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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Ensino e Aprendizagem de Leitura por meio de textos esportivos- do jornalístico ao literário

Autor: Luciene de Oliveira Freitas

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Carmela Dutra E.F.M.

Rua: Antonio Ferreira Sobrinho S/N Centro

Município da escola: Guaraci

Núcleo Regional de Educação: Londrina

Professor Orientador: Professora Doutora Maria José Guerra de Figueiredo Garcia

Instituição de Ensino Superior: UEL Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar: Língua Portuguesa/ Educação Física

Resumo:

A presente Produção-Pedagógica (Unidade Didática) poderá possibilitar uma melhor interação, por meio da leitura, de temas que despertem a curiosidade, a criatividade e levar o aluno a perceber a importância da leitura e, assim, passar de um leitor passivo a protagonista de sua própria história.

Palavras-chave: Leitura, interpretação e contextualização.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do 6° ano do Ensino Fundamental

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APRESENTAÇÂO

A presente Produção Didático-Pedagógica tem por finalidade possibilitar uma

melhor interação, por meio da leitura, de temas que despertem a curiosidade, a

criatividade e a interação, levando o aluno a perceber a importância da leitura e, dessa

forma, passar de um leitor passivo a protagonista de sua própria história.

Está baseada na Semiótica Discursiva, principalmente nos trabalhos de José

Luis Fiorin. Utilizaremos o Percurso Gerativo de Sentido, como um dos principais do

modelo, o qual permitirá descortinar uma metodologia capaz de tornar o aprendizado da

leitura bem mais eficiente em sala de aula.

A Teoria Semiótica do Discurso é uma metalinguagem conceitual teórica que

nos fornece um método capaz de trabalhar a construção social do sentido. No entanto,

essa nomenclatura conceitual não deve ser diretamente exposta aos alunos. Ao

contrário, nem é preciso citar nomes técnicos de cada conceito, mas antes de tudo,

permitir ao aluno, por meio do jogo conceitual, uma leitura mais profunda e crítica dos

textos que serão analisados.

O modelo proposto pela Semiótica Discursiva afirma que todo texto é um

pronunciamento sobre uma realidade e o autor do texto trabalha com as idéias de seu

tempo e da sociedade em que vive. Assim, as concepções, as ideias as crenças, os

valores surgem das condições de existência e assimila as ideias da sociedade e da

época em que foi produzido.

Porém, uma sociedade não produz uma única forma de ver a realidade,

como é dividida por grupos sociais diferentes, produz ideias contrárias entre si e

refletem o interesse dos grupos sociais dominantes. É importante o aluno perceber que

os fatos e acontecimentos estão inseridos no contexto histórico de uma sociedade a

que ele faz parte, portanto todo texto está embasado numa realidade.

Os estudiosos da linguagem estão desenvolvendo uma série de teorias do

discurso, em que se mostra que existe uma gramática que preside a construção do

texto, e é preciso ensinar-lhes a gramática do discurso, para que eles possam, com

mais eficácia, interpretar e produzir textos.

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O Percurso Gerativo da construção do sentido é um modelo que simula a

produção e a interpretação do significado e do conteúdo. É dividido em três níveis: o

fundamental, o narrativo e o discursivo.

Nível fundamental: apresenta as categorias semânticas que estão na base

da construção de um texto e fundamenta-se numa diferença, numa oposição, mas para

que dois termos possam ser apreendidos conjuntamente é preciso que tenham algo em

comum e é sobre esse traço comum que se estabelece uma diferença. Ex: as

oposições herói versus bandido.

Essas categorias fundamentais serão consideradas como positivas

(eufóricas) ou negativas (disfóricas). Esses valores são determinados por aquilo que

julgamos como certo ou errado, positivo ou negativo. Assim, o que determina a euforia

ou a disforia é o modo como os elementos que compõem a oposição semântica são

determinadas pelo texto.

