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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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PORTFÓLIO: INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA E DE

RECUPERAÇÃO PARALELA DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM

GEOGRAFIA

CADERNO PEDAGÓGICO

VIA PLANO DE TRABALHO DOCENTE (Dirigido a Professores e Alunos)

PROFESSOR PDE- TURMA 2014

1 FICHA CATALOGRÁFICA

Quadro 1: Ficha Catalográfica

Título: Portfólio: Instrumento de Avaliação Formativa e de Recuperação Paralela do Processo Ensino-Aprendizagem em Geografia

Autor Carla Adriane Lopes Gomes Navas

Disciplina/Área Geografia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Escola Estadual Valdir Umberto de Azevedo

Rua Londrina, nº 300- Conjunto Habitacional Morumbi.

Município da escola Cambé

Núcleo Regional de Educação

Londrina

Professor Orientador Prof.ª Dr.ª Margarida de Cassia Campos

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Londrina- UEL

Relação Interdisciplinar Geografia e Língua Portuguesa

Este Caderno Pedagógico, constituído por várias Unidades Didáticas, viabilizadas por um Plano de Trabalho Docente, foi desenvolvido para definir estratégias de ação que contemplassem atividades

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Resumo

diversificadas e avaliações mais interativas e formativas para investigar a relação existente entre os conceitos e as categorias da ciência geográfica como lugar, paisagem e espaço geográfico (conceitos científicos) e sua estruturação em conceitos escolares (conceitos científicos articulados aos conceitos cotidianos) dos alunos e seu papel na formação do raciocínio geográfico. O objetivo é pensar e repensar a avaliação na escola, em especial a avaliação relacionada à disciplina de Geografia, refletindo sobre o que avaliar, para que avaliar e como avaliar. A proposta de intervenção pedagógica deve-se à inquietação dos professores frente aos resultados negativos apresentados pelos alunos nas avaliações formais, os quais vêm se refletindo, também, nas avaliações institucionais. Nesse sentido, percebe-se a importância de buscar alternativas mais criativas e aplicar novos instrumentos avaliativos, visando fornecer informações, tanto para os docentes quanto para os discentes a respeito dos resultados alcançados durante o processo ensino-aprendizagem. A escolha pela construção e reconstrução do Portfólio partiu do fato de que este pode ser um instrumento alternativo de avaliação formativa, autoavaliação e/ou recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual o aluno torna-se sujeito de sua aprendizagem e o professor assume o papel de mediador do processo, pois acompanha todos os passos do educando, podendo auxiliá-lo em suas dificuldades.

Palavras-chave

Avaliação Formativa; Plano de Trabalho Docente; Portfólio; Ensino de Geografia.

Produção Didático-Pedagógica

Caderno Pedagógico Via Plano de Trabalho Docente

Público Alvo

Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e professores de Geografia

Fonte: Elaborado pelo Autor.

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APRESENTAÇÃO

Foto1: Fachada da Escola Estadual Valdir Umberto de Azevedo

Fonte: Arquivo próprio, 2014.

O Caderno Pedagógico, constituído por várias Unidades Didáticas, é um

material elaborado a partir de estudos e orientações ofertados pelo Programa de

Desenvolvimento Educacional-PDE, que norteará o desenvolvimento do Projeto-

Portfólio: Instrumento de Avaliação Formativa e de Recuperação Paralela do

Processo Ensino-Aprendizagem em Geografia, a ser aplicado com os alunos do 6º

ano do Ensino Fundamental II, da Escola Estadual Valdir Umberto de Azevedo no

Município de Cambé- Paraná.

O tema proposto foi escolhido a partir das reflexões ocorridas nas reuniões

pedagógicas e nos conselhos escolares dos anos anteriores, onde foi identificada a

insatisfação dos professores do Ensino Fundamental II, em especial na disciplina de

Geografia, no que se refere aos resultados obtidos nas avaliações formais. Os

educadores, ao observarem os altos índices de reprovação na referida disciplina,

perceberam que os resultados apresentados, principalmente nas avaliações escritas

dos alunos do 6º ano, foram, em sua maioria, inferiores aos resultados de outros

instrumentos avaliativos mais interativos como: trabalhos, maquetes, pesquisas e

seminários. No entanto, no Projeto Político Pedagógico da escola (PPP), as

avaliações formais em todas as disciplinas devem representar 60% da nota do

trimestre.

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Na escola é desenvolvido um trabalho muito relevante com relação à

avaliação, sendo que o assunto é discutido e estudado frequentemente pelo corpo

docente e pela equipe pedagógica. No entanto, os resultados não estão sendo

satisfatórios.

A avaliação qualitativa e contínua é reconhecida na atual Lei de Diretrizes e

Base da Educação Nacional (LDB)- Lei 9394/96, no Artigo 24:

V. A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar.

Nessa perspectiva, Hoffmann (1993, p.21) ressalta que “A avaliação deixa

de ser um momento do processo educativo (como hoje é concebida) para se

transformar na busca incessante de compreensão das dificuldades do educando e

na dinamização de novas oportunidades de conhecimento”.

Partindo de tal pressuposto, deve-se considerar que os educandos possuem

ritmos de aprendizagem diferentes, avanços e dificuldades e que estes devem ser

observados e considerados, possibilitando ao docente a intervenção necessária

durante todo o processo pedagógico. Assim, cabe ao docente preparar as atividades

e procurar alternativas e instrumentos variados para que todos os alunos se

apropriem dos conteúdos e demonstrem um posicionamento crítico frente aos

diferentes contextos sociais.

Dessa forma, pretende-se investigar e propor alternativas para uma

avaliação mais interativa e formativa, visto que, muitas vezes, a utilização somente

de um mesmo instrumento avaliativo no ensino de Geografia, reduz a possibilidade

de o professor observar os diversos processos cognitivos dos alunos, tais como:

observação, compreensão, comparação, questionamento, percepção, descrição,

síntese, argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de

hipóteses, entre outros.

As Diretrizes Curriculares Estaduais destacam que:

O processo de avaliação em Geografia deve considerar a mudança de pensamento e atitude do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino-aprendizagem, quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos alunos. (PARANÁ, 2008, p.85).

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A Geografia é uma disciplina fundamental na formação do educando,

porque, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), “ela oferece

instrumentos essenciais para a compreensão e a intervenção na realidade social”.

(BRASIL, 1998, p.15). O mesmo documento afirma, ainda, que:

Por meio dela podemos compreender como diferentes sociedades interagem com a natureza na construção de seu espaço, as singularidades do lugar em que vivemos, o que o diferencia e aproxima dos outros lugares e, assim, adquirir uma consciência maior dos vínculos afetivos e de identidade que estabelecemos com ele. Também podemos conhecer as múltiplas relações de um lugar com outros lugares, distantes no tempo e no espaço e perceber as relações do passado com o presente. (BRASIL, 1998, p.15)

Portanto, é no estudo da Geografia que o aluno pode observar, compreender

e reconhecer as relações existentes entre a sociedade e a natureza e as relações

que compõem o espaço geográfico, em diferentes escalas, partindo do cotidiano,

local de vivência, da sua realidade para o espaço global.

Nesse sentido, principalmente nas aulas de Geografia, é necessário que o

docente selecione a metodologia, as atividades, as estratégias, e as avaliações

escolares sejam pensadas e organizadas de acordo com os objetivos, isto é, de

forma contextualizada, problematizada e instigante, tendo como foco o

desenvolvimento do raciocínio geográfico e a construção do conhecimento durante o

processo educativo escolar.

Segundo Freire, (1996, p.71), “o ideal é que cedo ou tarde, se invente uma

forma pela qual os educandos possam participar da avaliação. É que o trabalho do

professor é o trabalho do professor com os alunos não do professor consigo

mesmo”. A avaliação no contexto escolar deve, então, possibilitar o trabalho em

conjunto, do professor com os alunos, visando à ajuda imediata ao educando no

processo ensino-aprendizagem.

Sob esse enfoque, a avaliação formativa possibilita ao professor observar,

analisar, refletir, acompanhar e registrar passo a passo os seus alunos, a fim de

contribuir para que todos possam alcançar, com sucesso, os objetivos e as

aprendizagens pretendidas e estabelecidas no Plano de Trabalho Docente.

Diante do exposto, percebe-se a importância de buscar alternativas mais

criativas e aplicar novos instrumentos avaliativos, visando fornecer informações,

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tanto para os docentes quanto para os alunos, com relação aos resultados atingidos

durante o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Geografia. Também,

será possível ao docente ajustar as ações pedagógicas sempre que lhes forem

pertinentes e aos alunos acompanharem os seus avanços e as suas dificuldades,

permitindo, ainda, mudanças necessárias nas estratégias de ensino- aprendizagem.

Levando-se em consideração que a partir da avaliação escolar é também

possível analisar e investigar a prática pedagógica do docente, a proposta é a

construção e a reconstrução do Portfólio como um instrumento de avaliação

formativa, autoavaliação e/ou recuperação paralela do processo ensino-

aprendizagem na disciplina de Geografia, em uma das turmas dos sextos anos do

Ensino Fundamental II. Nesse sentido, a proposta visa utilizar esse recurso como um

instrumento de acompanhamento, retomada e desenvolvimento dos educandos,

contribuindo assim, com a melhoria na qualidade do processo ensino-aprendizagem

na disciplina de Geografia.

Na elaboração do Portfólio em Geografia, o aluno tem a oportunidade de

refletir, justificar, contextualizar e explicar a realidade, a partir de temas/ conteúdos

que o ajudam a dialogar com o seu lugar-mundo, tendo em vista que cabe a esta

disciplina despertar para a leitura de mundo, ou seja, propiciar ao educando um

despertar para a realidade local via ações pedagógicas que favoreçam a sua

formação enquanto um cidadão atuante, consciente e participativo na sociedade

atual.

Um dos motivos que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa

sobre avaliação do processo ensino-aprendizagem na disciplina de Geografia foi

buscar alternativas para que o aluno compreendesse o verdadeiro sentido da

avaliação escolar; ou seja, que esta faz parte da aprendizagem e que é de

responsabilidade dele, também, a construção e a reconstrução do conhecimento

geográfico.

Sendo assim, Filizola (2009, p.31) destaca “o que ensinar e como ensinar, o

que avaliar e como avaliar exige a compreensão dos modos como a criança e o

jovem aprendem e podem ser motivados a aprender”.

Este Caderno Pedagógico foi pensado, levando em consideração a

realidade da escola, as observações, as anotações diárias, as discussões e os

resultados das avaliações dos alunos nos anos anteriores.

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A intenção é propor e operacionalizar formas alternativas de avaliação mais

interativa e formativa na disciplina de Geografia, com o uso do Portfólio e também

contribuir com a prática pedagógica do professor de Geografia, orientando os

docentes no desenvolvimento dos estudos sobre Avaliação Formativa,

oportunizando diferentes tipos de atividades e materiais pedagógicos, que

favoreçam o desenvolvimento do raciocínio geográfico, por meio das relações

possíveis entre o conhecimento científico da ciência geográfica e os saberes

cotidianos construídos pelos alunos em situações escolares, transpostos

didaticamente, por meio de um Plano de Trabalho Docente (PTD).

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Ao assumir uma proposta de trabalho com o Ensino de Geografia que dá

ênfase no desenvolvimento do raciocínio geográfico e na construção dos

conhecimentos necessários para o entendimento das relações sociais, econômicas,

históricas, culturais, políticas e ambientais presentes no espaço geográfico, é preciso

pensar e repensar as práticas cotidianas em sala de aula, necessariamente, a

respeito da metodologia que será adotada para que as práticas realmente se

efetivem.

Nesse sentido, com o intuito de permitir que os alunos se apropriem dos

conceitos e categorias fundamentais da Geografia e compreendam como ocorrem o

processo de produção, construção e transformação do espaço geográfico, o docente

deverá aprofundar os conceitos básicos que fundamentem o entendimento e a

crítica à organização espacial.

Para Cavalcanti, um ponto relevante para se refletir sobre a construção dos

conhecimentos geográficos na escola é se ater sobre o papel e a importância da

Geografia para a vida dos alunos:

[...] esse papel é o de prover bases e meios de desenvolvimento e

ampliação da capacidade dos alunos de apreensão da realidade do ponto de vista da espacialidade, ou seja, de compreensão do papel do espaço nas práticas sociais e destas na configuração do espaço. (CAVALCANTI, 1998, p.11).

O aluno deverá compreender que o espaço geográfico é o resultado da

integração entre a dinâmica físico natural e a dinâmica humana social, a partir dos

diferentes níveis de escala de análise geográfica.

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De acordo com as Diretrizes Curriculares de Geografia, o aluno deverá

desenvolver:

[...] a capacidade de analisar os fenômenos geográficos e relaciona- lós, quando possível, entre si. As reflexões podem ser promovidas em torno da aplicação dos conceitos construídos desde os anos iniciais, das especificidades naturais e sociais do espaço em estudo e da compreensão das relações de poder político e econômico que definem regiões e territórios. (PARANÁ, 2008, p.79).

Nesse sentido, a função do ensino de Geografia na escola é desenvolver o

raciocínio geográfico e despertar para uma consciência espacial, ou seja, contribuir

para a formação de um aluno capaz de conhecer e reconhecer o espaço geográfico

nas diversas escalas, e de atuar de maneira crítica e consciente na produção sócio

espacial do seu lugar, no espaço de vivência, na região, no território enfim, de seu

espaço como um todo.

O presente trabalho propõe uma Transposição Didática com sugestões de

atividades diversificadas e avaliações mais interativa e formativa para investigar a

relação existente entre os conceitos e categorias da ciência geográfica como lugar,

paisagem e espaço geográfico (conceitos científicos) e sua estruturação em

conceitos escolares (conceitos científicos articulados aos conceitos cotidianos) dos

alunos e seu papel na formação do raciocínio geográfico, levado a efeito, em termos

de didatização por meio de um Plano de Trabalho Docente, segundo a proposta de

Gasparin (2005). Esta metodologia é baseada na perspectiva histórica- crítica,

provenientes dos estudos de Saviani (1991).

Sob essa perspectiva, serão consideradas as três fases do método dialético

de construção do conhecimento no contexto escolar: prática-teoria-prática

(Vygotsky, 1994), onde o aluno terá um papel ativo na aprendizagem e o professor

será o mediador de todo o processo.

De acordo com Gasparin, essa metodologia dialética do conhecimento

perpassa todo o trabalho docente-discente:

[...] estruturado e desenvolvendo o processo de construção do conhecimento escolar, tanto no que se refere à nova forma de o professor estudar e preparar os conteúdos e elaborar e executar seu projeto de ensino, como às respectivas ações dos alunos. A nova metodologia de ensino-aprendizagem expressa à totalidade do processo pedagógico, dando-lhe centro e direção na construção e reconstrução do conhecimento. Ele dá unidade a todos os elementos que compõem o processo educativo escolar. (GASPARIN, 2005, p.05).

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Neste contexto, ainda, Gasparin ressalta que os conteúdos devem ser

trabalhados:

[...] de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento humano. Isso possibilita evidenciar aos alunos que os conteúdos são sempre uma produção histórica de como os homens conduzem sua vida nas relações sociais de trabalho em cada modo de produção. Consequentemente, os conteúdos reúnem dimensões conceituais, científicas, históricas, econômicas, ideológicas, políticas, culturais, educacionais que devem ser explicitadas e apreendidas no processo ensino-aprendizagem. (GASPARIN, 2005, p.05).

De acordo com essas considerações, o modelo pedagógico inicia-se com a

prática-social na qual o professor e o aluno se encontram igualmente inseridos,

ocupando, porém, posições distintas, condição para que travem uma relação

fecunda na compreensão e encaminhamento da solução dos problemas postos pela

prática social. Dessa forma, identificam-se as questões suscitadas pela prática-social

(problematização), dispondo-se dos instrumentos teóricos e práticos para a sua

compreensão e solução (instrumentalização) e viabilizando sua incorporação como

elemento integrante da própria vida dos alunos (catarse). Esse método dialético de

construção do conhecimento é um processo de análise da realidade, de estudo, de

planejamento e de (re) construção do saber durante a aula.

A Pedagogia Histórico-Crítica é uma prática pedagógica que propõe uma

interação entre o conteúdo e a realidade concreta, visando à transformação da

sociedade por meio da ação-compreensão-ação do educando, que enfoca os

conteúdos e a produção histórico-social de todos os homens.

Para compreender melhor a proposta didática de Gasparin (2005), o quadro

a seguir destaca-se o Plano de Trabalho Docente na Perspectiva Histórico-Crítica:

Quadro 2: Demonstrativo do Plano de Trabalho Docente1

PRÁTICA

TEORIA PRÁTICA

(ZONA DE

DESENVOLVIMENTO

REAL) (ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL)

(ZONA DE

DESENVOLVIMEN

TO POTENCIAL)

Prática social inicial do conteúdo

Problematização Instrumentaliza

ção Catarse

Prática Social Final do

conteúdo

1 OBS: As anotações em itálico foram elaboradas pela autora do trabalho e são referentes às atividades e

avaliações formativas relacionadas aos conceitos e categorias da ciência geográfica.

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1. Apresentação do conteúdo:

- Conceitos e categorias da ciência Geográfica: Paisagem, Lugar e Espaço Geográfico.

a) Vivência cotidiana do conteúdo:

-Questionário de Pesquisa-Geografia.

b) O que o aluno já sabe: visão da totalidade empírica/Mobilização:

Contato com imagens de vídeo e música (paródia) sobre: “A importância da Geografia no cotidiano das pessoas”. (Marcelo Rocha).

Leitura do texto sobre A Geografia no nosso dia-a-dia. Exercícios de leitura e interpretação de texto.

Contato com a Literatura- Geografia de Dona Benta (Monteiro Lobato).

Filme- Brasil Animado e slides para revisão dos conceitos geográficos já estudados nos anos anteriores (Metodologia do Grupo Focal).

Quebra- cabeça: Brasil- Regiões (Cartaz gigante).

Leitura e

2. Identificação e discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo:

-Como é possível inserir positivamente uma Avaliação interativa e formativa, recorrendo ao uso do Portfólio como um instrumento que favoreça o acompanhamento a retomada e o desenvolvimento do raciocínio geográfico, utilizando diferentes linguagens na Geografia Escolar?

-Como é que se pode no Ensino de Geografia propiciar as aproximações entre o saber do aluno (conceitos cotidianos) e as formulações científicas de referência, buscando a ampliação do saber?

(a) Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas:

Aplicação da Técnica Avaliação Formativa – “Enunciados C&D”.

3. Ações docentes e discentes para a construção do conhecimento:

-O que avaliar considerando o raciocínio geográfico?

Leitura e análise do texto: “A Geografia- As paisagens e os lugares”. Debate e discussão sobre o Filme: “Os sem florestas”. Leitura e interpretação do texto: “O meu lugar no mundo”. Leitura e interpretação da música, letra e vídeo: “Da janela lateral”- Ratto. (Isa Coimbra) Aplicação da Técnica de Avaliação Formativa: “Eu costumava pensar... Agora eu sei...”. Observação e interpretação de fotografias do bairro, da cidade e da realidade escolar.

4. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental: Expressão da síntese.

-Por que e para que o Portfólio nas aulas de Geografia?

-Construção e reconstrução do Portfólio como um Instrumento de Avaliação Formativa e de Recuperação Paralela do Processo Ensino-Aprendizagem no Ensino de Geografia.

Aplicação da Técnica de Avaliação Formativa: “Desenhos Anotados dos Alunos”. (Glossário Ilustrado).

Montando o Portfólio (capa, informações pessoais, justificativa, objetivos, registro das atividades e avaliações).

Mapa mental do trajeto da escola até a sua residência. (Paisagem do lugar de vivência do aluno).

Poesia ou poema: O meu lugar no mundo

5. Intenções e ações do aluno:

Autoavaliação do aluno e do professor.

O Portfólio visto pelos alunos da Escola.

Aplicação da Técnica de Avaliação Formativa- “Duas Estrelas e um Desejo”. (Aluno- Professor).

.

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interpretação de mapas e do texto “O Brasil no mundo”.

c) Desafio: o que gostaria de saber a mais?

Questionar os alunos sobre suas expectativas a respeito dos conceitos e categorias da ciência geográfica (lugar, paisagem e espaço geográfico).

Atividades práticas no Laboratório de Informática- Jogos geográficos.

Avaliação Formativa Diagnóstica: Música e vídeo “Como uma Onda”- Lulu Santos.

Aplicação da Técnica de Avaliação Formativa- “Caça ao Intruso”.

