Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

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Os Caminhos da Pesquisa Científica: Fundamentação, Produção e Difusão do Conhecimento Jânio Jorge Vieira de Abreu

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Os Caminhos da Pesquisa Científica:Fundamentação, Produção e Difusão do

ConhecimentoJânio Jorge Vieira de Abreu

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Os caminhos da pesquisa científica

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

UAB – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASILUESPI – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍNEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIALICENCIATURA PLENA EM LETRAS ESPANHOL

UESPI2010

OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA:FUNDAMENTAÇÃO, PRODUÇÃO E DIFUSÃO DO

CONHECIMENTO

Jânio Jorge Vieira de Abreu

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Os caminhos da pesquisa científica

Abreu, Jânio Jorge Vieira de Os caminhos da pesquisa científica: fundamentação,produção e difusão do conhecimento / Jânio Jorge Vieira Abreu– Teresina: UAB/UESPI, 2010. 55f.

120p. (Especialização em Gestão Pública)

ISBN: 978-85-61946-12-8

1. Especialização em Gestão Pública - ensino. I. Título.

CDD: 460.7

A162c

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Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Vice-presidente da RepúblicaJosé Alencar Gomes da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a DistânciaCarlos Eduardo Bielschowsky

Diretor de Educação a Distância CAPES/MECCelso José da Costa

Governador do PiauíWilson Nunes Martins

Secretária Estadual de Educação e Cultura do PiauíMaria Pereira da Silva Xavier

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Pró-reitor de Ensino de Graduação – PREGProf. Manoel Jesus Memória

Coordenadora da UAB-UESPIProf. Bárbara Olímpia Ramos de Melo

Coordenador Adjunto da UAB-UESPIProf. Marivaldo de Oliveira Mendes

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação – PROPProf. Isânio Vasconcelos de Mesquita

Pró-reitora de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários – PREXProf. Francisca Lúcia de Lima

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Pró-reitor de Planejamento e Finanças – PROPLANProf. Raimundo da Paz Sobrinho

Coordenador do curso de Licenciatura Plena em Letras Espanhol – EADProf. Omar Mário Albornoz

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EdiçãoUAB - FNDE - CAPESUESPI/NEAD

Diretora do NEADProfª. Dra. Bárbara Olímpia Ramos de Melo

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Coordenadora do Curso de LicenciaturaPlena em Letras – EspanholProf. Esp. Omar Mario Albornoz

Coordenador de T utoriaProf. Esp. Omar Mario Albornoz

Coordenação de Produção de MaterialDidáticoProf. Esp. Marivaldo de Oliveira Mendes

Autores do FascículoProfº M. Sc Jânio Jorge Vieira de Abreu

Material para fins educacionais

Distribuição gratuita aos cursistas UAB/UESPI

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NEAD, Rua João Cabral, 2231, bairro

Pirajá, Teresina (PI). CEP: 64002-150,

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RevisãoProfª. M.Sc. Teresinha de Jesus FerreiraProfª. M.Sc. leonildes Pessoa Facundes

Editoração EletrônicaGiselle da Silva CastroProf. Esp. Roberto Denes Quaresma Rêgo

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 09

UNIDADE 1

1 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA: ASPECTOS

CONCEITUAIS ................................................................................................ 15

1.1 CIÊNCIA: ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS .................... 24

1.2 ATIVIDADES ............................................................................................... 29

UNIDADE 2

2 EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA E DO TRABALHO CIENTÍFICO .... 35

2.1 PESQUISA CIENTÍFICA.............................................................................. 35

2.2 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITUAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO,

CLASSIFICAÇÃO E METODOLOGIA................................................................................................39

2.3 CLASSIFICAÇÃO / TIPOS DE PESQUISA................................................. 43

2.4 CARACTERIZAÇÃO E FORMA DE ABORDAGEM QUALITATIVA NA

PESQUISA SOCIAL ......................................................................................... 45

2.5 ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE

PESQUISA ....................................................................................................... 53

2.6 ATIVIDADES ............................................................................................... 59

UNIDADE 3

3 O COMPORTAMENTO DO PESQUISADOR NO CAMPO DE PESQUISA . 63

3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS..........................................................63

3.2. A ANÁLISE DE DADOS NA PRODUÇÃO DA MONOGRAFIA ................... 71

3.3 ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE UMA MONOGRAFIA EM DOIS OU TRÊS

CAPÍTULOS ..................................................................................................... 74

3.4 ATIVIDADES .............................................................................................. 85

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UNIDADE 4

4 A ORIENTAÇÃO DA ABNT PARA REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO GRÁFICA

DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO..... ........................................ 87

4.1 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A ESTRUTURA DE UMA MONOGRAFIA...90

4.2 ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO ORAL DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO

CURSO ....................................................................................................... ....104

4.3 FICHA DE AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA.............................. 107

4.4 ATIVIDADES ............................................................................................ 109

CONCLUSÕES REFLEXIVAS ........................................................................111

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 113

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APRESENTAÇÃO

Neste início de milênio, ampliou-se ainda mais o papel da

pesquisa para a solução dos problemas da gestão pública, para o

desenvolvimento das pessoas e das comunidades nacionais e

internacionais. A ciência celebra importantes descobertas e

avanços tecnológicos, definindo novas exigências para a vida em

sociedade. Mas, apesar de todos os esforços, os progressos

científicos da humanidade ainda não explicam o fenômeno das

epidemias mundiais, regionais, da exclusão social, do desemprego

crescente, a interdependência e desequilíbrio entre nações,

regiões, povos, enfim, a diversidade de problemas sociais do

mundo moderno.

Nos últimos anos, a gestão pública tem sido pauta das

importantes discussões mundiais, as culturas regionais transpõem

barreiras e se expressam para o mundo, a economia se globaliza,

aumentam os fóruns políticos internacionais, reorienta-se a gestão

do serviço público, a humanidade está mais consciente, mas nosso

planeta está ameaçado pela degradação acelerada do meio

ambiente e pela utilização irracional dos recursos naturais. É

necessário haver conciliação entre progresso material e eqüidade,

entre as relações internacionais e diversidades culturais, entre

respeito à condição humana e à natureza. Necessitamos reeducar

a vida em nosso planeta e a gestão pública assume cada vez mais

um papel fundamental.

Na sociedade brasileira, vivemos um momento de rápidas

transformações sociais, econômicas, tecnológicas e políticas ao

mesmo tempo em que as mudanças e os resultados na gestão

dos serviços públicos ainda transcorrem lentamente. No Brasil, há

uma economia que surpreendentemente se moderniza, mas só aos

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poucos, o país alcança a independência, pois ainda importa muitas

tecnologias, ainda possui um desenvolvimento cultural inibido por

não oferecer um sistema educacional e de formação gestora capaz

de fortalecê-la para o desenvolvimento auto-sustentável. Ao lado

deste progresso diferenças sociais, o ritmo de trabalho, a má

alimentação, o stress etc. e a emergência dos problemas da

sociedade contemporânea constituem um campo fértil para as

ciências da saúde, uma problemática de estudo para os cursos de

gestão pública, nos quais, não só os profissionais da área, mas

também bacharelados e bacharelandos em geral, no campo de

trabalho – a saúde pública- não encontram sempre apenas novos

horizontes, mas também velhos e grandes desafios.

No mundo onde o conhecimento tornou-se elemento de

primeira importância, inclusive, como condição para a inclusão

social e como conquista da cidadania, integramos uma estrutura

social contraditória, que ainda elitiza culturalmente uma minoria e

nega o saber e a saúde pública de qualidade à maioria. Assim,

socializar o saber é de nossa competência, dever e função social

para estender e compartilhar um patrimônio que pertence a todo o

conjunto da sociedade.

Respeitadas as limitações e dificuldades estruturais pelas

quais atravessa a universidade pública no Brasil, este livro procura

contribuir para os cursos de especialização em Gestão Pública, a

partir da identificação de problemas e investigação de fenômenos

em saúde, para encontrar respostas, e, sobretudo, desmitificar a

pesquisa acadêmica e a extensão universitária no campo da gestão

pública em saúde acreditando que a atitude de pesquisa propicia

aos alunos e professores promoverem para si e para a comunidade

em geral o ideal de ser sujeito na história e na realidade a que se

propõe conhecer, pois busca a superação das condições atuais

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de reprodução do conhecimento.

Neste sentido, apresentamos um texto estruturado em

quatro unidades através dos quais, procuramos sistematizar, entre

outros aspectos: os conceitos básicos dos diversos tipos de

conhecimento; os procedimentos teórico-metodológicos do

conhecimento científico; a metodologia de estudo e de investigação

científica, incluindo desde os conceitos fundamentais das principais

correntes do pensamento contemporâneo que influenciam a prática

investigativa, a classificação e caracterização dos tipos de

pesquisa até a conceituação de métodos, técnicas, instrumentais

e os procedimentos teórico-práticos no campo da pesquisa.

Além disso, o texto traz os passos para produção de uma

monografia de conclusão de curso incluindo a aplicação das normas

da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT para o

trabalho científico. O objetivo do texto é mostrar as possibilidades

de desenvolvimento da pesquisa através de uma caminhada

simples, porém ininterrupta, prazerosa e resistente para uma vida

acadêmica necessariamente investigativa.

Profº MSc Jânio Jorge V ieira de Abreu

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UNIDADE 1MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

CIENTÍFICA

OBJETIVO

• Possibilitar ao aluno a compreensão dos conceitos e categorias básicas do

conhecimento científico e de outros tipos ou formas de conhecimento

caracterizando, sobretudo, a tipologia do saber científico.

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1 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA

1.1 ASPECTOS CONCEITUAIS

Um dos principais problemas para alunos e professores

se inserirem no processo sistemático e contínuo da investigação

científica e extensão dos resultados é a falta de orientação

adequada e oportuna a partir dos primeiros momentos da vida

escolar. Isto faz com que a comunidade acadêmica crie resistência

e até indisposição para a iniciação cientifica e continuidade na

prática investigativa. Além disso, muitos pesquisadores (FREIRE,

1998); (GIL, 2002); (MINAYO, 1994); (SEVERINO, 2002);

(TRIVIÑOS, 1987) entre outros, defendem que o pesquisador, por

coerência, por disciplina, deve ligar a apropriação de qualquer ideia

à sua concepção de mundo, em primeiro lugar, e, em seguida,

inserir essa noção no quadro teórico específico que lhe serve de

apoio para o estudo dos fenômenos sociais. E esta é uma

habilidade que não se adquire em pequenas e isoladas

experiências na academia. Exige um processo de escolarização

para a pesquisa.

A indisciplina a que me refiro é definida por Triviños (1987,

p. 15) como sendo:

[...] ausência de coerência entre os suportes teóricosque, presumivelmente, nos orientam e a prática socialque realizamos. Confusamente nos movimentamosdominados por um ecletismo que revela, ao contráriodo que se pretende, nossa informação indisciplinadae nossa fraqueza intelectual. [...] A mistura decorrentes de pensamento, as citações avulsas forade contexto etc., não só desse tipo de criatividadeintelectual mencionados, mas também, de textos quecirculam nos meios pedagógicos etc., são facilmentedetectáveis por quem costuma trabalhar dentro doslimites de uma linha definida de ideias.

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Neste sentido, o pesquisador, por coerência, por disciplina,

deve ligar a apropriação de qualquer ideia à sua concepção de

mundo, em primeiro lugar, e, em seguida, inserir essa noção no

quadro teórico específico que lhe serve de apoio para o estudo

dos fenômenos educacionais e/ou sociais.

As razões que explicam esta falta de disciplina em na

organização do pensamento, na prática de pesquisa ou de

investigação que poderia resultar numa produção científica sólida,

é de natureza múltipla, mas podemos citar exemplos fundamentais.

Primeiramente ela é de natureza histórica e se manifesta de

diversas maneiras. Triviños (1987) e Severino (2002) denunciam o

limitado desenvolvimento do espírito crítico fruto de uma estrada

estreita e única no estudo do pensamento científico.

A segunda razão se deve à constatação da carência da

prática investigativa e da confusão, mistura ou ecletismo que guia

a maioria das experiências de pesquisas por nós observadas.

Estas experiências constituem num conjunto de ideias sem a amarra

de conceitos centrais orientadores. Alem disso, nossas

universidades são carentes, em muitos casos, até mesmo deste

nível de prática na produção de conhecimentos.

Um terceiro aspecto que, inclusive, é inquietação de

autores de outros campos de conhecimento além da metodologia

da pesquisa científica, é a dependência cultural em que vivemos

historicamente cuja condição é limitada a um único centro

propagador. É uma cultura que nos torna obrigados a sobrevivência

intelectual através de um modelo de ciência cuja técnica é

submetida a uma força maior – o modelo econômico.

Outro fator determinante no problema da produção

científica nas academias está relacionado à formação literária dos

estudantes que não praticaram a produção de textos desde os

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primeiros anos escolares. As dificuldades de compreensão dos

livros-textos impossibilitam aos alunos e até professores o exercício

da pesquisa e da produção de relatórios ou monografias,

dissertações e teses. Estes e outros fatores têm resultado numa

legião de pseudo-cientistas que se caracterizam como inábeis,

resistentes e indispostos à investigação científica.

Qual é a consequência desta realidade das academias

de ciências humana, sociais etc.? Alunos e professores estudam

apreendendo conteúdos hierarquizados através de conceitos

isolados tornando-os alheios à realidade social.

Para nós professores a situação é bastante grave. É

necessário que tenhamos clareza na busca, na criação e,

sobretudo, na exposição do que, muitas vezes consideramos

“verdades”, as nossas e a de outros estudiosos. Elas nem sempre

são verdadeiramente nossas e, podem estar mais distantes ainda

das verdades dos nossos alunos. Se, como Paulo Freire nos alerta

“não devemos estar demasiadamente certo das nossas certezas”,

na formação acadêmica frágil que temos reinará muito mais ainda

a dúvida das verdades científicas que produzimos. Elas dificilmente

correspondem aos interesses majoritários da comunidade

acadêmica. Neste sentido faz-se necessário a compreensão do

que vem a ser o conhecimento, sua tipografia, a forma como o

produzimos, sobretudo o conhecimento científico.

O que vem a ser conhecimento? Para Ana Maria Garcia

(apud HÜHNE, 2002) se buscamos a palavra francesa

connaissance, podemos observar que conhecimento significa

nascer (naissance) com, sendo que os seres humanos se

distinguem dos outros seres exatamente pela capacidade de

conhecer. Diferentemente dos outros animais, os humanos são os

únicos seres que possuem razão, capacidade de raciocinar, e ir

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Os caminhos da pesquisa científica

além da realidade imediata; são os seres que superam a

animalidade com a racionalidade. Assim, os humanos ao entrarem

em contato com a realidade imediatamente apreendem essa

realidade em relação ao seu eu, à sua cultura, à sua história. Os

homens interpretam a realidade e se mostram nesta interpretação.

Aí, eles dizem da realidade e dizem de si mesmo. E quando dizem

eles nascem como seres pensantes juntamente com aquilo que

eles pensam e conhecem. E nessa relação se estrutura o

conhecimento humano. À medida que esse processo, que é

histórico, desenvolve-se, os homens se afirmam à parte dos outros

animais e seres. E, assim, os homens se conhecem e se elaboram.

Desse modo, o conhecimento é uma forma de estar no mundo. E o

processo do conhecimento mostra aos homens que eles jamais

são alguma coisa pronta, mas, estão sempre nascendo de novo,

quando têm a coragem de se mostrarem abertos diante da

realidade.

Isso nos mostra que o conhecimento é algo inerente à

existência humana e em qualquer organização social existem

possibilidades de conhecer ou maneiras de produzi-lo, pois ele é

produzido a partir da atividade social. Não existe produção “inata”

ou “natural”, toda ela depende da articulação “artificial”, de inúmeros

fatores e relações concretas.

O ser humano, como qualquer vivente, necessita adaptar-

se ao meio para garantir a sua sobrevivência. Para isso precisa

satisfazer desde as suas necessidades básicas (alimentação,

procriação) até as necessidades criadas pela convivência com os

outros. O homem deve então atuar para dominar e intervir na

natureza e em sua relação com os outros homens. Dominar e intervir

significa saber que pode fazer, isto é, significa “produzir”

conhecimentos. A produção de conhecimentos se dá desde as

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relações mais simples e empíricas do homem com a natureza e

com o social até suas atividades e práticas mais complexas. Ela é

uma dimensão da produção real dos homens na história. Nesse

sentido, corresponde à aquisição de consciência.

Mas o que vem a ser, em síntese, a consciência? Para

Dirce Eleonora Nigro Solis (apud HÜHNE, 2002) é o atributo do

ser consciente, que no nível das ideias significa um conjunto

estruturado de conceitos que tem por finalidade dá conta da

totalidade do real. A consciência representa abstrata e

sinteticamente, no nível de ideias, a realidade concreta. A

consciência distingue-se, portanto, da realidade, ou melhor, está

situada num outro nível que o do real, sendo, antes, seu produto.

Desta forma, os homens existem em condições reais determinadas

e, então, pensam.

Neste sentido, o ser humano em uma determinada

realidade, desde a mais simples à mais complexa forma de vida

social elabora conceitos a partir de sua forma concreta de vida, o

que nos faz, enquanto seres humanos, apresentar diversas formas

de conhecer e interpretar a realidade.

1.1.1 Tipos de conhecimento

É importante salientar que o saber não se adquire por

compartimentos estanques, conforme uma rígida ordem de

sucessão. Se é lícito admitir que a evolução da sociedade humana

determina mudanças na tipologia do saber, tal transformação deve

ser vista em termos de predominância de um modo sobre outro,

nunca como exclusividade. Assim, apenas de forma geral podemos

dizer que a Era Antiga se caracterizou pelo predomínio do saber

mítico e artístico, enquanto a Era Moderna aprimorou o

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Os caminhos da pesquisa científica

conhecimento filosófico e científico (SALVATORE D’ ONOFRIO,

2000).