Nível Narrativo: É o nível que garante a organização da narrativa. A sintaxe

da narrativa é composta por enunciados de estado e de fazer.

a) Enunciado de estado: está relacionado a um fazer determinado pela

relação entre sujeito e objeto que transforma o mundo. Esse fazer, denominado junção,

une o sujeito ao objeto e essa relação pode ser de conjunção ou disjunção.

b) Enunciado de fazer são os que mostram as transformações, os que

correspondem a passagem de um enunciado de estado a outro enunciado e há uma

transformação de um estado inicial a um estado final.

Os textos não são narrativas mínimas mas complexas. Uma narrativa

complexa estrutura-se numa sequência que compreende quatro fases: a manipulação,

a competência, a performance e a sanção. Na fase de manipulação, um sujeito age

sobre o outro para levá-lo a querer fazer alguma coisa. Há quatro tipos mais comuns de

manipulação que são: tentação, intimidação, sedução e provocação.

Na fase da competência se refere a uma transformação realizada por um

sujeito que é dotado de um poder fazer e ou saber.

No nível da performance – fase em que as transformações ocorrem, ou seja,

há a passagem de um estado a outro.

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A última fase é a da sanção que ocorre quando há a constatação de que a

performance se realizou e o reconhecimento do sujeito que operou a transformação.

Semântica narrativa: Preocupa-se com os valores inscritos nos objetos, que

podem ser modais ou de valor. Os objetos modais são aqueles necessários para a

aquisição de um objeto e para que a performance aconteça. São eles: o querer, o

dever, o saber e o poder fazer.

Nível discursivo: Os esquemas narrativos são assumidos pelo sujeito da

enunciação que os converte em discurso. Ao realizar-se, ela deixa marcas no discurso

que constrói. A enunciação define-se como a instância de um eu aqui- agora. O sujeito

da enunciação é sempre um eu, que opera, ao realizar a produção discursiva, no

espaço do aqui e no tempo do agora. Por isso a sintaxe do discurso, ao estudar as

marcas da enunciação no enunciado, analisa três procedimentos de discursivização, a

actorialização, a espacialização e a temporalização, ou seja, a construção das pessoas,

do espaço e do tempo do discurso.

Esta proposta alicerçada no conceito de Percurso Gerativo da construção do

sentido surgiu da necessidade e atenção no ensino de leitura na escola. Os alunos não

compreendem os textos trabalhados, não há leitura efetiva e também não estão

conscientes da importância da leitura para o desenvolvimento intelectual e cidadão.

Assim, segundo Silva (2005,p.16)

A leitura ocupa, sem dúvida, um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de culturas e de valores para as novas gerações. Isso porque a escola é, hoje e desde há muito tempo, a principal instituição responsável pela preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita, utilizando-se primordialmente de registros verbais escritos (textos) em sua prática de criação e recriação de conhecimentos. Mais especificamente, a leitura, enquanto um modo peculiar de interação entre os homens e as gerações, coloca-se no centro dos espaços discursivos escolares, independentemente da disciplina ou área de conhecimento.

Percebendo a grande importância da leitura e da presença desta em toda

atividade escolar, é necessário buscarmos técnicas e estratégias que despertem o

prazer de ler em nossos alunos. ‘’Sabendo que todo texto assimila as ideias da

sociedade e da época em que foi produzido’’ ( Fiorin,1995,p.27) surge o interesse em

trabalhar com uma forma de intervenção prática e reflexiva, que possa contribuir com

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formação do jovem leitor, tornando-o crítico e atuante na sociedade. O esporte, em

especial o futebol, é presença marcante na vida dos alunos e isso facilita a iniciação do

jovem leitor por meio do jornalismo esportivo.

Os educadores têm como função estabelecer uma ponte entre o

conhecimento popular, tão bem representado pelo futebol no Brasil, e o conhecimento

acadêmico. Estaremos em ano de Copa do Mundo e frente a esse cenário, todo o

mundo estará envolvido; assim, possibilitaremos que as notícias sobre a Copa

promovam também o debate de idéias. O esporte (futebol) integra a vida dos jogadores

e dos países ao cotidiano dos alunos e o jornalismo esportivo integra-os à leitura. A

formação do leitor merece estratégias com as quais se chegue à leitura efetiva e plena

compreensão dos textos, combatendo dessa forma o problema do aluno chega apenas

à leitura superficial de alguns gêneros.

