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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
TÍTULO: Carambeí e o processo de colonização holandesa no final do século XIX Autora: DIONE MANOSSO WUJASTYK Disciplina/ Área: História Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
COLÉGIO ESTADUAL EURICO BATISTA ROSAS – EFM RUA PLÁCIDO DE CASTRO, 500 – BOQUEIRÃO
Município do Colégio: Carambeí – Paraná Núcleo Regional de Educação:
Ponta Grossa
Professora Orientadora:
Maura Regina Petruski
Instituição de Ensino Superior:
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar:
Sociologia, Geografia
Resumo: Atualmente a educação tem valorizado o desenvolvimento da sociedade a partir de uma perspectiva histórica, onde o ser humano é responsável pela construção da sociedade onde se encontra inserido e da própria história, exigindo seus direitos, mas cumprindo com seus deveres. Porém, para que isso aconteça, é preciso que o indivíduo tenha conhecimento de sua história, do seu passado, para que a partir daí possa refletir sobre o momento presente, traçando metas para o futuro. Porém, o que se observa atualmente é que o resgate dessa construção histórica se encontra muitas vezes longe do âmbito escolar, observando-se um processo de perda de memória. É neste sentido que o resgate do processo de colonização do município de Carambeí – PR em sua multiplicidade cultural / étnica é importante para que os alunos compreendam a história local, a importância da etnia holandesa no processo de formação do município, bem como suas contribuições para a cultura local observadas no presente. Assim sendo, diante da relevância da temática justifica-se a escolha do tema dessa pesquisa, de cunho bibliográfico, que busca responder ao seguinte problema: Como o povo holandês contribuiu para a formação da cidade de Carambeí? De modo geral objetiva compreender o processo de colonização holandesa na cidade de Carambeí, bem como identificar o contexto social da vinda dos imigrantes holandeses. De modo específico busca reconhecer a importância do cooperativismo no crescimento de Carambeí, elencar os principais fatores que contribuíram para o progresso do município e perceber a influência cultural holandesa existente na cidade.
Palavras-chave: Carambeí; colonização holandesa; imigração; memória. Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público Alvo: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental
A presente unidade didática integra o Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, política pública do Estado do Paraná, programa este que
objetiva a formação continuada dos professores através de uma relação
dialógica entre os professores da Rede Estadual de Ensino – Educação Básica
e professores do Ensino Superior da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Durante todo o período do curso há uma interação contínua entre os
diferentes integrantes do grupo, seja nas atividades teóricas e práticas, seja
nas orientações pedagógicas, seja na elaboração de materiais didáticos ou
ainda, e principalmente, na intervenção junto à realidade escolar, a qual
prioritariamente visa uma reflexão acerca da prática docente, no intuito de
melhorar o processo educativo.
Este programa permite que o professor se dedique a uma nova
formação acadêmica, baseada na retomada de conteúdos fundamentais,
inerentes à área de atuação do professor.
O referido projeto de implementação será desenvolvido no município
de Carambeí, no Colégio Estadual Eurico Batista Rosas – EFM, com alunos do
6º ano do Ensino Fundamental, objetivando destacar aos alunos a importância
da etnia holandesa na formação do município.
Há de se destacar que muitos alunos vêem os holandeses como
“metidos”, “intrusos”, “que se acham donos do lugar” e isso precisa ser mudado
diante da relevância de suas ações ao longo da história, principalmente no que
se refere ao fortalecimento econômico e social local.
A unidade didática organiza-se em seções, nas quais será trabalhado o
tema “Carambeí e o processo de colonização holandesa no final do século
XIX.”
Os alunos participarão de atividades diversificadas, tais como leituras
relacionadas ao assunto, excursões, visualização de materiais midiáticos,
confecção de cartazes, redações, peças de arte, etc.
Também haverá a participação de convidados da comunidade local. O
referido material também será disponibilizado para os demais professores que
atuam na instituição de ensino, equipe gestora, comunidade e demais
interessados. Será realizada uma cópia de todo material e entregue na
Biblioteca do Colégio para que faça parte do acervo.
A implementação do presente material será realizada no ano letivo de
2014, com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual
Eurico Batista Rosas. Serão realizados oito encontros semanais de quatro
horas cada um, em contraturno.
Serão utilizados durante o processo diferentes materiais midiáticos,
fotografias, textos, imagens. Os alunos também participarão de excursões
pedagógicas à pousada Sinhara e Casa da Memória de Carambeí, tendo em
vista que a visitação a esses locais trará certamente, benefícios à
compreensão da temática: a colonização holandesa do município.
BOECHE, L. Cooperativismo em questão. In Easycoop: Cooperativismo em revista. 2010. CAINELLI, M. R. O sentido do passado e da história na memória popular: ideias sobre a história e o passado fora da escola. In: PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 23, n. 02, jul./dez. 2005.
