Olhar

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sobre a lei de comunicação, mas sobre o sistema político: “O modelo em vigor, ou seja, os grupos monopólicos devem se- guir existindo no terreno da comunicação social? A alienação é própria do capita- lismo, obviamente. Mas o monopólio da imprensa permitiu um ‘controle da opinião pública’ sem precedentes. Aqueles que efetivamente defendem uma sociedade demo- crática não podem aceitar a atual si- tuação”, diz. As empresas de comunicação têm demonstrado sua insatisfação com a lei aprovada pelo governo Kirchner. O Clarín, grupo que detém 80% das concessões de TV em Buenos Aires, reclamou das novas medidas, afirmando que se trata de uma tentativa do governo de controlar a mídia. Argentina tem nova lei de comunicação audiovisual Medidas de Kirchner provocam polêmica ao propor a desconcentração dos monopólios A presidente Cristina Kirchner está en- frentando um período turbulento em seu governo. O motivo é a aprovação, pelo Senado argentino, da Lei dos Meios, que promoveu a quebra dos monopólios das grandes empresas jornalísticas do país. A partir de agora, entidades sem fins lucra- tivos, empresas e até mesmo o Estado te- rão sua participação garantida nos meios de comunicação. De acordo com o projeto, a medida visa garantir “a pluralidade, a diversidade e uma efetiva liberdade de expressão”, constituindo um “verdadeiro pilar da democracia”. A Lei dos Meios atualiza a Lei de Radiodifu- são, promulgada em 1980, durante o governo ditatorial de Jorge Videla. A nova lei estipula que a exploração de rádio e TV por empresas “com objetivo de lucro” não pode ultrapassar 33% das concessões. Além da TV aberta, a Lei dos Meios regula também a TV a cabo, a telefonia e a internet. A expectati- va é que, com o processo de digita- lização, quintuplique o número de canais disponíveis atualmente, possibilitando a distribuição de novas concessões e a de- mocratização da radiodifusão. O presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC (ILEA), Nildo Ouriques, defende que a discussão não é Gabriel Innocentini DEBATE NO BRASIL Em dezembro, será realizada a Confe- com (Conferência Nacional de Comunica- ção), que pretende discutir a questão da democratização da comunicação brasilei- ra. O tema é polêmico e gera divergências dentro do próprio governo. Para o minis- tro Franklin Martins, da Secretaria de Co- municação Social, o evento deve debater as concessões públicas e a concentração de mídia, em um processo democratiza- dor. Já para o ministro das Comunicações, Hélio Costa, não é necessária a realização da conferência, opinião que vai de encon- tro à do presidente Lula. O sociólogo Luiz Enrique Estenssoro vê a conferência com bons olhos: “o debate pode levar a uma trans- formação da situação atual de concentração dos meios de co- municação e da sua função ide- ológica na sociedade capita- lista. Pelo menos esta é a esperança que tenho”. Nos bastidores das discussões, está em curso uma guerra empresarial. As empresas midiáticas tentam barrar a investida das multina- cionais de telefonia no setor jornalístico, gerando o conflito de interesses. Para os especialistas, apenas a mobilização da so- ciedade pode tornar o processo democrá- tico, garantindo o avanço da legislação. Outubro 2009 nº2 Boletim Informativo da Agência Júnior de Jornalismo Ilustração: Fernando Lopes

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Boletim informativo produzido pela Jornal Júnior para o curso de jornalismo da Unesp

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Page 1: Olhar

sobre a lei de comunicação, mas sobre o

sistema político: “O modelo em vigor, ou

seja, os grupos monopólicos devem se-

guir existindo no terreno da comunicação

social? A alienação é própria do capita-

lismo, obviamente. Mas o monopólio da

imprensa permitiu um ‘controle da opinião

pública’ sem precedentes. Aqueles que

efetivamente defendem

uma sociedade demo-

crática não podem

aceitar a atual si-

tuação”, diz.

