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O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Edvirges Maria Krik1

Orientadora: Ana Flavia Hansel2

Resumo:

Este artigo tem como principal objetivo implementar um projeto de intervenção intitulado “A Educação Especial e o uso da Tecnologia Assistiva na Educação Especial, realizado no primeiro semestre do ano de 2017, na Escola Espaço e Vida em Prudentópolis-PR. Teve como amostra um aluno com 11 anos que apresenta Paralisia Cerebral e Deficiência Intelectual, com dificuldades motoras globais. Desde a fundação da escola, mantida pela APAE, muitos alunos com deficiência intelectual e múltiplas são beneficiados, na área da saúde e educação, pois a escola atende aproximadamente 170 alunos, ofertando Educação Infantil e Ensino Fundamental, esporte, lazer e atividades diversificadas, tais como projeto de música, dança e teatro. O texto apresenta apontamentos teóricos e discussões relacionadas à Paralisia Infantil, que é uma das patologias que mais causa deficiência física, limitando os movimentos das pessoas que a possuem. Também foi abordada a temática referente a Deficiência Intelectual e a importância da adoção de tecnologias assistivas no dia-a-dia da criança com Paralisia Cerebral, para que ela se torne mais independente e autônoma na realização de suas tarefas da vida diária. Palavras-chave: Educação Especial. Paralisia Cerebral. Deficiência Intelectual.

Tecnologias Assistivas.

1. INTRODUÇÃO

Vivemos em um momento de constante avanço tecnológico, presente em

toda a sociedade que influencia o modo de vida das pessoas, de forma positiva,

melhorando a sua qualidade de vida e facilitando seu dia-a-dia, inclusive no

campo educacional.

As tecnologias podem ser aliadas no processo de ensino/aprendizagem,

possibilitando assim aos alunos melhor aquisição de conhecimento e aos

1 Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná, com graduação em Pedagogia, especialização em Educação Especial e em Psicopedagogia. E-mail de contato: [email protected] 2 Orientador PDE - Professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO, Pedagoga, Mestre e Doutora em Educação. E-mail de contato: [email protected]

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professores mais possibilidades de condução do seu trabalho pedagógico. Por

isso, discutir sobre a utilização das tecnologias assistivas na educação é

fundamental, considerando a sua importância para o desenvolvimento dos

alunos e o auxílio que elas podem trazer nas estratégias metodológicas dos

docentes.

Nesse sentido, consideramos as tecnologias assistivas no contexto da

educação especial, como modo de promover o desenvolvimento e a autonomia

dos alunos com deficiências. A adaptação e criação de materiais, visando

melhorar a qualidade de vida dos educandos deve ser uma ação constante na

vida profissional do docente que atua na Educação Especial, visto que é função

da escola possibilitar condições favoráveis para que o aluno possa se

desenvolver e realizar as atividades acadêmicas, bem como as atividades de

vida diária de forma mais independente.

Com base nisso, esse artigo, buscou implementar uma intervenção

referente a tecnologia assistiva, aplicada a um aluno de onze anos, com Paralisia

Cerebral, estudante de uma instituição educacional - Espaço e Vida, na

Modalidade de Educação Especial, Educação Infantil, Ensino Fundamental, no

município de Prudentópolis/PR, visando melhorar a sua qualidade de vida e

contribuir para sua autoestima.

A APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de

Prudentópolis, foi fundada no ano de 1984, no dia 14 de novembro pelo Senhor

Leonidas Xavier da Silva. Durante o primeiro ano da instituição, seus dirigentes

se preocuparam em organizá-la e estruturá-la juridicamente. Teve grande

mobilização para sensibilizar o grande número de pessoas para que ajudassem

na causa.

A APAE foi reconhecida como Utilidade Pública Municipal pela Lei nº 561

de 29/11/85; de Utilidade Pública Estadual pela Lei nº 8.577 de 22/10/87 e de

Utilidade Pública Federal pelo Processo M.J. nº 12921/89-69 de 03/06/91.