Observação e interpretação de imagens e charge.

Avaliação Formativa: Produção de Texto (individual).

Construção do mapa mental representando a paisagem (elementos naturais e os elementos criados pelos seres humanos) da rua onde os alunos vivem.

Leitura e interpretação do poema “A rua diferente”- Carlos Drummond de Andrade.

Recursos humanos e materiais:

Textos impressos, slides, vídeos, filme, fotografias, jogos, máquina fotográfica, rádio, música, imagens, livros de literatura, etc.

globalizado.

Construção do Mapa conceitual sobre os conceitos básicos geográficos.

Filme: “De volta para o futuro”. (Elaborar uma sinopse ou história em quadrinho).

Aplicação da Técnica de Avaliação Formativa- “Pingue- Pongue ou Lançar Bola”.

Estudo do Meio-

Aprender Fazer,

Fazendo?

“Paisagem:

Caminhando,

Fotografando e

Reconhecendo a

Escola e seu

Entorno”.

Produção de croquis geográficos.

Construção de maquetes: Paisagem da Escola e do seu Entorno.

Aplicação da Técnica de Avaliação Formativa- “Cartões Semáforo”.

Criação do Cobertor

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Geográfico.

Workshop/ Painel Demonstrativo: Portfólio- Caminhada Geográfica.

Avaliação: A avaliação é formativa, contínua, acumulativa e processual.

Apresentação e exposição de todas as atividades e avaliações realizadas pelos alunos através do Portfólio.

Fonte: Gasparin, 2005, adaptado por Perfeito, Borges e Ohuschi (2010).

UNIDADE DIDÁTICA VIA PLANO DE TRABALHO DOCENTE

UNIDADE 1: PRÁTICA SOCIAL INICIAL Duração: 08 aulas

Apresentação do Projeto de Intervenção:

Apresentar o Projeto de Intervenção Pedagógica à turma, para que

conheçam a proposta de trabalho que será desenvolvida no decorrer da

implementação do projeto na escola.

Dialogar com os alunos, com o objetivo de investigar os conhecimentos

prévios sobre: O que é Geografia, os conceitos e as categorias fundamentais da

ciência geográfica – Lugar, Paisagem e Espaço Geográfico – buscando aproximar o

lugar de vivência com o conhecimento geográfico sistematizado, relacionando com a

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compreensão das interações entre a natureza e a sociedade ocorridas no mundo.

Será aplicado um questionário individual: Pesquisa sobre - O que é

Geografia?

Vídeo: Paródia- “A importância da Geografia no cotidiano das pessoas”.

(Marcelo Rocha).

Leitura individual e em grupo da paródia: “A importância da Geografia

no cotidiano das pessoas”.

Exercícios de leitura e interpretação das imagens e da letra da paródia.

Leitura individual e interpretação do texto: “A Geografia no nosso dia-a-

dia”. (Nestor André Kaercher).

Sugestão de texto de apoio: “O Universo Bailado das estrelas no

espaço”. Geografia de Dona Benta. (Monteiro Lobato).

Revisão dos conteúdos geográficos fundamentais estudados nos anos

anteriores utilizando o filme “Brasil Animado” e os slides do Power Point.

(Conteúdos: Brasil – um país de muitas diversidades e O Brasil no Mundo).

Metodologia do grupo focal.

Confeccionar e montar o mapa do Brasil- Regiões (Quebra- Cabeça/

Cartaz Gigante).

Texto: O Brasil no Mundo (Leitura e interpretação de texto e mapas).

Atividade prática no Laboratório de Informática: Jogos- Aprendendo

Geografia e Curiosidades sobre os Estados Brasileiros.

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Fonte: Adaptado pelo autor.

Questionário de Pesquisa- Geografia

NOME:______________________________________________________________

SÉRIE/ ANO: __________________ IDADE:______________________________

NOME DA ESCOLA QUE VOCÊ ESTUDOU NO ANO ANTERIOR: _______ __

____________________________________________________________________

ENDEREÇO: _________________________________________________________

BAIRRO: ____________________________________________________________

CIDADE: ____________________________________________________________

1- ASSINALE COM UM (X) A OPÇÃO CORRETA:

2-

VOCÊ GOSTA DA MATÉRIA DE GEOGRAFIA?

(A) SIM, É A QUE MAIS GOSTO.

(B) NÃO GOSTO.

(C) É INDIFERENTE.

SE ASSINALAR A LETRA (A), EXPLIQUE POR QUÊ?__________________________

______________________________________________________________________

SE ASSINALAR A LETRA (B) OU A LETRA (C), EXPLIQUE POR QUÊ?____________

______________________________________________________________________

GEOGRAFIA É?

______________________________________________________________________

PARA QUE SERVE O ESTUDO DA GEOGRAFIA?_____________________________

______________________________________________________________________

O QUE VOCÊ GOSTARIA DE ESTUDAR EM GEOGRAFIA? POR QUÊ? COMO?____

______________________________________________________________________

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A melodia utilizada na paródia foi aversão do Chimarruts – “Do Lado de Cá”

REFLEXÃO GEOGRÁFICA!

Leia a letra da paródia e responda às questões a seguir:

A) A letra da paródia está se referindo a quê?

B) Qual é a importância da GEOGRAFIA para todos nós?

Paródia sobre o tema: “A importância da Geografia no cotidiano das pessoas”.

Marcelo Rocha

Se a GEOGRAFIA não existisse em nossas vidas As coisas passariam sem notar

Fenômenos do mundo em que vivemos Ela nos ajuda a explicar

Com a GEOGRAFIA nos localizamos e sabemos nos encontrar

O mundo se torna simples e assim podemos estudar Com a GEOGRAFIA relevo, planaltos e os climas sabemos diferenciar.

Com a Geografia o clima e o tempo

Nós vamos agora verificar Assim todo dia todos os fenômenos vão estar

Do lado de cá GEOGRAFIA... Do lado de cá GEOGRAFIA...

A vida é agora

Vê se não demora Pra estudar

É só ter vontade e curiosidade E se informar...

Fonte: ROCHA, Marcelo. A importância da Geografia no cotidiano das pessoas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=D0NEBEaQkYk. Acesso em 23 ago. 2014.

Professor, neste momento você poderá trabalhar com o vídeo e com a

letra da Paródia sobre: “A importância da Geografia no cotidiano das

pessoas”. Marcelo Rocha

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C) Grife na letra da paródia as palavras que representam a GEOGRAFIA.

D) Acrescente mais uma estrofe: Com a GEOGRAFIA

____________________.

E) Faça ilustrações para representar a paródia.

REFLEXÃO GEOGRÁFICA!

1-Leitura individual e interpretação do texto. Grifar as palavras chaves de cada

parágrafo.

2-Comentar: Fazemos Geografia no nosso dia-a-dia porque precisamos...

Texto para os alunos: A Geografia no nosso dia-a-dia. Nestor André Kaercher

A palavra geografia vem do grego “geo” = terra, “grafia” = descrição! A

geografia como matéria de escola é muito recente. Só tem um pouco mais de

cem anos. Nasceu na Alemanha em torno de 1880.

Mas, na prática, os homens sempre fizeram geografia porque sempre

ocuparam e deslocaram-se no espaço. Sempre mudamos a natureza, pois é

dela que retiramos o nosso sustento: alimento, casa, móveis, combustíveis,

etc.

A geografia tem a ver com muitas outras ciências, entre elas destacaria:

a) Economia: a natureza tem preço. Só o ar é de graça. Terra, terreno

valem dinheiro.

b) Política: ter espaço é ter poder. Exemplo: ser dono de uma mina de

ouro é melhor que nela trabalhar.

Concluindo: fazemos geografia no nosso dia-a-dia porque precisamos. Fazer

geografia é a própria luta pela sobrevivência. Agora, sem entendermos como

vivem as pessoas desse lugar, sem sacarmos a sociedade, não

entenderemos a geografia. O espaço geográfico é a cara da sociedade.

Fonte: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Et. al. (org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/Associação dos Geógrafos Brasileiros. Seção Porto Alegre, 2003. Organizadores: Helena Copetti Callai, Neiva Otero Schaffer, Nestor André Kaercher. p. 20-21.

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3-Procurar o significado das palavras no dicionário.

SUGESTÃO: ATIVIDADE DE LEITURA PARA O PROFESSOR

É essencial deixar bem claro para os alunos:

*Por que estudar Geografia?

*O que é Geografia?

Para isso você poderá ler o texto de apoio:

“O Ensino de Geografia: Recortes Espaciais para Análise”.

Helena Copetti Callai.

Fonte: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Et. al. (org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/Associação dos Geógrafos Brasileiros. Seção Porto Alegre, 2003. Organizadores: Helena Copetti Callai, Neiva Otero Schaffer, Nestor André Kaercher. p. 57- 63.

O Ensino de Geografia: Recortes Espaciais para Análise. Helena Copetti Callai

Por que estudar Geografia?

Podemos colocar três razões para responder a essa pergunta. Primeiro: para

conhecer o mundo e obter informações, que há muito tempo é o motivo

principal para estudar geografia. Segundo: podemos acrescer que a geografia

é a ciência que estuda, analisa e tenta explicar (conhecer) o espaço produzido

pelo homem. Ao estudar certos tipos de organização do espaço, procura-se

compreender as causas que deram origem ás formas resultantes das relações

entre sociedade e natureza. Para entendê-las, faz-se necessário compreender

como os homens se relacionam entre si. Terceira razão: não é no conteúdo em

si, mas num objetivo maior que dá conta de tudo o mais, qual seja, a formação

do cidadão. Instrumentalizar o aluno fornecer-lhe as condições para que seja

realmente construída a sua cidadania é objetivo da escola, mas á geografia

cabe um papel significativo nesse processo, pelos temas, pelos assuntos que

trata.

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Que Geografia estudar?

A geografia é uma ciência social. Ao ser estudada, tem de considerar o aluno e

a sociedade em que vive. Não pode ser uma coisa alheia, distante, desligada da

realidade. Não pode ser um amontoado de assuntos, ou lugares (partes do

espaço), onde os temas são soltos, sempre defasados ou de difícil (e muitas

vezes inacessível) compreensão pelos alunos. Não pode ser feita apenas de

descrições de lugares distantes ou de fragmentos do espaço.

A geografia que o aluno estuda deve permitir que ele se perceba como

participante do espaço que estuda, onde os fenômenos que ali ocorrem são

resultado da vida e do trabalho dos homens e estão inseridos num processo de

desenvolvimento. Não é aquela geografia que mostra um panorama da terra e

do homem, fazendo uma catalogação enciclopédica e artificial, em que o

espaço considerado e ensinado é fracionado e parcial, e onde o aluno é um ser

neutro, sem vida, sem cultura e sem história. O aluno deve estar dentro daquilo

que está estudando e não fora, deslocado e ausente daquele espaço, como é a

geografia que ainda é muito ensinada na escola: uma geografia que trata o

homem como um fato a mais na paisagem, e não como um ser social e

histórico.

Este é o desafio que temos: fazer da geografia uma disciplina interessante, que

tenha a ver coma vida e não apenas com dados e informações que pareçam

distantes da realidade e na qual se possa compreender o espaço construído

pela sociedade, como resultado da interligação entre o espaço natural, com

todas as suas regras e leis, com o espaço transformado constantemente pelo

homem.

Fonte: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Et. al. (org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/Associação dos Geógrafos Brasileiros. Seção Porto Alegre, 2003. Organizadores: Helena Copetti Callai, Neiva Otero Schaffer, Nestor André Kaercher. P. 58- 63.

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PARA SABER MAIS!

Pensar e Repensar!

Professor: Qual é a Geografia que você está

praticando em suas aulas?

A Literatura pode ser considerada um instrumento a mais no Ensino de

Geografia, pois possibilita a leitura e o desenvolvimento de habilidades

específicas como a capacidade de concentração, interpretação, senso

reflexivo, senso crítico e permite a associação entre o romance e a

realidade. Essa busca por obras literárias de cunho regionalista para

serem trabalhadas nas aulas de Geografia, se destacam no sentido de

que os autores narram “as diferentes percepções do espaço vivido,

tanto nos aspectos sociais e psicológicos das relações com a paisagem,

como nas relações sócio- econômicas”. (LIMA, 2000, p.24).

Professor, você também poderá trabalhar com texto: “O Universo.

Bailado das estrelas no espaço”. Geografia de Dona Benta de

Monteiro Lobato. (LOBATO, 2013, p.12-15).

A narrativa no livro conta a história de uma viagem no tempo e no

espaço através de um navio imaginário de Pedrinho, Narizinho, Emília,

Visconde, Dona Benta e Tia Nastácia.

Fonte: Lobato, Monteiro. Geografia de Dona Benta. O terror dos mares. São Paulo: Globo, 2013.

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PARA SABER MAIS!

REVISÃO DOS CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA DOS ANOS ANTERIORES

Objetivo: Revisar os conteúdos geográficos fundamentais estudados nos

anos anteriores utilizando o filme “Brasil Animado” e os slides no Power Point.

Conteúdos: Brasil- um país de muitas diversidades.

O Brasil no Mundo.

Filme: Brasil Animado (2010). Trailer Oficial.

Fonte: CALTABIANO, Mariana. Brasil Animado. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=2YsfuAdgF6A. Acesso em 23 ago. 2014.

ATIVIDADE PARA OS ALUNOS: Assista ao filme “Brasil Animado”, para

posteriormente debater alguns conceitos geográficos já estudados e relacioná-los

com as atividades seguintes.

Objetivo: Através das imagens e dos desenhos, reconhecer e identificar as

diferentes Paisagens do Brasil. Em círculos, será aplicada a metodologia do Grupo

Focal.

PARA SABER MAIS!

Segundo Santos:

[...] Geografia é uma ciência que estuda o espaço produzido e reproduzido pela sociedade ao longo da História. Ou seja, é o estudo do espaço geográfico, entendendo por espaço “um conjunto de formas contendo cada qual frações da sociedade em movimento”. (SANTOS, 1988, p.27).

De acordo com King o grupo focal é:

[...] essencialmente uma técnica de coleta de dados. Os dados obtidos levam em conta o processo do grupo, tomados como maior do que a soma das opiniões, sentimentos e pontos de vista individuais em jogo. [...] O pesquisador tem a possibilidade de ouvir vários sujeitos ao mesmo tempo, além de observar as interações características do processo grupal. [...] tem como tarefa específica: fornecer informações acerca de um tema anteriormente determinado. (KING, 2004, p.124-126).

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Você já viu as paisagens mostradas no filme “Brasil Animado”? Onde?

As pessoas que vivem nas regiões brasileiras mostradas no filme vivem do

mesmo jeito? Justifique a sua resposta.

O município onde você vive apresenta alguma paisagem semelhante as que

você pode observar no filme? Comente.

Atividade Individual: Confeccionar o mapa do Brasil- Regiões e desenhar as

paisagens específicas que foram identificadas e mostradas durante o filme.

(Os mapas poderão ser fixados na sala de aula ou reunidos formando páginas

de um Caderno- Atlas: Paisagens Brasileiras).

PARA SABER MAIS!

Assistir os slides sobre “O Brasil no Mundo” (revisão), e logo em seguida:

Identificar o Brasil como um país- americano.

Reconhecer o Brasil como o país de maior extensão territorial e

população da América do Sul.

Localizar o Brasil no mapa político do continente americano e no mapa

múndi.

A linguagem cinematográfica vem sendo cada vez mais utilizada no Ensino

de Geografia. Um filme se compõe de múltiplas linguagens integradas na

constituição de um todo. Para Pontuscka, Paganelli e Cacete (2009, p. 265),

um filme é, portanto “uma produção cultural importante para a formação do

intelecto das pessoas, porque com ele aparecem questões cognitivas,

artísticas e afetivas de grande significado”.

Professor, você poderá também dividir o mapa em regiões e a turma

em grupos. Cada grupo ficará responsável por pesquisar uma

curiosidade e/ou imagens específica para cada região brasileira. Os

alunos poderão montar o quebra- cabeça do mapa e fixar em forma de

cartaz gigante na sala de aula.

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Identificar os países que compõem cada porção da América.

Caracterizar as relações entre o Brasil e outros países do mundo quanto á

troca de informações, mercadorias e serviços.

Fonte: DINIZ, Marta. O Brasil no Mundo. Disponível em:

http://www.slideboom.com/presentations/114710/Geografia---5%C2%BA-ano----O-

Brasil-no-Mundo. Acesso em 23 ago. 2014.

Texto: O Brasil no Mundo

O Brasil é um dos maiores países do mundo. Em extensão territorial, só

perde para a Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Nosso país está situado no

continente americano, fazendo fronteira com vários países da América do Sul e

banhado a leste pelo Oceano Atlântico.

É cortado pelas Linhas do Equador e pelo Trópico de Capricórnio. A maior

parte do seu território fica na zona climática tropical. Seus pontos extremos são:

Ao Norte: o rio Ailã, em Rorraima,

Ao Sul: o arroicho Chuí, no Rio Grande do Sul,

A leste: a Ponta do Seixas, na Paraíba,

A oeste: o rio Moa, no Acre.

Depois de montar o quebra-cabeça do mapa do Brasil-Regiões: Paisagens

e assistir os slides, o professor poderá ler, interpretar e trabalhar com o

texto a seguir:

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Países mais Extensos

Fonte: IBGE. Mapa Países Mais Extensos. Disponível em: http://7a12.ibge.gov.br/vamos-

conhecer-o-brasil/nosso-territorio/brasil-no-mundo. Acesso em 23 ago. 2014a.

Brasil: Pontos Extremos

Fonte: IBGE. Mapa Brasil Pontos Extremos. Disponível em: http://7a12.ibge.gov.br/vamos-

conhecer-o-brasil/nosso-territorio/brasil-no-mundo. Acesso em 23 ago. 2014b.

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PARA SABER MAIS!

Atividade prática no Laboratório de Informática:

1- Jogo: Três mapas para os alunos montarem- Mundo, América do Sul e

Brasil.

Fonte: IBGE. Aprendendo Geografia! Disponível em:

http://7a12.ibge.gov.br/brincadeiras/quebra-cabeca-mapas. Acesso em 23 ago.

2014c.

2- Jogo: Escolha um estado brasileiro e conheça seus dados mais

importantes.

Fonte: IBGE. Curiosidades sobre os Estados Brasileiros. Disponível em:

http://7a12.ibge.gov.br/especiais/estados. Acesso em 23 ago. 2014d.

PARA SABER MAIS!

A Informática, como uma das mais recentes linguagens, já faz parte do

cotidiano, por isso é necessário que as pessoas tenham acesso a essa

tecnologia da comunicação e da informação. De acordo com Pontuschka,

Paganelli e Cacete a escola cumpre um papel importante:

[...] ao apropriar- se das várias modalidades de linguagens como instrumentos de comunicação, promovendo um processo de decodificação, análise e interpretação das informações e desenvolvendo a capacidade do aluno de assimilar as mudanças tecnológicas que, entre outros aspectos, implica também novas formas de aprender. (PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE, 2009, p. 261-265).

De acordo com Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009, p.324- 329), para que servem os mapas?

[...] tanto os mapas murais como o atlas na condição de instrumentos pedagógicos, deveriam ser presença obrigatória nas aulas de Geografia. Apesar da disseminação dos mapas pela mídia e pela internet, esse material, na escola, precisa ser utilizado no desenvolvimento de um raciocínio geográfico e geopolítico.

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UNIDADE 2: PROBLEMATIZAÇÃO Duração: 04 aulas

Avaliação Formativa no Ensino de Geografia

Como é possível inserir positivamente uma Avaliação Formativa e interativa,

recorrendo ao uso do Portfólio como um instrumento que favoreça o

acompanhamento, a retomada e o desenvolvimento do raciocínio geográfico,

utilizando de diferentes linguagens na Geografia Escolar?

De acordo com Villas Boas a avaliação escolar serve para:

[...] que se conheça o que o aluno já aprendeu e o que ele ainda não aprendeu, para que se providenciem os meios para que ele aprenda o necessário para a continuidade dos estudos. Cada aluno tem o direito de aprender e de continuar seus estudos. A avaliação é vista, então, como uma grande aliada do aluno e do professor. Não se avalia para atribuir nota, conceito ou menção. Avalia-se para promover a aprendizagem do aluno. Enquanto o trabalho se desenvolve, a avaliação também é feita. A aprendizagem e avaliação andam de mãos dadas, a avaliação sempre ajudando a aprendizagem. Avalia-se, também, para saber como foi desenvolvido o trabalho pedagógico de toda a escola e o da sala de aula. (VILLAS BOAS, 2012, p.29).

