Oração Comum 06 JAN 2013

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“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Colossenses 3.16). ecomendoo que vocês leiam um livro bem interessante, Worship Whithot Dumbing-Down, de Peter Toon, cujo subtítulo poderia ser traduzido como “Conhecendo Deus através da Liturgia”. Uma obra deliciosa, bem escrita, e com um grande embasamento teológico. Estritamente falando é um livro voltado para os cristãos anglicanos dos Estados Unidos. Trata-se de uma critica bem embasada a respeito dos desmandos litúrgicos da hoje chamada The Episcopal Churc (TEC), marcada em anos recentes pelo liberalismo teológico, anglo-catolicismo e uma nova ética “cristã” sobre a sexualidade humana (no que, infelizmente, tem sido seguida bem de perto pela mais tradicional denominação anglicana brasileira). No entanto, o coração das reflexões do livro pode ser aplicado não apenas a nós, anglicanos, como a todos os cristãos comprometidos com um culto centralizado em Cristo. R Falta Cristo em nossos cultos, vemos uma geração que tem transformado o culto em show, não em serviço de adoração, e o autor comenta: “Pode-se dizer que eles estão envolvidos no que podemos chamar de atividades de lazer religioso. Eles não vêm primeiramente para alargar seus horizontes, para cultivar uma mentalidade espiritual e celestial, para ser contestados pela Palavra do Deus vivo, para ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus para eles, ou para serem chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor. Ao contrário, estão ali para satisfazer algum tipo de curiosidade espiritual ou moral... Estão ali para se auto afirmarem, para serem aceitos, para sentirem e descobrirem a autoestima, e aceitarem que são filhos de Deus!” ( Peter Toon, adaptado do texto inglês). O novo culto não se parece muito com o antigo? A mensagem não está muito bem camuflada? Tão perfeito é o disfarce que muitos não se dão conta do perigo. Faz-nos pensar na melhor forma de cozinhar um sapo vivo: aquecendo a frigideira lentamente, até cozinha-lo por completo. “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (I Coríntios 5.6). Se fatiarmos o pensamento de Tonn iremos descobrir o que, na opinião dele, deve ser o culto cristão, no qual, por meio da liturgia, podemos ter um encontro com Cristo. 1) O culto cristão deve “alargar horizontes”. Em outras palavras o culto cristão dever visar sempre a edificação do corpo de Cristo, com aprendizado intelectual e espiritual. Na verdade não sei se podemos separar essas duas coisas. A cada culto devemos aprender mais sobre Cristo, o Pecado, a Redenção, e assim por diante. Têm nossos pastores a mesma preocupação de “anunciar todo o conselho de Deus” (Atos 20.27) que havia no coração do apóstolo S. Paulo? Tem no coração das nossas ovelhas a mesma disposição que havia em Beréia (Atos 17.11)? CONTINUA NA ÚLTIMA PÁGINA! Oração Comum 06 de Janeiro, 2013. Domingo da Epifania. Comunidade Anglicana Carisma.

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Oração Comum 06 JAN 2013. Domingo da Epifania do Senhor. Comunidade Anglicana Carisma.

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COMUNIDADE ANGLICANA CARISMA – Boletim Semanal | 08 de Julho de 2012

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“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Colossenses 3.16).

ecomendoo que vocês leiam um livro bem interessante, Worship Whithot Dumbing-Down, de Peter Toon, cujo subtítulo poderia ser traduzido como “Conhecendo Deus através da Liturgia”. Uma obra deliciosa, bem escrita, e com um grande embasamento teológico.

Estritamente falando é um livro voltado para os cristãos anglicanos dos Estados Unidos. Trata-se de uma critica bem embasada a respeito dos desmandos litúrgicos da hoje chamada The Episcopal Churc (TEC), marcada em anos recentes pelo liberalismo teológico, anglo-catolicismo e uma nova ética “cristã” sobre a sexualidade humana (no que, infelizmente, tem sido seguida bem de perto pela mais tradicional denominação anglicana brasileira). No entanto, o coração das reflexões do livro pode ser aplicado não apenas a nós, anglicanos, como a todos os cristãos comprometidos com um culto centralizado em Cristo.

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Falta Cristo em nossos cultos, vemos uma geração que tem transformado o culto em show, não em serviço de adoração, e o autor comenta: “Pode-se dizer que eles estão envolvidos no que podemos chamar de atividades de lazer religioso. Eles não vêm primeiramente para alargar seus horizontes, para cultivar uma mentalidade espiritual e celestial, para ser contestados pela Palavra do Deus vivo, para ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus para eles, ou para serem chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor. Ao contrário, estão ali para satisfazer algum tipo de curiosidade espiritual ou moral... Estão ali para se auto afirmarem, para serem aceitos, para sentirem e descobrirem a autoestima, e aceitarem que são filhos de Deus!” (Peter Toon, adaptado do texto inglês).

O novo culto não se parece muito com o antigo? A mensagem não está muito bem camuflada? Tão perfeito é o disfarce que muitos não se dão conta do perigo. Faz-nos pensar na melhor forma de cozinhar um sapo vivo: aquecendo a frigideira lentamente, até cozinha-lo por completo. “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (I Coríntios 5.6).

