OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa...

8
www.vidaeconomica.pt NEWSLETTER N.º 2 | DEZEMBRO 2009 Caros Leitores, Em nome da equipa que leva até si esta newsletter, agradeço as palavras de apoio e suporte recebidas em Por- tugal, Espanha e EUA. Tomámos a decisão de a traduzir, numa primeira fase para espanhol, acreditando que foi uma decisão acertada e pelos vários pedidos que tivemos e sugestões,equacionaremos a sua tradução também para inglês. Nesta edição continuaremos a levar até si a Inovação na sua forma mais simples possível, bem como o nosso envolvimento em acções de divulga- ção da inovação através de especia- listas internacionais neste tema. O artigo de Alberto Casal mostra cla- ramente que fomos subestimando o i da Inovação na fórmula I+D+i. É tempo de investir na aplicação do conhecimento adquirido nestes últi- mos tempos, mas fundamentalmen- te fazer com que esse conhecimento chegue à sociedade e ao mercado. Destaco a entrevista com António Tavares, director-geral do TecMaia, onde fala sobre a missão deste centro e também nos dá a sua opinião entre a ligação das universidades com o meio empresarial. A cimeira ibero-americana decorreu sob o signo da Inovação e o Conhe- cimento, que foram considerados instrumentos fundamentais para o desenvolvimento das populações. Todos nós esperamos que não se fique pela Declaração de Lisboa, que foi assinada por todos os países presentes, acredito, tal como Alberto Casal refere no seu artigo de opinião, que isto não é suficiente, é tempo de passarmos à prática o conhecimento disponível, pelas universidades, pelas empresas e por todos aqueles que já demonstraram ter capacidade de Inovar e empreender. Vamos Inovar JORGE OLIVEIRA TEIXEIRA Na conhecida equação I+D+i, o i minúsculo da inovação leva-nos a considerar a inovação como uma pe- quena inovação, fundamentalmente incremental, que se confunde na prática com a melhoria de produ- tos, processos e serviços existentes. Esta mesma equação, por outro lado, leva-nos a considerar a inovação como o resultado automático obti- do de I+D. As consequências destas considerações sobre a inovação são conhecidas. Ao nível público, levou ao estabelecimento de políticas fo- cadas quase exclusivamente em im- pulsionar o nível de despesa pública e privada em I+D. Ao nível privado, levou a que a maioria das empresas desenvolvam bolsas de inovação que na realidade não o são, senão mais do mesmo, um pouco melhor, um pouco mais barato, um pouco mais rápido. Neste contexto, as últimas estatísticas disponíveis revelam claramente que o “gap” de competitividade entre a Europa e os EUA mantem-se, e inclusivamente com tendência a aumentar, isto apesar da Agenda de Lisboa, e apesar de os gastos em I+D da Europa se irem Inovar com I maiúsculo aproximando dos gastos dos EUA. O que nos está a acontecer? Porque é que um gasto maior em I+D não consegue gerar a riqueza esperada e fechar o “gap” de competitividade existente? A resposta é óbvia: somen- te a inovação, e sobretudo a inovação com I maiúsculo, a que implica uma mudança radical ou de ruptura nos modelos de negócios, e nos sistemas de produtos e serviços associados, consegue criar riqueza num país, e gerar uma vantagem competitiva sustentável para as empresas. Sabiam que no mundo existem mais do que 4,2 milhões de patentes por aplicar? Isto, para não mencionar o sem-número de artigos ciêntíficos publicados que não resolveram na prática nenhum problema novo, e que não passarão nunca das revis- tas para a sociedade ou ao mercado. Na Europa, co- meçam a verificar-se as primeiras abordagens que questionam o modelo vigente. O painel de especialistas empresariais, presidido por Diogo Vasconcelos, aos quais a DG Enterprise encomen- dou em 2009 a elaboração de recomendações para a fixação de uma nova política de inovação para a Euro- pa, foi claro. O título do documento não deixa lugar a dúvidas. Reinven- tar a Europa de uma Sociedade do Conhecimento para uma Socieda- de da Inovação. Este documento in- dica que a prioridade europeia foi a de investir na geração de conhe- cimento, em vez de investir na apli- cação do conhecimento de uma forma rápida e eficaz em beneficio da sociedade. Propõe reconsiderar a Inovação na Europa sob cinco perspectivas: ampliar o conceito de inovação da inovação empre- sarial à inovação social, acelerar a implementação de inovações tec- nológicas e sincronizar as acções necessárias (regulamentos, normas, etc.) para viabilizá-las, investindo em infra-estruturas do futuro (ban- da larga universal, redes inteligen- tes, etc), levar o financiamento da inovação às instituições financeiras comunitárias (transformar o Banco Europeu de Investimento no Banco Europeu da Inovação, etc.) e impul- sionar a inovação aberta utilizando as novas ferramentas (Web 2.0, etc.) e criando novos espaços de cola- boração promovendo a interacção entre as pessoas e as instituições. (Continua na pág. 3) ÍNDICE Editorial ......................................... 1 Artigo de opinião ...................... 1 Entrevista (António Tavares) ....... 2 Grande Reportagem ................ 3 Agenda de eventos................... 4 Notícias .....................................4/6 Um guia para começar a inovar.......................................... 7 Financiando a inovação .......... 8 Perguntas & Respostas ............ 8 OPINIÃO EDITORIAL VERSIóN ESPAñOLA ALBERTO CASAL Managing Partner, INOVA CONHEÇA AS TENDÊNCIAS PARA 2010-2012