Assim, podemos apresentar diversas formas ou tipos de

conhecimento que expressam como os seres humanos em

diferentes sociedades e em períodos históricos diversos

interpretaram a sua realidade.

1.1.1.1 Conhecimento mítico

O conhecimento mítico se manifesta através de uma

narrativa de significação simbólica, geralmente ligada à

cosmologia e relativa a deuses encarnadores das forças da

natureza e/ou de aspectos da condição humana; é representação

de fatos ou personagens reais, exagerados pela imaginação

popular, pela tradição, etc. Ideia falsa correspondente na realidade;

imagem simplificada, não raro ilusória, da pessoa ou de

acontecimento, elaborada ou aceita pelos grupos humanos, e que

tem significativo papel em seu comportamento; coisa inacreditável;

irreal, utopia;

O homem, desde que descobriu sua faculdade cognitiva,

buscou uma resposta para suas dúvidas existenciais, querendo

saber sobre a origem do universo e de si próprio, sobre o porquê

do sofrimento e da morte. A religiosidade é um exemplo de

manifestação do conhecimento mítico. Considerando a palavra

religião em seu significado etmológico, implica a crença de uma

“ligação” entre o mundo natural, visível e um pressuposto mundo

sobrenatural, invisível. É muito difícil encontrar um agrupamento

humano, primitivo ou civilizado, que não acredite numa força

misteriosa, considerada criadora do universo, a que se deve prestar

culto. O tipo de religião varia conforme as sociedades e as épocas.

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

Politeísmo, Monoteísmo e Panteísmo são os macrogêneros que

agrupam uma infinidade de crenças.

1.1.1.2 Conhecimento empírico

Do grego empeirikós, o conhecimento empírico é o tipo

de conhecimento proveniente apenas da experiência do dia-a-dia,

da observação dos fenômenos da natureza, das sensações que o

contato com o mundo exterior estimula em nós. Originário do senso

comum constitui um conjunto de opiniões tão geralmente aceitas

em época determinada que as opiniões contrárias aparecem como

aberrações individuais.

1.1.1.3 Conhecimento filosófico

Para D’ Onofrio (2000) o conhecimento filosófico origina-

se do grego Philo (amante) e Sophia (sabedoria), a filosofia tenta

suplantar o princípio da autoridade, sustentáculo próprio do saber

teológico, pela razão ou pensamento reflexivo. Filósofo, portanto,

conforme o sentido etmológico é o homem que ama o saber no

sentido geral, aquele que procura respostas para os

questionamentos fundamentais da existência, não por meio da

crença numa revelação transcendental, mas mediante o raciocínio

lógico.

De onde se originou o cosmos? Existe outra vidaapós a morte? Matéria e espírito são inseparáveis?Além da aparência, existe uma essência das coisas?O que é a consciência, a razão, a verdade? Qual é ofundamento do sentimento ético? A felicidade resideno exercício do livre arbítrio, satisfazendo os instintosindividuais, ou na observância dos preceitos sociais?(D’ ONOFRIO, 2000, P. 14).

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Os caminhos da pesquisa científica

O conhecimento filosófico é o estudo realizado com a

intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade,

no sentido de apreendê-la na sua inteireza, é a razão, a sabedoria.

1.1.1.4 Conhecimento artístico

A arte é uma forma de conhecimento da realidade, como

a Filosofia e todas as ciências. Admirar um tempo ou um quadro,

ler um poema ou um romance, assistir um filme ou uma peça teatral,

ouvir uma sinfonia ou uma canção, tudo isso importa em captar

uma parcela de sentido do mundo que cada obra de arte tem dentro

de si. Alcançar um saber é a finalidade primordial de qualquer

atividade humana.

O que diferencia a aprendizagem científica da artística é

apenas o meio utilizado: enquanto os vários tipos de conhecimento

científico (matemático, físico, químico, biológico etc.) se servem

da observação e da comprovação, as várias formas de artes

(literatura, pintura, cinema, teatro, etc.) têm como meio de

expressão a fantasia, a imaginação. O que irmana todas as artes

é o recurso à ficção. Ficcional, cognato de fictício, pode significar

inexistente, falso, mentiroso, além de imaginário, fantasioso. A arte

seria, portanto, uma bela mentira, tanto que Fernando Pessoa,

usando a figura do paradoxo, peculiar de seu estilo, chama o poeta

de “fingidor” no poema “Autopsicografia” de seu cancioneiro.

1.1.1.5 Conhecimento científico

Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos sobre

um determinado objeto, em especial obtidos mediante a

observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Consiste

na soma de conhecimentos práticos que servem a um determinado

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

fim. Processo pelo qual o ser humano se relaciona com a natureza

visando dominá-la em seu benefício

O étimo latino scientia (ciência, saber) deu origem a vários

cognatos na língua portuguesa: ciente, discente, docente, cientista,

científico, cientificar, cientismo. Num sentido amplo, portanto, a

palavra ciência diz respeito a qualquer tipo de saber. Por isso,

falamos de ciências físicas, biológicas, humanas, sociais etc. Na

Antiguidade Greco-romana não havia muita distinção entre as várias

atividades do espírito: era chamado de “sábio” aquele que sabia

das coisas. Assim, por exemplo, Aristóteles, além de tratar de

filosofia, escreveu obras sobre poética, estética, ética, política,

retórica, física, astronomia, zoologia. Ainda na Renascença, é

encontrável o homem com um saber enciclopédico. Haja vista

Leonardo da Vinci (1452-1519) que, além do artista imortal da

cultura, foi também poeta, arquiteto, escultor, engenheiro,

cartográfico, geólogo, botânico, físico, tendo inventado maquinarias

que o tornaram precursor da aviação, da hidráulica, da óptica, da

acústica.

Num sentido estrito, o termo científico relaciona-se ao

estudo da natureza física, visando à compreensão de seus

fenômenos, a sua classificação e à denominação dela por parte

do homem e em seu benefício, usando métodos rigorosos de

investigação. O conhecimento científico pretende suplantar, quer o

princípio da autoridade, próprio do saber religioso, quer o

pensamento abstrato que se serve apenas da razão, peculiar do

saber filosófico, na tentativa de alcançar a distinção entre o

verdadeiro e o falso por meio de uma comprovação irrefutável.

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Os caminhos da pesquisa científica

1.2 CIÊNCIA: ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS

Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos sobre

um determinado objeto, em especial obtidos mediante a

observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Soma

de conhecimentos práticos que servem a um determinado fim.

Processo pelo qual o ser humano se relaciona com a natureza

visando dominá-la em seu benefício

No entanto, o saber científico não se constitui em verdade

absoluta. Como explica Hilton Japiassu (2006, apud HÜHNE, 2002,

p. 32):

do ponto de vista epistemológico, nenhum ramo dosaber possui a verdade. Esta não se deixa aprisionarpor nenhuma construção intelectual. Uma verdadepossuída não passa de um mito, de uma ilusão oude um saber mumificado. Face à verdade, devemospadecer de profunda insegurança. É preciso quemorra a ilusão do porto seguro. [...] Ao invés devivermos das evidências e das teorias certas, comose fôssemos proprietários da verdade, precisamosviver de aproximações da certeza e da verdade.Porque somos seus pesquisadores e não seusdefensores. A este respeito torna-se imprescindíveluma opção crítica. Esta só pode surgir da incertezadas teorias estudadas. [...] Aqui se trata apenas derevelar os limites do conhecimento, nunca de negarsua possibilidade.

Assim, apresentamos diversos conceitos de ciência no

sentido de aprofundar mais sobre o que significa a verdade científica

tendo em vista que cada concepção está relacionada à uma corrente

do conhecimento científico

Marconi e Lakatos (2010) apresentam diversos conceitos

de ciência que contribuem para compreender como se constitui

este campo de conhecimento na visão de outros pesquisadores.

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

As autoras acima referidas apresentam alguns conceitos

semelhantes, mas mostram divergências entre outros. Um exemplo

de concepções divergentes por elas apresentada é a seguinte

“ciência é a atividade que se propõe a demonstrar a verdade dos

fatos experimentais e suas aplicações práticas” em relação a

afirmação de que a ciência “caracteriza-se pelo conhecimento

racional, sistemático, exato, verificável e, por conseguinte, falível”.

Considerando o termo “falível” apresentado neste último conceito

pode-se afirmar a divergência em relação à “verdade dos tatos”

no primeiro conceito. No entanto, a maioria dos conceitos

apresentados, não só neste manual, mas em outros estudos de

metodologia do trabalho científico apresentam significados

semelhantes, como exemplo dos que são apresentados a seguir

pelas autoras acima citadas:

Conhecimento sistemático dos fenômenos danatureza e das leis que o regem, obtido pelainvestigação, pelo raciocínio e pela experimentaçãointensiva; Conjunto de enunciados lógica ededutivamente justificados por outros enunciados;Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais,metodicamente demonstradas e relacionadas comobjeto determinado; Corpo de conhecimentosconsistindo em percepções, experiências, fatoscertos e seguros. Estudo de problemas solúveis,mediante método científico. Forma sistematicamenteorganizada de pensamento objetivo (p. 21)

Consideramos mais precisa a definição de que “a ciência

é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao

sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser

submetido à verificação” (TRUJILLO 1974, p. 8 apud MARCONI &

LAKATOS, 2010, P. 21).

Um conceito mais abrangente e que integraria

divergências e convergências teóricas sobre a ciência seria o de

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Os caminhos da pesquisa científica

que “a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos

ou prováveis, obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis,

que fazem referência a objetos de uma mesma natureza” (ANDER-

EGG, 1975, p. 15 apud MARCONI & LAKATOS, 2010, P. 21)

Para facilitar a compreensão de tais conceitos

apresentamos a explicação de algumas das categorias principais

que compõem cada um deles:

Conhecimento racional – que tem exigências demétodo e está constituído por uma série de elementosbásicos, tais como sistema conceitual, hipóteses,definições; diferencia-se das sensações ou imagensque se refletem em um estado de ânimo, como oconhecimento poético, e da compreensão. Certo ouprovável – já que não se pode atribuir à ciência acerteza indiscutível de todo o saber que a compõe.Ao lado dos conhecimentos certos, é grande aquantidade dos prováveis. Antes de tudo, toda leiindutiva é meramente provável, por mais elevada queseja sua probabilidade; Obtidos medodicamente –pois não se os adquire ao acaso ou na vida cotidiana,mais mediante regras lógicas e procedimentostécnicos; Sistematizadores – não se trata deconhecimentos dispersos e desconexos, mas de umsaber ordenado logicamente, constituindo um sistemade ideias (teoria); Verificáveis – Pelo fato de que asafirmações que não podem ser comprovadas ou quenão passam pelo exame de experiência, não fazemparte do âmbito da ciência, que necessita, paraincorporá-las, de afirmações comprovadas pelaobservação; Relativos a objetos de uma mesmanatureza – objetos pertencentes a determinadarealidade, que guardam entre si certos caracteres dehomogeneidade.

Qualquer definição de ciência é conseqüência de um

modelo de produção do conhecimento científico. Neste sentido os

conceitos estão relacionados ao método que significa o modo como

se faz ciência. Para isso é necessário apresentar o conceito de

método científico, pois é o método que ajuda a compreender o

Page 27: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

27

UESPI/NEAD Letras Espanhol

processo de investigação. Para Hegenberg, (1976:II, p. 115)

“método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado,

ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de

modo refletido e deliberado. Marconi e Lakatos (2010) ressaltam

que método é uma forma de selecionar técnicas, forma de avaliar

alternativas para ação científica... Assim, enquanto as técnicas

utilizadas por um cientista são frutos de suas decisões, o modo

pelo qual tais decisões são tomadas depende de suas regras de

decisão. Métodos são regras de escolhas; técnicas são as próprias

escolhas.

Reserva-se a palavra método para significar o traçado

das etapas fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica

significa os diversos procedimentos ou a utilização de diversos

recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas

etapas do método. Diríamos que a técnica é a instrumentação

específica da ação, e que o método é mais geral, mais amplo,

menos específico. Por isso, dentro das linhas gerais e estáveis do

método, as técnicas variam muito e se alteram e progridem de

acordo com o progresso tecnológico, naturalmente. Como já foi

explicitado, não há modelo de ciência, e conseqüentemente de

método científico pronto e acabado, pois depende da concepção

ou da corrente de pensamento. Grande parte das experiências de

pesquisa são provenientes ou influenciadas pelo método dedutivo

e método indutivo.

Os aspectos relevantes dos métodos indutivo e dedutivo

são divergentes: o primeiro, parte da observação de alguns

fenômenos de determinada classe para “todos” daquela mesma

classe, ao passo que o segundo parte de generalizações aceitas,

do todo, de leis abrangentes, para casos concretos, partes da

classe que já se encontram na generalização.

Page 28: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

28

Os caminhos da pesquisa científica

Método dedutivo significa que “o pensamento é dedutivo

quando, a partir de enunciados mais gerais dispostos

ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega-se a uma

conclusão particular ou menos geral”. Já o método indutivo “é um

processo de raciocínio inverso ao processo dedutivo. Enquanto a

dedução parte de enunciados mais gerais para chegar a conclusão

particular ou menos geral, a indução caminha do registro de fatos

singulares ou menos gerais para chegar a conclusão desdobrada

ou ampliada em enunciado mais geral” (RUIZ, 2008, p. 138-139).

Assim, temos duas escolas em confronto: empirismo

versus racionalismo. As duas admitem a possibilidade de alcançar

a verdade manifesta, só que as fontes do conhecimento, os pontos

de partida de uma e de outra escola são opostos: para o empirismo,

são os sentidos, a verdade da natureza, livro aberto em que todos

podem ler; para o racionalismo, a veracidade de Deus que não

pode enganar e que deu ao homem a intuição e a razão. Em resumo

tem o conhecimento sua origem nos fatos ou na razão? Na

observação ou em teorias e hipóteses?

Quanto ao ponto de chegada, ambas as escolas estão

concordes: têm como base a formulação de leis ou sistemas de

leis para descrever, explicar e prever a realidade. Assim, a

discussão versa sobre o ponto de partida e o caminho a seguir

para alcançar o conhecimento.

Concluindo, a indução afirma que, em primeiro lugar, vem

a observação dos fatos particulares, e depois as hipóteses a

confirmar, a dedução, como veremos no método hipotético-

dedutivo, defende o aparecimento em primeiro lugar, do problema

e da conjectura que serão testados pela observação e

experimentação. Há, portanto, uma inversão de procedimentos.

Cada ciência particular ocupa-se de analisar um só campo

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29

UESPI/NEAD Letras Espanhol

da realidade. Em outras palavras, cada disciplina científica

especializa-se na análise de um só setor do universo com a

finalidade de entender a fundo os elementos e as relações que o

constroem e que determinam seu comportamento e

desenvolvimento.

Para tal fim, o método científico se utiliza de múltiplas

técnicas particulares e um léxico ou vocabulário especial. Aprender

sobre uma ciência significa, portanto, não somente aprender o uso

do método científico e de suas técnicas particulares, mas também

a linguagem ou discurso específico de conceitos e conhecimentos

que emprega (HEINZ DIETERICH, 1999).

Assim, é fundamental a identificação das principais

correntes de pensamento originaram o conhecimento científico que

produzimos na atualidade, o que significa identificar conceituar e

caracterizar a epistemologia da pesquisa e do trabalho científico

inserindo, pois o desenvolvimento de um estudo está sempre

inserido em um paradigma científico através do qual é possível

proceder a um processo investigatório.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM

1 – Produzir um resumo do capítulo 2 do livro “Manual de

metodologia da pesquisa científica” de Hortência de Abreu

Gonçalves.

Veja exemplo de como fazer o resumo...

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de metodologia da

pesquisa científica . São Paulo: Avercamp, 2005, p.142.

Page 30: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

30

Os caminhos da pesquisa científica

O texto de Gonçalves (2005) faz a conceituação e

caracterização da ciência e do método científico apresentando

suas diversas concepções ao longo da história da produção do

conhecimento. Uma delas reproduzida por Trujillo (1994) é de que

ciência é todo um conjunto de atividades racionais capazes de

serem submetidas a verificação.

Neste sentido mostra que a ciência moderna nasceu na

Renascença e por exigência da nova sociedade mercantilista

adquire novos métodos e características tais como: conhecimento

pelas causas; profundidade e generalidade de suas conclusões;

finalidade teórica e prática; método e controle; exatidão, aspecto

social, etc. É uma nova concepção que possibilita a construção do

conhecimento pautado na objetividade, a busca de evidências,

espírito indagador [...] (REY, 1998 & RUIZ, 2002 apud GONÇALVES,

2005, p. 19)

Para Gonçalves (2005), é o espírito científico que deve

proporcionar ao pesquisador o desejo de conhecer os fenômenos

e o mundo em que vive guiando-o com indagações fundamentais:

o que, por que, para que, como e onde pesquisar, pois são estas

perguntas que caracterizam o fazer científico possibilitando o estudo

da realidade.

Obs.: Nesses três parágrafos resumimos seis páginas

do texto (página 15-21)

2 – Produzir uma síntese do capítulo 1 deste livro. Para

esta atividade considere a orientação abaixo:

a) O que é síntese?

Sintetizar significa: condensar, encurtar, reduzir, resumir,

sumariar, tornar sintético. A síntese de um texto se baseia no

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

levantamento e exposição, em geral em bloco único, das suas

ideias principais.

ETAPAS

1) Leia rapidamente o todo o texto;

2) Enquanto lê o texto procure responder à pergunta: De

que trata o texto?

