Orelha de limão

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ORELHA DE LIMÃO

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Era uma vez uma pequena ovelha igual a todas as outras. Só tinha uma coisinha nela que era diferente: uma das suas orelhas era amarelo-limão. E quando ela encontrava os seus vizinhos, a cabra e o porco, acontecia sempre a mesma coisa:

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– Olá, orelha de limão, hoje de novo azeda? – berrava a cabra.

– Olá, orelha de queijo, hoje de novo malcheirosa?

– grunhia o porco.

– Olá, orelha de estrela, hoje de novo triste? – perguntou o velho carneiro. – Não dês importância ao que eles dizem!

Mas a pequena ovelha chorou. – Com esta orelha tudo me corre mal! E era assim mesmo.

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Quando a pequena ovelha estava com fome, a cabra comia a melhor erva à sua frente.

Quando a pequena ovelha achava um lugar confortável, no outro dia uma ovelha já

tinha ocupado esse lugar.

A pequena ovelha ficava desesperada e achava que a culpa era da orelha amarela!

Quando a pequena ovelha estava com sede, o porco bebia toda a água da gamela à sua frente.

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– Assim, não vou ter mais problemas. – Que absurdo! – respondeu o velho carneiro. – Eu tenho uma ideia melhor; estás a ver aquele balde com tinta branca? Eu vou-te pintar a orelha de branco. A pequena ovelha ficou entusiasmada; – Boa ideia! O carneiro foi buscar um pincel. E a pequena ovelha fechou os olhos, para a tinta não lhe respingar. Ela sentia a orelha molhada e mais pesada.

– Agora está branca? – perguntou depois de algum tempo. – Branca, como a neve . – confirmou o velho carneiro.

– Se eu cortar a orelha amarela, talvez cresça uma orelha branca. – disse a ovelha ao velho carneiro.

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Depois sentiu uma sede terrível. Correu para a gamela e não foi empurrada pelo porco. A água estava saborosa, fresca e limpa! Parecia limonada.

De repente a ovelha ficou com muita fome. Abriu os olhos e olhou em volta. O que era aquilo? Como apareceram tantas flores e ervas suculentas? Cresceram bem na frente do meu nariz.

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“Com a orelha branca, tudo fica melhor!”, pensou a pequena ovelha, passeando pelo pasto em direcção ao seu lugar predilecto. Onde já estava a cabra deitada a dormir. “Ah, tanto faz”, pensou a pequena ovelha. “Aquele outro cantinho é ainda mais bonito”. A minha orelha branca só me está a dar sorte!

Pouco tempo depois, o tempo mudou e começou a chover. – Que tempo feio – resmungou a cabra saindo a pular. – Quando parar de chover, a erva ainda estará mais saborosa. – a ovelha alegrou-se e continuou a passear pelo pasto até encontrar o porco.

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O porco rolava numa poça, espirrando lama para todos os lados. – Não suje as minhas orelhas brancas! – reclamou a ovelha. – Brancas? Uma das tuas orelhas é amarela – lembrou o porco. – Já te esqueceste, orelha de queijo? – Orelha de queijo? – perguntou assustada, a ovelha. – Pronto está bem: orelha de limão, se preferires – disse o porco. – Isso é impossível! – exclamou a pequena ovelha. – A minha orelha é branca como a neve.

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– Que disparate! – disse o porco. – Olha bem para ti nesta poça de água. A ovelha debruçou-se, tremendo de medo, sobre a poça de água. Amarela! Realmente , era verdade! A pequena ovelha chorou amargamente e chamou o velho carneiro. – A chuva lavou a tinta branca da minha orelha. Tu podias pintá-la outra vez? Com a orelha branca tudo fica melhor, muito melhor!

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– Eu preciso de te confessar uma coisa, a tua orelha nunca foi pintada de branco . – disse o velho carneiro. – No pincel não havia tinta, só água. A tua orelha esteve sempre amarela. Mas apesar disso, tudo foi diferente para ti, não foi? A pequena ovelha ficou triste. Estava um pouquinho chateada com o velho carneiro, por ele a ter enganado. – A minha orelha sempre esteve amarela? – perguntou. – Sim o tempo todo – confirmou o velho carneiro.

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No dia seguinte a pequena ovelha encontrou a cabra e o porco. – Olá, orelha de limão, hoje de novo azeda? – berrava a cabra. – Olá, orelha de queijo. Hoje de novo malcheirosa? – grunhia o porco.

A pequena ovelha olhou demoradamente para os dois e disse: – A partir de hoje, por favor, digam: Olá, orelha de estrela! Entenderam?

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E, quando a noite caiu, todos acharam que aquele era, de facto, um belo nome para a

ovelha de orelha que brilhava!

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