OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · A leitura de Contos de Fadas é uma porta de...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: “CONTOS DE FADAS: o reencontro com a formação de leitores
no mundo real”
Autora Mirian Spacov Ribeiro dos Santos
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de Implementação
do Projeto/ localização
Colégio Estadual Altamira do Paraná - EFM
Rua João Aparecido de Moraes, Nº 12
Município da Escola Altamira do Paraná
Núcleo Regional de Edu-
cação
Campo Mourão
Professor Orientador Profº. Mestre Devalcir Leonardo
Instituição de Ensino
Superior
UNESPAR/ FECILCAM
Resumo Este trabalho pedagógico tem como objetivo desenvolver práticas discursivas de oralidade, leitura e escrita, com Contos de Fadas clássicos dos Irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, Hans Christian Anderson, no século XIX e da contemporânea Marina Colasanti, do gênero maravilhoso, reencontrando com leitores no mundo real, visando formação e transformação crítica do sujeito. O suporte teórico que respalda o projeto com este Caderno Pedagógico é composto pelos autores: Bruno Bettelheim (2006), Bordini e Aguiar
(1993), Vygotsky (2004), entre outros, que propõe um trabalho com o 7º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Altamira do Paraná - EFM, Núcleo Regional de Ensino de Campo Mourão - PR. Baseado na metodologia da Estética da Recepção, na medida em que as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa do Estado do Paraná estão fundamentadas. A leitura de Contos de Fadas é uma porta de entrada que estimula a imaginação, criando seus roteiros, suas cenas e histórias, podendo suscitar horizontes de expectativas. Com estímulo, dá asas à imaginação, ampliando sua consciência e desenvolvendo a linguagem oral, proporcionando momentos mais profundos de cada história ouvida ou lida. Assim, terá uma compreensão de seu universo, de si mesmo e do meio em que vive, auxiliando a se situar no tempo e no espaço, com esperança para o futuro, e oferecendo a promessa de um final feliz.
Palavras-chave Contos; leitura; recepção; expectativas; transformação
Formato do Material
Didático
Caderno Pedagógico
Público Alvo Alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental
SUMÁRIO
1. Apresentação......................................................................................................4
2. Material Didático.................................................................................................5
3. Objetivo Geral.....................................................................................................5
4. Objetivos Específicos........................................................................................6
5. Orientações Metodológicas...............................................................................6
6. Unidade 1: Apresentação do projeto................................................................7
7. Unidade 2: Reencontro com os Contos Clássicos.........................................8
7.1 Conto 1: Chapeuzinho Vermelho.................................................................9
7.2 Conto 2: Os três porquinhos......................................................................14
7.3 Conto 3: João e Maria................................................................................18
8. Unidade 3: Contos Contemporâneos Maravilhosos.....................................30
8.1 Conto 1: A primeira só...............................................................................35
8.2 Conto 2: Além do bastidor..........................................................................39
8.3 Conto 3: Sete anos e mais sete.................................................................41
9. Unidade 4: Ampliando Horizontes de Expectativas na Escrita...................44
9.1 Primeira produção: Conto..........................................................................45
9.2 Segunda Produção: Carta.........................................................................46
10. Unidade 5: “Arquivo Viajante: Era uma vez...”...........................................47
11. Considerações Finais...................................................................................49
12. Referências....................................................................................................51
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1. APRESENTAÇÃO
“CONTOS DE FADAS: o reencontro com a formação de leitores no
mundo real é um projeto com este Caderno de Atividades Pedagógicas,
propondo ensino e aprendizagem do conceito de Literatura e as práticas
pedagógicas a ele associadas para a formação de leitores, com mais dinâmicas
em sala de aula, despertando o interesse em descobrir e partilhar novas
descobertas, com a participação ativa do 7º ano do Ensino Fundamental, que se
respalda nas contribuições teóricas dos estudos de Bruno Bettelheim (2006),
Bordini e Aguiar (1993), Vygotsky (2004), entre outros, baseado na metodologia
da Estética da Recepção, na medida em que as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica de Língua Portuguesa do Estado do Paraná estão
fundamentadas.
No contexto do mundo atual e os avanços tecnológicos, impõem grandes
desafios que é fazer o aluno “ler e gostar de fazê-lo”, a ponto de se tornar um leitor
que sozinho busque novas leituras, que possam desempenhar um papel atuante
no contexto social. Uma tarefa bastante complexa, pois exige do educador uma
visão ampla sobre os recursos que estão no cotidiano, como podem ser utilizados
para despertar o prazer pela leitura e ao mesmo tempo criar um clima favorável a
aprendizagem.
Deparamos com situações de necessidade de fruição, obrigações,
divertimento ou até para passar o tempo, baixo nível de aproveitamento da leitura
realizada na escola, constatação da decadência da qualidade das produções
textuais dos alunos. É desafiante, mas necessário primeiro fazer uma reflexão
sobre a nossa cultura de leitura, superando com motivação e criatividade.
A aprendizagem é permanente, implica um longo caminho desde a
definição do projeto até a implementação do caderno pedagógico, o que deve ser
avaliado até as formas de abordagem, um processo humano contínuo e gradativo.
A leitura e a literatura contribuem para o processo de amadurecimento, uma
habilidade a ser adquirida ainda criança e facilitada de muitas formas. Lemos para
entender e conhecer, viajar na imaginação, sonhar, curiosidade ou simples prazer,
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lemos para resolver problemas e questionar. A leitura efetivamente participa na
construção e reconstrução da sociedade e de si mesmo.
Assim, esperamos que este Caderno Pedagógico, possa contribuir para
as ações de enfrentamento da leitura, superando as dificuldades do processo
educativo, bem como promover a socialização, a troca de experiência e uma maior
inserção no grupo social.
2. MATERIAL DIDÁTICO
A Unidade Didática é composta na forma de um “Caderno Pedagógico”, na
disciplina de Língua Portuguesa, partindo do reencontro com os Contos de
Fadas clássicos, “João e Maria” e “Chapeuzinho Vermelho”, dos Irmãos Grimm;
“Os três Porquinhos”, versão de Joseph Jacobs, e a recepção inovadora do livro
de Marina Colasanti, “Uma idéia toda azul” (1978), que nos contam dez histórias
fantásticas e maravilhosas, cuidadosamente selecionadas, mas somente três
serão questionadas e ampliadas. Os contos permitirão instigar os leitores do 7º
ano do Colégio Estadual Altamira do Paraná, Ensino fundamental, no Município de
Altamira do Paraná, centro, ampliando conhecimento de mundo pela forma
sintética como se apresenta e explora temas universais com o que propõe as
DCEs. Esta proposta contempla as práticas de oralidade, leitura e escrita,
seguindo a metodologia de seleção de textos, reflexão sobre eles e a sugestão de
trabalho interdisciplinar com base nesses textos.
3. OBJETIVO GERAL
Desenvolver práticas discursivas: Oralidade, leitura e a escrita nos contos
de fadas, reencontrando com a formação de leitores no mundo real, visando a
transformação crítica.
