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vol.25, nº.3, 2015 Informativo ABRATES ISSN online 2319-0728 Informativo ABRATES ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE SEMENTES Editado pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE SEMENTES Presidente FRANCISCO CARLOS KRZYZANOWSKI EMBRAPA SOJA 1º Vice-Presidente FERNANDO AUGUSTO HENNING EMBRAPA SOJA Vice-Presidente MARIA LAENE MOREIRA DE CARVALHO UFLA ABRATES Avenida Maringá 1219 - Jd. Vitória 86060-000 - Londrina, PR e-mail: [email protected] Editores ADEMIR ASSIS HENNING EMBRAPA SOJA FERNANDO AUGUSTO HENNING EMBRAPA SOJA FRANCISCO AMARAL VILLELA UFPel JOSÉ DE BARROS FRANÇA NETO EMBRAPA SOJA 1 4 2 Mensagem do Presidente Mensagem dos Editores 04 05 Sumário 3 Trabalhos Técnicos 13 30 06 Ata da Assembleia Geral Ordinária da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes......................... Ata da Assembleia Geral Extraordinária da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes......................... 09 Teste de Germinação para Sementes de Citrus limonia Osbeck. Marizangela Rizzatti Ávila, José Carlos Gomes, Juliana Barbosa.............................................. 18 Fontes nitrogenadas e incorporação com lâmina de irrigação sob a qualidade fisiológica de sementes de trigo. Ariani Garcia, Flávio Kaneko Hiroshi, Marco Eustáquio de Sá, Marcelo Fernando Souza, Orivaldo Arf................................................................. 26 Crescimento e rendimento de sementes de soja na safrinha em diferentes épocas de semeadura. Tiago Pedó, Geison Rodrigo Aisenberg, Vânia Marques Gehling, Tiago Zanatta Aumonde, Francisco Amaral Villela............................................................... Metodologia Determinação de suberina em sementes de soja - método gravimétrico. José Marcos Gontijo Mandarino.......... 11 Qualidade de sementes de soja utilizadas no estado de Mato Grosso. Magda da Fonseca Chagas, Renato Mendes Guimarães, Wanderlei Dias Guerra.............

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ISSN online 2319-0728

Informativo A B R A T E S

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE SEMENTES

Editado pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA

DE SEMENTES

Presidente FRANCISCO CARLOS KRZYZANOWSKI

EMBRApA SOjA

1º Vice-PresidenteFERNANDO AUGUSTO HENNING

EMBRApA SOjA

2º Vice-PresidenteMARIA LAENE MOREIRA DE CARVALHO

UFLA

ABRATESAvenida Maringá 1219 - jd. Vitória

86060-000 - Londrina, pRe-mail: [email protected]

EditoresADEMIR ASSIS HENNING

EMBRApA SOjA

FERNANDO AUGUSTO HENNINGEMBRApA SOjA

FRANCISCO AMARAL VILLELAUFpel

jOSÉ DE BARROS FRANÇA NETOEMBRApA SOjA

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Mensagem do presidente

Mensagem dos Editores

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05

Sumário

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Trabalhos Técnicos

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30

06Ata da Assembleia Geral Ordinária da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes.........................Ata da Assembleia Geral Extraordinária da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes......................... 09

Teste de Germinação para Sementes de Citrus limonia Osbeck. Marizangela Rizzatti Ávila, José Carlos Gomes, Juliana Barbosa..............................................

18

Fontes nitrogenadas e incorporação com lâmina de irrigação sob a qualidade fisiológica de sementes de trigo. Ariani Garcia, Flávio Kaneko Hiroshi, Marco Eustáquio de Sá, Marcelo Fernando Souza, Orivaldo Arf.................................................................

26

Crescimento e rendimento de sementes de soja na safrinha em diferentes épocas de semeadura. Tiago Pedó, Geison Rodrigo Aisenberg, Vânia Marques Gehling, Tiago Zanatta Aumonde, Francisco Amaral Villela...............................................................

Metodologia

Determinação de suberina em sementes de soja - método gravimétrico. José Marcos Gontijo Mandarino.......... 11

Qualidade de sementes de soja utilizadas no estado de Mato Grosso. Magda da Fonseca Chagas, Renato Mendes Guimarães, Wanderlei Dias Guerra.............

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Informações geraisO Informativo ABRATES é uma publicação quadrimestral da

Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes.publica artigos técnicos de caráter prático

os quais efetivamente poderão contribuir para o desenvolvimento tecnológico da indústria de sementes.

Toda matéria publicada é de inteira responsabilidade dos autores

Informativo ABRATES, Londrina v. 25, n. 3 Dezembro, 2015

Diagramaçãojessica Akemi Ychisawa

Ficha CatalográficaMaria josé Ribeiro Betetto

CRB 9/ 1.596

Informativo ABRATES [Recurso eletrônico] / Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes. – v. 1, (1990) – Dados eletrônicos Brasília, DF: ABRATES, 1990 - .

Quadrimestral (1990 - ).

Editada em Brasília (1990 – 1993), Curitiba (1994 -1998), Londrina (1999-2003), Pelotas (2004 – 2007), Londrina (2008 - ).

Modo de acesso: World Wide Web: http://www.abrates.org.br/informativo-abrates ISSN: 0103-667X (versão online)

1. Agricultura - Sementes - Periódicos. I. Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes. Título.

CDD: 631.52105

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É necessário que no mínimo um dos autores do trabalho seja sócio efetivo da ABRATES. Serão aceitos para publicação trabalhos técnicos, revisões de literatura sobre temas de interesses da área de sementes e informações técnicas para o setor sementeiro. O conteúdo dos trabalhos é de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es), ficando a critério do Comite Editorial a aprovação da publicação ou não dos trabalhos em função da sua relevância para o setor sementeiro. A digitação do trabalho deverá ser feita utilizando-se o editor de texto Word (DOC ou RTF) e os gráficos em programas compatíveis com o WINDOWS, como o EXCEL, e formato de imagens: Figuras (GIF) e Fotos (jpEG). Os trabalhos técnicos e os resumos de literatura deverão conter os seguintes tópicos: título, autor(es), resumo, termos para indexação, introdução, desenvolvimento, conclusões/recomendações/ considerações finais e referências quando citadas no texto.

Os trabalhos deverão ser escritos em linguagem técnica, contendo recomendações, técnicas ou informações baseadas em resultados experimentais e/ou em observações técnicas. Referências deverão obedecer às normas adotadas pelo Journal of Seed Science.

Outros pormenores para publicação de trabalho poderão ser obtidos junto ao Comitê Editorial da Revista.

Estrutura do texto

* Introdução:A introdução deve abordar com objetividade e clareza o problema, apresentando o objetivo a que se propõe o trabalho.

* Desenvolvimento:O desenvolvimento do tema deve conter as informações de ordem lógica, de maneira a facilitar sua compreensão imediata.Deve conter divisões do assunto de maneira coerente, de forma a permitir total clareza e compreensão do texto.Cada divisão deve apresentar seqüência lógica, com princípio, meio e fim, utilizando, quando necessário, ilustração, tabelas e figuras para facilitar a compreensão.No desenvolvimento poderá apresentar, além das recomendações, resultados de pesquisa utilizadas por diferentes autores, através de citações bibliográficas.

* Conclusões:Deve ser expressada claramente, acompanhada de técnicas ou recomendações.

Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail: [email protected].

Publicação de Trabalhos

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Normas

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Mensagem do Presidente

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prezados leitores,

É com grande satisfação que retomamos a publicação Informativo ABRATES, mais um canal para trazer informação sobre pesquisas, cursos e demais assuntos relevantes para o cenário sementeiro nacional.

Nesta edição, queremos destacar debate acerca do uso de sementes piratas nas grandes culturas nacionais e o importante papel que as entidades de pesquisa e transferência de tecnologia têm em conscientizar produtores de todo o país sobre os riscos que essa prática representa. Especialmente, em um momento de economia instável, onde pequenas perdas e prejuízos podem representar grandes impactos econômicos aos produtores.

Também trazemos um balanço detalhado da participação da ABRATES no 31º ISTA Congress, realizado em junho deste ano, em Tallin, Estônia. Com alegria, dividimos um pouco desta experiência com cada um de vocês!

Neste período, também observamos a partida de companheiros de jornada que nos deixam um legado profissional e uma lição de vida. Assim, olhamos para o futuro e vemos a importância de capacitarmos profissionais para darem continuidade aos importantes trabalhos a serem realizados na área da pesquisa em sementes. por isso, seguimos com a nossa missão de promover e apoiar diversas iniciativas que busquem qualificar mão-de-obra e chamar atenção para esse elo direto entre a pesquisa e o campo, representado pela semente. Vejam nossos próximos cursos e eventos e nos auxiliem a multiplicar conhecimento!

Aproveitem a leitura!

Francisco Carlos Krzyzanowskipresidente da ABRATES

Gestão 2015-2017

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Mensagem dos Editores

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Caros leitores,

Após um período de reorganização, retomamos a publicação do Informativo ABRATES com a última edição correspondente ao ano de 2015 e o compromisso de mantermos a qualidade dos artigos aqui tratados.

Nos últimos anos temos visto a área da pesquisa de sementes avançar e expandir fronteiras para além das grandes culturas. É muito importante que se pesquise e traga soluções para culturas como soja, milho e trigo, mas a diversidade da agricultura brasileira vai muito além disso. Os três artigos aqui expostos fazem valer essa diversidade, trazendo diferentes soluções para as culturas de soja, trigo e limão cravo.

O primeiro artigo busca avaliar a influência de diferentes épocas de semeadura sobre a produtividade de sementes de soja produzidas no período “safrinha”, concluindo que o atraso na semeadura para final de janeiro reduz a produção de sementes por planta, em ambos os cenários avaliados, o que também afeta negativamente alguns atributos de crescimento e a produção de sementes de soja.

O artigo “Fontes nitrogenadas e incorporação com lâmina de irrigação sob a qualidade fisiológica de sementes de trigo” avalia a qualidade fisiológica de sementes de trigo obtidas em cultivo sob fontes nitrogenadas incorporadas ou não com lâmina de irrigação. Concluiu-se que as fontes de N não alteram a qualidade fisiológica das sementes e que a incorporação do Nitrogênio por meio do uso de lâmina de irrigação não proporcionou aumento no vigor nas sementes de trigo obtidas.Mesmo o limão cravo sendo a espécie mais utilizada como porta-enxerto para formação de mudas cítricas no Brasil, ainda não existem Regras para Análise de Sementes para a realização do teste de germinação. O objetivo do artigo aqui publicado foi encontrar a temperatura e o tempo de duração mais adequados para a sua condução, apontando as temperaturas mais favoráveis para germinação de sementes de limão cravo são 30 e 35 °C, finalizando o teste em 25 dias, e, que a temperatura de 25 °C é satisfatória para conduzir o teste em 30 dias.

Desejamos a todos uma excelente leitura!

Os editores:

Ademir Assis HenningEmbrapa Soja

Fernando Augusto HenningEmbrapa Soja

Francisco Amaral VillelaUniversidade Federal de pelotas

José de Barros França NetoEmbrapa Soja

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Ata da Assembleia Geral Ordinária 2015 da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes

Aos quinze dias do mês de setembro do ano de dois mil e quinze, às dezenove horas e dezoito minutos, no Auditório do Rafain palace Hotel & Convention Center, na cidade de Foz do Iguaçu, estado do paraná, com a presença de quarenta e nove associados, conforme lista de presença devidamente assinada e parte indissolúvel desta Ata. Abrindo a Assembleia Geral Ordinária 2015 da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes – ABRATES o Dr. josé de Barros França Neto, presidente da ABRATES, abriu os trabalhos, apresentando o nome do prof. Dr. Manoel de Souza Maia para presidir a Assembleia, o que foi aprovado por aclamação. O presidente da Assembleia submeteu ao plenário a seguinte Ordem do dia: 1) Leitura e aprovação da Ata da Assembleia Geral Ordinária 2013; 2) Realizações da Diretoria da ABRATES biênio 2013-2015; 3) Prestações de conta da Gestão 2013-2015; 4) Mudanças no Estatuto Social da ABRATES para adequá-la a receber o título de Instituição de Utilidade Pública, bem como outras alterações de ordem geral; 5) Alteração da periodicidade do Congresso de dois para três anos a partir de 2017; 6) Alteração do mandato da Diretoria da ABRATES de dois para três anos a partir de 2017; 7) Eleição da nova Diretoria da ABRATES para o biênio 2015-2017; 8) Outros assuntos. Aprovada a Ordem do Dia, a Ata da Assembleia Geral Ordinária de 2013 foi disponibilizada para que todos lessem. Concluída a leitura, o presidente da Assembleia colocou-a em votação sendo a mesma aprovada por unanimidade. O presidente passou a palavra ao Dr. josé de Barros França Neto para a apresentação do Relatório de Atividades da Diretoria e da Prestação de Contas, referente ao biênio 2013-2015. Na apresentação do Relatório de Atividades do biênio 2013-2015, foram destacados os seguintes pontos: a) Quadro de associados da ABRATES; b) Lançamento do Aplicativo no XIX Congresso Brasileiro de Sementes; c) Revista, Informativo e Lançamentos de publicações; d) Eventos 2013-2015; e) Informações sobre o XIX Congresso Brasileiro de Sementes. Referente ao item “a”, o Dr. França destacou que atualmente a ABRATES é composta por 347 associados e tem trabalhado constantemente para aumentar esse quadro, buscando trazer mais produtores de sementes e empresas para a Associação. passando para o item “b”, foi relatada a criação do Aplicativo do XIX Congresso Brasileiro de Sementes, para auxiliar imprensa, participantes e palestrantes. para tratar do item “c”, foi convidada a Dra. Denise Cunha Fernandes dos Santos Dias, Vice-Diretora Técnica e de Divulgação, que relatou as principais atividades realizadas para melhorar a qualidade da revista: “Journal of Seed Science” (jSS) e obter maior fator de impacto; maior rigor na avaliação dos artigos, reduzindo o número de artigos publicados; e indexação da revista na base da Thompson Reuters. O Dr. França ainda relatou sobre os lançamentos recentes das publicações ABRATES, destacando os livros que foram lançados no XIX Congresso Brasileiro de Sementes “Sementes Florestais Tropicais: da Ecologia à Produção” e “Fisiologia de Sementes das plantas Cultivadas”. No item “d”, o Dr. França informou que houve um recorde de inscrições nos cursos oferecidos pela ABRATES. No item “e”, Dr. França relatou as dificuldades econômicas vencidas para realizar a XIX edição do Congresso Brasileiro de Sementes. Foi informado o número de submissão de trabalhos nesta edição, totalizando 1.120 trabalhos submetidos e 1.387 participantes. O Dr. França agradeceu aos integrantes da Diretoria da ABRATES biênio 2013-2015 e a todos os patrocinadores do evento pelo apoio. Ressaltou que no dia dezoito de setembro deste ano, a ABRATES completa o seu 45º aniversário, a ser celebrado no jantar de confraternização do Congresso. Concluída a apresentação, foi passada a palavra para o Dr. Fernando Augusto Henning, Diretor Financeiro, para a apresentação do item 3, referente a Prestação de Conta do biênio 2013-2015; até a data de 31 de julho de 2015, sendo esta prestação de conta elaborada pela contadora Srª. Rosemara Oliveira da empresa JMR Contabilidade e aprovado pelos membros do Conselho Fiscal: Lêda Aparecida Mendonça, Maria Laene Moreira de Carvalho e Roberval Daiton Vieira. Submetidos à Assembleia, o Relatório de Atividades e o Balanço Financeiro do biênio 2013-2015, foram aprovados por unanimidade. No item 4, o Dr. França apresentou as propostas para Mudanças no Estatuto Social da ABRATES como segue: a) nova redação do Artigo 1º “A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE SEMENTES - ABRATES é uma entidade civil sem fins lucrativos da iniciativa privada, fundada em 18 de setembro de 1970, constituída por profissionais da área, pesquisadores, professores, estudantes e empresas ligadas ao setor agrícola, que será regida por este estatuto e pelas legislações pertinentes; b) nova redação do item I. do Artigo 5º “Apoiar e estimular o trabalho técnico e científico e o ensino, contribuindo para a formação e o aprimoramento dos profissionais da área de ciência e tecnologia de sementes“; c) incluído o item V. no Artigo 5º “Contribuir para o constante desenvolvimento da agricultura, no que tange ao aspecto de qualidade de sementes, colaborando para a maior sustentabilidade do sistema produtivo nacional, em benefício da sociedade brasileira“; d) nova redação do Item I. do Artigo 6º “Promover, a cada três anos, o Congresso Brasileiro de Sementes“; e) nova redação do Capítulo III “dos Associados“, sendo que a denominação Sócios foi substituída por Associados em todos os artigos onde apareça no estatuto; f) nova redação do parágrafo segundo do Artigo 13º “Só poderão ser votados os Associados