Transcript of OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa...

Page 1: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

www.vidaeconomica.ptnewsletter n.º 2 | Dezembro 2009

Caros leitores,em nome da equipa que leva até si esta newsletter, agradeço as palavras de apoio e suporte recebidas em Por-tugal, espanha e eUA.tomámos a decisão de a traduzir, numa primeira fase para espanhol, acreditando que foi uma decisão acertada e pelos vários pedidos que tivemos e sugestões, equacionaremos a sua tradução também para inglês. nesta edição continuaremos a levar até si a Inovação na sua forma mais simples possível, bem como o nosso envolvimento em acções de divulga-ção da inovação através de especia-listas internacionais neste tema.o artigo de Alberto Casal mostra cla-ramente que fomos subestimando o i da Inovação na fórmula I+D+i. É tempo de investir na aplicação do conhecimento adquirido nestes últi-mos tempos, mas fundamentalmen-te fazer com que esse conhecimento chegue à sociedade e ao mercado.Destaco a entrevista com António tavares, director-geral do tecmaia, onde fala sobre a missão deste centro e também nos dá a sua opinião entre a ligação das universidades com o meio empresarial. A cimeira ibero-americana decorreu sob o signo da Inovação e o Conhe-cimento, que foram considerados instrumentos fundamentais para o desenvolvimento das populações. todos nós esperamos que não se fique pela Declaração de lisboa, que foi assinada por todos os países presentes, acredito, tal como Alberto Casal refere no seu artigo de opinião, que isto não é suficiente, é tempo de passarmos à prática o conhecimento disponível, pelas universidades, pelas empresas e por todos aqueles que já demonstraram ter capacidade de Inovar e empreender.Vamos Inovar

Jorge oliveira Teixeira

na conhecida equação I+D+i, o i minúsculo da inovação leva-nos a considerar a inovação como uma pe-quena inovação, fundamentalmente incremental, que se confunde na prática com a melhoria de produ-tos, processos e serviços existentes. esta mesma equação, por outro lado, leva-nos a considerar a inovação como o resultado automático obti-do de I+D. As consequências destas considerações sobre a inovação são conhecidas. Ao nível público, levou ao estabelecimento de políticas fo-cadas quase exclusivamente em im-pulsionar o nível de despesa pública e privada em I+D. Ao nível privado, levou a que a maioria das empresas desenvolvam bolsas de inovação que na realidade não o são, senão mais do mesmo, um pouco melhor, um pouco mais barato, um pouco mais rápido.

neste contexto, as últimas estatísticas disponíveis revelam claramente que o “gap” de competitividade entre a europa e os eUA mantem-se, e inclusivamente com tendência a aumentar, isto apesar da Agenda de lisboa, e apesar de os gastos em I+D da europa se irem

Inovar com I maiúsculoaproximando dos gastos dos eUA. o que nos está a acontecer? Porque é que um gasto maior em I+D não consegue gerar a riqueza esperada e fechar o “gap” de competitividade existente? A resposta é óbvia: somen-te a inovação, e sobretudo a inovação com I maiúsculo, a que implica uma mudança radical ou de ruptura nos modelos de negócios, e nos sistemas de produtos e serviços associados, consegue criar riqueza num país, e gerar uma vantagem competitiva sustentável para as empresas.sabiam que no mundo existem mais

do que 4,2 milhões de patentes por aplicar? Isto, para não mencionar o sem-número de artigos ciêntíficos publicados que não resolveram na prática nenhum problema novo, e que não passarão nunca das revis-tas para a sociedade ou ao mercado. na europa, co-meçam a verificar-se as primeiras abordagens que questionam o modelo vigente.o painel de especialistas empresariais, presidido por Diogo Vasconcelos, aos quais a DG enterprise encomen-dou em 2009 a elaboração de recomendações para a fixação de uma nova política de inovação para a euro-