3) A resposta à pergunta acima será o tema / assunto

abordado no texto;

4) Releia o texto e sublinhe, a lápis, as suas ideias

principais e detalhes mais importantes;

5) Identifique e anote as palavras que ofereçam

dificuldades de compreensão do significado e/ou aquelas menos

comuns diante do seu domínio vocabular e pesquise no dicionário

e/ou enciclopédia o significado etimológico e contextual;

6) Faça um esquema da síntese em que conste:

A) Tema: resposta à primeira pergunta feita quando

procedida a primeira leitura do texto;

B) Ideias básicas: aquelas sublinhadas durante a segunda

leitura do texto;

C) Conclusão

7) Sintetize, com suas palavras, em parágrafo único, as

ideias do esquema;

8) Releia, revise e passe a limpo sua síntese.

Obs.: vamos elaborar agora, passo a passo, a síntese

do texto indicado?

Page 32: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

32

Os caminhos da pesquisa científica

Page 33: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

UNIDADE 2EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA E DO

TRABALHO CIENTÍFICO

OBJETIVOS

• Permitir ao aluno o conhecimento e abordagem qualitativa na pesquisa social

identificando a epistemologia e os principais tipos e métodos de pesquisa.

• Introduzir o aluno inicialmente na elaboração de projetos e no desenvolvimento

do processo investigatório.

Page 34: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

34

Os caminhos da pesquisa científica

Page 35: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

2 EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA E DO TRABALHO

CIENTÍFICO

2.1 A PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica surge a partir de fatos e fenômenos

que acontecem na realidade, independentemente de haver ou não

quem os conheça, mas, quando existe um observador, a percepção

que ele tem do fato é que se chama fenômeno, podendo inclusive

ser observado de variadas formas dependendo do paradigma do

pesquisador. De acordo com Kuhn (1970, p. 232), o paradigma é

uma espécie de teoria formada por leis, conceitos, modelos,

analogias, valores e regras para a avaliação de teorias e a

formulação de problemas. (GONÇALVES, 2005).

Dessas considerações, emerge o método científico, que

considerando outros conceitos apresentados neste texto, significa

“um conjunto de processos mediante os quais se torna possível

chegar ao conhecimento de algo”, acrescentando-se, ainda, que

trata-se de um conjunto de processos que o espírito humano deve

empregar na investigação e demonstração da verdade” (CERVO;

BERVIAN, 1996 apud SOARES, 2003, P. 14).

Os principais modelos de produção do conhecimento

através dos quais se ramificam diversas correntes e métodos

científicos são: o positivismo, a fenomenologia e o materialismo

histórico dialético.

POSITIVISMO

Considerando a origem etimológica do termo “positivo”,

tem o significado do que existe, que é real, palpápel, concreto,

Page 36: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

36

Os caminhos da pesquisa científica

factual. O positivismo constitui a corrente filosófica que ainda

atualmente mantém o domínio intelectual no seio das Ciências

Sociais e também na relação entre ciências sociais, Medicina e

Saúde. As teses básicas do positivismo podem ser assim

resumidas: (1) A realidade se constrói essencialmente naquilo que

nossos sentidos podem perceber; (2) As Ciências Sociais e as

Ciências Naturais compartilham de um mesmo fundamento lógico

e metodológico, elas se distinguem apenas no objeto de estudo;

(3) Existe uma distinção fundamental entre fato e valor: a Ciência

se ocupa do fato e deve buscar se livrar do valor.

A hipótese central do positivismo sociológico é de que a

sociedade humana é regulada por leis naturais que atingem o

funcionamento da vida social, econômica, política e cultural de seus

membros. Portanto, as ciências sociais, para analisar determinado

grupo ou comunidade, têm que descobrir as leis invariáveis e

independente de seu funcionamento.

Daí decorre que os métodos e técnicas para se conhecer

uma sociedade ou determinado seguimento dela são da mesma

natureza que os empregados nas ciências naturais. E ainda mais,

da mesma forma que as ciências naturais propugna um

conhecimento objetivo, neutro, livre do juízo de valor, de implicações

político-sociais (o que se pode colocar também em questão no

debate aberto a respeito dessas ciências) também as ciências

sociais devem buscar para a sua cientificidade, este “conhecimento

objetivo”. Noutras palavras o cientista social deve se comportar

frente a seu objetivo de estudo – a sociedade, qualquer seguimento

ou setor dela – livre de juízo de valor, tentando neutralizar para

conseguir objetividade na sua própria visão de mundo. Na prática,

a postura positivista advoga uma ciência social desvinculada da

posição de classe, dos valores morais e das posições políticas

Page 37: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

dos cientistas, e acredita nisso. Denomina-se “pré-juízo”, “pré-

conceito”, “pré-noções” ao conjunto de valores e opções político-

ideológico do pesquisador, limites a serem transpostos para quem

ele faça ciência (DURKHEIM: 1978, 46).

FENOMENOLOGIA

Fenomenologia foi um termo criado no século XVIII pelo

filósofo J. H. Lambert (1728-1777), designando o estudo puramente

descritivo do “fenômeno tal qual este se apresenta à nossa

experiência. Hegel emprega o termo em sua Fenomenologia do

espírito (1807) para designar o que denomina de ciência da

experiência da consciência”, ou seja, o exame do processo dialético

de constituição da consciência desde o seu nível mais básico, o

sensível, até as formas mais elaboradas da consciência de si, que

levariam finalmente à apreensão do absoluto.

Corrente filosófica fundada por E. Husserl, visando

estabelecer um método de fundamentação da ciência e de

constituição da filosofia como ciência rigorosa. O projeto

fenomenológico se define como uma “volta às coisas mesmas”,

isto é, aos fenômenos, aquilo que aparece à consciência, que se

dá como seu objeto intencional. O conceito de intencionalidade

ocupa um lugar central na fenomenologia, definindo a própria

consciência como intencional, como voltada para o mundo: “toda

consciência é consciência de alguma coisa” (HUSSERL).

A teoria do conhecimento é, como o seu nome indica, uma

teoria, isto é, uma explicação ou interpretação filosófica do

conhecimento humano. Mas, antes de filosofar sobre um objeto, é

necessário examinar escrupulosamente esse objeto. Uma exata

observação e descrição do objeto devem preceder qualquer

Page 38: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

38

Os caminhos da pesquisa científica

explicação ou interpretação. É necessário, pois, no nosso caso,

observar com rigor e descrever com exatidão aquilo a que

chamamos conhecimento. Este método chama-se fenomenológico.

Aspira a apreender a essência geral no fenômeno concreto.

(JOHANNES HESSEN)

MARXISMO

A obra de Marx é coerente com o princípio básico de sua

metodologia de investigação científica: tem a marca da totalidade.

Por isso mesmo, uma das polêmicas sobre a construção de seu

trabalho para as Ciências Sociais se deve ao fato da dificuldade

de catalogá-la como filosofia, história, economia, sociologia ou

antropologia. Esse caráter de abrangência, que tenta, a partir de

uma perspectiva histórica, cercar o objeto de conhecimento através

da compreensão de todas as suas medições e correlações,

constitui a riqueza, a novidade e a propriedade da Dialética

marxista para a explicação do social. Goldmann (1980) atribui esse

caráter cientificamente totalizante da obra de Marx às grandes

questões que ele se coloca no plano teórico e de como as vinculam

à utilidade e às necessidades humanas.

Constitui uma tarefa gigantesca e profunda a aproximação

do pensamento de Marx e dos marxistas que tentam refletir sobre

o homem e a sociedade. Como nosso escopo específico neste

trabalho se refere à compreensão das correntes de pensamento e

metodológicas que têm influído nas análises e nas práticas do setor

saúde, é por esse veio que analisaremos o marxismo. Daremos

ênfase à sua abordagem, que é dialética, das relações entre o

individuo e a sociedade, entre as ideias e a base material, entre a

realidade e a sua compreensão pela ciência e às correntes que

Page 39: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

39

UESPI/NEAD Letras Espanhol

enfatizam o sujeito histórico e a luta de classes.

Dentro da perspectiva marxista como sociologia do

conhecimento, os princípios fundamentais que explicam o processo

de desenvolvimento social podem ser resumidos nos termos:

materialismo histórico e materialismo dialético.

Enquanto o materialismo histórico representa o caminho

teórico que aponta a dinâmica do real na sociedade, a dialética

refere-se ao método de abordagem deste real. Esforça-se para

entender o processo histórico em seu dinamismo, provisoriedade

e transformação. Busca aprender a prática social empírica dos

indivíduos em sociedade (nos grupos e classes sociais) e realizar

a crítica das ideologias, isto é, do imbricamento do sujeito e do

objeto, ambos históricos e comprometidos com os interesses e as

lutas sociais do seu tempo. Como se pode perceber, esses dois

princípios estão profundamente vinculados, naquele sentido já

advertido (e citado anteriormente) por Lênin: “o método é a própria

alma do conteúdo” (MINAYO, 1994).

Aqui se faz necessária a compreensão da especificidade

do método das ciências sociais, e isso nos conduz à pergunta

específica sobre o conceito de pesquisa e a metodologia de

investigação neste campo de conhecimento.

2.2 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITUAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO,

CLASSIFICAÇÃO E METODOLOGIA

Pesquisa é o ato pelo qual procuramos obter conhecimento

sobre alguma coisa. Procedimento racional e sistemático que tem

como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são

propostos (GIL, 2007). Entende-se por Pesquisa , a atividade

básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade.

Page 40: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

40

Os caminhos da pesquisa científica

É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define

um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma

atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se

esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.

O termo pesquisa social tem uma carga histórica e, assim

como as teorias sociais, reflete posições frente à realidade,

momentos do desenvolvimento e da dinâmica social, preocupações

e interesses de classes e de grupos determinados. Enquanto prática

intelectual reflete também dificuldades e problemas próprios das

Ciências Sociais e a sua relativa juventude para delimitar métodos

e leis específicas.

Entendemos por Metodologia o caminho e o instrumental

próprios de abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia

ocupa lugar central no interior das teorias sociais, pois ela faz parte

intrínseca da visão social de mundo veiculada na teoria. Em face

da didática, por exemplo, o método é o próprio processo de

desenvolvimento das coisas. “O método não é a forma exterior, é a

própria alma do conteúdo porque ele faz a relação entre o

pensamento e a existência e vice-versa” (LÊNNIN, 1955, p. 148

apud MINAYO, 1994, p. 22).

Da forma como tratamos a metodologia neste trabalho,

ela inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de

técnicas que possibilitam a apreensão da realidade e também o

potencial criativo do pesquisador.

Enquanto abrangência de concepções teóricas de

abordagem, a ciência e a metodologia caminham juntas. Elas

encaminham para a prática as questões formuladas abstratamente.

Seu endeusamento e reificação conduzem ao empirismo tão

freqüente ainda nas ciências sociais. Mas o contrário, isto é, a

excessiva teorização e a pouca disposição de instrumentos para

Page 41: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

41

UESPI/NEAD Letras Espanhol

abordar a realidade, provenientes de uma perspectiva pouco

heurística, conduzem a divagações abstratas ou pouco precisas

em relação ao objeto de estudo.

Se a teoria, se as técnicas são indispensáveis para a

investigação social, a capacidade criadora e a experiência do

pesquisador jogam também um papel importante. Elas podem

relativizar o instrumental técnico e superá-lo pela arte. Esta

qualidade pessoal do trabalho científico, verdadeiro artesanato

intelectual que traz a marca do autor, nenhuma técnica ou teoria

pode realmente suprir. É em parte o que Wright Mills denomina

“imaginação sociológica” e consiste na capacidade pessoal do

pesquisador de fazer, das preocupações sociais, questões públicas

e indagações perscrutadoras da realidade. E em parte é a

capacidade de perceber através das questões específicas

levantadas, as correlações multilaterais e sempre mutáveis que

cercam a realidade objetiva dentro dos limites da “consciência

possível”. Trata-se de um imbricamento entre a habilidade do

produtor, sua experiência e seu rigor científico.

Antes de mais nada, responda a uma pergunta: Além de

uma nota de avaliação, o que a pesquisa representa para você?

Uma resposta, que muitos poderão considerar idealista, é que a

pesquisa oferece o prazer de resolver um enigma, a satisfação de

descobrir algo novo, algo que ninguém mais conhece, contribuindo,

no final, para o enriquecimento do conhecimento humano. Para o

pesquisador iniciante, no entanto, existem outros benefícios, mais

práticos e imediatos. Em primeiro lugar, a pesquisa o ajudará a

compreender o assunto estudado de um modo muito melhor do

que qualquer outro tipo de trabalho.

A longo prazo, as técnicas de pesquisa e redação, uma

vez assimiladas, capacitarão o pesquisador a trabalhar por conta

Page 42: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

42

Os caminhos da pesquisa científica

própria mais tarde, pois, a final coletar informações organizá-las

de modo coerente e apresentá-las de maneira confiável e

convincente são habilidades indispensáveis, numa época

apropriadamente chamada de “era da informação”. Em qualquer

campo de conhecimento, você vai precisar das técnicas que só a

pesquisa é capaz de ajudá-lo a dominar, seja seu objetivo o projeto,

ou a linha de produção. (W. C. BOOTH; G. G. COLOMB; J. M.

WILLIAMS, 2000).

O ATO DE PESQUISAR (CARACTERIZAÇÃO)

a) Criação de um corpo de conhecimentos sobre um certo

assunto, deve apresentar características específicas;

b) Não buscamos com ele qualquer conhecimento, mas

um conhecimento que ultrapasse nosso entendimento imediato na

explicação ou na compreensão da realidade que observamos;

c) Fazemos pesquisa tentando elaborar um conjunto

estruturado de conhecimentos que nos permita compreender em

profundidade aquilo que, à primeira vista, o mundo das coisas e

dos seres humanos não nos revela;

d) A pesquisa percorre caminhos que nos parecem,

segundo critérios, mais seguros para construir uma compreensão

aproximada dos seres humanos, da natureza, das relações

humanas, da sociedade, etc.;

e) Cada pesquisador com seu problema deve criar seu

método e seu referencial de segurança;

f) Não há um modelo de pesquisa científica, como não há

“o” método científico para o desenvolvimento da pesquisa;

g) O conhecimento científico se faz por uma grande

variedade de procedimentos e grande criatividade do pesquisador

Page 43: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

43

UESPI/NEAD Letras Espanhol

de realizar seus estudos;

h) O mais importante são os dados de que nos servimos

na geração de conhecimento e que proporcione a compreensão

do problema;

i) Estes conhecimentos são sempre determinados sob

certas condições ou circunstâncias, dependendo do momento

histórico, de contextos, das teorias, dos métodos, das técnicas que

o pesquisador escolhe para trabalhar.

PROCEDIMENTOS GERAIS PARA A PRODUÇÃO DO

CONHECIMENTO CIENTÍFICO / PROJEÇÃO:

a) Propor e definir um tema conscientizando-se de um

problema, torná-lo significativo e delimitá-lo;

b) Justificar;

c) Apresentar os objetivos;

d) Elaborar hipótese(s) tendo consciência de sua natureza

provisória;

e) Procurar o referencial;

f) Desenvolver uma metodologia de estudo coerente com

a temática;

g) Traçar um cronograma de investigação e um esquema

de explicação significativo;

h) Analisar, avaliar e interpretar os dados considerando os

objetivos e às hipóteses;

i) Apresentar as conclusões e proposições reflexivas.

2.3 CLASSIFICAÇÃO/TIPOS DE PESQUISA

As pesquisas podem ser classificadas com base em

Page 44: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

44

Os caminhos da pesquisa científica

diversos critérios, entre outros podemos classificá-las em relação

a seus objetivos e aos procedimentos técnicos utilizados. Com

relação aos objetivos, refere-se ao aprofundamento que se dá no

processo investigatório. Para Antonio Carlos Gil (2007) é possível

classificá-las em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e

explicativas.

2.3.1 Pesquisas exploratórias

Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior

familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito

ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm

como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta

de intuições.

2.3.2 Pesquisas descritivas

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis.

Uma das características mais significativas está na utilização de

técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário

e a observação sistemática.

Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que

têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua

distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade,

estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo

são as que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos

públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus

habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra, etc. Outro

Page 45: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

45

UESPI/NEAD Letras Espanhol

tipo de pesquisa deste grupo são aquelas que levantam opiniões,

atitudes e crenças de uma população.

2.3.3 Pesquisas explicativas

Essas pesquisas têm como preocupação central identificar

os fatores que determinam ou que contribuem para ocorrência dos

fenômenos . Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o

conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das

coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que

o risco de cometer erros aumenta consideravelmente.

Pode-se dizer que o conhecimento científico está

assentado no nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos.

Isso não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e

descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem

etapa prévia indispensável para que se possa obter explicações

científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de

outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que

determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente

descrito e detalhado.

2.3.4 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum

tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas

exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos

estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas

bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas,

Page 46: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

46

Os caminhos da pesquisa científica

que se propõem à análise das diversas posições acerca de um

problema, também costumam ser desenvolvidas quase

exclusivamente mediante fontes bibliográficas. Entre outros

aspectos que caracterizam este tipo de pesquisa estão os

seguintes:

• Material elaborado, desenvolvido por outros autores;

• Livros (leitura corrente e leitura de referência);

• Publicações periódicas;

• Vantagens da pesquisa bibliográfica.

2.3.5 Pesquisa documental

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa

bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza

das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza

fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre

determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais

que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda

podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa.

O desenvolvimento da pesquisa documental segue os

mesmos passos da pesquisa bibliográfica. Apenas cabe

considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são

constituídas sobretudo por material impresso localizado nas

bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais

diversificadas e dispersas.

Há, de um lado, os documentos “de primeira mão”, que

não receberam nenhum tratamento analítico. Nesta categoria, estão

os documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e

instituições privadas, tais como associações científicas, Igrejas,

sindicatos, partidos políticos, etc. Incluem-se aqui inúmeros outros

Page 47: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

47

UESPI/NEAD Letras Espanhol

documentos como cartas pessoais, diários, fotografias, gravações,

memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc.

2.3.6 Pesquisa de levantamento

As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação

direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo

significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em

seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se

correspondentes aos dados coletados.