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4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Partindo dos pressupostos teóricos fundamentados nas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica da Secretaria de Educação do Paraná, a qual a
Estética da Recepção como metodologia de ensino de literatura, este Caderno
Pedagógico propõe:
.Possibilitar leituras de contos permitindo múltiplas interpretações, sendo que as
pistas/estruturas de apelo são orientações para leitura coerente;
.Reconhecer na literatura um envolvimento de subjetividade entre obra/autor/leitor
por meio de interação na prática de leitura;
.Estimular o gosto pela leitura, trazendo novas experiências para produção textual
escrita com oralidade;
.Aprofundar com criatividade o imaginário, ligada ao conhecimento de mundo, as
experiências de vida, as ideologias, os valores no contexto social;
.Permitir a fuga da realidade, mergulhando num mundo de fantasias com
reflexões;
.Direcionar o leitor para momentos de reflexões das temáticas existenciais nos
contos de fadas.
.Questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural.
5. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
O Método Recepcional proposto pelas escritoras Maria da Glória Bordini e
Vera Teixeira Aguiar, pautadas na teoria da recepção de Jauss. Utiliza-se o método
citado em cinco etapas dos horizontes de expectativas: 1º)Determinação; 2º)
Atendimento; 3º) Ruptura; 4º) Questionamento; 5º) Ampliação. Assim, as atividades
deste Caderno Pedagógico são fundamentadas, com enfoque na relação da
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literatura com o processo de construção da experiência de vida do leitor, implicando
na valorização do mesmo, desvendando na forma de leitura o texto literário. O conto
é o gênero textual apresentado para desenvolvimento qualitativo da habilidade
estética dos alunos.
Todo pensamento humano costuma seguir uma determinada estrutura. Sendo
assim, podemos nas leituras de cada conto identificar as partes de cada enredo:
1º Introdução ou apresentação: coincide geralmente com o começo da história,
fatos iniciais, as personagens, às vezes, o tempo e o espaço.
2º Complicação ou desenvolvimento: é a parte do enredo na qual se desenvolve o
conflito (ou os conflitos). A complicação constitui a maior parte numa narrativa.
3º Clímax: é o momento culminante da história, o momento de maior tensão, no qual
o conflito chega a seu ponto máximo, ponto de referência para as outras partes do
enredo, que se organizam em função dele.
4º Desfecho ou desenlace, ou conclusão: é a solução dos conflitos, boa ou má, vale
dizer configurando-se num final feliz ou não. Há muitos tipos de desfecho:
surpreendente, feliz, trágico, cômico, etc.
6. UNIDADE 1: APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Observação do dia a dia da sala de aula, da realidade sócio-cultural,
análise do interesse e o nível de leitura, com questões próximas ao conhecimento
de mundo e experiências dos educandos. Em seguida apresentação do Projeto
proporcionando curiosidades sobre os contos, para ampliar seus horizontes de
expectativas.
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SUGESTÕES DE ATIVIDADES
-Vamos organizar uma roda com diálogos, visando ampliar o entendimento que
temos por Contos de fadas. Vejamos as questões a seguir: (oralidade).
1) O que são contos de Fadas? Que histórias chamamos de contos de fadas?
2) Como costumam ser os personagens dos contos de fadas?
3) E o que marcam ou definem o início e o fim dos contos destas histórias lidas?
4) Como conhecemos os contos de fadas?
5) Há quanto tempo vocês acham que estas histórias foram escritas e por quem?
6) Qual é a magia dos contos de fadas para você?
7) Quais os seres imaginários que não podem faltar em um conto de fada?
8) Pesquisar em dupla na internet os escritores Irmãos Grimm e Joseph Jacobs. Organizar exposição no mural do Colégio. (Laboratório de Informática) Site, sugestão:
www.pt.wikipedia.org/wiki/Irmaos_Grimm
7. UNIDADE 2: REENCONTRO COM OS CONTOS CLÁSSICOS
Apresentação do reencontro com as histórias do “Chapeuzinho vermelho”
e “João e Maria” dos Irmãos Grimm; “Os três porquinhos”, versão de Joseph
Jacobs. Serão questionados os três contos, promovendo reflexões, levando os
alunos a reencontrar o que é um conto de fadas, fazendo retomadas de histórias
que possivelmente teve acesso em algum momento da vida. Será analisado e
ampliado nos horizontes de expectativas somente a história de “João e Maria”,
com leituras em slides e caderno pedagógico, diálogos das pesquisas das
biografias dos escritores e dramatização com fantasias do conto João e Maria; um
filme “Shrek Terceiro”, produzido por Jeffrey Katzenberg, da Dream WorKs
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Animation, baseado em temas de contos de fadas para complementação do
reencontro com os contos clássicos.
Nos contos os leitores se reencontram com épocas, lugares, fatos,
objetos, personagens, tudo enfim que nos remetem a um mundo repleto de magia
e encantamento. Porém, tratam de assuntos sempre presentes na vida do ser
humano... Liberdade, paixão, medo, coragem, verdade, mentira, alegria, tristeza,
etc. Neste momento, encaixaremos cada texto literário dentro do horizonte de
valores de expectativas de cada um, ampliando entendimento do evento estético.
A leitura de Contos de Fadas é uma porta de entrada que estimula a
imaginação, criando seus roteiros, suas cenas e histórias; podendo suscitar muitos
questionamentos e despertar o interesse por novas leituras. Com estímulo, dá
asas à imaginação, ampliando sua consciência e desenvolvendo a linguagem oral,
proporcionando momentos de prazer. Assim, terá uma compreensão de seu
universo, de si mesmo e do meio em que vive, auxiliando a se situar no tempo e
no espaço.
7.1 CONTO 1: “CHAPEUZINHO VERMELHO” - Irmãos Grimm
O conto Chapeuzinho Vermelho, ensina a criança obediência aos pais e a
ser cuidadosa, não seguindo caminhos perigosos. O título “Chapeuzinho
Vermelho”, como o nome da menina, enfatiza-se a cor vermelha, cor que significa
as emoções violentas, incluindo as sexuais. O capuz de veludo vermelho que a
avó dá para Chapeuzinho pode então ser encarado como o símbolo de uma
transferência prematura da atração sexual, que, além disso, é acentuada pelo fato
de a avó estar velha e doente demais, até para abrir a porta. Enquanto no relato
de Perrault a ênfase recai sobre a sedução sexual, na história dos Irmãos Grimm
dá-se o oposto. Nela não se menciona nem direta nem indiretamente nenhuma
sexualidade: isso pode estar sutilmente implícito, mas essencialmente, o ouvinte
tem de completar a ideia, para compreender a estória, analisa: (Bettelheim,
2006.p.212).
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CONTO: CHAPEUZINHO VERMELHO
Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido, pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.
Um dia, sua mãe pediu:
- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?
- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!
- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.
- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!
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E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.
Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...
Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:
- Onde vai, linda menina?
- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?
O lobo respondeu:
- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para proteger criancinhas como você.
- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.
- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.
- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.
E o lobo respondeu:- Este será nosso segredo para sempre...
E saiu correndo na frente, rindo e pensando:
(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Hummm! Que delícia!)
Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:
- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!
- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.
A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...
Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente.
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Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.
- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.
- Obrigada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).
Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:
- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?
- É prá te olhar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande
- É prá te cheirar melhor, minha netinha.
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- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?
- São para te acariciar melhor, minha netinha.
(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)
- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?
- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!
- Uai! Socorro! É o lobo!
A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.
Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.
Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.
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Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:
- Acho que o lobo devorou minha avozinha.
- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...
Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.
- Viva! Vovó!
E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.
"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na floresta." Fim
7.2 CONTO 2: “OS TRÊS PORQUINHOS” - Versão de Joseph Jacobs
O conto dos “Os três porquinhos” que mostra as vantagens e a
evolução da maturidade dos três irmãos e suas construções. O caçula dá
prioridade a uma casa de palha, dando importância principal a brincadeira, e não a
estrutura e a segurança da casa; o porquinho do meio tem uma maturidade um
pouco maior a do irmão menor, porém, ainda não possui um amadurecimento
maior a do irmão, construindo uma casa de madeira e também dando prioridade
as brincadeiras; diferente dos irmãos o mais velho tem um amadurecimento
adequado, tem noção maior da realidade dos perigos que podem ocorrer, constrói
uma casa de tijolos pensando na segurança e nos perigos existentes e prevendo a
invasão do lobo mau, que se quer fora narrado no início da história.
Só o terceiro e mais velho dos porquinhos aprendeu a viver de
acordo com o princípio da realidade: ele é capaz de adiar seu desejo de brincar, e
de acordo com sua habilidade de prever o que pode acontecer no futuro. Também
é até capaz de predizer o comportamento do lobo, seu inimigo, que tenta fazer cair
na armadilha, porém o terceiro porquinho foi capaz de derrotar os poderes mais
fortes e mais poderosos que ele. O lobo feroz e destrutivo vale por todos os
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poderes não sociais, inconscientes e devoradores, contra os quais a gente deve
aprender a se proteger, e se pode derrotar através do próprio ego.
CONTO: OS TRÊS PORQUINHOS
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ERA UMA VEZ três porquinhos que viviam na floresta com a sua mãe. Um dia, como já estavam muito crescidos, decidiram ir viver cada um em sua casa. A mãe concordou, mas avisou-os:
- Tenham muito cuidado, pois na floresta também vive o lobo mau, e eu não vou estar lá para vos proteger…
- Sim mamãe! – Responderam os três ao mesmo tempo.
Os porquinhos procuraram um bom lugar para construir as suas casas e, assim que o encontraram, cada um começou a fazer a sua própria casa.
O porquinho mais novo, que só pensava em brincar, fez a sua casa muito rapidamente, usando palha. O porquinho do meio, ansioso por ir brincar com o mais novo, juntou uns paus e depressa construiu uma casa de madeira. O porquinho mais velho, que era o mais ajuizado, lembrou-se do que a sua mãe lhe tinha dito, e disse:
- Vou construir a minha casa de tijolos. Assim terei uma casa muito resistente para me proteger do lobo mau.
É claro que foi o que demorou mais tempo a construir a casa mas, no fim, estava muito orgulhoso dela, e só aí se juntou aos seus irmãos para brincar.
Um dia andavam os três porquinhos a saltar, muito divertidos, quando aparece o lobo mau:
- Olá! Vejo três deliciosos porquinhos à minha frente.
Ao verem o lobo mau, fugiram, cada um para a sua casa.
O lobo, que estava cheio de fome, chegou ao pé da casa do porquinho mais novo, e disse:
- Cheira-me a porquinho! Sai daí que eu vou-te comer! Se não saíres, deito a tua casa de palha abaixo…
E vendo a casa de palha à sua frente, soprou tão forte, que fez a casinha ir pelo ar!
O porquinho assustado correu para a casa do irmão do meio, que tinha uma casa de madeira.
Quando o lobo lá chegou, gritou novamente:
- Cheira-me a porquinho! E eu estou com tanta fome que vos vou comer aos dois…
E com dois sopros, conseguiu deitar a casa de madeira abaixo.
Os dois porquinhos mais novos correram então, apavorados, para a casa do irmão mais velho, que era de tijolo.
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O lobo, vendo que os três porquinhos estavam todos numa só casa, exclamou, louco de alegria:
- Cheira-me a porquinho! E mais fome não vou eu ter, pois apanhei três porquinhos para comer!
Então o lobo encheu o peito de ar e soprou com toda a força que tinha, mas a casinha de tijolos não se mexeu nem um bocadinho. Aliviados, os três porquinhos saltaram de contentes. Mas o lobo não desistiu, e disse:
- Não consegui deitar a casa de tijolos abaixo nem derrubar a sua porta mas eu tenho outra ideia… esperem que já vão ver! E começou a subir o telhado, em direção à chaminé.
Os porquinhos mais novos ficaram aflitos mas o mais velho, que era muito esperto, colocou no fogão, por baixo da chaminé, um grande caldeirão de água a ferver.
O lobo, ao entrar pela chaminé, caiu no caldeirão de água quente e queimou o rabo, fugindo o mais rápido que podia para o meio da floresta. Os dois porquinhos agradeceram ao seu irmão mais velho, e aprenderam a lição.
Deste lobo mau, nunca mais se ouviu falar.
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7.3 CONTO 3: “JOÃO E MARIA” Irmãos Grimm
O conto João e Maria, de tradição oral, coletado no século XIX, na Alemanha. Os
pais são pobres e se preocupam como poderão cuidar dos filhos, a necessidade de
comer é central na narrativa, os pais caíram numa fase de declínio. João e Maria
acreditam que os pais planejam deixá-los morrer de fome. O pai permanece uma figura
apagada e ineficaz através da estória, como aparece à criança durante a vida inicial,
quando a Mãe é importante, tanto nos aspectos de bondade como nos ameaçadores.
João e Maria, dois irmãos que cooperam mutuamente alcançando o sucesso com seus
esforços para voltar ao lar de onde partiram.
A criança e o adolescente precisam ser expostos a essas linguagens, e deve
aprender a prestar atenção a elas, se desejar dominar ou mudar suas atitudes de vida,
valorizando também o apoio dos companheiros de idade. As escolhas são feitas muitas
vezes frente às situações extremas, levando ao aprendizado e ao crescimento como a
jornada de João e Maria.
CONTO: JOÃO E MARIA
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Às margens de uma extensa floresta existia, há muito tempo, uma cabana pobre,
feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus
dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina,
Maria. A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam
piorado ainda mais: não havia pão para todos. — Minha mulher, o que será de nós?
Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras… — Há
uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada — Amanhã daremos a João e
Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à floresta e lá os abandonaremos. O
lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e
insistente, conseguiu convencê-lo. No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado
tudo, e Maria começou a chorar. — João, e agora? Sozinhos na floresta, estaremos
perdidos e morreremos. — Não chore, tranquilizou-a o irmão — Tenho uma ideia. Esperou
que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas
brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a
cama. No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças. — Vamos cortar
lenha na floresta. Este pão é para vocês.
Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente, as crianças, atrás. A
cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinha branca, sem que ninguém
percebesse. Quando chegaram bem no meio da floresta, a madrasta disse: — João e
Maria, descansem enquanto nós vamos rachar lenha para a lareira.
Mais tarde passaremos para pegar vocês. Após longa espera, os dois
irmãos comeram o pão e, cansados e fracos como estavam, adormeceram. Quando
acordaram, era noite alta e, dos pais, nem sinal. — Estamos perdidos! Nunca mais
encontraremos o caminho de casa!, soluçou Maria. — Esperemos que apareça a lua no
céu, e acharemos o caminho de casa — consolou-a o irmão. Quando a lua apareceu, as
pedrinhas que João tinha deixado cair pelo atalho começaram a brilhar; seguindo-as, os
irmãos conseguiram voltar até a cabana. Ao vê-los, os pais ficaram espantados. Em seu
íntimo, o lenhador estava até contente; mas a mulher, assim que foram deitar, disse que
precisavam tentar novamente, com o mesmo plano. João, que tudo escutara, quis sair a
procura de outras pedrinhas, mas não pôde, pois a madrasta trancara a porta.
Mariazinha estava desesperada: — Como poderemos nos salvar desta vez? — Daremos
um jeito, você vai ver — respondeu o irmão.
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Na madrugada do dia seguinte, a madrasta acordou as crianças e foram
novamente para a floresta. Enquanto caminhavam, Joãozinho esfarelou todo o seu pão e
o da irmã, fazendo uma trilha. Dessa vez se afastaram ainda mais de casa e, chegando a
uma clareira, os pais deixaram as crianças com a desculpa de cortar lenha,
abandonando-as. João e Maria adormeceram, por fome e cansaço e, quando acordaram,
estava muito escuro. Maria começou a chorar.
Mas, desta vez, não conseguiram encontrar o caminho: os pássaros da
floresta tinham comido todas as migalhas. Andaram por muito tempo, durante a noite, e,
após um breve descanso, caminharam o dia seguinte inteirinho, sem conseguir sair
daquela mata imensa. Estavam com tanta fome que comeram frutinhas azedas e
retomaram o caminho. Quando o sol se pôs, deitaram-se sob uma árvore e
adormeceram. O piar de um passarinho branco que voava sobre suas cabeças, como
querendo convidá-los, acordou-os. Seguiram o passarinho e, de repente, se viram diante
de uma casinha muito mimosa.
Aproximaram-se, curiosos, e admiraram-se ao ver que o telhado era feito de
chocolate, as paredes de bolo e as janelas de jujuba. — Viva! — gritou João. E correu
para morder uma parte do telhado, enquanto Mariazinha enchia a boca de bolo, rindo.
Ouviu-se então uma vozinha aguda, gritando no interior da casinha: Quem está o teto
mordiscando e as paredes roendo?
Subitamente, abriu-se a porta da casinha e saiu uma velha muito feia,
mancando, apoiada em uma muleta. João e Maria assustaram-se, mas a velha lhes deu
um largo sorriso, com a boca desdentada. — Não tenham medo, crianças. Vejo que têm
fome, a ponto de quase destruir a casa. Entrem! Vou preparar uma jantinha. O jantar foi
delicioso, e gostosas também as caminhas macias aprontadas pela velha para João e
Maria, que adormeceram felizes. Não sabiam os coitadinhos, que a velha era uma bruxa
que comia crianças e, para atraí-las, tinha construído a casinha de doces. Agora ela
esfregava as mãos, satisfeita. — Estão em meu poder, não podem me escapar. Porém,
estão um pouco magros. É preciso fazer alguma coisa. Na manhã seguinte, enquanto
ainda estavam dormindo, a bruxa agarrou João e o prendeu em um porão escuro;
depois, com uma sacudida, acordou Maria. — De pé, preguiçosa! Vá tirar água do poço,
acenda o fogo e apronte uma boa refeição para seu irmão. Ele está fechado no porão e
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tem de engordar bastante. Quando chegar no ponto, vou comê-lo. Mariazinha chorou e
desesperou-se, mas foi obrigada a obedecer. Cada dia cozinhava para o irmão os
melhores quitutes. E também, a cada manhã, a bruxa ia ao porão e, por ter vista fraca e
não enxergar a um palmo do nariz, mandava: — João dê-me seu dedo, quero sentir se já
engordou! Mas, o esperto João, em vez de mostrar seu dedo, estendia-lhe um ossinho
de frango. A bruxa ficava zangada porque, apesar do que comia, o moleque estava cada
vez mais magro! Um dia perdeu a paciência. — Maria, amanhã acenda o fogo logo cedo
e coloque água pare ferver. Magro ou gordo, pretendo comer seu irmão. Venho
esperando há muito tempo! A menina chorou, suplicou, implorou, em vão. Na manhã
seguinte, Mariazinha tratou logo de colocar no fogo o caldeirão cheio de água, enquanto
a bruxa estava ocupada em acender o forno, dizendo que ia preparar o pão — mas, na
verdade, queria assar a pobre Mariazinha. E do João, faria um cozido. Quando o forno
estava bem quente, a bruxa disse a Maria: — Entre ali e veja se está na temperatura
certa para assar o pão. Mas Maria, que já compreendera, não caiu na armadilha. —
Como se entra no forno? — perguntou ingenuamente. — Você é mesmo uma boba! Olhe
para mim! E enfiou a cabeça dentro do forno. Mariazinha, então, mais que depressa deu-
lhe um empurrão, enfiando-a no forno, e fechou a portinhola com a corrente. E a bruxa
malvada queimou até o último osso. Maria correu ao porão e libertou o irmão.
Abraçaram-se, chorando lágrimas de alegria; depois, nada mais tendo a temer,
exploraram a casa da bruxa. E quantas coisas acharam! Cofres e mais cofres, cheios de
pedras preciosas e de pérolas. — Reluzem mais que as minhas pedrinhas — disse João
— Vou levar algumas para casa. E encheu os bolsos de pérolas. Com seu aventalzinho,
Maria fez uma trouxinha com diamantes, rubis e esmeraldas.
Deixaram a casa da feiticeira e avançaram pela mata, mas não sabiam para
que lado deveriam ir. Andaram bastante, até chegar perto de um rio. — Como vamos
atravessar o rio? — disse Maria, pensativa — Não vejo ponte em nenhum lado. —
Também não há barcos — acrescentou João. — Mas, lá adiante, estou vendo um
marreco. Quem sabe nos ajudará? Gritou na direção, mas o marreco estava longe e
pareceu não escutá-lo. Então João começou a entoar: — Senhor marreco, bom nadador,
somos filhos do lenhador, nos leve para a outra margem, temos que seguir viagem. O
marreco aproximou-se docilmente. João subiu em suas costas e acenou para a irmã
fazer o mesmo. — Não, disse Maria. — Um de cada vez, para não cansar demais o
22
bichinho. E assim fizeram. Um de cada vez, atravessaram o rio na garupa do marreco e,
após agradecer carinhosamente, continuaram seu caminho. Depois de algum tempo,
perceberam que conheciam aquele lugar. Certa vez tinham apanhado lenha naquela
clareira, de outra vez tinham ido colher mel naquelas árvores.
