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Caracterização da Ingestão Nutricional e da Taxa de Atividade Física em Adolescentes Portugueses: estudo comparativo entre adolescentes com e sem sobrepeso Dissertação com vista à obtenção de grau de Mestre (Decreto-Lei nº 216/92 de Outubro) em Ciências na área de especialização de Atividade Física e Saúde. Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos Carlos Eduardo Gonçalves da Costa Vasconcelos - Porto, Setembro de 2013-

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Caracterização da Ingestão Nutricional e da Taxa de Atividade Física em

Adolescentes Portugueses: estudo comparativo entre adolescentes com e sem

sobrepeso

 

Dissertação com vista à obtenção de grau de

Mestre (Decreto-Lei nº 216/92 de Outubro) em

Ciências na área de especialização de Atividade

Física e Saúde.

Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos

Carlos Eduardo Gonçalves da Costa Vasconcelos

- Porto, Setembro de 2013-

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Vasconcelos, C. (2013). Caracterização da Ingestão Nutricional e da Taxa de

Atividade Física em Adolescentes Portugueses: estudo comparativo entre

adolescentes com e sem sobrepeso. Dissertação de Mestrado em Ciências do

Desporto, com especialização em Atividade Física e Saúde. Faculdade de

Desporto – Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: NUTRIÇÃO, ATIVIDADE FÍSICA, ADOLESCENTES,

PESO NORMAL, SOBREPESO

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V  

Agradecimentos

Ao Professor Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos. Foi, sem

sombra de dúvidas, o elemento fulcral para o término da minha Dissertação. É

um gosto trabalhar consigo Professor. Já o tinha dito no término da minha Tese

de Monografia e reforço a minha opinião. O Professor é de facto um

EXEMPLO.

À Tânia Amorim, pela ajuda nas recolhas dos dados, pela presença

assídua ao longo de todo o processo e pela força dada nos momentos menos

positivos.

Aos Diretores e Professores de Educação Física das Escolas

Secundária Viriato e do Agrupamento de Escolas de Mangualde. Sem a sua

colaboração, não teria conseguido recolher os dados para o presente estudo

A todos os alunos que se disponibilizaram para participar do presente

estudo. Sem a sua colaboração, a presente Dissertação nem teria tido o seu

início.

Ao Gabriel Martins. Posso dizer que ganhei um amigo. A sua ajuda foi

fundamental para que eu pudesse concluir a minha Dissertação, não só pela

amizade demonstrada ao longo de todo o processo mas também pelas

inúmeras discussões construtivas tidas em torno da temática da Nutrição.

Ao Hélder Fernandes e António Azevedo pela ajuda disponibilizada no

tratamento dos dados.

À Lia João pela prontidão demostrada para me ajudar. A sua ajuda foi

preciosa para a conclusão da Dissertação.

À Dra. Katia, por ter a capacidade de me conseguir “levantar” e motivar

nos momentos mais difíceis. As suas palavras ficarão para sempre gravadas

na minha memória.

Aos meus amigos, Ricardo Oliveira, João Mota, Bruno Gomes, Flávio

Daniel e Micaela Almeida. O facto de estarem sempre do meu lado e de mo

terem transmitido constantemente foi muito importante para mim. Não o vou

esquecer.

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VI  

À minha namorada, fundamentalmente pela paciência e compreensão

demonstrada. A sua ajuda foi incondicional para que eu pudesse terminar a

Dissertação

À minha mãe. Esteve sempre do meu lado ao longo de todo o percurso.

Ao meu compadre. Sempre disponível a ajudar e sempre AMIGO ao

longo de todo este longo percurso.

À Maria do Céu. Atravessou uma fase difícil durante a elaboração da

Dissertação e mesmo assim conseguiu sempre transmitir-me a tranquilidade de

que eu necessitava

A todos aqueles que pensavam que eu não ia conseguir concluir a

Dissertação. Ainda me deram mais força para continuar.

Muito obrigado!

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VII  

Índice Capítulo I – Introdução ....................................................................................... 1

Capítulo II - Revisão da Literatura ...................................................................... 5

1. Adolescência .................................................................................................. 5

2. Classificação do sobrepeso (pré obesidade e obesidade) na adolescência .. 6

3. Consumo Energético .................................................................................... 10

3.1. Determinantes Comportamentos Alimentares dos Adolescentes .......... 10

3.1.1. Influências Individuais ...................................................................... 11

3.1.2. Influências Interpessoais ................................................................. 13

3.1.3. Ambiente Físico ............................................................................... 14

3.1.4. Macrosistema .................................................................................. 14

3.2. Recomendações Alimentação na Adolescência .................................... 15

3.3. Hidratos de Carbono .............................................................................. 16

3.4. Fibras ..................................................................................................... 17

3.5. Gorduras ................................................................................................ 19

3.5.1. Ácidos Gordos Saturados ................................................................ 20

3.5.2. Ácidos Gordos Polinsaturados ......................................................... 21

3.5.3. Ácidos Gordos Monoinsaturados ..................................................... 23

3.5.4. Ácidos gordos trans ......................................................................... 24

3.6. Colesterol ............................................................................................... 26

3.7. Proteínas ................................................................................................ 27

3.8. Vitaminas Antioxidantes ......................................................................... 28

3.8.1. Vitamina A ....................................................................................... 29

3.8.2. Vitamina C ....................................................................................... 31

3.8.3. Vitamina E ....................................................................................... 32

3.9. Minerais ................................................................................................. 33

3.9.1. Cálcio ............................................................................................... 33

3.9.2. Ferro ................................................................................................ 34

3.9.3. Selénio ............................................................................................. 37

3.10 Pequeno - Almoço ................................................................................. 38

3.11. Número de refeições diárias ................................................................ 39

4. Dispêndio Energético ................................................................................... 40

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VIII  

4.1. Taxa Metabólica Basal ........................................................................... 40

4.2. Efeito Térmico dos Alimentos ................................................................. 41

4.3. Atividade Física ...................................................................................... 42

5. Conceitos: Atividade Física, Exercício Físico e Desporto ............................ 42

6. Fatores influenciadores da Atividade Física ................................................. 43

6.1. Variáveis intrapessoais .......................................................................... 43

6.1.1. Sexo e idade .................................................................................... 43

6.1.2. Estatuto socioeconómico ................................................................. 44

6.1.3. Obesidade ....................................................................................... 44

6.2. Fatores psicológicos, cognitivos e emocionais....................................... 44

6.2.1. Auto eficácia .................................................................................... 44

6.2.2. Perceção de barreiras ...................................................................... 45

6.2.3. Atitudes/ Benefícios ......................................................................... 45

6.2.4. Fatores comportamentais ................................................................ 46

6.3. Variáveis interpessoais .......................................................................... 46

6.3.1. Influência da Família ........................................................................ 46

6.3.2. Influência dos Pares ........................................................................ 47

6.3.3. Escola/Professor/Treinador ............................................................. 47

6.4. Variáveis ambientais .............................................................................. 48

6.4.1. Acessibilidade a Equipamentos e Espaços ..................................... 48

6.4.2. Condições climatéricas .................................................................... 48

7. Malefícios do Sedentarismo / Benefícios Atividade Física ........................... 48

8. Prevalência atividade física / inatividade física ............................................. 50

9. Recomendações Atividade Física ................................................................ 50

10. Prática de Atividade física consoante o tempo e o espaço ........................ 51

10.1. Tempo Livre ......................................................................................... 51

10.2. Aulas de Educação Física .................................................................... 52

10.3. Recreio Escolar .................................................................................... 52

Capitulo IIII – Objetivos .................................................................................... 55

1. Objetivo Geral .............................................................................................. 55

2. Objetivos específicos ................................................................................... 55

Capitulo IV – Material e Métodos ..................................................................... 57

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IX  

1. Amostra ........................................................................................................ 57

1.1. Caracterização da Amostra .................................................................... 57

1.2. Critérios de Seleção ............................................................................... 58

1.3. Procedimentos de Recolha de Dados .................................................... 59

1.4. Avaliação da Ingestão Nutricional .......................................................... 59

1.5. Avaliação do Índice de Atividade Física ................................................. 60

1.6. Avaliação da Composição Corporal ....................................................... 61

1.6.1. Medidas Antropométricas ................................................................ 61

1.7. Instrumentarium ..................................................................................... 62

1.8. Procedimentos Estatísticos .................................................................... 62

Capitulo V – Apresentação dos Resultados ..................................................... 63

1. Ingestão Nutricional ...................................................................................... 63

1.1. Ingestão Calórica ................................................................................... 64

1.2. Hidratos de Carbono .............................................................................. 65

1.2.1. Açúcares .......................................................................................... 66

1.3. Fibras ..................................................................................................... 67

1.4. Gorduras ................................................................................................ 68

1.4.1. Ácidos gordos saturados ................................................................. 69

1.4.2. Ácidos gordos polinsaturados .......................................................... 70

1.4.3.Ácidos Gordos Ómega 3 ................................................................... 71

1.4.4. Ácidos Gordos ómega 6 .................................................................. 72

1.4.5. Rácio Ómega 6:Ómega 3 ................................................................ 73

1.4.6. Ácidos gordos monoinsaturados ...................................................... 74

1.4.7. Ácidos gordos trans ......................................................................... 75

1.5. Colesterol ............................................................................................... 76

1.6. Proteínas ................................................................................................ 77

1.7. Vitamina A .............................................................................................. 78

1.8. Vitamina C.............................................................................................. 79

1.9. Vitamina E .............................................................................................. 80

1.10. Cálcio ................................................................................................... 81

1.11. Ferro .................................................................................................... 82

1.12. Selénio ................................................................................................. 83

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X  

1.13. Pequeno-almoço .................................................................................. 84

1.14. Número de refeições diárias ................................................................ 85

2. Atividade Física ............................................................................................ 87

2.1. Atividades de Recreio ............................................................................ 90

2.2. Aulas de Educação Física ...................................................................... 92

2.3. Atividade física ao fim da tarde .............................................................. 93

2.4. Atividade física ao fim de semana .......................................................... 95

3. Correlações .................................................................................................. 97

Capitulo V – Discussão dos Resultados ........................................................... 99

1. Ingestão Nutricional ...................................................................................... 99

1.1. Consumo Calórico Total ......................................................................... 99

1.2. Hidratos de Carbono ............................................................................ 104

1.3. Fibras ................................................................................................... 108

1.4. Gorduras .............................................................................................. 109

1.5. Ácidos Gordos Saturados .................................................................... 110

1.6. Ácidos Gordos Polinsaturados ............................................................. 112

1.7. Ácidos Gordos Monoinsaturados ......................................................... 115

1.8. Ácidos gordos trans ............................................................................. 117

1.9. Colesterol ............................................................................................. 118

1.10. Proteínas ............................................................................................ 120

1.11. Vitamina A .......................................................................................... 123

1.12. Vitamina C.......................................................................................... 124

1.13. Vitamina E .......................................................................................... 125

1.14. Cálcio ................................................................................................. 127

1.15. Ferro .................................................................................................. 128

1.16. Selénio ............................................................................................... 130

1.17. Pequeno-Almoço ................................................................................ 131

1.18. Número de Refeições Diárias ............................................................ 133

2. Atividade Física .......................................................................................... 134

2.1. Recreio Escolar .................................................................................... 138

2.2. Educação Física ................................................................................... 139

2.3. Tempo Livre ......................................................................................... 141

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XI  

Capitulo VI – Conclusões ............................................................................... 145

Capitulo VII – Bibliografia ............................................................................... 153

Anexos .......................................................................................................... XXII

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XII  

Índice de Figuras

Figura nº1 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos

adolescentes com peso normal. ....................................................................... 84

Figura nº2 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos

adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 84

Figura nº3 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos

adolescentes com peso normal. ....................................................................... 85

Figura nº4 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos

adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 86

Figura nº5 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos

adolescentes do PE. ........................................................................................ 88

Figura nº6 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos

adolescentes com peso normal. ....................................................................... 88

Figura nº7 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos

adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 89

Figura nº8 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes

com peso normal. ............................................................................................. 90

Figura nº9 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes

com sobrepeso. ................................................................................................ 91

Figura nº10 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação

Física exaustivas dos adolescentes com peso normal. .................................... 92

Figura nº11 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação

Física exaustivas dos adolescentes com sobrepeso. ....................................... 92

Figura nº12 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa

ao fim da tarde dos adolescentes com peso normal. ....................................... 93

Figura nº13 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa

ao fim da tarde dos adolescentes com sobrepeso. .......................................... 94

Figura nº14 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa

ao fim de semana dos adolescentes com peso normal. ................................... 95

Figura nº15 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa

ao fim de semana dos adolescentes com sobrepeso. ...................................... 96

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XIII  

Índice de Quadros

Quadro nº1 - Métodos de estimação da composição corporal e distribuição da

gordura ............................................................................................................... 7

Quadro nº2 - Referências Internacionais para a classificação do IMC. .............. 9

Quadro nº3 - Recomendações do consumo diário de fibras ............................ 19

Quadro nº4 - Recomendações de ingestão diária de vitamina A. .................... 31

Quadro nº5 - Recomendações de ingestão diária de vitamina C. .................... 32

Quadro nº6 - Recomendações de ingestão diária de vitamina E ..................... 33

Quadro nº7 - Recomendações de ingestão diária de cálcio ............................. 34

Quadro nº8 - Dietas com diferente biodisponibilidade em ferro. ...................... 36

Quadro nº9 - Recomendações de ingestão diária de ferro. .............................. 37

Quadro nº10 - Recomendações de ingestão diária de selénio ......................... 38

Quadro nº11 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos

adolescentes do PE ......................................................................................... 57

Quadro nº12 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos

adolescentes com peso normal. ....................................................................... 58

Quadro nº13 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos

adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 58

Quadro nº14 - Protocolo de recolha das medidas antropométricas Peso

Corporal e Estatura. ......................................................................................... 61

Quadro nº15 - Instrumentarium utilizado no estudo ........................................ 62

Quadro nº16 - Estatística descritiva referente aos diferentes items de ingestão

nutricional dos adolescentes do PE. ................................................................ 63

Quadro nº17 - Comparação da ingestão calórica entre adolescentes com peso

normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................................... 64

Quadro nº18 - Comparação do consumo percentual de HC entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. .................... 65

Quadro nº 19 - Comparação do consumo percentual de Açúcares entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

......................................................................................................................... 66

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XIV  

Quadro nº20 - Comparação do consumo diário de Fibras entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................... 67

Quadro nº21 - Comparação do consumo percentual de Gorduras entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

......................................................................................................................... 68

Quadro nº22 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos

Saturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a

idade e género ................................................................................................. 69

Quadro nº23 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos

Polinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo

com a idade e género. ...................................................................................... 70

Quadro nº24 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega

3 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e

género. ............................................................................................................. 71

Quadro nº25 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega

6 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e

género. ............................................................................................................. 72

Quadro nº26 - Comparação do rácio Ómega 6: Ómega 3 entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. .................... 73

Quadro nº27 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos

Monoinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo

com a idade e género. ...................................................................................... 74

Quadro nº28 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Trans

entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e

género. ............................................................................................................. 75

Quadro nº29 - Comparação do consumo diário de colesterol entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................... 76

Quadro nº30 - Comparação do consumo percentual de Proteínas entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

......................................................................................................................... 77

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XV  

Quadro nº31 - Comparação do consumo diário de vitamina A entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

......................................................................................................................... 78

Quadro nº32 - Comparação do consumo diário de vitamina C entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género79

Quadro nº33 - Comparação do consumo diário de vitamina E entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género80

Quadro nº34 - Comparação do consumo diário de cálcio entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................... 81

Quadro nº35 - Comparação do consumo diário de ferro entre adolescentes com

peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. ........................... 82

Quadro nº36 - Comparação do consumo diário de selénio entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. .................... 83

Quadro nº37 - Comparação da ingestão de pequeno-almoço entre

adolescentes com peso normal e adolescentes com sobrepeso. .................... 85

Quadro nº 38 - Comparação do número de refeições diárias entre adolescentes

com peso normal e adolescentes com sobrepeso. .......................................... 86

Quadro nº39 - Estatística descritiva referente ao índice de AF global dos

adolescentes do PE ......................................................................................... 87

Quadro nº40 - Comparação do Índice de AF entre adolescentes com peso

normal e sobrepeso .......................................................................................... 87

Quadro nº41 - Comparação do índice de AF global categorizado por grupos

entre adolescentes com peso normal e sobrepeso. ......................................... 89

Quadro nº42 - Comparação do índice de AF no Recreio Escolar entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso. .................................................. 91

Quadro nº43 - Comparação do índice de AF nas aulas de EF entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso. .................................................. 93

Quadro nº44 - Comparação do índice de AF ao fim da tarde entre adolescentes

com peso normal e sobrepeso. ........................................................................ 95

Quadro nº45 - Comparação do índice de AF ao fim de semana entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso ................................................... 96

Quadro nº46 - Correlação entre o consumo calórico total e o IMC. ................. 97

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XVI  

Quadro nº47 - Correlação entre a taxa de AF e o IMC..................................... 97

Quadro nº48 - Comparação do índice de atividade física global dos

adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

....................................................................................................................... 100

Quadro nº49 - Recomendações de ingestão calórica diária. .......................... 100

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XVII  

Índice de Anexos

Anexo 1 - Questionário Alimentar .................................................................. XXII

Anexo 2 - Questionário de Atividade Física (Até ao 8ªAno) ........................ XXVII

Anexo 3 - Questionário de Atividade Física (Do 9º-12ºAno) ...................... XXXIV 

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XVIII  

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XIX  

Resumo

Objetivo: A inatividade física e hábitos nutricionais desadequados são dois comportamentos que estão associados a um estilo de vida menos saudável afetando a saúde da população. Por isso, decidimos caracterizar a ingestão nutricional e o índice de atividade física de adolescentes portugueses. Material e Métodos: A amostra foi constituída por 262 adolescentes portugueses com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos, pertencentes a duas escolas do distrito de Viseu e duas do distrito do Porto. Os dados nutricionais foram conseguidos através do registo alimentar durante três dias consecutivos. A conversão de alimentos em nutrientes foi efetuada através do programa informático Food Processor Plus, versão SQL. O índice de atividade física foi conseguido através do preenchimento do Questionário de Atividade Física para Adolescentes dos 10-13 anos e do Questionário de Atividade Física para Adolescentes dos 14-18 anos. A determinação do perfil antropométrico foi conseguida através da medição do peso e altura. O sobrepeso e a obesidade foram definidos de acordo com as curvas de percentis de IMC específicas para género e idade. Estatísticas: Utilizámos a estatística descritiva: média e desvio padrão para caracterizar a nossa amostra; O teste T de Student, Mann-Whitney e Chi-square foram usados para determinar as diferenças entre variáveis de acordo com o IMC. As associações entre variáveis foram testadas usando a correlação de Pearson. A análise dos dados foi efetuada através do programa informático SPSS 21.0. O nível de significância foi estabelecido em p≤0.05. Resultados: O consumo energético diário foi de 1853±493 kcal, correspondendo aos seguintes nutrientes: hidratos de carbono: 51,1±6%; fibras: 11,7±4,6g; gorduras: 28,8±4,8%; ácidos gordos (AG) saturados: 8,5±2,2%; AG polinsaturados: 4,3±1%; AG ω3: 0,3±0,2%; AG ω6: 3,3±1%; rácio ω6: ω3: 16,1±8,9; AG monoinsaturados: 10±2,4%; AG trans: 0,5±0,3%; colesterol: 232,5±71,1g; proteínas: 17,8±3%. Quanto à ingestão de micronutrientes: βcaroteno (411,7±441,7µg); vitamina C (47,2±36,5mg); vitamina E (2±1,2mg); cálcio (602,1±248mg); ferro (13,8±6,9mg); selénio (78,6±25µg).O índice de atividade física caracterizou os sujeitos do presente estudo (PE) como sendo pouco ativos. Conclusões: Os adolescentes do PE apresentam hábitos nutricionais e índices de atividade física que não são consistentes com um estilo de vida saudável. Quer adolescentes com peso normal quer adolescentes com sobrepeso têm uma ingestão calórica desadequada, um défice no consumo de fibras e micronutrientes, um elevado rácio ω6:ω3 e um baixo índice de atividade física. Os adolescentes do PE devem ser alvo de uma intervenção específica nos campos da nutrição e atividade física de forma a corrigir hábitos menos saudáveis e permitir uma transição mais saudável para o estado adulto. Palavras-chave: NUTRIÇÃO, ATIVIDADE FÍSICA, ADOLESCENTES, PESO NORMAL, SOBREPESO.

 

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XXI  

Abstract

Objective: Physical inactivity and inadequate nutritional habits are two behaviors that are associated with an unhealthy lifestyle, contributing to the degradation of an individual health. Therefore, we decide to characterize the nutritional habits and physical activity index of Portuguese adolescents. Material and Methods: The sample was constituted by 262 Portuguese adolescents whose ages varied between 10 and 18 years. These adolescents belong to four schools (two from the district of Viseu and two from the district of Oporto). Nutritional data had been gotten through the register of food consumption of three consecutive days. The conversion of foods in nutrients was carried through by the informatics program Food Processor Plus, version SQL. Physical activity index had been gotten through the fill of Physical Activity Questionnaire for Older Children (10-13 years) and Physical Activity for Adolescents (14-18 years).The determination of the anthropometric profile had been gotten measuring the weight and height. Overweight and obesity were defined according to age- and sex-specific BMI cut-points. Statistics: We used the descriptive measures: average and standard deviation to characterize our sample; independent Student’s t-test, Mann-Whitney, and Chi-square were used to determine the differences in different variables between BMI groups. Bivariate associations between variables were tested using Pearson’s correlation. The analysis was carried out using the SPSS 21.0 program. The level of significance was set at p≤0.05. Results: Daily energy consumption was 1853±493 kcal, corresponding to the following nutrients: carbohydrates: 51,1±6%; fiber: 11,7±4,6g; fats: 28,8±4,8%; saturated fatty acids (FA): 8,5±2,2%; polyunsaturated FA: 4,3±1%; ω3 FA: 0,3±0,2%; ω6 FA: 3,3±1%; ratio ω6: ω3: 16,1±8,9; monounsaturated FA: 10±2,4%; trans FA: 0,5±0,3%; cholesterol: 232,5±71,1g; proteins: 17,8±3%. Micronutrients’ intake: βcarotene (411,7±441,7µg); vitamin C (47,2±36,5mg); vitamin E (2±1,2mg); calcium (602,1±248mg); iron (13,8±6,9mg); selenium (78,6±25µg).The physical activity index characterized the sample as low active subjects. Conclusion: The adolescents of the present study present nutritional habits and a physical activity index that is not consistent with a healthy lifestyle. Either normal weight or overweight adolescents have inadequate caloric intake, fiber deficit, micronutrients deficits, a high ratio ω6:ω3 and a low physical activity index. The adolescents from the present study must undertake a specific intervention in nutritional and physical activity fields to correct unhealthy habits and allow a healthy transition to adulthood. Words Key: NUTRITION, PHYSICAL ACTIVITY, ADOLESCENTS, NORMAL WEIGHT, OVERWEIGHT

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XXII  

Lista de Abreviaturas

AF: Atividade Física

AG: Ácidos gordos

DGS: Direção Geral de Saúde

EF: Educação Física

FA: Fatty Acids

FAO: Food and agriculture Organization

FNB: Food and Nutrition Board

HC: Hidratos de carbono

HDL: Lipoproteínas de elevada densidade

IDP: Instituto de Desporto de Portugal

IMC: Índice de Massa Corporal

INE: Instituto Nacional de Estatística

LDL: Lipoproteínas de baixa densidade

PE: Presente estudo

USDHHS: United States Department of Health and Human Services

VET: Valor Energético Total

WHO: World Health Organization

ω: Ómega

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1  

Capítulo I – Introdução

A inatividade física e hábitos nutricionais desadequados são dois

comportamentos que estão associados a um estilo de vida menos saudável,

contribuindo para a degradação do estado de saúde de um indivíduo (Waxman,

2004).

A inatividade física é um dos maiores problemas de saúde pública do

século 21 (Blair, 2009).

De acordo com inúmeros autores (Bouchard et al., 1994; American

College of Sports Medicine, 1998; Blair et al., 1999; Taylor et al., 2004) a

inatividade física é um fator de risco modificável de doença cardiovascular e

uma variedade de outras doenças crónicas, como a diabetes, cancro (colon e

mama), hipertensão, osteoporose, osteoartrite, depressão e obesidade.

A WHO (2004) estima que 2 milhões de mortes por todo o mundo

possam ser atribuídas à inatividade física, estando este comportamento entre

as 10 maiores causas de mortalidade nos países desenvolvidos.

Em sentido inverso uma prática regular de atividade física traz inúmeros

benefícios ao indivíduo. De acordo com a USDHHS (2008) a atividade física

regular melhora a composição corporal, a condição física e cardiorrespiratória,

saúde óssea e biomarcadores relacionados com o metabolismo saudável dos

adolescentes

Além destes benefícios, de acordo com Twisk et al. (2002) a atividade

física na adolescência exerce um efeito positivo (direto e indireto) na saúde do

adulto já que o atraso na prática de uma atividade física regular durante a

juventude pode ser obstáculo ao pleno desenvolvimento de alguns fatores (e.g.

densidade mineral óssea) que mais tarde já não são plenamente recuperáveis.

Devido aos benefícios que a atividade física apresenta e para a implementação

de estratégias para o aumento da atividade física dos adolescentes é

importante proceder à avaliação dos níveis de atividade física dos adolescentes

(Baptista et al., 2012).

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2  

Apesar dos benefícios associados à prática regular de atividade física,

Sallis (2000), refere que os índices de atividade física diminuem ao longo do

curso da vida, particularmente durante a adolescência.

Relativamente aos hábitos nutricionais, a WHO (1998) reconhece o

papel fundamental de uma alimentação saudável no estado de saúde do

indivíduo. Apesar deste reconhecimento e dos constantes avanços no

conhecimento científico na área de Nutrição, os padrões alimentares estão,

regra geral, longe dos parâmetros associados a uma alimentação saudável. De

acordo com dados do INE (2010), a dieta portuguesa afasta-se das boas

práticas nutricionais que já caracterizaram a dieta lusitana.

Dwyer (1997) refere que existem consideráveis diferenças entre o

consumo observado pelos adolescentes e os padrões alimentares

recomendados. Uma alimentação e aprovisionamento nutricional adequados

revelam-se de especial importância na prevenção de doenças crónicas como a

obesidade e doenças cardiovasculares (Haslam & James, 2005).

A educação alimentar pode ter resultados positivos ao ponto de modelar

as escolhas alimentares dos indivíduos. A adolescência é um período ótimo

para a ocorrência destas alterações, uma vez que nestas idades existe uma

enorme aptidão para aprender e uma maior capacidade de adaptação a novos

hábitos (Breda, 2003).

Além de contribuírem para um estilo de vida menos saudável, a

inatividade física e os hábitos alimentares desadequados podem conduzir a

situações de pré-obesidade e obesidade, uma vez que estas condições são o

resultado de um balanço energético positivo, no qual a ingestão calórica é

maior do que o gasto energético (Velde et al., 2007).

Os resultados da Organização Mundial de Saúde e do International

Obesity Task Force, publicados em 2008, indicam que existem mais de 155

milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo com excesso de peso, e

aproximadamente 40 milhões com obesidade. (I.O.T.F., 2008)

Num estudo efetuado pela WHO (2007), dos 32 países que fazem parte

do estudo, Portugal encontra-se como o quinto país com maior prevalência de

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3  

obesidade aos 13 anos em ambos os géneros e em 8º lugar e 19º lugar, aos 15

anos, para rapazes e raparigas, respetivamente.

Em Portugal, vários estudos já foram efetuados no sentido de averiguar

a prevalência de sobrepeso e mais especificamente de obesidade em

adolescentes. Também está estudada a relação entre sobrepeso e nível de

atividade física bem como a relação do regime alimentar e nutricional e a

condição ponderal.

Assim, este estudo pretendeu averiguar a ingestão nutricional, o nível de

atividade física e o índice de massa corporal numa amostra da população

adolescente portuguesa. A amostra global integrará sujeitos normoponderais e

sujeitos com sobrepeso. De igual forma pretendeu-se estabelecer níveis de

correlação entre o consumo calórico, o índice de massa corporal e o nível de

atividade física dos sujeitos estudados.

Este trabalho será estruturado da seguinte forma:

Capítulo I) Introdução - Apresentamos o enquadramento teórico e prático

do trabalho, as razões da escolha do tema, realçando a pertinência do mesmo.

Capítulo II) Revisão de Literatura – Neste capítulo, começámos por

caracterizar o período da Adolescência e definir a classificação dos conceitos

de sobrepeso e obesidade. De seguida apresentámos informação relativa ao

consumo energético e dispêndio energético.

Capítulo III) Objetivos – Apresentamo-los subdivididos em objetivos gerais

e específicos.

Capítulo IV) Material e Métodos - Caracterizamos a amostra estudada,

descrevendo as metodologias de recolha dos dados e referindo os

procedimentos estatísticos utilizados para o seu tratamento.

Capítulo V) Apresentação dos Resultados – Neste capítulo, iremos

apresentar os principais resultados obtidos.

Capítulo VI) Discussão dos Resultados – Neste capítulo, discutimos os

principais resultados obtidos, comparando-os com o quadro teórico de

referência.

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4  

Capítulo VII) Conclusões – Apresentamos as principais conclusões do

trabalho com base na discussão desenvolvida no capítulo anterior.

Capítulo VIII) Bibliografia – Apresentamos a lista das referências

bibliográficas consultadas para a fundamentação desta pesquisa.

Anexos – Apresentamos os documentos essenciais para o processo de

recolha de dados.

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5  

Capítulo II - Revisão da Literatura

1. Adolescência

O termo adolescência é originário do latim “adolescere”. Desta palavra

surgem duas definições etimológicas: ad (a; para) e olescer (crescer) (Outeiral,

2003). Segundo o mesmo autor, da interação destas duas palavras surge a

definição de adolescência como um processo de contínuo desenvolvimento.

De acordo com a WHO (2000), a adolescência tem o seu início aos 10

anos e o seu término aos 19 anos.

A adolescência é um dos períodos mais desafiantes do desenvolvimento

humano. O crescimento uniforme durante a infância é rapidamente alterado

para um aumento rápido na taxa de crescimento. Os adolescentes ganham

cerca de 20% da sua altura em adulto e cerca de 50% do seu peso em adulto

na adolescência (Mahan & Escott-Stump, 2004).

Durante a adolescência, juntamente com o desenvolvimento corporal, há

rápidos desenvolvimentos a nível emocional e intelectual. Este

desenvolvimento emocional e intelectual pode ser dividido em três fases: início

da adolescência, período intermédio da adolescência e fim da adolescência.

No início da adolescência, os adolescentes têm as seguintes características

(Mahan & Escott-Stump, 2004):

Preocupação com o seu corpo e com a imagem corporal

Confiança e respeito pelos adultos

Ansiedade no que diz respeito às relações com os pares

Ambivalência acerca da autonomia.

Durante a adolescência, os adolescentes têm as seguintes características:

Muito influenciáveis pelos seus pares

Desconfiança dos adultos

Atribuição de muita importância à independência.

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6  

No fim da adolescência, os adolescentes têm as seguintes características:

Estabilização da sua imagem corporal

Estão orientados para o futuro, começando a fazer planos

São cada vez mais independentes

Desenvolvimento de intimidade e relações permanentes.

2. Classificação do sobrepeso (pré obesidade e obesidade) na

adolescência

Segundo a WHO (2000), a obesidade é definida como sendo uma

patologia em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus

de capazes de afetar negativamente a saúde. No entanto, a classificação de

obesidade em crianças e adolescentes continua a ser hoje em dia tema de

debate (Power et al., 1997; WHO, 2000).

