Oportunidades em contêineres - Revista Ferroviária
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Amovimentação de contêineres tem ganhado es-
paço nas ferrovias brasileiras nos últimos anos.
Segundo a Associação Nacional dos Trans-
portadores Ferroviários (ANTF), o volume
de contêineres nas ferrovias brasileiras mais que dobrou
entre 2010 e 2015, saltando de pouco mais de 232 mil
TEUs para 480 mil TEUs (cada TEU é o equivalente a um
contêiner de 20 pés).
Na última feira Intermodal South America, realizada
em abril, em São Paulo, MRS e Brado apresentaram resul-
tados expressivos na movimentação desse tipo de carga. A
MRS registrou, pelo segundo ano consecutivo, um cres-
cimento superior a 30% no transporte de contêineres. Em
2015, foram transportados 67,7 mil TEUs, 31,4% mais
que em 2014. E no primeiro trimestre de 2016 a MRS já
transportou um volume 63% superior em relação ao mes-
mo período de 2015.
Além do crescimento em volume, a MRS destaca em
valor agregado e crescimento de 55% do valor médio.
A chamada carga geral, que inclui contêineres, além de
grãos, papel e celulose, produtos siderúrgicos, cimento,
até peças de automóveis e eletroeletrônicos, teve cresci-
mento de 6,3% entre 2014 e 2015, enquanto o heavy haul
(minérios) cresceu apenas 0,3% no mesmo período. Os
minérios, entretanto, ainda representam algo em torno de
75% de tudo que é transportado na malha da empresa. A
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quer crise da mineração vira uma coisa muito forte pra
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cios para carga geral da MRS.
A MRS contabilizou 34 novos clientes ao longo de 2015
e atribui esse resultado em grande parte ao sistema de trans-
incluindo na área comercial, com “o vendedor na rua”,
prospectando clientes. Outros fatores importantes para
atrair novos contratos foram os investimentos realizados na
melhoria logística, como a segregação leste, na Grande São
Paulo, e os investimentos na chegada ao Porto de Santos, e
os próprios atributos da ferrovia, como sustentabilidade e
segurança. Em 2015, não foi registrado nenhum acidente
com contêineres ou caso de roubo de carga.
A MRS vê com otimismo a possibilidade de seguir cres-
cendo no transporte de contêineres, especialmente para o
Porto de Santos. Segundo Alvisi, enquanto a ferrovia re-
presenta 60% dos grãos que chegam a Santos, apenas 2%
dos contêineres chegam ao mesmo
porto pelos trilhos.
As rotas regulares dos trens de
contêineres da MRS cobrem os ei-
xos Santos-Campinas, Santos-São
Paulo, Santos-Vale do Paraíba,
Rio-São Paulo, Rio-Itatiaia e Rio-
-Belo Horizonte. Além disso, des-
de março do ano passado a MRS
oferece um serviço de transporte
de contêineres entre as margens do
Porto de Santos, responsável por
mais de 1,2 mil TEUs em 2015,
e está com uma nova rota em im-
plantação entre Santos e Jundiaí.
O trem de contêineres da MRS ge-
ralmente é formado por 21 vagões
com capacidade para 4 TEUs cada, Já no Centro-Oeste, Sul e Sudeste, Brado pretende expandir para demais regiões
Divulgação
Oportunidades em contêineresMRS e Brado apresentam resultados expressivos no transporte de contêineres e miram expansão
reportagem
totalizando 84 TEUs por trem. Há também vagões plata-
forma para 2 e 3 TEUs.
Já a Brado, operador logístico multimodal pertencente
ao Grupo Cosan, registrou um aumento de 71% no número
de contêineres transportados, levando em conta os últimos
cinco anos. A empresa investiu, no mesmo período, um to-
tal de R$ 230 milhões na aquisição de 3.475 contêineres,
2.424 vagões, 13 locomotivas, além de 15 reachstackers,
100 empilhadeiras e 3 pórticos.
Em 2015, a Brado transportou quase 78 mil contêine-
res, considerando apenas os cheios (dos quais 95% foram
de 40 pés e os outros 5% de 20 pés), o equivalente a mais
de 2 milhões de toneladas. “Se você transformar isso em
TEUs, estamos falando de uma movimentação total, en-
tre TEUs cheios e vazios, de 350 mil TEUs. O que torna
a Brado disparado a líder em movimentação multimodal,
incluindo ferrovia, nesse mercado de contêineres no Bra-
alguns dos principais produtos movimentados pela Bra-
do, em trens que geralmente são formados com 52 vagões
e aproximadamente 100 contêineres de 40 pés. A meta
da empresa para este ano é expandir em 15% o volume
transportado, chegando ao número de 90 mil contêineres
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tiva de expandir sua área de atuação para além das regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, onde já atua.
A Brado atua com soluções intermodais; recebe ou busca
a carga, contratando serviço rodoviário, faz a armazenagem,
o carregamento do contêiner no trem que segue na ferrovia
até o destino, operando ou contratando o transporte. A em-
presa acessa 16 terminais multimodais (próprios e de ter-
ceiros) e os portos de Santos, Paranaguá (PR) e Rio Gran-
de (RS). “Um ponto importante é que a Brado não é uma
transportadora ferroviária de contêineres. Quem transporta
o contêiner na ferrovia é a concessionária ferroviária. Nós
contratamos um serviço, mas o que vendemos para o cliente
é a operação multimodal”, ressalta Baptista. Segundo ele, a
empresa vende “inteligência na logística de contêiner”, as-
sumindo os riscos de arcar com prejuízos dos clientes caso
a carga não chegue ao destino. “Essa tem sido a principal
razão do crescimento na Brado e é no que a gente aposta
para crescer em outras frentes. Eu não preciso estar restrito
a operar na malha da Rumo ALL”, enfatiza o diretor.
De acordo com Baptista, o negócio de intermodalidade
é algo ainda novo no Brasil e com grande potencial para
crescer ainda mais.
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