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Parte 1 Vol. 1 Setembro 2010 - Valor R$ 2,00 / Solidário R$ 5,00 As massas levantaram-se e lutaram contra o ataque dos capitalistas e seus governos, o saque do imperialismo e suas massacres contra revolucionárias Grécia Quirguistão Por um congresso nacional de delegados de base! Que comece a revolução Tailândia Com uma ação independente de massas, desarmando á polícia e derrotando ao governo Bakiev Começou a revolução proletária Com revoltas pelo pão, o trabalho e a terra As heróicas massas da Indochina voltam a lutar contra o imperialismo RESOLUÇÕES DO SEGUNDO CONGRESSO DA FLTI Internacional O Organizador Operário Internacional Porta-voz da Fração Leninista Trotskista Internacional - Nova Época

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Parte 1Vol. 1

Setembro 2010 - Valor R$ 2,00 / Solidário R$ 5,00

As massas levantaram-se e lutaram contra o ataque doscapitalistas e seus governos, o saque do imperialismo e

suas massacres contra revolucionárias

Grécia

Quirguistão

Por um congresso nacional dedelegados de base!

Que comece arevolução

Tailândia

Com uma ação independente demassas, desarmando á polícia ederrotando ao governo Bakiev

Começou arevolução proletária

Com revoltas pelo pão, o trabalho e a terra

As heróicas massas daIndochina voltam a lutar

contra o imperialismo

RESOLUÇÕES DO SEGUNDO CONGRESSO DA FLTI

InternacionalO Organizador OperárioInternacionalPorta-voz da Fração Leninista Trotskista Internacional - Nova Época

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A bancarrota grega: a ponta do iceberg da crise e oestalido europeu. Rompe-se o equilíbrio entre o marcoalemão e o dólar, que de forma parasitaria sustentou aoeuro e à utopia reacionária de uma Europa imperialistaunida

Como fosse o estalido da bolsa do Shanghai de 2007, o estalidoda borbulha imobiliária dos EUA de 2008, e como fosse a bancarrotade toda a banca imperialista do Wall Street; sob os golpes da criseeconômica mundial imperialista que se desenvolvevertiginosamente, hoje estoura a bomba grega. Bomba e bancarrotaque ameaça com arrastar a toda a Europa imperialista à criseeconômica mais grave desde o pós-guerra.

Como do chapéu de um mago, saiu um novo coelho do marasmodeste sistema imperialista putrefato. Para ocultar o parasitismo docapital financeiro internacional, todos tentam silenciar quem se

Em Grécia: ante o crash daeconomia, livra-se uma batalhadecisiva da guerra de classesentre o imperialismo e a classeoperária européia e mundial.São eles ou nós! Que a crise apaguem os capitalistas!

Unindo as forças dos comitês de fábricas, as organizações de luta e os comitês de autodefesa,

Garantamos a Greve Geral do 5 de maiopara derrubar a Papandreu

QUE COMECE A REVOLUÇÃO!Desde a Rede Sindical, o sindicato de trabalhadores imigrantes e os comitês defábrica, convoquemos a um Congresso Nacional de Delegados de base de todo

o movimento operário e os explorados

Por um governo operário e camponês para impor um Plano Operário de Emergência paragarantir o pão, o trabalho, a saúde e a educação com a expropriação dos expropriadores

RESOLUÇÃO DO SEGUNDO CONGRESSO DA FLTI SOBRE OS SUCESSOS PRÉVIOS À GREVE GRAL DO 5 DE MAIO

gasto e como se contraiu essa monumental dívida de 320 bilhõesde dólares que hoje declarou numa verdadeira bancarrota à Gréciaimperialista. O único que deixam claro a classe dominante e osparasitas do capital financeiro é que são a classe operária e osexplorados de Grécia os que têm que pagar.

Quando todos os banqueiros de Wall Street anunciavam perdaspor mais de 14 trilhões de dólares, preços na borbulha imobiliáriade EUA; quando nessa borbulha ficou preço o 37% dos ativos detodos os bancos imperialistas europeus; quando ficava claro queuma oligarquia financeira mundial se tinha gastado a contabenefícios ainda sem produzir por 90 trilhões de dólares,“começava” a bancarrota de Grécia, o crash espanhol, a bancarrotairlandesa. Os “alces” e “belos unicórnios” da Europa imperialistacomeçavam a transformasse nos chamados “PIGS” ou “porcos”na linguagem dos banqueiros imperialistas.

A Grécia imperialista se sustentou em seus ciclos de expansãoanteriores e em seu “crescimento” unido a Maastricht, sob os signos

Grécia

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do parasitismo e a bancarrota do sistema imperialista em crise edecadente. Maastricht se sustentou como uma ficção, com um euroou moeda única financiada pelo dólar.

Que podia nivelar o valor da produtividade do trabalho deAlemanha, expressado no marco alemão, para que tenha umamoeda única, com a Irlanda atrasada, com a peseta de umimperialismo de segunda como Espanha, com a lira italianasustentada em duas ou três capitais multinacionais e os fundos dovaticano, para ter um valor igual ao ex franco francês, sustentadona mais alta produtividade do trabalho em ramos da economia comoa aeroespacial, as montadoras, a química?

Como se pode estabelecer um signo igual entre essas moedasque expressavamvalores de produtividadetotalmente diferentes emnações que produziambens com diferenteprodutividade e riqueza?Como fazer que ummarco alemão, queconcentra a produção demáquina-ferramentacom maior tecnologia doplaneta, valha o mesmoque a moeda de umPortugal cuja recordaçãode país florescente nomundo tão só é seusportos com algumacaravela do século XIXcomo monumento?

A crise grega revela o segredo de Maastricht, o segredo daunidade das potências imperialistas européias. Faz-lhe um strip-tease e nua ante o fogo quente da vida o parasitismo com o quefunciona o capital em sua época imperialista.

A Europa de Maastricht se criou e se sustentou sobre o eixofranco-alemão e o valor do marco, que lhe deu a unidade de medidaao euro. Como o mostra a crise grega, o que garantiu que as moedasde nações imperialistas atrasadas da Europa, que representam menorvalor de bens e de produtividade do trabalho, equiparassem-se como valor do marco alemão, isto é do euro, foi o dólar.

Com o dólar, como surge das contas secretas da Grécia, e agoratambém da Espanha, da Portugal, da Itália e de todos os “PIGS”(porcos), financiou-se às moedas atrasadas para colocá-las ao valordo marco alemão e do franco francês e pôr ao euro como unidadede medida da moeda européia.

Foi em acordos secretos com todos os governos da Europa,exceto França e Alemanha, que EUA financiou os déficits dosEstados, que para entrar à União Européia, não podiam superar o3%. Isto é, que não podiam desvalorizar suas moedas. Ao revés,tinha que sobrevalorizar para atingir ao marco alemão, e sem déficitsdos Estados. Essa diferença a financiava a city do Wall Street.

Como demonstram os acordos secretos com Grécia, assinadosa costas do povo e dos explorados -como se fez na Itália, na Portugal,na Espanha, na Irlanda e, como veremos depois, também no esteeuropeu- os bancos parasitas do Wall Street, financiavam as moedas

dos países imperialistas atrasados da Europa com fortesempréstimos e créditos a alta taxa de interesse. A cobrança destescréditos, a 20 ou 30 anos, era garantida pelos Estados com a entregados impostos de exportações, importações, alfândegas, cassinos,parte do imposto ao consumo, de lucros, etc.

É que, depois dos 320 bilhões de dólares de dívida da Grécia,aparece que o déficit foi provocado porque um terço ou mais dosimpostos foram para pagar-lhe à JP Morgan e A Goldman Sachs oscréditos usurários com os que rapinarem a riqueza criada pela classeoperária grega, sócios à grande burguesia desse país. Tão é assimque Karamanlis ontem e Papandreu hoje são velhos diretores eacionistas da Goldman Sachs e da JP Morgan. Esta é a associação

do capital grego com ocapital do Wall Streetno saque da Grécia e daclasse operária dessepaís. O circuito atéagora, fechava. O“círculo virtuoso”fechava porque a suavez Alemanha e emmenor medida França,transformaram aEuropa em seu espaçovital comercial. Por issoGrécia é grandedevedora em suabalança comercialfundamentalmente daAlemanha, e em menormedida da França.

Que são então os 320 bilhões de dólares de bancarrota da Grécia?Nem mais nem menos do que os benefícios que se embolsou oBundesbank da Alemanha e os bancos do Wall Street do que aclasse operária ainda não produziu. É o sistema imperialista mundiale seu capital financeiro comendo-se os benefícios que o trabalhohumano não produziu.

Da mesma maneira que nos EUA o negócio eram as hipotecasdas hipotecas sobre as hipotecas, que faziam valer um bem dois ou

FRAÇÃO LENINISTA TROTSKISTAINTERNACIONAL

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três vezes seu valor, a bancarrota grega hoje nada mais é, do que otrilhão e meio de dólares, contraídos como dívida por Grécia nosúltimos 10 anos com a banca do Wall Street, feitos figurar em seusbalanços como “intercâmbio monetário contra pagamento deimpostos”, que secou os recursos dessa nação, que a sua vez tinhaque pagar todas as importações que realizava com Alemanha ecom França para manter seu consumo e sua produção.

Poderíamos afirmar que ano a ano, o capital financeiro alemão,francês e os parasitas do Wall Street se puseram em seus bolsosdois ou três vezes o valor do produzido na Grécia.

O crash grego, como ela mais débil da corrente de domínioimperialista, deixou ao nu que a Europa de Maastricht não eramais do que Alemanha, e em menor medida França, usando aEuropa como mercado para suas exportações, enquanto EUAfinanciava com créditos leoninos a moeda única nos países maisdébeis.

O capital financeiro internacional se comeu os benefícios,e agora os parasitas querem que a classe operária lhespague a crise

Aproximava-se o dia 19 de maio e os empréstimos da Europa eo FMI não aparecia para resgatar a Grécia. O grito alemão era“não vamos financiar nós o que se gastaram os gregos”. As ligasdo Bundesbank sabiam que se Europa punha o dinheiro tambémresgatavam o negócio dos bancos do Wall Street, que já têmgarantido a cobrança de seus empréstimos clandestinos a Grécia (eaos “PIGS”) com a cobrança de impostos posto como prenda depagamento.

“Se não ajudamos”, dizia Sarkozy, “não cobramos a dívidacomercial que temos com Grécia”. E todos os “PIGS” (porcos)unidos gritavam: “prestemos-lhe a Grécia!”. Esfregavam-se as barbas a monarquiaespanhola e Berlusconiolhando-se no espelho. Todosfecharam filas exigindo-lhe aseu sócio Papandreu, “pomosos 120 bilhões de dólares erespaldamos os vencimentosda dívida grega, com umterço posto pelo FMI, sevocês garantem arrancar-lheos fundos para pagá-los àclasse operária gregasacando-lhe os Aguinaldo,despedindo empregadospúblicos, reduzindo o salário,impondo a flexibilização trabalhista nas fábricas, afundando asaposentadorias”. O grito de guerra foi “Ataquem e prestamos!”.

Essa é a forma de que se mantenham os negócios. Os parasitasimperialistas concentrarem na Grécia todas suas forças para achatarao proletariado grego, manter o ciclo de negócios e cobrar suadívida.

É sob estas condições que a burguesia descarrega um brutalataque contra as massas, e estas responderam preparando já aterceira greve geral que impuseram a base operária e os imigrantesàs direções, aos sindicatos e às organizações operárias.

Uma feroz luta de classes, uma guerra de classes se desatou naGrécia. A burguesia e o imperialismo concentraram ali suas forças,e ali deve concentrá-las o proletariado internacional.

Nesta batalha decisiva que o proletariado mundial hoje libra naGrécia, define-se quem pagará os custos da crise econômicamundial: se os explorados ou os exploradores. A guerra de classesentre o imperialismo e a classe operária mundial, entrou hoje naGrécia em momentos decisivos. Nenhuma das duas classes, nem aburguesia nem o proletariado, podem conviver pacificamente;nenhuma das duas classes em conflito pode salvar-se sem afundara sua classe inimiga.

O punhado de parasitas cortadores de cupons, proprietários daGoldman Sachs, a JP Morgan, o banco Paribas, o Bundesbank,etc., através de Obama, Merkel, Sarkozy e a plana maior do FMI,deram-lhe a ordem a seu gerente, o social-democrata Papandreu,Premiê da Grécia, de que ataque decididamente às massas gregaspara que sejam as quem paguem até o último centavo dos bilhõesde dólares que os piratas imperialistas se gastaram e que saiu à luzcom o estalido do Wall Street.

Papandreu, gerente da Goldman Sachs, tão repressor,assassino e anti operário como seu antecessorKaramanlisÉ o que hoje comanda o ataque contra a classe operáriagrega a nome e a conta de todos os parasitas imperialistasdo mundo

Em 2008, a classeoperária grega, contra oassassino Karamanlis que jádescarregava todo o peso dacrise sobre a classe operária,golpeou a mesa e ocupou ocentro da cena com grevesgerais, com combates debarricadas, e já encostava aoregime odiado da GoldmanSachs e do capital financeirogrego. Dessa maneira, comseus combates nas ruasameaçava não só com atirarao governo assassino deKaramanlis, senão com abrira revolução grega. Mas uma

santa aliança o impediu: por um lado, o stalinismo, desde a direçãodos sindicatos, jogando um verdadeiro papel como carneiro e contrarevolucionário; por outro lado, a política cretinamente sindicalistae parlamentarista dos anarquistas e os renegados do trotskismo,impedindo que o proletariado em seu primeiro embaterevolucionário varresse a Karamanlis nas ruas, despojasse-se de

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sua velha direção traidora dos sindicatos e avançasse a impedir acatástrofe que já caía sobre ele e que hoje sente em plena magnitude.

“Não há condições” gritavam, “a luta é defensiva”, enquanto abase operária derrubo na Tesalonica a toda a burocracia sindical ese tomava sua sede central. Agitavam que ali tinha que recitarpoesias e conquistar um mundo da liberdade criativa e tão só lutardefensivamente pela liberdade aos presos. Assim fica demonstradoque a covardia da direção do proletariado é a responsável de quehoje a burguesia tente descaradamente descarregar este brutal ataquecontra as massas.