pa, foi claro. o título do documento não deixa lugar a dúvidas. reinven-tar a europa de uma sociedade do Conhecimento para uma socieda-de da Inovação. este documento in-dica que a prioridade europeia foi a de investir na geração de conhe-cimento, em vez de investir na apli-cação do conhecimento de uma forma rápida e eficaz em beneficio da sociedade. Propõe reconsiderar a Inovação na europa sob cinco perspectivas: ampliar o conceito de inovação da inovação empre-sarial à inovação social, acelerar a implementação de inovações tec-nológicas e sincronizar as acções necessárias (regulamentos, normas, etc.) para viabilizá-las, investindo em infra-estruturas do futuro (ban-da larga universal, redes inteligen-tes, etc), levar o financiamento da inovação às instituições financeiras comunitárias (transformar o banco europeu de Investimento no banco europeu da Inovação, etc.) e impul-sionar a inovação aberta utilizando as novas ferramentas (web 2.0, etc.) e criando novos espaços de cola-boração promovendo a interacção entre as pessoas e as instituições.

(Continua na pág. 3)

ÍndIce

editorial .........................................1

Artigo de opinião ......................1

entrevista (António tavares) .......2

Grande reportagem ................3

Agenda de eventos ...................4

notícias .....................................4/6

Um guia para começara inovar ..........................................7

Financiando a inovação ..........8

Perguntas & respostas ............8

OPINIÃO

edItorIal

VersIón esPAñolA

Alberto CAsAlManaging Partner, INOVA

CONHEÇA AS TENDÊNCIAS PARA 2010-2012

speculationsandtrends.com livraria.vidaeconomica.pt

Page 2: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

Página 2

newsletter n.º 2 | Dezembro 2009

Quem o afirma é António tavares, di-rector-geral do tecmaia, à margem da Conferência Internacional de empre-endedorismo e Inovação, que decor-reu nos dias 16 e 17 de novembro, no Auditório business Center do tecmaia. Acrescenta que “para fazer funcionar esta relação é fundamental a criação de redes de parcerias e fazê-las parti-cipar na vida de ambas as instituições num clima de grande interacção”. su-blinha que “da nossa parte criámos um Conselho Cientifico do tecmaia cuja participação tem o contributo do prof. borges de Gouveia, da Universidade de Aveiro, oliveira e silva, do Ismai, e novais barbosa, da Universidade do Porto, sendo este o órgão por excelên-cia onde fazemos este interface”.

inovação e empreendedorismo - O que é o Tecmaia? Como surgiu e quais são os seus objectivos?antónio Tavares - Desejado logo em 1991, com a criação do Parque de Ci-ência e tecnologia do Porto, teve a sua implantação sempre preterida por outros projectos. Por isso, quando o ministro da economia desafiou a Câ-mara municipal da maia (Cmm) para encontrar uma solução para a saída da texas e da samsung de Portugal: era a oportunidade e o momento de avan-çar. É um Parque de Ciência e tecno-logia que nasce como um indutor de

desenvolvimento regional, uma ideia e um conceito que poderíamos definir como uma infra-estrutura hospedeira de actividades inovadoras e de base tecnológica num ambiente qualifica-do de multicompetência, desde a dis-ponibilização de uma vasta gama de serviços de apoio às empresas a uma envolvente proporcionadora de uma qualidade de vivência e de qualidade ambiental, contribuindo para o desen-volvimento regional e a dinamização do tecido empresarial. os seus objec-tivos são pois naturais. Captar investi-mentos e criar emprego qualificado.

i&e - Relativamente à colaboração en-tre a universidade e a indústria, o Prof. Robert Carlson afirmou, neste mesmo

espaço, que as “Universidades não fa-zem o suficiente para chegarem à indús-tria”. Concorda com esta posição? aT - muitas vezes, é assim. Contudo, gostaria de salientar o grande esforço do Ismai, que participa no nosso capi-tal e vai instalar um Centro de Apoio ao empreendedorismo no tecmaia (CeIteC), e da Universidade do Porto, onde o papel do professor emídio Go-mes, como Pró-reitor, é de realçar pelo seu empenho nesta ligação empresas--universidades.

i&e - Culturalmente existem diferenças entre a sociedade portuguesa e outras, por exemplo a americana, que influen-ciam o carácter empreendedor, e por-tanto a capacidade em assumir o risco.