Dessa forma, atendendo ao pedido de muitos pais e familiares de pessoas

com deficiências, a APAE fundou em 14 de outubro de 1985, a Escola de

Recuperação do Excepcional de Prudentópolis. A escola teve inicialmente,

quatro alunos matriculados, tendo como primeira professora a Senhora Elizete

Zaias, que desenvolveu de forma voluntária, durante quatro meses, seu trabalho.

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As primeiras atividades foram desenvolvidas em casa alugada, equipada

com materiais doados pela comunidade local e pela prefeitura.

Desde sua criação, a escola foi construída historicamente e

pedagogicamente, visando atender as pessoas com deficiências, de acordo com

uma proposta de escola especial, conforme normatizava a legislação vigente.

Desde então a escola vem buscando, primar pelos direitos das pessoas

com deficiências. Dessa forma, no dia 31 de dezembro de 2011, foram cessadas

as atividades da Escola de Recuperação do Excepcional e no dia 02 de janeiro

de 2012, aproveitando a mesma estrutura, iniciou-se a Escola Espaço e Vida.

Por isso, no dia 31 de dezembro de 2011 foram cessadas as atividades

da Escola de Recuperação do Excepcional e no dia 02 de janeiro de 2012,

aproveitando a mesma estrutura física existente, iniciou-se a Escola “Espaço e

Vida” – Educação Infantil e Ensino Fundamental na Modalidade de Educação

Especial, para atender 169 alunos, atualmente matriculados.

Nos dias de hoje, a escola possui um imóvel de aproximadamente 18.760

m² de área com uma estrutura física composta de salas de aula, sala para

biblioteca, sala de arte, cozinha, refeitório/recreação, banheiros, lavanderia, sala

de direção, secretaria, sala para a coordenação pedagógica, espaço físico para

os cursos livres, quadra poli esportiva coberta com 1023,50 m2.

2. CARACTERIZANDO AS DEFICIÊNCIAS: PARALISIA CEREBRAL

A Paralisia Cerebral (PC), é uma lesão que afeta o cérebro e interfere no

desenvolvimento motor da criança. Pode ser resultado de uma lesão ou mau

desenvolvimento do cérebro, existindo desde a infância.

A paralisia cerebral (PC) é caracterizada por uma alteração dos movimentos controlados ou posturais dos pacientes, aparecendo cedo, sendo secundária a uma lesão, danificação ou disfunção do sistema nervoso central (SNC) e não é reconhecido como resultado de uma doença cerebral progressiva ou degenerativa (LEITE; PRADO, 2004, p. 1).

As crianças com Paralisa Cerebral (PC), apresentam comprometimento

motor, que gera modificações resultantes da encefalopatia, com consequentes

alterações na biomecânica corporal. A criança pode apresentar, também,

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distúrbios sensitivos, visuais, auditivos e cognitivos, que somados às alterações

motoras, restrições da tarefa e do ambiente, influenciarão no desenvolvimento

funcional (LIMA, 2010).

Paralisia Cerebral (PC) é uma lesão que atinge o cérebro quando este é imaturo, e interfere no desenvolvimento motor normal da criança. É o resultado de uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo, existindo desde a infância. A deficiência motora se expressa em padrões anormais de postura e movimentos, associados com tônus e postura anormal (DANTAS, et.al, 2010).

Crianças com Paralisia Cerebral (PC) possuem menor proficiência de

movimento com sérias dificuldades no seu controle motor. Pelo distúrbio motor

não progressivo, apresentam características que englobam alterações de tônus,

postura e movimento, sendo mutável e secundário à lesão do cérebro imaturo

que pode ocorrer nos períodos, pré, peri ou pós-natal (LIMA, 2010).