A respeito disso, ainda, Villas Boas ressalta (2012, p.30) que “essa avaliação

que promove a aprendizagem do aluno e do professor e o desenvolvimento da

escola é denominada de formativa”.

O que se pretende inicialmente é produzir e aplicar uma avaliação formativa

diagnóstica, rever os resultados atingidos, preparar diversas atividades pedagógicas

para serem aplicadas na prática. O que possibilitará ao professor identificar alguns

dos conhecimentos cotidianos dos alunos com relação aos conceitos e categorias da

ciência geográfica – lugar, paisagem e espaço geográfico – já adquiridos ou não

pelos alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O professor aplicará uma das

técnicas de avaliação formativa para detectar os conceitos cotidianos já adquiridos

ou não, para somente após analise das respostas dar sequência a Avaliação

Formativa.

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“TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.102- 104.

Exemplo de “ENUNCIADOS C & D”

Afirmações Como posso saber?

As paisagens são todas iguais.

______ CONCORDO _____ DISCORDO

______ DEPENDE _____ NÃO TENHO A CERTEZA

Os meus pensamentos: ________________

As pessoas podem modificar as paisagens.

______ CONCORDO _____ DISCORDO

“ENUNCIADOS C & D”

Os alunos usam ENUNCIADOS C & D (CONCORDO & DISCORDO) para analisar um conjunto de enunciados ou afirmações. Na primeira parte desta técnica de avaliação formativa, os alunos podem optar por concordar ou discordar de um enunciado ou ainda decidir se precisam de mais informações para se pronunciar. Na segunda parte desta técnica (Como posso saber?), os alunos descrevem o que podem fazer para investigar a validade das suas ideias sobre o enunciado, utilizando, para isso, diversos meios. COMO FUNCIONA: Selecione ENUNCIADOS C & D que incidam sobre determinados conceitos e competências que os alunos vão ter de aprender. Desenvolva enunciados que possam conduzir a um processo de inquérito, pesquisa ou investigação com materiais manipuláveis, livros, vídeos ou outras fontes de informações. Os alunos devem primeiro ter a oportunidade de responder individualmente às afirmações selecionadas. Em seguida, devem discutir as suas ideias em pequenos grupos. O professor disponibiliza tempo para que os alunos em pequenos grupos possam investigar os enunciados como atividades exploratórias. O professor deve ouvir com atenção como a turma partilha as suas conclusões, para compreender a construção das ideias pelos alunos e para dar orientações e esclarecimentos que os poderão ajudar os novos conhecimentos científicos. Os ENUNCIADOS C & D são mais utilizados no início de um ciclo de aprendizagem para diagnosticar as ideias prévias dos alunos sobre um assunto. Esta técnica fornece estímulos para incentivar a discussão científica e a argumentação nos alunos. A informação sobre o que os alunos sabem sobre os conceitos, disponibilizada pela aplicação desta técnica de avaliação formativa, constitui um ótimo feedback para o professor.

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______ DEPENDE _____ NÃO TENHO A CERTEZA

Os meus pensamentos: ________________

O Brasil apresenta uma grande diversidade de

paisagens.

______ CONCORDO _____ DISCORDO

______ DEPENDE _____ NÃO TENHO A CERTEZA

Os meus pensamentos: ________________

O espaço geográfico é o local que a sociedade humana ocupa e transforma para viver.

______ CONCORDO _____ DISCORDO

______ DEPENDE _____ NÃO TENHO A CERTEZA

Os meus pensamentos: ________________

O espaço geográfico contém diferentes lugares e paisagens.

______ CONCORDO _____ DISCORDO

______ DEPENDE _____ NÃO TENHO A CERTEZA

Os meus pensamentos: ________________

As pessoas têm uma relação de afetividade com o lugar em que vivem.

______ CONCORDO _____ DISCORDO

______ DEPENDE _____ NÃO TENHO A CERTEZA

Os meus pensamentos: ________________

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.104.

Dessa forma, permitirá também ao aluno organizar o conhecimento

estudado, para que, nas próximas atividades tenham condições de aplicá-las em

situações relativamente novas e ampliá-las, considerando o que é relevante para os

estudos da ciência geográfica.

Como é que se pode no Ensino de Geografia propiciar as aproximações

entre o saber do aluno (conceitos cotidianos) e as formulações científicas de

referência, buscando a ampliação do saber?

Os conceitos da Geografia são a base para a formação do raciocínio

geográfico e, portanto, para a compreensão do espaço geográfico. Os conceitos

deverão ser abordados em diferentes escalas, permitindo relacionar o local e o

global na busca da totalidade. Também por meio dos conteúdos buscou-se promover

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a aquisição e o desenvolvimento de alguns procedimentos fundamentais á leitura e á

compreensão do espaço geográfico. Esses procedimentos relacionam-se á

observação, compreensão, registro, descrição, explicação, comparação, associação,

análise e síntese, entre outros, além de procedimentos específicos da linguagem

cartográfica, como a leitura e a interpretação de variadas representações gráficas

(mapas, plantas, fotografias, desenhos, croqui, esquemas, tabelas e gráficos).

É importante ressaltar nesse processo educativo, o papel do professor como

agente mediador na contextualização dos conceitos, tornando-os mais significativas

na medida em que faz a aproximação dos conteúdos á realidade cotidiana.

Nesse sentido ainda, segundo Turra et al., uma das funções específicas da

avaliação da aprendizagem é o diagnóstico, ou seja:

[...] Permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor para melhor cumprir os objetivos. No cotidiano escolar, a função de diagnóstico é a mais importante por possibilitar a avaliação do cumprimento da função pedagógico-didática e a que dá sentido pedagógico à função controle. Ocorre no início (sondagem quanto ás condições prévias e conhecimentos dos alunos), durante (acompanhamento do processo dos alunos, esclarecendo dúvidas, estimulando-os e, ao mesmo tempo, o professor recebe informações sobre o andamento de seu trabalho) e no final (da unidade, do bimestre, a qual também é um processo de realimentação). (TURRA et al., 1986, p.181).

Além disso, Turra et al., afirma que a avaliação diagnóstica é aquela que:

[...] Envolve descrição, classificação e a determinação de um valor de algum aspecto do comportamento. Está relacionada a uma

Pensar e Repensar!

Professor: Como a Avaliação é entendida e

aplicada na sua escola?

Como se caracteriza a Avaliação de Geografia

em suas aulas?

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metodologia do diagnóstico. Uma forma de diagnosticar é determinar o grau em que um aluno domina os objetivos para iniciar um conteúdo, uma disciplina. Outra é verificar o conhecimento prévio para orientá-lo a novas aprendizagens. Ou, ainda, constatar interesses, necessidades, possibilidades, insuficiências, dificuldades etc. é diferente das demais e ao mesmo tempo vincula-se a elas. (TURRA et al., 1986, p.183-186).

Diante dessas considerações, é de suma importância o papel da Geografia

em nossas vidas, pois, esta faz parte do nosso dia-a-dia e podemos perceber a sua

presença em várias situações corriqueiras, ou seja, quando precisamos viajar,

localizar um trajeto, mudar de uma cidade para outra cidade, para saber a previsão

do tempo, entender a presença de diferentes horários em um mesmo território, para

conhecer e perceber as questões que envolvem o consumo e preservação da água,

as possíveis mudanças climáticas que poderão ocorrer num futuro bem próximo,

conhecer as transformações ocorridas nas paisagens naturais, entre outras.

Portanto, estudando Geografia, conhecemos melhor o lugar e as paisagens

naturais ou geográficas onde vivemos e onde passamos a maior parte do nosso

tempo, as paisagens existentes em outros lugares no mundo, as transformações que

nelas ocorrem provocadas pela ação humana através do trabalho e o modo de vida

das pessoas, ou seja, conhecemos o espaço geográfico transformado e modificado

pelos seres humanos ao longo da História.

Como a Avaliação Formativa pode interferir positivamente na relação

pedagógica?

O professor fará uma avaliação formativa partindo de uma situação

problema, instigante e provocativa. Essa problematização inicial tem por objetivo

mobilizar o aluno para o conhecimento, ou seja, as questões deverão estimular o

raciocínio geográfico, a reflexão e a crítica.

Nesse sentido, a música pode iniciar a problematização, a reflexão e a

sistematização dos conteúdos ou temas pelo professor.

De acordo com Granja, a música é:

[...] a linguagem mais apta para promover a aproximação entre o percebido e a percepção, ou dito de outra forma, entre a sensação e a percepção. Caberia á escola procurar contemplar essa articulação em suas práticas, evitando a polarização em torno da dimensão conceitual em detrimento da perspectiva. (GRANJA, 2010, p.62).

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REFLEXÃO GEOGRÁFICA!

1- Por que a música “Como uma onda”- Lulu Santos, esta relacionada com os

temas estudados em Geografia?

2- Você concorda com este trecho da música:

“Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo”.

Leia o trecho da música: “Como uma onda” (LULU SANTOS).

“Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa

Tudo sempre passará

A vida vem em ondas

Como um mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo”.

Fonte: SANTOS, Lulu. Como uma onda. Disponível em: http://analisedeletras.com.br/lulu-

santos/como-uma-onda/. Acesso: 13 nov. 2014.

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Explique, por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3- Você também modifica e transforma o espaço geográfico onde vive?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Agora assista ao vídeo da música: “Como uma onda” (Lulu Santos).

Fonte: EDANTTO; SANTOS, Lulu. Como uma onda. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=GIt5bv0jlsU. Acesso: 25 ago. 2014.

PARA SABER MAIS!

É possível mediar o conhecimento geográfico por meio do uso das

imagens e da música (linguagens sonoras e visuais). De acordo com

Katuta (2007), as imagens constituem-se em produções culturais

importantes para o registro e a compreensão dos modos de ser do

espaço e no espaço, tanto daqueles que vão ao encontro do capital,

quanto os que com ele entram em rota de colisão.

Tanto a imagem quanto a música podem também trazer em seu contexto

mensagens que envolvem o saber geográfico e podem ser verdadeiras

representações da realidade e da espacialidade vivida.

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“TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.59-61.

“CAÇA AO INTRUSO”

É uma técnica que combina itens aparentemente semelhantes e desafia os alunos a escolherem qual dos itens não pertence ao grupo. Os alunos têm ainda de justificar a sua razão para selecionar o item que não se encaixa com os outros. COMO FUNCIONA: O professor organiza os alunos em grupos de pares ou grupos mais alagados e distribui-lhes uma ficha com um conjunto de palavras-chave, ideias, lugares, objetivos ou pessoas, dependendo da área de aprendizagem e do conteúdo. Em alternativa à ficha, o professor pode usar, por exemplo, uma grelha ou lista num retroprojetor ou slide de PowerPoint. Os alunos têm de encontrar (descobrir) o intruso em cada grelha ou lista. Muitas vezes, pode não haver respostas certas ou erradas e qualquer palavra pode ser o intruso. Os alunos devem, portanto, dar uma resposta justificada e válida sobre a razão para escolherem uma palavra em particular e sobre a natureza da sua relação com as outras palavras da lista. No final, o professor deve organizar uma discussão que se foque sobre a forma como os alunos fizeram as ligações entre as palavras, sobre os processos envolvidos nessas relações e na avaliação do trabalho em grupo. Sugestões: Como atividade de extensão, os alunos podem sugerir uma outra palavra relacionada para adicionar ás que não são intrusas e justificar a sua escolha. Podem ser os alunos a elaborar as suas próprias listas.

Page 34: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.59-61.

ATIVIDADE:

1-Observe atentamente as palavras e escolha entre elas, qual ou quais

palavras não estão relacionadas á letra da música: “Como uma onda” e justifique a

sua resposta.

QUAL É O INTRUSO? JUSTIFIQUE A SUA RESPOSTA

Paisagem natural Paisagem cultural Transformação do espaço geográfico Ação humana Elementos naturais Elementos culturais Lugar Geografia Trabalho humano Tempo não muda

Caça ao Intruso é uma técnica que pode ser incorporada em qualquer ponto de um tópico, servir para a exploração inicial de um conteúdo ou como uma atividade para consolidar o conhecimento recentemente aprendido. Pode também, ser usada no início de uma aula ou sequência de ensino para diagnosticar o que os alunos já sabem sobre um assunto. Ainda, pode ser utilizada durante o desenvolvimento da compreensão de conceitos para examinar o raciocínio que os alunos usam para comparar e contrastar os itens de uma lista. Os professores podem usar esta técnica de avaliação formativa para analisar como os seus alunos fazem ligações entre os conceitos e as ideias. O feedback obtido com o envolvimento dos alunos pode indicar a necessidade de planear novas oportunidades de aprendizagem, para que os alunos possam experimentar exemplos diferentes dos usados na sequência de ensino e, assim, atinjam as metas de aprendizagem pretendidas. Essa técnica oferece uma oportunidade para os alunos terem acesso ao conhecimento científico na análise das relações entre os itens num grupo. Ao pensar sobre as semelhanças e as diferenças, os alunos são encorajados a usar as suas competências de raciocínio de uma forma desafiadora e envolvente. Com as crianças mais novas ou leitores menos fluentes, o professor deve considerar o uso de imagens associado às palavras e usar apenas um ou dois conjuntos de palavras. Deve também explicar o significado da expressão “CAÇA AO INTRUSO”, usado, por exemplo, a questão: Qual destas coisas não é como as outras?

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2- Agora, observe atentamente as palavras da questão anterior e escolha

entre elas, quais estão relacionadas á música “Como uma onda” e justifique a sua

resposta.

QUAL É O INTRUSO? JUSTIFIQUE A SUA RESPOSTA

3- Observe também a imagem e a charge: Como a imagem e a charge estão

relacionadas com os temas estudados em Geografia?

Fonte: DIMENSÃO Econômica Consumismo. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1426&evento=3. Acesso: 26 ago. 2014a.

Paisagem natural Paisagem cultural Transformação do espaço geográfico Ação humana Elementos naturais Elementos culturais Lugar Geografia Trabalho humano Tempo não muda

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Fonte: DIMENSÃO Econômica Desmatamento. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=712&evento=7#menu-galeria Acesso: 26 ago. 2014b.

PARA SABER MAIS!

AVALIAÇÃO FORMATIVA

Você sabia que também é responsável pelas construções, modificações

e transformações que ocorrem no mundo, começando pelo lugar onde você

vive e passa a maior parte do seu tempo?

Segundo Lessa (2007, p.06):

[...] é por meio das charges que uma grande parte das crianças e dos adolescentes passam a conhecer as linguagens plásticas desenhadas e com narrativas ou sem, iniciando seu contato com a linguagem cinematográfica e a literatura, e adquirindo, assim, o gosto pela leitura. O leitor pratica- a partir do momento em que é motivado- sua capacidade de criar a partir de suas leituras realizadas anteriormente. As charges também podem ser ferramentas desses estímulos. O prazer de sua leitura convida o aluno a desenvolver práticas leitoras renovadas e criativas dentro da sala de aula, podendo estas ser empregadas como estímulo á aprendizagem e trazer o conteúdo programático à realidade palpável do aluno. O ensino através da charge possibilita o desenvolvimento motor, intelectual e social de cada indivíduo.

Fonte: LESSA, David Perdigão. O Gênero textual charge e sua aplicabilidade em sala de aula. 2007. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/2803. Acesso em: 06 set. 2014.

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Sendo assim, a Geografia é a ciência que instiga á cada um de nós

diariamente, pois, disponibiliza vários instrumentos para observar, conhecer,

compreender e comparar a paisagem, o lugar, o espaço geográfico, o território

e as regiões.

Pensando nisso, escreva um texto sobre:

PARA SABER MAIS!

A Avaliação Formativa pode ser utilizada antes, durante e no final de uma

sequência de aprendizagem, com o intuito de verificar se os objetivos pretendidos e

selecionados pelo docente foram alcançados. (LOPES; SILVA, 2012, p.41).

Segundo Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009, p.219- 220) com relação

aos textos escritos: “Á medida que o aluno aprofunda sua capacidade de

análise e compreensão, torna-se lhe possível desenvolver um olhar mais

crítico sobre o texto e exercitar sua capacidade de expressar- se por meio

da criação de um texto que seja seu”.

PRODUÇÃO DE TEXTO

Será que você também pode transformar, modificar,

construir ou destruir o espaço geográfico local, regional,

mundial e o global? Como?

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.41- 43.

Antes de iniciar o processo

de ensino-aprendizagem (função de

diagnóstico): identificar as fontes

prévias da informação, orientar o

professor e o aluno na planificação

do ensino e da aprendizagem,

clarificar as falhas entre os níveis de

desempenho atuais dos alunos e os

desejados no final da aprendizagem

(critérios de sucesso) e motivar os

alunos para a aprendizagem.

Na função de diagnóstico,

a avaliação formativa permite avaliar a situação

inicial dos alunos (pré-requisitos) perante as

novas aprendizagens e, em consonância com a

avaliação realizada, decidir a orientação a imprimir ao desenvolvimento de todo o

processo de ensino e de

aprendizagem.

Durante o processo permite

identificar o desempenho

individual, os melhores

referenciais de aprendizagem,

avaliar o pensamento crítico,

monitorar as mudanças, dar

feedback e apoio à autoavaliação.

Após pequenos períodos

de aprendizagem, uma interação contínua com os alunos possibilita clarificar os níveis da aprendizagem,

definir e desenvolver medidas de reajustamento da mesma, com base nos êxitos e nas dificuldades

que os alunos vão experimentando para, se

necessário, se proceder a uma reorientação do

trabalho.

Após uma sequência de

aprendizagem permite obter

informações sobre as

aprendizagens que ocorreram,

identificar as falhas que

permaneceram, orientar a seleção

novas estratégias e dar

oportunidade ao pensamento

reflexivo.

Depois de um período mais longo, a avaliação

formativa permite fazer um balanço das

aprendizagens, possibilitando novas

oportunidades de reorganizar as atividades conforme as diferentes

necessidades de

aprendizagem dos alunos.

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PARA SABER MAIS!

Segundo Allal (1986, p.176), a expressão “avaliação formativa” foi

introduzida por Scriven em 1967, em um artigo sobre a avaliação dos

meios de ensino. Nesse sentido, os processos de avaliação formativa

“são concebidos para permitir ajustamentos sucessivos durante o

desenvolvimento e a experimentação de um novo curriculum, manual

ou método de ensino”.

Ainda segundo Turra et al., para que se processe a avaliação

formativa é necessário:

[...] formular os objetivos com vistas à avaliação, em termos de comportamento observável, tomar como referência um esquema teórico que facilite a identificação precisa de áreas de dificuldades, utilizar a informação para corrigir insuficiências ou reforçar comportamentos bem sucedidos. (TURRA, et al., 1986, p.183-186).

SUGESTÃO: ATIVIDADE DE LEITURA E REFLEXÃO PARA O

PROFESSOR:

TEXTO: “O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO”.

Helena Copetti Callai

Fonte: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. Geografia em sala de aula:

práticas e reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/Associação dos Geógrafos

Brasileiros. Seção Porto Alegre, 2003. Organizadores: Helena Copetti Callai,

Neiva Otero Schaffer, Nestor André Kaercher. p. 61-63.

Page 40: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Texto: O processo de construção do conhecimento.

Helena Copetti Callai

Há ainda uma outra questão a considerar e que se refere em como

fazer isto. As dúvidas serão resolvidas ou encaminhadas tendo-se como

referência fundamental as teorias de aprendizagem, que consideramos

coerentes com a visão de mundo que temos, com a concepção de geografia e

com o que pretendemos com o seu ensino. Precisamos compreender como

se dá o processo de construção do conhecimento. Ou o “saber é transmitido”

pelo professor ou se procura encontrar um caminho alternativo em que o

estudante constrói o seu próprio conhecimento, um caminho em que ele

possa elaborar e reelaborar as suas ideias, confrontando o que já sabe com

informações novas e com o conhecimento cientificamente produzido.

Precisamos encontrar a forma de fazer isso nas aulas de geografia,

considerando a experiência que temos e o que diz a literatura referente ao

ensino de geografia e à compreensão do modo como ocorre à construção do

conhecimento pela criança e pelo estudante. Se a nossa preocupação é

formar o cidadão, é ponto básico de partida que lhe oportunizemos as

condições e os instrumentos para que conheça e compreenda a realidade em

que vive.

Essa realidade não é apenas a próxima de si em termos de espaço e

tempo absolutos, mas sim em termos relativos. Dependendo das condições

de vida e de educação que tem o aluno em seu convívio familiar, esta

realidade pode estar muito próxima dele, enquanto para outro pode significar

uma distância muito grande. Entendemos que, partindo do lugar em que se

vive, é mais fácil compreender os fenômenos. É mais fácil organizar as

informações, podendo-se teorizar, abstrair do concreto, na busca de

explicações, de comparações, de extrapolações.

