OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · violência que aterroriza o país, transmitindo...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Identificação:
Titulo: Pedagogia da convivência: a prevenção da violência na educação do campo.
Autor: Ordival Teixeira da Silva Junior
Disciplina/Área (ingresso no PDE) Gestão Escolar
Escola de Implementação do Projeto e sua
localização
Escola Estadual da Ressaca Padre
Anchieta. Ensino Fundamental.
Município da escola Piraí do Sul
Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa
Professor Orientador Nei Alberto Salles Filho
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar
Resumo
O presente projeto foi elaborado com a
finalidade de desenvolver ações
pedagógicas para a promoção da “Cultura
da Paz” na escola de atuação do autor,
tendo por objetivo principal, erradicar de
forma significativa os casos de violência
em suas mais diversas formas de
manifestação na escola e comunidade
local. Através da inserção do tema
“Cultura da Paz” em todas as disciplinas
ministradas pelos professores e o
envolvimento de todo colegiado escolar,
pais de alunos e instâncias legais do
município na construção dessas ações.
Palavras chave
“Violência”, “Bullying”, “Ações de Paz”
Formato do Material Didático
Público Alvo Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
dos Anos Finais.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED
Superintendência da Educação
Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
Programa de Desenvolvimento Educacional
UNIDADE DIDÁTICA:
Pedagogia da convivência: a prevenção da violência na educação do campo.
Ponta Grossa
2013
Ordival Teixeira da Silva Junior
Unidade Didática:
Pedagogia da convivência: a prevenção à violência na educação do campo.
Trabalho apresentado em cumprimento das exigências da disciplina de Gestão Escolar ao Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE, como requisito para o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica sob orientação do Profº. M.S. Nei Alberto Salles Filho.
Ponta Grossa
2013
A unidade didática elaborada tem como finalidade produzir o material didático
pedagógico e as estratégias de implementação das ações pedagógicas construídas para o
enfrentamento e prevenção à violência na escola de intervenção, buscando resgatar em
nossos alunos atitudes de cidadania e respeito ás normas civilizadas de convivência
social e transformar o espaço escolar em um ambiente mais cordial, tolerante, aberto ao
diálogo e, por fim, erradicar de forma significativa os casos de violência na escola e
seus reflexos na comunidade local.
O autor, que exerce a função de Gestor Escolar, após mediar inúmeros conflitos,
viu a necessidade de um projeto de intervenção para evitar o fracasso escolar e a evasão
e diagnosticou a seguinte problemática: a escola esta inserida em uma comunidade
violenta e com valores culturais condenados, baixa escolaridade dos pais que sugerem
péssimos exemplos para a resolução de conflitos.
Os alunos têm um grande potencial educacional, cultural e artístico,mas são
vítimas do“bullying”,pela sua notoriedade e muitos abandonam os estudos ao final do
ensino fundamental dos anos finais, porque suas famílias priorizam o trabalho e o
matrimônio.
Inserido neste turbulento contexto social, o presente projeto de pesquisa busca
adotar medidas simples, eficientes, práticas e que apresentem bons resultados a curto,
médio e longo prazo com o objetivo de combater a violência escolar, promover a cultura
de paz na tríade “alunos – corpo escolar – comunidade” para que, com o passar do
tempo, haja um número ínfimo e, se possível, nulo de casos de agressões físicas,
virtuais, discriminação, bullying, coerção ou abuso de autoridade por ambas as partes.
A partir deste cenário, pretendemos desenvolver ações pedagógicas com o tema
“Pedagogia da convivência: a prevenção da violência na educação do campo”, que
inicialmente apresentaremos aos pais dos alunos público alvo, buscando uma reflexão
sobre a importância da temática e a sua participação.
E posteriormente, ao Colegiado Escolar para discussão, análise, viabilidade de
aplicação e estratégias a serem adotadas.
O público alvo escolhido foram os alunos das séries iniciais do Ensino
Fundamental dos Anos Finais, onde se espera a continuidade destas ações de paz até as
séries posteriores, com mudanças positivas de comportamento e atitudes.
Com este propósito, pretendemos trabalhar com esses alunos na confecção de
cartazes, textos, folders, dramatização e a participação em atividades educativas
relacionadas ao tema, com reuniões periódicas intermediadas pelo gestor, equipe
pedagógica e professores, de maneira coletiva ou individual e fazer uso das tecnologias
disponíveis na escola.
1- Introdução:
A sociedade, ao longo dos anos, passou por muitas transformações sociais e
pede uma reflexão sobre o verdadeiro educar.