CAMARGO, O. O que é cidadania? Brasil Escola. 2013. http://www.brasilescola.com/sociologia/cidadania-ou-estadania.htm Acesso em 17/05/13 CHAVES, N.B. (Org.) Immigranten. História da imigração holandesa na Região dos Campos Gerais. 1911 – 2011. Ponta Grossa: Toda palavra: 2010. DA COSTA, R. História e Memória: a importância da preservação e da recordação do passado. In: Revista Sinais 2, vol.1. Outubro/2007. Vitória: UFES. HOROCHOVSKI, R. & HOROCHOVSKI, M. T. R. Viver em Carambeí: aspectos da sociabilidade em uma colônia holandesa. In Immigranten. História da imigração holandesa na Região dos Campos Gerais. 1911 – 2011. Ponta Grossa: Toda palavra: 2010. JACINTO, S.; LUZ, P. A imigração em Portugal e na Europa. http://pradigital-sandrajacinto.wikispaces.com/file/view/A+Imigra%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em 30/05/2013 KOOY, H. A. Carambeí: 75 anos – 1911 –1986. Castro: Kugler, 1986. RÜSEN, J. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: UNB, 2001. SAINT- HILAIRE, A. Viagem à comarca de Curitiba: 1820. São Paulo: Cia. Ed. Nacional, 1964. 21 TELES, E. L. A. Passado, memória e história: o desejo de atualização das palavras e feitos humanos. Ano I - Nº 03 - Dezembro de 2001 - Quadrimestral - Maringá - PR - Brasil - ISSN 1519.6178 WACHOWICZ, R.C. História do Paraná. Curitiba: Editora Gráfica Vicentina Ltda., 1977.
Os alunos serão convidados a refletir sobre sua história de vida. Cada
um dos alunos, de modo voluntário, deve falar sobre algum acontecimento que
tenha marcado sua história.
Depois que todos falarem a professora apontará a importância de se
conhecer o passado de um povo para que a partir dele, se compreenda o
presente e se possam fazer projeções para o futuro. Destacar que, desta
maneira, o passado é a identidade de um povo, responsável pela história de
uma pessoa, de um povo, de um país.
Será apontado ainda que o passado refere-se a tudo aquilo que pode
ser relembrado pelas gerações, que está relacionado às lembranças, às
memórias, e que estas são permanentemente retomadas ao longo da vida de
cada um para se manterem vivas.
Deste modo, apontar que é preciso retomar também a história local,
compreendendo as origens de formação de uma cidade, para compreender sua
mobilidade social.
Neste momento será apresentado o projeto, seus objetivos,
destacando-se a importância de compreender a participação da etnia
holandesa na formação de Carambeí.
Será escrito no quadro negro a palavra “CARAMBEÍ” e os alunos
deverão falar algo relacionado à palavra (Técnica da Tempestade Cerebral).
Posteriormente será colocada a palavra “HOLANDESES” e novamente
os alunos deverão falar algo sobre ela.
Os relatos dos alunos serão anotados no quadro de giz. Depois serão
abordadas as principais idéias apresentadas, sendo introduzido o assunto da
colonização holandesa no século XIX.
Será abordada a questão da imigração em si, sendo explicitado esse
tipo de movimentação, sendo apontados ainda, quais fatores contribuíram de
modo significativo para que ocorresse esse movimento.
No fim deste primeiro encontro será pedido para que os alunos tragam
fotos antigas do bairro, da cidade para que seja montado um painel na próxima
sessão.
Neste segundo encontro será montado o painel com fotos antigas. A
responsável pelo projeto também levará fotos antigas, de acervo próprio, bem
como fotos de Carambeí na atualidade. Depois disso os alunos farão uma
comparação de como era antes e como está Carambeí hoje, elencando as
principais diferenças abordadas. A partir daí será apresentado o conteúdo da
história de Carambeí e como se deu o processo de colonização propriamente
dito. Será tratada inicialmente a questão do Tropeirismo, sendo contada a
história da Pousada da Sinhara como marco fundamental no desenvolvimento
da cidade.
Com auxílio de um mapa do município, a professora PDE fará a exata
localização da cidade, apontando as principais rotas dos tropeiros, destacando
a contribuição dos mesmos para o surgimento da cidade.
Os alunos deverão realizar a leitura do texto produzido pela professora
PDE, intitulado “CARAMBEÍ: CICLO DO TROPEIRISMO”.
CARAMBEÍ: CICLO DO TROPEIRISMO
Carambeí está localizada na região dos Campos Gerais. Situa-se no
sul do Brasil. Embrenhada a oeste da escarpa devoniana do estado do Paraná,
encontra-se geograficamente no segundo planalto. A origem do nome da
cidade é indígena (Tupi Guarani) e significa “Rio das Tartarugas”.
É possível observar no município extensos campos circundados por
matas, galerias e capões esparsos de floresta.
Saint-Hilaire (1964) é um dos autores que descrevem com detalhes os
encantos da região dos Campos Gerais, tendo em vista que viajava
praticamente sozinho, com poucas pessoas contratadas pelo caminho ou
cedidas pelas autoridades. Assim, observa ele sobre a região onde está
situada a cidade de Carambeí: “Esses campos constituem inegavelmente uma
das mais belas regiões que já percorri desde que cheguei à América” (SAINT-
HILAIRE, 1964, IN CHAVES, 2010, p.77). Inclusive, Saint-Hilaire chamou os
Campos Gerais de paraíso terrestre do Brasil.
Depois de sessenta anos da viagem de Saint-Hilare, o Imperador do
Brasil – D. Pedro II – também relatava em seu diário as impressões de sua
visita realizada à Província do Paraná com destaque à região dos Campos
Gerais, apontando que o caminho era lindíssimo, com campos onde se erguem
capões de araucárias, algumas com mais de 33 metros de altura, e cortados de
filas de árvores e arbustos que indicam cursos de água. Falava das nuvens que
projetavam sombras mais ou menos movediças sobre os campos e as colinas
aumentavam a beleza da paisagem
Certamente a região acabou por merecer todo esse destaque por fazer
parte da rota dos tropeiros, ressaltando a importância do ciclo do tropeirismo na
esfera econômica do país.