“Não há condições” afirmavam. Quando o único que tinha eracondições para atirar a Karamanlis com um combate de barricadase greves gerais insurrecionais nas ruas, como o fizessem as heróicasrevoluções de Argentina em 2001 e da Bolívia em 2003.

Tanto sobravam condições, que o regime pressuroso teve queadiantar as eleições para voltar a legitimar a um governo que estavatotalmente deslegitimado pelas massas.

Assim lhe sacaram às massas a possibilidade de um triunfoderrotando a Karamanlis nas ruas, o que tivesse significado odescalabro do regime burguês grego e o início da revoluçãoeuropéia. E lhe tivesse atado as mãos à burguesia para voltar aatacar.

Foram as direções traidoras as que lhe ataram as mãos aoproletariado em sua primeira investida. Isso permitiu que a trocaburguesa de Karamanlis por Papandreu seja utilizada hoje paralargar um redobrado ataque da burguesia imperialista grega.

Os operários gregos do 2008 não sabiam que depois desemelhante luta se ia roubar-lhe a possibilidade de derrotar o ataqueda burguesia. Isso se o impôs sua direção que os levou atrás dediferentes frentes eleitorais, de unidade “de esquerda” deanarquistas, renegados do trotskismo, refugos do stalinismo; e ossacou do combate nas ruas para que com uma onda mentirosa epseudo pacifista se fortalecesse um governo tão diretor da JPMorgan como Karamanlis, o de Papandreu.

Papandreu não veio com um pão sob o braço. Vinho com umapistola posta na têmpora de toda a classe operária grega. Suasmunições são: garantir a demissão de dezenas de milhares decontratados do Estado e por 3 anos fechar todo tipo de contratação;reduzir quase um terço os salários dos trabalhadores estatais e asaposentadorias; congelar os salários de todos os trabalhadorespúblicos e de empresas privadas durante os próximos 3 anos;aumentar o imposto ao consumo (IVA) a um 25 %; um aumentogeneralizado das tarifas, o combustível, o álcool e o fumo; e umroubo generalizado das caixas de aposentadorias aumentando aidade para o retiro.

É a classe operária a que deve pagar as perdas e a bancarrotados capitalistas, quando são estes os que já se embolsaram as superlucros e se as gastaram.

Este ataque liderado pelo social-democrata Papandreu fazempalidecer a seu antecessor Karamanlis, também gerente daGoldman Sachs, que por muito menos do que tem do que fazerPapandreu, deveu deixar seu lugar no governo para evitar serderrocado pelas massas em 2008.

Todos os dias os parasitas acionistas dos bancos imperialistas eseus representantes, através da imprensa burguesa mundial, não secansam de repetir que só se Papandreu ataca decididamente às

massas, eles estarão dispostos a pôr milhões de dólares para evitaro default grego, que significaria um golpe terrível e comprometeriaimediatamente a corrente de pagamentos em toda Europa.

Com total clareza a burguesia imperialista lhe diz a Papandreu:“há que atacar às massas já, para fazer-lhes pagar nossa crise”.Todos os dias Papandreu dize para à burguesia imperialista queaplicará estas medidas, mas até agora, ainda que já despediu amilhares de contratados e levou o IVA do 19 ao 21%, ainda deveimpor-lhe à classe operária grega este brutal saque que terão quepagar as próximas três ou quatro gerações do proletariado e asmassas exploradas desse país.

A burguesia imperialista mundial quer que as massas paguemsua crise. Prepara as condições para conquistar sua vitória. Mas éabsolutamente consciente de que isto somente poderá impor-lo setriunfa no terreno da luta física entre as classes em pugna.

As CONDIÇÕES SE CONQUISTAM. A burguesia, com opérfido acionar das direções traidoras, procura e combate, comconfiança de vencer, por CRIAR As CONDIÇÕES para achatarao proletariado.

Por traição de sua direção, o proletariado não pode conquistarainda as condições para sua vitória, e deve brigar nas piorescondições. Aqui e lá deve retroceder e começar de zero, agoracontra Papandreu, que dispara um ataque mil vezes superior ao deKaramanlis. Como nas jornadas revolucionárias de 2008, de novoo proletariado está por protagonizar sua terceira greve geral, estavez em 2010.

Quem é o embusteiro, charlatão, servente da burguesia, quepode dizer hoje que não há condições e que o proletariado gregonão criou mil e uma condições para parar o ataque dos capitalistas,para pôr de joelhos, com o pé no peito, à burguesia, e começar suarevolução?

O proletariado mundial deve entender que na Grécia se estájogando hoje o destino de nossa classe a nível internacional.

Toda a burguesia européia e mundial precisa a derrota doproletariado grego. A tragédia é que por traição de sua direção, oproletariado não pode volcar todas suas forças desde Europa e anível internacional para que triunfe a classe operária grega, paraque comece a revolução na Europa.

Desde os “laboristas” ingleses, burocratas das trade uniões, queontem chamavam às greves de por “trabalho inglês para osingleses”; desde os traidores das centrais sindicais francesas quedeixaram isolados aos operários imigrantes de Paris e aos jovensfamintos das “cites” (bairros operários da França); desde asburocracias das centrais sindicais italianas e alemãs, que assinarama redução salarial e a flexibilização para o proletariado; desde ostraidores da AFL-CIO que entregaram à classe operária norteamericana e ao movimento contra a guerra a Obama e deixaramisolados ao movimento imigrante para que seja atacado pior doque com Bush nos EUA, levantaram-se as forças contrarevolucionarias que querem cercar ao proletariado grego.

No mundo semi colonial, como na Europa imperialista e nosEUA, o proletariado grego é isolado por esse V Internacional que,desde a burocracia castrista e os renegados do trotskismo, submeteao proletariado às burguesias nacionais, para permitir todos juntosque o capital financeiro concentre forças e ataque ao proletariadogrego.

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Já Gordon Brown, o premiê “laborista” inglês, que todos ospartidos “anticapitalistas” chamaram a votar “contra a direita”,anunciou para Inglaterra (que tem um déficit igual ou superior aoda Grécia) que o que virá para os trabalhadores ingleses será “umajuste pior do que o da Thatcher nos 80” que custará, como dissesseChurchill, “sangue, suor e lágrimas”.

A classe operária grega impôs o 5 de maio a greve geral.Viva a classe operária grega!Viva a greve geral!Abaixo Papandreu!Que comece a revolução grega! Que comece a revolução

européia!Todas as forças do proletariado internacional a romper o

cerco à classe operária grega! Ali se joga o destino doproletariado mundial!

Anarquistas e renegados do trotskismo: uma frente poresquerda para pôr ao proletariado e sua greve geral comouma luta para pressionar a seu verdugo.A propósito do cretinismo sindicalista dos reformistas

Depois da greve geral vitoriosa do 11 de março, todas asdireções, desde o stalinismo aos anarquistas, desde o EEK ao restodos renegados do trotskismo de Grécia, propunham que não tinhacondições para derrotar nas ruas ao governo de Papandreu.

“Então não tinha condições para parar o ataque”, teria que lhesdizer a estes senhores estafadores do proletariado. Porque ou sederrota ao governo que impulsiona o ataque feroz contra oproletariado, ou este não tem solução, desde o ponto de vista daluta econômica.

Os reformistas lhe marcam ao proletariado o caminho a suaderrota, levando-o a uma luta de pressão contra Papandreu, paraque este “não faça o ajuste” ou “o atempere” ou o “o morigere” oupelo menos que “o adoce”. As margens de conciliação se acabaram.Já nem esmolas se podem fazer passar como reformas!

A bancarrota e o crash econômico estão aqui. A luta econômicado proletariado na crise e na bancarrota já não tem solução se nãoé como luta política de massas para derrocar ao governo e ao regime,ajoelhar à burguesia e avançar numa saída operária para a revoluçãoproletária. É um combate onde terá vencedores e vencidos. É umaguerra de classes aberta.

A segunda greve geral, o 11 de março, imposta pelas massastombando burocratas, foi “a greve” porque propôs quem é o donoda casa: se a classe operária ou seus verdugos do capital financeirointernacional. Propôs quem deve governar Grécia: se os parasitascapitalistas imperialistas ou o proletariado.

O cretinismo do reformismo põe aos pés à classe operária, aajoelha, ante os inimigos e tenta transformar sua luta política demassas numa luta para conseguir migalhas quando o inimigo vempela vida mesma de nossa classe.

Enquanto a burguesia põe na balança todas suas forças a nívelinternacional para achatar ao proletariado grego, este põe todassuas forças em duas ondas revolucionárias em 2008 e agora,

demonstrando como o proletariado argentino em 2001 e oproletariado boliviano de 2003, que aprendeu a lutar em momentosde crise econômica com luta política de massas. Com greves geraispolíticas, que são lutas políticas de massas, porque nenhum operáriocrê que com uma greve geral consegue um peso de aumento salarialou alguma reforma econômica. São greves gerais políticas paraparar o ataque político do inimigo, para debilitar ao governo queataca ao proletariado.

É uma monumental luta política que fala a linguagem dabarricada, da assembléia, do comitê de fábrica, que une aos operáriosnão por ofício ou profissão em lutas econômicas parciais, senão àclasse operária contra toda a classe dos exploradores, sem distinçãode profissão ou ofício, de nativo ou imigrante, efetivo ou contratado,empregado ou desempregado, operário agrícola ou da cidade, oudo Estado ou camponês pobre arruinado.

É luta política de massas que precisa dos organismos que já asmassas embrionariamente puseram em pé como os comitês deimigrantes, os comitês de contratados, os comitês de fábricas, quelhes impuseram aos sindicatos e suas direções já duas greves geraiseste ano e marcham a uma nova greve em 5 de maio. A direçãoreformista tenta esgotar em lutas de pressão a enorme energia doproletariado grego.

O cretinismo sindicalista e oportunista dos renegados dotrotskismo, furgões de fila do anarquismo pequeno burguês, recolhea mesma política entregadora das ações revolucionárias das massasque impulsionassem suas congêneres da Bolívia, da Argentina, doBrasil, da Venezuela e dos EUA para estrangular a luta doproletariado no continente americano e suas ações revolucionárias.

A miséria do oportunismo e do reformismo vai num ângulo de180° com o que precisam as massas para triunfar: um verdadeiroorganismo de alto-organização e democracia direta que centralizee coordene a todos os explorados em luta da Grécia, para pôr de péo duplo poder da classe operária, dotá-lo da autodefesa necessáriapara parar à polícia brava e às bandas fascistas (que atuam hojecom Papandreu como ontem com Karamanlis) para garantir a grevegeral e ações generalizadas vitoriosas do proletariado, para derrocarao governo de Papandreu e abrir o caminho a uma insurreiçãovitoriosa da classe operária grega, para que comece a revolução.

Pese à covardia de sua direção, a classe operária se tematalonado e responde ao ataque da burguesia

Apesar e na contramão de todas as direções do proletariado,frente a este ataque, a classe operária grega se levantou e em seusenormes combates disse: “NÃO! Não seremos nós quempaguemos a crise provocada por um punhado de parasitas”;“NÃO! Nosso salário e trabalho não estão atados aos planosdo FMI”; “NÃO! Não vamos pagar os negócios dosbanqueiros”.

Como já dissemos, desde que o governo de Papandreu saiu aanunciar junto ao FMI e ao Banco Europeu o acordo de “salvataje”e o plano de ataque às massas, como garantia para conseguir odinheiro para evitar o default; a classe operária se lançou ao combatecom greves, mobilizações, combates nas ruas, tomadas de fábricas,e lhe impôs à burocracia sindical estalinista e social-democrata o

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chamado a uma ação unificada de todos os explorados para colarcomo um só punho: uma nova greve geral que continuará o caminhojá traçado na grandiosa greve geral do 11 de março. O dia 29 deabril a burocracia, numa tentativa de encaminhar a combativaatividade das massas para poder conter a força que se está desatando,fixou a data para o 5 de maio.

A espontaneidade das massas demonstrou estar um milhão devezes adiante, por perspicácia, astúcia e predisposição à luta, doque fizeram todos os Estados maiores da classe operária grega e detodo o proletariado internacional.

As massas nãoesperaram o passo dosdias no calendário dosb u r o c r a t a s .Anteciparam-se edemonstraram suadisposição ao combate.O 1º de maio, no DiaInternacional dostrabalhadores, centos demilhares ganharam asruas em todas as cidadesdo país commobilizações ecombates de barricadas.As massas, sem que aburocracia nem nenhumpartido reformistachamasse a fazê-lo,puseram em pé seus piquetes de autodefesa e com pedras, paus ebombas molotov enfrentaram o acionar repressivo da políciaassassina de Papandreu. Dezenas de polícias terminaram envolvidosem fogo como todo o proletariado mundial pôde ver nas imagensque se transmitiam desde Atenas e Tesalonica. Nesta jornada osoperários e os explorados atacaram os bancos, os edifícios públicose os grandes comércios, despregando todo seu ódio de classe contraos exploradores e assinalando certeiramente quem são os inimigosdos trabalhadores. Por isso na praça Sintagma, no centro de Atenas,as massas ao identificar a um ex ministro burguês do governo deKaramanlis e seus custódios, moeram-nos a paus. Apesar e nacontramão das direções sindicais, que em nenhum momentochamaram a começar já a ação decidida e a que a classe operáriaintervenha com suas organizações e despregue todas suas forças,os trabalhadores do transporte, os portos e a saúde públicacontinuaram suas greves. Dia depois de dia, depois do 1º de maio,mais e mais setores se incorporam ao combate.

Com sua febril atividade, o proletariado e as massas demonstramum estado de ânimo de combate pré-insurrecional. Disseramclaramente, e o demonstram nas ruas, que não estão dispostas apagar a crise. As massas por sua própria experiênciacompreenderam que não há mais lugar a ilusões, que à guerradesatada pelos ricos só se lhe responde com a guerra de classes doproletariado, com seus métodos de greves, mobilizações, ocupações,barricadas, piquetes para defender-se da repressão e combates nasruas.

