OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · A implementação da proposta pedagógica está...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAl
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Título: O trabalho na cantaria: as relações de trabalho na extração de granito na
comunidade da Borda do Campo, (1980-2013).
Autor: Vanderleia Canha
Disciplina/Área:
História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual André Andreatta, Situado na Avenida das Pedreiras, nº 3, Bairro Borda do Campo.
Município da escola: Quatro Barras
Núcleo Regional de Educação: Area Metropolitana Norte
Professor Orientador: Dennison de Oliveira.
Instituição de Ensino Superior: UFPR
Relação Interdisciplinar: Geografia e língua portuguesa.
Resumo:
O trabalho na cantaria é muito significativo para a comunidade da Borda do Campo em Quatro Barras e será tomado como estudo de caso para o entendimento das relações de trabalho. Buscou-se evidenciar as transformações que ocorreram no período 1980-2013, destacando-se a questão ambiental e suas implicações na economia extração de granito. A atividade da Cantaria entendida como patrimônio cultural imaterial será abordada. Será produzido um acervo de fontes orais a partir de entrevistas com os sujeitos históricos envolvidos. O projeto será desenvolvido a partir de pressupostos da investigação histórica.
Palavras-chave:
Historia local; trabalho; cantaria; patrimônio histórico cultural; história oral.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico.
Público:
Alunos do 1º ano do ensino médio, turma manhã.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO - PRODUÇÃO DIDÁTICO
PEDAGÓGICA .
O trabalho na cantaria: as relações de trabalho na extração de granito na
comunidade da Borda do Campo, (1980-2013), é um Caderno Pedagógico,
apresentado a Secretaria de Educação do Estado do Paraná como Produção
Didática Pedagógica, resultante do Programa de Desenvolvimento da Educação
(PDE), por meio da Instituição de Ensino Superior (IES), Universidade Federal do
Paraná, sob a orientação do Professor Doutor Dennison de Oliveira.
Este Caderno Pedagógico destina-se aos alunos do 1º ano do Ensino Médio
do Colégio Estadual André Andreatta, que está localizado no bairro Borda do Campo
em Quatro Barras e foi pensado como uma possibilidade metodologia para superar
problemas que preocupam professores e equipe pedagógica: a reprovação, a
desistência e o interesse.
A proposta pedagógica expressa neste material didático tem como objetivo
principal a formação do pensamento histórico dos estudantes, deste modo está de
acordo com o que preconiza as Diretrizes Curriculares de História. São
apresentadas fontes históricas de natureza diversa, textos historiográficos, o
conteúdo é problematizado e se propõe a construção de narrativas históricas.
Optou-se pelo estudo da história local como estratégia pedagógica por conta
da empatia que esta pode gerar entre os estudantes. O recorte temático: a relação
de trabalho na extração de granito deve-se ao reconhecimento da importância desta
atividade na formação da identidade da comunidade da Borda do Campo. O recorte
temporal: 1980-2013 justifica-se pelas transformações que ocorrem durante esse
período na região como o projeto de industrialização implantado e a diminuição do
significado econômico atividade de extração de granito para a economia do
município.
Defende-se a idéia que o estudo da história local favorecerá a construção da
consciência histórica dos estudantes ao incentivar atitudes investigativas quanto ao
passado da comunidade.
PROCEDIMENTOS
Para que os objetivos da Implementação Pedagógica sejam alcançados se
faz necessário que procedimentos e estratégias sejam adotados.
ATIVIDADES
As atividades serão realizadas na escola André Andreatta, com alunos do 1º
ano do ensino médio, período da manha, em sala e no contra turno, no período de
fevereiro a julho de 2014.
1. O projeto será apresentado aos alunos da turma selecionada;
2. Será realizada a verificação de idéias prévias;
3. Visita orientada ao Espaço Orville Derby, situado na MINEROPAR;
4. Pesquisa junto a prefeitura sobre as pedreiras em funcionamento, analise
de imagens de satélite;
5. Leitura do texto “Onde tudo começou”. Observar e analisar imagens de
monumentos construídos com a técnica da cantaria da Borda do Campo,
produzir narrativa histórica;
6. Pesquisa com familiares;
7. Visita a pedreira;
8. Analise de gráficos, artigos de jornais e textos, produção de narrativa
histórica;
9. Leitura de textos, imagens, pesquisa sobre a questão ambiental; Debate
sobre o tema;
10. Visita ao museu Pequeno Museu do Granito Job de Barros;
11. Construção de inventário;
12. Entrevistas com trabalhadores das pedreiras;
13. Construção de acervo de depoimentos;
14. Socialização dos conhecimentos com a comunidade escolar;
15. Auto avaliação.
RECURSOS
Sala de aula, projetos, ônibus, computadores, gravador de voz, câmera fotográfica,
telefone.
TÉCNICAS
Para a implementação da proposta pedagógica das atividades propostas neste
caderno temático, serão usadas como técnicas pedagógicas: aulas expositivas,
debates, trabalhos em grupo, aulas de campo e entrevistas.
TEMPO
A implementação da proposta pedagógica está prevista para acontecer no
período de fevereiro a julho de 2014, serão organizados aproximadamente 80 horas
de encontro presenciais entre professora e estudantes.
AVALIAÇÃO
A avaliação da Implementação do Projeto de Intervenção pedagógica na
escola será realizada mediante acompanhamento de registros em formulários
próprios do Programa de Desenvolvimento Educacional pelos próprios envolvidos:
Direção e Equipe Pedagógica.
Quanto à expectativa de aprendizagem entre os estudantes, espera- se que:
Identifiquem os sujeitos históricos que atuam na economia do granito e suas
memórias.
Identifiquem as relações de trabalho existentes nas pedreiras da Borda do
Campo e suas contradições.
Utilizem as fontes históricas para explicar o passado.
Analisem a configuração das relações de trabalho das Pedreiras da Borda do
Campo em sua relação com as relações de trabalho presentes na sociedade
capitalista.
Analisem a legislação trabalhista e ambiental, estabelecidas nos anos 80 e 90
e identificar as transformações ocorridas a partir das mesmas.
Pesquisem fontes históricas referentes à produção de granito em instituições
públicas e privadas, tais como MINEROPAR, IPARDES, COMEC, IAP,
Prefeitura de Quatro Barras e Pedreiras locais.
Construam roteiros de entrevistas e realizem as com os sujeitos históricos
envolvidos na economia do granito.
Analisem o resultado das entrevistas.
APRESENTAÇÃO AOS ALUNOS
Caros alunos,
Estudamos nas aulas de história, o passado de vários povos, fatos
importantes de várias épocas, mas poucas vezes privilegiamos em
nossos estudos o passado do lugar onde vivemos.
O presente Caderno Pedagógico busca mudar essa situação,
valorizando nossa realidade, especialmente no que se refere às
relações de trabalho presentes. Este material didático foi pensado
especialmente para vocês, apresentando o seguinte conteúdo temático:
A cantaria e a extração de granito, na Comunidade da Borda do Campo,
no período de 1980-2013.
Você está convidado a pesquisar e refletir sobre o nosso passado
recente.
Aceita o desafio?
ACANTARIA: AS RELAÇÕES DE TRABALHO NA EXTRAÇÃO DE GRANITO NA
COMUNIDADE DA BORDA DO CAMPO, (1980-2013).
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 1: Homem de Pedra, Borda do Campo. Pr.