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&docid=ne8twtUHG7F_mM&tbnid=9cG5j-7ygvchSM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.montecastelo.sc.gov.br%2F planodiretor-02.php&ei=sEiTUqymN8XokQfnvoHABA&bvm=bv.56988011,d.eW0&psig=AFQjCNFm9OUN FkrWZZmF7_TmD8iNgqs_tA&ust=1385470400127563
“Foi o tropeiro um personagem típico da sociedade. O dono das tropas
não era um homem pobre. A formação da tropa requeria quantias razoáveis,
sendo a maioria de seus proprietários homens abastados e de destaque”
(WACHOWICZ, 1977, p. 72).
A comunicação entre o Paraná e São Paulo se dava através da
Estrada da Mata. Esta estrada ligava através de picadas o Rio Grande do Sul
com São Paulo (Sorocaba), passando pelo território paranaense.
O trânsito por estas picadas foi intenso nos séculos XVIII e XIX,
quando a cidade de Minas Gerais era abastecida pela carne bovina vinda do
sul do país, tendo em vista que, preocupada com o garimpo do ouro, não
praticava a agricultura ou pecuária. Também havia a circulação de tropas de
muares que realizam um forte comércio no percurso percorrido, abrangendo
pequenos vilarejos enfileirados ao longo de sua rota, sendo que cada cidade se
encontrava separada da outra por uma distância que corresponde a um dia de
viagem do tropeiro.
À noite os tropeiros descansavam em pequenas pousadas, de
propriedade de comerciantes, onde houvesse um lugar cercado para que os
animais não se extraviassem.
Essas pequenas pousadas, porém, aumentaram ao agregar novos
moradores, prestadores de serviços aos tropeiros, tais como ferreiros,
arreadores, trabalhadores braçais, etc. e assim se formava uma nova cidade, a
qual prestava todos os serviços necessários aos tropeiros em sua viagem.
O tropeiro desempenhava diferentes funções em suas tropeadas: o de
correio, de comércio, de informante das notícias dos últimos acontecimentos,
de negociante, etc.
O ciclo do tropeirismo se estendeu até o início do século XX e compôs
a região mais importante para o desenvolvimento paranaense, a região dos
Campos Gerais.
A origem do município de Carambeí está intimamente ligada a esse
ciclo econômico e também pelo processo de imigração dos holandeses.
Também vale destacar que a cidade de Castro, da qual Carambeí foi
distrito durante 200 anos, foi de fundamental importância para o
desenvolvimento da região dos Campos Gerais por ter sido ela a primeira
cidade instituída na Província do Paraná no século XVIII.
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRR0frFF92UC8 MAsbPQvdnXp2fYSbDgokpmfT9tFVQEhIMvNtvzMw
No ano de 1713 Carambeí resumia-se a uma fazenda que se estendia
em uma extensão que ia desde o Rio Iapó, no município de Castro, até o Rio
Pitangui, no município vizinho de Ponta Grossa. Porém, pode-se apontar que é
a sede desta fazenda, a Pousada da Sinhara, que deu início ao
desenvolvimento de Carambeí.
Inicialmente a fazenda era de José Góes, mas acabou indo a leilão e
finalmente sendo comprada pela família da Sinhara de Carambeí, a Sra.
Francisca Teixeira de Azevedo. Estas pessoas, diante de uma forte
religiosidade, acabam por construir, junto a uma nova residência erguida, um
oratório, sendo que o mesmo acabou se tornando ponto de parada para os
viajantes tropeiros. Carambeí, deste modo, passa a ser um ponto de referência. Texto elaborado por Dione Manosso Wujastyk
A professora PDE enriquecerá a leitura do texto com material
elaborado em Power Point para apresentação aos alunos.
Neste dia os alunos farão uma visita à pousada da Sinhara, patrimônio
conservado em Carambeí como parte da história local.
Nesta excursão os alunos terão oportunidade de compreender a
dinâmica da rota dos tropeiros, os percursos realizados por eles, as
dificuldades encontradas, etc.
Para acompanhar os alunos nessa visita Será convidado o Sr. Dário
Goda, neto de tropeiros e atualmente responsável pelo Museu do Tropeiro em
Carambeí para que relate fatos ocorridos durante o Ciclo dos Tropeiros, como
era a vida deles, quais objetos faziam parte do seu cotidiano, quais as
dificuldades encontradas por eles, etc.
No retorno da excursão os alunos farão uma visita ao Museu do
Tropeiro de Carambeí para conhecer os principais objetos que faziam parte da
rota dos tropeiros.
Os alunos serão livres para fazer as perguntas desejadas.
É possível aponta que o início de Carambeí está intimamente ligado
ao município de Castro, tendo em vista que o primeiro era distrito do
segundo. No ano de 1704, José de Góis e Morais, filho de Pedro Taques
de Almeida era responsável por uma área obtida pelo seu pai através de
concessão de uma sesmaria na região Centro Sul do Paraná. Neste local,
José de Gois e Morais constrói uma fazenda, situada entre o rio Iapó e o
rio Pitangui (atualmente este local é onde se encontra o município de
Carambeí). Esta situação permanece até o ano de 1808, quando esta
propriedade é leiloada e adquirida por Joaquim José Pinto de Morais.