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Uma forma interessante e adequada é realizar o trabalho da

construção dos conceitos, o que supera o senso comum. As opiniões e o

conhecimento que o aluno tem a respeito daquilo que ele conhece e de onde

ele convive superam, também, o conceito pronto trazido no livro- texto ou que

é ditado pelo professor, em aula.

Ao construir os conceitos, o aluno realmente aprende, por exemplo, a

entender um mapa, a compreender o relevo, o que é região, nação, município.

Ao conhecer, analisar e buscar as explicações para compreender a realidade

que está sendo vivenciada no seu cotidiano, ao extrapolar para outras

informações e ao exercitar a crítica sobre essa realidade, ele poderá abstrair

esta realidade concreta, teorizar sobre ela e construir o seu conhecimento. Ao

construir os conceitos, o aluno aprende e não fica apenas na memorização.

Um aluno que sabe compreender a realidade em que vive, que

consegue perceber que o espaço é construído, e que nesse processo de

produção do espaço local e do espaço regional consegue perceber que todos

os homens, que a sociedade é responsável por este espaço, conseguirá

estudar questões e espaços mais distantes e compreender, indo além do

aprender por que o professor quer. Ao construir o seu conhecimento estará

aproveitando os conteúdos de geografia para a sua formação, para ser um

cidadão no sentido pleno da palavra.

O conhecimento não brota da realidade, mas todo o aluno tem um

conhecimento que vem de casa, e a função da escola e da geografia é fazer

com que ele supere o senso comum, ao fazer a confrontação da sua realidade

concreta com o conhecimento cientificamente produzido.

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UNIDADE 3: INSTRUMENTALIZAÇÃO Duração: 06 aulas

A Geografia e os Conceitos Fundamentais

O que avaliar considerando o desenvolvimento do raciocínio geográfico?

Conforme Goulart (1993) os instrumentos cognitivos importantes para a

aprendizagem de Geografia são: observação, localização, relação, compreensão,

descrição, expressão e representação.

De acordo com Callai espera-se que o aluno possa:

[...] Ler a paisagem, ler o mundo da vida, ler o espaço construído. Eis uma atividade que de um ou outro modo todos fazemos. E, mais precisamente, é isto que se espera da Geografia no mundo atual. [...] O nosso grande trabalho é fazer essa leitura com referenciais teóricos que permitam teorizar, superando o senso comum e fazendo análises que possibilitem uma interpretação e compreensão dos mecanismos que constroem os espaços. [...] A leitura do espaço, entendido como uma construção humana permite que o aluno compreenda a realidade social, que se constitui do jogo de forças entre os homens, pelos seus grupos e destes na sua relação com o território, considerando também todos os dados da natureza. [...] (CALLAI, 2003, p.60-61).

Para compreender o espaço geográfico atual é necessário além de conhecer

[...] Considerando essa realidade, e o conteúdo específico da

disciplina, o professor oferecerá à discussão pela turma um conteúdo que não

esteja desligado da vida dos alunos e da realidade em que vivem. Além do

mais, o ensino da geografia deve estar adequado ao contexto histórico em

que vivem os homens. Ela é uma disciplina que permite ser um instrumento

útil para ler e entender o mundo, para exercitar a cidadania e para formar o

cidadão.

Fonte: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. Geografia em sala de aula: práticas e

reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/Associação dos Geógrafos Brasileiros. Seção Porto

Alegre, 2003. Organizadores: Helena Copetti Callai, Neiva Otero Schaffer, Nestor André

Kaercher. P. 61-63.

Page 43: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

e observar, também requer o domínio dos conceitos básicos da Geografia- natureza,

sociedade, lugar, paisagem, território, região, espaço geográfico e de seus

procedimentos tais como: observação, reflexão, argumentação, descrição, análise,

síntese, interpretação, compreensão, relação entre outros, que contribuem para a

formação do modo de pensar geográfico.

Ainda, segundo Callai estudar e compreender o lugar em Geografia:

[...] significa entender o que acontece no espaço onde se vive para além das suas condições naturais ou humanas. [...] Compreender o lugar em que vive permite ao sujeito conhecer a sua história e conseguir entender as coisas que ali acontecem. [...] o lugar mostra, através da paisagem, a história da população que ali vive, os recursos naturais de que dispõe e a forma como se utiliza tais recursos. A paisagem é o resultado do processo de construção do espaço. [...] Cada um vê a paisagem a partir de sua visão, de seus interesses, de sua concepção. A aparência da paisagem, portanto, é única, mas o modo como apreendemos poderá ser diferenciado. Embora na aparência as formas estejam dispostas e apresentadas de modo estático, não são assim por acaso. A paisagem pode-se dizer, é um momento do processo de construção do espaço. O que se observa é, portanto resultado de toda uma trajetória, de movimentos da população em busca de sua sobrevivência e da satisfação de suas necessidades (que são historicamente situados), mas também pode ser resultante de movimentos da natureza. Esta paisagem precisa ser apreendida para além do que é visível e observável. Esta apreensão é a busca das explicações do que está por detrás da paisagem, a busca dos significados do que aparece. Estudar as paisagens é, portanto, interessante para poder compreender a realidade. (CALLAI, 2003, p.84 e 97).

Para isso, será necessário investigar a relação existente entre os conceitos

produzidos pela ciência geográfica (conceitos científicos) e sua estruturação em

conceitos escolares (conceitos científicos articulados aos conceitos cotidianos) dos

alunos e seu papel na formação do raciocínio geográfico.

A compreensão dos conceitos e categorias da ciência geográfica como lugar,

paisagem e espaço geográfico, é essencial no processo ensino- aprendizagem,

buscando aproximar o lugar de vivência com o conhecimento geográfico

sistematizado, relacionando com a compreensão das interações entre natureza e

sociedade ocorridas no mundo. Dessa forma, os alunos passam a realizar uma

efetiva transposição do senso comum para os conhecimentos científicos, com vistas

a uma atuação cidadã.

A respeito disso, Cavalcanti postula que:

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[...] Na Geografia, a paisagem, como dimensão aparente da realidade, constitui um objeto inicial da observação. A paisagem problematizada, por meio de uma observação direta do lugar de vivência do aluno ou de uma observação indireta de uma paisagem representada, pode fornecer elementos importantes para a construção do conhecimento referente à espacialidade nela materializada. (capacidade de observação dos alunos). (CAVALCANTI, 1998, p.147).

Para Cavalcanti (1998, p.148) é essencial levar em consideração a vivência

dos alunos como uma dimensão do conhecimento: “A qualidade da observação

depende das experiências já vivenciadas pelos alunos em relação ao objeto

observado, o que implica, também, ter como fonte de conhecimento geográfico o

espaço vivido, ou a geografia vivenciada cotidianamente na prática social dos

alunos”.

Diante disso, Cavalcanti (1998, p.149) destaca a importância do

desenvolvimento do raciocínio geográfico pelos alunos, ou seja, “o raciocínio

geográfico só é construído pelos alunos se for, o tempo todo, um processo do aluno,

que dele parta e nele se desenvolva”.

Em suma, podemos dizer que a Avaliação Formativa pode ser utilizada

antes, durante e após o ensino, ou seja, o docente e os alunos podem e devem

trabalhar em conjunto, no sentido de atingir as metas traçadas pelo docente no

Plano de Trabalho Docente.

PARA SABER MAIS!

Segundo Lopes e Silva a Avaliação Formativa permite:

[...] ao professor investigar/aceder de forma contínua à qualidade das aprendizagens anteriores dos alunos, ao seu processo de pensamento enquanto aprendem novos conceitos e à qualidade da aprendizagem que realizam ainda no decurso do processo de aprendizagem. (LOPES; SILVA, 2012, p.41).

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ATIVIDADE COM TEXTO PARA OS ALUNOS:

REFLEXÃO GEOGRÁFICA!

A Geografia estuda o espaço geográfico, ou seja, o conjunto integrado de

paisagens resultantes de fenômenos naturais e da ação humana. Será possível,

então, entender a Geografia sem observar a interferência humana nos diferentes

lugares e nas diversas paisagens do Planeta?

TEXTO- “A GEOGRAFIA: AS PAISAGENS E OS LUGARES”.

Nestor André Kaercher

A geografia estuda os lugares. Os lugares ligam-se às diferentes necessidades

e vontades: morar, comprar, divertir-se, trabalhar, etc. Os lugares dependem

entre si. Estudar as relações entre eles é fundamental.

Por exemplo: uma padaria. Nós compramos o pão. Mas, quantos fornecedores

ela possui? O campo fornece insumos, a cidade, os consumidores e a própria

produção. O Estado (governo) cobra impostos. É um sem- número de relações

e lugares interagindo num simples espaço como uma padaria.

Conclusão: não basta ficar nas aparências. A geografia deve falar das

pessoas (e das suas histórias) e das relações entre elas.

As diferentes paisagens materializam/ concretizam as desigualdades sociais

que temos no Brasil ou qualquer outro lugar. Grandes contrastes sociais levam

a grandes contrastes geográficos.

Na luta diária pela sobrevivência, podemos ver as dificuldades que muitos

brasileiros enfrentam no dia-a-dia! Por exemplo: moradia, transporte, falta de

saneamento, escolas, creches, calçamento, etc. E essa pobreza gera muitos

conflitos na luta por mais dignidade: invasão de terras (no campo e na cidade),

luta por escola, saneamento, etc.

Cada lugar leva a um comportamento/ atividade. Falar de lugares é falar de

regras. O que acontece quando você não respeita as regras dos lugares?

Fonte: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. [et al.]. Geografia em sala de aula: práticas e

reflexões. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS/Associação dos Geógrafos Brasileiros. Seção Porto

Alegre, 2003. Organizadores: Helena Copetti Callai, Neiva Otero Schaffer, Nestor André

Kaercher. p. 21.

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Atividade:

Em círculos sentados no chão da sala de aula, conversar e refletir sobre os

principais acontecimentos do filme (começo, meio e fim).

1-O que vocês fariam se estivessem no lugar dos animais do filme?

2-Se você pudesse modificar o final da história, o que você faria?

3-Faça ilustrações para representar a rápida transformação do lugar, um

espaço natural em um espaço geográfico.

Professor, como sugestão, você poderá também trabalhar o

Filme: “Os sem- floresta”. Nesta história de ficção, os animais

de uma floresta começam a observar e a perceber mudanças

próximas ao lugar onde vivem, há um condomínio residencial

cercando a floresta. O que fazer para continuar vivendo neste

mesmo local?

Esta animação demonstra a rápida transformação do lugar, um

espaço natural em um espaço geográfico. A floresta sumiu!

Filme: “Os sem-floresta”. Direção: Tim Johson e Karey

Kirkpartrick. Estados Unidos: Dreamworks, 2006. Duração; 83

min.

Fonte: OS SEM-FLORESTA. Trailer do filme. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=1NYWApO5cQo. Acesso: 26 ago. 2014.

Page 47: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Atividade: O meu lugar no Mundo

O meu lugar no Mundo

Atividade para os alunos:

Observe atentamente a

paisagem que você

pode notar da janela do

seu quarto. Descreva e

depois faça desenhos

para ilustrar.

Observe atentamente o

seu lugar, ou seja, o seu

espaço de vivência,

destacando a sua

interação com a

paisagem e com as

pessoas com as quais se

relaciona.

Escolha um ou mais

lugares do seu

cotidiano, e

identifique as

pessoas com as

quais se relaciona

nesses lugares.

SUGESTÃO: Enquanto os alunos resolvem as atividades anteriores, o

professor poderá também trabalhar com o vídeo, com a letra e com a Música: “Da

janela lateral”- Ratto. (Isa Coimbra).

Fonte: COIMBRA, Isa. Da janela lateral. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sr8Ts50-jcc. Acesso: 26 ago. 2014.

“O sentimento de pertencer a um território e a sua paisagem significa fazer

deles o seu lugar de vida e estabelecer uma identidade com eles. Nesse

contexto, a categoria lugar traduz os espaços com os quais as pessoas têm

vínculos afetivos: uma praça onde se brinca desde criança, a janela de onde

se vê a rua, o alto de uma colina de onde se avista a cidade. O lugar é onde

estão as referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as

diferentes formas de perceber e constitui a paisagem e o espaço geográfico.

É por intermédio dos lugares que se dá a comunicação entre homens e

mundo”.

Fonte: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: Geografia (5º a 8º séries). Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 29.

Page 48: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

ATIVIDADE PARA OS ALUNOS:

“TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.70-72.

“EU COSTUMAVA PENSAR... MAS AGORA EU SEI”.

EU COSTUMAVA PENSAR... MAS AGORA EU SEI é uma técnica de avaliação formativa em que os alunos comparam, verbalmente ou por escrito, as ideias que tinham no início de uma aula ou sequência de ensino com as ideias que têm no fim da aula ou sequência de aulas. COMO FUNCIONA: O professor distribui aos alunos uma folha de registro ou pede-lhes para fazerem no caderno duas colunas: “Eu costumava pensar” e a outra “Mas agora eu sei” e dá-lhes tempo para as completarem. Depois é explicado aos alunos que devem descrever a forma como as suas ideias mudaram ou como se tornaram mais detalhadas em relação ao que eles sabiam no início da aula ou conteúdo. Terminado o tempo para a reflexão individual, o professor pode pôr os alunos a partilhar as reflexões com um colega ou organizar uma partilha com toda a turma. A comparação do pensamento dos alunos antes e depois fornece dados para o professor analisar como, por exemplo, até que ponto uma sequência de ensino ultrapassa as ideias iniciais dos alunos e os objetivos/metas de aprendizagem. Esta técnica é um exercício de autoavaliação e reflexão que ajuda os alunos a reconhecer se o seu pensamento mudou e como mudou no final da sequência de ensino, como resultado do que aprenderam. Eu costumava pensar... Mas agora eu sei oferece uma oportunidade para que os alunos se envolvam em atividades que lhes permitem autorregular a aprendizagem a partir do reconhecimento das áreas fortes e fracas da sua aprendizagem. Uma coluna adicional pode ser adicionada: “E foi assim que eu aprendi”, para ajudar os alunos a refletirem sobre quais das suas experiências de aprendizagem os ajudaram a mudar ou a desenvolver as suas ideias. Isso fornece feedback para o professor acerca do que foi eficaz para a aprendizagem do ponto de vista dos alunos.

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Exemplo:

Atividade para os alunos:

1-Observe as fotografias a seguir:

Foto 1: Arquivo próprio, 2014. Foto 2: Arquivo próprio, 2014.

Foto 3: Arquivo próprio, 2014. Foto 4: Arquivo próprio, 2014.

Eu costumava pensar:

ou Eu costumava dizer:

ou Eu costumava fazer:

Mas agora eu sei:

ou Mas agora eu digo:

ou Mas agora

eu faço:

E foi assim que eu

aprendi:

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A) Em qual das paisagens representadas nas fotos acima, podemos

observar elementos naturais? Comente.

B) Em qual das paisagens representadas nas fotos, podemos observar

elementos criados pelo homem? Comente.

C) Qual ou quais paisagens são naturais? Por quê?

D) Qual ou quais paisagens são humanizadas? Por quê?

E) Você reconhece alguma das paisagens representadas nas fotos?

Comente.

2- Agora, você deverá fazer o “Mapa Mental” da rua onde você mora.

Observe atentamente a paisagem e represente através de desenhos os elementos

naturais e os elementos criados pelos seres humanos observados na rua onde você

mora.

A) Quais são os elementos naturais e os criados pelos seres humanos que

você representou no mapa mental da rua onde você mora?

B) Marque um (X) a resposta correta:

A paisagem da sua rua pode ser considerada uma:

(1) Paisagem natural (2) Paisagem humanizada

C) Você gosta da rua onde você vive? O que você gostaria que tivesse a

mais na rua onde você vive? Por quê?

“MAPA MENTAL”

Rua:__________________________ nº ______Bairro:_____________

Cidade:____________ Estado: ____________ País: ______________.

Page 51: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

PARA SABER MAIS!

Em seu poema, Carlos Drummond de Andrade, relata as transformações ocorridas

na rua devido às novas territorialidades que, ao construírem e reconstruírem o

espaço geográfico permite que o mesmo se adapte á organização social local,

regional e global.

Para Santanella (2007, p.54) “[...] a fotografia faz parte da linguagem

visual que é representada pela linguagem plástica (cor, tipografia, matéria,

papel, disposição gráfica) e pela linguagem figurativa (figuras da

expressão que nos remetem ao mundo natural)”.

A fotografia além de retratar uma realidade e estimula as concepções de

ideias e os olhos de quem vê, segundo Pavam (2007, p.51), ela também

“guarda para sempre indícios da sociedade que a produziu”. A linguagem

fotográfica é um instrumento que auxilia o trabalho do professor em sala

de aula, além de facilitar a compreensão do conteúdo pelos alunos, pela

sua fácil linguagem interpretativa.

Professor, como sugestão, você poderá trabalhar com o Poema: “A

rua diferente” de Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. A rua diferente. Disponível em: http://poesiasemusicasinfantis.blogspot.com.br/2013/01/rua-diferente-carlos-drummond-de-andrade.html. Acesso em: 01 set. 2014.

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Unidade 4: CATARSE Duração: 06 aulas

O Portfólio como um Instrumento de Avaliação Formativa e Interativa e/ou Recuperação Paralela em Geografia

Todas as atividades e as avaliações sugeridas e aplicadas farão parte da

construção e da reconstrução do Portfólio como um Instrumento de Avaliação

Formativa e ou Recuperação Paralela de todo o conteúdo do 1ºTrimestre.

Assim, o professor, por meio do Portfólio, poderá acompanhar passo a passo

a evolução dos alunos durante o processo de ensino e de aprendizagem e poderá

auxiliá-los em todo o percurso escolar, a fim de favorecer para que todos alcancem

com sucesso as aprendizagens pretendidas de acordo com os objetivos propostos

no PTD (Plano de Trabalho Docente).

Segundo Villas Boas (2012, p.37), “o portfólio é um dos procedimentos de

avaliação condizentes com a avaliação formativa”.

ATIVIDADE PARA OS ALUNOS:

“TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.104-107.

“DESENHOS ANOTADOS DO ALUNO”

A técnica de avaliação formativa DESENHOS ANOTADOS DO ALUNO consiste em ilustrações que representam e descrevem visualmente o pensamento do aluno acerca de um conceito. Os alunos são desafiados a pensar sobre como representar visualmente e explicar uma ideia com o uso mínimo de palavras. COMO FUNCIONA: Escolha um conceito que seja central para o tema em estudo e que possa ser representado através de um desenho. Sempre que os alunos sejam envolvidos na realização desta técnica, proporcione-lhes um indício claro para o desenho que têm de realizar, de forma a conseguir que contemplem as informações que pretende. Torne claro para os alunos que está mais interessado nas suas ideias do que na resposta certa ou na qualidade artística dos seus desenhos. Enquanto circula pela sala, analise os desenhos e faça perguntas investigativas para promover um pensamento mais profundo. Após a conclusão dos desenhos, proporcione uma oportunidade para falar sobre os mesmos.

Page 53: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.104-107.

ATIVIDADE: Criar um Glossário Ilustrado (Desenhos anotados do aluno)

dos conceitos e palavras mais importantes estudados em Geografia (Vocabulário

específico geográfico).

1- Escolher as palavras ou conceitos geográficos estudados,

2- Fazer desenhos para representar as palavras,

3- Escrever o significado de cada palavra,

4- Pesquisar no dicionário o significado da palavra, caso haja necessidade.

Professor, a disciplina de Geografia pode e deve também contribuir

para desenvolver o domínio da linguagem nos aspectos da leitura, da

interpretação, da escrita, da oralidade e do vocabulário específico

geográfico.

Esta técnica DESENHOS ANOTADOS DO ALUNO pode ser utilizada no início de um ciclo de aprendizagem para envolver os alunos numa matéria com a qual têm alguma familiaridade. Os Desenhos Anotados do Aluno possibilitam que os alunos acedam aos seus conhecimentos prévios e representem visualmente o seu pensamento. Podem também ser usados depois de os alunos terem tido a oportunidade de desenvolver formalmente ideias científicas durante a fase de aprendizagem. Neste caso permitem verificar se as metas de aprendizagem e os critérios de sucesso foram atingidos. O ato de desenhar para explicar um conceito ou fenômeno possibilita conscientizar ideias e, assim, autoavaliar a sua aprendizagem. A atividade de discussão promovida no final da realização dos desenhos anotados possibilita que cada aluno receba também feedback sobre as suas ideias vindo dos seus colegas e do professor. Esse feedback permite que os alunos contatem com as ideias dos colegas, possibilitando a realização de aprendizagens mais significativas.