Educar não se resume somente na transmissão do conhecimento científico, a
sociedade cobra e exige profissionais da educação mais humanos, preparados e
tolerantes diante dos conflitos escolares e que estejam sempre prontos a refletir e
mudar, se necessário, sua prática educacional .
Sem dúvida, hoje a escola é o ponto de encontro para todas as desigualdades
sociais; nossos alunos são vítimas do tráfico de drogas, a evasão escolar aumenta diante
da necessidade do trabalho e a prostituição infantil é incentivada por empresas de
turismo e ignorada pelas autoridades responsáveis.
O resultado se concretiza nas escolas gerando um crescente número de casos de
violência que aterroriza o país, transmitindo insegurança às famílias, que precisam, mas
temem confiar seus filhos à mercê de uma instituição sem qualquer garantia de
segurança e sem respaldo legal para tomar qualquer medida mais enérgica para conter a
indisciplina e o respeito às normas escolares.
Os educadores, desgastados e perplexos com a impunidade, mostram-se
abalados física e emocionalmente diante da violência e indisciplina e temem por danos à
sua integridade física e a seu patrimônio.
A falta de estrutura familiar e o não comprometimento dos pais dos alunos com
a escola e a vida escolar de seus filhos, são apontados por muitos educadores como
uma das principais causas para a manifestação da violência nas escolas.
Para isso não se pode deixar de lado as famílias dos alunos, pois elas são: “O primeiro
modelo de socialização de nossas crianças”.
Com isso se percebe que a família é responsável pelos primeiros afetos ou
desafetos, amores ou desamores, não podemos mudar somente os alunos se deixar de
lado os pais, é preciso o envolvimento dos mesmos para que haja uma mudança
significativa de cultura em nossas escolas e sociedade. (Fernández 2005, p. 36).
Cada vez mais, as escolas precisam de ações efetivas para diminuir a violência e
resgatar a dignidade dos educadores, que sofrem com a falta de condições trabalhistas e
o descaso de nossos governantes que não se empenham numa política que amenize as
desigualdades sociais e proporcione melhor qualidade de vida a nossa sociedade.
Há um anseio por uma profunda reforma no código penal, com a aplicação de
penas mais severas mesmo envolvendo menores e a redução da maioridade civil, como
medidas urgentes e necessárias para diminuir a violência em todas as esferas, inclusive a
escolar.
Diante da problemática encontrada, fica evidente a necessidade da criação de
uma disciplina específica e contínua para promoção da “Cultura da Paz” em todas as
escolas, com inicio nas séries iniciais e que atinja todos os alunos, em especial os
adolescentes.
Cada vez mais temos que batalhar por mudanças, com políticas sérias e
eficientes por parte de nossos governantes pois só assim é possível diminuir as
desigualdades sociais e a violência.
Investir na Educação é essencial e imprescindível, mas em uma educação com
qualidade, capaz de formar pessoas conscientes, competentes e instruídas que saibam
reivindicar seus direitos e cumprir com eficiência seus deveres, pois a ignorância é
aliada da violência e grandes nações são resultados de grandes cidadãos.
2- Afinal, o que é bullying?
A expressão bullying (do verbo inglês “bully”, que significa maltratar, intimidar)
reflete “um comportamento cruel intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais
fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de
„brincadeiras‟ que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar” (Fante, 2005:29).
A palavra bulliyng apresenta em nosso idioma uma vasta sinonímia que pode
expressar o poder de sua violência e a amplitude dos estragos físicos, psicológicos e
emocionais que ela pode causar. Começando com o termo agredir, ela se expande para
novos significados como: bater, apelidar, ameaçar, brigar na escola, difamar, praticar
racismo, humilhar, ferir fisicamente roubar, discriminar, molestar, agarrar, beijar à
força, sacanear, xingar, rejeitar a vítima, impedir que a vítima tenha amizades e até
fazer uso das tecnologias para difamar a vítima pela Internet (cyberbullying).
Esse fenômeno ocorre em todos os lugares onde houver pessoas interagindo,
seja na família, escola, sociedade, trabalho, o bullying se faz presente, quando entre elas
surgirem apelidos pejorativos, piadas e outras manifestações que venham humilhar uns
aos outros.
Nas famílias o bullying manifesta-se em forma de insultos, intimidação e
ameaças que muitas vezes se concretizam. Geralmente o agressor é do sexo masculino e
explora a incapacidade dos filhos e a situação de dependência de sua companheira, que
na maioria das vezes não tem condições e meios de subsistência.