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Honorários e Efetivos na condição de pessoa física”; g) nova redação do item XII. do Artigo 21º “Estabelecer programa de trabalho do triênio”; h) nova redação do Item I. do Artigo 26º “Apoiar a editoração do Journal of Seed Science“; i) nova redação do Item II. do Artigo 26º “Designar o corpo editorial do Journal of Seed Science“; j) nova redação do Artigo 28º “A ABRATES terá um conselho fiscal composto de seis membros eleitos pela Assembleia Geral, sendo três titulares e três suplentes, com mandato de três anos, com direito a reeleição conforme art. 41“; k) nova redação do parágrafo único do artigo 29º “Qualquer membro do Conselho Fiscal terá acesso às contas da ABRATES em qualquer tempo”; l) nova redação do Artigo 31 “A instituição de Comitês Técnicos, de que trata o art. 6º, inciso VII, está condicionada à demonstração de interesse, necessidade e oportunidade demonstrados por associados honorários e efetivos e a aprovação da Diretoria da ABRATES.“; m) nova redação do parágrafo Único do Artigo 31º “O Comitê Técnico é constituído por um grupo de especialistas na área respectiva, orientados por um coordenador, designado pela Diretoria da ABRATES ou eleito pelos membros dos mesmos, com a aprovação da Diretoria da ABRATES“; n) nova redação do Artigo 32º “O programa trienal de cada Comitê será apresentado à Diretoria ABRATES que analisará, consolidará e aprovará”; o) nova redação do Artigo 33º “A Assembleia Geral é o órgão legislativo da ABRATES, será integrada pelos associados e se reunirá, ordinariamente, de três em três anos, por ocasião da realização do Congresso Brasileiro de Sementes ou extraordinariamente, por convocação do presidente, ou da Diretoria, ou por solicitação, escrita, de pelo menos um terço dos associados honorários e efetivos“; p) nova redação do Artigo 38º “Para concorrer às eleições, os candidatos deverão ser associados honorários e efetivos, pessoa física, estar quites com a ABRATES, sendo considerável inelegível aquele que não cumprir com este requisito“; q) nova redação do Artigo 41º “O mandato do presidente terá a duração de três anos, contados entre a realização de duas Assembleias Gerais Ordinárias consecutivas, admitindo-se uma recondução“; r) nova redação do Artigo 46º “A ABRATES publicará o Journal of Seed Science (JSS), em substituição à antiga Revista Brasileira de Sementes, e o Informativo ABRATES, para distribuição gratuita aos associados e venda a terceiros“; s) nova redação do Artigo 47º “Serão aceitos para publicação no jSS artigos científicos, de autoria de associados, ou em caso de coautoria, que pelo menos um autor seja associado da ABRATES em dia com a anuidade“; t) exclusão do Artigo 57º em seu total teor que dá normas para qualificar a ABRATES como Organização da Sociedade Civil de Interesse público (OSIp), por não haver interesse por parte da ABRATES; u) todos os direitos dos Associados Efetivos foram estendidos para os Associados Honorários. O presidente da ABRATES Dr. José de Barros França Neto ressaltou que essas mudanças são necessárias para adequá-lo as exigências legais para que a ABRATES possa se habilitar a receber o título de Instituição de Utilidade Pública, bem como atualizá-lo à realidade. Nas alterações do estatuto já foram abordados os itens 5 e 6 da pauta, que falam sobre a periodicidade do Congresso Brasileiro de Sementes e do período de mandato da Diretoria da ABRATES, alterando ambos de dois para três anos a partir de 2017. Em função de divergências de opiniões quanto à periodicidade do Congresso Brasileiro de Sementes, o Presidente da Assembleia submeteu as propostas a votação, vencendo a proposta de alteração para periodicidade de três anos, sobre a proposta de manter a periodicidade de dois anos. Em seguida submeteu a Assembleia a nova redação do Estatuto a qual foi aprovada por unanimidade. Passando ao item 7, referente à eleição da nova Diretoria da ABRATES para o biênio 2015-2017, o Presidente da Assembleia informou que foi registrada somente uma chapa devidamente formalizada e recebida na Secretaria da ABRATES no dia 14 de setembro de 2015, obedecido o prazo legal, durante o XIX Congresso Brasileiro de Sementes, para dirigir a Associação no biênio 2015-2017, sendo lida sua composição pelo Presidente da Assembleia: Presidente: Francisco Carlos Krzyzanowski, 1° Vice-Presidente: Fernando Augusto Henning, 2° Vice-Presidente: Maria Laene Moreira de Carvalho, Diretor Financeiro: josé de Barros França Neto, Vice-Diretor Financeiro: Alessandro de Lucca Braccini, Diretora Técnica e de Divulgação: Denise Cunha Fernandes dos Santos Dias, Vice-Diretora Técnica e de Divulgação: Gilda pizzolante de pádua, Conselho fiscal – Titulares: julio Marcos Filho, josé Rozalvo Andriguetto e Ademir Assis Henning; Suplentes: Marizangela Rizzatti Ávila, Roberval Daiton Vieira e Francisco Guilhien Gomes Junior. Em decorrência de haver somente a inscrição de uma chapa a eleição ocorreu por aclamação, ficando a nova Diretoria assim constituída: Presidente: Francisco Carlos Krzyzanowski, Engenheiro Agrônomo, portador do RG No. 664.043-5 PR, CPF No. 515.182.878-91, residente à Rua Antonio Pisicchio, 200 - Aptº. 2503, Gleba palhano, CEp: 86050-482, Londrina, pR; 1º Vice-Presidente: Fernando Augusto Henning, Engenheiro Agrônomo, portador do RG: 3.859.987 SC, CPF No. 003.974.009-93, residente à Rua Senador Souza Naves, 2831, Apto. 1101, jardim Londrilar, CEp: 86015-430, Londrina, pR; 2º Vice-Presidente: Maria Laene Moreira de Carvalho, Engenheira Agrônoma, portadora do RG No. MG-420.835, CPF No. 286.229.366-00, residente à Rua Comendador José Esteves, 222 – Apto. 101, Centro, CEp: 37200-000, Lavras, MG; Diretor Financeiro: josé de Barros França Neto, Engenheiro Agrônomo, portador do RG: 5.007.106-3 SP, CPF No. 826.649.948-91, residente à Avenida Rio de Janeiro, 1675 - Apto. 804, Centro, CEP: 86010-150, Londrina, pR; Vice-Diretor Financeiro: Alessandro Lucca Braccini, Engenheiro Agrônomo, portador do RG No. 7.898.981-5 PR, CPF No. 491.826.500-63, residente à Rua Ouro Verde, 60 - Casa B, Bairro Vila Emília, CEP: 87010-160,

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Maringá, pR; Diretora Técnica e de Divulgação: Denise Cunha Fernandes dos Santos Dias, Engenheira Agrônoma, portadora do RG No. MG-947.583, CPF No. 352.347.766-20, residente à Avenida PH Rolfs, s/n – Centro, CEP: 36571-000, Viçosa, MG; Vice-Diretora Técnica e de Divulgação: Gilda pizzolante de pádua, Engenheira Agrônoma, portadora do RG No. MG-634.724, CPF No. 312.703.876-34, residente à Rua Alfén Paixão, n° 170 – Apto. 902, Mercês, CEP: 38060-230 – Uberaba, MG; Conselho Fiscal – Titulares: 1) julio Marcos Filho, Engenheiro Agrônomo, portador do RG: 3.383.377-1 Sp, CpF No. 412.328.108-78, residente à Rua Regente Feijó, n° 777 – Apto. 102, Centro, CEP: 13400-100 – Piracicaba, SP; 2) josé Rozalvo Andriguetto, Engenheiro Agrônomo, portador do RG No. 566393-8 PR, CPF No. 081.059.019-00, residente à SHIN QI 11 Conj. 01 Casa 18, Lago Norte, 71515-710, Brasília, DF; 3) Ademir Assis Henning, Engenheiro Agrônomo, portador do RG No. 780117-3 pR, CpF No. 167.112.629-72, residente à Rua Goiás, 969 – Apto 201, Centro, CEP: 86010-460 – Londrina, PR; Conselho Fiscal – Suplentes: 1) Marizangela Rizzatti Ávila, Engenheira Agrônoma, portadora do RG No. 6.009.335-0 pR, CpF No. 025.452.779-59, residente à Rua João Huss, 405 - Apto. 103, CEP: 86050-490, Londrina, PR; 2) Roberval Daiton Vieira, Engenheiro Agrônomo, portador do RG No. 5.370.302-9 SP, CPF: No. 832.728.108-97, residente à Alameda Padre Evaristo Gonzales, 51, jardim São Marcos I, CEp: 14887-220, jaboticabal, Sp; 3) Francisco Guilhein Gomes junior, Engenheiro Agrônomo, portador do RG No. 30.670.643-X SP, CPF No. 292.779.278-01, residente à Avenida Dois Córregos, 4455 - Bloco C, Apto. 71, Jardim Nova Iguaçu, CEp: 13423-100, piracicaba, Sp. A nova Diretoria iniciará seu mandato em 01 de outubro de 2015 com término em 30 de setembro de 2017. Passando ao item 8, referente a Outros Assuntos, foi lido o relato da reunião do Comitê Técnico de Sementes Florestais da ABRATES. A Assembleia autorizou o presidente e o Diretor Financeiro da ABRATES a utilizarem cartão de crédito corporativo emitido pelo Banco do Brasil. Nada mais havendo a tratar, o presidente da Assembleia prof. Dr. Manoel de Souza Maia, agradeceu a participação de todos e parabenizou a nova Diretoria da ABRATES, dando por encerrada a Assembleia lavrou a presente Ata, que assina.

Prof. Dr. Manoel de Souza Maia Presidente da Assembleia Geral Ordinária

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Ata da Assembleia Geral Extraordinária 2016 da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes

Aos doze dias do mês de julho do ano de dois mil e dezesseis, às quinze horas e trinta minutos, no Núcleo de Tecnológico de Sementes e Grão Nilton pereira da Costa, na sede da Embrapa Soja, na cidade de Londrina – pR, com a presença de doze associados, conforme lista de presença devidamente assinada e parte indissolúvel desta Ata. Abrindo a Assembleia Geral Extraordinária 2016 da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes – ABRATES, o Dr. Francisco Carlos Krzyzanowski, presidente da Associação, submeteu ao plenário a seguinte Ordem do dia: 1) Inclusão no Estatuto Social, Capítulo I, artigo 6, item sobre a venda de livros como atividade da Associação, a fim de possibilitar a venda via e-commerce das publicações; e 2) Outros assuntos. Aprovada a Ordem do Dia, o presidente imediatamente fez a leitura do Capítulo I, artigo 6 do Estatuto Social atual e apresentou o novo item a ser acrescentado, que foi aprovado por unanimidade, com o seguinte texto: IV - Editorar, publicar e comercializar, inclusive via e-commerce, livros, manuais e publicações técnicas relacionadas a Ciência e Tecnologia de Sementes. Com essa alteração, o artigo 6 do Capítulo I passará a apresentar o seguinte texto: “A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE SEMENTES – ABRATES ainda no cumprimento das suas finalidades poderá: I. Promover, a cada três anos, o Congresso Brasileiro de Sementes; II. Promover conferências, simpósios, encontros e outros eventos afins e conforme programa de trabalho estabelecido pela Diretoria; III. Realizar, mediante prestação de serviços, cursos e treinamentos de legislação, norma regulamentos e tecnologias de sementes; IV. Editorar, publicar e comercializar, inclusive via e-commerce, livros, manuais e publicações técnicas relacionadas a Ciência e Tecnologia de Sementes; V. Prestar consultoria técnica e serviços na área de pesquisa, ensino e tecnologia de sementes; VI. Manter meios de divulgação, que entender necessário; VII. Divulgar material bibliográfico; VIII. Instituir Comitês Técnicos. O Dr. Francisco esclareceu a todos que a inclusão do novo item ao Estatuto não altera a condição da ABRATES como instituição sem fins lucrativos e/ou de Utilidade pública. Ficou acordado que esse mesmo assunto será relatado na ocasião da Assembleia Geral Ordinária, durante o próximo Congresso Brasileiro de Sementes, para ciência de todos os associados da ABRATES. Passando ao item 2, não foi apresentado nenhum outro assunto para discussão. Nada mais havendo a tratar, o presidente da ABRATES, agradeceu a participação de todos, dando por encerrada a Assembleia, da qual lavrei a presente Ata, que lida e achada conforme será assinada pelo presidente da ABRATES, Dr. Francisco Carlos Krzyzanowski e por mim, josé de Barros França Neto, Secretário Ad-Hoc.

