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ECONOMISTA RICARDO ARROJA DEFENDE “Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise” Págs. 37 e 38 FISCALIDADE Parlamento Europeu quer maior coordenação fiscal Pág. 34 MERCADOS A nossa análise Poupança do Montepio valoriza famílias numerosas Pág. 43 Economia espanhola vai influenciar negativamente a portuguesa Pág. 41 TURISMO Turistas em visita ao Porto e Norte gastam mais Pág. 21 PNEUS SÃO OPORTUNIDADE PARA OFICINAS SUPLEMENTO ARAN Nº 1469 / 23 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa NEWSLETTERS TEMÁTICAS Subscrição Gratuita mailings.vidaeconomica.pt DACIAN CIOLOS, COMISSÁRIO EUROPEU DA AGRICULTURA, AFIRMA “É fundamental que a futura PAC apoie os agricultores portugueses” Pág. 6 PUB PUB 9 720972 000037 01469 PUB Transações por meios eletrónicos mais baratas Pagar em numerário custa o triplo do que fazê-lo com cartões, de acordo com o responsável pela MasterCard em Portugal. Por isso é que, segundo Paulo Raposo, medidas de limitação ao pagamento com recurso a cartões bancários como a que o Pingo Doce implementou trazem, no limite, um aumento dos custos das transações. Custos inerentes à utilização de numerário, como seguros, transporte ou, entre outros, a segurança são fatores de custos “que a generalidade dos consumidores e, até, dos comerciantes não perceciona” , disse à “Vida Económica” . Pág. 39 EMPRESA BRASILEIRA VAI MANTER TODOS OS POSTOS DE TRABALHO Rio Nave quer investir 30 milhões nos Estaleiros de Viana ENCOMENDAS DA PETROBRAS ESGOTAM CAPACIDADE DE PRODUÇÃO NO BRASIL Págs. 4 e 5

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ECONOMISTA RICARDO ARROJA DEFENDE

“Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise”

Págs. 37 e 38

FISCALIDADE

Parlamento Europeu quer maior coordenação fi scal

Pág. 34

MERCADOSA nossa análisePoupança do Montepio valoriza famílias numerosas

Pág. 43

Economia espanhola vai infl uenciar negativamente a portuguesa

Pág. 41

TURISMO

Turistas em visita ao Porto e Norte gastam mais

Pág. 21

PNEUS SÃO

OPORTUNIDADE

PARA OFICINAS

SUPLEMENTO ARAN

Nº 1469 / 23 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

NEWSLETTERS TEMÁTICASSubscrição Gratuita

mailings.vidaeconomica.pt

DACIAN CIOLOS, COMISSÁRIO EUROPEU DA AGRICULTURA, AFIRMA

“É fundamental que a futura PAC apoie os agricultores portugueses”

Pág. 6

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9 720972 000037

0 1 4 6 9

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Transações por meios eletrónicos mais baratasPagar em numerário custa o triplo do que fazê-lo com cartões, de acordo com o responsável pela MasterCard

em Portugal. Por isso é que, segundo

Paulo Raposo,

medidas de limitação ao

pagamento

com recurso a cartões bancários como a que o Pingo Doce implementou trazem, no limite, um aumento dos custos das transações. Custos inerentes à utilização de numerário, como seguros, transporte ou, entre outros, a segurança são fatores de custos “que a generalidade dos consumidores e, até, dos comerciantes não perceciona”, disse à “Vida Económica”.

Pág. 39

EMPRESA BRASILEIRA VAI MANTER TODOS OS POSTOS DE TRABALHO

R io Nave quer investir 30 milhões nos Estaleiros de Viana

ENCOMENDAS DA PETROBRAS ESGOTAM CAPACIDADE DE PRODUÇÃO NO BRASIL

Págs. 4 e 5

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2 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

ABERTURA

Top da semana

PAULO AZEVEDO

O grupo Sonae pretende entrar em força no mercado

angolano, numa altura em que a nível interno as vendas no retalho estão estagnadas. Paulo Azevedo sabe que existem boas oportunidades naquele mercado, ainda que o mesmo tenha contornos diferentes dos habituais. Mas o empresário reconhece que é preciso arriscar e que as perspetivas são otimistas no que respeita ao continente africano. A Sonae entra em Angola através de uma parceria com a Condis, em empresa detida pela incontornável Isabel dos Santos e o grupo vai arrancar com a construção de cinco centros comerciais.

DURÃO BARROSO

Durão Barroso nunca conseguiu afirmar-se como

um líder carismático, o que acaba por enfraquecer a União Europeia como um todo e a Zona Euro, em particular. De facto, as suas aparições são cada vez mais esporádicas e nada trazem de novo. Ora, deveria acontecer exatamente o contrário. O que fica cada vez mais claro é que o responsável máximo da Comissão Europeia está refém das grandes economias, muito especialmente está atento aos “recados” da “senhora Europa”, isto é, da chanceler alemã. A união pode estar em risco, mas a Comissão deixa passar ao lado eventuais situações mais embaraçosas.

ANTÓNIO MELO PIRES

O grupo Autoeuropa continua a desenvolver

uma estratégia laboral digna de nota e muito pouco comum entre nós. A fábrica de Palmela está a preparar-se para tempos mais difíceis, mas, pelo menos para o próximo ano, descarta a possibilidade de proceder a despedimentos. Em vez de ir pelo caminho mais simples, mas também o mais desastroso para a economia nacional, a Autoeuropa vai reduzir a produção, o que implicará alguns cortes salariais. No entanto, não há soluções alternativas, tendo em conta o facto de o mercado automóvel europeu estar em quebra continuada. De louvar como continuam a ser geridos os recursos humanos nesta unidade de produção do construtor alemão VW.

EXPANSIÓN

Construção torna a cair na Zona Euro

A atividade do setor da construção, na Zona Euro, registou uma quebra de 1,4%, em setembro, face ao mês anterior. Em termos anuais, a descida foi de 1,6%, de acordo com o Eurostat. No conjunto da EU, a produção do setor da construção apresentou uma baixa de 1,8%, sendo que, em termos homólogos, a baixa foi de 5,8%.Por países, a atividade aumentou em três e baixou em 11, face a agosto. Os maiores aumentos tiveram lugar na Eslovénia (mais 17,1%), na Alemanha (2,7%) e na Suécia (1%), enquanto as quebras mais significativas aconteceram em Portugal (-13,4%), na Itália (-8%) e n Roménia. Relativamente a setembro, os maiores avanços tiveram lugar na Suécia e na Alemanha, enquanto as maiores descidas foram em Portugal, Itália e na Polónia.

LES ECHOS

China investe mais na Europa do que o inverso

Pela primeira vez, a China ultrapassou a Europa quanto a investimento nesta região. As empresas chinesas investiram 11 mil milhões de euros na Europa, enquanto o Continente europeu investiu sete mil milhões naquele

país asiático, refere um estudo da consultora PwC.A França tornou-se o primeiro investidor europeu na China e o terceiro país destinatário dos investimentos chineses, depois da Alemanha e do Reino Unido. As empresas chinesas realizaram 32 investimentos na Europa, contra 26 transações realizadas na China por grupos europeus. A China assume que as incertezas persistentes da Zona Euro aumentam as suas possibilidades de tirar partido das transações com sociedades europeias fortemente endividadas e que de outra forma não se realizariam.

THE WALL STREET

JOURNAL

Empresas norte-americanas investem menos

As empresas dos Estados Unidos estão a investir ao ritmo mais lento desde o início da recessão, o que é mais uma má notícia para a recuperação económica do país. Cerca de metade das maiores empresas já anunciou que vai cortar a despesa, neste e no próximo ano.Em termos nacionais, o investimento em equipamento e software registou uma quebra no terceiro trimestre, pela primeira vez em três anos. Entretanto, as exportações estão a abrandar ou mesmo a cair em mercados tão críticos como a China e a Zona Euro. O que representa sérios entraves aos planos de expansão das empresas.

ImprensaEM REVISTA

Internacional .......... Pág. 16Consumidores europeus descontentes com fornecimento de eletricidade

Negócios e Empresas ..Pág. 18AIP e Casa da América Latina realizam “road show” de negócios em Évora

PME ......................... Pág. 24Dadavox cria marca de serviços integrados de vendas

Associativismo ....... Pág. 30

Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa quer parceria na gestão de fundos

Turismo ................... Pág. 32

Alentejo cria oferta para potenciar diáspora

Douro Azul .............. Pág. 33

Empresa turística investe 54 milhões em projeto global

Fiscalidade .............. Pág. 36

Restauração não paga IVA referente ao terceiro trimestre

Mercados ................ Pág. 40

BPI investe 400 milhões de euros no mercado angolano

BBVA ....................... Pág. 41

Economia espanhola vai influenciar negativamente a portuguesa

Nesta edição

31 Em Foco

A agricultura tem futuro em Portugal

35 Fiscalidade

Aumento dos impostos coloca em risco o emprego

46 Empresas

Setores mais desenvolvidos procuram a proteção da propriedade industrial

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

No condomínio onde sou um dos 50 condóminos e que já existe há mais de 10 anos, não há regulamento próprio.

Na elaboração do orça-mento anual das despesas do edifício, têm vindo a ser incluídas despesas com bens que não são propriedade do condomínio, isto é, não são bens comuns do condomínio tal como é o caso de um jar-dim que existe em frente ao edifício e que, conforme in-formação fornecida pela Câ-mara Municipal, é um bem público.

Os condóminos, não todos, têm vindo a suportar os res-petivos custos de manuten-ção e rega, com a água que é faturada pela respetiva Câ-mara Municipal.

Atendendo ao exposto será que as despesas com o refe-rido jardim devem constar no

orçamento juntamente com as demais despesas de água, eletricidade e elevadores? Talvez pudesse ser elaborado um orçamento separado.

Começa-se por lembrar que, de acordo com o estipulado legalmente, em edifícios onde existam quatro ou mais condóminos, como é o caso do edifício onde o leitor tem a sua fração autónoma, é obrigatória a existência de um regulamento do condomínio.

Ainda de acordo com a lei e salvo disposição em contrário, as despesas necessárias à conservação e fruição das partes comuns do edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum são pagas pelos condóminos na proporção do valor das suas frações.

Por este motivo há que verificar, na descrição do imóvel

que consta no registo predial, se o jardim em questão é parte integrante do edifício. Em caso afirmativo, a lei presume que os jardins anexos ao edifício são parte comum, pelo que, se o título constitutivo não afastar tal presunção, nesse caso fará todo sentido orçamentar as despesas inerentes ao jardim.

Verificando-se que, efetivamente, o jardim em questão não faz parte do imóvel, o que comprovará que a informação camarária corresponde à verdade, não se entende por que motivo os condóminos estão a suportar as despesas com a rega e tratamento do mesmo, inclusivamente com o pagamento de água para rega que, ironicamente, é faturado pela própria edilidade.

Pelo exposto e respondendo à questão colocada pelo leitor, constatando-se que o jardim em questão não é parte integrante do edifício, não há qualquer motivo juridicamente relevante para incluir as despesas inerentes ao seu tratamento ou rega no orçamento do condomínio, quer no geral quer em separado, como o leitor refere.

Encargos de fruição — jardim que não constitui parte integrante do condomínio

PROPRIEDADE HORIZONTAL

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Em edifícios onde existam quatro ou mais condóminos é obrigatória a existência de um regulamento do condomínio.

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JOÃO LUIS DE [email protected]

Se for a vencedora do concurso

de privatização, a Rio Nave prevê investir 30 milhões de euros na compra dos Estaleiros de Viana e na sua modernização. Os planos do grupo brasileiro contemplam manter a totalidade dos postos de trabalho, num total de cerca de 600 pessoas.

O interesse do grupo brasilei-ro pela compra dos Estaleiros de Viana do Castelo está relacionado com os investimentos na extração de petróleo. “Face ao atual volu-me de encomendas de navios por parte da Petrobras, a capacidade de produção dos estaleiros navais no Brasil está esgotada” – afirma Mauro Campos. Como exemplo, aponta um tipo de navio muito utilizado no apoio à atividade das plataformas petrolíferas, que tem um custo unitário de 80 milhões de dólares. A Petrobras pretende encomendar 300 navios deste tipo.

Mauro Campos admite que seis a oito unidades deste tipo de barco venham a ser fabricadas em Viana do Castelo, podendo gerar um volume de encomendas com um valor superior a 500 milhões de dólares e ocupando em pleno a atual capacidade de produção. Além dos postos de trabalho diretos, o relançamento da ati-vidade dos Estaleiros de Viana irá gerar um elevado número de postos de trabalho indiretos, dinamizando a procura de traba-lho qualificado.

Custos laborais são semelhantes em Portugal e Brasil

“Os custos de mão de obra no nosso setor de atividade são se-melhantes em Portugal e Brasil” – disse Mauro Campos à “Vida Económica”. “Inicialmente ad-mitimos que os custos salariais seriam superiores em Portugal, mas verificamos que se encon-

tram praticamente ao mesmo nível” – acrescentou.

Sobre a principal vantagem que Portugal oferece para uma empresa estrangeira, Mauro Campos aponta a qualificação dos trabalhadores portugueses.

Na visita efetuada aos Estalei-ros Navais de Viana do Castelo, Mauro Campos analisou em detalhe as instalações e os equi-pamentos. “Só não vi os traba-lhadores – afirma”. Como a pro-dução se encontra praticamente parada em Viana, os trabalhado-res “picam” o ponto no início de cada manhã e vão-se embora.

O objetivo da Rio Nave é utilizar em pleno a capacidade produtiva, o que vai exigir inves-timento na modernização dos estaleiros de Viana.

Regras do concurso são equilibradas

Para Mauro Campos, as regras

estabelecidas para a privatização dos Estaleiros Navais de Via-na do Castelo têm sido equili-bradas. Em termos de consulta da informação o processo tem respeitado a igualdade entre os concorrentes.

EMPRESA BRASILEIRA VAI MANTER TODOS OS POSTOS DE TRABALHO

Rio Nave quer investir 30 milhões

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Despesa pública com a proteção social atinge 25% do PIB As despesas públicas de proteção social aumentaram para 22% do PIB nos países da OCDE desde o começo da atual crise. As despesas públicas de proteção social em Portugal vão repre-sentar em 2012 um total de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, um quarto do seu total, perspetiva a OCDE.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

O objetivo da Rio Nave é utilizar em pleno a capacidade produtiva existente.

Portugal é um país atrativo para o investimento – disse Mauro Campos. Em entrevista à “Vida Económica” o presidente da Estai (Grupo Rio Nave) confirma a intenção de comprar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. No concurso de privatização que está a decorrer, a Rio Nave pretende vencer os investidores russos da JSC River Sea Industrial Trading.

“Inicialmente admitimos que os custos salariais seriam superiores em Portugal, mas verificamos que se encontram praticamente ao mesmo nível” – afirma Mauro Campos.

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Nesta fase fácil do concurso já só estão dois concorrentes. O grupo português Atlantic Ship-building não chegou apresentar a proposta por ter ocorrido uma falha técnica. Os noruegueses da Volstad Maritime foram ex-cluídos por terem entregue a proposta para lá do fim do pra-zo estabelecido. Ainda assim, os noruegueses afirmam que cum-priram o prazo e que houve erro informático, conforme preten-dem demonstrar.

As regras do concurso de pri-vatização estabelecem que a con-cessão da exploração da empresa vai durar pelo menos até 2031. A empresa vencedora não pode-rá vender os Estaleiros de Viana durante os próximos cinco anos.

Investimento em outros países não está contemplado

Para a instalação da sua pri-

meira unidade de produção fora do Brasil, a Rio Nave apenas está a equacionar o investimento em Portugal.

Mauro Campos afirmou não ter em vista outras hipóteses al-ternativas, nomeadamente, em

Vigo, onde a indústria de cons-trução naval tem expressão e en-frenta as contrariedades da atual conjuntura.

“A construção naval é uma ati-vidade considerada difícil, em particular na Europa” – admite Mauro Campos. Sofre a concor-rência dos países asiáticos com mão de obra barata e está sujeita a incerteza no comércio mun-dial.

“Quando as trocas comerciais aumentam, a procura de navios é maior, o que tem efeitos dire-tos na construção naval. Mas se o comércio mundial estagna ou diminui, a procura de navios di-minui de imediato” – afirma.

Uma das vantagens que Por-tugal apresenta é a cooperação possível com a Lisnave no domí-nio da reparação naval – salien-ta Mauro Campos. Dispondo de um estaleiro de grandes di-mensões à escala internacional, tem boas condições para com-plementar a oferta de Viana do Castelo como “cluster” da in-dústria naval e satisfazer parte da procura sem precedentes devido aos investimentos na exploração do petróleo que estão em curso no Brasil.

Normas aduaneiras facilitam cooperação industrial

Apesar de o Brasil ter normas

aduaneiras que dificultam as im-portações e encarecem os produ-tos comprados no estrangeiro, Mauro Campos afirma que não existem obstáculos à cooperação na produção industrial pelo me-nos no caso concreto da indústria naval. Pelo contrário, a estratégia da Rio Nave passa pela produção de partes dos mesmos navios no Brasil e em Portugal, o que é per-mitido pelas normas brasileiras. A produção repartida por mais que um estaleiro é vista pelo pre-sidente da Rio Nave com um fa-tor de flexibilidade e de eficácia.

Da mesma forma que a Airbus produz os aviões integrando as produções de um conjunto de fá-bricas integradas num consórcio e situadas em vários países euro-peus, Mauro Campos pretende fazer algo semelhante, mesmo tratando-se de navios de gran-des dimensões. Se o avanço da aviação comercial tem tornado o mundo mais pequeno, a indús-tria naval também pode aproxi-mar Portugal ao Brasil.

Como investir em plantas aromáticas A consultora agrónoma “Espaço Visual”, com sede na Foz do Sousa (Gondomar), vai organizar uma visita a algumas explorações de plantas aromáticas e de pequenos frutos. A visita vai decorrer no próximo dia 1 de dezembro, progra-ma e informações complementares em www.espaco-visual.com.

nos Estaleiros de Viana

Durão Barroso quer impedir cortes no orçamento comunitárioDurão Barroso reafirmou no Parlamento Europeu, num debate com os eurodeputados sobre a cimeira de líderes europeus, dedicada ao Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, que eventuais cortes no orçamento comunitário plurianual para 2014-2020 podem “sacrificar” as políticas de crescimento e de competitividade da União Europeia (UE).

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 5

Na visita efetuada aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Mauro Campos não viu os trabalhadores.

Governo prepara 12,5 milhões de euros para apoiar IPSSTERESA [email protected]

O Ministério da Segurança Social está a preparar uma nova linha de apoio à tesouraria das instituições sociais, no montan-te de 12,5 milhões de euros, que servirá exclusivamente para situ-ações de reequilíbrio financeiro e apoio à tesouraria, disse à “Vida Económica” fonte do gabinete do ministro Pedro Mota Soares. O objetivo é “garantir a susten-tabilidade destas instituições”.

Depois de cerca de 300 en-tidades do setor social terem recorrido à linha de crédito de 150 milhões disponibilizada pelo Montepio no âmbito de um protocolo assinado em ju-nho último, o Ministério da Segurança Social contratualizou recentemente protocolos de fi-nanciamento com 292 institui-ções sociais.

O Governo, recorde-se, alo-cou, em junho, 50 milhões de euros para esta iniciativa, tendo o Montepio disponibilizado um montante adicional de 100 mi-lhões de euros nas condições de risco e de mercado.

A “Vida Económica” apurou junto do Montepio que, em re-lação à parte alocada pelo Go-verno, “a taxa de juro correspon-de à soma da Euribor a 3 meses + 3,75% de spread” e que “este financiamento não tem qualquer tipo de comissão, nomeada-mente de abertura de processo, contratualização, renovação ou amortização antecipada”. O li-mite máximo de financiamento é de 500 mil euros por benefici-ário, com um prazo de sete anos de amortização e um período inicial de dois anos de carência de capital.

De acordo com fonte do Mi-nistério de Pedro Mota Soares, já foram apresentadas 521 candi-daturas, 152 das quais envolven-do investimentos no âmbito dos programas PARES, 85 no âmbi-to do POPH, 13 ao abrigo dos programas PARES/POPH e 271 candidaturas sem programa. O MSSS já aprovou 134 processos, no valor de 41,1 milhões de eu-ros em 50 milhões disponíveis. Por sua vez, o Montepio apro-vou 137 processos, no valor de 44,8 milhões de euros, em 100 milhões disponíveis ao abrigo deste protocolo com o Governo.

O tipo de navios solicitados pela Petrobras tem um custo aproximado de 80 milhões de dólares.

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The Lisbon MBA na Feira do Empreendedor no PortoA 15ª Feira do Empreendedor, a decorrer entre os dias 22 e 24 de novembro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, é este ano subordinada ao tema “Made in Portugal”. O The Lisbon MBA está presente neste evento, organizado pela ANJE, disponibilizando infor-mação aos candidatos que se queiram inscrever num MBA com vista a lançarem o seu próprio negócio.

ATUALIDADE

Portugueses reduzem compras de presentes de Natal A percentagem de portugueses que utilizam o subsídio de Na-tal para comprar os presentes desceu de 82% para 63%, con-clui um inquérito do Observador Cetelem. O estudo conclui ainda que 1/5 dos consumidores portugueses inquiridos já não tem subsídio de Natal.

TERESA [email protected]

A visita a Portugal, na passada sexta-feira, do comissário europeu da Agricultura ocor-reu num “momento-chave na negociação da futura política agrícola comum” (PAC 2014-2020), afirmou o próprio Dacian Ciolos, em declarações à “Vida Económica”.

“É muito importante para mim ouvir as expetativas e as preocupações dos agriculto-res portugueses”, disse o comissário, expli-cando que “é fundamental que a futura PAC tenha em conta a diversidade da agricultura europeia e apoie os agricultores portugueses”.

O comissário visitou, a convite do euro-deputado Capoulas Santos, relator do Parla-mento Europeu para os principais relatórios da PAC (“Pagamentos Diretos” e “Desenvol-vimento Rural”), várias explorações agrícolas no Oeste e Vale do Tejo.

Questionado pela “Vida Económica” so-bre quais as principais preocupações mani-festadas pelos agricultores nacionais quanto ao futuro da nova PAC, Dacian Ciolos re-conheceu que, “nas propostas da Comissão, há muitos elementos que será útil adaptar para apoiar a inovação, a modernização e o desenvolvimento da produção agrícola em Portugal”. Tudo, para “ajudar a fortalecer as organizações de produtores e as pequenas explorações a melhor se integrarem no mer-cado”.

Para o comissário, é igualmente “muito importante ter em conta a dimensão eco-nómica e ambiental da agricultura na nossa política de futuro”. O objetivo, diz Dacian Ciolos à “Vida Económica”, é “sermos ca-pazes de produzir alimentos a longo prazo, preservando a qualidade dos solos, a água e a biodiversidade”.

Futuro orçamento europeu é “uma verdadeira bomba atómica para a agricultura”, diz Capoulas Santos

A visita de Dacian Ciolos a Portugal “cum-priu todos os objetivos”, disse à “Vida Eco-nómica” Capoulas Santos, frisando que ela “permitiu transmitir [ao comissário] uma visão geral sobre a diversidade da agricultura portuguesa”.

“Ficou claro que os pequenos agricultores e as organizações de produtores precisam de um tratamento especial e que os setores com-petitivos, em particular as culturas de rega-dio, ficarão muito prejudicados com algumas normas da reforma caso não sejam corrigidos alguns aspetos das propostas da Comissão”. Capoulas Santos disse ainda que “o comissá-rio percebeu no terreno esses constrangimen-

tos” e está “certo” de que haverá “abertura da Comissão para encontrar soluções para mini-mizar esses impactos negativos”.

O eurodeputado confirmou ainda à “Vida Económica” a sua preocupação quanto à pro-posta do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, sobre o orçamento plurianual da UE, considerando-a “uma ver-dadeira bomba atómica para a agricultura” ao prever “menos 25 mil milhões de euros”.

Isto significa, para Portugal, “menos cerca de 900 milhões, dos quais, 800 milhões re-cairão sobre o desenvolvimento rural”, um pilar sempre mais dependente do co-finan-ciamento nacional e do “esforço do nosso próprio orçamento”. Capoulas Santos teme que tal possa pôr “completamente em causa” o seu trabalho “ao longo de meses”. Espera, contudo, que o Parlamento Europeu “res-ponda com a dureza que é necessária”.

Organização Europeia dos Industriais de Tomate contesta redução de ajudas

O presidente da Organização Europeia dos Industriais de Tomate, Miguel Cam-bezes, entregou, em mão, ao comissário da Agricultura um documento onde mostra “preocupação” pela mais que certa redução de ajudas ao setor no âmbito da nova PAC 2014-2020 e quanto às novas exigências em matéria de diversificação de culturas. Um “problema complicado”, quando se sabe que, “em Portugal, neste setor, 80% dos agri-cultores fazem o cultivo de tomate em terras arrendadas”.

Em declarações à “Vida Económica”, Mi-guel Cambezes disse ter ficado “agradavel-mente supreendido” com o comissário, que lhe pareceu “muito bem preparado e asses-sorado tecnicamente”, tendo-lhe registado uma frase “lapidar”: “a minha preocupação é fazer uma reforma da PAC sustentável, mas que também seja aceite por aqueles a quem ela se destina”, terá dito Dacian Ciolos ao presidente da Organização Europeia dos In-dustriais de Tomate.

“É fundamental que a futura PAC apoie os agricultores portugueses”

EMAF e FIMAP mostram o dinamismo da indústria na ExponorSão cerca de 270 os expositores

que, desta quarta-feira a sábado, no recinto de eventos da Exponor (em Matosinhos), participam na EMAF – 14.ª Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria, na FI-MAP – 17.ª Feira Internacional de Máquinas para Trabalhar Ma-deira e no Ferrália – 12.º Salão de Acessórios e Equipamentos para a Indústria da Madeira.

O acontecimento agrega, em cinco pavilhões, uma amostra alargada e de referência de expor-

tadores, fabricantes, representan-tes de marcas, “start ups” e polos de competitividade, que reforça-rão os negócios de vários segmen-tos industriais e “puxarão” pela economia do País durante quatro dias.

A organização da EMAF/FI-MAP terá ainda disponível para

visitantes e expositores uma apli-cação móvel para “smartphones” e “tablets” (nos sistemas IOS e An-droid), com o intuito de melhorar a informação. A solução pode ser descarregada gratuitamente em: http://www.emaf.exponor.pt/enews/2012/emaf_11_pt.html.

A Exposição do 6.º Concurso de Inovação (Pav. 4, “stand” C40) e o CREATIVITY BY DESKTOP 3D MAKING - transformar uma ideia num protótipo (Pav. 5, “stand” C40) podem ser visitados até amanhã.

6 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

“É muito importante para mim ouvir as expetativas e as preocupações dos agricultores portugueses”, disse Dacian Ciolos à “Vida Económica”.

São cerca de 270 os expositores que participam na EMAF

DACIAN CIOLOS, COMISSÁRIO EUROPEU DA AGRICULTURA, AFIRMA

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O evento “Nersant Business 2012” teve início ontem em Torres Novas e decorre até amanhã. O Encontro In-ternacional de Negócios, promovido pela Nersant – Associação Empresarial da Região de Santarém, tem como ob-jetivos dar a conhecer a investidores estrangeiros o potencial da região do Ribatejo e alavancar a realização de ne-gócios. Vai contar com a presença de 50 empresas de Angola, Moçambique, Cabo Verde, África do Sul, Namíbia e Brasil. 375 encontros de negócios já estão agendados.

“O ‘Nersant Business 2012’ enqua-dra-se no trabalho que a Nersant vem realizando há vários anos no sentido de promover a internacionalização das empresas e dos produtos do Ribatejo”,

afirma Salomé Rafael, presidente da Nersant.

António Campos, presidente da Co-missão Executiva da Nersant, salienta que a adesão ao evento tem surpreen-dido os responsáveis da iniciativa. “O ‘Nersant Business 2012’ tem capacida-de para a realização de 375 encontros de negócios e neste momento já temos pedidos de reuniões que ultrapassam este número. Estamos a reunir todos os esforços para que todos os pedidos sejam atendidos”, afirmou.

Segundo apurou a “Vida Económi-ca”, foram efetuadas cerca de de 150 reuniões de negócio no âmbito do “Nersant Business 2012”, um resulta-do acima das expetativas geradas para o evento.

Empresas estrangeiras em negócios no Ribatejo

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 7

Turismo de Portugal incentiva jovens empreendedoresAs Escolas de Hotelaria e Turismo de Lisboa, Porto, Coimbra, Algarve e Estoril serão o palco das primeiras Jornadas do Empreendedorismo Turístico, que decor-rem de 4 de dezembro a 24 de janeiro de 2013. Com estas iniciativas, o Turismo de Portugal vai ajudar jovens empreendedores a criarem o seu negócio no setor.

GRUPO CH vence prémio empresas maisO Grupo CH foi novamente galardoado, desta vez como a Em-presa mais Inovadora nos Processos de Gestão de Pessoas, dos Prémios 2012 Human Resources Portugal – Empresas Mais. Um reconhecimento atribuído às empresas que prestam o melhor ser-viço a terceiros na área de gestão de pessoas e que esteve a concur-so ao lado de organizações como EDP, PT, BP e TAP.

ATUALIDADE

A NBB é uma rede internacional de Consultores especializados em Fusões & Aquisições e Corporate Finance, líder mundial no seu setor, com mais de 60 escritórios em 28 países.E, ao contrário dos tempos que correm, a NBB continua a crescer.Assim, a NBB procura profissionais de referência para integrar a sua rede nacional e internacional de Partners. Uma oportunidade única de potenciar o seu percurso e experiência, descobrindo uma nova forma de juntar sucesso & compromisso, trabalho & rentabilidade.

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Ficha Técnica:

EmpresaNBB National Business Brokers

AtividadeConsultoria em Fusões & Aquisições e Corporate Finance

ServiçosFusões e AquisiçõesCorporate FinanceReorganização EmpresarialAvaliação de Empresas

ContatosTelefone: 226 160 791E-mail: [email protected]: www.nbbadvisors.com

MoradasRua António Nicolau d’Almeida, nº 45 2º Esc. 2.114100-320 PortoRua Sousa Martins, 10 - 7º1050-218 Lisboa

Além das 50 empresas estrangeiras presentes, marcam presença na região diversas entidades institu-cionais e governamentais de Angola, Moçambique, Cabo Verde, África do Sul, Namíbia e Brasil.

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FERNANDA SILVA [email protected]

Portugal tem cerca de duas mil horas de vento, segundo da-dos da Direção Geral de Energia (DGE). Manso Neto dá como exemplo o caso excecional do Brasil, que “não tem subsídio porque tem quatro mil horas” e concluiu que “para não haver subsídios é preciso ter recursos naturais brutais” e, por isso, “vai ser sempre preciso um comple-mento”.

Já sobre a preparação de uma nova estratégia para o setor das renováveis, o presidente da EDP Renováveis admite que “é um plano que mantém o perfil das renováveis, ajustando-o a um menor nível de consumo. Não se pode dizer que o plano seja

de atuação estratégico. É sim, fundamentalmente, um menor nível de consumo para se cum-prir com as metas e, por outro lado, uma redução do investi-mento nas renováveis mais caras. Em suma, não é uma revolução”, rematou.

Confrontado com a recomen-dação do Governo, sugerindo que “as empresas do setor se devem reorientar para a expor-tação”, Manso Neto salienta que a eletricidade, para ser exporta-da “tem que ter infraestruturas, tem que ter uma ligação física”. Logo, “devemos sobretudo pen-sar que ainda temos um peso muito grande de consumo de eletricidade de origem fóssil ou importada diretamente, pelo que, na medida em que produ-zamos mais eletricidade com

energias renováveis, estamos a ter, claramente, um efeito positi-vo na balança de transações cor-rentes substituindo importações, quer de eletricidade propria-mente dita quer de diminuição de importações”.

Projeto do carro elétrico precisa de “cirurgia estética”

“O carro elétrico não morreu, mas está a ser objeto de cirurgia estética”, admite Artur Trinda-de. Questionado pelo modera-dor do debate de encerramento da Conferência da Associação de Energias Renováveis (APREN), que se realizou recentemente em Viana do Castelo, o secretário de Estado da Energia não explicou contudo a natureza da interven-ção nem revelou qual deverá ser

a nova face do Mobi.com, uma aposta que ambicionava colo-car Portugal na linha da frente da mobilidade elétrica. A meta era chegar a 2020 com 750 mil veículos e o Governo até apoia-va com cinco mil euros a com-pra de carros elétricos, subsídio entretanto retirado. O projeto previa ainda a instalação de uma rede nacional de 1300 postos de carregamento, concentrada nas cidades, mas também disponível em bombas de gasolina.