A classificação de obesidade em crianças e adolescentes não é fácil,

pelo facto das variáveis relacionadas com a composição corporal estarem em

constante alteração e tais alterações poderem ocorrer em diferentes taxas e

momentos entre populações diferentes (WHO, 2000)

De acordo com Power et al. (1997), uma medida ideal de gordura

corporal deverá cumprir determinados pressupostos:

1- Deverá ser preciso na avaliação da quantidade de gordura corporal

2- Deverá ser preciso com uma pequena margem de erro

3- A medida consegue predizer riscos de consequências para a saúde, ou seja,

tem uma forte associação com problemas de saúde

4- Possibilidade de desenvolver algumas curvas para agrupar indivíduos em

diferentes grupos de acordo com o excesso de gordura relacionado com os

riscos para a saúde. Além destes 4 pressupostos, para uma medida ser útil em

ambiente clínico ou estudos epidemiológicos, também necessita de ser

acessível (em termos de simplicidade, custo e facilidade de uso) e aceite pelos

sujeitos de estudo (Power et al., 1997). Numerosas técnicas estão disponíveis

para a estimação da composição corporal e a distribuição de gordura. O

método utilizado irá depender do objetivo do estudo, recursos económicos,

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7  

disponibilidade, tempo e tamanho amostral (Van der Kooy et al.,1993). De

seguida apresentamos um quadro com um resumo de vantagens e

desvantagens de alguns dos métodos existentes.

Quadro nº1 - Métodos de estimação da composição corporal e distribuição da gordura

Adaptado de Snidjer et al. (2006)

Os modelos multi-compartimentais, tais como peso subaquático,

técnicas de diluição e de absorciometria de raio-X de dupla energia (DXA) são

Método

Capacidade de

determinar a

massa gorda

corporal total

Capacidade de

determinar a

distribuição de

gordura corporal

Aplicabilidade

em (estudos com

populações

alargadas)

1. Tomografia

Computorizada Moderada Muito alta Baixa

2. Magnetic

Ressonance

Imaging

Alta Muito alta Baixa

3. DXA (Dual

energy x-ray

absorptiometry)

Muito alta Alta Moderada

4. Densitometria Muito alta Muito baixa Baixa

5. Técnicas de

diluição Alta Muito baixa Moderada

6. Bio-impedância Moderada Muito baixa Alta

7. Antropometria:

7.1. Índice de

Massa Corporal

(IMC)

Moderada Muito baixa Muito alta

7.2. Rácio

Cintura-Anca Baixa Alta Muito alta

7.3. Pregas de

adiposidade Moderada Moderada Alta

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métodos fiáveis para a obtenção de medidas fidedignas da percentagem de

massa gorda corporal (Snijder et al, 2006). Contudo, devido aos seus custos e

demora em termos temporais, estes métodos não são nada práticos em

estudos epidemiológicos com grandes amostras. (Snidjer et al., 2006).

A bio-impedância é um método não invasivo que consegue de forma

rápida, simples e com baixos custos estimar a percentagem de massa gorda de

um indivíduo (Houtkooper et al., 1996)

Quanto ao I.M.C. é um método frequentemente utilizado e assumido

para representar o grau de massa adiposa corporal em estudos

epidemiológicos com grandes amostras (Snijder et al., 2006). Sendo uma

medida indireta, este método tem as suas limitações. (Prentice & Jebb, 2001).

Wang (2004) particulariza essas limitações, referindo que existem grandes

variações inter e intra-individuais no peso e altura das crianças e adolescentes,

assim como nos ganhos de massa magra e massa gorda. Além disso, o estado

maturacional e os padrões de crescimento podem afetar a sua composição

corporal, e por conseguinte o Índice de Massa Corporal.

O I.M.C., dado que apenas estabelece uma relação entre a altura e o

peso, não conta com a variação da distribuição da gordura no corpo pelo que

pode não corresponder ao mesmo grau de gordura ou riscos de saúde

associados em diferentes indivíduos e populações (WHO, 2000; Snijder et al,

2006)

Assim, e devido às características únicas das crianças e adolescentes, o

significado do IMC nestas idades pode variar, sendo a sua avaliação bem mais

complexa do que o é em adultos. Isto porque o seu valor altera-se

substancialmente com a idade, aumentando durante a primeira infância, caindo

no período pré-escolar e escolar e subindo novamente com a adolescência e

os primeiros anos de vida adulta (WHO, 2000)

De acordo com Wang (2004), apesar das suas limitações, o IMC é a

melhor escolha disponível de entre as medidas existentes, existindo várias

referências internacionais para a sua classificação.

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9  

Quadro nº2 ‐ Referências Internacionais para a classificação do IMC.

Referência Descrição

MDD

Os percentis 85 e 95 do IMC foram desenvolvidos baseados nos

dados recolhidos do US NHANES entre 1971 e 1974 pelo Centro

Nacional para Estatísticas de Saúde e têm sido usados para

classificar o sobrepeso e obesidade respetivamente (Must et al.,

2001).

WHO

Um Comité especializado da Organização Mundial de Saúde

propôs o uso do percentil 85 do IMC da população norte-

americana para uso internacional na definição de adolescentes

dos 10 aos 19 anos em risco de sobrepeso (WHO, 1995).

Índice de

Massa

Corporal

Europa-

França

Os percentis de IMC específicos por idade e sexo foram

calculados tendo por base os dados referentes à população

francesa. Os percentis 90 e 97 do IMC foram recomendados para

a classificação de sobrepeso e obesidade infantil, respetivamente

(Rolland Cachera et al., 1991).

Curvas de

Crescimento

CDC

As curvas de crescimento CDC foram retiradas de quatro estudos

epidemiológicos efetuados nos Estados Unidos. O percentil 85 do

IMC é utilizado para a definição de crianças/adolescentes em

risco de sobrepeso, enquanto o percentil 95 é utilizado para a

definição de sobrepeso (Kuczmarski & Ogden, 2000)

IOTF

Curvas de percentis do IMC especificadas por sexo e idade

derivadas de curvas de percentis de IMC utilizadas em adultos,

que passam pelo IMC de 25 e 30 aos 18 anos de idade (Cole et

al.,2000)

Devido à variedade de definições providenciadas, Cole et al. (2000),

propôs uma definição que possibilitasse comparações a nível internacional.

Esta forma de classificação de pré-obesidade e obesidade em crianças e

adolescentes, relaciona os pontos de corte do I.M.C. do adulto (aos 18 anos)

com os percentis de I.M.C. para crianças e adolescentes. Neste estudo é

descrito o desenvolvimento de pontos de corte de I.M.C. específicos de idade e

sexo para pré-obesidade e obesidade em crianças e adolescentes,

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estabelecendo quais as curvas de percentis de I.M.C. para a primeira infância,

infância e adolescência que vêm a dar os pontos de corte 25 kg/m2 e 30 kg/m2

aos 18 anos (Cole et al., 2000).

Esta definição de pré-obesidade e obesidade torna-se menos arbitrária e

mais internacional do que outras definições e pode facilitar comparações

diretas de obesidade infantil e juvenil a nível mundial e nacional (Cole et al.,

2000).

3. Consumo Energético

3.1. Determinantes Comportamentos Alimentares dos Adolescentes

Com o aumento da idade e da autonomia, as escolhas pessoais dos

adolescentes, incluindo as alimentares, ganham prioridade aos hábitos

aprendidos com a família. Os adolescentes adquirem um maior controlo sobre

aquilo que comem, onde comem e quando comem (Spear, 1996). Por esta

razão constituem uma população privilegiada para a educação alimentar

(WHO, 2006).

Algumas características da adolescência podem ter reflexos nos padrões

da alimentação: procura da independência e aceitação; preocupações com a

aparência; vulnerabilidade a pressões comerciais e dos pares; preocupação

reduzida com a saúde (Spear, 1996)

Glanz et al. (1998) verificaram, num estudo realizado com a população

americana, que as escolhas alimentares, mais do que serem determinadas

pelo conhecimento dos benefícios, são determinadas por variáveis tão distintas

quanto a história pessoal e familiar, o envolvimento cultural, o paladar, o preço,

o aspeto, a facilidade em preparar os alimentos e a publicidade.

As preferências alimentares infantis são determinadas

fundamentalmente pelo critério “gostar ou não gostar”. Já as atitudes dos

jovens face aos alimentos implicam fatores bastante mais complexos que

interagem entre si de forma integrada. As razões que os levam a consumir este

ou aquele produto relacionam-se com as qualidades intrínsecas do mesmo

(como ser ou não saudável, ser ou não natural, ser gostoso, ter aspeto

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atraente, etc.), com as consequências do seu consumo no evoluir do peso

corporal, e ainda com as influências sociais decorrentes da observação dos

modelos juvenis, com hábitos de vida que facilitam ou estimulam o consumo de

este ou aquele produto, e com antecedentes relativos às preferências quando

criança e com as influências familiares (Murcott, 1996); Stafleu et al., 1996)

Algumas variáveis sociais e demográficas também influenciam as

escolhas alimentares dos jovens. O sexo, a educação (anos de escolaridade) e

o rendimento económico são fatores determinantes. Os fatores familiares,

sócio-culturais, de marketing e políticos, interagindo a vários níveis, contribuem

para modelar as relações entre a imagem do corpo, o peso, exercício físico e a

alimentação dos jovens (Neumark-Sztainer, 2005).

Dada a diversidade de fatores influenciadores dos comportamentos

alimentares dos adolescentes, Story et al (2002) agruparam-nos em quatro

grandes grupos: influências individuais/intrapessoais (fatores psicológicos,

biológicos), influências interpessoais/sociais (família, colegas), ambientais

(escola, lojas de conveniência, fast food) e da sociedade (macro-sistema)

(mass media, marketing, normas culturais)

3.1.1. Influências Individuais

Story & Resnick (1986) verificaram que os adolescentes sabiam como

melhorar a sua alimentação do ponto de vista da saúde. No entanto estes

explicavam os erros alimentares que cometiam e a dificuldade em mudar,

utilizando argumentos como a falta de tempo e o não considerarem imperioso

ou conveniente usar alternativas mais saudáveis.

Um outro fator intrínseco determinante dos hábitos alimentares parece

ser o nível de satisfação com o corpo. Diversos estudos sobre atitudes

relacionadas com a alimentação em crianças de ambos os sexos, de idades

entre os 9 e 12 anos, confirmam que uma grande percentagem delas vive

insatisfeita com o seu corpo e deseja ser magra. Muitas delas tinham já tentado

perder peso através de dietas restritivas e algumas, mais as raparigas do que

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os rapazes, apresentavam sintomas que se classificam como expressivos de

anorexia nervosa (Sasson et al.,1995)

Numa investigação, sobre as relações entre imagem do corpo e

comportamento alimentar em raparigas dos 12 aos 23 anos, conclui-se que

67% estavam desagradadas com o seu peso e 54% estavam insatisfeitas com

as formas do corpo. Destas adolescentes 30% eram bulímicas e 38 % faziam

dieta restritiva. Uma percentagem elevada das raparigas usava diversos

métodos para controlar o peso ou a ingestão que iam desde provocar o vómito

até ao uso de inibidores do apetite e laxantes. Quanto mais excessivo era o

peso maior era o desagrado com o corpo e maior a probabilidade de serem

usadas medidas radicais de controlo do peso (Moore, 1988).

Noutros estudos idênticos mas em rapazes, os autores constataram que

as preocupações com o corpo se centravam na aquisição de maior massa

muscular no peito e redução da massa gorda no abdómen (Drewnowski, 1994).

Neumark-Sztainer et al. (2006) verificaram que níveis mais baixos de satisfação

corporal nas raparigas estavam associados a dieta restritiva, estratégias não-

saudáveis de controlo do peso e menor atividade desportiva. Os resultados

eram idênticos no grupo masculino e incluíam ainda episódios de ingestão

alimentar compulsiva. Esta associação era tão importante que prevalecia ao

longo de alguns anos.

Apesar de se reconhecer a importância dos mecanismo de regulação

fisiológica no comportamento alimentar, a investigação tem vindo a comprovar

a também inegável importância de aspetos psicológicos, sociais e culturais

nesse comportamento (Silva et al., 2008).

De acordo com Christensen & Brooks (2006), a relação da dieta com o

nosso humor, mais do que unidirecional, deverá ser percebida como

bidirecional, uma vez que não só os alimentos determinam o nosso humor,

como também o nosso humor determina aquilo que comemos.

A literatura demonstra que determinados alimentos específicos tendem a

ser consumidos pelos indivíduos com a intenção de melhorar estados de humor

negativos ou como forma de lidar com o stresse, sendo a ingestão desses

alimentos utilizada como uma estratégia de autorregulação do humor (Dallman

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et al., 2005). O consumo de determinados alimentos (frequentemente de

alimentos doces) parece assumir o papel de uma “automedicação”, isto é,

algumas pessoas consomem alimentos doces com o objetivo de aliviar os

sintomas (Christensen,2001).

A relação entre o stresse e o comportamento alimentar é complexa e os

resultados da investigação neste domínio são usualmente contraditórios.

Alguns estudos têm sugerido que o stresse está associado a uma diminuição

dos alimentos ingeridos (Stone & Brownell, 1994). Já Ogden (2003), refere que

períodos de maior stresse associado a uma maior sobrecarga de trabalho

estão associados a um maior consumo de energia, gorduras saturadas e de

açúcar (Ogden, 2003).

3.1.2. Influências Interpessoais

Os pares exercem uma pressão enorme para o consumo de

determinados alimentos, particularmente alimentos ricos em gordura, e para

experimentar novos alimentos (McIntosh, 1996)

Em estudos relacionados com redução do risco cardiovascular e no

tratamento da obesidade e desordens alimentares, o envolvimento familiar é

importante para alterar e manter a dieta do adolescente (McCann et al., 1990;

Barnard et al., 1995). No sentido oposto, falta de suporte social pode sabotar a

alteração no padrão alimentar (Peterson et al., 1994). Efetivamente e de acordo

com a WHO (2003), um ambiente familiar que suporte escolhas alimentares

saudáveis é um fator provável para a diminuição do risco de ganho de peso e

obesidade.

Segundo Chapman & MacLean (1993), os adolescentes tendem a

associar a comida a um conjunto de situações com diferentes significados

emocionais. Assim os vegetais cozidos, saladas e alimentos por eles

classificados como saudáveis, são associados às refeições com os pais, a

“ficar em casa” e a maior autocontrolo. A junk food, comida de baixo valor

nutricional definida por este grupo como não-saudável, é associada a refeições

com os amigos, às “refeições fora”, à falta de controlo e ao “estar à vontade”.

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Ainda segundo estes autores, o consumo de junk food seria a expressão das

necessidades de independência dos jovens face à família e da adesão ao

grupo de iguais.

3.1.3. Ambiente Físico

De acordo com a WHO (2003), um ambiente escolar que suporte

escolhas alimentares saudáveis é um fator provável para a diminuição do risco

de ganho de peso e obesidade.

O estudo de Gotmaker et al. (1999) é um bom exemplo de sucesso de

intervenção escolar na prevenção da obesidade.

Kruger et al. (2013) referem, em alusão aos fast food, que as pessoas

estão mais sujeitas a consequências adversas relacionadas com a má nutrição

devido aos padrões de disponibilidade alimentar local. Fraser et al. (2010)

referem que a disponibilidade de alimentos ricos em gordura, sal e açúcares

através da fast food está implicado com a epidemia da obesidade.

3.1.4. Macrosistema

Os mass media são a principal fonte de informação acerca da

alimentação para a maior parte das pessoas (American Dietetic Association,

1997).

A televisão e as revistas têm uma maior influência nos hábitos

alimentares dos adolescentes comparativamente com outros tipos de mass

media (Mahan & Escott-Stump, 2004). É estimado que as crianças quando

atingem a adolescência já tenham visualizado cerca de 100.000 comerciais de

produtos alimentares, a maior parte deles ricos em gordura e açucares simples

(Brown & Witherspoon, 2002).

As companhias que gastam mais dinheiro nas publicidades são aquelas

que produzem doces, produtos com teor elevado de gorduras e produtos

altamente processados (Sun, 1993)

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15  

Existe uma evidência considerável que a publicidade é efetiva no

aumento da compra de produtos alimentares (Institute of Medicine, 1991). De

acordo com a WHO (2003), o marketing de alimentos de elevada densidade

energética é um fator provável de ganho de peso e obesidade.

3.2. Recomendações Alimentação na Adolescência

De acordo com Saldanha (1999), a correta nutrição do ser humano não

depende dos alimentos em geral, mas do equilíbrio entre todos, o que somente

pode ser atingido através da ingestão de vários produtos alimentares naturais.

Assim e de acordo com o mesmo autor, é necessário ingerir alimentos variados

e equilibrados entre si para que o organismo obtenha os nutrientes de que

precisa.

De acordo com o INE (2010), a dieta portuguesa tem-se afastado nos

últimos anos das boas práticas nutricionais, através de um excesso de calorias

e gorduras saturadas, disponibilidades deficitárias em frutos, hortícolas e

leguminosas secas e recurso excessivo aos grupos alimentares de “carne,

pescado, ovos” e de “óleos e gorduras”.

Os adolescentes, devido ao crescimento acelerado ao qual estão

sujeitos estão particularmente expostos à existência de défices nutricionais

(Silva et al., 2001).

Uma vez que a adolescência é uma etapa da vida em que existe um

aumento de independência, qualquer tentativa para ajudar os adolescentes a

melhorar o seu status nutricional requer um planeamento cuidado.

Para que um plano seja bem-sucedido, o adolescente terá de estar

recetivo à mudança. Mahan & Escott-Stump (2004), apresentam um exemplo

de um plano dietético saudável para adolescentes:

3-4 copos de leite com baixo teor em gordura ou iogurte para

providenciar cálcio, vitamina D, riboflavina.

5 ou mais porções de fruta e/ou vegetais frescos ou cozinhados,

maioritariamente de cor amarela, laranja, verde escuro ou vermelha.

2 porções alimentos proteicos magros, tais como a galinha, peru, peixe.

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6-11 porções de grãos, pão e cereais (de preferência integrais), massa,

arroz, batatas e outros amidos para providenciar os requisitos

energéticos.

Pequenas quantidades (uma porção por dia) de alimentos ricos em

gordura e açúcares, tais como sobremesas, bebidas açucaradas, doces

e bolos que têm um baixo valor nutricional.

3.3. Hidratos de Carbono

Os hidratos de carbono podem ser classificados de acordo com a sua

composição química em: hidratos de carbono simples (monossacarídeos e

dissacarídeos) e hidratos de carbono complexos (polissacarídeos) (Rodrigues

dos Santos, 1995).

A significância nutricional da taxa de digestão e absorção dos hidratos

de carbono tem a ver com o impacto que que estas têm na homeostasia dos

valores de glucose no sangue (glicemia) e as respostas hormonais e

metabólicas associadas. (Englyst et al., 2007).

Veríssimo (1999) refere que os hidratos de carbono complexos são os

melhores na alimentação, pois sendo absorvidos lentamente pelo intestino vão,

também lentamente, preencher as reservas hepáticas e musculares de

glicogénio. De acordo com Jenkins et al. (2002) um elevado consumo de

hidratos de carbono de absorção lenta está associado com benefícios para a

saúde. Desta forma, as técnicas que retêm ou introduzem características que

reduzem a digestão dos hidratos de carbono têm sido cada vez mais

encorajadas (Englyst & Englyst, 2005).

Já os hidratos de carbono simples têm menos valor na alimentação,

sendo absorvidos rapidamente e fazendo com que os músculos e o fígado não

tenham capacidade de absorver toda a glicose posta rapidamente em

circulação, sendo parte desta armazenada como gordura corporal (Veríssimo,

1999)

Jenkins et al. (2002), Willett et al. (2002) e Brand-Miller et al. (2003)

recomendam um aumento do consumo de hidratos de carbono de absorção

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lenta (cujo índice glicémico é baixo) comparativamente com os hidratos de

carbono de absorção rápida, cujo índice glicémico é elevado.

No entanto, caso os hidratos de carbono simples sejam ingeridos

conjuntamente com os hidratos de carbono complexos, são absorvidos

lentamente. Assim, os hidratos de carbono simples devem ser sempre

ingeridos com a refeição e nunca isoladamente (Horta, 1996; Veríssimo, 1999).

Excluem-se as situações de suporte energético ao exercício prolongado.

Estudos em adolescentes reportaram que uma elevada percentagem de

energia da dieta ser proveniente dos açúcares está associada com baixos

consumos de micronutrientes (Kranz et al., 2005).Além disso, um elevado

consumo de açúcares está associado a um baixo consumo de fibras (Kranz et

al., 2005), frutas e vegetais (Charlton et al., 2005).

Alimentos ricos em açúcares, quando comparados com alimentos ricos

em amido têm sido associados a um ganho ponderal devido à insuficiência em

fibra, a uma elevada densidade energética, (Poppitt & Prentice, 1996) elevada

palatibilidade, uma vez que são doces (Raben et al., 1997), aos efeitos da

frutose (Elliot et al., 2002) e porque são frequentemente consumidos na forma

líquida altamente calórica em vez dos alimentos sólidos (Mattes, 1996).

No que diz respeito às bebidas açucaradas, segundo a WHO (2003), o

seu consumo excessivo é um fator provável de ganho de peso e obesidade. Há

evidências que as bebidas açucaradas não induzem tanta saciedade como os

hidratos de carbono em forma sólida, e que o aumento do consumo de bebidas

açucaradas está associado ao ganho de peso (van Dam & Seidell, 2007)

As recomendações limitam a ingestão de açúcares adicionados em 10%

da energia total consumida (WHO, 2003).

3.4. Fibras

As fibras dietéticas são nutrientes indigeríveis, e que por esse facto não

são absorvidos (DGS, 2005). De acordo com Englyst & Englyst (2005), as

fibras podem ser classificadas como polissacarídeos intrínsecos às paredes da

célula vegetal.

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As fibras integram 3 tipos de substâncias (Peres, 1994):

- fibras propriamente ditas – celuloses, hemiceluloses e lenhinas

- substâncias gelificáveis – pectinas, gomas, mucilagens

- outras substâncias indigeríveis – ácido fítico, sílica, cera, tanino

Estes componentes das fibras têm uma estrutura química e

propriedades físicas (volume, viscosidade, capacidade de absorção de água,

fermentabilidade) que determinam o seu comportamento fisiológico

(Schneeman & Tietyen, 1994).

De acordo com Silva (2003), as fibras têm as seguintes funções:

favorecer o trânsito intestinal (DGS, 2005), atenuar o pico glicémico, baixar a

taxa de colesterol sanguíneo, reduzir o fornecimento calórico da dieta, saciar a

fome e facilitar a perda e o controlo de peso corporal (Breda, 2003).

Um consumo elevado de fibras reduz o risco de doenças

cardiovasculares (Pietinen et al., 1996; Rimm et al., 1996; Institute of Medicine,

2002) e diminui os níveis de colesterol sanguíneo, mais especificamente de

lipoproteínas de baixa densidade (LDL) (Bazzano, 2008).

De acordo com a WHO (2003), a maior ingestão de fibras dietéticas é

um fator convincente de diminuição do risco de ganho de peso e obesidade.

Clark & Slavin (2013) corroboram da mesma opinião, referindo que esta

associação se deve fundamentalmente ao efeito que a saciedade tem na

redução do aporte calórico. Num estudo realizado em crianças com sobrepeso

dos 7 aos 11 anos um aumento de 3 g de fibra por cada 100kcal ingerida foi

associado a uma redução de 4% da gordura visceral (Davis et al., 2009).

Uma meta análise realizada por Post et al. (2012) sugere que um

aumento da ingestão de fibras está associado a uma diminuição da glicemia,

devido ao efeito das fibras no retardar da absorção de glicose no organismo.

De acordo com os mesmos autores este facto contribui para a prevenção e

controlo da diabetes tipo 2. Moreno et al. (2003) corroboram da mesma opinião,

referindo que em adolescentes obesos, um aumento no consumo de fibras

melhorou a homeostasia da glucose, diminuindo os valores pós-prandiais de

glucose entre 12% a 20%.

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Os valores de referência para a ingestão diária de fibras foram

estabelecidos, tendo em conta os benefícios para a saúde que estes

polissacarídeos providenciam (Englyst et al., 2007). Desta forma, para

adolescentes dos 10 aos 18 anos, os valores de ingestão diária de fibras são

os seguintes (FNB, 2005):

Quadro nº3 - Recomendações do consumo diário de fibras

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 26g/dia 26g/dia

RAPAZES 31g/dia 38g/dia

Apesar de se conhecerem as vantagens da ingestão de fibras, as dietas

nas sociedades ocidentais são pobres em fibras pois há uma baixa ingestão de

alimentos ricos em cereais integrais, frutas e legumes (Horta, 1996) e fontes

concentradas em plantas, tais como a aveia e os farelos (Burton-Freeman,

2000).

3.5. Gorduras

Uma vez que as gorduras são o macronutriente mais denso

energeticamente (contribuindo com 9kcal/g), um aumento da sua ingestão pode

facilmente promover um aumento do consumo energético (Schrauwen &

Westerterp, 2000). Esta relação faz com que a WHO (2003) aconselhe a

redução de alimentos de elevada densidade energética, uma vez que estão

associados a ganho de peso e obesidade. Segundo Miller (1990) a grande

justificação para o facto de as gorduras serem ingeridas em abundância tem a

ver com a sua palatibilidade. Uma maior ingestão de gorduras não provoca, em

repouso, uma estimulação da sua oxidação, sendo as gorduras armazenadas

no organismo (Schrauwen & Westerterp, 2000).

Lissner & Heitmann (1995) fizeram uma revisão de 13 estudos que

estudaram a relação entre a ingestão de gorduras e a obesidade. Em 11

desses estudos, foi encontrada uma relação significativa entre o consumo de

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gorduras e uma ou mais medidas de obesidade (Schrauwen & Westerterp,

2000).

Contudo, de acordo com Westertrup et al. (1996), a quantidade de

gordura da dieta apenas influencia a gordura corporal quando a ingestão

calórica também está aumentada.

3.5.1. Ácidos Gordos Saturados

Segundo Van Baak (2013), a moderação na ingestão de gorduras

saturadas é uma ótima estratégia para facilitar o controlo do peso corporal,

uma vez que um elevado consumo de gorduras saturadas está fortemente

associado com um aumento de adiposidade em adolescentes com sobrepeso

Relativamente à relação dos hábitos alimentares com as questões

genéticas, os genes responsáveis pela obesidade poligénica tendem a

relacionar-se preferencialmente com as gorduras saturadas ao invés das

gorduras mono ou polinsaturadas (Razquin et al. 2010; Corella et al. 2011).

A redução do consumo de ácidos gordos saturados é de extrema

importância para a redução das doenças cardiovasculares, fundamentalmente

pelos efeitos que estes ácidos gordos têm no colesterol sanguíneo (Smith et

al., 2011). A redução da ingestão dos ácidos gordos saturados continua a ser o

centro das recomendações nutricionais para reduzir o índice de doenças

cardiovasculares, devido ao seu efeito no colesterol sanguíneo (Smith et al.,

2011). No entanto, esta visão tem vindo a ser posta em causa por estudos

recentes: (i) estudos epidemiológicos recentes falharam na conclusão de que

os ácidos gordos saturados estão associados com um aumento do risco de

doenças cardiovasculares (Siri-Tarino et al., 2010); (ii) a validade das meta

análises dos ensaios clínicos que mostram que as doenças cardiovasculares

podem ser prevenidas através da substituição de ácidos gordos saturados por

ácidos gordos polinsaturados tem sido questionada (Ramsden et al., 2010;

Ramsden et al., 2011); (iii) o efeito da dieta num só biomarcador (e.g. colesterol

sanguíneo) é insuficiente para determinar risco de doença cardiovascular

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(Astrup et al., 2011); (iv) o hipotético efeito protetor dos ácidos gordos ómega 6

tem sido considerados exagerado (Katan, 2009).

A ingestão de ácidos gordos saturados está inversamente associada

com o índice de mortalidade através de acidente vascular cerebral (Yamagishi

et al., 2010). Assumindo que a relação entre a ingestão de ácidos gordos

saturados e o índice de mortalidade proveniente de acidente vascular cerebral

é casual, é inapropriado recomendar um aumento do consumo de ácidos

gordos saturados, uma vez que pode levar a um aumento dos níveis de

colesterol total e do risco de doença isquémica cardíaca (Yamagishi et al.,

2010).

3.5.2. Ácidos Gordos Polinsaturados

O consumo de ácidos gordos polinsaturados reduz o rácio do colesterol

total:HDL, talvez o melhor preditor de risco cardiovascular (Mensaink et al.,

2003)

O consumo de ácidos gordos polinsaturados melhora a resistência à

insulina (Summers et al., 2002) e reduz a inflamação sistémica (Ferrucci et al.,

2006).

Em 1963, Arild Hansen e seus colaboradores demostraram pela primeira

que os seres humanos necessitam na sua dieta de determinados ácidos gordos

polinsaturados que o organismo é incapaz de sintetizar. Estes ácidos gordos

foram denominados de ácidos gordos essenciais, entre os quais podemos

encontrar os ácidos gordos ómega 3 e ómega 6. (Candela et al., 2011)

Os ácidos gordos ómega-3 derivam do ácido linolénico, que se obtém

através do peixe e de algumas plantas (Tiemeier et al., 2003) e os ácidos

gordos ómega-6 derivam do ácido linoleico, que se obtém através da maioria

dos óleos vegetais (Tiemeier et al., 2003).

Os ácidos gordos ómega 3 e ómega 6 são essenciais para o

desenvolvimento e crescimento, desempenhando também uma importante

função na prevenção e controlo de doenças cardiovasculares, hipertensão,

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diabetes, cancro e outras condições inflamatórias.(Gebauer et al.,2006;

Simopoulos et al, 2009).

Os ácidos gordos ómega 3 de cadeia longa, mais especificamente o

EPA e DHA, têm efeitos positivos na redução da obesidade, uma vez que

reduzem o apetite, melhoram a circulação sanguínea, o que facilita a chegada

dos nutrientes ao músculo e alteram a expressão genética no sentido de uma

maior acrescento de massa isenta de gordura, maior oxidação de gorduras e

dispêndio energético e redução da deposição de gordura (Buckley et al., 2010).

A ingestão de ácidos gordos ómega 3 tem efeitos benéficos em diversas

patologias: desordens cardiovasculares, diversos tipos de cancro, asma, artrite

reumatoide, osteoporose, entre outros (Candela et al., 2011). Os ácidos gordos

ómega 3 influenciam positivamente a obesidade e osteoporose, uma vez que

reduzem os processos inflamatórios globais (Kelly et al., 2013).

De acordo com Hamazaki & Okuyama (2013), consumos exagerados de

ómega 6 aumentam o risco de doença cardiovascular, sendo assim

recomendado um consumo moderado destes ácidos gordos.

Recentemente, a American Heart Assoaciation, publicou recomendações

de consumo de ácidos gordos ómega 6 entre 5-10% do total de energia

consumida. De acordo com a mesma instituição, o consumo de ácidos gordos

ómega 6 através de óleos vegetais, nozes e sementes tem efeitos benéficos,

desde que faça parte de um plano dietético na qual o excesso de gorduras

saturadas e de ácidos gordos trans sejam substituídos por ácidos gordos

polinsaturados (Harris et al, 2009)

Contudo, e de acordo com Kelly et al. (2013), o consumo excessivo de

ácidos gordos ómega 6, resultando num rácio ómega6-ómega3 bastante

elevado, pode contribuir para o aumento da obesidade e osteoporose, devido à

promoção de inflamação crónica.

As modificações nos padrões alimentares nos últimos 100-150 anos

conduziram a uma alteração no consumo de ácidos gordos, com um aumento

do consumo de ácidos gordos ómega 6 e uma redução do consumo de ácidos

gordos ómega 3. Isto conduziu a um desequilíbrio entre o rácio ómega 6-

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ómega 3, que é agora bem distinto do rácio de 1-2:1 de antigamente

(Simopoulos, 2009).

Simopoulos (2009) considera fundamental um equilíbrio no balanço

entre ácidos gordos ómega 6 e ómega 3 na prevenção e tratamento de

doenças cardiovasculares. Para a prevenção secundária de doença

cardiovascular, um rácio de 4:1 foi associado a 70% de redução na taxa de

mortalidade.

O rácio ideal entre os ácidos gordos ómega 6 e ómega 3 deve rondar os

4:1 – 5:1, não devendo exceder os 10:1 (Russo, 2009). As recomendações da

OMS (2003) para o rácio ómega 6:ómega 3 são de valores entre 5:1 e 10:1.