Em crianças deficientes, com maior déficit motor, pode-se perceber

atrasos motores devido ao fato de que elas têm menos oportunidades de se

movimentar. A Paralisia Cerebral pode ter várias causas, tais como, pré-natais,

perinatais, fatores fetais e pós-natais que podem causar a PC.

Conforme a autora, as crianças com Paralisia Cerebral (PC), têm como

principal característica o comprometimento motor, que influencia o seu

desempenho funcional.

Conforme Leite e Prado (2004), a ocorrência da Paralisia Cerebral (PC),

incide de moderada e severa, estando entre 1,5 a 2,5 por 10.000 nascidos vivos

nos países desenvolvidos. No entanto, há relatos de incidência geral,

englobando todas as formas de 7:1000. Nesses países, calcula-se que em

relação às crianças em idade escolar, frequentando centros de reabilitação, a

prevalência é de 2/1000. Na Inglaterra, a incidência é de 1,5/1000 pacientes.

No Brasil, não tem estudos conclusivos sobre a incidência, pois isso,

depende do critério do diagnóstico de cada estudo. Mas há uma elevada

incidência devido aos poucos cuidados das gestantes.

A PC é uma das mais comuns desordens infantis, mas mesmo assim no Brasil não existem pesquisas científicas específicas a respeito da incidência de pessoas com deficiência física, sensorial ou mental. Contudo, existe a estimativa de 20.000 casos novos por ano de PC no Brasil e, assim, estabelece-se o desafio de cuidar de uma criança com

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PC considerando a necessidade de recursos, incluindo tempo e dinheiro (REBEL, 2010, p. 2).

O diagnóstico da Paralisia Cerebral(PC), geralmente envolve atraso no

desenvolvimento motor, persistência de reflexos primitivos, presença de reflexos

anormais e o fracasso do desenvolvimento dos reflexos protetores, como

resposta de paraquedas, que se caracteriza pela extensão dos braços, como se

a criança fosse se apoiar e com isso, apoio do corpo sobre os braços. (LEITE,

PRADO, 2004).

Segundo esses autores, um exame físico e uma anamnese detalhada

minunciosamente devem eliminar a possibilidade de distúrbios progressivos do

Sistema Nervoso Central, incluindo doenças degenerativas, como tumor da

medula espinhal ou distrofia muscular.

A anamnese fornecerá dados em relação à etiologia (distócia, anóxia, prematuridade, placenta prévia, gestação) e clínica (paralisias, convulsões), o exame físico indicará o atraso motor (manter a cabeça, sentar, andar, agarrar objetos, falar, rir), a observação da face, a mímica, os movimentos voluntários, a atitude das mãos, a postura e atitude corporal, o tônus muscular, o estado dos reflexos. Informações estas que facilitarão o diagnóstico correto e precoce (REBEL, et.al. 2010, p. 4).

Conforme a intensidade e a natureza das anormalidades neurológicas,

um EEG – Eletrocardiograma e Tomografia Computadorizada, poderão ser

indicadas para diagnosticar a localização e extensão das lesões estruturais e

malformações congênitas associadas. Exames adicionais podem incluir testes

das funções auditiva e visual: “Como a Paralisia Cerebral geralmente está

associada a um amplo espectro de distúrbios do desenvolvimento, uma

abordagem interdisciplinar é mais benéfica na avaliação e tratamento dessas

crianças” (LEITE; PRADO, 2004, p. 5).

2.1 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Pereira (2012) ressalta que a Deficiência Intelectual (DI), se caracteriza

como uma incapacidade de limitações significativas no funcionamento intelectual

e no comportamento adaptativo. Essa deficiência diz respeito ao funcionamento

intelectual inferior à média que se manifesta antes dos dezoito anos, associando-

se a uma ou mais áreas de habilidades cognitivas, motoras, emocionais etc.

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Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da

população mundial apresenta alguma deficiência intelectual. A pessoa com

deficiência intelectual, como qualquer outra possui dificuldades e habilidades

que devem ser estimuladas para que ela possa desenvolver-se. (SONZA, 2013).