Porém, quando a propriedade foi leiloada estava arrendada para o
coronel Manoel Gonçalves Guimarães. Porém, era o genro, Francisco
Teixeira de Azevedo e sua filha Francisca (a Sinhara de Carambeí) quem
administravam a propriedade. Assim sendo, no intuito de permanecer nas
terras na qual já trabalhavam há tanto tempo, o casal consegue realizar a
compra da fazenda, em sociedade com o Barão de Antonina (Sr. João da
Silva Machado), porém tal sociedade é logo desfeita e o terreno fica sob
os cuidados de Francisco e sua esposa, a Sinhara, os quais fixam
definitivamente, residência no local. .
Neste período já se observava uma ocupação de várias áreas, e
uma delas, a região do Capão Alto, foi ocupada pela Ordem dos
Carmelitas, sendo que os mesmos proibiram a passagem de tropeiros pela
região.
Deste modo, é a Fazenda Carambeí (Pousada da Sinhara) acaba
tornando-se parte do trajeto e pousada para as tropas.
Por isso a relevância desse local para o Ciclo dos Tropeiros e
formação da cidade de Carambeí.
Inicialmente será realizada uma retomada dos principais fatos
observados na excursão. Será confeccionado um cartaz onde serão elencadas
as principais idéias acerca do tropeirismo.
Os alunos serão convidados a refletir sobre a importância do tropeiro
na formação de Carambeí.
Depois disso, será apresentado um material em Power Point, tratando
da vinda dos primeiros holandeses para a região dos Campos Gerais, suas
dificuldades, seus sonhos, anseios, dificuldades.
Será abordada a importância da empresa Brazil Railway Cia na vinda
dos holandeses, sendo relatada toda dinâmica realizada por esta empresa no
processo de colonização.
A formação das primeiras cooperativas também será pauta da
apresentação.
Os alunos receberão um texto de apoio para ser lido depois da
apresentação, intitulado “A COLONIZAÇÃO DE CARAMBEÍ: A VINDA DOS
HOLANDESES”, com o mesmo conteúdo apresentado através do Power Point.
A COLONIZAÇÃO DE CARAMBEÍ: A VINDA DOS HOLANDESES
Pode-se apontar que logo depois do período da Abolição da
Escravatura o Brasil enfrentou um desabastecimento de mão de obra frente à
extinção do trabalho escravo dos africanos. Deste modo, era cada vez mais
difícil encontrar pessoas para trabalhar nas lavouras. Assim sendo, o país
buscava povoar regiões desertas, habitadas apenas por nativos da região, tais
como indígenas e caboclos. Neste sentido, incentivava de modo significativo
todos os processos imigratórios:
O governo brasileiro de então tinha uma política declarada de incentivo à imigração europeia, chegando inclusive, a pagar a viagem, permitir o transporte gratuito de grande quantidade de bagagem por membro de cada família, estimular o financiamento de propriedades, entre outros benefícios (HOROCHOVSKI, 2010, p. 20).
Imigração é entendida como “o movimento de entrada, com ânimo
permanente ou temporário e com a intenção de trabalho e/ou residência, de
pessoas ou populações, de um país para outro” (JACINTO E LUZ, 2009, p.11).
Há vários fatores que incitam os processos imigratórios, tais como
crises políticas e econômicas, guerras, surtos de epidemias, etc. Nestas
situações os imigrantes deixam seu país de origem para tentar se estabelecer
em locais que ofertem melhores condições de vida.
Somado a tudo isso ainda havia a prevalência da ideia de
“branqueamento” e “melhoria” racial advinda de ideias eugenistas, ou seja,
havia a necessidade de evitar que se formassem camadas de pessoas “não
brancas” na população brasileira.
Chaves aponta que “calcula-se que, na passagem do século XIX para o
XX, a população paranaense era de 330 mil habitantes, dos quais cerca de 100
mil eram imigrantes europeus de diferentes origens, com destaque para os [...]
holandeses [...]” (2010, p. 79).
Os imigrantes europeus vieram então ao Brasil, impelidos pelas
excelentes condições ofertadas elo governo, sendo que muitos na Europa
encontravam-se sem perspectivas de futuro diante de diferentes crises
políticas, como é o caso das duas guerras ocorridas no Velho Continente.
Observa-se desse modo, neste período uma forte colonização europeia no
Brasil, imigrantes que vinham à procura de terras boas, com preços bons, além
de um clima semelhante ao da Europa.
Porém, Carambeí não foi a opção certa dos imigrantes holandeses.
Primeiramente eles se instalaram na região de Irati, na localidade de
Gonçalves Junior, porém, não encontraram muitas condições favoráveis.
Enfrentaram infestações de gafanhotos, de porcos do mato e roedores
diversos. Também enfrentaram doenças que levaram à morte principalmente
mulheres e crianças, mais suscetíveis a elas. Mudaram-se então para a região
de Carambeí, sendo que esta cidade acabou se tornando um embrião de uma
das melhores experiências de colonização europeia no Brasil.
Deste modo, é possível apontar que não se tratou de uma imigração
planejada, mas de uma consequência de uma série de desastres ocorridos.