LISTA DAS FOTOGRAFIAS E FIGURAS.
Fotografia 1: POMPEU, Roberto Carlos. Homem de Pedra, Praça Domingos
Mocelin Netto, Borda do Campo, Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 2: BAGGIO Celma. Machu Pichu, Peru. 2007. Coleção Particular.
Fotografia 3: VANDERLEY, Julia. Cartão postal Praça Tiradentes 1906. Acervo
Casa da Memória.
Fotografia 4: POMPEU, Roberto Carlos. O semeador, Praça Eufrásio Correia,
Curitiba, Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 5: POMPEU, Roberto Carlos. Fonte da Memória, Curitiba, Paraná. 2013.
Coleção Particular.
Fotografia 6: POMPEU, Roberto Carlos. Monumento Casa da Memória, Curitiba,
Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 7: POMPEU, Roberto Carlos. Detalhe da Coluna Triunfal Nossa
Senhora da Luz dos Pinhais, Curitiba, Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 8: POMPEU, Roberto Carlos. Coluna Triunfal Nossa Senhora da Luz
dos Pinhais, Curitiba, Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 9: POMPEU, Roberto Carlos. Altar da Igreja Sagrados Corações de
Jesus e Maria, Curitiba, Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 10: POMPEU, Roberto Carlos. Pia Batismal da Igreja Sagrados
Corações de Jesus e Maria, Curitiba, Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 11: POMPEU, Roberto Carlos. Marco zero,Praça Tiradentes, Curitiba,
Paraná. 2013. Coleção Particular.
Fotografia 12: CANHA, Vanderleia. Jóia Rara Quatro Barras. 2013. Coleção
Particular.
Fotografia 13 A 20: CANHA, Vanderleia. Pedreira Piramirim, Quatro Barras. 2013.
Coleção Particular.
Figura 1: COMEC. Mapa das áreas de conservação Curitiba e Região
Metropolitana. Acesso em 21/11/2013.
http://www.comec.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=81
Figura 2: PREFEITURA MUNICIPAL DE QUATRO BARRAS. Revisão do Plano Diretor do
Município de Quatro Barras, 2012. Acesso em 12/06/2013
http://www.quatrobarrasparana.com.br/doc_plano_diretor/Diagnostico_Avaliacao.pdf
E SE AS PEDRAS FALASSEM?
O ser humano transforma e utiliza a rocha como matéria prima para a
construção de ferramentas, armas, templos e moradias desde o período paleolítico. A
durabilidade das rochas, fez com que vestígios de antigos grupos humanos pudessem
chegar até os dias de hoje. Ao analisar esses remanescentes líticos podemos conhecer
aspectos da vida dos homens que as produziram.
Fotografia 2: Machu Pichu, Peru.
Foto: BAGGIO, 2007.
Monumentos, símbolos, marcos e outras obras de importância foram elaboradas na pedra para garantir a resistência e a perenidade da idéia. Deixar a marca para a eternidade motivou muitos reis e governantes a construir monumentos em rochas duras, e a ostentação foi um dos fatores que representou um forte papel incentivador na realização destas obras. (LICCARDO, 2010)
A de cidade pré
colombiana Inca
Machu Picchu, foi
construída a 2.400
metros de altitude
sobre uma
montanha de
granito, rocha que
foi utilizada nas
edificações.
http://www1.folha.
uol.com.br/turismo
/939829-entenda-
descoberta-
moderna-de-
machu-picchu-feita-
ha-cem-anos.
UUUNNNIIIDDDAAADDDEEE 111 A Cantaria: as relações de trabalho na extração de granito na comunidade
de Borda do Campo, (1970- 2013).
ATIVIDADE 1
A extração de granito e a produção de artefatos de pedra são características da
economia de nossa comunidade. O que vocês sabem sobre esse assunto? (Esse
momento será gravado em vídeo e visualizado ao final da Implementação do Projeto
de Intervenção Pedagógica na escola.)
O GRANITO E SUAS CARACTERÍSTICAS
O Conselho de Antiguidades do Egito informa que arqueólogos descobriram uma cabeça de
granito de 3.000 anos que, acredita-se, retrata o faraó Ramsés II, da 19ª Dinastia. O conselho
diz que a descoberta foi feita recentemente em Tell Basta, cerca de 80 km a nordeste do Cairo.
A nota do conselho, emitida na quinta-feira, diz que a cabeça de 90 centímetros de altura
pertenceu a uma estátua colossal de Ramsés, que no passado ficava na região. O nariz está
quebrado e a barba, que um dia esteve presa ao queixo do rei, está faltando. O sítio de Tell
Basta era dedicado á deusa-gata Bastet e foi um importante centro do Velho Reino e até o fim
do período romano. Arqueólogos ainda buscam o restante da estátua.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,egito-revela-gigantesca-cabeca-de-granito-de-
ramses-ii,248625,0.htm acesso em 14 de agosto de 2013
O granito é a rocha típica da crosta terrestre continental, pois é bastante comum em todos os continentes. Sua composição reflete a composição geral da superfície do planeta, ou seja, uma mistura dos minerais: quartzo, feldspato, mica e um pouco dos minerais escuros como anfibólios e piroxênios.
(...) É uma rocha plutônica, isto é, que se formaram a vários quilômetros de profundidade e resfriaram lentamente, depois sendo trazidas para cima por movimentos tectônicos. (LICCARDO, 2010).
Rochas ígneas, (também chamadas de magmáticas): São rochas que se formaram pelo resfriamento e solidificação de um magma. Magma é o material em estado de fusão que existe abaixo da superfície terrestre e que pode extravasar de vulcões (passando a chamar lava). De sua composição vai depender a composição da rocha magmática a se formar. Se o magma resfria na superfície da Terra, após ser expelido por um vulcão, origina uma rocha ígnea vulcânica (também chamada de extrusiva). O exemplo mais comum é o basalto. Se o magma sobe através da crosta, mas resfria ainda dentro dela, em grandes profundidades, ele origina uma rocha ígnea plutônica (também chamada de intrusiva). O exemplo mais comum é o granito.
(...) o granito, forma-se por um processo de resfriamento bem mais lento, dando tempo para que os cristais de quartzo e feldspato cresçam mais. Assim, podem-se ver nele grãos de cores diferentes, com alguns milímetros ou centímetros de diâmetro. (Serviço Geológico do Brasil, 2009).
ATIVIDADE 2
O granito apresenta grande variedade de cor, composição, estrutura e textura. Vamos conhecer mais sobre o assunto fazendo uma visita orientada ao Espaço Orville Derby, situado na MINEROPAR. Anote suas observações. Em sala, vamos construir um texto coletivo sobre a sobre a formação geológica da região de Quatro Barras.
Pesquise sobre a exploração do Granito em Quatro Barras, onde acontece? Como é realizada? Você poderá utilizar imagens de satélite e buscar informações junto a Prefeitura Municipal. (Ver anexo 1)
A CANTARIA EM BORDA DO CAMPO.
A extração, a produção de artefatos de granito e a comercialização de
granitos foram por muitos anos a principal atividade econômica do município de
Quatro Barras. Segundo Antonio Liccardo (2010, p.32) a extração de granito na
região da Borda do Campo, organizou-se em fins do século XIX. A construção da
estrada da Graciosa (1873) e da estrada de ferro Paranaguá- Curitiba facilitou o
transporte das peças de granito que foram utilizadas em diversas obras públicas e
privadas na cidade de Curitiba.
