Orientaçõs para período diagnóstico ana canguçu

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- Estado do Maranhão Prefeitura Municipal de Açailândia SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO PEDAGÓGICA DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL AÇAILÂNDIA 2012 ORIENTAÇÕES PARA O PERÍODO DE SONDAGEM EDUCAÇÃO INFANTIL

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Estado do Maranhão Prefeitura Municipal de Açailândia

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO PEDAGÓGICA

DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

AÇAILÂNDIA

2012

ORIENTAÇÕES PARA O

PERÍODO DE SONDAGEM

EDUCAÇÃO INFANTIL

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Estado do Maranhão Prefeitura Municipal de Açailândia

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PREFEITO MUNICIPAL DE AÇAILÂNDIA

Ildemar Gonçalves dos Santos

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Sergiomar Santos de Assis

COORDENADORIA DE ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO PEDAGÓGICA

Karla Janys Lima Nascimento

EQUIPE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Cangussú Oliveira

Francisca Aurilene de Lima Melo

Luzia Elias Sousa Silva

Regina Sousa Pereira Farias

Sara Farias Campos

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APRESENTAÇÃO

Os primeiros dias de aula estão, certamente, entre os mais importantes de

todo o ano letivo. É durante essa fase que os alunos conhecem os novos

professores, os novos colegas e começam a se adaptar à nova série e, muitos

deles, também à nova escola. O papel do professor nesse momento é de grande

relevância, pois ele, mais do que ninguém, pode contribuir para que todas essas

novidades se encaminhem de um jeito natural e bem-sucedido, para a felicidade

dele próprio, dos alunos e dos pais.

Se o professor não constitui um vínculo bacana com os alunos nesse início, a

relação entre eles pode seguir com problemas durante todo o ano. Reconquistar é

possível, mas é mais difícil. Bons resultados nesse processo inicial garantem a

adaptação da criança na escola até o final do ano. Inclusive no primeiro ano da

Educação Infantil, fase em que as crianças levam cerca de 15 dias para criar

vínculos com o professor e a escola.

Pensando nisso, o Departamento da Educação Infantil ciente dos desafios

enfrentados por parte da comunidade escolar no início do ano letivo, propõe um

momento de estudo e reflexão sobre a importância do período de adaptação,

oferecendo subsídios que venham contribuir para que as novidades sejam aceitas

sem crise, de forma que todos se sintam bem acolhidos no ambiente escolar.

Além disso, oferecemos como suporte para os professores algumas

orientações para realização do período de sondagem das aprendizagens, onde se

deve investigar o que cada aluno sabe para planejar o que todos devem aprender.

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ADAPTAÇÃO BEM FEITA

As crianças pequenas se sentem à vontade quando a escola acolhe as famílias e os objetos pessoais de todos

A decisão de matricular o filho na Educação Infantil é movida por diferentes razões.

Alguns precisam apenas de um lugar para deixá-lo, enquanto outros entendem que

esse é o ambiente mais apropriado para os pequenos. Nos dois casos, os primeiros

dias na escola costumam não ser fáceis. As mães (ou responsáveis) choram

discretamente, se sentindo culpadas pela separação, e a criançada abre o berreiro ao

ver os adultos saírem pela porta. Evitar cenas assim é possível quando os profissionais

escolares programam uma boa adaptação para todos. Como, na maioria das vezes,

essa é a primeira vivência de meninos e meninas num espaço coletivo fora de casa,

devemos fazer dessa experiência a grande e boa referência para as próximas relações.

A equipe e a família

A equipe pedagógica também merece uma adaptação. A rotina da instituição se

altera completamente com a chegada de cada novo integrante. Nesse caso,

coordenadores e diretores devem orientar professores e demais funcionários sobre

como se comportar: por exemplo, explicar aos cozinheiros que, se a criança rejeitar a

comida, não é um problema do trabalho dele.