Francisco Carlos Krzyanowskipresidente da ABRATES

José de Barros França NetoSecretário ad hoc

9

conta
Realce
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Obituário - Danilo Braccini

Danilo Braccini faleceu em 29 de junho de 2015, aos 83 anos, no pavilhão pereira Filho da Santa Casa de Misericórdia de porto Alegre em decorrência de um câncer no pulmão. Nascido em 22 de março de 1932, o Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul iniciou suas atividades profissionais pela Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar), passou pela Cooperativa Tritícola Regional Santo Ângelo Ltda. (Cotrisa), de onde chegou a ser vice-presidente; Secretaria da Agricultura e Emater-RS. Foi transferido para porto Alegre, para trabalhar na Federação das Cooperativas de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul Ltda. (Fecotrigo), de onde foi convidado para ingressar na extinta Embrater (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural), chegando a ocupar cargo no Ministério da Agricultura, em Brasília – DF. De volta ao Estado do Rio Grande do Sul, ocupou o cargo de Diretor do Departamento de produção Vegetal (DpV) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado, de onde se aposentou no final da década de 80. Foi o Coordenador de Certificação de Sementes do DPV/DSM e responsável pela edição das “Normas de Produção de Semente Certificada” do Estado do Rio Grande do Sul em 1988.

Era uma pessoa muito religiosa, comunicativa e deixou um legado como “conciliador” em sua família. Sempre gostou do contato com o campo, trabalhando como produtor rural e pecuarista.

Danilo Braccini deixou dois filhos e cinco netos. A ABRATES se solidariza com a família.

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MetodologiaDeterminação de suberina em sementes de soja - método gravimétrico1

josé Marcos Gontijo Mandarino2*

Introdução

Nem todos os fatores que restringem a germinação são conhecidos. O estudo da composição química da semente, em relação à ocorrência de substâncias com caráter de barreira física, como a lignina, tem sido pouco estudado. A impermeabilidade à água pode ser causada pela deposição de substâncias químicas no tegumento das sementes. As possíveis substâncias encontradas na cobertura das sementes são: suberina, lignina, cutina, taninos, pectinas, além de derivados de quininas (Torres & Santos, 1994).

Segundo Rolston (1978) e Torres e Santos (1994), a dormência das sementes pode ser causada por diversos fatores, tais como: impermeabilização do tegumento a água e a gases, exigência especial quanto à disponibilidade de luz, temperatura e oxigênio.

Segundo popinigis (1985) e Carvalho e Nakagawa, (1988) a impermeabilidade do tegumento das sementes, a qual é considerada como dormência primária, depende de fatores edafoclimáticos e genéticos. A impermeabilidade pode ser causada também pela presença de substâncias, como: suberina, lignina, cutina e mucilagens, encontradas na testa, pericarpo ou na membrana nuclear, sendo este um dos mecanismos de dormências de muitas leguminosas.

Em sementes de algumas leguminosas, tem sido sugerida uma associação entre a impermeabilidade do tegumento aos altos níveis de fenóis (Werker et al., 1979) e a presença de íons de cálcio (SAIO, 1976).

Segundo portela et al. (2004) em algumas espécies, na fase de maturação, as sementes são revestidas com suberina ou lipídios depositados nas superfícies das sementes, tornando-as impermeáveis à água.

Baskin e Baskin (1998) afirmam que a impermeabilidade do tegumento é normalmente associada à presença de uma ou mais camadas impermeáveis de células paliçádicas, dispostas em camada espessa, formando uma parede secundária lignificada, sendo os macroesclerídeos as células mais comuns encontradas nessas parede. Os macroesclerídeos são

impermeáveis à água por estarem impregnados de substâncias hidrofóbicas como cutina, lignina, materiais pécticos insolúveis, suberina e ceras (Rolston, 1978).

Segundo portela et al. (2004), a suberina é um composto fenólico que dificulta a ação dos organismos decompositores, pois promove principalmente a impermeabilização do material foliar. É encontrada em tecidos da periderme de beterraba, batata doce, cascas de árvores e folhas, e de forma geral, em monocotiledôneas como bambu, palmas, cana-de-açúcar, dentre outras, podendo alcançar um teor entre 40-50 %.

Determinação Gravimétrica da Suberina em tegumento de sementes de soja

Preparo da amostra

1. Secar as sementes/grãos em estufa com circulação forçada de ar numa temperatura de 65º C até alcançar peso constante.

2. Separar mecanicamente ou manualmente o tegumento das sementes/grãos.

3. Em triplicata, pesar 5,0 g do material (tegumento) das sementes/grãos e transferir para balões de vidro de 250 mL de borda esmerilhada (balão extrator de Soxhlet).

4. Adicionar ao balão 200 mL de hexano e acoplar o mesmo num extrator tipo Soxhlet e proceder a extração da fração lipídica por 6 horas.

5. Após a recuperação (evaporação) do hexano, colocar o balão no aparelho de rotavapor para promover a evaporação do solvente restante.

6. Após a evaporação do hexano, secar em capela o material contido no balão extrator de Soxhlet.

7. proceder novas extrações do material seco contido no balão:

7.1. com 200 mL uma solução de etanol-hexano na proporção 1:2 v/v;

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7.2. com 200 mL de etanol;

7.3. por último, com 200 mL de água destilada deionizada, seguindo os mesmos procedimentos descritos nos itens acima, nas três subamostras.

Determinação gravimétrica da suberina

1. pesar em triplicata 2,0 gramas do material obtido no item 2.1.

2. Transferir para um balão de vidro de 250 mL de borda esmerilhada (balão extrator de Soxhlet).

3. Adicionar 100 mL de solução de NaOH a 1% e colocar sob refluxo por um período de 1 hora. Filtrar o material.

4. Transferir o material para um balão de vidro de 250 mL e tratar novamente com solução de NaOH e sulfito de sódio a 1%, até que a solução apresente coloração amarelada. Filtrar o material.

5. Transferir o material novamente para um balão de vidro de 250 mL e adicionar 100 mL álcool etílico hidratado (92,80 %) e colocar sob refluxo por um período de 1 hora.

6. Transferir a solução alcoólica contendo o material para cadinhos com placa de vidro sinterizado, previamente tarados e pesados (secos em estufa a 110 ºC, pesados e mantidos em dessecador), e proceder à filtração sob vácuo do material.

7. Lavar o material contido nos cadinhos com 100 mL de éter (etileno glicol monoetil éter) e proceder à filtração sob vácuo do material.

8. Secar os cadinhos em estufa a 110º C e transferir para um dessecador.

9. pesar o material, após secagem, e calcular a média de três repetições. O teor de suberina será calculado pela diferença do peso original (2,0 gramas do material) e o peso obtido após os procedimentos descritos acima.

Obs.: Os resultados devem ser expressos em gramas do material orgânico analisado por quilograma de matéria seca (g.kg -1).

Referências

BASKIN, C. C.; BASKIN, j. M. Seeds: ecology, biogeography and evolution of dormancy and germination. San Diego: Academic press, 1998. 666p.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, j. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Campinas: Fundação Cargill, 1983. 429p.

pOpINIGIS, F. Fisiologia da Semente. Brasília: ABEAS, 2 ed., 1985. 289p.

pORTELA, L.S.; FERNANDES, M.M.; pEREIRA, M.G.; MAGALHÃES, L.M. S.; MARTINHO, A.F. Compostos orgânicos e fauna do solo e sua relação com a decomposição da serapilheira na Flona Mário Xavier. Agronomia, v.38, n.2, p.79 - 83, 2004.

ROLSTON, M.p. Water Impermeable Seed Dormancy. The Botanical Review, Lancaster, v.44, n. 3, p.365-396, 1978.

SAIO, j. Soybeans resistant to water absorption. Cereal Foods World, Minneapolis, v. 21, p.168-173, 1976.

TORRES, S. B. SANTOS, D. S. B. dos. Superação de dormência em sementes de Acacia senegal (L.) Willd. e parkinsonia aculeata (L.). Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.16, n.1, p.54-57, 1994.

WERKER, E.; MARBCH, I.& MAYE, A.M. Relation between the anatomy of the teste, water permeability and the presence of phenolics in the genus pisum. Annals of Botany, London. v.43, p.765-771, 1979.

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Trabalhos TécnicosTeste de Germinação para Sementes de Citrus limonia Osbeck1

Marizangela Rizzatti Ávila2, josé Carlos Gomes2, juliana Barbosa2

RESUMO - O limão cravo é a espécie mais utilizada como porta-enxerto para formação de mudas cítricas no Brasil. As plantas que servem como porta-enxerto, são obtidas a partir de sementes extraídas de frutos produzidos em planta básica ou de jardim clonal. A germinação de um lote de sementes é um dos parâmetros de comercialização e imprescindível para determinar o número de sementes para semeadura ou população de plantas desejada. O processo de germinação varia de espécie para espécie, e, é influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos. Oficialmente, o teste de germinação é realizado em laboratório sob condições controladas, a fim de permitir que a germinação ocorra de forma regular, rápida e completa. Para limão cravo, até o momento, não existem prescrições nas Regras para Análise de Sementes para a realização do teste de germinação, por isso, o objetivo deste estudo foi encontrar a temperatura e o tempo de duração mais adequados para a sua condução. para tal, utilizou-se um lote de semente produzidas no ano de 2013, o qual, foi avaliado pelo teste de germinação realizado com quatro diferentes temperaturas (20, 25, 30 e 35 °C), com contagens a cada cinco dias. Ao final do processo de germinação computou-se a porcentagem e o tempo médio de germinação. Também, ajustou-se uma curva de germinação para cada temperatura testada, utilizando o modelo sigmoidal y = (A)/[1+b*exp(-c*x)]. Estes resultados permitiram concluir que as temperaturas mais favoráveis para germinação de sementes de limão cravo são 30 e 35 °C, finalizando o teste em 25 dias, e, que a temperatura de 25 °C é satisfatória para conduzir o teste em 30 dias.

Termos para indexação: limão cravo, porta-enxerto, plântulas normais, regras para análise de sementes.

Introdução

A citricultura no Brasil ocupa uma área plantada próxima de 940 mil hectares, apresentando produção superior a 18 milhões de toneladas, e, é a maior no mundo há alguns anos (IBGE, 2016).

por ser uma cultura em franca expansão, e para manter altas produtividades, é de extrema importância que se utilize mudas certificadas na implantação das áreas de cultivo que são produzidas a partir da combinação de uma cultivar porta-enxertos com uma cultivar copa.

A espécie mais utilizada como porta-enxerto para formação de pomares no Brasil é o limão cravo (Modesto, 1996), que apesar da alta susceptibilidade ao “declínio” dos citros, destaca-se por sua capacidade de induzir tolerância à seca às copas nele enxertadas, por ser tolerante ao vírus da “tristeza” dos citros,

possuir elevado vigor no viveiro, proporcionar rápida produção, alto rendimento e maturação precoce (pompeu junior, 2005; Salibe e Moreira, 1984).

A Instrução Normativa n. 48 do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento de 24 de setembro de 2013, em seu Anexo XV, apresenta os padrões para produção e comercialização de sementes de citros, onde a exigência mínima de germinação ou viabilidade é de 50% (Brasil, 2013). No artigo 9º, verifica-se que as sementes poderão ser comercializadas com base nos resultados de viabilidade, obtidos por meio do teste de tetrazólio, ou do teste de germinação, conforme metodologias oficializadas.

Contudo, nas Regras para Análise de Sementes do MApA (Brasil, 2009) não há, até o momento, referência quanto à metodologia para a realização do teste de germinação de nenhuma espécie de citros, embora descreva o teste de

1Submetido em 12/01/2015. Aceito para publicação em 26/07/2016.2IApAR - Instituto Agronômico do paraná, Rodovia Celso Garcia Cid, km 375, 86047-902, Londrina, paraná, Brasil. Área de propagação Vegetal, Área de Bioestatística e Bolsista da Fundação Araucária*Autor para correspondência <[email protected]>

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tetrazólio de forma muito subjetiva. A adoção de um procedimento padrão na instalação, condução

e avaliação do teste de germinação permite a obtenção de resultados comparáveis entre laboratórios de empresas fornecedoras e compradoras de sementes (Marcos Filho et al., 1987).

para o produtor de sementes o resultado do teste de germinação, é importante para comparar a qualidade fisiológica de lotes, parâmetro de comercialização e para predizer a emergência a campo, quando a semeadura é realizada em condições ideais. Enquanto que, para o produtor de mudas é imprescindível para planejar o número de unidades a produzir.

Oficialmente, o teste de germinação é realizado em laboratório sob condições controladas de umidade, temperatura, luminosidade, entre outras necessárias, permitindo que a germinação ocorra de forma regular, rápida e completa.

Devido a não padronização do teste de germinação de sementes de limão cravo, verifica-se na literatura que em alguns trabalhos esta foi conduzida entre papel, umedecido 2,5 vezes o seu peso, a temperatura de 25 °C, e as contagens foram realizadas no 16º e 30º dias (Carvalho et al., 2002), enquanto Dantas et al. (2010) utilizou a mesma metodologia porém com a contagem realizada somente aos 30 dias utilizando sementes com tegumento.