As empresas de comunicação têm

demonstrado sua insatisfação com a lei

aprovada pelo governo Kirchner. O Clarín,

grupo que detém 80% das concessões de

TV em Buenos Aires, reclamou das novas

medidas, afirmando que se trata de uma

tentativa do governo de controlar a mídia.

Argentina tem nova lei de comunicação audiovisualMedidas de Kirchner provocam polêmica ao propor a desconcentração dos monopólios

A presidente Cristina Kirchner está en-

frentando um período turbulento em seu

governo. O motivo é a aprovação, pelo

Senado argentino, da Lei dos Meios, que

promoveu a quebra dos monopólios das

grandes empresas jornalísticas do país. A

partir de agora, entidades sem fins lucra-

tivos, empresas e até mesmo o Estado te-

rão sua participação garantida nos meios

de comunicação.

De acordo com o projeto, a medida

visa garantir “a pluralidade, a diversidade

e uma efetiva liberdade de expressão”,

constituindo um “verdadeiro pilar da

democracia”. A Lei dos Meios

atualiza a Lei de Radiodifu-

são, promulgada em 1980,

durante o governo ditatorial de

Jorge Videla.

A nova lei estipula que a

exploração de rádio e TV por

empresas “com objetivo de

lucro” não pode ultrapassar

33% das concessões. Além

da TV aberta, a Lei dos Meios

regula também a TV a cabo, a

telefonia e a internet. A expectati-

va é que, com o processo de digita-

lização, quintuplique o número de canais

disponíveis atualmente, possibilitando a

distribuição de novas concessões e a de-

mocratização da radiodifusão.

O presidente do Instituto de Estudos

Latino-Americanos da UFSC (ILEA), Nildo

Ouriques, defende que a discussão não é

Gabriel Innocentini

Debate no brasil

Em dezembro, será realizada a Confe-

com (Conferência Nacional de Comunica-

ção), que pretende discutir a questão da

democratização da comunicação brasilei-

ra. O tema é polêmico e gera divergências

dentro do próprio governo. Para o minis-

tro Franklin Martins, da Secretaria de Co-

municação Social, o evento deve debater

as concessões públicas e a concentração

de mídia, em um processo democratiza-

dor. Já para o ministro das Comunicações,

Hélio Costa, não é necessária a realização

da conferência, opinião que vai de encon-

tro à do presidente Lula.

O sociólogo Luiz Enrique Estenssoro

vê a conferência com bons olhos: “o

debate pode levar a uma trans-

formação da situação atual de

concentração dos meios de co-

municação e da sua função ide-

ológica na sociedade capita-

lista. Pelo menos esta é a

esperança que tenho”.

Nos bastidores das

discussões, está em curso

uma guerra empresarial.

As empresas midiáticas

tentam barrar a investida das multina-

cionais de telefonia no setor jornalístico,

gerando o conflito de interesses. Para os

especialistas, apenas a mobilização da so-

ciedade pode tornar o processo democrá-

tico, garantindo o avanço da legislação.

Outubro 2009 nº2

Bo le t im In format ivo da Agênc ia Jún ior de Jorna l ismo

Ilustração: Fernando Lopes

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EDITORIAL

Publicidade e Propaganda no campus

EXPEDIENTE Diretoria de Recursos Humanos Cristiano Pátaro Pavini e Danielle Mota Cruz Diretoria de Projetos Douglas Calixo e Kelli

Franco Diretoria de Finanças Murilo Tomaz e Marina Mazzini Diretoria de Marketing Davi Rocha e Olavo Barros Diretoria de Assessoria

da Comunicação Renato Oliveira e Ariani Barbalho Diretor Presidente Diogo Zambello Zacarias Edição e revisão Juliana Mello Projeto

Gráfico Ana Paula Campos, Diogo Zambello Zacarias e Douglas Calixto Diagramação Ana Paula Campos TIRAGEM 250 exemplares

2 olhar

Jornal Júnior convocaA Jornal Júnior realizará no dia 25 deste mês

(quarta-feira) duas assembleias gerais para promo-

vermos a prestação de contas da agência, fazer o

balanço da nossa gestão e, principalmente, discutir-

mos a reformulação do estatuto e um novo modelo

de gerenciamento.