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Exemplos:

Fonte: DIMENSÃO Econômica Globalização. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=3&start=100. Acesso em: 26 ago. 2014c.

Geografia:

Fonte: DIMENSÃO Socioambiental Antártida. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/7/176antartida.jpg. Acesso em: 31 ago. 2014d.

Paisagem natural:

Por que e para que o Portfólio nas aulas de Geografia?

Na elaboração do Portfólio nas aulas de Geografia, o aluno tem a

oportunidade de observar, ler, escrever, interpretar, pesquisar, refletir, justificar,

contextualizar, problematizar e explicar a realidade vivenciada, a partir de temas/

conteúdos que o ajudam a dialogar com o seu lugar-mundo, tendo em vista que

cabe a esta disciplina despertar para a leitura de mundo, ou seja, propiciar ao

educando um despertar para a realidade vivida via ações pedagógicas de modo

contínuo, que favoreçam a sua formação enquanto um cidadão crítico, consciente e

participativo.

Villas Boas (2012, p.60) destaca “as produções iniciais representam o ponto

de partida do trabalho com o portfólio como procedimento de avaliação”.

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MONTANDO UM PORTFÓLIO

As páginas iniciais do Portfólio devem conter informações importantes sobre

o estudante no início do ano letivo (preferências, informações e dados pessoais,

nome da escola, disciplina, entre outros).

*Justificativa do seu portfólio (Texto escrito pelo aluno).

*Textos lidos com intervenções pessoais e do professor.

*Anotações e registros das aulas (reflexão sobre o que aprendeu em cada aula).

*Trabalhos individuais ou em grupo, pesquisas, entrevistas, produção de textos,

imagens, fotos, músicas, desenhos, mapa mental, indicações de leituras, sites,

filmes, notícias, relatórios, glossário, provas, mapa conceitual, croqui, entre outros.

*Índice dos conteúdos e a necessidade de escrever e datar todos os trabalhos e

avaliações.

Segundo Lopes e Silva (2012, p.09- 10), “um portfólio documenta a

aprendizagem durante algum tempo. Essa perspectiva, á longo prazo, reflete a

melhoria do aluno, mostrando-lhe a importância da autoavaliação, correção e

revisão”.

O portfólio do aluno pode incluir: “um diário pessoal, avaliações feitas pelos

pares ou colegas, projetos de arte, desenhos, diagramas, tabelas, gráficos, um

trabalho ou um relatório de grupo, notas pessoais, rascunhos e cópias finais”.

(LOPES, SILVA, 2012, p. 9-10).

Segundo ainda Villas Boas, no caso específico do portfólio:

[...] como ele faz parte de um processo que se insere na avaliação formativa e se apoia nos princípio da construção, da reflexão, da criatividade, da parceria, da autoavaliação e da autonomia, a prática da avaliação com ética é imprescindível, por parte de professores e alunos. (VILLAS BOAS, 2012, p.92).

Em suma, Villas Boas (2012, p.62) enfatiza que a avaliação por meio do

portfólio exige “do professor postura avaliativa diferente da tradicional: ele não

“ensina” para que os alunos “tirem boas notas” e sejam aprovados. Ele coordena o

trabalho pedagógico por meio do qual os alunos aprendam e se desenvolvam como

pessoas”.

Observe o Mapa Conceitual: PORTFÓLIO

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Fonte: Elaborado pelo autor

PORTFÓLIO

JUNÇÃO E ORGANIZAÇÃO

DOS TRABALHOS

MAIS

SIGNIFICATIVOS

DOCUMENTA A

APRENDIZAGEM

INSTRUMENTO/ PROCEDIMENTO DE

AVALIAÇÃO

REGISTRO REFLEXIVO E

SISTEMÁTICO

DIALOGO

INDIVIDUALIZADO

DESEMPENHO

ALUNO-PROFESSOR

FEEDBACK

CONSTANTES

TRABALHO ESCOLAR DO ALUNO-

PROFESSOR

REVISAR E REFAZER AS

ATIVIDADES

AUTOAVALIAÇÃO

ALUNO PROFESSOR

O QUE

APRENDI?

O QUE GOSTARIA DE

APRENDER?

O QUE VAI

FAZER?

NOVAS

ESTRATÉGIAS

COORDENAR AS NOVAS

ATIVIDADES

AVALIAÇÃO

FORMATIVA

APRESENTAÇÃO DOS

TRABALHOS

ENTENDER O TRABALHO DO

ALUNO DE FORMA

CONTEXTUALIZADA

ARTICULAÇÃO ENTRE CURRÍCULO, AVALIAÇÃO E TRABALHO PEDAGÓGICO.

APRENDIZAGEM: ALUNO

PROFESSOR

PAIS

TRABALHO

INTEGRADO

TEMPO, DETERMINAÇÃO, PLANEJAMENTO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

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Sugestão: Etapas da construção do Portfólio a partir das atividades e das

avaliações de acordo com os conteúdos específicos e estruturantes constantes do

Plano de Trabalho Docente do professor de Geografia do 1º Trimestre.

1-CAPA 2- INFORMAÇÕES PESSOAIS

3-JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS 4-REGISTRO DAS ATIVIDADES E

AVALIAÇÕES

Fonte: Elaborado pelo autor.

“MEU 1º PORTFÓLIO

GEOGRÁFICO”

ESCOLA_______________________

*Observação: Este espaço ficará livre

para o aluno escrever sobre si mesmo,

suas preferências, dados pessoais,

escrever uma poesia, um poema, um

pensamento ou ilustrar com fotos ou

desenhos.

NOME:______________________ Nº _____ SÉRIE/ ANO: ____________ DATA: ______ PROFESSOR: ________________________ DISCIPLINA: _________________________

*Texto escrito pelo aluno.

*O Portfólio reúne avaliações e diversos

tipos de trabalho selecionados pelo

professor e pelo aluno, para documentar

o seu progresso e orientar a reflexão

sobre a sua aprendizagem.

*Permite acompanhar e orientar o

progresso dos alunos nas várias etapas

do ano letivo.

*Identificar os progressos de

aprendizagem e os desafios que tem

ainda a vencer para atingir os objetivos

da aprendizagem.

*Proporciona a reflexão individual e a

autoavaliação das aprendizagens.

*Textos lidos com intervenções pessoais,

*Textos em diferentes fases do processo

de escrita,

*Anotações e registros das aulas

(reflexão sobre o que aprendeu em cada

aula),

*Trabalhos individuais ou em grupo,

pesquisas, entrevistas, produção de

textos, imagens, fotos, músicas,

desenhos, mapa mental, indicações de

leituras, sites, filmes, notícias, relatórios,

glossário, provas, mapa conceitual,

croqui, entre outros.

*As autoavaliações.

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Paisagem, Lugar e Espaço

Os conceitos e as categorias geográficas Paisagem, Lugar e Espaço

Geográfico são essenciais para a compreensão, a interpretação, a comparação e a

leitura do mundo em que vivemos.

Segundo Filizola (2009, p.77), é necessário que o docente assuma uma

prática pedagógica voltada para o trabalho com o conceito de lugar e valorize a

escala local: “do meu lugar posso estudar e compreender o mundo. Portanto, o lugar

e o local não podem ser tomados por eles mesmos, seu estudo não pode ter um fim

em si mesmo”.

É fundamental ainda, considerar as múltiplas determinações que fazem dos

lugares realidades particulares, e no local que manifestam as inúmeras práticas e

eventos desencadeados pelo processo de globalização. “Local e global encontram-

se articulados, caracterizando uma relação ímpar entre os lugares”. (FILIZOLA,

2009, p.77).

Nesse sentido, o espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia, é

formado por vários lugares com diferentes paisagens, ou seja, junção de paisagens

naturais e paisagens humanizadas. Portanto, o espaço geográfico é dinâmico, está

em constante transformação, sendo permanentemente construído e modificado pelo

ser humano através do trabalho ao longo do tempo.

De acordo com Milton Santos:

[...] Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de forma que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima. A palavra paisagem é frequentemente utilizada em vez da expressão configuração territorial. A rigor, a paisagem é apenas a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão. Assim, quando se fala em paisagem, há, também, referência à configuração territorial e, em muitos idiomas, o uso das duas expressões é indiferente. A paisagem se dá com um conjunto de objetos reais- concretos. Nesse sentido, a paisagem é transtemporal, juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal. O espaço é sempre um presente, uma construção horizontal, uma construção única. Cada paisagem se caracteriza por uma dada distribuição de formas- objetos. Por isso, esses objetos não mudam de lugar, mas mudam de função, isto é, de significação, de valor sistêmico. A paisagem é, pois, um sistema material e, nessa condição, relativamente imutável: o espaço é um sistema de valor que se transforma permanentemente.

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O espaço uno e múltiplo, por suas diversas parcelas, e através do seu uso, é um conjunto de mercadorias, cujo valor individual é função do valor que a sociedade, em um dado momento, atribui a cada pedaço da matéria, isto é, a cada fração da paisagem. O espaço é a sociedade, e a paisagem também o é. No entanto, entre espaço e paisagem o acordo não é total, e a busca desse acordo [...] é permanente: essa busca nunca chega a um fim. (SANTOS, 1996, p.83-84).

Estudar o lugar de vivência é muito importante, pois ocorrem em locais

espacialmente específicos e alcançam diferentes pessoas de diferentes formas, ao

mesmo tempo em que “o mundo é global, as coisas da vida, as relações sociais se

concretizam nos lugares específicos”. (CALLAI, 2003, p.84).

Em suma, o lugar é uma parte do espaço geográfico onde vivemos, faz parte

do nosso dia a dia, construímos, transformamos, reconstruímos e estabelecemos

muitos vínculos, criamos a nossa identidade e interagimos com as paisagens

geográficas já existentes. O espaço geográfico é, portanto, constituído por diferentes

lugares com paisagens naturais, humanizadas ou culturais, que podem apresentar

elementos semelhantes ou muito diferentes entre si. Sendo assim, o conceito de

lugar deve ser trabalhado e construído não só como localização espacial, mas

principalmente como espaço vivido, procurando resgatar a experiência espacial e

individual do aluno.

PARA SABER MAIS!

Segundo Archela, Barros e Gomes: O que é Paisagem?

[...] Paisagem é o espaço que se pode observar num lance de vista. [...] O olhar atento pode revelar, além dos aspectos presentes, marcas das sociedades que a construíram. As diferentes paisagens são construídas conforme os aspectos técnicos, econômicos, sociais, culturais e ideológicos dos grupos humanos em diferentes épocas. A leitura da paisagem geográfica considera os elementos naturais e sociais, presentes no espaço, e sua inter-relação de forma dinâmica. (ARCHELA; BARROS; GOMES, 2003, p. 179-192).

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1- ATIVIDADE:

Se você precisasse explicar a um parente (tio, tia, avó, avô, primos) ou

a um amigo o trajeto para chegar até a sua casa, caso convidasse para uma

festa de final de ano. Como você faria? Seria possível? Explique?

Sugestão: Use os mapas mentais para solucionar o problema.

2- ATIVIDADE: Observe atentamente o trajeto que você faz de casa até a

escola e anote os elementos naturais ou elementos culturais da paisagem que

considerar mais importante ou interessante no caminho.

Objetivo: Identificar a paisagem do lugar em que vive.

Para isso, você precisa observar atentamente como é o lugar/ local onde

você mora. É uma área urbana? Ou é uma área rural?

Portanto, o lugar onde você vive é uma

paisagem________________________.

Quais são as atividades existentes nesse lugar (lojas, indústrias, comércio,

serviços, escolas, postos de saúde, hospitais, lanchonetes, praças, etc.)?

Podem ser observados cultivos agrícolas e ou produção de alimentos?

Como são as residências ou os bairros residenciais?

Como são os transportes públicos?(rodoviária, ferroviária, aeroportos ou

portos).

O lugar onde você vive oferece boas condições de vida e infraestrutura?

3- ATIVIDADE: Você gosta do lugar onde você vive? Por quê?

Ainda de acordo com Archela, Barros e Gomes a paisagem geográfica é: [...] algo concreto e real, porém, ao observarmos, adicionamos a ela outros fenômenos adquiridos com nossa vivência, formando uma imagem mental dos lugares. Cada vez mais, temos a possibilidade de construir imagens de lugares que conhecemos, apenas por intermédio dos meios de comunicação, pois todos os dias as imagens de diferentes lugares são visualizadas pela televisão, observadas em outdoors, revistas, jornais e internet. (ARCHELA; BARROS; GOMES, 2003, p. 179- 192).

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Construa um Mapa Mental representando os elementos naturais ou culturais que

podem ser encontrados no trajeto entre a escola e sua residência.

PARA SABER MAIS!

4- ATIVIDADE: Agora, escreva um POEMA ou uma POESIA sobre o lugar

onde você vive. Sugestão de tema: “O MEU LUGAR NO MUNDO

GLOBALIZADO”.

Mapa Mental: Trajeto entre a Escola e a sua Residência.

Segundo Pontuschka, Paganelli e Cacete as representações gráficas são:

[...] “os desenhos, cartas mentais, croquis, maquetes, plantas e mapas podem ser englobados entre os textos gráficos, plásticos e cartográficos trabalhados no ensino e nas pesquisas da Geografia”. As representações gráficas diferenciam- se dos demais textos alfabéticos “pela dominância da figura, ou seja, de uma forma espacial”. [...] “as linhas, formas, superfície, distâncias, extensões, volumes e suas várias dimensões (comprimento, largura, altura) representam os espaços vividos e as práticas sociais”. (PONTUSCKA; PAGANELLI; CACETE, 2009, p.292).

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5- Atividade: Construa um Mapa Conceitual sobre os conceitos básicos de

Geografia.

Observação- Esta atividade coletiva pode ser realizada da seguinte forma:

*Listar no quadro todos os conceitos básicos geográficos estudados,

*Pedir para que os alunos comentarem sobre cada um dos conceitos,

*Escrever os conceitos geográficos em pedaços de papel colorido,

* Construir e reconstruir um Mapa Conceitual, fixando os conceitos no quadro.

Mapa Conceitual: GEOGRAFIA

Tema: “O MEU LUGAR NO MUNDO GLOBALIZADO”.

Professor, como sugestão assista ao vídeo: “Conceitos Básicos da Geografia”, do professor José Willian Vesentini. Fonte: VESENTINI, José Willian. Conceitos Básicos da Geografia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kWeDhaNelyk. Acesso: 01 set. 2014.

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Fonte: Elaborado pelo autor.

GEOGRAFIA

PAISAGEM LUGAR ESPAÇO

GEOGRÁFICO

ELEMENTOS NATURAIS

ELEMENTOS CULTURAIS

FORMAS DE RELEVO

HIDROGRAFIA CLIMA

VEGETAÇÃO

CASAS PRÉDIOS

RUAS ESTRADAS

PONTES

CONSTRUÇÕES PARQUES USINAS

NATURAL HUMANIZADA PORÇÃO OU PARTE DO ESPAÇO

CASA RUA

ESCOLA BAIRRO

CRIAMOS UMA IDENTIDADE

ELEMENTOS NATURAIS

CULTURAIS INVISÍVEIS

CONSTRUÍDO E RECONSTRUÍDO

TRABALHO HUMANO

TRABALHO DA

NATUREZA

RURAL OU URBANO

SOCIEDADE E NATUREZA

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PARA SABER MAIS!

Este filme conta a história de um garoto dos anos 80 que viaja no tempo,

através de uma invenção, uma máquina do tempo criada por um cientista, voltando

ao ano de 1955. É uma aventura incrível e inesquecível, onde é possível perceber e

observar as transformações no espaço geográfico de uma cidade provocada pela

ação humana.

Atividade: Em duplas, analisar as mudanças provocadas no espaço geográfico

observadas no filme (Entre 1955 e 1980).

Elaborar uma sinopse para o filme ou criar uma história em quadrinho

representando as possíveis mudanças que poderão acontecer no espaço geográfico

futuramente, levando em consideração a influência do trabalho humano e do

trabalho da natureza.

Para Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009, p.124), a passagem dos

conceitos cotidianos aos conceitos científicos é um aprendizado que se

efetiva com o desenvolvimento do raciocínio no âmbito exterior e interior da

escola. A hierarquização dos conceitos mais gerais, mais inclusivos, dos

conceitos intermediários e dos mais específicos, pouco inclusivos, enseja a

elaboração dos mapas conceituais.

Professor, você poderá assistir e trabalhar o filme: “De volta para o

futuro”.

Direção: Robert Zemeckis.

Estados Unidos: Vídeo, 1985.

Fonte: Trailer da série de volta para o futuro 1º temporada. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4fo_KcXIPgc. Acesso em: 02 set. 2014.

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“TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.79-80.

“PINGUE-PONGUE OU LANÇAR A BOLA”

O PINGUE-PONGUE é uma técnica de avaliação formativa que utiliza perguntas e respostas orais. Há a necessidade de o professor ser sensível e cauteloso na sua utilização porque expõem de uma forma muito visível os alunos perante a turma e o professor. COMO FUNCIONA: O professor seleciona uma série de questões sobre o conteúdo. Para iniciar a atividade, o professor retira de um saco ou de uma caixa o nome de um aluno, atira a bola ao aluno e faz-lhe uma das perguntas que selecionou. O aluno tem a opção de responder à questão ou lançar a bola para um colega a sua escolha. Se o aluno responde á pergunta, o professor pode retirar um novo nome para lançar a bola e responder a uma nova pergunta ou para que este aluno comente a resposta dada pelo colega. Pode, assim, realizar-se uma discussão sobre a resposta anterior, para esclarecer algum aspecto ou para dar exemplos. A atividade pode prosseguir até que se esgotem as perguntas. Esta técnica de avaliação formativa permite verificar a compreensão e pode ser usada durante ou após a aula, quando os alunos aprenderam já conceitos importantes sobre um conteúdo. Essa forma de verificar a compreensão vai ajudar o professor a planificar um feedback eficaz e o futuro ensino, à medida que a compreensão do aluno é conhecida por meio das respostas e explicações às perguntas. O PINGUE-PONGUE permite que os alunos respondam e ouçam explicações sobre questões de revisão. Isso possibilita- lhes avaliar a sua própria aprendizagem, bem como a dos seus colegas e, com base nos resultados, repensarem e melhorarem as suas estratégias de aprendizagem. Podem ser usadas perguntas elaboradas pelos alunos.

Professor, como sugestão de leitura de apoio o texto do livro: “O lugar

no/do Mundo”, de Ana Fani Alessandri Carlos.

Fonte: CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do Mundo. Disponível em: http://gesp.fflch.usp.br/sites/gesp.fflch.usp.br/files/O_lugar_no_do_mundo.pdf. Acesso: 02 set. 2014.

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Unidade 5: APRENDER FAZER, FAZENDO? PAISAGEM GEOGRÁFICA: CAMINHANDO, FOTOGRAFANDO E

RECONHECENDO A ESCOLA E SEU ENTORNO Duração: 08 aulas

O estudo do meio ou trabalho de campo, como chamado por alguns autores,

pode e deve possibilitar a formação do aluno crítico, participativo e consciente,

através da relação estabelecida entre a teoria e a prática na disciplina de Geografia.

Segundo Silva, o trabalho de campo:

[...] constitui-se em um instrumento fundamental para essa “leitura”, por meio da qual se desvenda o entorno e se estabelece a mediação entre o registro, o conhecimento já sistematizado e informado e o seu significado, auferido através de um processo dinâmico dialético para o entendimento da realidade, especialmente naquilo em que ela se apresenta como “inexplicável”, por isso mesmo investigadora. (SILVA, 2002, p.62).

Assim sendo, o estudo do meio ou trabalho de campo é:

[...] toda a atividade que proporciona a construção do conhecimento em ambiente externo ao das quatro paredes, através da concretização de experiências que promovam a observação, a percepção, o contato, o registro, a descrição e representação, a analise e reflexão crítica de uma dada realidade, bem como a elaboração conceitual como parte de um processo intelectual mais amplo, que é o ensino escolar. (SILVA, 2002, p.66).