No teste de germinação, o tempo para a obtenção dos resultados deve ser o menor possível, e para algumas espécies como limão cravo, isto é essencial devido à especificidade de armazenamento das sementes, pois as mesmas podem perder poder germinativo em um curto espaço de tempo.

Entre os fatores mencionados anteriormente, a temperatura é o que mais apresenta importância sobre o processo em relação, à velocidade e a taxa de germinação, influenciando também, na absorção de água e nas reações bioquímicas que regulam o metabolismo necessário para iniciar o processo germinativo (Marcos Filho, 2005). A amplitude de temperatura é variável de acordo com a espécie, sendo definidas as temperaturas máximas e mínimas, acima e abaixo das quais a germinação não ocorre (Carvalho e Nakagawa, 2000).

Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a temperatura e duração da germinação de sementes de limão cravo, uma vez que não existem prescrições para este teste, nas Regras para Análise de Sementes.

Materiais e Métodos

O trabalho foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes do Instituto Agronômico do paraná (IApAR) em Londrina - pR.

Utilizou-se um lote de sementes de limão cravo da cultivar IpR 162, produzidas em Cambará - pR, obtidas de frutos colhidos de plantas matrizes, no mês de abril do ano de 2013. Os

frutos foram cortados no sentido transversal para não danificar as sementes, despolpados mecanicamente e as sementes degomadas (retirada da mucilagem por meio de lavagem sucessiva com água). posteriormente, as sementes foram secas na sobra até 20% de umidade, quando foram encaminhadas para avaliação.

O teste de germinação foi conduzido com oito repetições de 50 sementes com a testa (tegumento), para cada temperatura estudada. A semeadura foi realizada entre três folhas de papel para germinação (papel toalha), o qual foi umedecido com água destilada na proporção de três vezes a sua massa, quando seco. Na semeadura, a micrópila das sementes foi posicionada na direção inferior da dobra do papel necessária para a confecção do rolo. Após este procedimento que foram levados para uma sala de germinação com germinadores tipo mangelsdorf cada um regulado com iluminação constante e temperaturas de 20, 25; 30 e 35°C.

As avaliações foram realizadas a cada cinco dias, durante trinta dias.

Foram consideradas plântulas normais àquelas que apresentaram raiz com crescimento reto, ou seja, sem tortuosidade ou enovelamento, e com comprimento de, no mínimo, de 2 cm, hipocótilo reto e bem desenvolvido, folíolos aparentes ou bem formados e sem danos (Figura 1 C).

A B

Figura 1. Sementes e plântulas de limão cravo, observadas na avaliação do teste de germinação: sementes mortas [A], plântulas anormais [B], plântulas normais [C], plântulas poliembriônicas [D], IApAR, Londrina, pR. (Fotos: Willian Cason, 2014).

Na última data de avaliação computou-se a porcentagem de sementes mortas (Figura 1 A), e, plântulas anormais, classificadas como aquelas que não se enquadram na descrição das plântulas consideradas normais, mas que emitiram raiz

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(Figura 1 B). As sementes que apresentaram germinação de mais de uma plântula (poliembrionia) foram computadas como uma plântula normal (Figura 1 D).

Após o término das contagens computou-se:Germinação: porcentagem de plântulas normais obtidas

no final do teste de geminação, (Brasil, 2009), que corresponde à proporção do número de sementes que produziu plântulas classificadas como normais, em condições e períodos específicos.

Tempo Médio de Germinação: média ponderada referente ao tempo médio de germinação, em dias, onde o número de sementes germinadas é o peso de ponderação em cada dia de avaliação (5, 10, 15, 20, 25 e 30 dias), calculado pela fórmula citada por Santana e Ranal (2004).

Assim:

T.M.G. = [(N5.G5) + (N10.G10) + (N15.G15) + (N20.G20) + (N25.G25) + (N30.G30)] / (G5 + ... + G30)

Onde,T.M.G. = tempo médio de germinação (dias);N = número de dias sucedidos da primeira até a última

contagem.G = número de plântulas normais obtidas em cada

contagem (%).Os resultados de germinação e tempo médio de

germinação foram descritos e a curva do tempo de germinação para cada temperatura testada, foi ajustada com o auxílio do SAS (Statistical Analysis System, 1989) utilizando o modelo sigmoidal y = (A)/[1+b*exp(-c*x)] citado por Santana e Ranal (2004), onde:

y = porcentagem acumulada de germinação;x = tempo de germinação, em dias;A = assíntota da máxima porcentagem de germinação;b, c = coeficientes;exp = base do logaritmo natural ou neperiano.

Resultado e Discussão

pela análise descritiva dos resultados do teste de germinação (Tabela 1), observa-se que a germinação ocorreu nas temperaturas de 25, 30 e 35 °C, sendo que a temperatura de 20 °C inibiu a germinação de sementes de limão cravo.

O tempo para o início da germinação foi de 20 dias para as sementes expostas a temperatura de 25 e 30°C e 15 dias para 35 °C (Figura A, B e C). O término da germinação ocorreu aos 30 dias após a instalação do teste em todas as temperaturas testadas, com exceção da temperatura de 20 °C.

Nas temperaturas de 25, 30 e 35 °C as porcentagens de germinação foram 67, 75 e 82%, respectivamente, conforme observado na Tabela 1, todas acima do exigido pela Instrução

Normativa n. 48, de 24 de setembro de 2013, em seu Anexo XV (Brasil, 2013).

Tabela 1. Germinação e tempo médio de germinação em função da condução do teste de germinação em diferentes temperaturas.

Temperatura Germinação Tempo médio de germinação °C % dias 20 0 0 25 67 24 30 75 22 35 82 19

Em relação ao tempo médio de germinação verifica-se que foi de 24, 22 e 19 dias para as temperaturas 25, 30 e 35 °C, respectivamente (Tabela 1), o que significa que foi diminuindo à medida que houve aumento da temperatura.

pelos resultados obtidos, constata-se que a temperatura afetou tanto a percentagem quanto o tempo médio final de germinação. Considerando a definição de temperatura ótima, mínima e máxima, definida por Carvalho e Nakagawa (2000) e Marcos Filho (2005), verifica-se que a amplitude onde ocorreu a germinação está entre 25 a 35 °C, sendo que a temperatura de 35 °C foi a que apresentou maior germinação, 82%, em um menor tempo médio, 19 dias, podendo esta temperatura ser considerada ótima, porque ocorreu o máximo de germinação no menor período de tempo.

As curvas do tempo de germinação em cada temperatura testada se ajustaram ao modelo de função sigmoidal, todas com R2 igual a 99% (Figuras 2 A, B e C). A análise da curva apresenta um período onde a germinação ocorre lentamente, seguindo-se um período de rápida germinação chegando a um ponto de inflexão que, posteriormente, atinge um máximo em uma assíntota superior.

Na Tabela 2, demonstram-se os valores das estimativas da porcentagem acumulada o tempo, em dias, e a máxima porcentagem de germinação referente ao valor y, x e A da equação, respectivamente, para cada temperatura testada.

Desta forma, o maior valor assintótico (A) foi de 81% de germinação quando esta ocorreu à temperatura de 35 °C, sendo que na temperatura de 25 e 30 °C, a assíntota foi de 67 e 71%, de forma que o tempo foi de 30 dias para as temperaturas de 25 °C e de 25 dias para as temperaturas de 30 e 35 °C.

O tempo de germinação é útil para informar o intervalo, após a instalação do teste em que há possibilidade de se obter o número máximo de plântulas normais. Neste trabalho, o maior período de tempo necessário para a germinação está relacionado à temperatura de 25 °C, e o menor, para as

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temperaturas de 30 e 35°C, ou seja, na temperatura menor houve maior necessidade de tempo, enquanto que, em temperaturas mais altas o tempo foi menor.

água pelas sementes, o qual é influenciado pela temperatura.Sementes colocadas para germinar em baixas temperaturas

podem não embeber, o que não ocorreu neste trabalho ou seu metabolismo pode ficar tão baixo que as reações necessárias a germinação deixam de ocorrer. por outro lado, sementes expostas a alta temperatura durante o processo de germinação podem sofrer efeitos deletérios principalmente, devido ao seu efeito da sobre o sistema enzimático.

A temperatura em que ocorre a germinação é um fator que tem importante influência sobre esse processo, tanto para o calculo do total, como na sua velocidade, pois interfere na velocidade de absorção de água, e sobre as reações bioquímicas determinantes no processo (Carvalho e Nakagawa, 2000).

As variações da temperatura afetam a velocidade, a porcentagem e a uniformidade da germinação (Marcos Filho, 2005). Esse autor, também citou que a rapidez da germinação é determinada, principalmente, pela velocidade de embebição, por isso é desejável a menor exposição possível às condições menos favoráveis do ambiente.

O tempo necessário para a primeira e última avaliação do teste de germinação pode ser alterado. As próprias Regras de Análise de Sementes (Brasil, 2009), citam que o tempo indicado para a primeira contagem é aproximado, podendo ter uma variação de um a três dias, conforme o substrato e a temperatura. Se a escolha for pela temperatura mais baixa, ou quando o teste for realizado em areia, a primeira contagem pode ser adiada.

Conclusão

As temperaturas mais favoráveis para a germinação de sementes de limão cravo são 30 e 35°C, devido ao menor tempo para o encerramento do teste, ou seja, 25 dias após sua instalação, sendo que, a temperatura de 25°C é satisfatória, porém a avaliação deve ser realizada aos 35 dias após a instalação do teste.

Referências

CARVALHO, j.A.; pINHO, E.V.R.V.; OLIVEIRA, j.A.; GUIMARÃES, R.M.; BONOME, L.T. Qualidade de sementes de limão-cravo (Citrus limonia Osbeck) durante o armazemanento. Revista Brasileira de Sementes, v.24, n.1, p.286-298, 2002. http://www.scielo.br/pdf/rbs/v24n1/v24n1a40.pdf

CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, j. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. jaboticabal: Funep, 2000. 588p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento. Normas para produção, comercialização e utilização de sementes. padrões para produção e comercialização de sementes de Citrus. Instrução Normativa n. 48, Anexo XV, de 24 de dezembro de 2013. Diário Oficial da União, Brasil, 25 de setembro de 2013. Seção 1. p.8.

[A]

[B]

[C]

Figura 2. porcentagem de plântulas normais obtidas no teste de germinação a 35 °C [A], 30 °C [B], 25 °C [C].

Tabela 2. Estimativas da porcentagem acumulada de germinação (y), tempo de germinação em dias (x) e máxima porcentagem de germinação (A) em cada temperatura testada.

Temperatura y x A °C % dias % 20 0 0 0 25 67 30 67 30 75 25 71 35 82 25 81

Isto se deve, principalmente, ao menor ou maior comprimento da Fase II durante o processo de embebição de

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BRASIL. Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF: Mapa/ACS, 2009. 395p. http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/2946_regras_analise__sementes.pdf

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Fontes nitrogenadas e incorporação com lâmina de irrigação sob a qualidade fisiológica de sementes de trigo1

Submetido em 08/09/2014. Aceito para publicação em 27/07/2016.2Engenheiro-Agrônomo, Mestrando. Universidade Estadual paulista júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio Economia, Av. Brasil, Centro, 56, Caixa postal 31, 15385-000 Ilha Solteira, São paulo, Brasil.3Engenheiro-Agrônomo, Doutor. Universidade Estadual paulista júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Departamento de

Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio Economia. [email protected]; [email protected]; [email protected]ônomo, Doutorando. Universidade Estadual paulista júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos. [email protected]*Autor para correspondência < [email protected]>

Ariani Garcia2*, Flávio Kaneko Hiroshi3, Marco Eustáquio de Sá3, Marcelo Fernando Souza4, Orivaldo Arf3

RESUMO - As condições do ambiente são fatores de grande importância no processo de obtenção de sementes de alta qualidade. O presente trabalho teve como objetivo verificar a qualidade fisiológica de sementes de trigo obtidas em cultivo sob fontes nitrogenadas incorporadas ou não com lâmina de irrigação. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com quatro repetições em um esquema fatorial (5 X 2) + 1, constituídos das fontes de N (Ureia; Ureia revestida; Ureia + Sulfato de amônio; Sulfato de amônio e Nitrato de amônio); irrigação (antes ou após a adubação nitrogenada) e testemunha sem N em cobertura. Foram avaliadas: primeira contagem, germinação, índice de velocidade de germinação, envelhecimento acelerado, massa de 1000 sementes, condutividade elétrica, comprimento da raiz primária e da parte aérea, massa verde e seca de 10 plântulas, e o teor de N nas folhas e sementes. Foi realizada ANAVA e comparação de médias à 5 % de probabilidade. Concluiu-se que as fontes de N não alteram a qualidade fisiológica das sementes e que a incorporação do nitrogênio por meio do uso de lâmina de irrigação não proporcionou aumento no vigor nas sementes de trigo obtidas.

Termos para indexação: Triticum spp.; adubos nitrogenados, vigor.

Introdução

A produção nacional de trigo na safra 2015 foi de 5.534,9 mil toneladas. Para a safra atual prevê-se um aumento de 12,0%, com produção de 6.203,1 mil toneladas e área plantada de 2.107,6 mil hectares, 13,9% menor em relação à safra anterior (Conab, 2016).

A utilização de tecnologias viáveis aliadas a fatores climáticos favoráveis elevaram a produção e produtividade da cultura, que mesmo assim é considerado insatisfatório para suprir o consumo nacional, que nos últimos anos ficou em aproximadamente 10,5 milhões de toneladas (Gitti, 2012; Conab, 2016).

O uso de sementes com elevada qualidade fisiológica favorece a obtenção de estandes mais uniformes, principalmente quando se utilizam de práticas culturais adequadas, contribuindo no estabelecimento de lavoras com melhor potencial produtivo e consequentemente alto rendimento de grãos (Lima et al., 2006; jornada et al., 2008). Nesse sentido, evoluções de técnicas e difusão de novos conhecimentos associados à demanda crescente por alimentos e da necessidade de atender as

exigências do mercado consumidor, proporcionaram aumentos na procura por sementes de qualidade diferenciada (Marcos-Filho, 2005).