Atualmente, a troca de gestão ocorre ao término

do ano letivo. Isso ocasiona uma transição não har-

mônica, já que os novos membros da diretoria não

dispõem de tempo suficiente para se familiarizarem

com o funcionamento da Agência. Além disso, a Jú-

nior fica praticamente parada no período de férias.

Para reverter essa situação, propomos que a re-

novação da diretoria ocorra no meio do ano, possi-

bilitando aos novos integrantes o acompanhamento

dos diretores em suas funções e o aprendizado com

os mesmos.

Além disso, o contato com as demais empresas

juniores dos campi da Unesp revelou que nosso pro-

cesso eleitoral, tal como se encontra, está defasado

e ineficiente. A maioria das juniores utiliza o processo

de trainnes e os resultados têm sido satisfatórios.

Mas todas essas decisões serão tomadas em

conjunto com os estudantes. Assim, é imprescindí-

vel a presença de vocês nas assembleias, para que

possamos traçar, juntos, um futuro melhor para a

Jornal Júnior. Aguardamos a presença de todos, até

dia 25.

Semanalmente, alunos dos cursos de

Jornalismo, Relações Públicas e Rádio e

TV encontram-se para falar sobre Publi-

cidade e Propaganda. Como? Por meio

do GEP, o Grupo de Estudos Publicitários,

oferecido pela FAAC. O GEP pesquisa e

discute assuntos relacionados à publi-

cidade e propaganda utilizando teorias,

conceitos e exemplos específicos da área

para o aprofundamento na linguagem

usada neste ramo da comunicação.

Já que a Unesp não oferece o curso,

o GEP surgiu justamente para completar

a lista das habilitações em Comunicação.

“O GEP veio para cobrir essa lacuna, é o

reflexo do interesse dos alunos em estu-

dar publicidade e propaganda”, comenta

a aluna de jornalismo e participante do

Grupo, Natasha Bin. Ela explica que as

reuniões não ficam presas a teorias e tex-

tos apenas. “A ideia hoje é dinamizar a

participação, fazendo o pessoal contribuir

mais, trazendo exemplos de casos publici-

tários, fazendo apresentações, discutindo

as novidades, enfim, colocar mais ação

nas reuniões”, diz.

O GEP também surgiu para embasar

outro projeto, a Agência PropagAção. A

professora e coordenadora do grupo, Lu-

cilene Gonzáles, conta que a PropagAção

foi criada antes mesmo do GEP, como

uma agência experimental de publicidade

e propaganda. “A Agência é composta por

Atendimento e Planejamento, Criação e

Assessoria de Comunicação, configuran-

do-se como de pequeno porte, similar às

existentes no mercado, mas diferencian-

do-se destas por realizar propagandas so-

ciais e não visar ao lucro”.

O principal trabalho da PropagAção

é o Minuto Consciente, que consiste

em campanhas publicitárias feitas para

divulgar conteúdos sociais e projetos

experimentais da universidade. “Cada

campanha é desenvolvida após a análi-

se e discussão das necessidades de cada

cliente. Depois, são criadas as propagan-

das sociais. Com duração de um minuto,

elas são veiculadas pela Rádio UNESP

FM. Os locutores e produtores são mem-

bros da Agência, que agora contam com

o acompanhamento de uma fonoaudió-

loga da USP”, conta a assessora da Pro-

pagAção, Priscila Avona. As reuniões do

GEP são abertas à qualquer estudante e

acontecem todas as quintas-feiras nas

salas setenta.

Grupo de estudos e agência experimental complementam estudos de comunicaçãoNathália Boni

Page 3: Olhar

3olhar

Daniel BergamascoJornalismo Diurno 1999/2002 - UnespNa Folha desde 2004, foi repórter e editor interino da coluna Mônica Bergamo, repórter do caderno Cotidiano, correspondente em Nova York e atualmente é editor interino do Folhateen. Em 2008, foi finalista do Prêmio Comunique-se/ correspondente internacional/ mídia impressa. *Atualmente, a Folha mantém postos de correspondente sênior

em Washington, Pequim, Caracas e Jerusalém.

