OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Curso de Licenciatura em Educação Física e...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
VANDERLEI MESSIAS RODRIGUES
A EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS NA PERSPECTIVA DA
CULTURA CORPORAL
PONTA GROSSA 2014
VANDERLEI MESSIAS RODRIGUES
A EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS NA PERSPECTIVA DA
CULTURA CORPORAL
Artigo apresentado como requisito parcial de avaliação para a conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013, em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Orientadora: Profª Drª Silvia Christina Madrid Finck
PONTA GROSSA 2014
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A EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS NA PERSPECTIVA DA
CULTURA CORPORAL
RODRIGUES, Vanderlei Messias1 - SEED/PR [email protected]
FINCK, Silvia Christina Madrid Finck2 - UEPG/PR
Resumo Este artigo tem por finalidade apresentar o trabalho desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE 2013 (SEED/PR), o qual teve por objetivo contribuir com subsídios teóricos metodológicos para o desenvolvimento das aulas de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental. O trabalho foi direcionado aos professores e acadêmicos de Educação Física, e aponta algumas produções didáticas que correspondem aos conteúdos estruturantes da disciplina de Educação Física de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica Educação Física – DCE (PARANÁ, 2008). Assim, por meio do trabalho desenvolvido, procurou-se evidenciar subsídios teóricos metodológicos propondo discussões para que professores e acadêmicos possam articular os conhecimentos adquiridos na sua formação com aqueles desenvolvidos na pratica docente. Palavras- chave: Educação Física. Metodologia. Criatividade.
Abstract This article aims to present the work developed in the Educational Development Programme-PDE 2013 (SEED/PR), which aimed to contribute to theoretical methodological grants for the development of physical education classes of the final years of elementary school. The work was directed to teachers and academics, Physical Education and some didactic productions points that correspond to the structural content of the discipline of Physical Education Curricular guidelines of basic education Physical Education-DCE (PARANÁ, 2008). Thus, through the work,
1 Licenciado em Educação Física pela Faculdade Estadual de Educação Física de Jacarezinho
(FAEFIJA-PR). Especialista em Interdisciplinaridade Escolar. Atua na Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná, no município de Jaguariaíva-Pr, NRE Wenceslau Braz-PR, professor PDE, desenvolveu o projeto, que é a temática deste trabalho, na escola onde é docente. 2 Doutora em Ciência da Atividade Física e do Esporte (UNILEON/ES). Mestre em Educação
(UNIMEP/SP). Professora Adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/PR) atua no Curso de Licenciatura em Educação Física e no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPG. É Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores (GEPEFE/UEPG/CNPq). Professora Orientadora do PDE e do projeto que é tema deste artigo.
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we tried to highlight theoretical methodological grants proposing discussions so that teachers and scholars can articulate the knowledge gained in their training with those developed in teaching practice. Keywords: Physical Education. Methodology. Creativity.
Introdução
A Educação Física enquanto disciplina está inserida na grade curricular da
educação básica, sua abordagem no contexto escolar deve estar voltada ao
desenvolvimento de uma consciência crítica do aluno, nessa perspectiva o professor
tem papel fundamental no processo ensino de aprendizagem, pois ele é o mediador
que organiza o trabalho pedagógico na escola, realizando questionamentos,
pesquisas, buscando o desenvolvimento de encaminhamentos metodológicos,
diferentes estratégias e recursos didáticos, que resultem num ensino significativo e
científico, a fim de contribuir para a formação dos alunos.
Dessa forma, é fundamental que o professor de Educação Física amplie o
desenvolvimento do seu trabalho na escola, a fim de abordar os inúmeros
conhecimentos que fazem parte do acervo da cultura corporal de movimento. É
papel de o professor possibilitar questionamentos, discussões, reflexões, no sentido
de levar o aluno a entender qual a finalidade da Educação Física na escola e quais
seriam as contribuições dos conhecimentos abordados nessa disciplina para a sua
vida.
Assim, de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Educação Física – DCE (PARANÁ, 2008, p. 20) “propõe-se que o currículo da
Educação Básica ofereça, ao estudante, a formação necessária para o
enfrentamento com vistas à transformação da realidade social, econômica e política
de seu tempo”.
Por outro lado, são inúmeros os questionamentos elencados pelos
professores de Educação Física, há certa angústia dos mesmos em saber qual o
encaminhamento teórico metodológico mais adequado, para o desenvolvimento de
uma fundamentação teórica dos conteúdos de Educação Física, a fim de tornar as
aulas atrativas e que culminem na aprendizagem dos alunos.
Nesse sentido, este artigo tem por finalidade apresentar o trabalho
desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE 2013
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(SEED/PR), o qual teve por objetivo contribuir com subsídios teóricos metodológicos
para o desenvolvimento do trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física dos
anos finais do ensino fundamental. O referido trabalho aponta a importância dos
subsídios teóricos metodológicos, bem como da criatividade, para o
desenvolvimento das aulas de Educação Física na escola.
Acredita-se ser de suma importância que o professor reflita sobre sua ação
pedagógica, no sentido de compreender seu papel de educador e com a formação
do aluno, a fim de contribuir para sua educação integral. “Com isso, entende-se a
escola como o espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos
sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular” (PARANÁ, 2008, p. 21).