Muitos pensaram em desistir em retornar à sua terra de origem, mas
logo surgiu uma oportunidade única. Uma empresa estrangeira estaria, de
modo significativo, facilitando a aquisição de terras férteis e produtivas para
imigrantes.
Essa empresa era a Brazil Railway Company, ligada ao ramo
ferroviário. Dona de grandes quantidades de terras próximas à ferrovia sob sua
responsabilidade, passou a vendê-las de modo facilitado.
Objetivava ela desenvolver uma via de circulação entre a região sul e
sudeste, de modo especial a cidade de São Paulo para o escoamento de
mercadorias advindas das lavouras; os Campos Gerais se fizeram presentes
no cenário de construção da Estrada de ferro São Paulo – Rio Grande (1897 -
1911).
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&docid=Y41P_HFP6pm2pM&tbnid=b4YH4zHElNXMdM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fvidadmaquinista.blogspot.com%2F2011_07_01_archive.html&ei=ZEmTUq2uE4TtkQeKxoHgCQ&bvm=bv.56988011,d.eW0&psig=AFQjCNHpd3cdevDtRi2TRoYoUDzA3eaCOQ&ust=1385470656897748
O projeto de João Teixeira Soares ligava as províncias de São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, permitindo ainda uma conexão
com o Rio de Janeiro, Argentina e Uruguai. Foi no ano de 1889 que o então
imperador D. Pedro II realizou a outorga da concessão da ferrovia ao seu
idealizador.
Foi Percival Fargulhar o mais notório investidor desse projeto,
proprietário do holding Brazil Raiway Company, o qual, através do mesmo
termo de concessão outorgado pelo imperador, recebeu uma significativa
quantidade de terras (cerca de 15 Km de cada lado da ferrovia), as quais
posteriormente foram legalmente doadas pelo governo federal, além de muitos
outros benefícios.
A União garantiu, por contrato, à Brazil Railway Company uma
subvenção de 30 contos de réis por quilometro construído e, ainda mais,
garantiu juros anual de 6% sobre todo o capital que fosse investido pela
concessionária na obra. Como a Brazil Railway Company, contratualmente,
recebia por quilometro, cuidou de alongar ao máximo a linha, fazendo curvas
desnecessárias e economizando assim em aterros, pontes, viadutos e túneis.
(KOOY, 1986, p.34)
Tudo isso gerou uma série de desapropriações, retirando das terras os
posseiros e nativos que lá viviam a muitos anos da criação de gado, do plantio
de erva mate e do corte de madeira, tendo em vista que o governo havia
declarado que a área era devoluta, ou seja, como se não houvesse moradores
nas mesmas. Isso sem contar que cabia à empresa a escolha das terras, e
deste modo, certamente ela acabou por escolher as melhores áreas.
Deste modo, com a notória intenção de atrair estrangeiros para o
Brasil, o projeto de colonização da empresa baseava-se no modelo de leasing
atual. O imigrante arrendava a terra por prazo determinado (bastante longo,
cerca de 10 anos) e no final dele quitava sua dívida e se tornava dono legal da
propriedade.
Foto tirada pela professora PDE Boneco simulando a chegada dos primeiros imigrantes holandeses Associação Parque Histórico de Carambeí
Além do prazo bastante amplo a própria companhia se
responsabilizava ela compra da produção, pagando preço equivalente ao de
mercado. Também vários imigrantes prestaram serviços à própria companhia,
o que lhes proporcionou condições financeiras de adquirir uma quantidade
significativa de terras nessa nova colônia.
Um dos colonos que no Brasil estava, retornou à Holanda e relatou aos
compatriotas as maravilhas encontradas na região, o que desencadeou um
verdadeiro derrame de imigrantes holandeses em Carambeí, iniciando-se
assim a imigração propriamente dita Cabe destacar que a Brasil Railway
estimulava cada vez mais esse processo imigratório, tendo em vista que uma
maior produção agrícola implicaria em cargas para os trens da ferrovia. Assim, No longínquo ano de 1911, algumas famílias de imigrantes holandeses chegaram à região, mais especificamente às cercanias do sítio denominado Monte Pilatus, distante cerca de 20 Km de Castro, para estabelecer residência e desenvolver as atividades agropecuárias que lhes garantiria a sobrevivência e a construção de um futuro na nova terra (HOROCHOVSKI, 2010, p. 20).
Porém, vale ressaltar que o início foi muito tumultuado, pois a Primeira
Guerra Mundial se descortinava no cenário mundial e a crise de 1929 (queda
da Bolsa de Valores de Nova Iorque) assolava a população. Muitos holandeses
foram convocados pelo governo holandês para retornar ao seu país de origem
para guerrear. A crise econômica por sua vez, afetava diretamente os custeios
de plantio, bem como o preço final dos produtos para comércio. Neste período
os primeiros colonos holandeses já tinham uma tímida produção leiteira com a
qual produziam queijo e manteiga, no intuito de progredir financeiramente.
Foto tirada pela professora PDE Boneca simulando as primeiras fábricas de queijo de Carambeí
Associação Parque Histórico de Carambeí
Porém, diante da crise na economia do país, as pessoas não tinham
dinheiro para a compra de queijo. Assim, os primeiros holandeses não estavam
conseguindo vender todo o queijo fabricado e por isso não podiam comprar
leite de seus fornecedores.