Finalmente, avistaram a cabana de um lenhador. Começaram a correr
naquela direção, escancararam a porta e caíram nos braços do pai que, assustado, não
sabia se ria ou chorava. Quanto remorso sentira desde que abandonara os filhos na
mata! Quantos sonhos horríveis tinham perturbado suas noites! Cada porção de pão que
comia ficava atravessada na garganta. Por grande sorte, a madrasta ruim, que o obrigara
a se livrar dos filhos, já tinha morrido. João esvaziou os bolsos, retirando as pérolas que
havia guardado; Maria desamarrou o aventalzinho e deixou cair ao chão uma chuva de
pedras preciosas. Agora já não deveriam mais temer nem miséria, nem carestia. E
assim, desde aquele dia o lenhador e seus filhos viveram na fartura, sem mais nenhuma
preocupação. Fim
SUGESTÕES DE ATIVIDADES: Conto João e Maria
23
1) Após a leitura do conto João e Maria, forme cinco grupos, dialoguem e respondam as seguintes questões: (oralidade e escrita)
a- Os pais de João e Maria conversavam sobre a dificuldade que estavam passando. Qual foi a sugestão da madrasta?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
b- As crianças ouviram a conversa dos pais. Qual foi o plano deles para garantir o retorno para casa? Deu certo? Por quê?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
c- Os meninos perdidos na floresta avistaram uma casa. Como era? O que eles fizeram?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
d- Até que apareceu a dona da casa. Quem era? O que ela fez com João e Maria?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
e- A bruxa queria engordar João para poder comê-lo. Qual foi a ideia de João para enganar a bruxa?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
f- Até que um dia, a velha pediu para Maria acender o forno. Ela aproveitou a situação. O que a menina fez então?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
g- As crianças fugiram. O que levaram com eles? Que fim tiveram?
_______________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________
h- O que aconteceu com a madrasta?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
2) Sua opinião: De quem você sentiu mais “empatia”? Se não souber o significado pesquise no dicionário e assinale sua resposta:
( ) Do pai. ( ) Da madrasta. ( ) Das crianças.
( ) Da bruxa. ( ) Do marreco.
3) Numere em ordem de acontecimento os perigos que João e Maria passaram:
( ) Bruxa queria assar João para depois comê-lo.
( ) Madrasta convence o Pai de João e Maria a abandoná-los.
( ) Maria empregada da bruxa.
( ) João preso no porão escuro.
4) Não devemos nos colocar em situações perigosas, mas, se por ventura acontecerem, quais são os seus piores medos?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
5) Onde e quando você se sentiu em uma situação de insegurança:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
6) Decifre a mensagem secreta abaixo pintando as letras: X, H, V, W, B, P.
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H V A W F X O B M P
B E P C H O V N W T
I X N H U A B P T E
H M V A A W T V U B
P X W A B P H L. V H
-Agora organize as letras que sobraram e escreva a frase relacionada com o tema central
do conto João e Maria:
______________________________________________________________________
7) Desenhe e pinte a parte da história que você mais gostou do conto “João e Maria”
6) DRAMATIZAÇÃO DO CONTO “JOÃO E MARIA”
-Dramatização na sala de aula dos principais personagens com figurinos adequados,
26
com objetivos de refletir sobre os conceitos, os defeitos e as virtudes humanas transmitidas no conto João e Maria, tais como:
* Autoestima: confiar na capacidade própria e ter coragem para enfrentar possíveis obstáculos;
* Confiança: ser verdadeiro e capaz de conquistar a confiança dos demais;
* Comunicação: expressar ideias no momento certo e de maneira correta;
* Criatividade: quanto mais se imagina mais se estimula a criatividade;
* Coragem: é necessária a firmeza e a perseverança diante de novos desafios e conquistas;
* Convivência: respeitar pessoas, estilos, valores e crenças diferentes facilitam a nossa vida;
* Disciplina: trabalho com amor e carinho, ter prazer, participação e atenção;
* Justiça: capacidade de dar a cada um, o que lhe pertence:
* Lealdade: ser fiel, não trair ou enganar;
* Misericórdia: aceitar. Compreender a limitação dos outros, compaixão;
* Paciência: ter consciência que cada um tem seu tempo, entender, resistir e ter tranquilidade;
* Respeitar: aceitar, respeitar a opinião e a atitude das outras pessoas;
* Responsabilidade: cumprir com as obrigações e com regras estabelecidas.
7) FILME “SKREK TERCEIRO”
Assistir ao filme “Shrek Terceiro”, que retoma os contos clássicos, para
complementação do reencontro com personagens de características e algumas atitudes
parecidas com as dos contos de fadas, levando em consideração o contexto social em
que vivemos. Assim como, a desconstrução do que seria um conto de fadas tradicional e
a reconstrução do conto de fadas hoje. Discutiremos também o humor, seu papel, a
sátira, a paródia e a intertextualidade.
Local:Casa da Cultura “Flávio José Ribeiro dos Santos” –(Próximo ao Colégio)
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Sinopse do filme “Shrek Terceiro
O rei Harold (John Cleese), pai de Fiona (Cameron Diaz), morre repentinamente.
Com isto Shrek (Mike Myers) precisa ser coroado rei, algo que ele jamais pensou ser.
Juntamente com o burro (Eddie Murphy) e o Gato de Botas (Antonio Bandeiras), ele
precisa encontrar alguém que possa substituí-lo no cargo de soberano do Rei de Tão,
Tão Distante. O principal candidato é Artie (Justin Timberlake), um jovem desprezado por
todos em sua escola, que é primo de Fiona.
Ficha Técnica: Filme Shrek Terceiro
Título original: Shrek Terceiro
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Baseado no livro infantil: Shrek/William Steig
Produção: Jeffrey Katzenberg da Dream Works Animation
Gênero: Animação
Duração: 93 minutos
Ano de lançamento: 2007
País: USA
Música: Harry Gregson-Williams
Cor: Colorido
Edição: Michael Andrews
Classificação: Livre
8)Refletindo sobre o filme “Shrek Terceiro, resposta:
a- No filme Shrek é um “ogro”, que possui características distintas de um ser humano.
Quais características?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
b- Por que Shrek não está louco para se tornar o Rei de Tão, Tão Distante?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Assinale a resposta certa das questões: c, d, e.
c- Quem sai com Shrek em busca de Artie, primo de Fiona, um possível novo Rei de
Tão, Tão Distante?
( ) Fiona. ( ) Gato de Botas e o Burro. ( ) Mago Merlin.
d- Quem organiza o chá de bebê para Fiona é a Bela Adormecida, Branca de Neve e a
29
Pequena Sereia.
( ) Verdadeiro. ( ) Falso.
e- Os filhos ogrinhos de Shrek e Fiona são:
( ) Dois meninos e uma menina. ( ) Três meninos. ( ) Três meninas.