De acordo com a WHO (1993), indivíduos com rácios em excesso de 10:1

devem ser encorajados a consumir mais alimentos ricos em ómega 3, tais

como vegetais de folha verde, leguminosas e peixes.

O ideal será conseguir-se um aumento de ácidos gordos ómega 3

através da dieta, mas os suplementos alimentares são uma opção clara para

inverter esta tendência de aportes deficitários em ómega 3. (Candela et al.,

2011).

Os valores de referência da WHO (2003) são para o consumo de ácidos

gordos ómega 3 entre 1-2% e do consumo de ómega 6 entre 5-8% do valor

calórico total.

3.5.3. Ácidos Gordos Monoinsaturados

Os ácidos gordos monoinsaturados mais consumidos são quase

totalmente absorvidos pelo intestino, sendo oxidados para produção de

energia, convertidos noutros ácidos gordos ou são incorporados nos tecidos

lipídicos (Schwingshackl & Hoffmann, 2012).

Segundo Rodrigues dos Santos (2002), as gorduras monoinsaturadas

são as gorduras mais desejáveis da dieta. Os ácidos gordos monoinsaturados

promovem perfis lipídicos saudáveis, uma vez que ajudam a diminuir as LDL e

a aumentar as HDL, controlam a pressão sanguínea, melhoram a sensibilidade

à insulina e regulam os níveis de glicose (Gillingham et al., 2011). Desta forma,

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dietas ricas em gorduras monoinsaturadas, como por exemplo a dieta

mediterrânica (Gillingham et al., 2011) contribuem para a redução de fatores de

risco de doença cardiovascular (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).

Dietas com mais do que 12% de gorduras monoinsaturadas mostram

diferenças significativas comparativamente com dietas com menos de 12% de

gorduras monoinsaturadas em fatores de risco de doença cardiovascular.

Desta forma dietas com mais de 12% de gorduras monoinsaturadas

apresentam vantagens na redução de massa gorda, pressão arterial sistólica e

diastólica (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).

Relativamente à proporção dos diferentes tipos de ácidos gordos, a

WHO (2003) recomenda para um consumo inferior a 10% para os ácidos

gordos saturados, inferior a 1% de ácidos gordos trans, entre 6-10% para os

ácidos gordos polinsaturados, perfazendo os ácidos gordos monoinsaturados o

valor remanescente.

O Instituto Nacional de Medicina, o Departamento da Agricultura dos

Estados Unidos, a Associação Americana de Diabetes não estabelecem

recomendações para os ácidos gordos monoinsaturados. Em contraste, a

Academia de Nutrição e Dietética e a Associação Canadiana de Dietética

estabelecem um valor de menos de 25% do valor calórico total, enquanto a

Associação Americana do Coração estabelece um limite de 20% de consumo

de ácidos gordos monoinsaturados (Schwingshackl & Hoffmann, 2012). De

acordo com Abete et al. (2010), os alimentos ricos em ácidos gordos

monoinsaturados são o azeite, amêndoa, abacate e a noz.

3.5.4. Ácidos gordos trans

Os ácidos gordos trans presentes na nossa dieta podem ser naturais ou

produzidos industrialmente, sendo a hidrogenação de óleos vegetais o

processo mais comum para a formação de ácidos gordos trans industriais

(Bhardwaj et al., 2011).

Uma ingestão em excesso de ácidos gordos trans aumenta os níveis de

LDL e diminui os valores de HDL, aumentando desta forma o rácio LDL/HDL

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(Hunter, 2006). Desta forma, um consumo excessivo de ácidos gordos trans

está associado a doença coronária, morte súbita proveniente de causas

cardíacas e diabetes. (Mozaffarian et al., 2006). Remig et al. (2010) acrescenta

que um aumento de 2% da energia total consumida através dos ácidos gordos

trans está associado a um aumento de 23% do risco cardiovascular.

De acordo com Remig et al. (2010) a eliminação total dos ácidos gordos

trans não é possível numa dieta equilibrada, devido à sua presença nas carnes

vermelhas e nos produtos lácteos. Desta forma, a Associação Americana do

Coração recomenda a ingestão de ácidos gordos trans até 1% do VET. A

Associação Dietética Americana e o Instituto de Medicina especificam que os

ácidos gordos trans provenientes de fontes industriais devem ser limitados ao

máximo (Remig et al., 2010). Como resposta a estas recomendações, a

indústria da alimentação tem trabalhado no sentido de encontrar meios para

eliminar ou reduzir de forma significativa os ácidos gordos trans dos produtos

alimentares, tais como: (i) modificação do processo de hidrogenação, (ii) uso

de inter-esterificação, (iii) 3) utilização de frações de alto teor em sólidos a

partir dos óleos naturais, (iv) utilização de óleos tratados (Hunter, 2006).

Os óleos ricos em ácidos gordos polinsaturados e monoinsaturados são

boas soluções para substituir os ácidos gordos trans na fritura ou para uso

como ingrediente, mas não conseguem facultar determinadas funcionalidades

para aplicações específicas. Alguns alimentos necessitam de texturas

específicas para a aceitação do consumidor e isso só é possível através de

gorduras sólidas e não através dos ácidos gordos que não são saturados

(Hunter et al., 2010). Devido às recomendações para a diminuição dos ácidos

gordos trans, existe necessidade de encontrar gorduras sólidas que o

substituam mas que não aumentem o risco de doença cardiovascular (Hunter

et al., 2010).

Embora ainda não haja certezas, o óleo de soja, devido à sua

estabilidade oxidativa poderá ser um bom substituto dos ácidos gordos trans

para aplicações em gorduras sólidas (por exemplo: a margarina) (Hunter et al.,

2010).

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3.6. Colesterol

O colesterol desempenha um papel importante enquanto hormona

esteroide e biossíntese de bílis, sendo ainda um componente integrante das

membranas celulares (FNB, 2005).

As lipoproteínas de elevada densidade (HDL) e as lipoproteínas de baixa

densidade (LDL) são fatores independentes de predição de risco

cardiovascular (Barter et al., 2007). Quanto aos rácios colesterol total/HDL e

LDL/HDL são preditores de risco de doença isquémica cardíaca (Lemieux et

al., 2001).

Segundo Erasmus (2006), 999 em cada 1000 pessoas podem controlar

os seus níveis de colesterol sanguíneo através unicamente de meios

nutricionais. A dieta é um determinante importante do colesterol sanguíneo,

mas o colesterol dietético tem apenas uma contribuição modesta no aumento

das concentrações plasmáticas de colesterol LDL (Kanter et al., 2012). Isto

pode ser verificável em estudos recentes onde se demonstrou que o consumo

de ovos, um alimento com um teor considerável em colesterol, mostrou estar

associado a um menor risco de doença cardiovascular. (Scrafford et al.,2010;

Rong et al., 2013). O mesmo foi já verificado quando considerados outros

alimentos de origem animal (Sauvaget et al., 2003). Assim, o colesterol

dietético pode não ter uma importância tão grande como vulgarmente se afirma

(Lichtenstein & Lundy, 2009).

As recomendações atuais para o consumo diário de colesterol são:

<200mg/d para sujeitos com um elevado risco de doença cardiovascular

(Eaton et al., 1997)

<300mg/d para sujeitos saudáveis (Kanter et al., 2012)

De acordo com o Institute of Medicine (2002), o consumo de colesterol

dietético deve ser o mais baixo possível, devido a questões relacionadas com a

saúde do sujeito. No entanto, estudos recentes mostram que as relações entre

o colesterol dietético, os níveis de lípidos sanguíneos e o risco de

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desenvolvimento de doenças coronárias não são tão estreitas como reportado

previamente. (Kanter et al., 2012).

3.7. Proteínas

As proteínas desempenham um papel importante no balanço energético

através do aumento da saciedade, do efeito na termogénese alimentar, do

efeito na composição corporal e da diminuição da eficiência energética

(Westertrup, 2008).

A ingestão de proteínas resulta em elevados índices de saciedade

comparativamente a quantidades calóricas idênticas de hidratos de carbono ou

gorduras. O seu efeito na saciedade é sobretudo derivado da oxidação de

aminoácidos ingeridos em excesso, sendo este efeito mais elevado através do

consumo de proteínas vegetais comparativamente com as animais (Keller,

2011).

A termogénese alimentar (gasto de energia com o processamento dos

alimentos) é mais elevada para as proteínas do que para os outros

macronutrientes. O aumento deste gasto energético tem a ver com a síntese de

proteína e ureia e pela gluconeogénese. (Westertrup, 2008). Keller (2011)

especifica que, após a ingestão de proteínas a termogénese alimentar aumenta

20-30%, enquanto para os hidratos de carbono o aumento é entre os 5-10% e

para as gorduras 0-5%. A ingestão de proteína animal resulta em 2% mais

energia despendida do que a ingestão de proteína vegetal (Mikkelsen et al.,

2000).

O consumo de elevadas quantidades de proteína durante o tratamento

da obesidade resulta em maiores perdas de peso. Durante a perda de peso,

uma maior quantidade de proteína ajuda a manter o tecido magro e a aumentar

o balanço em cálcio, resultando numa preservação do conteúdo mineral ósseo.

(Keller, 2011). Paddon-Jones et al (2008) referem que uma dieta rica em

proteínas pode providenciar um estímulo no anabolismo muscular, favorecendo

a retenção de tecido magro e melhorando o perfil metabólico. Muitos estudos

têm sugerido que dietas ricas em proteínas aumentam o total de peso perdido

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e a percentagem de perda de massa gorda. (Krebs et al, 2010; Arciero et al.,

2013)

As recomendações do Instituto de Medicina são para a inclusão de

maiores quantidades de proteína do que aquelas que são previamente

recomendadas numa dieta saudável para a potenciação da perda de peso

(Institute of Medicine, 2002). De acordo com Astrup (2005), não há uma

evidência clara de que o consumo em excesso de proteína aumente o rico de

pedras nos rins, osteoporose, cancro ou doença cardiovascular. Arciero et al.

(2013) acrescenta que um consumo mais elevado de proteína (30%) distribuído

por 6 refeições diárias, conduz a uma diminuição da gordura corporal e mais

especificamente da gordura abdominal e um aumento da massa isenta de

gordura e a termogénese alimentar.

3.8. Vitaminas Antioxidantes

As células contêm inúmeros substratos que são potencialmente

oxidáveis, como os ácidos gordos polinsaturados, proteínas e DNA (FAO,

2001). De acordo com Diplock (1994), os radicais livres de oxigénio estão

envolvidos em inúmeras patologias, incluindo a doença coronária e alguns

cancros.

Por conseguinte, um complexo mecanismo de defesa antioxidante

protege as células contra os efeitos nefastos dos radicais livres produzidos

endogenamente e contra algumas espécies de radicais livres provenientes do

tabaco e de poluentes. Caso a nossa exposição aos radicais livres exceda a

capacidade protetora do sistema de defesa antioxidante ocorre o chamado

stress oxidativo (Sies, 1993).

A interação entre vitaminas antioxidantes parece ser um fator importante

na efetividade das mesmas. Um exemplo desta interação ocorre entre o ácido

ascórbico e o alfa-tocoferol, sendo que o ácido ascórbico parece contribuir para

a regeneração do α-tocoferol (Niki et al., 1995).

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29  

Contudo, é de salientar o efeito nocivo que estas vitaminas podem

assumir quando atingidos os valores acima das recomendações, passando

assim a ter um papel pró-oxidante (FNB, 2000)

Urso & Clarkson (2003) recomendam que as pessoas adotem uma dieta

rica em antioxidantes, recorrendo somente em último caso à suplementação.

3.8.1. Vitamina A

A vitamina A tem funções importantes no nosso organismo, tais como: i)

atuação como antioxidante, ii) normal funcionamento da nossa visão, iii)

manutenção do funcionamento celular para o normal crescimento, iv) regulação

imunitária e v) reprodução (WHO, 2006).

Segundo Yu (1994), a função antioxidante da pró-vitamina A provém da

sua estrutura, que lhe permite a captação de inúmeras espécies reativas de

oxigénio, incluindo os radicais superóxido e os radicais da peroxidação lipídica.

As recomendações para o aporte de vitamina A são normalmente

providenciadas tendo em conta a relação do consumo de vitamina A (retinol)

que está presente em alimentos de origem animal e próvitamina A (β caroteno),

que são derivados de alimentos de origem vegetal (WHO, 2006), e que tem de

ser convertido em retinol pela mucosa intestinal e fígado para poderem ser

utilizados pelas células.

Os sintomas de deficiência em vitamina A, à parte de sinais clínicos

oculares, como a cegueira noturna, não estão claramente especificados (WHO,

2006). No entanto, há cada vez mais evidências que sugerem que a deficiência

de vitamina A é uma determinante importante na maternidade e sobrevivência

do recém nascido (WHO, 2006).

As melhores fontes alimentares de vitamina A são alimentos de origem

animal, como o fígado, ovos e produtos lácteos, que contêm vitamina A na

forma de retinol, que podem ser rapidamente utilizadas pelo corpo humano

(Rodriguez, 1997).

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30  

A pró vitamina A (β caroteno) é encontrada nos vegetais de folha verde

(por exemplo o espinafre), vegetais amarelos (por exemplo: abóbora, cenoura)

e frutos não cítricos (por exemplo: manga, papaia) (FAO, 2001)

As frutas e os vegetais contêm vitamina A na forma de carotenoides,

sendo o β caroteno o carotenoide mais importante. Numa dieta variada, a taxa

de conversão de β caroteno em retinol é de aproximadamente 12:1. A

conversão de outros carotenoides em retinol é menos eficiente correspondendo

a uma taxa de conversão de 24:1 (FNB, 2001).

Segundo Castenmiller & West (1998), várias técnicas de preparação dos

alimentos, como a cocção e trituração (moagem) e a adição de óleos podem

melhorar a absorção dos carotenoides. Segundo Miller et al. (2002), não é

surpreendente que o risco de deficiência em vitamina A esteja inversamente

relacionado com a ingestão de vitamina A através de alimentos de origem

animal.

Mele (1991) acrescenta que a carência em vitamina A é mais comum em

sujeitos que têm uma ingestão de vitamina A essencialmente às custas de pró

vitamina A. A vulnerabilidade em vitamina A pode aumentar a possibilidade de

deficiência de ferro (WHO, 2006).

Uma vez que a vitamina A é lipossolúvel, podendo ser armazenada,

principalmente no fígado, o consumo de elevadas quantidades de vitamina A

durante um longo período de tempo pode resultar em sintomas de toxicidade,

incluindo danos no fígado, anormalidades ósseas, dores de cabeça, vómitos,

entre outros (WHO, 2006)

Caso o β caroteno seja ingerido em elevadas quantidades poderá

apresentar um efeito pró oxidante (Powers et al., 2004).

De acordo com a FNB (2001), as recomendações diárias de vitamina A para

adolescentes são as seguintes:

 

 

 

 

 

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31  

Quadro nº4 ‐ Recomendações de ingestão diária de vitamina A.

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 600µg/dia 700µg/dia

RAPAZES 600µg/dia 900µg/dia

3.8.2. Vitamina C

Segundo Rodrigues dos Santos (1995) a vitamina C tem como funções i)

a biossíntese do colagénio, catecolaminas, serotonina e carnitina, ii) ajudar na

absorção, transporte e armazenamento do ferro não-eme, iii) papel

antioxidante.

Bhaskaram (2002) acrescenta que, além destas funções, a vitamina C

está também implicada na regulação imunitária. Kanter (1998) refere que o

papel da vitamina C como antioxidante tem duas facetas: i) captar os radicais

superóxido, hidroxilo e os radicais da peroxidação lipídica; ii) função importante

na reciclagem da vitamina E.

De acordo com Carr & Frei (1999) e Duarte & Lunec (2005), devido à

sua ação antioxidante, a vitamina C pode diminuir a incidência de doenças

cardiovasculares e cancro, uma vez que baixos níveis plasmáticos desta

vitamina estão associados a uma maior mortalidade devido a estes dois fatores

de risco.

Estudos epidemiológicos indicam que dietas elevadas em vitamina C

têm sido associadas a um menor risco de cancro, especialmente cancros

associados à cavidade oral (Yong et al.1997; Schorah, 1998). A vitamina C

pode ser obtida na dieta através de frutas e vegetais (Jialal & Singh, 2006),

sendo de esperar que, uma vez que a vitamina C é hidrossolúvel, uma carência

nestes dois grupos de alimentos resulte em défice de vitamina C (WHO, 2006).

Mcardle et al. (1994) acrescenta que devido à solubilidade na água da vitamina

C, raramente se acumulam em concentrações tóxicas, o que é um fator de

extrema relevância, uma vez que uma ingestão de vitamina C em doses

elevadas resultar numa ação pró oxidante (Powers et al., 2004).

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32  

Os grãos germinados e leguminosas também contêm um elevado

conteúdo em vitamina C, devido à germinação. No entanto, como a vitamina C

é instável à exposição a ambientes alcalinos, oxigénio, luz e calor, as perdas

podem ser substanciais no armazenamento e cocção, fazendo com que estes

alimentos não sejam tão considerados quando queremos ter aportes

consideráveis de vitamina C (WHO, 2006).

De acordo com a FNB (2000), as recomendações diárias de vitamina C

para adolescentes são as seguintes:

Quadro nº5 - Recomendações de ingestão diária de vitamina C.

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 45 mg/dia 65 mg/dia

RAPAZES 45 mg/dia 75 mg/dia

3.8.3. Vitamina E

A vitamina E constitui o principal antioxidante lipossolúvel nas

membranas celulares (Clarkson & Thompson, 2000), sendo obtida

exclusivamente através da dieta (FAO, 2001).

A vitamina E é essencial para a saúde humana, uma vez que

desempenha um papel fundamental na prevenção de algumas doenças

degenerativas (Borel et al., 2013). Segundo Kwiterovich (1997), a vitamina E

tem uma forte associação com a diminuição da doença da artéria coronária.

Uma deficiência dos níveis de vitamina E pode aumentar a produção de

radicais livres de oxigénio para níveis semelhantes àqueles encontrados após

exercício (Sachek & Blumberg, 2001), assim como prejudicar a função

imunitária (Gleeson & Bishop, 2000). No entanto, e de acordo com Kagan

(1998), uma vez que a vitamina E é uma vitamina lipossolúvel, tem grande

capacidade de armazenamento. Além disso, segundo o mesmo autor, a

vitamina E pode ser regenerada por outros antioxidantes, como por exemplo a

vitamina C.

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33  

A biodisponibilidade de vitamina E é variável e afetada por inúmeros

fatores, entre os quais a disponibilidade das proteínas envolvidas na sua

absorção, a matriz alimentar, quantidade de gorduras e de vitaminas

lipossolúveis (Borel et al., 2013). Bellizi et al. (1994) referem que cerca de

metade do consumo de vitamina E é proveniente dos óleos vegetais.

De acordo com a FNB (2000), as recomendações diárias de vitamina E

para adolescentes são as seguintes:

Quadro nº6 - Recomendações de ingestão diária de vitamina E

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 11 mg/dia 15 mg/dia

RAPAZES 11 mg/dia 15 mg/dia

3.9. Minerais

3.9.1. Cálcio

O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano, estando a sua

quase totalidade (99%) armazenado no esqueleto humano (WHO, 2006).

Segundo a WHO (2006), as principais funções do cálcio são: (i)

manutenção da rigidez do esqueleto humano, (ii) coagulação sanguínea, (iii)

adesão celular, (iv) contração muscular, (v) libertação de hormonas e

neurotransmissores, (vi) metabolismo do glicogénio e (vii) proliferação e

diferenciação celular.

A mais significante consequência de um baixo aporte de cálcio é a

osteoporose (WHO, 2006). Embora uma ingestão adequada de cálcio seja

importante no decorrer da nossa vida, a infância e a adolescência são dois

períodos cruciais devido ao rápido crescimento do nosso esqueleto (FAO,

2001). Baixas ingestões de cálcio durante este período pode reduzir o pico de

densidade mineral óssea, aumentando assim o risco de osteoporose na fase

adulta (WHO, 2006).

Os produtos lácteos são os principais responsáveis pelo aporte de

cálcio, contabilizando 50-80% do aporte diário de cálcio em muitos países

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industrializados, enquanto os alimentos de origem vegetal contabilizam cerca

de 25% (WHO, 2006).

Os maiores inibidores da absorção de cálcio são os oxalatos e os fitatos

(FNB, 1999). Os oxalatos encontram-se presente em alimentos como o

espinafre, batata doce e feijão. Os fitatos fazem parte de alimentos como as

leguminosas e cereais integrais.

De acordo com a FNB (1997), as recomendações diárias de cálcio para

adolescentes são as seguintes:

Quadro nº7 - Recomendações de ingestão diária de cálcio

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 1300mg/dia 1300mg/dia

RAPAZES 1300mg/dia 1300mg/dia

3.9.2. Ferro  

Grande parte do ferro presente no corpo humano encontra-se nos

eritrócitos, mais especificamente na hemoglobina, em que a sua principal

função é o transporte de oxigénio dos pulmões para os diferentes tecidos do

corpo humano (WHO, 2006).

O ferro é também um importante componente de vários sistemas

enzimáticos, como por exemplo os citocromos, que estão envolvidos no

metabolismo oxidativo. (WHO, 2006)

O ferro é armazenado no fígado como ferritina e hemossiderina (WHO,

2006). A deficiência em ferro é a desordem nutricional mais comum e difundida

pelo mundo (WHO, 2006), sendo a anemia o resultado dum balanço negativo

prolongado de aporte (WHO, 2006).

A presença de deficiência noutros micronutrientes, especialmente as

vitaminas A, vitamina B12, folato e riboflavina também aumenta o risco de

anemia (Allen et al., 2000)

Cerca de 40% da população mundial sofre de anemia, sendo a taxa de

incidência estimada em adolescentes entre os 30-55% (WHO, 2006).

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35  

Os principais fatores de risco de deficiência em ferro incluem: i) baixa

ingestão de ferro hémico (presente na carne e no peixe); ii) inadequada

ingestão de vitamina C; iii) baixa absorção de ferro através de dietas ricas em

fitatos (incluindo leguminosas e cereais) ou compostos fenólicos (presentes no

café, chá); iv) períodos da vida em que as necessidades de ferro são

especialmente elevadas (por exemplo: o crescimento); v) elevadas perdas de

sangue como resultado da menstruação (WHO, 2006).

As necessidades de ferro nos adolescentes são elevadas,

particularmente durante o período de rápido crescimento (Rossander-Hulthén.

& Hallberg, 1996).

No que diz respeito ao mecanismo de absorção do ferro, podemos ter

dois tipos de ferro dietético: ferro hémico e ferro não hémico (Hallberg, 1981)

Na dieta, as principais fontes de ferro hémico são a hemoglobina e mioglobina

através do consumo de carne ou peixe, enquanto o ferro não hémico é obtido

através de cereais, leguminosas, frutos e vegetais (FAO, 2001). A absorção

média de ferro hémico através de refeições que contenham carne é de 25%

(21), podendo variar entre 10% quando o armazenamento de ferro é suficiente

até 40% quando existe deficiência em ferro (Hallberg et al., 1997).

O cálcio é o único nutriente que afeta negativamente a absorção do ferro

hémico, influenciando também negativamente a absorção de ferro não hémico

(Hallberg, 1993).

Desta forma, de acordo com a FAO (2001), os fatores que influenciam a

absorção de ferro hémico são: i) o status de ferro do sujeito, ii) a quantidade de

ferro hémico dietético ingerido, especialmente através da carne; iii) conteúdo

em cálcio da refeição; iv) preparação da refeição (temperatura, tempo)

De acordo com a FAO (2001), o ferro não hémico é a principal forma de

ferro dietético. Os fatores que influenciam a absorção de ferro não hémico são:

i) o status de ferro do sujeito; ii) quantidade de ferro não hémico disponível; iii)

balanço entre fatores potenciadores e inibidores (FAO, 2001).

O ácido ascórbico é o mais forte potenciador da absorção de ferro não

hémico (Siegenberg, 1991). O ferro hémico pode ser degradado e convertido

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36  

em ferro não hémico caso os alimentos sejam cozinhados a elevadas

temperaturas durante um largo período de tempo (FAO, 2001).

Os fitatos inibem a absorção do ferro. Os fitatos são encontrados nos

vegetais, grãos nozes e frutas (FAO, 2001). O cálcio não só interfere

significativamente na absorção do ferro hémico como também na absorção do

ferro não hémico (Gleerup et al., 1993). A solução prática para esta competição

será aumentar a ingestão de ferro, aumentar a sua biodisponibilidade ou evitar

a ingestão de alimentos ricos em cálcio e ferro na mesma refeição (Gleerup,

1995).

Cada refeição deve conter pelo menos 25mg de ácido ascórbico e este

valor pode aumentar caso a refeição contenha muitos inibidores de absorção

do ferro (FAO, 2001).

A carne e o peixe promovem a absorção de ferro não hémico (Björn-

Rasmussen & Hallberg, 1979), promovendo um equilíbrio na quantidade de

ferro no nosso organismo de duas maneiras: estimulando a absorção quer de

ferro hémico quer de ferro não hémico e providenciando o ferro hémico. A FAO

(2001) refere que podem existir várias conjugações de alimentos, resultando

em diferentes índices de biodisponibilidade do ferro.

Quadro nº8 - Dietas com diferente biodisponibilidade em ferro.

Tipo de dieta

Biodisponibilidade

de ferro

(µg/kg/dia)

Consumo muito elevado de carne e de ácido ascórbico 150

Consumo muito elevado de carne nas 2 refeições

principais e consumo elevado de ácido ascórbico 75

Consumo moderado de carne/peixe nas duas refeições

principais e baixo aporte de fitatos e cálcio 42

Consumo muito reduzido aporte de carne/peixe e de

ácido ascórbico e elevado consumo de fitatos 15

 

 

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De acordo com a FNB (2001), as recomendações diárias de ferro para

adolescentes são as seguintes:

Quadro nº9 - Recomendações de ingestão diária de ferro.

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 8 mg/dia 15 mg/dia

RAPAZES 8 mg/dia 11 mg/dia

 

3.9.3. Selénio

As principais funções do selénio incluem: i) proteção dos tecidos contra

o stress oxidativo; ii) manutenção dos sistemas de defesa do corpo humano

contra as infeções; iii) modulação do crescimento e desenvolvimento (WHO,

2006).

As dietas usuais na maior parte dos países industrializados providencia

as necessidades em selénio. Somente em locais onde o solo, e

consequentemente os alimentos produzidos no mesmo, é pobre em selénio

(WHO, 2006).

De acordo com a WHO (2006), os produtos de origem vegetal contêm

entre 0,1μg/g a 0,8μg/g de conteúdo em selénio, enquanto os produtos de

origem animal providenciam um conteúdo em selénio entre 0.1 to 1.5μg/g. De

acordo com a mesma fonte, em países industrializados, a carne providencia

cerca de metade do selénio. Assim, um baixo aporte de alimentos de origem

anumal irá aumentar o risco de deficiência neste mineral.

De acordo com a FAO (2001), esta relevância dada ao solo pode ser

refletida nos dados de consumo diário de selénio na Nova Zelândia (3mg/dia) e

nos Estados Unidos (14mg/dia).

Aproximadamente 30% do selénio encontra-se presente no fígado, 15%

nos rins, 30% no músculo e 10% no plasma sanguíneo (FAO, 2001).

O selénio apresenta uma função importante no metabolismo da tiroide

(Arthur et al., 1993). As condições ambientais e as práticas agrícolas têm uma

enorme influência na quantidade de selénio presente em inúmeros alimentos

(FAO, 2001).

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38  

De acordo com a FNB (2000), as recomendações diárias de selénio para

adolescentes são as seguintes:

Quadro nº10 - Recomendações de ingestão diária de selénio

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 40µg/dia 55µg/dia

RAPAZES 40µg/dia 55µg/dia

3.10 Pequeno - Almoço

O pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia,

fundamentalmente pelos benefícios nutricionais que traz ao indivíduo (Gibson,

2003).

A American Dietetic Association (2004) refere que as pessoas que

omitem o pequeno-almoço sentem-se frequentemente cansadas e irritadas no

período da manhã. O pequeno-almoço é fundamental para a reposição dos

níveis energéticos dos adolescentes, uma vez que sucede a um longo período

de jejum noturno (Rodrigues dos Santos, 2002). Os baixos níveis de glicémia

no sangue faz com que os adolescentes tenham de se socorrer do catabolismo

das proteínas (através da gluconeogénese) para aumentar esses mesmos

níveis e fornecer a glucose para os órgãos gluco-dependentes (Rodrigues dos

Santos, 2002).

O não consumo do pequeno-almoço pode trazer consequências na

saúde pública dos adolescentes (Utter et al., 2007). Comparativamente com

consumidores de pequeno-almoço, os adolescentes que não consomem esta

refeição têm ingestões reduzidas de inúmeros nutrientes, tais como: vitamina

A, E, C, B6, B12, folato, ferro, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e fibra

dietética (Nicklas et al., 2000). Estes nutrientes são raramente compensados

pelas restantes refeições diárias (Nicklas et al.,2000).

Os adolescentes que não tomam o pequeno-almoço são também mais

propensos a não atingirem as recomendações diárias de alguns grupos

alimentares, como as frutas e hortícolas (Utter et al., 2007).

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39  

O não consumo de pequeno-almoço tem sido associado a maiores

índices de adiposidade em adolescentes. (Song et al., 2006) e

consequentemente a sobrepeso (Rampersaud et al. 2005; Barba et al. 2006).

Além disso, segundo Lake et al. (2006) o hábito de não consumir o pequeno-

almoço pode persistir no estado adulto.

O consumo de pequeno-almoço, particularmente caso esta refeição

contenha cereais, está associada a um consumo mais baixo de gorduras e

consumos mais elevados de hidratos de carbono, fibra e alguns micronutrientes

(Ruxton & Kirk, 1997).

Um maior consumo de cereais ao pequeno-almoço tem sido associado a

ingestões calóricas mais equilibradas (Frary et al., 2004), a um baixo índice de

massa corporal e a perda de peso (Mattes, 2002). Os cereais são

convenientes, têm boa palatibilidade, são nutricionalmente densos e não

requerem grande preparação. Além disso são boas fontes de hidratos de

carbono complexos, com pouca quantidade de gordura e fortificados com

vitaminas e minerais (Whittaker et al., 2001).

3.11. Número de refeições diárias

São vários os autores (Peres, 1980; Eisenman et al., 1990) que nos

referem que os indivíduos não devem estar mais de três horas sem comer,

não só para evitarem baixas de glucose no sangue mas, também, para

evitarem sobrecarregar o organismo com refeições muito pesadas e hiper-

energéticas, normalmente indutoras de grande descarga insulínica. De

acordo com Rodrigues dos Santos (2005), uma hiperinsulinemia pós-prandial

pode ser um fator tendencialmente armazenador de glucose no adipócito sob

a forma de triglicerídeos, o que pode redundar em aumento de peso supérfluo

com resultados nefastos no perfil de saúde do adolescente. Além disso, e

como refere Peres (1980), rações excessivas podem não fornecer

equilibradamente todos os princípios nutritivos necessários para uma vida

com saúde.

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40  

Em sentido inverso, um maior número de refeições diárias permite

fracionar o aporte de alimentos com elevado índice glicémico durante o dia,

evitando-se uma maior concentração de alimentos em poucas refeições e

disponibilizando glucose de forma equilibrada quer para o exercício físico,

quer para suporte do metabolismo dos orgãos gluco-dependentes – cérebro,

sistema nervoso, rim, eritrócito (Rodrigues dos Santos, 2002). Apesar de

ainda persistir alguma controvérsia (Crawley & Summerbell, 1997), o aumento

do número de refeições diárias confere efeitos favoráveis no peso corporal

(Kant et al., 1995), adiposidade (Ruidavets et al., 2002; Toschke et al., 2005)

e ingestão calórica (Drummond et al., 1998). De acordo com Speechy et al

(1999), o efeito positivo do aumento do número de refeições diárias provém

de uma libertação mais sustentada de hormonas gastrointestinais.