Quando o levantamento recolhe informações de todos os

integrantes do universo pesquisado tem-se um censo. Pelas

dificuldades materiais que envolvem sua realização, os censos só

podem ser desenvolvidos pelos governos ou por instituições de

amplos recursos são extremamente úteis, pois proporcionam

informações gerais acerca das populações que são indispensáveis

em boa parte das investigações sociais.

Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos

os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se

mediante procedimento estatístico, uma amostra significativa de

todo o universo, levando em consideração a margem de erro, que

é obtida mediante cálculos estatísticos.

Os levantamentos por amostragem gozam hoje de grande

popularidade entre os pesquisadores sociais, a ponto de muitas

pessoas chegarem mesmo a considerar pesquisa e levantamento

social a mesma coisa. Na verdade, o levantamento social é um

dos muitos tipos de pesquisa social, que, como todos os outros,

apresenta vantagens e desvantagens.

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48

Os caminhos da pesquisa científica

Entre as principais vantagens entre os levantamentos estão:

a) Conhecimento direto da realidade: à medida que as

próprias pessoas informam acerca de seu comportamento, crenças

e opiniões, a investigação torna-se mais livre de interpretações

calculadas no subjetivismo dos pesquisadores;

b) Economia e rapidez: desde que se tenha uma equipe

de entrevistadores, codificadores e tabuladores devidamente

treinados, torna-se possível a obtenção de grande quantidade de

dados em curto espaço de tempo. Quantos dados são obtidos

mediante questionários, os custos tornam-se relativamente baixos;

c) Quantificação: os dados obtidos mediante

levantamento podem ser agrupados em tabelas, possibilitando sua

análise estatística. As variáveis em estudo podem ser quantificadas,

permitindo o uso de correlações e outros procedimentos

estatísticos. À medida que os levantamentos se valem de amostras

probalísticas, torna-se possível até mesmo a margem de erros dos

resultados obtidos.

Entre as principais limitações dos levantamentos estão:

a) Ênfase nos aspectos perceptivos: os levantamentos

recolhem dados referentes à percepção que as pessoas têm

acerca de si mesmo. Ora a percepção é subjetiva, o que pode

resultar em dados subjetivos, o que pode resultar em dados

distorcidos. Há muita diferença entre o que as pessoas fazem ou

sentem e o que elas dizem a esse respeito. Existem alguns

recursos para contornar este problema. É possível em primeiro lugar,

omitir as perguntas que sabidamente a maioria das pessoas não

sabe ou não quer responder. Também se pode mediante perguntas

indiretas, controlar as respostas dadas pelo informante. Todavia,

esses recursos, em muitos casos são insuficientes para sanar os

problemas considerados;

Page 49: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

49

UESPI/NEAD Letras Espanhol

b) Pouca profundidade no estudo da estrutura e dos

processos sociais: mediante levantamentos, é possível a obtenção

de grande quantidade de dados a respeito dos indivíduos. Como,

porém, os fenômenos sociais são determinados, sobretudo, por

fatores interpessoais e institucionais, os levantamentos mostram-

se poucos adequados para a investigação profunda desses

fenômenos;

c) Limitada a apreensão do processo de mudança: o

levantamento, de modo geral, proporciona visão estática do

fenômeno estudado. Oferece, por assim dizer, uma espécie de

fotografia de determinado problema, mas não indica suas

tendências à variação e muito menos às possíveis mudanças

estruturais.

2.3.7 Pesquisa de campo

O estudo de campo apresenta muitas semelhanças com o

levantamento. Distingue-se, porém, em diversos aspectos. De

modo geral, pode-se dizer que o levantamento tem maior alcance

e o estudo de campo, maior profundidade. Em termos práticos,

podem ser feitas duas distinções essenciais. Principalmente, o

levantamento representativo de universo definido e oferecer

resultados caracterizados pela precisão estatística. Já o estudo

de campo procura muito mais o aprofundamento das questões

propostas do que a distribuição das características da população

segundo determinadas variáveis. Como consequência, o

planejamento do estudo de campo apresenta maior flexibilidade,

podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam formulados ao

longo da pesquisa.

Outra distinção é que, no levantamento, procuram-se

Page 50: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

50

Os caminhos da pesquisa científica

identificar as características dos componentes do universo

pesquisado, possibilitando a caracterização precisa de seus

componentes. Dessa forma, o estudo de campo tende a utilizar

muito mais técnicas de observação do que de interrogação.

O estudo de campo constitui o modelo clássico de

investigação no campo da Antropologia, onde se originou. Nos dias

atuais, no entanto, sua utilização se dá em muitos outros domínios,

como no da Sociologia, da Educação, da Saúde Pública e da

Administração.

Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade,

que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma

comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para

qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é

desenvolvida por meio da observação direta das atividades do

grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas

explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses

procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais

como a análise de documentos, filmagem e fotografias.

No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte

do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada importância de o

pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a

situação de estudo. Também se exige do pesquisador que

permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente

com essa imersão na realidade é que se podem entender as regras,

os costumes e as conversões que regem o grupo estudado.

O estudo de campo apresenta algumas vantagens em

relação principalmente aos levantamentos. Como é desenvolvido

no próprio local em que ocorrem os fenômenos, seus resultados

costumam ser mais fidedignos. Como não requer equipamentos

especiais para a coleta de dados, tende a ser bem mais econômico.

Page 51: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

51

UESPI/NEAD Letras Espanhol

E como o pesquisador apresenta nível maior de participação, torna-

se maior a probabilidade de os sujeitos oferecerem respostas mais

confiáveis.

O estudo de campo apresenta, no entanto, algumas

desvantagens. De modo geral, sua realização requer muito mais

tempo do que um levantamento. Como, na maioria das vezes, os

dados são coletados por um único pesquisador, existe risco de

subjetivismo na análise e interpretação dos resultados da pesquisa.

2.3.8 Estudo de caso

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa

amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste

no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de

maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa

praticamente impossível mediante outros delineamentos já

considerados.

Nas ciências biomédicas, o estudo de caso costuma ser

utilizado, tanto como estudo-piloto para esclarecimento da pesquisa

em seus múltiplos aspectos ,quanto para descrição de síndromes

raras. Seus resultados, de modo geral, são apresentados em

aberto, ou seja, na condição de hipóteses, não de conclusões.

Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi

encarado como procedimento pouco rigoroso, que serviria apenas

para estudo de natureza exploratória. Hoje, porém, é encarado

como o delineamento mais adequado para investigação de um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, onde os limites

entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (YIN,

2001).

Page 52: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

52

Os caminhos da pesquisa científica

2.3.9 Pesquisa-ação

A pesquisa-Ação pode ser definida por Michael Thiollent

(1985, P. 14) como:

[...] um tipo de pesquisa com base empírica que éconcebida e realizada em estreita associação comuma ação ou com a resolução de um problemacoletivo e no qual os pesquisadores e participantesrepresentativos da situação ou do problema estãoenvolvidos de modo cooperativo ou participativo.

A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia.

Em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação

por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema, a

pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como desprovida

da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos.

A despeito dessas críticas, vem sendo reconhecida como muito

útil, sobretudo por pesquisadores identificados por ideologias

“reformistas” e “participativas”.

2.3.10 Pesquisa participante

A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação,

caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das

situações investigadas. Há autores que empregam as duas

expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação geralmente

supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional,

técnico ou outro (THIOLLENT, 1985). A pesquisa participante, por

sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência

dominante.

Esta última tende a ser vista como uma atividade que

Page 53: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

53

UESPI/NEAD Letras Espanhol

privilegia a manutenção do sistema vigente e a primeira como o

próprio conhecimento derivado de senso comum, que permitiu ao

homem criar, trabalhar, e interpretar a realidade sobretudo a partir

dos recursos que a natureza lhe oferece.

A pesquisa participante envolve posições valorativas

derivadas, sobretudo do humanismo cristão e de certas concepções

marxistas. Tanto é que a pesquisa participante suscita muita

simpatia entre os grupos religiosos voltados para a ação

comunitária. Além disso, a pesquisa participante mostra-se

bastante comprometida com a minimização da relação entre

dirigentes e dirigidos e por essa razão tem-se voltado sobretudo

para a investigação junto aos grupos desfavorecidos, tais como

os constituídos por operários, camponeses, índios etc.

2.4 CARACTERIZAÇÃO E FORMA DE ABORDAGEM

QUALITATIVA NA PESQUISA SOCIAL

• A fonte direta dos dados é o ambiente natural;

• Descritiva;

• Interesse mais pelo processo e menos pelo resultado ou

produto;

• Tendência à análise indutiva;

• Maior importância ao significado;

• O nível ou grau de cientificidade da abordagem qualitativa;

• A possibilidade de generalização dos resultados na

abordagem qualitativa;

• A interferência do investigador na análise dos resultados;

• A interferência da presença do investigador no ambiente

natural de pesquisa.

Page 54: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

54

Os caminhos da pesquisa científica

CONCEITOS-CHAVE DE DIFERENCIAÇÃO ENTRE

ABORDAGEM QUALIT ATIVA E QUANTITATIVA

ABORDAGEM QUALIT ATIVA ABORDAGEM QUANTIT ATIVA

Fonte: Robert Bogdan e Sari Biklen (1994).

2.5 ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO

PROJETO DE PESQUISA

Projeto de pesquisa – o que é?

• Plano de desenvolvimento para responder a uma ou mais

indagações a cerca de um fenômeno natural ou social, no

sentido de descrever e/ou explicar uma situação ou comprovar

determinada hipótese;

• Estratégia lógica de um estudo;

Dados qualitativos/Escola deChicagoEtnografia/observação participanteEntrevista abertaTrabalho de Campo/FenomenológicoInteração simbólica/culturaHistóriaConceitos revisáveisPerspectiva interior/história de vidaPlano progressivo e flexívelSignificado / processoCompreensão / PráticoDescrição da realidadeBreve revisão de literaturaAmostragem pequenaEmpatia e contato intenso com ossujeitosÊnfase na confiança / amizadeAnálise dos dados indutiva/analítica

Dados quantitativos/PositivistaExperimental/Observação estruturadaEntrevista estruturadaLaboratório/ComportamentalismoEmpírica/ética/uncionalismoEconomiaDefinição de conceitosPerspect. ext./informaçõescontroladasPlano formal e predeterminadoVariável / validadeHipóteses / operacionalizaçãoDescrição estatística / prediçãoExtensa revisão de literaturaAmostragem amplaCiscunscrição / distância

Neutralidade / indiferençaDedutiva

Page 55: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

55

UESPI/NEAD Letras Espanhol

Elementos ou etapas do projeto de pesquisa

a) Tema da pesquisa (o que?):

• Assunto a ser estudado, campo de conhecimento,

temática da pesquisa, o tema constitui-se em uma abordagem geral

do assunto.

b) Delimitação do tema:

• O objeto de estudo, um enfoque ou aspecto a partir do

todo ou do tema. Deve focalizar, o fenômeno, o experimento, o

espaço geográfico, o tempo histórico do estudo para delimitar e

aprofundar mais o real.

c) Definição do(a) problema/tização da pesquisa:

• No texto, pode constar em folha separada, na justificativa

ou na página dos objetivos:

• É a dificuldade (teórica ou prática) vivida. A principal

indagação. A dúvida original.

d) Formulação de Hipóteses:

• Explicações provisórias a serem testadas mediante os

estudos ou dados teóricos e empíricos da pesquisa;

• Na pesquisa em Ciências Sociais, Humanas, Educação,

etc, muitos pesquisadores questionam as hipóteses.

e) Questões ou perguntas norteadoras:

• Podem substituir a problematização a ser colocada no

projeto a partir do problema principal como perguntas secundárias

em relação ao problema principal.

Page 56: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

56

Os caminhos da pesquisa científica

f) Justificativa (por que devo pesquisar este assunto?):

• O que originou a ideia, como você chegou a este objeto

de estudo;

• Explicação dos motivos que justificam a pesquisa;

• Relação do tema ou problema com o contexto social ou

com a comunidade;

• Relevância e contribuição social, técnica e profissional;

• Viabilidade de realização do trabalho (as condições para

concretizá-lo – cientificamente, tecnicamente e cronologicamente).

g) Objetivos:

Para que e as ações investigativas na operacionalização

da pesquisa;

Objetivo geral:

• O que se pretende alcançar com a realização da

pesquisa;

• Quais os propósitos do estudo? Onde você deseja

chegar?

Objetivos específicos:

• Os passos, ações ou aspectos que se pretende estudar,

compreender, explicar para alcançar o objetivo geral.

h) Referencial teórico ou pressupostos teóricos:

• Estudos da corrente teórica (assuntos relacionados ao

tema em estudo) que darão suporte à pesquisa;

• É a apresentação e análise dos estudos de autores/

pesquisadores e do que eles estão discorrendo ou discutindo sobre

o assunto – a conceituação, demonstração ou explicação dos

conteúdos;

• São estes autores ou estudos que auxiliarão o

Page 57: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

57

UESPI/NEAD Letras Espanhol

pesquisador na análise e interpretação dos dados coletados e/ou

observados na pesquisa – categorização e conclusões.

i) Metodologia:

• O caminho percorrido, como fazer , com que fazer e a

explicação de cada decisão tomada;

• Caracterização do estudo, procedimento de análise,

enfoque e/ou abordagem dos dados;

• Pesquisa experimental – técnica de análise, amostragem,

variáveis, etc.

• Pesquisa de campo? - definição do universo; definição

da amostra; escolha e caracterização dos sujeitos; construção dos

instrumentos de coleta de dados. Isto é dizer como serão coletados

os dados;

• Pesquisa bibliográfica? – seleção das referências,

informações, onde serão encontradas, que tipo, metodologia de

coleta e análise de informações;

• Pesquisa Documental? Estudo de Caso? Etc. Que caso,

que fontes, que documentos.

j) Cronograma de execução da pesquisa:

Quando a pesquisa será realizada, as etapas de

realização, planejamento de atividades do(a) pesquisador/a).

l) Custo orçamentário da pesquisa: (recursos

financeiros, materiais e humanos para a pesquisa).

m) Referências

Obras, documentos ou quaisquer fontes consultadas e

citadas no texto.

Page 58: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

58

Os caminhos da pesquisa científica

2.6 ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM

1. Como avaliação desta unidade deve ser feito um ensaio da

elaboração do pré-projeto de pesquisa utilizando-se do conteúdo

e orientação do texto:

a) Apresent ar o tema

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

b) Delimitação do tema

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________

c) Problema ou problematização (em forma de pergunta(s) a

ser(em) respondida(s) pela pesquisa – questão ou questões

norteadoras da pesquisa)

____________________________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

d) Hipótese/s (considerando estudos exploratórios ou simples

constatações já é possível aventar resposta(s) para a(s) pergunta(s)

norteadora(s)?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

e) Objetivo geral (o que se pretende alcançar com o estudo)

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________

Page 59: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

59

UESPI/NEAD Letras Espanhol

f) Objetivos específicos (passos ou ações de pesquisa a serem

desenvolvidas para alcançar o objetivo geral)

______________________________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

g) Justificativa (porque a pesquisa deve ser realizada, relevância

acadêmica e/ou social)

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

h) Referencial teórico (campo de conhecimento, autores/

pesquisadores com conceituação básica necessária á

compreensão do fenômeno pesquisado).

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

i) Metodologia ( local de realização da pesquisa, tipo de pesquisa,

colaboradores ou participantes, instrumental e/ou técnicas utilizados

na coleta dos dados).

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________

_______________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 60: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

60

Os caminhos da pesquisa científica

j) Cronograma de execução (considere as atividades já

realizadas)

OBS.: Se a elaboração do seu pré-projeto foi feita considerando

este roteiro, preencha-o com os elementos principais do mesmo e

devolva-o com folha anexa acrescentando os seguintes dados:

nome completo e sem abreviaturas; telefones e endereços

eletrônicos; tempo disponível, além do horário normal de aulas, para

discutir a pesquisa com o professor da disciplina e suas principais

dificuldades para realizar seu estudo e produzir a monografia!

Levantamento de fontesbibliográficas e/ou documentais

Encontro com o orientador paraanálise e discussão do projeto

Produção do capítulo 1 damonografia

Elaboração do instrumental depesquisa

Visita ao campo de pesquisapara aplicação do instrumental

Análise, sistematização dosdados e redação

Sistematização e redação

Revisão da primeira versão damonografia

Entrega da versão damonografia para a bancaexaminadora

Apresentação final

PERÍODO DE REALIZAÇÃO

ATIVIDADES DE PESQUISA

ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Page 61: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

61

UESPI/NEAD Letras Espanhol

UNIDADE 3O COMPORTAMENTO DO PESQUISADOR NO

CAMPO DE PESQUISA

OBJETIVOS

• Subsidiar a inserção do aluno no campo de pesquisa orientando o

comportamento do pesquisador iniciante para que a produção de dados seja

a mais fidedigna possível à realidade do fenômeno pesquisado e o estudo

possa atingir os objetivos pretendidos.

• Orientar o aluno à sistematização de dados e produção passo a passo do

trabalho de conclusão do curso.

Page 62: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

62

Os caminhos da pesquisa científica

Page 63: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

63

UESPI/NEAD Letras Espanhol

3 O COMPORTAMENTO DO PESQUISADOR NO CAMPO DE

PESQUISA

3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

A qualidade do trabalho de campo passa pelo

estabelecimento de relações, o que exige do pesquisador o

conhecimento prévio e necessário de instrumentais básicos que

proporcionem a construção de relações de confiança entre o

investigador e os colaboradores envolvidos no estudo.

O campo das ciências sociais permite a utilização de

diversos instrumentos de coleta de dados que devem ser aplicados

de acordo com a problemática de pesquisa, os objetivos propostos

e habilidade do pesquisador. Considerando a finalidade de uma

investigação científica, a construção ou escolha de um instrumental

de pesquisa deve significar, em qualquer estudo, o desvelamento

mais fidedigno possível de uma realidade ou um fenômeno. No

entanto, o instrumental mais comum na investigação qualitativa no

campo das ciências sociais é composto por: questionários,

entrevistas, análise de documentos, observação participante e

outros. A construção destes instrumentos deve está estreitamente

relacionada aos objetivos do estudo.