A adaptação é um período de aprendizagem. Família, escola e crianças

descobrem sobre convívio, segurança, ritmos e exploração de novos ambientes, entre

tantas outras coisas. Para as famílias das crianças, fica a clareza de fazer parte da

escola, pois a equipe considera o sentimento delas para desenvolver o próprio

trabalho. "Estamos prontos para receber os pais. Eles são nossos parceiros!”

Cristiane Marangon ([email protected])

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ADAPTAÇÃO: O FIM DE CINCO MITOS

Para acabar de vez com velhas crenças sobre os primeiros dias dos pequenos na escola.

Crianças chorando e pais ansiosos. Esse é o cenário que se vê todo início de ano

nas portas de creches e pré-escolas. O momento é tenso para eles e também para o

professor, que, sem a exata compreensão sobre o que se passa com os pequenos,

tenta a qualquer custo fazer com que eles se sintam à vontade no novo ambiente.

As últimas semanas do ano ou as primeiras antes do início das aulas são momentos

ideais para a equipe se preparar para essas situações. Um bom caminho é aproveitar

as reuniões de formação para promover discussões que venham derrubar alguns mitos

que rondam o período de adaptação e que caíram no senso comum.

Mito 1 - Criança que não compartilha brinquedos não está adaptada

"Você tem de dividir o brinquedo com seu amiguinho." "Isso não é seu, empreste

para ele." Frases como essas são comuns em uma sala de Educação Infantil. Para a

criança, muitas vezes, elas podem soar como uma ordem, uma obrigação, causando

choro e recusa. "Aos olhos dos adultos, a negação da criança em dividir é vista como

egoísmo", esclarece Débora Rana. Criar uma situação ameaçadora, aumentando o tom

de voz ou sugerindo uma punição caso a criança não divida ou colabore com um

colega, não é o caminho.

O que acontece: Nos primeiros anos de vida, a criança encontra-se num momento

autocentrado do seu desenvolvimento e desconhece as regras de convivência social. A

compreensão do sentido e do prazer de compartilhar virá posteriormente, depois de um

processo mais amplo de reconhecimento do outro.

O que o professor deve fazer: É fundamental que o professor tenha conhecimento

das fases de desenvolvimento das crianças e seus comportamentos para que possa

realizar um trabalho com estratégias de partilha e colaboração, montando em sala

grupos menores, com duas ou três crianças, e promovendo combinados - como o de

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que a criança pode ficar com um brinquedo por certo tempo, mas que depois deve

cedê-lo ao colega. Agir de maneira firme e ao mesmo tempo acolhedora, a fim de

mediar os conflitos e não negá-los ou resolvê-los de forma impositiva, é outra dica. Na

hora do impasse, o ideal é expor o conflito e descrever para a criança as

consequências de querer o objeto só para ela. Além disso, incentivar que elas

verbalizem o que estão sentindo e encontrem soluções em conjunto ajuda no processo

de mudança de atitude.

Mito 2 - Criança adaptada é extrovertida e participativa

Durante uma brincadeira de roda, a turma está toda junta, cantando. Apenas uma

criança olha para o teto, cantarola baixinho alguns versos e não interage com as

outras. A professora chama a atenção: "Cante mais alto! Você está triste? Por que

nunca participa?" Certamente, quem age assim pensa que está incentivando a

interação. Contudo, pode ocorrer o efeito contrário. "O mais adequado é se perguntar

qual estratégia seria melhor para que a criança responda às atividades", diz Ana Paula

Yasbek, coordenadora pedagógica do Espaço da Vila, em São Paulo. Elogiar apenas

os alunos mais participativos aprofunda o sentimento de não pertencimento.

O que acontece: Existem as crianças extrovertidas, como também as tímidas. O

respeito à personalidade de cada uma é essencial para o processo de adaptação e o

direito à timidez precisa ser assegurado.

O que o professor deve fazer: As estratégias para integrar as crianças devem ser

procuradas pelo conjunto de educadores - e, certamente, com a ajuda dos pais. Para

tanto, uma entrevista com os familiares sobre as preferências dos filhos é fundamental.