4. Dispêndio Energético

4.1. Taxa Metabólica Basal

De acordo com Speakman (2004) a taxa metabólica basal diz respeito

às necessidades energéticas para manter os processos celulares gerais. Ainda

segundo o mesmo autor esta taxa é medida em condições controladas em que

o sujeito está completamente inativo, não está a digerir alimentos (o que

pressupõe a medição pelo menos 4 horas após refeição) e está a uma

temperatura ambiente neutral.

A taxa metabólica basal é a componente que mais contribui para o gasto

energético diário (Johnstone et al.,2005), pelo menos em sujeitos sedentários

ou pouco ativos. O entendimento da natureza fisiológica da variabilidade da

taxa metabólica basal é determinante, uma vez que está associada à epidemia

da obesidade de duas formas distintas: uma baixa taxa metabólica basal pode

ser um fator de risco de obesidade (Weyer at al., 2000) e sujeitos que outrora

foram obesos têm uma taxa metabólica basal 3 a 5% mais baixa do que o

expectável (Astrup et al., 1999). A taxa metabólica basal apresenta uma

resposta adaptativa à restrição alimentar, o que pode predispor os indivíduos a

um posterior novo ganho de peso (Johnstone et al., 2005). O controlo ponderal

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41  

está dependente de diversos fatores entre os quais o controlo hormonal. A

mensuração de várias hormonas (e.g. leptina, triiodotironina e tiroxina) podem

ajudar a verificar o perfil evolutivo do sujeito em relação à sua massa gorda,

embora as relações entre a massa gorda e o perfil hormonal possam induzir

alguns equívocos (Johnstone et al., 2005).

Importa evidenciar que em sujeitos obesos a taxa metabólica basal está

fortemente condicionada pela percentagem de massa gorda (Vermorel et al.,

2005), embora a análise dos gastos energéticos em repouso deva levar em

consideração quer a massa gorda quer a massa magra que contribuem com

diferentes valências para o gasto energético diário. Johnstone et al. (2005)

confirmam que tanto a massa magra corporal como a massa gorda influenciam

a taxa metabólica basal, havendo no entanto, contributos diferenciados (63%

de contribuição da massa magra e 6% da massa gorda). Os restantes 27% da

variância são atribuídos a fatores que ainda não estão totalmente explicados,

sendo aplicáveis a diferenças inter-individuais.

Sabendo-se que a percentagem de massa magra é um fator importante

para a determinação do gasto energético em repouso (Johnstone et al., 2005),

podendo contribuir com 50-70% para o total de energia despendida diariamente

(em situação de reduzida atividade física) (Vermorel et al., 2005), esta deve ser

privilegiada em programas de redução de peso corporal. Quando o efeito da

massa gorda na taxa metabólica basal é removido, não existe qualquer

associação com concentrações de leptina, o que sugere que a ligação entre as

concentrações sanguíneas de leptina e a taxa metabólica basal ocorrem

somente devido a um inadequado controlo dos efeitos da massa gorda

(Johnstone et al., 2005).

4.2. Efeito Térmico dos Alimentos

A termogénese alimentar está relacionada com a estimulação dos

processos energéticos requeridos no período pós-prandial: (i) absorção

intestinal dos nutrientes; (ii) fases iniciais do seu metabolismo; (iii)

armazenamento dos nutrientes absorvidos (Tappy, 1996)

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42  

A seleção dos alimentos determina gastos energéticos diferenciados

para o processo de digestão e assimilação dos macronutrientes. Assim,

enquanto as gorduras somente gastam entre 0-3% da energia ingerida para o

seu processamento digestivo e nutricional, os hidratos de carbono gastam

entre 5-10% e as proteínas 20-30% (Tappy, 1996).

4.3. Atividade Física

O dispêndio energético associado à atividade física (AF) é a componente

mais variável do total de energia despendida pela pessoa (Dauncey, 1990).

Olhando para um exemplo simples, de acordo com Hall et al (2004), a corrida

tem um gasto energético bem mais elevado do que o caminhar. Apesar desta

variância associada ao gasto energético através da AF, esta desempenha um

papel chave para que se consiga atingir o balanço energético (Weinsier et al.,

2002).

A AF produz benefícios energéticos na taxa metabólica basal, gerando

assim um maior efeito no balanço energético do que o custo energético do

exercício considerado isoladamente (Speakman & Selman, 2003).

5. Conceitos: Atividade Física, Exercício Físico e Desporto

De acordo com Caspersen et al. (1985), a atividade física é qualquer

movimento corporal gerado pelo sistema músculo-esquelético que resulta em

dispêndio energético

Quanto ao exercício físico é uma subsérie da atividade física. É uma

atividade física planeada, estruturada e repetida com o objetivo de manter o

melhorar a condição física (Caspersen et al., 1985).

Claeys (1984) entende que são quatro os elementos essenciais que

definem o conceito de desporto: o movimento (actividade física e intelectual

humana), a competição (rivalidade no sentido da relação

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43  

desporto/performance), a institucionalização (existência de regras e normas

institucionalizadas) e o lazer (carácter recreativo e lúdico).

6. Fatores influenciadores da Atividade Física

De acordo com Mota & Sallis (2002), os fatores influenciadores da AF

podem ser agrupados em diferentes variáveis: (i) intrapessoais; (ii)

psicológicos, cognitivos e emocionais; (iii) interpessoais; (iv) ambientais.

6.1. Variáveis intrapessoais

6.1.1. Sexo e idade

Sallis et al. (2000) a partir de uma meta-análise que realizaram sobre

diversos estudos relacionados com os fatores de influência da AF em crianças

e adolescentes, chegaram à conclusão que a maioria desses estudos

demonstra que os rapazes são mais ativos do que as raparigas e que a AF

diminui drasticamente com a idade, sendo esse decréscimo mais notório nas

raparigas.

Mota & Sallis (2002) referindo-se a diversos estudos, afirmam que as

diferenças de género podem ser explicadas por diferentes influências sociais

em ambos os sexos: os rapazes são mais encorajados a praticar AF, têm mais

e diferentes oportunidades fora da escola e revelam experiências de AF mais

positivas do que as raparigas.

Relativamente à idade, o declínio parece ser mais acentuado, quanto

mais intensa e exigente em termos de motivação for a atividade (Sallis et al.,

2000).

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44  

6.1.2. Estatuto socioeconómico

De acordo com Sallis et al. (1996), o estatuto socioeconómico mediado

pelo trabalho (associado às habilitações literárias e aos rendimentos)

condiciona as atividades de lazer do indivíduo, nomeadamente a AF. De

acordo com os mesmos autores, o baixo nível socioeconómico restringe, em

termos financeiros, não só o meio de transporte para os locais de prática, como

a associação e participação em grupos formais de atividade (Sallis et al., 1996).

Contudo, segundo Sallis et al. (2000), os estudos disponíveis não têm

identificado de forma clara os processos pelos quais o estatuto sócioeconómico

influencia a AF dos jovens, apresentando conclusões que não são consensuais

6.1.3. Obesidade

A relação entre a obesidade ou excesso de peso e a prática de atividade

física na adolescência pode ser vista de duas formas distintas: se, por um lado,

a falta de AF pode levar a aumentos de gordura corporal, por outro lado, há

que ter em conta que os jovens obesos são menos ativos (Delgado & Tercedor,

2002).

Neste sentido, a diminuição da AF poderá ser tanto a causa como o

efeito do aumento de peso ao longo da vida e, portanto, diferentes avaliações

teriam de ser feitas para se chegar a uma relação causal estável (Voorrips et.

al., 1992).

6.2. Fatores psicológicos, cognitivos e emocionais

6.2.1. Auto eficácia

A auto-eficácia para o exercício é o grau de confiança que o indivíduo

tem na sua capacidade para ser fisicamente ativo perante diversas

circunstâncias, ou seja, a eficácia para ultrapassar barreiras (DuCharme &

Brawley, 1995)

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45  

Entre as variáveis cognitivas correlacionadas com o exercício, a auto-

eficácia é a mais forte e parece ser o preditor mais consistente do

comportamento de exercício em qualquer idade (Sherwood & Jeffery, 2000).

Jovens com elevada perceção de competência num desporto poderão sentir

baixa perceção de competência noutro. De facto, algumas crianças podem

percecionar uma baixa competência desportiva, mas sentirem-se competentes

noutras atividades físicas (Mota & Sallis, 2002).

6.2.2. Perceção de barreiras

Crawford & Goodbey (1987) identificaram três tipos de barreiras:

externas, internas e sociais.

A perceção de barreiras ou obstáculos apresenta-se inversamente

correlacionada com a AF dos adolescentes em ambos os sexos (Zakarian et

al., 1994).

Um estudo português de Matos et al. (2003) concluiu, relativamente à

perceção de barreiras dos jovens de 15 anos (do 10º ano), que a maioria refere

quase nunca fazer AF com os pais (79.8%); quase metade dos sujeitos refere

não existirem muitos locais para a prática de AF (45.5%) e consideram-na uma

atividade cara (44.8%); cerca de um quarto dos sujeitos afirma que quase

nunca é seguro fazer AF no local onde mora (23.3%).

6.2.3. Atitudes/ Benefícios

Segundo Mota e Sallis (2002) podemos encontrar uma perceção de

benefícios positivos na saúde, semelhante em participantes e não participantes

de AF. Embora a maioria dos indivíduos que integram programas de promoção

de exercício físico percecionem efeitos positivos na saúde, este facto não

contribui suficientemente para a manutenção do exercício.

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46  

6.2.4. Fatores comportamentais

A prática de AF é considerada um comportamento de saúde, similar a

outros comportamentos de saúde como os cuidados de saúde primários, a

alimentação, a prevenção de consumos e a prevenção de comportamentos

sexuais de risco e de violência (Matos et al., 1999).

Os hábitos de AF influenciam e são determinados por outros hábitos tais

como a alimentação, o consumo de álcool e drogas e o tabagismo, entre outros

(Matos et al., 2001).

Segundo Wold (1993), nos adolescentes, o exercício está relacionado

com uma maior facilidade em fazer novas amizades, obter apoio social e

satisfação escolar, verificando-se, para além de benefícios na saúde,

importantes vantagens no processo de socialização dos adolescentes.

6.3. Variáveis interpessoais

6.3.1. Influência da Família

A influência parental tem sido referida como sendo um dos principais

mecanismos de influência de prática de AF por parte dos adolescentes (Pate &

Ross, 1987)

Os pais podem influenciar a AF dos filhos de diversas formas (Taylor et

al., 1994). Uma das influências mais evidente é, contudo, a que Sallis & Mota

(2002) designaram por apoio instrumental, ou seja, o apoio no transporte para

os locais de prática, o apoio material ou a disponibilidade de tempo.

O encorajamento direto (Klesges et al., 1984), proporcionando

comportamentos mais ativos (Moore et al., 1991) ou o estabelecimento de

regras contrárias, promovendo o constrangimento da atividade são mais dois

exemplos da forma como os pais podem influenciar o comportamento dos

adolescentes relativamente à prática de AF. (Mota & Sallis, 2002).

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47  

6.3.2. Influência dos Pares

De acordo com Mota & Sallis (2002), a importância dos pares

relativamente à adesão à AF parece ser mais determinante na adolescência do

que na infância.

Com o desenvolvimento da autonomia e a construção da personalidade,

durante a adolescência, o papel de modelo desempenhado pelos pais sofre

uma transferência para os pares e amigos, refletindo-se esta mudança

igualmente no processo de socialização através do desporto (Yang et al.,

2000).

Segundo Freire (2000), o grupo de pares começa a ganhar primazia na

adolescência, uma vez que existe uma partilha de muitas coisas em comum,

tais como os gostos, os desportos, passatempos, poder de compra e tipos de

interesse.

6.3.3. Escola/Professor/Treinador

Assumindo a escola um papel cada vez mais preponderante na

formação e desenvolvimento das crianças e jovens, não só através do currículo

formal, como por meio das aprendizagens resultantes das interações com os

pares e os diversos agentes educativos (Sampaio, 1997).

A influência da escola na AF dos jovens, analisada na perspetiva de

promoção da saúde, poderá, por conseguinte, ser observada segundo dois

prismas distintos: em primeiro lugar, analisar o nível de AF que a escola

promove; em segundo lugar, observar e avaliar os hábitos de AF que a escola

transmite e que possam ser mantidos na idade adulta (Mota & Sallis, 2002).

No que concerne ao nível de AF praticada nas escolas, Pate et al.

(1994) concluem que, as aulas de educação física não proporcionam a

quantidade de AF suficiente.

No que diz respeito ao professor de educação física, Neumark-Sztainer

et al. (2003) destacam a sua importância no desenvolvimento de hábitos de AF

ao longo da vida.

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48  

6.4. Variáveis ambientais

6.4.1. Acessibilidade a Equipamentos e Espaços

De acordo com Mota & Sallis (2002), ambientes que possuam recursos

favorecedores da prática de AF, como passeios, parques, ginásios, podem

tornar mais simples a participação das pessoas.

De acordo com Sallis et al (1993), as crianças com acessibilidades à

prática de AF mais próximas do local de residência eram mais ativas do que

aquelas com dificuldades de acessibilidade.

Pelo contrário, ambientes que coloquem barreiras à prática como a

inexistência de estruturas e locais com falta de segurança reduzem as

possibilidades das pessoas serem ativas (Sallis et al., 1997).

6.4.2. Condições climatéricas

De acordo com Mota e Sallis (2002), os diferentes níveis de participação

na AF, especialmente no tempo de lazer, parecem estar dependentes das

características ambientais bem como da sazonalidade das atividades. A este

respeito, Pate et al. (1994) referem que existe um crescimento acentuado de

prática de AF durante o Verão.

Relativamente às condicionantes geográficas, um estudo em Portugal

concluiu que os jovens do Litoral praticam AF maior frequência e durante mais

tempo do que os residentes no Interior do país (Matos et al., 1999).

7. Malefícios do Sedentarismo / Benefícios Atividade Física

O sedentarismo/inatividade física tem sido identificado como um dos

maiores problemas de saúde pública do século 21 (Blair, 2009). A WHO estima

que 2 milhões de mortes por todo o mundo são atribuídas à inatividade física

(WHO, 2004).

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49  

De acordo com Allender et al. (2007), dados do Serviço Nacional de

Saúde de Inglaterra referem que os custos relacionados com a inatividade

física em Inglaterra rondam um bilião de libras por ano, estando a inatividade

física relacionada com mais de 35.000 mortes por ano neste país.

A American Academy of Pediatrics (2001), Australian Government

Department of Health and Ageing (2011) e Canadian Society for Exercise

Physiology (2011) recomendam a redução do tempo passado com atividades

sedentárias, especialmente a visualização de televisão. De acordo com Steele

et al. (2009), o sedentarismo está associado com a adiposidade, enquanto

Sardinha et al. (2008) referem uma associação positiva com um perfil de risco

cardiometabólico, mais especificamente com a resistência à insulina.

Um estilo de vida ativo traz inúmeros benefícios para os adolescentes

(Seabra et al., 2011). De acordo com Strong et al. (2005), atividade física

moderada e vigorosa praticada regularmente está associada a benefícios

comportamentais, de corporais e de saúde durante a adolescência (Strong et

al., 2005). A atividade física praticada regularmente melhora a composição

corporal, capacidade cardiorrespiratória e muscular e a saúde óssea

(USDHHS, 2008). A atividade física regular previne o começo precoce de

inúmeras doenças crónicas que são manifestadas na fase adulta (Rowland,

2006) e os hábitos de atividade física desenvolvido durante a infância e a

adolescência têm repercussões no estilo de vida da fase adulta (Malina, 2001).

A prática regular de atividade física está associada a um risco reduzido de

doença coronária, obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças crónicas

(Department of Health, 2004). O tempo passado em atividade física moderada

a vigorosa está associado a um perfil cardiometabólico saudável em jovens

(Rizzo et al., 2007).

De acordo com Allender et al. (2007), dados do Serviço Nacional de

Saúde de Inglaterra referem que os custos relacionados com a inatividade

física em Inglaterra rondam um bilião de libras por ano, estando a inatividade

física relacionada com mais de 35.000 mortes por ano neste país.

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50  

A atividade física praticada regularmente melhora a composição

corporal, condição muscular e cardiorrespiratória, a saúde óssea e os

biomarcadores metabólicos de saúde dos adolescentes (USDHHS, 2008).

8. Prevalência atividade física / inatividade física

Embora os benefícios da atividade física estejam documentados, a

prevalência de inatividade física tem aumentado por todo o mundo (Bouchard

et al., 2006). De acordo com a WHO (2004), dois terços dos adolescentes

(entre os 11 e os 15 anos) não atinge as recomendações de atividade física.

Num estudo realizado em adolescentes portugueses, de acordo com a

recomendação de 60 minutos de atividade física diária, 36% dos adolescentes

dos 10 aos 11 anos e 4% dos adolescentes dos 16 aos 17 anos foram

considerados suficientemente ativos (Batista et al., 2012).

De acordo com Maffeis et al. (1997), Dionne et al. (2000) e McMurray et

al. (2000) adolescentes com sobrepeso são menos ativos do que adolescentes

com peso normal.

9. Recomendações Atividade Física

De acordo com a WHO (2011), os adolescentes devem acumular pelo

menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa diariamente. Toda a

atividade física que vier por acréscimo trará ainda mais benefícios para a saúde

dos adolescentes. Pelo contrário, caso os adolescentes sejam inativos, devem

começar com pequenas quantidades de atividade física, aumentando

gradualmente até atingirem os 60 minutos diários (WHO, 2011). Estes 60

minutos diários podem ser atingidos de uma só vez ou divididos por várias

vezes ao dia. Cavill et al. (2001) referem que para além dos 60 minutos diários

de atividade física moderada a vigorosa, os jovens devem, participar em

atividades que reforcem a força muscular e da flexibilidade e promovam o

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51  

desenvolvimento da densidade mineral óssea, pelo menos duas vezes por

semana.

De acordo com a ACSM (2003), os profissionais do exercício devem ter

em consideração que os indivíduos com sobrepeso são na generalidade

sedentários, sendo que grande parte dos mesmos já tiveram experiências

desagradáveis com o exercício. Deste modo, antes de iniciar qualquer

atividade devem conhecer o indivíduo, de forma a perceber qual a sua relação

com o exercício, as suas dificuldades, bem como os locais de prática preferidos

(e.g. clube desportivo, casa, rua, ginásio da escola ou pista). Esta atitude

poderá aumentar a adesão e a concordância com o programa de exercícios

10. Prática de Atividade física consoante o tempo e o espaço

10.1. Tempo Livre

O tempo livre tem sido assumido como potencialmente importante do

ponto de vista da promoção da saúde e da qualidade de vida dos jovens,

devido ao seu carácter voluntário e autónomo (Matos, 2003).

Num estudo de Santos et al. (2005), entre as práticas de lazer mais

referidas nos tempos livres pelos jovens estão: “ouvir música”, “ver televisão”,

“conversar com os amigos”, “jogar às cartas, jogos de vídeo e computador” e

“ajudar nos trabalhos domésticos”. Os mesmos autores referem que as

atividades mais escolhidas por parte dos adolescentes são maioritariamente

sedentárias.

A atividade física necessária para a obtenção de benefícios para a

saúde pode ser livremente escolhida e realizada no tempo de lazer, ou

integrada na rotina diária dos adolescentes (Biddle & Mutrie, 2001).

Efetuando uma comparação dos dias da semana, Konharn et al (2012)

referem que a prática de atividade física moderada a vigorosa por parte dos

adolescentes é maior durante os dias de semana do que ao fim de semana.

Estes resultados vão ao encontro do estudo de Comte et al. (2013), no qual a

taxa de atividade física durante o fim de semana foi 30% mais baixa do que a

taxa de atividade física nos dias de semana.

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52  

Aibar et al. (2013) num estudo realizado em adolescentes franceses e

espanhóis referem que aos fins de semana, as manhãs são as que mais

contribuem para o incremento da taxa de atividade física.

10.2. Aulas de Educação Física

De acordo com Kremer et al (2012), além do facto das aulas de

Educação Física terem uma curta duração, os estudantes praticam atividade

física moderada a vigorosa durante somente um terço da aula, havendo uma

fraca contribuição para o nível de atividade física diária. Estes dados vão ao

encontro dos encontrados por Wang et al. (2005) em adolescentes

portugueses. Estes autores referem que os adolescentes são pouco ativos

durante as aulas de Educação Física e aconselham um aumento na quantidade

e qualidade das aulas de Educação Física, de forma a encorajar os

adolescentes a atingirem a quantidade de atividade física necessária para

obterem benefícios a nível da saúde.

O facto de existirem ainda tantas escolas no nosso país que não

possuem instalações desportivas cobertas, onde as próprias aulas de

Educação Física são condicionadas pela chuva, pode estar associado às

fracas oportunidades de prática de atividade física entre os jovens (Santos et

al., 2005).

10.3. Recreio Escolar

Segundo Lopes (2006) a palavra recreio pode ter dois significados: o

espaço (onde a criança/adolescente desenvolve atividades livremente) e o

tempo (referente ao intervalo).

Para Pereira et. al. (2003), os espaços de recreio são os locais

preferidos das crianças/adolescentes, uma vez que estas são livres de escolher

com quem estar e quais as atividades que vão realizar.

O recreio escolar tem sido referido por entidades no domínio da saúde

pública, como um contexto importante no âmbito da promoção da atividade

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53  

física em crianças e jovens (Marques et al., 2001), apresentando-se como uma

oportunidade de acumular atividade física ao longo do dia (Mota et al.,2005,

Escalante et al., 2013). Neste sentido, o recreio representa um tempo e um

espaço de promoção da saúde (Ridgers et al., 2005) e uma oportunidade ideal

ao encorajar nas crianças comportamentos fisicamente ativos e contribuir para

o cumprimento das recomendações de atividade física (Stratton & Ridgers,

2003).

Os recreios são ambientes potencialmente ideais para o

desenvolvimento e enriquecimento de aprendizagens infantis (Bowers &

Gabbard, 2000).

Os espaços e tempos de recreio das nossas escolas encontram-se, na

maior parte dos casos, desvalorizados, umas vezes por negligência, outras por

razões puramente economicistas (Pereira & Neto, 1997). Estes espaços são

normalmente pouco atrativos, oferecendo escassa possibilidade de ação,

conforto, estética, aventura, sociabilização e vegetação (Pereira et al., 2002).

Lopes et al. (2006) referem que crianças/adolescentes portugueses

passam a maior parte do tempo no recreio em atividade física moderada. Já

Willenberg et al. (2010), num estudo que se centrou nas atividades

desenvolvidas no recreio, constataram que 44% das crianças apresentaram

brincadeiras sedentárias, 30% atividade física moderada e 27% atividade física

vigorosa.

Sleap e Warsbuston (1992), num estudo realizado com crianças de

ambos os sexos de 4 regiões de Inglaterra, verificaram que estas eram mais

ativas durante os intervalos letivos do que durante o tempo livre passado fora

da escola.

Num estudo de Lopes et al. (2006), uma intervenção num recreio escolar

através da introdução de diferentes materiais conduziu a um aumento no índice

de atividade física de crianças e adolescentes portugueses.

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55  

Capitulo IIII – Objetivos

1. Objetivo Geral

- Caracterizar a ingestão nutricional e a taxa de atividade física de

adolescentes portugueses.

2. Objetivos específicos

- Comparar a ingestão nutricional e a taxa de atividade física entre

adolescentes com peso normal e com sobrepeso.

- Avaliar o consumo de macronutrientes e micronutrientes em valores absolutos

(g) e em percentagem de valor energético total (%VET).

- Analisar a frequência de pequeno-almoço e de refeições diárias da amostra.

- Avaliar as correlações entre a taxa de atividade física e o consumo calórico

com o IMC dos adolescentes. 

 

 

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Capitulo IV – Material e Métodos

1. Amostra

A amostra do presente estudo foi constituída por 262 adolescentes dos

Distritos do Porto e Viseu, que frequentavam a Escola de Oliveira do Douro e

Avintes (Distrito do Porto) e a Escola Viriato e o Agrupamento de Escolas de

Mangualde (Distrito de Viseu) e cujas características se encontram expressas

no quadro nº11.

1.1. Caracterização da Amostra

O quadro nº11 apresenta os dados da estatística descritiva referentes à

idade, peso, altura e índice de massa corporal (IMC) dos participantes no

estudo.

Quadro nº11 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos adolescentes do PE  

Média

Desvio Padrão

Mínimo Máximo

Idade (anos)

15,2 2,2 10,5 18

Peso (Kg)

62 13,5 33,8 118,3

Altura (m)

1,63 0,1 1,3 1,85

IMC (Kg/m2)

23,3 3,9 16,7 40,8

De seguida iremos apresentar os valores de estatística descritiva

referentes à idade, peso, altura e IMC dos adolescentes com peso normal

(n=151) e adolescentes com sobrepeso (n=101).

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Quadro nº12 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos adolescentes com peso normal.  

Média

Desvio Padrão

Mínimo Máximo

Idade (anos)

15,6 2,1 11 18

Peso (Kg)

56,1 9 33,8 78,3

Altura (m)

1,63 0,1 1,39 1,85

IMC (Kg/m2)

20,9 1,7 16,7 24,4

Quadro nº13 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos adolescentes com sobrepeso.  

Média Desvio Padrão

Mínimo Máximo

Idade (anos)

14,7 2,2 10,5 18

Peso (Kg)

70,1 14,4 35 118,3

Altura (m)

1,62 0,1 1,31 1,83

IMC (Kg/m2)

26,6 3,6 20,4 40,8

1.2. Critérios de Seleção  

Na seleção dos indivíduos para integrar a amostra deste estudo, teve-se

em consideração os seguintes critérios:

Idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos

Existência de alunos com peso normal e sobrepeso

Alunos com disponibilidade para participar no estudo.

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59  

1.3. Procedimentos de Recolha de Dados

A recolha de dados decorreu entre os meses de Fevereiro e Junho de

2013 em locais distintos, mais propriamente na Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto, Agrupamento de Escolas de Mangualde e Escola

Secundária Viriato.

Foram realizadas as mensurações antropométricas de peso e altura para

posterior determinação do IMC. Os participantes fizeram um registo alimentar

durante três dias com obrigatoriedade de um dos dias corresponder ao fim de

semana. Foi também realizado um questionário indagando acerca da atividade

física dos participantes.

Este estudo foi conduzido de acordo com as determinações da

Declaração de Helsínquia, adotada pela Associação Médica Mundial,

respeitando os princípios éticos para investigação médica envolvendo sujeitos

humanos e foi aprovado pelo Comité de Ética da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto. Os participantes e responsáveis educativos foram

informados dos eventuais riscos associados à sua participação antes de darem

consentimento por escrito.

Os participantes foram informados da importância do rigor e exatidão das

informações fornecidas. Foi-lhes garantido o anonimato e confidencialidade de

todos os dados obtidos.

1.4. Avaliação da Ingestão Nutricional

A avaliação da ingestão nutricional foi realizada através de um registo dos

alimentos consumidos durante três dias consecutivos, sendo um dos dias de

fim de semana. Salientou-se a importância de referir, o mais aproximadamente

possível, as quantidades de alimentos ingeridas.

O tratamento da informação contida nos registos alimentares foi realizado

através do programa Food Processor Plus versão SQL (ESHA Research,

Salem, Oregon).

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60  

O programa informático Food Processor Plus versão SQL (ESHA

Research, Salem, Oregon), usa como núcleo central dados provenientes de

tabelas de composição de alimentos analisadas pelo Departamento de

Agricultura dos Estados Unidos da América. Os conteúdos, em nutrientes, de

alimentos ou pratos culinários tipicamente portugueses foram acrescentados à

base original, utilizando dados da Tabela de Composição de Alimentos

Portugueses (Ferreira e Graça, 1985) para alimentos crus e recorrendo a

trabalhos nacionais (Mano et al., 1989; Amaral et al., 1993) e internacionais

que analisaram alimentos portugueses (Aro et al., 1998; Van Erp-baart , 1998).

1.5. Avaliação do Índice de Atividade Física

A avaliação do índice de Atividade Física foi efetuado a partir do Physical

Activity Questionnaire for Older Children (indivíduos do 5ºao 8ºano de

escolaridade) e do Physical Activity for Adolescents (indivíduos do 9º ao 12ºano

de escolaridade). Estes questionários foram validados respetivamente por

Kowalski et al. (1997a) e Kowalski et al. (1997b).

De acordo com Kowalski et al. (2004), após análise de cada um dos items

do questionário, um score final de 1 indica um índice baixo de atividade física

enquanto um score final de 5 indica um índice elevado de atividade física. Uma

vez que estes autores não indicam uma categorização para valores

intermédios, optámos por fazer uma adaptação do questionário de Mota &

Esculcas (2002) no qual as respostas são dadas em grau de concordância em

escala de Lickert. Assim, aplicámos a seguinte categorização: sujeitos

sedentários (0 – 1,25), sujeitos pouco ativos (1,26 – 2,5), sujeitos

moderadamente ativos (2,51 – 3,75) e sujeitos vigorosamente ativos (muito

ativos) (3,76 – 5).

Uma vez que as linhas de orientação relacionadas com a atividade física

para a saúde em jovens estabelecem o engajamento em atividades físicas de

moderadas a vigorosas, para melhor percebermos a proporção de

adolescentes de acordo com o índice de atividade física, iremos complementar

a nossa análise estatística através do agrupamento dos sujeitos do presente

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61  

estudo em três categorias: grupo pouco ativo, incluindo sujeitos sedentários e

com pouca atividade física; grupo moderadamente ativo e grupo vigorosamente

ativo.

Foi aplicado o α de Cronback para avaliar a consistência interna do

questionário de atividade física, tendo sido obtido um valor de 0,79. Ficou

assim demonstrada uma confiabilidade aceitável do questionário de atividade

física aplicado.

1.6. Avaliação da Composição Corporal

1.6.1. Medidas Antropométricas  

Todas as mensurações foram realizadas antes das aulas de Educação

Física (nas escolas) e na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

(período de manhã e tarde).

Em todos os sujeitos que constituem a amostra, foram recolhidos

dados dos seguintes parâmetros antropométricos, segundo os

procedimentos descritos por Silva (1997).

Quadro nº14 - Protocolo de recolha das medidas antropométricas Peso Corporal e Estatura.

Peso Corporal

- Medido com o indivíduo despido (só em calções) e imóvel, com o

peso corporal distribuído uniformemente por ambos os pés.

- Cada mensuração foi registada com aproximação às gramas.

- No total foram efetuadas duas medições, tendo sido considerada o

valor médio das mesmas

Estatura

- Medida entre o vértex e o plano de referência ao solo.

- O indivíduo encontra-se descalço, imóvel e em pé sobre um plano

duro, com os calcanhares e cabeça encostados à parede.

- Efetuaram-se duas medições com aproximação aos centímetros,

tendo-se considerado o valor médio das mesmas.

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62  

1.7. Instrumentarium

Quadro nº15 - Instrumentarium utilizado no estudo

Composição Corporal

- Balança

- Fita Métrica

- Esferográfica de tinta lavável

- Ficha de registo

Atividade Física

- Questionário de Actividade Física

Ingestão Nutricional

- Ficha de registo (para três dias)

Meios Informáticos

- Impressora Deskjet F4280

- Food Processor Plus versão SQL (ESHA Research, Salem,

Oregon)

- Microsoft Word

- Microsoft Excel

- SPSS 21.0

1.8. Procedimentos Estatísticos  

Na análise dos dados, utilizámos o software “Statistical Package for

Social Sciences – SPSS” versão 21.0 para o Windows.

Foi utilizada a estatística descritiva, mais propriamente medidas de

tendência central (média e desvio padrão).

Para a determinação da existência, ou não, de diferenças significativas

entre as distintas variáveis do PE, foram utilizados os seguintes testes: Q

quadrado, T-Student e Mann-Whitney. Para cada um destes testes foi

utilizado um nível de significância de p<0,05.

Quanto às associações entre as variáveis, foi utilizado o coeficiente de

Pearson.

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63  

Capitulo V – Apresentação dos Resultados

Iremos apresentar os resultados divididos em duas partes: valores

referentes à ingestão nutricional e valores referentes aos níveis de atividade

física. Na apresentação dos resultados, iremos apresentar os dados referentes

à análise global da nossa amostra e seguidamente especificar os valores para

adolescentes com peso normal e sobrepeso.