Com seu acionar os explorados demonstram que aprenderam acombater sob as condições do crash, porque desde o 2006 vêm

lutando contra a desocupação, a carestia da vida, a inflação, etc.Contra as sucessivas traições da burocracia sindical, os operáriossouberam conquistar suas próprias organizações de lutaindependentes como a Rede Sindical de trabalhadores contratadose como os sindicatos que puseram em pé os trabalhadoresimigrantes, ignorados pelos sindicatos oficiais. O sangue derramadode Alexander e de Lambros Foundas fez compreender a necessidadede pôr em pé os comitês de autodefesa ante a repressão do Estadoassassino, com seu polícia e suas bandas fascistas que atacamseletivamente à vanguarda operária.

Mas principalmenteas massas, produtodeste enorme edoloroso combate, sobp a d e c i m e n t o si n a c r e d i t á v e i s ,demonstram terc o m p r e e n d i d oprofundamente quepara conseguir o pão eo trabalho, para impedirque as próximas trêsgerações de Gréciapaguem o brutal saquedos banqueiros gregose a burguesiaimperialista mundial,em primeiro lugar, háque derrotar ao governo

assassino de Papandreu.Esse é o grito de guerra que os trotskistas pomos como moção

para que as massas gregas levem adiante em sua grandiosa grevegeral que convocam para o 5 de maio. Não há outra saída. Sãoeles ou nós! Há que derrocar a Papandreu! Que comece arevolução!

Não é de estranhar que as direções traidoras não se tenhamposto à cabeça de preparar a greve geral do 5 coordenando osorganismos que as massas conquistaram em suas lutas para pôrem pé o duplo poder, o poder dos explorados, convocando a umCongresso Nacional de delegados de base dos trabalhadores, oscamponeses pobres e os soldados. Não querem pôr em pé ospiquetes e os comitês de autodefesa, para enfrentar a repressão dapolícia assassina de Papandreau e o ataque das bandas fascistas.Não querem que esta seja uma greve geral insurrecional quederroque ao governo, descalabro ao regime e inicie a revolução.Os imigrantes, perseguidos implacavelmente por todos os regimeseuropeus, sob as condições mais adversas, ignorados e recusadospor todos os sindicatos, sem contar com nenhum apoio mais doque suas próprias forças, puseram-se em pé, convocaram egarantiram uma greve continental o 1º de março em toda Europa.

A esquerda reformista que na Europa dirige sindicatos, correntessindicais de oposição, organizações estudantis, frente ao combatedas massas gregas não moveu um só dedo, e se dedicou a dizer-lhea toda a vanguarda que influência, que para parar o ataque na todaEuropa há que votar a Gordon Brown contra os liberais e osconservadores na Inglaterra, aos Socialistas contra Sarkozy naFrança, etc. Basta! Rompam com a burguesia! As organizações

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operárias de toda Europa devem votar como moção imediata: Todossomos operários gregos! Uma soa luta continental paraderrotar o ataque! Um Congresso Operário Continental naAtenas para unir nossas filas!

Durante anos os renegados do trotskismo e seus partidos“anticapitalistas”, devindos em verdadeiros partidos socialimperialistas, falaram deunir “à classe operáriaeuropéia” sob uma lutanos marcos de Maastrichte da União Européia, poruma “Europa dostrabalhadores”. Ascorrentes mandelistas, osseguidores do SWP deCallinicos, a LCR e seuspartidos “anticapitalistas”,as esquerdas unidas daEspanha, asR e f u n d a z z i o n eComunista da Itália,fizeram e realizaram mile um frentes eleitorais naFrança, na Inglaterra, naEspanha, na Itália. Mil eum gritos pela unidadedos trabalhadoreseuropeus cada vez queapresentam listas paraseus euro deputados ouque chamam a votar aalgum partido laborista ou social-democrata como mau menor.

Durante anos lhe fizeram crer à classe operária que podia teruma “Europa unida e solidária” nos marcos de Maastricht e destagruta de bandidos das potências imperialistas européias. Assimdevieram em vulgares social-patriotas.

E agora, que com a classe operária grega se joga o destino daclasse operária belga, alemã, francesa, russa, negaram-se e se negama volcar todas suas forças para chamar a ganhar as ruas, a marcharsobre os sindicatos de toda Europa para impor uma luta unitáriacom os operários gregos, a enviar delegados das organizaçõessindicais para participar das jornadas de luta da classe operáriagrega, para pôr em pé um grande parlamento da classe operáriaeuropéia sob o fogo granado do combate dos operários gregos.

Essa é a Europa social que precisa a classe operária européia!

Em Grécia se livra uma batalha decisiva da guerra declasses entre o imperialismo e a classe operária mundial

A burguesia imperialista é absolutamente consciente de que sederrota à classe operária grega, volcará a balança a seu favor naguerra de classes que aprofundou contra as massas do mundo. Umaderrota do proletariado grego deixará em muito melhores condiçõesaos parasitas imperialistas para impor sua saída burguesa à quartaronda da crise econômica mundial. São conscientes de que se

conseguem que os explorados da Grécia paguem o déficit do Estadogrego, endividado num 123% de seu PIB por ter resgatado aosparasitas acionistas dos bancos e empresas do Wall Street, Londres,Paris e Frankfurt, poderão aplicar esta política na Europa toda,começando por Portugal, Itália e Espanha, que seguem a Grécia nalista dos países mais endividados de dito continente. A burguesiaimperialista sabe que só uma derrota sobre as massas gregas lhe

permitirá impor uma saídae um equilíbrio paraestabilizar o continente,ante o estalido do acordode Maastricht, pára desdeali terminar de impor-lheàs massas de toda Europao brutal ataque e derrotá-las para que paguem com“sangue, suor e lágrimas”,como disse GordonBrown, o premiê“laborista” inglês.

A classe operáriainternacional e seussetores mais conscientestambém sabem do quehoje seu destino se joga naGrécia.

A classe operáriagrega como destacamentode avançada dosexplorados do mundo,

tem em suas mãos a possibilidade de abrir o caminho a uma contra-ofensiva de massas a nível mundial para que a crise a paguem oscapitalistas. Se o proletariado grego derroca ao governo dePapandreu, abrindo a revolução socialista e a briga pela tomada dopoder para dar-lhe uma saída operária à crise marcaria o caminhoao conjunto do proletariado mundial para fazer que a crise a paguemos capitalistas derrotando aos governos e regimes burgueses.

Assim a classe operária grega continuaria o caminho traçadopelas massas na ex república soviética do Quirguistão, que paraparar o ataque do presidente Bakiev, agente de Obama, irromperamcom uma ação independente de massas, armaram-se, derrotaram àpolícia nas ruas, tomaram-se os edifícios governamentais e oparlamento, e derrocaram ao governo.

Esse delinquente Bakiev, financiado pelos ianques, aumentoude um dia para outro um 200% os preços dos produtos da canastrabásica. A resposta foi uma insurreição espontânea de massas. Opoder do Estado ficou desarticulado. Os operários tomaram asfábricas e as terras.

Os açougueiros assassinos do exército branco de Putin correrampressurosos a aconselhar-lhe à burguesia do Quirguistão que nãosaque ao exército, porque este se dividiria rapidamente e passariado lado dos insurrectos. Ali se parou o ataque dos capitalistas ehoje o caminho por diante é que a classe operária se faça do podere não se o entregue novamente a asas da velha burocracia stalinista,hoje devinda em nova burguesia servente da base ianque noQuirguistão.

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Este golpe revolucionário das massas no Quirguistão é até ondedevem chegar os operários da Grécia.

As direções reformistas o sabem. Eles sabem que se até alichegam os operários gregos, estaríamos ante outra primavera dePraga, ante outro maio francês ou ante outra revolução dos cravosda Portugal.

E o que é mais importante, sob estes dois golpes revolucionáriosdo Quirguistão e da Grécia, estaria posta à ordem do dia a unidadede toda a classe operária européia, que não termina na Alemanhasenão nas estepes russas, país onde já saíram às ruas milhares deoperários para parar o ataque do Papandreu russo, Putin, essemassacrador da nação chechena.

A não o duvidar que o combate grego reabrisse a luta pelarevolução operária na Europa, pelos Estados Unidos Socialistas daEuropa, que só se poderão conquistar com o combate pelarestauração da ditadura do proletariado sob formas revolucionáriasnos ex Estados operários do este europeu, entregados ontem pelamarca stalinista.

Os operários de todo o continente europeu posam seus olhosno combate de seus irmãos gregos. O começo da revolução gregaseria um enorme golpe do proletariado no coração das potênciasimperialistas européias, uma grande alavanca para romper o cercoque lhe impõe a burocracia, isolando-os país por país, para parar oataque dos imperialistas em toda Europa. Seria um ponto de apoioonde centralizar as forças de toda a classe operária do continente,dos operários que batalham por entrar ao combate contra o ferozataque imperialista como os trabalhadores da Inglaterra contra ogoverno de Brown, os operários que na Rússia saem à luta contrao açougueiro Putin, os operários do Portugal que procuram enfrentarao governo social-democrata de Sócrates, e os trabalhadoresimigrantes, o setor mais explorado do proletariado europeu, que o1º de março organizarem uma jornada de greve em todo ocontinente.

O combate das massas gregas será também um revulsivo paraque se voltem a pôr em pé os trabalhadores da Irlanda, Letônia,Polônia, Estônia, onde as burocracias sindicais assinaram acordosde demissões, reduções e congelamento do salário e se o impuseramàs massas, provocando que por exemplo na Irlanda, novamentecomo no Século XIX, milhões de operários devam escapar do paíspara oferecer-se como mão de obra escrava na Inglaterra e EstadosUnidos.

Mas a abertura da revolução na Grécia não somente comoveráa Europa, senão também poderia ser um choque elétrico para quea classe operária norte americana rompa a subordinação a Obamae retome o caminho da luta dos operários pelos direitos dosimigrantes e do Movimento pela Marcha de um milhão de operárioscontra a guerra, para enfrentar o ataque deste Bush tisnado, que jáestá fazendo-lhes pagar a crise dos salvatajes aos parasitas do WallStreet.

Também pode ser uma verdadeira alavanca para a classeoperária de todo mundo, em primeiro lugar, para que as massascubanas se ponham de pé e enfrentem o milhão de demissões queanunciou a burocracia restauracionista castrista. Um golpe àspotências imperialistas no coração da Europa daria um enormeimpulso ao combate das massas na África e Oriente Médio, Ásia e

América Latina, que padecem o brutal saque e a super exploraçãodos parasitas imperialistas.

A burguesia é consciente do caráter decisivo da batalha naGrécia. Sob suas ordens despregou a todas as direções reformistasdas massas na Grécia e no continente, centralizadasinternacionalmente desde o V Internacional do Chávez, Castro, osmandarins “vermelhos” do PC Chinês, do qual também faz parte oPartido Comunista da Grécia (KKE), com os renegados dotrotskismo como sua asa esquerda. Seu objetivo é cercar e isolar ocombate das massas gregas de seus irmãos de classe de todo ocontinente, e impedir que derrocando a Papandreu, iniciem arevolução na Grécia, que será a chispa que incendeie Paris e todaEuropa, desde Portugal às estepes russas.

Pôs-se à ordem do dia o derrocamento do governo doPapandreau e o início da revolução na Grécia

As heroicidades das massas gregas com seus combates puseramà ordem do dia o derrocamento revolucionário do Papandreu. Essaé a tarefa do momento para derrotar o ataque dos parasitasimperialistas. Para que a crise a paguem os capitalistas: Abaixoo governo do Papandreu, agente dos parasitas JP MorganChase, Goldman Sachs, Bundesbank e os bancos gregos!

Os operários e explorados devem concentrar suas forçascoordenando os comitês de fábrica e as organizações de luta daclasse operária e as massas para garantir que a Greve Geral do 5 demaio seja um golpe decisivo para derrocar ao governo e descalabrarao regime. Que comece a revolução na Grécia!

Para estender, centralizar e coordenar os organismosconquistados pelo proletariado e as massas em luta, como a RedeSindical de trabalhadores contratados, o sindicato de trabalhadoresimigrantes, os comitês de greve, há que convocar a um CongressoNacional de delegados de base que chame aos operários ecamponeses pobres a ir aos quartéis a procurar a seus filhos,maridos, noivos, irmãos, para que rompam com a casta de oficiaisassassina do exército grego, e junto a eles pôr em pé a milíciaoperária, para preparar a tomada do poder e impor um governooperário e camponês que implemente um plano operário deemergência para que a crise a paguem os capitalistas gregos e osparasitas imperialistas ianques e europeus.

Para que tenha pão, trabalho, saúde, educação e futuropara a classe operária e os explorados:

Nenhum sacrifício! Há que desapropriar aosexpropriadores!

Igual salário por igual trabalho para todos ostrabalhadores, nativos e imigrantes!

Nem uma só demissão! Trabalho para todos! Pela partilhadas horas de trabalho entre todas as mãos disponíveis! Todosa planta permanente!

Não ao congelamento e à redução salarial! Pela escalamóvel de salários de acordo ao aumento do custo da vida!

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Basta de negociados segredos entre os parasitas da Grécia,dos EUA e da Europa! Abaixo o segredo comercial! Pelaabertura dos livros de contabilidade! Pela nacionalização semindenização da banca e o comércio exterior sob controle dostrabalhadores!

Não ao pagamento da dívida! Nem um só euro nem dólarpara a JP Morgan, Goldman Sachs, o Bundesbank, e seussócios gregos, com a fome do povo! Pela expropriação sempagamento e sob controle operário de todas as empresasimperialistas ianques, alemãs e da burguesia grega!

Contra as privatizações! Pela re nacionalização sempagamento e sob controle dos trabalhadores de todos osserviços públicos e as empresas privatizadas!

Pela dissolução da polícia e todas as forças repressivas doEstado! Pela posta em pé de uma milícia operária paraderrotar à casta de oficiais assassinos do exército grego!

Por tribunais operários e populares que façam justiça comos assassinos de Alexis, Foundras e os mártires operários!

