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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PROFESSOR DE MATEMÁTICA X PROFESSOR DE SALA DE RECURSOS:

UMA PROPOSTA DE TRABALHO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA.

Edson Luiz Valdomeri

1

Simone Aparecida Miloca2

Resumo: Este artigo mostra resultados de um projeto de intervenção

pedagógica do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE),

desenvolvido na cidade de Santa Lucia no Colégio Estadual Orlando Luiz

Zamprônio – Ensino Fundamental e Médio, tendo como objetivo analisar os

resultados obtidos na aplicação das atividades propostas para alunos das salas

de recursos matutino e vespertino, alunos estes com “Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade” - TDAH do Ensino Fundamental, utilizando atividades

desenvolvidas de modo diferenciado para alunos com TDAH. O método utilizado

para a obtenção das informações foi através da aplicação das atividades

propostas, desenvolvendo as questões individualmente, sempre com

explicações e orientações do professor PDE e auxilio dos professores das Salas

de Recursos. As atividades desenvolvidas mostraram que ao se trabalhar de

maneira diferenciada com esses alunos, com turmas menores de alunos, maior

tempo para se trabalhar, atendimentos mais individualizados, com atividades

mais elaboradas e pré-desenvolvidas, os resultados obtidos são bem mais

satisfatórios.

1 Professor de Matemática da rede pública de ensino do Estado do Paraná, integrante do

Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

2 Professora da UNIOESTE do Curso de Matemática, doutora em Métodos Numéricos em

Engenharia pela UFPR.

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Palavras-chave: Matemática; Sala de Recursos; TDAH.

1. INTRODUÇÃO

O ensino de matemática nas séries iniciais do ensino fundamental tanto a

nível primário (1º a 5º anos) e nas demais séries do ensino fundamental (6ºs a

9ºs anos) vem enfrentando dificuldades quanto ao ensino aprendizagem de

matemática para alunos que apresentam algumas deficiências na aprendizagem,

haja vista que, estes alunos exigem do professor uma maior atenção e

dedicação, o que muitas vezes o professor não consegue fazer pelo fato de

trabalhar com turmas com grande quantidade de alunos ou tem que dar

andamento aos conteúdos de forma a cumprir o planejamento e calendário

propostos.

As Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs) do estado do Paraná

propõem que nossos alunos tenham uma formação básica necessária para o

enfrentamento de sua realidade social e econômica bem como o domínio básico

dos conteúdos propostos por todas as disciplinas.

Algumas dificuldades encontradas por professores de matemática no

sentido de fazer com que o aluno entenda a aplicabilidade da matemática na sua

vida, para que serve esses conteúdos na vida cotidiana, onde ele irá usar tais

conhecimentos. A falta dessa compreensão e raciocínio, o desgaste pela matéria

são fatores que podem prejudicar o aprendizado dos alunos.

Algumas práticas podem despertar um maior interesse pela matemática

por parte dos alunos, no entanto, para alguns que apresentam dificuldade na

aprendizagem esse trabalho deve ser realizado de forma diferenciada, com

aproveitamento individualizado, maior tempo para o aluno resolver os exercícios,

levar atividades prontas, dividir as tarefas em partes menores, estimular os

alunos a se orientarem no espaço da sala de aula, são estratégias que podem

auxiliar o professor no ensino aprendizagem.

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Este artigo tem por objetivo propor atividades de matemática envolvendo

operações básicas com números naturais para alunos de 6º ano que freqüentam

a sala de recursos, alunos estes já diagnosticados por psicólogos e exames

médicos tendo como resultado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

– TDAH.

Segundo Portal Banco de Saúde (2009), crianças com TDAH têm

problemas para fixar sua atenção pelo mesmo período de tempo que outras

interessadamente. Elas não tem problemas em filtrar informações, parecem

prestar atenção aos mesmos temas que as crianças que não apresentam TDAH.

Elas se sentem entediadas ou perdem o interesse por seu trabalho mais

rapidamente que outras crianças, parecem atraídas pelos aspectos mais

recompensadores, divertidos. Optam por trabalhos menores, mais rápidos, em

troca de recompensa imediata, embora menor, ao invés de trabalhar por mais

tempo em troca de uma recompensa maior que só estaria disponível mais tarde.

Quando se reduz a estimulação se torna ainda mais difícil para uma criança com

TDAH manter a atenção. Apresentam dificuldades em controlar impulsos. Os

problemas de atenção e de controle de impulsos também se manifestam nos

atalhos que elas utilizam em seu trabalho. Elas aplicam menor quantidade de

esforço e defendem menor quantidade de tempo para realizar tarefas

desagradáveis.