Se fatiarmos o pensamento de Tonn iremos descobrir o que, na opinião dele, deve ser o culto cristão, no qual, por meio da liturgia, podemos ter um encontro com Cristo.

1) O culto cristão deve “alargar horizontes”. Em outras palavras o culto cristão dever visar sempre a edificação do corpo de Cristo, com aprendizado intelectual e espiritual. Na verdade não sei se podemos separar essas duas coisas. A cada culto devemos aprender mais sobre Cristo, o Pecado, a Redenção, e assim por diante. Têm nossos pastores a mesma preocupação de “anunciar todo o conselho de Deus” (Atos 20.27) que havia no coração do apóstolo S. Paulo? Tem no coração das nossas ovelhas a mesma disposição que havia em Beréia (Atos 17.11)?

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Liturgia do Dia

1. O culto tem início com Saudações e os Hinos previamente selecionados.

2. O Ministro introduz a Confissão Geral com as palavras apropriadas das Escrituras.

3. Todos ajoelhados, primeiramente em oração silenciosa e reflexão, se unem depois em uma confissão pública:

“Pai celestial, Nos amastes com um amor eterno, mas temos seguidos nossos próprios caminhos e transgredido suas Leis. Lamentamos por nossos pecados e nos afastamos deles.

Pelo Teu Filho que morreu por nós perdoa-nos, purifica-nos e transforma-nos.

Pelo Teu Espírito Santo, permita-nos viver para Ti e agradar-Te mais e mais, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém”.

O Ministro, de pé, diz:

“Deus tem prometido em Sua Santa Palavra que quando confessamos nossos pecados, Ele nos perdoa e nos limpa de todos as nossas iniquidades.

Damos graças a Deus.

4. Abre-se oportunidade para testemunhos ou entrevistas de edificação, todos estão convidados a compartilhar sua fé pessoal em Cristo.

5. Oração espontânea.

6. As Leituras Bíblicas são feitas, na seguinte ordem: uma do Antigo Testamento e uma do Novo Testamento, de acordo com o Lecionário.

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O Leitor, ao fim do texto, dirá:

“Palavra do Senhor!”

“Damos graças a Deus!”

7. O CREDO APOSTÓLICO:

“Creio em Deus Pai Todo- poderoso, Criador do céu e da terra; E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo, na vida eterna. Amém”.

8. Mais um Hino pode ser entoado.

9. SERMÃO.

10. A Oração do Senhor:

Pai Nosso que estás nos céus. Santificado seja o Teu Nome! Venha o Teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal. Pois teu é o Reino, o poder e a Glória para sempre. Amém”.

11. Despedida e Envio.

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CONTINUAÇÃO...

2) O culto cristão deve cultiva a vida espiritual. Ou, “cultivar uma mentalidade espiritual e celestial”, nas palavras do autor. Infelizmente não temos uma noção muito precisa do que é ser espiritual. Quase sempre imaginamos o homem espiritual como sendo um ser místico, dotado de poderes extraordinários ou qualquer coisa inatingível aos demais. Ao contrário, a Bíblia nos apresenta a vida espiritual como sendo aquela guiada pelo Espírito Santo, ou seja, que produza as qualidades do Fruto do Espírito Santo. Definindo numa frase, o homem espiritual é aquele que obedece aos mandamentos do Senhor. Obedecer a Cristo é o lema central daquele que vive no Espírito.

“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamento do Senhor!” (I Coríntios 14.37). “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e inteligência espiritual – para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus!” (Colossenses 1.9,10). “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (I Pedro 2.5).

Temos sendo instruídos em nossos serviços de adoração a sermos “casa espiritual” e “sacerdócio Santo”? Ou, ao contrário, temos nos deixado convencer que “vida espiritual” é “romper em fé, andar sobre as águas e dar um grito de júbilo”? O que realmente sabemos sobre o que é se um homem [ou mulher] espiritual?

3. O culto cristão deve confrontar o homem com a Palavra de Deus. Nas palavras do autor, “contestados pela Palavra”. Não temos a impressão que em lugar de confronto nos deparamos com bandeiras brancas em muitos de nossos cultos? Não nos parece que no lugar de Voz Profética temos ouvido “palavras proféticas”, de profetas autoproclamados? Onde esconderam a Cruz e sua Mensagem? Onde esconderam o Cristo e Sua Cruz? Quando dissociaram o Espírito dos Frutos? Onde se declarou guerra entre a Fé e a Razão?

De fato, não temos a impressão de ser cada vez mais raro encontramos um Púlpito onde sejamos confrontados com as grandes verdades da Religião Cristã? Como diz Peter Toon, não estamos ali, no culto, a fim de “ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus, ou para seremos chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor”. Para que, então? Domingo após Domingo, nos colocamos sobre bancos a fim de alimentarmos nosso ego com mensagens que poderia ser encontradas, a preço bem menor, em qualquer livro de Paulo Coelho.

Talvez nossa geração considere o culto do “passado” – prefiro dizer, “de sempre” – algo maçante e antiquado. Contudo, ele nos livra da maior de todas as desgraças que já se abateu sobre o Cristianismo: a ausência do Evangelho.

“Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma” (Jeremias 6.16).

Rev. Marcelo Lemos – Reitor da Comunidade Anglicana Carisma

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