OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10-...

15
OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E EDUCACIONAL PARANAENSE NO OLHAR DO FOTÓGRAFO GUILHERME GLÜCK Ederson Prestes Santos Lima IFPR – Instituto Federal do Paraná UFPR – Universidade Federal do Paraná [email protected] Fotografia no Paraná; Guilherme Glück; arquitetura e cultura escolar 1.Objetivos Sobre fotografia: algumas considerações. Ninguém jamais descobriu a feiúra por meio de fotos. Mas muitos, por meio de fotos, descobriram a beleza. Salvo nessas ocasiões em que a câmera é usada para documentar, ou para observar ritos sociais, o que move as pessoas a tirar fotos é descobrir algo belo. (O nome com que Fox Talbot patenteou a fotografia em 1841 foi calótipo: do grego kalos, belo.) Ninguém exclama: “Como isso é feio! Tenho de fotografá-lo”. Mesmo se alguém o dissesse, significaria o seguinte: “Acho essa coisa feia...bela”. (Susan Sontag, 2004) A fotografia desde seu surgimento no século XIX, oriunda de paternidades múltiplas, seja na França com Niépce e William Fox Talbot, seja no Brasil, com Hercule Florence, ocupou e ainda segue avançando sobre espaços cada vez mais amplos das sociedades industrializadas ao longo dos séculos XX e XXI. Registrando a tudo e a todos com uma voracidade infinita preenchendo os olhos desejosos do novo, do exótico, do belo, do diferente, dando origem a um processo fantástico que Kossoy em seus respeitados estudos sobre fotografia percebendo tal complexidade na qual a fotografia está imersa considerou “a um só tempo revelador de informações e detonador de emoções.” (2001, p.28). Essa capacidade de captar e repassar informações que a fotografia mostrava logo nas suas primeiras aventuras revelou-se rapidamente um concorrente muito forte para as artes, tal como a pintura e em pouco tempo galgava uma condição privilegiada naquele

Transcript of OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10-...

Page 1: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E

EDUCACIONAL PARANAENSE NO OLHAR DO FOTÓGRAFO GUILHERME

GLÜCK

Ederson Prestes Santos Lima

IFPR – Instituto Federal do Paraná

UFPR – Universidade Federal do Paraná

[email protected]

Fotografia no Paraná; Guilherme Glück; arquitetura e cultura escolar

1.Objetivos

Sobre fotografia: algumas considerações.

Ninguém jamais descobriu a feiúra por meio de fotos. Mas muitos, por meio de fotos, descobriram a beleza. Salvo nessas ocasiões em que a câmera é usada para documentar, ou para observar ritos sociais, o que move as pessoas a tirar fotos é descobrir algo belo. (O nome com que Fox Talbot patenteou a fotografia em 1841 foi calótipo: do grego kalos, belo.) Ninguém exclama: “Como isso é feio! Tenho de fotografá-lo”. Mesmo se alguém o dissesse, significaria o seguinte: “Acho essa coisa feia...bela”.

(Susan Sontag, 2004)

A fotografia desde seu surgimento no século XIX, oriunda de paternidades

múltiplas, seja na França com Niépce e William Fox Talbot, seja no Brasil, com

Hercule Florence, ocupou e ainda segue avançando sobre espaços cada vez mais amplos

das sociedades industrializadas ao longo dos séculos XX e XXI. Registrando a tudo e a

todos com uma voracidade infinita preenchendo os olhos desejosos do novo, do exótico,

do belo, do diferente, dando origem a um processo fantástico que Kossoy em seus

respeitados estudos sobre fotografia percebendo tal complexidade na qual a fotografia

está imersa considerou “a um só tempo revelador de informações e detonador de

emoções.” (2001, p.28).

Essa capacidade de captar e repassar informações que a fotografia mostrava logo

nas suas primeiras aventuras revelou-se rapidamente um concorrente muito forte para as

artes, tal como a pintura e em pouco tempo galgava uma condição privilegiada naquele

Page 2: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

mundo das inovações tecnológicas e de expansão territorial, econômica e política.

