anterior à Lei de Imprensa, por sinal revogada.

Meu sonho de juventude era ser médico ou escritor. Acabei

não sendo nem um nem outro. Por sorte ou des-graça, mais por aquela do que por esta, quase fico famoso por ter sido o primeiro brasileiro a fazer cirurgia robótica

para tirar a próstata. É nessa condição que vez por outra sou convidado a prestar depoimento. Com apenas quatro pequenos furos no abdome, os médicos extirpam a próstata, eliminando a possibi-

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Nunca estive no rol dos famosos, mas coleciono certificados de cursos, conferências

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cecy sant’anna

Cuide da casa e do corpo – Estudo feito na Universidade de In-diana, nos Estados Unidos, revela que existe uma relação entre os níveis de atividade física e as condições da casa onde se vive. Os resultados da pesquisa sugerem que a malhação não se limita às academias, piscinas e quadras de esporte. Em casa, cuidando do jardim, usando o aspirador de pó ou passando roupa dá para gastar muita energia e ter o peso adequado.

Colesterol e vitamina – Trabalho publicado no American Journal of Cli-nical Nutritive mostra que a vitamina E encolhe o tamanho das partículas de HDL – colesterol bom, aumentando o risco de formação de placas, apesar de que a vitamina também diminui os níveis de LDL – colesterol ruim. Os pesquisadores acreditam que fatores genéticos é que determinam as con-sequências.

Colesterol e câncer da próstata – Pesquisadores canadenses desco-briram que um remédio contra altas taxas de colesterol também é eficaz para este tipo de câncer. Eles chega-ram a esta conclusão após observar que um tumor em um rato parou de crescer após tratamento com rosu-vastatina. A pesquisa foi publicada na revista European Urology.

Parestesia – Trata-se de formigamen-to que ocorre em diferentes partes do corpo. Nas pernas acontecem devido a distúrbios vasculares como as varizes ou metabólicos como diabetes, hipo-tireoidismo, alcoolismo, infecções e reações a medicamentos. A parestesia pode indicar problemas graves como AVC, hérnia de disco e até mesmo

esclerose múltipla.

Exercícios contra o estresse – Trinta minutos de exercícios são uma grande medida aliada ao combate ao estresse. Isto porque o tempo usado faz com que o corpo produza a betaendorfina, uma substância responsável pela sensação de bem-estar.

Aroeira contra gastrite – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária acaba de liberar um remédio feito com aroeira vermelha

para tratamento de gastrite. A árvore tem um princípio ativo que acaba com a bactéria causadora das maiores infla-mações de estômago e ajuda a

cicatrizar pequenas úlceras.

Contra a asma – Cientistas ameri-canos descobriram que a vitamina B9 influencia nas reações alérgicas e diminui os sintomas da asma. Essa vitamina é encontrada nos vegetais de folhas escuras, tais como rúcula, espinafre e agrião. Abuse deles nas suas refeições.

Chorar faz bem – Para chorar, o corpo precisa ter um grande controle so-

bre a respiração, além de exigir que o indivíduo tenha conheci-mento de emoções negativas e

positivas. Existem mais de 400 sensações que podem nos fazer

chorar, seja de felicidade, tristeza, arrependimento ou admiração.

Café combate a depressão – Pesquisa de especialistas da Universidade de Harvard concluiu que o café pode aju-dar a prevenir depressão em mulheres que tomam duas ou mais xícaras de café por dia. Já o café sem cafeína não apresenta o mesmo efeito. O estudo foi feito com cerca de 50 mil enfermeiras por meio de questionários sobre o consumo do café. Os pesquisadores afirmam que a cafeína é um bom estimulante e também pode ajudar a prevenir a obesidade e diminuir as dores de cabeça.

Aspartame – Uma revisão de cerca de 500 estudos sobre a substância constatou que não há evidências de que ela cause câncer ou lesões neu r o lóg ica s em hu ma nos . O s autores – cientistas de dez uni-versidades – estudaram pesquisas com diferentes níveis de consumo, incluindo aquelas que excedem as médias diárias.