ARTIGO

No Capão Redondo ou em Manhattan

Daniel bergamasco

Quando o “Olhar” me perguntou quais

são os requisitos para trabalhar com jor-

nalismo internacional, logo pensei em

uma série de qualidades que julgo muito

importantes e, em seguida, em uma série

de ótimos jornalistas que não as têm.

Parece óbvio que o básico do básico

é ter interesse por política internacional

e falar o idioma do país, mas conheço re-

pórteres que foram para os EUA falando

um inglês bem capenga e sem conhecer

direito a história do país. Eles obviamen-

te não estavam lá à toa: eram repórte-

res consumados em suas redações, com

ótimas entrevistas no currículo, e logo

conseguiam se adaptar, aprender o que

precisavam e fazer boas matérias.

Então, partindo do princípio de que

ninguém é perfeito, recomendo acompa-

nhar o noticiário internacional, procurar

conhecer teorias políticas, se aprofundar

em livros de História. Viajar também am-

plia seu referencial de mundo, você falará

da Itália conhecendo os italianos e os ce-

nários que vai descrever. Esses conheci-

mentos lhe darão agilidade e segurança

para quando você, por exemplo, for en-

viado a Honduras do dia para a noite.

Eu fui correspondente em Nova York

entre dezembro de 2007 e janeiro de 2009.

Cheguei lá por um programa da Folha cha-

mado de “correspondente-bolsista”, em

que os postos de Buenos Aires, Genebra

e Nova York* são preenchidos por con-

curso interno, do qual qualquer jornalista

(exceto editores) da Folha de S.Paulo, do

Agora São Paulo e da Folha Online podem

participar. Quando tentei o posto, oito fi-

nalistas foram convocados para a prova

de inglês (oral, não muito exigente) e, o

principal, para uma entrevista com os três

“big bosses” do jornal mais o editor de

Mundo. Imagino que tenha contado mui-

to meu histórico no jornal, onde ingressei

em agosto de 2004 e o fato de eu, apesar

de nunca ter coberto economia ou política

internacional, me mostrar bem preparado

teoricamente (li livros, vi filmes, conversei

com especialistas...).

Chegando aos EUA, a preparação se

intensificou. Via muito noticiário de TV, lia

bem os jornais e trocava ideia com ame-

ricanos, especialmente jornalistas que co-

nhecia nas coberturas. Também é preciso

ler bem o jornal que você representa e

saber o que está rolando no Brasil (e se te

mandam correr atrás do Sarney de repen-

te, o que perguntar hoje pra ele?). Viajei

por quase 20 Estados, a maioria deles co-

brindo as eleições primárias. Na Carolina

do Sul, consegui na raça um ótimo furo:

uma entrevista com o candidato republi-

cano John McCain. Consegui isso me in-

filtrando em um quebra-queixo (aquelas

entrevistas com mil repórteres rodeando

o entrevistado, jogando os microfones na

cara dele), no qual tive sangue frio para,

no grito, fazê-lo responder sobre o Brasil

enquanto os colegas americanos faziam

“shhhhhhh” e me davam pontapés para

eu parar de atrapalhar, já que havia al-

gum tema mais importante no dia e de

interesse geral. Além disso, cobri o Os-

car, a quebra do Lehman Brothers, o Tony

Awards, a assembleia geral da ONU, a

reunião do BID em Miami, uma reunião

tensa da OEA em Washington e entrevis-

tei Gay Talese, Nadia Comaneci, Michael

Stipe, entre outros. No fim das contas, ser

um repórter de Cotidiano, acostumado a

trabalhar muito e me meter em roubadas,

foi bem útil na empreitada internacional.

Bergamasco em Washington, na cobertura da posse de Obama, em janeiro deste ano

Arquivo pessoal

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4 olhar

Jornalismo Internacional busca “multi especialização” Informar sobre o mundo sem criar estereótipos é objetivo principal da editoria

Nathália Boni

TV pública é exercício de cidadaniaModelo público contribui para pluralidade de opiniões e mais democracia na informação

Igor Sternieri

O brasileiro passa em média quase

4 horas por dia em frente à televisão.