Algumas frases de um jornalista francês ficaram célebres em destacar a importância que

a fotografia ganhava já nas suas primeiras décadas. André Rouillé nos trouxe algumas:

“Nenhuma mão humana poderia desenhar como o sol desenha” proclama, em 1839, o célebre jornalista Jules Janin, impelido pelo seu entusiasmo a favor do daguerreótipo; e acrescenta: “Nenhum olhar humano poderia ter mergulhado anteriormente nestas torrentes de luz” (ROUILLÉ, p.33)

E a fotografia logo ganhou o status de documento-verdade, fotografia-

documento, mesmo sendo ela uma máquina que acabava de ser inventada pelo homem

encaixou nas necessidades mais urgentes da sociedade do século XIX.

Acompanhando exércitos, políticos, ou mesmo registrando o surgimento das

mega cidades a fotografia foi o meio de registro que mais rapidamente se popularizou e

ampliou olhares, sendo suas lentes direcionadas para temas que hoje historiadores e

pesquisadores do social se deleitam, tais como: camponeses falidos, operários, trabalho

infantil, guerras, sociedades “exóticas” do oriente, entre outras que fariam desta lista

uma longa relação.

Mesmo colocando a fotografia como um espaço privilegiado para

pesquisadores do social, é relevante estarmos atentos para não a colocarmos como ponto

inicial na relação entre pesquisadores e imagens, pois

O emprego de imagens por alguns poucos historiadores remonta há muito mais tempo. Como destacado por Francis Haskell (1928-2000) em History and its images (A história e suas imagens), as pinturas nas catacumbas romanas foram estudadas no século 17 como evidência para a história dos começos do Cristianismo (e no século 19, como evidência para a história social). As Tapeçarias de Bayeux já eram levadas a sério como fonte histórica por estudiosos no início deste século 18. Na metade deste século, uma série de pinturas de portos marítimos franceses, realizada por Joseph Vernet, foi elogiada por um crítico que declarou que, se mais pintores seguissem o exemplo de Vernet, os trabalhos seriam de utilidade para a posteridade (...) (BURKE, 2004, p.13)

As imagens, portanto já há alguns séculos cada vez mais adentram a seara de

historiadores, sociólogos e pesquisadores em geral, sejam através de grandes coleções

reunidas em espaços museológicos, seja em arquivos particulares, seja nos famosos

álbuns de fotografias, destino tradicional de milhões de fotografias, sejam elas imagens

Page 3: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

de família, trabalho, escolares, formaturas, atividades desportivas, “arquitetura, as obras

públicas, as viagens e descobrimentos, a ciência e a indústria, a medicina, a arqueologia,

a guerra, os estudos do nu, os retratos de celebridades, as cenas cotidianas, a atualidade”

(Rouillé, 2009, p. 98).

Os últimos anos de forma especial, o uso da fotografia em pesquisas na área de

História, Sociologia e Educação, para citar apenas algumas, tem proporcionado aos

pesquisadores a abertura de um leque de possibilidades quase infinitas.

Nesse sentido, este artigo busca compreender melhor a sociedade da cidade da

Lapa, no interior do Paraná entre os anos de 1920 e 1960 sob dois aspectos: o primeiro

deles é a educação destacando a forma pela qual o fotógrafo registrou sua arquitetura,

seus professores e alunos. O segundo item a ser abordado é a dinâmica urbana da Lapa

registrada ao longo de quatro décadas de trabalho desse fotógrafo descendente de

alemães.

2. Metodologia

Possibilidades de interpretação a partir da fotografia

O estudo da fotografia elenca algumas possibilidades de análise, procurando

aplicar uma metodologia que melhor se adeque, de forma quase particular, àquele

conjunto de imagens identificando o elo de ligação entre elas e a sociedade que as

produziu. Como “entrar” e entender esse conjunto de imagens? Não é uma tarefa com

receita pronta. Certamente esse é um dos desafios que o pesquisador que se aventura

nessa área há de encontrar. Imagens não falam, os fotógrafos dificilmente estão juntos

ou vivos para nos contar seus segredos, seus desejos e intenções quando apertaram o

botão para registrar esta ou aquela imagem. Enfim o uso de fotografia abre possibilidade

de interpretações múltiplas. Maresca ao discutir O silêncio das imagens, abre a

discussão sobre o silencioso estado das fotografias, mas que

sofre constantemente a investida daqueles, muito numerosos, que querem lhes fazer dizer algo. De modo corriqueiro, cada clichê fica acompanhado de uma “legenda” que nos indica o que, nele, devemos “ler” (em latim, legenda significa “o que deve ser lido”). Correntemente também lemos a legenda antes de olhar a foto e, assim, temos a tendência de “re-conhecer” nela (sem por vezes nos darmos