Esse material será cruzado com os registros de classe, relatórios e portfólios, a fim de

descobrir se o que está sendo proposto atende às necessidades da criança e se a

prática utilizada está funcionando de forma individual e coletiva.

Mito 3 - Na Educação Infantil, todos precisam ser amigos.

"Que coisa feia! Dá a mão para o seu colega." Fazer com que as crianças se tornem

amigas não é tarefa da escola, mas ensinar a conviver é um conteúdo imprescindível

na Educação Infantil. Nem crianças nem adultos são amigos de todas as pessoas que

conhecem e não por isso a convivência pessoal ou profissional é inviável. O papel do

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professor é incentivar e valorizar o que as crianças têm em comum. A escolha sobre

com quem elas desejam ter uma relação mais próxima é absolutamente dela.

O que acontece: No período de adaptação, primeiro há a criação do vínculo para

que o trabalho escolar aconteça. Ele deve estar baseado no respeito entre as crianças

e entre elas e os professores. Aos poucos - e naturalmente -, a afetividade vai sendo

construída baseada nas afinidades dentro do grupo.

O que o professor deve fazer: Os educadores devem intervir apenas quando a

amizade prejudica a participação nas atividades (por exemplo, quando uma criança só

quer ficar com alguns colegas e se isola do coletivo). A professora precisa desenvolver

um olhar atento sobre as situações ideais para explorar os gostos comuns em favor da

aprendizagem. Pode-se dar aos pequenos a oportunidade de se apresentar e falar das

suas preferências, para que tenham conhecimento das semelhanças e diferenças

existentes entre eles e segurança na hora de fazer suas escolhas.

Mito 4 - Quando estão integrados ao grupo, os pequenos não choram mais.

Basta chegar à escola que as lágrimas aparecem. Se a mãe vai embora, elas

aumentam. Na hora de brincar, de comer, de ler, choro. Muitos professores ficam

desesperados e tentam distrair a criança mostrando imagens ou arrastando-a para um

canto com brinquedos. Um engano, pois essa atitude pode atingir o objetivo imediato -

que é acabar com o choro -, mas não resolve o problema.

O que acontece: "Essa manifestação é apenas um sintoma do desconforto da

criança", afirma Débora Rana. Interpretar esse e outros sinais - como inapetência e

doenças constantes - é fundamental durante a adaptação. O que eles significam? Por

outro lado, a ausência do choro não quer dizer que a criança está necessariamente se

sentindo bem: o silêncio absoluto pode ser um indicador de sofrimento.

O que o professor deve fazer: Uma criança que passa longos períodos chorando

necessita de acompanhamento mais próximo. Na falta de auxiliares, o professor deve

contar com a ajuda do supervisor e gestor, até a criança se sentir mais segura. Ajuda

também, ter um plano para receber bem as crianças na primeira semana de aula. O

uso de tintas, água e brincadeiras coletivas variadas é um exemplo de práticas

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atraentes que ajudam os pequenos a se interessar pelo novo espaço. Pode-se propor

que as crianças tragam objetos de casa - como fraldas, panos e brinquedos, que vão

sendo retirados paulatinamente - auxilia na diminuição da insegurança.

Mito 5 - A presença dos pais nos primeiros dias só atrapalha a adaptação

Na porta da sala, uma dezena de pais se acotovela querendo ver os filhos em

atividade. A cena, pesadelo para muitos professores de Educação Infantil, que não

sabem se dão atenção às crianças ou aos adultos, é representativa de um elemento

essencial para que a adaptação aconteça bem: a boa integração entre a família e a

escola, que deve acontecer desde o começo do relacionamento.

O que acontece: Nem todo pai ou mãe conhece as fases de desenvolvimento da

criança e as estratégias pedagógicas usadas durante a adaptação. Eles têm direito de

ser informados e essa troca é fundamental na transição dos pequenos do ambiente

doméstico para o escolar. A ansiedade dos pais vai diminuir à medida que a confiança

na escola aumenta - e isso só acontece quando há informações precisas sobre a

trajetória dos pequenos.