Obama, Merkel, Sarkozy e toda a burguesia imperialistafecharam filas para sustentar a Papandreau na Grécia, decidido aatacar às massas gregas, como um primeiro passo para impor atoda a classe operária do continente a política de “sangue, suor elágrimas”. Na Grécia se está desenvolvendo hoje uma batalhadecisiva para a classe operária européia e mundial.

Para romper-lhe os dentes a essa santa aliança contrarevolucionaria da burguesia, sustentada pelas direções reformistas,é necessário que a classe operária européia se ponha de pé comuma ação continental, seguindo o caminho marcado pelostrabalhadores imigrantes, para romper o cerco imposto a nossosirmãos de classe na Grécia e fazer realidade o grito de “chispa naAtenas, incêndio no Paris é a insurreição que vem!”

Para que não seja a classe operária européia a que pague acrise, a classe operária grega deve triunfar.

Os comitês independentes de imigrantes e o movimento 1 deMarço de 2010, junto aos trabalhadores gregos devem pôr-se àcabeça do chamado a um Congresso Continental de delegadosde toda Europa, que se reúna em Grécia, para unir todas aslutas e preparar uma greve continental.

A classe operária norte americana foi submetida a seu verdugo,Obama. A esquerda social imperialista submeteu a luta dosimigrantes e o combate dos operários contra a guerra aos pés deObama, e por essa via, hoje a classe operária norte americana, commilhões de demissões e milhões de famintos e desocupados é aque está pagando a crise dos banqueiros do Wall Street. Milhões deoperários norte-americanos já têm visto que de nada serviram oscantos de sereia de Obama, das correntes da esquerda reformista eda AFL-CIO, que os estão fazendo pagar a crise.

A besta imperialista ianque, que invadiu agora Haiti, comoontem Iraque e Afeganistão, está fazendo-lhe pagar sua crise a

toda a classe operária mundial. Os operários norte-americanos,que têm ao proletariado grego como seu grande aliado no combatecontra a Goldman Sachs e a JP Morgan, devem ganhar as ruas nosEUA. e romper com as direções que o submetem a Obama.

Tão só ontem, a AFL-CIO lhe fazia acatar aos operários daToyota, a General Motors, a Volkswagen e de milhares de fábricasas demissões, as rebaixas salariais e a entrega das aposentadorias.

Tudo isso foi para financiar à oligarquia financeira da GoldmanSachs e a banca Morgan. A esses parasitas enfrenta a classe operáriagrega, aos mesmos que despediram e deixaram vivendo com 3dólares por dia a mais de 45 milhões de operários norte-americanos.

Há que derrotar aos parasitas dessas 4 quadras do WallStreet para que a classe operária mundial viva!

Há que pôr em pé de novo a marcha do milhão de operárioscontra a guerra!

Há que voltar a pôr em pé a luta dos operários imigrantes,que hoje sofrem um ataque pior do que com Bush, pondo emprimeiro lugar a demanda de, Fora ianques do Haiti, dasmaquiladoras de América Central e de toda América Latina!

Pela expropriação sem pagamento e sob controle operáriode todas os bancos e empresas imperialistas de Europa quesaqueiam a nossos irmãos no mundo inteiro! Pelodesconhecimento de toda a dívida externa das colônias e semi-coloniais com os bancos dos parasitas imperialistas!

Pela derrota das tropas da OTAN no Afeganistão, no Iraquee no Paquistão e pelo triunfo da resistência!

Abaixo Maastricht, a união européia das potênciasimperialistas com seu parlamento fantoche e a moeda comumdas multinacionais!

Abaixo o regime assassino da V República francesa e damonarquia espanhola e inglesa!

Fora Berlusconi, a Merkel e o governo do Bundesbankalemão!

Abaixo a Europa imperialista!Pela restauração da ditadura do proletariado sob formas

revolucionárias na Rússia, nas ex repúblicas soviéticas e noeste europeu!

Pelos Estados Unidos Socialistas de Europa desde Portugalaté as estepes russas!

Nas barricadas de Grécia, nos combates dos imigrantesescravizados na Europa imperialista, na luta operária contra o ataqueimperialista, já surgiram os chefes da revolução proletária. Precisamum partido e um programa que os leve à vitória. Nesse caminho,os revolucionários internacionalistas da FLTI combatemos porconquistar um Comitê Organizador pela re-fundação da IVInternacional de 1938.

DECLARAÇÃO DE EMERGÊNCIA DO SECRETARIADO DE COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DA FLTI.

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No Quirguistão, ex república soviética muçulmana do centroda Ásia, a burguesia e o governo de K. Bakiev, agente de Obama,empurrados pela crise econômica mundial imperialista,descarregaram um brutal ataque contra as massas. Um aumentode 200% nos serviços de eletricidade e água, como assim tambémdos combustíveis e telefones móveis, fizeram que aumentassemde forma abrupta todos os elementos básicos. Ante semelhanteataque as massas irromperam, o passado 7 de abril, com umaenorme ação de massas espontânea que derrotou e desarmou àpolícia assassina pondo em pé milícias operárias, ressurgindo oskurultays -assembléias populares-, ocupando os edifíciosgovernamentais, queimando as delegacias e derrocando ao governoassassino de K. Bakiev, deixando nas ruas mais de 500 mártires.

O que motorizo estas ações revolucionárias de massas foi oincessante aumento da carestia da vida. Os exploradoscompreenderam que sem derrotar nas ruas ao governo e sua políciaassassina não há possibilidade de conquistar o pão numa naçãoafundada pela burguesia num fenomenal crash. Quirguistão vinhade ter um crescimento anual do 8,4%, para cair em 2009 a um2,3% de forma abrupta, e a burguesia se jogou a que sua bancarrotaa paguem os explorados. Por isso, o governo do derrotado K. Bakievvinha tentando impor uma bonapartização ainda maior do regimepolicial, aumentando sua escalada de perseguições aos lutadoresoperários, assassinando e encarcerando aos líderes dos partidos daoposição, fechando canais de televisão e páginas web que tinhamuma política crítica com o governo.

Durante os primeiros dias de abril, as principais cidades deQuirguistão se povoaram de mobilizações e barricadas. Cada derrotaaplicada à polícia pelas massas obtinha como resultado uma novamilícia operária marchando sobre a cidadela do poder para derrotarao governo e frear o ataque dos capitalistas. As mobilizações emmassa começaram a dar-se a partir da terça-feira 6 de abril nascapitais de províncias ou departamentos pertos à Capital como emDevastas, Naryn e Choi. Em Devastas, 10 mil pessoas semobilizaram desde os bairros operários tomando as delegacias,prendendo-as fogo e armando-se enquanto se dirigiam à casa degoverno. Ali, foram recebidos por uma forte repressão policial querespondeu com rajadas de metralhadora e munições de alto calibre,

COM UMA GRANDE AÇÃO INDEPENDENTE DE MASSASQUE DESARMOU À POLÍCIA ASSASSINA NAS RUAS, QUEOCUPOU A CASA DE GOVERNO E DERROTOU AOGOVERNO DE BAKIEV O AGENTE DE OBAMA

NO QUIRGUISTÃOESTOUROU AREVOLUÇÃOPROLETÁRIA!

A CLASSE OPERÁRIA MUNDIAL DEVE SEGUIR O CAMINHO DOS OPERÁRIOS ECAMPONESES KIRGUIZESPARA QUE A CRISE A PAGUEM OS CAPITALISTAS!

com granadas de mão e gases lacrimogêneos, assassinando a váriosmanifestantes. Mas a mobilização superou ao cordão policial echegaram até o palácio de governo, sacando do edifício ao Ministrodo Interior e pateando-o até o cansaço. As massas derrocaram aogoverno de Devastas e puseram em seu lugar um governadorreconhecido por eles. Algo similar sucedeu em Naryn e Choi.

Muitos dos manifestantes marcharam depois sobre Bishkek, acapital do país, onde a quarta-feira 7, o setor burguês “opositor”estava chamando a realizar uma mobilização “pacífica e emsilêncio”. Mas a mobilização, de arredor de 5000 operários e jovensexplorados, superou à oposição de Roça Otumbayeva, e se enfrentoua uma brutal repressão com a polícia anti motim que atirava aqueima roupa contra os manifestantes. Nessa verdadeira batalhacampal, que deixou um saldo de arredor de 100 mortos e 1000feridos, as massas derrotaram à polícia que fugiu como rataenquanto os manifestantes a espancaram, apedrejavam e lhe tiravamas armas. Uma vez desarmada a polícia, as massas se tomaram porassalto a Casa Branca (nome que leva o edifício presidencial), oParlamento e diferentes edifícios governamentais, como assimtambém a central de polícia, que terminaram totalmente incendiadose destruídos. Também correu a mesma sorte a mansão de Bakiev,que foi saqueada e incendiada, onde os manifestantes mostravamante as câmaras de televisão uma foto da mulher de Bakiev comum colar de diamantes e diziam “olhem estes diamantes, enquantonós mal temos para sobreviver”.

Como parte das ações revolucionárias, hoje, centos dedesempregados, tomaram em suas mãos a resolução do problemada moradia. Com paus e pedras, e as armas tomadas à polícia,desapropriam as terras dos fazendeiros instalando assentamentosnas cercanias das cidades, onde encontram mais possibilidades desobreviver.

Na revolução de 2005, já as massas se tinham tomado as terrasdos arredores de Bishkek e desde então milhares de pessoas vivemali nas vilas que construíram sem permissão e por isso sem direitoa nenhum serviço social. Agora os desempregados querem fazer omesmo, mas exigem que os servidores públicos legalizem astomadas, para o qual mais de 1000se enfrentaram com a polícia.

QuirguistãoA policia fugindo do furor revolucionário das massas do Quirguistão

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de Otunbayeva, onde se retirariam alguns ministros e servidorespúblicos do governo para ser substituídos por gente da “oposição”por causa do grande desprestigio e ódio que possuí ao governo deBakiev e seu regime policial ante as massas. A ação da quarta-feira7 fez voar pelos ares este plano. O governo de Otunbayeva admitiuque “não se esperavam chegar ao poder desta maneira, tudo foimuito rápido”. Este “governo provisional” é o que decidiuaquartelar ao exército -de acordo com as ordens recebidas donovo “Zar” Putín herdeiro dos Romanov que conhecem derevoluções- e não o usar para reprimir por medo a que aenorme mostra de decisão das massas e seu parcial armamento,termine por partir, com os soldados rasos passando a defenderaos explorados. Este governo provisório decretou o toque de

recolher mas este não se respeita e a polícia que seguia sem podersair às ruas hoje se nega a trabalhar e se mobilizou ao Ministériode Defesa, exigindo a renúncia do ministro do Interior. Alarmados,o presidente russo, Dimitri Medvedev, junto ao ditador Islã Karimovde Uzbequistão, disseram publicamente que em Quirguistão oEstado já não existe e “há que o reviver” para evitar “a balcanizaçãoda região” ou “um novo Afeganistão”. As condições do governoencabeçado por Otunbayeva são de uma absoluta debilidade, e estáfundamentalmente sustentado pela base militar ianque e por Rússia.Por isso é que preventivamente está chamando à realização deeleições parlamentares e possivelmente presidenciais para o 10 deoutubro e a um referendum para o 27 de junho, a fim de conferirsobre a reforma constitucional, enquanto se decretaram dois diasde duelo pelos mortos na mobilização.

Assim mesmo, para favorecer sua “imagem democrática”,propõe que vai julgar a todos os que tenham participado no governode Bakiev e seus negócios. Assim, já extraditou de Rússia aoministro do Interior ao que se cria morto e em realidade estava alihospitalizado, agradecendo-lhe a Moscou que o tenha devolvido aQuirguistão para assim poder julgá-lo.

Isto provocou que Bakiev retirasse sua renúncia, ainda que semantendo fora do país acusando ao governo provisório de nãocumprir com sua parte do trato,que era não tocar a sua família,muitos dos quais seriam membros do governo.

A resposta do governo foi pedir a extradição de Bakiev queestá em Bielorrússia, em nome do tratado de assistência mútuaque existe com esse país.

Quirguistão está localizado num lugar geopolítico estratégico.Era antigamente o que se conhecia como a “rota da seda” e quem

Também os deficientes, ao redor de 200, tomaram-se a casa dofilho de Bakiev -a parte que não foi totalmente queimada o 7 deabril- para convertê-la num refúgio, centro de reabilitaçãoocupacional e hospital para deficientes, porque a subvenção quedá o governo é de 15 dólares por mês. Por isso estão fazendo umabaixo assinado, que por agora tem 1500 assinaturas, exigindo queo governo legalize a ocupação.

Frente a isto e as tomadas de terras, o governo decretou que atéjunho -isto é, até que se realize o referendum- não se poderão fazertransferências de nenhum tipo de propriedade privada e decretouademais a criminalização de tomadas de fábricas eestabelecimentos.

Viva as ações independentes das massas em Quirguistão!Começou a revolução, viva a revolução!A classe operária não deve deter sua marcha: Nenhumapoio ao governo burguês provisório!Há que centralizar os organismos de luta da classeoperária e suas milícias, destruir a casta de oficiais dasFFAA e a base militar ianque e impor o poder operário ecamponês mediante uma insurreição triunfante!

Esta heróica ação independente das massas derrotou nas ruasao governo assassino de Bakiev,desarmou à polícia e deixou emruína ao Estado e ao regime burguês. No entanto por não contarcom uma direção revolucionária a sua frente, o proletariadonão tomou o poder expropriando à burguesia e impondo umgoverno operário e camponês, o único governo que pode resolveras diligentes necessidades das massas. Isto foi aproveitado pelosimpostores da burguesia da “oposição” que tentam apropriar-se da revolução da classe operária quirguiz e que puseram aRoza Otunbayeva no poder.

Este não era o plano inicial da burguesia opositora, que consistiaem pressionar ao governo de Bakiev. Rosa Otunbayeva vinhachamando a mobilizações e protestos reclamando a democratizaçãodo regime e utilizando estas mobilizações para negociar umprogresso das eleições. No entanto, o protesto das massas se lhesfoi de controle porque estas irromperam de forma independentepondo em xeque ao Estado e o regime.