É importante destacar que para o desenvolvimento das aulas de Educação
Física é necessário que o professor conheça a realidade da sua escola, a fim de que
utilize as possibilidades pedagógicas disponíveis e outras que possam ser
viabilizadas, por meio da organização e planejamento do trabalho pedagógico. Para
tanto, com o desenvolvimento do projeto na escola buscou-se responder as
seguintes questões: Quais subsídios teóricos metodológicos podem contribuir para o
desenvolvimento do trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física dos anos
finais do ensino fundamental? A criatividade contribui para melhorar a dinâmica no
processo pedagógico em sala de aula?
Nessa perspectiva, apontam-se as DCE (PARANÁ, 2008) para subsidiar o
desenvolvimento das aulas de Educação Física nos anos finais do ensino
fundamental, bem como a importância da capacidade de criatividade do professor,
para o desenvolvimento da prática pedagógica, a qual deve se dar de acordo com
cada realidade, de forma significativa, refletida e fundamentada.
“Um projeto educativo, nessa direção, precisa atender igualmente aos
sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e
cultural e às possíveis necessidades especiais para aprendizagem” (PARANÁ, 2008,
p. 15).
Assim, evidencia-se a fundamentação teórica como uma necessidade para o
desenvolvimento das aulas de Educação Física, na perspectiva de contribuir para
que o aluno tenha “a formação necessária para o enfrentamento com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo” (PARANÁ,
2008, p. 20).
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A Educação Física escolar
Acredita-se que muitas das dificuldades do professor para o desenvolvimento
das aulas de Educação Física, podem dar-se justamente pela falta de subsídios
teóricos metodológicos do educador. Assim, por meio deste artigo apresenta-se o
trabalho desenvolvido na escola, o qual se refere ao encaminhamento metodológico
voltado a uma fundamentação teórica para o desenvolvimento do trabalho
pedagógico na escola, especificamente nas aulas de Educação Física dos anos
finais do ensino fundamental.
O desenvolvimento do trabalho na escola nessa perspectiva requer, por parte
do professor, a pesquisa pautada na busca de conhecimentos que leve o aluno a ter
um aprendizado mais dinâmico, utilizando o lúdico e a criatividade no planejamento
e desenvolvimento das aulas. “O ensino da educação física tem também um sentido
lúdico que busca instigar a criatividade humana à adoção de uma postura produtiva
e criadora de cultura, tanto no mundo do trabalho como no de lazer” (COLETIVO DE
AUTORES, 1992, p. 40). O homem busca constantemente conhecimentos e nessa
procura ele se fundamenta adquirindo novos saberes científicos que está
relacionado com a sua própria realidade.
O professor de Educação Física pode utilizar inúmeros materiais didáticos
para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, possibilitando assim ao aluno
acesso aos conhecimentos da cultura corporal, contribuindo para sua formação e
ampliando sua visão de mundo (política, econômica, histórica e social).
“A compreensão dos novos rumos exige a reflexão conjunta pelos avaliadores
e todos os envolvidos, porque lhe exige retomar concepções de democracia, de
cidadania, de direito à educação” (HOFFMANN, 2011, p. 16). O entendimento da
Educação Física, enquanto área de conhecimento exige do professor uma visão
ampliada sobre sua profissão e seu papel de educador, a qual deve contemplar os
diferentes âmbitos: político, econômico, histórico e social. As aulas de Educação
Física devem contribuir para que o aluno aprenda, compreenda e utilize os
conhecimentos, sendo capaz de ampliá-los, alcançando assim novos horizontes
como sujeitos na sociedade.
O papel do professor na Educação Física é questionar o aluno por meio de
aulas significativas, fundamentadas e motivadoras, utilizando para tanto recursos
materiais e estratégias pedagógicas que possibilitem e auxiliem o aluno na
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aprendizagem dos conteúdos. “É preciso, porém, que o professor tenha cuidado
para não empobrecer a construção do conhecimento em nome de uma prática de
contextualização” (PARANÁ, 2008, p. 28).
A escola é um espaço formal de educação, local onde o conhecimento deverá
ser trabalhado na sua cientificidade, sendo que o professor deverá instigar e motivar
o aluno a aprender, para que ele próprio sinta a necessidade de buscar cada vez
mais o conhecimento.
A escola é lugar do encontro, das trocas de experiências, da ampliação das redes de convivência entre os humanos. Por mais que as suas regras rígidas de funcionamento sejam questionadas, num sentido amplo, o valor social da escola para a participação na vida em comum através de processos de formação e ampliação do conhecimento é inegável (PIMENTEL, 2011, p. 97).
Os conhecimentos trabalhados nas aulas de Educação Física, nos anos finais
do ensino fundamental, visando um aprofundamento teórico, requerem do professor
estudos e reflexões, ao assumir o papel de mediador do processo de ensino e
aprendizagem, questionando, motivando e propiciando aos alunos subsídios teóricos
para este aprofundamento.