Contudo, muitos fatores podem afetar a qualidade das sementes, dentre os quais, a adubação. Segundo Conde e Garcia (1988), a qualidade e a quantidade de sementes estão relacionadas com fornecimento adequado de nutrientes às plantas, principalmente nitrogênio. Assim, a obtenção de sementes com boa formação do embrião e órgão de reserva é influenciada pelo fornecimento de nutrientes para a planta-mãe (Carvalho e Nakagawa, 2012).

Os nutrientes desempenham papel fundamental durante as fases de formação e maturação das sementes (Sá, 1994). Dentre os nutrientes, o nitrogênio destaca-se por estar relacionado a diversas funções metabólicas essenciais nas plantas, e por participar diretamente na síntese de proteínas.

Desta maneira, a adubação nitrogenada se constitui em uma importante ferramenta a ser adotada, pois o nitrogênio além de influenciar positivamente os componentes de rendimento (jornada et al., 2005), pode estar intimamente

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associado à qualidade fisiológica e a quantidade de proteína contida nas sementes (prando et al., 2012).

De acordo com Sangoi et al. (2007), a aplicação de nitrogênio no momento adequado pode aumentar a eficiência de uso deste nutriente pelo trigo, incrementando o número de grãos por espiga e o número de espigas por área, proporcionando alto rendimento de grãos. Entretanto, a adubação nitrogenada deve ser realizada de maneira cuidadosa, uma vez que, excesso ou deficiência de nitrogênio pode acarretar problemas de ordem química, visual, citológica e metabólica na planta, comprometendo o rendimento e a qualidade das sementes (Malavolta, 1976).

Além disso, adubos nitrogenados são os que mais oneram os custos de produção, fazendo-se necessário estudos em relação aos modos, doses, épocas de aplicação, e práticas de manejo culturais que proporcionem maior eficiência quanto a utilização do nitrogênio, fornecendo quantidade suficiente para uma boa produtividade e qualidade de sementes (Silva et al., 2001).

As fontes de nitrogênio para as culturas podem ser tanto na forma nítrica (NaNO3, KNO3), amoniacal [(NH4)2SO4], nítrico-amoniacal (NH4NO3) e amídica (uréia) (Mielniczuk, 1982). Entre essas fontes, a ureia é a que possui maior teor de nitrogênio (45%) e, consequentemente, menor custo. No entanto, é a mais sujeita a perdas por volatilização devido a grande quantidade de nitrogênio na forma NH3. O sulfato de amônio, apesar de ser menos concentrado (21% de N) e de maior custo, tem algumas vantagens como menor perda por volatilização e desnitrificação, além de um fornecimento adicional de enxofre.

já, o nitrato de amônio é menos utilizado do que os

anteriores, com 32% de N, e custo mais elevado. porém seu uso pode ser interessante em alguns casos de aplicação superficial, uma vez que esse fertilizante possui nitrogênio nítrico prontamente disponível, nitrogênio amoniacal com disponibilidade mais prolongada e baixo índice de salinidade (Yano et al., 2005).

Deste modo, o objetivo deste trabalho foi verificar a qualidade fisiológica de sementes de trigo obtidas em função da aplicação de diferentes fontes nitrogenadas, incorporadas ou não com lâmina de irrigação.

Material e Métodos

O experimento foi desenvolvido no ano agrícola 2012 em área experimental pertencente à Faculdade de Engenharia – UNESp, Campus de Ilha Solteira, situada aproximadamente a 51º 22’ de longitude Oeste de Greenwich e 20º 22’de Latitude Sul, com altitude de 335 metros.

O clima da região é classificado como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A média anual de precipitação é aproximadamente 1.330 mm, temperatura média anual em torno de 25 oC e com umidade relativa do ar média anual de 66% (Centurion, 1982). Os dados climáticos durante a condução do experimento estão apresentados na Figura 1.

A área apresentava como cobertura vegetal original o Cerrado sensu stricto. O relevo é moderadamente plano e o solo foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico típico argiloso, a moderado, hipodistrófico, álico, caulinítico, férrico, compactado, muito profundo e moderadamente ácido (Embrapa, 2006).

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

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1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 2 5 8 11 14 17 20 23 26 29

T Mín(Cº)

T Máx(Cº)

Maio Junho Julho Agosto Figura 1. Dados diários de temperatura máxima (°C), temperatura mínima (°C) e precipitação média (mm) dos meses de

Maio, junho, julho e Agosto, coletados na área experimental da Faculdade de Engenharia, UNESp – Campus de Ilha Solteira, Selvíria (MS), 2012.

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Antes do preparo da área para implantação do experimento foi realizada a caracterização química do solo. para isso, uma amostra composta por 20 amostras simples de solo foi coletada na profundidade de 0-0,20 cm em área total do experimento e determinadas de acordo com a metodologia proposta por (Raij et al., 2001). As análises foram realizadas no laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de plantas da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Os resultados foram: pH – (CaCl2): 5,1; p (resina) – 12 mg dm-3; MO (g dm-3) = 13; K, Ca e Mg (mmolc dm-3) = 2,6; 26 e 13, respectivamente, H+Al (mmolc dm-3) = 16; S (mg dm-3) = 11 e V(%) = 72.

O delineamento experimental utilizado foi o em blocos ao acaso com quatro repetições em um esquema fatorial (5 X 2) + 1 com 11 tratamentos, constituídos das fontes de N (1. Ureia; 2. Ureia revestida; 3. Ureia + Sulfato de amônio; 4. Sulfato de amônio; 5. Nitrato de amônio); irrigação de 10 mm (antes ou após a adubação das fontes nitrogenadas) e testemunha sem N em cobertura. As parcelas consistiram em 13 linhas de 5 m de comprimento com espaçamento de 0,17 m nas entrelinhas, sendo que, a área útil amostrada para as avaliações subsequentes constou das quatro linhas centrais de cada parcela, desconsiderando 0,50 m das extremidades de cada linha.

Anterior à instalação da cultura do trigo, foi realizada a dessecação do material vegetal presente na área, por meio da aplicação de glyphosate (1920 g.ha-1 de i.a).

O trigo foi semeado em 08 de maio de 2012 sob SpD, em sucessão a cultura do milho e em rotação com a soja, mecanicamente, utilizando-se de uma semeadora-adubadora para SpD com densidade de 400 sementes viáveis.m-2. A adubação de semeadura com N, p e K foi uniforme em todos os tratamentos, de acordo com a análise química do solo, seguindo recomendações de Raij et al. (1997), sendo aplicado 250 kg.ha-1 da fórmula 04-30-10.

A adubação nitrogenada em cobertura foi realizada aos 25 DAE, utilizando 90 kg.ha-1 de N distribuídos manualmente ao lado da linha da cultura, utilizando-se das diferentes fontes nitrogenadas descritas anteriormente.

Utilizaram-se sementes do cultivar IAC 373 - Guaicuru, que possui ciclo médio (125 a 130 dias da germinação a colheita), altura média de 78 cm, é moderadamente resistente ao acamamento, crestamento, as manchas foliares causadas por helmintosporiose e a brusone. Esta cultivar também é resistente à ferrugem da folha e a debulha natural, além de apresentar alto potencial de rendimento de grãos nas condições de cultivo de sequeiro e irrigado.

O tratamento das sementes foi realizado com os fungicidas carbendazim + thiram na recomendação de (45 + 105 g i.a.100 kg-1 de sementes, respectivamente) e os inseticidas imidacloprido + thiodicarb (45 + 135 g i.a.100 kg-1

de sementes, respectivamente). O controle de plantas daninhas de folhas largas em pós-

emergência foi realizado com o herbicida metsulfurom methyl (3 g.ha-1 do i.a) do grupo químico das sulfoniluréias, aos nove dias após a emergência da cultura.

O fornecimento de água à cultura nos períodos de estiagem foi realizado por sistema de irrigação do tipo pivô central, com lâmina de água de aproximadamente 13 mm e turno de rega de 3 dias.

A colheita foi realizada manualmente em agosto de 2012. Na ocasião da colheita, foram coletadas 10 plantas em local pré-determinado na área útil de cada parcela e levadas ao Laboratório de Análises de Sementes do Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-Econômia da FEIS-UNESp, Campus de Ilha Solteira (Sp), para a obtenção das sementes utilizadas na avaliação da qualidade fisiológica, as quais foram secadas naturalmente, iniciando os testes com 13% de umidade.

As sementes foram submetidas aos testes:a) Primeira contagem: realizado juntamente com o teste

de germinação e constou do registro da porcentagem de plântulas normais verificadas no quarto dia após a instalação do teste (Brasil, 2009), em técnica semelhante à descrita por (Nakagawa, 1999).

b) Teste de germinação: realizado com 4 repetições de 50 sementes por tratamento, em rolo de papel toalha apropriado (Germitest) a 25°C (± 1°C), mantendo-se a temperatura constante. O papel foi umedecido com água deionizada numa quantidade equivalente a 2,5 vezes peso do papel, de forma a uniformizar o teste. As contagens de plântulas normais foram realizadas aos quatro e oito dias após colocadas no germinador, de acordo com os critérios estabelecidos pelas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 2009).

c) Índice de velocidade de germinação: realizado em conjunto com o teste de germinação, onde o índice de velocidade para cada tratamento foi calculado segundo a fórmula proposta por (Maguire, 1962), apresentada a seguir:

IVG = , onde:

IVG= índice de velocidade de germinaçãoN1 e N2 = número de plântulas normais contadas na

primeira contagem (5 dias) e na última contagem (9 dias), respectivamente;

D1 e D2 = número de dias da semeadura à primeira (5 dias) e à última contagem (9 dias), respectivamente.

d) Envelhecimento acelerado: realizado segundo a metodologia descrita por Marcos-Filho (1999), utilizando quatro sub-amostras de 50 sementes para cada tratamento, pelo método

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de gerbox, onde 9 g de sementes foram colocadas sobre a tela de inox de uma caixa plástica (gerbox), contendo 40 mL de água destilada. Após a colocação da tampa, as caixas foram levadas ao germinador regulado à temperatura de 41 °C, onde permaneceram por 96 horas. Transcorrido esse período, as sementes foram colocadas para germinar conforme descrição para o teste de germinação (Brasil, 2009) e a avaliação das plântulas normais foi realizada quatro dias após a instalação do teste.

e) Condutividade elétrica: realizado pelo sistema do béquer (“Bulk System”). Quatro repetições de 25 sementes foram pesadas, postas em vidros com 75 mL de água deionizada e mantidas em germinador, com temperatura constante de 25 °C, por 24 h. A condutividade elétrica foi determinada em um condutivímetro marca Digimed CD-21. Os resultados foram expressos em µS.cm-1.g-1de semente.

f) Comprimento da raiz primária e comprimento da parte aérea: após o teste de germinação, foram separadas 10 plântulas normais de cada repetição e medidas com régua graduadas em mm. Foram tomadas as medidas da raiz principal, e posteriormente, o comprimento da parte aérea.

g) Massa verde e seca das plântulas: após a medição do comprimento da raiz primaria e da parte aérea, as 10 plântulas foram postas dentro de sacos de papel previamente tarado e separados por repetição, onde foram pesados em balança de precisão de 0,0001 g, obtendo-se assim a massa verde das plântulas. posteriormente, o material foi colocado para secar em estufa termoelétrica regulada a 65 ºC durante 24 h. Após este período, as amostras foram retiradas, resfriadas e pesadas novamente, obtendo assim, a massa seca das mesmas.

h) Massa de 1000 sementes: avaliado com oito sub-amostras de 100 sementes por tratamento. As pesagens foram feitas em balanças de precisão de 0,1 g, e posteriormente, foram estimadas para 1000 sementes.

i) Teor de nitrogênio nas sementes: das sementes obtidas na avaliação da produtividade, foi retirada uma amostra que foi moída em moinho tipo Willey, armazenadas em saquinhos plásticos e, após a moagem de todas as amostras, foi determinado o teor de nitrogênio, segundo metodologia descrita por (Malavolta et al., 1997).

j) Nitrogênio foliar: Foram coletadas cinco plantas, na linha ao lado a área útil, na fase de desenvolvimento R6 (florescimento). As folhas foram destacadas, moídas em moinho tipo Wiley, e em seguida submetidas à digestão sulfúrica, conforme metodologia proposta por (Malavolta et al., 1997).

Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade para fontes e uso da lâmina de irrigação antes ou após a adubação nitrogenada. Quando constatada interação significativa entre as fontes de variação (fontes de

N e irrigação), procedeu-se o desdobramento, comparando as médias pelo teste de Tukey (p < 0,05), de acordo com pimentel Gomes e Garcia (2002), utilizando o programa SISVAR (Ferreira, 2008).

Resultados e Discussão

Não houve diferenças significativas para o manejo adotado com lâmina de irrigação na incorporação dos adubos nitrogenados (Tabela 1). Quanto às fontes nitrogenadas utilizadas, verificaram-se diferenças estatísticas para primeira contagem de germinação (pC), germinação (G), e índice de velocidade de germinação (IVG). Interação significativa entre manejo de irrigação e fontes foi observada para o envelhecimento acelerado (ENV).

A incorporação com lâmina de irrigação, as fontes nitrogenadas em cobertura, bem como, a interação entre ambos não influenciou nos valores de condutividade elétrica (CE), que mede a quantidade de solutos lixiviados pela semente (µS.cm-1.g-1) e avalia o potencial de integridade das membranas celulares (Tabela 1). Resultados semelhantes foram relatados por Bono et al. (2008), que não verificaram efeito de fonte nitrogenada sobre a CE de milho.

Assim como para a CE, a massa de mil (M1000) sementes de trigo não foi influenciada pelos tratamentos adotados. Yano et al. (2005) não encontraram diferenças para M1000 sementes de trigo, utilizando as fontes ureia, sulfato de amônia e nitrato de amônio. Os valores observados para M1000 sementes pode estar relacionado a uma menor disponibilidade de N durante a fase de floração e enchimento de grãos, corroborando as observações feitas por (Didonet et al., 2000; Sangoi et al. 2007).

Os valores para pC e G, expressos pela porcentagem de plântulas normais, foram influenciadas pela utilização de diferentes fontes nitrogenadas aplicadas em cobertura, com menor desempenho germinativo (92,3 e 94,5%, respectivamente) onde se utilizou a ureia. Os valores médios observados em áreas submetidas à aplicação de ureia foram menores do que os constatados para o tratamento testemunha (sem N), o qual apresentou 95,5% de germinação.