Concorda com esta afirmação? Que am-bição tem o Tecmaia nessa matéria?aT - É claro que sim. mas as diferenças do risco devem-nos incentivar a pro-curar apoiar mais empreendedores e pessoas que queiram correr riscos saudáveis na ajuda à economia. Portu-gal desde sempre tem páginas da sua história de empreendedorismo. estou a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança, um traço próprio e personalizado, só possível porque existe um perfil empreende-dor neste concelho, personificado na sua liderança política. não se esqueça que além do tecmaia, a maia tem a sede da sonae, da CIn, da bial entre outras grandes empresas.

i&e - Que mudanças no nosso ensino e culturais deverão ocorrer para afastar o estigma do fracasso e dessa forma a so-ciedade como um todo possa promover o empreendedorismo?aT - A Universidade deve estar mais próxima das empresas, como já referi. era muito importante ter uma disci-plina de educação Cívica nas escolas e fazer os mais jovens terem espírito empreendedor, fazendo-os visitar as empresas e criar programas de estágio para esses mesmos jovens junto das empresas.

i&e - Que projectos o Tecmaia irá desen-volver no futuro? aT - na sua primeira fase, entre 1999 e 2005, o projecto assentou fundamen-talmente na remodelação dos edifícios visando criar condições de alojamento de um primeiro núcleo de empresas e de unidades de investigação. Foi, assim, possível criar 370 postos de trabalho, altamente qualificados, e instalar cer-ca de 40 empresas. Após a conclusão desta segunda fase, o tecmaia vai dis-por de uma capacidade de alojamento empresarial e de unidades de investi-gação cinco vezes superior à actual, num ambiente de grande qualidade ambiental e urbana. As áreas da saúde, do agro-alimentar e biotecnologia são agora os nossos alvos para desenvolvi-mento. também as indústrias criativas vão estar no centro das nossas preocu-pações com a criação de um pólo de incubação para estas áreas.

João Mendes

“cooperação Universidade-indústria é fundamental para a criação de riqueza e de valor acrescentadopara a economia nacional e regional”

ENtrEvIsta

António Tavares, Director-geral do Tecmaia.

Page 3: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

Página 3

newsletter n.º 2 | Dezembro 2009

“Um dos aspectos mais desenvolvidos com a crise em que vivemos foi a ideia da “Inova-ção aberta” como forma de reduzir os custos e riscos associados à inovação”, destacou Ale-xis Gonçalves, durante a conferência “novas tendências em Inovação” que se realizou no auditório “business Center” do tecmaia. “As empresas podem e devem usar ideias exter-nas, bem como ideias internas. A ideia central da inovação aberta é a de que as empresas não poderão dar-se ao luxo de depender ex-clusivamente da sua própria investigação, de-vendo optar por comprar ou licenciar os pro-cessos ou invenções de outras organizações”, refere o especialista em inovação.

Alexis é um “Innovation Catalyst”. É Professor-adjunto no John F. welch College of business sacred Heart University e na Georgetown Uni-versity. É o autor do livro “Innovation Hardwi-red”, uma obra que fornece ao leitor ferramen-tas e métodos que ajudam uma organização no seu processo de inovação. estiverem tam-bém presentes Jorge teixeira, coordenador da newsletter “Inovação e empreendedorismo”, publicação mensal da “Vida económica”, Paulo ramalho, vereador com o pelouro do Desen-volvimento económico e sector empresarial local da Câmara municipal da maia, e António tavares, director-geral do tecmaia. Durante a conferência o orador identificou outras novas tendências em matéria de inova-ção, nomeadamente as que ocorrem nos paí-ses mais pobres. “Até recentemente, os países desenvolvidos produziam em primeiro lugar

graNdE rEPOrtagEm

novas tendências em Inovação em debate no tecmaia

Alexis Gonçalves, professor-adjunto no John F. Welch College of Business Sacred Heart University e na Georgetown University.

para os consumidores dos países mais ricos. esses produtos e tecnologias só posterior-mente chegavam aos mercados mais pobres. Actualmente, verificamos que as empresas dos mercados emergentes procuram inovar dirigindo-se aos seus próprios mercados, sen-do que depois são vendidos nos mercados dos países mais ricos, a este tipo de inovação chamamos inovação inversa. É o caso do nano, da tata motors”, explica o orador.