O professor que pensa sua atuação é um sujeito que procura conhecer o local onde transita e as pessoas com quem se relaciona em sua prática educativa. Um simples olhar sobre as peculiaridades de seus educandos o ajudará a desenvolver uma relação menos homogeneizante com os mesmos, respeitando suas características particulares e suas necessidades. Este “olhar” mais atento o auxiliará a perceber esses alunos de forma mais humana e mais particular, estabelecendo uma relação de respeito, de reconhecimento e, porque não, de afeto. Este é um olhar cuidador, de alguém que se ocupa em reconhecer no seu próprio indivíduo complexo, um sujeito único, capaz de se integrar com um coletivo que compõe a sala de aula, mas que mesmo assim será diferente de todos (POKORSKI, 2011, p. 180).
O planejamento elaborado nas escolas públicas da rede estadual no início de
cada ano letivo tem seus pressupostos, principalmente, nas DCE (PARANÁ, 2008)
que fundamenta o trabalho pedagógico a ser desenvolvido nas aulas de Educação
Física. Assim sendo, os professores ao planejarem, organizam e selecionam
conteúdos contemplando, entre outros, o contexto histórico, os conteúdos
estruturantes e a metodologia, mas questiona-se: Quais são os pressupostos
teóricos metodológicos que o professor utiliza para elaborar seu planejamento?
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Como o professor organiza seu plano de trabalho docente? Como cada professor
organiza suas aulas, a fim de que as mesmas sejam dinâmicas e motivadoras?
Tais questionamentos permeiam o contexto escolar, principalmente,
considerando-se à rotatividade de muitos professores nas escolas, assim grande
parte dos docentes não está presente quando o trabalho pedagógico está sendo
discutido e organizado, seria imprescindível a participação de todos os docentes
para a elaboração de um planejamento coletivo buscando a interdisciplinaridade, o
lúdico e a criatividade.
A cada momento a sociedade exige uma nova postura do professor, necessitando que ele e as instituições de ensino ressignifiquem suas práticas. A educação que se realiza nas escolas pode ter sentido para os destinatários que dela usufruem, seja ele professor ou aluno, possibilitando a formação de um profissional preocupado com o bem estar dos seus semelhantes (BLISSARI, 2011, p. 209).
Provavelmente o professor será questionado quando não dispuser de
argumentações teóricas para trabalhar conteúdos pertinentes e significativos nas
aulas de Educação Física, assim deverá sempre fundamentar o trabalho pedagógico
que desenvolve na escola.
Para Bherens (apud CARAFFA, 2011) com a utilização de metodologias
calcadas na criatividade em sala de aula, o aluno terá como desafio ações
diferenciadas como saber pensar, aprender a aprender, apropriar-se dos
conhecimentos disponíveis pelos múltiplos recursos inovadores e adquirir
competência crítica, reflexiva e criatividade para produzir novos conhecimentos.
Assim sendo, é muito importante que o professor pense sobre a necessidade de
fundamentação teórica nas aulas de Educação Física dos anos finais de ensino
fundamental, pois o crescimento intelectual do aluno parte de conceitos simples que
irão ter uma continuidade nos anos seguintes de sua escolarização, o que poderá
propiciar um melhor aprendizado (PARANÁ, 2008).
Educação Física escolar, conteúdos estruturantes e criatividade
O saber advém de um processo contínuo de aprendizado do ser humano na
vida, onde ele tem acesso a inúmeros conhecimentos para o seu crescimento
pessoal e profissional. Com os professores não é diferente, assim a busca pela
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formação deve se dar ao longo da profissão, a fim de que o trabalho pedagógico
seja desenvolvido na escola com comprometimento político-pedagógico.
“A Educação Física é parte do projeto geral de escolarização e, como tal,
deve estar articulada ao projeto político-pedagógico, pois tem seu objeto de estudo e
ensino próprios, e trata de conhecimentos relevantes na escola” (PARANÁ, 2008, p.
50). Considerando e acreditando num trabalho pautado pela fundamentação afirma-
se que é fundamental repensar sobre a importância do desenvolvimento da
Educação Física.
Para uma formação ampla e contínua na escolaridade dos alunos, deve-se
justificar a importância da Educação Física, considerando sua trajetória como uma
disciplina que se tornou obrigatória na grade curricular das escolas, bem como
apontar pontos relevantes e importantes que serão a base para a sequência dos
estudos.
Assim, destacam-se dois pontos considerados importantes para a
organização, elaboração e desenvolvimento das aulas de Educação Física, nos
anos finais do ensino fundamental, são eles:
1º A Educação Física como disciplina do currículo escolar é fundamental e
visa contribuir para o desenvolvimento integral dos alunos, no sentido de despertar o
senso crítico e socializante de cada criança e adolescente, além de auxiliar no
crescimento corporal.
2º Os conteúdos de ensino da Educação Física são configurados pelas
atividades corporais institucionalizadas. Assim, é fundamental que a visão de
historicidade dos conteúdos seja abordada nas aulas de Educação Física, a fim de
que o aluno compreenda que a “produção humana é histórica, inesgotável e
provisória. Essa compreensão deve instigar o aluno a assumir a postura de produtor
de outras atividades corporais que, no decorrer da história, poderão ser
institucionalizadas” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 40).
Conhecer aspectos sobre a origem e a história da Educação Física significa
entender sobre sua essência, como os diferentes conhecimentos foram elaborados e
modificados pelo homem através dos tempos. Tal entendimento possibilita que os
alunos ampliem seus conhecimentos sobre a cultura corporal, o que poderá
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contribuir para que tenham uma visão diferenciada da Educação Física, atribuindo-
lhe a importância que deve ter enquanto disciplina do currículo escolar.