1. Ingestão Nutricional

Quadro nº16 - Estatística descritiva referente aos diferentes items de ingestão nutricional dos adolescentes do PE.

Adolescentes do PE

Energia total (kcal/dia) 1853 ± 493

Hidratos de carbono (%VET) 51,1 ± 6

Açúcares (%VET) 14,5 ± 5,6

Fibras (g/dia) 11,7 ± 4,6

Gorduras (%VET) 28,8 ± 4,8

Ácidos gordos saturados (%VET) 8,5 ± 2,2

Ácidos gordos polinsaturados (%VET) 4,3 ± 1

Ácidos gordos ómega 3 (%VET) 0,3 ± 0,2

Ácidos gordos ómega 6 (% VET) 3,3 ± 1

Rácio Ómega 6: Ómega 3 (g) 16,1 ± 8,9

Ácidos gordos monoinsaturados

(%VET)

10 ± 2,4

Ácidos gordos trans (% VET) 0,5 ± 0,3

Colesterol 232,5 ± 71,1

Proteínas (%VET) 17,8 ± 3

Vitamina A (µg/dia) 411,7 ± 441,7

Vitamina C (mg/dia) 47,2 ± 36,5

Vitamina E (mg/dia)

2 ± 1,2

Cálcio (mg/dia) 602,1 ± 248

Ferro (mg/dia) 13,8 ± 6,9

Selénio (µg/dia) 78,6 ± 25

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No quadro nº16 apresentamos as medidas de tendência central dos

diversos items analisados no PE referentes à ingestão nutricional.

1.1. Ingestão Calórica

Quadro nº17 - Comparação da ingestão calórica entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género  

Peso Normal Sobrepeso P value

Energia total

(kcal/dia)

Raparigas 10-13 anos

1509,7±160,5 2048,1± 397,6 0,000

Rapazes 10-13 anos

1541,8±256,8 1931,6±404,5 0,008

Raparigas 14-18 anos

1601,4±336,3 2287,4±632,4 0,000

Rapazes 14-18 anos

1751,7±287,4 2231,4±349,2 0,000

Da análise do quadro nº17, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam uma ingestão calórica

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Os rapazes com sobrepeso apresentam uma ingestão calórica

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com

peso normal.

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam uma ingestão calórica

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Os rapazes com sobrepeso apresentam uma ingestão calórica

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com

peso normal.

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65  

1.2. Hidratos de Carbono

Quadro nº18 - Comparação do consumo percentual de HC entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Hidratos de

carbono (%VET)

Raparigas 10-13 anos

51,3±5,1 50,1±5,2 0,472

Rapazes 10-13 anos

51,9±8,5

50,9±6,4

0,803

Raparigas 14-18 anos

50,8±6,2

51,8±5,9

0,509

Rapazes 14-18 anos

51,2±6,8

51,5±5,4

0,816

 

Da análise da quadro nº 18, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de

carbono entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de

carbono entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de

carbono entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de

carbono entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

 

 

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1.2.1. Açúcares

Quadro nº 19 - Comparação do consumo percentual de Açúcares entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

Peso Normal

Sobrepeso p

Açúcares (%VET)

Raparigas 10-13 anos

14,6±7 16,7±3,9 0,089

Rapazes 10-13 anos

14,7±8,6 16,6±3,7 0,182

Raparigas 14-18 anos

13,6±6,3 15,3±4,8 0,056

Rapazes 14-18 anos

12,7±4,7 15±4,2 0,072

 

Da análise do quadro nº 19, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre as

raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre as

raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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67  

1.3. Fibras

Quadro nº20 - Comparação do consumo diário de Fibras entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género  

Peso Normal Sobrepeso p Fibras (g/dia)

Raparigas 10-13 anos

8,8±2,2

12±4

0,008

Rapazes 10-13 anos

9,5±4,2

12,2±3,8

0,024

Raparigas 14-18 anos

10,5±3,7

14,3±5,3

0,000

Rapazes 14-18 anos

11,6±5,1

14±4,6

0,113

 

Da análise do quadro nº20, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de fibras

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal 

- Os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo diário de fibras

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com

peso normal

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de fibras

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal 

- Não há diferenças significativas do consumo diário de fibras entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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1.4. Gorduras  

Quadro nº21 - Comparação do consumo percentual de Gorduras entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Gorduras

(%VET)

Raparigas 10-13 anos 27,4±3,7 29,1±4 0,111

Rapazes 10-13 anos 27,7±4,7 28,4±5,6 0,578

Raparigas 14-18 anos 28,5±5 29,6±5,2 0,311

Rapazes 14-18 anos 28,7±4,9 29,7±4,3 0,637

 

Da análise do quadro nº21, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre as

raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre as

raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

 

 

 

 

 

 

 

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1.4.1. Ácidos gordos saturados

Quadro nº22 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Saturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género  

Peso Normal Sobrepeso p

Ácidos

gordos

saturados

(%VET)

Raparigas 10-13 anos 7±1,5 8,6±1,4 0,003

Rapazes 10-13 anos 8,4±1,9 8,7±2,8 0,604

Raparigas 14-18 anos 8,4±2,2 9±2,3 0,268

Rapazes 14-18 anos 8,4±2,3 8,6±2,2 0,879

 

Da análise do quadro nº22, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo percentual de ácidos

gordos saturados significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com

as raparigas com peso normal

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

saturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

saturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

saturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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1.4.2. Ácidos gordos polinsaturados

Quadro nº23 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Polinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

Peso Normal Sobrepeso p

Ácidos gordos

polinsaturadas

(%VET)

Raparigas 10-13 anos 4,7±0,9 4,4±0,9 0,472

Rapazes 10-13 anos

3,8±1 3,9±0,7 0,893

Raparigas 14-18 anos 4,2±1,2 4,3±1 0,382

Rapazes 14-18 anos

4,6±1 4,4±0,9 0,701

 

Da análise do quadro nº23, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

polinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

polinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos

polinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos

polinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

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1.4.3.Ácidos Gordos Ómega 3

Quadro nº24 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega 3 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

Peso Normal Sobrepeso P

Ómega 3

(%VET)

Raparigas 10-13

anos

0,3±0,2 0,22±0,1 0,359

Rapazes 10-13

anos

0,23±0,2 0,17±0,1 0,326

Raparigas 14-18

anos

0,27±0,2 0,26±0,2 0,505

Rapazes 14-18

anos

0,3±0,2 0,26±0,1 0,391

Da análise do quadro nº24, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 3 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 3 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 3 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 3 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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72  

1.4.4. Ácidos Gordos ómega 6

Quadro nº25 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega 6 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

Peso Normal Sobrepeso p

Ómega 6

(%VET)

Raparigas 10-13

anos

3,7±1 3,3±0,9 0,320

Rapazes 10-13

anos

2,8±0,9 2,9±0,6 0,924

Raparigas 14-18

anos

3,2±1,2 3,3±1 0,551

Rapazes 14-18

anos

3,4±1 3,5±0,8 0,538

 

Da análise do quadro nº25, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 6 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 6 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 6 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 6 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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73  

1.4.5. Rácio Ómega 6:Ómega 3

Quadro nº26 - Comparação do rácio Ómega 6: Ómega 3 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Rácio

Ómega6:

Ómega 3

Raparigas 10-13 anos 19,3±15,5 17,8±8,2 0,734

Rapazes 10-13 anos 16±8 19,2±6,7 0,195

Raparigas 14-18 anos 15,6±10,2 15,6±7,1 0,582

Rapazes 14-18 anos 14,6±6,9 14±3,6 0,936

 

Da análise do quadro nº26, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

 

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74  

1.4.6. Ácidos gordos monoinsaturados

Quadro nº27 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Monoinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Ácidos

gordos

monoinsatu

rados

(%VET)

Raparigas 10-13

anos

10±1,8 10,5±2 0,410

Rapazes 10-13 anos 9,8±2,8 9,8±2,5 0,744

Raparigas 14-18

anos

9,6±2,4 10±2,7 0,488

Rapazes 14-18 anos 10,3±2,6 10,5±2,4 0,943

Da análise do quadro nº27, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

monoinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

monoinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

monoinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

monoinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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75  

1.4.7. Ácidos gordos trans

Quadro nº28 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Trans entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.

Peso Normal Sobrepeso p

Ácidos

gordos

trans

(%VET)

Raparigas 10-13

anos

0,43±0,23 0,55±0,15 0,157

Rapazes 10-13

anos

0,45±0,33 0,64±0,25 0,096

Raparigas 14-18

anos

0,46±0,32 0,51±0,16 0,270

Rapazes 14-18

anos

0,47±0,27 0,51±0,76 0,453

 

Da análise do quadro nº28, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

trans entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

trans entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

trans entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

trans entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

 

 

 

 

 

 

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76  

1.5. Colesterol

Quadro nº29 - Comparação do consumo diário de colesterol entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género  

Peso Normal Sobrepeso p

Colesterol

(mg/dia)

Raparigas 10-13

anos

224,5±77,8 262,5±54,8 0,136

Rapazes 10-13 anos 224,2±88,4 240,9±67,4 0,774

Raparigas 14-18

anos

200,8±59,5 256,0±71,8 0,000

Rapazes 14-18 anos 237,0±70,1 265,0±73,7 0,132

 

Da análise do quadro nº29, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo de colesterol entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo de colesterol entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo de colesterol

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo de colesterol entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

 

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77  

1.6. Proteínas

Quadro nº30 - Comparação do consumo percentual de Proteínas entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Proteínas

(%VET)

Raparigas 10-13 anos 18,8±3,2 18±1,9 0,326

Rapazes 10-13 anos 17,9±4,4 18±2 0,893

Raparigas 14-18 anos 18,3±3,3 16,8±2,7 0,007

Rapazes 14-18 anos 17,9±3 16,7±2,1 0,104

 

Da análise do quadro nº30, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre as

raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com peso normal apresentam um consumo percentual de

proteínas significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as

raparigas com sobrepeso.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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78  

1.7. Vitamina A  

Quadro nº31 - Comparação do consumo diário de vitamina A entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Vitamina

A

(µg/dia)

Raparigas 10-13 anos 301,6±96 343,4±183,6 0,320

Rapazes 10-13 anos 248,3±157,3 317,9±151,6 0,307

Raparigas 14-18 anos 389,3±448,7 403,6±200,3 0,833

Rapazes 14-18 anos 550,1±703,6 624,3±724,6 0,522

 

 

Da análise do quadro nº31, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

 

 

 

 

 

 

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79  

1.8. Vitamina C

Quadro nº32 - Comparação do consumo diário de vitamina C entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género  

Peso Normal Sobrepeso p

Vitamina

C

(mg/dia)

Raparigas 10-13 anos 38,2±22,9 43,7±34,8 0,896

Rapazes 10-13 anos 30,9±19,9 41,7±22,5 0,076

Raparigas 14-18 anos 44,4±34,1 61,8±49,3 0,052

Rapazes 14-18 anos 46,9±35,7 50,5±35,7 0,433

 

Da análise do quadro nº32, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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80  

1.9. Vitamina E

Quadro nº33 - Comparação do consumo diário de vitamina E entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género

Peso Normal Sobrepeso p

Vitamina E

(mg/dia)

Raparigas 10-13

anos

1,6±0,8 1,8±0,8 0,565

Rapazes 10-13

anos

1,2±0,7 1,6±0,7 0,125

Raparigas 14-18

anos

1,8±1 2,7±1,5 0,000

Rapazes 14-18

anos

2,2±1,2 2,5±1,3 0,159

Da análise do quadro nº33, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina E entre as raparigas

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina E entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo de vitamina E

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina E entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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81  

1.10. Cálcio

Quadro nº34 - Comparação do consumo diário de cálcio entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género

Peso Normal Sobrepeso P

Cálcio

(mg/dia)

Raparigas 10-13

anos

496,8±151,8 638,5±207,7 0,016

Rapazes 10-13 anos 523,3±193,9 697,7±381,5 0,170

Raparigas 14-18

anos

528,5±201,9 747±303,8 0,000

Rapazes 14-18 anos 550,2±145,8 658,3±220,7 0,063

Da análise do quadro nº34, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de cálcio

significativamente superior (p≤0,05) às raparigas com peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo de diário de cálcio entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de cálcio

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de cálcio entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

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82  

1.11. Ferro

Quadro nº35 - Comparação do consumo diário de ferro entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Ferro

(mg/dia)

Raparigas 10-13

anos

11±3,4 13,6±4,5 0,047

Rapazes 10-13

anos

11,5±7 14,7±5,5 0,036

Raparigas 14-18

anos

11,9±3,4 18±11,5 0,000

Rapazes 14-18

anos

13,5±6,5 14,8±4,5 0,156

Da análise do quadro nº35, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de ferro

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo diário de ferro

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com

peso normal.

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de ferro

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de ferro entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

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83  

1.12. Selénio

Quadro nº36 - Comparação do consumo diário de selénio entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso p

Selénio

(µg/dia)

Raparigas 10-13

anos

75,6±24,4 86,3±28,2 0,250

Rapazes 10-13

anos

71,7±31,5 83,8±21,9 0,326

Raparigas 14-18

anos

70,1±20,6 86,2±27 0,000

Rapazes 14-18

anos

77,6±24,3 89,8±23,3 0,053

Da análise da quadro nº36, podemos constatar que:

No escalão etário dos 10 aos 13 anos:

- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre as

raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)

No escalão etário dos 14 aos 18 anos:

- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de selénio

significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com

peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).

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84  

1.13. Pequeno-almoço

Figura nº1 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos adolescentes com peso normal.

Da análise da figura nº1, podemos concluir que 87,4% dos adolescentes

com peso normal consomem pequeno-almoço enquanto 12,6% dos

adolescentes com peso normal não o fazem.

Figura nº2 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos adolescentes com sobrepeso.

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85  

Da análise da figura nº2, podemos concluir que 66,7% dos adolescentes

com sobrepeso consomem pequeno-almoço enquanto 33,3% dos adolescentes

com sobrepeso não o fazem.

Quadro nº37 - Comparação da ingestão de pequeno-almoço entre adolescentes com peso normal e adolescentes com sobrepeso.  

Adolescentes

Peso Normal

Adolescentes

Sobrepeso

p

Sim Não Sim Não

Pequeno-almoço 87,4% 12,6% 66,7% 33,3% 0,000

 

Através do quadro acima apresentado podemos verificar que os

adolescentes com peso normal têm um consumo de pequeno-almoço

significativamente superior (p<0,001) aos adolescentes com sobrepeso.

1.14. Número de refeições diárias

Figura nº3 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos adolescentes com peso normal.

Page 106: Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos...V Agradecimentos Ao Professor Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos. Foi, sem sombra de dúvidas, o elemento fulcral

86  

Da análise da figura nº3, gostaríamos de realçar que 74,2% dos

adolescentes com peso normal consome 5 ou mais refeições por dia, enquanto

somente 3,3% consome até 3 refeições por dia.

Figura nº4 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos adolescentes com sobrepeso.

Da análise da figura nº4, podemos verificar que 46% dos adolescentes

com sobrepeso consome 4 refeições por dia, havendo uma proporção de 16%

que consome até 3 refeições diárias.

Quadro nº 38 - Comparação do número de refeições diárias entre adolescentes com peso normal e adolescentes com sobrepeso.

Número de

refeições diárias

Até 3

refeições

4

refeições

5 ou mais

refeições

Adolescentes

Peso Normal

3,3%

22,5%

74,2%

Adolescentes

Sobrepeso

16,2%

46%

37,8%

p 0,000

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87  

Da análise do quadro nº38º, podemos concluir a proporção de

adolescentes com sobrepeso que consome até 3 refeições é significativamente

superior comparativamente com os adolescentes com peso normal.

2. Atividade Física

Quadro nº39 - Estatística descritiva referente ao índice de AF global dos adolescentes do PE  

Adolescentes PE

Índice de

Atividade Física

2,31±0,6

(1 – 4,31)

Da análise do quadro nº39, verifica-se que os adolescentes do PE

podem ser categorizados, em termos médios, como sendo pouco ativos.

Quadro nº40 - Comparação do Índice de AF entre adolescentes com peso normal e sobrepeso

Adolescentes Peso

Normal

Adolescentes com

sobrepeso

p

Índice de

Atividade Física

2,47±0,6

2,10±0,5

0,001*

Da análise do quadro nº40, podemos verificar que os adolescentes com

peso normal têm um índice de atividade física significativamente superior

(p<0,001) aos adolescentes com sobrepeso.

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88  

Figura nº5 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos adolescentes do PE.

Da análise do índice de AF global da nossa amostra, percebemos que

64,9% dos adolescentes são pouco ativos, 33,2% são moderadamente ativos e

1,9% são muito ativos.

De seguida iremos apresentar os dados referentes à taxa de atividade

física, diferenciando-os de acordo com o IMC.

Figura nº6 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos adolescentes com peso normal.

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89  

Da análise da figura nº6, percebemos que 55% dos adolescentes com

peso normal são pouco ativos, enquanto 41,7% são moderadamente ativos e

3,3% são muito ativos.

Figura nº7 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos adolescentes com sobrepeso.

Da análise da figura nº40, percebemos que 78,4% dos adolescentes

com sobrepeso são pouco ativos, enquanto 21,6% são moderadamente ativos.

De realçar o facto de não encontrarmos qualquer adolescente com

sobrepeso que seja vigorosamente ativo (muito ativo).

Quadro nº41 - Comparação do índice de AF global categorizado por grupos entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Índice de

atividade física

Pouco

ativos

Moderadamente

ativos

Muito

ativos

Adolescentes

Peso Normal

55%

41,7%

3,3%

Adolescentes

Sobrepeso

78,4%

21,6%

0%

p 0,000

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90  

Da análise do quadro nº41, podemos concluir que a proporção de

adolescentes com peso normal com uma AF de moderada a vigorosa é

significativamente superior comparativamente com os adolescentes com

sobrepeso (p≤0,05).

2.1. Atividades de Recreio Figura nº8 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes com peso normal.

Da análise da figura nº8, constatamos que 52,6% dos adolescentes com

peso normal passeia pelo recreio, enquanto 31,6% corre ou brinca a maior

parte do tempo.

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91  

Figura nº9 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes com sobrepeso.

Da análise da figura nº9 podemos constatar que 56,4% dos

adolescentes com sobrepeso passeia pelo recreio, enquanto 18,2% corre ou

brinca algum tempo. De realçar ainda que 5,5% dos adolescentes com

sobrepeso passam o tempo de recreio sentados.

Quadro nº42 - Comparação do índice de AF no Recreio Escolar entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Adolescentes

Peso Normal

Adolescentes

com Sobrepeso

p

Atividades de

Recreio

3,26 ± 1,4 2,65 ± 1,1 0,028

Da análise do quadro nº42, verificamos que os adolescentes com peso

normal são significativamente mais ativos no recreio do que os adolescentes

com sobrepeso

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92  

2.2. Aulas de Educação Física

Figura nº10 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação Física exaustivas dos adolescentes com peso normal.

Da análise da figura nº10, percebemos que 43,7% dos adolescentes

com peso normal refere ter efetuado, às vezes, aulas de Educação Física

(E.F.) exaustivas, enquanto 24,5% refere que quase nunca o fez.

Figura nº11 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação Física exaustivas dos adolescentes com sobrepeso.

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93  

De destacar da análise da figura nº11 que 51,4% dos adolescentes com

sobrepeso refere que às vezes fazem aulas de EF exaustivas. Outro dado a

realçar é que 16,2% dos adolescentes com sobrepeso refere não ter feito aulas

de E.F.

Quadro nº43 - Comparação do índice de AF nas aulas de EF entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

 

Adolescentes

Peso Normal

Adolescentes

com Sobrepeso

p

Aulas de EF

exaustivas

3,05 ±1

2,75 ± 1

0,021

Da análise do quadro nº43, inferimos que os adolescentes com peso

normal têm um índice de realização de aulas de EF exaustivas

significativamente superior aos adolescentes com sobrepeso.

2.3. Atividade física ao fim da tarde

Figura nº12 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim da tarde dos adolescentes com peso normal.

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94  

Da análise da figura nº12, percebemos que 32,5% dos adolescentes

com peso normal referem praticar atividade física vigorosa ao fim da tarde dois

a três dias por semana, enquanto 22,5% referem que em nenhum dia da

semana o fazem.

Figura nº13 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim da tarde dos adolescentes com sobrepeso.

 

Da análise da figura nº13, percebemos que a maior proporção de

adolescentes com sobrepeso (35,1%) refere nunca ter feito AF vigorosa ao fim

da tarde. Outro dado importante a realçar é que 33,3% dos adolescentes com

sobrepeso referem ter efetuado AF vigorosa ao fim da tarde dois ou três dias

por semana.

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95  

Quadro nº44 - Comparação do índice de AF ao fim da tarde entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

 

Adolescentes

Peso Normal

Adolescentes

com Sobrepeso

p

Atividade física

vigorosa ao fim da

tarde

2,74 ± 1,2

2,22 ± 1,1

0,001

Da análise do quadro nº44, percebemos que os adolescentes com peso

normal praticam significativamente mais AF vigorosa ao fim da tarde

comparativamente com os adolescentes com sobrepeso.

2.4. Atividade física ao fim de semana

Figura nº14 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim de semana dos adolescentes com peso normal.

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96  

Da análise da figura nº14, retira-se que 35,1% dos adolescentes com

peso normal refere efetuar AF vigorosa ao fim de semana duas ou três vezes

enquanto 32,5% o faz somente uma vez

Figura nº15 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim de semana dos adolescentes com sobrepeso.

Da análise da figura nº15, percebemos que a maior proporção de

adolescentes com sobrepeso (35,1%) refere ter feito AF vigorosa uma vez no

fim de semana, enquanto 33,3% o refere ter efetuado duas ou três vezes.

Quadro nº45 - Comparação do índice de AF ao fim de semana entre adolescentes com peso normal e sobrepeso

Adolescentes

Peso Normal

Adolescentes

com Sobrepeso

p

Atividade física

vigorosa ao fim

de semana

2,46 ± 1 2,07 ± 0,8 0,001

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97  

Da análise do quadro nº45, concluímos que os adolescentes com peso

normal praticam significativamente mais AF vigorosa ao fim de semana do que

os adolescentes com sobrepeso.

3. Correlações

De seguida iremos apresentar as correlações entre o consumo calórico

total, índice de AF e IMC

Quadro nº46 - Correlação entre o consumo calórico total e o IMC.  

IMC

Correlação p

Consumo

calórico total 0,464 0,000

Da análise do quadro acima apresentado, podemos verificar que existe uma

correlação positiva e significativa entre consumo calórico total e o IMC.

Quadro nº47 - Correlação entre a taxa de AF e o IMC.  

IMC

Correlação p

Índice de AF -0,276 0,000

Da apresentação do quadro nº47, podemos verificar que existe uma correlação

negativa e significativa entre o índice de AF e o IMC.

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98  

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99  

Capitulo V – Discussão dos Resultados

Iremos elaborar a discussão dos resultados em duas partes: uma

referente aos dados da ingestão nutricional dos adolescentes do PE e outra

para os items relacionados com o índice de atividade física dos adolescentes

do PE.

Para cada um dos itens apresentados neste capítulo iremos relacionar

os nossos dados com as recomendações e comparar com estudos

internacionais realizados em adolescentes.

1. Ingestão Nutricional

1.1. Consumo Calórico Total

As necessidades energéticas de um indivíduo variam de acordo com um

vasto conjunto de fatores, incluindo a idade, género, composição corporal,

condição clínica, índice de atividade física, objetivos a atingir com a dieta, etc.

Na atualidade, existem diversos métodos que predizem qual o consumo

calórico adequado de um indivíduo. No entanto, não existe nenhum que

contemple todas as variáveis relacionadas com esse consumo calórico

(Weekes, 2007).

No nosso estudo iremos apresentar a proposta de Gidding et al. (2006)

que apresenta recomendações para a ingestão calórica diária por sexo e idade,

em relação a sujeitos sedentários.

De acordo com o mesmo autor, caso os sujeitos tenham uma atividade

física moderada deverá acrescentar-se até 200 kcal ao consumo energético

para suprir este aumento no índice de atividade física.

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100  

Quadro nº48 - Comparação do índice de atividade física global dos adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.  

Peso Normal Sobrepeso P

Taxa de

Atividade

Física

Raparigas 10-13

anos 2,9±0,7 2,1±0,5 0,001

Rapazes 10-13

anos 2,8±0,4 2,3±0,6 0,006

Raparigas 14-18

anos 2,3±0,6 2±0,5 0,014

Rapazes 14-18

anos 2,6±0,5 2,2±0,4 0,008

Quadro nº49 - Recomendações de ingestão calórica diária.

10-13 anos 14-18 anos

RAPARIGAS 1600kcal 1800kcal

RAPAZES 1800kcal 2200 kcal

Após análise do quadro nº17, percebemos que os adolescentes com

peso normal, independentemente da idade e do género têm um aporte calórico

inferior às recomendações propostas por Gidding et al (2006).

Já no que se refere aos adolescentes com sobrepeso, o aporte calórico

das raparigas de todos os escalões etários é superior às recomendações. Os

rapazes com sobrepeso dos 10 aos 13 anos também apresentam um aporte

calórico superior às recomendações. Os rapazes com sobrepeso dos 14 aos 18

anos têm um aporte calórico muito próximo das recomendações.

Relativamente aos adolescentes com peso normal, poderão ser várias

as razões que os levam a ter um baixo consumo calórico diário. De acordo com

a FAO (2001), o tamanho das famílias, o nível de educação e o orçamento

mensal poderão ser fatores que conduzem à existência de défice energético

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101  

nos adolescentes. Olhando aos fatores individuais, são vários os estudos sobre

satisfação com a imagem corporal de adolescentes que referem que uma

grande percentagem deles (principalmente raparigas) vive insatisfeita com o

seu corpo e deseja ser magra (Hill & Robinson, 1991; Killen et al., 1994;

Sasson et al., 1995). Moore (1988) acrescenta que essa insatisfação com o

corpo se perpetua com o avançar da adolescência, reforçando os valores por

nós encontrado no escalão etário dos 14 aos 18 anos.

Diversos estudos sobre atitudes relacionadas com a alimentação em

adolescentes de ambos os sexos, de idades entre os 10 e 13 anos, confirmam

que uma grande percentagem deles vive insatisfeito com o seu corpo e deseja

ser magro. Muitos deles tinham já tentado perder peso através de dietas

restritivas e alguns, mais as raparigas do que os rapazes, apresentando

sintomas que se classificam como expressivos de anorexia nervosa (Hill &

Robinson, 1991; Killen et al., 1994; Sasson et al. 1995).

No caso dos adolescentes da nossa amostra que apresentaram défice

ao nível do consumo calórico, esperemos que esta insuficiência alimentar seja

episódica e que não se prolongue no tempo. Caso isso aconteça, além de

perda de peso, ocorrerão inúmeros malefícios para a saúde do adolescente.

Fairburn (2008) refere que os adolescentes terão maiores dificuldades de

concentração, alterações nos seus comportamentos, menor sociabilidade,

problemas de circulação, na função hormonal, maior fraqueza óssea e

muscular, etc. Já de acordo com a American Dietetic Association et al (2001),

ingestões energéticas baixas podem resultar numa perda de massa muscular,

redução no aumento da densidade mineral óssea, risco crescente de fadiga e

risco aumentado de contração de doenças.

Desta forma, estes adolescentes poderão beneficiar dum aumento de

ingestão calórica de forma a conseguirem equilibrar o seu balanço energético e

evitar todas as consequências advindas de um balanço energético negativo.

Quanto aos adolescentes com sobrepeso (com exceção dos rapazes

dos 14 aos 18 anos), as razões que os levam a ter um balanço calórico positivo

poderão também ser diversas. De acordo com Chapman & MacLean (1993), os

adolescentes aumentam o consumo calórico, sobretudo às custas das

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102  

chamadas “junk foods”, como forma de expressão das necessidades de

independência face à família e como forma de integração num grupo. Já Story

& Resnick (1986) refere que apesar dos adolescentes saberem como melhorar

a sua alimentação do ponto de vista da saúde, utilizam argumentos como a

falta de tempo e o não considerarem imperioso ou conveniente usar

alternativas mais saudáveis para a explicação dos seus erros alimentares.

Sargent et al. (1994) e Ading et al. (1996) acrescentem que os adolescentes

tendem a viver intensamente o dia-a-dia, não se importando com hábitos

alimentares e ingestão de alimentos que podem vir a influenciar a sua saúde e

estado nutricional

Assim, estes adolescentes poderão beneficiar da redução da sua

ingestão calórica, sob risco do sobrepeso se manter a longo prazo e das

consequências que daí advêm. O excesso ponderal se subsistir pode acarretar

diversas consequências para a saúde, tais como: ortopédicas, neurológicas,

pulmonar, endócrinas, fatores de risco para doenças cardiovasculares

(hipertensão arterial, dislipidemia, intolerância à glicose, hipercolesterolemia) e

persistência da obesidade na vida adulta (Stein & Colditz, 2004; Dehghan et al.,

2005).

Quanto aos rapazes com sobrepeso dos 14 aos 18 anos, estes têm um

consumo energético equilibrado próximo das recomendações o que poderá

indiciar a entrada num perfil dietético mais ajustado às suas necessidades quer

energéticas o que se pode refletir positivamente em termos de saúde.

Podemos especular que os rapazes nesta idade começarão a preocupar-se

mais com o corpo que os jovens do escalão etário anterior mas também se

pode dar o caso que a normalização do aporte calórico se deva ao aumento do

peso corporal e massa muscular resultantes do normal processo auxológico.

Dado o seu índice de massa corporal, parece-nos aconselhável haver

uma redução de peso por parte dos adolescentes em questão. Uma forma

eficaz destes adolescentes perderem peso e conseguirem mantê-lo a longo

prazo será terem um balanço calórico negativo associado a uma maior

proporção de ingestão de proteínas, dado o seu elevado poder saciante (Abete

et al., 2010) e elevada termogénese induzida (Tappy, 1996). Como é

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103  

importante que as necessidades energéticas dos adolescentes sejam

respeitadas, uma vez que poderá causar prejuízos ao crescimento e

desenvolvimento (Jacobson, 1998), a luta contra o excesso de peso não é

tarefa fácil. A luta contra o excesso de peso através da atividade física só é

eficaz se o aporte calórico estiver equilibrado com os gastos. Para

adolescentes com reduzida taxa de atividade física, a melhor forma de reduzir

o peso excedentário é, no nosso entender, através dos cuidados nutricionais.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a

ingestão calórica média (1853 kcal/dia) encontra-se abaixo dos valores

encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) e Moschandreas & Kafatos

(2002) em adolescentes gregos (2123 kcal/dia e 2150 kcal/dia,

respetivamente), por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis

(2278 kcal/dia) e Bellù et al. (1996) em jovens italianos (2055 kcal/dia). Outro

estudo com adolescentes portugueses (Amorim Cruz, 2000) evidenciou

consumos calóricos superiores aos da nossa amostra (2247 kcal/dia).

Verificou-se uma correlação positiva e significativa (p=0.000) entre o

consumo calórico e o IMC (Quadro nº46).

Em termos de análise específica da nossa amostra, os adolescentes

com sobrepeso, independentemente da idade e do género, têm um consumo

calórico significativamente superior aos adolescentes com peso normal.

Noutros estudos internacionais que compararam a ingestão calórica entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso, os resultados são distintos.

Assim, há estudos que não encontraram diferenças significativas: Aeberli et al.

(2007), enquanto outros estudos referem um consumo calórico

significativamente superior por parte dos adolescentes com peso normal:

Garaulet et al. (2000), Vance et al. (2008), D’Adessa et al. (2010). Não

encontrámos qualquer estudo que comparasse o consumo calórico em

adolescentes com peso normal e sobrepeso que tivesse encontrado um

resultado semelhante ao do PE.

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104  

1.2. Hidratos de Carbono

Existem várias recomendações para a percentagem de hidratos de

carbono tendo em conta o valor energético total (VET). Mcardle et al. (2001) e

Seeley et al. (2003) aconselham 60% do VET, enquanto a WHO (2003) aponta

para um intervalo entre os 55%-65%. Os valores médios da percentagem de

HC tendo em conta o VET dos adolescentes normoponderais e adolescentes

com sobrepeso, independentemente da idade e género (quadro nº18),

encontram-se abaixo de qualquer das recomendações supracitadas.