Alexis Gonçalves revela que as empresas que aproveitam as inovações nas redes sociais obtêm uma vantagem única. na resolução de problemas empresariais as empresas não deverão buscar as soluções apenas num cír-culo restrito, pois com as novas ferramentas é possível escutar também a “cauda larga”. Ao chegar mais longe, a densidade das pessoas com ideias úteis baixa, mas o número total de ideias aumenta. recorrendo ao modelo n=1, r=G, de C.K. Prahalad, professor da University of michigan, Alexis Gonçalves, sublinhou a necessidade de as empresas concentrarem os seus esforços na sua experiência com os clientes, na medida em que cada cliente é único (n=1), e no “out-sourcing” de actividades fora do seu “core bu-siness”, na medida em que a empresa passará a mover-se numa cadeia global de múltiplos fornecedores de serviços e produtos (r=G). sublinhou ainda que, para além da busca pela criação contínua de novos espaços “oceano Azul”, deverá existir uma preocupação cada vez maior das empresas em atingir um “ocea-no Verde”, em que a estratégia de crescimento passará pela convicção de que a solução dos problemas ambientais é um bom negócio e em boa verdade, o futuro. Para 2010 está prevista a publicação da versão portuguesa do livro “Innovation Hardwired” ,da autoria de Alexis Gonçalves. o lançamen-to da obra irá englobar a realização de outros eventos em matéria de inovação.

João Mendese Jorge Teixeira

(Continuação da pág. 1)

neste mesmo ano de 2009, considerado pela europa o Ano da Criatividade e da Inovação, um conjunto de embaixadores, entre os quais se en-contravam personalidades como Ferrán Adriá, Philipe starck e leonel moura, elaboraram um manifesto com sete linhas de Acção, das quais destaco duas: reinventar a educação e Premiar a iniciativa.em 2008, nos eUA, Amar bhidé, professor da Har-vard Kennedy school, publicou um livro, conside-rado pelo the economist como um dos melhores livros do ano, “the Venturesome economy”. no seu livro, bhidé, a propósito da comparação do

“gap” entre a competitividade e rendimento “per cápita” entre os eUA e a europa, e em contraste com a postura dos tecnonacionalistas, afirma que a chave para a geração de riqueza num país num mundo globalizado não é tanto onde se gera o I+D, mas sim a presença de empreende-dores que consigam captar o conhecimento, ca-pital de risco, orquestrar recursos, lançar novos produtos no mercado, distribuir e vender.A inovação começa finalmente a perfilar-se como algo de mais complexo, mais integral, e menos dependente de uma forma mecánica de I+D. se realmente consideramos que a inovação é a cha-ve para aumentar a riqueza dos nossos países e a competitividade das nossas empresas, teremos

que reflectir sobre um conjunto de temas, tais como: a educação que damos aos nossos jovens que os faz procurar a comodidade e o refúgio de serem empregados, o baixo nível de espírito em-preendedor das nossas sociedades, a escassez de instrumentos de financiamento da inovação das nossas instituições financeiras mais importantes, que fazer para que as nossas universidades e centros de conhecimento se enfoquem priorita-riamente em gerar conhecimentos socialmente aplicáveis, como alterar a mentalidade de curto prazo e a aversão ao risco dos nossos empresários, e sobre como reorientar completamente as polí-ticas públicas, para que a inovação se considere definitivamente como Inovação com I maiúsculo.

Inovar com I maiúsculoOPINIÃO

Page 4: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

Página 4

newsletter n.º 2 | Dezembro 2009

10 IdeIaspara os empreendedores(Sarah Ruby)

o relacionamento interpessoal numa organização pode constituir um problema ou oportunidade. Cabe ao em-preendedor decidir qual a postura a adoptar, veja estes conselhos do Center for entrepreneurial studies, da stanford Graduate school of business.

Link Link

agenda de evenTosNOtícIas

Link

Inovação polIcêntrIca: o novo modelo Global de Inovação na aGenda das mUltInacIonaIs(Navi Radjou)

11 mItos sobre ser dono do seU próprIo neGócIo(Miriam Marcus, Maureen Farrell and Melanie Lindner)

em 2007, Anand sanwal geria um fundo de 50 milhões de UsD da America express. o seu trabalho consistia na incubação de novas ideias de negócio, o que implicava um forte trabalho de pesquisa de mercado, na busca das boas ideias, mas o seu principal problema era a es-cassa informação sobre pequenas empresas.

Link

num mundo cada vez mais caracterizado pelo inexo-rável crescimento dos mercados emergentes, como o brasil, China e Índia, acredito que as multinacionais de-vem abandonar o modelo etnocêntrico de inovação, as multinacionais devem encarar modelos policêntricos.

Link

roteIro das comUnIdades locaIs Inovadoras(Presidência da Republica)

o Presidente da república, Cavaco silva, apela à mobi-lização da capaci-dade inovadora dos Portugueses como uma das tarefas decisivas para ul-trapassar a difícil e a situação económica e social do país.

prémIos “novo norte”A Comissão Directiva do on.2 - o novo norte, numa acção conjunta com o “Jornal de notícias”, promoveram no dia 3 de Dezembro, na Casa da música, o lançamen-to dos “Prémios de boas Práticas de Desenvolvimento regional”, sob a marca “Prémios novo norte”.