O desenvolvimento de tais conhecimentos deverá ter um embasamento
teórico metodológico, a fim de possibilitar um trabalho pedagógico que contemple
atividades diversificadas, desafiantes e motivadoras, para tanto as atividades lúdicas
possibilitam que o aluno aprenda de forma prazerosa, bem como é fundamental que
compreenda tais atividades.
Entre as atividades lúdicas temos os diferentes tipos de jogos, os quais
possibilitam uma abordagem lúdica nas aulas de Educação Física, sendo que a
criatividade e o trabalho coletivo estão presentes, pois os jogos permitem que os
participantes dialoguem, modifiquem e adaptem suas regras, o que propicia aos
alunos compartilhar e inventar novas formas de jogar.
Na educação física, o desenvolvimento do indivíduo num meio ambiente humano – portanto, cultural e social – deve ser o objetivo principal, independentemente de qualquer divisão que se tente fazer de seu conteúdo em áreas de conhecimento. É preciso valorizar a tarefa coletiva; para isso, em se tratando de educação física, possuímos diversos recursos, dentre eles o privilégio de poder contar com os jogos [...] (FREIRE; SCAGLIA, 2007, p. 31).
As atividades lúdicas contextualizadas nas aulas podem transformar e
potencializar o ambiente pedagógico, possibilitando ao professor de Educação
Física o desenvolvimento de conhecimentos de acordo com um planejamento
fundamentado, que subsidie cientificamente os inúmeros conteúdos da disciplina.
Atualmente, tratar os diversos conhecimentos nas aulas de Educação Física,
tem sido mais viável, pois na escola são disponibilizados diversos recursos
tecnológicos (tv pen-drive, lousa digital, data-show, notebook, tablet, etc), cabendo
ao professor o preparo e dedicação, a fim de utilizar da melhor forma estes recursos
no desenvolvimento do planejamento escolar.
Nas aulas o professor se depara com alguns obstáculos, turmas de alunos
numerosas, a escassez de material, a falta de espaço adequado, entre outros. Tais
obstáculos dificultam o trabalho do professor, mas não podem impedir o
desenvolvimento do planejamento, o qual deve ser fundamentado, contextualizado e
significativo, pois os alunos têm direito a uma educação de qualidade.
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Segundo Lima (1990, p. 59) é preciso que o educador tenha sempre presente
que o conhecimento não é algo pronto e acabado, mas sim algo em constante
movimento e transformação.
Muitas vezes, as aulas de Educação Física são voltadas para a prática pela
prática, onde o aluno não compreende o por que das atividades que realiza, assim
os conhecimentos devem ser historizados, contextualizados e ter algum significado
para os alunos. “Uma teoria da prática pedagógica denominada Educação Física vai,
necessariamente, ocupar-se da tensão entre o que vem sendo e o que deveria ser,
ou seja, da dialética entre o velho e o novo” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.
50).
O encaminhamento teórico metodológico utilizado pelo professor de
Educação Física, está relacionado com sua capacidade de pesquisar, planejar e
criar, ou seja, tal encaminhamento deve incluir a busca de alternativas para trabalhar
os conteúdos propostos nas aulas.
A importância de demonstrar as relações entre os conteúdos da disciplina Educação Física e os das demais disciplinas reside, não na sua importância como meio auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos comuns do conhecimento e na dependência que corpo e mente, ação e compreensão, possuem entre si (FREIRE, 2006, p. 183).
Cabe ao professor usar de diferentes estratégias para o desenvolvimento dos
conteúdos, pois de acordo com as DCE (PARANÁ, 2008, p. 50) “Propõe-se que a
Educação Física seja fundamentada nas reflexões sobre as necessidades atuais de
ensino perante os alunos, na superação de contradições e na valorização da
educação”.
Tais conteúdos interagem com os alunos quando planejados de forma
diferenciada e criativa, mediante um processo onde se busca a aprendizagem de
todos. Segundo as DCE (PARANÁ, 2008, p. 53), além dos conteúdos estruturantes,
temos os elementos articuladores que são:
a) Cultura Corporal e Corpo;
b) Cultura Corporal e Ludicidade;
c) Cultura Corporal e Saúde;
d) Cultura Corporal e Mundo de Trabalho;
e) Cultura Corporal e Desportivização;
f) Cultura Corporal Técnica e Tática,
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g) Cultura Corporal e Lazer,
h) Cultura Corporal e Diversidade;
i) Cultura Corporal e Mídia.
Refletir e considerar estes elementos articuladores possibilita ao professor
uma maior abrangência do planejamento, estando, portanto atento a um trabalho
interdisciplinar, que busca auxiliar o aluno num aprendizado aprofundado na
disciplina.
Entende-se a Educação Física de acordo com o Coletivo de Autores (1992, p.
61) que dizem: “A Educação Física é uma disciplina que trata, pedagogicamente, na
escola, do conhecimento de uma área denominada aqui de cultura corporal”.
