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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE

TEREZINHA APARECIDA DE OLIVEIRA

ARTIGO /PDE

A UTILIZAÇÃO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA MODALIDADE

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA.

Trabalho de conclusão de atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional. PDE – 2013. Orientadora: Maria Regina Carvalho Macieira Lopes

PITANGA - PARANÁ

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2014

A UTILIZAÇÃO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA MODALIDADE

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA.

Autora: Terezinha Aparecida de Oliveira1

Orientadora: Maria Regina Carvalho Macieira Lopes2

RESUMO

O presente artigo é resultado da aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica, intitulado “A utilização da Resolução de Problemas na modalidade Educação de Jovens e Adultos – EJA.”, aplicado com alunos do Ensino Médio do Ensino para Jovens e Adultos - EJA, do CEEBJA Casturina C. Bonfim, em Pitanga, no ano de 2014, durante os meses de fevereiro a julho de 2014. O trabalho realizado teve como objetivo trabalhar Resolução de Problemas contextualizando situações baseadas nos conhecimentos prévios desses alunos, destacando a importância de se buscar desenvolver um método de ensino que vá de encontro às dificuldades enfrentadas no processo ensino-aprendizagem de conteúdos matemáticos desses alunos. Também traz o resultado da Unidade Didática trabalhada nas aulas, durante a implementação do Projeto, através das ações desenvolvidas. PALAVRAS CHAVE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS; EDUCAÇÃO MATEMÁTICA; RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

1 INTRODUÇÃO

A Educação de Jovens e Adultos caracteriza-se pela diversidade do público que

atende e nos vários contextos socioculturais. Os motivos que levam jovens e adultos

a retornar à escola devem-se principalmente às expectativas de se conseguir um

emprego melhor ou a inserção no mercado de trabalho.

Nessa modalidade de ensino, apesar de muitos educadores ficarem

sensibilizados com as histórias contadas pelos educandos, nem sempre conseguem

ajudá-los no que se refere à recuperação da auto baixa estima e segurança,

entendendo-se que a real função da escola é induzir esses sujeitos a estruturar o

1 Graduada em Matemática, Professora PDE 2012.

2 Graduada em Matemática, UFSCar, Mestre em Métodos Numéricos em Engenharia, UFPR,

professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste .

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desenvolvimento pessoal, social, cultural, profissional e, principalmente, estabelecer

atitudes, valores tão necessários para a sociedade.

O trabalho teve como objetivo principal trabalhar, com os alunos do EJA, a

resolução de problemas por meio de um passeio pela matemática partindo sempre

de situações relacionadas com o cotidiano dos estudantes, buscando desse modo

auxiliar os professores da Rede Estadual de Ensino Público do Estado do Paraná

em sua prática pedagógica.

Para atingir os objetivos propostos, o trabalho foi embasado principalmente nos

teóricos/autores George Polya e Luiz Roberto Dante e serão seguidas as fases por

eles propostas.

Dante faz algumas indagações a respeito da resolução de problemas, como por

exemplo: O que é um problema? O que é um problema matemático?

Segundo o autor, Problema é qualquer situação que exija o pensar do indivíduo

para solucioná-la, já o problema matemático é qualquer situação que exija a maneira

de pensar e conhecimentos matemáticos para solucioná-la.

2 DESENVOLVIMENTO

Inicialmente, ao relatarmos sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA), há

a necessidade de buscarmos responder alguns questionamentos. Como por

exemplo. Qual o perfil do aluno que freqüenta a EJA? Qual o significado da

educação de jovens e adultos? Como aprendem estes alunos?

De acordo com Ribeiro (2001):

O tema educação de jovens e adultos não se remete apenas a uma questão de especificidade etária, mas primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. Ou seja, apesar do corte por idade, este tipo de educação não diz respeito a reflexões e ações educativas dirigidas a qualquer jovem ou adulto, mas a um determinado grupo de jovens e adultos relativamente homogêneos no interior da diversidade de grupos culturais da sociedade contemporânea. (RIBEIRO, 2001, p. 15).