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Espaço Livre

ilustrações: Moriconi

Programe a cirurgia – Estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, avaliou a evolução de cerca

de 90 mil procedimentos cirúr-gicos e concluiu que o melhor horário para uma cirurgia é pela manhã. Os cientistas veri-

ficaram que grande parte das com-plicações se deu nas operações

realizadas após as 15 horas. Além disso, a ocorrência de dores, náuseas e infecções nos cortes foram três vezes mais frequentes entre os pacientes operados no período vespertino.

Tempo de dormir – A psicóloga americana Jodi Mindell, do Centro de Sono da Filadélfia, vinculado à National Sleep Foundation, explica que o ritual de sono dos bebês, quando são colocados no berço para dormir, leva em média 50 minutos, um tempo longo. Esta dificuldade se deve a maus hábitos, como ninar o bebê, o que faz com que a criança não aprenda a dormir sozinha. Os pais devem estabelecer um horário e levar a criança para a cama, criando assim uma rotina.

Quilos a mais – Pesqui-sadores holandeses ana-lisaram o perfil de mais de 300 mil adultos e descobriram que dois quilos e meio a mais no peso aumentam o risco de ataque cardíaco em 20% – mesmo que a pessoa tenha pressão sanguínea e colesterol normais. A gordura acumulada produz subs-tâncias inflamatórias que danificam os vasos e altera a consistência do sangue, formando coágulos, afirma o autor do estudo, Rick Borges.

Lombalgia – A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80% da população mundial sofrerá pelo menos uma crise de lombalgia e cerca de 90% terão mais de uma crise no decorrer da sua vida. Há um tratamento bem eficaz contra dores nas costas que previne, diagnostica e trata os problemas das ar-ticulações, músculos, tendões e nervos. É também usada em casos de lesões por esforços repetitivos e restrições a movimentos, além de evitar a osteoar-trite, doença comum nas articulações. Trata-se da quiroplastia, que trata a dor por meio de ajustes e devolve o funcio-namento normal da articulação,

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era um texto longo sobre os cui-dados que as mulheres devem ter com os cabelos. Curioso, li e reli a

mensagem que a mim chegou prove-niente de uma agência de comunica-ção. A promessa era de que uma mulher poderia se transformar numa leoa sem correr o risco de ficar careca, bastando, para tanto, cuidados especiais usando os produtos que a mensagem promovia.

Para começar, a remetente, sei lá porque cargas d’água, me escolheu para indicar o seu miraculoso hidratante, apesar de reconhecer que os meus ca-belos estavam realmente necessitando de um trato. Mas a proposta se dirigia às mulheres. Estranhei, pois a maioria dos homens também possui cabelos. Imaginei que poderia aproveitar algu-ma lição especialmente por compreen-der que o cabelo é a moldura do rosto de uma pessoa.

E os carecas, será que eles per-dem a personalidade? Não parece ser verdadeira tal afirmação. O mestre

PauLo casteLo branco

é o Justin, basta que lembre o cantor. Nas ruas, encontramos centenas de rapazes com as suas molduras capilares escondendo o rosto.

Foi com o espírito de melhorar o meu visual, que procurei o melhor cabeleireiro da cidade para cuidar dos meus fios de cabelos negros, duros e enrolados. Com a senectude, além de encanecidos, perderam muitas ondula-ções pelo uso de glostora, pasta de ali-samento, tocas de meia que deixavam os cabelos parecidos com os do Roberto Carlos, que, outro dia, confessou ter usado os mesmos artifícios para sacudir a vasta cabeleira.