Portanto, todo conhecimento deve ter uma fundamentação sobre o porquê, para
quê, para quem e como será desenvolvido. Assim, os conteúdos estruturantes da
disciplina (esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, lutas e dança) deverão ser
organizados e desenvolvidos de acordo com cada realidade escolar.
Tal encaminhamento do trabalho pedagógico exige que o professor avalie o
processo educacional como um todo, questionando desde os objetivos, conteúdos,
metodologia, avaliação, entre outros, no sentido de buscar melhorar cada vez mais
as aulas de Educação Física, para tanto a fundamentação teórica e a criatividade
são elementos essenciais para a elaboração e efetivação do planejamento.
Segundo Coletivo de Autores (1992, p. 40) “O ensino da educação física tem
também um sentido lúdico que busca instigar a criatividade humana à adoção de
uma postura produtiva e criadora de cultura, tanto no mundo do trabalho como no de
lazer”.
O professor deverá usar de todos os meios possíveis para o desenvolvimento
da criatividade do aluno, buscando relacionar os conteúdos curriculares ao
crescimento das suas habilidades e potencialidades.
Criar é uma possibilidade que o professor tem para transformar o processo de
ensino e aprendizagem numa etapa prazerosa para o aluno, e esta ação do
professor em ser criativo mostrará um caminho onde o seu trabalho terá uma
sustentabilidade e como consequência a aprendizagem do aluno.
Em relação à criatividade Freire (2006, p. 66) se posiciona dizendo: “Talvez
eu esteja exagerando um pouco, mas o fato é que a falta de criatividade é um dos
graves empecilhos para uma Educação Física de melhor qualidade”.
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A possibilidade de se realizar um bom trabalho didático nas escolas, referente
à fundamentação teórica depende das expectativas almejadas para o ensino e das
experiências vivenciadas. O importante é atribuir confiança na maneira de pensar e
criar novas estratégias, ideias, soluções e novas concepções.
Segundo Freire (2006, p. 67) “O que falta nas escolas, na maioria das vezes,
não é material, é criatividade” Ou melhor, falta o material mais importante. Essa tal
de criatividade nunca é ensinada nas escolas de formação profissional”.
Acredita-se que a criatividade pode contribuir para dinamizar o trabalho
pedagógico nas aulas de Educação Física, possibilitando que o aluno aprenda de
forma prazerosa, criando e transformando o conhecimento.
A criatividade é um dos requisitos mais mencionados, reverenciados, exigidos nos planejamentos educacionais. No cotidiano escolar, entretanto, é apenas mais um dentre os objetivos declarados e não realizados, fazendo companhia a outros, como autonomia, cooperação ou ética [...] Não é somente o jogo que pode contribuir para formar inteligências criativas, mas é dele que estamos falando; ele constitui um campo fértil de transgressão, de liberdade, de ruptura com velhas fórmulas (FREIRE; SCAGLIA, 2007, p. 172).
A criatividade, por meio do jogo, por exemplo, pode fazer toda a diferença nas
aulas de Educação Física. Mas, qual a relação entre o ensino e a criatividade?
As estratégias para o ensino do pensamento criativo encontram aplicação imediata em qualquer nível de ensino e adequação a qualquer proposta metodológica. A escola não pode dispensar tal oportunidade: a de aplicar os conhecimentos oriundos da Psicologia da Criatividade em suas atividades e propostas curriculares (VIRGOLIN, 1995, p. 24).
É necessário direcionar o olhar para o futuro, exercitando a imaginação e a
fantasia dos alunos, na tentativa de solucionar problemas e/ou situações que novos
tempos sempre trazem.
Partindo desse pressuposto, concluímos que somos todos criativos, somos todos capazes de produzir, construir, inventar novos objetos, coisas, idéias, ações, reformulações. Temos o poder de produzir elementos e conhecimentos novos, nascemos dotados deste potencial, trazemos como herança da espécie a habilidade de criar (VIRGOLIN, 1995, p. 19).
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Mais adiante, Virgolin (1995, p. 24) ressalta ainda que:
Através de inúmeras estratégias para o desenvolvimento do pensamento criativo, é possível promover o crescimento de habilidades como fluência (quantidade de ideias produzidas), flexibilidade (habilidade de analisar uma situação sob várias perspectivas) e originalidade (habilidade de produzir ideias incomuns e diferentes), que constituem o núcleo do pensamento criativo.
É necessário cultivar a criatividade na escola, e assim estimular o
pensamento criativo dos alunos, por meio de uma fundamentação teórica
metodológica do trabalho pedagógico, desenvolvendo-lhes assim suas habilidades
de resolverem problemas/situações que advirem futuramente. É o momento de usar
as artimanhas do pensamento.
[...] quando uma nova proposição curricular é apresentada às escolas, como fruto de ampla discussão coletiva, haverá, também, criação de novas práticas que irão além do que propõe o documento, mas respeitando seu ponto de partida teórico-metodológico (PARANÁ, 2008, p. 16).
A criatividade no planejamento de Educação Física é uma ferramenta
importante para subsidiar o professor no seu trabalho pedagógico, pois a mesma é
fundamental para o desenvolvimento de aulas em busca de um aprendizado dos
alunos prazeroso e lúdico.