O autor aponta a imigração italiana em Borda do Campo como um marco que
impulsionou a produção de artefatos de cantaria como pavimentos e monumentos
de granito. Trabalhadores que vieram das regiões de Veneto, Toscana, Piemont,
Campania e Calabria, onde desenvolviam atividades no ramo da cantaria,
possivelmente trouxeram técnicas para o Brasil. Entre as famílias de origem italiana
que possuem ligação com a atividade econômica estão: Greca, Mocelin, Perine,
Zatoni, Gava, Andreatta, Prodocimo entre outras. (LICCARDO, 2010, p.57)
Curitiba e região metropolitana foram o principal destino dos artefatos de
cantaria produzidos na região da Borda do Campo. São exemplos destes artefatos:
calçadas, meio fio, monumentos e escadarias.
Fotografia 3: Praça Tiradentes, 1906. Curitiba – Pr.
Artefatos de cantaria em granito provenientes da Borda do Campo estão
presentes em muitos monumentos de Curitiba, tais como:
Entalhe do monumento comemorativo do centenário da independência,
em 1922, instalado na Praça Eufrásio Correia.
As peças que revestem o obelisco da Praça 19 de dezembro.
Monumentos das praças Tiradentes, Santos Andrade, Relógio da
Praça Osório, Boca Maldita, Chafariz da Memória e Praça Garibaldi.
Escadarias da UFPR na Praça Santos Andrade, da Igreja do Rosário,
do Clube Concórdia e da Biblioteca Púbica do Paraná. (LICCARDO,
2010, p.61-63)
A cantaria se faz presente também na arte religiosa e funerária, como
podemos observar no mobiliário Sacro das igrejas Nossa Senhora do Carmo no
bairro Boqueirão e dos Sagrados Coração de José e Maria no Hugo Lange.
(LICCARDO, 2010, p.64)
As calçadas são,
certamente, o maior
exemplo da presença
de materiais líticos na
vida curitibana. Até
pouco tempo atrás,
todas as calçadas
eram feitas com
“lousinha”, peça
quadrada de granito
cinza extremamente
ordinárias aos olhos
da população, mas
um símbolo da
cidade, pois outras
cidades não usam
esse tipo de material.
(LICCARDO, 2010, p.
61)
ATIVIDADE 3
Vamos realizar visita orientada na Pedreira Piramirim, (Anexo 2) uma das pedreiras
mais antigas da região, registre suas observações sobre o local, sobre a atividade de
extração de pedra e sobre a cantaria, você irá utilizá-las para realizar as próximas
atividades.
ATIVIDADE 4
Muitas famílias da Borda do Campo tiveram ou tem relação com a atividade
econômica das pedreiras direta ou indiretamente. Vamos fazer um levantamento
sobre o significado da extração de granito e o trabalho da cantaria para a
comunidade escolar do Colégio André Andreatta. Pesquise entre seus familiares,
professores e funcionários sobre a relação de trabalho que possuem com as
pedreiras da região.
Nome da
pessoa
Idade Profissão/atividade Há quantos anos exerce esta
profissão?
Em seguida, vamos reunir as informações levantadas, buscando criar um inventário
sobre o número de famílias que vivem do trabalho de extração de pedra e cantaria
ATIVIDADE 5
Observe as imagens e comente suas impressões com seus colegas.
Fotografia 4: O semeador, Curitiba - Pr
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 4: Fonte da Memória, Curitiba –Pr.
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 5: Monumento Casa da Memória, Curitiba Pr.
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 6: Detalhe Coluna Triunfal Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, Curitiba Pr
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 7: Coluna Triunfal Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, Curitiba Pr.
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 9: Altar da Igreja Sagrado Corações de Jesus e Maria, Curitiba – Pr
Foto: POMPEU, 2013.
Depois de ler o texto, observar as imagens e conversar sobre elas com seus
colegas, faça uma pequena narrativa histórica sobre a importância atividade da
cantaria.
Fotografia 8: : Pia Batismal da Igreja Sagrados Corações de Jesus e Maria, Curitiba Pr.
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 9: Marco Zero, Curitiba – Pr.
´
Foto: POMPEU, 2013.
Fotografia 12: - Joía Rara, Quatro Barras-Pr.
Foto: CANHA, 2013.
UM PROJETO EM ANDAMENTO
O jornal O Estado do Paraná, em 04 de abril de 1970, fez uma reportagem em
defesa da criação da Região Metropolitana de Curitiba com o título “Esta cidade não
vai desaparecer”, referia-se a Quatro Barras, o trecho abaixo apresenta a visão do
jornal sobre a situação do município naquela data.
A reportagem “Quatro Barra cresce”, feita pelo O Estado do Paraná em 18 de
março de 1975, apresenta um panorama da economia do município de acordo com
o jornal.
O município de Quatro Barras é, em número de habitantes o menor da Região Metropolitana de Curitiba com apenas 4.732 moradores. O prefeito Carlos Milani, que tomou posse no dia 31 de janeiro passado ainda olha com certa desconfiança para o plano da região metropolitana, acreditando mesmo que no futuro irão desaparecer as administrações municipais e tudo se tornará uma cidade só, com administração central em Curitiba. Mas, acrescenta que “se o que estiver planejado for realmente executado isto aqui será uma maravilha.”
Quatro Barras além de ser o menor município da área é um dos mais pobres. O próprio prefeito está preocupado em pagar salários atrasados para os nove funcionários da prefeitura que não recebem há alguns meses. Conta que, da administração anterior recebeu uma quantia insignificante. Apesar da desconfiança que tem pelo plano, o prefeito acha que isso vai salvar o município que quando ainda pertencia a Piraquara, estava em situação bem melhor, inclusive com população bem superior a atual.
Os moradores de Quatro Barras não ficam zangados quando se atribui a denominação de bairro de Curitiba ao Município, pois é pura verdade: cerca de 60 por cento dos moradores da sede do município trabalham na capital. E isto é fácil devido á distancia 23 quilômetros, ou dez minutos de automóvel por asfalto. Além disto, há farta ligação em ônibus entre a Capital e o município de Quatro Barras.
Na sede do município não há um estabelecimento bancário ou uma loja que passe da condição e secos e molhados. Com excessão de algumas serrarias, um matadouro e pedreiras não existem industrias no município. E sobre isto o prefeito tem uma novidade: a prefeitura doa terras a para quem quiser construir industrias no município. (...)
O curioso é que o distrito da Borda do Campo onde se situam inúmeras pedreiras ( outra fonte de rendas) é bem maior do que da própria sede do município.
Estado do Paraná, 04 de abril de 1970.