O perfil destes alunos não é de universitários, nem de profissionais

qualificados que freqüentam cursos de formação continuada ou de especialização,

ou ainda, uma pessoa adulta apenas interessada em um aperfeiçoamento de seus

conhecimentos em determinada área.

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Estes alunos são, geralmente, filhos de trabalhadores rurais, não qualificados

e com baixo nível de instrução escolar (alguns até analfabetos, tendo de iniciar seus

estudos nas séries iniciais do ensino fundamental), donas de casa que

abandonaram seus estudos para destinarem maior atenção aos filhos, homens que

por algum motivo não puderam levar adiantes seus estudos, até mesmo, com

passagens curtas pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas

ao mesmo. São alunos que buscam a escola tardiamente para alfabetizar-se ou

cursar algumas séries da EJA.

Além destes alunos já adultos, existe ainda aqueles que são jovens e, de

certa forma já mais adiantados em seus estudos, que estão em busca de concluir o

ensino fundamental ou até mesmo o ensino médio. Tentando recuperar os estudos

em vista de melhoria profissional e pessoal.

Ao nos remetermos no início da história dessa modalidade de educação,

percebesse que houve muitas experiências boas e ruins. Por exemplo, o MOBRAL

(Movimento Brasileiro de Alfabetização), foi um método de ensino que surgiu na

época do regime militar tendo como foco principal a alfabetização por meio de

cartazes, quadros, fichas. Sua principal função era erradicar o analfabetismo e não a

formação de educandos críticos.

De acordo com Bello (1993, sp): “A proposta de educação era toda baseada

aos interesses políticos vigentes na época”.

Segundo Ribeiro (2001), constante nas Constituições desde 1934, a

educação de jovens e, principalmente, adultos foi definitivamente absorvida somente

com a Lei nº 5.692/71, que fixou as diretrizes e bases de ensino de primeiro e

segundo graus e ofereceu a primeira sistematização do que se chamou ensino

supletivo, onde este foi apresentado, a princípio, como uma modalidade temporária,

de suplência, apenas para que se pudesse comprovar escolaridade para o trabalho.

Na metade dos anos 80, foram realizados diversos debates em torno da

educação pública de qualidade e universalizada para todos, pois se observava que a

educação brasileira era precária. Segundo estudos realizados muitos brasileiros

eram analfabetos, crianças que reprovavam eram excluídas ao longo da primeira

série do primeiro grau, bem como, havia muitos professores leigos atuando e

diversas crianças que sequer freqüentavam a escola.

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A partir de 1985, na época da chamada Nova República, o Governo Federal

extinguiu o MOBRAL, que era utilizado pelos militares segundo seus interesses

políticos, sendo então criado a Fundação Educar - Fundação Nacional para

Educação de Jovens e Adultos.

Em 1986, o Ministério da Educação organizou uma comissão para a

elaboração de Diretrizes Curriculares político-Pedagógicas desta mesma Fundação

Educar, onde a mesma reivindicou a oferta pública e gratuita e de qualidade do

ensino de primeiro grau aos jovens e adultos. (PARANÁ, 2006)

Assim, além do ensino supletivo seriado ofertado na década de 1980, o

Estado do Paraná, criou Centros de Estudos Supletivos, denominados atualmente

como Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJAS), e

os Núcleos Avançados de Ensino Supletivo (NAES), descentralizando o atendimento

de EJA nas diversas regiões do Estado.

De acordo com as Diretrizes da EJA (2008):

A busca pela ampliação do atendimento à escolarização da população jovem e adulta pelos sistemas estaduais se vincula às conquistas legais referenciadas pela Constituição Federal de 1988, na qual a Educação de Jovens e Adultos passou a ser reconhecida como modalidade específica da educação básica, no conjunto das políticas educacionais brasileiras, estabelecendo-se o direito à educação gratuita para todos os indivíduos, inclusive aos que a ela não tiveram acesso na denominada idade própria. (DIRETRIZES EJA, 2008, p. 20)

Na EJA existe a necessidade de se considerar o educando um ser individual,

assim segundo a Diretriz da EJA:

Na redefinição da proposta pedagógico-curricular de EJA da Rede Estadual de Educação, buscou-se manter as características de organização que atendem melhor à Educação de Jovens e Adultos, para: - Permitir aos educandos percorrerem trajetórias da aprendizagem não-padronizadas, respeitando o ritmo próprio de cada um no processo de apropriação dos saberes; - Organizar o tempo escolar a partir do tempo disponível do educando -trabalhador, seja no que se refere à organização diária das aulas, seja no total de dias letivos na semana. (DIRETRIZES EJA, 2008, p. 25)

Analisando as Diretrizes Curriculares para EJA (2008), a mesma vem a ser

entendidas como parte de um processo dialógico da prática pedagógica dos

educadores, da sua permanente formação, além de assegurar os espaços

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fundamentais de reflexão, reescrita e atualização pela constante construção de uma

educação de qualidade para todos.

Estas diretrizes são destinadas aos educandos jovens, adultos e idosos,

como sujeitos de conhecimento e aprendizagem, de sua história e condição

socioeconômica, sua posição nas relações de poder, sua diversidade étnico-racial,

territorial, geracional e cultural, dentre outras.

A educação de Jovens e Adultos caracteriza-se pela diversidade de público

que atende e nos variáveis contextos socioculturais. O motivo que levam jovens e

adultos a retornar à escola refere-se principalmente as expectativas de conseguir um

emprego melhor ou a inserção no mercado de trabalho. Por exemplo, mulheres que

deixaram de estudar por imposição dos maridos ou pelo cuidado aos filhos, e

retornam aos estudos com o intuito de um futuro melhor, para que tenham uma

igualdade de oportunidade e dêem continuação a sua vida escolar.

Nessa modalidade de ensino, muitos educadores ficam sensibilizados com as

histórias contadas pelos educandos, mas não conseguem fazer nada para ajudá-los,

não buscam formas diferenciadas para atendê -los, recuperando a auto-estima, a

segurança, a real função da escola que é induzir esses indivíduos a estruturar um

desenvolvimento pessoal, social, cultural e profissional, estabelecendo atitudes,

valores tão necessários para a sociedade. Compreendendo conceitos significativos

que valorizem a integração, mudando a concepção que eles têm da disciplina de

matemática, que na maioria das vezes é “chata”, complexa, difícil, abstrata, motivo

que provoca a exclusão das escolas regulares.

Conforme coloca D’Ambrosio (1986),

O conceito de cultura é muito amplo e inclui a aglomeração de atitudes e interesses próprios de uma faixa etária, de um grupo sociocultural específico. Esses são claramente grupos culturalmente diferenciados, e como tal estão sujeitos a todas as peculiaridades que se aplicam à educação nesse caso, e daí exigem a criação da flexibilidade curricular adequada. (D’AMBROSIO, 1986, p.41).

Assim, faz-se necessário que observemos de forma mais profunda estes

alunos, é analisando de que maneira podem superar suas dificuldades nas

atividades se fossem elaborados conteúdos que contassem com esta flexibilidade

curricular.

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Ainda segundo este mesmo autor, para definir uma estratégia para o trabalho

em sala de aula é importante considerar os elementos em jogo neste contexto, isto

é, o professor na qualidade de agente de um processo e o aluno na qualidade de

paciente do processo, ou seja, o professor aquele que orienta a prática docente e o

aluno aquele que se submete a essa prática orientada pelo professor.

Algo que deve-se considerar, também, é como o aluno adulto aprende, pois

uma das coisas que preocupa no processo de educação desses adultos e jovens, é

a metodologia que pode usar em sala de aula. Na EJA é preciso que sejam

elaborados conteúdos, atividades eficazes, que geram e despertem interesse nos

alunos.

Segundo Freire (2011):

(...) os educando vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que objeto ensinado é aprendido na sua razão de ser e, portanto, aprendido pelos educandos. Freire (2011, p. 28)

Assim, deve-se ter em mente de que faz parte da tarefa do docente não

apenas ensinar conteúdos, mas, também, ensinar pensar certo. De nada adianta

falar bonito de dialética, mas pensar mecanicamente, pensar errado. É como que

tudo o que se lê, estuda, nada tivessem a haver com a realidade de seu mundo.