A implementação do projeto na escola
O projeto foi desenvolvido, no período de 03/02/2014 a 12/05/2014, no
Colégio Estadual Rodrigues Alves – Ensino Fundamental e Médio, situado no
município de Jaguariaíva – PR, totalizando trinta e duas (32) horas de atividades na
forma de Unidade Didática, e envolveu seis (6) professores e dois (2) acadêmicos.
O objetivo do trabalho foi contribuir com subsídios teóricos metodológicos para o
desenvolvimento das aulas de Educação Física dos anos finais do ensino
fundamental.
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O trabalho foi direcionado aos professores e acadêmicos de Educação Física,
com o desenvolvimento de produções didáticas com embasamento teórico
metodológico de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Educação Física – DCE (PARANÁ, 2008).
Nessa direção, por meio do trabalho, procurou-se evidenciar subsídios
teóricos metodológicos, por meio de oito (8) produções didáticas, as quais
contemplaram os seguintes conhecimentos: definição e conceito de Educação
Física; aspectos históricos da Educação Física; os conteúdos estruturantes (esporte,
jogos e brincadeiras, ginástica, lutas e dança) apontados nas DCE (PARANÁ, 2008).
Como estratégias para o desenvolvimento do trabalho utilizaram-se
discussões, a fim de que professores e acadêmicos pudessem articular os
conhecimentos adquiridos na sua formação com aqueles desenvolvidos na sua
pratica docente. Utilizaram-se também recursos materiais como vídeos e gravuras
que correspondessem ao tema desenvolvido, após as discussões em grupo, eram
feitas análises das possibilidades de aplicação do material em sala de aula.
O desenvolvimento do trabalho foi permeado pelo agir metodológico no
desenvolvimento das aulas de Educação Física, a partir daí, ressaltava-se a
importância da aplicação dos fundamentos teóricos para um aprendizado
significativo dos alunos, a fim de que os mesmos possam utilizar os conhecimentos
abordados na disciplina na sua vida em seu beneficio.
Diante da necessidade da aplicação da fundamentação teórica e pensando
em um ensino de qualidade, reportamo-nos aos textos que abrangem os conteúdos
estruturantes, buscando dinamizar a metodologia de como aplicar em sala de aula.
A biblioteca da escola, onde o projeto foi desenvolvido, tem um acervo muito
bom que inclui livros e meios tecnológicos, tais recursos contribuem para o
desenvolvimento de um trabalho pedagógico diversificado, o que possibilita uma
formação integral dos alunos.
A proposta do trabalho é um desafio aos professores de Educação Física dos
anos finais do ensino fundamental, para que usem da sua criatividade e busquem
(ou criem) novos e desafiadores meios didáticos, a fim de que os alunos tenham
acesso a um maior acervo de conhecimentos da Educação Física.
Ao desafiar os professores e acadêmicos a criarem, acredita-se que os
mesmos possam a vir desenvolver estudos e pesquisas, a fim de que inovem o
encaminhamento metodológico da prática pedagógica.
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Acredita-se que o trabalho desenvolvido nessa perspectiva, guiado
metodologicamente pela pesquisa e criatividade, suscitará nos professores e
acadêmicos de Educação Física questionamentos sobre a prática pedagógica
efetivada na escola.
Grupo de Trabalho em Rede – (GTR on line)
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE previu que além do
trabalho com os professores e acadêmicos de Educação Física, a participação dos
mesmos no GTR on line (Grupo de Trabalho em Rede), propondo assim uma
discussão maior sobre o tema.
A produção didático-pedagógica foi apresentada aos professores na rede do
GTR on line para discussão, questionamentos e troca de ideias entre todos.
O objetivo em apresentar o trabalho num contexto geral aos professores, foi
para que eles conhecessem e refletissem sobre a importância da Educação Física
no contexto escolar, e ainda permitir-lhes a compreensão do seu contexto histórico.
Nesse trabalho do GTR on line foi apresentado aos professores da rede o
projeto e a Unidade Didática que seria desenvolvida, para que todos discutissem e
apresentassem diversas ideias, buscando contribuir para um melhor planejamento
educacional, bem como acatar novas ideias na contribuição para uma
implementação em sala de aula.
As experiências dos professores somaram muito, devido aos vários relatos de
trabalhos diferenciados que os mesmos já realizaram/realizam e outros docentes
que leram as experiências e aplicaram em suas aulas.
Os depoimentos dos professores e acadêmico
Diante deste processo de discussão do GTR on line, os professores tiveram a
oportunidade de criticar, dar suas opiniões, bem como dar exemplos do seu
cotidiano para que todos pudessem se apropriar na busca de atividades e
experiências em sala de aula.
Foram várias as contribuições dos professores de Educação Física, relativas
às experiências e discussões apresentadas no GTR on line, na sequência constam
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alguns depoimentos pertinentes ao tema, que foram discutidos por todos os
participantes do trabalho.
O professor 1 destaca o uso das mídias em sala de aula como uma
ferramenta de grande importância para uma melhor aprendizagem dos alunos, ou
seja, uma ferramenta de apoio nas aulas de Educação Física. O professor 1 diz:
Gosto muito ao trabalhar um conteúdo, trazer informações históricas do mesmo, sua evolução no decorrer dos tempos e mudanças necessárias devido à evolução, bem como alterações no comportamento social, importância do mesmo para nosso dia a dia e atualmente, principalmente usando a mídia como parâmetro pata tais mudanças. Não podemos deixar de analisar com os educandos a importância da mídia no contexto histórico social, objetivos a serem alcançados e realizo isso todas as aulas com uma pequena conversação após a chamada introduzindo o conteúdo a ser trabalhado, fazendo este resgate histórico cultural para depois irmos a prática fazendo com que os alunos no decorrer da atividade compreendam a teoria no momento da prática (Professor 1).