Admitindo ser “evidente” que o carregamento na via pública, um processo que demora algu-mas horas, “dificilmente poderia seduzir os utilizadores”, o secre-tário de Estado afirmou mesmo a este respeito que “ninguém quer usar mesmo à borla, quanto mais pagar para usar”. Por essa

PRESIDENTE DA EDP RENOVÁVEIS AFIRMA

Subida do preço da eletricidade é “uma A subida do preço da eletricidade é “uma inevitabilidade”, pois, “à medida que vão aumentando as fontes de produção não convencionais, os preços tendem a subir”, afirmou João Manso Neto, durante a Conferência da Associação de Energias Renováveis (APREN), que se realizou recentemente em Viana do Castelo. Para o presidente da EDP Renováveis, “hoje, na Europa Ocidental, não há tecnologia que se rentabilize só pelo mercado, nem em Portugal nem em lado nenhum”.

Passos Coelho defende apoios comunitários para reformas estruturaisPedro Passos Coelho afirmou ao Parlamento que o novo enqua-dramento orçamental das políticas da União Europeia para o pe-ríodo 2014-2020 deverá acautelar a possibilidade de financiamen-tos europeus serem dirigidos a programas de reforma do Estado.

Brisa celebra 40 anosA Brisa assinalou ontem (dia 22) 40 anos. Segundo a conces-sionária de autoestradas, o investimento na rede ao longo da existência da empresa ascendeu a oito mil milhões de euros. “Foram décadas de trabalho, em que a Brisa desempenhou um papel determinante no desenvolvimento económico e social do país”, afirma Vasco de Mello, presidente da Brisa.

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O défice tarifário está a crescer e deverá atingir os 3800 mil milhões de euros em 2013.

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inevitabilidade”

razão, realçou Artur Trindade, “terão de ser encontradas solu-ções para abastecer o veículo em casa”.

Por sua vez, António Sá da Costa reconheceu que Portugal não tem capacidade nem merca-do para liderar o processo, mas acredita que esta é uma realida-de que mais cedo ou mais tarde se vai impor. Mas primeiro “os preços têm de baixar”, afirmou o presidente da APREN.

Renováveis não devem ter cor partidária

Horas antes, na mesma confe-rência, o diretor-geral da Ener-gia revelou as novas linhas do Plano Nacional de Apoio às Re-nováveis (PNAER). Não sendo uma surpresa, a decisão de não atribuir licenças para mais po-tência, esta decisão está longe de ser consensual. O Governo não quer mais capacidade, com

direito a prémio pago nas tarifas elétricas, mas o limite para 2020 é “um mínimo olímpico”, real-çou Pedro Cabral.

Entretanto, o secretário de Estado deixou a porta aberta a mais potência, desde que esta seja atribuída em regime de mercado. Artur Trindade lem-brou, todavia, que “em Portugal, como noutros países, avançou--se de forma muito voluntariosa nas energias renováveis” e ad-vertiu que “tornar as renováveis num panfleto político só pode correr mal porque os Governos mudam.” Ainda assim, o gover-nante sublinhou que o que “foi feito deve ser preservado. Pode ser corrigido, mas não deverá ser

para perder”.Lembrando que é preciso de-

finir o que é mercado para todas as formas de produção de eletri-cidade, o presidente da APREN admitiu, por sua vez, que “é necessário abrandar o ritmo de crescimento das energias reno-váveis em Portugal” pois “o dé-fice tarifário ainda está a crescer – deverá atingir os 3800 milhões de euros em 2013 –, o consumo está a cair e ainda está em mar-cha alguma capacidade atribuída no passado”.

Ainda assim, para António Sá da Costa, “a luta da “troika” contra as rendas excessivas do sector elétrico teve o mérito de mostrar que os subsídios e pré-

mios à produção não se limitamàs renováveis, beneficiam todas as tecnologias, desde o carvão e gás natural, passando pelas gran-des barragens e cogeração. Todaspesam na fatura dos consumido-res”.

No entanto, as elétricas recu-sam o cenário de paragem na atribuição de nova potência. A partir de 2018/20 iniciar-se-á o ciclo de substituição e recon-versão dos atuais equipamentos, garantindo nova procura. Mas,até lá, defendem os produtores, é preciso colocar no mercado potência não instalada, “para que a máquina não seja parada”, assinala João Manso Neto, presi-dente da EDP Renováveis.

Portugal tem cerca de duas mil horas de vento, segundo dados da DGE

FMI considera sistema de pensões português “generoso”O sistema de pensões português “é relativamente generoso face ao rendimento”, diz o chefe de missão do FMI. Selassie considera que a taxa de substituição das pensões é elevada. Os relatórios da Comissão Europeia dizem que no futuro não o será. “Existe margem para tornar a despesa pública mais efi-ciente”, afirma.

Município da Amadora baixa taxas do IMIO município da Amadora vai abdicar de cerca de três milhões de euros em receita com a redução das taxas de IMI e IRS em 2013, medidas de alívio fiscal aprovadas hoje em reunião de câmara. O executivo aprovou taxas IMI de 0,37% (0,38 em 2012) para pré-dios avaliados e 0,6% (0,68 em 2012) para os não avaliados.

ATUALIDADE

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um leque alargado de serviços de apoio aos proprietários

Os proprietários de imóveis estão confrontados com o aumento do IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações.

A Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal é uma nova estrutura associativa que lhe proporciona um conjunto único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico, atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis, assistência técnica.

Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção de joia.

Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone

(tel. 223399492) ou por e-mail [email protected].

Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto

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A revista norte-americana “Wine En-thusiast” acaba de eleger, na edição de dezembro, 10 vinhos portugueses na lista Top Cellar Sellection.

Portugal garantiu o quarto lugar numa selecção de 100 vinhos para guardar, depois dos EUA, França e Itália. Integram a Cellar Selection 2012 os vinhos: Quinta do Vale Meão 2009 tinto (Douro), posicionado em 12º lugar, seguido por Herdade do Esporão 2008 TN Touriga Nacional (Alentejano) em 18º lugar, Quinta da Romaneira 2008 Tinto (Douro), em 27º, Taylor Flagdate 2009 Vintage Porto, em 36º, Quinta do Castro 2009 Reserva Vinhas Velhas (Dou-ro) em 48º, Dão Sul 2009 Casa de Santar Conde de Santar (Dão) em 57º, Cartuxa 2009 Pêra-Manca Branco (Alentejo) em 67º, Niepport 2009 Vintage Port em 75º,

Prats & Symington Lda 2009 Chryseia (Douro) em 83º e Luis Duarte 2010 Ru-brica Branco (Alentejano) em 91ª posição.

Jorge Monteiro, presidente da ViniPor-tugal, afirma que, para além da qualidade, a “excelente relação custo benefício está a ser muito valorizado no mercado norte--americano”.

ATUALIDADE

Seminário debateu inovação tecnológica no setor têxtilEvidenciar o potencial da indústria têxtil e os apoios para o arranque de negócios inovadores no setor foi o objetivo central do seminário “A tecnologia do presente a inovar nos têxteis do futuro” que o BICMINHO promoveu, ontem, no Museu da Indústria Têxtil, em Vila Nova de Famalicão, no âmbito do i9EIBT.

China Sourcing Fair na África do SulPelo terceiro ano consecutivo, a feira China Sourcing Fair irá ser realizada, no Centro de Convenções Gallagher, em Joanesburgo, de 28 e 30 de novembro. Esta é a última parte do “road show” global em 2012, na sequência das ações em Hong-Kong, Dubai, Miami, São Paulo e Mumbai.

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Vinhos portugueses destacam-se nos EUA

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Ontem cheguei ao meu posto de tra-balho e deparei-me com uma situação, no mínimo, caricata. O mesmo havia desaparecido.

Confrontado o meu superior hierár-quico, informou-me que havia sido despedido por facto que me era impu-tável, por decisão que me foi entregue pessoalmente, e que devia abandonar as instalações da empresa. Este “des-pedimento” deve-se, na realidade, ao facto de ter insultado um colega de tra-balho há mais ou menos uma semana. Contudo, até então, nunca me havia sido levantado qualquer procedimento disciplinar. Como posso reagir?

Por vezes é necessário reagir, de forma imediata, a situações que configuram um despedimento que poderá ser ilícito. Para este efeito, os trabalhadores devem conhecer os meios que têm ao seu dispor para contrariar, judicialmente, a decisão de despedimento. Esse conhecimento revelar-se-á imprescindível para garantir a efetiva defesa dos seus direitos.

Uma das principais faculdades que os trabalhadores dispõem é a providência cautelar de suspensão do despedimento, prevista e regulada nos artigos 386.º do Código do Trabalho (CT) e 34.º e ss. do Código do Processo de Trabalho (CPT).

Como o próprio nome exprime, esta providência cautelar visa suspender os efeitos práticos da decisão de despedimento, até que os motivos, e respetivos procedimentos, sejam validados pelo Tribunal.

Conforme preceitua o artigo 386.º do CT, o trabalhador deve instaurar a providência de suspensão do despedimento, “no prazo de cinco dias úteis a contar da data da receção da comunicação do despedimento (…)”. Este prazo é de caducidade, pelo que o exercício não atempado desse direito prejudica a hipótese de proteção do trabalhador.

Nos termos do disposto no artigo 34.º CPT, tendo sido apresentado o requerimento inicial no prazo supra referido, o juiz ordena a citação do requerido para se opor, designando, ainda, data para a audiência final, que deve realizar-se no prazo de 15 dias.

As partes podem apresentar qualquer meio de prova, limitado a 3 testemunhas por facto, sendo certo que o tribunal pode, oficiosamente, desde que considere indispensáveis à decisão, determinar a produção de outras provas que não as indicadas – cfr. art. 35.º CPT.

Para além disso, sob pena de extinção do procedimento cautelar, no requerimento inicial deve ser requerida a impugnação judicial da regularidade e licitude do despedimento, salvo se já tal já tiver sido solicitado pelo formulário a que alude o artigo 98.º-C CPT.

Conforme referido, a ação segue com a realização do julgamento. Contudo, na falta de comparência injustificada do

requerente ou de ambas as partes (sem que se tenha feito representar por mandatário com poderes especiais) a providência é logo indeferida. Na mesma linha de raciocínio, se for o requerido quem falta à audiência, a providência é julgada procedente.

Atendendo que estamos perante uma providência cautelar onde é invocado um despedimento (alegadamente) precedido de procedimento disciplinar, o juiz, no despacho que ordena a citação do requerido, notifica-o, também, para, no prazo da oposição, juntar o procedimento disciplinar, que é apensado aos autos – cfr. art. 34.º n.º 2 CPT.

Note-se que a falta, injustificada, de apresentação deste procedimento acarreta o decretamento da providência, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 38.º CPT. No entanto, se o não cumprimento desta obrigação for justificado até ao termo do prazo para a oposição, o juiz decide a providência com base nos elementos de prova constantes dos autos.

Conforme estabelece o artigo 39.º do CPT, a suspensão é decretada “se o tribunal, ponderadas todas as circunstâncias relevantes, concluir pela probabilidade séria de ilicitude do despedimento, designadamente quando o juiz conclua:

Pela provável inexistência de processo disciplinar ou pela sua provável nulidade;

Pela provável inexistência de justa causa (…)”.

Um dos principais efeitos do decretamento da providência tem natureza retributiva. Isto porque a “decisão sobre a suspensão tem força executiva relativamente às retribuições em dívida, devendo o empregador, até ao último dia de cada mês subsequente à decisão, juntar documento comprovativo do seu pagamento.” – cfr. art. 39.º n.º 2 CPT.

Decretada a suspensão do despedimento do trabalhador no respetivo processo cautelar, a situação deste fica em tudo idêntica à que se encontrava antes daquele despedimento. Com efeito, o trabalhador reassume plenamente o estatuto que detinha antes do despedimento, ficando obrigado a retomar o trabalho no dia imediato ao trânsito em julgado da decisão. Isto implica, pois, que o empregador fica obrigado a permitir ao trabalhador a prestação efetiva da atividade laboral.

Em suma, no caso em apreço, o trabalhador dispõe de 5 dias úteis a contar da notificação da decisão de despedimento para instaurar um procedimento cautelar de suspensão do despedimento. Se a mesma vier a ser considerada procedente, o trabalhador tem direito a retomar o seu posto de trabalho e a ser ressarcido pela retribuição que, durante o decurso da ação, não tiver sido satisfeita pelo empregador.

Esta providência cautelar, pela celeridade que implica, permite ao trabalhador reagir imediatamente ao despedimento, protegendo, dessa forma, a manutenção da relação laboral.

Providência cautelar de suspensão de despedimento

RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados [email protected] www.avlc-advogados.com

CONSULTÓRIO LABORAL

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ATUALIDADE

ACEPI realiza o Fórum Nacional da Fatura EletrónicaA ACEPI realiza o Fórum Nacional da Fatura Eletrónica. A iniciativa decorrerá no próximodia 29 de novembro de 2012, das 9h00 às 13h00, no Auditório Lispólis, Polo Tecnológico deLisboa, Estrada do Paço do Lumiar, 44, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado daInovação e Empreendedorismo, do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e do diretor- ge-ral da Autoridade Tributária e Aduaneira.

BPO Advogados e AEP realizam seminário sobre cobrançasA BPO Advogados e a Associação Empresarial de Portugal – Câmara Comércio e Indústria (AEP – CCI) realizam no próximo dia 29 de novembro, entre as 14h30 e as 18h30, nas ins-talações da AEP – CCI (Leça da Palmeira), o seminário “Cobranças – Estratégias Práticas para o Sucesso”. Mais informações e inscrições junto da AEP.

O novo Harvard Trends é mais,MAS NÃO É DO MESMO.

É um livro inteiramente novoe com um novo enfoque.

É um livro ine com um

Continuando a manter a lógica de tendências na área da gestão, com uma escrita de leitura fácil, rápida e acessível a todos, o Harvard Trends 2013 abarca novas áreas até agora menos tratadas, como as apps e redes sociais.

Lançamento a 5 de Dezembro

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empresas. “Infelizmente, apenas cerca de 1% das empresas portu-guesas paga mais de 50% do IRC” e “10% das empresas, com coleta de IRC, paga cerca de 80%” do va-lor global do imposto.

Nesse sentido, Fernandes Ferrei-ra considera que os pagamentos por conta “são, no fundo, uma forma

alternativa de atingir o mesmo re-sultado, permitindo que empresas que sistematicamente apresentam prejuízo possam ser tributadas de uma forma configurada mínima”. Tal significa que “existe de facto margem ao nível do IRC para uma tributação de natureza mais objeti-va”, remata.

ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA, DA RFF & ASSOCIADOS, DEFENDE

Novo regime simplificado de contabilidade de caixa será de difícil aplicação

“Os requisitos ao nível de abertura do sigilo bancário vão dificultar a aplica-ção do regime de caixa”, afirma Rogério Fernandes Ferreira.

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O regime simplificado de conta-bilidade de caixa, uma das propos-tas fiscais do OE2013 para o setor empresarial, é de difícil implemen-tação, afirma à “Vida Económica” Rogério Fernandes Ferreira, espe-cialista fiscal e sócio fundador da RFF & Associados.

O facto de as empresas empre-sas poderem entregar o imposto ao Estado apenas depois de receberem dos clientes “é uma medida positi-va no contexto da atual conjuntura económica”, contudo “os requisi-tos que estão previstos na própria proposta, designadamente ao nível de abertura do sigilo bancário, vão dificultar a aplicação da regra e, por outro lado, tal vai implicar que as deduções do IVA também só sejam feitas nesse momento”, afirmou Rogério Fernandes Ferreira, sócio fundador da RFF & Associados, à margem da conferência sobre o “OE 2013: Propostas Fiscais”, or-ganizada pela Rogério Fernandes Ferreira & Associados (RFF & Associados) e que decorreu recente-mente no Porto.

Descartando a questão da li-mitação da aplicação da medida a sujeitos passivos de IVA com um volume anual de negócios até 500 mil euros, o que deixa de fora uma boa parte das micro e pequenas em-presas, Rogério Fernandes Ferreira assegura que “o mais importante é o facto de a medida estar a ser dis-cutida”.

Agravamento dos pagamentos por conta gera menos liquidez das empresas

Já quanto ao previsto agravamen-to dos pagamentos por conta, o ex--secretário de Estado dos Assuntos Fiscais concede que este trará “me-nos liquidez” e, como tal, “mais di-ficuldades ao funcionamento” das

DST sensibiliza colaboradores para o ambiente

O Grupo Domingos da Silva Teixeira (DST) assinala a Semana Europeia de Prevenção de Resíduos (SEPR) com uma série de iniciati-vas que procuram alertar e sensi-bilizar os colaboradores para uma maior educação ambiental, sob o mote “Mais do que Reciclar, evita Gastar!”.

Desta forma, até ao final da se-mana, os colaboradores da constru-tora de Braga partilharão o espaço laboral com uma instalação cons-truída com resmas.

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Fazer crescer o seu negócio é um desafio. Caso não o fosse, todos os empresários seriam bem sucedidos. Contudo, por cada empresário que desfruta o sucesso, existem muitos mais que se deparam com dificuldades.

Os empresários estão a tentar descobrir como fazer crescer os seus negócios.Muitos olham para o ambiente concorrencial de forma perplexa e misteriosa, os desafios a ultrapassar parecem estranhos, complexos e

até mesmo secretos.A maioria dos empresários passa uma

boa parte da sua vida profissional a tentar manter as suas empresas vivas, enquanto uma minoria parece que consegue que tudo se encaixe e flua com naturalidade.

Este grupo mais pequeno não se limita a fazer com que as suas empresas sobrevivam, concentram-se antes em construir e projetar os seus negócios de uma forma afortunada.Tudo parece resultar para eles, enquanto a maioria se desgasta com a dureza do mundo dos negócios. Para esta maioria, a realidade parece, muitas vezes, injusta e complicada.

Ao empresário não lhe cabe ser apenas uma boa pessoa, dedicada e trabalhadora. Tem de ser um bom planeador e desenvolver uma boa visão (do negócio). O empresário deve conseguir ver o futuro já com a imagem completa do próximo cenário. Tem de ser capaz de apreciar o processo repleto de obstáculos e desalentos. Exige-lhe disciplina e capacidade para atravessar longas fazes desconfortáveis até alcançar o conforto. Tem de ser capaz de

atacar de frente os desafios se quer atingir o sucesso.

O empresário deve ter a capacidade de ultrapassar os desafios de forma jocosa. Deve alimentar a sua alma e a sua mente neste processo porque sabe que isso o tornará mais forte e mais capaz do que antes. Fortalece-o mentalmente e prepara-o para enfrentar melhor os desafios seguintes.

Lembre-se que o empresário é o maior crítico de si mesmo. Não há nenhuma opinião mais importante para si do que a sua própria opinião.

Para conseguir mais, o empresário tem primeiro que se tornar mais.

A oportunidade nunca lhe bate à porta, se não estiver preparado para o receber.

Citando Napoleon Hill, “a oportunidade aparece com frequência disfarçada sob a forma de má fortuna ou derrota temporária”.

O que define o empresário não é se alguma vez foi deitado abaixo mas sim quantas vezes se levantou.

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

ATUALIDADE/Opinião

Exportações sobem 22% no porto de LeixõesAs exportações por Leixões registaram um aumento até outubro de 22%. Em 2011, o crescimento do ano foi de 34%. Entre os mercados de desti-no destacam-se Marrocos, Angola, Argélia e Reino Unido. Os principais produtos exportados foram ferro/aço, produtos refinados e aromáticos, paralelepípedos, papel e cartão, bebidas, equipamentos e materiais para a construção civil, entre outros.

Porto 2001/Casa da Música vai ter de indemnizar 60 lojistasO tribunal condenou o Estado, mais concretamente a Porto 2001/Casa da Música, a pagar quase três milhões de euros de indemnização a 60 comerciantes da Baixa do Porto, pelos prejuízos causados pelas obras da Porto 2001. A ação foi movida pela Associação de Comerciantes do Porto, representada pela Pedro Marinho Falcão & Associados.

12 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD CONTINUA A APOSTAR NA PROMOÇÃO DA AMBIÇÃO DA EXCELÊNCIA

Uma agenda de mudançaA excelência tem felizmente alguns bons

exemplos em Portugal. O sucesso do centro de inovação e laboratorial da fundação Champalimaud, mesmo junto ao Tejo, é um exemplo muito concreto do que devem ser as respostas positivas ao nosso futuro coletivo. O investimento da fundação Champalimaud veio demonstrar que há uma capacidade muito concreta de Portugal e os seus principais protagonistas conseguirem “agarrar” com sucesso a decisiva rota da inovação e, desta forma, alterar duma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro. Por isso, com esta escolha de Champalimaud fica claro para todos que só há um regresso possível – o do futuro e protagonizado por todos.

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um caráter reprodutivo limitado, criou a ilusão no final da década de 90 dum “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural

manifestamente incapaz de se projetar no futuro. Por isso, as apostas têm que mudar. E a escolha de Champalimaud é um sinal.

Portugal precisa efetivamente de alavancar esta aposta da fundação Champalimaud, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos setores competitivos em que atuar; seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de “redes ativas” de comercialização das competências existentes para aposta em Investimento de Inovação. Com o exemplo da fundação Champalimaud, não podemos parar.

O investimento em inovação desempenha no momento presente um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do investimento de inovação associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação,

biotecnologia, automóvel e aeronática, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas sectoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de inovação” é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial. A fundação Champalimaud está para ficar. Num tempo global em que a aposta no valor e na competitividade devem ser uma motivação coletiva da sociedade portuguesa, aí está um exemplo a seguir.

Pessimismo dourado

O ouro, para surpresa de alguns analistas, continua em alta. Porquê? Oferta retraída e forte procura, costuma ser a resposta. Mas esta explicação não explica nada enquanto não explicar porque a oferta está retraída e a procura forte.

O valor de um ativo depende dos cash-flows que se espera que ele gere no futuro e da taxa de atualização apropriada ao risco associado a esses cash-flows. Com estes valores pode-se estimar o preço justo de qualquer ativo, seja de uma ação, de uma obrigação ou de uma vaca. Ou do ouro.

Ao contrário de uma vaca, o ouro tem, no entanto, a peculiaridade de só gerar um cash-inflow, ou recebimento, para o seu proprietário: o que se obtém com a sua venda. Note-se que, no caso da vaca, se o seu preço for mais volátil que o do leite, os investidores têm sempre a opção de vender a vaca e ficar sem o leite, ou manter a vaca e vender o leite. Este facto ancora o valor do animal ao valor dos seus produtos: quando o preço das vacas for baixo relativo ao do leite poucos quererão vender vacas e muitos desejarão comprá-las: oferta retraída e forte procura.

Como o ouro não produz leite nem paga juros, o seu valor hoje está totalmente dependente do que se espera que venha a ser o seu preço no futuro. A sua única fonte de rentabilidade está na esperança de se poder vender amanhã a um preço superior ao praticado hoje. E esta esperança alicerça-se em nada de muito mais sólido que o subjetivismo dos vendedores e dos compradores de ouro. Quando o otimismo prevalece, o preço do ouro baixa. Quando o ambiente é de pessimismo, o ouro sobe. O ouro sobe sempre que há uma grande crise internacional, guerras e rumores de guerras. Sobe em tempos de crise económica e pânico financeiro. E sobe quando os agentes económicos começam a ter dúvidas sobre o valor futuro da moeda, quando começam a prever inflação.

A subida do ouro confirma aquilo que já sabíamos: o ambiente é de pessimismo.

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Conhecimento

Encare o crescimento do seu negócio como um desafio…

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

A maioria dos empresários passa uma boa parte da sua vida profissional a tentar manter as suas empresas vivas, enquanto uma minoria parece que consegue que tudo se encaixe e flua com naturalidade.

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Como bem refere Luís Mira Amaral, que coordena este dossiê da Revista CIP (Revista de Empresários e Negócios Tri-

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capacidade de desenvolvimento de novos

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transacionáveis”, afirma, e bem, no edito-

Ao que nós, dando os parabéns à CIP pela importância da sua visão estratégi-ca em prol do emprego e da estabilida-de futura de uma Europa doente, e com isso a estabilidade e o crescimento futu-ro de Portugal, gostaríamos de acrescen-tar que, aliada à produção industrial, à tecnologia e inovação (diferenciação), se cria emprego, se dá estabilidade e segurança às populações, esperança aos

jovens e, numa palavra muito esqueci-da, se une e dignifica a família.

É longo o dossier, mas bem formu-lado, e aponta a saída para a Europa e para Portugal, na base das micro e PME, caso as autoridades europeias o desejem ou tenham essa capacidade de visão estratégica. Mira Amaral, ho-mem experiente e conhecedor do “ter-reno” aponta o problema passado de se ter ido longe de mais na deslocaliza-ção industrial, porquê? Essa a primeira pergunta, até para evitar que o respon-sável pela Política Industrial Europeia, Sr. Tajani, não siga a falta de visão, ou “os interesses” dos seus antecessores, que preconizaram numa aposta clara para o futuro da Europa, pela desloca-lização das Manufacturas Tradicionais (nem coragem, “ou por interesses”, a palavra Indústria foi utilizada!!) e para uma Europa futura pelo investimento nos Serviços e na Sociedade do Conhe-cimento, ambos fundamentais, mas coxos!

Coxos, com o resultado à vista, sem Indústria cai o emprego e cresce a in-segurança, e a sociedade do conheci-mento, cada vez mais rica a investir de forma brilhante e criativa, legará o sa-ber para a utilização da Indústria… essa que não se encontra na Europa!

Neste importante dossiê, em boa hora trazido pela CIP, o artigo do nosso mi-nistro da Economia centrada na economia”, a quem chamam de “académico”, vale bem a pena ser lido e relido, o que já fizemos, um ver-dadeiro manual de visão de futuro para o Portugal e a Europa que a maioria dos Portugueses deseja! Ou o ministro da Economia sabe o que se passa no ter-reno, ou sabe liderar uma equipa que é competente, infelizmente lado a lado com os ruidosos campeões do pouco fa-zer e defensores dos vícios acumulados pelos direitos adquiridos! Ao excelente artigo do Senhor Ministro tomamos a liberdade de lembrar alguns aspectos importantes que devem apoiar a estra-

tégia de Reindustrialização: Falar Indústria, só por si, dá ânimo

aos empresários. O plano de Reindus-trialização será alavancado num Minis-tério da Indústria?

Estudar o exemplo real e crescen-te sucesso da nossa indústria do calçado, com o apoio dado pela Universidade Católica do Porto para a consolidação desse suces-so, hoje um verdadeiro “case stu-dy”, na centralização associativa, na formação contínua, na qua-lidade dos líderes empresariais e gestores, no design e inovação (diferenciação), na produção e comercialização até à internacio-nalização, etc.Ser selectivo, mas dando apoio real aos centros do conhecimen-to, para que deixem de mendigar e possam ser uma âncora real, como o exemplo da Católica do Porto para o calçado, mas que felizmente pode ser extensivo a outros sectores, como os têxteis, moldes, metalomecânica, vidro, cerâmicas, plásticos e borracha, vidro, madeira, cortiça, automó-vel, cordoaria sintética, etc., e onde universidades e centros tec-nológicos de forma superior, mas mendigando, colaboram para o sucesso actual das nossas Expor-

e do Emprego.Para que o Sr. Tajani, e seus pa-res, utilizem o futuro Programa Horizonte 2020, dotado de uma verba de J 80 mil milhões para I&D, seja focado nas PME, agre-gado a um plano europeu pró-reindustrialização e pró-empre-go, e não vermos a sociedade do conhecimento europeia a debitar tecnologia, inovação e quiçá pa-tentes, para uso da indústria asi-ática e em benefício do emprego asiático.Portugal sabe como ninguém fazer bem, rápido, ser flexível,

diferenciador e produzir peque-nas e médias séries, a grande e futura procura europeia. Aqui o ministro da Economia apon-ta as soluções através da criação de “clusters” (a escala tecnologia e inovadora em crescendo vs. o grande grupo consolidado), an-corados em redes modernas de logística.Ou seja, os nossos dirigentes eu-ropeus têm que criar condições de regulação e controlo efectivo para “disciplinar” as importações, nomeadamente asiáticas, cujos padrões colidam com os nossos padrões europeus, pela contra-facção, falsidade documental, ou dumping. Poucas mas incisivas medidas, aproveitando as nossas próprias ferramentas logo à ca-beça, como exemplo da PEGA-DA DO CARBONO, através do controlo real sobre a regulamen-tação do REACH, OKOTEX, etc. São ferramentas que só por si, bem fiscalizadas, permitirão disciplinar aqueles que vendem, para um mercado que deseja-mos livre como o nosso, e para os quais só se exige que sigam os mesmos desígnios tecnológicos e ambientais.

Parabéns à CIP e sua equipa pela cria-ção de tão importante dossiê, aliada à visão do Ministério da Economia e do Emprego, finalmente a luz ao fundo do túnel por que tanto ansiámos?

Como remate final, gostaríamos igual-

os pilares fundamentais de qualquer so-ciedade, nomeadamente pela sua falta em termos de Portugal e da Europa, ambos

Portugal tem futuro!

ATUALIDADE/Opinião

14 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

ÉTICA E NEGÓCIOS

Reindustrialização centrada na economia– Ministro da Economia e do Emprego

DAVID ZAMITH ACEGE – Núcleo do Porto

NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NO SITE VIDA ECONÓMICAwww.vidaeconomica.pt

“OUSAR FAZER A TRAVESSIA”

A conjuntura económica é por todos nós conhecida, e não será o desagrado, a reclamação, a oposição que manterão o motor da nossa economia em funcionamento, mas sim a perseverança dos gestores de pequenas e médias empresas que lutam dia a dia contra as investidas de gigantes multinacionais estrangeiras e de cadeias de hipermercados, que, embora nacionais, promovem mais a importação do que a produção interna.

O PREÇO DA ÁGUA NO SETOR

AGROALIMENTAR

As empresas do setor agroalimentar estão entre as primeiras a sofrer com a atual conjuntura económica. O consumo dos portugueses tem vindo a diminuir na sequência da diminuição do rendimento das famílias. Assim, impõe-se a solução de um problema que tem onerado escusadamente a indústria agroalimentar nacional.

O OE 2013! A AUSTERIDADE! A RECESSÃO! QUE FUTURO?

A Proposta de Orçamento de Estado para 2013 fica claramente marcada pela palavra “austeridade” e, segundo dados veiculados pelo próprio FMI, coloca o país como o segundo do mundo com maior aumento de impostos nos últimos 3 anos, com um agravamento de carga fiscal que representa 2,8% do PIB, apenas atrás da Argentina, e que o aproxima dos países com maior carga fiscal ao nível da tributação do rendimento.

É URGENTE EVITAR A INSOLVÊNCIA DAS EMPRESAS PORTUGUESAS

De acordo com notícias recentes, até ao final do ano corrente espera-se que o número de declarações de insolvência chegue às oito mil, isto é, mais de 30% em relação ao ano anterior, com especial incidência nos setores do comércio a retalho, imobiliário/ construção civil e restauração/hotelaria.

DELIMITAÇÃO DO OBJETO DO CONTRATO

E REGULAÇÃO DA RESPONSABILIDADE

CONTRATUAL

É frequente encontrarmos – sobretudo nos contratos de grande vulto e nos internacionais – cláusulas que visam excluir ou atenuar a responsabilidade de um dos contraentes em caso de incumprimento, ou que visam circunscrever o âmbito das suas obrigações.

JOSÉ FARIAEZ.BIZ - Soluções Empresariais, Lda

PAULO C. SEABRAGerente da empresa Aguadoiro

HUGO HENRIQUESTax Senior Managerwww.bcaac.com

LUÍS CANELAS ALVESDirector Coordenador - SEG -Serviços de Economia e Gestão

DIOGO BÁRTOLOConsultorMiranda Correia Amendoeira & Associados

“O Ministro da Economia sabe o que se passa no terreno, ou sabe liderar uma equipa que é competente, infelizmente lado a lado com os ruidosos campeões do pouco fazer e defensores dos vícios acumulados pelos direitos adquiridos!”