No entanto, em todas as fontes utilizadas observou-se porcentagem de G superior a 90%, caracterizando elevada qualidade das sementes de trigo obtidas, além de apresentarem valores superiores ao mínimo estabelecido para a comercialização de sementes de trigo no Estado de São paulo (80%) (Fanan et al., 2006).

Conforme os valores do pC e G, o IVG seguiu a mesma tendência, com menor média para o tratamento ureia (34,9), que por sua vez diferiu dos demais tratamentos, com exceção da testemunha (sem N) (Tabela 1).

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Tabela 1. Valores médios para primeira contagem – pC (%), germinação – G (%), índice de velocidade de germinação – IVG, envelhecimento acelerado – ENV (%), condutividade elétrica – CE (µS.cm-1.g-1), massa de 1000 sementes – M.1000 (g), obtidos na análise de sementes de trigo, adubados com diferentes fontes nitrogenadas, incorporados ou não com lamina de irrigação, Selvíria MS, 2012.

Tratamentos pC G IVG ENV CE M.1.000 (%) (%) (%) (µS.cm-1.g-1) (g)

Fontes Testemunha 95,5ab 95,5bc 35,8ab 94,0 22,6 40,1

Ureia 92,3b 94,5c 34,9b 96,75 22,6 41,6 Ureia revestida 96,8a 98,3a 36,5a 97,25 24,4 43,3

Sulfato de Amônio 96,0a 97,0ab 36,1a 95,8 23,8 39,1 Nitrato de Amônio 96,8a 98,0a 36,4a 94,3 24,7 40,0

Irrigação Antes 95,3 96,4 35,9 95,1 23,6 41,1 Depois 95,8 97,0 36,0 95,0 24,1 39,9

Teste F Fonte (F) 4,43** 6,14** 5,38** 5,73** 1,45 NS 0,84 NS

Irrigação (I) 0,57 NS 1,49NS 0,90 NS 0,02 NS 0,50 NS 0,65NS (F) x (I) 0,50 NS 1,78 NS 0,67NS 6,05** 0,35 NS 0,97 NS CV (%) 2,39 1,71 2,01 2,35 10,0 12,8 Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro do fator época, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

NS = não significativo; * = significativo a 5% de probabilidade; ** = significativo a 1% de probabilidade.

Os menores valores observados para a ureia podem estar associados a maiores perdas de N sob a forma de N2, decorrente do processo de uréase. Tal fato pode ser atestado pela comparação entre as fontes convencional e revestida, sendo que, a revestida exibiu melhor desempenho para pC, G e consequentemente IVG. Muito provavelmente está contribuiu para uma menor perda de N devido à ação dos polímeros que controlam a reação da uréase e a atuação bacteriana, fazendo com que este nutriente tenha sido disponibilizado de forma lenta e contínua, promovendo maiores ganhos de N em decorrência de uma melhor assimilação pelas plantas (Civardi et al., 2011).

Com relação ao vigor, avaliado por meio do desempenho das plântulas, constatou-se efeito para fontes e uso de lâmina de irrigação antes ou após a adubação nitrogenada sobre comprimento de raiz (CR), comprimento da parte aérea (CA) e massa verde de plântulas (MVp), além de interação significativa para massa seca de plântulas (MSP) (Tabela 2).

A aplicação de N em cobertura na cultura do trigo não influenciou no CR principal, CA e MVP. Diferenças foram verificadas entre ureia e os demais tratamentos para CR, ureia e sulfato de amônio para CA e entre testemunha e nitrato de amônio das demais fontes de N para MVp, sendo que, a ureia exibiu os menores valores médios, demonstrando menor efeito desta fonte sobre o desenvolvimento radicular, da parte aérea e massa verde de plântulas. Além do que, de maneira análoga a germinação, a testemunha exibiu melhor

desempenho quando comparada a área com ureia. Contudo, os resultados demonstram não haver correlação

entre os teores de N na semente e desenvolvimento da raiz e parte aérea das plântulas. Os resultados para teor de N obtidos nas áreas com fontes nitrogenadas foram superiores estatisticamente aos valores médios encontrados para a testemunha (Tabela 2). No entanto, para análise de vigor (CR e CA), esse comportamento não seguiu a mesma tendência, com resultados semelhantes entre os tratamentos, demonstrando que, maior teor de N na semente não significa necessariamente melhor desenvolvimento inicial de plântulas.

Apesar disso, o nitrogênio é um elemento com papel fundamental em grande parte dos processos fisiológicos das plantas, participando efetivamente na fotossíntese, respiração, desenvolvimento e atividade das raízes, além de promover melhor absorção iônica de outros nutrientes (Malavolta et al., 1997). Tal fato salienta a importância da utilização de adubos nitrogenados, pois, essa prática colabora com a obtenção de sementes com melhor teor de proteína, fator preponderante na industrialização dessa matéria prima.

Com relação à lâmina de irrigação, respostas mais satisfatória foram observadas com uso da irrigação após a adubação nitrogenada em cobertura. provavelmente a lâmina de irrigação facilitou a penetração de N no solo, contribui na assimilação deste nutriente pelas plantas e evitou perdas

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por volatilização. Estas informações se assemelham as observações relatadas por Lopes e Guilherme (2000), em que,

a melhor maneira de diminuir as perdas de N por volatilização é incorporando os fertilizantes amoniacais e amídicos ao solo.

Tabela 2. Valores médios para comprimento da raiz principal - CR (cm), comprimento da parte aérea - CA (cm), massa verde e seca de 10 plântulas - MVP e MSP (g) e teor de nitrogênio foliar e na semente – NF e NS (g kg-1), obtidos na análise de sementes de trigo, adubados com diferentes fontes nitrogenadas, incorporados ou não com lamina de irrigação, Selvíria MS, 2012.

Tratamentos CR CA MVp MSp NF NS

(cm) (cm) (g) (g) (g kg-1) Fontes

Testemunha 6,6 a 5,0 ab 0,86 a 0,08 37,2 c 22,7 b Ureia 3,6 b 4,3 b 0,51 c 0,07 44,6 b 26,9 a

Ureia revestida 5,3 a 4,6 ab 0,64 b 0,06 46,9 a 28,4 a Sulfato de Amônio 5,6 a 4,9 ab 0,63 b 0,05 45,7 ab 25,9 ab Nitrato de Amônio 5,9 a 5,7 a 0,62 b 0,06 45,2 ab 26,8 a

Irrigação Antes 5,3 b 4,7 b 0,66 b 0,06 44,0 25,9 Depois 5,9 a 5,2 a 0,70 a 0,07 44,7 27,0

Teste F Fonte (F) 11,2** 2,9* 33,3** 14,1** 54,7** 5,63**

Irrigação (I) 4,3* 5,1* 5,2* 9,4** 3,8 NS 2,45 NS (F) x (I) 2,4 NS 1,7 NS 1,7 NS 7,4** 0,49 NS 0,63 NS CV (%) 16,8 16,2 9,4 14,54 3,10 9,4 Médias seguidas de mesma letra na coluna, dentro do fator época, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

NS = não significativo; * = significativo a 5% de probabilidade; ** = significativo a 1% de probabilidade.

Os teores de N presentes nas folhas (NF) e nas sementes (NS) foram influenciados pelo uso de fontes nitrogenadas. Menores teores nas folhas e nas sementes foram constatados no tratamento testemunha (22,7 e 37,2 g.kg-1, respectivamente), o qual diferiu dos demais, com exceção para o valor encontrado nas sementes para sulfato de amônio (25,9 g.kg-1).

Independentemente da fonte adotada para a cultura do trigo, respostas positivas para o incremento de NF e NS foram verificados, destacando-se os valores alcançados pelo uso de ureia revestida (46,9 e 28,4 g.kg-1, respectivamente). Provavelmente, esses resultados podem ser consequência das vantagens de se utilizar o adubo revestido.

A interação entre fontes e lâmina de irrigação para ENV (Tabela 3) mostrou pelo desempenho das sementes de trigo que as mesmas mantiveram sua capacidade de germinar mesmo sob condições adversas de alta temperatura e umidade. Analisando o desdobramento da interação da lâmina de irrigação dentro de fontes nitrogenadas observou-se que, seu uso antes da adubação nitrogenada proporcionou efeito na porcentagem de germinação das sementes, com melhor resultado na área tratada com ureia revestida (99,5%), assemelhando-se a resultados encontrados por prando et al. (2012), o qual obteve melhores respostas após o teste de

envelhecimento acelerado em sementes obtidas de áreas adubadas com ureia revestida.

Resultados diferentes ocorreram quando se utilizou da água para incorporação das fontes de N, com germinação maior para o tratamento ureia (99,0%), diferindo da testemunha, sulfato de amônio e ureia + sulfato de amônio (94%, 93,5% e 94%, respectivamente).

O efeito das fontes sobre o envelhecimento acelerado em decorrência do uso de irrigação mostra que, a utilização da lâmina de água anterior à aplicação dos adubos nitrogenados proporcionou maiores índices de germinação para ureia revestida e ureia+sulfado de amônio comparado à utilização da irrigação após a adubação (Tabela 3). No entanto, para as áreas adubadas com ureia e nitrato de amônio em cobertura, melhores resultados para porcentagem de plântulas normais foram verificados quando se adotou a prática da irrigação como forma de incorporação desses adubos.

Mesmo não havendo diferenças para o desenvolvimento inicial de plântulas, as sementes produzidas em áreas submetidas à aplicação nitrogenada exibiu maior vigor. Umas das prováveis explicações para o resultado pode estar no fato de que, com teores mais elevadores de N nos tecidos, como verificado pela análise de NF (Tabela 2), houve uma maior

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redistribuição do N da fonte (folhas) para o dreno (sementes). O desdobramento da combinação do uso de lâmina de água

com fontes nitrogenadas mostra que, não houve contribuição do nitrogênio sobre a massa seca das plântulas (MSP) de trigo (Tabela 3). A utilização da irrigação anterior à aplicação de N

apresentou melhores resultados para o tratamento testemunha (0,08 g), diferença estatística superior aos encontrados nos demais tratamentos. Do mesmo modo, o uso da irrigação após a aplicação das fontes de N também não proporcionou efeito sobre a MSp, com a testemunha e a ureia exibindo os maiores valores.

Tabela 3. Desdobramento da interação entre diferentes fontes nitrogenadas e incorporação ou não com lâmina de irrigação, no envelhecimento acelerado e massa seca de 10 plântulas, obtidas de sementes de trigo. Selvíria - MS, 2012.

Fontes Nitrogenadas Uso da lâmina de irrigação Uso da lâmina de irrigação

Antes Depois Antes Depois Envelhecimento acelerado (%) Massa seca de 10 plântulas (g)

Testemunha 94,0 bcA 94,0 bA 0,08 aA 0,08 aA Ureia 94,5 bcB 99,0 aA 0,05 bB 0,08 aA Ureia revestida 99,5 aA 95,0 abB 0,06 bA 0,07 abA Ureia + Sulfato de Amônio 97,5 abA 94,0 bB 0,05 bA 0,05 bcA Sulfato de amônio 95,0 abA 93,5 bA 0,05 bB 0,07 abA Nitrato de Amônio 90,0 cB 94,5 abA 0,06 bA 0,04 cB

Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não difere entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Entretanto, a utilização da irrigação na incorporação dos adubos promoveu melhor desempenho das fontes ureia e sulfato de amônio (Tabela 3), muito provavelmente em função das menores perdas por volatilização que são maiores com o uso da ureia, além de maior disponibilidade e assimilação do N proveniente dessas fontes nitrogenadas.

O fato de não haver efeito das fontes nitrogenadas associadas ao manejo da irrigação no incremento da MSp de trigo deve-se, em parte, ao manejo sob sistema de plantio direto e, também, pela rotação de cultura com uma leguminosa, que possivelmente tenha deixado no solo e na palhada nutrientes, especialmente o nitrogênio, para a cultura do trigo. Com isso, mesmo na testemunha com aplicação de N na semeadura e sem a adubação de cobertura, foi possível produzir sementes com boa qualidade fisiológica.

Conclusão

As fontes nitrogenadas aplicadas em cobertura não alteram a qualidade fisiológica das sementes de trigo, que apresentaram alto nível de germinação e vigor.

A incorporação do nitrogênio por meio do uso de lâmina de irrigação não proporcionou aumento no vigor das sementes de trigo.

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Crescimento e rendimento de sementes de soja na safrinha em diferentes épocas de semeadura1

¹Submetido em 10/02/2015. Aceito para publicação em 06/09/2016.2Dr., Pós Doutorando em Ciência e Tecnologia de Sementes, Bolsista PNPD Capes-Embrapa. FAEM/UFpel. 3Mestrandos em PPG Ciência e Tecnologia de Sementes, Bolsistas CAPES.

4professor, Dr., Departamento de Fitotecnia. ppGC&T de Sementes. FAEM/UFpel.*Autor para correspondência < [email protected]>

Tiago pedó2*, Geison Rodrigo Aisenberg3, Vânia Marques Gehling3, Tiago Zanatta Aumonde4, Francisco Amaral Villela4

RESUMO - O desempenho produtivo das plantas é decorrente de vários fatores ambientais e do melhor uso das práticas culturais. Desse modo, o trabalho objetivou avaliar a influência de diferentes épocas de semeadura sobre a produtividade de sementes de soja produzidas no período “safrinha”. A semeadura foi realizada no início (1ª época) e final (2ª época) de janeiro, correspondente ao período de “safrinha” em dois anos agrícolas 2013 e 2014. Foram utilizadas sementes da cultivar FUNDACEp-64 RR, sendo avaliados atributos de crescimento e do rendimento. A semeadura na segunda época reduz a altura das plantas, o número de vagens e de sementes, nas duas safrinhas. O atraso na semeadura para final de janeiro reduz a produção de sementes por planta, em ambas as safrinhas. O atraso na época de semeadura até final de janeiro, durante a safrinha, afeta negativamente alguns atributos de crescimento e a produção de sementes das plantas de soja.