A inclusão social de modo geral significa trabalhar em sala de aula com

alunos que possuem algum tipo de “deficiência de aprendizagem”, tais como:

cegos, surdos, mudos, alunos que apresentam TDAH (Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade) entre outros.

Atualmente nós professores de matemática estamos nos deparando com

uma situação em que não estamos habituados a trabalhar, a inclusão de alunos

que apresentam alguma deficiência na aprendizagem e freqüentam a sala de

recurso e aprendizagem que é utilizada como estratégia para resgatar esse

aluno e recuperar os conteúdos em que o mesmo tem dificuldade.

Muitos destes alunos freqüentaram sala de recursos por anos e acabaram

chegando aos 6ºs anos do ensino fundamental ainda precisando de apoio por

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professores de sala de recursos e salas de apoio, mas na maioria das vezes,

nós professores, não somente o professor de matemática, mas todos de um

modo geral não estamos acostumados a nem preparados para trabalhar com

possíveis diferenças de aprendizagem desses alunos.

Diante do exposto, este artigo descreve resultados de um trabalho

desenvolvido com alunos que apresentam TDAH do Colégio Estadual Orlando

Luiz Zamprônio – Ensino Fundamental e Médio do município de Santa Lúcia –

Pr., na sala de recursos multifuncionais nos períodos da manhã e tarde, em

parceria com o professor regente.

São propostas atividades de matemática envolvendo operações básicas

com números naturais para alunos de 6º ano que freqüentam a sala de

recursos, alunos estes já diagnosticados por psicólogos e exames médicos

tendo como resultado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.

2. Revisão de literatura

Há atualmente uma grande dificuldade por parte dos professores do

ensino regular, incluindo os professores de matemática, de trabalhar com alunos

com alguma dificuldade de aprendizagem, pois a maioria dos professores não

teve um preparo ou um aperfeiçoamento mais amplo de como se trabalhar com

alunos com dificuldades de aprendizagem, em especial alunos com TDAH.

Segundo a Associação Brasileira do Déficit da Atenção – ABDA, o

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno,

neurológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente

acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de

desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é reconhecido oficialmente por

vários países e pela Organização Mundial de Saúde – OMS. Em alguns países,

como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a

receberem tratamento diferenciado na escola.

O TDAH é o transtorno mais comum entre crianças e adolescentes

encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças,

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em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da

metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora

os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

O TDAH é uma combinação de dois tipos de sintomas: Desatenção e

Hiperatividade-Impulsividade.

O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no

relacionamento com demais crianças. Os meninos tendem a ter mais sintomas

de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos.

Crianças com TDAH parecem apresentar mais problemas de comportamento,

como por exemplo, dificuldades de regras e limites.

Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e

do trabalho, bem como a memória (são muito esquecidos), são inquietos, vivem

mudando de uma coisa para outra e são impulsivos.

Estudos comprovam que o TDAH é semelhante em diversas regiões, o

que indica que o TDAH não é secundário a fatores culturais ou de modo como

os pais educam os filhos.

Estudos indicam que os portadores do TDAH tem alterações na região

frontal e suas conexões com o resto do cérebro.

A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em

comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição de

comportamento, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole,

organização e planejamento.

O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de

um sistema de substâncias químicas chamados neurotransmissores

(principalmente dopamina e norodrenalina) que passam informações entre as

células nervosas (neurônios).

De acordo com Cavalcante (2004), trabalhar com uma turma de inclusão,

de qualquer nível, envolvendo o tema TDAH pode ser, à primeira vista,

uma tarefa árdua. A questão é contribuir para que alunos que muitas

vezes se sentem diferentes e que têm a auto-estima fragilizada por

causa de suas limitações se valorizem.

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Para ela a solução é identificar e exaltar as capacidades de cada um, em

vez de colocar em primeiro plano as possíveis limitações. O que é

indicado para turmas de qualquer idade e série.

Uma dificuldade possivelmente apresentada por alunos com TDAH refere-

se ao desempenho cognitivo. Lacosta (2008) afirma que as dificuldades de

aprendizagem do aluno com TDAH são obstáculos específicos, gerados pelos

próprios sintomas do transtorno, provocando no aluno atrasos acadêmicos

significativos, apesar de este ter capacidade.