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O PIB mundial deverá crescer a uma média anual na ordem dos 3%, nos próxi-mos 50 anos. No entanto, haverá grandes diferenças entre os países e as regiões, re-fere o mais recente estudo da OCDE. Os países emergentes de rápido crescimento serão os principais impulsionadores das perspetivas de longo prazo.

Entre as economias analisadas pela OCDE que mais crescerão estão a Índia (5,1%), a Indonésia (4,1%), a China (4%) e a Arábia Saudita (3,1%). Em contrapar-tida, terão crescimentos menores as econo-mias alemã e luxemburguesa (ambas com 1,1%), a japonesa (1,3%), a austríaca, a italiana e a portuguesa (todas com apenas 1,4%), bem como a francesa, a coreana e a polaca (estas com 1,6%). Um outro aspeto interessante é que a dimensão relativa das várias economias vai mudar radicalmente, já que o PIB conjunto da China e da Índia vão superar todas as economias do G7 e, em 2060, será maior que o da OCDE com os atuais membros.

A organização refere ainda que as taxas de crescimento dos países emergentes vão abrandar com o tempo, convergindo para as taxas previstas para os países que inte-gram a OCDE. Salienta ainda que o cres-cimento e a qualidade de vida estão cada vez mais dependentes da implementação ativa de reformas orçamentais e estrutu-

rais. Quanto à atual situação, a instituição assume que ainda não se saiu da crise e não se sabe quando tal sucederá e quais serão os efeitos. Nem sequer é possível saber qual o impacto das medidas já tomadas para combater a referida recessão global.

O desemprego representa uma das maio-res preocupações e já se fala numa even-

tual “geração perdida”. Certo é que existe uma margem de manobra muito restrita, sobretudo em termos orçamentais, tendo em conta que se gastou muito dinheiro nos últimos anos para reativar a economia e é uma situação que não se pode manter por mais tempo, sob pena de as consequências serem ainda mais graves no breve prazo.

Os consumidores europeus estão insatis-feitos com os serviços prestados pelo setor elétrico. Ainda mais do que em setores como a banca, os telemóveis ou os seguros, adianta um estudo elaborado pela consultora Bain & Company. Os resultados obtidos através do inquérito não deixam de ser surpreendentes.

De facto, o fornecimento elétrico gera descontentamento em cerca de 65% dos utilizadores, contra 33% das seguradoras, 24% dos automóveis e 18% da banca. A maioria dos europeus está descontente com o preço cobrado pelas empresas de energia elétrica. O estudo conclui ainda que muitos clientes mudam de empresa tendo como justificação o preço, mas tam-bém é verdade que estão mais recetivos à mudança, devido ao mau serviço que é prestado. Ou seja, não é só o custo que conta na equação do consumidor.

Além disso, é interessante verificar que a imagem de marca é o fator mais impor-tante na hora de aconselhar um fornece-dor, seguindo-se a qualidade do serviço. A consultora, perante esta evidência, con-

clui é necessária uma comunicação pró--ativa, por exemplo, uma chamada quan-do chega uma fatura mais alta do que o normal ou notícias de interesse sobre a empresa para melhorar a sua imagem junto do grande público. É curioso que

são os britânicos e os belgas que mais se preocupam com o custo da sua fatura de eletricidade. Os espanhóis, em contrapar-tida, consideram o serviço a variável mais significativa, ainda antes da imagem e do produto recebido.

DE ACORDO COM AS PREVISÕES DA OCDE

PIB mundial vai crescer a uma média anual de 3%

Consumidores europeus descontentescom fornecimento de eletricidade

Energia solar abre guerra comercial entre a UE e a ChinaA Comissão Europeia abriu uma investigação antisubsídios contra as importações de painés so-lares provenientes da China. Esta situação acontece depois de Bruxelas receber uma denúncia da indústria europeia de energia solar. Considera o setor que os painéis solares e os respetivos com-ponentes com origem na China beneficiam de subsídios públicos ilegais. As exportações chine-ses destes produtos para a UE rondam os 21 mil milhões. Bruxelas vai desenvolver a investigação durante mais de um ano para apurar as responsabilidades e se haverá lugar a coimas.

Bruxelas pressiona Espanha para reduzir déficeÉ mais um aviso da Comissão Europeia. Bruxelas instou o Governo espanhol a concretizar os planos de redução do défice para 2014. As previsões da UE para a Espanha são de 8%, 6% e 6,4%, em 2012 e nos dois anos seguintes, respetivamente. Os objetivos anteriores eram de 6,3%, 4,5% e 2,8%, o que torna ainda mais evidente a necessidade de uma efetiva consoli-dação orçamental. Este país está em sérias dificuldades, quer em termos orçamentais, quer ao nível do crescimento, com a taxa de desemprego a bater recordes em alta mês após mês.

FMI vê sinais de estabilização na economia

global

O FMI considera que o crescimento glo-bal parece estar numa fase de estabilização, depois dos esforços desenvolvidos para fa-zer face à crise da dívida da Zona Euro. No entanto, insiste em avisar que a atividade económica continua a registar uma evolu-ção demasiado lenta.

A crise da Zona Euro e a ameaça de um abismo orçamental nos Estados Unidos são aspetos encarados como os maiores riscos para a economia mundial. As autoridades norte-americanas devem atuar rapidamente, de modo a evitarem o precipício orçamental. Adianta aquele fundo que só assim será pos-sível evitar que o país regresse ao terreno da recessão. O FMI diz que os receios são cada vez mais fortes, pelo que já é evidente uma quebra no investimento empresarial.

Por sua vez, os países da Zona Euro que se defrontam com pressões do mercado terão de colocar em prática os respetivos planos de ajustamento orçamental. E, caso seja necessário, terão de pedir ajuda ao fundo europeu de resgate, num mais curto período de tempo possível.

Goldman avisa para sérios riscos no setor imobiliário

Nas economias desenvolvidas gerou-se um mercado imobiliário que está a evoluir a duas velocidades. Isto porque alguns pa-íses estão a recuperar mais rapidamente da recessão do que outros, o que cria, natural-mente, desigualdades geográficas.

A entidade financeira Goldman Sachs veio a público lançar um alerta que os agentes de mercado – e mesmo os gover-nos nacionais – devem ter em atenção. É que se estará perante uma situação pro-pícia à criação de bolhas imobiliárias. De facto, há países em que os preços têm su-bido rapidamente e de forma acentuada, enquanto noutros a tendência é de forte descida, para preços jamais vistos. A flexi-bilidade monetária global é mais favorável para as economias que não têm problemas económicos no momento de serem dispo-nibilizadas condições de financiamento.

De salientar que a atual crise financei-ra, em grande medida, teve como foco de origem o setor imobiliário nos Estados Unidos. Ainda que o contágio tenha sido ao nível das entidades financeiras, a Espa-nha é um bom exemplo de que uma bolha imobiliária pode levar a circunstâncias ain-da mais críticas.

A Índia posiciona-se no primeiro lugar do ranking no que respeita ao crescimento durante os próximos 50 anos.

ATUALIDADE/Internacional

16 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

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Caros leitores dos meus textos na Vida Económica, nos últimos dias, duas notí-cias me suscitaram a atenção. A primeira dizia respeito a uma declaração da minis-tra da Agricultura, Assunção Cristas, sobre a oportunidade de emprego que existia na agricultura em oposição à falta ou à extin-ção de empregos que se verifi ca em todo o país e em todos os outros setores económi-cos.

Dito assim, parece que a agricultura vai ser a salvação da economia nacional, o setor capaz de absorver todo o desemprego que existe no país, a Terra Prometida de todos os jovens à procura de primeiro emprego. Eu gostaria que fosse assim. Mas, infeliz-mente, a realidade é diferente. E é diferente porque o Governo, a Administração Públi-ca não ajuda, apenas trava, obstaculiza, bu-rocratiza, protela.

É paradoxal que a ministra da Agricultura cante loas ao sector agrícola, mas depois os serviços dela dependentes tudo façam para colocar pedras no caminho daqueles que querem contribuir para investir, lançar pro-jectos, criar riqueza e emprego. Deixo aqui um conselho à Senhora Ministra: ponha a casa em ordem e vai ver que a agricultura pode dar-lhe muitas alegrias.

No meu blogue recebo centenas de pe-didos de informação, Não descuro um

único. Eu sei porque é que isso acontece. Porque estes jovens, estes casais, estes in-vestidores, que querem apostar no sector agrícola, não têm do lado da Administra-ção a celeridade informativa, a recetivida-de devida, o profi ssionalismo merecido que podiam e deviam ter. Não culpo os dedicados profi ssionais da Administração Central, culpo liderança e métodos or-ganizativos que não motivam e não esti-mulam. Com o meu blogue, faço muito serviço público, que é algo que me en-tusiasma.

A outra notícia dizia respeito à intenção da RTP de “ressuscitar” o célebre programa “TV Rural”, do engº Sousa Veloso. É uma notícia muito feliz e muito oportuna. Nos meus escritos já prestei homenagem ao engº Sousa Veloso. Foi verdadeiro serviço públi-co aquilo que ele fez durante dezenas de anos. Ele foi a cara e o rosto da agricultura portuguesa.

Espero que a RTP saiba encontrar al-guém com o seu nível de conhecimento, apenas dedicado a servir a agricultura e os agricultores. Pelo meu lado, vou continuar a intervir na comunicação social e no es-paço público, como no meu blogue, para servir os agricultores, a agricultura, a eco-nomia e o meu país. Sinto que tenho dado o meu contributo.

AIP e Casa da América Latina realizam “road show” de negócios em Évora DORA TRONCÃ[email protected]

Os embaixadores dos países da Améri-ca do Sul visitaram a região de Évora no âmbito da 3ª etapa do “road show”, orga-nizado pela AIP e pela Casa da América Latina, com o intuito de estreitar relações e criar oportunidades de negócios entre as diferentes comunidades empresariais.

Os embaixadores do Brasil, Colômbia, Chile, Equador, República Dominicana e Uruguai marcaram presença neste encon-tro, efetuando uma breve apresentação da situação económica dos seus países, assim como identifi cando os principais setores de importação e exportação para eventuais trocas comerciais com Portugal.

Évora também se apresentou, com a Her-dade da Cartuxa e a Embraer, a protagoni-zar os momentos altos da visita dos embai-xadores, sendo ambas as empresas exemplos de especialização em áreas bem distintas na Região Évora. Rui Espada, presidente da Direção do Núcleo Empresarial de Évora (NERE), considerou que a visita surtiu o efeito desejado ao “dar a conhecer as po-tencialidades da região e criar confi ança nos empresários para olhar para os mercados ex-ternos como saída possível das difi culdades que vivem nas respetivas atividades”.

O Alentejo representou, em 2009, 6,4% do PIB nacional e o PIB da Região de Évo-ra cerca de 3,9% do volume de negócios nacional. Os grandes eixos de oportunida-

Canal MTV tem 465 mil fãs nas redes sociaisA MTV é o canal de televisão mais distribuído em toda a Europa, à frente do Disney Channel e do Discovery Channel. A cadeia musi-cal está presente nas redes de 123 operadores, ou seja, em 81% do total. A nível nacional, a MTV Portugal conta também com uma forte expressão nas redes sociais, contando com 465 mil fãs no Fa-cebook.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

18 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

Duas notícias para pensar

des identifi cados para a Região do Alente-jo são a alta tecnologia, a aeronáutica, as energias renováveis, o turismo, Património Cultural, Agroalimentar, Agroindústria, produção vitivinícola e o olival, citando apenas alguns exemplos.

O presidente do NERE, Rui Espada, fala de primeiros contatos, que “permitirão estudar estes mercados de forma exaustiva, avaliá-los e aproveitar as suas capacidades da melhor forma” dado que agora “se apre-sentam mais próximos” da região.

Embaixadores da América do Sul visitam região de Évora.

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomoJosemartino.blogspot.com

Preços (IVA incl.)

Público Geral: 40 GAssinantes VE: 30 G

Organização:

Apoio:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica – Patrícia Flores

E-mail: [email protected]://livraria.vidaeconomica.pt/

Horário: 18h30 - 20h

ANJE

PORTO

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“Existe uma responsabilidade partilhada entre o Estado e as empresas na formação de redes para a internacionalização das empresas”, afirmou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luís Brites Pereira, que participou na conferência “O desafio da internacionalização: cooperação económica e para o desenvolvimento”, realizada no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia – TecMaia. O “papel do Governo é o de facilitar e abrir portas”, acrescenta o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

MARC BARROS E JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - Acha desejável melhorar o envolvimento da diploma-cia económica e também trabalhar ao nível da cooperação para o desenvol-vimento?

Luís Brites Pereira - O Governo está empenhado nessa medida e já está em cur-so uma integração activa do Aicep e a rede diplomática. Aliás, já há uma iniciativa para assegurar que as embaixadas tenham plano de negócio.

Assegurar que os nossos embaixadores tenham um contributo mais concreto – essa preocupação não só existe como já está ativa. Seguramente, há muito para fazer,

mas esse esforço é contínuo. Já se iniciou e estamos fortemente empenhados em que tenha bons resultados.

VE - Explicou que o perfil dos embai-xadores é diferente, porque eles têm de passar pelas empresas.

LBP - O novo concurso vai contemplar uma medida que até agora não existia nos concursos que é assegurar que os jovens di-plomatas tenham de fazer um estágio nas empresas. Precisamente para ganharem ex-periência na dimensão económica, além do conhecimento teórico que devem ter da ma-téria. Isso é inovação. O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros tem promovido essa medida ativamente, o próximo concurso já contempla e este é um exemplo onde tam-bém na área da formação dos diplomatas há um empenho em encontrar novas soluções.

VE - Podemos ter a esperança de que também as trocas comerciais entre a

Europa e o Mercosul sejam liberaliza-das?

LBP - Isso depende de nós. O que é certo é que, além da Mercosul, há outras organizações regionais, incluindo a Alian-ça do Pacífico, que às vezes têm uma visão mais aberta do comércio não só entre eles, mas com outros países do mundo, incluin-do Portugal e isso é uma oportunidade.

VE - Já há países da América Latina que estão mais abertos do que o Brasil por exemplo? O Brasil está protegido contra as importações?

LBP - Cada país prossegue a sua polí-tica. Tivemos duas visitas esta semana do presidente da Colômbia e do Peru, dois países que claramente estão a olhar para a Europa e para Portugal em concreto como potenciais parceiros. Por isso há aí uma diversidade de respostas. Temos é de saber acompanhar essas respostas, encon-trar também oportunidades de negócios,

trazendo investimento deles para cá e nós próprios vendendo mais bens e serviçospara as economias deles.

VE – Existem apoios a esse nível?LBP - A novidade é que agora existem

condições ao nível da União Europeia para financiar as iniciativas dos municípiosna área de cooperação para o desenvolvi-mento, ou seja, criando serviços e infra--estruturas a nivel dos países que mais pre-cisam soluções muitas vezes em Portugal já conseguimos. Portanto, que essas soluçõespossam agora ser aplicadas noutros casos. É juntar, por um lado, a necessidade de de-senvolvimento dos países e a capacidade deresposta do lado português, financiado pelofinanciamento europeu. Os municipios têm de estar à altura da concorrência que vãoenfrentar e por isso é que existe um projetoonde a cooperação portuguesa financia uma parte liderada por uma ONG para o desen-volvimento, ajudar os municipios a criarem capacidade de resposta e a concorrerem àscandidaturas. Assim, tornamos os municí-pios também atores da cooperação.

VE - Também pode haver essa coope-ração no aproveitamentos dos fundos àinovação?

LBP -Tem mais a ver com as necessi-dades dos países que são apoiados, concre-tamente, da sua capacidade de resposta.Muitas vezes as necessidades de desenvol-vimento são mais básicas. No futuro, é possível que existam linhas especificas paraesse tipo de iniciativa.

Na cooperação portuguesa, apesar detudo, estamos a introduzir essa área da ca-pacitação cientifica e tecnológica, reconhe-cendo que, na área da formação técnica,profissional e científica às vezes, é necessá-rio juntar o “know-how” português com financiamentos locais. Essa é outra área a explorar.

LUÍS BRITES PEREIRA, SECRETÁRIO DE ESTADO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E DA COOPERAÇÃO, CONSIDERA

Municípios devem ser atores da cooperação

nas ações de internacionalização

Luís Brites Pereira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Paulo Ramalho, vereador da Câmara Municipal da Maia, e António Fernandes, presidente do TecMaia, defenderam a coopera-ção com as empresas nos mercados externos.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 19

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Empresas, municípios e associações empresariais devem criar redes de informação para mercados externos

A visita de Luís Brites Pereira ao Parque de Ciência e Tecnologia da Maia – TecMaia foi a primeira de uma série de visitas do género que o secretário de estados dos Negó-cios Estrangeiros e da Cooperação irá efetuar.

Sobre a importância desta pre-sença, Paulo Ramalho, vereador do Desenvolvimento Económico e das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia, “é o reconhecimento da importância da existência de uma política mu-nicipal de relações internacionais, que a Câmara Municipal assumiu há alguns atrás, não só no sentido de promoção do nosso território e das suas potencialidades, mas também capaz de atrair investi-mentos estrangeiros e de promo-ver a internacionalização do nosso tecido internacional, bem como das instituições mais ambiciosas da nossa sociedade civil”, afirma à “Vida Económica” Paulo Rama-

lho.“Por outro lado, é o reconheci-

mento de que o próprio Governo Central está atento e se interessa pelas nossas acções de internacio-nalização, estando disponível não só para as apoiar como para as integrar, sempre que possível, no desenvolvimento da sua estratégia nacional. Sendo que, ao que per-cebemos, a Maia foi o primeiro município escolhido pelo senhor Secretário de Estado para uma sé-rie de visitas do género, que entre-tanto se seguirão, o que, para nós, também não deixa de constituir uma honra”, acrescenta o vereador do Desenvolvimento Económico e das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia.

Empresários estão motivados

Relativamente ao seminário sobre “ o desafio da internacio-

nalização” e ao encontro com os empresários, Paulo Ramalho en-tende que “os empresários estão perfeitamente motivados para o desafio da internacionalização. E estou a falar também de micro e pequenas empresas. Todos já per-ceberam que a sustentabilidade das suas empresas não pode ficar dependente exclusivamente do mercado nacional. Agora, preci-sam de informação, de conhecer melhor a estratégia do Governo e dos caminhos e apoios que estão disponíveis para o processo de in-ternacionalização.”

“E nesse sentido, o seminário e o debate que lhe seguiu foi muito importante, não só pelos esclareci-mentos e sugestões que o senhor secretário de Estado deixou, mas também pela possibilidade que os empresários tiveram de colocar de forma muito directa não só as suas dúvidas e preocupações, como também as suas próprias suges-

tões.” “Alías, devo felicitar o senhor

secretário de Estado pela postura e disponibilidade evidenciada, la-mentando que outros governan-tes não lhe sigam este exemplo de hoje, uma vez que é visitando o mundo real, ouvindo a voz dos seus agentes, que percebemos ver-dadeiramente”, conclui.

TecMaia emprega 1500 pessoas

Saliente-se que, nesta visita, Brites Pereira ficou a conhecer o conjunto de empresas e atividades desenvolvidas no TecMaia, onde trabalham 1500 pessoas altamente qualificadas. Cerca de 70% da sua produção destina-se aos mercados externos.

A conferência visou juntar em-presários que apostam nos mer-cados externos com um respon-sável do Governo pela diplomacia

económica. O enfoque do debate foi dado à necessidade de reforçarsinergias no sentido de capacitar as redes de “business intelligen-ce”, ou seja, redes capazes de fa-zer chegar às empresas, sobretudo PME, informação privilegiada so-bre abertura de concursos e outrasoportunidades de negócio, que lhes permita alcançar novos mer-cados.

Brites Pereira referiu que, no âmbito da diplomacia económica,foi já promovida a “interligação do AICEP com a rede diplomá-tica, numa estrutura interligada” associada ao Conselho Estratégi-co para a Internacionalização daeconomia. Porém, ressalvou que a falta de recursos leva a que, porexemplo, “as embaixadas não te-nham os recursos humanos ne-cessários. Por vezes o embaixador nem sequer tem conhecimento que as empresas estão a operar na-quele mercado”.

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Um grupo de amigos homenageou há dias, em Vila Nova de Gaia, An-tónio Strecht Monteiro, “pelo seu humanismo”. Ao longo de 30 anos, Strecht Monteiro ajudou cerca de 1500 doentes, sobretudo portadores de doenças raras e sem tratamento em Portugal, encaminhando-os e acompanhando-os em centros mé-dicos especializados no estrangeiro. Este apoio sempre foi oferecido de forma graciosa a todos aqueles que não tivessem meios suficientes. An-tónio Strecht Monteiro foi já home-

nageado por várias entidades alemãs pelo mesmo motivo e ontem foi a vez de um grupo de amigos promo-ver um jantar de homenagem ao co-nhecido gestor.

O jantar contou com a presença de várias personalidades da vida por-tuguesa, entre eles ex-governantes, médicos e empresários.

Os promotores da homenagem salientaram “as qualidades huma-nas de António Strecht Monteiro e a forma como soube dedicar, de forma quase anónima, uma parte

importante da sua vida a ajudar os que não encontravam no sistema de saúde português uma resposta. Lamentamos que algumas pessoas não possam estar aqui hoje nesta merecida homenagem”. Segundo os mesmos, “as pessoas portadoras de doenças menos comuns são as mais desprotegidas e muitas vezes esque-cidas também pela solidariedade, pelo que a dedicação do António Strecht Monteiro é particularmen-te meritória. Pelo seu humanismo é uma pessoa invulgar”.

António Strecht Monteiro homenageado em Gaia

A Associação Portuguesa da In-dústria de Cerâmica (APICER) apresenta o portal ceramica.pt. Esta é uma plataforma tecnológica capaz de proporcionar às empresas do se-tor da cerâmica e às estruturas de apoio conhecimento e interação en-tre profissionais, clientes, parceiros e fornecedores que compartilham de interesses comuns nos mais variados domínios. O site divulga informação de carácter estrutural e conjuntural necessária à transformação dos mo-delos de negócio e ao aumento da competitividade.

“Através desta plataforma as empre-sas podem ter acesso a um conjunto de informações relevantes sobre o setor – caracterização e perspetivas de evolução, mercados - nacionais e internacionais – e produtos que lhes permita obter um conhecimento atualizado do contexto em que se en-contram inseridas,” explica José Luis Sequeira, vice-presidente executivo da APICER.

Encontram-se também disponíveis aqui todos os projetos desenvolvidos no setor da cerâmica. Com o objetivo de apoiar as empresas na alteração dos

modelos de gestão e opções estratégi-cas, o Portal da Cerâmica disponibi-liza ainda uma ferramenta inovadora, baseada nos princípios de benchma-rking.

O Portal contém ainda outras va-lências, nomeadamente: Plataforma de Negócios, Observatório para a Competitividade e Observatório de Emprego e Formação.

O portal Ceramica.pt foi conce-bido com o apoio do COMPETE, enquadrado no Sistema de Apoio às Ações Coletivas e pode ser consulta-do em http://www.ceramica.pt/.

Apicer cria portal Ceramica.pt

A ação ExecutivaPor fim na posse do desejado título executivo, poderá,

então, o credor intentar a ação executiva e agir sobre o património do devedor.

A ação executiva tem como objectivo atingir o património do devedor, penhorando os bens que o integram, quer sejam móveis ou imóveis, saldos de contas bancárias ou até mesmo direitos, desde que suscetíveis de gerar capital que garanta o pagamento da dívida.

Servem como título executivo as sentenças que condenem o devedor ao pagamento, os documentos que impliquem o reconhecimento de uma obrigação pecuniária e estejam assinados pelo devedor, quer sejam particulares, quer tenham sido exarados ou autenticados por um notário ou por outras entidades ou profissionais com competência para tal, designadamente o advogado, e, ainda, os documentos a que tenha sido atribuída força executiva.

Tal como a injunção, também a execução é um processo preferencialmente eletrónico, devendo o requerimento executivo e os respetivos documentos ser entregues por esta via. Não havendo lugar a oposição à execução, toda a ação se processará, em regra, por via eletrónica, não havendo lugar a qualquer deslocação ao Tribunal.

Intentado o requerimento executivo, o processo é remetido para o agente de execução, que pode ser designado pelo credor ou indicado pelo Tribunal, se o credor não o fizer. Ao agente de execução cabe efetuar todas as diligências de execução, nomeadamente as citações, notificações, publicações e as diligências de penhora.

Na maioria das execuções o agente de execução inicia as consultas e diligências prévias à penhora assim que recebe o requerimento executivo, comunicando ao credor todos os bens que encontrou em nome do devedor. Recebida esta comunicação, o credor indica ao agente de execução os bens que pretende ver penhorados e este procede à efetivação das penhoras.

A boa comunicação entre advogado e agente de execução torna-se, deste modo, essencial para o sucesso da recuperação de créditos judicial, nomeadamente porque são, atualmente, dois intervenientes chave para o normal desenrolar do processo.

Efetivada a penhora, o devedor é citado, podendo sê-lo antes da penhora, no caso de a citação ter sido requerida pelo credor ou nos casos específicos previstos na lei, para, no prazo de 20 dias, proceder ao pagamento da quantia em dívida ou para se opor à execução e à penhora, se já existir.

Citado o devedor, se este não deduzir oposição, a execução prossegue para a venda dos bens penhorados ou para a entrega das quantias existentes à ordem do processo, provenientes, por exemplo, de contas bancárias ou de penhoras de vencimentos ou outros créditos pecuniários. Extinguindo-se a ação assim que a dívida, as custas judiciais e os honorários do agente de execução forem pagos.

Havendo oposição à execução ou oposição à penhora, é o credor notificado para apresentar contestação à mesma, seguindo-se a audiência de discussão e julgamento. Esta oposição suspende a execução, excetuando os casos em que tenha havido citação do devedor antes da penhora, nestes casos a execução apenas se suspenderá com a prestação de uma caução.

Devido à morosidade dos processos judiciais, a oposição à execução é, muitas vezes, vista apenas como uma forma de atrasar o inevitável pagamento da dívida.

A ação executiva, ainda que venha a terminar sem o pagamento da quantia em dívida, permite ao credor a recuperação do IVA.

Resta-nos olhar a cada vez mais comum insolvência.

SÍLVIA VILAS [email protected](Advogada responsável pelo Departamento de Recuperação de Crédito na Gali Macedo & Associados)

MultiOpticas abre nova loja na TrofaA MultiOpticas abriu mais uma loja franquiada na Trofa, localizada na Rua D. Pedro V, nº 914. Esta de-cisão está relacionada com a competição agressiva do mercado de ótica, em que atualmente é fundamen-tal alargar a presença da marca em determinadas regiões, sobretudo as que ainda não tenham uma loja da marca.

Rómulo Assis interpreta Brahms com a Orquestra do NorteNo próximo dia 24 de novembro, às 21h30, no Paço dos Duques de Bragança, em Guima-rães, o violinista português Rómulo Assis, irá atuar a solo com a Orquestra do Norte para a apresentação do concerto para violino e orquestra em Ré Maior de Johannes Brahms. A di-recção do concerto, que integra o ciclo Jovens Solistas Portugueses, será da responsabilidade do maestro José Ferreira Lobo.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

António Strecht Monteiro com Carlos Magno, presidente da ERC.

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Os turistas que visitam o Porto e Norte de Portugal em lazer estão a gastar mais.

O estudo trimestral do IPDT, ERTPNP e Aeroporto Sá Carneiro sobre o perfi l dos tu-ristas que visitam a região revela que, entre julho e setembro, o gasto médio situou-se nos 693 euros, um aumento de 10% face ao mesmo trimestre do ano passado, quando o gasto se situou nos 625 euros.

Já no que toca aos turistas que visitaram o país em negócios, o gasto foi de, em média, 488 euros, o que corresponde a um aumen-to de apenas cinco euros em relação a 2011.

À semelhança da tendência que se tem vindo a verifi car nos últimos tempos, as companhias “low-cost” são as preferidas pelos turistas que procuram o Porto e Nor-te de Portugal com o intuito específi co de gozar férias. Destaca-se a Ryanair, a compa-nhia aérea escolhida por 72,7% dos turistas em lazer para viajar.

No segmento de negócios, a TAP é a elei-

ta, na medida em que três em cada quatroturistas chegaram ao país com a companhia portuguesa.

Turistas mais satisfeitos

De acordo com o inquérito, o principal motivo que traz os turistas ao Porto e Norte de Portugal continua a ser o lazer: 75% dos turistas viajaram para a região com o intuitode gozar férias. Quanto aos principais mer-cados emissores de turistas no segmento de lazer, entre julho e setembro, destacam-se, por esta ordem, França e Espanha. Por ou-tro lado, um em cada quatro turistas que visitaram o Porto e Norte de Portugal em negócios eram de nacionalidade espanhola, seguindo-se Inglaterra e Itália.

O estudo revela ainda que os turistas es-tão globalmente satisfeitos, apresentando aintenção de recomendar o Porto e Norte dePortugal aos amigos e ainda de regressar.

Turistas em visita ao Porto e Norte gastam mais

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 21

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Indáqua ajuda instituições a reduzir custos com água

A Indáqua pretende colaborar com as instituições que lhe solici-tem apoio no sentido de lhes dar a conhecer as vantagens inerentes ao consumo de água da rede pu-blica, nomeadamente no que diz respeito à garantia de qualidade e vantagens económicas.

Esta ação, que se enquadra no seu Programa de Educação Am-biental, pretende sensibilizar os consumidores para a utilização de água da rede pública, gerando assim poupanças assinaláveis.

A primeira instituição que soli-citou este apoio foi o Centro So-cial Paroquial Padre Ramos (CSP-PR) em Lavra, Matosinhos, onde a Indáqua elaborou um plano de poupança e aconselhou a imple-mentação de um sistema consti-tuído por dispensadores de água da torneira, em locais estratégicos, como o bar, cantina, salas de es-pera, recreio, entre outros.

Recorde-se que pelo CSPPR circulam mais de mil pessoas/dia e uma vez que a água da rede pú-blica, em Matosinhos, é mais ba-rata que a engarrafada, pelo que a acção implementada permite desde logo uma poupança mensal de cerca de 250 J.

“Sabemos que há alunos de es-colas públicas, por exemplo, que consomem água engarrafada, o que se torna muito oneroso, pelo que nós pretendemos inverter o processo, ou seja, que cada vez mais haja pessoas a consumir água da rede pública dada a qualidade e controlo que asseguramos”, refere Ana Baldaia, responsável pela Co-municação e Imagem da empresa.

Doravante, a empresa que gere a concessão da distribuição de água nos concelhos de Fafe, Santa Maria da Feira, Matosinhos, Vila do Conde e Santo Tirso/Trofa, está disponível para auxiliar a im-plementar este sistema nas insti-tuições interessadas e localizadas neste concelhos.

“Low-cost” são as companhias preferidas.

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exclusivo em livraria.vidaeconomica.pt

10 de dezembro de 2012com Jorge Sequeira

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A Câmara Municipal de Caminha e a Câmara Portugue-sa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro celebraram um acordo de cooperação para promover a internaciona-lização das empresas de Caminha no mercado brasileiro e divulgar as potencialidades turísticas do concelho. O acor-do vai ainda incentivar a fixação e implantação de empre-sas brasileiras em Caminha.

De acordo com o documento recentemente assinado, a Câmara de Comércio vai auxiliar as empresas sediadas no concelho de Caminha no processo de internacionalização no mercado brasileiro e divulgar os produtos e serviços prestados pelas empresas sediadas no concelho de Cami-nha, com capacidade exportadora, no Brasil. A Câmara

de Comércio compromete-se ainda a divulgar os eventos culturais, a gastronomia regional, os recursos naturais, pai-sagísticos, patrimoniais e arquitetónicos de Caminha no Brasil e auxiliar as empresas caminhenses nas deslocações comerciais ao Rio de Janeiro.

O Município de Caminha compromete-se a promover as atividades e serviços promovidos pela Câmara de Comércio e disponibilizar os espaços e serviços necessários para a rea-lização das atividades da Câmara de Comércio no concelho de Caminha e na região. Compromete-se ainda a auxiliar e acompanhar as empresas brasileiras associadas nas deslo-cações comerciais efetuadas ao concelho de Caminha e a incentivar a fixação e implantação de empresas brasileiras.