O que o professor deve fazer: É importante acolher as famílias, fazer entrevistas

para conhecer a rotina da criança e explicar o funcionamento e a proposta pedagógica

da escola. Estabeleça parceria com os pais, converse e oriente-os a conversar com o

filho sobre a importância da ida à escola. Constitua um combinado sobre sua

permanência na unidade escolar durante a adaptação e faça relatórios periódicos, com

informações sobre os progressos na aprendizagem e na socialização das crianças.

Tudo isso ajuda a aplacar a ansiedade dos pais.

Gustavo Heidrich ([email protected])

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REALIZAR UMA SONDAGEM DO QUE OS ALUNOS

CONHECEM NO INÍCIO DO ANO É ESSENCIAL?

O ano está começando e você tem uma nova turma para acompanhar. Além de

reconhecer os rostos e gravar os nomes, uma tarefa mais difícil (e mais importante) o

aguarda: investigar o que cada aluno sabe para planejar o que todos devem aprender.

É o chamado diagnóstico inicial, ou sondagem das aprendizagens, uma das atividades

mais importantes no diálogo entre o ensino e a aprendizagem. Afinal, não dá para

decidir que a turma tem de dominar determinado tema sem antes descobrir o que ela já

conhece sobre esse assunto. Até porque, diferentemente do que muitos acreditam, ela

costuma saber muita coisa. "Antes mesmo de entrar na escola, as crianças têm ideias

prévias sobre quase todos os conteúdos escolares. Desde pequenas, elas interagem

com o mundo e tentam explicá-lo", afirma Jussara Hoffmann, especialista em

Educação e professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS). "É preciso conhecê-las para não repetir conceitos nem propor tarefas além

do que a garotada é capaz de compreender."

Daí a importância da avaliação inicial. "Esse olhar é imprescindível para construir

uma visão detalhada de cada estudante e, com isso, poder planejar as aulas com base

nas reais necessidades de aprendizagem do grupo", explica Jussara. O bom

diagnóstico não tem por objetivo contabilizar os erros ou classificar (e rotular) os

alunos. Ou seja, não é uma prova, no sentido tradicional. "A ideia é enxergar

problemas semelhantes que permitam direcionar o planejamento das atividades",

completa Leika Watabe, coordenadora do Programa Ler e Escrever, da prefeitura de

São Paulo. Em outras palavras, o que está em jogo é entender as principais

necessidades da turma para orientar as formas de ensinar.

Por isso, não é qualquer atividade que serve para a realização de um bom

diagnóstico. Os especialistas dizem que só as situações-problema permitem que o

aluno mobilize todo o conhecimento que tem sobre o assunto. Não basta apresentar

uma questão e obter um sim ou não como resposta - no máximo, um comentário dos

mais participativos. "A chave é trabalhar e refletir sobre o problema", ressalta Leika,

"pois não é verbalizando que eles vão mostrar o que sabem." Quer um exemplo? Se

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você perguntar para uma criança o que ela pensa sobre os números, ela nunca

conseguirá verbalizar uma resposta que explicite suas hipóteses. Pode parecer óbvio,

mas muita gente comete esse erro.

Com as produções em mãos, é possível analisar o que cada um sabe e como

representa isso no papel. A avaliação é o momento também de compreender a lógica

empregada na resolução da tarefa. O produto final desse trabalho é uma espécie de

mapa, com os conhecimentos da sala. Se ninguém conhece um conteúdo, é claro que

ele tem de ser trabalhado de forma prioritária. Se a maioria já resolve bem

determinadas questões, a chave é pensar em formas de dar mais atenção aos que

estão um passo atrás.

Garantir a organização de um planejamento apoiado nos elementos acima favorecerá

a organização das ações que se pretende realizar, consolidando um documento

constantemente consultado, revisto discutido, deixando ser de cunho burocrático para

tornar-se um documento de efetivo apoio à prática pedagógica.

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