Segundo Camañes et al. (2008, p.18), “as tarefas escolares e o

funcionamento da sala de aula implicam uma atividade de

manutenção da atenção”, e alunos com déficit de atenção muitas

vezes apresentam dificuldades em selecionar informações

relevantes e manter atenção necessária numa mesma atividade

durante o tempo necessário. A atenção serve para selecionar,

voluntária e involuntariamente, os dados aos quais o cérebro vai

se ater, e também para se ter consciência de nossas sensações,

pensamentos, afetos etc., além de ser fundamental para

memorizar e, por conseguinte, aprender.

Segundo Miranda-Casas (2006), observou-se que crianças com TDAH

com dificuldades de aprendizagem da Matemática, solucionaram menos

problemas na vida real e realizaram operações aritméticas mais lentamente, em

comparação a outras crianças.

Crianças com déficit em Matemática podem apresentar comprometimento

nas tarefas que exigem o uso da memória, repercutindo em tarefas tais como:

diferenciar números similares, memorizar ordenadamente os números das

quantidades, entre outros.

Desta forma, cabe ao professor estimular a apropriação do conhecimento

através da consciência que o aluno deve ter daquilo que ele pode ou precisa

fazer, tornando-o capaz de usar estratégias próprias, testar sua eficácia e se

sentir motivado para o fazer, sendo protagonista de sua aprendizagem. (Souza-

2006).

3. Proposta de Trabalho

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Propomos trabalhar com os alunos de maneira a resgatá-los e de

recuperar os conteúdos de matemática propostos na sala de aula do ensino

regular, envolvendo atividades matemáticas referente aos 6ºs anos do ensino

regular.

A metodologia utilizada, nas duas turmas de alunos das Salas de

Recursos Multifuncional (SRM) é, trabalhar com materiais concretos (palitos,

grãos, dominós, jogos matemáticos, etc) e de se utilizar de atividades impressas

(folhinhas), evitando ao máximo que o aluno desvie sua atenção, haja visto que

alunos com TDAH tem um grau muito elevado de desvio de atenção e

concentração.

Inicialmente fez-se um levantamento junto aos professores dos 6ºs anos

do ensino regular e professora da sala de recursos do número de alunos com

TDAH, já diagnosticados por profissionais da área.

Em um segundo momento, foram elaborados materiais didáticos e

metodologias de ensino diferenciadas entre professores com experiência em

sala recursos e professores habilitados na disciplina de matemática.

3.1. Procedimentos para o desenvolvimento da proposta.

Em primeiro momento houve uma conversa com a direção da Escola e

sua Equipe Pedagógica, já no inicio do ano letivo de 2013, onde foi exposta à

Direção as intenções para o desenvolvimento do trabalho de PDE 2013/2014.

A proposta da Unidade Didática foi apresentada na semana pedagógica a

todos os presentes: Professores e funcionários do Colégio Estadual Orlando

Luiz Zamprônio – Ensino fundamental e Médio de Santa Lucia – Pr. Após, foi

apresentado o projeto para os professores docentes das Salas de Recurso

Multifuncional.

Foi desenvolvido um levantamento junto aos professores das salas

regulares dos 6ºs anos “A” e “B”, de quais alunos desenvolviam o quadro de

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hiperatividade e que já diagnosticados teriam que ser atendidos em contra turno

nas salas de recurso multifuncional.

As atividades propostas para alunos com Transtorno de Deficit de Atenção

e Hiperatividade foram elaboradas em contra turno das salas regulares e

também contou com o auxilio dos professores das Salas de Recursos

Multifuncional. As duas Salas de Recursos Multifuncional, uma pela manhã e

outra pela tarde contam com 10 alunos cada uma com TDAH.

As atividades foram elaboradas para que os alunos trabalhassem de

acordo com suas necessidades, ou seja, sempre atividades impressas, (pois

alunos com TDAH têm muitas dificuldades de copiar do quadro) então, sugerem-

se atividades sempre prontas.

Para uma turma com 10 alunos no máximo, o atendimento pode ser feito

de maneira mais individualizada, tendo assim um melhor rendimento.

As atividades propostas não tinham um tempo limite para seu término. O

aluno com TDAH tem muitas dificuldades de desenvolver atividades com limite

de tempo para seu desenvolvimento.

3.2. Atividades Desenvolvidas.

Atividade 01: Trabalhando com Números Pares e Ímpares.

Esta atividade envolve os conteúdos sobre os números naturais pares e

ímpares e tem por objetivo que os alunos tenham a compreensão e saibam a

diferença sobre os números pares e ímpares.

Todos os alunos receberam folhinhas com atividades prontas para serem

desenvolvidas.