Situado a pouco mais de 10 quilômetros da Capital, ás margens da estrada que liga Curitiba a São Paulo (BRR-116), o município de Quatro Barras está começando a despertar de um sono secular para um surto de grande progresso em virtude á estratégica localização em face dos principais pólos de desenvolvimento de Curitiba. Grande número de indústrias estão sendo implantadas no município, principalmente em face da fartura de mão de obra e facilidade de escoamento, principalmente agora com que além da duplicação da BR-116, um grande anel viário em forma de trevo passará por Quatro Barras levando todo o escoamento da produção do interior do Estado e o movimento de São Paulo para a auto estrada Curitiba –Paranaguá (BR – 277) através do Contorno Sul. Um dos maiores índices demonstrativos do impulso sofrido pro Quatro Barras é o aumento de sua população, explicado principalmente pelo surgimento do pólo industrial. Segundo o IBGE sua população em 1970 não ia além de 4.000. Atualmente está com 6.000 (50% de aumento em 5 anos ) e para 1977 a estimativa é de 10.000. O atual prefeito é Anibal Borba Cordeiro e a Câmara é composta dos seguintes elementos: Lino Borba Cordeiro, (Presidente), Antonio Borba Cordeiro, Alexandre Andreata Tavares, Edgard Perine, Euclides Alves Pires, Ivo Sonego, José Perine Neto, Olívio Fávaro e Rômulo Fernades dos Santos. Além da extração mineral realizada por 33 pedreiras localizadas no município e exploradas por grandes empresas de engenharia tais como: CR Almeida, Greca, Concisa, Cavo, Bemara, Sotec, Betonex, Borda do Campo, Piramirim e outras que fornecem 90% do abastecimento de pedras da Capital, Quatro Barras tem em seu município implantadas e em fase de implantação importantes industrias, entre as quais: móveis Oggi, Cerâmica Moderna do Paraná, Explosivos Britanite (do grupo CR Almeida), Artefatos de cimento Blocreto, Turfal Fertilizantes ( a matéria prima é totalmente extraída do local e sua produção é inteiramente exportada principalmente para o Paraguai e Itália); Madereira Criplive (indústria de torneamento de madeira), Metalúrgica Santa Rosa, além de outras. A criação de novas industrias no município estarão gerando mais de 2.000 empregos diretos, com aproveitamento integral de mão de obra da região, criando desta forma um pólo de valorização humana.
O Estado do Paraná, 18 de março de1975.
O jornal Folha do Estado, em março de 1985, apresentava a situação
econômica de Quatro Barras da seguinte maneira:
Na comemoração dos 25 anos de emancipação política de Quatro Barras, em
13/11/1987, o jornal Correio de Noticias se refere ao município assim:
Segundo Sebastião Ferrarini (1985, 409), em meados da década de 80, a
extração de granito em Quatro Barras possuía as seguintes características: As
pedreiras eram exploradas por particulares, proprietários, firmas e pela Prefeitura
Municipal. Encontrava-se em funcionamento 21 firmas que atuavam a extração de
pedras, uma delas com mais de 40 funcionários (Pedreira Duarte Ltda), seis
pedreiras possuam entre 10 a 20 funcionários (Belarmino Tavares de Almeida & Cia.
Ltda, Mineração Anhangava Ltda, Pedreira Mocelin Ltda, Pedreira Noibel Ltda,
Admir Prodócimo, Pedreira Holanda Ltda), seis firmas possuíam até 10 empregados
(Milton Perine, Octavio Zattoni; Celso da Silva Pinto, Valetim Andreatta & Filho,
Construtora Grega Ltda, Pedreiras Paramirim Ltda), oito pedreiras não tinham o
número de funcionários conhecido: (Aço Mineração Ltda, Dulcio Mendes dos Santos,
Pedreiras Pé da Serra Ltda, Pedreira Quatro Barras Ltda, Pedreiras Jaguarapira
Indústria e Comércio Ltda, Pedreiras Construtora Grega Ltda, Pedreiras Paramirim
Ltda), Pedreiras Santa Luzia Ltda, Concrebrás S.A. – Egenharia do Concreto,
Concretex Engenharia de Concreto S. A).
A riqueza natural do Município de Quatro Barras é o granito, que depois de passar pelo processo de cantoria, quando a pedra é lapidada, transformada em paralelepípedos, lousa para calçadas e meio - fios. Outro derivado do granito é a pedra - brita que serve em grande escala na construção civil e para o asfaltamento de ruas e estradas. Toda essa produção oriunda do granito abastece o município de Quatro Barras, Curitiba e Região Metropolitana. Quatro Barras conta com um respeitável parque industrial, que gera empregos á população e arrecadação de impostos a Prefeitura. As industrias de maior porte são: Explosivos Britanite Ind. Quimica Ltda, Móveis Oggi, Elo Engenharia e Construções Ltda, Fábricas de Tintas Kinbanaa, Sulfapar – Sulfato do Pr, Siderurgica Humaitá, Turfal Ind. Prod. Químicos e Agronômicos Ltda.
Folha do Estado, Março de 1985.
Até 1974, a economia de Quatro Barras era baseada na extração de pedras. De lá para cá, porém, a economia diversificou-se e revigorou-se, com a implantação de industrias (...) e também com a dinamização da atividade agropastoril. Comemorando no ultimo dia 9 o 25º aniversario de fundação o município vê-se a frente com perspectivas desenvolvimentistas das mais alentadoras, tendo em vista a proximidade com Curitiba, o fato de ser uma região de mananciais de água ( o que evita loteamentos irregulares) e o interesse por nova industrias quererem se instalar às margens da BR 116.
Correio de Noticias, 13/11//1986.
Observe a tabela sobre as ocupações no município na s décadas de 1970 e
1980. Qual era a importância que a exploração do granito possuía para o Município
de Quatro Barras, nas décadas de 1970 e 1980? Em que setor estava o maior
número de vagas?
Fonte: IPARDES. Série retrospectivas do Paraná: dados históricos da indústria (1940-1980). Curitiba,
1993. p.675
ATIVIDADE 6
Com base na leitura dos jornais e observação da tabela o que
podemos inferir em relação a economia de Quatro Barras nos ano
1970 e 1980? Qual é a visão que os jornais possuem sobre os
rumos que a economia da cidade tomava naquele momento? Qual é
a visão dos jornais sobre a extração de Granito na comunidade da
Borda do Campo? Como é relatada a visão dos governantes?
Partindo desses e de outros questionamentos escreva uma narrativa
histórica sobre a economia de Quatro Barras nos anos 1970 e 1980:
Nos anos 90, novas industrias foram instaladas no município
de Quatro Barras, destacando-se as que possuiam ligação com o
setor automotivo, tais como Faurecia Automotive, Michel Thierry e
Treves do Brasil, fornecedoras de peças para a Renault. A
Para a compreensão
do contexto em que
se deu a
industrialização de
Quatro Barras, será
realizada a leitura
dos textos: “O papel
do Estado e da Classe
Empresarial na
Industrialização” p.
38- 44 e “Um caso
Concreto: o pólo
automotivo” p. 73-
94, do livro
Urbanização e
Industrialização no
Paraná, escrito pelo
Professor Dennison
de Oliveira. Curitiba,
SEED, 2001.
proximidade da BR 116, que permite acesso a Curitiba e a São Paulo e a construção
do Contorno Leste, em 2003, que liga Quatro Barras aos municipios de Piraquara,
Pinhais, São José dos Pinhais e Curitiba e ainda aos municipios da região sudeste e
aos da região Sul, facilitaram a ampliação do número de industrias na região.
Em 1994, quando o município comemorava o 33º aniversario de sua
emancipação, o jornal o Estado do Paraná, publicou a seguinte noticia sobre a
economia de Quatro Barras:
Com o título “Município quer ser pólo de autopeças”, o “Jornal do Estado” publicou
uma entrevista com o então prefeito municipal: João Carlos Creplive, seguem alguns
trechos:
Criado pela Lei nº 4.338, de 25 de janeiro de 1961, pelo então governador Moisés Lupion, e instalado oficialmente no dia 9 de novembro do mesmo ano, o município de Quatro Barras conta hoje com cerca de 12 mil habitantes. A economia é baseada na atividade industrial que gera 90% do valor agregado do ICMS. Um dos grandes destaques nesse setor é a extração de granito.