Intercâmbio facilita criação de oportunidades

Paulo Elísio de Souza enalteceu a parceria com a Câ-mara Municipal de Caminha que permite a promoção da Câmara de Comércio no Norte de Portugal e o estreitar de relações comerciais entre Portugal e o Brasil. O presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro referiu mesmo, no discurso comemorativo do 101º aniversário da Câmara Comércio, perante mais de 300 empresários de Portugal e do Brasil, a parceria com a Câmara de Caminha como sendo um bom exemplo de “intercâmbio que facilita a criação de oportunidades entre os dois países”.

Júlia Paula Costa salientou a importância deste protocolo no “fomento das exportações das empresas sediadas em Ca-minha para o Brasil e para a divulgação das potencialidades turísticas do concelho”. A presidente da Câmara Municipal de Caminha (CMC) reforçou que esta é mais uma medida do Município com o objetivo de promover o empreendedo-rismo e o apoiar o tecido empresarial do concelho.

A CMC homenageou ainda a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro pela celebração do seu 101º aniversário. A Câmara de Comércio foi criada em 1911, por decreto do então presidente da República Manuel de Arriaga, e foi a primeira Câmara de Comér-cio a ser criada fora do território português. A Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro tem como objetivo incrementar as relações comerciais, tecnológicas, sociais e culturais entre Portugal e o Rio de Janeiro, com o objetivo de apoiar a realização de negócios internacionais e o estabelecimento de parcerias que pro-movam a competitividade no cenário global.

O presidente do Conselho Em-presarial dos Vales do Minho e Lima (CEVAL) reclama a assunção de um compromisso claro por parte do Governo (mais especificamente por parte das secretarias de Estado das Obras Públicas, do Mar e do De-senvolvimento Regional) e da Co-missão de Coordenação da Região Norte no sentido da rápida conclu-são dos acessos rodoviários ao porto de mar de Viana do Castelo.

Segundo Luís Ceia, “a infraes-trutura vianense sempre foi, ao longo de mais de 300 anos, uma peça fundamental no desenvolvi-mento socioeconómico da região e tem actualmente condições para se afirmar como uma importante pla-taforma de internacionalização face

ao posicionamento estratégico que possui, designadamente ao nível do cluster energético, pelo que o porto de mar tem de ser considerado uma prioridade nacional em termos de investimentos”.

“Num momento em que Portugal necessita de rentabilizar meios para encontrar um caminho sustentado de saída para a crise, e quando es-

tão já definidos os pontos principais do próximo quadro comunitário de apoio, o investimento no porto de mar de Viana do Castelo deve ser considerado um desígnio nacional porque ou se aproveita este último pacote de ajudas da União Europeia para recuperar o atraso estrutural do Noroeste Peninsular ou a região ficará eternamente refém de proble-mas que nunca conseguirá resolver.”

As declarações do presidente do CEVAL foram proferidas à mar-gem de uma sessão de apresentação dos serviços do porto de Viana do Castelo e durante a qual a adminis-tração desta entidade procedeu à subscrição da sua adesão à rede cola-borativa que está a criada sob a égide da logomarca 100% Alto Minho.

Caminha e Rio de Janeiroassinam acordo de cooperação

PRESIDENTE DO CEVAL AFIRMA

Investimento no porto de mar de Viana do Castelodeve ser considerado um desígnio nacional

Júlia Paula Costa, presidente da Câmara Municipal de Caminha, assina o protocolo com a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, representada por Paulo Elísio de Souza.

Fomento das exportações das empresas sediadas em Caminha para o Brasile divulgação das potencialidades turísticas do concelho

Paulo Macedo deu aulas de Finanças Públicas O ministro da Saúde, Paulo Macedo, proferiu ontem, na Faculda-de de Direito da Universidade de Lisboa, uma conferência sobre o Orçamento da Saúde, dirigida aos alunos do Curso de Finanças Públicas, regido pelo professor Eduardo Paz Ferreira. O ministro deu a conhecer as opções do Ministério da Saúde para o próximo ano.

MSC Divina leva mais de 50 mil passageiros ao FunchalO MSC Divina, o mais recente navio da frota da MSC Cruzei-ros, fez a sua primeira escala no Funchal. O navio cumpre ago-ra um calendário de 13 cruzeiros com saída e/ou chegada ao Funchal, fazendo escalas na região até Março de 2013. Prevê-se que este navio transporte mais de 50 mil passageiros à Madei-ra, com uma receita turística superior a três milhões de euros.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

22 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

Luís Ceia defende uma rápida conclusão dos acessos rodoviários ao porto de mar de Viana do Castelo.

Infraestrutura vianense é consideradauma peça fundamental no desenvolvimento socioeconómicoda região

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VIRGILIO [email protected]

Quem quiser investir, ainda este ano, em energia solar pode apostar num sistema de microgeração, recomenda a Donauer, um dos líderes europeus em soluções fotovol-taicas e solar térmicas.

“De momento já não existe potência disponível para novos registos em regime bonificado, nem existem certezas da sua continuação para 2013. O que podemos assegurar é a continuação de potência dis-ponível no regime geral até final de 2012. Esta é a alternativa ideal com garantia de potência e remuneração a valores que per-mitem um bom retorno do investimento”, adianta Ana Cristina Arnedo, diretora-ge-ral da Donauer Solar Systems.

A vantagem do regime geral relativamen-te ao regime bonificado é que o acesso não

está sujeito a condições especiais. Não é ne-cessário que o local de consumo associado à microprodução disponha de coletores so-lares térmicos ou de caldeiras de biomassa. Apenas a potência de ligação está limitada, não podendo ultrapassar os 5,75 kW. No regime geral vende-se a energia produzida na íntegra ao preço praticado no mercado.

“Com um investimento de nove mil euros num sistema de microgeração sob regime geral na região de Lisboa, podemos atingir uma taxa interna de retorno de 13%”, exemplifica a responsável.

Para garantir que a energia recolhida pe-los painéis solares seja aproveitada ao má-ximo, a Donauer Solar Systems aconselha os inversores transformadores de última geração da Fronius, incluindo a série Fro-nius IG Plus, com uma eficácia máxima de 95,9%.

Donauer recomenda investir em microgeração

“Business Angels” em congresso no Porto

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Fábrica da Fronius, na Áustria.

O 2º Congresso Nacional de Business Angels realiza-se hoje, 23 de novembro, a partir das 14h30, no Pólo das Indústrias Criativas da U. Porto, na Praça Coronel Pacheco, no Porto.

Neste evento, organizado pela Invicta Angels e pela FNABA, os “business angels” de todo o país irão refletir com entidades parceiras sobre a importância do capital de risco para a competitividade das empre-sas. O congresso reúne “business angels”, representantes de redes regionais e de suas instituições parceiras, para discussão de boas práticas e medidas necessárias à me-lhoria contínua da promoção e operacio-nalização da sua atividade. Será feita uma reflexão sobre os resultados da implemen-tação do Fundo de Co-investimento pro-movido pelo Programa COMPETE em parceria com Business Angels, no momen-to em que o fundo entra no seu último ano de investimento. Este fundo, “case study” europeu que tem despertado o interesse de “business angels” e governos de outros países, permitiu em 2011 e 2012 o investi-mento em 56 empresas, reservando ainda J 34 M para investimentos em 2013.

O congresso decorre no âmbito da 6ª Semana Nacional de “Business Angels”

(www.fnaba.org/6SNBA/), iniciativa que visa aproximar os empreendedores de business angels da sua região, bem como sensibilizar potenciais investidores a co-nhecerem esta atividade. Ao longo da se-mana decorreram conferências, fóruns de discussão e apresentações de projetos à procura de financiamento, passando por Coimbra, Covilhã, Évora, Guimarães, Lis-boa/Cascais, Marinha Grande, Portimão, Santarém e Viseu.

Os “business angels” assumem um pa-pel impulsionador da competitividade da região, dinamizando a cultura empreen-dedora, a articulação e interação do meio académico com o tecido empresarial e a estimulação de novas atividades, ligadas às novas tecnologias e suas aplicações aos diferentes sectores de atividade, para a ge-ração e criação de novas empresas.

Uma vez determinada a viabilidade e o potencial de crescimento de um projeto, os “business angels” aportam às empresas onde investem capital financeiro, experi-ência de gestão, conhecimento de mercado e capital relacional na forma de uma vasta rede de contactos com “stakeholders” re-levantes a nível regional, nacional e inter-nacional.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 23

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Dadavox cria marca de serviços integrados de vendas

A Solidal obteve a certificação do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho, conferida pela APCER (Associação Portu-guesa de Certificação), em conformidade com a norma OHSAS 18001, anunciou a empresa especialista na produção de cabos e condutores para redes de transporte e distri-buição de energia elétrica.

Para alcançar esta certificação de reco-nhecimento internacional a subsidiária do Grupo Quintas & Quintas procedeu à re-organização do seu espaço industrial, tendo investido ao longo do último ano e meio 235 mil euros em sistemas de proteção ele-tromecânica para a prevenção de acidentes em todos os equipamentos que compõem o seu parque industrial, bem como em equi-pamentos de proteção individual.

Com vista à sensibilização do universo

de 320 colaboradores com que conta atu-almente, o investimento da Solidal con-templou ainda ações de formação interna, bem como o recurso a serviços externos de consultoria.

“Além de contribuir para a redução do risco de acidentes de trabalho e de permitir reduções de custos, este passo visa reagir aos exigentes requisitos dos nossos clientes insti-tucionais no campo da segurança e da saúde do trabalho”, afirma Pedro Lima, presidente do conselho de administração da Solidal.

Recorde-se que a empresa, que figura já entre as 40 maiores exportadoras nacio-nais, tem como principais clientes mais de 20 utilities de energia elétrica do sudoeste europeu, exportando cerca de 70% da sua produção para mercados como Espanha, Ir-landa, Reino Unido, Itália e França.

Vodafone Portugal monitoriza redes do Reino Unido e IrlandaPara além da rede de Espanha, a Vodafone Portugal vai monitorizar as redes de comunicações do Reino Unido e da Irlanda. O Atlantic NOC (Network Operations Center) é um dos dois únicos Centros de Operações de Rede do Grupo Vodafone na Europa. Localizado no Edifício Sede da Vodafone Portugal, no Parque das Nações, nele trabalham aproximadamente 150 pessoas.

Fernando Gomes no Clube dos PensadoresJoaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores (CdP), convidou Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para estar presente num debate no dia 26 de novembro, segunda-feira, pelas 21h30 no Hotel Holiday Inn. O tema: “O Futebol Português”.

“Marketing e vendas vai ser um segmento de forte crescimento nos próximos tempos”, afirma Carmo Gomes.

A procura de serviços de “business deve-lopment” da Dadavox pelos clientes desper-tou a atenção e foi criada uma marca própria para conseguir mais visibilidade, o Human Leads.

“Acabamos por ser uma extensão dos de-partamentos de marketing e comercial dos nossos clientes”, afirma à “Vida económica” à “Vida Económica” Carmo Gomes, direto-ra-geral da Dadavox.

“Já atravessámos outras crises e continu-amos no mercado porque temos um sólida cultura organizacional e visão estratégica. O facto de também termos uma oferta integra-da em várias áreas – e não apenas em relações públicas ou marketing – ajuda a enfrentar este período conturbado. Sempre consegui-mos responder às necessidades dos clientes e adaptar-nos às mudanças de estratégias e de prioridades. A flexibilidade permite-nos responder às necessidades de empresas com

fases de desenvolvimento diferentes.”O que significa que existem oportunida-

des, apesar das necessárias contenções. “As oportunidades passam por duas tendências. Por um lado, responder às necessidades de presença em Portugal de empresas multina-cionais estrangeiras e, por outro, apoiar as empresas nacionais que precisam de reforçar o seu posicionamento no exterior.” Carmo Gomes assume que há cada vez mais empre-sas portuguesas com ofertas excelentes, mas “com um défice de notoriedade e com di-ficuldade em interagir com o seu mercado. Estas empresas estão cada vez mais despertas para a necessidade de terem uma boa comu-nicação para marcarem a diferença, interna e externamente.

Serviços de “business development”

Neste momento a prioridade das em-

presas é melhorar as vendas, aumentar as quotas de mercado, aproximar-se dos clientes. A procura de serviços de “bu-siness development” da Dadavox pelos clientes despertou a atenção e foi cria-da uma marca própria para conseguir mais visibilidade, a Human Leads. “Esta é uma opção de curto/médio prazo, en-quanto a comunicação é de longo prazo. Os objetivos, os processos, as ferramen-tas, os perfis são diferentes, pelo que faz todo o sentido termos uma divisão de-dicada.”

A missão da Human Leads é apoiar as em-presas a otimizarem o processo de geração de leads, isto é, estabelecer o contacto com

potenciais clientes de forma organizada e profissional.”

Acelerador de negócios

O principal objetivo passa por permitir às empresas acelerarem o processo de negócio ao preparar o terreno para a força de ven-das, através de campanhas de telemarketing, inquéritos aos clientes, ao mercado, entre outras atividades. “Acabamos por ser uma extensão dos departamentos de marketing e comercial dos nossos clientes. Acreditamos que este vai ser um segmento de forte cres-cimento nos próximos tempos”, adiantou a responsável da Dadavox.

Solidal certifica segurança e saúde no trabalho

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ PME

24 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

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SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 25

A marca é forte mas tal não é sinónimo automático de sucesso, vendas e lucro. Prova disso é facto de os donos da loja da Apple, no BragaParque, terem sido forçados a vender o negócio. António Meira, empresário, agarrou a oportunidade e fez crescer as vendas em 263%. Nesta entrevista, revela as estratégias de marketing adotadas e a sua importância.MARTA ARAÚ[email protected]

Vida Económica - Em que contexto se deu a sua compra da ilook Store – Apple Premium Reseller no Braga-Parque?

António Meira - A oportunidade des-te negócio surge em março de 2011. Já tinha em mente uma parceria com uma marca influente e com a notoriedade da Apple, e neste negócio identifiquei de imediato que relação custo-benefício po-deria ser muito favorável a médio prazo. É uma marca de renome mundial, que produz e comercializa equipamentos que todos sonham ter um dia.

VE - Quais eram as principais difi-culdades que o negócio apresentava?

AM - A anterior gestão apresentava alguma fadiga financeira, eventual-mente pelo investimento inicial não ter sido corretamente aferido, para além da inexistência de capitais próprios e o facto da comercialização dos produtos se limitar ao canal Loja do Shopping BragaParque. A empresa entrou num processo de deterioração dos padrões de qualidade exigidos pela Apple, sendo os anteriores proprietários forçados a ven-der a empresa.

VE - A marca Apple, por si só e ape-sar da sua força, não foi suficiente para garantir uma “via verde” para o sucesso do negócio. Quando tomou conta da loja, que feedback recebeu da Apple?

AM - O feedback da Apple foi positi-vo, pois o negócio já se encontrava numa fase terminal. Para qualquer marca com prestígio nunca é bom que um parceiro feche portas. Apesar de a marca Apple ser demasiado forte, ou a mais forte, a

responsabilidade da gestão dos Apple Premium Resseler (APR) é dos seus proprietários ou gerentes. O sucesso é garantido com o poder da marca, mas a gestão do APR, apesar de autónoma, deve estar alinhada com os objetivos es-tratégicos daquela. A “via verde” é um caminho praticamente garantido desde que os parceiros cumpram as regras no domínio do marketing, finanças e gestão de clientes.

VE - Que estratégias implementou, ao nível do marketing, para que o ne-gócio se transformasse num sucesso?

As estratégias implementadas incidi-ram, em primeira instância, no “look” in-terno e externo da empresa, aproveitan-do as sinergias que conseguimos obter da Apple e pelo Marketing que desenvolve para os seus APR e aos consumidores, através de uma forte estratégia pull. Em paralelo, começamos a desenvolver uma estratégia de marketing digital, através das redes sociais, anúncios na internet e e-commerce, tendo-nos permitido a cap-tação de inúmeros novos clientes, não só particulares como também empresariais,

como por exemplo empresas com depar-tamento de vendas e de marketing, que exigem produtos de alta qualidade.

Temos vindo a apostar mais recente-mente no marketing experiencial, pois a Apple, para além de ter produtos visio-nários e inovadores, tem a capacidade de criar sensações únicas aos seus utilizado-res. Estas ações relacionais são desenvol-vidas presencialmente na nossa loja.

VE - Que balanço faz, atualmente, do funcionamento da loja?

AM - Extremamente positivo. Volvi-dos 18 meses, estamos com um inves-timento de cerca de 130 000 J, para renovação dos interiores da loja, cuja reabertura foi no passado dia 15 de no-vembro. Quando adquirimos a empre-sa, e apesar das inúmeras dificuldades que o negócio estava a ter, a faturação era de aproximadamente 40 000 J por mês, tendo o exercício de 2011 encerra-do com 1100 000 J. No corrente ano prevemos encerrar com um volume de negócios na ordem dos 4000 000 J, o que representa um crescimento anual na ordem dos 263%.

Marketing experiencial é aposta da Apple em Portugal

Apple de SonhoMuito se poderia falar sobre o poder das marcas.

Mas há marcas que marcam e que falam por si. A Apple é um desses casos. Numa altura em que os seus produtos começam a sentir uma forte concorrência de outras marcas globais e reconhecidas pelos seus produtos vanguardistas, umas das expressões que mais ouvimos é: “mas Apple é Apple”. Pois bem, a marca é uma promessa da empresa em oferecer uma série específica de atributos, benefícios e serviços uniformes aos seus consumidores, e a Apple, com o seu fortíssimo brand equity, posiciona-se no mercado mundial como uma marca de excelência, inovadora, com produtos ergonómicos e design inigualável. Quando uma nova versão do iPhone é lançada no mercado, o mundo para. As filas às portas dos estabelecimentos comerciais, com consumidores à espera desde a madrugada para adquirir o novo produto, é já um clássico. O facto é que o iPhone não precisa de ser o melhor telemóvel do mundo, basta-lhe ter o carimbo Apple. Quem nunca ouviu falar do Mac, iPod, iPhone ou iPad? Foram, no seu devido tempo, verdadeiros ícones da inovação. Aliás, continuam a ser.

É indiscutível que uma marca para se tornar credível, sólida e, acima de tudo, um mito, necessita de construir e desenvolver essses atributos ao longo de anos, muitos anos, ter provas inequívocas da sua sustentabilidade e da sua capacidade de acompanhar as tendências do mercado e satisfazer as necessidades cada vez mais exigentes dos consumidores. O poder de uma marca, como a Apple, é de tal maneira forte, que lhe permite resistir a polémicas em torno do seu fundador, Steve Jobs, às acusações de plágio de software, de concorrência desleal, da eterna rivalidade com a Samsung, entre outras.

E como alcançar este estatuto? À estratégia de desenvolvimento de produto, a Apple tem uma forma muito própria de promover os seus novos equipamentos, através do marketing viral e relações públicas. Enquanto que os seus concorrentes diretos gastam milhões em publicidade para o lançamento dos seus produtos, uma das armas mais poderosas da Apple é criar o desejo em torno do seu universo através de boatos, antes de serem lançados os seus novos equipamentos. Uma estratégia altamente “provocante”, que dispensa a comunicação tradicional, baseada em avultados investimentos em publicidade. Este recurso é também uma forma de enfraquecer a posição dos seus concorrentes mais diretos, antes de eventualmente lançarem algum produto similar. É evidente que a Apple ainda se associa a outras estratégias de marketing de guerrilha e marketing experiencial que permitem fortalecer e aumentar ainda mais a sua legião de fãs.

No entanto, apesar do poder da marca ser um driver fundamental para os seus promotores (distribuidores e retalhistas), é fundamental que a sua gestão esteja plenamente conciliada com os valores da marca. O exemplo da iLook é paradigmático: quando a nova equipa de gestão adriquiu a empresa, encontrou uma gerência desmotivada, sem recursos económicos e sem capacidade de acompanhar a exigência dos padrões de qualidade da Apple. E num período pouco superior a um ano, foi capaz de quadruplicar o volume de negócios. A Apple é uma marca que vende por si só, mas não chega. Sem uma estrutura bem preparada, bem gerida, capaz de se adaptar às exigências e centralismo de uma multinacional, e altamente profissional, o sucesso poderá não ser garantido.

Charles Revlon celebrizou a seguinte expressão: “na fábrica nós fazemos cosméticos; na loja, vendemos esperança”. Arrisco-me a dizer que a Apple vende sonhos.

António Meira prevê fechar o ano de 2012 com um volume de negócios na ordem dos 4000 000J.

DILEN RATANJI Professor de Marketing do IESFDiretor-Geral da VetBizz [email protected]

Campanha portuguesa de língua gestual na shortlist dos European Excellence AwardsA Carmen, agência criativa do Grupo YoungNetwork, está a concorrer na shortlist final dosEuropean Excellence Awards 2012, com a campanha da Federação Portuguesa das Associações de Surdos: “A Conversa de Carlos”, na categoria Portugal. Para João Peral, diretor criativo da Carmen, “os prémios e as nomeações não fazem uma agência mas são sinal do reconhecimen-to do trabalho realizado e, por isso, são muito motivadores”.

MARKETING

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TECNOLOGIAS

Que a cloud passe a ser nuvem. Isso mesmo, em português. Basicamente, a PT quer ser uma alterativa aos players internacionais e apresentar no mercado nacional uma oferta que seja, de facto, uma opção. Quer para as grandes, quer para as pequenas e médias empresas. Em entrevista à “Vida Económica”, Miguel Moreira, managing diretor da PT Sistemas de Informação, explicou que, hoje, a Portugal Telecom deixou de ser um fornecedor de serviços de comunicações para passar a ser um fornecedor de serviços de tecnologia. O mercado das Tecnologias da Informação e Comunicação é, agora, o novo campo de batalha.SUSANA MARVÃO, EM [email protected]

Vida Económica – A Portugal Telecom mudou de estratégia. Como é que hoje se apresentam ao mercado?

Miguel Moreira – A Portugal Telecom deixou de ser um fornecedor de serviços de comunicações, para passar a ser um forne-cedor de serviços de tecnologia. Ou seja, estamos agora no mercado das Tecnologias da Informação e Comunicação. As comuni-cações estão a tornar-se uma “commodity” e um serviço não diferenciado. Há operadores que fazem essa opção e dizem que querem unicamente ser um “carrier”, um grossista das redes. Nós não. Queremos ser um operador de valor acrescentado. Um exemplo disso é a nossa rede de fibra e o serviço de televisão.

VE – Em que sentido?MM – Não quisemos ser um intermediá-

rio e fornecer conetividade para um operador de televisão, quisemos lançar o nosso serviço de televisão, que é o meo. Um projeto com muita ambição, inovação e muito conteúdo, quer de terceira entidades, quer nosso. A nos-sa aposta é criar valor acrescentado em cima das nossas infraestruturas, fazendo um serviço que seja líder.

VE – E no mercado empresarial?MM – É precisamente a mesma coisa.

Queremos ter infraestrutura “state-of-the--art”, ou seja, as melhores redes de comunica-ções, mas não queremos só vendê-las a tercei-ras entidades para que estas vendam software

em cima. Da mesma forma que no mercado doméstico, queremos levar aos nossos clientes empresariais soluções mais completas. Que-remos que eles tenham o melhor software. A recente parceria que encetámos com a SAP [NR: ver edição passada da Vida Económica] e com outros payers é precisamente nesse sen-tido. À conectividade, ao data center, junta-mos o software e apresentamos uma solução baseada numa única fatura, num único ponto de serviço ao cliente, tentando simplificar-lhe a vida. Queremos, também no empresarial, ser um operador de valor acrescentado e não uma “comodity”.

Empresas representam metade do negócio

VE – Neste momento, o mercado em-presarial representa quanto dentro da PT?

MM – Em termos de volume de negó-cios, é mais ou menos metade. Agora, não lhe vou mentir: a nossa quota de mercado no corporativo ou seja, nas grandes empresas, é maior do que nas PME. E a tendência será para continuar desta forma. É um padrão que provavelmente se irá manter. Outro facto que nos parece importante, e que não tem a ver

com a nossa estratégia, mas antes com a evo-lução do mercado, é a convergência nas redes IP. Essa convergência teve um fenómeno que, acompanhado pela evolução do mercado das soluções informáticas, conflui em a informá-tica deixar de estar em casa do cliente, para ser feita através da rede, em cloud computing. Deixo de ter o meu servidor e comprar o meu software para fazer uma subscrição mensal, um pouco como uma “utility”. Essa transfor-mação acabou por acontecer essencialmente pelo facto de as redes de comunicação per-mitirem uma conectividade tão boa que per-mitem economias de escala. Se eu tiver uma central de computação para email, certamen-te vai ser mais rentável do que ter uma central em cada uma casas.

VE – Há cerca de 10 anos, já tínhamos visto esse conceito nos denominados Ap-plication Service Provider (ASP)… O que falhou na altura?

MM – Os ASP nunca poderiam ter fun-cionado, pois, na altura, não havia comuni-cações para suportar a computação através da rede. Não havia rede para suportar a com-putação. Neste momento, isso é diferente… Quando se fala em cloud, não estamos só a

MIGUEL MOREIRA, MANAGING DIRETOR DA PT SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, EM ENTREVISTA À “VIDA ECONÓMICA”

Portugal Telecom assume como “player” de referên

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Rumos lança Academia de Engenharia de Redes e Sistemas MicrosoftA partir do dia 21 de janeiro vai aumentar a sua oferta forma-tiva com o lançamento da Academia de Engenharia de Redes e Sistemas Microsoft. A Academia Engenharia de Redes e Sistemas Microsoft é composta por 22 módulos num total de 371 horas conferindo quatro certificações, através de uma formação dividida entre a área de TI e comportamental.

Miguel Moreira, managing diretor da PT Sistemas de Informação, explicou que, hoje, a PT não é um fornecedor de serviços de comunicações, mas um fornecedor de serviços de tecnologia.

Ingredientes de sucesso

Haverá uma receita para o sucesso? Theodore Roosevelt disse um dia: “O mais importante ingrediente na fórmula do sucesso é saber como lidar com as pessoas.” Eu teria a ousadia de acrescentar algumas ‘iguarias’ a este pensamento. Fazendo uma analogia ao mundo gastronómico, poderíamos dizer que existem ingredientes fundamentais: uma boa dose de ousadia, uma pitada de coragem, entusiasmo e paixão a gosto, um toque de inovação e diferenciação, compromisso q.b., e muita persistência, autoconfiança e vontade de arriscar. Ideais que, bem condimentados, são um primeiro e importante passo para o sucesso. Cada vez mais o mercado e a sociedade em geral nos colocam perante exigentes desafios, surgem obstáculos que parecem insuperáveis, a conjuntura social aparenta ter entrado numa espiral negativa, mas acredito que um cariz empreendedor pode ser a chave para ultrapassar qualquer contrariedade ou falta de motivação. Tenho a felicidade de conhecer, por entre o mundo de clientes, parceiros e amigos, exemplos claros de sucesso, que primaram por uma atitude determinada e ousada e que, no final, viram o seu esforço recompensado. Outras premissas a ter em conta passam por pressupostos como agilidade e flexibilidade na resposta às necessidades do cliente – que mudam a cada momento – tanto quanto um forte poder de criatividade e não recear os desafios. Tal como um dos valores da missão a que nos propomos, acredito que não devemos preocupar-nos apenas com os resultados, mas também, e sobretudo, com os meios para os atingir. A minha equipa e eu acreditamos, por isso, em receitas de sucesso e confiamos que um dos principais ingredientes para continuar a satisfazer os nossos clientes reside na antecipação e inovação face às exigências do mercado e da sociedade. Num ano de mudanças extremas, em que surgem novas realidades legais, em que se inicia um novo ano fiscal, colocámos em campo os nossos profissionais, avaliámos o mercado e as suas mudanças e estamos preparados para responder de forma eficaz e rápida às necessidades dos nossos clientes.Por isso, em jeito de conclusão, acredito veementemente que sim, existe uma receita para o sucesso cujos ingredientes são conhecidos, mas que cada um pode condimentar à sua própria maneira, procurando sempre originalidade, antecipação, visão de futuro e uma forte determinação. Afinal, o segredo de um grande “chef ” de cozinha está na forma como reinventa a receita, muitas delas remontando à antiguidade, e no processo como a adapta a novos tempos, tocando a sensibilidade de cada um e satisfazendo magicamente os seus desejos.

JORGE SANTOS CARNEIROCEO Sage Portugal

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-se cia na nuvem

falar no modelo físico da computação, mas também no modelo de negócio. E isso é que faz a grande diferença. É um modelo que dei-xa de ser uma compra da tecnologia à cabe-ça, quer hardware quer software, mas antes o acesso a essa tecnologia através de um custo variável numa prestação mensal, normalmen-te sem investimento inicial.

VE – Ou seja, as PME têm aqui uma ex-celente oportunidade para terem acesso a tecnologia de topo sem pagar muito por isso. Que estratégia têm para as pequenas e médias empresas? É através de cloud computing que vão tentar obter quota de mercado?

MM – Atenção que eu acho que a pro-posta de valor do cloud é muito forte nas PME, mas também nas grandes empresas. Porque as grandes organizações também es-tão a lutar pelos seus orçamentos. E, hoje em dia, sabemos que é muito difícil conseguir fi nanciamento e orçamento para fazer mais investimento… o contexto económico é complicado. Uma das formas que as grandes empresas têm de aceder a estas tecnologias é transformá-las numa OPEX e fazer uma pres-tação mensal. Até porque, para aquilo que é o dia a dia dos sistemas, adotar um modelo de cloud também pode reduzir o “running cost”. E acreditamos que essa redução pode ajudar para libertar alguma OPEX que as em-presas possam transportar para aceder a nova tecnologia que gostariam de ter mas não têm fi nanciamento para ter no modelo tradicional de CAPEX.

Empresas “autofi nanciam-se”

VE – Ou seja, que as empresas se au-tofi nanciem através de uma redução de custos?

MM – Sim, essa é um pouco a nossa fi lo-sofi a. Que as empresas usem a cloud para ob-terem uma redução de custos e fi nanciem o acesso a novas tecnologias. Penso que, para as

grandes empresas, o interesse à volta do cloud é enorme. Aliás, confesso que bem maior do que aquele que esperávamos. É evidente que há um “hype” e toda a gente adora mas acho quer faz sentido desde que haja uma proposta bastante clara de redução de custos. Porque uma coisa que muitas vezes acontece é que há uma promessa mas depois há custos escondi-dos. Tem de ser: olhe, é tudo incluído com custos de “x” por mês. Os clientes precisam disso. Precisam saber quanto vão pagar sem terem surpresas.

VE – E relativamente às PME?MM – Há uma coisa curiosa nas PME.

As que se estão a sair bem já usaram a cloud. Não usaram foi a cloud em Portugal, usam as Amazon, etc. Queremos nacionalizar um pouco a cloud. A metáfora é como uma cebo-la, come-se por camadas. Pode usar perfeita-mente a Amazon para uma aplicação, depois pode usar um “private cloud” da PT para um email, depois uma solução híbrida para uma outra aplicação e pode usar uma solução pri-vada para outra aplicação. Acho que é a com-binação de tudo isto que vai dar um portfólio de serviços que tem de ser único para cada empresa.

Empresas vão adotar cloud por camadas

VE – As empresas vão demorar a adotar cloud?

MM – Vão. E vão começar pelas camadas mais fáceis. Para as outras camadas, vai demo-rar algum tempo, o que é normal.

Pensar que não vão de um dia para o outro mudar… Não é tudo ou nada. Acho que as PME que estão vivas e com saúde já usam a cloud. Estamos a fazer uma apos-ta forte para atacar o mercado nacional, mas a nossa visão é claramente com o ho-rizonte geográfi co para onde trabalhamos: Portugal, Brasil e África. O objetivo é que menos de um terço da receita venha de Portugal. Atualmente, só cerca de 42% é que vem. Queremos diversifi car geografi -camente, fazer um mix da nossa geografi a natural, com países com taxas de cresci-mento interessantes e países emergentes com outro tipo de dinâmica. Portugal acaba por funcionar como um teste. Tudo o que testamos aqui queremos expandir, assim como os acordos que fi zemos. So-mos mais visionários do que que a maioria das telecom e temos algumas tecnologias na quais somos francamente inovadores. Por outro lado, também temos um “foo-tprint” geográfi co que é interessante para muitos operadores de tecnologias globais que não têm grandes raízes e não sabem muito bem como fazer negócios nestas geografi as e acreditam que nós estaremos melhor posicionados para acelerar a oferta deles nesses mercados.