Nas escolas, o bullying se faz presente diariamente, as constantes brincadeiras e
gozações para ridicularizar seus colegas de forma repetitiva é uma constante, essas
atitudes, mesmo camufladas e disfarçadas em forma de brincadeiras, provocam em suas
vítimas, danos físicos, materiais e psicológicos, resultando em dificuldades para um
bom convívio, seja na escola ou na sociedade.
Quase sempre, o alvo dos agressores são pessoas pouco sociáveis e com baixa
capacidade de reação para fazer cessar os atos prejudiciais contra si e também possuem
forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
3- Afinal, o que é Cyberbullying?
Podemos dizer que o Cyberbullying é um tipo de violência praticada contra
alguém através da internet ou de outras tecnologias relacionadas. Praticar cyberbullying
significa usar o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa, seus colegas de
escola, professores, ou mesmo pessoas desconhecidas, difamando, insultando ou
atacando covardemente.
O termo é formado a partir da junção das palavras “cyber”, termo associado a
todo o tipo de comunicação virtual usando mídias digitais, como a internet e bullying é
o ato de intimidar ou humilhar uma pessoa. Assim, a pessoa que comete esse tipo de ato
é conhecida como cyberbullying.
Quando o cyberbullying é praticado, as conseqüências podem ser mais graves
comparadas a violência praticada na forma presencial, pois o anonimato protege o
agressor que geralmente utiliza as redes sociais, e-mails e torpedos, com conteúdos
ofensivos e caluniosos, para difamar, ridicularizar e constranger suas vítimas.
Esta hostilização por motivos banais, mas de forma incisiva e sem “descanso”
para a vítima, é praticado utilizando a internet, sendo que, em segundos pode propagar
esta hostilização a milhares de pessoas em todas as partes do mundo.
Em casos extremos, algumas vítimas de cyberbullying são atacadas de uma
forma tão agressiva que são levadas a cometer suicídio. Muitos desses casos começam
quando fotos ou vídeos íntimos das vítimas são introduzidos na internet.
Em geral, o cyberbullying é praticado entre adolescentes, porém ocorre com
muita freqüência entre os adultos. Segundo pesquisa, as vítimas dessa prática são
sempre pessoas que: apresentam alguma diferença em relação aos demais colegas, como
um traço físico marcante, algum tipo de necessidade especial, o uso de vestimentas
consideradas diferentes, a posse de objetos ou o consumo de bens indicativos de status
socioeconômico superior aos demais alunos. Elas são vistas pelo conjunto de
respondentes como pessoas tímidas, inseguras e passivas, o que faz com que os
agressores as considerem merecedoras das agressões dado ao seu comportamento frágil
e inibido (Bullying Escolar no Brasil – Sumário Executivo – São Paulo: CEATS/FIA,
2010:22).
4- “Cultura da paz”:
Quando se fala em cultura da paz devemos lembrar que esse trabalho vai enfocar
o respeitar a vida e a diversidade, rejeitarem a violência, ouvir o outro para compreendê-
lo, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade, buscar equilíbrio nas relações de
gênero e etnias, fortalecer a democracia e os direitos humanos. Tudo isso faz parte da
cultura de paz e convivência. (Bicalho – 2013).
É uma ação contínua e requer muita dedicação, se levarmos em consideração
que toda transformação do ser humano é proveniente de alguma relação com a violência
através da força, convencimento, ou simplesmente por uma mudança de cultura.
Conseguir essa transformação é o desafio de muitos educadores que dedicam sua
vida a esta causa, mesmo sabendo que a violência esta culturalmente ligada ao homem
desde os primórdios da humanidade, sendo praticamente quase impossível a sua
extinção.
Então, hoje, muitos educadores relutam em desenvolver projetos e intervenções
para erradicá-la, se é um caso perdido, porque devemos nós educadores empenhar-se
para com uma causa perdida? São as perguntas que não silenciam, afinal é dever dos
governantes criar condições dignas de trabalho e segurança aos seus educadores e
proporcionar qualidade de vida a população para amenizar as desigualdades sociais e
diminuir os seus reflexos na escola.
O comprometimento com a construção de uma “cultura de paz” é um dever de
todos nós, seja na escola ou na sociedade, precisamos intervir urgentemente para
amenizar essa situação. Se a escola é um local para a obtenção do conhecimento e
agente transformador, se ficarmos refém da violência e com seus profissionais inertes,
decretaremos a extinção da instituição mais abrangente da nossa sociedade e a única
capaz de proporcionar essas transformações.