Cerca de 40 milhões de lares têm, ao

menos, um aparelho de TV. Ao analisar

esse panorama, fica claro que a televisão

tem papel significativo na vida da popu-

lação brasileira. Por isso, cabe às emis-

soras possibilitar fontes diversificadas de

informação e entretenimento. Com esse

intuito, as TVs públicas se tornam funda-

mentais na formação dessa pluralidade.

Diferentemente das TVs privadas,

que tem como objetivo principal a sus-

tentação empresarial, as TVs públicas

não possuem fins lucrativos. O objetivo

é atingir o público como cidadão e não

como consumidor. “A TV pública é um

dos principais exercícios de cidadania, os

valores da sociedade têm de estar refle-

tidos na programação”, analisa o diretor

televisivo Vagner Matrone. As televisões

públicas podem oferecer programações

diferenciadas tanto no aspecto cultural

como informativo, além de utilizar forma-

tos distintos das TVs privadas ou institu-

cionais.

Outro ponto importante das TVs públi-

cas está na diversificação de opiniões. Em

princípio, o modelo público de televisão

permite que os mais variados temas se-

jam abordados por diferentes óticas, sem

interferência de interesses comerciais, o

que enriquece o debate. “Através da plu-

ralidade podemos garantir a democratiza-

ção da informação”, analisa Matrone.

Como o próprio nome já diz, as TVs

públicas são financiadas por dinheiro pú-

blico. Como não há fins lucrativos, não

são veiculados comerciais que tragam

lucro às emissoras, embora elas possam

contar com apoiadores culturais. Enquan-

to os comerciais vendem produtos, os

apoiadores culturais patrocinam progra-

mas dentro da grade de programação e

em tese não exercem influência no con-

teúdo veiculado.

moDelos

A mais conhecida das TVs públicas é

a BBC inglesa, comandada por uma di-

retoria executiva escolhida por um con-

selho de 12 pessoas que representam a

sociedade. Os conselheiros são persona-

lidades independentes, sem vínculos com

organizações ou televisões comerciais. O

modelo de financiamento garante total

autonomia à BBC. Cada cidadão inglês

paga uma taxa anual de contribuição

para a manutenção do sistema público.

No Brasil, as principais TVs públicas

são a Rede Cultura, mantida pelo gover-

no do Estado de São Paulo e a TV Brasil,

mantida pelo governo federal.

Cozinha da redação. Assim é chamada a

Editoria Internacional dos jornais. A justifi-

cativa é pelo fato de haver menos profissio-

nais inseridos nesse meio do que em outras

editorias. No entanto, os poucos jornalistas

devem estar preparados para cobrir os mais

diversos assuntos, já que deve-se informar

a política, economia, cultura e até o meio

ambiente do país estrangeiro em questão.

O trabalho do repórter internacional,

mesmo sendo importante e necessário,

nem sempre é reconhecido. “No ‘Interna-

cional’ se tem a ideia de que as notícias

chegam prontas à redação, mas na verda-

de o trabalho de apuração é tão genuíno e

árduo quanto qualquer outro”, comenta a

aluna de Jornalismo e editora Internacional

do Web Jornal Mundo Digital, Maria Clara

Lima. A estudante explica que a apuração

de uma notícia internacional é feita com

“as entrevistas, com os ‘pacotes’ mandados

pelas agências de notícias e com o traba-

lho de colaboradores, enviados especiais e

correspondentes que fazem uma apuração

mais diferenciada”. Fontes locais e oficiais

também são utilizadas.

A seleção das notícias é outro ponto

imprescindível. Já que há muitas a serem

publicadas e um espaço curto voltado a

elas, deve-se priorizar o que é intrigante e

interessante ao público. Contudo, a falta de

contextualização das matérias tem criado

estereótipos na representação dos países

noticiados.