Para o educando são fatos do seu cotidiano que promovem expectativas

quando estão em sala de aula, que vão promover questionamentos, discussões as

quais percebemos os anseios desses alunos.

Faz parte, para nós professores, incluir experiências de vida desses alunos no

processo pedagógico, no que se refere à disciplina de matemática. Nossos alunos já

tiveram experiências, desagradáveis, motivos pelo qual deixaram a escola.

Hoje estão excluídos do mercado de trabalho, por falta de estudo, são na

maioria pobres, desempregados, negros, pertencentes ao um meio étnico, cultural,

social, sem perspectivas para um futuro melhor.

É preciso que, além do saber adquirido desses alunos, ou seja, o

conhecimento que é produto da cultura, o sujeito, neste caso o aluno, deva entender

que isso não é todo o conhecimento possível que a inteligência tem e é capaz de ter

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do mundo, e que existe uma consciência, uma necessidade intrínseca e natural de

continuar explorando o “não saber” (CHAUÍ, 1997, apud PARANÁ, 2008).

Segundo D’Ambrosio (1986):

(...) destacamos assim elementos essenciais na evolução da Matemática e seu ensino, o que a coloca fortemente arraigada a fatores socioculturais. Isto nos conduz a atribuir à Matemática o caráter de uma atividade inerente ao ser humano, praticada com plena espontaneidade, resultante de seu ambiente sociocultural e conseqüentemente determinada pela realidade material na qual o indivíduo está inserido. Portanto, a educação Matemática é uma atividade social muito específica, visando o aprimoramento dessa atividade. Em resumo Matemática e Educação matemática são caracterizadas como uma ação, e a partir daí falaremos em teoria e prática da Educação Matemática, o que lhe dará, inequivocamente, o caráter de uma disciplina. (D’AMBROSIO, 1986, p. 36).

Com respaldo nas afirmações do autor, ao teorizar sobre o campo da

educação matemática, fundamenta-se a prática docente utilizando-se da resolução

de problemas que é uma das suas tendências metodológicas, além de ser uma

importante fonte de investigação da mesma e, ter como pressuposto a

problematização de situações do cotidiano do aluno.

De acordo com Dante (2003), apud Paraná, (2008, p. 6):

Um dos desafios do ensino da matemática é a abordagem de conteúdos para a resolução de problemas. Trata-se de uma metodologia pela qual o estudante tem a oportunidade de aplicar conhecimentos matemáticos adquiridos em novas situações, de modo a resolver a questão proposta.

De acordo com os autores ao falar das tendências atuais, torna-se

imprescindível falar da etnomatematica, pois esta valoriza a história dos estudantes,

respeitando suas raízes culturais, individuais, sua memória cultural, sua faixa etária,

suas deficiências de aprendizagem, limitações, códigos, símbolos, mitos e até

maneiras específicas de raciocinar e inferir, conforme D’Ambrosio: “(...) graças a um

elaborado sistema de comunicação, as maneiras e modos de lidar com situações

vão sendo compartilhadas, transmitidas e difundidas”. (D’AMBROSIO, 201 1, apud

PARANÁ, 2008, p.64).

Entende-se dessa forma que é importante que o educando tenha em mente a

vontade de adquirir novos conhecimentos, estar sempre em busca de entender o

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saber matemático, buscando sempre o pensar certo. Além do que a escola precisa

buscar ensinar aos alunos, que voltaram estudar, o que ele não aprendeu.

Percebe-se ainda que muitos alunos colocam-se como responsáveis por

terem saído da sala de aula. Atribuem a si seu fracasso escolar.

Segundo Oliveira (1999), apud Fonseca (2005) quando se discute como a

situação de exclusão contribui para delinear a especificidade dos jovens e adultos

como sujeitos de aprendizagem, observa-se a dificuldade de adequação da escola

para atender este público-alvo da instituição.

Para a autora, estas inadequações têm definições diversas. Com relação à

Educação Matemática mesmo, podem sugerir diversas variantes, que são

relacionadas a diversos fatores, podendo destacar as experiências vivenciadas e

observadas ao próprio nível de escolarização a que se referem estes alunos.