Atividade: Estudo do Meio- Escola e seu Entorno

1- Preparação para o Estudo do Meio (Escola e seu entorno)

Justificativa:

É muito importante trabalhar com a Geografia do cotidiano, fazer essa leitura

percebendo os lugares mais próximos, os lugares mais frequentados e por onde o

aluno permanece a maior parte do tempo, como a sua casa, a escola, o bairro e a

cidade. Nesse contexto, possibilitar ao aluno analisar o meio ambiente escolar,

conhecer e observar a paisagem local existente, os elementos naturais e os

elementos construídos, faz toda a diferença. Dessa forma, para que os resultados

sejam atingidos com a proposta do estudo do meio, é essencial a participação do

aluno, ou seja, que o mesmo, reconheça e identifique os objetivos pretendidos,

conheça a função que desempenhará e o uso pelo qual será destinado todo o

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material analisado e coletado durante a caminhada geográfica.

Para que isto seja alcançado, é necessário que o aluno do Ensino

Fundamental II, neste caso, os alunos do 6º ano, através do estudo do meio, análise

a paisagem geográfica existente no seu lugar de vivência e estabeleça relações com

as paisagens naturais que foram transformadas pela natureza e pelo homem através

do trabalho ao longo do tempo, ou seja, identifique como ocorreram as modificações

no espaço geográfico local.

É essencial ainda, que o aluno utilize os seus conhecimentos prévios sobre

os conceitos de paisagem, lugar e espaço geográfico.

A proposta enfatiza então, a visita e o reconhecimento dos diversos

ambientes da escola, as salas de aula, a biblioteca, a secretária, a cantina, o

laboratório de informática, a sala da direção, os espaços internos e externos, a

quadra de esportes, o pátio, entre outros. Além de analisar as condições de

conservação e preservação do meio ambiente escolar, tais como: a questão do lixo

(limpeza), consumo de água, consumo de energia, vegetação local, etc. Dessa

forma, os alunos deverão conhecer os funcionários de cada setor e sua função no

contexto escolar.

Objetivos:

* Conhecer o espaço físico da escola,

* Identificar a função de cada funcionário no ambiente escolar,

* Perceber que cada lugar tem a sua identidade,

* Perceber que a relação entre os lugares são resultado das relações entre as

pessoas (aluno, família, professores, funcionários e comunidade),

* Reconhecer que a escola faz parte de um contexto mais amplo (Bairro, Cidade,

Estado, País, Continente, Mundo),

* Compreender a organização espacial da escola a partir da reconstrução da sua

memória,

*Identificar os elementos da paisagem local (naturais e os culturais),

*Mapear as paisagens encontradas no trajeto partindo da observação dos lugares

visitados e estabelecer relações com seu espaço de vivência,

*Possibilitar o desenvolvimento da observação, análise, descrição, comparação,

síntese, interpretação, escrita e trabalho em equipe.

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*Incentivar o aluno á utilizar outros sentidos, além da visão, como perceber texturas,

odores, formas, cores, sons, movimentos, entre outros, para perceber e identificar os

elementos (invisíveis) presentes na paisagem geográfica local.

Conceitos Geográficos:

Paisagem, lugar, espaço geográfico e natureza (meio ambiente).

2- Estudo do Meio Escolar e o seu Entorno

Os alunos reunidos em duplas deverão conhecer e visitar o espaço físico

da escola,

Cada dupla deverá observar todos os departamentos da escola, seus

funcionários respectivos e a função de cada um na escola,

Durante o trajeto pela escola, os alunos deverão fazer registros

fotográficos, desenhos, descrições escritas, croqui geográfico, entre outros,

Investigar como o aluno perceber-se no contexto escolar e no espaço

geográfico (o seu lugar/local no mundo),

Durante o trajeto percorrido no entorno da escola, observar e descrever á

realidade local (mudanças provocadas pela ação da natureza e do homem),

Identificar os diferentes tipos de vegetação e paisagens encontradas nos

arredores da escola,

Reconhecer-se como parte integrante do meio ambiente, contribuindo

assim para a transformação local,

Demonstrar a importância da leitura do seu lugar no mundo, utilizando

das diferentes formas e linguagens, como por exemplo, através da união

entre a fotografia e o estudo dos conceitos básicos geográficos.

Atividade: Fazer uma caminhada geográfica pela escola e no seu entorno para

observar, conhecer, reconhecer e fotografar as paisagens e as mudanças

provocadas pelo homem e pela natureza ao longo do tempo através do trabalho.

3- Sistematização das observações e das informações coletadas

durante o trajeto do Estudo do Meio

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Onde estamos localizados? Utilizar o mapa da cidade e a planta do bairro

para localizar-se e perceber o lugar de vivência em relação ao mundo. (Mapa

Múndi, Globo terrestre, Planta baixa da cidade e do bairro).

O que vocês observaram durante a caminhada pela escola e no seu

entorno?

Através do trajeto percorrido, das imagens, paisagens e das fotos

registradas, é possível perceber de que forma ocorre a relação entre o local

(lugar de referência) e o global na produção do espaço geográfico?

Como a fotografia pode contribuir para ampliar os sentidos de tudo aquilo

que vemos e fazemos?

As paisagens observadas sofreram modificações ao longo do tempo?

É possível perceber se as alterações humanas no local foram planejadas

ou não, e se essas ações interferem no meio ambiente? Como?

Quais os pontos positivos e os negativos observados na escola e no seu

entorno?

Em sala de aula compartilhar os resultados observados após a atividade

de fotografar e registrar a paisagem da escola e no seu entorno, através dos

croquis e dos registros escritos.

O que desejamos mostrar após o estudo do meio realizado? Quais

resultados foram encontrados? Descrever e escrever textos escritos.

4- Produção de Croquis Geográficos

Atividade: Representar através da produção do Croqui Geográfico todo o

trajeto realizado na escola e no seu entorno, destacando as informações mais

importantes.

5- Memória local da Escola

Atividade em dupla: Para compreender as transformações do espaço

geográfico da escola e do seu entorno é primordial conhecer a memória da escola,

por meio da pesquisa de documentos escritos, depoimentos de moradores do bairro

e familiares, através de fotografias antigas e recentes, observações, desenhos,

imagens, notícias de jornais, revistas ou sites com mais dados sobre o local visitado.

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6- O Meio Ambiente e o Ensino de Geografia

A questão ambiental pode ser abordada em quase todos os conteúdos,

visando despertar no aluno o respeito não somente com o meio ambiente, mas com

tudo o que está ao seu redor, seu círculo de vivência e seu próprio espaço.

Atualmente, a temática ambiental se transformou em uma questão de sobrevivência,

principalmente para as futuras gerações, sendo assim, é importante observar a

realidade local, o lugar onde está inserida á escola e formar novos defensores das

causas ambientais para que os recursos naturais sejam preservados. Por isso, cabe

ao docente em sala de aula, selecionar os conteúdos, no intuito de contribuir para o

desenvolvimento de cada um na construção e reconstrução de uma identidade com

o lugar de vivência, sabendo respeitar todos os tipos de lugares e formas de vida

existentes.

O estudo do meio é também uma maneira de estudar as modificações

ocorridas no espaço geográfico no tempo, possibilitando uma análise mais detalhada

das marcas encontradas na própria paisagem local.

Atividade: Pesquisar os principais tipos de vegetação ainda existentes no

estado do Paraná, dados sobre a degradação sofrida pela Mata Atlântica e sobre a

importância da conservação e preservação da biodiversidade local e global.

7- Preparação para Workshop (Exposição Fotográfica da Caminhada

Geográfica)

Dividir os alunos em equipes para organização e seleção de todo o material

coletado e produzido antes, durante e depois do trabalho de campo ou estudo do

meio.

8- Workshop: “Portfólio- Caminhada Geográfica”.

“Aprender Fazer, Fazendo?

“Paisagem: Caminhando, Fotografando e Reconhecendo a Escola e

seu Entorno”.

Exposição de todo o material produzido antes, durante e após o trabalho do

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estudo do meio através da construção e reconstrução do Portfólio.

Fonte: BARBOSA, Cal.(Org.). Olhares: registro de práticas pedagógicas. Osasco,

SP: V&B, 2002. p.11-54.

PARA SABER MAIS!

REFLEXÃO GEOGRÁFICA!

Professor é importante ressaltar, que embora todos os alunos tenham

realizado o mesmo percurso e observado as mesmas paisagens, as imagens, as

fotos, os objetos que foram fotografados serão diferentes. Isso acontece porque

cada aluno observa, analisa e vê através do seu próprio olhar, ou seja, os nossos

olhares estão carregados com as experiências individuais e diárias, com a nossa

cultura, com a religião e com a história particular de cada indivíduo ao longo do

tempo nos diferentes lugares onde estamos inseridos.

De acordo com Simielli “[...] existem vários tipos de croquis e os que mais

interessam ao ensino de Geografia são aqueles em que as informações são

representadas de forma simplificada e estilizada”. Os três principais tipos de

croquis são:

[...] o de análise/ localização, que apresenta o fenômeno ocorrido de forma isolada e no qual, por meio de estudos, é possível analisar determinado fenômeno ou determinada ocorrência na paisagem; o de correlação, que estabelece um encadeamento entre dois ou mais fenômenos ocorridos num espaço; o de síntese, que estabelece relações entre várias ocorrências de determinado espaço. (SIMIELLI, 1999, p. 92- 108).

Professor, como sugestão após o Estudo do Meio, os alunos em equipes

poderão construir uma maquete para representar a Paisagem da Escola e

do seu Entorno.

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PARA SABER MAIS!

ATIVIDADE PARA ALUNOS: “TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.114-116.

“CARTÕES SEMÁFORO” Os alunos recebem três cartões de cores diferentes e é lhes pedido para autoavaliarem o seu entendimento sobre um conceito ou competências que estão a aprender. As cores indicam se os alunos têm a compreensão plena, parcial ou mínima. Os alunos levantam, para isso, o cartão que melhor se adequa à sua compreensão: VERDE: AMARELO: VERMELHO: “Eu compreendo “Eu compreendo a maior “Eu não entendo. isso muito bem”. parte, mas gostaria de Preciso muito de receber alguma ajuda”. ajuda”.

COMO FUNCIONA: Quando o professor decide o momento certo para obter feedback sobre a compreensão dos alunos, indica-lhes que levantem o cartão que se identifica com a forma como pensam estar a entender o que estão a fazer ou a aprender até aquele momento. A apresentação de um “semáforo” colocado na parede da frente da sala de aula pode ser usada para lembrar aos alunos o que representam as cores. Esta técnica ajuda os alunos a desenvolver competências de autoavaliação. Permitem uma ajuda diferenciada aos alunos de acordo com as suas necessidades, prestada pelo professor ou pelos colegas.

Segundo Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009, p.329-334), em relação ás maquetes como simbolização da realidade:

[...] A entrada na escola estimula a criança a empreender vários tipos de construções e progressivamente chegar á construção da maquete da sala de aula, da casa, da escola, da rua, do bairro, do relevo. O aluno vai defrontar-se com questões referentes á variedade de tipos, ao tamanho e á proporcionalidade dos objetos, de uns em relação aos outros nas escalas qualitativas (cidades, cultura de soja) e quantitativas (maior ou menor).

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PARA SABER MAIS!

UNIDADE 6: COBERTOR GEOGRÁFICO Duração: 02 aulas

Após a realização de todas as atividades já mencionadas, e o

reconhecimento do espaço percorrido e fotografado para a construção dos conceitos

e categorias da ciência geográfica como lugar, paisagem e espaço geográfico,

será realizada a atividade a seguir:

Em duplas, os alunos deverão escolher uma paisagem observada ou uma

foto registrada durante o trabalho do Estudo do Meio na Escola e no seu Entorno,

para apresentar e representar através de desenhos (croqui) as características

naturais, culturais, sociais, históricas, econômicas ou ambientais do lugar escolhido.

Logo em seguida, deverá passar a imagem para um pedaço de tecido

(algodão cru), desenhar, colorir com tinta de tecido e alinhavar os desenhos em um

cobertor.

Desta forma, podemos dizer que, o pintor quando vai pintar uma tela, ele

não se limita apenas a pintar somente aquilo que vê e observa, pois, o seu intuito é

fazer com que todos tenham a oportunidade de ver além da pintura, de pensar,

refletir, questionar, relacionar, investigar e despertar para a realidade cotidiana,

considerando a vivência individual, o momento histórico, a história, a identidade e a

memória do lugar escolhido.

Para finalizar esta etapa, no final do 1º Trimestre, levando em consideração

a estação do inverno, será realizado um sorteio do “Cobertor Geográfico” para um

aluno do 6º ano da Escola Estadual Valdir Umberto de Azevedo.

Conforme Le Sann o estudo da geografia:

[...] passa pela leitura do mundo, construída a partir de representações pessoais [...]. O ato de reconhecer implica o de conhecer, ou seja, a formação de uma representação mental do “sujeito” ou ainda, seu conhecimento prévio: para tanto reconhecer é necessário conhecer! (LE SANN, 2007, p.117).

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PARA SABER MAIS!

UNIADADE 7: WORKSHOP/ PAINEL DEMONSTRATIVO Duração: 02 aulas

O professor pesquisador fará o registro fotográfico de todas as atividades

e avaliações formativas já mencionadas e no final do 1º Trimestre confeccionará,

juntamente com os alunos, um Painel Demonstrativo e organizará um Workshop,

que será fixado na sala de aula.

Todos os materiais produzidos pelos alunos, principalmente os Portfólios e

Cobertor Geográfico ficarão à disposição da família, dos alunos, dos demais

professores e da comunidade durante a entrega dos boletins no final do 1º Trimestre.

Dessa forma, os pais e/ou responsáveis poderão ter acesso ao passo a

passo de todo o processo de ensino- aprendizagem. No final do ano letivo, tanto o

professor quanto os alunos poderão acompanhar o resultado do estado da

aprendizagem, ou seja, ver quais foram ás aprendizagens que foram consolidadas e

quais as dificuldades que foram detectadas ao longo de todo o processo pedagógico

na disciplina de Geografia.

Villas Boas (2012, p.67) enfatiza que “um dos momentos mais importantes

da avaliação por meio do Portfólio: é a oportunidade de o aluno compartilhar sua

aprendizagem”.

Conforme Freire (1996, p.47) “ensinar não é transferir conhecimento, mas

criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

Segundo Pontuscka, Paganelli e Cacete as fotografias:

[...] frontais e oblíquas oferecem possibilidade de realização de croquis para detectar os elementos significativos de uma paisagem. O croqui é um desenho, um esquema rápido, que pode ser baseado em um trabalho de campo, em fotografias, em slide para o croqui, em fotografias aéreas e através de imagens de satélites. (PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE, 2009, p. 307-311).

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UNIDADE 8: PRÁTICA SOCIAL FINAL: INTENÇÕES Duração: 02 aulas

Autoavaliação do Aluno e do Professor

Nessa interação professor-aluno-conhecimento será importante o trabalho

com a autoavaliação, a qual possibilitará aos educandos pensar, repensar e refazer

suas atividades.

Villas Boas afirma que a autoavaliação é:

[...] o processo pelo qual o próprio aluno analisa continuamente as atividades desenvolvidas e em desenvolvimento e registra suas percepções e seus sentimentos. Essa análise leva em conta o que ele já aprendeu, o que ainda não aprendeu, os aspectos facilitadores e os dificultadores do seu trabalho, tomando como referência os objetivos da aprendizagem e os critérios de avaliação. (VILLAS BOAS, 2012, p. 53).

De acordo com Lopes e Silva a autoavaliação exige:

[...] que o aluno avalie a sua participação, o seu processo de trabalho e os seus produtos. Os alunos respondem oralmente ou por escrito a perguntas como: Qual foi à parte mais difícil do projeto? Qual é a próxima etapa do teu projeto? Se pudesse começar de novo, o que farias de diferente? O que aprendeste com este projeto? (LOPES; SILVA, 2012, p.10).

Ainda segundo Lopes e Silva o que torna qualquer avaliação uma avaliação

formativa:

[...] não é a técnica ou instrumento específico que é usado, mas o modo como ás informações obtidas a partir desse instrumento ou técnica são utilizadas. Se um professor usa as informações de uma avaliação para acompanhar a aprendizagem, dar feedback aos alunos e ajustar as estratégias de ensino com o objetivo de que estes avancem em direção às metas de aprendizagem, o professor está a realizar uma avaliação formativa. (LOPES; SILVA, 2012, p.21-22).

Sob essa perspectiva Lopes e Silva (2012, p.31), corrobora no que diz

respeito ao feedback dos professores, “que seja escrito ou oral, deve inicialmente

concentrar-se no que o aluno tenha feito bem, antes de destacar as áreas que

carecem de melhorias. O feedback deve incluir orientações sobre como o aluno

pode fazer as melhorias necessárias”.

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Por isso, o docente poderá no feedback destinado ao aluno, descrever e

informar (não julgar), ser o mais específico possível, comunicar (informar)

claramente o que quer que o aluno faça e dar sugestões para o aluno sobre o que

deve fazer para melhorar na direção de atingir os objetivos pretendidos na avaliação

formativa. (LOPES; SILVA, 2012, p.32-33).

Os dados da autoavaliação são, portanto de grande importância tanto para

os alunos quanto para os professores, na medida em que “os alunos entendam

como avaliar os seus conhecimentos atuais e as lacunas que ainda possuem, terão

uma ideia mais clara de como podem ajudar-se a si próprios e a progredir”. (LOPES;

SILVA, 2012, p.34).

Para melhor entender o processo de avaliação formativa e os seus efeitos

nos alunos e nos professores leia a metáfora de um moinho de vento.

[...] Assim como um moinho de vento intencionalmente explora o poder do

movimento do ar para gerar energia, o processo de avaliação formativa

ajuda os alunos a aproveitar intencionalmente o funcionamento das suas

próprias mentes para gerar motivação para aprender. Impulsionados pelo

processo de avaliação formativa, os alunos compreendem e usam as metas

de aprendizagem, definem as suas próprias metas de aprendizagem,

selecionam estratégias eficazes para melhorar a sua aprendizagem e

avaliam os progressos que fazem. E como os alunos se tornam mais

confiantes e competentes, tornam-se mais motivados (com maior energia)

para aprender, cada vez mais capazes de persistir durante a realização de

tarefas exigentes e de regular o seu próprio esforço e ações quando

enfrentam novos desafios de aprendizagem.

Quando um moinho gira, as suas velas individuais parecem desaparecer. A

mesma coisa acontece com os elementos-chave do processo de avaliação

formativa. O seu poder vem da combinação de esforços que esses

elementos possibilitam.

Quando professores e alunos de forma ativa e intencional se dedicam a

aprender, trabalhando em conjunto e dependendo uns dos outros, os

elementos-chave da avaliação formativa unem-se numa enxurrada de

atividades cognitivas com um efeito poderoso na melhoria da realização

escolar de todos os alunos. (LOPES; SILVA, 2012, p.36-37).

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Podemos então exemplificar, que os critérios de sucesso na avaliação

formativa poderão ser observados e registrados pelo professor e pelo aluno na

avaliação formativa. “Os critérios de sucesso são indicadores estabelecidos com

referência aos objetivos de aprendizagem. Descrevem o que os alunos terão de

saber ou saber fazer para conseguir alcança-los”. (LOPES; SILVA, 2012, p.38).

Figura 3: Avaliação Formativa e os Critérios de sucesso

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.38.

Professor, para melhor compreender os critérios de avaliação, observe o quadro:

Quadro 3: Critérios de sucesso na Avaliação Formativa

Para os alunos 1-O que vou aprender? 2-Como é que eu poderei saber se fui bem sucedido na minha aprendizagem e o que

1-Esta questão é respondida pelo objetivo de aprendizagem. 2-Esta questão é

O ensino e as atividades de aprendizagem destinam-se a proporcionar aos alunos oportunidades para compreenderem os critérios de sucesso e

desenvolverem as competências, conhecimentos e saberes necessários para os alcançarem.

Os objetivos de

aprendizagem estão

diretamente relacionados

com os critérios de sucesso.

CRITÉRIOS DE SUCESSO

O feedback dos

professores e dos colegas baseia-se nos

critérios de sucesso.

A autoavaliação dos alunos destina-se a ajudá-los a

atingir os critérios de sucesso.

A avaliação da tarefa ou atividade é planeada de modo a que os alunos

tenham oportunidade de demonstrar o domínio dos critérios de sucesso.

Page 78: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

tenho de fazer para o ser? respondida pelos critérios de sucesso.

Para os

professores

1-Que conhecimentos ou competências quero que os meus alunos adquiram ou aprendam? 2-Como é que poderei saber se os meus alunos foram bem na sua aprendizagem?