Para o prefeito Edison Repinoski, a atividade industrial será em breve o grande fator de desenvolvimento de Quatro Barras. “O Município, localizado às margens da BR 116 e dentro do corredor do Mercosul, está expandindo o seu centro industrial com a implementação de uma área de 200 mil metros quadrados com infra estrutura assegurada, cujos lotes são financiados pelo Fundo de Previdência dos Servidores Municipais, em preços e condições compatíveis com as necessidades das empresas”, diz o prefeito.
O Estado do Paraná, 10/11/1994.
JE- O pequeno número de indústrias na cidade se deve ao fato de Quatro Barras ser área manancial? Creplive- Sim. Estamos em área de preservação ambiental. Por isso, assim como em Piraquara, só podemos ter indústrias não poluentes. Nesses 14 meses em que eu estou à frente da prefeitura, foram instaladas cinco grandes indústrias, que serão fornecedoras das montadoras que estão vindo para São José dos Pinhais e Campo Largo. Mas temos pequenas empresas muito boas. Existe uma negociação para a instalação de mais três empresas em Quatro Barras. (...) JE: Quais são os atrativos para as empresas se instalarem aqui? Creplive: A prefeitura está colocando um terreno de 800 mil metros a disposição dos empresários. Além disso, oferecemos a isenção do IPTU por dez anos e auxiliamos na infra-estrutura, água luz e, em alguns casos terraplanagem. A população também está colaborando, vendendo as áreas por um preço razoável. JE: Até o governo anunciar a vinda de indústrias automotivas para a região, a economia de Quatro Barras era sustentada apenas no comércio? Creplive: Sim, nossa economia sempre foi basicamente comercial, mesmo que com pequenas empresas. Quase não há representatividade na agricultura. O processo de industrialização na cidade começou já na década de 70. JE: E o que proporcionou essa industrialização? Creplive: A excelente localização. Quatro Barras está a 25 quilômetros do centro de Curitiba. Agora, com o Contorno Leste passando por dentro da cidade, certamente a industrialização vai se acentuar ainda mais. Mas temos que ressaltar que a industrialização do município, de alguma forma, vai atrapalhar a preservação do meio ambiente. Há um equilíbrio. JE: E como é feito esse equilíbrio? Creplive: Temos uma política de preservação dos rios, das nascentes. E também tomamos todo o cuidado para que nenhuma indústria que possa poluir o meio ambiente venha para cá. Isso inclusive é uma exigência do Instituto Ambiental do Paraná.
Jornal do Estado 14/05/1998
A indústria continuou a ganhar espaço na economia quatrobarrense na
década seguinte, tornando-se a principal geradora de empregos, como apresenta a
tabela abaixo:
Quatro Barras: Distribuição dos empregos formais por setores, 2004 e 2010
Ano Ind. de
extração
mineral
Ind. de
transformação
Construção
civil
Comércio Serviços Adm.
pública
Agropecua
ria
2004 72 3.348 81 716 4.325 588 51
2010 110 4.528 736 588 2.143 703 40
Fonte: RAIS/TEM (Ipardes – BDE) Apud
Nesse contexto, o número de empregos na extração de minerais, que o caso
de Quatro Barras refere-se a extração de Granito, sofreu ocilações se tornou pouco
expressivo frente a relevância econômica apresentada pelo setor industrial
Fonte: Ministério do Trabalho e emprego (IPARDES – BDE).
204
252
148
90
190
162
88
66 72
102 102 95 97 104 110 110
11 11 11 9 16 14 12 12 10 11 8 10 9 11 10 10
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Número de empregos a extração de minerais - Quatro Barras"
Número de estabelecimentos - Indústria de extração mineral Quatro Barras
A atividade extrativista característica do município de Quatro Barras e especialmente
da região da Borda do Campo, sofreu uma queda considerável, como podemos
observar no seguinte gráfico, que apresenta a quantidade de granito extraído entre
os anos de 1995 e 2006, quando a produção teve um pico no ano de 1996 e chegou
a 243.480 toneladas e despencou para 2.574 toneladas em 2005.
Fonte: Minerais do Paraná S/A – MINEROPAR (IPARDES- BDE
ATIVIDADE 7
Em sala, vamos discutir sobre as relações existentes entre os dados apresentados
no gráfico e nos trechos de jornais. Retomando a pesquisa realizada junto à
comunidade (atividade 5) o que podemos observar? Em duplas, façam um pequeno
texto sobre as suas conclusões.
A QUESTÃO AMBIENTAL.
Nas décadas de 90 e 2000, por conta da preocupação com o meio ambiente
em especial com os mananciais que garantiam o abastecimento de água para a
Região Metropolitana de Curitiba, foram criadas leis que para preservar essas áreas.
Parte do território de Quatro Barras se localiza na Serra do Mar e vários rios nascem
na região, entre eles estão: Rio do Meio, Rio do Corvo, Rio Taquari, Rio Capivari
0,00
50.000,00
100.000,00
150.000,00
200.000,00
250.000,00
300.000,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Produção de Granito (t)
Produção de Granito (t)
Mirim, Rio do Sapo. Na Serra do Marumbi nasce o rio Ipiranga que é alimentado por
vários rios, córregos e riachos que nascem na Serra da Baitaca e deságua em
Morretes.
A legislação ambiental criada neste período, tem impacto sobre a ocupação e
uso do solo da região de Quatro Barras, afetando a economia local. A extração de
granitos por ser uma atividade que exerce forte impacto sobre o meio ambiente teve
que se adaptar às novas regras impostas.
Em dezembro de 1999, foi aprovado o Decreto Estadual 1612, que cria a
Unidade Territorial de Planejamento com objetivo de assegurar as condições
ambientais adequadas à preservação dos mananciais na região de Quatro Barras e
nesse sentido define zoneamentos para o uso e ocupação do solo. Em 2009 o
zoneamento da região foi alterado pelo Decreto nº 4174 de 21/01/2009.
A área de proteção ambiental da bacia hidrográfica do Rio Iraí, (APA Estadual
do Iraí) foi instituída pelo decreto nº 1753/1996. A área da APA está localizada nos
municípios de Colombo, Piraquara, Pinhais, e Quatro Barras, com uma extensão de
11536,00 hectares. Foi criada com o objetivo de proteger e conservar a qualidade da
água para fins de abastecimento.
O Decreto determina o estabelecimento de zoneamento ecológico econômico
da área definida enquanto APA. O documento classifica as seguintes zonas:
Represa,
Zonas Urbanas, subdivididas em zona de uso diversificado, zonas de
expansão especial, zonas de chácaras, corredores de uso especial,
zonas industriais especiais.
Zona de Conservação, subdividida em zona de conservação de mata
nativa, zonas especiais de fundo de vale e zona de preservação.
Zona de conservação de vida silvestre
Zona de uso agropecuário subdividida em zona de agricultura intensiva
tipo I e II.