É que precisamente, prévio à ação de massas que derrocou a K.Bakiev estava-se preparando um governo de unidade com o partido

Q U I R G U I S T Ã O

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possua o controle dessa região hoje, controla o passo a Ásia, OrienteMédio e Rússia.

A restauração do capitalismo nas ex repúblicas soviéticas a partirde 1989, permitiu-lhe ao imperialismo ianque instalar em Manas,Norte de Quirguistão,uma base aérea desde onde se apetrecham erotam mensalmente 50 mil soldados entre marines,que somam aoredor de 35 mil, e tropas da OTAN,e é desde ali onde se garante aocupação de Afeganistão.

Ao mesmo tempo Rússia com seu exército contra revolucionáriojoga o papel de polícia interna em diferentes ex repúblicas soviéticascomo em Quirguistão, ao mesmo tempo em que massacra emnacionalidades que oprime como a Chechena e Osetia do Norte.

No Quirguistão possui uma base militar em Kant, muito cercade Manas, onde enviou 150 pára-quedistas e Putin saiuimediatamente a reconhecer ao governo de Otunbayeva, para queeste lhe garanta que a insurreiçãoquirguiz não se estenda ao restodos países da zona, o queimediatamente poria ao ordem dodia o início da revolução na própriaRússia.

No Quirguistão ficouestabelecido um duplo poder:por um lado o das massasmobilizadas, as assembléiaspopulares que ressurgiramnovamente e suas milíciasoperárias. Pelo outro, um governoburguês ultra débil sustentado porum regime e Estado em crise quese mantém em pé pelo sustento doimperialismo e sua base militar, epela nova burguesia russa que se joga a vida em impedir uma novarevolução de Outubro triunfante numa ex república soviética.

Por isto, segundo o calendário da Revolução Russa de 1917,estamos ante uma “revolução de Fevereiro” já que as massasderrubaram ao governo, estabeleceram um regime de duplo poder,mas ainda não avançaram à tomada do poder e esta é a tarefaimediata que têm por diante as massas no Quirguistão.

As massas devem fortalecer as milícias operáriasmarchando sobre os quartéis, e que cada quartel se convertaem conselho de soldados que destrua a casta de oficiais doexército! A insurreição do Quirguistão deve avançar emdestruir a base militar ianque! Há que expulsar às tropas russasde Kant, essa polícia interna repressora da nação quirguiz!

Para conquistar o pão, o trabalho, a terra e a independêncianacional, a classe operária e as massas não devem reconhecernenhum governo burguês, porque da mão, hoje, daOtunbayeva não obterão nem o pão, nem a terra nemmoradias dignas!

Para isso, não devem deter sua marcha, suas mobilizações,as atuais ocupações das terras, as ocupações de fábricas. Háque procurar o pão onde está: há que desapropriar a toda aburguesia imperialista, nativa urbana e rural!

Para isso as massas armadas insurrecionadas desde osorganismos de luta que conquistaram, desde as assembléiaspopulares -kurultays- que tinham desaparecido depois de 2005e que hoje ressurgem, devem pôr em pé e centralizar-se numforte organismo de operários, camponeses e soldados armados.A tarefa do momento é preparar uma insurreição triunfantepara que a classe operária tome o poder.

E este é o único caminho para desapropriar à burguesia erestaurar a ditadura do proletariado sob formasrevolucionárias!

O imperialismo e a burguesia internacional sustentam aogoverno provisório de OtunbayevaO caráter internacional da revolução no Quirguistão

Toda a política atual dogoverno burguês provisório juntoao imperialismo é para estabilizarrapidamente esta região altamenteconflitava. É que Quirguistão, umaex república muçulmana soviética,encontra-se localizada na fronteiranordeste da China e ao norte doAfeganistão e cerca da fronteiracom Cazaquistão desde onde oimperialismo ianque garante aofensiva contra revolucionaria e deocupação do Afeganistão.

Assim é que Rússia e aOrganização para a Segurança e aCooperação na Europa (OSCE)

saíram de imediato a dar seu apoio ao governo provisório daOtunbayeva, inclusive economicamente. Mais tarde, vendo odesenvolvimento dos acontecimentos, enviados diretos do governode EUA reuniram-se o 15 de abril com enviados de Rússia, a OSCEe a ONU em Cazaquistão. Mediante conversas telefônicas diretasdos presidentes desses países se ditou a K. Bakiev sua carta derenúncia e as condições da mesma para que a presente ante ogoverno provisório. Esta “missão de paz” convenceu ao governoprovisório de deixá-lo partir a Bakiev “para evitar mais vítimas”,isto é para apaziguar às massas que dominam as ruas da naçãoquirguiz. É evidente que as diferentes potências imperialistasfecharam filas para evitar que a “revolução de fevereiro” quirguizse aprofunde e tombe ao débil governo provisório, estendendo-sea Uzbequistão, e Tajiquistão e, sobretudo a Rússia, em momentosem que Putin tem que sair a reavivar os fogos nacionalistas contraChechena e Daguestão para opacar as manifestações contra seugoverno ante a brutal crise econômica.

O terror que lhes provoca a irrupção da revolução quirguiz eque esta se cole nas nações da região é o que lhe faz manifestar aMedvedev, presidente de Rússia, sua preocupação para queprontamente se “restaure o Estado no Quirguistão” já que o mesmo“não existe neste momento.” Enquanto Islã Karimov, que presideUzbequistão teme que a instabilidade nesse país “se voltepermanente”. E com temor recordava, que semanas depois darevolução “das tulipas” em 2005, começou um enorme

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levantamento contra seu governo, levantamento que “deveu seresmagado” brutalmente.

Por isso o triunfo da revolução no Quirguistão éinseparável da tarefa imediata de destruir a base militarianque, tomar o poder expropriando à burguesia eestender a revolução a Tajiquistão, Uzbequistão,Turkmenistão, Cazaquistão, impondo a restauração daditadura do proletariado sob formas revolucionárias. Poruma Federação de repúblicas soviéticas muçulmanas!

O triunfo da revolução proletária é de vida ou morte para asmassas exploradas da região, já que o imperialismo que é reaçãoem toda a linha, não permite que surjam nações independentesnem novas potências imperialistas; se esta não triunfa oimperialismo ocupará Quirguistão, o partirá desmembrando, combalcanização na região e imporá piores condições de fome, misériae escravatura transformando a estas nações em novos protetorados,tal como o fez com Iraque.

Ao mesmo tempo, isto daria umenorme impulso revolucionário àresistência afegã, iraquiana, palestinae de tudo Oriente Médio contra oinvasor imperialista. Porque umgoverno operário e camponês quirguizpoderia disputar-lhe a resistênciaafegã a direção burguesa, para quepossa avançar em expulsar aoimperialismo com uma revolução queinstaure a ditadura do proletariadoem Afeganistão.

Da mesma maneira, uma revolução triunfante noQuirguistão, seria um enorme impulso para a resistênciachechena contra as tropas brancas do açougueiro russo Putíne impulsionaria o combate do proletariado em todas as ex repúblicassoviéticas, onde a restauração capitalista provocou a maior dascatástrofes contra as massas.

Mas fundamentalmente, o proletariado e as massasquirguizes lhe marcam o caminho pelo que deve avançar aclasse operária grega para derrotar o ataque de Papandreu edos parasitas do capital financeiro ianque e alemão, e que a“Chispa na Atenas” incendeie Paris e toda a EuropaImperialista com a revolução socialista. Esta é a verdadeirafortaleza da ação das massas no Quirguistão.

A revolução no Quirguistão é o principal aliado dos centosde revoltas camponesas contra a burguesia dos “mandarins”vermelhos do PC chinês, e da heróica luta dos operáriosmetalúrgicos de Tonghua e Lingzou que fizeram rodar a cabeçade seus patrões, revoltas e heróicas lutas políticas dos operáriose camponeses que só podem triunfar abrindo a terceirarevolução chinesa.

No entanto, a revolução quirguiz não pode sustentar-se se nãose desenvolve como uma única e mesma revolução socialista em

todos os ex Estados operários, começando pela Rússia “dos novosZares e seu exército branco contra revolucionário”.

A classe operária russa que vem levantando-se em mais de 50cidades contra o ataque de Putín, não pode nem sonhar com derrotaro ataque do novo “Zar” dos stalinistas devindos em burgueses, senão levanta as demandas democrático revolucionárias das naçõesoprimidas pela Rússia capitalista. O proletariado russo develevantar o grito de Vocês “fazem as guerras, nós pomos osmortos” Fora as tropas russas do Quirguistão! Fora o assassinoPutín e seu exército branco da Chechena Pela derrota doexército russo e pelo triunfo da resistência chechena! Por umaChechena independente operária e socialista! Por umQuirguistão soviético operário e socialista!

A classe operária russa deve impor a unidade coma classeoperária de Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Letônia, Lituânia, eUcrânia para derrotar ao imperialismo ianque propondo em primeirolugar: O inimigo esta em casa, é Putín, a burguesia russa e seuexército branco opressor e assassino! Só neste caminho, oproletariado russo poderá derrotar o ataque de seu governo eacaudilhar o combate pela restauração da ditadura do proletariadosob formas revolucionárias. Esta é a tarefa que se desprende da

heróica revolução posta em marchapelos operários e camponeses deQuirguistão.

A direção revolucionária queprecisam para guiar este combate aotriunfo é a IV Internacional refundada em base o seu programa de1938 o partido mundial da revoluçãosocialista, inimigo irredutível dasdireções traidoras do proletariado.

O reformismo se chamou ao silênciofrente à revolução quirguiz. Seu silêncio

não é paralisia, é a política de cercar a revolução desde asaristocracias e burocracias operárias dos países imperialistas e seuspartidos reformistas de stalinistas e renegados do trotskismo. Assimo fizeram ontem com a grandiosa revolução em Madagáscar hojecercada. Essas direções agrupadas no Foro Social Mundial e agorano V Internacional conspiram para levar ao proletariado à derrota.Vêm-no fazendo com o combate das massas gregas para que nãoacaudilhe a revolução em toda a Europa imperialista e assim ovêm fazendo no Latino América sustentando os pactos contrarevolucionários das burguesias bolivarianas e o imperialismovestido de Obama contra as massas.

São estes pactos contra revolucionários que atuam na Bolívia,na Colômbia, na Venezuela e recentemente na Honduras os quehoje permitem que a burocracia restauracionista dos irmãos Castroesteja avançando na restauração capitalista na Cuba. A revoluçãoem Quirguistão é a força que precisa o proletariado cubano parasublevar-se contra a restauração capitalista e impedir uma enormederrota para a classe operária mundial.

A FLTI localizada na barricada das massas revolucionárias deQuirguistão tem suas forças empenhadas em conquistar um ComitêRe-fundador da IV Internacional de 1938 para devolver-lhe aoproletariado sua direção revolucionária.

SECRETARIADO DE COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DA FLTI

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A restauração capitalista nos ex Estados operários, isto é, oaborto da revolução política no ’89, a imposição nos Estadosoperários deformados e degenerados de governos burguesesrestauracionistas –como os de Askar Akaev, Roza Otunbayeva e K.Bakiev- que impuseram a liquidação do monopólio do comércioexterior, da propriedade coletiva dos meios de produção e daeconomia planificada, interromper a ditadura do proletariado nos exEstados operários do Leste europeu, em Rússia e em China. Istosignificou uma verdadeira catástrofe para as massas. As naçõesque conformavam a ex URSS “serão independentes” da Rússia,mas ficaram como colônias ou semi colônias do imperialismo, o quepermitiu a instalação de bases militares e milhares de tratadoseconômicos que configuram ascadeias de domínioimperialista sobre essasnações.

Este triunfo contrarevolucionário, –graças à castastalinista que deveio emburguesia- significou odesmembramento das forçasprodutivas das pequenasnações que estavamentrelaçadas nas ex URSS.

Quirguistão, ex repúblicasoviética muçulmana de poucomais de 5 milhões dehabitantes, ficou totalmentedesindustrializada, com umainfra-estrutura industrial que ficou completamente obsoleta levandoa uma enorme pobreza e miséria às massas. Atualmente, orendimento per capita é de 740 dólares. A esperança de vida é de65 anos para os homens –que maiormente morrem por alcoolismo-e de 75 para as mulheres. A metade da população sobrevive comopequenos camponeses ou operários rurais nas numerosas e isoladasaldeias agrícolas, especialmente no sul. A maioria dos operáriosindustriais ficaram desempregados –aprofundando-se na criseeconômica mundial atual- e se vêem obrigados a trabalhar comovendedores ambulantes tanto no Quirguistão como no Uzbequistão;os jovens, que são a maioria dos desempregados, têm que seoferecer como mão de obra escrava no Cazaquistão e na Rússiapara as colheitas ou na construção. O 40% do PBI quirguiz oconstituíam até 2009as remessas dos 500-800.000 trabalhadoresquirguizes imigrantes permanentes ou andorinhas nesses países. Acrise mundial reduziu drasticamente essa entrada de subsistênciapara suas famílias, aumentando a miséria e o desespero.

A catástrofe que significou a restauração do capitalismo noQuirguistão a converteu, de fato, numa semi colônia do imperialismoque saqueia suas riquezas naturais como são o petróleo, o gás,suas grandes reservas de mercúrio, ouro e urânio, a produção defumo e algodão para a exportação, como assim também as reservasde água que alimentam as centrais hidrelétricas para a produçãoem China. O ano passado a burguesia rasteira de Quirguistãorenegociou o aluguel da base militar ianque triplicando o pagamentode 20 a 60 milhões de dólares, junto a 175 milhões de dólares maisdo que pôs o imperialismo ianque “para infra-estrutura”, além defechar suculentos contratos para abastecimento de combustível e

A RESTAURAÇÃO CAPITALISTA AFUNDOU NA MISÉRIA E POSTRACIÓN A QUIRGUISTÃO E AS EX REPÚBLICAS SOVIÉTICAS

Só a restauração da ditadura do proletariado sob formas revolucionáriasnos ex Estados operários pode salvar às massas da barbárie

logística para a base.A burguesia rasteira de Otunbayeva, como toda burguesia nativa,

não pode dar nenhuma saída às necessidades das massas que selevantaram contra a carestia da vida. Com seu discurso de DDHH,o máximo que poderá dar o governo provisório é um pouco demaquiagem “democrática”. Mas já ficou demonstrado em 2005 coma chamada “Revolução das Tulipas” com a que as massasderrocaram a Akayev, que ao não intervir de maneira independenteda burguesia, foi outro setor burguês, o da “oposição” (que nessemomento encontrava a Bakiev e Otunbayeva da mão o que ficoucom o poder e levou a Bakiev ser presidente. Bakiev ingressou aogoverno pregando uma política de Direitos Humanos e de

democratização do regime,mas rapidamente bonapartizóo regime dissolvendo oparlamento em váriasoportunidades. O governo quecaiu a mãos das massasrevolucionárias era o governoburguês dos Direitos“Humanos” e a “democracia”.