O professor 2 destaca a importância da criatividade para o desenvolvimento
das aulas de Educação Física, segundo o mesmo estimula a percepção e a
participação dos alunos. Acredita-se que o fato do professor ser criativo contribui
para que as aulas sejam mais dinâmicas objetivando o aprendizado dos alunos.
Quanto ao discutido que é a criatividade, considero essencial à mudança na rotina escolar para promover a curiosidade nos estudantes de aprender a cada dia mais e melhor. Contudo, se a reflexão passa pela DCE em Educação Física do Estado do Paraná, acredito ser coerente perceber os fundamentos de educação que passam pela própria teoria que organiza o discurso da proposta curricular, materialismo histórico e dialético (Professor 2).
Para o professor 3 o ato de sistematizar é fundamental para que os alunos
aprendam e ampliem seus conhecimentos, o mesmo destaca que:
[...] a função do professor de Educação Física hoje é o de sistematizar o conhecimento construído historicamente na disciplina, para que o aluno amplie por meio dos conteúdos o próprio aprendizado. Neste sentido, desenvolver atividades que priorizam a competição, deixa espaço para o planejamento de conteúdos que possibilitem aspectos os quais visem à reflexão, a criação, a recriação, o lúdico e a aprendizagem crítica. Isso será possível se o professor fundamentar teoricamente a sua ação pedagógica a
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partir dos documentos legais que orientam e organizam metodologicamente a proposta do Estado do Paraná, neste caso as DCE (PARANÁ, 2006-2008) e obras literárias com autores que estejam no mesmo sentido desta proposta (Professor 3).
Conforme as DCE (PARANÁ, 2008), temos os conteúdos estruturantes para
trabalharmos nos anos finais do ensino fundamental, cabe ao professor a
organização do trabalho pedagógico, planejando, sistematizando e desenvolvendo
cada conteúdo, de acordo com cada fase escolar. Para tanto, conhecer o aluno e a
sua realidade, ou seja, o meio em que está inserido e que demandará um
planejamento coerente e objetivo ao aprendizado deste aluno. Nesse sentido o
professor 4 diz:
A organização do trabalho pedagógico do Professor de Educação Física deverá estar inserido no processo de ensino e aprendizagem incorporando a participação e inclusão do aluno, sendo assim o professor deverá ter a responsabilidade de organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais. Para isto devemos utilizar de diferentes metodologias em nossas aulas e não aplicarmos só um ou dois conteúdos, mas sim diversificar para melhorar o ensino aprendizagem da parte motora, cognitiva e afetiva o que contribuirá para que o aluno seja autônomo e que entenda o processo histórico que está inserido. No entanto, entendemos que a Educação Física é uma prática pedagógica que temos como estudo esporte, jogos e brincadeiras, dança, ginástica e lutas, conforme relata a DCE e que estes conteúdos devem ser tratados tanto na sua parte prática e teórica sendo realizada por meio de contextualização e as metodologias utilizadas fica a cargo de cada professor (Professor 4).
Em todo planejamento o professor deverá ter o cuidado de focar o contexto
histórico, mas de uma forma sistematizada de fácil compreensão para o aluno,
utilizando para isso os diversos recursos físicos e materiais que a escola
disponibilize, tendo como objetivo principal o aprendizado dos alunos. Os
depoimentos abaixo, dos professores 5 e 6, apontam aspectos relacionados a
organização e ao desenvolvimento das aulas de Educação Física.
A utilização pelo professor da exposição dos conteúdos teóricos fundamentais vêm ajudar de maneira que o aluno passa a entender o porque das atividades propostas. Fazendo com que a Educação Física e o professor ganhem credibilidade do aluno no processo ensino aprendizagem. Se esse conteúdo for aplicado utilizando-se a criatividade então o resultado será melhor ainda. Um conteúdo apresentado com pressupostos teóricos
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metodológicos fundamentados vai fazer com que ele perceba a importância das atividades propostas e vai despertar no aluno a curiosidade e o interesse, a ponto dele buscar na sua aula ou até em pesquisas informações na busca do conhecimento (Professor 5). A fundamentação teórica é de grande importância nos anos finais do ensino fundamental devido que é neste momento que fundamentamos a nossa disciplina e as atividades pertinentes ao meio que foi planejado. Cada atividade proposta aos alunos deverá ter uma fundamentação para a sua aplicabilidade, depende da criatividade do professor em inovar através das metodologias que cada um possa utilizar (Professor 6).
As aulas de Educação Física deverão ser planejadas de acordo com os
objetivos pretendidos, bem como o tema que iremos trabalhar, assim é muito
importante desenvolver os conhecimentos de uma forma objetiva e de fácil
compreensão para os alunos, estimulando-os a buscarem novas informações para
serem discutidas nas aulas seguintes, propondo também que eles compartilhem
com os demais colegas tais informações, a fim de aprofundarem o conhecimento
num todo e para todos.