Page 4: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

conta disso) o que esse texto liminar nos incita a ver. (MARESCA, 2012, p.37)

A discussão proposta por Sylvain Maresca remete ao esforço realizado por

aqueles que se utilizam das imagens para entender um povo, um período, um

determinado contexto ou tema. De que forma as interpretações dadas pelos especialistas

pode ser considerada como algo que está implícito na fotografia, no desejo do fotógrafo.

É uma questão que a todo momento desafia o pesquisador, mas ao mesmo tempo deixa

muito claro que não há caminho suave, mas sim deve ser construído de acordo com as

fontes, de acordo com as fotos estejam elas em coleção ou não.

Miriam Moreira Leite em Retratos de família: leitura da fotografia histórica

também abordou a questão das dificuldades em decifrar a metodologia de estudos da

imagem.

O fotógrafo, os fotografados, os recursos técnicos, com que contavam e principalmente o interesse do observador, dos colecionadores ou do leitor da fotografia precisam ser delineados, cruzados e encaixados para dar conta dos diferentes níveis de sentido das fotografias já feitas a que se tem acesso. (2001, P.16).

A autora também destaca que a fotografia sofre manipulação pelos fotógrafos

desde os primórdios, ainda no século XIX e que por isso os recursos técnicos à

disposição do fotógrafo são importantes na análise. A questão da manipulação é

também destacada por Boris Kossoy quando chama a atenção para o fato de que os

“cientistas sociais manipulam as fotografias, estabelecendo o que deve ser visto pelo

observador.” (2001, p.25). Ou seja, o pesquisador deve redobrar os cuidados, visto que,

a manipulação ocorre na origem da imagem e permanece mesmo na manipulação

acadêmica-técnica do pesquisador, passando por outras manipulações como em

coleções da família, fotos isoladas, entre outras escolhas pelas quais a imagem vai

ganhando adjetivos e contornos específicos.

O trabalho com imagens fotográficas requer uma preocupação com a

manipulação, atualmente os fotógrafos possuem recursos tecnológicos extremamente

avançados. Mas mesmo sem possuir ainda tais recursos, manipular imagens era parte do

quotidiano do fotógrafo. Podemos perceber esse aspecto do trabalho no texto abaixo

relacionado, encontrado nos acervos do fotógrafo Guilherme Glück.

Page 5: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

IMAGEM 1: BILHETE RECEBIDO PELO FOTÓGRAFO PARA ALTERAÇÃO NA CHAPA DE VIDRO

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MIS-PR (DÉCADA DE 1930 – APROXIMADAMENTE)

Descrição: No bilhete é possível ler: “Sr. Glück. Saudações. Solicito aprontar 1 das fotografias feitas no fórum na audiência (sic). D. Lisandro pede uns retoques no cabelo, se possível, deixa-me mais (sic). Outrossim, sendo possível também, dar um jeito de tirar da foto, um indivíduo que está no fundo, ao lado delegado. (sic) Quando acertaremos as contas (sic) Recado do Bley.”

Neste bilhete percebe-se que o jornalista de nome Bley solicita ao fotógrafo

alterações numa imagem tirada no fórum da cidade. A primeira alteração refere-se à

estética, no caso o cabelo do Dr. Lisandro Santos Lima. A segunda, que chama mais a

atenção, devem estar se referindo à um inimigo político o qual é solicitado ao fotógrafo

que o retire da imagem, O trabalho de Glück seria a partir de então realizado na própria

chapa de vidro pintando manualmente aqueles retoques solicitados. Portando, mesmo

para chapas de vidro da primeira metade do século XX, é necessário atenção a essa

prática.