Link

o empreendedorIsmopode ser InflUencIadopelos coleGas de trabalho?(Marguerite Rigoglioso)

Porque é que determinadas areas geográficas, tais como silicon Valley, na Califórnia, vêem nascer tantas empre-sas? A resposta poderá ser o contributo que os colegas de trabalho ou até o próprio patrão podem dar para o “click” de que o empreendedor necessita para começar o seu próprio projecto empresarial. os empreendedores são pessoas que sacrificam a regularidade dos recebi-mentos mensais pela liberdade e flexibilidade de cons-truírem o seu próprio negócio.

dezeMbro 2009

6 a 9isPiM innovation

symposium

Nova York, EUA

93.º encontro PMe inovação

sobre o tema “gestão

Colaborativa da inovação”

Centro de Congressos do Estoril

11 encontro “sistemas

nacionais de inovação –

experiências e Perspectivas”

Fundação Calouste Gulbenkian,

Lisboa

16 a 17 Closing conference of the

european Year of Creativity

and innovation

Janeiro 2010

13MaCe Conference:

Challenges of education

and innovation

Berlim

Fevereiro 2010

11The Pharma

summit

Londres, Reino Unido

23Performance

& the next Wave

in the War for Talent

Viena, Austria

Page 6: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

Página 6

newsletter n.º 2 | Dezembro 2009

NOtícIas

cImeIraIbero-amerIcana

“Inovaçãoe conhecImento”

A XIX cimeira de Chefes de estado e de Governo ibero-americanos realizou-se no estoril de 29 de novembro a 1 de Dezembro de 2009. o tema da Ci-meira foi “Inovação e Conhecimento”. na Declaração de lisboa estes temas ficaram bem patentes. leia mais sobre os resultados da Cimeira.

Link

num inquérito recentemente efectuado pela Power reVIews, a empresa europeia sobre a utilização de ferramentas de promoção dentro das redes sociais, ficou latente que as empresas envolvidas procuram atingir 3 principais objectivos:1. Aumento do envolvimento com o cliente2. mobilização de prescritores que conduzam ao “passa a palavra”3. Aumento da lealdade à marca

redes sociais

Qual a comunidade e as ferramentas de networkingque são utilizadas na sua empresa, ou planeia utilizarnos próximos 12 meses ou para lá desse período?

Hoje Próximos 12 meses

+ de 1 ano

não tenciona utilizar

Facebook fan Page 86% 10% 3% 1%

Twitter Publishing 65% 19% 7% 9%

Customer reviews 55% 26% 13% 6%

blogs 55% 25% 12% 8%

viral videos 50% 22% 13% 15%

Facebook Connect 43% 31% 10% 16%

social listening 36% 31% 19% 14%

Questions and answers 29% 20% 25% 26%

Community Forums 27% 18% 23% 32%

Caixa de sugestões 19% 26% 20% 35%

Page 7: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

Página 7

newsletter n.º 2 | Dezembro 2009

prImeIro passo para Uma orGanIZação em desenvolvImento: semInÁrIo de Inovaçãoem última análise, só há uma ma-neira de aprender a nadar: terá que se molhar. nenhum estudo, gi-nástica ou vídeo pode substituir o mergulho. o mesmo é válido para a primeira etapa no caminho para atingir a excelência na inovação. eventualmente, em vez de discutir teorias, pagar a consultores, ou ler mais livros, terá que começar.Um conceito importante na li-teratura sobre gestão da mu-dança é a “pequena vitória”. Para motivar as pessoas, para gerar entusiasmo, e para dar construir o “momentum”, terá que realizar alguma coisa significativa sem um elevado compromisso inicial de recursos. Constatei que um seminário de inovação de um dia, muitas vezes, oferece o tipo de vi-tória que é necessário.Uma oficina de inovação geral-mente envolve vinte a quarenta trabalhadores. Para organizações

pequenas, isso pode representar uma grande percentagem do pes-soal. Para as maiores, poderão ser organizados vários “workshops”. De qualquer das formas, a ideia é formar um grupo diversificado de participantes. misturar funcio-nários de vários departamentos, por exemplo não realizando um workshop para profissionais de marketing e outro para os conta-bilistas.Abaixo, a tabela 2 fornece uma possível calendarização para um seminário de um dia. Deverá co-meçar com considerações iniciais proferidas por um executivo sé-nior, salientando o compromisso da empresa para a inovação, o papel da inovação no futuro da empresa, e alguns sucessos do passado de inovação interna. em seguida o moderador fornece uma visão geral do “workshop” e quais os seus objectivos.

passos seGUIntes para Uma orGanIZação madUra

tabela 2 - esboço de um seminário de um dia de inovação com as tarefas de preparação associadas. esta sugestão de workshop enfatiza a criação e selecção de oportunidades. Um seminário como este normalmente resulta em mais de cem oportunidades, das quais entre vinte e quarenta, serão apresentadas, e algumas poderão emergir como excepcionais.