Além disso, havia toda a dificuldade em preparar para a agricultura
uma terra ainda virgem. Entretanto, apesar de toda dificuldade encontrada,
observa-se a formação de uma colônia holandesa.
Para que os holandeses pudessem se fortalecer no cenário
paranaense, a empresa Brazil Railway Company buscava auxiliar na
superação dessas dificuldades e assim sendo, no mês de abril do ano de 1911,
mais especificamente no quarto dia do mês, um dos imigrantes instalados em
Carambeí assina com a empresa um contrato. Esta data se transformou em um
marco em Carambei, simbolizando a data de fundação e início da colonização
holandesa na cidade. Tal contrato era extremamente vantajoso para quem
estava tentando começar uma nova vida.
A empresa fornecia um lote de terras, uma casa, uma canga de bois e
também três vacas leiteiras, sendo que após alguns critérios, a companhia
aumentava o total de vacas leiteiras até o numero de nove. Também fornecia
sementes e adubos para a primeira semeação. (KOOY, 1986, p. 34)
Foto tirada pela professora PDE Modelo das primeiras casas ocupadas pelos imigrantes holandeses
Associação Parque Histórico de Carambeí
Somado a tudo isso, a própria empresa buscava o melhoramento
genético do gado. Todo leite produzido era comprado pela companhia, mas
com o tempo e consecutivo aumento da produção esse cenário mudou. Os
próprios colonos passaram a industrializar seus produtos.
O que muito auxiliou neste processo foi o fato de que os holandeses já
tinham uma prática leiteira na Europa e assim, buscavam aplicar os
conhecimentos que tinham acerca do manejo do leite.
Neste período de extrema crise financeira a família De Geus, uma das
primeiras colonizadoras do município, já organizada enquanto firma, passou a
comercializar leite em garrafas, na cidade vizinha de Ponta Grossa para
conseguir superar a crise econômica. Isso deu certo, e no ano de 1916 esta
firma já era uma das principais produtoras de queijo, vendendo o produto para
a cidade de São Paulo. Foi nesse mesmo ano que a Brazil Railway Company
terminou seu projeto de colonização em Carambeí e retirou-se.
Foto tirada pela professora PDE Boneco simulando o início da atividade leiteira em Carambeí
Associação Parque Histórico de Carambeí Texto elaborado por Dione Manosso Wujastyk
Neste encontro será tratada a questão da formação da primeira
cooperativa, a importância do cooperativismo, as noções básicas de como se
dá o funcionamento de uma cooperativa e as famílias pioneiras na formação da
primeira cooperativa de Carambeí. Neste encontro serão convidados a Sra.
Gerdiena Djkstra e a Sra. Arina Kaipers Aardoom, representantes das primeiras
famílias holandesas na constituição da cooperativa, sendo neste momento
realizada uma retrospectiva do crescimento / desenvolvimento da primeira
cooperativa até os dias atuais.
O texto intitulado “COOPERATIVISMO: O CRESCIMENTO DE
CARAMBEÍ” será lido anteriormente pelos alunos, juntamente com a
professora, para que sirva de suporte para a formulação de perguntas para as
pessoas convidadas. Também haverá apresentação de material elaborado em
Power Point para enriquecer o teor do texto.
COOPERATIVISMO: O CRESCIMENTO DE CARAMBEÍ
No mesmo ano em que a Brazil Railway Company terminou seu
projeto de colonização em Carambeí e retirou-se. Existiam na colônia três
fábricas de queijo: “De Geus & Cia”, de Gerrit Los e de Leendert Verschoor.
Isto resultava em concorrência e em desentendimentos entre os proprietários
e seus fornecedores. Com o pensamento de que todos moravam na mesma
colônia e eram da mesma religião e por isso deveriam ser amigos e apoiarem-
se mutuamente, Gerrit Los propôs a fundação de uma Cooperativa.
É assim que em julho de 1925 é fundada a “Sociedade Cooperativa
Hollandeza de Lacticínios”, sendo ela um marco na história do Brasil por ser a
primeira Cooperativa de produção, cujo objetivo era vender o queijo e
manteiga produzidos pelos colonos. O nome “Cooperativa Mixta Batavo”,
segundo Kooy (1986), fazia referência à denominação de um dos povos
holandeses da antiguidade.
Foto tirada pela professora PDE Boneca simulando a fabricação de queijos que deu início à cooperativa
Associação Parque Histórico de Carambeí
De acordo com Horochovski (2010, p.23) um marco essencial desse
processo de consolidação de Carambeí é, sem dúvida, a fundação de uma
cooperativa, em 1925, que viria a ser a Cooperativa Batavo, ou simplesmente
Batavo, marca com que é reconhecida nacionalmente. O embrião desta que
seria uma das maiores do país em seu gênero foi a Sociedade Cooperativa
Holandesa de Laticínios, provavelmente a primeira cooperativa de produção
brasileira, formada antes mesmo de o país ter uma legislação sobre o tema –
esta só viria a aparecer em 1932.
Diante da formação desta cooperativa os imigrantes comercializavam
queijo e manteiga nas cidades vizinhas e até mesmo em outros estados como
São Paulo. Desde sua ocupação pelos imigrantes holandeses, Carambeí tem
uma economia fortemente caracterizada pela agropecuária, especialmente a
produção de leite e derivados, dos quais o queijo e iogurtes são os carros-
chefes.