A atividade de extração mineral foi definida como zona de agricultura
intensiva, com indicativos de possibilidades e limitações quanto a forma de
exploração do solo, como se pode observar no art.4 Cap. V do referido
decreto:
O decreto proíbe e restringe as seguintes atividades na área da APA:
indústrias poluidoras, atividades que possam causar erosão ou assoreamento de
coleções hídricas, obras de terraplanagem e abertura de canais que possam causar
alterações ecológicas, desenvolvimento de atividades minerarias capazes de afetar
ou colocar em risco a qualidade da água do manancial, uso de agrotóxicos ou outros
biocidas. Ficou determinado pelo decreto que a abertura de novas vias, construções,
escavações e atividades minerarias deveriam ser avaliadas para receber autorização
para execução. Determinou-se também a criação de uma Câmara de apoio técnico
para programar atividades de zoneamento e fiscalização da APA do Iraí.
O decreto nº 2.200 de 14/06/2000 acrescenta Campina grande do Sul entre
os municípios que compõem a APA do Iraí e aprova o zoneamento ecológico –
econômico da APA do Iraí.
Este documento apresenta a região da Borda do Campo como Área de
Urbanização Consolidada que são áreas de interesse de consolidação da ocupação
urbana, saneamento e recuperação das condições ambientais. Foi demarcada a
Zona de extração mineral controlada.
No mapa podemos observar as áreas de conservação ambiental da Região
Metropolitana de Curitiba. No município de Quatro Barras estão demarcados o
Parque Estadual Serra da Baitaca, com o número 7, classificado como unidade de
proteção integral e a APA do Iraí com o numero 18, classificada como unidade de
uso sustentável.
V - Zonas de Uso Agropecuário - são aquelas destinadas a disciplinar o uso da terra
admitindo-se agricultura intensiva e extensiva, pastagem, reflorestamento e atividades
minerárias especificas, adotando-se práticas conservacionistas, e subdividem-se em:
a. Zonas de Agricultura Intensiva I - são aquelas destinadas a disciplinar o uso da terra
admitindo-se: agricultura intensiva e extensiva, pastagem reflorestamento e atividades
minerarias específicas, adotando-se praticas conservacionistas moderadas, através da
orientação e fomento de técnicas de exploração primárias adequadas;
b. Zonas de Agricultura Intensiva II - são aquelas destinadas a disciplinar o uso da terra
admitindo–se agricultura intensiva e extensiva, pastagens, reflorestamento e atividades
minerarias específicas, adotando-se praticas conservacionistas severas, através da
orientação e fomento de técnicas de exploração primárias adequadas.
Decreto Estadual nº 1753/1996.
Figura 1: Mapa das Unidades de conservação Curitiba e Região Metropolitana.
COMEC, 2013.
No segundo mapa estão demarcadas as áreas de remanescentes florais e as áreas de extração
mineral, que se localizam muito próximas aos limites destas áreas que devem ser preservadas.
No site: http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/bioma_snuc.htm, você encontrará
informações sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Figura 2: Mapa Municipio de Quatro Barras.
PREFEITURA MUNICIPAL DE QUATRO BARRAS, 2012.
Como estava previsto no Decreto 2.200/00 foi criado um órgão gestor para
desenvolver políticas públicas para a área dos mananciais: o Conselho Gestor dos
Mananciais da Região Metropolitana de Curitiba – CGM-RMC, instituído pela Lei
Estadual nº 12.248/98, que é um órgão colegiado, com poderes consultivo,
deliberativo e normativo responsável pela preservação da qualidade da água dos
mananciais.
A composição do Conselho Gestor dos Mananciais foi definida por meio do
Decreto Estadual nº 148/99. O conselho é composto por representantes de quatro
Municípios, situados em áreas de mananciais da RMC; por representantes do
Instituto Ambiental do Paraná – IAP, do Instituto das Águas do Paraná, da
Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba – COMEC, da Companhia de
Saneamento do Paraná - SANEPAR, das entidades não governamentais de defesa
e proteção do meio ambiente, do setor da construção civil e mercado imobiliário e
das Universidades e entidades de ensino e pesquisa. A presidência do Conselho
Gestor dos Mananciais é exercida pelo Diretor Presidente da COMEC, sendo que as
reuniões são realizadas na sede da COMEC, e convocadas pelo Presidente ou por
seus membros.
ATIVIDADE 08
Pesquise junto a Secretaria de Meio Ambiente do Município como se dá o processo
de recuperação das áreas degradadas pelas ações das pedreiras. Apresente os
resultados para a turma.
Depois debatam sobre como a legislação ambiental afetou a atividade de extração
de granito
A Cantaria: as relações de trabalho na extração de granito na comunidade de
Borda do Campo, (1970- 2013).
Patrimônio pode ser definido como os bens que acumulamos durante nossa vida e transmitimos aos nossos herdeiros. No dicionário Aurélio a palavra Patrimônio está definida como:
S.M. BEM QUE VEM DO PAI E DA MÃE. / CONJUNTO DOS BENS,
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE UMA PESSOA JURÍDICA. / FIG. O QUE É
CONSIDERADO COMO HERANÇA COMUM.
http://www.dicionariodoaurelio.com/Patrimonio.html
Herdamos de nossos antepassados bens materiais como: terras, uma casa,
um caminhão, bens que tem valor monetário determinado pelo mercado e bens que
por questões sentimentais são extremamente valiosos para nós, como uma
fotografia, um livro ou uma imagem religiosa, por exemplo. Também herdamos uma
forma de interagir com o mundo, como saberes e conhecimentos, são os chamados
bens imateriais.
O conceito de patrimônio possui também uma dimensão coletiva, o ser
humano vive em sociedade e em grupo produz bens materiais e imateriais. Esses
bens são chamados de patrimônio cultural, e:
Segundo GRUMBERG, 2007, os bens produzidos no presente também
podem ser classificados como patrimônio cultural, pois estes expressam o
pensamento e o modo de agir de cada geração, tais como: o artesanato, o
Quando pensamos no que recebemos de nossos antepassados, lembramo-nos não apenas dos
bens materiais, mas também da infinidade de ensinamentos e lições de vida que eles nos
deixaram. A maneira de fazer nhoques _ que não se resume a receita guardada com cuidado no
caderno com a letra de nossa querida mãe ou avó __, o modo como sambamos (algo que nunca
estará em um caderninho!), os ditados e provérbios que sabemos de cor e que nos guia por toda a
vida são exemplos de um patrimônio imaterial inestimável. (FUNARI & PELEGRINI, 2009)
São todas as manifestações e expressões que a sociedade e os homens criam e que, ao longo dos anos, vão
se acumulando com as gerações anteriores. Cada geração que as recebe, usufrui delas e as modifica de
acordo com sua própria história e necessidades. Cada geração da sua contribuição, preservando ou
esquecendo essa herança. (GRUMBERG, 2007).
UUUnnniiidddaaadddeee 222 AAA cccaaannntttaaarrriiiaaa ééé nnnooossssssooo pppaaatttrrriiimmmôôônnniiiooo
conhecimento sobre plantas utilizadas como remédio, as formas de plantar, cultivar e
colher, pescar, construir moradias, festas, danças, entre outras.