No salão, o ex-barbeiro que co-nheci nos campos de várzea jogando futebol, entregou-me aos cuidados do seu assistente para cabelos rebeldes e maltratados. O assistente era um sujeito enorme, com cara de lutador do WWE UFC. Trazia nos braços uma tatuagem com a famosa imagem da Marylin Monroe com o vestido esvoaçante e uma frase em chinês que não me atrevi perguntar o que significava. O campeão não disse uma palavra. Com um sinal, determinou que uma auxiliar lavasse a minha cabeleira. Quase morri sufocado com tanta água e espuma. A mulher sacudia a minha cabeça de um lado para o outro, até eu quase desmaiar. Depois, num lance de ringue, o cara enxugou meus cabelos e puxou uma tesoura afiada que movimentava como se fosse uma espada. Os cabelos foram enchendo o avental. Fechei os olhos.

Tudo terminou em minutos. Quan-do abri os olhos, senti um alívio imenso. Minha cabeça continuava existindo. Não havia um pelo, mas minha fisionomia estava ótima, jovial. Poderei ser confundido com o Lula ou o Gianecchini e assim também receber manifestações de carinho e apreço. P

O autor é escritor. www.paulocastelobranco.adv.br; [email protected]

Foi com o espírito de melhorar o meu visual, que procurei o melhor cabeleireiro da cidade

Crônica

Carecas

Ivo Pitanguy, com a sua reconhecida competência, ao avaliar a imagem de Lula sem cabelos, afirmou que o mito havia rejuvenescido sem os pelos que escondiam a sua face sorridente. Fica, assim, imprestável a hipótese aventada na mensagem, haja vista que outros ca-recas fizeram sucesso, como o ator Yul Brinner e o deputado Esperidião Amin.

Voltando à mensagem, notei que a maioria do público feminino gosta de reinventar e mudar suas madeixas e, por isso, percorrem salões de beleza em busca de novidades que as tornem mais belas.

Está comprovado que o uso de tinturas e tratamentos para alisamento ou definição de cachos são os mais procurados pelas mulheres. No entanto, com a moda dos cabelos Justin Bieber, os jovens acorrem aos salões femininos em busca do modelito que irá transfor-má-los nos queridinhos das meninas desesperadas pelo astro da música. Não importa a elas se o parceiro não

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Curso de pós, pioneiro no segmento odontológico, busca formar empreendedores e ensinar

o “caminho das pedras” para administrar o próprio consultório

Carreira

Formação além da graduação

em todas as profissões é sabido que, mais do que a gradua-ção, o importante também,

na trajetória de um profissional, é a reciclagem. É imprescindível que, após a formação, haja uma melhor capacitação para as necessidades que serão encontradas na busca do reconhecimento profissional. Para a odontologia não é diferente. A qualif icação se torna ainda mais necessária, uma vez que este pro-fissional é o responsável pela saúde bucal de pessoas, e de seu profissio-nalismo e entendimento dependem vidas. Entretanto, o conhecimento técnico da profissão é o mínimo que se pode esperar de um profissional graduado, mas atualmente só este conhecimento não basta. “A área da saúde está carente de profissionais que se preocupam em atualizar-se

focada em objetivos claros e muito bem definidos.

No geral, os prof issionais da odontologia, ao saírem das faculda-des encontram pelo caminho muitos percalços que tornam a carreira um pouco mais pesada. Tudo isso porque estão aptos apenas a cuidar da parte técnica da profissão, e os demais conhecimentos são deixados de lado nos cursos de graduação. “No que tange ao empreendedorismo, infelizmente, a maioria das univer-sidades forma empregados e não empreendedores”, afirma Antonieta Rossi. O resultado dessa falta de preparo dos profissionais é a con-quista de subempregos em clínicas já existentes, com salários aquém dos pagos na média do mercado, ou então, como outra saída, e não a mais fácil, é “dar a cara a tapa” e aprender na prática com os erros e os acertos. “Por isso, cursos com ênfase em gestão, marketing e vendas são tão importantes”, conclui Antonieta.