9) Dialogue em dupla e responda:
a- Qual atitude semelhante do Pai em relação aos personagens:
.João e Maria:___________________________________________________________
.Shrek:________________________________________________________________
b- Qual o final dos personagens João e Maria, Shrek e Fiona?
____________________________________________________________________
c- Por que Shrek não troca seu aconchegante “buraco” na floresta pelo palácio do
sogro?
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
d- Artie, “futuro” rei não passa de um adolescente com problemas de autoestima,
vivendo num reino com adolescentes maldosos e cruéis. Quem se encarrega de ajudar
o pequeno rei a se aceitar?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
e- O que acontece no final do filme que entrete o público com magias?
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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8. UNIDADE 3: CONTOS CONTEMPORÂNEOS MARAVILHOSOS
Apresentação e leitura do Livro “Uma ideia toda azul”, da escritora Marina
Colasanti. Dez contos curtos, dirigidos a um público não tão infantil, sobre reis,
príncipes, princesas, fadas, unicórnio e gnomo; para mostrar aos leitores inovações da
nossa literatura infanto-juvenil contemporânea e comparações com os contos clássicos.
Todos os contos desse livro são narrados em terceira pessoa, portanto, o narrador é
observador. Não poderia ser diferente disso, visto que essa é uma característica tanto
dos contos de fadas quanto de contos maravilhosos. Todos os contos giram em torno de
uma atmosfera feérica (príncipes, princesas, reis, rainhas...). Seus contos possuem
temática atual, dosada de fantasias e realidade, o mágico e o maravilhoso misturando-se
ao real.
Nos contos questionaremos o título do Livro “Uma ideia toda azul”; análise
e compreensão de três contos que nos chamou atenção na temática existencial
31
propiciadora de significados capazes de levar o leitor a compreender o sentido do
mundo: “A primeira só”, “Além do bastidor”, “Sete anos e mais sete”; buscando
sistematizar situações-problemas e de felicidade no mundo da fantasia, para possíveis
soluções para os problemas do mundo real; analisaremos os elementos e os momentos
que formam a narrativa dos contos.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES: Autora e título do livro
1) Pesquisar em dupla na internet a biografia e outros contos da escritora Marina
Colasanti. Apresentar no mural do Colégio. Site, sugestão:
www.omundodemarinacolasanti.blogspot.com/2008/biografia
Marina Colasanti
2) Hipótese sobre o conto “Uma ideia toda azul”, que dá nome ao título do livro de
Marina Colasanti. Após leitura refletir e questionar:
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A história começa assim: Um dia o Rei teve uma ideia. Era a primeira da vida toda, e
tão maravilhado ficou com aquela ideia azul, que não quis saber de contar aos ministros.
Desceu com ela para o jardim, correu com ela nos gramados, brincou com ele de
esconder entre outros pensamentos, encontrando-o sempre igual alegria, linda ideia dele
toda azul.
_É um conto lindo, cheio de sentido, não era uma ideia qualquer. A ideia se personifica,
ganha vida. Ela brinca com o rei e até dorme feito gente, quando ele acha que pode ser
perigoso ter uma ideia assim tão azul e deixá-la por aí, decide trancá-la e pendurar a
chave em pesada corrente no próprio pescoço. O peso da corrente seria os afazeres
diários, obrigações do dia a dia, que cada vez mais distanciam o monarca da beleza da
ideia e do que ela representa de novo, juventude, alegria, felicidade. A ideia azul tinha
brilho, beleza como todas boas idéias, por isso trancou a ideia num ambiente “escuro,
sempre igual”, para ser contida e muito bem guardada. Depois de velho e desgastado,
volta ao quarto e retira a ideia, percebe que o tempo passou e não poderia colocar a
ideia em prática, não consegue mais brincar, então, ele “fecha para sempre a porta”.
33
_ Marina Colasanti apresenta a cor “AZUL” para a ideia, que simboliza a cor do espírito e
do pensamento, a lealdade, a fidelidade, a personalidade e a sutileza. Também podemos
pensar no ideal para vida, os sonhos e a ideia do inconsciente que a autora decorre no
conto.
3) “Uma ideia toda azul” é o título do texto. Para você o que significa a cor “azul” da
ideia?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
4) Você já teve alguma boa ideia, não colocou em prática e depois percebeu que era
tarde demais?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
5) Se você tivesse uma ótima ideia, teria medo de alguém roubá-la? Justifique sua
resposta.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
6) Você acha o que aconteceu com o Rei em relação à sua ideia, acontece só nas
histórias ou pode acontecer na vida real? Justifique seu ponto de vista.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
7) Ocupado em governar, o Rei sem perceber envelhecia, ao ponto de não ter mais boas
ideias. Será que isto pode ocorrer também conosco? Justifique.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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8) “Fechou para sempre a sua porta”: retomando o texto, explique o que você
entendeu do trecho do final do conto.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
9) Dentre as outras nove histórias lidas, mais duas Marina Colasanti têm como
personagens a figura do “REI”. Quais histórias?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
10) Pense numa ideia bem presente na sua vida, desenhe e se preferir em cor(es):
8.1 CONTO 1: “A PRIMEIRA SÓ” - Marina Colasanti
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O conto apresenta uma princesa menina, que sentia muito sozinha por não ter com
quem brincar. Não suportando mais ouvir os soluços da filha, o rei encomendou ao
vidraceiro o maior espelho de todo o reino e o pôs ao lado da cama da filha, enquanto ela
dormia. Ao acordar, a princesa julgou não estar mais sozinha e, feliz, passou a se divertir
com a “amiga”. Até que um dia, tendo ganhado uma bola de ouro de seu pai, a princesinha
resolveu jogá-la nas mãos da amiga, mas o resultado foi o estilhaçar do espelho. Já ia
chorar, quando percebeu que agora havia muitas “amigas” nos diversos cacos que
restaram. A princesa agora podia escolher com quem brincar, mas logo descobriu que iam
ficando menores, a ponto de não poder mais se divertir com elas e foi outra vez se sentindo
sozinha. Resolveu sair do palácio para “cansar a tristeza” no jardim, quando se depara com
o lago e vê novamente a imagem da “amiga”, mas não queria uma única, queria todas.
Para ler o conto na íntegra e saber o final do conto, acesse:
http://pt.scribd.com/doc/7177654/Marina-Colasanti-Uma-Ideia-toda-Azul.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
1) A partir da leitura do texto, explique o título do conto: “A primeira só”.
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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2) O “espelho” é essencial na organização dos fatos, o enredo; mostrando o capricho ou quando só nos importamos conosco. Como podemos chamar esse amor próprio?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
3) Um recurso típico dos contos fantásticos é mesclar o real e o imaginário de modo coerente. Quem são as amigas da princesa menina?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
4) Todos nós temos amigos e amigas, por muitas vezes, bastante parecidos conosco.
Como são seus amigos e amigas? Você tem alguém mais presente no seu dia a dia?
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5) Em algum momento da vida você já se sentiu só? Justifique sua resposta.
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6) Que sentimento desperta a história da princesa em você? Por quê?