1-Esta questão é respondida pelo objeto de aprendizagem. 2-Esta questão é respondida pelos critérios de sucesso.

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.39.

No final de todas as atividades, o aluno terá a oportunidade de avaliar o seu

desempenho e também o trabalho do professor, respondendo a uma autoavaliação

cujo objetivo principal será: Como o Portfólio será visto pelos alunos da Escola

Estadual Valdir Umberto de Azevedo?

UNIDADE 9: O PORTFÓLIO VISTO PELOS ALUNOS DA ESCOLA

ESTADUAL VALDIR UMBERTO DE AZEVEDO DURAÇÃO: 04 AULAS

No término das atividades que constam neste Caderno Pedagógico, os

alunos terão a oportunidade de fazer uma autoavaliação parcial do processo ensino-

aprendizagem do 1º Trimestre e também uma avaliação do trabalho do professor,

para então, no final do ano letivo, comparar todos os resultados obtidos.

A avaliação formativa mais interativa proposta neste Caderno Pedagógico,

distribuído em Unidades Didáticas contribuirá para a melhoria da qualidade de

ensino na disciplina de Geografia?

Segundo Cavalcanti o objetivo maior do ensino é:

[...] A construção do conhecimento mediante o processo de aprendizagem do aluno. A intervenção intencional própria do ato docente diz respeito á articulação de determinados objetivos, conteúdos e métodos que levem em conta as condições concretas em que ocorre o ensino e seus diferentes momentos, planejamento, realização e avaliação. Em outros termos, a tarefa de intervenção no ensino escolar é basicamente do professor e consiste em dirigir, orientar, no planejamento, na realização das aulas e das atividades extraescolares e na avaliação, o processo de conhecimento do aluno com base em determinados propósitos, em conteúdos específicos e em modos adequados para conseguir os propósitos definidos. (CAVALCANTI, 1998, p.138).

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Como já referido anteriormente, para Cavalcanti (1998, p.165) há no ensino

um processo de interação e construção, no qual o aluno é “um sujeito ativo que

constrói conceitos, atribui significados aos objetos com base em representações já

formadas. O objetivo da escola de se tornar um espaço vivo de construção e

reconstrução das ideias e concepções“.

ATIVIDADE PARA ALUNOS: Autoavaliação do Portfólio no final do 1º

Trimestre e/ou no final do ano letivo.

“TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.86- 90.

“DUAS ESTRELAS E UM DESEJO” Esta técnica de avaliação formativa destina-se a promover a avaliação construtiva, individual, por pares ou grupos mais numerosos de alunos, de trabalhos realizados anteriormente. Permite que os alunos contatem com diferentes abordagens ou formas de resolver uma tarefa ou trabalhos, com o objetivo de produzirem melhores trabalhos no futuro. COMO FUNCIONA: Antes de iniciar esta atividade, os alunos podem rever o seu próprio trabalho, utilizando a técnica Duas Estrelas e Um Desejo. Isto é, para cada parte do trabalho que analisam, os alunos escrevem duas coisas de que gostam- “estrelas” – e expressam um “desejo”, ou seja, algo que acham que melhoraria o seu trabalho. As “duas estrelas” devem referir-se a dois aspectos do trabalho que satisfaçam os critérios de sucesso estabelecidos para o trabalho, e os “desejos” devem referir-se aos aspectos do trabalho que precisam ser melhorados, de acordo com os mesmos critérios. Uma vez concluído o trabalho de revisão, os alunos deslocam-se pelos diferentes grupos para analisarem o trabalho dos outros colegas. Fazem então, uma lista de “estrelas” e “desejos” sobre os trabalhos e indicam, numa curta avaliação escrita, como pretendem melhorá-lo. Uma discussão após a atividade pode servir para analisar as questões sobre as quais houve consenso e as questões que dividiram a turma. Esta técnica de avaliação formativa possibilita o desenvolvimento de competências de pensamento, autocontrole, tomado de decisões e de trabalho em cooperação. A análise dos trabalhos dos alunos proporciona feedback ao professor sobre a aprendizagem realizada, e possibilita-lhe ajustar as atividades de aprendizagem para a aquisição de conhecimentos e/ou desenvolvimento de competências em falha, tendo como referência as metas de aprendizagem e os critérios de sucesso.

Page 80: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.86- 90.

O professor deve também partilhar com os alunos as suas “DUAS

ESTRELAS e UM DESEJO” sobre o resultado dos trabalhos.

DUAS ESTRELAS E UM DESEJO Autoavaliação Nome: Data: Objetivos de aprendizagem/ critérios de sucesso: Indique “DUAS ESTRELAS” (aspectos que lhe permitam fazer comentários positivos sobre o trabalho).

Mencione “UM DESEJO” (uma área ou ideia que pensa que pode ser melhorada no trabalho).

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Reflexão Geográfica!

1-A Avaliação Formativa proposta

neste Caderno Pedagógico distribuídas

em Unidades Didáticas e desenvolvida

através das atividades e avaliações

diversificadas contribuíram para a

melhoria da qualidade de Ensino na

disciplina de Geografia?

2-O Portfólio obteve resultados

satisfatórios aplicados como um

Instrumento de Avaliação Formativa,

Autoavaliação e/ou Recuperação

Paralela do Processo Ensino-

Aprendizagem na disciplina de

Geografia?

3-As atividades e as avaliações

realizadas através do uso do Portfólio

contribuíram para a construção do

conhecimento geográfico, a partir da

relação estabelecida entre o

conhecimento científico da ciência

geográfica e os saberes cotidianos

construídos pelos alunos em situações

escolares?

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UNIDADE 10: CADERNO DE ANOTAÇÕES INDIVIDUAIS DE CADA ALUNO

Levando em consideração todo esse processo, é fundamental definir e

estabelecer os critérios de avaliação em Geografia. As atividades e avaliações

formativas realizadas pelo aluno terão feedbacks constantes do professor e poderão

ser acompanhadas pelos alunos durante as atividades e avaliações realizadas.

O professor irá utilizar um código de correção e bilhetes interativos2 em

todas as atividades e avaliações que forem aplicadas ao aluno. Dessa forma, o

aluno terá a oportunidade de identificar o erro ou acerto, corrigir e refazer as

atividades sempre que forem necessárias, no intuito de atingir o melhor resultado

durante o processo de ensino-aprendizagem.

A partir dos resultados das atividades e das avaliações é que serão

detectadas quais as novas estratégias e outros instrumentos avaliativos que serão

necessários serem aplicados para que realmente o aluno atinja os objetivos

estabelecidos pelo professor no Plano de Trabalho Docente.

SUGESTÃO 1: “AUTOAVALIAÇÃO FORMATIVA INDIVIDUAL”

Ficha de Observação e Registro das Atividades Diárias do _____ Trimestre.

Escola___________________________________________________________.

Professor:__________________ Disciplina: ___________Série/ano: ________.

CONTEÚDO:_____________

_______________________

OBJETIVOS: ____________

_______________________

ESTRATÉGIAS/TÉCNICAS:

(A) ____________________

(B) ____________________

(C) ____________________

(D) ____________________

DATAS:

____________________

____________________

____________________

____________________

ALUNOS

A B C D ANOTAÇÕES:

1

2

3

2 Código de correção: é um código elaborado pelos docentes de Língua Portuguesa da escola e adotado por todos

os demais professores das diversas disciplinas escolares (em anexo)

Page 83: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

4

5

1- OS OBJETIVOS PRETENDIDOS E SELECIONADOS PELO

DOCENTE FORAM ALCANÇADOS (SIM),

2- OS OBJETIVOS PRETENDIDOS E SELECIONADOS PELO DOCENTE NÃO

FORAM ALCANÇADOS (NÃO),

3-APRESENTOU DIFICULDADES PARA RESOLVER AS ATIVIDADES (+ OU -).

COMENTÁRIOS E OBSERVAÇÕES GERAIS DAS ATIVIDADES PELO

PROFESSOR:

___________________________________________________________________

Fonte: Adaptado pelo autor.

Esta Ficha de Autoavaliação Formativa Individual permitirá ao docente

organizar, sistematizar, registrar e comparar todas as observações realizadas

durante as atividades diárias e tornar o trabalho do docente mais rápido e eficaz. O

docente marcará com o número correspondente a coluna relacionada ao objetivo,

estratégias ou técnicas atingidas ou não pelo aluno. As anotações e as observações

complementares permitirão também ao docente, identificar individualmente a

situação de cada aluno durante o processo ensino-aprendizagem, e só então, a

partir dos resultados obtidos selecionar quais as novas estratégias a serem

aplicadas para atingir os objetivos de cada conteúdo ou de cada aula.

Observação: O professor terá um Caderno de Anotações Individuais-

Geografia destinada apenas para essa Autoavaliação.

ATIVIDADE PARA PROFESSORES E ALUNOS:

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SUGESTÃO 2: “AUTOAVALIAÇÃO: TÉCNICA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA”

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.93-101.

GRELHA DE AUTOAVALIAÇÃO DO ALUNO APÓS A UNIDADE DE ENSINO

1 2 3

Por favor, indica três

coisas que

consegues fazer

agora.

Depois desta

unidade (destas

aulas), eu

consigo...

Depois desta

unidade (destas

aulas), eu consigo...

Depois desta

unidade (destas

aulas), eu

consigo...

Por favor, indica três

coisas/atividades de

que gostaste mais.

Eu gostei mais

de...

Eu gostei mais de...

Eu gostei mais

de...

Por favor, indica três

coisas que precisas

de praticar mais.

Eu preciso

praticar mais...

Eu preciso praticar

mais...

Eu preciso

praticar mais...

Por favor, dá três

sugestões de coisas

que gostarias de

aprender a seguir.

Eu sugiro...

Eu sugiro...

Eu sugiro...

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.95.

GRELHAS DE AVALIAÇÃO é uma técnica de avaliação formativa usada

para avaliar o desempenho dos alunos com base na consideração de uma

gama completa de critérios. É um guia de trabalho para alunos e

professores. O objetivo é a melhoria contínua da aprendizagem, pelo

envolvimento ativo dos alunos no processo de avaliação, através não só da

autoavaliação, mas também da avaliação pelos pares.

As GRELHAS DE AVALIAÇÃO fornecem um feedback útil ao professor

quanto à eficácia do seu ensino. A utilização de grelhas de avaliação

durante a aprendizagem melhora o desempenho dos alunos porque torna a

aprendizagem mais focada e autodirigida.

Page 85: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

GRELHA DE AVALIAÇÃO PELOS PARES

O meu nome _____________________________________________________.

Eu estou a avaliar _________________________________________________.

Data:____________ Série/ Ano:_____________ Disciplina: _______________.

Ele/ela fez muito

bem

Ele/ela fez mais

ou menos

Ele/ela

decepcionou-

me

1-O meu colega fez uma

grande quantidade de

sugestões

2-O meu colega esteve

empenhado a maior parte

do tempo em que

trabalhamos juntos.

3- O meu colega esteve

aberto às minhas

sugestões.

4- O meu colega sabia o

que se esperava dele.

5- Fui capaz de completar

efetivamente as minhas

tarefas como resultado do

trabalho com o meu colega.

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.98.

GRELHA DE AVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DE APRENDIZAGEM

Critérios Necessidade

de melhoria

Satisfatório Bom Excelente

Trabalha de

forma

independente

*Necessita de

incentivos para

começar a

tarefa.

*Distrai-se

facilmente.

* Muitas vezes

necessita de

incentivos para

começar a

tarefa.

*Distrai-se

*Começa a

tarefa

imediatamente.

*Permanece na

tarefa sem

necessidade

*Começa a

tarefa

imediatamente

e permanece

na tarefa sem

necessidade

Page 86: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

facilmente, mas

poderá

facilmente

regressar à

tarefa.

de indicações. de indicações

externas.

Trabalha em

equipe

*Não trabalha

bem em grupo.

*Pode ser

perturbador e

distrair os

outros do

trabalho.

*Necessita de

encorajamento

para trabalhar

em grupo.

*Tenta trabalhar

sozinho.

*Pode trabalhar

bem em grupo

somente quando

escolhe o grupo.

*Coopera com

os outros

membros do

grupo.

*Permanece na

tarefa.

*Comunica de

forma eficaz

com o grupo.

*Coopera com

os outros

membros do

grupo.

*Mantém-se

concentrado

no grupo e no

trabalho.

*Comunica

bem com o

grupo e em

defesa do

grupo.

Organização *Esquece-se

do caderno ou

dos papéis na

pasta.

*Esquece-se

com muita

frequência do

material.

*Tem um

caderno diário.

*Geralmente traz

o caderno.

*Geralmente traz

o material para a

aula.

*Mantém o

caderno e os

materiais

organizados.

*Traz

diariamente o

material para a

aula.

*Mantém o

caderno bem

organizado.

*Arquiva as

fichas ou o

material logo

que recebe.

*Traz todo o

material e

sabe onde

está.

Page 87: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Hábitos de

trabalho

*Necessita de

muita

orientação

para fazer o

trabalho.

*Necessita de

lembretes para

acabar o

trabalho.

*Ás vezes

esquece-se de

trazer os

trabalhos.

*Nem sempre faz

os trabalhos.

*Chega à aula

preparado para

trabalhar.

*Esforça-se

para fazer os

trabalhos e

completa-los

sempre que

possível.

*Abre o livro e

tira para fora o

material antes

da aula

começar.

*Esforça-se

para fazer e

completar

diariamente

os trabalhos.

*Completa o

trabalho extra

por interesse

ou para

praticar mais.

Iniciativa *Tem de ser

dito para fazer

tudo.

* Não completa

o trabalho ou

começa outra

página ou

exercício sem

muita

insistência.

*Pode, ou não,

procurar ajuda

quando tem

necessidade.

*Espera pelo

professor para

lhe dizer que

terminou o

trabalho e pode

fazer outra

tarefa.

*Procura ajuda

quando

necessita.

*Procura fazer

a próxima

tarefa quando

a outra está

completa.

*Disposto a

pedir ajuda.

*Ajuda os

outros

colegas

quando é

necessário.

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.98-99.

LISTA DE VERIFICAÇÃO DE AUTOAVALIAÇÃO DO ALUNO

Nome: ________________________________________ Data: _____________.

Turma: ________________ Assunto ou matéria:_________________________.

Depois desta

unidade (material),

eu sou agora capaz

de:

Facilmente Preciso praticar Absolutamente

nada

Page 88: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Eu gostei de: ____________________________________________________

Eu preciso de saber mais sobre: ___________________________________

Eu preciso de ter mais confiança em: _______________________________

Eu sugiro: ________________________________________________________________________

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.100.

PARA SABER MAIS!

Em suma, para que tudo isso seja alcançado, é preciso que o Ensino

de Geografia faça sentido para os alunos. Sobre o Ensino de

Geografia Sene e Moreira afirmam que:

[...] Podemos ensinar uma geografia mais interessante, dinâmica e útil tornando a relação ensino-aprendizagem gratificante e prazerosa. Para tanto, acreditamos que é importante: Aproximar o discurso geográfico do dia a dia dos estudantes; Romper com a dicotomia Geografia Física/ Geografia Humana; Discutir novas temáticas e atualizar antigas e incorporar ao nosso instrumental as novas tecnologias que tem surgido com a revolução técnico-científica; Somar á nossa linguagem específica- a cartografia- outras linguagens (literatura, poesia, artes plásticas, música, história em quadrinhos, caricatura, fotografia etc.) e os meios de comunicação através dos quais elas são veiculadas (cinema, rádio, televisão, jornal, internet etc.), assim como os lugares do cotidiano onde essas manifestações aparecem: ruas, praças, exposições, feiras etc. Valorizar os conceitos, categorias e procedimentos próprios da nossa disciplina. (SENE; MOREIRA, 2009, p.04).

Page 89: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

UNIDADE 11: SUGESTÕES DE OUTRAS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

FORMATIVA QUE PODEM SER APLICADAS EM SALA DE AULA E

ADAPTADAS PARA QUALQUER SÉRIE/ANO

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.55-57.

“1-CANTOS”

Cantos é técnica de avaliação formativa cooperativa que pode ser usado na aprendizagem de conteúdos diversos, desde que possibilitem que os alunos optem por diferentes aspectos ou por diferentes perspectivas de um mesmo assunto. Possibilita feedback imediato sobre a aprendizagem dos alunos antes, durante e após uma aula ou sequência de aprendizagem. A cada canto o professor faz corresponder uma opção/ perspectiva diferente, a qual deve ser facilmente identificada pelos alunos. Uma forma simples de fazê-lo é colocar um cartaz com a indicação da opção a que corresponde, em cada um dos cantos da sala. Se o tema em estudo não possibilita utilizar quatro cantos, pode- se funcionar com três ou podem arranjar- se muitos mais cantos. Como funciona: Indicar aos alunos o que vai estar em escolha ou discussão, explicar o que significa a posição atribuída a cada um dos cantos numera- lós e colocar em cada um uma identificação visual, dar tempo aos alunos para pensarem individualmente permitir que cada aluno se desloque para o canto escolhido para que em cada um dos cantos se juntem os alunos que selecionaram a mesma opção, os alunos dos mesmos cantos explicam as razões da sua escolha, os alunos de cada canto devem ser capazes de mencionar as razões que suportam cada uma das escolhas dos colegas dos restantes cantos. Como informa o ensino e a aprendizagem: proporciona ao professor feedback sobre o domínio pelos alunos dos conteúdos antes e durante a aprendizagem. Facilitam a reflexão e a autoavaliação.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.67-68.

“2- FILAS ORDENADAS”

Filas Ordenadas é um método de aprendizagem cooperativa, usado para ordenar ou organizar o conhecimento numa progressão e também para demonstrar como a aprendizagem de uma matéria se relaciona com outra anteriormente aprendida. Permite revelar o pensamento e a compreensão dos alunos em qualquer etapa do processo de ensino- aprendizagem e, por isso, é extremamente útil ao professor como técnica de avaliação formativa. A sua utilização requer a utilização de um conjunto de cartões com sequências que os alunos têm de ordenar. Como funciona: podem ser usadas durante e depois das aulas em que os alunos tiverem oportunidade de aprender conceitos importantes. Os professores preparam os conjuntos de cartas com as sequências. Podem preparar o mesmo conjunto de cartas ou conjuntos diferentes para cada uma das equipes da turma. Para iniciar, o professor divide os alunos em grupos e distribui um cartão do conjunto a cada um dos alunos das diferentes equipes. Cada cartão tem um conceito ou uma ideia para colocar em ordem cronológica ou sequencial. Em seguida dá instruções e os elementos de cada grupo fazem uma fila, que é organizada na posição em que pensam que a informação deve ser sequenciada, para que os cartões fiquem na ordem que corresponda ao solicitado pelo professor. No final, os alunos comentam a sequência de cada grupo. Como informa ensino e a aprendizagem: permite verificar rapidamente a compreensão dos alunos em relação á sequência de informação e o professor pode usar o feedback para planificar as aulas.

“3- ORGANIZADORES GRÁFICOS” Os alunos criam ou completam um organizador gráfico (diagrama, mapa conceitual, tabela, gráfico, entre outros) para demonstrar o seu pensamento antes, durante e no fim de uma aula ou sequência de aprendizagem. Como funciona: Antes da aula- o professor decide o organizador gráfico que melhor poderá promover a aprendizagem e revelar a compreensão dos alunos sobre os conceitos a serem tratados na aula ou unidade de ensino. Em seguida, entrega o organizador gráfico em branco, juntamente com uma lista de conceitos-chave e pede aos alunos que, de forma independente, completem o organizador gráfico

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.69-70.

usando apenas os conceitos- chave fornecidos. Findo o tempo disponibilizado, o professor recolhe os organizadores para verificar o que os alunos já sabem sobre as relações entre os conceitos mais importantes, e planifica as aulas de acordo com a informação obtida. Durante a aula- o professor dá aos alunos um organizador gráfico para completarem á medida que leem ou discutem os conceitos importantes. Os alunos podem completa- ló individualmente. Depois da aula- o professor poderá entregar aos alunos o organizador que realizaram antes da aprendizagem do conteúdo. Os alunos completam- no e, em seguida, usam- no para refletir sobre a sua aprendizagem. Como informa ensino e a aprendizagem: mostra ao professor como os alunos progridem em direção às metas de aprendizagem, no que diz respeito à compreensão das relações entre os conceitos abordados. Na posse destes dados, o professor planifica as aulas de forma a abordar as concepções alternativas e/ou falta de conhecimentos e compreensão dos pré- requisitos pelos alunos.