O enfoque do trabalho é a leitura, embora o processo de leitura e produção

textual esteja interligado e haverá sempre uma atividade de produção junto à leitura,

mesmo assim, dado ao fator tempo, este trabalho tem como objetivo primeiro apenas à

leitura. Insistimos, apesar da leitura e produção serem questões fundamentais no

processo de letramento.

A leitura é essencial à nossa vida, ela está presente não apenas na escola,

mas no nosso cotidiano. Está sendo um grande desafio a nós educadores

despertarmos o gosto pela leitura, pois o aluno chega à escola desmotivado e sem

interesse pela leitura, mesmo assim, não podemos esquecer que a função social da

escola é a formação do cidadão com o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da educação Básica (2008,71).

A leitura é vista como ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto, tem um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como coprodutor, procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa estratégias baseadas em seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência sociocultural.

Nesta perspectiva, a leitura possui um duplo caráter: um caráter individual,

que implica numa visão do leitor do que lê, e um caráter dialógico. Para entender com

eficiência o texto é necessário uma reflexão pessoal, crítica, mas também dialógica

entre os textos e as ideias presentes neles. Fiorin (1989:10) nos diz que:

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Quem escreve ou lê com eficiência conhece esses procedimentos de maneira mais ou menos ‘’intuitiva’’. Explicitá-los contribui para que um maior número de pessoas possa, de maneira rápida e eficaz, transformar-se em bons leitores.

.

Conforme consta nas DCES (2008:38) ‘’é na aula de Língua Materna, que o

estudante brasileiro tem a oportunidade de aprimoramento de sua competência

linguística, de forma a garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade’’.

Desta forma, a leitura e a escrita são de direito de todo brasileiro e cabe à

escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais e insira-os

nas diversas esferas de interação.

A leitura é um dos eixos mais importantes para trabalhar na sala de aula com

o aluno, pois eles têm mostrado muitas deficiências quanto ao entendimento, a ler e

interpretar criticamente os diferentes tipos de textos e cabe à escola buscar estratégias

que despertem neles o interesse em ler, independente do gênero solicitado. Nesse

processo de leitura também se deve levar em consideração o conhecimento prévio do

aluno para que ele possa estabelecer uma relação entre o saber adquirido, seu

conhecimento de mundo e o que obtém durante o processo de ensino e aprendizagem.

A escolha dos gêneros jornalístico e biográfico deve-se ao fato de que o

contexto em que os alunos estarão envolvidos será a Copado Mundo e isto estará

presente nos discursos jornalísticos e nas várias biografias de jogadores que estarão à

disposição nas livrarias.

Há também uma escola de futebol bastante atuante na comunidade e as

condições estarão propícias para partir do texto jornalismo e contar com o futebol

abrindo caminhos para o desenvolvimento do interesse pela leitura de gêneros

diversos. O texto fácil e coloquial do jornalismo esportivo pode levar a leitura de

gêneros mais complexos e próximos do literário.

Para dar conta da intertextualidade entre os gêneros, utilizaremos as ideias

de José Luiz Fiorin sobre percurso gerativo, dialogismo e história. Dessa forma,

podemos analisar o papel da Escola de Futebol de Guaraci, que faz parte da história da

cidade, e por isso também se faz presente nos textos dos alunos.

De acordo com Fiorin ‘’as ideias produzidas num determinado tempo, numa

determinada época está presente no texto’’(1995, p.28).