Considerando os desafios que os pesquisadores iniciantes

encontram para inserção no campo de pesquisa, apresentamos

neste texto algumas orientações que podem facilitar o processo

de investigação (BOGDAN e BIKLEN, 1994). Em primeiro lugar

devemos considerar alguns aspectos, entre eles:

a) O trabalho de campo refere-se a:

Estar dentro do mundo do sujeito;

Page 64: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

64

Os caminhos da pesquisa científica

Não fazer uma paragem, mas uma visita;

Não se comportar como alguém que sabe tudo, mas como

quem quer aprender;

Não dever querer ser como eles, mas saber o que é ser

como eles;

Trabalhar para ganhar a aceitação do sujeito não como

um fim em si, mas porque isto abre a possibilidade de prosseguir

os objetivos da investigação.

b) Paro os investigadores qualitativos o ambiente ou

campo de pesquisa deve ser o mais natural possível:

Maior tempo com os sujeitos – relação menos formal;

Objetivo do investigador – aumentar a naturalidade dos

sujeitos;

Estimulá-los à revelação e à confiança;

Investigação naturalista;

Registra de forma não intrusiva os acontecimentos;

Participar das suas atividades, mas sem o objetivo de

prestígio ou competir conhecimento;

Compreende o modo de pensar do sujeito, mas não deve

pensar como ele;

Deve ser empático e, simultaneamente reflexivo.

c) Como obter acesso ao campo:

Entrada discreta;

Fazer uma sondagem antes para obter informações sobre

o acesso;

Os documentos ou fontes arquivistas só serão acessíveis

em muitas instituições a pessoas de confiança da direção;

Page 65: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

65

UESPI/NEAD Letras Espanhol

d) Como abordar a questão da autorização?

O estudo pode ser feito com autorização, sem autorização

e apesar da autorização? Nenhum estudo científico, especialmente

envolvendo pessoas, deve ser feito sem autorização;

A quem recorrer? Respeite a hierarquia, mas não

desprestigie os colaboradores mais humildes e mais simples;

Investigação dissimulada? Sem a devida apresentação

dos objetivos torna-se perigoso para ambas as partes;

Há pesquisadores que se candidatam ao emprego para

desenvolver investigação;

Para os investigadores inexperientes – abordagem

objetiva – explicitar interesses para obter cooperação;

A negociação é fundamental, pois é ela que pode permitir

o cesso livre a todas as pessoas;

No papel de professor da instituição torna-se emblemático

entrevistar um gestor sobre determinadas questões que envolvem

os funcionários;

A mentira traz problemas de consciência e constitui-se em

ofensa;

Um falso papel na investigação torna-se embaraçoso ou

até trágico para a relação pesquisador-sujeito ou colaborador;

Evitar a investigação subordinada a uma carga de trabalho;

A maneira mais adequada para adentrar ao campo e

desenvolver o estudo, dependerá de quem você é, do que pretende

estudar e do que pretende conseguir;

e) Os sistemas de ensino são sempre diferentes, há

exigências diferentes para conceder autorização. Quais os

procedimentos?

A apresentação de uma pessoa com autoridade na

Page 66: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

66

Os caminhos da pesquisa científica

hierarquia junto às autoridades superiores é fundamental;

Peça informação a terceiros ou até telefonando para a

secretaria da instituição sem solicitar de imediato a autorização,

mas procurando saber como proceder;

Procure identificar alguém receptivo e pronto a ajudar;

Se for estudar o comportamento de um funcionário, deverá

contactá-lo antes da direção ou do gestor;

Só no caso de projetos externos àquele setor de trabalho

e subsidiados deve-se dirigir diretamente e primeiramente às

instâncias superiores;

Raramente é concedida uma autorização a nível superior

sem ter lugar uma consulta aos níveis inferiores

Será útil para a sua investigação fazer com que os outros

sintam que o ajudarão;

A posição dos investigadores qualitativos é sempre muito

particular para negociar a sua entrada já que a maioria das pessoas

não está familiarizada com este tipo de abordagem;

Uma apelação ao apoio para um estudo informal (não

controlado) poderá gerar a oportunidade de negociação para o

estudo sistematizado;

Colocar-se mais na posição de estudante do que de

investigador;

Nos primeiros contatos, a explicação deve ser pouco

elaborada para ganhar confiança;

Evitar que os possíveis colaboradores considerem o estudo

sufocante;

Evitar colocar-se na posição de tutor de funcionários para

diminuir o controle do pessoal da instituição sobre seu tempo e

sua mobilidade

Muitas autorizações são sucessivas a determinados

Page 67: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

67

UESPI/NEAD Letras Espanhol

espaços e grupos à medida que surgem novas categorias ou

questões de estudo. Assim, a autorização ou as facilidades de

acesso ao campo devem ser constantemente conquistadas.

f) Possíveis perguntas dos sujeitos e os

procedimentos do pesquisador:

O que o(a) Sr(a) vai fazer exatamente? Qual deve ser

o procedimento do pesquisador:

Ser honesto;

Não fornecer detalhes na explicação;

Evitar uma linguagem técnico-científica na explicação;

Mostre humildade e necessidade de aprendizagem com

os colaboradores sem ser demasiadamente solícito;

Mostre que a investigação evoluirá com o tempo.

Irá causar perturbação?

Há sempre receio das pessoas de que o pesquisador

interfira em sua rotina de trabalho;

Convença-se de que o sucesso deste tipo de trabalho

depende da não-perturbação;

Assegure-lhes de que não fará exigências excessivas;

Partilhe a intenção de submeter os seus horários aos deles

e de que atenderá às suas exigências;

O que é que vai fazer com os resultados?

A maioria das pessoas receia uma publicidade negativa

ou uma utilização política da informação recolhida;

Portanto, partilhe com os sujeitos o modo como tenciona

usar o material; assegure-lhes mostrar os resultados antes da

publicação; assegure-lhes de que não utilizará o nome e de que

disfarçará o local; utilize o primeiro momento como experiência

piloto e dê oportunidade para que os sujeitos lhes conheçam melhor.

Por que nós?

Page 68: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

68

Os caminhos da pesquisa científica

Se o motivo da escolha é positivo, apresente-o; se o motivo

da escolha é negativo, apresente-o, mas com muito cuidado e

elegância destacando o que tem de positivo no grupo ou no setor

de trabalho.

Quais são os benefícios do estudo?

A maior parte dos conselhos das instituições sente-se no

direito de que haja um retorno para a mesma já que ofereceram

algo;

Tente não prometer o que não pode cumprir;

Não prometa mostrar as notas de campo, pois pode limitar

sua recolha de dados;

Não prometa trabalho na instituição ou setor em troca de

acesso.

g) Os primeiros dias no campo de pesquisa

Todo aluno pesquisador deve estar preparado para sentir-

se atrapalhado ou deslocado em seu primeiro dia de estudo;

Ser-se investigador só se desenvolve aos poucos e na

prática de participante-observador;

h) Sugestões para tornar os seus primeiros dias no

campo menos doloroso:

Não interprete o que acontece como uma ofensa pessoal;

Na primeira visita tente arranjar alguém que o apresente;

O primeiro dia não tente fazer muito;

No primeiro dia visite a instituição por pouco tempo e o

utilize para um panorama geral do ambiente;

Faça poucas perguntas (gerais) e permita que os sujeitos

falem mais que você;

Procure cumprimentar as pessoas que passarem por você

Page 69: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

69

UESPI/NEAD Letras Espanhol

nos corredores;

i) O contínuo participante/observador

Nos primeiros dias, o investigador fica, regra geral, um

pouco de fora esperando que o aceitem;

A participação em excesso pode provocar no pesquisador

a perda do foco;

Não atue como gestor nem como auxiliar dele, você deve

ser um observador;

Se o estudo envolver crianças o pesquisador não pode

assumir o papel de condução das conversas delas como

normalmente os adultos fazem;

As crianças poderão olhar para os adultos de diversos

modos (podem procurar aprovação ou inibir-se);

O comportamento deve ser de amizade;

As crianças têm dificuldades de aceitarem os adultos como

iguais, toleram como membro do grupo;

Seja discreto ao apresentar-se e ao portar-se diante das

pessoas no campo de pesquisa.

j) A investigação em contextos educativos em

conflitos

Evite o envolvimento em qualquer tipo de conflito num setor

de trabalho em que esteja pesquisando;

As pessoas sempre procuram apoio em alguém para

amenizar suas angústias, mas o seu papel é de pesquisador ou

participante observador e não de conselheiro;

Não tome partido por nenhuma pessoa ou grupo nos

ambientes em conflito;

Diante dos desabafos ou procura de apoio, apenas ouça,

Page 70: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

70

Os caminhos da pesquisa científica

pois a outra parte não o aceitará caso tome partido e isso só

prejudicará seu estudo.

k) O tempo de uma sessão de observação

Independentemente do tempo decorrido no expediente de

trabalho de um setor ou grupo, não ultrapasse duas horas de

observação;

Se for necessário divida o expediente em mais de uma

seção por dia, mas não fique muito tempo em uma só sessão de

observação.

l) Entrevistas:

O tempo para realização de uma entrevista deve ser, no

máximo, de 30 minutos;

Para colher os dados com sucesso, cuidado com as

respostas que exigem exploração ou explicação;

Como proceder diante de respostas que exijam maior

clareza na explicação:

A Senhora poderia me explicar que tipo de funcionário era

no...?

Era bom gestor?

Uma atividade que pode acontecer em meio à aplicação

de outros instrumentos de pesquisa

Expressões faciais conduzem a entrevista;

O que quer dizer com isso?

Pode explicar melhor?

Não tenho certeza se estou a seguir o seu raciocínio! Ilustre

um exemplo?

Page 71: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

71

UESPI/NEAD Letras Espanhol

3.2 A ANÁLISE DE DADOS NA PRODUÇÃO DA MONOGRAFIA

Os dados são o material expresso nas entrevistas,

questionários, notas de campo, diários de campo, caderno de

pesquisa, etc. A análise de dados é o processo de busca e de

organização sistemática de transcrições de entrevistas, de notas

de campo e de outros materiais acumulados com o objetivo de

apresentar os resultados e/ou conclusões da investigação. A análise

envolve o trabalho com os dados, a sua organização, divisão em

unidades manipuláveis, síntese, procura de padrões, descoberta

dos aspectos importantes e a decisão sobre o que vai ser

transmitido aos outros no texto;

A análise de dados leva o conteúdo pesquisado e o

pesquisador das páginas de descrições vagas até aos produtos

finais. Os produtos finais da investigação são apresentados como

planos de ação, em comunicações diversas, em artigos, em

monografias, em livros, etc; Na primeira experiência, a tarefa de

análise e interpretação de dados pode representar para o/a

investigador/a o seguinte: “E agora, o que eu faço”? Continuidade

ou pausa? Depende da experiência, do tempo disponível e do

material colhido; um trabalho monstruoso e irrealizável; ansiedade

e uma sensação de perda de tempo.

Assim, o momento para iniciar a análise durante a coleta

de dados deve ser de acordo com a experiência do/a pesquisador/

a, mas apresentamos alguns procedimentos que podem nortear a

prática de pesquisa do investigador iniciante ou com pouca

experiência no campo da pesquisa científica.

a) Procedimentos para análise dos dados:

Inicie a análise do mais amplo para o mais restrito;

Page 72: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

72

Os caminhos da pesquisa científica

Deve haver decisão e eleição de aspectos relevantes para

o estudo;

A recolha de dados deve aprofundar e não alargar no

assunto para que a análise seja facilitada;

Procure um trabalho com temática semelhante ou com

problemática aproximada para servir de modelo;

b) Análise após a recolha de dados:

Que instrumentos serviram à coleta dos dados:

Questionários? Entrevistas? Observação? Análise de

documentos? Notas de campo? Outros?

Reveja todo o material e organize os dados semelhantes

(mesmo em questionários e entrevistas);

Identifique categorias de análise ou codificação (a partir

do destaque ou repetição de palavras, frases, padrões de

comportamentos, formas de pensamento e acontecimentos);

Crie títulos para cada grupo de informações semelhantes,

constituindo um pré-sumário e proceda à escrita utilizando-se da

análise e seguindo o sumário previamente elaborado.

UM MODELO DE DOCUMENTAÇÃO PARA ACESSO AO CAMPO

Entre outros tipos de documentos o ofício pode ser utilizado

para solicitar autorização de dirigentes na coleta de dados. Ex.:

GOVERNO DO ESTADO DO PIAUI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI – UESPI

CURSO:

DISCIPLINA:

Page 73: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

73

UESPI/NEAD Letras Espanhol

Ofício Circular s/nº / 2010 Teresina (PI), 03 de

novembro de 2010.

À(o) sr(a). Gestor(a) do (a)_______________________

Senhor(a) Gestor(a),

Apresentamos o(a) estudante pesquisador(a)

___________________________ Matrícula UESPI nº _________,

regularmente matriculada(o) no Curso de Especialização em

_________________________________________________,

para o(a) qual solicitamos de V. Sa. autorização / acesso aos

arquivos e/ou dependências desta instituição para realização de

um estudo sobre_____________________________________

A escolha do referido tema nos conduz a uma investigação

científica cujo desenvolvimento consideramos relevante para a

comunidade e para concretizá-la necessitamos realizar os

seguintes procedimentos: aplicar questionários e/ou realizar

entrevistas com professores, alunos, funcionários, coordenadores,

gestores, etc.; fazer observações na instituição; produzir oficinas e

outras informações ou atividades pertinentes e coerentes com o

trabalho de pesquisa.

Contamos com a colaboração de V. Sa. pois nossa

pesquisa tem como objetivo tornar a Universidade uma parceira

na discussão e compreensão do processo educativo e para o bom

desempenho do trabalho garantimos total discrição dos

colaboradores do estudo.

Page 74: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

74

Os caminhos da pesquisa científica

Aguardamos encaminhamentos satisfatórios,

Atenciosamente,

Profº MSc Jânio Jorge Vieira de AbreuPROFESSOR ORIENTADOR

Mat. UESPI Nº 157143-5

Ilmo(a). sr(a).

Gestor(a) do (a) _______________________

Dr __________________________________

Teresina – Piauí

3.3 ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE UMA MONOGRAFIA EM

DOIS OU TRÊS CAPÍTULOS

a) Não consideramos o roteiro aqui apresentado um

manual obrigatório para pesquisa e produção da monografia de

conclusão do curso, porém ao optar por outra orientação, alunos e

professores devem assumir total responsabilidade pela aprovação

final do mesmo;

b) O texto deve ser composto por dois ou três capítulos,

respeitados os seguintes aspectos: coerência na extensão e

distribuição de conteúdos, a temática em estudo, o nível de

aprofundamento da investigação, a metodologia de estudo e a

estruturação necessária para abordagem do conteúdo em

discussão;

c) Nenhuma das partes do texto monográfico: elementos

pré-textuais, textuais e pós-textuais apresentados em cada nível

da produção da monografia (no texto parcial ou concluído) pode

ser improvisado, mas sempre atualizados de acordo com as

Page 75: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

75

UESPI/NEAD Letras Espanhol

normas da ABNT;

d) De inicio procure criar uma proposta de sumário para o

texto, com títulos primários, secundários e/ou terciários (seções

numeradas) como representação dos textos/conteúdos que

comporão a estrutura da monografia;

e) Nesse momento, é necessário aprofundar os estudos

bibliográficos e documentais de sua temática de pesquisa

focalizando os assuntos de interesse da monografia;

f) Os títulos e subtítulos acima citados devem focalizar a

temática e conteúdos específicos da discussão e também a

problemática referente ao objeto de estudo;

g) O texto de introdução geral ao TCC deve ser produzido

somente após a conclusão da monografia;

h) No primeiro capítulo, pode ser apresentado o campo de

pesquisa e o percurso metodológico de forma fundamentada; no

segundo capitulo deve ser aproveitado o referencial teórico do pré-

projeto de pesquisa e pode ser feita a contextualização,

conceituação e explicação teórica do tema e no terceiro capítulo

pode ser explorado os achados do campo com uma análise dos

dados e discussão com os autores que compõem a base teórica;

i) Além de títulos coerentes com o conteúdo focado, deve

haver aprofundamento na discussão para que o texto corresponda

aos títulos ou subtítulos propostos;

3.3.1 Roteiro de orientação para produção do primeiro

capítulo da monografia

a) Prosseguindo o texto descreva o percurso metodológico

da pesquisa (poderá criar, além dos títulos obrigatórios, criar

também subtítulos ou não);

Page 76: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

76

Os caminhos da pesquisa científica

b) Neste texto do percurso metodológico inicie a redação

apresentando a metodologia da pesquisa (poderá aproveitar o texto

da metodologia do projeto). Em seguida faça uma análise geral

dos dados de identificação dos sujeitos (denominando-os:

interlocutores, colaboradores ou co-pesquisadores) Identificação

do campo de investigação (ex.: perfil da instituição ou outro setor

escolhido para investigação, perfil dos colaboradores ou

interlocutores da pesquisa etc.);

c) Este primeiro texto, após a introdução geral da

monografia, pode ser produzido a partir dos dados colhidos no

item I do questionário de identificação e nele deve ser apresentado

os dados da vida profissional dos co-pesquisadores ou da

instituição fornecidos nas entrevistas ou através de observação,

análise de documentos, etc. Sugestão de título: “Os caminhos da

pesquisa”; “O campo de pesquisa”, etc. Sugestão de subtítulo: “Perfil

dos colaboradores”; “Descrição do Programa ...” etc.

d) Os dados referentes ao percurso metodológico (tipo de

pesquisa, método, técnicas de coleta dos dados, instrumentais,

etc) devem ser conceituados de acordo com um autor e justificados

através de referências científicas.