Termos para indexação: Glycine max, períodos, massa

Introdução

A produtividade média nacional da soja (Glycine max L. Merrill), na safra 2015/16 foi de 2.876 Kg ha-1, com crescimento de 3,5 % na área cultivada. Nesta mesma safra, o Estado do Rio Grande do Sul atingiu produtividade média de 2.970 Kg ha-1 (Conab, 2016).

A cultura da soja na região Sul do Brasil é semeada nos meses de outubro e novembro, devido à interferência do fotoperíodo e das condições agroclimáticas favoráveis ao crescimento e ao desenvolvimento das plantas (Silva et al., 2007; Meotti et al., 2012). para a produção de sementes, a semeadura nesta época pode resultar em baixo rendimento de sementes pela sua permanência por maior período de tempo no campo, estando sujeita a flutuações de temperatura e de umidade relativa do ar (Braccini et al., 2004).

A semeadura de genótipos em certas épocas ocasiona alterações no ciclo das cultivares em virtude das mudanças no fotoperíodo, que afeta principalmente a produtividade da soja (Silva et al., 2007). O fotoperíodo e a temperatura exercem influência sobre o número de primórdios reprodutivos e a taxa de crescimento das plantas, ocasionando reflexos sobre a estatura das plantas, ciclo, assim como, no potencial produtivo da cultura (Braccini et al., 2004). Em condições tropicais,

muitas vezes o excesso de radiação e temperaturas elevadas são os principais fatores limitantes do crescimento e produtividade das culturas (Silva et al., 2010; pacheco et al., 2011), devido ao estresse térmico que afeta negativamente a fotossíntese líquida, os teores de clorofila e a condutância estomática (Echer, 2014). Desse modo, o estudo da variabilidade produtiva e da resposta das plantas aos diferentes fotoperíodos e temperaturas é fator determinante para a avaliação do desempenho das plantas (Meotti et al., 2012).

Nos últimos anos condições ambientais desfavoráveis como déficit hídrico, assim como, temperaturas elevadas, durante a semeadura de primavera da soja, no Estado do Rio Grande do Sul, têm levado à produção de sementes na época da “safrinha”, visando também à maximização de uso dos recursos disponíveis, possibilitando o aumento das receitas obtidas por área. Conjuntamente, vale ressaltar que em diferentes áreas do Rio Grande do Sul, o cultivo de safrinha pode apresentar produtividades mais elevadas comparativamente ao da safra (Conab, 2012). Acredita-se que, se houver condições ambientais mais favoráveis no período da safrinha, as plantas de soja poderão apresentar maior crescimento e consequentemente resultar em maior rendimento.

perante o exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência de diferentes épocas de semeadura sobre

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a altura das plantas e a produtividade de sementes de soja produzidas em dois anos consecutivos e em duas épocas no período “safrinha”.

Material e Métodos

O experimento foi realizado no campo experimental da Universidade Federal de pelotas, Município do Capão do Leão, Estado do Rio Grande do Sul, situada à latitude 31o 52’ S, longitude 52o 21’ W e altitude de 13 m. O clima da região caracteriza-se por ser temperado com chuvas bem distribuídas e verão quente, sendo do tipo Cfa pela classificação de Köppen.

A semeadura foi realizada em dois anos e duas épocas no período da safrinha, sendo a primeira no início de janeiro (03/01) e a segunda (28/01) ao final do referido mês, no ano agrícola de 2013 e 2014. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado. Foram empregadas sementes de soja cultivar FUNDACEp-64 RR, a qual

apresenta hábito de crescimento determinado, ciclo médio, e pertence ao grupo de maturação 6,9. A semeadura foi efetuada em vasos de polietileno com capacidade volumétrica de 10 L, contendo como substrato solo do horizonte A1 proveniente de Planossolo Háplico Eutrófico Solódico, previamente corrigido de acordo com análise de solo e baseado no Manual de Adubação (CQFS RS/SC, 2004).

A correção da fertilidade do solo foi efetuada de acordo com análise prévia do mesmo, com base no Manual de Adubação e Calagem para os Estados do RS e SC (CQFS, 2004). A irrigação das plantas foi efetuada manualmente, buscando atender a necessidade hídrica da cultura. O manejo fitossanitário da cultura foi realizado de acordo com as indicações técnicas para a cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul (Oliveira & Rosa, 2014). Os dados de temperatura, umidade relativa, radiação solar e da precipitação pluviométrica foram obtidos a partir do boletim da Estação Agroclimatológica de pelotas, localizada a cem metros do local de cultivo (Tabela 1).

Tabela 1. Temperatura (T), umidade relativa (UR), radiação solar (RS) e precipitação pluviométrica (pR) incidentes em Capão do Leão - RS. Fonte: Boletim Agroclimatológico (2013/14).

Meses T (ºC) UR (%) RS (cal cm-2 dia-1) pR (mm mês-1)

Ano 2013 Máxima Mínima Máxima Mínima Máxima Mínima Total

janeiro 31,8 10,8 93,3 65,0 665,0 197,0 69,2 Fevereiro 33,3 11,8 94,8 59,5 629,0 171,0 177,3

Março 32,2 9,6 93,3 72,8 530,0 145,0 27,2 Abril 29,2 7,3 94,0 60,0 433,0 30,8 147,4 Maio 26,2 2,5 96,3 68,0 347,0 98,0 84,1 junho 24,6 3,8 99,5 61,8 279,0 78,0 75,8

Ano 2014 janeiro 37,1 14,6 93,3 60,3 687,0 190,0 179,6

Fevereiro 38,0 15,3 95,8 66,3 649,0 168,0 225,4 Março 31,4 8,7 97,5 76,3 522,0 19,5 148,1 Abril 32,2 8,5 97,0 71,0 428,0 103,0 99,8 Maio 25,6 2,7 97,3 78,8 367,0 82,0 62,3 junho 24,6 0,8 98,5 78,5 298,0 78,0 144,7

A colheita das sementes foi efetuada com o teor de água de 16% e assim como a trilha, efetuada manualmente. O teor de água das sementes, após o beneficiamento, foi aferido por meio do método de estufa a 105 °C por 24 horas, atingindo 6,5 e 11,8% de teor de água em sementes na safrinha de 2013 e 2014, respectivamente.

para a avaliação dos atributos de crescimento e dos caracteres de rendimento foram determinados a altura das plantas (A), que foi determinada com auxílio de fita métrica a partir do nível do solo até a extremidade superior da mais longa haste, sendo os resultados expressos em centímetros.

Além deste, foi avaliado o número de vagens (NVg) e de sementes por planta (NSm), obtidos por contagem direta. A produtividade de sementes (p) determinada pela massa de sementes, expressa em quilogramas por hectare

e, o número de sementes por vagem (NSm/Vg), que foi determinado pela divisão do número total de sementes pelo número total de vagens.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, quando significativos pelo teste F, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (p < 0,05).

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Resultados e Discussão

A partir dos resultados obtidos foi possível observar que houve resultados similares para todas as variáveis analisadas, quando plantas de soja foram cultivadas nas duas safrinhas e épocas de semeadura (Tabela 2).

são fatores importantes para o desempenho produtivo da cultura (Subedi et al., 2007), podendo refletir negativamente no número de vagens e de sementes.

A produção de sementes por planta, nas duas safrinhas, foi reduzida ao atrasar a época de semeadura (Tabela 2). Ao analisar a produção de sementes por planta, na segunda época de semeadura e nas duas safrinhas, verificou-se que a semeadura realizada no ano de 2014 produziu 1,6 gramas de sementes por planta a menos que plantas da semeadura realizada no ano de 2014, o que corresponde a redução de 14 %. A redução da produção de sementes pode ser atribuída ao decréscimo na altura das plantas, devido ao menor número de nós reprodutivos. Também, a diminuição da radiação solar ao longo do tempo (Tabela 1).

A produtividade de sementes de soja entre safrinhas é devida principalmente às condições ambientais (Tabela 1), demonstrando que a semeadura na primeira época, em ambos os anos, foi superior à segunda época (Tabela 2). Isto porque, a temperatura de desenvolvimento influencia o crescimento, a floração e o enchimento de sementes, por ocasionar alterações nas taxas fotossintéticas, na absorção de água e de nutrientes (Ferreira et al., 2007), afetando o crescimento e o rendimento de plantas de soja (Cruz et al., 2010).

O atraso da época de semeadura pode ocasionar redução de até 50% na produtividade de sementes (Braccini et al., 2004; Stülp et al., 2009), visto que semeadura na época mais adequada é importante para o melhor desempenho vegetal e a composição química do grão produzido (Alcantara et al., 2011). Além disso, cabe salientar que a antecipação da semeadura, pode constituir alternativa na rotação de culturas, proporcionando uma segunda safra no mesmo ano agrícola (Silva et al., 2007), que é importante para manutenção do mercado de sementes, quando a semeadura em outubro e novembro sofre com condições ambientais desfavoráveis.

Conclusões

A semeadura em épocas distintas da “safrinha” afeta de forma diferenciada a produção de sementes de soja.

A semeadura no final de fevereiro reduz a altura de plantas e a produção de sementes de soja.

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Tabela 2. Altura de planta (A), número de vagens por planta (NVg), sementes por planta (NSm), sementes por vagem (NSm/Vg) e produtividade de sementes (p) em plantas de soja semeadas em dois anos e duas épocas no período da safrinha.

Épocas A (cm) NVg NSm NSm/Vg p (Kg ha-1)

Safrinha 2013 1ª 46,0 a1 73,2 a 161,2 a 2,2 a 4700 a 2ª 37,3 b 68,1 a 95,8 b 1,4 b 2722 b

CV(%) 5,29 8,91 6,21 9,37 6,63 Safrinha 2014

1ª 56,6 a 70,3 a 164,9 a 2,3 a 4988 a 2ª 34,6 b 44,0 b 95,1 b 2,2 b 2337 b

CV(%) 5,62 5,87 4,66 5,69 8,49 1Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey

(p < 0,05).

A altura das plantas (A) foi reduzida pelo atraso da época de semeadura (Tabela 2). Em plantas cultivadas nas duas safrinhas, a maior altura de planta foi observada quando a semeadura foi realizada na primeira época (Tabela 2). A redução de altura das plantas da primeira para a segunda época de semeadura foi de 19,0% na safrinha 2013, e de 39% na safrinha no ano de 2014.

O número de vagens por planta foi reduzido em 37,0% na safrinha 2014, em virtude do atraso na época de semeadura, enquanto que na safrinha de 2013 não foram observadas diferenças entre plantas das duas épocas de semeadura (Tabela 2). A redução na produção de vagens pode ser atribuída à diminuição da radiação solar (Tabela 1), a alteração das condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento das plantas, ao fotoperíodo e a temperatura, que influenciam o número e a taxa de desenvolvimento dos primórdios reprodutivos (jiang et al., 2011). A temperatura, umidade relativa do ar e radiação solar influenciam o crescimento vegetal e podem afetar negativamente a produção das plantas (Larcher, 2000).

O número de sementes por planta e de sementes por vagem diminuiu em plantas cuja semeadura foi retardada, em ambas as safrinhas (Tabela 2). A safrinha de 2014 resultou em plantas que produziram mais sementes por vagem na segunda época de semeadura, comparativamente a mesma época na safrinha de 2013. A época de semeadura e as condições ambientais

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Qualidade de sementes de soja utilizadas no estado de Mato Grosso1

1Submetido em 04/02/2015. Aceito para publicação em 01/03/2015.2programa de pós Graduação Fitotecnia/produção e Tecnologia de Sementes, Caixa postal 3037, 37200-000 – Lavras, MG, Brasil.

3Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento- MApA, Alameda Aníbal Molina S/N, 78115-901 - Várzea Grande, MT, Brasil.*Autor para correspondência <[email protected]>

Magda da Fonseca Chagas2, Renato Mendes Guimarães2, Wanderlei Dias Guerra3

RESUMO - Objetivou-se neste trabalho avaliar a qualidade fisiológica e sanitária de sementes de soja utilizadas por produtores no estado de Mato Grosso na safra 2013/2014. As sementes foram cedidas pela Associação de produtores de Soja e Milho de Mato Grosso – ApROSOjA/MT coletadas durante o V circuito Tecnológico promovido pela instituição. Foram avaliados cultivares provenientes de diversas regiões e empresas, que constituíram 766 amostras de sementes de soja utilizadas por agricultores. Foram realizados testes de Germinação (%) e primeira contagem (%). para a avaliação da qualidade sanitária, foram utilizados testes de Sanidade (Blotter – Test) e específico NEON para detecção de Sclerotinia sclerotiorum. As análises foram realizadas no Laboratório de Análise de Sementes e Laboratório de patologia de Sementes, localizados na UFLA. A apresentação dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e programa SpSS Versão 20.0. Os resultados foram discutidos em relação as diferenças observadas por região do estado. Os principais patógenos associados às sementes foram Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium semitectum. No sudeste foi observada maior incidência de patógenos. As sementes utilizadas no Estado do Mato grosso, em média tem percentual de germinação de 80%. Não foi encontrado Sclerotinia sclerotiorum nas amostras.

Termos para indexação: Glycine max, Vigor, patologia de Sementes.

Introdução

A soja (Glycine max (L.) Merrill) Constitui uma espécie de grande interesse socioeconômico, em função dos teores elevados de proteína, minerais e carboidratos, da produtividade de grãos e da possibilidade de adaptação a ambientes diversos. Assim como na produção de grãos, a qualidade da semente de soja pode ser influenciada por diversos fatores, como os ambientais que podem ocorrer no campo antes, durante a colheita e ao longo de todas as demais etapas da produção, além dos característicos ao próprio cultivar. Qualidade física, genética, sanitária e fisiológica são os atributos básicos na formação das sementes e a somatória destes é o que determina o seu potencial de desempenho e, consequentemente, o valor para a semeadura e a qualidade da lavoura a ser implantada. para se obter sementes de qualidade, a produção deve ser realizada com controle rigoroso sobre todos os fatores que a possam reduzir. Este controle se estende até a comercialização, de forma a garantir a qualidade do lote produzido.