A deficiência intelectual é caracterizada por defasagens e alterações nas

estruturas mentais para o conhecimento. Porém, o fato de uma pessoa

apresentar essa deficiência não diz respeito a forma como ela se constrói,

enquanto, sujeito possuidor de desejos e vontades. O que determina as

diferentes estruturas são as experiências vivenciadas por esse sujeito nas suas

relações com o mundo a sua volta. (PEREIRA, 2012).

Nesse sentido, a autora menciona que, o que realmente deve ser

considerado na deficiência intelectual, sob a ótica acadêmica, são as

identificações das defasagens ou aspectos que necessitam de maior

estimulação pedagógica.

As pessoas com deficiência intelectual apresentam comprometimento no

seu desenvolvimento e dificuldades individuais geradas por limitações de ordem

neurológica e intelectual, que requerem atenção especial para que possam

desenvolver-se. (REIS E ROSS, 2008).

Desse modo, as pessoas com deficiência intelectual apresentam como

características principais.

• Falta de concentração.

• Entraves na comunicação e na interação.

• Menor capacidade para entender a lógica do funcionamento das línguas,

pelas dificuldades que possuem em compreender a representação escrita ou um

sistema de aprendizado diferente.

• Desafios em relação ao raciocínio lógico matemático.

• Dificuldades para falar e ser compreendido, mas este fator pode ocorrer

por falta de estímulos ambientais. (RODRIGUES, 2009, p. 3).

Ampudia (2012), ressalta que as pessoas que apresentam deficiência

intelectual, geralmente apresentam dificuldades para solucionar problemas,

compreender ideias abstratas, estabelecer relações sociais e também respeitar

e obedecer regras.

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A capacidade de argumentação desses indivíduos é afetada e deve ser

devidamente estimulada, para facilitar o processo de ensino/aprendizagem e a

inclusão dos mesmos, fazendo com que eles adquiram independência em suas

relações com o mundo. (AMPUDIA, 2012).

São muitas as causas para a ocorrência da deficiência intelectual, sendo

a causa genética a mais comum. Também, as complicações perinatais, a má-

formação do feto e problemas na gravidez. A desnutrição severa e o

envenenamento por metais pesados durante a infância também podem acarretar

problemas graves para o desenvolvimento intelectual.

Conforme o Instituto de Inclusão Brasil (2010), estima-se que cerca de

87% das crianças brasileiras com algum tipo de deficiência intelectual

apresentam mais dificuldades na aprendizagem escolar e na aquisição de novas

competências, se comparadas com crianças sem deficiências. Assim mesmo,

boa parte dessas crianças têm chances de se tornarem independentes ao longo

de seu desenvolvimento. Somente 13%, com comprometimentos mais severos

não conseguem e dependem de atendimento especializado pelo resto de sua

vida.

A deficiência intelectual traz muitas dificuldades para que a criança

interprete conteúdos abstratos, sendo essencial que o professor trabalhe com

elas, conteúdos concretos, para que elas possam assimilar. Desse modo, é

importante considerar as habilidades dos alunos e a partir delas, buscar

estratégias para o desenvolvimento destas crianças.

2.2. O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO COMUM

A Tecnologia Assistiva é uma terminologia utilizada para identificar o

arsenal e os recursos adaptados para que a criança e/ou adulto com deficiências

possa se desenvolver e realizar tarefas de forma autônoma, tornando-se mais

independente.

Bersch (2013) acentua que, o conceito de Tecnologia Assistiva Brasileiro

foi definido em 16/11/2006, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da

Presidência da República, por meio da Portaria nº 142, instituiu o Comitê de

Ajudas Técnicas (CAT), que reuniu um grupo de especialistas brasileiros e vários

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representantes de órgãos governamentais da área de tecnologia com o objetivo

de fazer um levantamento dos recursos humanos, bem como, estruturar

diretrizes que contemplem as tecnologias assistivas e sua conceituação.