Os valores médios de consumo em hidratos de carbono, abaixo das

recomendações, encontrados nos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso vão ao encontro dos resultados do INE (2010)

que refere desequilíbrios na dieta portuguesa através do consumo deficitário de

frutas e hortícolas.

Os hidratos de carbono são um nutriente indispensável na nutrição

humana, uma vez que determinados órgãos (por exemplo o cérebro) são

glucodependentes (Wolfram, 1990).

Uma vez que os adolescentes com peso normal, independentemente do

género e da idade apresentaram um consumo calórico inferior às

recomendações, será importante efetuarem um aumento do aporte de hidratos

de carbono, fundamentalmente às custas de alimentos com elevada densidade

nutricional como as frutas, hortaliças e grãos integrais.

De acordo com Englyst et al. (2007), as frutas, os vegetais e os grãos

integrais são as fontes de hidratos de carbono mais recomendadas, pelo seu

elevado teor em fibra e elevada densidade nutricional. No caso dos grãos

integrais, além destas valências, apresentam ainda uma grande riqueza em

hidratos de carbono complexos e um baixo índice glicémico. Com estas

recomendações, estaremos a minimizar o ganho de peso nos jovens

normoponderais, evitando assim problemas de saúde a longo prazo, como a

diabetes, hipertensão arterial, hipertrigliceridemia (WHO, 2003).

Para os adolescentes com sobrepeso, recomendamos uma ligeira

diminuição do consumo de hidratos de carbono (até aos 45% do VET). De

acordo com Abete et al. (2010), uma dieta com uma composição de hidratos de

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carbono entre 40 a 50% é a ideal para uma redução e posterior manutenção do

peso corporal, sem efeitos nefastos na saúde do indivíduo.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a

percentagem de hidratos de carbono tendo em conta o VET (51,1%) encontra-

se acima dos valores encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) e

Moschandreas & Kafatos (2002) em adolescentes gregos (45% e 47,2%

respetivamente), por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis

(47,6%) e por Amorim Cruz (2000) em adolescentes portugueses (49,1%).

Especificando o consumo de açúcares, os adolescentes normoponderais

e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género,

têm um aporte diário de açúcares inferior (quadro nº19) às recomendações de

25% do VET sugeridas pelo Institute of Medicine (2002). Relativamente aos

açúcares adicionados, a WHO (2003) refere que a sua ingestão não deve

ultrapassar os 10% do VET. No nosso estudo, não temos dados que nos

providenciem a diferenciação dos açúcares naturais e adicionados, pelo que

iremos basear a nossa discussão nos valores de açúcares totais

recomendados pelo Institute of Medicine (2002).

No que diz respeito aos açúcares, os adolescentes deverão privilegiar os

açúcares naturais em detrimento dos adicionados. Parece contraditório estar a

promover o consumo de açúcares naturais em detrimento dos açúcares

adicionados, uma vez que a estrutura química de ambos é idêntica. No entanto,

os alimentos constituídos por açúcares simples, devido às propriedades que

têm, providenciam benefícios para a saúde de um indivíduo (Englyst et al.,

2007). Quanto aos açúcares adicionados, não têm qualquer valor nutricional, a

não ser o facto de providenciarem calorias ao corpo humano (Howard et al.,

2002) e aumentarem o risco de desenvolvimento de obesidade (Malik et al.,

2006). De acordo com a WHO (2003), a prevalência de alimentos ricos em

hidratos de carbono altamente processados e com elevada densidade

energética contribui para o aumento da obesidade e doenças associadas à

mesma.

Patterson et al. (2010) analisaram a dieta de 551 crianças e

adolescentes suecos e verificaram que os sujeitos com dietas de menor

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densidade energética apresentavam melhor qualidade da dieta como um todo,

incluindo maior consumo de frutas, hortaliças e cereais e menor consumo de

refrigerantes, doces e chocolates. Em análise quantitativa, este padrão de

menor densidade energética resultou num consumo significativamente maior

de micronutrientes.

Quanto ao consumo excessivo de bebidas açucaradas a WHO (2003)

refere que é um fator provável de aumento de peso e obesidade. As calorias

das bebidas açucaradas têm um baixo efeito na saciedade e desta forma são

facilmente consumidas de forma repetida (DiMeglio & Mattes, 2000).

Os alimentos líquidos têm um efeito distinto na saciedade e ingestão de

alimentos comparativamente com alimentos sólidos. Segundo Chen et al.

(2009) as causas para isso advêm (i) da ausência de mastigação na ingestão

de bebidas, diminuindo as respostas endócrinas e exócrinas do pâncreas, e (ii)

do facto das bebidas açucaradas serem esvaziadas do estômago a uma taxa

mais elevada do que alimentos sólidos.

Aconselhamos os adolescentes com sobrepeso a privilegiarem os

hidratos de carbono complexos e de baixo índice glicémico, como as hortaliças

e os grãos integrais, em detrimento dos hidratos de carbono simples

(açúcares). De acordo com Willis et al. (2011), elevados consumos de hidratos

de carbono de absorção lenta estão associados com uma menor resposta

glicémica e menor resistência à insulina, enquanto hidratos de carbono

rapidamente digestíveis conduzem a episódios de hiperglicemia, estando

associado a um aumento da resistência à insulina e à diabetes tipo 2 (Ells et

al., 2005). Existe um papel fulcral dos hidratos de carbono com baixo índice

glicémico na regulação do apetite, uma vez que os ácidos gordos de cadeia

curta, produtos resultantes da fermentação dos hidratos de carbono parecem

ativar a secreção das hormonas gastrointestinais, levando à supressão do

apetite (Ford & Frost, 2010).

Importa referir que alguns alimentos ricos em fibras, tais como os cereais

integrais do pequeno-almoço e os pães integrais, apresentam um elevado

índice glicémico (Louie et al., 2012).

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107  

No entanto, as vantagens destes alimentos são óbvias devido à sua

riqueza nutricional.

Os adolescentes com sobrepeso deverão limitar o consumo de bebidas

açucaradas comerciais e de alimentos de elevada densidade como os bolos e

bolachas e efetuar um consumo moderado de frutas.

De acordo com Cohen et al. (2010), a menos que o consumo excessivo

de snacks salgados, bolos, rebuçados e bebidas açucaradas seja reduzido,

qualquer intervenção ao nível da atividade física e alimentação terão um

impacto limitado no controlo da obesidade.

Os alimentos ricos em açúcares têm sido associados a ganhos

ponderais patológicos devido (i) à elevada densidade energética (Poppitt &

Prentice, 1996), (ii) elevada palatabilidade, uma vez que são doces (Raben et

al.,1997), (iii) porque são frequentemente consumidos na forma líquida

(Mattes, 1996) e (iv) devido aos efeitos deletérios da frutose (Elliot et al.,

2002).

Estudos recentes indicam que a frutose prejudica a sensibilidade à

insulina e o metabolismo lipídico (Aeberli et al., 2013), aumentando a

deposição de gordura visceral (Stanhope, 2012).

Não somos tão radicais como Aller et al. (2011) que recomenda uma

maior ingestão de grãos integrais e hortaliças, não fazendo alusão à fruta,

devido ao seu elevado teor em frutose. Reconhecemos o valor nutricional que

as frutas apresentam, mas acreditamos que o seu consumo deva ser

moderado, devido aos efeitos nefastos que a frutose pode causar.

No que diz respeito aos adolescentes normoponderais, aconselhamos a

moderarem o consumo de açúcares, dando preferência aos açúcares naturais,

provenientes de alimentos com elevada densidade nutricional em detrimento

dos açúcares adicionados.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a

percentagem de consumo de açúcares (14,5%) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) em adolescentes gregos

(17,8%) e acima dos valores encontrados por Aranceta & Perez (1996) em

adolescentes espanhóis (13,7%).

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1.3. Fibras

Relativamente ao consumo de fibras, os adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género

apresentam valores inferiores (quadro nº20) às recomendações da FNB (2005)

(quadro nº3).

De acordo com Silva (2003), as fibras têm as seguintes funções:

favorecer o trânsito intestinal (DGS, 2005), atenuar o pico glicémico, baixar a

taxa de colesterol sanguíneo, reduzir o fornecimento calórico da dieta, saciar a

fome e facilitar a perda e o controlo de peso corporal (Breda, 2003). É

necessário reter, como vimos atrás, que alguns alimentos ricos em fibras

apresentam um elevado índice glicémico.

De acordo com a WHO (2003), a maior ingestão de fibras dietéticas é

um fator convincente de diminuição do risco de ganho de peso e obesidade,

sobretudo pelas suas propriedades físicas e químicas que aumentam a

sensação de saciedade (Burton-Freeman, 2000).

Num estudo realizado em adolescentes ao longo de 16 semanas, o

aumento da ingestão de fibras, através da adição diária de meia chávena de

feijão por dia, resultou numa perda de 10% de tecido adiposo visceral (Ventura

et al., 2009).

Para os adolescentes com peso normal, aconselhamos um aumento do

consumo de fibras, através do consumo de frutas, hortaliças e grãos integrais.

Para os adolescentes com sobrepeso, aconselhamos também a aumentarem o

seu consumo de fibras, mas preferencialmente através do aumento das

hortaliças e grãos integrais. Van Baak (2013) recomenda uma substituição de

grãos refinados com um elevado índice glicémico por grãos integrais com um

baixo índice glicémico para facilitar na redução do peso corporal.

Relativamente à fruta, os adolescentes com sobrepeso deverão ter um

consumo moderado, uma vez que o efeito nefasto da frutose consumida em

grandes quantidades pode prejudicar o objetivo de perda de peso destes

adolescentes.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo diário de fibras (11,7g) se encontra abaixo dos valores encontrados

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por Roma-Giannikou et al. (1997) e Hassapidou & Fotiadou (2001) em

adolescentes gregos (41g e 43,5g respetivamente), por Gonzalez et al. (1994)

em adolescentes espanhóis (43,1g) e por Amorim Cruz (2000) em

adolescentes portugueses (33,3g).

1.4. Gorduras

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de

gorduras (quadro nº21) que se encontra dentro das recomendações (25-35%)

providenciadas pela FNB (2008).

Uma elevada ingestão de alimentos com elevada densidade energética

e pobre em micronutrientes é um fator de risco convincente no

desenvolvimento de obesidade (WHO, 2003). Uma vez que as gorduras estão

altamente associadas a alimentos com elevada densidade energética (WHO,

2003), os adolescentes com sobrepeso poderão beneficiar de uma redução de

gordura, proveniente de alimentos com elevada densidade energética e baixa

densidade nutricional.

De acordo com Astrup et al. (2000), uma diminuição de 10% do total de

gorduras consumido corresponde a uma redução de cerca de 240 kcal do

consumo calórico e 3 kg no peso corporal. Os resultados encontrados por estes

autores foram verificados a curto prazo, havendo menos clareza se dietas

baixas em gordura têm a mesma eficácia a longo prazo (Pirozzo et al., 2002),

devido fundamentalmente à elevada associação entre gorduras e

palatabilidade.

No caso dos adolescentes com sobrepeso, pensamos que a redução de

ingestão de gordura não precisa de chegar aos 10% sugeridos por Astrup et al.

(2000), uma vez que para além da dificuldade de manutenção desta restrição a

longo prazo, as gorduras têm funções importantes para o organismo, como o

fornecimento de energia, a proteção dos órgãos vitais, regulação da

temperatura corporal, ajudam na absorção das vitaminas lipossolúveis e são

responsáveis pela formação de alguns constituintes das membranas celulares

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(Spear, 2002). Aconselhamos os adolescentes com sobrepeso a efetuarem

uma redução do consumo de gorduras até ao valor mínimo proposto pelo FNB

(2008) (25% do VET), principalmente através da redução de alimentos com

elevada densidade energética e baixos em micronutrientes. Além dos

benefícios para a sua saúde (WHO, 2003), os adolescentes com sobrepeso

beneficiarão também de uma redução do total de energia consumida. De

acordo com Poppitt & Prentice (1996), Rolls & Bell (1999) e Cuco et al. (2001),

alimentos com elevada densidade energética estão associados a consumos

energéticos mais elevados.

Quanto aos adolescentes normoponderais, aconselhamos a manutenção

do seu consumo de gorduras, tendo somente em atenção à ingestão de

alimentos com elevada densidade energética e pobre em micronutrientes,

substituindo-os por alimentos mais ricos nutricionalmente.

Para adolescentes com sobrepeso e adolescentes normoponderais,

aconselhamos também a terem atenção ao tempo diário de visualização de

televisão, uma vez que a exposição prolongada a anúncios televisivos de

produtos com elevada densidade energética é um fator provável de promoção

de ganho de peso e obesidade (WHO, 2003).

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo percentual de gorduras (28,8%) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Vasquez et al. (1996) em adolescentes espanhóis (40,7 –

43,1%) e por Amorim Cruz (2000) em adolescentes portugueses (33,2 –

33,3%).

1.5. Ácidos Gordos Saturados

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de

gorduras saturadas (quadro nº22) que se encontra abaixo dos 10%

preconizados pela WHO (2003).

Dietas ricas em gorduras saturadas aumentam os níveis de LDL e o

risco de doenças cardiovasculares (Lichtenstein et al., 1998). Segundo Van

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Baak (2013), a moderação na ingestão de gorduras saturadas é uma ótima

estratégia para facilitar o controlo do peso corporal, uma vez que um elevado

consumo de gorduras saturadas está fortemente associado com um aumento

de adiposidade em adolescentes com sobrepeso (Aeberli et al., 2008).

Relativamente à relação dos hábitos alimentares com as questões genéticas,

os genes responsáveis pela obesidade poligénica tendem a relacionar-se

preferencialmente com as gorduras saturadas ao invés das gorduras mono ou

polinsaturadas (Razquin et al. 2010; Corella et al. 2011).

Apesar do consumo de gorduras saturadas dos adolescentes com

sobrepeso não exceder os 10% recomendados pela WHO (2003),

aconselhamos a manutenção deste perfil de consumo de gorduras saturadas

por parte destes adolescentes, atenuando o consumo de carnes mais gordas

como a carne de porco e vaca, lacticínios gordos como queijos curados,

manteiga e produtos de pastelaria como bolos e bolachas. Os adolescentes

com sobrepeso devem preferir carnes magras como o frango e o peru,

lacticínios magros como queijo fresco e manteiga magra, e substituir as

bolachas ricas em gordura saturada por bolachas integrais ou com teor

reduzido de gordura como as bolachas do tipo “Maria” (Instituto Nacional de

Saúde Doutor Ricardo Jorge, 2010).

Em sujeitos com elevado consumo de gorduras saturadas a substituição

dos ácidos gordos saturados por ácidos gordos polinsaturados diminui as LDL

e o rácio colesterol total/HDL. Um efeito similar mas em menores proporções é

evidenciado quando se substitui os ácidos gordos saturados pelos

monoinsaturados (FAO, 2008). Desta forma, aconselhamos os adolescentes

com valores de consumo de ácidos gordos saturados acima das

recomendações, principalmente os jovens com sobrepeso, a substituírem parte

das gorduras saturadas por gorduras polinsaturadas, mais especificamente por

ácidos gordos ómega 3 que estão relacionados com inúmeros benefícios para

a saúde e ajudam na redução da massa gorda.

Os adolescentes normoponderais deverão manter o seu consumo de

gorduras saturadas, uma vez que os seus valores de ingestão não excedem as

recomendações.

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Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a

percentagem de gorduras saturadas (8,5%) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) e Hassapidou & Fotiadu (2001)

em adolescentes gregos (14,4 – 15,8% e 13 - 15% respetivamente) e por

Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (15 - 17,4%).

1.6. Ácidos Gordos Polinsaturados

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de

gorduras polinsaturadas (quadro nº23) que se encontra abaixo do valor mínimo

de 6% recomendado pela WHO (2003).

O consumo de ácidos gordos polinsaturados reduz o rácio do colesterol

total:HDL, talvez o melhor preditor de risco cardiovascular (Mensink et al.,

2003). Acrescido a este facto, os ácidos gordos polinsaturados têm efeitos

benéficos no colesterol sérico (diminuição do colesterol total) e na redução das

LDL, sendo mais dois fatores de diminuição do risco de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares (FAO, 2008). Estas melhorias ao nível do perfil

lipídico do sujeito irão fazer com que o consumo de ácidos gordos

polinsaturados esteja relacionado com a melhoria da resistência à insulina

(Summers et al., 2002) e com a redução da inflamação sistémica (Ferrucci et

al., 2006).

Na nossa discussão, iremos dar especial atenção aos ácidos gordos

polinsaturados ómega 3 e ómega 6, que são considerados ácidos gordos

essenciais, uma vez que não podem ser sintetizados pelo corpo humano (FAO,

2008).

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de

ácidos gordos ómega 3 (quadro nº24) inferior às recomendações de 1-2% do

VET preconizadas pela WHO (2003).

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de

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ácidos gordos ómega 6 (quadro nº25) inferior às recomendações de 5-8% do

VET preconizadas pela WHO (2003).

Os ácidos gordos ómega 3, devido à sua função anti-inflamatória

desempenham um papel significativo na prevenção de doenças

cardiovasculares (Pauwels & Kostkiewicz, 2008), mais especificamente na

prevenção secundária de morte súbita devido a arritmias cardíacas (Russo,

2009). De acordo com Jones (2002), outra das vantagens das propriedades

anti-inflamatórias que os ácidos gordos ómega 3 apresentam é a prevenção da

artrite.

Apesar de ainda haver alguma controvérsia, pelo facto dos estudos

serem de curta duração e não longitudinais, os ácidos gordos polinsaturados

ómega 3 de cadeia longa, mais especificamente o EPA (Ácido

Eicosapentaenoico) e DHA (Ácido Docosahexaenoico), têm efeitos positivos na

redução da obesidade, uma vez que reduzem o apetite, melhoram a circulação

sanguínea, o que facilita a chegada dos nutrientes ao músculo e alteram a

expressão genética no sentido de um maior acréscimo de massa isenta de

gordura, maior oxidação de gorduras e dispêndio energético e redução da

deposição de gordura (Buckley et al., 2010).

Os valores elevados de ingestão de ácidos gordos ómega 6 nos países

ocidentais (Meyer et al., 2003; Blasbalg et al., 2011) têm efeitos pró

inflamatórios, conduzindo a uma elevada incidência de doenças

cardiovasculares e de certos cancros, como por exemplo o cancro da mama.

Uma vez que os ácidos gordos ómega 3 e ómega 6 competem pelas mesmas

enzimas para a sua desaturação, o rácio ómega 6:ómega 3 assume uma

importância fulcral.

Na nossa amostra, os adolescentes normoponderais e com sobrepeso,

independentemente do género e da idade, superam largamente (quadro nº26)

os valores entre 5:1 e 10:1 recomendados pela OMS (2003). Pensamos que o

valor mais elevado preconizado pela OMS não será adequado de todo para

uma dieta saudável o que é corroborado pela investigação (Simopoulos, 2009).

Um rácio elevado de ácidos gordos ómega 6/ómega 3 pode promover a

patogénese de múltiplas doenças como doença cardiovascular, cancro,

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osteoporose, doenças inflamatórias e autoimunes. Uma ingestão aumentada

de ómega 6 pode levar à oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL),

agregação plaquetária e interferir com a incorporação de ácidos gordos

essenciais nas membranas fosfolipídicas. (Simopoulos, 2006).

Apesar da recomendação mínima da WHO (2003) para o rácio ómega

6:ómega 3 ser de 5:1, quando temos consumo de ácidos gordos ómega 3 tão

baixos como aqueles presentes nos adolescentes da nossa amostra, um rácio

mais baixo (entre 2:1 e 4:1) assume um papel relevante para possibilitar uma

maior conversão do ácido alfa-linolénico em EPA e DHA (Martin et al., 2006).

Além disso, quantidades mais baixas (1 a 2%) de ácido linoleico são suficientes

para a prevenção de deficiência em ómega 6 (Gibson & Makrides, 2011).

Para a prevenção secundária de doença cardiovascular, um rácio de 4:1

foi associado a 70% de redução na taxa de mortalidade (Simopoulos, 2009).

Os adolescentes da nossa amostra deverão incrementar o consumo de

ácidos gordos polinsaturados, principalmente da fração ómega 3. Além de

todos os benefícios associados a este aumento, há também uma contribuição

efetiva para equilibrar o rácio ómega 6:ómega 3. Exemplos de alimentos ricos

em ómega 3 que nós aconselhamos são os peixes gordos como a cavala, a

sardinha, o salmão e o atum, e frutos gordos e oleaginosos como a noz e

vegetais de folha verde (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge,

2010).

Consideramos que as fontes alimentares são a melhor solução para este

aumento, mas uma vez que em muitos países ocidentais se consome pouco

peixe e um aumento do seu consumo envolve mudanças alimentares que

muitas pessoas não estão para fazer, a suplementação específica e os

alimentos enriquecidos com ómega 3 podem ser uma solução adequada

(Abete et al., 2010).

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a

percentagem de gorduras polinsaturadas (4,3%) se encontra abaixo dos

valores encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) em adolescentes gregos

(6,5 -6,6%) e por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (5 –

5,5%).

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115  

1.7. Ácidos Gordos Monoinsaturados

O Instituto Nacional de Medicina, o Departamento da Agricultura dos

Estados Unidos, a Associação Americana de Diabetes não estabelecem

recomendações para os ácidos gordos monoinsaturados. Em contraste, a

Academia de Nutrição e Dietética e a Associação Canadiana de Dietética

estabelecem um valor de menos de 25% do valor calórico total, enquanto a

Associação Americana do Coração estabelece um limite máximo de 20% de

consumo de ácidos gordos monoinsaturados (Schwingshackl & Hoffmann,

2012).

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de

gorduras monoinsaturadas (quadro nº27) que se encontra abaixo dos limites

máximos recomendados quer pela Associação Canadiana de Dietética quer

pela Associação Americana do Coração.

Segundo Rodrigues dos Santos (2002), as gorduras monoinsaturadas

são as gorduras mais desejáveis da dieta. Os ácidos gordos monoinsaturados

promovem perfis lipídicos saudáveis, uma vez que ajudam a diminuir as LDL e

a aumentar as HDL, controlam a pressão sanguínea, melhoram a sensibilidade

à insulina e regulam os níveis de glicose (Gillingham et al., 2011). Desta forma,

dietas ricas em gorduras monoinsaturadas, como por exemplo a dieta

mediterrânica (Gillingham et al., 2011) contribuem para a redução de fatores de

risco de doença cardiovascular (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).

Devido aos atributos para a saúde que os ácidos gordos

monoinsaturados apresentam, as recomendações internacionais aconselham

um aumento destes ácidos gordos, fundamentalmente em detrimento dos

ácidos gordos saturados (Gillingham et al., 2011).

Dietas com mais do que 12% de gorduras monoinsaturadas mostram

diferenças significativas comparativamente com dietas com menos de 12% de

gorduras monoinsaturadas em fatores de risco de doença cardiovascular.

Desta forma dietas com mais de 12% de gorduras monoinsaturadas

apresentam vantagens na redução de massa gorda, pressão arterial sistólica e

diastólica (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).

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116  

Consideramos que deveriam existir recomendações para valores de

consumo mínimo de ácidos gordos monoinsaturados, uma vez que indivíduos

com dietas pobres em ácidos gordos monoinsaturados vêm comprometidos

todos os benefícios associados a estes ácidos gordos.

Dado o perfil dietético que os adolescentes da nossa amostra

apresentaram nas outras formas de gorduras, pensamos que o consumo de

ácidos gordos monoinsaturados se encontra dentro de valores aceitáveis. No

entanto, e como nas recomendações dietéticas atuais, as gorduras

monoinsaturadas e os ácidos gordos ómega 3 são enfatizados, em detrimento

dos ácidos gordos saturados e trans (Abete et al., 2010), consideramos que um

aumento de ácidos gordos monoinsaturados por parte dos adolescentes da

nossa amostra só lhes trará benefícios. Na nossa dieta habitual é fácil de

atingir este desiderato através do aporte de ácido oleico.

Recomendamos os adolescentes do presente estudo a aumentarem o

seu consumo em alimentos ricos em ácidos gordos monoinsaturados, como o

azeite, amêndoa, abacate e a noz (Abete et al., 2010).

No caso dos adolescentes com sobrepeso, deverão ter atenção ao

consumo de frutos secos (amêndoa, noz, pinhão, pistácio, avelã) devido ao

facto de serem alimentos altamente calóricos. Quer as nozes em geral quer o

ácido oleico são alimentos fundamentais para uma dieta saudável. No entanto,

é necessário ter sempre em atenção o elevado conteúdo calórico destes

alimentos. Como o excesso de peso, tirando raras situações provocados por

propensão genética, deriva de balanços calóricos positivos é forçoso evitar que

a utilização das gorduras saudáveis desequilibrem o aporte calórico total da

dieta.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a

percentagem de gorduras monoinsaturadas (10%) se encontra abaixo dos

valores encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) e Hassapidou & Fotiadu

(2001) em adolescentes gregos (17,6 – 18,6% e 15,2 – 15,7% respetivamente)

e por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (15,4 – 18,2%).

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117  

1.8. Ácidos gordos trans

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género, têm um consumo diário de ácidos

gordos trans (quadro nº28) inferior às recomendações da WHO (2003)

(<1%VET). Se este perfil momentâneo se mantiver permite reduzir a taxa de

incidência de algumas morbilidades circulatórias, e não só, nos sujeitos

estudados.

Os ácidos gordos trans presentes na nossa dieta podem ser naturais ou

produzidos industrialmente (Bhardwaj et al., 2011) e ambos parecem ser

nefastos para a saúde (Kochan et al., 2010)

Há fortes evidências que os ácidos gordos trans aumentam os fatores de

risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, mais propriamente um

aumento dos níveis sanguíneos de LDL e triglicerídeos e redução dos valores

de HDL (Hunter, 2006). Estes efeitos nefastos no perfil lipídico do sujeito fazem

com que o consumo excessivo de ácidos gordos trans seja um fator provável

de aumento de morte súbita, síndrome metabólica e diabetes (FAO, 2008).

Os alimentos muito processados industrialmente são habitualmente ricos

em gordura hidrogenada, por exemplo: pão de forma de produção industrial,

bolachas, biscoitos, fast-food, batatas fritas de pacote, aperitivos, snacks de

chocolate, alguns cereais de pequeno-almoço, produtos de pastelaria e

confeitaria, bolos embalados, refeições prontas a consumir, refeições

congeladas e embaladas prontas a consumir, alguns gelados, etc. (DGS,

2005).

A ingestão de ácidos gordos trans a partir de fontes industriais deve ser

reduzida ao máximo devido aos seus efeitos adversos no perfil lipídico do

sujeito (Remig et al., 2010). Um aumento de 2% de ingestão calórica através

dos ácidos gordos trans industriais está associado a um aumento de 23% de

risco cardiovascular (Remig et al., 2010).

Desta forma, aconselhamos os adolescentes da nossa amostra, a

limitarem ao máximo o consumo de alimentos que contenham ácidos gordos

trans industrializados. Além das vantagens associadas à diminuição deste

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118  

nutriente, irá também contribuir para equilibrar o rácio ómega 6:ómega 3, uma

vez que os alimentos ricos em gordura hidrogenada são ricos em ómega 6.

De acordo com Mensink et al. (2003), a substituição de ácidos gordos

trans por ácidos gordos insaturados é uma medida efetiva para melhorar o

perfil lipídico e consequentemente o estado de saúde do indivíduo.

1.9. Colesterol

Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género, têm um consumo diário de

colesterol (quadro nº29) inferior às recomendações de Kanter et al. (2012)

(<300mg/d). No entanto, mais que o conteúdo em colesterol da dieta, interessa

verificar como um indivíduo “negoceia” o colesterol que ingere em termos de

absorção. Por isso, o indicador mais fiável para determinar os eventuais efeitos

do colesterol da dieta é a taxa sanguínea deste nutriente.

Segundo Falcão (2000), um colesterol total elevado no sangue, com

uma quantidade baixa de HDL provoca um maior risco de desenvolver doenças

coronárias.

De acordo com o Institute of Medicine (2002), o valor recomendado para

o colesterol dietético deve ser o mais baixo possível devido a questões

relacionadas com a saúde do sujeito. De acordo com a mesma fonte, não se

deve, no entanto, eliminar o colesterol da dieta, uma vez que esse facto iria

requerer mudanças significativas no perfil nutricional, o que poderia induzir

efeitos indesejáveis e riscos desconhecidos para a saúde.

O colesterol apresenta muitas funções no nosso organismo, tais como:

(i) estruturação da membrana celular, (ii) síntese das hormonas esteroides, (iii),

síntese da vitamina D, etc. (Kanter et al.,2012)

Segundo Rodrigues dos Santos (2001), os problemas derivados do

excesso de colesterol não são assim tão relevantes, desde que a sua entrada

na corrente sanguínea esteja controlada por um intestino íntegro e em bom

funcionamento, que funcione como elemento equilibrador do colesterol formado

no fígado.

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119  

É importante frisar que 2/3 do colesterol sanguíneo provém da síntese

hepática que é maioritariamente ativada pela ingestão de ácidos gordos

saturados (Ramprasath et al., 2012).

O impacto do colesterol dietético nos lípidos sanguíneos é reduzido

quando o consumo de ácidos gordos saturados é baixo (Harman et al., 2011).

Devido ao seu elevado teor em colesterol, o ovo tem sido apontado como um

alimento a evitar. Não se pode estabelecer uma relação direta entre o alimento

e a taxa de colesterol no sangue. Se, a ingestão moderada de ovos (3 a 6 por

semana) não induzir um acréscimo do colesterol sanguíneo basal não há razão

alguma para reduzir drasticamente o consumo deste alimento de elevada

densidade nutricional. Inclusive, Rong et al. (2013) demonstraram que o

consumo de ovos mostrou estar associado a um menor risco de doença

cardiovascular.

Harman et al. (2011) acrescentam que um consumo aumentado de

colesterol dietético (através de dois ovos por dia) não aumenta os níveis de

colesterol total nem de LDL, desde que seja acompanhado por uma redução de

peso. Esta constatação sugere que alimentos ricos em colesterol não devem

ser excluídos da dieta para sujeitos que estejam a perder peso.

Os ovos são fontes ricas em colesterol, mas não têm quantidades

consideráveis de ácidos gordos saturados (Kanter et al., 2012). Desta forma,

somos da opinião que as concentrações plasmáticas de colesterol (sobretudo o

colesterol total e a fração das LDL) estão muito mais dependentes da ingestão

de gorduras saturadas do que propriamente de colesterol dietético.

Kanter et al. (2012) referem que a dieta é um determinante importante

do colesterol sanguíneo mas o colesterol dietético tem apenas uma

contribuição modesta no aumento das concentrações plasmáticas de LDL

Os níveis de HDL são determinados fortemente por questões genéticas,

com um índice de heritabilidade entre os 40-60%. (Iatan et al., 2012), embora

Hartung et al. (1980) tenha afirmado que a taxa sanguínea de HDL estar mais

dependente da atividade física que da dieta. A antiguidade deste estudo deve

levar-nos a equacionar a sua fiabilidade atual.

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120  

Num estudo recente (Lombardo et al., 2013) verificou-se que uma dieta

equilibrada caloricamente e exercício físico embora promovessem a redução

do colesterol total não tinham efeito verificável ao nível das HDL e outras

frações lipoproteicas. A conjugação de dieta equilibrada e exercício com um

suplemento (ómega-3, policosanol, resveratrol, L-carnitina, monascus

purpureus, coenzima Q 10, vitamina 6 e vitamina 12) reduzia não só o

colesterol total como aumentava as HDL e reduzia as LDL (Lombardo et al.,

2013).

Na nossa opinião, e uma vez que o colesterol dietético pode não nos dar

informação suficiente, o mais importante é os adolescentes do nosso estudo

fazerem uma monitorização do colesterol sanguíneo, o verdadeiro aferidor de

risco cardiovascular. Para que haja um equilíbrio na taxa de colesterol

sanguíneo, aconselhamos os adolescentes do PE a moderarem o seu

consumo de gorduras saturadas e a praticarem atividade física com maior

regularidade e também aumentarem o consumo de fitoquímicos através de

uma dieta rica em frutos e vegetais (Lee et al., 2013).