A maioria dos patógenos é transmitida por intermédio das sementes e, portanto, o uso de sementes sadias ou o tratamento é essencial para a prevenção ou a redução das perdas (Embrapa, 2004), especialmente em fronteiras agrícolas. Os

danos decorrentes da associação de patógenos com sementes não se limitam apenas às perdas diretas de população de plantas no campo, mas abrangem também uma série de outras implicações que, de forma mais acentuada, podem levar a danos irreparáveis ao campo de produção, como má formação de plantas, danos nos grãos e até mesmo redução da produtividade. Diante desta problemática e da necessidade de se conhecer a situação fitossanitária e fisiológica das sementes de soja utilizadas em Mato Grosso, com vistas a contribuir para o desenvolvimento da cultura dessa espécie no Estado, neste trabalho teve-se por objetivo avaliar a qualidade sanitária e fisiológica da semente de soja utilizada no maior estado produtor do Brasil.

Material e Métodos

As sementes foram coletadas em todas as mesorregiões do estado durante expedições do V Circuito Tecnológico da Associação de produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso – ApROSOjA/MT, no período de 07 a 18 de outubro de 2013, de diferentes cultivares, provenientes de diversas empresas produtoras de sementes. Foram coletadas amostras das sementes disponíveis no armazém do agricultor

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ou diretamente em semeadoras durante o plantio. Essas sementes foram utilizadas na safra 13/14 por produtores associados à APROSOJA e cedidas pela entidade para a realização deste trabalho.

As análises foram realizadas no Laboratório Central de Análise de Sementes e Laboratório de patologia de Sementes, da Universidade Federal de Lavras–MG.

Para as análises fisiológicas e sanitárias foram utilizadas metodologias padrão de Teste de Germinação e primeira contagem de Germinação; para sanidade: Blotter-Test (Identificação de patógenos associados às sementes) e Incubação meio ágar-Bromofenol - NEON (Específico para detecção de Sclerotinia sclerotiorum), descritas pelas Regras de Análises de Sementes (Brasil, 2009).

Os resultados estão apresentados pela distribuição da frequência em que ocorreram por região e estratificados em níveis de ocorrência.

Resultados e Discussão

Foram coletadas 766 amostras em 398 propriedades do estado de Mato Grosso, das categorias: Sementes básicas (1,8%), Certificadas 1ª geração – C1 (5,13%), Certificadas 2ª geração – C2 (1,89%), Sem certificação 1ª geração – S1 (36,05%) e sem Certificação 2ª geração – S2 (55,13%), caracterizando o panorama sobre as categorias de sementes soja comercializadas no estado com 91,18% de sementes não certificadas e 8,82% de sementes certificadas. Do total de amostras coletadas, 258 eram tratadas com produtos químicos e 97 destas já estavam com grafite, produto utilizado com objetivo de facilitar o plantio em maquinário com sistema a vácuo (Tabela 1). Sementes tratadas têm sido cada vez mais utilizadas por agricultores, vez que as próprias sementeiras já oferecem este serviço, ou mesmo nas propriedades. É provável que a maioria dos lotes que foram aqui considerados não tratados, tenham recebido tratamento nas propriedades após coletados pelas equipes do circuito tecnológico, já que a maioria destas ainda se encontravam em sacarias nos armazéns das fazendas.

Sanidade

Nas sementes de soja utilizadas no estado de Mato Grosso foi observada a presença de 13 gêneros de fungos associados às sementes, sendo eles Aspergillus spp, Fusarium semitectum, Cladosporium spp., Alternaria alternata, Penicillium spp., Colletotrichum truncatum, Cercospora kikuchii, Phoma spp., Phomopsis sojae, Curvularia spp., Periconia spp., Chetomio spp., Nigróspora spp. e Leveduras/bactérias. Considerando os agentes fitopatogênicos, os gêneros fúngicos mais observados

foram Aspergillus, Fusarium e penicillium. As médias encontradas podem ser considerados altas em relação ao encontrado por Henning e Yuyama (1999) em levantamento de qualidade de sementes de soja produzidas em diversas regiões do país e, por Goulart et al. (1995), em sementes provenientes de diversas regiões do Mato Grosso do Sul.

Nas sementes coletadas na região Centro Sul foram encontrados os patógenos Aspergillus spp, Fusarium semitectum, Cladosporium spp., Alternaria alternata, Penicillium spp., Colletotrichum truncatum, Cercospora kikuchii, Phoma spp., Phomopsis spp., Curvularia spp., Periconia spp., Chetomio spp., Nigróspora spp. e Leveduras e bactérias. Os fitopatógenos de maior importância foram Aspergillus spp., Fusarium semitectum e Penicillium spp., com incidência média de 5,63%, 2,81% e 3,11%, respectivamente (Tabela 2).

Área plantada1 No Amostras Tratadas (%)Centro-Sul 617.512 67 26,9Sudeste 1.746.499 129 47,3Nordeste 1.200.574 145 36,6Norte 146.821 2 -Médio-Norte 3.001.212 233 29,2Noroeste 535.051 25 16Oeste 1.074.855 121 32,2Sem Identificação - 44 31,8Mato Grosso 8.322.524 766 33,7

Tabela 1. Área plantada, número de amostras e porcentagem de utilização de tratamento químico das amostras de sementes utilizadas no estado de Mato Grosso na safra 2013/2014.

1Fonte: IMEA/2014.

Tabela 2. Incidência média de patógenos (%) encontrados em amostras de sementes de soja utilizadas nas diferentes regiões do estado de Mato Grosso na safra 2013/2014.

Gêneros de Patógenos Centro-Sul Sudeste Nordeste Norte Médio-Norte Noroeste Oeste ASpERGILLUS 5,63 5,61 5,13 1 4,38 1,98 4,37 pENICILLIUM 3,11 1,42 0,62 0,25 0,8 0,63 0,79 FUSARIUM 2,81 2,02 1,09 1 1,35 0,83 1,77 COLLETOTRICHUM 0,66 0,79 0,09 - 0,43 0,1 0,26 CERCOSpORA 0,33 0,25 0,13 0,5 0,23 0,02 0,24 pHOMA 0,09 0,14 0,06 - 0,15 - 0,07 pHOMOpSIS 0,36 0,49 0,1 - 0,29 0,1 0,25 CLADOSpORIUM 0,58 0,73 0,36 4,5 0,68 0,29 0,61 ALTERNARIA 0,07 0,13 0,05 0,25 0,12 0,04 0,1 LEVEDURA/BACTERIA 0,33 0,55 0,24 1,25 0,28 0,31 0,37

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Na região Sudeste, comparados com o encontrado nas amostras de todo o estado, foram observados níveis elevados dos patrgenos Colletotrichum truncatum (0,79%) e Phomopsis spp. (0,49%). Os fitopatógenos mais encontrados na região Nordeste foram Aspergillus spp., Fusarium semitectum e Penicillium spp. com incidência média de 5,13%, 1,09% e 0,62% respectivamente. Nas sementes coletadas na região Norte não foi encontrado o fungo Colletotrichum truncatum, patógeno responsável pela antracnose na cultura da soja. para Aspergillus spp., Penicillium spp. Fusarium semitectum e Alternaria alternata, os níveis de incidência foram os menores em relação a todas as outras regiões analisadas (Tabela 2).

No Médio Norte foram encontrados níveis baixos, em relação a outras regiões, de patógenos relacionados à sementes de soja, a exceção de Aspergillus spp., com incidência de 4,38%. Phoma spp., com 0,15%. já na região Noroeste, foram encontrados nove gêneros de patógenos associados às sementes, destacando-se os níveis de incidência média de Aspergillus spp., Fusarium semitectum e Penicillium spp., com 1,98%, 0,83% e 0,63%, respectivamente. Não foi encontrado o gênero Phoma. Na região Oeste foram encontrados os patógenos Aspergillus spp. (4,37%), Penicillium spp. (0,79%), Fusarium semitectum (1,77%), Colletotrichum truncatum (0,26%), Cercospora kikuchii (0,24%), Cladosporium spp. (0,61%) e Leveduras e bactérias (0,37%) (Tabela 2).

De maneira geral, Aspergillus spp, Fusarium semitectum e Penicillium spp. foram os fungos de armazenamento associados às sementes mais encontrados. Os valores são semelhantes àqueles detectados por Henning e Yuyama, 1999; pereira et al., 1994; Costa et al., 2003; Minuzzi, 2010 e Danelli, 2011). Segundo Goulart (1997), sementes colhidas com teores elevados de umidade, um retardamento do início da secagem por alguns dias é suficiente para reduzir sua qualidade devido à ação Aspergillus spp. e quando em alta incidência, pode reduzir o poder germinativo. Goulart (2005) relata que Fusarium semitectum, Cercospora kikuchii, Colletotrichum truncatum, Phomopsis spp. e Aspergillus spp. são patógenos causadores de doenças de importância econômica na cultura da soja e que Alternaria alternata e Penicillium spp. são considerados de importância secundária, porém observados com bastante frequência em análises de sementes. De acordo com Goulart (1997, 2005), Colletotrichum truncatum, fungo causador da antracnose, pode causar deterioração da semente, morte de plântulas e infecção sistêmica em plantas adultas. Além do método propagativo em sementes, o patógeno uma vez introduzido por sementes infectadas, sobrevive na entressafra em restos de cultura. Goulart diz ainda que, de maneira geral, a incidência desse patógeno nas sementes é

baixa e que dificilmente obtém-se um lote de sementes com níveis elevados de C. truncatum, o que está de acordo com os resultados encontrados nesse trabalho, com incidência média de 0,41% no estado, destacando-se a região Sudeste com 0,93%, e com os encontrados por Goulart et al. (1995), Henning e Yuyama (1999) e (Costa et al., 2003). já para o patógeno Cercospora kikuchii, causador da mancha púrpura, foram observados níveis de incidência em média de 0,22%, abaixo do encontrado por Goulart (1995) e Henning e Yuyama (1999), com médias de 4,4% e 3,3%, respectivamente.

O teste do meio agarizado (específico NEON) para identificação de Sclerotinia sclerotiorum, agente causador da doença do mofo branco da soja, não detectou amostras com presença do fungo. Os resultados assemelham-se aos encontrados por Henneberg et al. (2011) em levantamento de incidência de Sclerotinia sclerotiorum em 50 cultivares de soja produzidas em diversas áreas do estado do paraná. Teles et al. (2013) não encontraram correlação entre a quantidade de escleródios na amostra e a incidência de S. sclerotiorum na forma micelial. Já Henneberg et al. (2012) afirmam que a detecção da transmissibilidade da doença por meio da semente é muito complexa, uma vez que depende de diversos fatores, como grau de contaminação do patógeno, amostragem e armazenamento. A semente infectada artificialmente em laboratório por S. sclerotiorum é facilmente detectada pelos testes de sanidade de sementes, porém em infecções naturais, a detecção depende do grau de contaminação do patógeno e a expressão da doença externa na semente pode variar.

Vigor e Germinação

As 766 amostras foram analisadas pelos testes de Tetrazólio, Germinação e primeira Contagem de Germinação. Foram encontrados valores médios de 71,8% de germinação; 60,4% de vigor pelo teste de primeira contagem de germinação; 73% de vigor e 92% de viabilidade pelo teste de Tetrazólio.

Das amostras coletadas na região Centro Sul do estado, observou-se média de germinação de 72,06% e menor valor de vigor máximo pelo teste de germinação, com 90,5%, em relação às outras regiões analisadas. Na região Nordeste, identificou-se nível de germinação de 70,63%. No Norte identificou-se germinação superior as outras regiões amostradas, com média de 88,5%. Na região Médio Norte identificou-se níveis de germinação de 73,28% e valores de vigor na primeira contagem superior em relação as outras regiões analisadas, com 69%. No Noroeste, observou-se o menor nível de germinação (62,18%) em relação as outras regiões analisadas. Na região Oeste, a germinação média foi de 70,05% (Tabela 3).

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Tabela 3. Germinação, vigor, em porcentagem, e desvio padrão de amostras de sementes de soja utilizadas no estado de Mato Grosso na safra 2013/2014.

semitectum. A incidência dos patógenos é variável em função da região onde as amostras foram coletadas. A maior incidência de patógenos foi observada nas amostras de sementes utilizadas na região sudeste. As sementes utilizadas no Estado do Mato grosso, em média tem percentual de germinação de 80%.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao Fundo Mato-Grossense de apoio à cultura da semente (FASE-MT) pelo apoio financeiro.

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GERMINAÇÃO (%) VIGOR G.

Médias Máximas Médias Máximas

Centro Sul 72,06 99 58,17 90,5 Sudeste 72,16 99 60,32 97 Nordeste 70,63 97,5 60,47 94,5 Norte 88,5 94,5 69 91,5 Médio Norte 73,28 100 62,01 100 Noroeste 62,18 98 53,36 97 Oeste 70,05 97 58,13 94,5

De maneira geral observa-se níveis baixos de germinação de sementes utilizadas no estado de Mato Grosso em relação ao estabelecido pela Instrução normativa n° 45, de 80%, com médias de 71,85%. Tais resultados assemelham-se aos encontrados por Costa et al (2003) em amostras de soja coletadas em 4 estados do país. Tais níveis baixos podem ser explicados pelo longo período de armazenamento, provavelmente realizado de maneira incorreta pelo agricultor, em ambientes diferentes daqueles considerados ideais.

De acordo com a Embrapa (2004), para conservação do potencial fisiológico (vigor e germinação), os produtores de soja devem armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira, e dentro do armazém a temperatura não deve ultrapassar 25ºC e a umidade relativa não deve ultrapassar 70%. De maneira complementar, França Neto et al. (2007) afirmam que regiões com altitude mais elevada, com temperatura e umidade relativa do ar mais baixas, contém a melhor condição para armazenar semente de soja. De maneira geral, conforme Scheeren et al. (2010) relatam, lotes de maior vigor proporcionam lavouras com produtividade superior em relação a lotes de menor qualidade. Além dos fatores intrínsecos, diversos outros interferem para que ocorra queda do potencial germinativo, devendo-se então proporcionar ambientes e tratamentos que auxiliem na manutenção do potencial fisiológico das sementes.

Considerações Finais

Muitos são os fatores que podem interferir na qualidade física e fisiológica de lotes de sementes de soja. Cabe ao produtor de sementes e ao agricultor manejar lavouras e armazenamento de maneira que tais fatores sejam minimizados e que a queda da qualidade seja atenuada.

Os principais patógenos associados à sementes de soja foram Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium

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