Hora LinHa de tempo do seminário preparação do worksHop

08:00 • Motivação e comentários iniciais. • Convidar 20–40 pessoas.

08:15 • Visão geral do processo e minipales-tra sobre gestão da inovação.

• Criar grupos de 4–6 pessoas cada.

09:30 • Identificação de Oportunidades (indi-vidual e em grupo).• Pitch opportunities.

• Seleccionar o método de votação.• Preparar a folha de estímulos de emergência.

12:00 • Intervalo para almoço. • Tenha uma campainha para fazer cumprir a regra dos 2 minutos.

01:00 • Classificar as oportunidades de acor-do com os diferentes horizontes de inovação (curto, médio, longo).• Identificar as oportunidades mais pro-missoras.

• Flip charts ou transparências para descrição das oportunidades.

02:00 • Discutir as necessidades estratégicas.• Identificar os obstáculos à prossecução das oportunidades mais promissoras.

03:00 • Articular os items de acção.

estímuLos de emergência para ajudara emergir a criatividade:

• Qual a sua expectativa acerca das principais tendências sociais nos próximos dez anos? Que novas necessidades de saúde e bem-estar serão criadas por essas tendên-cias?

• Que produtos e serviços únicos estão a ser oferecidos na periferia dos grandes mercados? Talvez alguns desses serviços possam ser oferecidos nos mercados principais?

• Que produtos e serviços estão altamente fragmentados e podem beneficiar substancialmente se forem fornecidos de forma integrada?

• Que produto ou serviço premium pode ser retirado do mercado e entregues directamente aos consumidores, por exemplo através do Wal-Mart ou outro canal de distribuição em massa?

• O que é uma fonte de frustração pessoal para si no que diz respeito à saúde e bem-estar? Como pode essa frustra-ção ser melhor tratada?

Após ter realizado o primeiro seminário de inova-ção e existe uma estrutura de inovação base em curso para a criação e selecção de oportunidades, provavelmente vai-se questionar: “será esta a me-lhor maneira de executar essas oficinas de inova-ção?” Para fazer a transição do nível 2 para o nível 3, sugiro que reúna e analise dados sobre o seu processo de inovação actual. Aqui estão alguns passos para realizar essa análise:• Definir as fases dos workshops de inovação que são usadas na sua organização e conte quantas oportunidades saíram de cada fase ao longo de um determinado período de tempo, digamos um ano.• Determine o número de oportunidades que estão em curso em cada fase, no workshop ou workshops de inovação.• Com base nessas informações, calcular rácios de filtragem e a probabilidade de sucesso de uma oportunidade em cada fase.• Investigar as origens das suas oportunidades.

Quais são suas fontes de oportunidades? Quanto custa criar uma oportunidade adicional?Com esta informação, poderá abordar a questão de saber se beneficiaria em alargar a boca do fu-nil. A minha experiência diz-me que a maioria das organizações não cria oportunidades suficientes. se precisam de lançar cinco produtos por ano e concluíram que 10 por cento das suas oportuni-dades tendem a chegar ao mercado, então criam cinquenta oportunidades. A minha posição é que é possível fazer muito melhor do que isso. se não for muito mais caro gerar cem oportunidades, é desejável a identificação de cem e depois esco-lher as melhores cinquenta. Armado com esta informação, pode começar então a encontrar os padrões de inovação imediatamente.

AlexIs GONçAlVesProfessor-adjunto no John F. Welch College of Business

sacred Heart University, Fairfield, CT, UsAAutor do livro “Innovation Hardwired”

Page 8: OPINIÃO Inovar com I maiúsculo - Accelperiberia · a lembrar-me dos Descobrimentos. A nossa ambição será contribuir para essa nova cultura. A marca mAIA tem hoje, com a sua liderança,

Página 8

newsletter n.º 2 | Dezembro 2009

Subscreva aqui a newsletter Incentivos

Inovação – capItal de rIscoAs alianças de investidores complementares podem po-tenciar o sucesso do investimento de capital de risco no fomento da Inovação, ao criarem uma efectiva partilha de riscos e de recursos.O papel da Inovação no desenvolvimento económico, tecnológico, competitividade e na criação de riqueza de um país é indiscutível. As dinâmicas da Inovação de-pendem de forma crítica da eficácia dos modelos de fi-nanciamento e da capacidade de adaptar instrumentos aos novos ciclos do processo de Inovação. O Capital de Risco, enquanto um dos instrumentos fundamentais e preferenciais à Inovação, evoluiu e adaptou-se des-de as formas mais simples até ao conceito de Capital Network (instrumento de engenharia financeira que congrega diferentes tipologias de investidores - capital de risco, banca, investidores particulares, etc -, com âmbitos de actuação complementares, com uma filo-sofia de partilha de risco financeiro e de recursos para a prossecução e gestão dos investimentos).Os EUA são, sem dúvida, um modelo pelo sucesso da relação entre Capital de Risco e Inovação. De facto, o Ca-