Embora, uma dieta rica em amêndoas e proteínas de soja possa reduzir

as LDL (Jenkins et al., 2003) é necessário ter cuidado com os produtos de soja

que, quando mal manufaturados, podem provocar sérios problemas para a

saúde principalmente ao nível do aparelho reprodutor (Wang et al., 2013).

Uma dieta rica em soja não faz parte do plano nutricional dos países

mediterrâneos. Acreditamos que a alimentação tem algo de ecológico, isto é,

uma dada dieta está relacionada na forma como o indivíduo se relaciona com o

meio. Por isso, aquilo que pode ser saudável para um dado país pode não o

ser para um país colocado nos antípodas.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo de colesterol diário (232,5 g/dia) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) em adolescentes gregos (349 –

358 g/dia) e por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (331 –

470 g/dia).

1.10. Proteínas

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Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género apresentam uma percentagem de

consumo proteico (quadro nº30) superior às recomendações de 10-15%

recomendadas na literatura (Thompson, 1997)

Os valores médios de consumo proteico, acima das recomendações,

encontrados nos adolescentes normoponderais e adolescentes com sobrepeso

vão ao encontro dos resultados do Instituto Nacional de Estatística (2010) que

refere desequilíbrios na dieta alimentar portuguesa através de um recurso

excessivo ao grupo das “Carnes, pescado e ovos”.

Embora os valores encontrados no presente estudo (PE) sejam

superiores às recomendações devemos questionar se podem ser deletérios ou

não para a saúde dos jovens estudados. Embora, elevados consumos

proteicos possam levar à ultrapassagem da capacidade hepática de

desaminação das proteínas e induzir depleção de cálcio e desidratação e

situações de hiperaminoacidemia, hiperamonemia e hiperinsulinemia

(Bilsborough & Mann, 2006), pensamos que os valores médios encontrados

não colocam problemas de saúde ou de desequilíbrio metabólico. Valores de

consumo proteico perto dos 20% são usuais na população portuguesa,

desportista e não desportista (Rodrigues dos Santos et al., 2010).

Através do tratamento estatístico dos registos alimentares, percebemos

que este consumo proteico elevado por parte dos adolescentes da nossa

amostra foi feito maioritariamente pelo consumo de carnes vermelhas e não

tanto através do consumo de carnes magras, pescado, ovos ou leguminosas.

Embora os valores de consumo proteico totais, por si só, possam não colocar

problemas metabólicos e de saúde, o excessivo consumo de carnes vermelhas

pode não ser o mais adequado. Assim, Montonem et al. (2013), comparando a

ingestão de carne vermelha e grãos integrais, comprovaram que enquanto

estes baixavam vários indicadores de stresse oxidativo, o consumo de carne

vermelha estava associado ao aumento dos níveis circulatórios de GGT (gama-

glutamil- transferase) e hs-CRP (proteína C-reativa de elevada sensibilidade),

índices de stresse oxidativo e inflamação.

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122  

Embora, no nosso entender, não se coloquem problemas de saúde com

a ingestão proteica verificada, para os adolescentes com peso normal,

independentemente da idade e do género, aconselhamos uma redução do

consumo proteico em benefício de um aumento de hidratos de carbono,

através fundamentalmente das frutas, legumes e grãos integrais. Uma vez que

os adolescentes com peso normal, independentemente do género e da idade

apresentaram consumos calóricos inferiores às recomendações, não será

vantajoso exceder os limites de ingestão diária em proteínas, dado que o seu

elevado poder saciante limita a normalização dos valores de consumo calórico.

No que diz respeito aos adolescentes com sobrepeso, independentemente da

idade e do género, consideramos que devem manter ou mesmo incrementar o

seu consumo proteico. De acordo com o FNB (2002), a inclusão de maiores

quantidades de proteína poderá ser benéfica para uma perda de peso, não

havendo evidência clara que uma elevada ingestão de proteínas aumenta o

risco de pedras nos rins, osteoporose, cancro ou doença cardiovascular. De

acordo com o FNB (2002), os adolescentes poderão beneficiar de uma

ingestão que vai até aos 30% de proteína relativamente ao consumo energético

total.

Desta forma, os adolescentes com sobrepeso, além de poderem vir a

beneficiar do efeito saciante das proteínas (Astrup, 2005), podem também

beneficiar de um maior gasto energético associado à termogénese alimentar

deste macronutriente e da manutenção da massa isenta de gordura. De acordo

com Keller (2011), após a ingestão de proteínas, a termogénese alimentar

aumenta 20-30%, enquanto para os hidratos de carbono esse aumento se cifra

entre 5-10% e para as gorduras 0-5%. O mesmo autor refere ainda que uma

maior quantidade de proteína ajuda a manter a massa isenta de gordura, o que

trará ainda mais benefícios para os adolescentes com sobrepeso, permitindo

que os gastos no seu metabolismo basal sejam mais elevados. Arciero et al.

(2013) acrescenta que se este consumo mais elevado de proteína (30%) for

distribuído por 6 refeições diárias, há uma diminuição da gordura corporal e

mais especificamente da gordura abdominal e um aumento da massa isenta de

gordura e a termogénese alimentar.

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123  

Aconselhamos também os adolescentes com sobrepeso a ingerirem um

pequeno-almoço rico em proteína de forma a diminuir as concentrações pós-

pandriais de grelina (Blom et al., 2006) hormona relacionada com o apetite. O

timing digestivo das proteínas e gorduras é superior ao dos hidratos de carbono

o que reduz os níveis de apetite e pode facilitar o controlo ponderal.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo percentual de proteínas (17,8%) se encontra acima dos valores

encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) em adolescentes gregos

(14,7%) e por Aranceta & Perez em adolescentes espanhóis (14,3%). Outro

estudo com adolescentes portugueses (Amorim Cruz, 2000) evidenciou um

consumo percentual de proteínas igual ao do PE (17,8%)

1.11. Vitamina A

Analisando o consumo diário de vitamina A, os adolescentes com peso

normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do

género (Quadro nº31) têm um aporte deficitário quando comparado com as

recomendações delineadas pela FNB (2001) (Quadro nº4).

A vitamina A tem funções importantes no nosso organismo, tais como: i)

atuação como antioxidante, ii) normal funcionamento da nossa visão, iii)

manutenção do funcionamento celular para o normal crescimento, iv) regulação

imunitária e v) reprodução (WHO, 2006).

Segundo o Instituto de Saúde Ricardo Jorge (2001), os alimentos ricos

em vitamina A são as vísceras como o fígado e rim, leite e derivados como a

manteiga, ovos, óleos de peixe e produtos hortofrutícolas. No entanto, temos

que ter atenção à diferenciação de alimentos ricos em vitamina A e alimentos

ricos em β-caroteno (produtos hortofrutícolas) que é um carotenoide percursor

de vitamina A. Este facto revela-se de extrema importância, uma vez que numa

dieta variada, a taxa de conversão do β-caroteno em vitamina A é de

aproximadamente 12:1 (FNB, 2001). Desta forma, não é surpreendente que o

risco de deficiência em vitamina A esteja inversamente relacionado com o

consumo de alimentos de origem animal (Miller et al., 2002). A carência em

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vitamina A é mais comum em sujeitos que apresentam uma ingestão de

vitamina A essencialmente às custas de alimentos ricos em β-caroteno (Mele,

1991). No entanto, a ingestão de alimentos ricos em β-caroteno é por si só

importante, já que além da ser precursor da vitamina A tem uma diversidade de

efeitos na luta contra várias morbilidades.

Aconselhamos os adolescentes da nossa amostra a aumentarem o

consumo de vitamina A através, fundamentalmente, de alimentos de origem

animal, tais como o fígado, leite, manteiga e ovos. A manutenção de uma dieta

rica em frutas e vegetais é fundamental para ter acesso às quantidades

equilibradas de carotenoides. Consideramos, no entanto, que, uma vez que a

vitamina A é lipossolúvel e com uma certa capacidade de armazenamento,

poderemos não estar perante uma situação muito perigosa, se este défice for

circunstancial.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo diário de vitamina A (411,7 µg/dia) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Gonzalez et al. (1994) em adolescentes espanhóis (691-962

µg/dia) e por Brazdova et al. (2000) em adolescentes checos (518 µg/dia).

1.12. Vitamina C

Analisando o consumo diário de vitamina C, os adolescentes com peso

normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do

género (Quadro nº32) têm um aporte deficitário quando comparado com as

recomendações delineadas pela FNB (2000) (Quadro nº5).

A vitamina C está incluída na classe dos antioxidantes, desempenhando

uma função importante na proteção das membranas celulares (Powers et al.,

2004). Além disso, a vitamina C está implicada na regulação imunitária

(Bhaskaram, 2002) e na formação do colagénio (WHO, 2006).

Desta forma, é essencial que a alimentação dos adolescentes do PE, que

ainda se encontram em crescimento e desenvolvimento, consigam suprir as

necessidades de vitamina C através da alimentação. Os valores deficitários de

consumo de vitamina C que os adolescentes normoponderais e os

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adolescentes com sobrepeso apresentaram são preocupantes, uma vez que,

tratando-se de uma vitamina hidrossolúvel, o seu armazenamento é limitado,

pelo que devem ser ingeridas regularmente (Mcardle et al., 1994).

De acordo com a WHO (2006), as deficiências em vitamina C são

usualmente verificadas quando existe um aporte deficitário de frutas e

hortícolas.

Recomendamos os adolescentes da nossa amostra a aumentarem o

consumo de hortícolas como a couve, pimento e espinafres, e frutas como a

laranja e o kiwi, de forma a poderem atingir as recomendações diárias de

vitamina C (Instituto de Saúde Ricardo Jorge, 2001). No caso, de a dieta dos

jovens manter uma deficiência recorrente em vitamina C, deve ser equacionada

a hipótese de suplementação.

1.13. Vitamina E

Analisando o consumo diário de vitamina E, os adolescentes com peso

normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do

género (Quadro nº33) têm um aporte deficitário quando comparado com as

recomendações delineadas pela FNB (2000) (Quadro nº6).

A vitamina E constitui o principal antioxidante lipossolúvel nas

membranas celulares (Clarkson & Thompson, 2000). Além desta função, a

vitamina E desempenha um papel importante na manutenção do sistema

imunitário (Gleeson & Bishop, 2000), ajudando desta forma na prevenção de

algumas doenças degenerativas (Borel et al., 2013).

A biodisponibilidade de vitamina E é variável e afetada por inúmeros

fatores, entre os quais a disponibilidade das proteínas envolvidas na sua

absorção, a matriz alimentar, quantidade de gorduras e de vitaminas

lipossolúveis (Borel et al., 2013).

Aconselhamos os adolescentes da nossa amostra a aumentarem o

consumo de frutos oleaginosos como a amêndoa, avelã e noz, ovos, manteiga

e gorduras e óleos vegetais onde se deve dar especial importância ao azeite já

que os outros óleos vegetais (e.g. girassol, milho e soja) apresentam um

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elevado teor em ácidos gordos ómega-6 que, como já vimos desequilibram o

rácio com os ómega-3 criando um ambiente pró-inflamatório pouco saudável

(Instituto de Saúde Ricardo Jorge,2001)

Tal como a vitamina A, a vitamina E é lipossolúvel e com uma certa

capacidade de armazenamento. Desta forma, os adolescentes da nossa

amostra não estarão perante uma situação muito perigosa, se este défice for

circunstancial.

Relativamente aos adolescentes normoponderais, os valores baixos de

vitaminas antioxidantes que encontrámos no nosso estudo podem ser

explicados por um baixo consumo energético associado a um baixo consumo

de hidratos de carbono, fundamentalmente frutos e legumes.

Os adolescentes com sobrepeso, apesar de terem um consumo calórico

superior às recomendações, não conseguiram atingir as recomendações

providenciadas para as vitaminas antioxidantes, o que nos leva a deduzir que a

dieta dos adolescentes com sobrepeso poderá apresentar uma elevada

densidade energética e uma baixa densidade nutricional.

Aconselhamos os jovens da nossa amostra a alterarem o perfil de

ingestão dos alimentos ricos em vitaminas e fitoquímicos, e somente em último

caso recorrerem a suplementação.

De uma forma geral, uma alimentação deficitária em energia e

desequilibrada em macronutrientes acarreta défices de alguns micronutrientes.

A diversidade alimentar é uma forma de reequilibrar as dietas deficitárias em

vitaminas e minerais no caso em que não se verifiquem défices marcantes de

energia.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo diário de vitamina E (2 mg/dia) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Kafatos et al. (2000) em adolescentes gregos (11,1 - 12 g/dia)

e por Brazdova et al. (2000) em adolescentes checos (7,2 mg/dia).

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127  

1.14. Cálcio

Analisando o consumo diário de cálcio, os adolescentes com peso

normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do

género (Quadro nº34) têm um aporte deficitário quando comparado com as

recomendações delineadas pela FNB (1997) (Quadro nº7).

Segundo a WHO (2006), as principais funções do cálcio são: (i)

manutenção da rigidez do esqueleto humano, (ii) coagulação sanguínea,

adesão celular, contração muscular, libertação de hormonas e

neurotransmissores, metabolismo do glicogénio e proliferação e diferenciação

celular.

Embora uma ingestão adequada de cálcio seja importante no decorrer

da nossa vida, a infância e a adolescência são dois períodos cruciais devido ao

rápido crescimento do nosso esqueleto (FAO, 2001). Baixas ingestões de

cálcio durante este período podem reduzir o pico de densidade mineral óssea,

aumentando assim o risco de osteoporose na fase adulta (WHO, 2006).

Os principais responsáveis pelo aporte de cálcio são os produtos

lácteos, contabilizando 50-80% do aporte diário de cálcio em muitos países

industrializados, enquanto alimentos de origem vegetal contribuem com cerca

de 25% (WHO, 2006).

Recomendamos os adolescentes do PE a aumentarem a sua ingestão

em cálcio através do consumo de leite e derivados, como os iogurtes e o queijo

e vegetais de folha verde como as couves e o espinafre (Instituto Nacional de

Saúde Doutor Ricardo Jorge, 2010). Os produtos lácteos, para além de serem

bons fornecedores de cálcio, são ainda ricos em vitamina D, o que irá permitir a

absorção e fixação de cálcio no osso (FNB, 2011). Quanto aos produtos de

origem vegetal, é necessário ter em atenção que contêm fitatos e oxalatos que

limitam a absorção do cálcio. (FNB, 1999). No entanto o consumo de vegetais

de folha verde será importante para os adolescentes do PE, devido à carência

evidente de cálcio que estes apresentam e devido à riqueza nutricional dos

alimentos de origem vegetal.

Os maiores inibidores da absorção de cálcio são os oxalatos e os fitatos

(FNB, 1999). Os oxalatos encontram-se presente em alimentos como o

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espinafre, batata-doce e feijão. Os fitatos fazem parte de alimentos como as

leguminosas e cereais integrais.

A melhor forma de evitar os efeitos nefastos dos fitatos e oxalatos é

evitar ingerir os produtos lácteos simultaneamente aos vegetais de folha verde

e leguminosas.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo diário de cálcio (602,1 mg/dia) se encontra abaixo dos valores

encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) em adolescentes gregos (748

mg/dia), por Volatier (2000) em adolescentes franceses (835 mg/dia) e por

Amorim Cruz (2000) em adolescentes portugueses (853 mg/dia).

1.15. Ferro

Analisando o consumo diário de ferro, os adolescentes com sobrepeso,

independentemente da idade e do género (Quadro nº35) têm um aporte diário

que se encontra dentro das recomendações delineadas pela FNB (2001)

(Quadro nº9).

Nos adolescentes com peso normal, as raparigas dos 10 aos 13 anos e

os rapazes, independentemente da idade (Quadro nº35) têm um aporte diário

de ferro que se encontra dentro das recomendações delineadas pela FNB

(2001) (Quadro nº9).

As adolescentes com peso normal dos 14 aos 18 anos apresentam um

consumo diário de ferro deficitário quando comparado com as recomendações

providenciadas pela FNB (2001) (Quadro nº9).

Grande parte do ferro presente no corpo humano encontra-se nos

eritrócitos, mais especificamente na hemoglobina, em que a sua principal

função é o transporte de oxigénio dos pulmões para os diferentes tecidos do

corpo humano (WHO, 2006). O ferro é também um importante componente de

vários sistemas enzimáticos, como por exemplo os citocromos, que estão

envolvidos no metabolismo oxidativo (WHO, 2006).

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129  

A deficiência em ferro é a desordem nutricional mais comum e difundida

pelo mundo, sendo a anemia o resultado dum balanço negativo prolongado

(WHO, 2006).

Os principais fatores de risco de deficiência em ferro incluem: i) baixa

ingestão de ferro hémico (presente na carne e no peixe); ii) inadequada

ingestão de vitamina C; iii) baixa absorção de ferro através de dietas ricas em

fitatos (incluindo leguminosas e cereais) ou compostos fenólicos (presentes no

café, chá); iv) períodos da vida em que as necessidades de ferro são

especialmente elevadas (por exemplo: o crescimento); v) elevadas perdas de

sangue como resultado da menstruação (WHO, 2006).

A carência de ferro verificada nas raparigas com peso normal dos 14 aos

18 anos é especialmente importante, uma vez que o ferro é um mineral muito

suscetível de ser perdido na menstruação. Esperemos, assim que este défice

seja circunstancial e que as raparigas com peso normal dos 14 aos 18 anos

consumam alimentos ricos em ferro, de forma a evitar uma situação de

carência que pode levar a um quadro de anemia ferropriva.

Apesar do ferro hémico ter melhor capacidade de absorção do que o

ferro não hémico, aconselhamos as raparigas com peso normal dos 14 aos 18

anos ingerirem alimentos ricos em ferro hémico e não hémico, uma vez que o

aumento do consumo de ferro é uma prioridade.

Como forma de ajudar na absorção do ferro não hémico, será importante

que as raparigas com peso normal dos 14 aos 18 anos ingiram alimentos ricos

em ácido ascórbico (vitamina C), uma vez que esta vitamina é a maior

potenciadora de absorção de ferro não hémico (Siegenberg, 1991).

Será também importante que as raparigas com peso normal dos 14 aos

18 anos evitem a ingestão de alimentos ricos em cálcio e compostos fenólicos

e ferro na mesma refeição (Gleerup, 1995), uma vez que estes substratos

afetam negativamente a absorção do ferro hémico e não hémico (Hallberg,

1993). De notar que os compostos fenólicos bloqueiam fundamentalmente a

absorção do ferro não-heme.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo diário de ferro (13,8 mg/dia) se encontra abaixo dos valores

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encontrados por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (16,5

mg/dia) e acima dos valores encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) em

adolescentes gregos (11,9 mg/dia).

1.16. Selénio

Analisando o consumo de selénio, os adolescentes com peso normal e

os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género

(Quadro nº36) têm um aporte diário que se encontra dentro das

recomendações da FNB (2000) (Quadro nº10).

As principais funções do selénio incluem: i) proteção dos tecidos contra

o stress oxidativo; ii) manutenção dos sistemas de defesa do corpo humano

contra as infeções; iii) modulação do crescimento e desenvolvimento (WHO,

2006).

O selénio apresenta uma função importante no metabolismo da tiroide

(Arthur et al., 1993). Apesar do hipotiroidismo ser uma patologia cuja etiologia é

iminentemente hereditária, uma privação prolongada deste mineral poderá

levar a hipotiroidismo, que é uma causa endócrina de obesidade (Jebb, 1997).

As dietas usuais na maior parte dos países industrializados providenciam as

necessidades diárias de selénio (WHO, 2006).

De acordo com Rodrigues dos Santos (1995), os alimentos mais ricos

em selénio são os cereais, carnes magras e laticínios. Devido à carência em

cálcio que os adolescentes do PE apresentaram, consideramos que o aporte

de selénio que os adolescentes apresentaram se deve fundamentalmente ao

consumo de cereais e carnes magras ao invés do consumo de laticínios.

Aconselhamos os adolescentes do nosso estudo a manterem o seu consumo

diário de selénio através dos cereais e carnes magras, mas a aumentarem o

seu consumo de cálcio, que além de contribuir para um aporte sustentado de

selénio, ajudará no aumento do consumo do cálcio.

Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o

consumo diário de selénio (78,6 µg/dia) se encontra acima dos valores

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encontrados por Lyhne (1998) em adolescentes dinamarqueses (32 – 41

µg/dia).

1.17. Pequeno-Almoço

O pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia,

fundamentalmente pelos benefícios nutricionais que traz ao indivíduo

(Albertson et al., 2003; Gibson, 2003) já que tem lugar após um longo período

de jejum.

O não consumo de pequeno-almoço tem sido associado a maiores

índices de adiposidade (Siega et al., 1998; Song et al., 2006) e a um maior

índice de massa corporal em adolescentes (Barton et al., 2005). Além disso,

este hábito pode persistir durante a vida adulta (Lake et al., 2006).

Comparativamente com consumidores de pequeno-almoço, os

adolescentes que não consomem esta refeição têm ingestões reduzidas de

inúmeros nutrientes, tais como as vitaminas A, E, C, B6, B12, folato, ferro,

cálcio, fósforo, magnésio, potássio e fibra dietética (Nicklas et al.,2000). Estes

nutrientes são raramente compensados pelas restantes refeições diárias

(Nicklas et al., 2000). O consumo de pequeno-almoço, particularmente se a

refeição incluir cereais está associado com uma menor ingestão de gordura e

maior ingestão de hidratos de carbono, fibra dietética e alguns micronutrientes

(Ruxton & Kirk, 1997).

Aconselhamos os adolescentes do PE, que declararam saltar o

pequeno-almoço, a ingerirem esta refeição diariamente pois os benefícios

serão evidenciados não só a nível físico como também a nível mental,

melhorando a disponibilidade para o estudo e reflexão.

Uma coisa é a importância do pequeno-almoço e a sua introdução

quotidiana numa dieta normal, outra coisa é a possibilidade de o atrasar em

algumas situações.

Assim, adolescentes com sobrepeso poderão exercitar-se em jejum,

desde que a intensidade do exercício seja reduzida e a quantidade de exercício

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progressivamente aumentada. Terminado o exercício acentua-se a importância

do pequeno-almoço.

Uma vez que a luta contra o excesso de peso e obesidade é uma tarefa

árdua, todos os mecanismos que possam ajudar são bem-vindos. Numa

situação pós-prandial, os carbohidratos da refeição induzem uma descarga

pancreática de insulina. De acordo com Rodrigues dos Santos (2006), a

concentração de insulina é suprimida durante o exercício, mas, após uma

refeição rica em carbohidratos, essa supressão não é conseguida e o efeito

anti-lipolítico desta hormona prolonga-se no tempo.

Desta forma, os adolescentes com sobrepeso poderão beneficiar de

uma prática de atividade física em jejum desde que devidamente controlada.

Em termos de análise global da nossa amostra, verifica-se que a

percentagem de adolescentes do PE que consumiu o pequeno (79%) encontra-

se abaixo dos valores encontrados por Aranceta et al. (2004) em crianças e

adolescentes espanhóis (88%). O nosso valor médio é muito semelhante ao

encontrado por Vanelli et al. (2005) num estudo com crianças e adolescentes

italianos (78%).

Particularizando a ingestão de pequeno-almoço nos adolescentes com

peso normal e com sobrepeso do PE, verificamos que ambos os valores (87% -

peso normal; 67% - sobrepeso) se encontram abaixo dos encontrados por Mota

et al. (2008) noutro estudo com adolescentes portugueses (90 – 94% - peso

normal; 87% - sobrepeso).

De posse dos dados deste estudo, os professores e encarregados de

educação deverão verificar se a ausência de pequeno-almoço num número

significativo de adolescentes foi uma situação circunstancial ou corresponde a

hábitos instalados. Neste último caso uma intervenção terapêutica é necessária

para corrigir os défices nutricionais que normalmente caracterizam estes

sujeitos e que podem acarretar problemas de saúde.

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133  

1.18. Número de Refeições Diárias

A literatura (Peres, 1980; Eisenman et al., 1990) referem-nos que os

indivíduos não devem estar mais de três horas sem comer, não só para

evitarem baixas de glucose no sangue mas, também, para evitarem

sobrecarregar o organismo com refeições muito pesadas e hiper-energéticas,

normalmente indutoras de grande descarga insulínica.

No PE, verificou-se que a proporção de adolescentes com sobrepeso que

consumiram até 3 refeições diárias é significativamente superior

comparativamente com os adolescentes com peso normal.

Esta constatação é extremamente negativa para os adolescentes com

sobrepeso, pois uma ingestão compactada de nutrientes, fundamentalmente os

derivados dos hidratos de carbono, podem induzir elevações bruscas de açúcar

no sangue com a consequente libertação de insulina através do pâncreas. Ora,

uma hiperinsulinemia pós-prandial pode ser um fator tendencialmente

armazenador de glucose no adipócito sob a forma de triglicerídeos, o que pode

redundar em aumento de peso supérfluo com resultados nefastos no perfil de

saúde do adolescente (Rodrigues dos Santos, 2005). Além disso, e como

refere Peres (1980), rações excessivas podem não fornecer equilibradamente

todos os princípios nutritivos necessários para uma vida com saúde. Em

sentido inverso, um maior número de refeições diárias permite fracionar o

aporte de alimentos com elevado índice glicémico durante o dia, evitando-se

uma maior concentração de alimentos em poucas refeições e disponibilizando

glucose de forma equilibrada quer para o exercício físico, quer para suporte do

metabolismo dos órgãos gluco-dependentes – cérebro, sistema nervoso, rim,

eritrócito (Rodrigues dos Santos, 2002).

Será pois, aconselhável, que os adolescentes com sobrepeso adotem

uma prática dietética que distribua o aporte calórico diário por mais de três

refeições. No entanto, temos de salientar que não é fácil ter um regime

nutricional mais equilibrado quando se vive num regime de aulas e

deslocações, por vezes impeditivas de um bom regime dietético.

Os resultados do PE não são novidade no panorama nacional, uma vez

que Mota et al. (2008) também chegaram à conclusão que a proporção de

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adolescentes com sobrepeso que consumiram até 3 refeições diárias é

significativamente superior comparativamente com os adolescentes com peso

normal.

2. Atividade Física

No nosso estudo, os índices de atividade física dos adolescentes com

peso normal e dos adolescentes com sobrepeso são baixos (Quadro nº40),

levando a crer que os adolescentes integrantes deste estudo têm, em valores

médios, um estilo de vida pouco ativo.

Após análise da correlação entre a taxa de atividade física e o IMC

percebemos que existe uma associação negativa e significativa (p=0,000) entre

estas duas variáveis (Quadro nº47). Efetivamente, em termos comparativos, os

adolescentes com sobrepeso apresentaram índices de atividade física “globais”

significativamente inferiores aos adolescentes com peso normal. Os nossos

resultados vão ao encontro dos encontrados por Maffeis et al. (1997), Dionne et

al. (2000), McMurray et al. (2000), Deforche et al. (2006) e Olds et al. (2011).

O sedentarismo/inatividade física tem sido identificado como um dos

maiores problemas de saúde pública do século 21 (Blair, 2009). Segundo a

WHO (2004), 2 milhões de mortes por todo o mundo são atribuídas à

inatividade física.

A American Academy of Pediatrics (2001), Australian Government

Department of Health and Ageing (2013) e Canadian Society for Exercise

Physiology (2013) recomendam a redução do tempo passado com atividades

sedentárias, especialmente a visualização de televisão.

Um estilo de vida sedentário é um fator determinante no aumento do

risco de ganho de peso e obesidade (WHO, 2003). Em sentido inverso, um

estilo de vida ativo traz inúmeros benefícios para os adolescentes (Seabra et

al., 2011).

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De acordo com Strong et al. (2005), atividade física moderada e vigorosa

praticada regularmente está associada a benefícios comportamentais,

corporais e de saúde durante a adolescência.

A atividade física regular previne o começo precoce de inúmeras

doenças crónicas que são manifestadas na fase adulta (Rowland, 2006) e os

hábitos de atividade física desenvolvido durante a infância e a adolescência

têm repercussões no estilo de vida da fase adulta (Malina, 2001).

A atividade física regular é um fator preponderante na redução do risco

de ganho de peso e obesidade (WHO, 2003). De acordo com Armstrong &

Welsman (1997), é importante aumentar a participação de crianças e

adolescentes em programas regulares de atividade física que possibilitem

vivências positivas durante a juventude de forma a estabelecer a prática de

atividade física como um hábito de vida.

São vários os fatores de influência que podem ter levado os

adolescentes do PE a terem um índice baixo de atividade física. De acordo

com Mota & Sallis (2002), os fatores de influência de atividade física são as

variáveis intrapessoais (fatores demográficos e biológicos, fatores psicológicos,

cognitivos e emocionais), variáveis interpessoais (família, pares,

treinador/professor, escola) e variáveis ambientais (condições climatéricas,

sazonais e geográficas, acessibilidade a parques e equipamentos).

Particularmente, em relação aos adolescentes com sobrepeso, Zabinski et al.

(2013) referem que estes adolescentes são particularmente vulneráveis às

barreiras impostas pelo seu próprio corpo em relação à atividade física;

reduzindo estas barreiras, por exemplo, através de um programa severo de

emagrecimento, podem-se criar condições para uma eficaz aderência dos

jovens à atividade física sistemática e regular.

Indo ao encontro do referido em inúmeros estudos (Eliakim et al., 2002;

Nemet et al., 2005; Dunn et al., 2006), parece-nos que o meio mais eficaz para

a perda de gordura corporal é a conjugação de um menor aporte de energia

através da redução das calorias ingeridas com um maior gasto calórico através

da prática regular de atividade física. Especificando a questão da atividade

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física, tem havido alguma controvérsia acerca de qual o melhor método para

promover um emagrecimento eficaz e que possa ser mantido a longo prazo.

De acordo com Rodrigues dos Santos (2006), o exercício físico muito

prolongado e de baixa intensidade é a melhor forma de queimar as calorias

armazenadas sob a forma de gordura. Exercícios mais intensos mobilizam em

maior quantidade as reservas musculares e hepáticas de glicogénio.

Embora esteja estabelecido que a intensidade ótima para a máxima

mobilização e oxidação das gorduras se situa por volta dos 65% VO2max

(Romijn et al., 1993), Rodrigues dos Santos (2006) defende que programas

aeróbios muito intensos só serão adequados para indivíduos sem excessos

ponderais.

Contrapondo esta posição, Irving et al. (2008) efetuaram a comparação

de dois métodos de emagrecimento num período de 16 semanas em mulheres

adultas. Um dos grupos efetuou 5 treinos semanais a baixa intensidade (abaixo

do limiar anaeróbio metabólico) enquanto o outro grupo efetuou 5 treinos

semanais em que dois deles eram de baixa intensidade (abaixo do limiar

anaeróbio metabólico) e três treinos a uma intensidade elevada (acima do

limiar anaeróbio metabólico). O tempo de exercício dos treinos em cada um

dos grupos foi ajustado para manter o gasto calórico por treino nas 400 kcal por

treino. Os resultados deste estudo evidenciam que o grupo sujeito a treinos de

elevada intensidade teve uma redução significativa nos parâmetros massa

gorda total (p<0,001), massa gorda subcutânea abdominal (p=0,034) e massa

gorda abdominal visceral (p=0,010), quando comparado com o grupo que

efetuou treinos de baixa intensidade.

O treino de elevada intensidade induz maiores perdas de gordura

corporal, em particular a gordura abdominal visceral comparativamente com o

treino de baixa intensidade devido a várias razões: (i) o treino de elevada

intensidade induz a secreção de hormonas lipolíticas, incluindo a hormona do

crescimento e a adrenalina (Pritzlaff, 2000), o que irá facilitar um aumento do

gasto energético através da oxidação lipídica no período pós-exercício; (ii) com

os mesmos gastos energéticos, o treino de elevada intensidade conduz a um

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maior balanço calórico negativo do que o treino de baixa intensidade (Imbeault

et al., 1997).

A grande questão que se coloca é se os adolescentes com sobrepeso

conseguem “aguentar” física e mentalmente programas de exercício intenso a

médio/longo prazo.