CEO da Intel reforma-se em Maio

A Intel Corporation anunciou que o presidente e CEO da empresa, Paul Otellini, decidiu reformar-se enquanto cola-borador e diretor a partir da reunião anual da empresa com os seus stakeholders, que terá lugar em maio. Este anúncio marca o início de uma transição calma de liderança que irá decorrer nos próximos seis meses

TECNOLOGIAS

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As comunicações estão a tornar-se uma commodity e num serviço não diferenciado. Há operadores que fazem essa opção e dizem que querem unicamente ser um “carrier”, um grossista das redes. Nós não. Queremos ser um operador de valor acrescentado.

O Contrato e a Intervenção do Juiz

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“Dos gestores, competentes ou não, não reza a história, enquanto que dos líderes, mesmo daqueles que se distinguiram pela negativa, todos falam e escrevem” – afirmou José António de Sousa, em Lisboa, na apre-sentação do último livro do prof. Vascon-cellos e Sá. O presidente da Liberty referiu, como autor do prefácio do livro “There is no Leadership only effective management”, que as obras do professor Vasconcellos e Sá estão cheias de exemplos de líderes, não de gestores competentes.

“O Jack Welsh continuará a ser por dé-cadas um referencial em qualquer escola de ngócios, enquanto o seu antecessor, e o seu sucessor, nunca serão objeto de estudo par-ticular. Sobre o Churchill e o Stalin, por ra-zões totalmente opostas, sobre o infante D. Henrique e o Vasco da Gama (Merkel), os livros de história daqui a 100 anos continu-arão a falar, enquanto os governantes medí-ocres que nos lideram nas últimas decadas e arruina o país terminarão no caixote do lixo cósmico da historia da civilização humana” – disse José António de Sousa.

Segundo referiu, os líderes marcam pro-fundamente e de forma duradoura, e dei-xam obra, perduram na memória, por boas ou más razões.

Os gestores, mesmo os competentes, pas-sam, e vão sendo substituídos por outros igualmente competentes, mas que não dei-xam marca.

“A minha opinião pessoal é que, sendo certo que um líder, para ser realmente bom, ser dos que deixam marca, tem de ter as competências, características e prá-ticas de um bom e competente gestor, já não é certo que um bom e competente gestor necessariamente seja um bom líder, ou mesmo um líder” – disse o presidente da Liberty.

“Todos os que estão aqui presentes – refe-riu - estão perfeitamente cientes de que há centenas, senão mesmo milhares, de livros escritos sobre técnicas, práticas, teorias, es-tudos, análises, etc., versando temas de ges-tão competente e liderança”.

Depois da publicação deste, continuarão a ser escritos outros tantos milhares todos os anos. Todos eles trazem uma perspetiva diferente e inovadora sobre esta temática, a do seu autor, e, portanto, tendencialmente, poderia haver quase tantas obras escritas so-bre gestão competente e liderança quanto os seres humanos à face da terra, porque o facto é que tudo aquilo que depende do ser humano é mutante e mutável.

Ramos Catarino conclui Clínica Particular de CoimbraA Ramos Catarino concluiu a Clínica Particular de Coimbra, uma nova entidade de saúde que ocupou o edifício Halle. A clínica dispõe de 28 quartos individuais e está equipada com o mais recente equipamento médico-cirúrgico. No que respeita a cirurgia, o bloco possui quatro salas de operações certificadas e uma zona de recobro com seis camas. A Ramos Catarino teve à sua responsabilidade a execução da obra, em que participou ainda uma outra empresa do grupo, a Santos & Santos, que executou as carpintarias e os espaços verdes.

ÓCIO E NEGÓCIOS

JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSA NA APRESENTAÇÃO DO LIVRO “THERE IS NO LEADERSHIP…”

Os líderes marcam, os gesto

A sessão de lançamento do livro de Vasconcellos e Sá reuniu mais de uma centena de convidados em Lisboa.

Para Jorge Vasconcellos e Sá a boa gestão deve ser a prioridade.

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Os líderes marcam profundamente e de forma duradoura, e deixam obra, perduram na memória, por boas ou más razões.

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ÓCIO E NEGÓCIOS

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Orquestra do Norte aproxima instrumentistas e público mais pequenoNa continuação das realizações que a Caixa Geral de Depósitos tem promovido para os mais pequenos, decorre mais uma ação didático-pedagógica com a Orquestra do Norte. O concerto, que tem lugar no dia 29 de Novembro, pelas 14.30 horas, no Museu de Trans-portes e Comunicações (Alfândega), terá apresentação e direção do maestro José Manuel Pinheiro.

Há apenas uns quantos princípios e va-lores assentes no senso comum que são críticos, e constituem a espinha dorsal da maioria das obras sobre o tema, mas depois podemos ler centenas de abordagens dife-rentes e inovadoras sobre o tema.

“Nesta magnífica obra o professor Vas-concellos e Sá volta a surpreender-nos e a encantar-nos com a forma viva e cativante como escreve sobre um tema árido” – subli-

nhou José António de Sousa. “O facto de usar uma batalha histórica de

grande relevância para realçar e desenvolver os pontos que pretende vincar, a de Chan-cellorsville, é, uma vez mais uma ajuda tre-menda para capturar e manter viva a nossa atenção para um tema que, como vimos atrás, é profusamente tratado em muitas outras obras e artigos que vamos lendo ao longo da nossa vida” – acrescentou.

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OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

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Sócio da PLMJ eleito presidente do Conselho para a Arbitragem de InvestimentosTiago Duarte, sócio das áreas de Direito Público e de Arbitragem da PLMJ foi eleito presidentedo Conselho para a Arbitragem de Investimentos pela direção da Associação Portuguesa de Ar-bitragem. Esta entidade terá, em breve, uma página web que poderá, entre outras funções, servir de repositório das convenções mais relevantes neste domínio, da doutrina nacional e internacio-nal sobre o tema, bem como da jurisprudência que se encontra disponível online.

“Um bom e competente gestor pode não dar um bom líder” – afirma José António de Sousa.

A diferença entre o gestor competente e o líder em 12 ideias

A distinção entre o gestor competente e um líder são claras. O presidente da Liberty apresentou-as de forma sucinta.

1) Um gestor competente gere / administra, um líder inova2) Um gestor competente pergunta como e quando, um líder o quê e porquê3) Um gestor competente focaliza-se em processos e sistemas, um líder nas pessoas4) Um gestor competente faz as coisas de maneira certa, um líder as coisas certas5) Um gestor competente mantém, um líder desenvolve6) Um gestor competente assenta a sua ação no controlo, o líder na confiança que inspira7) Um gestor competente gere trimestre a trimestre, um líder tem uma visão para os próximos anos8) Um gestor competente vive com o status-quo, um líder desafia-o9) Um gestor competente tem os olhos fixos nos números do próximo balanço, um líder os olhos postos no horizonte10) Um gestor competente imita e copia, um líder cria e inova11) Um gestor competente copia o “bom soldado”, um líder é único, segue os seus instintos12) Um gestor competente produz bons resultados, um líder produz bons resultados de forma sustentável, mesmo em contraciclo

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RESPOSTADe acordo com o Enquadramento Nacional do QREN, podem ser apoiadas as atividades incluídas, entre outras, nas divisões 45 a 47 da CAE, apenas no caso de PME. Desta forma, a vossa atividade é elegível nos três sistemas de incentivos de apoios às empresas do QREN: SI Inovação, SI Qualificação e SI I&DT.Contudo, nos avisos de concurso ao SI Inovação – Inovação Produtiva e SI Qualificação que se encontram abertos existem algumas restrições setoriais no que respeita ao setor do comércio. De acordo com os referidos avisos nas atividades de comércio (Divisões 45 a 47 CAE Rev.3), são apenas enquadráveis as empresas cujas vendas no mercado externo valorizem a oferta nacional, traduzida no efeito de arrastamento que essa atividade comercial possa ter ao nível da produção noutras empresas localizadas em território nacional.A valorização da oferta nacional significa que os produtos vendidos pela empresa

de comércio devem ter sido fabricados em Portugal. As matérias-primas dos produtos podem ser importadas, contudo o produto final tem de ser fabricado em território nacional. No caso, por exemplo, de um relógio, a pele da pulseira (ou outro componente) pode ser proveniente de fora de Portugal, contudo, o fabrico do relógio como produto final a ser comercializado deve ser realizado em Portugal. Desta forma, apenas se podem candidatar as empresas de comércio que vendem produtos “made in Portugal”. Esta definição exclui, portanto, as empresas que adquirem produtos a revendedores portugueses, mas que foram fabricados no estrangeiro.O efeito de arrastamento sobre a produção nacional será maior quanto mais matérias-primas produzidas em Portugal o produto vendido incorporar. Por exemplo, se a pele da pulseira do relógio não só tiver sido tratada em Portugal mas também provier de animais criados em Portugal, o efeito de

arrastamento será superior.Assim sendo, a vossa empresa poderá candidatar-se ao SI Inovação – Inovação Produtiva ou ao SI Qualificação se os produtos vendidos para o mercado externo forem fabricados em Portugal. De referir que o aviso de concurso do SI Inovação – Empreendedorismo Qualificado exclui por completo as atividades de comércio.No caso do SI Qualificação, a candidatura exige o cumprimento de uma condição de acesso adicional: o peso das exportações da empresa no seu volume de negócios deve ser no mínimo de 15% no ano pós-projeto. A primeira fase de candidaturas a este concurso encerra a 31 de Dezembro de 2012.Relativamente ao SI Inovação – Inovação Produtiva existem mais condicionantes adicionais:o peso das exportações no seu volume de negócios deve ser no mínimo de 30% no pós-projeto;no caso de criação de empresas, a despesa

elegível deverá ser igual ou superior a 1,5 milhões de euros, caso contrário apenas poderão concorrer ao Empreendedorismo Qualificado;deve ser promovida a inovação no tecido empresarial, pela via da produção de novos bens e serviços e processos que suportem a sua progressão na cadeia de valor. A inovação deve ser introduzida no mercado (inovação no produto) ou utilizada na empresa (inovação no processo).A primeira fase de candidaturas a este concurso encerra a 29 de Novembro de 2012.

WWW.SIBEC.PT [email protected] 348 500

TERESA [email protected]

O Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (CETS), recém-constituído, ao qual preside Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Amarante, e a cuja posse assistiu, no passado sábado, em Cinfães, o secretário de Estado da Econo-mia e Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques, quer ser um parceiro do Governo na contratualização da ges-tão de fundos comunitários. Quer os do QREN até 2013 e do programa Valorizar que está para ser lançado, quer, também, os do chamado Novo QREN (2014-2020).

Em declarações à “Vida Económica”, Luís Miguel Ribeiro diz que “essa poderá ser uma das importantes tarefas a desempe-nhar. A gestão regional de projetos comuni-tários acontece noutros países e com muito bons resultados, ver exemplo de Espanha e das suas taxas de execução. O final deste quadro e, nomeadamente, o programa “Va-lorizar” serão a preparação e o teste a essa nova fase de trabalho das associações em-presariais e das responsabilidades que vai exigir”, disse o presidente do CETS.

O maior objetivo da estrutura acabada de criar, que agrega “mais de seis mil em-presas” de 13 associações empresariais dos concelhos de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felguei-ras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços

de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende, é “promover e valorizar os recursos da região, num momento em que o Governo passou a definir como um dos grandes objetivos, ao nível económico, a reindustrialização”, disse ainda Luís Miguel Ribeiro.

Programa Valorizar arranca até ao fim do ano

O reforço das políticas económicas numa lógica territorial, valorizando a atuação e o investimento à escala das NUTS II e NUTS III, cujo objetivo ficará expresso nas medidas do Programa Valorizar que o Governo quer lançar “ainda este ano”, deverá ser “continu-ado no próximo ciclo de fundos comunitá-rios”, designado Novo QREN, que vigorará entre 2014 e 2020. O compromisso foi dei-xado pelo secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Regional, António Al-meida Henriques, na cerimónia de posse do recém-constituído Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (CETS).

Ao abrigo do Valorizar, que será dotado de 230 milhões de euros, “será estimulada, no quadro das comunidades intermunicipais e das associações empresariais das NUTS III, a definição de estratégias de desenvolvimen-to empresarial, a atração de investimentos, o fomento do empreendedorismo e a dina-mização de redes colaborativas”, disse ainda o governante.

Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa quer ser parceiro na gestão de fundos comunitários

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

O comércio nos sistemas de incentivos

Somos uma empresa de comércio a retalho de relógios e artigos de ourivesaria e joalharia inserida na CAE 47770 e gostaríamos de saber se a nossa atividade é enquadrável nalgum programa de apoio às empresas e quais os investimentos que são apoiados.

“A vossa iniciativa revela visão estratégica e sentido de oportunidade”, disse o secretário de Estado António Almeida Henriques na cerimónia de posse do CETS.

Efacec vence concurso do Metro Ligeiro na NoruegaA Efacec e a Bybanen Utbygging, empresa responsável pela gestão, desenho e construção do Metro Ligeiro de Bergen, acabam de assinar o contrato que adjudica à Efacec o fornecimento “chave-na-mão” da solução de Telecomunicações e Sistemas da terceira fase do metro ligeiro da segunda maior cidade da Noruega. A implementação de novas linhas do metro ligeiro po-derá atingir um valor superior a 20 milhões de euros.

ASSOCIATIVISMO

30 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

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Bebé Vida apta a receber 75 mil amostras de células estaminais

TERESA [email protected]

A Bebé Vida, banco privado instalado no Porto que disponibiliza um serviço de criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical e de cé-lulas mesenquimais do tecido do cordão umbilical, concluiu em abril de 2011 um investimento de 2,5 milhões de euros na construção e equipamento do primeiro laboratório 100% português e em insta-lações próprias destinado ao efeito. Nele já estão guardadas “21 mil amostras”, dispondo de “capacidade para receber 75 mil”, revelou à “Vida Económica” Sílvia Martins, administradora da Bebé Vida.

Fundada em 2004, a Bebé Vida iniciou a sua atividade em 2005 como a segunda empresa no setor a surgir em Portugal e com capital 100% português, sendo accio-nistas um conjunto de profissionais ligados às áreas da saúde, da biotecnologia, econo-mia, biologia e direito. Em 2010, a empre-sa passou a permitir aos clientes a conser-vação do fragmento do cordão umbilical por 20 ou 25 anos, explicou, por seu lado, João Sousa, diretor do laboratório. Dis-põem, aliás, de um seguro para cobertura das amostras criopreservadas com um ca-pital de 24 milhões de euros.

Questionada pela “Vida Económica” sobre o fim do banco público de criopre-servação de células estaminais, a Lusocord, e se a Bebé Vida estaria aberta a receber as amostras a ele doadas, Sílvia Martins e João Sousa revelam já ter feito “uma abor-dagem ao secretário de Estado da Saúde”, mas sem feedback. “Ficaram de avaliar a situação”, dizem. Certo é que têm “espaço para armazenamento” e estão “disponíveis para desenvolver com o Estado uma parce-ria” a esse nível.

O setor da agricultura cresceu 2,8% em 2011, as exportações têm vindo a subir e, mês após mês, há, em média, 240 jovens a instalarem-se como empresários agrícolas, realça o presidente da Confagri (Confederacão Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal). Em entrevista à “Vida Económica” no dia da realização do seu congresso, Manuel Santos Gomes deixa um recado ao Governo: “É preciso salvaguardar os interesses estratégicos do país na nova PAC”.TERESA [email protected]

Vida Económica – Quais são as mu-danças necessárias nas cooperativas agrícolas em Portugal? A profissionali-zação da gestão é um caminho?

Manuel Santos Gomes - As cooperati-vas têm um papel decisivo no desenvolvi-mento agrícola, nem sempre conhecido e valorizado. Desempenham um importante papel na concentração da produção e na criação de valor acrescentado. Apesar de terem um peso significativo nas principais produções (43 % no vinho, 62 % do lei-te e 36 % do azeite), o setor necessita de melhorar a sua competitividade, pois o mercado agroalimentar é, como sabemos, extremamente exigente. Essa melhoria engloba várias vertentes, das quais desta-caria o aumento da dimensão económica, a possibilidade de adoção de modelos de governação mais ágeis e, tal como refere, o reforço da profissionalização da gestão. Neste sentido, iremos apresentar ao con-gresso o estudo que fundamenta as pro-postas que em breve apresentaremos ao Governo, visando a implementação de um Programa Estratégico de Consolida-ção e Desenvolvimento das Cooperativas Agrícolas, a enquadrar no próximo quadro comunitário de apoio.

VE - Os três ex-ministros da agricul-tura (Arlindo Cunha, Sevinate Pinto e António Serrano) vão debater neste congresso o futuro da agricultura em Portugal. Ela tem futuro?

MSG – Sim, estamos convictos que a agricultura tem futuro em Portugal. O setor cresceu 2,8% em 2011, as exporta-ções têm vindo a subir e, em cada mês,

há uma média de 240 jovens a instala-rem-se como empresários agrícolas. São sinais promissores e um estímulo para que o setor seja alvo de políticas que o enquadrem e apoiem. Nos subsetores, destacaria a dinâmica verificada no vi-nho, azeite, frutas e hortícolas, milho, leite e noutras áreas da atividade pecu-ária que têm vindo a demonstrar uma evolução muito positiva, seja ao nível das produtividades (leite, milho e toma-te para indústria, por exemplo), seja na qualidade da produção e capacidade ex-portadora (vinho, azeite e algumas pro-duções hortofrutícolas).

VE - Estamos em pleno processo de negociação da futura Política Agrícola Comum (PAC 2014-2020) e o setor do leite deverá ser um dos mais penaliza-dos. Acredita que Portugal vai manter

os apoios financeiros do atual quadro(2007-2013)?

MSG – As propostas da Comissão Eu-ropeia ficaram muito aquém do necessá-rio, nomeadamente na convergência dosapoios diretos entre Estados-membros (o designado primeiro pilar da PAC). Poroutro lado, receamos que as restriçõesorçamentais que se perspetivam limitemfortemente a capacidade de atingir os ob-jetivos enunciados pela própria Comissãopara a futura PAC. No entanto, o processo negocial ainda não terminou. Esperamos que as propostas do Parlamento Europeupossam melhorar e corrigir as da Comissão e que o Governo português mantenha uma posição negocial forte, que salvaguarde osinteresses estratégicos do país e a viabilida-de futura dos setores mais penalizados, no-meadamente o leite, os cereais de regadio eo tomate para a indústria.

MANUEL SANTOS GOMES, PRESIDENTE DA CONFAGRI, EM ENTREVISTA

“A agricultura tem futuro em Portugal”

“Vamos apresentar ao Governo um Programa Estratégico de Consolidação e Desenvolvimento das Cooperativas Agrícolas”, revelou Manuel Santos Gomes à “Vida Económica”.

A Bebé Vida está “disponível para uma parce-ria com o Estado” quanto ao banco público, disse à “Vida Económica” Sílvia Martins.

Masterclass com Ohad Talmor, Miles Okazaki e Dan Weiss No âmbito da licenciatura em Jazz e Música Moderna, realizou-se na Universidade Lusíada de Lisboa uma masterclass com Ohad Tal-mor (saxofone), acompanhado por Miles Okazaki (guitarra) e Dan Weiss (bateria). Este tipo de evento tem-se revelado determinante na formação dos músicos, uma vez que põe os alunos em contacto directo com especialistas.

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 31

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Trata-se, em suma, da nostalgia criada pe-los ‘mass media’, fazendo “o que em ma-rketing se designa por ‘product placement’ ou fazer com que as pessoas criem laços com o destino”.

Mercado dos EUA em crescimento

Segundo o Turismo de Portugal, os Es-tados Unidos foram o mercado que mais cresceu a nível de entradas no país, nos pri-meiros seis meses de 2012. Nesse período, o número de norte-americanos que fi cou alojado em hotéis cresceu 7,5% em relação a 2011, para um total de 135.012 hóspe-des, o que faz com que este mercado seja o nono mercado principal para Portugal.

A nível de receitas, Portugal deu um sal-to de 17,5% no mesmo período para 180 milhões de euros, sendo os EUA o sétimo maior mercado em termos de gastos. O número de dormidas totais por americanos aumentou 5,2% no mesmo período, para 292.472.

Segundo aquela responsável, “a nostalgia são fl ashes de memória, onde se guardam imagens que agradam, podem ter sido vi-vidas, contadas, observadas em fotos, em fi lmes, documentários” ou outros meios.

Operacionalizar nostalgia

Na prática, a nostalgia “pode ser defi nida como um sentimento complexo positivo equilibrado, emoção ou humor produzi-do pela refl exão sobre as coisas associadas com o passado”, complementa Áurea Ro-drigues. Esta pode ser de índole pessoal, interpessoal, cultural e virtual.

Os dados são a súmula do estudo “Nos-talgia – fator de atratividade e fi delização turística de destinos”, que incidiu particu-larmente sobre o mercado norte-america-no, mas pode ser replicável em outros mer-cados ligados à diáspora portuguesa.

Assim, segundo Apolónia Rodrigues, “importa reter que existem os portugueses

de primeira geração que vêm visitar as fa-mílias”, no que designa por “diáspora alen-tejana”, mas também de “outras regiões do país para poderem aproveitar o viver “nostalgicamente” tradições nacionais”. Também os portugueses de “segunda e ter-ceira geração podem ter o contacto com as tradições do país natal dos antepassados”.

No caso da reserva Dark Sky, a oferta será operacionalizada através do conceito ‘My Story, My Moment’. Neste campo “estamos a trabalhar a ligação do céu ao megalitismo com experiências a serem tra-balhadas à noite”, resumiu Apolónia Ro-drigues.

A oferta terá como base a “experiência pessoal de cada turista” e “a sua expecta-tiva de visita. A preparação do programa implicará sempre a interação entre nós e o turista”. Este produto destina-se a ser de-senvolvido em parceria com unidades de pequena e média dimensão “e que podem incorporar um conceito novo e uma forma diferente de fazer turismo e de transmitir novas experiências”.

No estudo efetuado, foi previsto que a disponibilidade a pagar de um turista norte-americano por este tipo de experiên-cia contempla o facto de que “o mercado norte-americano que viaja para a Europa apresenta as características dos mercados de longo curso”, sendo que apenas “20% dos norte-americanos têm passaporte”.

Estes “tendem a fi car mais tempo nos destinos como forma de rentabilizar o custo da viagem”, explicou Apolónia Ro-drigues. Contudo, “o nosso objetivo será sempre manter uma boa relação preço/ qualidade”.

MERCADO NORTE-AMERICANO É JÁ O SÉTIMO EM TERMOS DE GASTOS NO PAÍS

Alentejo cria oferta para potenciar diáspora

A oferta será operacionalizada através do conceito ‘My Story, My Moment’, ligando o céu ao megalitismo com experiências a serem trabalhadas à noite.

Aeroporto do Porto cresce 1,4% em OutubroO aeroporto do Porto recebeu em Outubro um total de 510.981 passageiros (+1,4%) e pro-cessou 4870 movimentos (-3,7%), quando comparado com o mesmo período do ano ante-rior. Quanto ao tráfego acumulado, teve um crescimento de 0,8% em passageiros e uma redu-ção de 3,2% em movimentos. Nos primeiros 10 meses do ano, serviu um total de 5.236.022 passageiros, mais 38.986 passageiros que no período homólogo de 2011.

TURISMO

32 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

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A atratividade do Alqueva para o mercado norte-americano pode conhecer um novo impulso através da oferta de um novo segmento turístico: a nostalgia. O número direto de potenciais turistas afetos ao mercado norte-americano supera 900 mil visitantes. MARC [email protected]

Este mercado é “formado pelos imi-grantes portugueses (que nasceram em Portugal), pelos luso-descendentes (os que nasceram já nos EUA e afi rmaram ser por-

tuguesa a sua “primeira ascendência”) e pe-los imigrantes portugueses que entretanto adotaram a nacionalidade americana. Existem mais mulheres do que homens, num ratio de género de 98,6 (cerca de 98 homens para cada 100 mulheres)”, referiu Apolónia Rodrigues, presidente da Rede de Turismo de Aldeia do Alentejo, à VE.

Este é o segmento a que apontam os responsáveis pela reserva Dark Sky, locali-zada no Alqueva e que procura explorar o segmento do astro turismo. Porém, aque-la responsável soma ao número apontado “cerca de nove milhões de potenciais turis-tas”, os quais são diretamente envolvidos no sentimento de nostalgia pelos 900.060 anteriormente identifi cados.

Mas existe um outro mercado poten-cial, “o qual depende da nostalgia virtual” e cuja propagação “está nas nossas mãos”.

Mercado norte-americano com potencial de nove milhões de turistas/ano.

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MARC [email protected]

A Douro Azul vai investir 54 milhões de euros no que desig-na projeto Douro Global para a construção de quatro navios--hotel, dois barcos rabelo, a aqui-sição de um novo helicóptero, a aquisição e recuperação do edifí-cio sede e centro de atendimento de clientes e seis autocarros de luxo para servir os clientes.

Na apresentação do projeto, Mário Ferreira, administrador da empresa, referiu que dois navios--hotel, batizados Queen Isabel e AmaVida, estão em fase de con-clusão, devendo ser entregues em Fevereiro de 2013.

Os dois novos navios, igual-mente adjudicados à Navalria, empresa do grupo Martifer, de-verão ser entregues em Março de 2014. A Douro Azul vai inves-

tir, nas duas novas embarcações, cujos nomes temporários são Vi-king I e II, cerca de 25 milhões de euros.

Estas novas embarcações têm já a ocupação assegurada até 2020, através de um contrato de sete anos celebrado com a em-presa americana Viking River Cruises, segundo Mário Ferrei-ra. A este propósito, o empre-sário sublinhou que os mercados

norte-americano, britânico e ale-mão são fundamentais para estesegmento: “Todos os dias 15 mil pessoas vão para a reforma; são os chamados ‘baby boomers’, que nunca fi zeram férias, têmdinheiro e querem conhecer o mundo”.

Este fenómeno continuará até2015, o sufi ciente para a entra-da no mercado de “quatro a seis novos navios por operador/ano”.

Douro Azul investe 54 milhões em projeto global até 2014Turismo recebe ‘career changers’

MARC [email protected]

A procura de novas alternativas de empregabilidade tem dado origem ao aumento da procura por forma-ções qualifi cadas na área da hotelaria e turismo. Trata-se de profi ssionais, qualifi cados como ‘career changers’, cujo passado profi ssional ou acadé-mico é oriundo de outras áreas.

Segundo Pedro Martins, Educa-tional Counselor da Laureate em Portugal, que oferece formação pós-graduada em Gestão Hotelei-ra, Turismo, Gestão e Economia, “o perfi l do ‘career changer’ pode ser muito variado, com idades en-tre os 26 e os 33 anos”, resumiu à VE. Pela sua própria experiência, os novos alunos vêm predomi-nantemente dos cursos de Direito, Relações Internacionais, Ciências da Comunicação, Psicologia, Nu-tricionismo ou Filologia.

Na sua perspetiva, Portugal “vai ter capacidade de absorver os novos profi ssionais” pela criação de oferta hoteleira, “mas terá que entrar em concorrência com os países vizi-nhos”. “Curiosamente”, e apesar da crise em países como Portugal, Itá-lia e Espanha, “o turismo continua a ser o setor com maior taxa de in-vestimento”, refere Pedro Martins.

Nota igualmente “um cresci-mento por profi ssionais desta área em regiões do mundo, com um crescimento muito grande, por exemplo, em países asiáticos e Mé-dio Oriente, onde a percentagem de crescimento está noutra dimen-são comparada com a Europa”. Atualmente, um de cada 12 postos de trabalhos no mundo está inseri-do nesta indústria, onde trabalham “quase 300 milhões de pessoas”.

Os valores das formações pós--graduadas podem variar de 16 mil euros para uma pós-graduação na Les Roches Marbella até 45 mil por um Master na Glion Suíça. Um curso pode ter um custo de 18 mil euros/ano em Marbella até 25 mil/ano na Suíça, normalmente com alojamento e alimentação in-cluídos.

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 33

Conhecidos prémios Best Of Wine Tourism 2013O Douro e Porto foram os grandes vencedores dos prémios interna-cionais de enoturismo. A Quinta do Vallado foi a grande vencedora com o prémio global na categoria Arquitetura e Paisagens, enquanto Quinta do Crasto e The Yeatman venceram os prémios regionais nas categorias Serviços de Enoturismo e Restaurantes Vínicos.

transavia.com com voos para verão de 2013A transavia.com já disponibiliza online voos com partida dos aeroportos do Funchal, Porto e Lisboa, a realizar entre 31 de março e 26 de outubro de 2013, com destino a Funchal, Porto, Lisboa, Paris e Nantes. As tarifas variam entre os 40 e os 100 euros.

Pedro Martins, Educational Coun-selor da Laureate em Portugal.

LISBOA 17 e 18 dezembro

Preços*: Público Geral: G 120

G 90 *+ IVA

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica – Patrícia Flores

E-mail: [email protected]

ENQUADRAMENTO: Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes a toda a

atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa é de extrema importância.

OBJETIVOS:

financeiros básicos

empresa

indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa.

Formador:

PROGRAMA:

operacional de cada área da empresa

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Uma empresa apresentou prejuízos fiscais nos exer-cícios dos anos de 2005 e 2006. Em 31 de dezembro de 2006 cessou a atividade em sede de IVA. Agora, du-rante o exercício de 2011 pretende reiniciar a ativida-de a fim de vender as exis-tências, liquidar o IVA e de seguida dissolver e liquidar a sociedade. Do lucro apura-do pode descontar os preju-

ízos verificados e declarados nos exercícios de 2005 e 2006?

Resposta do Assessor Fiscal:Verificado qualquer dos eventos previstos no artigo 34.º do CIVA, determinantes da cessação de actividade para efeitos deste imposto, é de concluir que o sujeito passivo perdeu a personalidade jurídica e tributária como sujeito passivo do imposto, na aceção da alínea

a) do n.º 1 do artigo 2.º do respetivo Código, sem prejuízo de manter essa personalidade para efeitos de IRC enquanto não se verificar o registo do encerramento da liquidação por ser esse o momento em que se considera extinta a sociedade, conforme disposto no n.º 2 do artigo 160.º do CSC (alínea a) do n.º 5 do artigo 8.º do CIRC).Neste sentido, não poderá realizar operações tributáveis sem que volte a declarar o

reinício da atividade, sob pena de transgressão.Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício, só podem ser deduzidos aos lucros tributáveis, havendo-os, de um ou mais dos quatro exercícios posteriores (n.º 1 do artigo 52.º do CIRC), ou seja, em circunstâncias normais, os prejuízos de 2006, apenas poderiam ser deduzidos até 2010.

Parlamento Europeu quer maior coordenação fiscal

NOVEMBRO

Até ao dia 30

Liquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no presente mês.

Entrega dos pedidos de restituição IVA su-portado pelos sujeitos passivos no ano civil anterior ou no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro, nos termos do Decreto-Lei nº 186/2009, de 12 de agosto.

DEZEMBRO

Até ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de outubro. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efetuadas nesse mês.

Até ao dia 15

pessoas coletivas- 3º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) devido por entidades residentes que exer-cem, a título principal, atividade de natu-reza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento está-vel, com periodicidade coincidente com o ano civil.

pessoas singulares- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos atos praticados no mês anterior, susceptí-veis de produzir rendimentos.

- 3º pagamento adicional por conta da derra-ma estadual devido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável que tenham no ano anterior um lu-cro tributável superior a 1 500 000 J, com periodicidade coincidente com o ano civil.

IMI 2013Pagamento até 3 prestações

No decorrer da discussão do Orçamento do Estado para 2013 foi apresentada uma pro-posta no sentido de em 2013 os contribuin-tes poderem pagar o IMI em três prestações quando o montante a pagar ultrapasse os 500 euros.Este proposta pretende ser uma respos-ta ao facto de em 2012 o IMI ir sofre um aumento significativo por via do resultado da reavaliação geral de imóveis que está a decorrer e que tem levado ao aumento do valor patrimonial desses imóveis.No regime atual, o Código do IMI pode ser pago em duas prestações, em abril e setem-bro, desde que o valor a pagar ultrapasse os 250 euros. Se a proposta vier a ser aprovada, em 2013 o IMI de montante inferior a 250 euros será pago numa única prestação, em abril, se o valor a pagar for superior a 250 euros, mas inferior a 500 euros, será pago em duas prestações, em abril e novembro e se o im-posto for superior a 500 euros será pago em três prestações, nos meses de abril, julho e novembro.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

34 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

terá de passar por BruxelasMedidas de incentivo ao investimento como a redução para 10% do IRC é uma matéria que tem de ser discutida a nível europeu, considera László Andor, comissário europeu do Emprego. No caso da aplicação de medidas que visem revitalizar a indústria, “terá de beneficiar todos os Estados-membros”, acrescentou.