O trabalho sendo desenvolvido e discutido, há um melhor entendimento sobre a Educação Física e seus conceitos. Entender um pensamento diferente quanto aos Conteúdos Estruturantes. A cada momento tivemos análises dos textos, momentos de reflexão, mas sempre voltado para a postura do professor perante as aulas e as situações apresentadas (planejamento e criatividade).(Acadêmico 1).
A fala do acadêmico 1 revela que o mesmo reconhece que a interação com
os pares fortalece a discussão e a comunicação entre todos, e ainda possibilita
ampliar a relação com os professores, o que contribui para apontar possibilidades
pedagógicas inovadoras na escola, e ainda refletir sobre nossa postura como
educador.
Durante a realização do trabalho, foi possível perceber o empenho e a
dedicação dos professores e acadêmicos, bem como a participação efetiva de todos
na exposição de suas opiniões sobre os conteúdos apresentados e estudados no
GTR on line.
As experiências discutidas e vivenciadas pelos professores no GTR on line
foram de grande importância, devido ao amadurecimento de todos, a troca de ideias,
as discussões e reflexões, certamente poderão contribuir para dinamizar e melhorar
o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física.
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O trabalho desenvolvido contribuiu para ampliar o olhar dos participantes em
relação às possibilidades teóricas e metodológicas, para o desenvolvimento das
aulas de Educação Física, nos anos finais do ensino fundamental, bem como refletir
sobre ser professor.
Considerações finais
O trabalho apresentado e desenvolvido com os professores e acadêmicos de
Educação Física, por meio das ações foram relevantes ao desenvolvimento
profissional, auxiliando no processo de crescimento intelectual e social.
Este trabalho traduz o resultado da prática pedagógica pela discussão dos
conteúdos estruturantes focando a criatividade, ou seja, a capacidade do professor
criar nas suas mais adversas situações.
Destaca-se que, embora a intenção inicial no projeto tenha sido envolver um
maior numero de professores e acadêmicos, o trabalho realizado foi muito
gratificante, pois os participantes mostraram-se ativos nas discussões, buscando
contribuir com suas experiências para a aprendizagem num contexto geral.
A escola tem como objetivo levar o aluno encontrar seu próprio caminho, e
cabe ao professor planejar e auxiliar para que este processo seja transformado.
Temos bons alunos e excelentes professores, mas precisamos urgentemente
elaborar melhor nossos planejamentos, buscando inovações e ações criativas dentro
da realidade de cada um.
Neste processo a troca de informações e experiências, que foram e estão
sendo discutidas não somente no grupo, é possível uma melhora no
desenvolvimento, tendo uma eficácia no planejamento mais minucioso no que se
refere ao desenvolvimento de atividades mais dinâmicas e lúdicas.
O presente projeto foi de extrema importância aos professores e acadêmicos
do Colégio Estadual Rodrigues Alves – Ensino Fundamental e Médio, onde foi
visível a reflexão e a participação dos interessados na busca de novos
conhecimentos e ações inovadoras, o que implica no repensar do planejamento a
fim de que o processo de ensino e aprendizagem se efetive de forma fundamentada,
prazerosa e lúdica.
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Referências BLISSARI, Silvia Regina Rosso, Educação Biocêntrica: ousar mudanças na formação de professores; in SOUSA, Ana Maria Borges de; BARBOSA, Isabela Benfica (org.). Cuidar da educação, cuidar da vida. Florianópolis: EDUFSC-CED-NUVIC, 2011, p. 207 - 212. CARAFFA, Rubia Kelly Petry Schimidt, A família moderna e a convivência escolar: algumas considerações; in SOUSA, Ana Maria Borges de; BARBOSA, Isabela Benfica (org). Cuidar da educação, cuidar da vida. Florianópolis: EDUFSC-CED-NUVIC, 2011, p. 223 - 228. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez Editora, 1992. FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Editora Scipione, 2006. FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. 4. ed., Educação como prática corporal. São Paulo: Editora Scipione, 2007. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Editora Mediação, 2011. LIMA, Maria Eugênia de. Repensando a Didática. Campinas: Papirus, 1990. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Educação Física. Curitiba: SEED/PR, 2008. PIMENTEL, Álamo. Aprender com o silêncio, ler ausências, educar-se na convivência. In SOUSA, Ana Maria Borges de; BENFICA, Isabella (org.), Cuidar da educação, cuidar da vida. Florianópolis: EDUFSC-CED-NUVIC, 2011, 129 - 149.
POKORSKI, Guilherme de Oliveira, O olhar cuidador na formação ética do educando; In SOUSA, Ana Maria Borges de; BARBOSA, Isabela Benfica (org). Cuidar da educação, cuidar da vida. Florianópolis: EDUFSC-CED-NUVIC, 2011, p. 177 - 181.
SOUSA, Ana Maria Borges de; BARBOSA, Isabella Benfica (org.). Cuidar da educação, cuidar da vida. Florianópolis: EDUFSC-CED-NUVIC, 2011. VIRGOLIM, Angela Magda Rodrigues. Toc, Toc... Plim, Plim! Lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade. São Paulo: Papirus, 2005.