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
7) Das características abaixo presentes no conto, escreva uma ou mais marcas explícitas
ou implícitas do texto:
a- Espaço físico e social (lugar onde se passa a ação da narrativa, onde situa as ações
das personagens e estabelecer com eles uma interação, quer de influenciar atitudes,
pensamentos ou emoções).
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_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
b-Tempo cronológico (tempo que transcorre na ordem natural dos fatos no enredo):
________________________________________________________________________
c- Características físicas da personagem principal (princesa é a protagonista, incluem
corpo, voz, gestos, roupas, etc.):
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
d- Características psicológicas da personagem principal: (refere-se à personalidade e
ao estado de espírito):
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8) Assinale o desfecho da história do conto “A primeira só”:
( ) Final feliz. ( ) Final cômico. ( ) Final trágico.
9) Prosopopeia ou personificação é uma figura de linguagem que consiste em atribuir
vida e sentimentos humanos às coisas inanimadas ( que não tem vida), ou seres
irracionais (animais que não raciocinam como seres humanos). Qual o sentido da figura de
linguagem citada, no trecho do último parágrafo do conto “A primeira só”: [...] sumindo nas
pequenas ondas com que o lago arrumava sua superfície.
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
10) Imagine e desenhe o espelho que o Rei mandou fazer para sua única e linda filha,
para acabar com sua tristeza.
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8.2 CONTO 2: “ALÉM DO BASTIDOR” – Marina Colasanti
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O conto é uma narrativa com muitas descrições de como e o que a menina,
personagem protagonista bordava. A menina bordava e, logo após isso, entrava no
bastidor, acrescentando as cenas que bordava,das intuições e do desejo. O clímax se dá à
medida que o bordado vai terminando, a irmã mais velha, também bordadeira, aparece
aprecia a beleza. Encantada com a cena que via da menina agarrada com a garça, que ela
acabara de bordar, resolve participar bordando e cortando a linha que ligava o mundo real
da menina com o mundo mágico do bastidor.
Para entender o conto e opinar sobra a atitude da irmã mais velha, acesse:
http://pt.scribd.com/doc/7177654/Marina-Colasanti-Uma-Ideia-toda-Azul.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
1) Após releitura do texto, observe quantos parágrafos têm e numere para você se situar melhor na trama textual. Os parágrafos são curtos ou longos? Qual a linguagem mágica que envolve o leitor?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2) Economizando a apresentação da história o primeiro parágrafo inicia com uma ação.
Qual ação?
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_________________________________________________________________________
3) Protagonista é a personagem principal. Quem é protagonista da história? Por quê?
_________________________________________________________________________
4) O primeiro parágrafo: “Começou com linha verde. Não sabia o que bordar, mas tinha certeza do verde, verde brilhante.” - O que lembra estas associações de ideias?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
5) Observe o ritmo do terceiro e quarto parágrafos. O que aparece no bastidor?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
6) Qual a ideia principal que gira em torno das intuições e do desejo da protagonista?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
7) O que acontece quando o bordado está terminando?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
8) O clímax acontece quando a irmã mais velha resolve bordar o que faltava da garça,
corta a linha que ligava o mundo real da irmã mais nova com o mundo mágico. O que
acontece com a irmã mais nova?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
9) Dê sua opinião sobre a irmã mais velha. Assinale alternativa(s):
A-( ) Ela ficou com inveja da irmã.
A- ( ) Ficou encantada com o bordado.
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C- ( ) Arrematou o bordado.
10) Além do bastidor é um conto que retrata em metáforas uma concepção de leitura
aberta para interpretações, conforme intuições e sensações dos leitores. Cada leitura traz
uma nova visão ao mesmo texto. A partir, do seu conhecimento de mundo, escreva
intuições ou sensações que o conto causou em você. Por quê?
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8.3 CONTO 3: “SETE ANOS E MAIS SETE” – Marina Colasanti
Em “Sete anos e mais sete”, lembra a Bela Adormecida, conta a história da princesa
que se apaixona pelo príncipe pobre e até que um dia sonharam que era hora de casar,
sonharam um casamento cheio de festa, músicas e danças, sonharam que tiveram filhos.
A mulher é a protagonista que escolhe o homem com quem decide se casar.
Para compreender o final dos sonhadores deste conto, acesse:
42
http://pt.scribd.com/doc/7177654/Marina-Colasanti-Uma-Ideia-toda-Azul.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
1) Por que o conto “Seta anos e mais sete” lembra o conto clássico “A bela adormecida?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2) Quem é que protagoniza o conto? Explique:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
3) Cite duas diferenças entre a protagonista desse conto e as heroínas dos clássicos tradicionais dos contos de fadas:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
4) Qual o perfil de mulher que se apresenta no conto? Explique:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
5) Quais os motivos que levaram o rei a colocar a princesa para dormir na história?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
6) Qual a reação do príncipe ao descobrir que sua amada estava dormindo?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
7) Releia no conto as ações dos sonhos do príncipe e da princesa. O que você achou das
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ações dos sonhos? Seus sonhos têm muitas ações?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
8) Você acha que o príncipe e a princesa encontram a felicidade? Por quê?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
9) Na vida real acontece de muitos pais interferirem na vida amorosa dos filhos. Cite três motivos:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
10) Você acha que os pais devem interferir nas decisões dos filhos na vida amorosa?
Marque um X na sua resposta.
A-( ) Sim. B-( ) Não. C-( ) Só aconselhar.
11) Circule o nome do personagem bíblico, que trabalhou “Sete anos e mais sete” para
casar com sua amada.
MOISÉS SAUL JACÓ SALOMÃO JOSÉ
12) O que significa o número “sete” para você? Justifique:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
13) Pinte o retângulo onde está escrito o título da história que você mais gostou. Abaixo identifique qual foi a sua escolha: Conto Clássico de Fada ou Conto ContemporâneoMaravilhoso.
Os três porquinhos Além do bastidor Chapeuzinho Vermelho A primeira só João e Maria Sete anos e mais sete
________________________________________________________________________
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9. UNIDADE 4: AMPLIANDO HORIZONTES DE EXPECTATIVAS NA ESCRITA
A ampliação do horizonte de expectativa, após as oralidades, as leituras e
atividades escritas sugeridas nas Unidades anteriores, refletimos os saberes diferentes,
valores que existem em nosso imaginário e como configuram ou se manifestam em nossa
sociedade. Percebemos que muitos valores existentes nos contos clássicos ou
contemporâneos deveriam ser essenciais às pessoas.
Entre a maternidade e o túmulo, nossas mentes talvez passem mais tempo
passeando por mundos imaginários do que pelo mundo real. (A Origem das Histórias.
Folha de São Paulo, 08/09/2013). A psicologia diz: a mente humana normal é composta de:
1/3 de realidade, 1/3 de enganos e 1/3 de mentiras. A literatura é a incorporação do outro
em mim. No exercício da literatura podemos ser outros, viver os outros, mas não podemos
deixar a nossa essência. Podemos romper os limites do tempo e do espaço de nossa
experiência, ainda assim, seremos nós mesmos.