O Parlamento Europeu adotou há dias a sua posição sobre a futura União Económica e Monetária (UEM). O relatório, aprovado por 482 votos a favor, 160 contra e 35 abstenções, defende, entre outras medidas, o reforço da coordenação fiscal, a criação de um pacto social para a Europa e a sujeição da “troika” a um maior controlo democrático a nível europeu.

O Parlamento Europeu considera que

a sustentabilidade das finanças públicas a longo prazo passa também por uma tribu-tação justa, progressividade fiscal, boa or-ganização da cobrança de impostos, mais eficaz luta contra todas as formas de fraude e evasão fiscal, cooperação e coordenação fiscal com vista a limitar a concorrência fiscal prejudicial e um sistema fiscal bem concebido que promova o desenvolvimen-to empresarial e a criação de emprego.

Os eurodeputados propõem a criação de um “Pacto Social para a Europa” para promover o emprego dos jovens, o finan-ciamento adequado dos serviços públicos, salários dignos, um limite mínimo de pro-teção social, entre outros objetivos.

“Troika” deve responder perante o PE

A “troika” deve ser sujeita a um maior controlo democrático a nível europeu, sa-lienta o relatório. Os eurodeputados que-rem que a “troika” seja ouvida pelo Parla-mento Europeu antes de assumir funções, que seja obrigada a informá-lo e que se su-jeite ao seu controlo democrático.

Os presidentes do Conselho de Super-visão do Mecanismo Único Europeu e do Mecanismo Europeu de Estabilidade deverão também ser sujeitos a uma maior responsabilização democrática: o PE deve-

rá aprovar a sua nomeação e estes deverão informar regularmente a instituição parla-mentar.

O relatório, elaborado por Marianne Thyssen (PPE, BE), defende também o reforço do papel do comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Monetários e a criação de um tesouro pú-blico europeu, chefiado por um ministro das finanças europeu individualmente res-ponsável perante o PE.

Os parlamentos nacionais devem parti-cipar no processo de elaboração dos planos orçamentais e dos programas de reformas dos respetivos governos “antes da sua apre-sentação à União”, sublinha o documento.

Uma Europa verdadeiramente federal

“É chegado o momento de os dirigentes políticos da União e no seio da mesma da-rem provas de determinação, criatividade,

coragem, resiliência e liderança para eli-minar as deficiências ainda remanescentes, que continuam a impedir o devido funcio-namento da UEM”, lê-se no relatório apro-vado. O Parlamento defende que “deve ser dado um salto em frente para uma Europa verdadeiramente federal”.

Apesar de algumas das medidas pro-postas requererem alterações aos tratados, os eurodeputados consideram que tal não deve ser um obstáculo à célere aplicação do que pode já ser logrado no âmbito das re-gras em vigor.

Entre o que pode ser já feito a nível euro-peu, o PE destaca: uma maior coordenação no domínio da tributação (o instrumento da cooperação reforçada deve ser usado com maior frequência); a criação de um “pacto social “ para promover o emprego e garantir a proteção social; uma reforma para que o orçamento europeu seja finan-ciado exclusivamente por recursos pró-prios, aliviando os orçamentos nacionais.

PRÁTICA FISCAL

DEDUÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS DOS EXERCÍCIOS DE 2005 E 2006

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

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guida da sobretaxa extraordi-nária de 4% e do aumento das taxas marginais do imposto são as modificações com que terão maior impacte no rendimento disponível. Ainda no âmbito do IRS, as limitações à dedutibili-dade das despesas vão contribuir para a fuga aos impostos, afirma a maioria dos inquiridos (87%).

Impacto negativo nas empresas

No que diz respeito a outras medidas, 36% dos inquiridos entendem que o OE 2013 deve-ria contemplar ainda medidas de

apoio à competitividade da ge-neralidade das empresas e 15% entendem que deveria contem-plar os incentivos fiscais à atra-ção de investimento estrangeiro direto.

Nesta área que diz respeito ao impacto do OE no tecido em-presarial, o estudo da Deloitte avança que 62% dos inquiri-dos acreditam que o aumento dos impostos sobre as empresas pode colocar seriamente em ris-co o emprego em geral. O es-tudo avança ainda que, no que respeita ao IRC, os inquiridos concordam com o aumento da tributação, em dois pontos per-

centuais, para lucros entre 7,5 e 10 milhões de euros.

Neste que analisa a perceção e opinião dos inquiridos sobre o OE 2013, a maioria dos in-quiridos (71%) afirma ter um

conhecimento entre razoável a muito elevado da proposta do OE 2013, sendo que o nível de conhecimento aumenta nos agregados com rendimentos mais elevados.

ESTUDO DE OPINIÃO OE 2013 DA DELOITTE CONCLUI

Aumento dos impostos coloca em risco o emprego

Novas medidas de IRS provocam diminuição de mais de 10% do rendimento anual disponível.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 35

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As medidas apresentadas na proposta de Orçamento do Es-tado para 2013 vão piorar a si-tuação económica do país. Esta é a opinião generalizada dos participantes (75%) no “Estu-do de Opinião OE 2013” da Deloitte que analisa a perceção dos portugueses sobre o docu-mento.

Perspetivando 2013, nem os jovens estão otimistas neste es-tudo perante as propostas para o próximo ano, uma viragem face aos resultados do estudo do ano passado – altura em que 55% dos inquiridos consideravam que as medidas do OE iriam melhorar ou deixar o país na mesma.

Agora, a maioria dos inquiri-dos (59%) considera, aliás, que as medidas apresentadas vão muito para além do que seria necessário dado o estado da eco-nomia (no estudo do ano passa-do, as opiniões repartiam-se em 40% entre medidas “razoáveis” e que “vão além do estado da eco-nomia”).

De acordo com as afirmações dos inquiridos, as famílias mais pobres serão as mais afetadas. A classe média e as famílias sem distinção de classe seguem-se na lista para o próximo ano (em 2012, estes lugares eram ocupa-dos pela classe média, funcioná-rios públicos e reformados/pen-sionistas).

Situação financeira do agregado familiar vai agravar-se

Quando questionados sobre a situação financeira do seu agre-gado familiar, avança o estudo da Deloitte que a larga maioria de inquiridos (91%) considera que vai agravar-se, com 58% dos inquiridos a considerar também que o seu rendimento disponí-vel será afetado em larga escala (valor que aumentou 6% face a 2012).

Decorrente desta realidade, a maioria dos inquiridos (77%) admite reduzir o padrão de con-sumo e prevê-se um reforço de hábitos que já no ano passado começaram a ser adotados. A maioria dos inquiridos pretende, assim, focar-se mais em bens es-senciais, restringir o consumo de refeições fora de casa e optar por comprar em cadeias de descon-to. Mais pessimista está a faixa etária superior a 45 anos, com 81% a prever que o seu padrão de consumo diminua.

Uma das medidas analisadas mais de perto por este estudo é o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Face às alterações previstas para 2013 no que respeita à rubrica IRS, a maioria dos inquiridos (53%) admite que o seu rendimento anual disponível vai diminuir em mais de 10%.

A alteração dos escalões, se-

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No decorrer do exercício de uma atividade económica, poderão registar-se investimentos em equipamentos e imóveis cuja utilização só vem a ocorrer em data mais afastada no tempo. Por vezes, são fatores de ordem legal que vêm condicionar essa utilização diferida dos bens, como é o caso da necessidade de obtenção de licenças, ou outras autorizações. Noutros casos, serão fatores inerentes ao mercado, ou à obtenção de financiamentos que determinam o adiamento do uso de tais bens na atividade económica. Se os bens de investimento em causa não estão a contribuir, em determinado momento, para a realização de operações sujeitas a IVA e deste imposto não isentas, ou ainda isentas com direito à dedução, coloca-se a questão do momento da dedução do IVA suportado na aquisição de tais bens. Em regra, o direito à dedução dá-se no momento em que o IVA se torna exigível para o fornecedor dos bens e serviços.Tratando-se de transmissões de bens, o imposto é exigível no momento em que os bens são postos à disposição do adquirente, mas na medida em que terá de ser cumprida a obrigação de faturação, tal exigibilidade desloca-se para o momento da emissão da fatura, se tal suceder no prazo legal (5 dias úteis a contar da colocação dos bens à disposição). Mas o exercício do direito à dedução implica ainda que o adquirente do bem esteja na posse de um documento de faturação passado em forma legal, pelo que pode existir algum compasso de espera em relação à data da emissão da fatura até à sua efetiva receção.Com frequência, surge a questão sobre a possibilidade de exercer o direito à dedução do IVA suportado de um bem adquirido, em que há intenção da sua afetação a atividade tributada mas em relação ao qual, à data da dedução, ainda não existe uma utilização efetiva nessa atividade.Se pensarmos no ativo fixo em curso, ou seja, que ainda está a ser produzido, modificado ou adaptado para ser usado na atividade, não há muitas dúvidas sobre a legitimidade do exercício de tal direito à dedução.A incerteza da legalidade dessa dedução ocorre sobretudo se, à data da dedução, o bem de investimento estiver ocioso, ou seja, se estiver em condições para ser normalmente usado na atividade, mas ainda não se perspetiva num curto prazo o início da sua utilização, embora se mantenha a intenção de uso na atividade.A jurisprudência comunitária(1) tem vindo a pronunciar-se que o direito à dedução do IVA suportado em despesas de investimento é imediato, não se exigindo que os bens sejam imediatamente utilizados na atividade

1- Acórdãos doTJUE: de 14 de fevereiro de 1985, Rompelman, C-268/33; de 23 de abril de 2003, Puffer, C-460/6 e de 11 de julho de 1991, Lennartz, C-97/90.

económica à qual foram afetos.Para evitar situações abusivas ou mesmo fraudulentas, a legislação de IVA contém mecanismos que obrigam à liquidação do imposto caso, posteriormente, se dê, ao bem ou bens, uma utilização em fins alheios à atividade.Tal afetação a fins alheios, é assimilada a transmissão onerosa, determinando a liquidação de IVA sobre o preço de aquisição dos bens ou de bens similares, ou, na sua falta, o preço de custo, reportados ao momento da realização das operações.No caso do imposto suportado na aquisição de imóveis (quando tenha existido renúncia à isenção) ou em despesas de investimento em bens imóveis, o mecanismo “antiabuso” é mais complexo, pois procura evitar-se que, indevidamente, o sujeito passivo tenha benefícios por o bem ter estado inativo.E, para este tipo de bens (imóveis e despesas de investimento em imóveis), o procedimento é diferente: não há liquidação de IVA, mas sim regularização das quantias anteriormente deduzidas. Para se impedir que um imóvel fosse afeto a atividade tributada, apenas com a finalidade de deduzir o IVA suportado (ou na aquisição ou em despesas de investimento sobre tais imóveis) estabeleceu-se um prazo mínimo de permanência na atividade (atualmente 20 anos). Qualquer desafetação do imóvel dessa atividade no decurso desses 20 anos determina a regularização do IVA deduzido, na proporção correspondente ao tempo que falta para completar tal prazo (1/20 por cada ano).O direito à dedução será exercido no ano de aquisição do bem ou da conclusão das obras. Mas para efeitos de contagem do prazo de regularização de 20 anos, atende-se ao ano de ocupação do bem, ou seja, da sua efetiva utilização na atividade.Tomemos como exemplo um empresário em nome individual que realizou, em 2005, obras de beneficiação de um imóvel, sua propriedade. Apesar de a intenção das obras ter sido a adaptação do imóvel para aí instalar os seus serviços administrativos, só em 2008 foi possível realizar a mudança desses serviços, pelo que, nesse espaço de tempo, o edifício esteve devoluto. Em 2012, o empresário pretende afetar o imóvel à sua esfera particular. Apesar de o IVA das obras ter sido deduzido em 2005, o empresário deve iniciar a contagem do prazo de 20 anos, em 2008, ano em que se deu a ocupação/utilização do imóvel. Uma vez que a afetação a fins alheios se dá em 2012, então terá de regularizar, a favor do Estado, 16/20 do IVA deduzido respeitante às obras de adaptação. Portanto, ainda que não se exija o uso imediato do bem para se poder deduzir o IVA suportado, o sujeito passivo terá de estar em condições de provar tal afetação à atividade. Essa prova abrangerá, igualmente, o período em que o bem se mantiver ocioso.

Aquisição de bens de investimento e direito à dedução do IVA

ANA CRISTINA SILVACONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

Parlamento Europeu publica diretiva sobre sociedade anónimaO Parlamento Europeu deu a conhecer a Diretiva 2012/30/EU, relativa à coordenação das garantias que, para proteção dos interesses dos sócios e de terceiros, são exigidas nos Estados--Membros às sociedades, na aceção do artigo 54º, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. Em causa a constituição de sociedade anónima, bem como a conservação e as modifi-cações do seu capital social, a fim de tornar equivalentes essas garantias em toda a Comunidade.

Restauração não paga IVA referente ao terceiro trimestreA AHRESP dá conta que muitos dos seus associados não tiveram condições para saldar o IVA referente ao terceiro trimestre, devido a evidentes problemas de tesouraria. O que significa que arriscam fechar portas no muito breve prazo. A associação do setor da restauração insiste que o agravamento do IVA e o agudizar da crise económica estão a levar muitos estabelecimentos à falência. A realidade é dramática para este importante setor de atividade, já que o aumento daquele imposto não está a ser contabilizado na fatura final. Muitos restaurantes não querem perder os clientes, num momento de grandes dificuldades económicas.

CONTAS & IMPOSTOS

Programas de faturação têm de estar de acordo com novas regras em sede de IVA

Se o sujeito passivo estiver dispensado de possuir um programa informático certificado para emissão da sua faturação, nos termos do n.º 2 do artigo 2.º da referida Portaria, poderá emitir a sua faturação através de programas informáticos não certificados (se adquiridos antes de 1 de abril de 2012), manualmente em impressos de tipografia autorizada, ou através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas (faturas simplificadas).

As sociedades que não utilizam software de faturação e não possuem o ficheiro SAFT-PT estão obrigadas a adquiri-lo? As sociedades, e apenas estas, estavam obrigadas a utilizar faturação certificada?Os contribuintes individuais que utilizam máquina registadora podem continuar a utilizá-la, desde que a mesma imprima a fatura no modo simplificado para valores até 100 euros e no modo completo para valores superiores? Essa fatura não simplificada pode ser emitida em livro de faturação?A partir de 1 de janeiro de 2013, a emissão de faturas por um sujeito passivo deverá ser efetuada de acordo com os procedimentos previstos nos artigos 36.º e 40.º do Código do IVA (IVA), artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 198/90, de 19 de junho, e Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, atendendo às alterações previstas no Decreto-Lei n.º 197/2012 e Decreto-Lei n.º 198/2012, com entrada em vigor a 1 de janeiro de 2013, e ainda da Portaria n.º 363/2010 (com redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012). Haverá a referir que os Decreto-Lei n.º 197/2012 e Decreto-Lei n.º 198/2012, que introduziram alterações substanciais ao CIVA e legislação complementar, não implicaram qualquer alteração na forma de emissão de faturas, mantendo-se a possibilidade de emissão de faturação (faturas e faturas simplificadas) através de programas informáticos (certificados ou não), máquinas registadoras, balanças eletrónicas e manualmente em impressos de tipografia autorizada. Haverá, no entanto, que atender às obrigações previstas na Portaria n.º 363/2010, com redação dada pela Portaria n.º 22-A/2012, que não sofreu qualquer alteração com os referidos Decreto-Lei n.ºs 197/2012 e 198/2012. Se o sujeito passivo estiver dispensado de possuir um programa informático certificado para emissão da sua faturação, nos termos do n.º 2 do artigo 2.º da referida Portaria, poderá emitir a sua faturação através de programas informáticos não certificados (se adquiridos antes de 1 de abril de 2012), manualmente em impressos de tipografia autorizada, ou através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas (faturas simplificadas). A emissão de faturas simplificadas através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas apenas será possível desde que esses equipamentos cumpram os requisitos previstos no artigo 9.º da Portaria n.º 363/2010 (com redação da Portaria n.º 22-A/2012). Esses equipamentos deverão ainda possuir a capacidade técnica de se poder introduzir o número de identificação fiscal dos adquirentes nas faturas simplificadas emitidas nos termos do artigo 40.º do CIVA, nomeadamente quando esses adquirentes forem sujeitos passivos, ou não, o sendo, solicitem a inclusão desse NIF. Quando esses equipamentos (registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas) não tiverem a capacidade técnica para a introdução do NIF dos adquirentes, a entidade poderá optar por emitir faturas simplificadas manualmente através de impressos de tipografias autorizadas (numa série distinta), quando

os adquirentes forem sujeitos passivos, ou, não o sendo, solicitem a inclusão do NIF. O ficheiro normalizado de exportação de dados (SAFT-PT), previsto na Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março (e Portaria n.º 1192/2009, de 8 de outubro), será aplicável aos sujeitos passivos de IRC, que possuam faturação ou contabilidade organizada com recurso a meios informáticos, estando dispensados desta obrigação os sujeitos passivos de IRS, mesmo que com faturação ou contabilidade organizada por meios informáticos. Desta forma, se a entidade em causa estiver dispensada de possuir programa informático certificado para emitir a sua faturação (nos termos da referida Portaria n.º 363/2010, com redação da Portaria n.º 22-A/2012), e estiver a emitir essa faturação manualmente em impressos de tipografia autorizada, máquinas registadoras ou balanças eletrónicas, sem capacidade técnica de gerar o ficheiro SAFT-PT, estará dispensada de possuir a capacidade de emissão desse ficheiro SAFT-PT relativamente à faturação. No entanto, terá que ter capacidade para gerar o ficheiro SAFT-PT através do seu programa informático de contabilidade. Como se consta, a obrigação de possuir a capacidade de produzir o ficheiro SAFT para a faturação apenas se aplicará quando a entidade em causa estiver, ou for obrigada, a emitir a sua faturação através de programas informáticos, sejam esses programas certificados pela AT, ou não. No que toca à segunda questão, tal como referido acima, continuará a ser possível a utilização de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas para emissão da faturação. Todavia esses equipamentos apenas poderão ser utilizados para emissão de faturas simplificadas nos termos do artigo 40.º do CIVA, sendo que apenas se poderá emitir faturas simplificadas para transmissões de bens por retalhistas ou vendedores ambulantes a adquirentes não sujeitos passivos de valor não superior a mil euros, ou para outras transmissões de bens e prestações de serviços a qualquer tipo de adquirente de valor não superior a 100 euros. Quando a operação não se puder enquadrar nestas duas situações, a entidade terá sempre que emitir faturas nos termos do artigo 36.º do CIVA através de programas informáticos (certificados ou não) ou manualmente através de impressos de tipografia autorizada (dependendo das obrigações da referida Portaria da certificação de programas de faturação). Nunca será possível emitir faturas nos termos do artigo 36.º do CIVA através de máquinas registadoras, terminais eletrónicos ou balanças eletrónicas. Estará prevista a emissão de Portarias a regulamentar as alterações previstas nos Decretos-Lei n.ºs 197/2012 e 198/2012, bem como de Ofícios-Circulados com entendimentos e explicações de aplicações práticas dessas alterações.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

FISCALIDADE

36 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

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AQUILES [email protected]

Vida Económica – No livro “As contas políticamente in-corretas da economia portu-guesa” analisa as causas da crise portuguesa. Quais são?

Ricardo Arroja – Não quis escrever um livro demasiado cir-cunstancial, mas algo que combi-nasse os aspetos circunstanciais de um passado recente com uma perspetiva mais histórica e abran-gente do país. Assim, o livro tem uma chamada histórica que vai até ao período do Marquês de Pombal, ou seja, períodos em que também atravessámos crises de balanças de pagamento.

VE – Que factos destaca des-sa retrospetiva?

RA – Os elementos que me chamaram a atenção e que aju-dam a explicar o momento em que nos encontramos são, em primeiro lugar, um problema crónico na balança comercial que faz com que, tradicional-mente, as nossas exportações não cubram as importações. Pior, nos momentos de maior abertura, so-bretudo quando tivemos riquezas externas, como o comércio das Índias, o ouro do Brasil ou os fundos de coesão da União Euro-peia (UE), os défices agravaram--se. De certo modo, abdicámos de ter estrutura produtiva interna na agricultura, nas pescas e na indústria, o que nos levou a es-tar mais dependentes da produ-ção estrangeira e redundou nesta crise de pagamentos que temos. Um segundo elemento diz res-peito aos desvios orçamentais e à dívida do Estado. Em Portugal, nos últimos 40 anos, temos tido uma série consecutiva de maus processos orçamentais que levam a que as contas públicas estejam permanentemente deficitárias. É extraordinário que o último ano de contas públicas excedentárias seja anterior ao 25 de Abril. Na-turalmente que a dívida pública cresceu imenso. Naquela altura, rondava os 15% do PIB, hoje está estimada em 120% do PIB.

Outro traço característico da nossa economia é que, sempre que houve uma descentralização financeira do Estado, houve um descontrolo das contas públicas. Isso é visível nas últimas três dé-cadas, mas já não é de agora, de resto foi o Marquês de Pombal que criou o Tesouro Geral em 1761. É curioso que uma das me-didas criadas pelo Governo e pela “troika” para controlar as finanças públicas é precisamente a centra-lização da vida financeira na figu-ra do ministro das Finanças. Em suma, os dois traços principais que identifiquei são uma tendên-cia, sobretudo, em momentos em que recebemos riqueza externa, para abdicarmos de estrutura produtiva interna e importarmos consumo; e uma tendência para o descontrolo orçamental sempre que há descentralização financei-ra do Estado.

VE – Concorda com a centra-lização financeira do Estado?

RA – Eu estou de acordo com a centralização financeira do Es-

tado. O que se verifica também, é que este é um país com uma tradição de descentralização ad-ministrativa, a comunidade local tem um peso importante em Por-tugal. Os dois conceitos não são contraditórios. É possível ter uma centralização financeira do Esta-do, permitindo ao mesmo tempouma descentralização administra-tiva do Estado. Como proponho no livro, isto resolver-se-ia se to-dos os impostos fossem centrali-zados no Ministério das Finançase que a sua redistribuição pudesseser feita para as regiões em funçãodo PIB per capita de cada região.Isso permitiria um controlo das contas públicas ao mesmo tempo de um efeito de redistribuição quebeneficiaria quem menos tem.

VE – Em relação à balança de pagamentos, qual o desa-fio?

RA – Existe hoje em Portugal aideia de que as exportações serãoa panaceia da economia. O que

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 37

ECONOMISTA RICARDO ARROJA DEFENDE SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO MERCADO ÚNICO

“Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise”

“É possível ter uma centralização financeira do Estado, permitindo ao mesmo tempo uma descentralização adminis-trativa do Estado”, afirma Ricardo Arroja.

MERCADOS

PSI-20 (14.11) 5303,24

0,56% Var. Semana

-3,48% Var. 2012

Dow Jones 21/Nov .....12835,63

Var Sem ................................ 2,11% Var 2012 ................................5,07%

Nasdaq 21/Nov ...........2924,164

Var Sem ................................ 2,74% Var 2012 ..............................12,28%

IBEX 35 21/Nov .............7805,40

Var Sem ................................1,73% Var 2012 ...............................-8,88%

DAX 21/Nov ..................7184,71

Var Sem ................................1,17% Var 2012 ..............................21,81%

CAC40 21/Nov ............... 3477,36

Var Sem ................................2,28% Var 2012 ..............................10,05%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5050

5100

5150

5200

5250

5300

5350

8 Nov 9 Nov 12 Nov 13 Nov 14 Nov

O economista Ricardo Arroja defende a introdução de mecanismos que permitam a Portugal ultrapassar a crise em que está mergulhado. O autor do livro “As contas politicamente incorretas da economia portuguesa” acredita que a suspensão temporária do mercado único seria um desses mecanismos, ao permitir a substituição das importações por produção nacional. Para o economista (que é colunista da “Vida Económica”, ver página 42), “o caminho mais equilibrado é dar indicações à “troika” que todas as reformas vão ser feitas, mas, ao mesmo tempo, solicitar aos credores externos que permitam uma válvula de escape: um mecanismo, provavelmente de natureza fiscal, que permita dar prioridade ao investimento que é feito em Portugal”, refere Ricardo Arroja.

“A negociação honrada de que fala o Dr. Miguel Cadilhe vai ser o caminho a seguir”

(Continua na página seguinte)

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0,42% Var. Semana -0,005% Var. Semana 0,62% Var. Semana

-1,03% Var. 2012 -0,872% Var. 2012 2,71% Var. 2012

Euro/Libra 21/Nov ....0,8045

Var Sem ......................... 0,10% Var 2012 .........................3,58%

Euro/Iene 21/Nov .105,7450

Var Sem ........................ -2,01% Var 2012 ........................ -5,76%

Euribor 3M 21/Nov ...0,1900

Var Abs Sem ...................-0,001 Var 2012 .......................... -0,811

Euribor 1Y 21/Nov ....0,5820

Var Abs Sem .................. -0,002 Var 2012 ......................... -0,922

Ouro 21/Nov......... 1728,68

Var Sem ...................... 0,92% Var 2012 ...................... 9,66%

Prata 21/Nov ............32,29

Var Sem ...................... 2,40% Var 2012 .....................18,11%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (21.11) 1,2826 EURIBOR 6M (21.11) 0,3520 PETRÓLEO BRENT (21.11) 110,26

1.27

1.272

1.274

1.276

1.278

1.28

1.282

1.284

8 Nov 9 Nov 12 Nov 13 Nov 14 Nov

0.349

0.35

0.351

0.352

0.353

0.354

0.355

0.356

0.357

0.358

8 Nov 9 Nov 12 Nov 13 Nov 14 Nov107.5

108

108.5

109

109.5

110

110.5

111

111.5

112

8 Nov 9 Nov 12 Nov 13 Nov 14 Nov

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

concluí na análise histórica é que, sempre que houve crise de paga-mentos – e os períodos que mais se assemelham ao atual são o de Marquês de Pombal e o do fim da Primeira República –, existiu uma política de substituição de importações. Ou seja, as expor-tações são importantes, mas tem sido primeiro pela via da substi-tuição de importações e só depois pelo fomento das exportações que problemas como este têm sido resolvidos.

VE – Um pouco o contrário do que tem sido feito no pre-sente. Que avaliação faz da es-tratégia seguida pelo Governo?

RA – O problema é que hoje não temos instrumentos macro-económicos. Não temos política monetária e temos a questão de o mercado único europeu obrigar à livre circulação de bens e servi-ços. O mercado único é uma das coisas boas da integração euro-peia – não está em causa –, mas neste período, em que precisa-mos de estimular a substituição de importações, é um obstáculo, pois, no limite, precisaríamos de impor barreiras aduaneiras. Por-tugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise.

VE – Esse facto vai impedir ou, pelo menos, prolongar a re-cuperação?

RA – O programa da “troika” tem uma série de reformas estru-turais da economia, como a fle-xibilização do mercado laboral,

uma maior concorrência interna, a redução das rendas, entre ou-tras, que são essenciais para au-mentar a baixa competitividade da economia portuguesa. Aquele que me parece o caminho mais equilibrado é dar indicações à “troika” que todas as reformas vão ser feitas, mas, ao mesmo tempo, solicitar aos credores externos que permitam uma válvula de escape: um mecanismo, provavelmente de natureza fiscal, que permita dar prioridade ao investimento que é feito em Portugal. Não está em causa a origem do capital, seria todo bem-vindo. Isso iria permitir uma dinâmica de cresci-mento ao mesmo tempo que se implementam as reformas estru-turais e a austeridade orçamental, absolutamente essenciais. Tudo isto tem de ser negociado no quadro europeu. Se é possível ou não, cabe aos políticos aferirem. Sem este compromisso, receio que tudo o que nos vai sobrar vai ser a espiral recessiva.

VE – Vê vontade política na UE para haver essa válvula de escape?

RA – A situação na Grécia está perto da rutura e já se fala em novo “haircut”. [Tanto a grega como a portuguesa] são econo-mias cuja estrutura produtiva é muito menos competitiva que os parceiros europeus e que destruí-ram a capacidade produtiva nos últimos anos. A nossa produção agrícola baixou, em certos domí-nios, para metade, as nossas pes-cas baixaram para metade, a in-dústria desapareceu. Tudo aquilo que era a estrutura produtiva por-tuguesa entrou em colapso. Por-quê? Porque recebemos fundos da UE para nos modernizarmos e, no processo, fomos importan-do tudo o que a Europa produzia. Neste momento, precisamos de voltar a produzir cá dentro. En-quanto durarem os programas de austeridade, é do interesse da UE permitir que exista uma válvula

de escape, um mecanismo que permita tornar atraente do ponto de vista fiscal o investimento nos países mais afetados, para promo-ver o investimento, o emprego e o crescimento, contrabalançando o efeito recessivo da austeridade. Caso contrário, só há duas alter-nativas, ou avançamos para uma federação europeia – o que, à luz da história, é uma utopia – ou esta desigualdade entre os países da periferias e os países do centro vão agravar-se. Nesse cenário, as consequências políticas e sociais são imprevisíveis e por isso é que eu digo que é do interesse da UE que os países tenham essa válvula de escape.

VE – Posso concluir das suas palavras que, no estado em que a UE está, ou avança para um federalismo, que considera utópico, ou regride para uma menor integração?

RA – No livro faço justamente essa questão. A UE, nomeada-mente a Zona Euro, está peran-te um dilema: ou moeda única ou mercado único. Os dois são, neste momento, incompatíveis para Portugal, para a Grécia e, eventualmente, para a própria Espanha, pois falta a tal válvula de escape. Em Portugal, a nossa produção por hora são 17 euros, a média europeia é acima de 30 euros e no Luxemburgo esse valor é de mais de 60 euros. Quando as diferenças são desta ordem, não poderemos competir de igual para igual. Dir-se-á, vamos fa-zer reestruturações e apostar na educação. Façamo-lo, mas isso demora tempo. Entretanto, no curto prazo, o desemprego au-menta, temos recessão, falências, pelo que é preciso encontrar um equilíbrio. Este equilíbrio virá de menor integração ou IRC mais baixo ou barreiras aduaneiras ou mecanismos que permitam esses países saírem temporariamente da moeda única.

VE – Concordaria com uma saída negociada de Portugal do euro?

RA – Creio que os portugueses gostam do euro. Não vejo neste momento condições reunidas para, por nossa vontade, sairmos do euro. Acho, contudo, que, se a avenida for esta, mais dia, menos dia, vamos ficar mais sensibiliza-dos para soluções de rutura como essa. Uma saída negociada teria de envolver uma redenominação da nossa dívida em escudos. Essa

medida permitir-nos-ia, no curto prazo, reganhar competitivida-de e estimular a substituição de importações. No entanto, essa política teria de ser muito bem pensada, pois facilmente se pode-ria cair na tentação de fabricar di-nheiro, que, se não for controla-do, resulta em inflação. Daí que, neste debate entre moeda única ou mercado único, considero que seria menos turbulento e mais sustentável que pudéssemos sair temporariamente do mercado único ou termos medidas que re-plicassem isso. Os valores da dívi-da são assombrosos. Pelas minhas contas, a dívida oficial é de 120% do PIB, mas se a isso somarmos

o endividamento do setor empre-sarial do Estado, os encargos com PPP e os pagamentos atrasados do Estado, vamos para 170% do PIB, o que dá a cada cidadão por-tuguês 30 mil euros só à conta das dívidas do Estado (sem as dí-vidas pessoais). E se afunilarmos o campo de análise e tomarmos apenas em linha de conta só os cidadãos em idade ativa, então aí a dívida sobe para 55 mil euros por cidadão (sem as dívidas pes-soais). Sem crescimento, isto é impagável, pelo que alguma coi-sa tem de ser feita. A negociação honrada de que fala o Dr. Miguel Cadilhe vai ser, certamente, o ca-minho a seguir.