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Mikhail Bakhtin é outro autor importante para nós; desde o início do século

XX já se dedicava ao estudo da linguagem e dividiu os gêneros em primários e

secundários desde os mais simples até os mais complexos. Os estudos e pesquisas

sobre os gêneros textuais têm crescido nas últimas décadas e ocasionado mudanças

quanto ao ensino e aprendizagem das línguas e essa questão diz respeito também à

distribuição dos gêneros na sociedade. Tal como frisava Bakhtin (1979),

“os gêneros são apreendidos no curso de nossas vidas como membros de alguma comunidade. Nesse caso, os gêneros são padrões comunicativos socialmente utilizados, que funcionam como uma espécie de modelo comunicativo global que representa um conhecimento social localizado em situações concretas.” (MARCUSCHI, 2008, p.190)

Os gêneros textuais selecionados para desenvolver o trabalho com os alunos

foram o jornalístico esportivo e o biográfico porque os alunos estarão envolvidos com os

acontecimentos da Copa do Mundo e também por estarem inseridos numa escola de

futebol do município, sendo assim as condições serão propícias para aprofundarem

seus conhecimentos sobre o gênero e a construção de um letramento apropriado.

OBJETIVO GERAL

Estimular nos alunos o gosto e o hábito pela leitura e observar o conhecimento

adquiridos ao longo do processo e como o texto esportivo (biográfico e notícias) pode

abrir caminhos para a construção de um novo leitor.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

· Propiciar aos alunos a capacidade de relacionar o conteúdo da leitura aos fatos o

cotidiano, como uma fonte de cultura e entretenimento.

· Realizar leituras focalizando as ideias explícitas e implícitas no texto.

· Observar a importância da leitura e produção no processo de formação e incentivar a

criatividade através da linguagem oral, escrita e análise linguística, como forma de

desenvolvimento pleno de sua cidadania.

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· Propiciar a passagem do leitor do jornalismo esportivo para as biografias e,

futuramente a romances literários.

CONTEÚDO DISCIPLINAR

Os conteúdos ligados à leitura efetiva serão baseados nos conceitos da

Semiótica Discursiva, lembrando sempre que são conteúdos e não nomenclaturas que

serão trabalhados com os alunos.

- Leitura efetiva: relação entre temas e figuras;

-Narrativa: a função do verbo na narratividade;

-Transformações verbais;

A ação ocorrida na narrativa (performance);

A sanção (desfecho).

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

O presente trabalho será objeto de estudo da Implementação Pedagógica na

Escola Estadual Carmela Dutra, Ensino Fundamental e Médio, que está localizada na

Rua José Ferreira Sobrinho, centro, na cidade de Guaraci- PR, NRE de Londrina, com

alunos do 6º ano do Ensino Fundamental.

Com este trabalho ‘’Ensino e Aprendizagem de Leitura através de textos

esportivos’’, pretendemos transformar o aluno (torcedor) em leitor e criar condições

para que estabeleçam relações entre os textos biográficos e suas experiências

pessoais e sociais, por isso este trabalho será delineado dentro das estratégias a

seguir:

- Apresentação do tema: História do Futebol - grandes ídolos;

- Estudo dirigido: pesquisa na Internet sobre histórias de ídolos do futebol.

Escolha de dois ídolos de sanção positiva e outro de sanção negativa.

- A partir da pesquisa da etapa anterior, levantamento temático e introdução de

intertextualidade entre gêneros - introdução do gênero literário;

- Leitura do livro de José Roberto Torero: Uma História de Futebol;

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- Discussão do livro e estudo da narrativa, aplicação dos conceitos estudados.

Aplicação da Atividade de Leitura.

- Produção textual: A partir do trabalho de leitura e interpretação desenvolvido

anteriormente, construir, por meio de estudo dirigido em grupo, a elaboração da

narrativa da vida do ídolo que cada grupo irá elaborar.

- Painel de biografias com fotos e a história dos ídolos contadas pelos alunos –resumo

dos principais fatos;

- Confecção e encadernação de um livro com as biografias produzidas que ficarão na

biblioteca da escola para futuras leituras.

Neste contexto, espera-se que o aluno do Ensino fundamental perceba a

leitura como um ato fundamental em nossa vida, não apenas na escola, mas como uma

nova perspectiva de compreender a leitura e a escrita como práticas sociais, como uma

atividade que dê prazer e que seja também fonte de conhecimento.

ATIVIDADES DE LEITURA

Conteúdo: Leitura e interpretação desvendando a relação de temas e figuras.