De acordo com Fonseca (2005), é preciso que se coloquem, antes, como um

convite enfático, e um momento de acolhida, para que jovens e adultos se integrem

ou se re-integrem ao cenário escolar. É preciso que se tenha uma alfabetização que

tenha mais que alguns meses de inserção desses alunos no ambiente escolar.

Algo que se deve analisar são as expectativas dos alunos. É preciso indagá-

los sobre suas próprias expectativas, demandas e desejos para indagar-se a si

mesmos sobre a sinceridade de sua disposição e a disponibilidade de suas

condições para atendê-las ou com eles negociar. (Fonseca, 2005).

Analisando as escritas de diversos autores, observa-se que uma das

dificuldades no Ensino da matemática na EJA, é a forma de desenvolver junto aos

alunos a matemática com sua resolução científica, pois os educandos sabem fazer

as resoluções matemáticas da maneira que aprenderam no seu dia a dia, através de

trabalhos, afazeres domésticos, enfim, têm dificuldades na Resolução de Problemas

conforme ensinado na escola.

De acordo com Polya (2006):

Ensinar a resolver problemas é educar a vontade. Na resolução de problemas que, para ele, não são muito fáceis, o estudante aprende a perseverar a despeito de insucessos, a apreciar pequenos progressos, a esperar pela idéia essencial e a concentrar todo o seu potencial quando esta aparecer. Se o estudante não tiver, na escola, a oportunidade de se familiarizar com as diversas emoções que surgem na luta pela solução, a sua educação matemática terá falhado no ponto mais vital. Polya (2006, p.131).

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Há de se convir que ao trazer experiência desses alunos para a sala de aula,

estes terão mais chance de aprender e compreender como se dá a resolução de

problemas matemáticos. Para isso é preciso que entendamos o que é um problema?

De acordo com Dante (1989), problema é qualquer situação que venha a

exigir o pensar do indivíduo para solucioná-lo. Já o problema matemático é qualquer

situação que exija a maneira matemática de pensar e conhecimentos matemáticos

para solucioná-lo. Assim, pode-se afirmar que o principal objetivo da resolução de

problemas matemáticos é fazer com que o aluno venha pensar produtivamente.

Pois segundo Sousa (2013, s. p.):

A matemática é uma área do conhecimento que surgiu e tem-se desenvolvido a partir dos problemas que o homem encontra. Dessa forma, a essência da Matemática é a resolução de problemas. Por este motivo para o ensino não basta só conhecer, é necessário ter criatividade, fazer com que os alunos participem das resoluções.

Espera-se com este projeto adotar uma metodologia que seja motivadora,

onde o professor possa estar motivando o aluno, facilitando-mediando idéias

apresentadas pelos próprios alunos, desde que estas sejam produtivas, fazendo

com que os educandos pensem, procurem gerar de certa forma, seus próprios

conhecimentos.

Em alguns trabalhos, projetos que foram pesquisados, pode-se observar a

importância de criar um ambiente de cooperação, de descoberta através da busca

pelo conhecimento.

Incentivar o aluno há resolver determinado problema mas sem se preocupar

com resultados, tempo gasto, o importante é o processo que ele vai desenvolver.

Outro ponto importante que professores colocam, através das experiências

que vivenciaram é de que torna-se importante alguns passos, como:

Permitir a leitura e a compreensão do mesmo; Proporcione a discussão entre os alunos para que todos entendam o que se busca no problema- Propicie a verbalização; Não responda diretamente as perguntas feitas durante o trabalho e sim incentive-os com novos questionamentos, idéias e dicas; Após a determinação da solução pelos alunos, discuta os diferentes caminhos de resolução, incentivando para soluções variadas.Também discuta soluções errôneas;

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Estimule a verificação. (SOARES e PINTO, 2013, s. p.).

De acordo com Polya (2006), na Resolução de Problemas existem alguns

passos a serem seguidos,

Primeiro é preciso que se faça compreender o problema, identificar a incógnita, os dados e a condicionante do problema; Segundo encontrar conexões entre os dados e a incógnita, erceiro executar o plano traçado e, Quarto, examinar a solução obtida. (POLYA, 2006, p 02 - 12).