Aconselhamos os adolescentes com sobrepeso a efetuarem atividade

física diariamente. Para além dos 60 minutos diários de atividade física

moderada a vigorosa, os adolescentes devem efetuar um programa de

atividade física que promova um emagrecimento sustentado. Este programa de

emagrecimento deverá ir ao encontro das possibilidades do sujeito e

proporcionar-lhe vivências agradáveis. Estas vivências agradáveis podem ser

conseguidas através de programas de emagrecimento baseados em jogos. A

este respeito, são numerosos os estudos que já aplicaram esta estratégia

(Eliakim et al., 2002; Sung et al., 2002; Nemet et al., 2005; Reinehr et al., 2006;

Ildiko et al., 2007; Lazzar et al., 2007; Savoye et al., 2007).

Antes dos adolescentes com sobrepeso iniciarem o programa de

emagrecimento, será importante efetuarem um reforço muscular potenciador

dos mecanismos de proteção das articulações, uma vez que exercício

prolongado pode ser muito agressivo para os músculos e articulações do

sujeito

O índice baixo de atividade física encontrado no PE pode ter tido origem

em comportamentos distintos relativamente à atividade física ao longo do dia.

De acordo com French et al. (2001), a atividade física está a diminuir em

determinados contextos específicos, como o transporte ativo, desportos

organizados, tempo de lazer e aulas de educação física. Stanley et al (2012)

referem que o estudo das correlações da atividade física de acordo com a

altura do dia, local e contexto é imperativo para perceber o comportamento dos

adolescentes relativamente à atividade física.

Desta forma, iremos proceder à análise do comportamento face à

atividade física dos adolescentes do PE em período escolar (recreio e aulas de

Educação Física) e período não escolar (tempo livre no período pós escolar e

ao fim de semana).

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2.1. Recreio Escolar

Analisando os comportamentos relacionados à atividade física no recreio

por parte dos adolescentes com peso normal e sobrepeso, percebemos que:

- Dos adolescentes com peso normal, 52,6% passeiam pelo recreio escolar. No

entanto, há uma percentagem considerável (31,6%) de adolescentes com peso

normal que corre/brinca a maior parte do tempo.

- Quanto aos adolescentes com sobrepeso, 56,4% passeiam pelo recreio

escolar. Uma percentagem considerável (18,2%) de adolescentes com

sobrepeso corre/brinca durante pouco tempo no recreio escolar. Este índice

baixo de atividade física por parte dos adolescentes com sobrepeso no recreio

escolar pode ser justificado pelo facto destes serem muitas vezes excluídos

socialmente por parte dos colegas de escola (Smith, 2000). Além disso, e de

acordo com Corder et al. (2013), os adolescentes com sobrepeso são menos

propensos a escolher práticas de atividade física com amigos.

O recreio escolar tem sido referido por entidades no domínio da saúde

pública, como um contexto importante no âmbito da promoção da atividade

física em crianças e jovens (Marques et al., 2001), apresentando-se como uma

oportunidade de acumular atividade física ao longo do dia (Mota et al.,2005;

Escalante et al., 2013).

Têm sido feitos esforços para maximizar a prática de atividade física no

recreio devido aos seus benefícios académicos e na saúde (Ickes et al., 2012).

Ickles et al. (2012) aplicaram as seguintes estratégias para o incremento

da atividade física no recreio: adicionar equipamentos/materiais, marcar zonas

para atividades específicas, envolvimento dos professores nas atividades de

recreio (terá especial impacto o envolvimento de professores de outras áreas

que não da Educação Física e Desporto), jogos vídeo ativos, atividade da

semana (e.g. jogar ao pião numa semana, lançamento de arcos na semana

seguinte, jogos tradicionais, etc.), cartas de atividade (que permitem o aluno ir

preenchendo tentando atingir um dado nível de atividade). Segundo os autores

atrás citados houve uma obtenção de 95% de sucesso nas intervenções

utilizadas.

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Whitt-Glover et al. (2011) referem que a introdução de uma pausa de 10

minutos nas aulas, aproveitando-os para a prática de atividade física é

vantajosa para aumentar os índices de atividade física e melhorar os

comportamentos dos adolescentes.

Pensamos, que dentro de uma visão integrada da formação dos jovens

na escola deveremos não só estimular os momentos de atividade física como

conseguir preparar os alunos para os momentos de concentração que as aulas

teóricas subsequentes pressupõem. Assim, técnicas de respiração controlada e

técnicas de relaxação podem ser benéficas para atenuar as descargas

adrenérgicas impostas por algumas atividades de recreio.

Ridgers et al (2006) referem que as crianças/adolescentes podem obter

até um terço das recomendações de prática de atividade física moderada a

vigorosa durante o período de recreio. Desta forma, é necessário termos

consciência do valor formativo dos recreios escolares e intervir de forma a

torná-los mais dinâmicos e fazer deste local um verdadeiro local de ludicidade,

que permita aumentar os índices de atividade física dos adolescentes.

De acordo com Neto (1999), melhorando os recreios, alteramos os

comportamentos das crianças/adolescentes e providenciamos brincadeiras que

respondam às suas necessidades de desenvolvimento.

No PE, verificou-se que os adolescentes com peso normal são

significativamente mais ativos no recreio do que os adolescentes com

sobrepeso (p=0,028). Estes dados vão ao encontro do estudo de Stratton et al.

(2007). Verifica-se que o nível de atividade dos sujeitos com sobrepeso é

menor em todas as vertentes das atividades não programadas.

2.2. Educação Física

Analisando os comportamentos relacionados à atividade física nas aulas

de Educação Física por parte dos adolescentes com peso normal e sobrepeso,

percebemos que:

- Dos adolescentes com peso normal, 43,7% referem que, às vezes, fizeram

aulas de Educação Física em que se cansaram muito. No entanto, há uma

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percentagem considerável (24,5%) de adolescentes com peso normal que

quase nunca fez aulas de Educação Física que o cansasse muito.

- Quanto aos adolescentes com sobrepeso, 51,4% referiram que somente por

vezes realizaram aulas de Educação Física em que se cansassem muito. De

realçar que “a segunda maior fatia” (16,2%) é a de adolescentes com

sobrepeso que não participaram das aulas de Educação Física. Esta

constatação não nos deixa surpresos, uma vez que o facto dos adolescentes

com sobrepeso serem muitas vezes vítimas de bullying verbal pelos seus pares

durante as aulas de Educação Física e a falta de privacidade nos vestiários faz

com que haja uma menor aderência às aulas de Educação Física por parte

destes adolescentes (Stankov et al., 2012). De acordo com Stankov et al

(2012), os programas anti-bullying que promovam os valores de respeito e

companheirismo terão mais sucesso na generalização da educação Física

entre os jovens que estratégias de vitimização e estigmatização dos

adolescentes com problemas isolando-os dos seus pares mais ativos.

O facto de existirem ainda tantas escolas no nosso país que não

possuem instalações desportivas cobertas, onde as próprias aulas de

Educação Física são condicionadas pela chuva, pode estar associado às

fracas oportunidades de prática de atividade física entre os jovens (Santos et

al., 2005).

Outro facto prende-se com a curta duração e intensidade das aulas de

Educação Física.

De acordo com Kremer et al (2012), além do facto das aulas de

Educação Física terem uma curta duração, os estudantes praticam atividade

física moderada a vigorosa durante somente um terço da aula, havendo uma

fraca contribuição para o nível de atividade física diária. Muitas vezes o que

acontece, é que devido a condições meteorológicas adversas, as aulas de

Educação Física têm de ser dadas em espaço coberto por todos os

professores, o que restringe o espaço de aula. Este facto associado a turmas

numerosas faz com que seja difícil de atingir intensidades moderadas a

vigorosas em grande parte das aulas.

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141  

2.3. Tempo Livre

O tempo livre tem sido assumido como potencialmente importante do

ponto de vista da promoção da saúde e da qualidade de vida dos jovens,

devido ao seu carácter voluntário e autónomo (Matos, 2003). As escolhas

relativas à ocupação do tempo livre entre os jovens nem sempre representam

uma elevada participação em atividade física de lazer (Mota, 1997).

Cloes et al. (1997) e Telama et al. (2002) referem uma participação dos

jovens em atividades predominantemente sedentárias durante o seu tempo

livre.

Num estudo de Santos et al. (2005), entre as práticas de lazer mais

referidas pelos jovens estão atividades que podem ser consideradas como

práticas sedentárias: “ouvir música”, “ver televisão”, “conversar com os

amigos”, “jogar às cartas, jogos de vídeo e computador” e “ajudar nos trabalhos

domésticos”.

As deficientes oportunidades para o envolvimento dos jovens em

atividades de lazer, nomeadamente de lazer ativo, podem estar relacionadas

com a ausência de recursos formais, tais como infraestruturas para a prática

desportiva ou mesmo dificuldades na utilização de recursos informais, como os

parques e mesmo a rua, pois os problemas de insegurança, de contacto com

as drogas e violência são fatores que podem limitar fortemente as escolhas por

atividades de lazer ativo (Santos et al., 2005).

A ocupação do tempo livre no período pós escolar e ao fim de semana

constituem-se como variáveis significativas no tempo total de prática dos

adolescentes (Sallis et al., 2000). No entanto e segundo Corder et al (2010),

durante a adolescência, há uma diminuição da prática de atividade física,

maioritariamente durante os fins de semana e no período pós escolar. Esta

constatação vai ao encontro dos resultados do PE, particularmente para os

adolescentes com sobrepeso no período de fim de tarde e para os

adolescentes com peso normal e sobrepeso no período de fim de semana.

Comparando estes dois períodos, Lopes et al. (2001), num estudo

realizado em pré-adolescentes concluiu que a maior intensidade de atividade

física ocorreu, em ambos os sexos, durante os dias escolares, ocorrendo nos

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142  

dias de fim de semana, particularmente ao domingo, um decréscimo acentuado

de atividade física. Isto não será surpreendente já que, normalmente, os

exigentes ritmos de trabalho/estudo diários impõem um stresse quotidiano

durante a semana que é compensado no fim de semana. O fim de semana,

para muitos jovens com regras familiares claras (e.g. tempo prescrito de estudo

e hora de deitar), corresponde a mais tempo frente à televisão ou computador,

a mais contacto com os amigos, a mais reuniões familiares. Isso paga-se com

a alteração dos padrões de sono que se tornam um obstáculo ao aumento da

taxa de atividade física no fim-de-semana.

Já Comte et al. (2013) referem que, comparativamente com os dias de

semana, os jovens apresentam taxas de atividade física moderada a vigorosa

30% menores no fim-de-semana (55.8±23.0 min vs. 38.7±26.7 min; p<0.001)

enquanto as atividades físicas ligeiras aumentam cerca de 15%.

Especificando o período pós escolar, Locke et al (2006) e Olds et al

(2009) referem que, neste período, os adolescentes podem obter cerca de

metade da atividade física diária recomendada. Neste período a prática de

desporto é uma solução viável para aumentar os índices de atividade física.

A prática regular de desporto (pelo menos três vezes por semana) está

associada a uma melhoria da aptidão física, menor massa gorda corporal e,

mais especificamente, menor massa gorda abdominal (Ara et al., 2004).

Silva et al. (2013) referem que os desportos organizados são uma

componente relevante para o dispêndio energético diário, referindo que a

participação em desportos de competição é mais efetivo do que desportos não

organizados para que se consiga alcançar os níveis recomendados de

atividade física para os adolescentes. É preciso atentar, no entanto, que muitas

vezes o facto destes deportos serem pagos limitam a participação dos

adolescentes nos mesmos. Segundo Corder et al (2013), a criação de

oportunidades não pagas para a prática de atividade física é de vital

importância. Levanta-se aqui a importância sociológica e desportiva do

desporto escolar. Paradoxalmente, em Portugal, quando o índice de adesão

dos jovens ao desporto escolar aumentava de ano para ano, o governo decidiu,

talvez por razões económicas, reduzir as horas a ele adstritas.

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143  

Num estudo de Olds et al. (2011) acerca da diferenciação do gasto

energético em adolescentes com peso normal e com sobrepeso, verificou-se

que mais do que dois terços das diferenças encontradas eram provenientes de

uma baixa participação em desportos por parte dos adolescentes com

sobrepeso.

A falta de suporte familiar e a falta de competência física parecem-nos

ser dois fatores que podem estar associados a esta menor aderência por parte

dos adolescentes com sobrepeso à prática do desporto.

No PE os adolescentes com sobrepeso apresentaram índices de

atividade física “globais” significativamente inferiores aos adolescentes com

peso normal. De realçar, no entanto, que consideramos que quer adolescentes

com peso normal quer adolescentes com sobrepeso apresentam índices de

atividade física baixos. Urge encontrar soluções para aumentar os índices de

atividade física dos adolescentes do PE. Na nossa opinião, os adolescentes

têm uma palavra muito importante a dizer no que concerne a esta questão,

uma vez que são eles o alvo de mudança comportamental.

A autonomia para inúmeros comportamentos aumenta durante a

adolescência (Wilson et al., 2008). Desta forma, o envolvimento dos

adolescentes no desenvolvimento de intervenções para incrementar os índices

de atividade física parece-nos ser de extrema relevância.

A este respeito, Corder et al.(2013) afirmam que os adolescentes

desejam outros tipos de atividades desportivas e de lazer que aquelas que

normalmente são abordadas na escola e no desporto escolar.

Os valores baixos de atividade física encontrados no PE foram resultado

de uma conjugação de comportamentos negativos face à atividade física em

diferentes períodos e contextos do dia-a-dia do adolescente, principalmente no

fim de semana (para adolescentes com peso normal e sobrepeso) e no período

pós escolar para os adolescentes com sobrepeso.

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144  

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145  

Capitulo VI – Conclusões

Após a elaboração do PE, podemos destacar as seguintes conclusões:

Consumo calórico total

- Os adolescentes com peso normal, independentemente da idade e do género

têm um aporte calórico inferior às recomendações.

- Os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género,

têm um aporte calórico superior às recomendações.

- Independentemente da idade e do género, os adolescentes com sobrepeso

têm um consumo calórico significativamente superior aos adolescentes com

peso normal.

- Existe uma correlação positiva e significativa entre consumo calórico total e o

IMC

Hidratos de Carbono

- O consumo percentual de hidratos de carbono dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de

carbono entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Açúcares

- O consumo percentual de açúcares dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se abaixo das recomendações o que define um panorama correto

neste particular.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso.

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146  

Fibras

- O consumo diário de fibras dos adolescentes normoponderais e adolescentes

com sobrepeso, independentemente da idade e género, encontram-se abaixo

das recomendações.

- As raparigas com sobrepeso, independentemente da idade têm um consumo

diário de fibras significativamente superior às raparigas com peso normal

- Dos 10 aos 13 anos, os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo

diário de fibras significativamente superior comparativamente com os rapazes

com peso normal

- Nos rapazes dos 14 aos 18 anos, não existem diferenças significativas entre o

consumo diário de fibras de adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Gorduras

- O consumo percentual de gorduras dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se dentro das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Ácidos gordos saturados

- O consumo percentual de ácidos gordos saturados dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações. Esta situação não é

problemática já que os outros ácidos gordos podem providenciar a quantidade

de gorduras que um corpo saudável necessita.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

saturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso.

- Dos 10 aos 13 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo

percentual de ácidos gordos saturados significativamente superior

comparativamente com as raparigas com peso normal.

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147  

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

saturados entre as raparigas dos 14 aos 18 anos com peso normal e

sobrepeso.

Ácidos gordos polinsaturados

- O consumo percentual de ácidos gordos polinsaturados dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

polinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Ácidos gordos ómega 3

- O consumo percentual de ácidos gordos ómega 3 dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 3 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Ácidos gordos ómega 6

- O consumo percentual de ácidos gordos ómega 6 dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

ómega 6 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Rácio Ómega 6:Ómega 3

- O rácio ómega 6:ómega 3 dos adolescentes normoponderais e adolescentes

com sobrepeso, independentemente da idade e género, encontram-se acima

das recomendações. Pensamos que este é um dos aspetos mais importantes a

corrigir.

- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6: ómega 3 entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso.

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148  

Ácidos gordos monoinsaturados

- O consumo percentual de ácidos gordos monoinsaturados dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

monoinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Ácidos gordos trans

- O consumo percentual de ácidos gordos trans dos adolescentes

normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade

e género, encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos

trans entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Colesterol

- O consumo diário de colesterol dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de colesterol entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de colesterol entre as

raparigas dos 10 aos 13 anos com peso normal e sobrepeso.

- Dos 14 aos 18 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de

colesterol significativamente superior comparativamente com as raparigas com

peso normal.

Proteínas

- O consumo percentual de proteínas dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se acima das recomendações.

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149  

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso.

- Dos 14 aos 18 anos, as raparigas com peso normal têm um consumo

percentual de proteínas significativamente superior comparativamente com as

raparigas com sobrepeso.

- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre as

raparigas dos 10 aos 13 anos com peso normal e sobrepeso.

Vitamina A

- O consumo diário de vitamina A dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se abaixo das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de vitamina A entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Vitamina C

- O consumo diário de vitamina C dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se abaixo das recomendações

- Não há diferenças significativas do consumo diário de vitamina C entre

adolescentes com peso normal e sobrepeso.

Vitamina E

- O consumo diário de vitamina E dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se abaixo das recomendações

- Não há diferenças significativas do consumo diário de vitamina E entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de colesterol entre as

raparigas dos 14 aos 18 anos com peso normal e sobrepeso.

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150  

- Dos 10 aos 13 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de

vitamina E significativamente superior comparativamente com as raparigas com

peso normal.

Cálcio

- O consumo diário de cálcio dos adolescentes normoponderais e adolescentes

com sobrepeso, independentemente da idade e género, encontram-se abaixo

das recomendações

- Não há diferenças significativas do consumo diário de cálcio entre os rapazes

com peso normal e sobrepeso.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de cálcio entre as

raparigas dos 14 aos 18 anos com peso normal e sobrepeso.

- Dos 10 aos 13 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de

cálcio significativamente superior comparativamente com as raparigas com

peso normal.

Ferro

- Os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género

têm um aporte diário de ferro que se encontra dentro das recomendações.

- Dos adolescentes com peso normal, as raparigas dos 10 aos 13 anos e os

rapazes, independentemente da idade, têm um aporte diário de ferro que se

encontra dentro das recomendações.

- As adolescentes com peso normal dos 14 aos 18 anos apresentam um

consumo diário de ferro deficitário quando comparado com as recomendações

- As raparigas com sobrepeso, independentemente da idade, têm um consumo

diário de ferro significativamente superior às raparigas com peso normal.

- Dos 10 aos 13 anos, os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo

diário de ferro significativamente superior comparativamente com os rapazes

com peso normal.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de ferro entre os rapazes

dos 14 aos 18 anos com peso normal e sobrepeso.

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151  

Selénio

- O consumo diário de selénio dos adolescentes normoponderais e

adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,

encontram-se dentro das recomendações.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre os

rapazes com peso normal e sobrepeso.

- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre as

raparigas dos 10 aos 13 anos com peso normal e sobrepeso.

- Dos 14 aos 18 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de

selénio significativamente superior comparativamente às raparigas com peso

normal.

Pequeno-almoço

- A proporção de adolescentes com peso normal que consumiram pequeno-

almoço é significativamente superior comparativamente com os adolescentes

com sobrepeso.

Número de refeições diárias

- A proporção de adolescentes com sobrepeso que consumiram até 3 refeições

diárias é significativamente superior comparativamente com os adolescentes

com peso normal.

Atividade Física

- Os adolescentes com peso normal e os adolescentes com sobrepeso têm um

índice baixo de atividade física.

- Os adolescentes com peso normal têm um índice de atividade física

significativamente superior aos adolescentes com sobrepeso.

- Existe uma correlação negativa e significativa entre o índice de atividade

física e o IMC.

Como corolário, podemos referir que os adolescentes do PE apresentam

hábitos alimentares e uma taxa de atividade física que não são condizentes

com um estilo de vida saudável.

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152  

Quer adolescentes com peso normal quer adolescentes com sobrepeso

apresentam consumos calóricos desajustados, défices de fibras, de alguns

tipos de gordura (polinsaturada, monoinsaturada) e de micronutrientes, um

rácio ómega 6:ómega 3 extremamente elevado e um baixo índice de atividade

física.

Os adolescentes do PE devem ser alvo de uma intervenção específica

no campo da Nutrição e da AF no sentido de corrigir os hábitos menos corretos

verificados e possibilitar uma transição mais saudável para o estado adulto.

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153  

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200  

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XXII  

Anexos

Anexo 1 - Questionário Alimentar

INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO INQUÉRITO ALIMENTAR

Por favor, anote TUDO o que comer ou beber. Faça descrições

pormenorizadas de alimentos e bebidas, por exemplo: tipo de pão (branco,

integral), ou tipo de leite (magro, meio-gordo ou gordo). Mencione, também, o

tipo de confecção culinária, por exemplo: carne de vaca guisada, ovos

estrelados, costeletas de porco fritas, etc.

Não se esqueça de apontar tudo o que for comido ou bebido no intervalo das

refeições, por exemplo: cachorros, bolachas, sumos.

QUANTO ÀS QUANTIDADES E AOS TAMANHOS DAS PORÇÕES

Mencione o tamanho dos alimentos e a quantidade das bebidas. Para tal use

medidas caseiras, por exemplo: 1 colher de chá de manteiga, 9 colheres de

sopa cheias de arroz, 3 conchas de massa, 1 tigela de sopa, ½ chávena

almoçadeira de leite magro (ou ½ chávena de chá, se for mais pequena), 1

copo de água.

Seguem-se alguns exemplos:

- Bebidas: use copos ou chávenas e refira o tipo e a marca (por exemplo:

chávena de chá, ou de café, com ou sem açúcar). Se misturar café com leite

indique as quantidades de cada um (por exemplo: ¼ de chávena almoçadeira

com leite magro e o resto com café).

- Sopas: use tigelas semelhantes às da cantina, número de conchas ou pratos

(cheio, meio prato).

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XXIII  

- Molhos: para cada molho (maionese, guisados) use colheres de sopa ou chá.

- Carnes, Pescado, Aves e Pizza: indique as quantidades consumidas

especificando os alimentos e classificando as porções em pequenas, médias e

grandes fatias, unidades, cubos de carne, latas (de atum), ou medidas caseiras

(colheres de sopa, chávenas, etc.). Nas pizzas indique o tamanho e quais os

ingredientes principais (cogumelos, etc.).

- Hortaliças e Legumes: use rodelas (tomate, cebola, pepino), parte do prato

(meio ou ¼ do prato), ou chávenas almoçadeiras (½ chávena almoçadeira de

alface).

- Arroz, Massa, Feijão, Ervilhas ou Grão: indique o número de colheres de

sopa.

- Batatas: se cozidas indique o número de batatas e o tamanho; se for puré,

indique o número de colheres de sopa; se forem fritas, indique a parte do prato

a que corresponde (½ prato, 1 prato ), se fritas de pacote, indique o tamanho

(pequeno, médio, grande).

- Óleos, Manteiga e Margarina: use colheres de sopa ou chá.

- Açúcar, Cacau, ou Mel: use pacotes de açúcar ou colheres de chá.

- Pão, Doces: use o número de pães ou doces, ou fatias.

- Fruta: refira o nome da fruta e o número de porções (1 maçã, se forem uvas a

porção será o cacho - pequeno, médio, grande).

Por favor faça um registo de quinta a sábado, e, no final de cada dia,

preencha o questionário que se segue à folha de registo.

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XXIV  

Nome:

Dia da Semana: Quinta-feira

Horas Descrição/Quantidade do Alimento

Pequeno-

almoço

Refeição do

meio da

manhã

Almoço

Lanche

Jantar

Ceia

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XXV  

Nome:

Dia da Semana: Sexta-feira

Horas Descrição/Quantidade do Alimento

Pequeno-

almoço

Refeição do

meio da

manhã

Almoço

Lanche

Jantar

Ceia

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XXVI  

Nome:

Dia da Semana: Sábado

Horas Descrição/Quantidade do Alimento

Pequeno-

almoço

Refeição

do meio da

manhã

Almoço

Lanche

Jantar

Ceia

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XXVII  

Anexo 2 - Questionário de Atividade Física (Até ao 8ªAno)

Nome:

_______________________________________________________________

_

Idade: ___________

Sexo: M_______ F_______

Ano escolaridade: __________

Estamos a tentar descobrir mais sobre o teu nível de Atividade Física dos

últimos 7 dias (na última semana). Isso inclui desportos ou atividades que te

fazem suar ou fazem com que te sintas cansado das pernas, ou jogos que te

fazem respirar fundo, como as brincadeiras que fazes no recreio ou na rua.

Lembra-te:

Não há respostas certas e erradas - isto não é um teste.

Por favor, responde a todas as perguntas da forma mais honesta e precisa

quanto possível – Este questionário é muito importante.

1. Atividade física no teu tempo livre:

Fizeste alguma das seguintes atividades nos últimos 7 dias (na semana

passada)? Se sim, quantas vezes? (Coloca apenas uma cruz por cada

hipótese)

Não 1 a 2

vezes

3 a 4

vezes

5 a 6

vezes

7 vezes

ou mais

Brincadeiras no

recreio

Andar de patins

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XXVIII  

Andar de bicicleta

Andar de skate

Ténis Mesa

Ténis

Badminton

Futebol

Basquetebol

Andebol

Voleibol

Corfebol

Orientação

Natação

Dança

Ginástica

Atletismo

Luta

Judo

Outro (s):

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XXIX  

2. Nos últimos 7 dias, durante as tuas aulas de Educação Física, com que

frequência fizeste atividades em que te cansaste muito? (Coloca apenas uma

cruz).

Não fiz aulas de Educação Física

Quase nunca

Às vezes

Muitas vezes

Sempre

3. Nos últimos 7 dias, o que fizeste a maior parte do tempo no Recreio?

(Coloca apenas uma cruz).

Atividades sentado

Passear pelo recreio

Correr ou brincar pouco tempo

Correr ou brincar algum tempo

Correr ou brincar a maior parte do tempo

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XXX  

4. Nos últimos 7 dias, o que fizeste normalmente à Hora de Almoço (além de

comeres)? (Coloca apenas uma cruz).

Atividades sentado

Passear pelo recreio

Correr ou brincar pouco tempo

Correr ou brincar algum tempo

Correr ou brincar a maior parte do tempo

5. Nos últimos 7 dias, em quantos dias Depois da Escola (até à hora do

jantar) fizeste desporto ou jogos em que estivesses Muito Activo? (Coloca

apenas uma cruz).

Nenhum

1 dia

2 ou 3 dias

4 ou 5 dias

6 ou 7 dias

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XXXI  

6. Nos últimos 7 dias, em quantas Noites (período após o jantar) fizeste

desporto ou jogos em que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma

cruz).

Nenhuma

1 noite

2 ou 3 noites

4 ou 5 noites

6 ou 7 noites

7. No último Fim-de-Semana, quantas vezes fizeste desporto ou jogos em

que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma cruz).

Nenhuma

1 vez

2 ou 3 vezes

4 ou 5 vezes

6 ou mais vezes

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XXXII  

8. Qual das seguintes afirmações descreve melhor os teus últimos 7 dias? Lê

todas as cinco afirmações antes de decidires sobre uma resposta (Coloca

apenas uma cruz).

A maior parte ou mesmo todo o meu tempo livre foi

passado a fazer actividades que envolvessem pouco

esforço físico

Na semana passada, fiz actividade física poucas vezes (1 -

2 vezes) no meu tempo livre

Na semana passada, fiz actividade física algumas vezes (3

- 4 vezes) no meu tempo livre

Na semana passada, fiz actividade física muitas vezes (5-6

vezes) no meu tempo livre

Na semana passada, fiz actividade física quase sempre (7

ou mais vezes) no meu tempo livre

9. Com que Frequência praticaste Atividade Física em cada um dos Dias da

Semana Passada? (Coloca apenas uma cruz por cada hipótese)

Nenhum

a vez

Poucas

vezes

Algumas

vezes

Muitas

Vezes

Quase

sempre

Segunda-feira

Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

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XXXIII  

Sexta-feira

Sábado

Domingo

10. Estiveste Doente na semana passada ou alguma coisa te impediu de

fazeres atividade física? (Coloca apenas uma cruz).

Sim

Não

Se sim, o que te impediu? __________________________________

Obrigado pela colaboração.

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XXXIV  

Anexo 3 - Questionário de Atividade Física (Do 9º-12ºAno)

Nome:__________________________________________________________

Idade: ___________

Sexo: M_______ F_______

Ano escolaridade: __________

Estamos a tentar descobrir mais sobre o teu nível de Atividade Física dos

últimos 7 dias (na última semana).

Lembra-te:

Não há respostas certas e erradas - isto não é um teste.

Por favor, responde a todas as perguntas da forma mais honesta e precisa

quanto possível – Este questionário é muito importante.

2. Atividade física no teu tempo livre:

Fizeste alguma das seguintes atividades nos últimos 7 dias (na semana

passada)? Se sim, quantas vezes? (Coloca apenas uma cruz por cada

hipótese)

Não 1 a 2

vezes

3 a 4

vezes

5 a 6

vezes

7 vezes

ou mais

Jogos/Desporto nos

intervalos das aulas

Andar de patins

Andar de bicicleta

Andar de skate

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XXXV  

Ténis Mesa

Ténis

Badminton

Futebol

Basquetebol

Andebol

Voleibol

Corfebol

Orientação

Natação

Dança

Ginástica

Atletismo

Luta

Judo

Outro:

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XXXVI  

2. Nos últimos 7 dias, durante as tuas aulas de Educação Física, com que

frequência fizeste atividades em que te cansaste muito? (Coloca apenas uma

cruz).

Não fiz aulas de Educação Física

Quase nunca

Às vezes

Muitas vezes

Sempre

3. Nos últimos 7 dias, o que fizeste normalmente à Hora de Almoço (além de

comeres)? (Coloca apenas uma cruz).

Atividades sentado

Dar uma volta

Realização de algum Jogo/Desporto durante pouco tempo

Realização de algum Jogo/Desporto durante algum tempo

Realização de algum Jogo/Desporto na maior parte do

tempo

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XXXVII  

4. Nos últimos 7 dias, em quantos dias Depois da Escola (até à hora do

jantar) fizeste desporto ou jogos em que estivesses Muito Ativo? (Coloca

apenas uma cruz).

Nenhum

1 dia

2 ou 3 dias

4 ou 5 dias

6 ou 7 dias

5. Nos últimos 7 dias, em quantas Noites (período após o jantar) fizeste

desporto ou jogos em que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma

cruz).

Nenhuma

1 noite

2 ou 3 noites

4 ou 5 noites

6 ou 7 noites

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XXXVIII  

6. No último Fim-de-Semana, quantas vezes fizeste desporto ou jogos em

que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma cruz).

Nenhuma

1 vez

2 ou 3 vezes

4 ou 5 vezes

6 ou mais vezes

7. Qual das seguintes afirmações descreve melhor os teus últimos 7 dias? Lê

todas as cinco afirmações antes de decidires sobre uma resposta (Coloca

apenas uma cruz).

A maior parte ou mesmo todo o meu tempo livre foi

passado a fazer actividades que envolvessem pouco

esforço físico

Na semana passada, fiz actividade física poucas vezes (1 -

2 vezes) no meu tempo livre

Na semana passada, fiz actividade física algumas vezes (3

- 4 vezes) no meu tempo livre

Na semana passada, fiz actividade física muitas vezes (5-6

vezes) no meu tempo livre

Na semana passada, fiz actividade física quase sempre (7

ou mais vezes) no meu tempo livre

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XXXIX  

8. Com que Frequência praticaste Atividade Física em cada um dos Dias da

Semana Passada? (Coloca apenas uma cruz por cada hipótese)

Nenhuma

vez

Poucas

vezes

Algumas

vezes

Muitas

Vezes

Quase

sempre

Segunda-

feira

Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

Sábado

Domingo

9. Estiveste Doente na semana passada ou alguma coisa te impediu de

fazeres atividade física? (Coloca apenas uma cruz).

Sim

Não

Se sim, o que te impediu? __________________________________

Obrigado pela colaboração.