3.3.2 Roteiro de orientação para produção do segundo

capitulo da monografia

a) Inicie o texto do Capítulo 2, situando a temática na

academia científica, comunidade escolar ou profissional (como está

sendo discutido, como se apresenta, etc.);

b) Em seguida, faça a apresentação dos principais autores

e documentos (autoria pessoal, autoria entidade ou corporativa,

documentos em co-autoria ou individual, etc.) com suas respectivas

Page 77: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

77

UESPI/NEAD Letras Espanhol

contribuições. Além disso, apresente a abordagem teórica, linha

de pesquisa ou campo de conhecimento de cada autor ou

referência. Nesta apresentação, coloque somente: autoria, ano da

publicação e a principal contribuição (em parágrafos normais).

c) Apresente um recorte histórico para a discussão do

conteúdo, seja ele numérico ou literal e justifique-o;

d) Faça um resgate histórico dos estudos, teorias,

postulados, princípios, etc, que abordam a temática;

e) A história do tema deve ser produzida incluindo

significados ou explicação dos termos, sentenças, expressões

literais ou numéricas, conceitos ou concepções fundamentais que

sustentam a temática em estudo situando-os em cada momento

histórico;

f) Evite descontinuidade ou salto na historicidade do tema,

pois as ideias expostas devem apresentar seqüência lógica e

coerência textual;

g) Procure situar a temática em estudo a nível mundial,

nacional, regional e local (Como se discute o tema na academia

internacional – obras, fóruns, etc., como é abordado no sistema

brasileiro, como a discussão chega ao Piauí, Teresina, etc. ou a

comunidade teresinense é quem aprofunda mais os estudos do

tema);

h) É importante lembrar que a legislação ou conselhos

nacionais, regionais brasileiros oferecem diretrizes de forma direta

ou indireta a todas as temáticas ou à academia da área, portanto,

todos os textos devem oferecer amparo legal à discussão do tema;

i) Focalizar as concepções e práticas da temática na

comunidade que oferecem os serviços da área. Para isso considere

as referências ou autores e documentos pesquisados;

j) Procurar discutir com os documentos, autores, etc, as

Page 78: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

78

Os caminhos da pesquisa científica

ideias, concepções e práticas apresentadas nos estudos que

compõem a base teórica evitando mera aceitação do que é

colocado sobre o assunto.

k) A abordagem do conteúdo no texto pode contemplar a

seguinte estrutura:

a) A introdução ao capítulo 2 (não é a introdução de todo o

texto da monografia) deve contemplar os itens “a”. “b” e “c” desta

segunda parte do roteiro;

b) Desenvolvimento do capítulo 2 – contemplar os itens do

intervalo da letra “d” a letra “j” desta segunda parte do roteiro;

c) Conclusão do capítulo – retomar resumidamente à

discussão dos itens anteriores e apresentar suas próprias reflexões

ou posicionamento crítico a cerca do tema;

l) Cada texto deve ser estruturado com introdução,

desenvolvimento e conclusão. Além disso, deve ser evitado: títulos

ou subtítulos soltos e sem conteúdo, parágrafos muito curtos,

excesso de citações e desrespeito às normas da ABNT atual;

m) Ao final de cada texto ou seção deve haver conexão

entre o assunto do texto que termina e o assunto do texto que segue;

n) Qualquer sigla apresentada no desenvolvimento,

independente da existência de lista de siglas no trabalho, deve ser

colocada por extenso à primeira vez que for citada no texto;

o) Os termos técnicos ou expressões com linguagem

específica do assunto do tema e que podem ser desconhecidos

da maioria dos leitores, precisam ser explicados em notas de

rodapé à primeira vez que aparecerem no texto;

p) Evitar termos ou expressões imprecisas. Ex.: estudos

recentes; alguns estudos; no passado; antigamente; nos dias de

hoje; muitos autores; naquela época, etc;

q) Evitar a colocação de expressões em caixa alta (exceto

Page 79: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

79

UESPI/NEAD Letras Espanhol

as siglas) ou qualquer grifo sem justificativa;

r) Não colocar títulos de obras ou documentos em citações

no texto;

s) Em citações no texto coloca-se somente e

obrigatoriamente: autor, ano, página do conteúdo citado

(preferencialmente sequenciados e separados apenas por vírgulas);

t) Nomes de autores em citações no texto (nome completo

na primeira vez em que for citado e se for entre parênteses o

sobrenome do autor deve ficar em caixa alta);

u) Na redação do texto, deve ser utilizada uma linguagem

técnico-científica evitando expressões do senso comum. Ex: deixa

a desejar; comenta; diz; fala; etc.

v) O texto produzido deve apresentar lista de referências

no final de acordo com as normas da ABNT atual;

w) Para contemplar o roteiro acima na proposta de um

capítulo é necessário um texto de no mínimo 12 laudas;

x) Não aceitamos cópia de monografias com estudos de

temáticas semelhantes. Evitar colagens e ideias incoerentes com

sua temática na produção do texto. Procure discutir com os autores

ou analisar criticamente o que eles afirmam sobre o assunto nas

obras que discutem seu tema de pesquisa;

y) Os textos devem ser apresentados ao orientador sempre

digitados, impressos e com a devida correção entre autor e

digitador.

3.3.3 Roteiro para produção do terceiro capítulo da

monografia

a) Se o segundo capítulo contempla uma explicação ou

até a tentativa de estado da arte da temática estudada, com sua

Page 80: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

80

Os caminhos da pesquisa científica

conceituação, contextualização, etc (mais teórico), o terceiro

capítulo deve contemplar mais a parte empírica que significa o

estudo no campo de pesquisa, a exploração ou análise dos dados

e apresentação concreta do fenômeno e da realidade pesquisada;

b) Visitar as instituições públicas, privadas ou outros

setores escolhidos como campo de pesquisa para, devidamente

documentado/a, iniciar a aplicação de seus instrumentos de coleta

dos dados;

c) O referido estudo e campo é uma oportunidade para o

pesquisador confrontar conceitos, significados e conclusões dos

autores com a realidade. Isto deve ser feito estabelecendo um

confronto entre autores, documentos e dados fornecidos pelos

colaboradores. A produção e sistematização dos referidos dados

constitui-se no texto do 3º capítulo da monografia;

d) O 3º capítulo da monografia, assim como o primeiro e

segundo, deve ser produzido considerando os objetivos propostos

(geral e específicos);

e) O pesquisador após a elaboração e aplicação dos

instrumentos de coleta de dados (questionários, entrevistas, roteiro

de observação, roteiro para análise de documentos, formação de

grupos de colaboradores, identificação de participantes, grupos

focais, fichas, fontes arquivistas, etc), deve analisar os dados

colhidos e, considerando os objetivos e aspectos contemplados,

estruturar o texto do capitulo.

f) Para iniciar o capítulo coloque o título e inicie a redação

com uma introdução geral ao capítulo (apresentando reflexões

introdutórias sobre a inserção da temática no campo de pesquisa);

g) Analise o instrumental utilizado na coleta dos dados e

inicie a interpretação dos dados por aspecto, pois assim poderá

contemplar os dados colhidos em quaisquer dos instrumentais

Page 81: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

81

UESPI/NEAD Letras Espanhol

utilizados ou até em mais de um tipo ao mesmo tempo;

h) Cada pergunta ou aspecto do instrumental pode gerar

uma seção de texto;

i) Prosseguindo na análise dos dados procure identificar

as respostas (objetivas ou subjetivas), comentários, informações,

práticas, depoimentos que compartilham ou não ideias;

j) A redação a partir da análise dos dados deve contemplar

conteúdos ou respostas semelhantes, convergentes, divergentes,

os silêncios, falas, etc.;

k) Deste conteúdo, tanto os dados que convergem entre

si, quanto os dados que divergem devem ser motivo de inferências

(análises, constatações, proposições, etc);

l) Assim, a primeira seção de texto do terceiro capítulo

pode ser produzida a partir das primeiras respostas dos

questionários, entrevistas ou aspectos observados e analisados

através de outros instrumentos. Ex. de títulos ou subtítulos:

• A metodologia de estudo do curso de Gestão pública

municipal da UAB/UESPI;

• O que significa saúde pública para os professores

universitários;

• O que é ser um gestor público.

• A ética na gestão pública dos hospitais de _____;

• A prática avaliativa dos professores do curso de gestão

em saúde - UAB;

• Quem evade e permanece na Universidade Aberta do

Brasil; etc.;

• A prática gestora em saúde pública no hospital ______;

• O financiamento da saúde pública no município

de._____;

• Quem são os gestores em saúde da Fundação _______”;

Page 82: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

82

Os caminhos da pesquisa científica

• A prática em saúde pública dos agentes comunitários

de saúde da zona Sul de Teresina (PI).

m) O segundo texto deve ser produzido a partir do item

seguinte dos questionários, entrevistas ou de um terceiro tema

escolhido na revisão geral dos dados;

n) Se houver um terceiro ou quarto texto no capítulo três

deve prosseguir a partir dos dados colhidos quaisquer que sejam

os instrumentos utilizados na coleta de dados. Assim, cada questão,

grupo de questões ou tema deve inspirar um título e uma seção de

texto;

o) Vale ressaltar que, os textos podem ser produzidos a

partir de uma só pergunta ou aspecto analisado ou um grupo de

perguntas ou de aspectos analisados e observados no campo,

sejam eles semelhantes, divergentes ou complementares entre si

na discussão do tema em estudo;

p) Assim, a produção de cada texto deve contemplar a

análise das respostas de questionários, entrevistas, depoimentos

ou dados da observação e o confronto ou discussão com autores,

e ainda dos documentos que dão sustentação teórica ou

documental à temática;

q) A discussão referida acima deve ser no sentido de

analisar, comparar os dados empíricos com outros estudos; mostrar

discordância, compartilhamento ou concordância de ideias e,

sobretudo, o que se constata com a investigação.

3.3.4 Introduzindo e concluindo a monografia

Os textos de introdução e conclusão do trabalho devem

ser as últimas partes da monografia a serem escritas ou revisadas.

Page 83: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

83

UESPI/NEAD Letras Espanhol

INTRODUÇÃO

Parte inicial do texto, na qual é feita uma apresentação

delimitada do assunto abordado na monografia juntamente com

sua justificativa, problema de pesquisa, objetivos, situação da

discussão, apresentação da estrutura do texto da monografia e a

relevância do trabalho para a área em que se insere.

A introdução geral da monografia é um texto no qual se

pode aproveitar parte do conteúdo do projeto de pesquisa,

mudando apenas o tempo verbal, pois o projeto constitui um

planejamento futuro e após o seu desenvolvimento, com a

monografia estruturada, deve-se utilizar uma linguagem de algo que

foi provisoriamente concluído. Assim, utilizam-se na introdução os

seguintes elementos do projeto: justificativa, problema ou

problemática, hipóteses e objetivos.

CONCLUSÃO

Parte final do texto, na qual se apresenta um resumo dos

aspectos essenciais do desenvolvimento e, sobretudo, as

conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses propostas

pelo autor bem como as recomendações ou proposições/ações

julgadas necessárias a partir das descobertas.

OBS. 01 - A quantidade de páginas do texto monográfico

está relacionada a diversos aspectos: ao conteúdo do tema em

estudo; à coerência e coesão textual; à capacidade de síntese do

(a) pesquisador (a) e, sobretudo, do aprofundamento dado ao

assunto pesquisado. No entanto, coloca-se como estimativa para

a parte textual deste nível de produção científica, um volume entre

35 e 55 laudas.

OBS. 02 - Todo o texto da monografia deve ser produzido

de acordo com as normas da ABNT.

Page 84: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

84

Os caminhos da pesquisa científica

3.4 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

01 – Produzir uma resenha deste livro. O texto seguinte contém

uma orientação cuidadosa para o desenvolvimento desta atividade.

Caro(a) aluno(a),

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas –

ABNT, a resenha é o mesmo que resumo crítico ou recensão.

Alguns autores e, às vezes, alguns de nós professores,

incorretamente, classificamo-la como resenha crítica, o que nos

parece redundante em relação à norma citada. É o que afirma

também Jorge Leite de Oliveira (2005, p. 105), um pesquisador

credenciado na produção de textos acadêmicos.

João Bosco Medeiros (2003, p. 158-159) afirma que

resenha é um relato minucioso das propriedades de um objeto ou

de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui

variadas modalidades de textos: descrição; narração e dissertação.

Concordo com Medeiros (2003). Na produção de uma

resenha precisamos atingir este nível. Vejamos: descrevemos,

pois fazemos uma descrição física das propriedades e/ou da

estrutura da obra. Fazemos também uma narração quando

relatamos as credenciais do autor, apresentamos as conclusões e

metodologia empregada, expomos o quadro de referências em

que o autor se apoiou. Além disso produzimos ainda uma

dissertação quando avaliamos, analisamos com a propriedade

de conhecedor da obra e dizemos, inclusive, a quem se destina a

mesma, qual a contribuição e qual a relevância do conteúdo, etc.

A conceituação acima demonstra que a produção de uma

resenha se constitui num trabalho de alto nível e, como todo texto

científico, uma produção completa – a redação por excelência.

Considerando as dificuldades que muitos de nós

Page 85: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

85

UESPI/NEAD Letras Espanhol

acumulamos com pouca produção de textos e de leituras e até

pelas equivocadas e precárias orientações que recebemos para

a produção e publicação de textos acadêmico-científicos,

necessitamos adotar alguns procedimentos simples na orientação

de produção de resenhas e de outros textos científicos.

Um primeiro conselho seria iniciar a resenha pela

elaboração de um resumo, acrescentando a este, depois ou

simultaneamente, uma apreciação crítica do conteúdo e estrutura

da obra resumida. Devemos ressaltar que não podemos criticar

algo sem conhecer bem o objeto ou sujeito da crítica. Assim, o

procedimento inicial de quem se propõe a criticar algo é estudá-lo

cuidadosamente.

Analisar e conhecer bem aquilo sobre o que vamos falar

ou escrever é condição fundamental para exercer a crítica, pois,

do contrário, corremos o risco de praticar injustiças com os autores

e produzirmos equívocos para os leitores e para nós mesmos.

Um procedimento que contribui muito para a habilidade

da redação é a leitura diária de jornais, revistas (editoriais, colunas

de opinião, etc) e especialmente a prática de leitura e de escrita

de textos acadêmicos, de resenhas, etc.

Seguindo esta orientação podemos oferecer os elementos

básicos para a estruturação de uma resenha:

Referência bibliográfica: autor. título da obra em negrito. nº

da edição se for a partir da segunda, local de publicação: editora,

ano e nº de páginas;

Biografia e/ou credenciais da autoria: breve apresentação

do(a) autor(a) focalizando, especialmente, o currículo profissional;

Resumo da obra:

1. Deve iniciar com uma breve exposição sobre o assunto

geral da resenha. Isto significa expressar no primeiro e/ou único

Page 86: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

86

Os caminhos da pesquisa científica

parágrafo (com recuo ou sem recuo) como a estrutura da obra se

apresenta; como o conteúdo se apresenta (metodologia da escrita,

etc.);

2.Em seguida, pode iniciar destacando as ideias básicas

ou ideias que estruturam o texto (lembre-se!: um resumo do resumo

resumido). O leitor de sua resenha deve perceber a importância

de adquirir ou não a obra. Isto não significa conhecê-la

detalhadamente a partir da leitura de sua resenha;

3.Expor resumidamente os resultados alcançados pelo

autor da obra e informar qual teoria serve de apoio às ideias do

mesmo;

4.Fazer a apreciação crítica destacando: o estilo do autor

(objetivo, conciso), se as ideias são originais, claras e coerentes e

ainda em qual corrente filosófica ou escola de pensamento ele mais

se insere (Positivista; Fenomenológica; Dialética). É um Idealista,

Realista, etc.

5.Indicar a clientela ou público a quem a obra se destina, a

quem ela é útil (alunos, professores, pesquisadores, especialistas

de quais cursos ou áreas?)

O trabalho científico é assim, exige sistematização das

ideias, orientações e normas. O leitor de seu texto – a resenha

precisa distinguir entre suas ideias e as ideias do autor da obra

resenhada. Não esqueça de fazer as devidas citações e uma

apreciação crítica que contemple: estrutura do texto, linguagem

utilizada pelo autor da obra e, especialmente, contribuições e

relevância do conteúdo para sua formação e para a comunidade

acadêmica.

Esta orientação é para o texto científico de uma resenha

publicável em revistas científicas, etc., mas façamos o que estiver

dentro das nossas possibilidades e limitações.

Page 87: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

87

UESPI/NEAD Letras Espanhol

UNIDADE 4A ORIENTAÇÃO DA ABNT PARA REDAÇÃO E

APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO DECONCLUSÃO DE CURSO

OBJETIVOS

• Habilitar o aluno ao conhecimento e aplicação da ABNT no texto científico

escrito e apresentação oral do trabalho de conclusão do curso.

• Possibilitar ao aluno, além das normas para produção e apresentação gráfica

do texto científico, a compreensão dos procedimentos de difusão e avaliação

do conhecimento científico.

Page 88: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

88

Os caminhos da pesquisa científica

Page 89: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

89

UESPI/NEAD Letras Espanhol

4 A ORIENTAÇÃO DA ABNT PARA REDAÇÃO E

APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO

DE CURSO

Nesta unidade, trazemos uma orientação para aplicação

das Normas da ABNT no texto científico contemplando a parte

gráfica dos principais tipos de trabalhos conclusão de cursos,

especialmente, as monografias que comumente oferecem maior

desafio a professores orientadores e alunos orientandos na

sistematização, redação e apresentação final dos referidos

trabalhos.

Quando se trata da ABNT, é importante ressaltar que os

manuais podem apresentar pequenas divergências, pois, no

referido documento há normas que facultam regras e outras

interpretativas, o que possibilita aos manuais trazerem pequenas

divergências e até confundir o aluno ou orientador na redação e

apresentação de textos científicos. Diante disso, aconselhamos

que alunos e professores devem seguir o manual ou orientador

que tenha sido credenciado ou recomendado pela instituição à

qual o curso está vinculado como documento de orientação para

elaboração e apresentação gráfica do trabalho.