Foto tirada pela professora PDE Bonecos simulando atividades leiteiras: início ao cooperativismo
Associação Parque Histórico de Carambeí
Cabe ressaltar aqui que o intercâmbio com o país de origem sempre
foi e é até hoje muito forte e isso facilitou a vinda de novas tecnologias e
informações que fortaleceram a produção agropecuária.
Também é preciso apontar que o surgimento da cooperativa se deu
diante da percepção dos colonos de que individualmente não teriam condições
econômicas e técnicas favoráveis, seja no quesito aquisição de insumos,
implementos e matéria prima, seja na venda dos produtos.
“A cooperativa veio contribuir para a mitigação de conflitos que se
avolumavam em função da concorrência dos produtores entre si, [...] quando
havia excesso de produção e os preços sofriam drástica redução”
(HOROCHOVSKI, 2010, p. 23).
Porém a ideia de cooperativismo supera essa mera formalização de
sociedade, assumindo um caráter muito maior e mais grandioso, pois na vida
de Carambeí, a cooperativa não atuava apenas na área econômica, mas sim,
em toda parte social.
Muitas vezes ela assumia as responsabilidades de uma prefeitura e
outros órgãos públicos, cuidando da manutenção de linhas de telefone e
energia, da conservação de estradas, da construção do clube e do campo de
esportes, além das contribuições para a escola e a igreja. Ainda hoje e
possível perceber a unidade da colônia holandesa em torno da cooperativa.
Esta união dos imigrantes, em diferentes áreas, tais como trabalho,
religião, educação, família, etc., acaba inevitavelmente por reforçar os vínculos
identitários dos holandeses.
A sociabilidade atua na construção e no fortalecimento dos laços
identitários de uma comunidade. Por meio dela, indivíduos e grupos
configuram-se mutuamente na medida em que, nas suas interações,
estabelecem um sistema de expectativas recíprocas – sem que cada um deixe
de ter sua própria personalidade, suas idiossincrasias.
Para isso lançam mão de valores, crenças, ideários, práticas e hábitos
das gerações que foram erigindo, em camadas sucessivas, seu ser e seu
viver.
Foi essa união entre os colonos holandeses que os impeliu a construir,
no ano de 1930 a primeira igreja da colônia, tendo em vista que antes disso as
celebrações religiosas eram realizadas na casa de algum colono. No ano de
1935 a igreja teve o seu primeiro pastor, William Vincent Muller.
Embora sua função fosse o acompanhamento religioso da
comunidade, tinha formação acadêmica em Ciências Econômicas e com isso
auxiliou os cooperados na reestruturação da Cooperativa, necessária para
uma melhor produção.
Foto tirada pela professora PDE Réplica da Primeira Igreja Evangélica da Colônia Holandesa
Associação Parque Histórico de Carambeí
Porém, apesar de todos os esforços empreendidos, a crise econômica
não abandonava o país e o lucro esperado pelos associados não os
contentava. É neste cenário que a cooperativa busca diversificar seus
produtos, desta vez na área agrícola, como forma de atingir novos mercados.
Também a chegada de novos sócios na cooperativa melhorou de modo
significativo sua base comercial.
A situação foi melhorando a cada dia, e com o desenrolar do tempo,
tanto a fábrica quanto o depósito se tornaram pequenos demais para
comportar o montante da produção existente. Além disso, no ano de 1939 foi
instituída a obrigatoriedade de inspeção sanitária por parte do governo federal
e isso desencadeou, no ano de 1940, a construção de uma nova fábrica de
laticínios, a Cooperativa Mixta Batavo.
A ideia de cooperativismo alavancou a economia do município e assim
sendo, no ano de 1954 os holandeses fundaram a Cooperativa Central de
Laticínios do Paraná - CCLP, responsável pela marca de laticínios Batavo,
internacionalmente conhecida e isso alavancou ainda mais a produção
pecuária e leiteira na cidade.
Vale destacar nesse cenário a importância das cooperativas,
entendidas como organizações que auxiliam o desenvolvimento econômico,
priorizando tanto a geração quanto distribuição de renda, bem como a criação
de empregos. Boesche (2010 p.13) aponta que: No cooperativismo encontramos aspectos e essências para o seu perfeito desenvolvimento. Encontramos duas dimensões: uma ‘dimensão social’ e uma ‘dimensão econômica’. A dimensão social está relacionada às pessoas e a dimensão econômica à empresa em comum.
Esse modelo adotado em Carambeí gerou condições de um ambiente
próspero e formatou a linha de desenvolvimento econômico que liderou o
pensamento de emancipação de Carambeí, o qual se deu no ano de 1997,
quando foi desmembrada da cidade de Castro, passando a ter vida própria.
Desde então, Carambeí vem sendo destaque pelo seu crescimento e
desenvolvimento industrial / comercial.
Atualmente, pode-se apontar que diante do perfil industrial da cidade,
altamente tecnológico, Carambeí consegue absorver as diferentes ocupações
existentes no que se refere à mão de obra qualificada, diferentemente de
outras cidades de semelhante porte, onde se observa a perda de população
resultante da escassez de trabalho e renda, principalmente para os jovens,
que vão em busca de novas oportunidades. Assim sendo, é possível apontar
que observa-se um acentuado crescimento da população do município, pela
questão da empregabilidade e ainda porque, Carambeí apresenta algumas
características típicas de uma cidade do interior, tais como a tranqüilidade, um
ritmo de vida mais lento e uma paisagem de fato muito bonita.