Através da resolução, o aluno poderá desenvolver seu raciocínio, ou melhor,

dizendo, desenvolver a habilidade de elaborar um raciocínio lógico e fazer uso

inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para que ele possa propor em seu

cotidiano, na escola e fora dela.

3 METODOLOGIA

Para que a execução do projeto foi traçado algumas estratégias como:

• Reunião com a Direção e Equipe Pedagógica da Escola para exposição do projeto;

• Explanação dos conteúdos do projeto para os alunos que participaram do projeto;

• Elaboração de questionários para os alunos da EJA fase II ensino fundamental,

com o intuito de pesquisar o cotidiano individual, social e cultural;

• Contextualização de situações problemas, desenvolvendo atividades relacionadas

a conteúdos o cotidiano dos alunos, de acordo com as DCE, da disciplina de

matemática e da modalidade EJA, do Estado do Paraná;

• Elaboração de enunciados que envolviam questões atuais, apresentados em

revistas, TV, enfim na mídia, em que se usem conteúdos de matemática, ou

situações em que se fale de matemática;

• Utilização folders, encartes de lojas, comércio local em geral, para contextualizar

situações problemas abordando os conteúdos matemáticos, bem como estar

despertando o interesse dos alunos diante das situações de interesse de cada um,

para que os mesmos consigam fazer a relação teórico prática;

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4 DISCUSSÕES E RESULTADOS

A implementação do projeto foi trabalhada através de uma Unidade Didática

em trinta e duas(32) aulas, com o objetivo de trabalhar com alunos do Ensino

Fundamental da Educação de Jovens e Adultos – EJA, na disciplina de Matemática,

do CEEBJA Casturina C. Bonfim no município de Pitanga, a resolução de problemas

por meio de um passeio pela matemática partindo sempre de situações relacionadas

com o cotidiano dos estudantes. Esta UD forneceu elementos que podem contribuir

com a resolução de problemas matemáticos, tendo como alternativas didáticas:

panfletos de propaganda de produtos, dados do IBGE do município de Pitanga, folha

de pagamento X consumo etc. Os panfletos, por estarem presentes no dia-a-dia das

pessoas, constituem-se em uma ampla fonte de estudos de cálculos matemáticos

contribuindo para diminuir as dificuldades de compreender os conteúdos abordados

em sala de aula, muitas vezes de forma abstrata, e, de posse desse material,

ensinar com elementos materiais palpáveis/reais e desta forma tornando-se atrativo

para os alunos.

A primeira atividade realizada foi a apresentação do Projeto de Intervenção

Pedagógica e da Unidade Didática à Direção, Equipe Pedagógica e aos demais,

durante a semana Pedagógica. Em seguida foi realizado a explanação do Projeto

para os alunos participantes, que responderam a um questionário com a finalidade

de levantar o cotidiano individual, social e cultural deles. A maior parte dos alunos

(60%) pertence à classe baixa, trabalhadores rurais. Finalizou-se com a exposição

de trechos de filmes sobre a importância da matemática no dia a dia.

A próxima atividade foi realizada utilizando dados retirados do IBGE, com o

objetivo de trabalhar números naturais, estatística e outros. Foi um trabalho

gratificante, pois os alunos demonstraram bastante interesse e realizaram todas as

atividades com comprometimento.

Posteriormente, fomos para o laboratório de informática para que os alunos

realizassem pesquisa no site do IBGE, observando a diferença entre o número de

habitantes do município de Pitanga e o número de eleitores. Nesta atividade, os

alunos participaram com muito entusiasmo, pois trabalhar com a tecnologia com

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este público e inovar a prática pedagógica, permite a inclusão dos mesmos no

mundo tecnológico.

Todas as ações desenvolvidas na implementação Pedagógica, foram

desenvolvidas com o intuito de adotar uma metodologia motivadora, utilizando-se de

situações problemas presentes no cotidiano dos educandos. As atividades

facilitaram e mediaram ideias apresentadas, até mesmo pelos próprios alunos,

fazendo com que os mesmos pensassem e procurassem gerar de certa forma, seus

próprios conhecimentos.