Quirguistão tinhaconquistado seu caráter denação com a revoluçãoproletária de Outubro de 1917dirigida pelo PartidoBolchevique de Lenine eTrotsky, como parte de umaFederação de Repúblicas

Socialistas. Hoje, a 20 anos da restauração capitalista nos paísesdo este de Europa e da ex URSS começou o trecho final da carreirapor definir de que potência imperialista serão colônias, semi colôniasou protetorados diretos. É que a localização definitiva dessesEstados na divisão mundial do trabalho ficou indefinida em 1989,como já definíssemos em 1999. Denominamos a estes países comocapitalistas transitórios, já que o imperialismo não conseguiu resolvera seu favor o confronto entre revolução e contra revolução a escalamundial. É que o destino histórico destes Estados só pode estardeterminado pelo resultado da luta de classes internacional: “ou oproletariado, e nele seus batalhões mais concentrados, as classesoperárias dos países imperialistas, avançam no caminho darevolução proletária, dando impulso não já a uma revolução política,senão a uma revolução social nos Estados capitalistas transitórios,que restaure a ditadura do proletariado sob formas revolucionárias,que volte a desapropriar aos novos ricos e às propriedadesimperialistas bem como aos bancos, que re imponha o monopólioestatal do comércio exterior, a economia planejada, e uma genuínademocracia soviética; ou a contra revolução triunfante mediantecrash, guerras, esmagamentos e derrotas históricas do proletariadointernacional termine de incorporar a estes Estados à divisão mundialdo trabalho como semi colônias, colônias ou protetorados diretos”.(“Os acontecimentos de 1989. A atualidade do programa dosrevolucionários e os combates da classe operária mundial a fins doséculo XX”. Editorial R. Klement 2000). Por isso o levantamentodas massas em Quirguistão põe à ordem do dia a tarefa históricado proletariado quirguiz: a restauração da ditadura do proletariadosob formas revolucionárias nos países da ex URSS.

Trotsky fundador da IV Internacional e comandante do exército vermelho

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Mas esses dirigentes hoje se renderam, enquanto as massasseguem combatendo em estado de revoltas defensivas contrao governo e o exército, porque por trás das demandasdemocráticas com as que a fração burguesa da Thaksinmanipula as massas, existem as demandas e necessidades reaisda classe operária e os camponeses pobres de pão, trabalhodigno e terra. “Abrimos os olhos e nos demos conta quem sãonossos inimigos”, dizem.

Ficou claro ante as massas operárias e camponesasmobilizadas que a fração burguesa da Thaksin e sua UDD asutilizaram para negociar através da arqui reacionáriamonarquia tailandesa, representante dos interesses diretos doimperialismo nesse país, por uma fatia da renda nacional.Também ficou demonstrado, como veremos depois, que estafração burguesa teme mais à mobilização revolucionária dasmassas -e a do que esta derroque ao regime monárquico e aogoverno assassino para conseguir suas demandas- que àmonarquia e ao governo burguês da Abhisit e sua sangrentarepressão. Pois com eles é sócio, em maior ou menor medida,dos negócios capitalistas e do imperialismo no saque daTailândia.

COMO ONTEM NA BIRMÂNIA, ANTE AS BRECHAS ABERTAS NAS ALTURAS…

As massas exploradas da Tailândiaprotagonizam revoltas

pelo pão, o trabalho e a terra.

Tailândia

Voltam ao combate contra o imperialismo as heróicasmassas da Indochina!

Desde faz já três meses as massas operárias e camponesasvêm protagonizando enormes confrontos contra o governo, apolícia e o exército na Tailândia. Suas demandas são a renúnciado principal assessor do rei, o Gral. Prem Tinsulaonda, e dopremiê Abhisit Vejjajuva e todos seus ministros, pertencentesao Partido pela Defesa da Democracia.

O ex premiê Thaksin Shinawatra, que foi deposto em 2006pelos atuais governantes, organizou uma frente único entreseu partido, a União pela Democracia e contra a Ditadura,outros partidos de oposição, setores da oficialidade do exércitoe uma junta de generais deslocados pelo atual premiê e o rei.

Foi esta frente burguês “democrático” o que chamo a fazermanifestações pacificas para pressionar ao governo poreleições antecipadas para este ano, mobilizando as massasoperárias e camponesas identificadas por suas camisas ebandeiras vermelhas, que se puseram no centro da cena políticadurante os últimos três meses.

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Uma vez mais as massas da Indochina se rebelam pelopão, o trabalho e pela terra e chocam, na Tailândia com oregime monárquico prol imperialista e seus lacaios daburguesia nativa

Os combates da Tailândia retomam hoje o caminho daBirmânia de 2007, que ante o começo da crise se levantavampelo pão em revoltas que fossem contidas pelos monges, quemse puseram à cabeçadas mesmas manipulando em seubenefício o sentimento antiimperialista das massas e sua lutacontra o imperialismo para poder comer. É que nestes paísesda região da Indochina (hoje dividida nos países da Mianmar–ex Birmânia-,M a l á s i a ,C i n g a p u r a ,Tailândia, e os exestados operáriosde Laos, Cambojae Vietnã) a classeoperária e ose x p l o r a d o s ,sumidos numaenorme miséria ebaixas condiçõesde vida,responderam comlevantamentosespontâneos ante acrise e o grito deguerra doscapitalistas de queseja a classe operária a que a pague. Os operários e camponesespobres da Tailândia hoje retomam ante a crise este caminhocontra o imperialismo, e com seu combate irromperamaproveitando as brechas abertas nas alturas entre duas fraçõesburguesas, como veremos depois.

A região da Indochina, que fosse colônia francesa até aexpulsão (em 1956) do imperialismo francês pelolevantamento revolucionário das massas e que nos 60-70derrotaram ao imperialismo ianque na guerra triunfante doVietnã, é uma península que se encontra no sudeste da Ásia,ao sul da China.

Depois de entregar os estados operários à economia mundoa princípios dos 90, a burocracia stalinista em sua variantemaoísta, devém em burguesia e através das joint ventures oucomo gerentes locais se associa com as multinacionais -principalmente japonesas e norte-americanas- que se começama instalar ali. É assim que Vietnã se converteu hoje numamaquiladora ianque e Laos numa reserva de mão de obraescrava que provê dos operários mais explorados da região,os que fazem os piores trabalhos, por exemplo, na Malásia eTailândia nas maquiladoras japonesas e norte-americanas,alimentadas energeticamente com o gás da Birmânia.

Birmânia é o país que abastece de gás para que funcionetodo o parque produtivo da região, bem como Bolívia o épara Latino América. Isto é que na Birmânia a classe operáriavive numa enorme miséria, enquanto está paragem sobreenormes riquezas de hidrocarbonetos, que são saqueadas peloimperialismo para aumentar seus lucros e abastecer da fontede energia a suas maquiladoras da região nas quais superexplora ao proletariado laosiano, cambojano, tailandês, chinês,etc. Por isso na Birmânia vimos uma das primeiras revoltascontra a fome e o ataque da burguesia a nível mundial contraos explorados desde que começasse no 2007uma fenomenalcrise econômica mundial.

Por outra parte,toda a região gozade condiçõesótimas para aa g r i c u l t u r a ,principalmente ocentro da Tailândiaque é conhecidocomo a “malga dearroz” da região, eé aproveitada pelasmultinacionaisagrícolas. Massobre tudo sebeneficiando damão de obrae s c r a v a(submetida já sejacom regimes deterror como as

monarquias-autarquias ancestrais com formas democráticasda Camboja e Tailândia, ou com um regime bonapartista dopartido único maoísta e o exército, como no Laos) oimperialismo -em primeiro lugar o japonês- instaloumaquiladoras (tanto produtoras como ensambladoras) naregião. Por isso hoje Malásia é um dos grandes centros deconcentração das maquiladoras japonesas no Pacífico.

Assim, as multinacionais no Pacífico, na península daIndochina e na Tailândia em particular, instalam-seocupando terras e expulsando ao camponês das mesmas,que fica ou bem como proletariado super explorado nasmaquiladoras ou nas zonas de cultivos industriais (soja,arroz, palma oleosa, etc.), ou bem desempregado comoexército industrial de reserva usado pelas multinacionaispara afundar o salário da classe operária da região. Istocomeçou a fazer Japão nos 80 e com maior força nos 90, masdeu um novo salto depois dos primeiros signos de queda dataxa de lucro das multinacionais dos diferentes imperialismosinstaladas na China quando estas se foram aos diferentes paísesda Indochina, e a outros setores do planeta, em procura deuma mão de obra com salários ainda menores. Tailândia é um

Camisas vermelhas rompem ao exército burguês na Tailândia

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fiel reflexo disto, como o são todos os países da península daIndochina.

Indubitavelmente a derrota dos ex estados operáriosdo Vietnã, Camboja e Laos fez de ímã a fortesinvestimentos imperialistas, por ter estes países ummovimento operário relativamente culto e especializadoentregado, com salários de fome, pela burocracia stalinistae maoísta ao mercado e a economia mundial imperialista.

Assim quando a esquerda reformista mundial fala da“decadência do Japão”, que “já teria sido ultrapassado porChina como segunda economia mundial”, não faz mais doque encobrir as tropelias dos açougueiros imperialistasjaponeses que se associaram a EUA em seus negócios de saquee brutal exploração da classe operária dos povos da Ásia, daChina e da Indochina. O imperialismo japonês, como EUA,tem re-localizando suas empresas essencialmente no Pacífico,mas também na América Latina e África enquanto deixa acentenas de milhares de operários japoneses desempregadospara afundar o salário de sua própria classe operária. Assim,sócio a EUA no saque dos povos oprimidos da Ásia, África eAmérica Latina e colaborando no saque do Oriente Médio deonde obtém petróleo do Iraque para seus transacionais, é aforma na qual o imperialismo japonês e suas corporaçõesobtêm super lucros para paliar sua crise e bancarrota.

É esta sociedade comercial, política e econômica do Japãocom EUA a que em última instância explica um aparelhomilitar comum, e as bases militares ianques no Japão, que sãoe estão para custodiar os interesses dos EUA e Japão comoimperialismo secundário no Pacífico, tal qual ficasse depoisda derrota ante o imperialismo anglo-ianque, como resultadoda Segunda Guerra Mundial. Japão é o mais fiel aliado, poragora associado como segundo irmão, dos EUA no saque doplaneta.

Esta questão não é denunciada pela esquerda dos paísesimperialistas que escondem as tropelias contra revolucionáriasdo Japão sob o manto ianque no domínio do planeta. É inútil,desde já, pedir-lhe aos partidos social-imperialistas que deixemde sê-lo, inclusive no Pacífico.

Tailândia, uma maquila super explorada pelo imperialismo

Tailândia é uma mais das maquilas do sudeste asiático,sendo a 10º exportadora de automóveis do mundo, com500.000 operários só na indústria automotriz, e uma florescenteindustrial têxtil, sobretudo de fibras sintéticas, unida àsautopeças e ao ramo da construção, favorecida pelo boom nocomércio e a hotelaria. Importantes, mas em menor medida,são a indústrias químicas, metalúrgicas e de linha branca,principalmente em poder dos monopólios japoneses oumultinacionais de capital norte-americano e japonês.

Os negócios, principalmente as maquiladoras, fazem-setodos com investimentos imperialistas. A burguesia tailandesa

compartilha, seja na forma de joint ventures, de empresasassociadas, ou como gerentes das empresas imperialistasdiretas, os negócios que fazem os imperialistas na região.

Japão foi o que mais se meteu com Toyota, Nissan, Isuzu-Suzuki e Nippon Steel (esta última como sócia maior dacompanhia petroleira tailandesa em explodir gás e petróleoda Birmânia, e as companhias coreanas como Daewoo e outras,dominadas por Japão. A sua vez, em menor medida Inglaterrafaz seus negócios, provendo de armas ao exército tailandês.

Outro setor importante da economia tailandesa –ainda queviesse em picada pela crise- a onde também se volcam osinvestimentos imperialistas, é a indústria do turismo, onde onegócio dos complexos turísticos está em mãos de um setorda burguesia tailandesa e também gera uma classe média ricaunida ao mesmo.

Importante é destacar que depois do Japão, Estados Unidosentrou também conseguindo grandes vantagens para seusinvestimentos, compartilhando os negócios petroleiros dascompanhias tailandesas e malaias em Birmânia. Enquanto naTailândia, faz entrar seu capital financeiro em forma deempréstimos, investimentos, bancos, etc., gozando debenefícios que não tem nenhuma outra potência imperialistaneste país suas empresas são tratadas como empresasnacionais, pelo que estão isentas de pagar impostos e não lhesexige outros requisitos como o de ter membros tailandesesem seu diretório, ou ter que se associar e fazer joint ventures,etc. Isto lhe permite ao imperialismo ianque sacar a mais-valia limpa diretamente.