Pensando no auxílio aos profis-sionais odontólogos, surgiu recen-temente o curso de Gestão e Plane-jamento Odontológico, pioneiro no segmento de pós-graduação. Seu objetivo é discutir e desenvolver para os dentistas os temas mais relevantes sobre a gestão de seu consultório, além de prepará-los para os mais diversos aspectos que vão além de sua atuação nas questões atuais do exercício profissional. Eles recebem or ientações sobre planejamento estratégico, financeiro, organizacio-nal, marketing e administração de recursos humanos nos consultórios. Isso tudo para que o profissional da área pense não só na estrutura de seu ambiente de trabalho, mas também na formação de sua carrei-ra. “O curso surgiu da necessidade observada no mercado odontoló-gico de aumentar o conhecimento do cirurgião-dentista sobre o tema gestão do seu negócio e da sua pró-pria carreira”, explica Roberto Porto,

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dentro da área escolhida. Novos materiais, novas técnicas, são co-locados no mercado todos os dias”, explica a psicóloga organizacional Antonieta Rossi, que atua no su-porte de carreiras e programas de intraempreendedorismo, pelo IDEGE – Instituto de Desenvolvimento e Gestão Empresarial.

Muitas empresas e instituições estão preocupadas com os profis-sionais que, no intuito de se reci-clarem, buscam estudar, de forma desenf reada, em cursos, MBAs, pós-graduações, entre outros, sem se preocuparem com a qualidade e o foco em sua profissão. O que acontece, na verdade, é uma correria de estudos que acaba recheando um currículo sem conteúdo. A capacita-ção profissional é uma exigência do mercado, no entanto ela deve estar

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MercadoCarreira

Condor lança linha infantil das marcas Hot Wheels, Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre - Líder no mercado de escovas dentais, a empresa com 81 anos de existência, apresenta novos produtos de higiene bucal para crianças com a tarefa de tornar o hábito de escovar os dentes um momento mais divertido. São itens de alta tecnologia com os desenhos das marcas Hot Wheels, Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre estampados nos produtos para despertar a atenção da criança e incentivar, de forma mais lúdica, o hábito da higiene bucal. A linha Bambinos contempla escovas de dente, géis e fios dentais para bebês a partir dos 6 meses de idade até crianças com mais de 5 anos.

Colgate lança novo creme dental branquea-dor - A inovadora fórmula da pasta dental Colgate Luminous White tem em sua com-posição microcristais branqueadores, se-melhantes à fórmula usada por dentistas, que asseguram um tom mais branco em uma semana. Ela remove as manchas, pre-vine o aparecimento e a formação de tártaro e, além disso, seu uso prolongado mantém os dentes mais brancos por mais tempo. Para completar, a linha também oferece o enxaguante bucal Luminous White.

diretor da Tethis Consultoria e professor titular da disciplina de Gestão e Planejamento Odontológico da Universidade Paulista, em Sorocaba.

O curso é ministrado em seis módulos de atua lização e independentes, em um total de 360 horas. Os conteúdos de cada um deles são os mais diversos, porém todos ligados ao tema de gestão de um consultório. Os alunos recebem informações sobre gestão avançada de clínica odontológica nos dois primeiros módulos. No terceiro, os dentistas aprendem a gerir o atendimento ligado a planos de saúde. Nos seguintes são abordados temas referen-tes ao mercado voltado a consultores e auditores odontológicos. Por fim, os odontólogos conhecem a prática de recursos humanos para clínicas, onde aprendem a formar equipes comprometidas com a empresa em que trabalham.

Os profissionais, de forma geral, recebem conhe-cimento de toda a gestão dos processos rotineiros como atendimento, financeiro, operacional, como também os mais específicos ligados à gestão de equi-pes e atendimento a convênios. “Um ponto bem inte-ressante do curso é que dois módulos proporcionarão ao aluno a formação em auditoria e em consultoria odontológica. Desta forma, além de especialista em gestão, o aluno terá mais duas possibilidades dentro da carreira”, conta Roberto Porto.