No caso do acervo Glück o leque de possibilidades é grande devido ao volume

de imagens conservadas em conjunto único (o que faz do acervo um dos maiores do

país de um único fotógrafo). Apenas quantidade não é o único fator que enriquece a

coleção, mas também à diversidade de temas retratados pelo fotógrafo catarinense por

nascimento, mas paranaense por adoção, Guilherme Glück. A Coleção Guilherme

Glück, atualmente sob os cuidados do MIS-PR – Museu da imagem e do som do Paraná

é composta por um conjunto de 30.000 negativos em vidro de diferentes dimensões;

Page 6: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

3.000 imagens já reveladas/positivadas, centenas de documentos pessoais e

profissionais do extinto atelier fotográfico, que ainda passam por processo mais

detalhado de catalogação e disponibilização ao público pesquisador.

Grande maioria das imagens não possui dados referentes aos fotografados ou

ano da chapa, o que sem dúvida nos leva a estarmos atentos para a questão levantada

por Peter Burke quando destaca que a contextualização de fotografias nem sempre é

uma tarefa fácil,

uma vez que a identidade dos fotografados e dos fotógrafos é muitas vezes desconhecida, e as próprias fotografias, originalmente – em muitos casos, ao menos – parte de uma série, foram separadas do projeto ou do álbum no qual eram inicialmente mostradas, para acabarem em arquivos ou museus. (BURKE, 2004, p.27).

A medida que o acervo possível de ser analisado aumenta é possível que haja a

necessidade de novos enfoques e metodologias pois como afirma Boris Kossoy,

As fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida e que se tentar sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise para a decifração de seus conteúdos e, por consequência, da realidade que a originou. (2001, p.32).

Ao longo do trabalho de pesquisa com a Coleção Guilherme Glück optamos por

compreender o acervo em uma abordagem temática que pode ser considerada clássica e

tradicional no estudo de acervos iconográficos estratégia também utilizada por Miriam

Moreira Leite, que ao buscar um método para analisar um grande acervo de fotos

buscou “por núcleos temáticos de densidade diferente.

3. Desenvolvimento

Educação e Fotografia: o olhar de Glück para escolas lapeanas

Um dos temas privilegiados pelo fotógrafo “lapeano” foi a Educação na cidade, em

seus mais diversos aspectos: arquitetura, docentes, discentes, momentos avaliativos,

atividades de educação física. De forma muito especial destacaria as fotografias

relativas ao Lar e Educandário São Vicente de Paulo, antigo Asylo São Vicente de

Paulo, pois revelam outro lado daquela sociedade agrária tradicional em nosso

entendimento.

Page 7: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

O estudo de Rosa Fátima de Souza com fotografias escolares da cidade de

Campinas é bastante elucidador dos motivos que levavam os agentes educacionais a

chamar fotógrafos profissionais para registrar alunos, professores e ambientes escolares.

E é possível afirmar que algumas das fotografias encontradas por Souza dos primeiros

Grupos Escolares de Campinas relativo ao período de 1897 a 1950 acabam por ser

muito semelhantes ao padrão de imagens encontradas no acervo Glück para o período

1920-1950.

Segundo SOUZA

as fotografias escolares constituem um gênero muito difundido, a partir do início do século XX, combinado com outros gêneros como os retratos de família, as fotografias de paisagem urbanas, de arquiteturas e os cartões-postais. Entre os diversos tipos de conteúdo temático retratados, o mais popular é a foto de classe. Produzidas com uma finalidade comercial, essas fotografias compreendem um objeto-mercadoria para recordação. (2001, p.79)

Destes vários modelos de fotografias citados por Souza, todos são possíveis de

serem encontrados na Coleção Glück. Vamos inicialmente destacar as fotografias de

classes escolares, que possuíam além do objetivo de marcar uma passagem de ano, data

festiva ou mesmo o início de um ano letivo, também a intenção comercial de chegar até

aos familiares, sendo reproduzidas inúmeras vezes.

IMAGEM 2: COLÉGIO SÃO JOSÉ

COLEÇÃO: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MIS-PR (DÉCADA DE 1940)

Descrição: Foto clássica em uma ou mais turmas posam para a foto com três professoras-irmãs. Nesse caso a imagem refere-se ao Colégio São José, fundado em 1906 pertencente à Congregação de São José de Tarentaise. Percebe-se a disposição tradicional de divisão de sexos: os poucos meninos à frente e meninas atrás.