SUGESTÕES PARA PRODUZIR CONTOS
Com finalidades de estreitar laços entre leitores, escritores e comunidade, com
assuntos relevantes da vida dos estudantes e escola, os alunos escreverão e ilustrarão um
conto contextualizado no clássico conto: “João e Maria”; escreverão uma carta formal
contextualizada no conto contemporâneo “A primeira só”, convidando o promotor da
comarca para uma reunião com alunos e pais do Colégio.
O primeiro olhar para os textos escritos e reescritos serão na sala de aula.
Momento importante para que o aluno se perceba como coautor e tenha contato com
outras leituras dos colegas de sala. Observaremos as estruturas de apelo e marcas
linguísticas, para oportunizar a ampliação do horizonte de expectativas.
45
9.1 PRIMEIRA PRODUÇÃO: CONTO
Após, trabalhadas as leituras, as oralidades, as atividades e discussões dos conflitos do
conto “JOÃO E MARIA”, escreva um CONTO CURTO, em 1ª pessoa, dê um título criativo,
contextualizando com a vida atual, suas relações humanas e as soluções possíveis para
que os conflitos possam ter um final feliz ou não; com a finalidade de questionar, refletir e
ampliar em sala e exposição em mural, as relações do seu próprio horizonte cultural e
social. Ilustre o texto.
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9.2 SEGUNDA PRODUÇÃO: CARTA
.A partir das leituras, oralidades e atividades do conto “A PRIMEIRA SÓ”, que fala das
relações existenciais de solidão e necessidade de encontrar o outro, para obter felicidade,
escreva uma “UMA CARTA FORMAL”, endereçada ao PROMOTOR DA COMARCA que
pertencemos, convidando-o para fazer uma palestra com os pais e alunos deste Colégio
Estadual, conscientizando da importância da leitura no contexto social e sugestões de
como amenizar os conflitos entre pais e filhos da vida diária, principalmente com as
obrigações da escola.
.IMPORTANTE LEMBRAR: Uma carta bem estruturada deve ser composta por: Local e
data; saudação; introdução; corpo da carta; despedida e assinatura. Encaminhar
endereçada em envelope e arquivar uma cópia na escola.
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10. UNIDADE 5: “ARQUIVO VIAJANTE: ERA UMA VEZ...”
1º) Postaremos em murais organizados pelos alunos e professora, os contos originais
lidos, os contos e as cartas escritas pelos alunos. Após exposição ficarão arquivados na
biblioteca do Colégio Estadual, em uma pasta especial, para reencontrar novos leitores.
2º) Selecionaremos alguns contos para serem lidos, pelos alunos, em um programa
popular na “Radio Comunitária” da Cidade, com o título: “Arquivo viajante: Era uma
vez...”
3º) Permita também compartilhar nesta última unidade, um texto escrito em 2002, por
um ex-aluno muito amado, “FLÁVIO JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS”, meu filho (in
memória), razão das minhas saudades, verdades e sonhos. Abaixo seu texto transcrito
na íntegra e parecido com sua maneira de viver, muito feliz.
MEU RETRATO
Acho que não sei falar inglês,
Mas penso que se estudar posso aprender.
Gosto do céu, das estrelas, de dormir, ouvir música e navegar na internet.
Não sei tocar nenhum instrumento musical, mas desejo aprender.
Gosto dos meus pais, mas também de toda a minha família e meus amigos.
Detesto mentira, o Corinthians e os Argentinos.
Tenho saudades das coisas boas que passei, aí fico triste,
por ser apenas passado, mas alegre por lembrar de coisas boas.
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Não sei nadar muito bem, mas quero aprender.
Quando fico alegre tento passar minha alegria para meus amigos.
Acho que os mais velhos devem ser respeitados.
As crianças devem respeitar os mais velhos.
Queria muito ser piloto de avião de guerra,
Mas acho uma coisa quase impossível.
Noutro dia fiquei alegre pelo acontecimento do recreio.
Ah! ia me esquecendo, se não gostaram do meu retrato,
Venham falar comigo, pessoalmente.
( FJ)
Flávio José
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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como educadores, pensamos e repensamos nossas práticas, refletimos e buscamos
respostas, caminhos para seguirmos. Muitas vezes, nos perguntamos qual dos caminhos
levará nossos alunos e a nós mesmos a sermos cidadãos, sujeitos de nossa história,
críticos, livres e responsáveis, conscientes dos nossos direitos e deveres.
A leitura e a escrita abrem tantas possibilidades de conhecer, relacionar,
contextualizar, decodificar, interpretar e compreender os fatos que aconteceram no
decorrer da história e os fatos que acontecem no mundo de hoje, com a liberdade de
criticar ou elogiar os feitos da humanidade.
Precisamos fazer de nossa sala de aula um local de aperfeiçoamento, de crescimento
e desenvolvimento desta linguagem. Portanto, caberá ao professor e ao aluno contribuir
com interesse no processo de ensino aprendizagem significativo, qualitativo, com
seriedade, encantamento e amor. Segundo as Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa e Literatura (2008, p.81), é imprescindível que a avaliação deste processo de
aprendizagem seja contínuo, formativa, pois considera que os alunos possuem ritmos e
processos de aprendizagem diferentes, e por ser contínua e diagnóstica, aponta
dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo.
Temos uma longa caminhada enquanto educadores, de continuar buscando, mais e
mais, informações com estudiosos e pesquisadores, para observarmos nossas práticas e
melhorar a cada novo dia nossa proposta de trabalho de formação e do desenvolvimento
de leitores no mundo real.
Diante do exposto, buscamos com este Caderno Pedagógico ampliar o universo de
leituras do aluno, inserindo-o em situações que levem a refletir a sua própria realidade.
Pretendemos propiciar o contato com o gênero “Contos de Fadas”, abordado neste
trabalho, textos que não conhecem ou se esqueceram com o passar do tempo, com
expectativas que ampliem a partir de experiências e desenvolvam a sua concepção de
mundo.
Sendo assim, este trabalho pedagógico possibilita aos jovens educando vivenciar
por meios dos contos, com sabedoria o modo como melhor solucionar os problemas
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cotidianos, utilizando a esperança e, principalmente, a imaginação. Como disse
Bettelheim (2006, p.189), trabalhar com contos de fadas é “espalhar sementes”:
Algumas ficarão trabalhando na sua mente de imediato; outras estimularão
processos no seu inconsciente. Outras ainda precisaram descansar muito tempo
até a mente da criança alcançar um estado adequado para sua germinação, e
muitas não criarão raízes. Mas as sementes que caíram no solo certo se
transformarão em lindas flores e árvores robustas – isto é darão validade a
sentimentos importantes, promoverão percepções internas, alimentarão
esperanças, reduzirão ansiedades – e com isto enriquecerão a vida da criança no
momento, e daí para sempre.
Portanto, esse referencial ressalta que é importante semear sempre, em qualquer
lugar, disponibilizando para o leitor experiências imaginárias, desde que se tenha
consciência de enriquecer o desenvolvimento do sujeito, para crescer, aprender sobre a
vida, os costumes, as pessoas, a sociedade e principalmente sobre si mesmo.
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12. REFERÊNCIAS
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2002.
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Pré-Escola à universidade. 14. ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.
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