Para proteger e incentivar o respeito ao patrimônio o governo federal, estados
e municípios devem realizar ações legais, como determina a Constituição de 1988:
Para efetivar a proteção de um patrimônio cultural, é realizado o
tombamento do mesmo. O tombamento é um ato administrativo realizado pelo
Poder Público, quando é realizado pela União o tombamento é responsabilidade do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão criado em 1937. As
secretarias estaduais e municipais de cultura realizam essa ação em suas
respectivas áreas de responsabilidade. O tombamento de um bem se faz por meio
de um processo de avaliação técnica que culmina com a inscrição no livro Tombo e
notificação formal do tombamento aos proprietários. Qualquer cidadão pode tomar a
iniciativa de pedir o tombamento de um bem cultural.
Existem quatro classificações de bens culturais com livros tombos
próprios: Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, Livro das Artes Aplicadas,
Livro das Belas Artes e Livro Histórico.
Os registros dos bens culturais imateriais são classificados em Livro de
Artigo 216 da Constituição Federal de 1988
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
Registro dos Saberes, Livro Registro das Celebrações, Livro Registro das Formas de
Expressão, Livro Registro dos Lugares, o mesmo bem pode ser inscrito em mais de
um deles. O Registro de um Bem Cultural de Natureza Imaterial é um instrumento
legal de preservação, reconhecimento e valorização do patrimônio cultural imaterial
brasileiro. São bens que contribuíram para a formação da sociedade brasileira.
A atividade da cantaria é significativa para a comunidade da Borda do
Campo? Para o município de Quatro Barras? E para as cidades próximas? Por quê?
Poderíamos classificá-la como um bem cultural? Em quais categorias? Leia a
definição de Saberes, para o IPHAN e pense a respeito.
ATIVIDADE 7
Vamos realizar uma visita orientada ao Pequeno Museu do Granito: Job de Barros,
um museu particular, criado pela iniciativa do artista quatro barrense Ângelo Barros.
Não se esqueça de anotar suas observações, que serão utilizadas na próxima
atividade.
ATIVIDADE 8
O trabalho na cantaria é um bem cultural de nossa comunidade e pode ser
considerado como nosso patrimônio cultural. O IPHAN, Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, recomenda a construção de um inventário como forma
Saberes:
São formas próprias de produzir algum bem ou realizar algum serviço, como a receita de uma comida, ou uma técnica especial utilizada para tocar ou produzir um instrumento musical. Podem ter sentidos práticos ou rituais, sendo que, às vezes, reúnem as duas dimensões. É o caso das práticas relacionadas à cura, presentes nas benzeduras ou pajelanças.
Envolvem o conhecimento de técnicas e matérias-primas, que dizem muito sobre o meio ambiente e o modo como as pessoas interagem com ele. Por exemplo, os ofícios tradicionais de pescador, quebradeira de coco babaçu, catadores de açaí, garimpeiro, seringueiro; ou a maneira de construir uma casa de taipa, adobe, ou madeira, como nas palafitas etc.
Alguns saberes e práticas explicam muito da história de uma comunidade. As que têm um
forte vínculo com o campo, por exemplo, podem ter como referência o ofício de vaqueiro ou
de aboiador; outras podem ainda desenvolver práticas que eram feitas desde muito tempo por
populações que habitavam o território e que não existem mais. Algumas práticas estão
presentes em muitos lugares, mas se desenvolvem de maneira diferente em cada um, como as
formas de cultivo e uso da mandioca ou de destilação da cana. (IPHAN 2013, p. 27)
de pesquisar, coletar e organizar informações sobre um bem cultural. Como já
vimos, o trabalho na cantaria é classificado como patrimônio imaterial, como um
SABER. Para descobrir mais sobre o trabalho na cantaria e registrar essas
informações, vamos preencher a ficha abaixo. Acrescente imagens ao inventario.
Ficha de Patrimônio1
1 Ficha adaptada a partir do material disponibilizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Educação Patrimonial : Manual de aplicação : Programa Mais Educação / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. – Brasília, DF : Iphan/DAF/Cogedip/Ceduc, 2013. http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=3429. Acesso em 03 de outubro de 2013.
A Cantaria
Existem outros nomes pelo qual esse saber é conhecido?
Conte de forma resumida o que é cantaria:
Onde ocorre o trabalho da cantaria e como é esse local?
Existe algum período durante o ano ou data considerada especial para a atividade da
cantaria?
O que mudou no trabalho da cantaria ao longo do tempo?
Qual é o significado da Cantaria para a comunidade da Borda do Campo? Procure saber
por que as pessoas guardam e transmitem esse saber:
Descrição
Etapas (liste as etapas para a extração do granito e da produção de artefatos em pedra e
explique-as resumidamente):
Pessoas envolvidas na cantaria
Matéria prima e materiais usados na cantaria
Modos de fazer ou técnicas usadas na produção de artefatos de pedra:
Produtos da cantaria e suas principais características:
Roupas e acessórios (há vestimentas e acessórios específicos para o trabalho na
cantaria? Quais são e para que servem?)
Expressões orais (há expressões orais, como músicas, orações ou provérbios,
relacionadas ao trabalho na cantaria?)
Objetos importantes (ferramentas ou instrumentos utilizados no trabalho da cantaria):
Estrutura e recursos necessários para o trabalho na cantaria:
Transmissão do saber (como acontece a transmissão do saber no trabalho com a
cantaria:
Avaliação (Indique os principais pontos positivos e negativos para que o trabalho na
cantaria continue sendo significativo para a comunidade da Borda do Campo):
Indique o que pode ser feito para a preservação do trabalho na Cantaria:
Para conhecer melhor as relações de trabalho na produção de granito vamos
ouvir os sujeitos históricos envolvidos diretamente nessa atividade econômica. Para
organizarmos as entrevistas, precisamos conhecer um pouco sobre a metodologia
da História Oral.
Segundo a professora Sonia Maria de Freitas:
O trabalho com a história oral possibilita a criação de fontes históricas. As
entrevistas realizadas serão organizadas e conservadas formando um acervo que
ficará na biblioteca da escola.
A história oral utiliza-se da seguinte classificação dos depoimentos: tradição
oral, história de vida e história oral temática.
Para os estudos referentes a questões de trabalho a entrevista temática é a
mais adequada, porque podemos entrevistar um número maior de pessoas sobre um
tema pré-definido, permitindo com isso que os pesquisadores consigam mais
informações e possam comparar os diferentes depoimentos, apontando
divergências, convergências e evidencias de uma memória coletiva. (FREITAS,
2006, p. 6)
Para a realização das entrevistas vamos seguir as seguintes orientações:
Definir o tema da entrevista e o objetivo da pesquisa. Alguns exemplos de
temas que poderemos abordar: saúde, acidentes de trabalho, trabalho infantil,
técnicas de trabalho, conhecimentos, condições de trabalho entre outros.
História oral é um método de pesquisa que utiliza a técnica da entrevista e outros
procedimentos articulados entre si, no registro da narrativa da experiência
humana. (FREITAS, 2006).
UUUnnniiidddaaadddeee 333 OOOsss CCCaaannnttteeeiiirrrooosss eee sssuuuaaasss mmmeeemmmóóórrriiiaaasss::: “““nnnãããooo ééé fffáááccciiilll tttiiirrraaarrr
llleeeiiittteee dddeee pppeeedddrrraaa”””
Definir o nome das pessoas a serem entrevistadas.
Vamos retomar a atividade 5 e selecionar algumas
pessoas para realizar as entrevistas.
Definir o tempo de duração da entrevista e o grupo
responsável que deverá ser composto de no máximo três
pessoas. Iniciar o contato inicial explicando a importância
do depoimento e sobre os a cessão de direitos.