IMAGEM 3: GRUPO ESCOLAR DR. MANOEL PEDRO SANTOS LIMA

Page 8: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MIS-PR (DÉCADA DE 1930)

Descrição: Foto clássica em uma ou mais turmas tira a foto com o professor ou mesmo o diretor do estabelecimento. No caso dessa imagem a instituição em questão é o Grupo Escolar Dr. Manoel Pedro Santos Lima, prédio hoje ocupado pela prefeitura da cidade da Lapa, construído entre os últimos anos do século XIX e os primeiros do XX.

As duas imagens acima relacionadas são exemplares do modelo de escola que se

desejava nos meados do século XX.

A primeira imagem referente a uma instituição religiosa buscava demonstrar sua

organização, dispondo os alunos em filas preciosamente alinhadas. As irmãs se

posicionando no centro e nas extremidades, revelam, ou melhor, buscam revelar o zelo

com que as crianças eram cuidadas no interior do estabelecimento. Estabelecimento este

que era exibido de forma explícita com suas salas de aula amplas, com pé direito alto,

vidraças impecavelmente limpas.

Já na segunda imagem, escola pública localizada no centro da cidade, revela

toda sua heterogeneidade com relação aos estudantes que a compõe oriundos de

diferentes grupos sociais.

Seguindo também uma concepção que podemos afirmar é clássico, o diretor, no

caso um homem ao centro da imagem, tendo à sua esquerda os meninos e à sua direita

as meninas, sexos divididos pela autoridade máxima da instituição.

Com uma observação mais atenta percebe-se quatro professoras: duas entre os

meninos e duas entre as meninas, em diagonal com a câmera fotográfica, compondo um

quadro em que diretor e alunos, todos muito sisudos de posicionam de frente para o

fotógrafo e as professores no papel da exceção, em diagonal.

Outra modalidade encontrada no acervo lapeano são fotos de professores e de

arquitetura escolar.

A arquitetura das escolas foi um tema largamente retratado, para promoção e propaganda da ação dos poderes públicos (...) Todas elas espelham a escola enquanto lugar, uma instituição merecedora de ser exibida e recordada, seja por sua beleza estética ou pelo seu significado sociocultural. (SOUZA, 2001, p. 82).

Tal enfoque é claramente exposto nas imagens abaixo:

Page 9: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

IMAGEM 4: GRUPO ESCOLAR DR. MANOEL PEDRO (3ª SEDE), INAUGURADO EM 1952.

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MIS-PR (1952)

IMAGEM 5: GRUPO ESCOLAR DR. MANOEL PEDRO (1ª SEDE), ATUAL PREFEITURA.

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MISPR (DÉCADA DE 1930)

Descrição: Essa arquitetura é exemplar da monumentalidade da arquitetura escolar republicana, que por muitas décadas foi uma das maiores edificações da cidade da Lapa, rivalizando com a Igreja de Santo Antonio, Colégio religioso São José e os antigos casarões da elite luso-brasileira. Este prédio construído em simetria, com duas salas para meninos e duas para meninas, foi retratado por Glück em vários momentos, uma referência arquitetônica não apenas para a educação, mas para a cidade como um todo.

Mas as lentes de Glück foram além das fotos tradicionais de arquitetura,

professores e alunos. Talvez por ser o único fotógrafo da cidade, por um longo período,

ou talvez por ser o único que se dispunha a ir ao Asylo São Vicente de Paulo, o

fotógrafo legou aos historiadores fotos marcantes de adultos e crianças que por

incontáveis causas estavam, em geral, por longo período de tempo abrigados no Asylo.

Seja pela ausência de pai e mãe, seja pela perda da razão humana, seja por doenças que

os familiares se consideravam incapazes de cuidar. A diferença entre as imagens das

escolas tradicionais e do Asylo parecem refletir uma das discussões levantadas por

André ROUILLÉ quando afirma que a fotografia

constrói uma certificação dos corpos, das coisas e dos estados de coisas presentes no momentos da filmagem. Mas, essa certificação, que procede do registro, é somente a porção afirmativa da imagem. Seu valor informativo é, frequentemente, mais que aleatório. Longe de ser o todo da foto, esse “isso foi” é cenário e desencadeador de um monte de questões. Algumas relativas, sobretudo, aos estados de coisas – o que aconteceu? Quem são as pessoas representadas e o que elas fazem? Onde isso ocorreu? (2009, p.220).