pital de Risco foi o principal instrumento de financiamento de algumas das empresas de sucesso da economia ame-ricana (Microsoft, Apple, Compac, etc), com um grande impacto na criação de emprego e desenvolvimento de novas tecnologia, isto é, na capacidade de Inovar.

Qualquer pessoa pode ter óptimas ideias, isto é, total-mente Inovadoras, mas dificilmente as conseguirá pôr em prática se não possuir os meios necessários (financeiros, técnicos, humanos, etc) para fazer face não apenas à fase inicial como também há de desenvolvimento. É pre-cisamente nestes casos que as sociedades de Capital de Risco podem e devem assumir um papel preponderante, ao proporcionarem aos promotores do projecto os meios financeiros necessários. No entanto, o Capital de Risco também poderá financiar o projecto/ideias não apenas com meios monetários, como também com meios huma-nos, isto é, fruto da sua experiência e conhecimento pode proporcionar contactos a diferentes níveis cujo know-how e experiência ajudará a acrescentar valor à ideia inicial, tornando-a ainda mais Inovadora.Do exposto, resulta que o Financiamento à Inovação não versa apenas sobre meios monetários, mas tam-bém humanos.

luis arCHer – [email protected]

Quais são, em traços gerais,as ferramentas e métodosque a minha empresa pode utilizar para se conseguir tornar inovadora?

este é um tema muito vasto. existem diversas ferramentas e métodos que uma empresa pode utilizar para inovar. no entanto, em geral, recomendo os seguintes métodos:1. Procure espaços em branco: temos de pro-curar continuamente áreas novas de mercado que permaneçam “em branco”. se o processo de reflexão estratégica na sua organização visar detectar tais “lacunas” de uma forma sistemáti-ca, a empresa estará no caminho da inovação. se toda a estratégia estiver focada nos concor-rentes tradicionais em mercados já saturados, não estaremos a buscar a inovação.2. embriões de inovação: nas organizações em geral, fala-se muito sobre as inovações que surgem nos mercados, mas existe pouca acção. excelência no futuro pressupõe um nú-mero significativo de experiências pioneiras ou “embriões” desde já no mercado. A maioria não terá sucesso, mas irá gerar aprendizagem. os poucos que forem bem sucedidos serão os

orientadores do futuro. Um grande número de embriões activos é excelente. se o foco forem apenas sobre as inovações incrementais do negócio actual, estaremos numa área de baixo nível de inovação.3. movimento de ideias: muitas pessoas a todos os níveis (e não apenas os líderes) têm, diaria-mente, valiosos “insights” de grande valor estra-tégico que podem ser fundamentais para a cria-ção do futuro da organização. Caberá à lideran-ça garantir que essas ideias cheguem ao topo protegidas de “censuras” impostas pelas visões mais retrogradas, do que existe hoje, de referên-cias desactualizadas. se os próprios líderes estão a investir bastante tempo em busca desses insi-ghts, estarão no caminho para a inovação. se é algo pro forma, ou “algo só para motivar os fun-cionários”, não estaremos a inovar.4. Prática da reinvenção contínua: entidades preparadas para lidar com a incerteza encaram o futuro de frente, ao invés de ignorá-lo. se nas reuniões de planificação anual, a questão-cha-ve sobre a mesa é “se fôssemos começar esta organização a partir do zero, com os conheci-mentos e tecnologias disponíveis no mundo hoje, como é que o fariamos?” É nota 8 ou 9. se

essa pergunta está na cabeça de todas as pes-soas da organização, a todo o tempo e as rein-venções podem ocorrer a qualquer momento, é nota 10. se a planificação anual é pratica-mente igual ao orçamento anual incremental, a nota é zero.

resposta por: Alexis GonçalvesProfessor-adjunto no John F. welch College of business

sacred Heart University, Fairfield, Ct, UsAAutor do livro “Innovation Hardwired”

PErguNtas & rEsPOstas

Ficha técnica:coordenador: Jorge Oliveira Teixeiracoordenador-adjunto: João Mendescolaboraram neste número: Alexis Gonçalves, Luís Archer, Alberto Casal e Sara Guedes TeixeiraPaginação: José Barbosacontacto: [email protected]