ECONOMISTA RICARDO ARROJA DEFENDE SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO MERCADO ÚNICO

“Portugal está carente de mecanismos

que permitam ultrapassar a crise”

(Continuação da página anterior)

“Tudo aquilo que era a estrutura produtiva portuguesa entrou em colapso”

Desconto de 10% na livraria

“online” Vida Económica

O livro “As contas politicamente incorretas da economia portuguesa”, que serviu de ponto de partida à entrevista com Ricardo Arroja, está à venda na livraria online Vida Económica (http://evida-store.pt/) com um preço especial de lançamento de 13,49 euros (desconto de 10%). Editado pela Guerra e Paz e, o livro é apresentado amanhã (dia 24, 18h00) na Fnac de Santa Catarina, no Porto, e no dia 10 de dezembro na Fnac do Colombo, em Lisboa. O prefácio da obra

é de Vítor Bento. “Ricardo Arroja procura desmontar

muitas das falácias argumentativas que se têm vindo

a afirmar como ‘verdades’ na discussão pública”, pode ler-se no prefácio.

“É do interesse da UE permitir que exista uma válvula de escape, um me-canismo que permita tornar atraente do ponto de vista fiscal o investimento nos países mais afetados”, afirma o economista.

“Enquanto durarem os programas de austeridade, é do interesse da UE permitir que exista uma válvula de escape”

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AQUILES [email protected]

Medidas de limitação ao pagamento com recurso a cartões bancários como a que a cadeia de supermercados Pingo Doce im-plementou trazem, no limite, um aumento dos custos das transações, de acordo com o country mananger para Portugal da Master-Card Europe, Paulo Raposo. Custos ineren-tes à utilização de numerário, como seguros, transporte ou, entre outros, a segurança são fatores de custos “que a generalidade dos consumidores e, até, dos comerciantes não perceciona”, disse à “Vida Económica”.

Paulo Raposo cita estudos que indica que pagar em numerário custa o triplo do que fazê-lo com cartões. “A MasterCard acredita que, para além do seu negócio, pode gerar uma externalidade positiva para a socieda-de, pois a utilização de meios eletrónicos de pagamento é muito mais vantajosa do que o ‘cash’. Existem provas disso, há vários estudos que demonstram que o custo de pagamentos

em ‘cash’ é em média, três vezes superior ao de pagamentos com cartão de débito. Além de que os meios eletrónicos de pagamento trazem mais transparência ao mercado, no-meadamente, ao nível da redução da econo-mia subterrânea”, afirma o country manan-ger para Portugal da MasterCard Europe.

A mesma fonte defende que “ações que ponham em causa este princípio são vistas com preocupação pela MasterCard e, de certa forma, entram em contradição” com o que se assiste em mercados de maior di-mensão. “Sem comentar a decisão do Pingo Doce em particular, a verdade é que obser-vamos esses fenómenos com preocupação e cremos que, mais cedo ou mais tarde, o mercado levará a fazer desaparecer os fatores que estiveram por detrás da decisão”, refere.

A razão apontada pela insígnia da Jeróni-mo Martins foi a redução das comissões por transação, uma cobrança que em que a Mas-terCard não intervém, segundo Paulo Ra-poso. “Os custos que refere, a chamada ta-

rifa de comerciante, são acordados entre os ‘acquirer’ e os estabelecimentos comerciais e no qual a MasterCard não tem qualquer vantagem económica, pois não intervém no processo, nem tem qualquer ganho”, afirma.

Pico no uso de cartões em Portugal

Entretanto, o uso de cartões de débito em Portugal atingiu o ponto mais alto dos últi-mos cinco anos, segundo o estudo “Com-portamento Financeiro dos Particulares em Portugal”, divulgado esta semana pela MasterCard. Com efeito, segundo aquela análise, tanto o número de cartões de débito como a sua utilização, continuam a crescer em Portugal: 89,1% dos portugueses com mais de 15 anos possui um cartão de débito, e 97,4% usa-o regularmente. Há cinco anos que há um aumento contínuo da penetra-ção de cartões de débito, sendo que a subida deste ano foi a mais alta desde 2008 (mais 2,3% face a 2011).

BdP apela à construção de novo modelo socialO governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defende que o país necessita de repensar o modelo social que está a ser seguido e que já deu provas de não se adequar à nova realidade. Considera que é fundamental “atacar os problemas de fundo”, como são os casos da produ-tividade, da competitividade, da criação de emprego ou de crescimento económico. Adianta sobre esta matéria: “Precisamos de encontrar um novo modelo social em torno do modelo de desenvolvimento e depois de o ajustar.” E refere ainda que se trata de uma reflexão que não pode continuar a ser adiada.

Produtos financeiros complexos com regras mais exigentesOs produtos financeiros complexos têm regras mais apertadas, com o objetivo de aumen-tar a sua transparência para os consumidores e reduzir os riscos que lhes estão associados. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários deu a conhecer um novo regulamento,com destaque para sinalizadores gráficos, os quais alertam para o nível de risco associadoàs várias aplicações. Trata-se de tornar mais compreensível este tipo de produtos para os investidores, numa altura em que aumentam as preocupações com os produtos financei-ros complexos.

MERCADOS

O Eurogrupo realiza esta semana uma nova reunião, onde o tema central voltará a ser a Grécia. Com o relatório final da “troika” sobre o país ainda por concluir, a reunião da semana passada revelou- -se inconclusiva. Aliás, o presidente do eurogrupo já mencionou que poderia ser necessário um terceiro encontro antes do final do mês. O que poderemos então esperar da reunião desta semana?

O Governo tem feito um enorme esforço para implementar as medidas exigidas pela “troika”, com resultados em termos da redução do défice primário orçamental (isto é, excluindo os juros da dívida pública). Ainda recentemente, aprovou medidas de austeridade no montante de 13,6 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 7% do PIB da Grécia. Não só a instabilidade política e social tem aumentado à medida que mais

cortes e reformas são anunciadas como a ausência de crescimento económico tem sido um importante obstáculo à consolidação orçamental. Por outro lado, o país continua a precisar de tornar a sua economia mais competitiva, um processo difícil e moroso, uma vez que implica que os preços locais tenham de cair face aos preços internacionais. Fazê-lo num ambiente de taxas de câmbio fixas no interior da zona euro não se afigura uma tarefa nada fácil. Uma redução do peso do setor governamental e uma maior importância da área exportadora poderão ser importantes para a concretização desse objectivo.

Parece existir um enorme debate no seio da “troika” em como tornar a dívida do país sustentável. A Comissão Europeia pretende adiar o prazo para atingir um nível de 120% de dívida pública para o PIB de 2020 para 2022. O FMI é contra

este adiamento, defendendo que serão necessárias outras medidas para tornar sustentável a dívida pública helénica.

Os mercados financeiros parecem acreditar que uma nova restruturação irá ser necessária. Tendo em conta que cerca de 70% da dívida está na posse do chamado setor oficial (empréstimos do FMI, obrigações detidas pelo BCE ou empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), concluiu-se que a decisão será essencialmente política. Com eleições na Alemanha marcadas para 2013, esta decisão deverá tornar-se ainda mais difícil. Outras opções poderiam ser (i) cortar as taxas de juro pagas pelo país aos detentores de obrigações (já que estes representam uma parte importante do défice total); (ii) conceder um empréstimo à Grécia para que o governo local possa realizar uma operação de recompra de parte das

obrigações na posse do sector privado (a desconto do valor nominal) e (iii) entregar os ganhos nas obrigações soberanas da Grécia detidas pelo BCE e pelos bancos centrais dos diversos países da Zona Euro.

De qualquer forma, o assunto mais importante no curto prazo será libertar a próxima parcela de financiamento ao país. Ao abrigo do segundo programa de resgate, a Grécia deveria ter recebido 31,2 mil milhões de euros no 2º trimestre de 2012, 5 mil milhões de euros no 3º trimestre e 7,2 mil milhões de euros no 4º trimestre de 2012. Com o atraso na revisão do programa devido às duas eleições que se realizaram no país (em Maio e Junho), a Grécia ainda está à espera de receber a parcela referente ao 2º trimestre. Será agora?

TEXTO REDIGIDO NO DIA 20 DE NOVEMBRO DE 2012

Grécia: entre a recessão e a sustentabilidade da dívida pública

JOSÉ SARMENTOanalista de mercados da Fincor

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PAULO RAPOSO, DA MASTERCARD, AFIRMA À “VIDA ECONÓMICA”

Transações por meios eletrónicos mais baratas

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 39

O country mananger para Portugal da Mas-terCard realça também a redução da economia subterrânea com os cartões.

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MARC [email protected]

Segundo o relatório sobre o mercado angolano elaborado pelo Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, a que a “Vida Económica” teve acesso, “as prioridades do investimento público estão alinhadas com o Progra-ma de Investimento Público (PIP) pre-visto para 2012”, com a prossecução da “aposta na continuação da reconstrução nacional e no apoio ao desenvolvimento económico”.

Assim, o desenvolvimento de infraes-truturas ligadas aos setores da energia e água assumem particular relevância. Ali-ás, o documento nota que apenas cerca de 40% da população angolana tem aces-so a uma fonte de água adequada e 36% utiliza eletricidade proveniente da rede nacional de energia.

Outros programas de investimento adequam-se ao objetivo do desenvolvi-mento social, como a construção de ha-bitações sociais, construção e reabilitação de hospitais, escolas e outro tipo de infra-estruturas de cariz social.

O setor dos transportes e o desen-volvimento de uma rede de transportes “que permita escoar a oferta” são tam-bém outras prioridades de investimen-to, que dedica cerca de 86.962 milhões de kwanzas (cerca de 696,5 milhões de euros) a grandes projetos, com enfo-que na rede rodoviária. Destaque ainda

INVESTIMENTO PÚBLICO NAQUELE PAÍS ASCENDE A 700 MILHÕES DE EUROS

BPI aponta construção, água, energia e

como principais focos de investimento A construção de infraestruturas de cariz social, o desenvolvimento da rede de transportes rodoviários,os setores da água e energiae o comércio podem constituir oportunidadespara o investimentoem Angola. A estes junta-se ainda o setor agrícola.

As prioridades do investimento público angolano são a continuação da reconstrução nacional e do apoio ao desenvolvimento económico.

Martifer com perdas de 33 milhões de eurosA Martifer teve um resultado líquido negativo de 33 milhões de euros, nos nove primeiros me-ses, resultado que a empresa atribui ao impacto negativo de 11,3 milhões das provisões e perdas de imparidade, essencialmente de ativos fixos e clientes na Polónia e aos custos financeiros mais elevados. O EBITDA foi de 14,6 milhões, o que compara com menos 4,9 milhões em igual período do ano passado, refletindo o processo de reestruturação na construção metálica, com o encerramento da unidade na Polónia e alguma da capacidade produtiva em Portugal.

Fernando Nogueira presidente da Fundação Millennium bcpFernando Nogueira foi nomeado, com um mandato de três anos, presidente do conselho de administração da Fundação Millennium bcp. Para além do conse-lho de administração, institui-se o conselho de curadores, que integra persona-lidades de prestígio na sociedade portuguesa, a comissão executiva, o conselho internacional e um conselho fiscal.

MERCADOS

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para o setor agrícola, nomeadamen-te através do desenvolvimento de um programa de desenvolvimento do setor do algodão e do apoio às comunidades rurais.

Pagamento de atrasosrevitaliza PIB

Segundo os dados do BPI, o indicador de clima económico manteve-se, no se-gundo trimestre de 2012, no mesmo ní-vel (10 pontos) desde o mesmo trimestre do ano anterior, reduzindo a distância da média da série (16 pontos). Na aná-lise por setores económicos, verifica-se uma melhoria significativa das perspeti-vas do setor da construção, transportes e turismo como principais motores de crescimento do PIB não petrolífero, “be-neficiando do aumento do investimento público e da regularização do pagamento de atrasados”.

Na indústria extrativa a tendência é descendente desde o último trimestre de 2011, sendo identificados como princi-pais constrangimentos do setor “avarias técnicas a nível de equipamento e falta de mão-de-obra especializada”.

Por sua vez, o indicador geral de clima económico para as empresas ligadas ao comércio e à indústria transformadora manteve-se ou subiu ligeiramente no caso do comércio. “A falta de energia e água, o excesso de burocracia e as re-gulamentações estatais continuam a ser

Previsões para o crescimentode Angola (PIB,%)

2011 2012 2013

BPI (Abril 2012) 3.2 9.2 7.5

OGE 2012 1.7 12.8 -

FMI (Outubro 2012) 3.9 6.8 5.5

EIU (Setembro 2012) 3.4 8.0 7.0

Fonte: BPI

identificados como principais limitações a estas duas atividades”, refere o relató-rio.

Quanto ao setor petrolífero, prevê-se que a produção atinja os 1,8 milhões de barris por dia (mbd), acima da produção diária de 1,6 mbd registada em 2011. Segundo a AIE, a produção petrolífera manteve-se acima dos 1,7 mbd nos pri-meiros seis meses do ano, mas desceu no mês de Julho para 1,62 mbd. Maio foi o único mês em que a produção chegou aos 1,80 mbd.

Aliás, as perspetivas do FMI em relação à procura global de petróleo estão em li-nha com as afirmações da AIE, no seu úl-timo relatório mensal. A estimativa é que a procura não se altere significativamente face ao ano anterior, aumentando 0,9% em 2012 e 2013, em resultado de uma atividade global débil.

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rodovia

em Angola

Popular tem em curso ampliação de capitalO banco Popular tem em curso o processo de ampliação de capital. O valor pretendido ascende a cerca de 2,5 mil milhões de euros. O período de subscrição preferente para os atuais acionistas prolonga-se até ao final deste mês. O banco emite ações com os mesmos direitos que as atual-mente em circulação. Os acionistas significativos – como é o caso de Américo Amorim – ficarão com 17,26% do capital depois da respetiva ampliação, enquanto os minoritários terão uma participação de 44% no capital social do banco.

BCE revê em baixa previsões de crescimento para Zona EuroO Banco Central Europeu (BCE) reviu em baixa as suas previsões de crescimento para a Zona Euro, para 2012 e 2013, e em alta para a inflação e o desemprego. Os resultados da análise revelam uma quebra no PIB, ao mesmo tempo que se verifica um aumento nas expetativas de inflação, face ao boletim anterior do BCE. Também o desemprego é revisto em alta, o que signi-fica que o problema continua a agravar-se no espaço comunitário. Já as previsões de longo prazo para a inflação estão estabilizadas nos dois pontos percentuais.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 41

O PIB angolano deverácrescer 6,8% em 2012, “bastante abaixo”dos 9,7% anteriormente previstos pelo FMI

Concentração de importações num pequeno conjunto de parceiros comerciais: Portugal, China, Brasil e África do Sul

Economia espanhola vai influenciar negativamente a portuguesaVÍTOR [email protected]

As medidas fiscais e a evolução da economia espanhola vão influenciar ne-gativamente a economia portuguesa em 2013. As conclusões do “Observatório Económico” do research do BBVA re-ferem que a recessão em 2013 será mais profunda do que o inicialmente estima-do.

Aqueles analistas estimavam uma evolução negativa de 0,3% do PIB no próximo ano, mas as expetativas estão deterioradas e apontam para um cresci-mento negativo de 0,7%. Mesmo assim, este valor é melhor do que o esperado pelo Governo e por Bruxelas. O BBVA diz que o país irá beneficiar “de um cli-ma melhor nos mercados financeiros e de menores tensões devido às medidas anunciadas recentemente pelo BCE”.

A agravar a economia em 2013 estará a procura interna, que em 2012 contri-buirá com menos 5,4 pontos percen-tuais. A queda do consumo privado e público será muito forte este ano e um pouco mais moderada em 2013. Afirma a mesma fonte que a maior contração acontecerá no investimento, quer em 2012 quer em 2013, e sobre as expor-tações líquidas a expetativa é de conti-nuação, a contribuir positivamente para a economia, embora a um ritmo mais lento em ambos os anos.

Desalavancagem das famílias necessária

O BBVA frisa que a desalavancagem das famílias é necessária, dado que o de-sequilíbrio externo de Portugal na últi-ma década foi em grande medida expli-cado por uma taxa de consumo muito elevada. Sobre o mercado de trabalho, os analistas afirmam que este “ainda está a sofrer um difícil processo de ajusta-mento, com o desemprego a aumentar

progressivamente”.O BBVA diz que o OE de 2013 “é su-

ficiente para cumprir os objetivos, mas está fortemente concentrado no aumen-to da receita fiscal”.

O objetivo do défice para 2013 está nos 4,5% negativos, sendo que as medi-das de contenção e de receita adicional chegam aos 3,2% do PIB, ou seja, 5,3 mil milhões de euros. Aquelas medidas destinam-se a reduzir o défice em 0,5 pontos percentuais entre 2012 e 2013; a compensar algumas medidas tempo-rárias implementadas em 2012 e que equivalem a 1% do PIB; a um aumento

no pagamento de juros, com mais 0,1 pontos percentuais; e incluir 1,6% do PIB para a eventual deterioração do ce-nário macroeconómico.

Por último, a análise do BBVA afir-ma que a execução orçamental até setembro mostra uma melhoria em termos homólogos, mas que está sus-tentada na transferência do fundo de pensões da banca. A contenção do lado das despesas está condicionada a uma maior despesa com juros, enquanto do lado da receita há uma queda, devido a um impacto maior que o esperado na atividade económica.

Portugal é o maior exportador

O PIB angolano deverá crescer 6,8% em 2012, “bastante abaixo” dos 9,7% anteriormente previstos pelo FMI. Vá-rios fatores internos, incluindo “o perí-odo de seca que tem afetado a produção agrícola” e “o adiamento do projeto de produção de gás natural liquefeito”, bem como fatores externos, que englobam “o agravamento da crise financeira na Eu-ropa e o prolongamento de uma fase de menor crescimento nos EUA”, estão na origem desta revisão.

As exportações do país mantêm uma dinâmica positiva no primeiro semes-tre de ano, sendo a China destino de 49% dos produtos angolanos. Já as im-portações aumentaram de forma mais ligeira no primeiro semestre de 2012: 2,6% em termos homólogos. Estas in-cluem produtos agrícolas, alimentares, químicos e metais comuns. “Os par-ceiros comerciais com menor relevân-cia viram as suas quotas decair, o que indicia a concentração de importações num pequeno conjunto de parceiros comerciais” (Portugal, China, Brasil, África do Sul).

Em termos de importância, Portugal mantém o lugar cimeiro, sendo origem de cerca de 17% das importações angola-nas. Os produtos agrícolas, alimentares, químicos e metais comuns registaram maiores aumentos face ao semestre ho-mólogo.

O kwanza permanece estável, em par-te dado o nível robusto de reservas, per-to dos 30 mil milhões de dólares. Estas “ancoraram as expetativas de inflação”, sendo que o nível de preços quebrou a barreira dos 10% em Agosto último, mas “a médio prazo serão necessários esforços de redução de constrangimen-tos estruturais, de modo a diminuir os custos de produção e distribuição”, an-tecipa o BPI.

PREVISÕES MACROECONÓMICAS

Taxa a/a 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Consumo privado 1,3 -2,3 2,1 -4,0 -6,1 -1,4

Consumo público 0,3 4,7 0,9 -3,8 -2,6 -1,5

Formação bruta de capital fixo -0,3 -8,6 -4,1 -11,3 -9,6 -3,0

Existências (*) 0,0 -1,1 0,1 -0,5 0,2 0,0

Procura Interna (*) 0,9 -3,6 0,9 -6,2 -6,0 -1,7

Exportações -0,1 -10,9 8,8 7,6 4,2 5,1

Importacões 2,3 -10,0 5,4 -5,3 -5,1 1,3

Exportações líquidas (*) -1,0 0,6 0,5 4,6 3,5 1,4

PIB -0,1 -2,9 1,4 -1,6 -2,7 -0,7

Inflação 2,7 -0,9 1,4 3,6 2,7 1,2

Em % do PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Défice Orçamental -3,7 -10,2 -9,8 -4,4 -5,0 -4,5

Divida pública 71,7 83,2 93,5 108,1 118,8 121,4

Conta corrente -12,6 -10,9 -10,0 -6,4 -2,6 -1,9

(*) Contribuição para o crescimentoFonte: BBVA Research

A atividade bancária, no primeiro se-mestre, foi afetada, em larga escala, pelo agravamento dos contextos económico e político, tanto em Portugal como na área do euro, de acordo com a síntese infor-mativa da Associação Portuguesa de Ban-cos (APB). Os valores obtidos resultam da agregação dos valores de balanço e da demonstração dos resultados individuais de 33 instituições financeiras, de 36 que a associação representa.

“Não obstante a necessidade de reforço das imparidades para crédito, mais 1259 milhões de euros do que no primeiro semestre do ano passado, e para ativos financeiros, mais 98 milhões do que em período homólogo, e a consequente diminuição da rentabilidade das insti-tuições financeiras, o primeiro semestre ficou marcado por alguns aspetos posi-tivos”, adianta a APB. Desde logo, um aumento do rácio de capital core Tier 1

agregado para 11,4% – face a 9,5% nofinal do exercício anterior –, cumprindoos requisitos impostos pela EBA e peloBanco de Portugal.

Destaque ainda para a redução do ráciode transformação de 139%, no final doano transato, para 137,7%, no final doprimeiro semestre do presente exercício,e para a evolução positiva do “cost-to-in-come” de 12 pontos percentuais, em rela-ção ao primeiro semestre do ano passado.

Atividade bancária penalizada pelos contextos económico e político

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MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

O Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) realizou esta semana o último leilão de dívida do ano, através do qual “levantou” 2000 milhões de euros. Assim, foi colocada dívida a 3, 6 e 18 meses, sendo que as taxas exigidas pelos investidores se agravaram em todos os prazos, especialmente a 3 meses, em que passou de 1,366% para 1,936% (um agravamento de 42%). Não obstante, no conjunto das três emissões, o leilão resultou numa taxa média ponderada de 2,583%, ou seja, um valor inferior à taxa mediana de 3,350% conseguida ao longo do ano. Com este leilão, o Estado português emitiu dívida de curto prazo num total de 22000 milhões de euros em 2012.

O programa de financiamento da “troika”, mediante o qual Portugal tem recebido “tranches” regulares – ainda esta semana, foi aprovada a sexta “tranche”, no valor de 2500 milhões de euros –. não exclui a emissão de dívida de curto prazo, que é conduzida directamente pelo Tesouro português. Ou seja, formalmente, Portugal não está arredado dos mercados, e a prova está nos 22000 milhões que o IGCP já conseguiu emitir este ano. Agora, desses 22000 milhões de euros é

quase certo que, na sua esmagadora maioria, os compradores tenham sido entidades nacionais, muitas dos quais estão obrigadas contratualmente a fornecer preço, o que, substantivamente, coloca Portugal fora dos mercados.

No entanto, reconheça-se, o ano que agora está prestes a terminar foi positivo em matéria de gestão do crédito público. As emissões de curto prazo desta semana resultaram, todas elas, em juros inferiores a 3%, que comparam favoravelmente com os juros implícitos de uma importante emissão de longo prazo que vencerá dentro de um ano e que é transaccionada em mercado secundário. Esta emissão, com maturidade em Setembro de 2013 e que tem servido como barómetro da capacidade de Portugal regressar aos mercados, transacciona no momento em que escrevo com um juro implícito de cerca de 4%. Ou seja, para prazos em redor de 12 meses, tudo o que forem juros inferiores a 4% será necessariamente bom. Isto dito, e atendendo à inflação registada este ano, seria de esperar que a taxa de juro normal fosse de 3% ou um pouco mais. Por isso, tudo considerado, é de valorizar o trabalho

realizado em 2012 pela equipa do IGCP que, em geral, conseguiu taxas próximas da normalidade – a taxa mediana ao longo do ano foi de 3,350% – numa atmosfera macroeconómica que é tudo menos normal.

Não obstante a facilidade com que Portugal se foi financiando com estas emissões de curto prazo, os riscos permanecem latentes. Primeiro, as taxas conseguidas têm dependido substancialmente da acção do Banco Central Europeu, onde os bancos portugueses, por sua vez, se financiam para comprar dívida pública. Segundo, o simples facto de Portugal continuar com necessidades de financiamento de curto prazo desta ordem de grandeza, em cima dos 78000 milhões que a “troika” nos vai emprestando, revela a debilidade de toda a situação. É certo que parte destas necessidades de financiamento derivam da necessidade de refinanciar dívida passada, mas, ainda assim, é revelador. De resto, imagine-se só se Portugal ficasse sem este tipo de financiamento de curto prazo, as consequências que isso não teria! Enfim, tanto se fala nos 4000 milhões de euros que, supostamente, a refundação do Estado nos vai custar que, por vezes, nos esquecemos destes 22000 milhões ou dos

78000 milhões da “troika”. A dívida pública é hoje imparável e, nas circunstâncias actuais, infelizmente, é também impagável.

É por estas e por outras que a reestruturação de toda a dívida pública tem de entrar no domínio da agenda mediática. Como os leitores regulares desta crónica sabem, eu sou defensor do chamado reescalonamento, ou seja, um alongamento maciço dos prazos de reembolso, substituindo dívida pública antiga por outras novas emissões às quais estejam associados juros simbólicos. Não sou o único a pensar deste modo, a preconizar esta renegociação honrada, que, ainda recentemente, o Dr. Miguel Cadilhe também defendeu. A chave está na negociação, que ninguém nega ser de difícil execução, para que, mesmo reescalonando, Portugal não fique totalmente excluído do mercado internacional de financiamento. Mas no meu espírito não restam dúvidas: perante este desmando creditício, essa negociação tem mesmo de ser tentada.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SE-GUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Milhares de milhões

EspeculaçãoRICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

A N Seguros, empresa seguradora detida pelo grupo Montepio, está a desenvolver esforços para diversificar a sua oferta e garantir um efetivo controlo do risco. A empresa já representa um volume de negócios de 12 milhões de euros para o grupo Montepio, depois de ter passado por um profundo processo de reestruturação para fazer face à concorrência e a um mercado mais exigente. Nuno Serrano, diretor executivo da N Seguros, referiu que a seguradora está a entrar em novas valências, como é o caso do segmento da saúde.GUILHERME [email protected]

Vida Económica – Qual a atual situação que se vive no setor segurador, em geral?

Nuno Serrano – A atual conjuntura eco-nómica, quer nacional, quer internacional, tem tido algum impacto no setor segurador português, com maiores repercussões para o ramo Vida. Mediante uma conjuntura em que se assiste a um aumento do desemprego e a uma diminuição do investimento, natural-mente que se verificam efeitos diretos na re-dução do rendimento disponível e do consu-mo. Para o nosso setor – e em particular para os ramos Não Vida – estes efeitos significam, no essencial, uma redução da matéria segurá-vel, o que resulta num aumento de anulações de apólices e numa menor procura de cober-turas e de produtos facultativos.

VE – Como está estruturada e opera a N Seguros?

NS - A N Seguros é a seguradora dire-ta ou “low cost” do grupo Montepio. Foi

criada pela Real Seguros, mas com a venda desta à Lusitânia que, por sua vez, perten-ce ao Montepio, foi possível iniciar um profundo processo de reestruturação e de mudança com resultados muito positivos. A seguradora funciona via telefone e inter-net e disponibiliza, sobretudo, opções do ramo automóvel. Tendo em conta a gama de serviços e a forma de funcionamento, bem como os preços, destina-se a um pú-blico mais urbano – que lida bem com a tecnologia – e prefere não se deslocar aos balcões das companhias. A seguradora “low cost” tem como ramos de atividade os seguros automóvel, a proteção jurídica, a assistência, os acidentes pessoais e a saúde. A seguradora desenvolveu uma política de parcerias, entre as quais se destacam algu-mas entidades ligadas às camadas estudan-tis, tais como universidades e fundações da juventude ou com perfil mais generalista como a Fundação Inatel.

VE – Quais as mais-valias para os clien-tes e para o próprio grupo Montepio?

NS - O canal direto permite um funcio-namento a tempo inteiro e evita deslocações por parte dos consumidores, o que é muito valorizado nos tempos que correm. Por outro lado, através do canal direto tem sido segui-da uma estratégia de maior segmentação de produtos, isto é, destina-se a vários tipos de públicos. São criadas condições específicas de acordo com o público a que se destina. Para o grupo Montepio, trata-se de estar num nicho de mercado em franco desenvolvimento. Este é um segmento que já representa para o gru-po um volume de negócios anual na ordem dos 12 milhões de euros.

VE – Quais os principais desafios que se colocam à indústria dos seguros?

NS - Os principais desafios que se colocam à atividade seguradora, perante a atual con-juntura de dificuldades, respeitam à inces-sante procura de modelos operacionais e de investimento que resultem em ganhos de efi-ciência e de melhoria da qualidade do serviço

ao cliente. Por outro lado, a diversificação da oferta e o rigor na seleção do risco serão deter-minantes para o equilíbrio e a rentabilização das carteiras das empresas de seguros. No que se refere ao comportamento dos prémios e da sinistralidade, o próximo ano deverá ser mui-to semelhante ao atual exercício, em termos de setor e de atividade.

VE – O setor segurador é extremamente competitivo. Como defronta a N Seguros a concorrência?

NS - Na sua base e essência, os seguros obrigatórios são muito semelhantes entre si, independentemente do segurador que os co-mercializa. No entanto, cada produto tem um elevado potencial de adaptação e adequação às especificidades, necessidades e preocupações de cada cliente. Assim, é possível evitar a con-corrência baseada exclusivamente no preço se houver um trabalho rigoroso de análise e segmentação de clientes, rejeitando uma visão minimalista da oferta. Convém ainda referir, em termos de regulação, que o Instituto de Seguros de Portugal tem feito um trabalho

meritório e rigoroso no acompanhamento, controlo e regulação do setor. Quanto à N Seguros, importa notar que está inserida no grupo Montepio, sendo seu acionista único a companhia de seguros Lusitânia. Os princí-pios de mutualismo e responsabilidade social são transversais a todo o grupo e são um dos elementos diferenciadores, face à concorrên-cia.

VE – A N Seguros lançou um novo pro-duto. O que se pretende com o N Saúde?

NS - É um produto que dá resposta às ne-cessidades dos consumidores, tornando possí-vel o acesso a uma rede de hospitais e clínicas com mais de 14 mil prestadores. Os produtos de saúde são atualmente muito valorizados pelos clientes que procuram soluções simples e de baixo preço. Até agora disponibilizáva-mos apenas seguros automóvel e de aciden-tes pessoais, tendo decidido evoluir para este segmento. Com o lançamento do N Saúde pretendemos que os nossos clientes tenham acesso a serviços de elevada qualidade, a pre-ços acessíveis.

DE ACORDO COM NUNO SERRANO

N Seguros contribui com 12 milhões para o grupo Montepio

A crise traduz-se numa redução da matéria segurável, o que resulta num aumento de anulações e numa menor procura de coberturas e produtos facultativos, refere Nuno Serrano.

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Fundo Sierra vende centro comercial na AlemanhaO Fundo Sierra vendeu a sua participação de 100% no centro comercial Munster Arkaden, na Alemanha. Mas a empresa portuguesa mantém-se responsável pela gestão do centro. “Esta transação marca mais um passo na implementação da estratégia de reciclagem de capital da empresa, permitindo prosseguir com a expansão nos mercados em que estamos ativos e tam-bém para novos mercados emergentes, garantindo o crescimento sustentável. A Sonae Sier-ra mantém uma presença sólida na Alemanha”, de acordo com seu CEO, Fernando Guedes Oliveira.

Galp espera exportações de 4,2 mil milhões de eurosA Galp exportou já cerca de 3,5 mil milhões de euros em produtos refinados. Até ao final do exercício espera atingir os 4,2 mil milhões, de acordo com o presidente da petrolífera nacio-nal, Ferreira de Oliveira. A empresa não tem sentido os efeitos da crise, na medida em que se virou para o exterior. Entretanto, garante aquele responsável que o grupo vale cerca de 15 mil milhões de euros no Brasil. Considera essencial a compra por parte da chinesa Sinopec de 30% da Galp Brasil, de modo a estar preparada para os grandes investimentos na Bacia de Santos, naquele país.

MERCADOS

O Montepio Geral tem disponível um plano de poupança que garante aos seus associados uma bonificação em função do número de elementos do agregado familiar que integrem este plano. O produto tem o prazo de cinco anos e um dia, pode ser subscrito, no mínimo, com 150 euros, sendo 300 mil euros o valor máximo. Um casal que tenha, a título de exemplo, dois filhos, recebe uma TANB de 5,35%. Uma solução interessante a pensar no futuro.