Mas a final o que significa trabalhar a cultura da paz nas escolas?
Trabalhar a “cultura da paz nas escolas é desenvolver ações preventivas e de
enfrentamento a violência atuando em parceria com os pais dos alunos, corpo escolar e
comunidade. È construir juntos, ações pedagógicas de caráter educativo que vai
transformar o comportamento violento e propenso de alguns alunos em ações de paz
diante de um eminente conflito para um desfecho sem o uso da violência.
Nos últimos anos é crescente o movimento para desenvolver no interior das
escolas uma “cultura de paz”, com essa parceria, é possível diminuir a violência que
contamina o ambiente, afasta as pessoas, rotulam, criam apelidos, prejudica a
aprendizagem e leva ao fracasso escolar.
“A paz não é uma condição natural do
homem e que os professores, como exercem
influência na formação dos alunos, devem
ter uma formação voltada a educação para a
paz, favorecendo assim uma intervenção
social alusiva de qualidade. (SALLES
FILHO, pág. 102).
Já foi publicado o livro “Cultura de Paz – do Conhecimento à Sabedoria”,
escrito por professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e outros pesquisadores
da área. Entre os colaboradores está o professor das Faculdades Integradas de Itararé e
coordenador do Observatório de Violências nas Escolas – Núcleo Itararé, Nei Alberto
Salles Filho.
5- Construir uma Cultura de Paz:
A Cultura de Paz se faz nas pequenas ações do cotidiano: no nosso jeito de nos
comunicar com os outros, na nossa forma de lidar com conflitos e sentimentos como
frustração e raiva, na nossa capacidade de reconhecer e valorizar as diferenças e de
sermos tolerantes. Cada um de nós pode ser um construtor da Paz.
Cada um de nós pode influenciar com sua maneira de agir, o grupo de pessoas que
nos cercam a serem construtoras da Paz.
A vida exige de nós muitas escolhas. Você pode incluir, entre suas escolhas
fundamentais, ser um Construtor da Paz. Ao fazer esta opção, você estará dando a sua
vida e a seus relacionamentos mais qualidade e estará construindo uma sociedade mais
saudável, em que os valores de não-violência predominem. Nossa mudança interior e a
responsabilidade de cada um de nós por essa mudança é o caminho para uma Cultura de
Paz verdadeira e duradoura. É simples, mas não é fácil. A Cultura da Paz é um trabalho
para a vida toda.
6- Realidade Escolar e Atividades a serem desenvolvidas
Diante da problemática apresentada na escola, todos os profissionais da educação
que nela trabalham foram unânimes em solicitar ao Gestor Escolar, medidas urgentes
para diminuir a violência na escola, principalmente o bullying, e proporcionar uma
educação de qualidade aos nossos alunos.
Por esse motivo, o atual Gestor decidiu pelo seu ingresso no PDE-2013 na área de
Gestão Escolar e optou pela temática que refere-se à violência escolar, para
desenvolver ações pedagógicas conjuntas na escola de intervenção e resgatar as atitudes
positivas de convivência e respeito às normas e a instituição.
Para este fim, nove ações estão programadas para serem desenvolvidas com os
alunos, pais, colegiado escolar e segmentos da comunidade.
As ações a serem desenvolvidas buscam uma participação conjunta, utilizando os
recursos tecnológicos disponíveis na escola, atividades educativas e palestras sobre a
violência.
1ª Seção com os Professores
1- Objetivos:
Apresentar a proposta de intervenção pedagógica aos professores, equipe
pedagógica e funcionários da escola, durante a reunião pedagógica no início
do ano letivo;
Buscar uma reflexão em conjunto com todos os educadores sobre a
importância do projeto de intervenção para a escola, a viabilidade das ações
e formas de execução.
Discutir a temática sobre a cultura da paz x cultura da violência
Expor que a intervenção é uma necessidade da escola para diminuir a
violência.
Pedir a sua colaboração e seu engajamento nas ações a qual se pretende
desenvolver e inserção do tema em todas as disciplinas.
1.1- Desenvolvimento e Metodologia:
No inicio do ano letivo, durante a semana pedagógica, apresentaremos a todos os
educadores essa unidade didática, para reflexão, análise e viabilidade das ações
propostas e a problemática que levou à escolha do tema, lembrando sempre da
importância da participação dos pais neste processo.