Com o auxilio do quadro de giz, o professor explicou o conteúdo sobre

números pares e ímpares, com alguns exemplos: Pares: (0, 2, 4, 6, 8, 10...) e

Ímpares: (1, 3, 5, 7, 9, 11...). Após explicação, os alunos resolveram os

exercícios individualmente com acompanhamento do professor. No final dos

exercícios os alunos apresentaram as soluções para cada problema proposto.

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Questionou-se os erros e acertos. Para essa atividade o professor

trabalhou com materiais concretos, por exemplo: grãos de feijão, tampinhas de

garrafas, palitos, entre outros.

Os exercícios foram de fácil compreensão por parte dos alunos onde a

maioria acertou quase todos os exercícios propostos. Houve um índice muito

alto de concentração por parte dos alunos.

Atividade 02: Calculando as Subtrações

Esta atividade envolve conteúdos de subtração e tem por objetivo que ao

final dos exercícios propostos os alunos possam ter uma maior noção sobre

subtrações.

Todos os alunos receberam folhinhas com atividades prontas para serem

desenvolvidas.

Após a explanação do conteúdo pelo professor, os alunos, já com o

material de trabalho em mãos resolveram tabelas com exercícios de subtração,

onde cada acerto correspondia a uma letra do nosso alfabeto.

Após a resolução dos exercícios propostos teriam que responder a uma

charada: Quantos lados têm a bola? A resposta correta somente teria sentido se

os alunos respondessem de forma correta. Questionou-se os erros e acertos.

Houve um pouco de dificuldade nos exercícios de subtração. Cerca de

50% dos alunos completaram os exercícios sem a ajuda do professor, os demais

precisaram da ajuda do professor. Nesta atividade o grau de concentração foi

baixo, sendo que os alunos se distraiam facilmente.

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Atividade 03: Adição com Quadrados Mágicos.

Esta atividade envolve conteúdos de Adição. O aluno terá que completar

tabelas, para isso, deverá resolver exercícios que envolvam adições. O objetivo

é que o aluno tenha uma maior interpretação e compreensão sobre os

conteúdos de adição.

Todos os alunos receberam folhinhas com Atividades prontas a serem

desenvolvidas.

O professor levou para sala de aula vários “quadrados mágicos” e

distribuiu sobre sua mesa. Cada aluno escolheu um aleatoriamente e resolveu

individualmente. Os alunos que terminaram primeiro foram ajudando os demais

colegas.

Questionou-se as dificuldades encontradas. Houve dificuldade de

interpretação quando se tem que somar duas parcelas para depois diminuir do

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total. Aproximadamente 70% dos alunos conseguiram resolver os exercícios

sozinhos. Houve um bom índice de concentração.

Atividade 04: Ligando os iguais e completando Tabelas.

Esta atividade envolve os conteúdos de Multiplicação e Divisão. O

objetivo é que os alunos compreendam os conteúdos de Multiplicação e Divisão

bem como identifiquem os números iguais escritos de maneiras diferentes.

Os alunos receberam folhinhas com atividades prontas a serem

desenvolvidas. Os alunos tinham que ligar os números iguais dentro de uma

tabela na forma de divisão e depois na forma de multiplicação. Os exercícios

propostos foram de fácil compreensão pelos alunos, foram estimulantes e

motivadores por se tratarem de exercícios em forma de brincadeiras (ligar

números iguais e pintar números iguais escritos de maneiras diferentes).

Houve maior nível de concentração, até mesmo por parte dos alunos com

um grau menos elevado de concentração. Quase a totalidade dos alunos

resolveu sem auxilio de colegas ou do professor.

Atividade 05: Pintando Frações.

Esta atividade envolve os conteúdos de Adição e Subtração de Frações.

O objetivo destas atividades propostas é que os alunos identifiquem os tipos de

frações bem como possam desenvolver cálculos de adição e subtração das

mesmas.

Os alunos receberam as atividades prontas. Com o auxilio do quadro de

giz, o professor explicou os conteúdos e deu exemplos referentes a partes: um

meio, um terço, um quarto, entre outras frações. Os alunos pintaram as frações.

A atividade foi de fácil compreensão por se tratar de pintura de frações e

de somar e diminuir frações com o mesmo denominador. A grande maioria

resolveu os exercícios sem auxilio de colegas ou professor.

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Atividade 06: Dominó de Divisão e Multiplicação.

Esta atividade envolve os conteúdos de Divisão e Multiplicação. O

objetivo das atividades propostas é que os alunos possam compreender e

resolver exercícios de divisão e multiplicação propostos para alunos dos 6ºs

anos do ensino fundamental.