Deste modo, a cidade vem crescendo rapidamente, cerca de 22% no
período entre os anos de 2000 e 2010, pessoas que vem atraídas pelo
desenvolvimento da cidade, bem como pela oferta de uma boa qualidade de
vida. Ao indicar a existência de uma brecha entre o passado e o futuro, um
espaço e um tempo no qual nossas antigas referências estão esgarçadas e
dissolvidas em memórias oficiais sem sentido nos remete ao centro da
questão, mostrando a situação atual da condição humana, na qual existe um
bloqueio no acesso aos “tesouros” do passado e da tradição. Não recebemos
de nossos antecessores nenhuma herança que pudesse nos legar seus
conhecimentos. Texto elaborado por Dione Manosso Wujastyk
Neste dia os alunos farão uma visita ao Parque Histórico de Carambeí,
sendo devidamente orientados por guias especializados, funcionários do
próprio parque, os quais estarão relatando as histórias dos diferentes
momentos da colonização.
Segundo material divulgado no site, o Parque Histórico de Carambeí foi
construído dentro de um projeto com caráter sócio-cultural e objetiva resgatar
toda a trajetória realizada pelos holandeses no processo de colonização de
Carambeí, todas as experiências que desenvolveram em prol da construção de
uma nova sociedade dentro de uma parceria permanente entre o Brasil e a
Holanda.
Também pretende retratar aspectos da cultura holandesa, bem como
destacar o espírito empreendedor desse povo na formação das primeiras
cooperativas.
O referido parque surgiu de uma parceria firmada entre a Associação
do Parque Histórico de Carambeí e a Cooperativa Agroindustrial Batavo,
objetivando uma abordagem múltipla de diferentes assuntos, tais como turismo,
imigração, cooperativismo, meio ambiente, agroindústria, etc.
Tal projeto é permeado pelo ideal de sustentabilidade tão comum nas
pautas das discussões que acontecem em todo o país. Busca a interação ativa
com a comunidade local, incentivando o respeito à diversidade étnica que
compõe o país como um todo e Carambeí de modo especial.
Propõe-se a ser um espaço de valorização da memória sobre a
importância da presença dos holandeses na formação local, no
desenvolvimento da agroindústria através da prática de cooperativismo.
Além de tudo isso vale destacar ainda que o Parque Histórico de
Carambeí é perfeito para esse fechamento sobre a temática apresentada
durante o projeto de implementação por ser um local bastante bonito e retratar
fielmente a história da colonização do município.
Foto tirada pela professora PDE
Portal de entrada do Parque Histórico de Carambeí Associação Parque Histórico de Carambeí
Foto tirada pela professora PDE
Vista ampla do Parque Histórico de Carambeí Associação Parque Histórico de Carambeí
Os alunos deverão realizar anotações acerca da visitação, com base
no seguinte roteiro:
• Quais aspectos se destacam na religião dos holandeses?
• Quais os principais produtos agropecuários produzidos pelos holandeses?
• Como se deu o início do cooperativismo no período da colonização holandesa?
• Quais as principais características das residências holandesas?
• Qual aspecto visto no parque merece destaque em sua opinião?
Neste penúltimo encontro, depois de um feed back sobre tudo que foi
tratado até então, os alunos farão redações, desenhos, paródias, esculturas e
demais formas artísticas desejadas, destinadas a compor uma exposição
intitulada: a Colonização de Carambeí – contribuição holandesa.
Serão disponibilizados aos alunos diferentes materiais, tais como
diversos tipos de papéis, tintas, pincéis, telas de pintura, material sucata,
retalhos de tecidos, arames maleáveis, purpurina, gliter e tantos mais quanto
se façam necessários.
Cada aluno poderá realizar quantos trabalhos queira, não havendo
limite de produção. No entanto, os trabalhos devem ser confeccionados neste
dia.
Enquanto os alunos produzem a professora PDE fará o
acompanhamento das atividades e a correção / reestruturação das produções
escritas, como redações, poesias, crônicas, etc.
Depois de concluídos os trabalhos serão devidamente guardados para
que possam ser expostos no próximo encontro.
Neste momento será realizada a exposição dos materiais produzidos
pelos alunos no encontro anterior, aberta a toda comunidade escolar.
O local da exposição será decorado com flores e objetos
característicos da colonização holandesa emprestado de integrantes da
comunidade, bem como com objetos utilizados pelos tropeiros no período
desse ciclo. Este material compõe acervo do Museu do Tropeiro de Carambeí,
sendo que nos será emprestado pelo Sr. Dário Goda, responsável pelo local.
Será realizada uma espécie de circuito cronológico acerca da história
do município e nos murais correspondentes a cada período os alunos afixarão
as obras produzidas por eles. Também serão colocadas mesas decoradas com
objetos emprestados e confeccionados pelos alunos – estatuetas, tamancos de
madeira, artigos de argila, etc.
Será marcado um horário para apresentações artísticas organizadas
pelos alunos: poesias, leitura de redações, danças, trovas, etc.
Neste evento serão convidados representantes da colônia holandesa
para que tomem conhecimento de todo trabalho realizado pela professora PDE
conjuntamente com os alunos.