Nas atividades trabalhadas com panfletos promocionais, onde foi trabalhado

com operações com números naturais, matemática financeira, cálculo mental,

números decimais, tabelas e gráficos e sistema monetário, os alunos se deparam

com situações vividas em seu cotidiano, e perceberam que praticam a matemática

diversas vezes sem perceber. Pode-se perceber o interesse em construir as tabelas

referentes ao orçamento familiar, onde os alunos observaram a importância de

colocar no papel os gastos e ganhos no mês.

A metodologia de resolução de problemas contextualizando o cotidiano do

aluno representou no trabalho realizado uma fonte de prazer. Os alunos relataram

que ao entrar em contato com as atividades, despertou neles o prazer em vencer

desafios do cotidiano, tendo ideias, criando soluções..

Foi um aprendizado matemático de grande importância e que deve ser

considerado como ponto de partida para a aprendizagem científica.

4.1 O Grupo de Trabalho em Rede (GTR)

O GTR é um trabalho desenvolvido em grupo, que tem por suporte o

MOODLE – ambiente de aprendizagem virtual, proporcionado pela Secretaria de

Estado da Educação, com o objetivo de promover a integração, a troca de

experiências e a capacitação dos docentes da rede pública estadual.

Este trabalho é dividido em 4 temáticas:

1ª Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica;

2ª Apresentação da Unidade Didática

3ª Apresentação da Implementação Pedagógica na Escola.

4ª Avaliação

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Em cada temática os professores tiveram acesso aos materiais elaborados

pelos professores do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013, onde

puderam trocar experiências, discutir através de fóruns e diários de atividades.

Na Temática 1 foi realizado a análise do Projeto de Intervenção Pedagógica,

onde os professores tiveram a oportunidade de conhecer o objetivo principal de tal

proposta. Foi realizada através de um fórum a discussão de como trabalhar com a

Educação de Jovens e Adultos com resolução de problemas.

Na temática 2 foi apresentado a unidade didática, onde os cursistas tiveram

acesso a atividades diversificadas com resolução de problemas, partindo da

realidade dos educandos. No fórum realizado, os professores cursistas

demonstraram gostar das atividades e concordaram que as mesmas vinham de

encontro com tal modalidade de ensino.

Na temática 3, foi socializado a forma que foi desenvolvida as atividades em

32 aulas. Houveram muitas sugestões e participação dos cursistas, as quais

incrementaram ainda mais o trabalho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio dos resultados obtidos no trabalho executado, podemos concluir que

trabalhar com a resolução de problemas, partindo da realidade dos alunos da EJA,

faz com o aluno sinta satisfação em seu aprendizado, pois se depara com situações

vividas em seu dia a dia.

Analisando os exercícios realizados em sala de aula, foi verificado como é de

extrema importância buscar novos recursos para a aprendizagem dos jovens e

adultos, visto que muitos são repetentes, ou têm um índice de reprovação grande,

ou ainda uma grande defasagem na idade. Faz-se necessário que sejam motivados

com práticas pedagógicas que favoreçam os seus desempenhos. Em seu dia a dia

os jovens e adultos se deparam com leituras de números, contagem e cálculos, e

muitas vezes até chegam à sala de aula motivada a aprender técnicas, propriedades

e operações. O professor deverá buscar responder a todas essas demandas.

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Por meio da realização deste trabalho, também foi observado a grande

dificuldade que os estudantes da EJA enfrentam no estudo e na aprendizagem,

principalmente em se tratando de resolução de problemas.

As atividades escolhidas buscaram trazer significados para eles, assim o

enunciado se tornou mais claro de ser compreendido quando se referia às situações

familiares ou então do seu cotidiano.

Fazendo uma avaliação geral do desempenho dos educandos da EJA do

Ensino Fundamental, quanto ao uso da resolução de problemas no processo de

ensino aprendizagem na disciplina de Matemática, ficou evidente um crescimento

nas respostas e argumentações após a realização das atividades.

Portanto, o trabalho foi gratificante, proporcionado a esses alunos a

oportunidade de trabalhar a Matemática de uma forma prazerosa e cultural voltada

para o seu dia a dia.

6 REFERÊNCIAS

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