Os alunos trouxeram alguns materiais como: cartolinas, caixas de

calçados, régua, lápis de cor, canetinhas e tesoura. Os alunos receberam as

atividades prontas para serem confeccionadas, ou seja, dominós de divisão e

multiplicação.

Os alunos montaram seus respectivos dominós, coloriram os mesmos da

melhor maneira que conseguiram e depois passaram o restante da aula

brincando (jogando dominó) com seus colegas.

Com uma pequena ajuda do professor todos conseguiram montar seus

dominós. A aula foi muito divertida e com excelente aproveitamento. Houve

muita concentração e dedicação por parte dos alunos.

Atividade 07: Trabalhando a Tabuada de Forma Lúdica.

Esta atividade envolve o conteúdo de Multiplicação. O objetivo dessa

atividade (em forma de brincadeira e pintura) é que os alunos melhorem seu

raciocínio e aproveitamento na resolução de atividades de multiplicação.

Os alunos receberam uma folhinha com três atividades a serem

desenvolvidas. As atividades envolvem multiplicação por 3, 4 e 5. Os resultados

foram sendo pintados em uma tabelinha onde os alunos traçaram um caminho.

Os exercícios propostos foram de fácil compreensão e concentração,

sendo que todos conseguiram resolver os exercícios. Foi uma aula muito

divertida por ser em forma de pintura, despertando a curiosidade dos alunos.

4. Considerações Finais

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No desenvolver das atividades propostas neste trabalho podemos

perceber que algumas atividades foram de mais fácil compreensão de que

outras por parte dos alunos. Atividades com um grau maior de interpretação

(atividades 1 e 3), exigem muito mais do professor regente e portanto são

consideradas mais difíceis. O professor tem que acompanhar muito mais de

forma individualizada, tirando dúvidas dos alunos para que os mesmos não

desviem sua atenção dos exercícios propostos evitando assim que essas

atividades se tornem mais demoradas.

As atividades desenvolvidas de forma mais lúdica (brincadeira, pintura,

etc.,) chamam mais a atenção dos alunos com TDAH.

As atividades de maior compreensão por parte dos alunos acabam sendo

resolvidas mais rapidamente. Aluno com TDAH tem como característica querer

resolver os exercícios mais rapidamente.

Certamente das atividades propostas neste trabalho, a que os alunos

mais gostaram foi a atividade de nº 6, “Dominó de Divisão e Multiplicação”.

Por ser uma atividade desenvolvida sob forma de brincadeira todos os

alunos participaram efetivamente na resolução dos exercícios propostos e na

confecção dos seus dominós.

Após a confecção, os alunos passaram o restante do tempo brincando

(jogando) com os demais colegas. Seguramente também foi a atividade mais

demorada.

Segundo a opinião das colegas professoras das Salas de Recursos

Multifuncional, as atividades propostas foram muito boas e elas puderam

perceber um grande resultado no que se refere a área de matemática, pois as

mesmas trabalham de forma semelhante no que se referem a materiais mais

concretos, folhinhas, jogos, brincadeiras, mas como não são formadas na área

de matemática, e por terem que trabalhar todas as disciplinas com alunos com

TDAH, não conseguem desenvolver um trabalho tão aprofundado em uma só

disciplina conforme o proposto neste.

Através do desenvolvimento deste trabalho pode-se concluir que

apresentou ótimos resultados, um deles pode ser observado quando o trabalho

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é desenvolvido de maneira mais individualizada com exercícios de matemática

para alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Percebe-se que a dificuldade encontrada por professores, não só das

áreas de matemática, mas de todas as disciplinas que envolvem o ensino

regular, de trabalhar com alunos que apresentam TDAH e demais dificuldades

de aprendizagem, podem ser superadas em grande parte com propostas de

trabalhos diferenciadas.

Algumas propostas como menor número de alunos por turma onde se

encontram alunos com TDAH ou outras dificuldades de aprendizagem já

diagnosticadas por médicos especialistas, para que o professor possa fazer

também um trabalho mais individualizado com esses alunos, pois na sua grande

maioria, o professor das Salas de Recursos Multifuncionais não tem formação

em Matemática.

Treinamento aos professores para que possam aprimorar e repassar

melhor os conteúdos propostos a esses alunos.

Acompanhamento psicológico constante (deveria ter psicólogos nas

escolas públicas) para que os alunos não demorem tanto tempo para serem

diagnosticados ou para voltarem ao médico para seus respectivos

acompanhamentos.

5. Referências Bibliográficas.

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