Sugerir aos professores que viabilizem momentos de conversa sobre a amizade,
a solidariedade e o respeito mútuo; que pesquisem e estudem, junto com os alunos,
textos onde prevaleçam as atitudes de bondade e cidadania, que realizem campanhas de
incentivo à paz e à tolerância através da elaboração , leitura e interpretação de trabalhos
didáticos e dramatizações de diferentes papeis em um conflito.
Todas essas atividades devem ser preparadas durante a semana pedagógica por
todos os professores e apresentadas à equipe pedagógica para discussão e possíveis
correções ou enriquecimento.
2ª Seção com os Pais dos Alunos
2- Objetivos:
Conversar com os pais ou responsáveis pelos alunos, sobre a proposta de
intervenção pedagógica, que será desenvolvida com os alunos;
Apresentar aos pais a problemática encontrada na escola e a importância
dessa intervenção.
Discutir a temática sobre a cultura da paz x cultura da violência
Solicitar ajuda e o comprometimento dos mesmos para a efetivação do
processo de intervenção;
Expor sobre as situações de violência encontradas nas escolas em outras
localidades para ter uma dimensão do problema e a necessidade de
adotar medidas educativas na nossa escola para prevenir e enfrentar essas
situações.
Propor aos pais, um trabalho em parceria com a escola, definindo bem a
função de ambos e promover uma cultura de paz na tríade “alunos-
corpo escolar-comunidade”.
2.2- Desenvolvimento/ Metodologia:
O projeto de intervenção será apresentado aos pais dos alunos envolvidos, para
seu parecer, análise e viabilidade de aplicação. Durante a exposição, daremos ênfase à
importância da intervenção e a participação dos pais neste processo, evitando acusações
mútuas ou transferir responsabilidades do bullying, seja para os pais ou para a escola.
Num segundo momento a escola propiciará uma discussão franca e aberta,
envolvendo pais, professores e gestores em busca de subsídios e metodologias eficientes
para todos atuarem junto aos alunos que sofrem a violência e necessitam da nossa ajuda
todos os dias.
Alguns palestrantes da comunidade, já habituados a trabalhar o processo de
violência e bullying (membros do Conselho Tutelar, Psicólogos e Assistentes Sociais)
serão convidados a participar do encontro, narrando experiências e problemas já
vivenciados. Também faremos uso da mídia apresentando reportagens e vídeos
pertinentes ao assunto.
Neste momento, faremos uma reflexão sobre a importância da temática “cultura
da paz x cultura da violência” e apresentaremos reportagens televisivas com diversas
situações de violência existente nas escolas.
Queremos, com isso, solicitar aos pais, o seu comprometimento com a escola e
as ações a serem desenvolvidas, definindo o papel de ambos nesta intervenção.
Posteriormente, vamos pedir aos pais, mais tolerância e diálogo nos conflitos
domésticos ou em qualquer outra circunstancia, colocando em prática a sua primeira
ação de paz.
Como o diálogo é essencial para toda e qualquer situação de conflito, precisamos
demonstrar aos pais que essa prática pode evitar violências futuras e situações que
possam fugir do seu controle e também da escola, partindo para a esfera judicial.
Partindo deste principio, vale lembrar aos pais que, antes de tomar qualquer
atitude precipitada, ele deve pedir o parecer da Direção e da Equipe Pedagógica da
escola ou informar os mesmos sobre o ocorrido, para que juntos possam prevenir o
conflito ou promover o diálogo entre as partes para que o mesmo não se concretize.
Todas as decisões tomadas nesses encontros serão registradas em ata, com a
assinatura de todos os presentes.
3ª Ação: Alunos
3.1- Objetivos:
Expor o projeto aos alunos e as atividades que serão desenvolvidas
Aplicar questionário para sondagem do comportamento dos alunos com
situações de bullying e violência física, com o tema: “Minhas atitudes
aqui na escola”
Formar equipes para apresentação em forma de dramatização.
Apresentar as dramatizações com temas relacionados à violência
Reunir os alunos e, com utilização de música, incentivá-los a uma
reflexão das atividades desenvolvidas, sobretudo às que dizem respeito à
paz.
3.2- Desenvolvimento/ Metodologia:
Nesse primeiro encontro, vamos expor a proposta de trabalho aos alunos e as
atividades que serão desenvolvidas.
Logo após a exposição, vamos procurar incentivar a participação dos mesmos
com idéias e sugestões que por ventura surgirem nesse momento.