Ante o ataque de Abhisit e a rendição de Thaksin e a UDD,as massas ficaram combatendo independentemente emrevoltas defensivas

Thaksin e a UDD para negociar sua partilha no botim dasuper exploração operária chamaram às massas a mobilizar-se. Até agora intervieram os camponeses pobres e os habitantesdas vilas misérias que rodeiam Bangkok. Isto implica que aclasse operária tem estado presente nas barricadas e as revoltas,ainda que sem fisionomia própria, sem fazer pesar seu papelcomo produtor das riquezas, dentro do movimento dos camisasvermelhas, sob demandas democráticas usadas pela fraçãoburguesa da Thaksin para desviar às massas da luta por que acrise a paguem os capitalistas. Desde fevereiro, grandes massasde camisas vermelhas e suas famílias, que chegaram a ser uns100.000 em abril, ocuparam o centro e as zonas de turismomais luxuosas do Bangkok, incluindo a zona de atividadefinanceira (grandes bancos, a Bolsa, os enormes shoppingsque são o coração dos negócios imperialistas na Tailândia)formando barricadas com canas de bambu aguçadas, pilhasde pneumáticos e todo tipo de elementos. Com fundas, estacas

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de bambu e algumas armas curtas se prepararam para recusaros ataques seguros de seus inimigos.

Abhisit chegou num verdadeiro momento a propor chamara eleições em novembro, pelo temor de que uma ala do exércitoque não estava de acordo com reprimir, se desse volta, eademais era evidente do que uma parte da polícia e do exércitose estavam dividindo e passando-lhe armas aos camisasvermelhas, e inclusive lutando fisicamente junto a eles. Masainda que os líderes da UDDtivessem aceitado o acordo, asmassas se negaramrotundamente a aceitá-lo. Nãotinham deixado tantosmortos, feridos e detentospara conseguir tão poucacoisa. Então o governo nãoesperou mais. Depois demeses de luta nas ruas porparte das massas contra ogoverno Abhisit e o exércitoassassino, com combates quecustaram mais de 80 mortose milhares de feridos entre osmanifestantes e osrepressores, o governodecretou o estado de sitio parafacultar ao exército quedetenha sem entravesjudiciais e declarar que sejadelito estar fora de casa depoisdas 20 horas. Abhisit decidiua terça-feira 18 de maio fechartodo diálogo e atacou oacampamento dos camisasvermelhas na zona financeira e turística, derrubando asbarricadas com tanques, disparando granadas e balas de rifles.Ante o ataque, um grande setor dos líderes da UDD se entregoue chamou á dês-mobilização. No entanto os manifestantesnão obedeceram, (bem como antes tinham recusado asnegociações por suspeitas de pactos encobertos) e setores delesforam queimar edifícios ou a livrar escaramuça com as tropasem outras partes da cidade.

O ataque do governo, longe de acalmar a situação,agonizou-se, não só no Bangkok (a capital da Tailândia) senãotambém nas províncias do norte e nordeste, bastões da UDD.Nessas províncias grandes grupos de manifestantes queimaramedifícios municipais com seus anexos nas cidades do UdonThani, Kon Kaen, que são importantes cidades, bem como agovernança de uma das províncias orientais. Em Bangkok sequeimaram ao redor de 70 edifícios estatais e privados,inclusive dois dos mais importantes e imensos shoppings, oedifício da Bolsa de valores da Tailândia e os escritórios docanal 3 de televisão e de alguns jornais em idioma inglês.

A UDD se rendeu, mas as massas seguiram combatendoem estado de revolta contra Abhisit e a casta de oficiaisassassinos do exército tailandês. Já identificaram a seusinimigos. Thaksin e outros dirigentes da UDD extraoficialmente confessaram que perderam o controle das massas,reconhecendo que entre as brechas nas alturas irromperam asmassas pauperizadas.

A grande lição destescombates da Tailândia éque o camponês pobre eos operários agrícolasprecisam, para rompercom a burguesia“opositora”, de umaintervenção audaz edecisiva do proletariadoda Tailândia, queconcentrado em enormesempresas automotivas,devem ser os queacaudilhem e dirijam opróximo levantamentorevolucionário, porque sãoos únicos que poderãolevá-lo ao triunfo. É queeles são capazes de atacare expropriar ao grandecapital imperialista econtrolar as molas chavesda economia da Tailândia

Neste primeiro embate,o proletariado interveio

diluído nessa aliança com a burguesia e como camponês pobre.A luta por pôr em pé os comitês de fábrica em todas asmaquiladoras da Tailândia é inseparável da luta por estabelecera aliança operária e camponesa sob a direção do proletariado,derrotando ao estado e ao regime burguês.

Para isso a condição será romper com a burguesia. É umaobrigação de todas as organizações que se dizemrepresentantes do proletariado romper com a burguesia, pormais de “opositora” e de “vvvvvvvvvvermelho” do que estase vista para manipular a luta revolucionária das massas.

As massas exploradas da Tailândia já estão sacando aconclusão de que a burguesia “opositora” e os famosos oficiaisque posavam de libertadores do povo se renderam de formacínica e covarde deixando-as expostas a uma brutal repressão.Esses oficiais, como parte da casta de oficiais burguesa doexército da Tailândia, jamais enfrentarão de forma decisiva asuas congêneres da casta de oficiais do exército da monarquia,porque em última instância respondem aos mesmos interessesde classe.

Os aliados dos explorados não são outros que ossoldados rasos, aos que a milícia operária e camponesa

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uma vez desenvolvida até o final chamará audazmente apôr em pé seus comitês. Assim se estabelecerá o verdadeiroduplo poder na Tailândia, que não será uma luta de pressãocomo a que utiliza a burguesia e suas diferentes frações parase repartir os negócios, senão que o constituirão os conselhosde operários e camponeses pobres com suas milícias e oscomitês de soldados.

Pela destruição da casta de oficiais do exércitoassassino, servente da monarquia e o imperialismo! Háque pôr em pé uma milícia operária e camponesa paraganhar à base do exército que organize seus comitês desoldados!

Para conseguir pão, terra, trabalho e todas as demandasdas massas…Abaixo a monarquia!Por um governo deoperários e camponesesapoiado nos organismosde democracia direta dasmassas, sua milícia e osconselhos de soldadosrasos!Fora o imperialismo!

As massas que não serenderam seguemcombatendo e estãoarmadas, já que assaltaramdelegacias e recebido armasde soldados e polícias. É quenão conseguiram suasverdadeiras demandas pelasque se levantaram, isto é,pão, trabalho, terra e aindependência nacional. Isto é pelo que vêm lutando e dandosuas vidas. As massas na Indochina já antes se levantarampelo pão, isto é por não pagar a crise que a parasita burguesiamundial provocou e quer fazer que as massas a paguem comfome, miséria e super exploração. Essa briga hoje vive nosexplorados da Tailândia.

É por isso que chamamos aos operários e camponesespobres em luta a organizar-se num congresso nacional operárioe camponês para coordenar as lutas por todas as reivindicaçõesdos explorados. Para defender a este congresso, é necessáriocentralizar os combates e pôr em pé a milícia operária ecamponesa para ganhar à base do exército e assim enfrentar àcasta de oficiais do exército e à polícia assassina. Não se podeconseguir pão, terra nem trabalho digno com nossos melhorescombatentes presos, com o exército nas ruas, com o toque derecolher e o estado de sitio. Abaixo o estado de sitio e o toquede recolher! Liberdade aos operários e camponeses presospor lutar contra este regime assassino!

Chamamos aos soldados rasos que se negam a reprimiraos trabalhadores e ao povo pobre e que lhe passaram armasàs massas sublevadas, a que desconheçam a seus oficiais epassem ao lado dos oprimidos, formando comitês que enviemdelegados a esse congresso de operários e camponeses pobres.

Chamamos às heróicas massas que incendiaram a bolsado Bangkok, os edifícios estatais, combatido ao exército eque se levantaram contra o governo a tomar a solução destasdemandas em suas próprias mãos e a não confiar em Thaksinnem em nenhuma outra fração da burguesia. Eles só queremnegociar sua parte dos negócios da que foram excluídos, masprotegem suas propriedades a toda costa. Assim ficoudemonstrado, já que quando a luta se endureceu e ante o temorde que a próxima propriedade que se incendeie ou se tomeseja deles, esta fração da burguesia se rendeu e chamou a

desmobilizar. A burguesiaem seu conjunto, junto coma monarquia são os queamarram a nação aoimperialismo, permitem suaespoliação e fazem negócioscom a exploração de suaclasse operária entregando-a como mão de obra baratagraças ao qual oimperialismo, ainda nomeio da crise consegueenormes super lucros.Como lacaios doimperialismo são os quedevem garantir que seja aclasse operária e osexplorados da Tailândia osque paguem pela crise docapitalismo. Abaixo amonarquia e seu regimetotalitário, agentes do

imperialismo no saque da nação oprimida! Abaixo o governo,a casta de oficiais assassinos, o estado e todas suas instituiçõesao serviço dos exploradores!

Para conquistar a independência nacional há que jogar aoimperialismo da região e para isso há que começar por rompercom a burguesia e todos seus partidos e instituições. Já ficoudemonstrado que nenhuma fração burguesa, ambas amarradaspor milhares de laços ao imperialismo, pode conseguir essaindependência. Por isso a fração “democrática” da Thaksinnão pode nem sequer convocar a uma Assembléia Constituintecom um delegado cada 10 mil habitantes. Só o congresso deoperários e camponeses pobres com suas milícias derrotandoao governo e à monarquia e tomando o poder pode garantirromper com o imperialismo, conquistar o pão para os operáriose a terra para os camponeses, expropriando aos expropriadores,e convocar inclusive a uma Assembléia Constituinte livre esoberana sobre a base da ruína do regime de opróbrio damonarquia, servente do imperialismo.

Polícia abatido pelos explorados da Tailândia

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Para expulsar ao imperialismo que saqueia as riquezas danação e super explora à classe operária, o proletariado deveexpropriar sem pagamento as fábricas, os bancos, as terrasem mãos das multinacionais e pô-las a produzir sob controleoperário ao serviço da imensa maioria do país, isto é, osexplorados e os camponeses pobres. Assim, expropriando oslatifúndios o proletariado pode dar-lhe a terra ao camponês;expropriando sem pagamento todos os bancos numa bancaestatal única poderá dar-lhe ao camponês créditos baratos.

Nada disto poderá ser conseguido enquanto os burguesessubmissos, lacaios, sócio menor e gerente a conta doimperialismo siga no governo… Por um governo operário ecamponês que garanta trabalho para todos com um saláriodigo para os operários tailandeses e seus irmãos laosianos!Ao igual trabalho, igual salário! Por serviços de saúde eeducação gratuitos para os operários e os camponeses e seusfilhos, moradias dignas expropriando os palácios, os hotéis eshoppings de super luxo para fazer moradias, centros derecreação e hospitais para as massas! Todo mundo a trabalhar,basta de parasitas! Esse governo operário e camponês baseadonos organismos de autodeterminação e armamento das massasque leve adiante todas estas tarefas será um milhão de vezesmais democrático do que a mais democrática das repúblicasburguesas.

Para que a península da Indochina volte a ser a tumba doimperialismo, uma só revolução!

Os aliados da classe operária e os exploradostailandeses são os operários e explorados da Birmâniaque se rebelaram em 2007 por suas mesmas demandas. Elespodem expropriar às transacionais e pôr o gás ao serviço dosexplorados da Indochina. Seus aliados são os operários doVietnã, Laos e Camboja super explorados pelo imperialismo,que têm suas mesmas necessidades de pão, trabalho e terra, eum inimigo em comum que enfrentar para conseguir-lhas, eque já têm experiência em revoluções e em expropriar aosexpropriadores, vencendo-os em guerras nacionais. Apossibilidade de um segundo embate revolucionário dasmassas da Tailândia, esta vez acaudilhado pelo proletariado,faz tremer a todos os exploradores da região. Ao imperialismoianque se lhe gela a pele. A emergência da classe operáriavietnamita em operações revolucionárias de classe não só lheferrará novamente na história uma fenomenal derrota aosaçougueiros imperialistas ianques, senão também aos traidoresda burocracia stalinista ho chi minhista, hoje devinda em novaburguesia escravista.

A luta pela revolução operária e socialista na Tailândianada mais é do que um elo na corrente de revoluções que napenínsula da Indochina terá em sua vanguarda às massasrevolucionárias do Vietnã, às quais, a fins dos 80 e princípiosdos 90, a burocracia stalinista lhes impôs um plano dereconciliação com os açougueiros ianques, que significou a

transformação do Vietnã vitorioso, numa nova maquila doimperialismo.

O combate pela restauração da ditadura do proletariadono Vietnã, Laos e Camboja é imprescindível para expulsar atodas as potências imperialistas que saqueiam a península daIndochina e para que o embate revolucionário de massas quecomeçou na Tailândia possa triunfar.

Em Tailândia, como em toda a península da Indochina, sóa classe operária acaudilhando aos explorados da naçãooprimida é a única classe nacional no sentido de que podeexpropriar aos parasitas imperialistas e pôr toda a riqueza danação ao serviço da mesma. Desde a FLTI chamamos a umaluta unificada da classe operária e os explorados daIndochina por expulsar ao imperialismo da região,expropriar as fábricas, as terras, os bancos, o gás e osrecursos naturais para pôr toda a riqueza dessas naçõesao serviço da classe que a produz.

O combate pela posta em pé imediata de uma milíciaoperária e camponesa não só prepararia e organizaria umsegundo e decisivo embate revolucionário contra o regimeinfame da Tailândia, senão que seria um verdadeiro choqueelétrico que impactaria sobre as massas vietnamitas, que sãoiguais de exploradas pelo imperialismo que as tailandesas eque derrotaram ao império ianque nos 70 numa guerra civilde libertação nacional, fazendo subir ao último marine aoúltimo helicóptero fugindo do Saigon. Aí estão os quevenceram à besta imperialista. Mas também aí se concentraramas forças da lacra stalinista, que, sustentada pelos renegadosdo trotskismo, entregou as conquistas dos estados operários àrestauração capitalista. E desde Cuba, com sua política decoexistência pacífica com o imperialismo aplicada pelaburocracia castrista, levou à classe operária norte americana,que na década dos 70 se mobilizava paralisando a maquinariade guerra imperialista, aos pés de Carter, para depois trair osnovos Vietnã de Nicarágua e o Salvador, com os pactos contrarevolucionários de Esquipulas e Contadora.