As tecnologias assistivas são classificadas dentro de uma Norma

Internacional - ISO 9999:2007, tendo como escopo estabelecer uma

classificação de produtos assistivos, que são produzidos especialmente para

pessoas com deficiência. Sendo incluídos também produtos assistivos que

requerem o auxílio de outra pessoa para manuseá-lo. (BRASIL, 2009)

Os recursos são itens, equipamentos ou parte deles, fabricados sob

medida para aumentar, melhorar ou manter as capacidades funcionais das

pessoas com deficiência. As tecnologias assistivas são mais do que simples

artefatos e produtos que auxiliam no dia-a-dia de pessoas com deficiências.

São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, etc. Também estão incluídos nesta categoria os equipamentos que promovem a independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever etc. (BERSCH, p. 5, 2013)

Os produtos assistivos são classificados em três diferentes níveis: classe,

subclasse e detalhamento da subclasse. Dessa forma, o primeiro nível

contempla onze classes de produtos assistivos, sendo eles (BRASIL, 2009, p.

18):

- Tratamento médico pessoal - Treinamento de habilidades - Órteses e próteses - Proteção e cuidados pessoais - Mobilidade pessoal - Cuidados com o lar - Mobiliário e adaptações para residenciais e outras edificações - Comunicação e informação - Manuseio de objetos e equipamentos - Melhorias ambientais, ferramentas e máquinas – Lazer

Dessa maneira compreende-se por tecnologias assistivas, todos os tipos

de materiais adaptados destinados as pessoas com deficiências, desde um

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simples lápis de escrever, até um computador. Essas adaptações são realizadas

tendo como objetivo o desenvolvimento dos alunos e maior autonomia na

realização de diversas atividades. Com base nesses aspectos justifica-se a

importância de um estudo detalhado a esse respeito com vistas de aplicabilidade

e aprofundamento relacionado a tecnologia assistiva em espaços escolares,

contribuindo com discussões e intervenções a esse respeito, criando

possibilidades de futuras pesquisas na área.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto de intervenção, foi implementado numa escola que atende

Educação Infantil, Ensino Fundamental na Modalidade de Educação Especial,

sendo localizada no município de Prudentópolis-PR mantida pela APAE. Teve

como público alvo do projeto, um aluno com 11 anos com Deficiência Intelectual

e Paralisa Cerebral (PC), com dificuldades motoras globais. O projeto foi

aplicado no ano de 2017 no primeiro semestre, correspondendo a 64 horas.

Através da Tecnologia Assistiva foi feita a adaptação de alguns

instrumentos (computador, livros, tesoura, talheres, lápis e escova de dente),

visando, facilitá-lo no o dia-a-dia, dado as dificuldades motoras que apresenta

para que desenvolvesse as suas atividades diárias de forma mais autônoma.

Buscou-se com a intervenção promover o seu desenvolvimento cognitivo,

psicológico e motor, para que o mesmo se torne mais independente na

realização de suas atividades da vida diária e tivesse melhor qualidade de vida.

Desse modo, foram ministradas quatro aulas em cada dia, mesclando as

atividades teóricas e práticas, envolvendo: lavar as mãos, escovar os dentes

(adaptação de escova) fazendo a higiene bucal, pentear os cabelos (adaptação

de pente), descascar frutas, alimentar-se sozinho com talheres adaptados,

atividades sobre seu nome, vogais e consoantes, fazendo uso do computador e

comunicação alternativa. (figuras e placas de comunicação)

Durante a realização do projeto, foi possível perceber o interesse do aluno

nas atividades propostas, pois é um aluno que, mesmo tendo limitações, busca

superar constantemente os seus desafios, expressando sua alegria na

concretização de atividades, mesmo as mais simples. Percebeu-se que o aluno

tem facilidade para o uso do computador, gosta de ver as imagens, manusear o

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mouse, digitar letras (ampliadas), o seu nome, assistir vídeos e escutar músicas,

bem como, jogar. Demonstra compreender o que lhe foi solicitado.