A próxima atividade é a aplicação de um questionário sobre: “Minhas Atitudes
na Escola”, para que os alunos possam vivenciar uma situação de violência ou bullying,
onde o agressor e o agredido invertem seus papéis para sentir o efeito dessas atitudes tão
agressivas e deprimentes.
De maneira sucinta, as perguntas serão bem simples e com linguajar apropriado
para seu entendimento. Ao final do questionário, o autor do projeto de intervenção
disporá seu tempo para auxiliar os alunos que precisarem de sua ajuda.
Finalizaremos com uma reunião para reflexão no estilo Roda de
Confraternização, para discutir as atividades realizadas e fazer uma reflexão sobre a paz,
utilizando a música de John Lennon que ficou conhecida com o Hino Mundial da Paz –
“Imagine”. Os alunos farão a leitura em conjunto do texto que traduz a música.
4 - Ação: Alunos
Expor aos alunos, diferentes formas de violência que existem nas escolas
utilizando os recursos tecnológicos disponíveis.
Aplicar questionário para diagnosticar a violência e possíveis casos que
precisem de intervenção.
Reunir os alunos, sempre utilizando a mesa redonda ou círculo, discutir sobre as
violências apresentadas, suas dúvidas e as próximas ações.
Promover um momento de reflexão com os alunos utilizando a música de John
Lennon.
4.1- Desenvolvimento/ Metodologia
Durante esse encontro, vamos expor aos alunos, diversas formas de violência
que existem nas escolas, como o bullying e o cyberbullying, com ênfase também às
drogas, racismo, trabalho e prostituição infantil e o desrespeito às diversidades.
Para essa atividade utilizaremos as tecnologias disponíveis na escola para
apresentar reportagens televisivas com depoimentos de pessoas que sofreram a violência
e suas conseqüências ; também um destaque para as escolas que obtiveram sucesso
desenvolvendo ações para diminuir a violência e resgatar um ambiente de paz entre os
alunos.
Nessa atividade, também utilizaremos textos, jornais, revistas, reportagens e
vídeos educativos sobre a violência.
Para encerrar esse encontro, vamos reunir os alunos para um momento de
reflexão com a música de John Lennon, Imagine1, que ficou conhecida como o “Hino
Mundial da Paz”, onde os alunos farão a leitura do texto que traduz a música a fim de
perceber a importância e a grandeza das palavras para a Paz Mundial.
5ª Ação: Alunos
5.1- Objetivos:
Esclarecer os alunos sobre a “Cultura da paz”.
“Buscar uma reflexão junto aos alunos motivando-os com a apresentação do clip
da música “Pela Paz”, do grupo musical Titãs”.
Confeccionar cartazes, com desenhos, palavras, figuras, sobre a violência.
Expor os cartazes no mural da escola.
Selecionar os alunos para uma apresentação musical com temas sobre a paz.
1 Disponível em: http://letras.mus.br/john-lennon/90/traducao.html
Apresentar o “Coral da Paz” aos alunos de toda escola.
5.2- Desenvolvimento/ Metodologias:
Proferir palestra aos alunos sobre a Cultura da Paz e mostrar-lhes como nós
podemos fazer a diferença ,se adotarmos esta postura diante dos conflitos que
emergem em nossa vida. Vamos falar sobre como prevenir e mediar esses conflitos
com o uso do diálogo e quais ações melhor se adequar a cada situação.
Após a realização da palestra, buscaremos uma reflexão junto aos alunos com a
apresentação do clip da música dos Titãs, “Pela Paz”.2
A próxima atividade prevista consiste na produção de cartazes sobre a violência
e com os temas sorteados entre as equipes que são: A violência contra a mulher –
Trabalho Infantil – Drogas – Violência Física - Violência contra as crianças.
Essa atividade vai dividir os alunos em cinco grupos; cada grupo vai
confeccionar um cartaz sobre os temas, com ilustrações, gravuras, palavras, explorando
a criatividade e o ponto de vista dos alunos. A professora de Arte vai dar suporte a essa
atividade. A publicação dos cartazes será no mural da escola, em forma de exposição,
com direito à certificação.
Um “musical”, com nome a ser definido pelos alunos, será montado
oportunizando aos participantes apresentar músicas e paródias que falem de paz, amor e
solidariedade.
A apresentação dessa atividade está prevista para o 9º encontro, durante a
confraternização entre as famílias.