Inicialmente, apresentamos as recomendações para

estrutura da monografia, em seguida trazemos aspectos

redacionais e concluiremos com as normas para referências e

recomendações para apresentação final e avaliação do texto

monográfico.

Page 90: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

90

Os caminhos da pesquisa científica

4.1 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A ESTRUTURA DE UMA

MONOGRAFIA

ESTRUTURA ELEMENTO

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

ELEMENTOS TEXTUAIS

ELEMENTOS PÓS -TEXTUAIS

Observação para as seguintes medidas: Times New

Roman ou Arial; letra 12; margens: S-3, I-2, E-3 e D-2; espaço entre

linhas 1,5 para todo o texto. Espaço entrelinhas simples: natureza

do projeto (folha de rosto); legendas das ilustrações e das tabelas;

resumo; abstract; notas de rodapé; citações diretas com mais de

3 linhas; referências . A separação entre uma referência e outra na

lista ao final do trabalho é feita com dois espaços simples.

Ficha catalográfica (verso da folha de rosto)Errata (opcional)Folha de aprovação (obrigatória)Dedicatória(s) (opcional)Agradecimentos (opcional)Epígrafe (opcional)Resumo em Língua V ernácula (obrigatório)Resumo em língua estrangeira (obrigatório)Lista de ilustrações (opcional)Lista de tabelas (opcional)Lista de abreviaturas e siglas (opcional)Lista de símbolos (opcional)Sumário (obrigatório)

Introdução (obrigatória)Desenvolvimento (obrigatório)Conclusão (obrigatória)

Referências (obrigatório)Glossário (opcional)Apêndice(s) (opcional)Anexos (opcional)Índice(s) (opcional)

Capa (obrigatória)Lombada (opcional)Folha de rosto (obrigatória)

Page 91: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

91

UESPI/NEAD Letras Espanhol

PAGINAÇÃO – ABNT (NBR 14.724):

• Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto,

devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas;

• A numeração é colocada a partir da primeira folha da

parte textual (introdução), em algarismos arábicos, no canto superior

direito da folha;

• Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser

numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar

segmento à do texto principal;

• As páginas que antecedem o texto são numeradas, com

algarismos romanos minúsculos, na margem inferior da página e

centralizados.

CONJUGAÇÃO VERBAL NO TEXTO:

• O mais indicado é o uso do verbo na forma impessoal;

Exemplo: utilizaram-se os dados; elaborou-se; selecionou-

se; conclui-se que...

• O uso do verbo na primeira pessoa (singular ou plural)

deve ser evitado:

Exemplo: utilizei/utilizamos; elaborei/elaboramos;

selecionei/ selecionamos; conclui/concluímos...

CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA OS ELEMENTOS

TEXTUAIS DO TCC (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E

CONCLUÇÃO)

INTRODUÇÃO

• Parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação

Page 92: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

92

Os caminhos da pesquisa científica

do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos

necessários para situar o tema do trabalho;

• Aqui não é aconselhável antecipar conclusões.

DESENVOLVIMENTO

• Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada

e pormenorizada do assunto;

• Divide-se em seções e subseções que variam em função

da abordagem do tema, da metodologia da pesquisa e da escrita;

• É a parte mais importante do trabalho, onde é exigido

raciocínio lógico, fidelidade à temática em estudo, coesão e

coerência textual e clareza na exposição.

CONCLUSÃO

• Parte final do texto, na qual se apresentam as conclusões

correspondentes aos objetivos ou hipóteses;

• O autor de um trabalho de pesquisa pode apresentar,

além das conclusões, recomendações (ações de intervenção)

julgadas necessárias a partir das conclusões obtidas;

• As conclusões devem ser fundamentadas nos resultados

e nas discussões apresentadas ao longo do trabalho, e contém

deduções lógicas, claras e concisas.

OBS.: Todos os p arágrafos do texto devem ficar com

recuo de 2 cm da margem esquerda

CITAÇÕES NO TEXTO (NBR 10.520): SISTEMA AUTOR-DATA

• Menção de uma informação extraída de outra fonte;

• Citação de citação – citação direta ou indireta de um

texto em que não se teve acesso ao original;

Citação direta – transcrição textual dos conceitos do(a)

Page 93: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

93

UESPI/NEAD Letras Espanhol

autor(a) consultado(a). Exemplo no item “4.4.”

Citação indireta – transcrição livre das ideias do autor

consultado. Ex.:

• O estudo de Antonio Nóvoa (1987) destaca que a palavra

profissão nos séculos XVII e XVIII, abarcava um conjunto de

significados laicos e religiosos dentre os quais as atividades de

ensinar parecem ser um dos melhores exemplos.

As citações diretas de até três linhas podem ser inseridas

no próprio parágrafo, entre aspas. Ex.:

• Os estudos de Michel W. Apple (1988, p. 15) sobre o

magistério feminino mostram a prática docente como “um processo

de trabalho, articulado às mudanças, ao longo do tempo, na divisão

sexual do trabalho e nas relações patriarcais e de classe”. Essas

relações possibilitam que o trabalho docente...

AS CITAÇÕES DIRETAS COM MAIS DE TRÊS LINHAS:

• Aparecem em parágrafo separado, com tamanho de letra

menor que as letras do texto;

• Espaços entre linhas simples, com recuo de 4 cm da

margem esquerda do texto e com dois espaços entre os parágrafos

anterior e posterior. Ex.:

Essas antigas profissões têm origem no mundo pré-

industrial em que os poucos profissionais existentes estavam a

serviço de Deus ou do Rei. Apenas as classes aristocráticas tinham

acesso às profissões. E este fato não se justificava pela posse de

um corpo de saberes (o que passa a acontecer mais tarde), mas,

sobretudo, pela condição social e tradição familiar:

Page 94: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

94

Os caminhos da pesquisa científica

No século XIX as profissões liberais tornam-se tãofortalecidas que parecem não mais configurar umaforma de ocupação, mas o modelo por excelênciadas profissões. Este estado de coisa começa amodificar-se em meados do século XX,acompanhando a transformação do capitalismoconcorrencial em capitalismo monopolista. Osurgimento no século XX, [...], de grandesorganizações burocráticas estatais e privadas vaicontribuir decisivamente para as mudanças nasprofissões. O modelo de médicos e advogadosisolados, exercendo suas atividades liberais, ésubstituído pelo dos economistas, engenheiros earquitetos, trabalhando no seio de grandesorganizações (NÓVOA, 1987, p. 36-37, grifo do autor).

OBS.: [...] supressão; [ ] interpolações, comentários ... ;

Ênfase ou destaque no texto: grifo, negrito, itálico ...;

Grifo nosso; grifo do autor; tradução nossa...

NAS CITAÇÕES EM QUE HÁ COINCIDÊNCIA DE

SOBRENOMES DOS AUTORES ACRESCENTAM-SE AS

INICIAIS DE SEUS PRENOMES:

(SOUSA, D., 2003, P.123); (SOUSA, E., 2003, P. 103)

OBS.: Se mesmo assim existir coincidência, colocam-se

os prenomes por extenso (SOUSA, Eliane, 2004, P. 127)

CITAÇÃO DE DIVERSAS OBRAS DE UM MESMO

AUTOR PUBLICADAS NO MESMO ANO:

• Michel Foucault (1979a, p. 170); Michel Foucault (1979b,

p. 81)

CITAÇÕES DE DADOS OBTIDOS POR INFORMAÇÃO

Page 95: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

95

UESPI/NEAD Letras Espanhol

ORAL (debates, conferências, comunicações etc.)

• Indicar, entre parênteses, a expressão “informação verbal”;

• Utilizar notas de rodapé

NOTAS DE RODAPÉ (NBR 10.520 / 2002)

• São indicações, observações ou aditamentos que o autor

faz ao texto;

• São digitadas (NBR 14.724)1 dentro das margens, ficando

separadas do texto por um filete de linha de 3cm a partir da margem

esquerda;

• O texto das notas de rodapé deve ter espaço simples

entre linhas e letra tamanho 10;

• As Notas de Rodapé são informações que não foram

incluídas no texto, por quebrarem a seqüência do mesmo.

• As notas de rodapé são simbolizadas por *, §, ,ou em

algarismos arábicos quando o texto exigir mais de uma nota: 1, 2,

3...

AS CITAÇÕES DO MESMO AUTOR E MESMA OBRA

SUBSEQUENTES NO TEXTO PODEM SER REFERENCIADAS

DE FORMA ABREVIADA:

Idem – mesmo autor – Id.;

______________________

FOUCAULT, 1979, P. 120.

Id., 2000, p. 225.

Ibidem – na mesma obra – Ibid.;

Page 96: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

96

Os caminhos da pesquisa científica

______________________

SAVIANI, 2000, P. 174

Ibid., p. 190.

Confira – Cf.; Obra citada – op. cit.

Apud – citado por, conforme, segundo (pode ser utilizada

dentro e fora do texto):

Segundo Silva (2000 apud ABREU, 2003, P. 55) a

educação...

O discurso e a temática da inclusão para os dirigentes do

sistema educacional brasileiro “é parte de uma

política...”(MARQUES, 2002, P. 123 apud DIAS, 2004, P. 146-147).

CITAÇÕES NA LISTA DE REFERÊNCIAS (ABNT-NBR

14.724 / 2002 e 6.023 / 2000)

Com um autor

• Entrada pelo último sobrenome do autor em letras

maiúsculas; seguido de vírgula e do(s) prenome(s) e sobrenome(s);

ponto; título da obra em negrito; dois pontos e subtítulo se houver;

número de edição se for a partir da segunda; local; dois pontos;

editora; ano da publicação; número de páginas.

• ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz. Nordestino:

uma invenção do falo – Uma história do gênero masculino

(Nordeste – 1920/1940) . Maceió: Catavento, 2003, 256 p.

• FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder . Tradução:

Roberto Machado. 16ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979, 295 P.

Obs.: nomes de autores terminados com filho, Junior ,

neto; a entrada deve ter , além do último sobrenome, o

Page 97: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

97

UESPI/NEAD Letras Espanhol

sobrenome que o antecede.

Com dois autores

• A entrada deve ser feita pelo nome do primeiro autor que

aparece na publicação, seguido de ponto e vírgula e do nome do

segundo autor, seguido dos outros elementos.

• SOUSA, Valquíria Alencar de; CARVALHO, Maria Eulina

de. Por uma educação escolar não-sexista . João Pessoa:

Editora Universitária/UFPB, 2003. 127 p.

Com três ou mais autores

• PARO, V.H.; FERRETI, C.J.; VIANNA, C.P.; SOUZA, D.T.

Escola de tempo integral: desafio para o ensino público . São

Paulo, Cortez, 1988.

Obs.: Pode ser com indicação completa só do primeiro

autor:

• PARO, V.H. et al. Escola de tempo integral: desafio

para o ensino público . São Paulo, Cortez, 1988.

Autor repetido na lista de referências bibliográficas

• ALMEIDA, Miguel Vale de. Senhores de si: uma

interpretação antropológica da masculinidade . Lisboa: Fim de

Século, 1995. 264 p.

• ________. Gênero, masculinidade e poder: revendo

um caso do sul de Portugal . Anuário antropológico/95. Rio de

Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996, p. 161 – 189.

Título e autor repetidos

• ________.________. 3. ed. São Paulo: Ed. Vozes, 2002,

235 p.

Page 98: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

98

Os caminhos da pesquisa científica

Autores corporativos (entidades coletivas,

governamentais, públicas, particulares, etc).

• BRASIL. Ministério da Indústria e Comércio. Secretaria

de Tecnologia Industrial. Indústria de não ferrosos: p anorama

atual e previsões . Brasília, D.F., 1974.

• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Dengue

hemorrágico: diagnóstico, tratamento e controle . Genebra,

1987.

Com indicação de responsabilidade intelectual

(organizador , coordenador , editor , etc.)

• SOARES, I.O., (Org.). Para uma leitura crítica da

publicidade . São Paulo, Paulinas, 1988.

• PINHO, D.B., (Coord.). Manual da economia . São

Paulo: Saraiva, 1988.

• BERKOW, R., (Ed.). Manual Merck de medicina :

diagnóstico e tratamento . 15.ed. São Paulo, Roca, 1989.

Com indicação de tradutor

• FOSKETT, A.C. A abordagem temática da informação .

Trad. de Antonio Agenor Briquet de Lemos. São Paulo: Polígono,

1973.

• FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder . Tradução:

Roberto Machado. 16ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979, 295 P.

Referência de um capítulo de livro, quando o autor

do capítulo não é o autor do livro

• ALVES, Branca Moreira. Feminismo e marxismo . IN:

FIGUEIREDO, Eurico de Lima, (Org.) et all. Por que Marx? Rio de

Page 99: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

99

UESPI/NEAD Letras Espanhol

Janeiro: Edições Graal, 1983. p. 51-61.

Referência de um capítulo de livro, quando o autor

do capítulo é tambem o autor do livro

• ULIVI, Lucia Ubani. A esquerda hegeliana . In: ______.

História da filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 1999, p.

61-76.

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS CONSIDERADAS NO

TODO (coleção)

• REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA . Rio de

Janeiro, IBGE, 1939.

• CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO . Brasília, v.18, n.1, jan./jun.

1989.

Números especiais, suplementos, etc.

• REVISTA POLITÉCNICA. 50 anos de Minas e

Metalurgia: 1939-1989 . São Paulo, v.84, n.202, nov. 1989. Edição

especial.

• REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA. Educação e

aliment ação do pré-escolar . São Paulo, v.15, dez. 1981.

Suplemento.

ARTIGOS DE JORNAIS

• Autor(es) do artigo; 2. Título do artigo; 3. Título do jornal;

4. Local da publicação; 5. Data, dia, mês e ano; 6. Número ou título

do caderno, seção, suplemento; 7. Página(s) do artigo.

Exemplo:

• MARCOS, Prado. Brasil alfabetizado ganha sede

Page 100: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

100

Os caminhos da pesquisa científica

própria . Jornal Meio Norte, Teresina, 13 março, 2006. Caderno

Cidades, p. B/3

• CARDIERI, T.; BRAUNE, P. Negociação: uma arte

essencial . Folha de S. Paulo, São Paulo, 1 mar. 1990. p.F-2.

• MAGYAR, Vera. E não é só Freud que explica . Jornal

da Tarde, São Paulo, 29 out. 1989. p.6.

REFERÊNCIA DE INTERNET (MEIO ELETRÔNICO – NBR

6.023 / 2000) – Artigo, matéria, reportagem publicados em

periódicos, jornais e outros.

• SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro,

nov. 1988. Seção Ponto de Vista. Disponível em http://

www.brasilnet.com.br/contexts/brasilrevistas. Htm. Acesso em: 28

nov. 1988.

• ASPIS, Renata P. L. Avaliar é humano, avaliar humaniza.

<http://www.cbfc.com.br/reflexão.htm> Acesso em: 20 dez 2001.

• GT-CURRÍCULO/ANPED<http://www.urfgs.br/faced/

gtcrric>. Acesso em: 23 jun 2000.

REFERÊNCIA DE ENTREVISTAS PUBLICADAS

• LATTES, César. História da Ciência . Campinas, SP,

1997, Superinteressante, ano 11, nº 5, p. 36-37, maio 1997,

entrevista concedida a Omar Paixão.

REFERÊNCIA DE ENTREVISTA NÃO PUBLICADA

• OTERO, R. Entrevista concedida a Kalil Mussa. Curitiba.

30 set. 1999.

DISSERTAÇÕES, TESES, ETC.

• CARVALHO, José Carlos de Paula. Antropologia das

Page 101: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

101

UESPI/NEAD Letras Espanhol

organizações e educação: um ensaio holonômico . São Paulo,

1988. 287p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação,

Universidade de São Paulo.

• BARROS, Eduardo Judas. Relações públicas no

Terceiro Mundo . São Paulo, 1988. 174p. Tese (Doutorado) -

Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo.

• MARTINS, Carlos Roberto. Imagem da escola: um

estudo de atitudes entre estudantes universitários . Piracicaba,

1988. 274p. Tese (Livre Docência) - Escola Superior de Agricultura

“Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.

• MORGADO, M.L.C. Reimplante dentário . São Paulo,

1990. 51p. Monografia (Curso de Especialização) - Faculdade

de Odontologia, Universidade Camilo Castelo Branco.

EVENTOS CIENTÍFICOS (Congressos, Seminários,

Simpósios, etc.)

Considerados no todo

• SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS, 5., Porto Alegre, 1987. Anais. Porto Alegre,

Biblioteca Central da UFRGS, 1987. 2v.

• CONGRESSO NACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS

ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS, 3.; ENCONTRO

INTERNACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS DE LÍNGUA

PORTUGUESA, 1., Lisboa, 1990. Actas. Lisboa, Associação

Portuguesa de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas, 1990.

v.1.

Trabalho apresent ado e publicado em Anais

• MACEDO, N.D. Conceitos e diretrizes para o serviço de

Page 102: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

102

Os caminhos da pesquisa científica

referência; primeiros passos para sua discussão. In: SEMINÁRIO

NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 4, Campinas,

1985. Anais. Campinas, UNICAMP, 1985. p.239-53.

Trabalho apresent ado e divulgado como artigo

• VARGAS, M. Disciplinas humanísticas na Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo. Revista da Sociedade

Brasileira de História da Ciência, n.3, p.169-71, 1989. Número

especial. /Apresentado ao 2. Seminário Latino-Americano sobre

Alternativas de Ensino da História da Ciência e da Tecnologia, São

Paulo, 1987.