Retomar os textos, pesquisas e discussões realizadas durante o projeto e
criar um roteiro geral para as entrevistas. Criar fichas bibliográficas e
cronológicas sobre o tema para consultar durante a entrevista. A aplicação do
roteiro não é rígida, podem aparecer questões relevantes durante a conversa.
Organizar uma ficha de catalogação da entrevista deve conter nome do
entrevistado, tipo de entrevista, data, hora, local, nome dos entrevistadores.
Elaborar um caderno de campo e ao final de cada entrevista anotar
observações sobre o entrevistado, relação estabelecida, reações,
dificuldades, etc.
Após a realização das entrevistas faremos a transcrição e os textos serão
enviados para os entrevistados realizarem a conferência e possíveis correções nos
dos depoimentos. O material resultante será organizado na forma de um acervo que
será disponibilizado na biblioteca da escola. (FREITAS, 2006)
COMPARTILHANDO O QUE APRENDEMOS
Você e sua turma realizaram pesquisas, visitas, produziram relatórios, textos,
inventários, fizeram entrevistas sobre o trabalho nas pedreiras da Borda do Campo.
Enfim, construíram um rico material sobre o tema, que é significativo para a
comunidade escolar do Colégio André Andreatta. Esse material poderá ser
compartilhado com todos. Sejam criativos e organizem formas para socializar o que
aprenderam.
Para orientar a realização das
entrevistas vamos fazer a leitura
do Texto: Metodologia de coleta e
Utilização da História oral, p.55 a
69, do livro História Oral
Procedimentos e Possibilidades de
Sonia Maria de Freitas. Editora
Humanitas, 2006.
AUTOAVALIAÇÃO
Vamos rever o vídeo gravado no início de nosso projeto. Suas idéias a
respeito do tema mudaram? O que você aprendeu sobre o trabalho dos
historiadores ao analisar fontes históricas? O que você aprendeu sobre a história de
sua comunidade? O que você aprendeu se relaciona com o presente? O que você
aprendeu se relaciona com o nosso projeto de futuro?
ORIENTAÇÕES PARA O USO DO CADERNO TEMÁTICO.
A produção didática pedagógica intitulada “A Cantaria: as relações de
trabalho na extração de granito na comunidade da Borda do Campo, (1970-
2013)”, foi organizada na forma de Caderno Pedagógico apresentando três
unidades.
A unidade 1 “A Cantaria: as relações de trabalho na extração de granito
na comunidade da Borda do Campo (1970- 2013)”, é iniciada com a investigação
das idéias prévias dos alunos sobre as relações de trabalho existentes na produção
de granito em sua comunidade. As idéias históricas por eles apresentadas serão
categorizadas pela professora e serão retomadas ao longo do Projeto de
Implementação Pedagógica. Depois os alunos são motivados a conhecer sobre a
formação geológica da região em uma aula de campo no Espaço Orville Derdy e a
pesquisar como e onde o granito é explorado. Espera-se que diferenciem a extração
do granito realizada em pedreiras de britagem como a Basalto e pedreiras de
picotagem como a Piramirim, (ver anexo 2), a segunda será o foco de nossos estudo
pois, é mais comum na comunidade da Borda do Campo.
Na seqüência será abordado um histórico da exploração das Pedreiras na
comunidade e os alunos farão uma aula de campo na Pedreira Piramirim, onde irão
observar como o trabalho é realizado assim como os produtos fabricados. Serão
incentivados a fazer anotações de suas observações, como muitos alunos possuem
familiares que realizam o trabalho na cantaria, a troca de experiências entre
estudantes será interessante.
Na próxima atividade os alunos farão um inventário sobre o envolvimento de
suas famílias, assim como, de seus professores e funcionários da escola, com
relação ao trabalho nas pedreiras, aqui se espera que percebam como é significativo
para a formação da identidade de sua comunidade.
Os estudantes entrarão em contato com vários documentos históricos como:
fotografias, artigos de jornais, gráficos, mapas, legislação entre outros e serão
incentivados a fazer a leitura, inferências e a produção de narrativas históricas a
respeito do tema estudado.
Na unidade 2: “A Cantaria nosso Patrimônio”, os estudantes terão contato
com conceitos referentes à educação patrimonial e serão incentivados a perceber a
atividade da cantaria enquanto um patrimônio cultural imaterial de sua comunidade,
valorizando o saber que foi passado de pai para filho. Nesta unidade serão
incentivados a produzir um inventário sobre a cantaria e a refletir sobre os motivos
que levaram essa profissão a estar em vias de desaparecer.
Na unidade 3: “Os canteiros e suas memórias: não é fácil tirar leite de
pedra”, os estudantes entrarão em contato com a metodologia da história oral e irão
produzir um acervo de entrevistas com trabalhadores da cantaria.
Todo o acervo produzido pelos estudantes será doado para a biblioteca da
escola.
Por fim, será retomado o levantamento das idéias prévias e os alunos irão
comparar com os conhecimentos que produzirão ao longo da Implementação do
Projeto de Intervenção Pedagógico. Se espera que reconheçam os avanços
alcançados. Esses conhecimentos serão valorizados e socializados com a
comunidade escolar.
A metodologia proposta neste material didático tem como referencia a
investigação histórica, estando de acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares
Estaduais de História.
MATERIAIS COMPLEMENTARES
Manual de Aplicação das Fichas do Inventário – Educação Patrimonial no Programa
Mais Educação (parceria Iphan/MEC) VERSÃO PRELIMINAR
http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=3429
Fichas do Inventário Pedagógico – Educação Patrimonial no Programa Mais Educação (parceria Iphan/MEC) VERSÃO PRELIMINAR http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=3430
Fascículo 1 – Educação Patrimonial no Programa Mais Educação (parceira Iphan/MEC) http://educacaopatrimonial.wordpress.com/publicacoes-e-referencias/
Manual de Atividades Práticas de Educação Patrimonial – Evelina Grunberg http://educacaopatrimonial.files.wordpress.com/2010/08/maualatividadespraticas_evelina_03mar08web.pdf
Mineração no Brasil Informações Básicas para o Investidor (Setembro de 2000) http://www.dnpm.gov.br/mostra_arquivo.asp?IDBancoArquivoArquivo=367
Serviço Geológico do Brasil- Canal escola http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1107&sid=129
REFERÊNCIAS
FUNARI, Pedro Paulo Abreu & PELEGRINI, Sandra de Cássia Araujo.
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Rochas. cprm.gov.br. 2009. Disponível em:
http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1107&sid=129.
Acesso em 18 de outubro de 2013.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, Senado,
1998.
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Educação Patrimonial
: Manual de aplicação : Programa Mais Educação / Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional. – Brasília, DF : Iphan/DAF/Cogedip/Ceduc, 2013.
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ANEXO 1
Imagens de satélite região de Quatro Barras e Borda do Campo.
Pedreira Basalto, Bairro Florestal – Quatro Barras
Em destaques: Quadro amarelo Colégio Estadual André Andreatta. Quadro rosa: Pedreira Piramirim.
Bairro Borda do Campo – Quatro Barras
ANEXO 2
Pedreira Piramirim, de propriedade da família Andreatta extrai granito e produz
artefatos deste mineral há aproximadamente 70 anos.
Fotografias 13 a 20 – Pedreira Piramirim.