Para encerrar as atividades, contaremos com a presença dos alunos da Escola de
Música Vidas, deste município, sob regência da professora Maria Simone Farias3, que
farão uma apresentação. A professora, ao final da apresentação, fará um convite aos
2 Disponível em: http://letras.mus.br/titans/#+acessadas
3 A professora é proprietária de uma escola de música na mesma cidade, “Escola Vidas”, localizada na
Avenida 05 de Março, nº 90 e pode ser contatada pelo seu e-mail profissional: [email protected].
alunos para fazerem parte do “Coral da Paz”, e sob sua regência apresentarem-se em
eventos e nas festividades de final de ano.
6ª Seção Alunos
6.1- Objetivos:
Reunir pais dos alunos e representantes do Conselho Tutelar do Município para
uma palestra sobre Violência Escolar.
Proporcionar um enfoque maior ao bullying, e sua manifestação na escola de
intervenção.
Discutir e debater os tópicos apontados pelos palestrantes.
Apresentar o Coral da Paz.
Produzir textos com base nas sugestões fornecidas pelos alunos.
Distribuir para os pais folders educativos sobre a violência.
Buscar, com os presentes na palestra, uma reflexão sobre os temas abordados,
motivados com apresentação da música “A Paz.”
6.2- Desenvolvimento/ Metodologia
Os alunos e seus pais serão convidados a assistir a uma palestra sobre a
Violência Escolar presente nas escolas brasileiras e principalmente a prática do bullying
na nossa escola. Para melhorar esse encontro, utilizaremos reportagens televisivas e
recursos multimídia.
Ao final da exposição dos palestrantes, a palavra vai ser concedida aos presentes
para elucidar quaisquer dúvidas ou apresentar sugestões. Ao final do encontro, os pais
dos alunos vão receber um folder educativo sobre a violência e ao som musical do
conjunto Roupa Nova, com a música: “A Paz”
7ª Ação Alunos
7.1- Objetivos:
Reunir os alunos em grupos para discutir o tema da palestra do encontro anterior.
Expor o que foi apresentado e sugerido sobre as ações de paz.
Simular situações de violência e as ações de paz necessárias para a sua prevenção.
Criar, dentro da escola, o “Bilhete da Paz”.
Relatar, na Urna do Segredo, as atitudes de violência mais conhecidas por eles.
Exibir o filme sobre o bullying com o título “Em um Mundo Melhor”.
Apresentar uma dança ao som da música- “Paz”- de Gabriel o Pensador
7.2- Desenvolvimento/ Metodologia:
Buscaremos reunir os alunos em uma roda de confraternização para debater
sobre o tema da palestra do encontro anterior, na tentativa de aprofundar o assunto,
dirimir dúvidas e esclarecer como nós podemos fazer
a diferença, adotando as ações de paz e não sendo omissos à violência.
Vamos simular diversas situações de violência e as possíveis ações para evitar o
conflito; os temas trabalhados serão os já abordados em encontros anteriores como, o
racismo, as drogas, prostituição infantil, violência doméstica e contra as crianças e
adolescentes, dando uma ênfase maior ao bullying e ao cyberbullying.
Em uma atividade de produção de texto, os alunos serão estimulados a escrever
um bilhete ,com mensagens de paz ,para um personagem fictício que supostamente eles
magoaram recentemente em uma determinada situação de violência.
Criação da Urna do segredo!
Os alunos vão receber do professor um formulário próprio para relatar os
possíveis casos de violência presentes em sua vida ou de seu conhecimento.
Fica a critério deles se desejam identificar-se; somente o professor do projeto de
intervenção terá acess o às respostas, garantindo o sigilo dos alunos e disponibilizando o
seu tempo para atender os possíveis casos relatados. Caso alguma situação mais grave,
desde os primeiros encontros, seja diagnosticada, esse (s) aluno (s) terá atendimento à
sua solicitação e acompanhamento educacional, psicológico e legal, se necessário
Para finalizar as atividades desse encontro, a professora voluntária da academia
“Requebra” vai ensaiar um grupo de dança com os alunos, fazendo uso do clip musical
de Gabriel o Pensador – “Paz”.4
A apresentação desta dança será durante o 9º encontro, na confraternização entre
as famílias.
8ª Seção- Alunos:
8.1- Objetivos:
Promover palestra sobre a cultura da violência x cultura da paz.
Reunir os pais para considerações finais.
Produzir textos, gravuras e mensagens de paz usando a internet.
Selecionar equipes entre os alunos para a apresentação do “teatro de bolso”.