Nas atividades relacionadas a vida diária, observou-se que o aluno tem

muita dificuldade em manusear os objetos como: escovas, talheres e pente,

direcionando-os. Entretanto, as realiza no seu tempo e ritmo, conseguindo

alimentar-se sozinho.

Pode-se destacar a importância das adaptações curriculares realizadas,

sejam elas de pequeno ou grande porte, nas escolas de educação especial,

visando sempre a independência e autonomia dos alunos com deficiências.

Nesse sentido, enfatiza-se a presença das Tecnologias Assistivas.

Conforme S Giroto, Poker e Omote (2012) a Tecnologia Assistiva se caracteriza

como uma área que tem estimulado o desenvolvimento de muitas pesquisas

sobre equipamentos que propiciam, o aumento, a melhora das habilidades

funcionais das pessoas com deficiências, em várias fases da vida,

proporcionando condições favoráveis de melhoria da qualidade de vida, ao

oferecer uma maior autonomia aos educandos.

Os autores supracitados ressaltam ainda, que, muitas vezes a educação

de alunos com deficiências, requer a adoção de atendimento especializado

durante boa parte de sua vida ou em toda. Assim, as Tecnologias Assistivas, tem

assumido um papel importante para possibilitar o acesso ao currículo, garantindo

a aprendizagem desses educandos e propiciando maior autonomia na realização

das atividades acadêmicas e de vida diária, como buscou-se fazer na

implementação desse projeto.

Considerações finais

A partir da implementação do projeto de intervenção Pedagógica, aplicado

na Escola Espaço e Vida com um aluno com Paralisia Cerebral (PC) e

Deficiência Intelectual, constatou-se a importância da utilização das Tecnologias

Assistivas no contexto educacional, principalmente para alunos com

deficiências, para que eles tenham maior autonomia na realização de suas

atividades no dia-a-dia.

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Dessa forma, a realização desse projeto, bem como, a implementação do

mesmo, possibilitou compreender a importância da realização de adaptações de

pequeno ou grande porte nas instituições e nos materiais de acesso dos alunos

com deficiência. É de suma importância, fazer o uso de tecnologias para

desenvolver o ensino/aprendizagem, bem como, a realização de atividades da

vida diária, com simples adaptações, mas que possibilitam a esses alunos mais

autonomia, garantindo-lhe maior autoestima. As tecnologias podem ser aliadas

no processo de ensino/aprendizagem, possibilitando aos alunos melhor

aquisição de conhecimento e aos professores mais instrumentos para seu

trabalho.

A implementação do projeto de intervenção possibilitou ao aluno com

Paralisia Cerebral (PC), a realização das atividades de forma mais autônoma,

motivando-o a buscar sua independência, pois realizou de forma satisfatória

atividades acadêmicas, higiene pessoal, de alimentação e descascou frutas.

Dessa forma, as adaptações feitas na comunicação alternativa, materiais

pedagógicos, na sua escova dental e também em seus talheres lhe

possibilitaram realiza-las de forma mais simplificada, mostrando ao aluno que

ele consegue, com esforço e motivação e assim melhorando sua autoestima, a

qualidade de vida e facilitando seu dia-a-dia, inclusive no campo educacional.

REFERÊNCIAS

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BERSCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2013.

DANTAS, M. S. de A. COLLET, N. MOURA, F. M. de. TORQUATO, B. Impacto do diagnóstico de paralisia cerebral para a família. Disponível em: http://www.scielo.br/. Acesso em: 11 jun 2016. GIROTO, C. R. POKER. R. B. OMOTE, S. As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/as-tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf. Acesso em 20 jul. 2017.

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