MARTA ARAÚ[email protected]

A Poupança que Cresce ao Ritmo da Família

Chama-se Montepio Poupança Familiar 2012-2017, é exclusiva para associados do Montepio Geral – Associação Mutualista, e a lógica é interessante: quantos mais subcri-tores aderirem ao plano de poupança, maior será a bonificação atribuída. Ou seja, o valor da TANB cresce em função do número de elementos que pertençam ao mesmo agrega-do familiar.

O facto de o seu prazo ser de cinco anos permite, no presente, planificar o futuro com metas bem definidas, e não têm que ser mui-to elevadas. Fazendo jus ao lema mutualista do banco, que também tem raízes nos fortes laços que unem as famílias, é uma forma de juntar aqueles que moram na mesma casa e juntos, pensarem mais nas soluções do que nos problemas financeiros, em volta de uma TANB mais atrativa.

O seu período de inscrição é até ao pró-ximo dia 26 de novembro, sendo que a subscrição do capital é feita de uma só vez e através de uma entrega única. O seu valor mínimo é de 150 euros e o máximo é de 300

mil euros, isto no conjunto das subscrições das séries desta modalidade.

Um plano de poupança para o agregado familiar a pensar na qualidade da família dos nossos associados

O capital acumulado no Montepio Pou-pança Familiar 2012/2017 tem um rendi-mento mínimo anual capitalizado à seguin-te TANB: no 1º ano é de 4,20%; no 2º de 4,25%; no 3º de 4,30%. É no 5º ano que a bonificação indexada ao número de ele-mentos do núcleo familiar que aderiram ao plano, se faz sentir: se o plano for compos-to apenas por um elemento, a TANB é de 4,85%; por dois elementos é de 5,35%; por três elementos é de 5,60%; por quatro ele-mentos é de 5,85%; por cinco ou mais ele-mentos, é de 6,10%.

Neste âmbito, é importante ter em atenção

que apenas terão direito a esta taxa os subs-critores que mantenham ativo o seu vínculo associativo à data de vencimento da Série e não efetuem qualquer reembolso na subscri-ção, ao longo do prazo da mesma. Caso con-trário, a taxa garantida será de 4,38%.

No final do prazo, e apenas sobre o capi-tal acumulado das subscrições que se man-tenham ativas até essa data, ainda acresce a distribuição integral dos valores acumulados no Fundo de Reserva Especial.

Em caso de reembolso, por parte do subs-critor, o associado pode optar pelo recebi-mento total do capital acumulado ou trans-formá-lo total ou parcialmente em pensão anual vitalícia, sendo o pagamento da pensão efetuado em 12 prestações mensais. No caso dos beneficiários, e caso ocorra a morte do Associado Subscritor, os beneficiários tem di-reito, à data do falecimento, ao recebimento do capital acumulado existente nessa data.

A NOSSA ANÁLISE

Poupança do Montepio valoriza famílias numerosas

CONSELHOS

Muitos analistas consideram que não existem obstáculos jurídicos a que o Banco Cen-tral Europeu possa ter funções de supervisor da união bancá-ria europeia e, como tal, não é necessário alterar os tratados da União Europeia. Existe um artigo que prevê que o banco

central possa ter funções de su-pervisão.

A realidade é que existe uma frustração crescente por parte de alguns países, tendo em con-ta que não tem havido quais-quer avanços no sentido de uma união bancária assente numa supervisão comum e em me-

canismos europeus de garantia dos depósitos e de resolução de conflitos. Certo é que este pro-blema está para durar, já que vários países estão contra uma supervisão comum ao nível do setor financeiro. Alguns deci-sores políticos consideram que é necessário rever os tratados

se o novo regime de supervisão do BCE for aberto a países que não utilizam o euro. Afirmam que se coloca um problema, já que todas as decisões finais do BCE devem ser tomadas pelo Conselho dos Governadores, onde apenas os membros da Zona Euro possuem um direito

de voto. A Comissão Europeia já apresentou uma possível solu-ção. As decisões sobre a supervi-são bancária seriam tomadas por outro conselho, composto por membros de todos os países, e entrariam automaticamente em vigor, a menos que o Conselho de Governadores se oponha.

Não há obstáculo jurídico à criação de um supervisor bancário

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 43

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Fixing21.nov.12

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.2805 0.62% -1.54% -1.04%

EUR/JPY 105.49 3.42% 1.59% 8052.87%

EUR/GBP 0.8037 0.14% -1.22% -37.89%

EUR/CHF 1.2041 0.01% -0.47% -0.95%

EUR/NOK 7.3260 0.05% -1.23% -5.52%

EUR/SEK 8.6220 -0.05% 0.05% -3.25%

EUR/DKK 7.4574 -0.01% -0.02% 0.31%

EUR/PLN 4.1249 -1.26% -0.22% 218.80%

EUR/AUD 1.2358 1.15% -2.40% -2.87%

EUR/NZD 1.5741 0.53% -1.63% 21.66%

EUR/CAD 1.2774 0.26% -1.44% -1.28%

EUR/ZAR 11.4849 1.85% 0.99% 787.62%

EUR/BRL 2.6784 1.92% 1.56% 10.87%

Euro recupera, mas ainda frágil

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Desde meados de julho que o índice nacional vinha registando uma forte recuperação. No entanto, após o máximo de 6 meses registado no mês passado, os movimentos do PSI 20 têm vindo a demonstrar um menor momentum ascendente. Atualmente, o índice está com performance lateral, “balizado” entre os 5555 e 5200 pontos. A quebra da zona de suporte 5160/5200 pontos poderá pôr em causa os ganhos obtidos desde o segundo trimestre.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O índice alemão tem durante as últimas semanas demonstrado alguma incapacidade de continuar com a recuperação iniciada em Julho. Apesar de na semana passada o DAX ter cotado em valores abaixo dos 7200 pontos, o que quebrou o comportamento “lateral” entre os 7200 e 7500 pontos, esta semana, o índice anulou totalidade das perdas registadas na semana anterior. Este evento ilustra a dificuldade de aumento de força descendente, no entanto não é suficiente para afastar mais quedas de curto prazo. Uma visita aos 6900/7000 é ainda provável para o curto prazo.

As taxas Euribor têm vindo a estabilizar nos prazos mais curtos, continuando a recuar ligeiramente nos mais longos. As taxas com maturidades curtas já se aproximam de 0%, pelo que não têm espaço para descer muito mais, pelo menos se o BCE não cortar as taxas de depósito para valores negativos. Nesta altura ninguém está à espera de uma decisão tão arrojada por parte do BCE. Entretanto, mantém-se alguma incerteza quanto a um eventual novo corte das taxas de referência por parte do banco central, que reúne já para a semana. A nossa opinião continua a ser de que é pouco útil baixar a taxa de referência. Os depósitos junto do BCE, remunerados a 0%, continuam em níveis elevados — cerca de 240 mil milhões de euros — mas têm vindo a diminuir. O excesso de liquidez no sistema bancário da Zona Euro é ainda considerável, mantendo-se em torno dos J 650 mil milhões.

A agência Moody’s cortou o rating da França, de AAA para Aa1, justificando a decisão com a incerteza fiscal e com as condições económicas do país. Em janeiro, a Standard & Poors já havia procedido de forma idêntica. O mercado não sofreu grande impacto com a decisão da Moody’s, com os rendimentos das obrigações francesas a 10 anos a ficarem praticamente inalterados, mas pode aumentar o interesse dos investidores pelas obrigações alemãs, como fonte de refúgio após a downgrade da França. Outro factor que deverá influenciar o mercado obrigacionista é a falta de um acordo por parte do Eurogrupo, que ainda não aprovou o financiamento de J 44 mil milhões à Grécia. Em todo o caso, é improvável que a Grécia entre em incumprimento no curto prazo. O envolvimento do sector público em perdas na dívida (OSI – Official Sector Involvment) é um tema complexo e a evolução da

crise da dívida passará muito por aqui.Espanha conseguiu vender facilmente J 4,9 mil milhões em bilhetes de tesouro, a 12 e a 18 meses. Este valor ficou acima do objectivo de J 3,5 - J 4,5 mil milhões. Os rendimentos das obrigações a 12 meses ficaram nos 2,797% enquanto nos 18 meses fixaram-se nos 3,034%, abaixo do registado no último leilão. Portugal saiu com 3 linhas de 3, 6 e 18 meses, no que foi o último leilão deste ano, também com resultados positivos mas taxas mais altas do que nos últimos leilões comparáveis. (1,936%, 2,169% e 2,99%, respetivamente). A grande dúvida coloca-se para 2013, ficando por saber quando é que se testará o mercado para emissões com maturidade superior a 18 meses, situação que assinalaria o regresso efetivo do país ao mercado.

ANÁLISE PRODUZIDA A 23 DE NOVEMBRO DE 2012

Portugal e Espanha emitem com sucesso

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Os movimentos do Eur/Usd

no início do mês neutralizaram a tendência ascendente que vinha sendo registada desde meados de julho. Após duas semanas a regis-tar quedas, tendo cotado em va-lores abaixo dos 1,2670 dólares, esta zona forneceu suporte. O suporte conseguido permitiu ao Eur/Usd recuperar, sendo visível algum momentum ascendente. No entanto, este movimento não é suficiente para afastar mais que-das no médio prazo.

Eur/JpyEsta semana o Eur/Jpy regis-

tou fortes ganhos, tendo cotado em máximos seis meses. Este forte movimento surgiu após um teste à zona de suporte dos 100 ienes. Os

ganhos do iene reforçam a tendên-cia de alta verificada desde meados de julho, com os 105,63 ienes a ser a resistência actual. Caso esta seja quebrada em alta, a próxima resis-tência serão os 107,70 ienes.

Eur/GbpA tendência positiva do Eur/

Gbp está ainda intacta. A semana passada, verificou-se uma tentati-va falhada de quebra da tendên-cia de alta verificada desde mea-dos de julho. No entanto, a zona das 0,79/0,7950 libras ofereceu um sólido suporte. Não obstan-te, a possibilidade de quebra da tendência de alta não deve ser ex-cluída, pois apenas valores acima de 0,8150 libras representarão um indicador de aumento força da ascendente.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)21.novembro12 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.107% 0.108% -0.001 0.110% -0.003

3M 0.190% 0.191% -0.001 0.202% -0.012

1Y 0.582% 0.585% -0.003 0.634% -0.052

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

January 13 0.175%February 13 0.170%March 13 0.175%June 13 0.190%

September 14 0.450%March 16 1.040%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.163 0.2033X6 0.168 0.1781X7 0.333 0.3483X9 0.326 0.356

6X12 0.338 0.36812X24 0.641 0.661

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.412 0.4423Y 0.530 0.5605Y 0.894 0.9248Y 1.447 1.47710Y 1.725 1.745

Obrigações 5Y 10Y 6.52 7.89

4.59 5.720.93 2.180.44 1.433.70 4.840.85 1.860.68 1.680.19 0.74

Fontes: Reuters e IMF

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

1,275

1,282

1,245

1,205

Price

USD

1,21

1,22

1,23

1,24

1,25

1,26

1,27

1,28

1,29

1,3

1,31

16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26

Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12

5.548

5.160

4.400

Price

EUR

4.400

4.500

4.600

4.700

4.800

4.900

5.000

5.100

5.200

5.300

5.400

04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26

Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12

5.000

5.900

7.200

Price

EUR

5.200

5.600

6.000

6.400

6.800

7.200

S O N D J F M A M J J A S O N D

Q3 11 Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012

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Telecomunicações são exceção em ambiente negativo

Portugal Telecom, Zon Multimédia e Sonaecom têm sido exceções a uma dinâmica negativa dos mercados ao longo das últimas sessões. Os movimentos europeus, os receios nos EUA com o chamado “precipício fiscal”, ou o “pára arranca” das políticas europeias têm gerado sinais contraditórios nas economias e afugentado os investidores.

No mercado português, as áreas das telecomunicações têm beneficiado de análises positivas, mas também dos rumores recorrentes de uma possível fusão entre a Zon e a Sonaecom, com o objetivo de este grupo consolidar a liderança e responder às ofertas convergentes da PT. A retalhista Jerónimo Martins também tem ganho algum protagonismo, com os analistas a afirmarem que a recessão no país foi bem entendida pelos decisores estratégicos que, dessa forma, anteciparam o posicionamento no mercado doméstico da insígnia principal.

A recomendação do BBVA relativamente à Zon teve influência no mercado. Os analistas acreditam em receitas superiores a 86 milhões de euros para este ano e um resultado quase idêntico ao do período homólogo, situando-se nos 34 milhões de euros. O preço-alvo mantém-se nos 2,90 euros por ação, mas poderá subir aos 3,4 euros, caso se concretize a eventual fusão com a Sonaecom. Aqueles analistas acreditam na forte possibilidade de esse cenário passar a ser realidade.

A Galp Energia inverteu a tendência a meio da semana, com alguns investidores a avançarem para a tomada de mais-valias, muito embora o preço do crude continuasse em alta.

Mas os mercados estão preocupados com outro nível de informação. A questão europeia é sempre uma incógnita e, perante o silêncio ou o medo, a opção é não investir. A meio da semana ainda não era líquido que a Grécia tivesse a próxima parcela de 44 mil milhões de euros, desbloqueada. Por outro lado, o orçamento da União é uma incógnita, com o Reino Unido a insistir em cortes e Durão Barroso a alertar para o sacrifício que a UE terá de fazer a nível de políticas de crescimento. Isto significa que o tema “inclusão” dos países periféricos e menos desenvolvidos está a ficar para trás.

Mas a Europa ganhou uma nova preocupação, com a França a perder o rating máximo atribuído pela Moody’s. Diga-se de passagem que, desde o início do ano, quando a S&P fez o mesmo, este cenário era previsível. No entanto, o momento do anúncio foi particularmente penoso para os mercados. A meio desta semana, os títulos de dívida das maiores economias da Zona Euro, França e Alemanha, sofreram uma desvalorização, que se refletiu numa subida de mais de cinco pontos de base nas yields da dívida a 10 anos, comentaram os analistas do Millenniumbcp.

Portugal também esta semana foi aos mercados e não atingiu o êxito que pretendia. Colocou dois mil milhões de euros, com 1,2 mil milhões de euros a serem vendidos a 18 meses, mas teve de pagar um juro ligeiramente superior. A Corretora XTB comentava que “Portugal cedeu assim ao pessimismo que impera nos mercados financeiros, depois de preocupações na Zona Euro terem levado a uma correção na 3ª-feira de subidas significativas nos índices europeus e norte-americanos, de facto, a perda da classificação máxima da dívida soberana de França reavivou as dúvidas sobre os altos níveis de endividamento e a falta de crescimento na Europa”.

VÍTOR [email protected]

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0.553 -4.49% 2.000 0.528 -0.327 0.028 -- 19.750 -- 0.00% 21-11-2012 16:38:00

INDITEX 101.15 1.35% 102.750 59.380 3.886 4.370 26.029 23.146 1.58% 2.20% 21-11-2012 16:38:00

REPSOL YPF 16.33 7.22% 24.230 10.900 1.610 1.681 10.143 9.714 6.87% 5.20% 21-11-2012 16:38:00

TELEFONICA 10.16 0.25% 13.948 7.900 1.189 1.255 8.545 8.096 -- 0.00% 21-11-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 8.234 0.61% 12.920 7.975 1.276 1.172 6.453 7.026 16.76% 11.47% 21-11-2012 16:35:37

LVMH 129 2.67% 136.800 103.200 7.237 8.004 17.825 16.117 2.25% 2.34% 21-11-2012 16:36:29

BAYER AG O.N. 67.75 1.90% 70.500 42.380 5.424 5.928 12.498 11.436 2.44% 2.68% 21-11-2012 16:35:05

DEUTSCHE BK 32.815 -1.29% 39.510 22.110 3.768 4.453 8.734 7.391 2.28% 2.27% 21-11-2012 16:35:14

DT. TELEKOM 8.373 0.73% 10.060 7.688 0.585 0.672 14.356 12.497 8.34% 8.36% 21-11-2012 16:35:02

VOLKSWAGEN 151.25 6.29% 154.850 98.600 35.804 24.311 4.217 6.211 1.99% 2.22% 21-11-2012 16:35:12

ING GROEP 6.839 1.64% 7.580 4.440 0.969 1.154 7.058 5.926 -- 0.10% 21-11-2012 16:37:12

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1.361 -2.09% 1.490 0.945 0.172 0.167 7.913 8.150 1.47% 0.51% 21-11-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0.070 0.00% 0.141 0.047 -0.053 -0.006 -- -- -- 0.00% 21-11-2012 16:35:00

B.ESP. SANTO 0.755 -4.31% 1.055 0.434 0.053 0.082 14.245 9.207 -- 0.13% 21-11-2012 16:39:55

BANIF-SGPS 0.130 -4.41% 0.460 0.100 -0.330 -0.120 -- -- -- -- 21-11-2012 15:31:18

B. POP. ESP. 0.590 -1.67% 1.973 0.520 -0.327 0.028 -- 21.071 -- 0.00% 21-11-2012 16:13:46

BANCO BPI 0.817 0.49% 0.919 0.338 0.106 0.078 7.708 10.474 -- 0.00% 21-11-2012 16:37:53

BRISA 1.930 9.66% 2.785 1.620 0.094 0.086 20.532 22.442 -- 13.37% 21-11-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0.404 -0.25% 0.820 0.300 0.057 0.053 7.088 7.623 2.48% 3.22% 21-11-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1.540 1.32% 1.650 1.190 0.260 0.270 5.923 5.704 4.22% 5.20% 21-11-2012 14:05:51

CIMPOR,SGPS 3.200 -3.03% 5.700 2.930 0.370 0.430 8.649 7.442 5.19% 6.25% 21-11-2012 16:35:00

EDP 1.960 0.05% 2.518 1.628 0.291 0.269 6.735 7.286 9.44% 9.49% 21-11-2012 16:38:10

MOTA ENGIL 1.358 3.59% 1.439 0.951 0.163 0.213 8.331 6.376 8.10% 7.88% 21-11-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 12.375 3.04% 13.775 8.330 0.442 0.538 27.998 23.002 2.59% 1.87% 21-11-2012 16:37:34

IMPRESA,SGPS 0.290 0.00% 0.620 0.260 0.010 0.010 29.000 29.000 -- 0.00% 21-11-2012 16:13:47

J. MARTINS 14.180 3.09% 16.070 11.255 0.633 0.746 22.401 19.008 1.94% 2.19% 21-11-2012 16:37:48

MARTIFER 0.550 -5.17% 1.140 0.500 -0.115 0.020 -- 27.500 -- -- 21-11-2012 16:00:29

NOVABASE 2.160 -0.46% 2.350 1.610 0.235 0.240 9.191 9.000 1.39% 3.94% 21-11-2012 16:35:00

GLINTT 0.110 0.00% 0.160 0.090 -- -- -- -- -- -- 21-11-2012 16:20:16

P. TELECOM 3.680 -1.45% 5.103 3.003 0.337 0.367 10.920 10.027 23.64% 10.73% 21-11-2012 16:35:00

PORTUCEL 2.085 -1.65% 2.174 1.680 0.267 0.252 7.809 8.274 10.60% 8.49% 21-11-2012 16:35:00

REDES E. NAC. 1.990 0.05% 2.295 1.800 0.259 0.274 7.683 7.263 8.49% 8.49% 21-11-2012 16:35:00

S. COSTA 0.150 0.00% 0.440 0.140 -0.070 0.020 -- 7.500 -- -- 20-11-2012 20-11-2012

SEMAPA 5.096 -2.92% 6.035 4.602 0.948 0.903 5.376 5.643 5.00% 5.00% 21-11-2012 16:35:00

SONAECOM 1.430 3.62% 1.500 1.042 0.161 0.149 8.882 9.597 4.90% 4.27% 21-11-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0.578 -0.17% 0.592 0.366 0.050 0.058 11.560 9.966 5.73% 5.54% 21-11-2012 16:35:00

SONAE IND. 0.454 -9.20% 0.740 0.384 -0.267 -0.105 -- -- -- 0.00% 21-11-2012 16:35:00

SAG GEST 0.350 0.00% 0.520 0.280 -0.090 -0.010 -- -- -- -- 21-11-2012 16:35:00

TEIX. DUARTE 0.270 3.85% 0.310 0.170 -- -0.030 -- -- -- -- 21-11-2012 15:33:00

Z. MULTIMEDIA 2.633 2.65% 2.759 1.760 0.125 0.154 21.064 17.097 6.08% 6.34% 21-11-2012 16:35:00

Caixa Geral de Depósitos formaliza venda da HPPA Caixa Seguros e Saúde formalizou a venda da totalidade do capital social da Hospitais Privados de Portugal (HPP) à brasileira Amil participações. A operação envolveu um valor de 85,6 milhões de euros e exclui o parque imobiliário da HPP. A Amil é a maior empresa da área da saúde no Brasil, com mais de cinco milhões de clientes. Na área da prestação de serviços clínicos e hospitalares possui uma rede própria com 22 unidades hospitalares em operação e duas outras em construção.

Sonae Indústria reduz prejuízosA Sonae Indústria conseguiu reduzir os prejuízos líquidos de 49 para 28 milhões de euros, nos nove primeiros meses. O volume de negócios baixou 2%, para pouco mais de mil milhões de euros, em termos homólogos. Já a margem EBITDA recorrente recuou 0,4%, alcançando 7,6%, no período em análise. A dívida líquida do grupo reduziu 28 milhões, para 696 milhões de euros. No terceiro trimestre, importa notar que o volume de negócios desceu 6%, para cerca de 312 milhões de euros, enquanto o EBITDA apresentou uma quebra de 2,4%, para 20 milhões de euros.

MERCADOS

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portações. Há empresas portuguesas que estão a competir com sucesso no estran-geiro porque inovaram, criaram marcas e novos processos. Vamos ser otimistas. Isto é inovação e é preciso protegê-la.”

Segundo o mesmo responsável, “os in-dustriais portugueses têm maior consciên-cia dos benefícios da proteção da proprie-dade industrial, no entanto, ainda acontece muitas vezes o industrial criar um proces-so/marca e considerar o preço de proteger a marca um custo e é um investimento. Se crio uma marca e não a protejo, arrisco--me a que tenha sucesso e o primeiro que a regista é o seu proprietário, assim dita a lei em Portugal, e na maior parte dos países”, alerta o presidente da APCI.

César Bessa Monteiro, sócio fundador da sociedade de advogados PBBR, que foi o orador na conferência “Inovação e Prote-ção Internacional” organizada pela AESE, onde deu a conhecer os vários passos ne-cessários para proteger uma marca ou um processo a nível nacional e internacional, entende que “a propriedade industrial está dependente do grau de desenvolvimento e de investigação de um país”.

“Os setores mais desenvolvidos já procu-ram mais a proteção em Portugal, como é o caso dos vinhos, do vestuário, do calça-do, dos móveis, do software e, a nível das patentes, das ‘start-ups’ na biotecnologia. Seria necessário que o Governo levasse a cabo mais campanhas de sensibilização junto dos industriais para a necessidade de proteger o resultado da investigação por-que se arriscam a inventar um bom pro-cesso, ciar uma marca extraordinária, a in-vestir, e só se lembram de proteger quando exportam, e podem encontrar alguém que entretanto registou a marca”.

Contrafação é problema sério

Estudos da OCDE dizem que a contra-fação representa mais do que o PIB de 150 países. Independentemente do problema económico, César Bessa Monteiro enten-de que “a contrafação é um problema de saúde do consumidor quando falamos, por exemplo, de produtos farmacêuticos que vêm do Extremo Oriente e de alimentos para bebés”.

“As redes que se dedicavam ao tráfico de droga e outras condutas menos pró-prias passaram para a contrafação porque tem penas muito mais leves. Se infringir uma marca. tem uma pena máxima de três anos.”

“Lutar contra o crime organizado é com-plicado, mas, não obstante, tenho experi-ência de que a fiscalização e as entidades al-fandegárias atuam muitíssimo bem. Assim atuassem os tribunais porque a contrafação levanta problemas muito complicados. Em 2010, o valor da contrafação foi 50 mi-lhões de euros em Portugal”.

Em Abril de 2012, abriu o Tribunal da Propriedade Intelectual em Lisboa. “Va-mos ver o que vai dar. Até lá, toda a gente sabia que os processos iam para tribunal e demoravam anos porque era o Tribunal do Comércio, que tratava da propriedade intelectual, mas também das falências, dos direitos da concorrência, e era impossível conseguir fazer mais”, conclui

“Vinhos, vestuário, calçado, móveis, software e as ‘start- ups’ na biotecnologia são “setores que já procuram mais a proteção da propriedade industrial”, afirma César Bessa Monteiro. Mas “é necessário que o Governo leve a cabo mais campanhas de sensibilização para proteger o resultado da investigação”, acrescenta o especialista da PBBR.

DORA TRONCÃO [email protected]

Há uma relação direta entre a inovação e o crescimento sustentável, tanto a nível na-cional como europeu, sendo “fundamen-tal, em Portugal e na Europa, para sair da crise e promover o crescimento sustentá-vel, mudar o paradigma económico atual, baseado na política de baixos salários, para o paradigma da inovação, da investigação e criação de novos produtos”, defendeu Cé-sar Bessa Monteiro, advogado da socieda-de PBBR, atual presidente da Associação Portuguesa dos Consultores em Proprieda-de Industrial (APCI). “O PIB português está a crescer essencialmente devido às ex-

AIP faz balanço positivo da 16ª edição da FIC A 16ª edição da FIC – Feira Internacional de Cabo Verde, organizada numa parceria entre a AIP – Feiras, Congressos e Eventos e a Feira Internacional de Cabo Verde S.A., realizada na Ilha de Santiago, Cidade da Praia, encerrou com balanço positivo. Participaram 180 ex-positores provenientes de Cabo Verde, Portugal, Brasil, Espanha, Itália, Holanda, República Checa e China.

CÉSAR BESSA MONTEIRO, PRESIDENTE DA APCI, AFIRMA

“Setores mais desenvolvidos procuram a proteção da propriedade industrial”

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”Se crio uma marca e não a protejo, arrisco-me a que tenha sucesso e o primeiro que a regista é o seu proprietário”, afirma César Bessa Monteiro.

EMPRESAS

46 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012

Em 2010, o valor da contrafação foi 50 milhões de euros em Portugal

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Blog: www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

A crescente aldeia global com a morte da distância e desarmamento alfandegário, aumentou a concorrência entre as empresas, quer em quantidade, quer em qualidade.É como se um clube típico da 1ª divisão (Marítimo, Guimarães), passasse de repente sistematicamente a defrontar os da liga dos campeões (Real Madrid, Manchester, Bayern).Vencer requer não só mais esforço mas sobretudo muito maior qualidade: conhecimento de línguas, do mundo, de técnicas de gestão e sobretudo uma nova atitude. Que se os políticos não têm, muitos gestores também não.O departamento internacional de uma das maiores empresas portuguesas era (até há pouco tempo) chefi ado por uma pessoa que desconhecia… o inglês. Melhor dizendo, tinha para com o inglês a relação que um político brasileiro confessava ter com a sua mulher: conhecia, mas não dominava.Américo Amorim e Sebastião Alves falam de que por detrás do seu sucesso esteve o calcorrear o mundo: sair da sua zona de conforto. Algo a que muitos gestores portugueses têm abjeto horror. Eu sou Paiva e Pina: meter-me num avião?...André Jordan noutra entrevista diz que os portugueses não gostam de vender, porque como são muito orgulhosos têm pavor a que lhes digam… não.Em inúmeras empresas reina o NIA: Não Inventado Aqui, onde o presidente se rege sob o princípio do mais absoluto situacionismo: o que pode ser, já está; o que não está? Não pode ser. Quando se pondera uma inovação?: o mundo ainda não (nunca) está preparado.Daí a diferença da qualidade de gestão entre empresas portuguesas e (p.e.) as americanas. Um estudo de Reenen e Bloom no Quarterly Journal of Economics, conclui que a gestão em Portugal é francamente pior que a dos EUA, pelo que em consequência:- só 25% das empresas portuguesas têm

uma gestão melhor que a média dos EUA; e

- 14% das empresas portuguesas têm mesmo uma gestão pior que todas as empresas americanas.

Donde, há duas maneiras de melhorar a qualidade da gestão das empresas portuguesas:- um aumento uniforme da qualidade de

gestão de todas as empresas portuguesas; ou

- eliminar as 14% piores.A primeira requer a diminuição dos chamados custos de contexto: reformar o estado para ser mais célere e ágil, liberalizar mais fortemente as leis do trabalho, acelerar as decisões e execuções judiciais, etc.O “crowding out” dos 14%, signifi ca mobilidade económica e implica “level the playing fi eld”, isto é, não haver distorção das condições de concorrência. Porque se o ceteris for verdadeiramente paribus, o darwinismo económico encarregar-se-á de eliminar os 14%. O que passa por:- Diminuição signifi cativa (se não mesmo

eliminação) de todas as restrições à concorrência, de uma ponta a outra da sociedade portuguesa: horários, locais, características de funcionamento, etc.; e (novamente)

- Diminuição do peso do estado na economia, o qual com a sua presença cria sempre enormes riscos de:- confusão entre interesses particulares

e comuns;- (falta de) transparência fi scal e

(criação de) ilusão fi scal (ex: grandes projetos);

- trade-off de interesses entre o presente e o futuro (ex: ciclos políticos).

Porque como disse Reagan, “o estado comporta-se como um bebé: de um lado, um apetite insaciável; do outro, uma irresponsabilidade total”.Em síntese, a globalização fez com que muitos (nem todos) gestores portugueses atingissem o princípio de Peter, o nível da sua incompetência.Serviam para competir no mercado de Fangões ou ganhar quota de mercado na Bairrada. Hoje levam dez a zero quando comparados com os seus colegas de Londres, Nova Iorque ou Sidney.Daí (em parte) a produtividade. E as falências. Porque no fundo as empresas são como as árvores. Apodrecem a partir do topo.

Nº 1469 / 23 de novembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

O príncipio de Peter (e as só 25% de empresas competitivas)

NOTA DE FECHO

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COMUNICAR com IMPACTO

O número de trabalhadores com salá-rios em atraso aumentou em quase 150%, até ao fi m da semana passada, ascendendo agora a perto de 18 mil e com uma dívi-da superior a seis milhões de euros. O que signifi ca que quase 1600 empregadores es-tavam com os respetivos salários aos traba-lhadores em atraso.

A Autoridade para as Condições do Tra-

balho (ACT) registou dívidas à Segurança Social no valor de 1,1 mil milhões de eu-ros, menos 2,8% do que em igual período do ano passado. De salientar que, quando os salários em atraso resultam de situações de insolvência ou de situação económica difícil por parte das empresas, os trabalha-dores têm a possibilidade de recorrer ao Fundo de Garantia Salarial.

Número de trabalhadores com salários em atraso dispara

A Comissão Europeia avisou que even-tuais cortes no orçamento comunitário para 2014-2020 podem colocar em causa as políticas de crescimento e de compe-titividade. Durão Barroso fez questão de referir, em sede do Parlamento Europeu, que o orçamento da União é “o principal instrumento em termos de crescimento”.

Barroso tem contestado a posição dos países mais ricos, os quais querem cortes no orçamento europeu, considerando que 94% dos fundos se destinam aos cidadãos e às empresas de toda Europa. Para os pa-íses mais desenvolvidos também há bene-fícios, já que as suas empresas têm mais

possibilidades de crescimento. “A política de coesão não é apenas uma política para os mais pobres, é uma política para toda a União Europeia.”

Bruxelas avisa que cortes orçamentais podem travar crescimento

Os indicadores económicos de Setembro levantam sérias preocupações. Foi genera-lizado o recuo dos principais indicadores, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). A atividade económica apresentou uma quebra de 2,3%, em Se-tembro.

A contração foi mais acentuada na in-dústria, quer em termos de atividade quer de volume de negócios. Entretanto,

o consumo privado e o investimento ti-veram descidas consideráveis, no perío-do em análise, enquanto as exportações abrandaram e as importações acentuaram redução.

Em termos homólogos, o PIB teve uma descida de 3,4%, no terceiro trimestre, o que se traduziu no acentuar da tendência negativa que já se verifi cava nos três meses anteriores.

Atividade económica acentua tendência de quebra

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