Ao analisarmos de forma comparativa as imagens do Grupo Escolar Dr. Manoel

Pedro e Colégio São José com as imagens do Asylo São Vicente de Paulo é possível

perceber dois lados da mesma cidade, em um recorte cronológico muito próximo e

Page 10: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

levantar questões, tais como: como conviviam em uma mesma cidade pessoas de

origens sociais tão distintas? Quais suas trajetórias dentro das instituições? De que

forma estas mulheres e crianças cruzam suas histórias na construção da sociedade

lapeana?

Ao observarmos as imagens do Asylo poderíamos ter o foco desviado pelo

histórico de uma instituição que nasceu para dar abrigo e proteção aos desvalidos da

cidade. Porém ao olharmos com atenção é possível perceber nas imagens do Asylo a

mesma estrutura estética encontrada nas imagens referentes ao Colégio São José e ao

Grupo Escolar Dr. Manoel Pedro Santos Lima. A criadora da instituição na posição

central com duas irmãs nas laterais, configurando uma simetria com 18 pessoas de cada

lado da fundadora: complementando a simetria ainda compõe o quadro, uma religiosa,

uma cadeira de rodas e um carrinho de bebê. A imagem sisuda também é encontrada na

primeira imagem.

Na segunda imagem, posterior à primeira em termos cronológicos, já há um

leveza nos rostos dos internos, possíveis reflexos, acreditamos, de uma melhoria na

estrutura que dava aporte àquelas crianças e mulheres que buscavam abrigo.

No restante da composição é possível observar os elementos clássicos das imagens de

escola, tendo a madre superiora ao centro, com as irmãs auxiliares nas laterais,

buscando a estética simétrica.

IMAGEM 6: ASYLO SÃO VICENTE

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MISPR (DÉCADA DE 1920)

Descrição: Imagem que tem ao centro sua fundadora Eugênia Marques Corrêa, as irmãs responsáveis pela instituição e as internas.

Page 11: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

IMAGEM 7: ASYLO SÃO VICENTE 2

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MIS-PR (DÉCADA DE 1920)

Arquitetura, dinâmica urbana e o olhar do Atelier Glück

Desde seu início a fotografia, ainda no século XIX utiliza-se da arquitetura para

comprovar sua eficácia como técnica de fixação da imagem. Isso se deve ao fato de que

os longos períodos necessários de exposição à luz para que houvesse o registro da luz,

fazia dos prédios e construções ótimos “fotografados”, como destacaram Maria Cristina

Wolff de Carvalho e Silvia F. S. Wolff (1998, p.131).

Por outro lado, a arquitetura soube se utilizar muito bem da fotografia para

ganhar espaço e status, sendo “hoje conhecida, divulgada e interpretada através de

imagens fotográficas, assim como sua concepção é, em grande medida, direcionada por

uma percepção, também fotográfica” (CARVALHO; WOLFF, 1998, p.133).

Da mesma forma que as cidades européias passaram ao longo do XIX por

profundas transformações urbanísticas oriundas tanto da Revolução Industrial, quanto

de uma urbanização acelerada, as cidades brasileiras também vivenciaram essas

abruptas modificações ao longo do século XX. As cidades brasileiras do XX foram o

centro de conflito entre uma sociedade tradicional ainda ligada aos costumes do século

XIX e as novidades que emergiam dos vapores abarrotados de imigrantes, dos jornais,

telégrafo, cinema, fotografia, rádio e outros meios de comunicação. Nesse sentido a

arquitetura das cidades também foi objeto de tais mudanças de forma muito rápida e em

muitos momentos traumática e para as sociedades que as vivenciavam.

“Novas formas de morar: os palácios não se restringiam a aristocracia sendo agora, em versões reduzidas, ocupados pela burguesia. Novos hábitos de lazer, como o turismo, o jogo e as diversões, geravam novos espaços como hotéis, balneários, teatros [...] novos conceitos de educação, justiça e saúde pública foram responsáveis pela concepção de edificações adequadas para estas atividades: escolas, presídios, fóruns, hospitais e asilos (CARVALHO, WOLFF, 1998, p.134).