Ter um consultório não é tão simples quanto pode se imaginar. É preciso, antes de tudo, saber planejar o seu empreendimento, pois uma clínica nada mais é do que uma empresa e ela deve ser tratada como tal. O mercado odontológico vive em constante ebulição e tudo está interligado às mais diversas tecnologias. Assim, exige-se dos profissionais cuidados especiais na organização e na gestão de um consultório, bem como na divulgação de seu produto.

“O profissional tem que ter um diferencial compe-titivo. Não existe mais lugar para o ‘arroz com feijão’ porque a competitividade é muito grande”, explica Antonieta. É preciso que o cirurgião-dentista, além do conhecimento clínico adquirido na graduação, procure realizar uma formação mais prática no que diz respeito à administração de seu próprio negócio, buscando cursos de pós-graduação ou especializa-ções que supram a deficiência da graduação. A busca pelo aprimoramento profissional é o que vai fazer a diferença na prática, pois, além de se especializar, ele estará quebrando diversos paradigmas da profissão.

Não é necessário que o dentista se torne um expert em todos os setores que constituem a clínica, mas que entenda a funcionalidade de cada um, para então alavancar a sua carreira de modo tranquilo e sem sustos. [email protected]

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Eventos

Sistema Abramge encerra 2011

Otradicional jantar promovi-do pelo Sistema Abramge/Sinamge/Sinog que marca o

encerramento das atividades do ano foi realizado no Buffet Baiuca Rebou-ças, em São Paulo, no último dia de novembro de 2011, e contou com a presença de autoridades e lideranças dos segmentos da Saúde Suplementar e das entidades de classe, entre as quais, a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, ABO – Associa-ção Brasileira de Odontologia, ABCD – Associação Brasileira de Cirurgiões- Dentistas e SOESP – Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo. A cerimônia incluiu a entrega dos prêmios Abramge de Medicina e

centou o fato de o órgão regulador ter se sensibilizado com a Comissão de Pequenas e Médias Operadoras da Abramge que lutou – em conjunto com os representantes dos demais segmentos da Saúde Suplementar – e conseguiu a criação de uma resolução normativa especialmente direcionada às pequenas e médias operadoras (RN no 274).

A solenidade contou inclusive com a participação de muitos diretores e associados do Sistema e foi marcada por um registro histórico para o Sinog: o encontro das três gerações dos diri-gentes do sindicato nestes quinze anos de existência – Paulo Barbanti, Carlos Roberto Squillaci e o atual presidente, Geraldo Almeida Lima.

prêmiOS aBramgeCom a reportagem “Estou com

HPV, e agora?”, publicada em 11 de setembro de 2011 no jornal O Povo, de Fortaleza, a jornalista Gabriela Silva Menezes recebeu o Prêmio Abramge de Jornalismo – diploma, troféu e a quantia de dez mil reais – das mãos de Arlindo de Almeida. Já a vencedora do Prêmio Abramge de Medicina, a ginecologista Patrícia Pereira Santos Melli, da FMRPUSP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, recebeu a premiação no valor de quinze mil reais, além do diploma e troféu, das mãos de Cyro Alves de Britto Filho, presidente do Sinamge – Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo. P

Jornalismo daquele ano, cujo tema foi HPV – Prevenção e Tratamento.

Durante o discurso de boas-vindas, o presidente nacional da Abramge, Arlindo de Almeida, não deixou de lembrar as inúmeras normas regu-latórias expedidas pela ANS no ano passado, para concluir que, “apesar de tudo, conseguimos sobreviver a uma overdose de novas regras que podem ser muito complicadas, especialmente para as pequenas e médias operadoras de planos de saúde”.