“4-PENSAR- FORMAR PARES – PARTILHAR”

É um método cooperativo para encorajar a participação dos alunos na sala de aula. Pelo feedback sobre a aprendizagem que possibilita ao professor e aos próprios alunos, constitui- se como uma importante técnica de avaliação formativa. Como funciona: construir equipes de quatro elementos e numerá- los de 1 a 4, enunciar um assunto para discutir ou um problema para resolver, dar aos alunos tempo para pensar na resposta, usar os números atribuídos aos alunos para anunciar a constituição dos pares (aluno1 e o aluno2 vão formar um par, o aluno 3 e o aluno 4 vão formar outro par), pedir alunos para discutirem o assunto o resolverem o problema com os colegas, e finalmente o professor chama ao acaso alguns alunos para partilharem as suas ideias com a turma.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.75-77.

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.78-79.

“5- EM POUCAS PALAVRAS OU O MAIS RESUMIDAMENTE POSSÍVEL”

Em poucas palavras é uma técnica de avaliação formativa, onde os alunos escrevem, desenham ou resumem oralmente a sua aprendizagem para que captem o ponto principal ou a essência do conteúdo que estão a aprender. Como funciona: o professor pede aos alunos para refletirem sobre a sua aprendizagem e para fazerem um breve resumo, uma ilustração, um desenho ou uma pequena representação que evidencie o que aprenderam de mais importante. A sugestão é que o professor utilize de diferentes formas para perceber a que mais motiva os alunos. Esta técnica de avaliação formativa de verificação da compreensão pode ser usada durante e depois das aulas, quando os alunos tiverem já oportunidade de apender conceitos importantes. Como informa ensino e a aprendizagem: poderá revelar ao professor a fase da aprendizagem em que se encontra cada aluno, a partir da compreensão que revelam do conteúdo em avaliação. Esta verificação da compreensão poderá ajudar o professor a planear o feedback eficaz e o futuro ensino. Aos alunos permite refletirem sobre a sua aprendizagem e consequentemente realizarem a sua autoavaliação.

Como informa ensino e a aprendizagem: a observação da discussão em pares sobre as respostas do professor e a sua apresentação á turma fornece feedback ao professor sobre a aprendizagem dos seus alunos. Na posse dessas informações, o professor pode decidir, de forma mais fundamentada sobre as estratégias e atividades a privilegiar nas situações futuras de aprendizagem. Outra sugestão: Pensar/escrever... (uma resposta individualmente e anota- lá numa folha), Partilhar... (a resposta com um colega, por exemplo, o colega da direita), Escutar... (com muita atenção, na sua vez, a resposta do colega), Criar... (uma nova resposta que contenha as ideias expressas por cada um dos colegas).

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.81-82.

“6- FAZER QUESTÕES E MISTURAR RESPOSTAS”

Nesta técnica de avaliação formativa, os alunos escrevem perguntas e as respostas sobre uma unidade de ensino em cartões individuais ou pedaços de papel. O professor verifica a exatidão das perguntas e das respostas. Como funciona: Cada um dos alunos escreve em pequenos cartões uma pergunta- cartão de perguntas e a respectiva resposta- cartão resposta, sobre um ou mais conteúdos estudados. Em seguida, distribui aleatoriamente os cartões de respostas e deixa a cada aluno o cartão com a pergunta que elaborou. Ou seja, cada aluno tem um cartão com a sua pergunta e um cartão com a resposta á pergunta feita por um colega. O professor escolhe um aluno para iniciar a atividade lendo a sua pergunta. Os alunos leem o cartão de resposta que lhes foi aleatoriamente entregue e avaliam se responde ou não á pergunta feita pelo colega. Se assim for, o aluno lê a resposta. Em seguida lê a sua pergunta para outro colega responder. Como informa ensino e a aprendizagem: possibilita a verificação eficaz da compreensão durante e depois da aula, quando os alunos já tiveram a oportunidade de aprender conceitos importantes. Ajuda o professor a planificar um feedback eficaz e o ensino futuro, á medida que a compreensão do aluno é conhecida através das perguntas e respostas que elabora, e das respostas dadas ás perguntas elaboradas pelos colegas.

“7- O PONTO ENLAMEADO OU PEDRA NO CAMINHO”

O Ponto Enlameado ou Pedra no Caminho é uma técnica de avaliação formativa que exige muito pouca preparação. Essa técnica consiste em pedir aos alunos para identificarem, numa resposta rápida, qual o se Ponto Enlameado, isto é, o assunto ou conceito da aula onde tiveram mais dificuldade. O foco de avaliação do Ponto Enlameado ou Pedra no Caminho pode ser uma aula, um conteúdo, uma palestra, um debate ou um exercício. Como funciona: Peça aos alunos que identifiquem o seu Ponto Enlameado ou Pedra no Caminho, relativo à aula do dia ou a um conteúdo que acabaram de aprender, e o escrevam num pedaço de papel. Certifique- se de que os alunos sabem quanto tempo têm para fazê-lo e recolha- os quando terminarem, de forma a poder analisa- lós e responder ás questões, dúvidas e comentários dos alunos na aula seguinte.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.84-86.

“8- NOTAS EM CADEIA”

Notas em Cadeia começa com uma pergunta imprensa na parte superior de uma folha de papel. A folha vai circulando de aluno para aluno. Cada aluno responde à questão com uma ou duas frases e passa a folha para o colega a seguir. Ao receber a folha cada aluno acrescenta um novo pensamento ou ideia, ou apoia- se nas respostas dadas anteriormente para completá-las. Como funciona: o professor seleciona uma questão ampla e aberta centrada num conceito particularmente relevante do currículo. Escreve a pergunta em cima de uma folha A4. Coloca também a pergunta num lugar da sala, no quadro ou num placar, para que todos os alunos a possam ver. Faz circular a folha pelos alunos, tendo cada um de adicionar um contributo que se relacione com a questão e que acrescente ideias, explique mais detalhadamente outras já registradas ou que discorde com os comentários dos outros colegas. Certifica- se de que os alunos leem todas as respostas anteriores antes de adicionar a sua própria nota. Incentiva os alunos a construir ideias sobre a última nota feita, de modo que haja relação entre as diferentes ideias que vão sendo adicionadas.

Ao esclarecer os conceitos básicos que foram mal compreendidos de uma forma imediata, desejavelmente no início da aula seguinte, os professores podem garantir o desempenho bem sucedido dos alunos ao longo do ano, quando esses conceitos forem aplicados. Essa técnica destaca o esforço do professor para ajudar os alunos a dominarem os conteúdos da disciplina porque fornece informações sobre o que os alunos acharam menos clara ou mais confuso sobre um determinado assunto ou aula e, geralmente, produz um poderoso efeito positivo sobre a participação e a aprendizagem. Como informa ensino e a aprendizagem: permite que os professores “vejam” o conteúdo através dos olhos dos seus alunos, possibilitando- lhe um “diagnóstico instantâneo” do que estão a achar difícil de aprender. As informações que disponibiliza sobre a aprendizagem constituem um ótimo feedback para informar o professor dos pontos que são mais difíceis para os alunos aprenderem, assim como para orientar as suas decisões de ensino sobre os temas que deve realçar e as competências que deve proporcionar que desenvolvam.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.108-111.

“9- PAUSA DE TRÊS MINUTOS”

A técnica de avaliação formativa Pausa de Três Minutos é usada para que os alunos tenham oportunidade de, no decurso de uma aula, pararem a sua atividade, refletirem sobre os conceitos e ideias que acabaram de ser apresentados, fazerem ligações desse conhecimento com conhecimentos ou experiências anteriores ou para pedirem esclarecimentos. Como funciona: essa técnica implica em três procedimentos- sintetizar as ideias- chaves abordadas até o momento da aula em que vão utilizar a técnica, juntar os pensamentos e fazer perguntas esclarecedoras.

1- Sintetizar as ideias- chave até momento: os alunos concentram-se nos pontos- chaves abordados até aquele momento da aula e sintetizam-nos.

2- Juntar os pensamentos- os alunos consideram as ligações dessas ideias com conhecimentos anteriormente aprendidos, ou seja, identificam quais dos seus conhecimentos prévios se podem relacionar com as novas informações. Questões que podem ser feitas pelo professor: Quais as ligações que podem ser feitas? O que é que isso vos lembra? O que é que completa a vossa compreensão do presente? O que podem acrescentar?

A folha de Notas em Cadeia pode circular mesmo que os alunos estejam envolvidos noutras tarefas. Quando a atividade estiver concluída, os alunos podem ler em voz alta, permitindo aos alunos fazer comentários sobre as afirmações feitas pelos seus colegas. Os alunos discutem se concordam ou discordam das afirmações e defendem o seu raciocínio. A técnica de avaliação formativa Notas em Cadeia proporciona oportunidades para os alunos recorrerem a vários níveis de conhecimentos, incluindo fatos, definições, ideias específicas, grandes ideias, analogias, exemplos ilustrativos e provas das suas próprias experiências ou da turma para contribuir para a construção das notas em cadeia. Como informa ensino e a aprendizagem: revela ao professor em que medida os alunos recorrem a definições formais dos conceitos e ás ideias apresentadas e discutidas nas aulas, bem como ás experiências práticas que tiverem.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.121-123.

“10- TROCAR PERGUNTAS”

Trocar Perguntas oferece oportunidade aos alunos de colaborarem na ativação das suas próprias ideias e na análise do pensamento dos outros colegas. Como funciona: O professor elabora uma questão a que os alunos têm de responder com base nos seus conhecimentos prévios ou experiências anteriores, apresentando vários argumentos. As perguntas também podem ser sobre uma aplicação dos conceitos que os alunos estão a aprender no momento. Seguidamente, o professor organiza os alunos aos pares, escreve a pergunta no quadro (um indício visual da pergunta no quadro é muito útil) e deve também dizê- la oralmente. Dá aos alunos dois ou três minutos para começarem a elaborar colaborativamente a resposta á pergunta apresentada. Os alunos devem saber que precisam desenvolver a resposta o suficiente para que o outro par possa dar continuidade ao seu raciocínio, mas não de tal maneira que não dê possibilidade de o outro par a completar. Os pares trocam entre si as suas respostas parcialmente concluídas e cada par ora a resposta que recebeu. Acrescentam as suas próprias ideias para melhorar, ampliar e completar a resposta. Nesta fase, o professor deve incentivar os alunos a retirar as partes com que não concordam e a modificá-las ou trocá-las pelas suas próprias ideias.

3- Fazer perguntas esclarecedoras- Existem coisas que ainda não são claras? Há partes confusas? Estão a ter problemas para fazer ligações? Conseguem antecipar para onde estamos a caminhar? Podem apresentar provas de entendimentos mais profundos?

Como informa ensino e a aprendizagem: essa técnica permite que os alunos tenham um tempo para refletir sobre a sua aprendizagem, ainda no decurso da mesma. Permite uma monitorização constante da aprendizagem do aluno, permitindo remediar as falhas de aprendizagem de uma forma imediata, o que, muitas vezes, evita que o professor tenha de reensinar os conteúdos. A autoavaliação constante, permite ao aluno o feedback necessário para ultrapassar de imediato as suas dificuldades.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.125- 127.

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.127-128.

11- O PONTO MAIS IMPORTANTE

É uma técnica de avaliação formativa de fácil e rápida aplicação, em que é pedido aos alunos para identificarem a aprendizagem ou ideia mais importante da aula. Como funciona: No final da aula, os alunos descrevem oralmente ou por escrito, o aspecto mais importante ou significativo da aula, o que mais contribuiu para a sua aprendizagem. O professor pode usar questões: “Hoje, nós investigamos e discutimos________________. Que assunto tratado durante a atividade de hoje ajudou a compreender melhor____________?”. Quando os alunos terminam, o professor recolhe e analisa as respostas para verificar se o objetivo da aula foi atingido ou se há necessidade de um ensino posterior mais direcionado ao objetivo. Como informa ensino e a aprendizagem: Essa técnica permite a verificação da compreensão. É usada no final de uma aula para dar feedback ao professor sobre como os alunos atingiram os objetivos ou metas de aprendizagem. Possibilita o envolvimento dos alunos na autoavaliação da sua aprendizagem. O Ponto mais Importante é uma técnica usada para recolher informações sobre o que os alunos acham terem sido os pontos mais significativos ou importantes da aula para a sua aprendizagem.

Quando terminarem, os pares que trocaram as respostas entre si partilham as respostas completas, defendendo as suas razões para as alterações feitas, e dão feedback sobre o raciocínio usado pelo par que iniciou a resposta. No final, o professor pede a alguns dos pares para partilharem os seus exemplos. Toda a turma se pronuncia dando feedback. Como informa ensino e a aprendizagem: O envolvimento dos alunos nessa técnica possibilita- lhes explicitar e conscientizar conhecimentos prévios, melhorar a compreensão de conceitos e, ainda, desenvolver competências de síntese e de argumentação. O professor ouve atentamente os alunos, como trocam ideias e reúnem provas sobre a natureza e a profundida da sua compreensão. Proporciona oportunidades aos alunos pensarem sobre o que sabem, analisarem o pensamento dos seus pares e chegarem a um consenso. O confronto com outras perspectivas proporciona feedback que permite aos alunos reestruturarem ou tornarem mais complexos o seu conhecimento.

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12-PRIMEIRA PALAVRA- ÚLTIMA PALAVRA

Esta técnica de avaliação formativa é uma variação dos acrósticos. Os alunos constroem, sobre um conceito ou tema, afirmações que começam com uma determinada letra do alfabeto. Como funciona: O professor dá um exemplo de PRIMEIRA PALAVRA- ÚLTIMA PALAVRA utilizando um conceito já estudado, para que os alunos se familiarizem com a técnica. Em seguida escolhe uma palavra que representa um conceito principal ou objetivo da aula- PRIMEIRA PALAVRA. Distribui uma folha com a PRIMEIRA PALAVRA aos alunos antes de começar a aula sobre o conceito ou conteúdo em estudo e incentiva- os a escreverem frases completas e não somente palavras ou frases curtas. Os alunos completam a PRIMEIRA PALAVRA escrevendo na horizontal uma frase para cada uma das letras que a constituem. As frases têm de estar relacionadas com o conceito a que a PRIMEIRA PALAVRA se refere. Quando os alunos terminam, o professor recolhe o trabalho para analisar e guarda- o para a reflexão final. Após a aula ou sequência de aprendizagem, os alunos repetem o processo. Numa nova folha de papel o professor coloca a mesma palavra- ÚLTIMA PALAVRA. Depois de terem concluído a folha ÚLTIMA PALAVRA, o professor distribui as folhas PRIMEIRA PALAVRA que tinha recolhido aos alunos, e pede-lhes para compararem as suas ideias sobre o mesmo conceito no início (PRIMEIRA PALAVRA). Os alunos escrevem uma ÚLTIMA PALAVRA FINAL. Como informa ensino e a aprendizagem: essa técnica dá aos alunos a oportunidade de ativar e conscientizar o seu conhecimento prévio. Com o preenchimento da folha PRIMEIRA PALAVRA, os alunos pensam sobre o que já sabem e sobre a aprendizagem que realizam, com o preenchimento da folha ÚLTIMA PALAVRA. O professor pode, na posse desses dados, planear aulas para abordar as concepções alternativas ou as falhas de conhecimento dos alunos. Exemplo: PRIMEIRA PALAVRA Gravidade é uma força na Terra. Rochas caem por causa da gravidade. Aquilo que sobe tem que descer. Vénus não tem gravidade. Impede que os objetos pesados flutuem na Terra. Devido á gravidade os planetas estão em órbita á volta do sol. As coisas mais pesadas caem mais depressa por causa da gravidade. Densidade maior faz com que os objetos caiam mais depressa. Era impossível flutuar no espaço sem a força da gravidade.

Page 99: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.132-135.

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.147-148.

ÚLTIMA PALAVRA Gravidade é uma força universal. Newton provou que existe uma força de atração entre todos os objetos do universo. Rochas de diferentes massas vão cair ao mesmo tempo, quando largadas da mesma altura, exatamente ao mesmo tempo. A “coisa” irá acelerar á medida que cai perto da superfície da Terra em 9,8 m/s, se não houver resistência do ar. Vénus tem gravidade, mas é mais fraca do que a da Terra, porque tem menos massa que a Terra. Impede que os objetos pesados flutuam na Terra. Devido á força da gravidade os planetas estão em órbita ao redor do Sol. As coisas mais leves e as coisas mais pesadas caem ao mesmo tempo. Densidade não tem influência na forma como os objetos são atraídos pela força da gravidade.

Era impossível flutuar no espaço sem a força da gravidade.

“13-PREENCHIMENTO DE LACUNAS NUM TEXTO”

A técnica PREENCHIMENTO DE LACUNAS NUM TEXTO consiste em pedir aos alunos para completarem um texto, acrescentando as palavras que faltam. Como funciona: O professor seleciona um texto desconhecido para os alunos, mas adequado ao nível de aprendizagem. Em seguida transcreve- o, eliminando uma palavra a cada cinco palavras do texto, com exceção para as primeiras e últimas frases que deixa exatamente como no texto original. Uma vez preparado o texto, distribui-o aos alunos para que efetuem uma leitura silenciosa. Quando terminam esta leitura, devem reler o texto, completando- o, escrevendo ou dizendo as palavras que faltam. Como informa ensino e a aprendizagem: O desempenho dos alunos na realização desta técnica permite que o professor receba feedback sobre o domínio de diversas competências implicadas na análise de textos e adequar as atividades de aprendizagem ao objetivo de que os alunos ultrapassem as dificuldades detectadas.

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Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.159-161.

“14- OLHAR PARA TRÁS”

É uma técnica de avaliação formativa que consiste num relato feito pelos alunos sobre o que aprenderam durante um determinado período de tempo. Como funciona: OLHAR PARA TRÁS é uma técnica que deve ser usada em períodos espaçados de tempo (de três em três semanas). Exemplo: “Nas duas últimas semanas, temos vindo a estudar________________”. “Tens 15 minutos para fazer uma lista de todas as coisas que aprendeste nas últimas semanas que não sabias. O que aprendi e como aprendi”. Como informa ensino e a aprendizagem: O professor pode usar o feedback do aluno para perceber as estratégias que funcionam melhor na unidade de ensino ou conteúdo. Os dados também alertam o professor para as estratégias e atividades que parecem ser mais eficazes para cada aluno.

“15- QUESTIONÁRIO RECÍPROCO GUIADO PELOS PARES” É uma técnica de avaliação formativa em que os alunos se questionam uns aos outros sobre a matéria que estão a aprender, usando enunciados de questões de ordem superior. Como funciona: essa técnica é usada depois de os alunos terem tido a oportunidade de aprender sobre os conceitos (pós- ensino). O professor fornece aos alunos uma pista ou indício diretamente relacionado com as aulas ou sequência de aulas a que as questões se referem e dá- lhes alguns minutos para formular perguntas com o auxílio de uma lista de enunciados para fazer perguntas. Exemplo: “Nos últimos dias temos vindo a aprender sobre as rochas e os diferentes processos da sua formação. Pensem no que aprenderam. Escrevam duas ou três perguntas que gostariam de ver respondidas pelos vossos colegas com o objetivo de vos ajudar a melhorar a vossa compreensão sobre as rochas e as formações rochosas. Usem os enunciados para fazer perguntas que constam da lista que vos distribui”.

Page 101: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · recuperação paralela do processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, pretende-se por em prática a avaliação formativa, na qual

Fonte: Lopes e Silva, 2012, p.135-137.

Como informa ensino e a aprendizagem: Nesta técnica, os alunos fazem as perguntas, permitindo que o professor circule entre os grupos e observe os tipos de questões que os alunos colocam uns aos outros e como lhes respondem. O professor deve escutar atentamente as perguntas que os alunos fazem, assim como as respostas que dão as mesmas, para identificar os aspectos que necessitam de ser novamente ensinados. Fazer perguntas de ordem superior num ambiente de apoio mútuo entre colegas permite aos alunos articular os seus pensamentos e receber feedback dos seus colegas.

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Anexos

CÓDIGO DE CORREÇÃO Palavra escrita incorretamente (ortografia); % Falta de concordância verbal e/ou nominal; { Esse trecho está confuso! Reler e reescrever; Inadequação no uso das letras maiúsculas e/ou minúsculas; Problema de pontuação; Problema de acentuação; Falta deixar um parágrafo; # Organizar melhor os parágrafos, juntar ideias no parágrafo; Faltou uma palavra aqui. Releia e acrescente; Palavra inadequada para esse contexto. Troque-a; ___ Repetição de palavras; Seu texto não atendeu ao que foi pedido. Refazer!

Parabéns!