A coleção Glück é permeada por imagens que apresentam estas mudanças que

transformavam o pacato núcleo urbano-campeiro numa “moderna” cidade. Construções,

inaugurações, operários, políticos e militares foram eternizados nas chapas de vidro do

Atelier Guilherme Glück. O teatro e o cinema já faziam parte do dia-a-dia da população

lapeana e talvez por isso mesmo, merecedora da atenção das lentes do fotógrafo.

Page 12: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

IMAGEM 8: CERIMÔNIA NA PRAÇA GENERAL CARNEIRO

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MISPR (DÉCADA DE 1940 – APROXIMADAMENTE)

Descrição: atividade cívica militar na Praça General Carneiro.

IMAGEM 9: CINEMA DA LAPA EM DIA DE SESSÃO.

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MISPR (PRIMEIRA METADE DA DÉCADA DE 1940)

As mudanças estéticas da Lapa e das cidades ao redor, eram registradas por seu

fotógrafo “oficial”. Na área urbana do município poucos prédios escaparam das lentes

atentas de Glück e Cristiano Jubanski, seu sobrinho, sócio e posteriormente, já na

década de 1960, único proprietário do estúdio.

Podemos observar nas imagens uma estética na qual Glück foge do padrão,

muitas vezes desumanizada, mas que possuía suas raízes no século XIX, seguindo a

tradição europeia de ver a construção “concreta” e não o trabalhador.

“a fotografia só vê a cidade o cenário do poder: os monumentos que a fixam no passado, e as grandes obras urbanas que o projeto no futuro. Mas os homens, operários, os contramestres, os transeuntes, os flanadores, etc, mesmo parados, estão ausentes ou quase das fotografias (ROUILLÉ, 2009, p.45).

Vemos que Glück não acompanha essa tendência em registrar o monumental, o

arquitetônico desumanizado. O homem paranaense está presente na coleção:

casamentos, retratos, reuniões familiares e piqueniques, sessões de cinema e comícios

são frequentes. Essas questões que mostram a versatilidade do fotógrafo dificultam lhe

atribuir um “rótulo” seja como retratista, seja como fotógrafo de paisagens ou de

cerimônias oficiais. Glück é múltiplo e extremamente aberto para as mudanças sociais

que ocorriam na cidade, Inserindo o homem lapeano em suas imagens, suas diferenças

sociais e étnicas estão explícitas. Na imagem 8 temos a sensação de massa, de multidão

Page 13: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

uniforme, uma aglomeração tipicamente urbana, na cidade que crescia com os ventos da

imigração e das modernidades que chegavam da Europa, como é o caso também da

imagem 9 em que o cinema lotado surpreende aquele que a olha pela primeira vez.

IMAGEM 10: ANTIGA RUA DA BOA VISTA, ATUAL BARÃO DO RIO BRANCO.

FONTE: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MISPR (DÉCADA DE 1930)

IMAGEM 11: CANAL DE DESCARGA DO RIO DA VÁRZEA.

CRÉDITOS: COLEÇÃO GUILHERME GLÜCK – MISPR (DÉCADA DE 1920)

Descrição: Canal de descarga do Rio da várzea, com detalhe do prefeito “Eduardinho” vistoriando a obra, juntamente com os trabalhadores. Aproximadamente década de 1920.

Na temática arquitetura é possível perceber uma clara tendência a retratar

fachadas, construções e seus detalhes. Carvalho e Wolff ao analisar as relações entre

fotografia e arquitetura no século XIX chamam a atenção para o fato da necessidade

cobrada ao fotógrafo de reproduzir a construção como a maior fidedignidade possível e

que para isso seria necessário um comprometimento do autor com o edifício (1998,

p.145).

Outra tendência na coleção é a grande quantidade de obras públicas retratadas e

com imagens capturadas em vários momentos da construção. Sendo possível inclusive

fazer sequências de determinadas obras, sejam elas estatais ou não. Isso se deve ao fato

de que os administradores públicos ou gestores da iniciativa privada utilizarem a

fotografia como registro de que a obra estava sendo realizada. Há uma rica discussão

sobre o status de fotografia-documento, fotografia como verdade, mas esse não é o foco

do trabalho, mas percebe-se que tais discussões estão presentes na realidade do estúdio

Glück.