Se se põe em marcha o movimento operário e camponêsvietnamita, a não o duvidar que o armamento generalizadodas massas e o combate contra o imperialismo retomaria umimpulso decisivo não só na península Indochina, senão a nívelmundial. Que se voltem a pôr em pé as milícias vietnamitasque esta vez não virão das massas camponesas senão doproletariado super explorado nas maquilas do imperialismo!

Abaixo os regimes de fome e ditatoriais da região!Abaixo a lacra stalinista-maoísta devinda em nova

burguesia associada ao imperialismo japonês e ianque!Pela restauração da ditadura do proletariado emCamboja, Laos e Vietnã, esta vez sob formasrevolucionárias!

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O OrO OrO OrO OrO Orggggganizador Operárioanizador Operárioanizador Operárioanizador Operárioanizador Operário•22 •

Por um governo operário e camponês na Tailândia!Pela revolução socialista na Birmânia, na Malásia e naCingapura!

Por uma federação de repúblicas socialistas operário-camponesas da Indochina!

As massas famintas da Coréia do Norte se levantam contraa brutal carestia da vida imposta pela burocracia stalinista queas entrega à super exploração imperialista por um dólar aomês.

Ao mesmo tempo, a classe operária chinesa se pôs de pé.A imprensa imperialista dá conta de 978.000 lutas operáriasno último ano, somadas às 250.000 revoltas no campo. Omês passado, os operários da Funda paralisaram todas asfábricas que esta corporação japonesa tem instaladas na China,conseguindo um 24% de aumento. Aumento que tambémconseguiram os 800.000 operários da empresa eletrônicaFoxconn, submetidos a uma super exploração que os leva aosuicídio ou a morrer extenuados junto às máquinas fazendoretroceder aos capitalistas e exploradores.

As transacionais que super exploram ao proletariado chinêse saqueiam a essa nação são as mesmas que exploram aoproletariado da Indochina. É o mesmo inimigo.

A classe operária dos países imperialistas, principalmentedo Japão, tem a chave para golpear à besta imperialista e suascorporações desde adentro. As correntes que se reivindicamtrotskistas e revolucionárias do Japão não podem seguirindiferentes e olhar para outro lado do heróico combate quecomeçaram as massas operárias e camponesas dos povos queseu próprio imperialismo oprime como sócio do imperialismoianque.

Insistimos, a classe operária japonesa, derrotando aostalinismo, à socialdemocracia e a seus próprios partidosimperialistas terá a chave, para sacar do martírio e a escravaturaà classe operária e os povos oprimidos do mundo, e avançarem conquistar a Federação de Repúblicas Socialistas da Ásia,Indochina, a península da Coréia e todo o Pacífico.

Que se levante a classe operária japonesa ao grito de “Aigual trabalho, igual salário”! São as mesmas corporações asque os exploram a eles também. Se derrotam à classe operáriada China e da Indochina, a patronal imperialista japonesa lheimporá a sua própria classe operária as condições dasmaquiladoras que tem no mundo colonial e semi colonial. Aclasse operária japonesa deve unir sua sorte à dos exploradosda China, Tailândia, Malásia, Laos e todo o Pacífico!

O terror do imperialismo, a classe operária asiática, põe-sede pé! Que comece a revolução no pacífico!

Toda a burguesia, inclusive a lacra stalinista devinda emnova classe possuidora escravista do Vietnã, Camboja, Laose China, aterrorizam-se com a perspectiva de que as revoltasna Tailândia (como ontem na Birmânia) estendam-se a toda a

península, e inclusive à China dos mandarins vermelhos,abrindo a revolução no Pacífico.

As burocracias restauracionistas devindas em burguesias,sócias do imperialismo, do Vietnã e da China sabemperfeitamente o que significam processos de ofensivasrevolucionárias das massas sob condições objetivamenterevolucionárias, como as que eles sofreram e que os obrigaram,sob a pressão revolucionária das massas, a chegar a onde elesnunca quiseram chegar: a expropriar à burguesia. Foram estasmesmas burocracias as que, esmagando às massas em contrarevoluções como na Tiananmen, ou na guerra chinês-vietnamita de fins dos 70 –guerra que não teve outro objetivoque derrotar e desmoralizar, sob as ordens do pacto Nixon -Deng Xiao Ping, às massas vietnamitas que tinham derrotadoao imperialismo ianque no 75-, prepararam as condições parapassar a ser agentes diretos do imperialismo mundialavançando na restauração capitalista.

A lacra stalinista com sua política de coexistência pacíficacom o imperialismo impediu, tanto à saída da Segunda GuerraMundial como depois da derrota ianque dos 70 no Vietnã,que todo o Pacífico e a península da Indochina em particularse converta numa federação de repúblicas operárias esocialistas da Indochina, da península da Coréia, China,Filipinas e toda a região, e que a mesma seja a tumba, como ofosse Vietnã, de todas as potências imperialistas.

A revolta de ontem na Birmânia e a luta revolucionáriaque começou das massas da Tailândia põe ao vermelho vivo aluta pela revolução socialista na península da Indochina, comoassim também, e indissoluvelmente unido a este combate, aluta pela restauração da ditadura do proletariado sob formasrevolucionárias no Laos, no Camboja, no Vietnã e na China,onde a restauração capitalista significou fome, repressão emassacre.

Na Ásia e todo o Pacífico maduram as condições para queo bolchevismo renasça de forma vigorosa. Sob essascondições, a continuidade da IV Internacional vive e viverá, edo martirizado proletariado asiático, surgirão, a não duvidar,os batalhões decisivos que porão sobre seus ombros o combatepor re-fundar a IV Internacional com o programa, a teoria e aslimpas bandeiras do ano 1938.

Não é porque as massas da Indochina não tenham lutadoque não existe um partido revolucionário nessa região. Aspoderosas seções chinesas e vietnamitas da IV Internacionalde 1938 foram destruídas fisicamente pelo termidor stalinistaapoiado pelos renegados do trotskismo que desde a saída daSegunda Guerra Mundial se puseram a seus pés o sustentou ese submeteram à burocracia ho chi minhista hoje devinda emnova classe possuidora.

O que impede que as massas revolucionárias da Tailândiase façam do poder é a sobre abundancia de direções traidorasque hoje o imperialismo recrutou e centralizou num grau

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superior para garantir o redobrado ataque sobre a classeoperária e as massas exploradas do mundo e fazer que elaspaguem pelos custos da crise, submetendo-as a sua própriaburguesia país por país tanto nos países imperialistas comonas colônias e semi colônias. São estas direções, hojeagrupadas na V Internacional contra revolucionária, as queencabeçadas por Chávez, Hu Jintao, e a burocraciarestauracionista castrista e sustentadas por esquerda pelosrenegados do trotskismo, puseram à classe operária norte-americana aos pés do Bush tisnado de Obama e à classeoperária das colônias e as semi-colônias aos pés das burguesias“bolivarianas”, islâmicas, negras, e dos ex burocratas devindosem burgueses nos ex estados operários.

Para que a classe operária avance decisivamente em rompero isolamento e a subordinação à burguesia país por país,impostos por essas direções é necessário que volte a pôr-seem pé a IV Internacional com seu programa revolucionáriode 1938. Há que preparar e organizar uma contra-ofensivacontra as maquilas imperialistas em todo o Pacífico, mas paraisso, o marxismo revolucionário, sobre as ruínas do stalinismodeverá pôr em pé os partidos trotskistas internacionalistas semos quais será impossível o triunfo.

Essa é a tarefa à qual estão volcadas as forças da FLTI,como um ponto de apoio para pôr em pé um Comitê pela re-fundação da IV Internacional para dotar à classe operária e as

massas exploradas do mundo da direção que precisam e semerecem para triunfar.

A classe operária asiática se põe de pé! Que comece arevolução no pacífico!

Pela re-fundação do partido trotskista de Tha ThuThau na Indochina e a seção da Quarta Internacional deChen Duxiu na China!

A classe operária norte-americana deve romper com Obamae retomar o combate onde foram derrotados, em GeneralMotors e Toyota, para saldar contas com o regime dos“republicratas” e levantar cabeça para expropriar aos parasitasbanqueiros de Wall Street que levaram à ruína à classe operáriadesse país. A classe operária norte-americana deve unir suasorte à de seus irmãos de classe das colônia se semi-colôniassuper explorados por sua própria burguesia imperialista:oinimigo está em casa.

Que se volte a pôr em pé a Marcha do milhão deoperários contra a guerra e o movimento pelos direitosdos imigrantes!

Que os heróicos portuários de Oakland bloqueiem osportos para que não cheguem petrechos ao estado sionista-fascista de Israel massacrador do povo palestino, voltema parar os portos contra as guerras do açougueiro Obama!

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A burguesia tailandesa está unida aos investimentos imperialistasda região. Abhisit, a casta de oficiais do exército e a elite thai (fraçãoburguesa da Thaksin, NdT) são quem controlam isto, que deslocaram àvariante burguesa nacionalista da Thaksin.

Na Tailândia governa o rei Bhumipol Adulyadej, que está já idoso (82anos) e enfermo. Mas, tal como naEspanha, há eleições a um parlamentofantoche e a um premiê, que faz asvezes de chefe de governo. O rei –quepertence a uma dinastia que está notrono desde faz centos de anos- aindaaté faz pouco tempo mantinha um halode “divindade” e precedência dosassuntos políticos que lhe permitia fazerde árbitro entre os setores burgueses eseus seguidores, mas isto se perdeu, jáque vem apoiando abertamente asrepressões do Abhisit. Rodeando ao reie aliado com o setor mais concentradoe tradicional da burguesia tailandesa seacham os nobres da corte e oschamados “camisas amarelas”, jovenspertencentes à nobreza e à pequenaburguesia do Bangkok enriquecida peloturismo e os negócios financeiros dabolsa tailandesa, que têm o respaldo doexército e o ano passadoprotagonizaram um putsch (golpe) tomando o aeroporto internacional doBangkok, para evitar que Thaksin (que se encontra no exílio) volte aopaís e que seus apoiantes forçassem um chamado a eleições (que todossabem tivesse ganhado Thaksin facilmente nesse momento).

Thaksin foi eleito em 2001 e depois reeleito em 2005, como premiê,isto é, como chefe da junta que administra os negócios da burguesia deconjunto, neste caso a burguesia thai, sócia menor e gerente local dosinvestimentos diretos imperialistas nesse país. É assim que Thaksin esua liga (que mais tarde formaram a UDD, arrastando detrás de si agrandes setores de massas, os “camisas vermelhas”) estiveram nodiretório da elite (a burguesia thai), já que ele mesmo é um rico empresáriode telecomunicações e dono de cadeias de televisão e telefonia porsatélite, com investimentos em toda a região.

Como político, com discurso demagógico e populista, prometeu àsmassas pobres da Tailândia redistribuir a renda, serviços sociais e desaúde pública ao alcance de todos, microcréditos para as famílias e microempreendimentos. Sob o governo Thaksin se implementaram algumasdestas medidas, deixando aos camponeses com linhas elétricas, celularese ar acondicionado, mas sem nada que comer e na extrema pobreza.

Este burguês thai milionário foi deposto por um golpe em 2006 e aseleições chamadas pela junta militar que deu o golpe foram ganhadaspor uma coligação da UDD com outros opositores menores, a que foraimediatamente despojada do poder (sem eleições, senão por decisão dorei e da elite, com o apoio da maioria do exército) para que assuma oatual premiê Abhisit Vejjajuva, quem abriu causas contra Thaksin econgelou suas contas bancárias por mil milhões de libras.

Seja pelas pequenas concessões que deu às massas, ou bem sejapela perseguição da ala do Abhisit, Thaksin se colocou como uma espéciede “ídolo”, arrastando detrás de si a grande quantidade de camponesespobres, reprimidos brutalmente por Abhisit e o exército tailandêsassassino.

Assim, a fração da burguesianacional do Thaksin se apoiou nocamponês pobre para negociar sua fatiada renda nacional da super exploraçãoao movimento operário; e hoje ao estarpor fora dos negócios, para recuperá-la, os chama a mobilizar-se contraAbhisit abrindo brechas nas alturas.Para isto usa palavras de ordenesdemocráticas formais de “novaseleições”, mas demagógicas, já que paranada chama ao derrocamentorevolucionário da arqui reacionáriamonarquia que é a instituiçãofundamental através da qual oimperialismo controla o estado e oregime da Tailândia e obtém os superbenefícios de saque da nação.Monarquia que normalmente faz deárbitra entre as frações burguesas econcentra em seu poder as bandas dehomens armados ao serviço do

imperialismo e de todas as classes possuidoras da nação.Para nada se vai ocorrer a Thaksin e a sua fração burguesa “opositora”

impulsionar até o final as demandas democráticas estruturais como sãoa expulsão do imperialismo da nação e a luta pela terra e a reformaagrária. É que lhe temem mais às massas mobilizadas e armadas que aseus sócios burgueses e imperialistas com os quais têm confrontoscircunstanciais mas milhares de negócios em comum.

Por isso, as massas já perceberam que só poderiam obter asdemandas de pão, trabalho e terra atirando abaixo ao governo de fome eao arqui reacionário regime monárquico.

É por isso que os oficiais do exército do Thaksin e a burguesia quecontrolava às massas em luta se renderam justo no momento em que aluta operária e camponesa tendia a transformar-se numa insurreiçãovitoriosa das massas exploradas que podia deixar desfeito ao regimemonárquico, ao estado burguês e a todas suas instituições.

Renderam-se, em última instância, para facilitar a repressãosangrenta contra as massas que já não as podiam controlar nemmanipular.

Indubitavelmente, o que Tailândia volta a pôr sobre a mesa nocombate da classe operária internacional é que a classe operária,arrastando detrás de si aos camponeses pobres, é a única classe quepoderá levar até o final as conquistas das demandas democráticasrevolucionárias das massas e a nação oprimida, fazendo-se do poder,expropriando aos exploradores, e demolindo a maquinaria estatalexistente que funciona a conta deles.

Quem são Thaksin Shinawatra e seu UDD; e quem são osatuais governantes Abhisit e o rei?

100.000 mobilizam-se contra o governo