• BARBIERI, Iris. Participação dos Estados e Municípios

nas receitas tributárias e no ensino. Ciência e Cultura, v.41, n.7,

p.131, 1989. Suplemento. /Apresentado à 41. Reunião Anual da

SBPC, Fortaleza, 1989 - Resumo/

DOCUMENTOS LEGISLATIVOS*

Legislação

• BRASIL, Leis etc. Estatuto dos funcionários públicos

civis da União, lei n.1711 de 28 de outubro de 1952. 3.ed. São

Paulo, Atlas, 1981.

• BRASIL, Leis etc. Lei nº 7.679 de 23 de novembro de

1988. Dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos

de reprodução. Diário Oficial da União, Brasília, D.F., 05 dez. 1988.

Seção 1, p.10.

• BRASIL, Leis etc. Lei nº 7960 de 21 de dezembro de

1989. Dispõe sobre prisão temporária. Lex: Coletânea de

Legislação e Jurisprudência, Brasília, v.53, n.36, p.1029, 1989.

• SÃO PAULO (Estado). Leis etc. Decreto nº 31.425 de

19 de abril de 1990. Dispõe sobre o funcionamento das repartições

Page 103: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

103

UESPI/NEAD Letras Espanhol

públicas estaduais no dia 30 de abril de 1990. Diário Oficial do

Estado, São Paulo, 20 abr. 1990. Seção 1, p.1.

• BRASIL. Senado Federal. Resolução nº 81 de 11 de

dezembro de 1989. Suspende a execução de expressões contidas

no Decreto-Lei nº 1089, de 2 de março de 1970. Lex: Coletânea

de Legislação e Jurisprudência, São Paulo, v.53, n.35, p.955, 1989.

• BRASIL. Presidência da República. Secretaria do Meio

Ambiente. Portaria nº 568 de 16 de abril de 1990. Retifica a portaria

nº 577390-p de 11 de abril de 1990. Diário Oficial da União,

Brasília, 19 abr. 1990. Seção 2, p.1858.

Constituição

• BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República

Federativa do Brasil, 1988. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais,

1989.

• BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República

Federativa do Brasil: 3º parágrafo do artigo 192. Revista de Direito

Público, São Paulo, v.31, n.88, p.173, 1988.

Filmes

• A SEMANA de 22 (filme) Direção de Susana do Amaral

Resende. São Paulo, ECA/USP, 1970. 14min. bp. son. 35mm.

• STANDAR OIL COMPANY. Cidade lar (filme) EUA, 1970.

14min. color. son. 16mm.

Vídeo

• OS PERIGOS do uso de tóxicos (filme-vídeo) Produção

de Jorge Ramos de Andrade; coordenação de Maria Isabel

Azevedo. São Paulo, CERAVI, 1983. 1 cassete VHS, 30 min.

Page 104: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

104

Os caminhos da pesquisa científica

color. son.

• SALES, João Moreira. América (filme-vídeo). Brasil,

1956. 1 cassete VHS, 120 min. color.

Transp arências

• O QUE ACREDITAR em relação à maconha

(transparência) São Paulo, CERAVI, 1985. 22 transparências (2

superposições soltas) color. 25 x 20 cm.

4.2 ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO ORAL DO TRABALHO DE

CONCLUSÃO DO CURSO

INICIAR COM O CABEÇALHO CENTRALIZADO

TITULO DO TRABALHO:

AUTOR (A) DO TRABALHO:

1. JUSTIFICATIVA (somente fala)

2. PROBLEMA (por escrito/fala)

3. OBJETIVOS:

3.1. GERAL: (por escrito/fala)

3.2. ESPECÍFICOS: (por escrito/fala)

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: (por escrito/fala)

Autor (ano); Autor (ano) ... e principal contribuição de cada um(a)

5. METODOLOGIA OU PERCURSO METODOLÓGICO: (por

escrito e em tópicos/fala)

6. ESTRUTURA DO TEXTO:

Page 105: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

105

UESPI/NEAD Letras Espanhol

6.1. TÍTULO DO CAPÍTULO I (por escrito e em tópicos/fala)

Itens com as ideias-chave ou desenvolvimento de cálculos, inclusive

citações de autores.

a. TÍTULO DO CAPÍTULO II (por escrito e em tópicos/fala)

Itens com as ideias-chave do texto, inclusive com depoimentos,

demonstrações de práticas, tabelas e ilustrações (se houver).

b) CONCLUSÕES (por escrito e em tópicos/fala)

Colocar aqui em itens as conclusões que alcançou com a pesquisa

e, se for o caso, colocar também as proposições para intervenção

na realidade pesquisada.

OBS.: Lembre-se! O tempo de apresentação é de 20

minutos, utilizando-se entre 12 e 16 slides ou demonstração em

quadro formicado ou lousa eletrônica. Para slides utiliza-se letra

tamanho entre 20 e 28 e para retro-projetor letra 18, fonte Times

New Roman ou Arial.

PROFESSORES E ALUNOS EM LABORATÓRIO DE

PESQUISA NA UESPI PARA APRESENTAÇÃO DE

MONOGRAFIAS DE CONCLUSÃO DE CURSO

Page 106: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

106

Os caminhos da pesquisa científica

FONTE: Arquivos do Programa “Caminhos da Pesquisa-Ação” – PREX/UESPI

Page 107: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

107

UESPI/NEAD Letras Espanhol

4.3 FICHA DE AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

CURSO:

DICISCIPLINA:

PROFESSOR: MsC JÂNIO JORGE VIEIRA DE ABREU

Ficha de avaliação da banca examinadora

ALUNO(A):

____________________________________________________________

TÍTULO DO TRABALHO:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

PROFESSOR(A) AVALIADOR(A)

_______________________________________________________________

A) TRABALHO ESCRITO (de 0,0 a 06 pontos)

1. Apresentação gráfica: uso e aplicação das normas da ABNT

(elementos: pré-textuais, textuais e

pós-textuais):

VALOR MÁXIMO 1,0 __________________

2. Escolha e apresentação do tema; adequação dos objetivos;

referencial teórico e metodologia adotada na pesquisa:

VALOR MÁXIMO 3,0 __________________

Page 108: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

108

Os caminhos da pesquisa científica

3. Estrutura do texto: estrutura lógica das ideias expostas no

desenvolvimento do trabalho; coerência e coesão textual

VALOR MÁXIMO 2,0 __________________

TOTAL ALCANÇADO NO TRABALHO ESCRITO

_________________________________________

B) APRESENTAÇÃO (de 0,0 a 04 pontos)

1. Recursos utilizados (valor máximo 0,5)

________________________

2. Distribuição e dosagem do conteúdo na exposição (valor

máximo 1,0) _________________

3. Domínio do conteúdo, capacidade de síntese, segurança na

exposição e desenvoltura oral

(valor máximo 2,5) ____________________

TOTAL ALCANÇADO NA APRESENTAÇÃO________________

C) 0,0 à 6,9 = Insuficiente; 7,0 à 7,9 = Suficiente.; 8,0 à 8,9 = Bom;

9,0 à 9,9 = Muito Bom ; 10,0 = Pleno

C) NOTA OU CONCEITO GERAL ALCANÇADO ____________

Teresina (PI), ________ / __________________ / ________

Assinatura do(a) Professore(a)

________________________________________________________________

Page 109: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

109

UESPI/NEAD Letras Espanhol

4.3 ATIVIDADES

1. Consultar as normas da ABNT vigente e, considerando sua

temática de estudo, apresentar um modelo para os seguintes

elementos pré-textuais (1,5 pontos):

a) Capa da monografia;

b) Folha de rosto da monografia;

c) Folha de Aprovação da monografia;

d) Expor os aspectos do texto que devem compor o resumo da

monografia;

e) Uma proposta de sumário para sua monografia.

2. Considerando os elementos textuais da monografia, apresente

os aspectos a serem contemplados na introdução, no

desenvolvimento e nas conclusões do texto monográfico (1,0

ponto).

4. Considerando o estudo integral de uma obra, apresentar 02

exemplos de referências em lista de final de texto utilizando uma

obra com autoria individual e uma obra em co-autoria com mais

de dois autores (1,0 ponto).

5. Considere o estudo parcial (artigo ou capítulo) de uma obra

publicada em coletânea e apresente um exemplo de referência

em lista de final de texto (0,5 ponto):

6. Apresente dois exemplos de referências na lista considerando

os seguintes documentos legislativos: uma lei e uma constituição

nacional ou regional (1,0 ponto).

Page 110: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

110

Os caminhos da pesquisa científica

7. Apresentar um exemplo de referência na lista para os

seguintes documentos: um texto consultado em meio eletrônico;

um texto consultado em anais de eventos científicos; um texto

consultado em revistas temáticas e um texto consultado em

jornais do Piauí ou Brasil (1,5 ponto).

8. Considerando as citações no texto da monografia, apresentar

exemplos das seguintes situações: uma citação direta com até 3

linhas; uma citação direta com mais de 3 linhas e uma citação

indireta (1,5 ponto).

9. Consulte a ABNT vigente e apresente os seguintes conceitos:

Nota de Rodapé; conclusões; Apêndices e Anexos (1,0 ponto).

10. Considerando a apresentação gráfica do texto da

monografia, apresente o espaço e tamanho recomendado pela

ABNT vigente para os seguintes elementos (1,0 ponto):

a) Margens: Superior ______ ; Inferior ______; Esquerda _____;

Direita _____;

b) Recuo de parágrafos: _______; Fonte e tamanho da letra

_________________

c) Espaço entrelinhas: no texto normal _______; na natureza do

trabalho ______; no resumo ______; na nota de rodapé _____;

nas citações diretas com mais de 3 linhas ______; e na lista de

referências ________.

Page 111: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

111

UESPI/NEAD Letras Espanhol

CONCLUSÕES REFLEXIVAS

A tradição cultural brasileira privilegia a condição da

Universidade como lugar de ensino, entendido e, sobretudo

praticado como transmissão de conhecimentos. Mas apesar da

importância dessa função, em nenhuma circunstância pode-se

deixar de entender a Universidade igualmente como lugar priorizado

da produção do conhecimento e, conseqüentemente, como lugar

de pesquisa e extensão. Este problema já vem sendo denunciado

por alguns pesquisadores. Severino (2002) coloca como a principal

causa do fraco desempenho do processo de ensino/aprendizagem

do ensino superior brasileiro, uma enviesada concepção teórica.

Além desse, outro fator denunciado por inúmeros pesquisadores,

é a equivocada postura prática, em decorrência da qual se pretende

lidar com o conhecimento sem se construí-lo efetivamente.

Neste livro, defendemos que o exercício acadêmico, tanto

de professores/ras quanto de alunos/nas, no ensino à distância ou

presencial, seja pautado por uma atitude sistemática de pesquisa,

a ser traduzida e realizada por meio de procedimentos

metodológicos e técnicos, epistemologicamente fundamentados.

Assim, deixaremos de falsear o ensino e aprendizagem e,

conseqüentemente, deixaremos de ser profissionais reprodutores

de estudo e de conhecimentos e passaremos a ser recriadores e

descobridores da novidade. A recriação é o produto da síntese

que resulta da relação entre as referências e as experiências

próprias para construção de algo novo. Temos que pesquisar. Temos

que ter os nossos textos. Temos que ter as nossas próprias

mensagens. Podemos e devemos também ser lidos e considerados

na academia e isso só se faz com pesquisa, com descobertas,

com reflexões conclusivas.

Page 112: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

112

Os caminhos da pesquisa científica

Ao invés de uma experiência teórica de uma disciplina ou

um curso de curta duração em que os participantes assimilem

conceitos passageiros e desvinculados de sua realidade

acadêmica, esperamos um aprendizado reflexivo, que as pessoas

se encontrem como pesquisadores ou se façam e refaçam no

processo. A ideia é dar ênfase à necessidade da inquietação

natural ou de propiciar a decisão ontológica e gnosiológica do

investigador.

O privilégio cultural que conquistamos em um curso de pós-

graduação, deve se revestir de um compromisso com os estudos

para produção e difusão do conhecimento. E a vida acadêmica,

com seus momentos difíceis e felizes, na convivência ou na

divergência de práticas e de pensamentos, é um espaço, não único,

mas privilegiado, para conduzirmos um processo de aprendizagem

que proporcione nossa própria mudança.

Estejamos conscientes do confronto com uma realidade

que desafia nossa sapiência, mas que é o sentido de nossa

trajetória – estudar, aprender, pesquisar, descobrir, difundir

conhecimentos em busca da excelência humana. A nossa tarefa é

fazer da ciência um caminho de libertação.

Neste sentido, respeitadas as boas iniciativas já existentes

em outras universidades ou faculdades e considerando a prática

de pesquisa já efetivada em nossa própria instituição ou nosso

meio acadêmico da Universidade Estadual do Piauí, esperamos

contribuir com mais uma experiência que possa oferecer

oportunidades de investigações sistemáticas e qualitativas no

sentido de habilitar o profissional para a pesquisa social.

Page 113: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

113

UESPI/NEAD Letras Espanhol

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR15287; 14724: informação e documentação – projeto depesquisa – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio deJaneiro, 2005, 9 p.

_________. NBR 6023: informação e documentação –referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002, 24 p.

_________. NBR 10520: informação e documentação –citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro. 2002,7 p.

BAUER, Maritin W. e GASKE, George (editors). Pesquisaqualitativa com texto, imagem e som : um manual prático.Tradução: Pedrinho A. Guareschi. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes,

2002, 516 p.

BOGDAN, Robert C. e BIKLEN, Sari Knoop. Investigaçãoqualitativa em educação . São Paulo: Porto Editora, 1994.

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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria.Metodologia científica : ciência e conhecimento científico,métodos científicos, teoria, hipóteses e variáveis ... 5 ed. SãoPaulo: ATLAS, 2010.

_______. Metodologia do trabalho científico : procedimentosbásicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações etrabalhos científicos. 7 ed. São Paulo: ATLAS, 2009.

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MINAYO, Maria Cecília de Sousa. O desafio do conhecimento :pesquisa qualitativa em saúde. 3 ed. São Paulo: HUCITEC –ABRASCO. 1994.

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OLIVEIRA, Jorge Leite de. Texto acadêmico : técnicas de

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Page 116: Os Caminhos Da Pesquisa Cientifica

116

Os caminhos da pesquisa científica

Profº MSc Jânio Jorge V ieira de Abreu

Cursou Licenciatura Plena em

Pedagogia pela Universidade Federal do

Piauí; Especialização em Supervisão

Escolar pela Universidade Federal do

Piauí e Mestrado em Educação pela

Universidade Federal do Piauí.

Atualmente é Professor Assistente Nivel II em Regime de

Dedicação Exclusiva da Universidade Estadual do Piauí – UESPI,

lotado na Unidade Universitária do Campus Clóvis Moura onde atua

na área de Educação com ênfase na Pesquisa Educacional,

Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação e Fundamentos

Epistemológicos da Pedagogia.

Entre outras atividades, idealizou e desenvolve atualmente

o Programa de Pesquisa e Extensão “Caminhos da Pesquisa -

Ação” em colaboração com um grupo de estudantes de graduação

do Campus Clóvis Moura - UESPI. É membro do Comitê Interno

de Pesquisa da UESPI; Foi membro da Comissão Permanente

para Realização de Concursos Públicos para o Quadro de

Professores Efetivos da UESPI; participou da Comissão para

revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI e

elaboração do Projeto Político Institucional - PPI da UESPI em 2010;

De novembro de 2009 a janeiro de 2010 assumiu a Assessoria

Pedagógica do Núcleo de Educação a Distância e Universidade

Aberta do Brasil – UESPI;

No período de dezembro de 2004 a dezembro de 2009

participou como representante da UESPI do Projeto de Intercâmbio

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

Brasil/Itália, uma parceria com a Universidade Federal do Piauí e

Universidade de Estudos de Verona – Itália, cujo trabalho lhe

proporcionou a experiência de missões de pesquisa nacionais e

internacionais com Decreto Governamental e carta de apresentação

do então Governador do Estado do Piauí. Entre as missões

realizadas: três congressos no Centro de Formação de

Professores da Universidade de Estudos de Verona – Itália, onde

fez exposições sobre experiências de pesquisas desenvolvidas

em comunidades de classes populares de Teresina (PI) e fez

intercâmbio com pesquisadores de universidades italianas,

argentinas, paquistanesas etc. e ministrou palestra sobre o

processo de escolarização das classes populares brasileiras.

Na Europa participou e ministrou oficinas no Master da

UNIVR – Itália e fez visitas a instituições educativas e Centros de

Cultura de Roma, Florência, Veneza e Verona - Itália. Participou de

um encontro protocolar com uma educadora de línguas em Basiléa

– Suíça e apresentou e publicou trabalhos em diversos eventos

dos Programas de Pós-Graduação de Universidades Brasileiras,

entre elas: UFMA, UFS, UFPB, UFRN, UFPI, UNB e outras. Publicou

diversos trabalhos, inclusive em livros. Atualmente, além das

atividades docentes, coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisa-

Ação Social e Educativa – NEPASE vinculado ao Programa

Caminhos da Pesquisa-Ação – PREX-UESPI e o Curso de

Especialização em Docência do Ensino Superior do Campus

Clóvis Moura – UESPI.

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Os caminhos da pesquisa científica

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UESPI/NEAD Letras Espanhol

AVALIAÇÃO DO LIVRO

Prezado(a) cursista:

Visando melhorar a qualidade do material didático, gostaríamos querespondesse aos questionamentos abaixo, com presteza e discernimento.Após, entregue a seu tutor esta avaliação. Não é necessário identificar-se.

Unidade:____________ Município: _________________

Disciplina:___________ Data: ____________________

1. No que se refere a este material, a qualidade gráfica está visualmente

clara e atraente

( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM

2. Quanto ao conteúdo, está coerente, contextualizado à sua prática de

estudos

( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM

3. Quanto às atividades do material, estão relacionadas aos conteúdos

estudados e compreensíveis para possíveis respostas.

( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM

4. Coloque abaixo suas sugestões para melhorar a qualidade deste e de

outros materiais.

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