Page 14: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

Abaixo podemos perceber exemplo claro da utilização da fotografia como

documento-verdade, nas quais os administradores municipais solicitam ao fotógrafo o

registro da realização da obra pública. Destaca-se nessa imagem a ausência dos

trabalhadores que estavam, certamente na obra, realizando o trabalho braçal. É possível

observar os administradores municipais, prefeito, auxiliares presentes na obras, pelo

menos para a foto...é claro.

Essas imagens possuem um valor que transcende a documentação

administrativa, passando a ser analisada no seu valor artístico. Ainda segundo Carvalho

e Wolff, tais frutos podiam “atender pelo menos a dois aspectos – o da divulgação de

modelos, padrões de qualidade arquitetônicos e construtivos, e o de promoção e

divulgação de sua ação (1998, p.159). A pesquisa encontrou nos relatórios da SEAP –

Secretaria Estadual de Administração do Paraná imagens que buscavam retratar o

estágio das obras públicas com erigidas com recursos públicos demonstrando a

utilização dos serviços do fotógrafo como prova de aplicação de verbas.

4. Considerações finais

A Coleção Guilherme Glück ao longo dos últimos anos vem exigindo cada vez mais

atenção para as inúmeras possibilidades de análise temática de seu acervo que apesar de

acondicionado nas técnicas museológicas já há alguns anos, somente agora vem

passando por um processo de digitalização e análise que podemos chamar de

acadêmica. Em virtude disso, acreditamos que muitos ângulos novos de observação

ainda se farão possíveis daqui em diante.

Até o momento a educação e a arquitetura, que foram foco deste trabalho, têm chamado

a atenção em virtude da grande quantidade de imagens referentes a tais temas. E nessas

duas perspectivas foi possível perceber que o fotógrafo manteve uma visão tradicional

da escola, com diretores e professores ao centro e corpo discente ao redor estética que se

alinha com outros profissionais da fotografia do mesmo período, utilizando a mesma

composição para diferentes escolas, sejam elas, públicas, privadas ou internatos.

Com relação ao tema arquitetura, que ainda faz por merecer, maiores aprofundamentos

devido aos diferentes olhares que Guilherme Glück captou da cidade é possível perceber

uma cidade que claramente absorvia as modernidades do século XX: cinema, grandes

discursos em praças públicas, prédios monumentais, pavimentação de ruas e passeios,

Page 15: OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA E ...sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/10- PATRIMONIOEDUCATIVO E... · OLHA O PASSARINHO! LUZES E POSES NA DINÂMICA URBANA

profissionalização da política utilizando a fotografia como meio eficaz de propaganda

governamental, entre outros aspectos.

REFERÊNCIAS

BENCOSTTA, M.L.A. Culturas escolares, saberes e práticas educativas: itinerários

históricos. São Paulo: Cortez, 2007.

_______. Memória e Cultura Escolar: a imagem fotográfica no estudo da escola

primária de Curitiba. In: História. São Paulo: 2011. p. 397-411. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/his/v30n1/v30n1a19.pdf>. Acesso em: 30/12/2012.

BURKE, P. Testemunha Ocular: história e imagem. Bauru: EDUSC, 2004.

CARVALHO, M. C. W.; WOLFF, S. F. S. Arquitetura e fotografia no século XIX. In:

FABRIS, A. (org.). Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1998.

P.131-171.

FARIA FILHO, L. M.; VIDAL, D. G. Os tempos e os espaços escolares no processo de

institucionalização da escola primária no Brasil. Revista Brasileira de Educação: 500

anos de educação escolar. ANPED/ Ed. Autores Associados, 2000. nº14, p. 19-34.

KOSSOY, B. Fotografia. In: ZANINI, WALTER (org.). Fotografia e História. São

Paulo: Ateliê Editoral, 2001

LEITE, M. M. Retratos de família: Leitura da Fotografia Histórica. São Paulo: Edusp,

2001.

MARESCA, S. O silêncio das imagens. In: SAMAIN, E. Como pensam as imagens.

Campinas: Editora da Unicamp, 2012.

ROUILLÉ, A. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Editora

Senac São Paulo, 2009.

SONTAG, S. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

SOUZA, R. F. Fotografias escolares: a leitura de imagens na história da escola primária.

In: EDUCAR EM REVISTA. Curitiba: Editora da UFPR, 2001. Nº 18. P.75-101.