Arlindo também relembrou as diversas reuniões das câmaras técni-cas e grupos de trabalho em que os representantes do Sistema Abramge participaram durante o ano e acres-

Para o Sinog, evento também foi marcante ao reunir seus presidentes

egberto santos

Mar

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Dados do mercado

Variação maior na Medicina de GrupoOCaderno de Informação em Saúde

Suplementar, com dados do mer-cado de assistência suplemen-

tar, apurados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, referentes a setembro de 2011, apresenta o cresci-mento do número de beneficiários de planos odontológicos do segundo para o terceiro trimestre do ano passado de 2,27%, enquanto o acumulado de

2011 chega a 10,95%. Entre junho e setembro de 2011, o maior crescimento dos beneficiários de planos odontoló-gicos foi observado na modalidade de Medicina de Grupo (14,75%), seguido das Cooperativas Médicas (11,04%), Cooperativas Odontológicas (2,23%), Autogestão (0,59%) e Odontologia de Grupo (0,33%). Já nas Seguradoras e Filantrópicas houve variação negativa

de 0,20% e 0,96% respectivamente. Norte e Centro-Oeste registraram discreto aumento na participação de beneficiários por regiões, enquanto as demais, principalmente Sudeste e Nordeste, diminuíram o ritmo de novas contratações. O número de beneficiá-rios de planos anteriores à Lei 9.656/98 continua em queda, apresentando média de redução de 3,56% a cada trimestre. Caso necessite do estudo completo*, entre em contato com nossa assessoria de comunicação e marketing pelo e-mail [email protected]. P* Este material está disponível somente para as operadoras associadas ao Sinog e aos jornalis-tas da imprensa especializada.

DISTRIBUIÇÃO, POR REGIÕES, DOS BENEFICIÁRIOS DE PLANOS ODONTOLÓGICOS

Cumpr imentando-o cordialmente, dirijo-me à Vossa Senhoria para agra-decer a gentileza de disponibilizar um exemplar da publicação Odontologia de Grupo em Revista, ano III, nº 11, enviado ao meu gabinete. Oportunamente, apre-sento meus votos de estima e considera-ção por Vossa Senhoria. Atenciosamente,Senador Eduardo Braga – PMDB/AM

A Odontologia de Grupo em Revista agradece pelas cartas e e-mails enviados pela ABO-GOIÁS – Associação Brasileira de Odontologia de Goiás, FOUSP – Fa-culdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, Serviço de Documentação Odontológica e Serviço Técnico de Infor-mação e UNINCOR – Universidade Vale do Rio Verde.

Cartas e mensagens eletrônicas pode-rão ser endereçadas para: Odontologia de Grupo em Revista. Av. Paulista, 171 – 11o andar – Cerqueira César – 01311-000 – São Paulo – SP - E-mail: [email protected]

Aquisição de exemplaresPara o recebimento g ratuito das edições da Odontologia de Grupo em Revista, é necessário o preenchimento do formulário de solicitação que está disponível no endereço www.sinog.com.br/revista. Operadoras de Odon-tologia de Grupo associadas ao Sinog poderão solicitar número adicional de exemplares para distribuição inter-na, mediante solicitação pelo e-mail [email protected].

DISTRIBUIÇÃO, POR MODALIDADE, DOS BENEFICIÁRIOS DE PLANOS ODONTOLÓGICOS

Correspondências

BENEFICIÁRIOS POR SEGMENTAçãO DO PLANOSegmentação

do Plano Planos novos

(Posteriores à Lei 9656/98)Planos Antigos

(Anteriores à Lei 9656/98)Total

Odonto lógico 15.626.809 403.808 16.030.617 97,48% 2,52%

Coletivos Coletivos12.881.090 189.520

80,35% 1,18%Individuais Indivi duais2.745.719 70.22817,13% 0,44%

Não Identificados 144.060 0,90%

3,75%

17,22%

8,99%

62,55%

7,50%

Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-oeste

Odontologia de Grupo; 10.847.033;

67,66%

Cooperativa Odontológica;

2.586.657; 16,14%

Medicina de Grupo; 1.881.529;

11,74%

Seguradora Especializada em Saúde; 327.302;

2,04%

Cooperativa Médica; 237.793;

1,48%

Filantropia; 91.129; 0,57% Autogestão;

59.174; 0,37%

3,75%

17,22%

8,99%

62,55%

7,50%

Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-oeste

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