Apresentar o vídeo sobre bullying: “Em um Mundo Melhor”.
8.2- Desenvolvimento/ Metodologia
Palestra a ser proferida com os pais e alunos sobre o tema cultura da violência x
cultura da paz. Esse momento terá a participação dos representantes do CMDCA-
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente que apresentarão situações
reais de violência em todos os aspectos.
Reunião com os pais dos alunos para expor a importância do tema da palestra e o
seu comprometimento junto aos seus filhos para construir uma cultura de paz na escola
e a importância das ações de paz.
Após a palestra, os alunos serão encaminhados até o laboratório de informática
para a produção de textos, frases, gravurra e ilustrações sobre a violência e as ações de
4 Disponível em: Letras.mus.br/riprop/Rap/Gabriel O Pensador
paz, utilizando os computadores.
Essa atividade será desenvolvida com ajuda dos professores, que vão simular
várias situações de violência em que uma pessoa foi vítima de bullying e cyberbullying.
Os alunos irão escrever para essas pessoas confortando-as através de e-mails e o
endereço eletrônico de destino será disponibilizado na ocasião. Seleção de equipes entre
os alunos, para a apresentação do “teatro de bolso”.
As equipes terão um pequeno intervalo estipulado para que o cenário seja
adaptado de acordo com a sua apresentação. Os alunos vão escolher um professor para
dar suporte e ser o responsável por sua apresentação. Ao final das apresentações os
alunos devem referenciar as ações de paz aprendidas.
Para encerrar as atividades, vamos apresentar o filme sobre o bullying: “Em um Mundo
Melhor”.5 A fim de compreender melhor o filme sua exibição será pausada e com
explicações paralelas para solucionar dúvidas; a apresentação será feita
durante o encontro e posteriormente na aula de História, com a presença do professor
da disciplina.
9ª Ação Alunos:
9.1- Objetivos:
Apresentar o Teatro de Bolso.
Apresentar um Musical sobre a paz, amor e solidariedade.
Apresentar um grupo de dança com os alunos, utilizando a música de Gabriel o
Pensador - “Paz”.
Promover uma atividade recreativa para integrar pais e alunos.
Certificar pais e alunos pela sua participação.
5 Dirigido por Susanne Bieer – drama- Dinamarca 2010. Disponível em:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-182870/
9.2- Desenvolvimento/ Metodologia:
A apresentação do Teatro de Bolso contará com a presença de todos os alunos do
estabelecimento, para demonstrar várias situações de violência e as atitudes dos alunos
diante delas.
Os alunos vão organizar um Musical (com tema a ser definido por eles) para
apresentar músicas e paródias que falem de paz, amor e solidariedade.
A professora da academia “Requebra”, vai apresentar aos pais, professores,
convidados e alunos do estabelecimento um grupo de dança utilizando a musica de
Gabriel o Pensador, a “Paz”.
Após essas apresentações, os alunos e seus pais participarão de atividades
recreativas em forma de gincana e posteriormente somente os alunos participarão de
atividades esportivas para diversão e entretenimento. Essas atividades têm o objetivo de
proporcionar uma integração maior entre as famílias dos alunos. Ao final das atividades,
a escola emitirá certificados “Construtores da Paz” a todos os envolvidos nessas ações.
Referências bibliográficas:
FANTE, C. 2005. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e
educar para a paz. Campinas, Ed. Versus, 224 p.
FERNÁNDEZ, Isabel. Prevenção da violência e solução de conflitos- o clima escolar
como fato de qualidade. Editora Madras, São Paulo, 2008.
LISBOA, C.S.M. 2005. Comportamento agressivo, vitimização e relações de
amizade de crianças em idade escolar: fatores de risco e proteção. Porto Alegre, RS.
Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 146 p.
MARCHETO, A.L. Gloria. Educação para a paz – um caminho necessário. Editora
Paulinas, São Paulo, 2009.
NUNES, O. Antonio. Como restaurar a paz nas escolas: um guia para educadores.
Editora Contexto, São Paulo, 2011.
PRADOS, M.A.H.; FERNÁNDEZ, I.M.S. 2007. Ciberbullying, um problema de
acesso escolar. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, 10:17-36.
SALLES FILHO, Nei Alberto. Educação para a Paz (EP): saberes necessários para
a formação continuada de professores. In: MATOS, Kelma; NASCIMENTO,
Verônica; NONATO JÚNIOR (orgs.) Cultura de Paz: do conhecimento à sabedoria.
Fortaleza, Edições UFC, 2008.