Objetivo: Deve ser aplicada durante a leitura do livro, obedecendo ao ritmo da leitura

da classe. Deverá levar os alunos a perceber a relação entre as representações

figurativas dos atores (personagens) da narrativa e as respectivas ideias, conceitos, a

que esses personagens representam. Cada ator, personificado em algum nome no

texto, levanos a uma ideia, uma interpretação a que essa figura está ligada. Por

exemplo: o Arigatô, representa a imigração, a interação de um povo, de uma cultura; e

assim cada um dos personagens com uma ideia de valor e representação. Perceber

que o livro não trata apenas de uma história de futebol, mas representa uma relação de

respeito, amizade, lealdade e honestidade entre os personagens apresentados, e trata-

se de uma narrativa baseada em fatos reais, tornando-se emocionante e fascinante

de ler.

1. Leitura do 1º capítulo Janeiro do livro: Uma História de Futebol.

1.1. Levantamento dos atores e objetos representados no texto e a que esses

elementos textuais remetem.

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Personagens: Dico (Pelé), Zuza, Azeitona , Bala, Espaguete, Tom Mix, Veludo, Cosme

e Damião, Arigatô, Pé-de-cabra, Senira.

Desenho das personagens, relação entre atores e conceitos: a qual ideia está ligada

cada um deles, quais conceitos e valores que esses elementos textuais remetem.

Relação entre atores e temas:

Azeitona (era bem gordo, sempre aparecia comendo alguma coisa e gostava de jogar

de goleiro). Tema: gula, delícias.

Bala (tinha esse apelido porque corria muito rápido). Tema: rapidez, velocidade.

Espaguete (era o cara mais alto do time e gostava de andar de perna de pau). Tema:

magreza, o circo, a alegria.

Tom Mix (o pai era o delegado da cidade e jogava com cara de mau e era o xerife do

time). Tema: a ordem, a autoridade.

Veludo (ficava horas se arrumando, mesmo depois do jogo, nunca ficava sujo ou

desarrumado). Tema: beleza, vaidade.

Cosme e Damião (gêmeos, sempre eram confundidos nas jogadas).

Tema: união, solidariedade.

Arigatô (muito educado vivia falando obrigado). Tema: educação, disciplina.

Pé-de-cabra (era o mais briguento de todos). Tema: o lutador, o briguento.

Dico ( era muito bom de bola) Tema: a estrela, o brilho.

Zuza (era muito ruim de bola, mas adorava jogar com os amigos). Tema: amizade,

companherismo.

1. 2. Além do Zuza, Dico e dos demais jogadores do time, quais são os outros

personagens importantes?

1. 3. Como é a cidade e em que época se passa o livro?

1.4. Quais são os amigos e os inimigos do Zuza e do Dico?

1. 5. Quais são os principais substantivos presentes no texto? (trabalhar a distinção

entre substantivo comum e próprio)

1. 6. Qual desses substantivos melhor representa o que tanto o Zuza e os seus amigos

quanto os seus adversários mais gostam?

Nessas perguntas serão trabalhadas a questão do substantivo e seu valor semântico

presente na relação narrativa entre sujeitos (atores principais) e

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objeto o alvo do desejo e a busca dos sujeitos).

1.7. O texto que você leu é narrado na primeira pessoa do singular. Da mesma

maneira, os pronomes se referem a essa pessoa gramatical. Ex: acho que foi o melhor

ano da minha vida. Agora, explique o motivo de o texto ter sido narrado em primeira

pessoa e analise se poderia ter sido empregado a 3°pessoa. Justifique sua resposta.

1. 8. Observe os verbos utilizados e responda:

a) Em qual tempo (presente, pretérito ou futuro) encontra-se a maior parte deles?

b) Por que foram empregados nesse tempo?

Nessa questão será trabalhada a questão do percurso da narrativa por intermédio do

verbo e suas flexões. O tempo, indicando a época histórica, o modo, indicando a

maneira como essa ação se processou; e a pessoa, indicando o jogo pronominal.

1.9. Quais idéias estão ligadas ao Zuza, Dico e amigos e quais idéias estão ligadas aos

adversários do Zuza e sua turma?

Nesta última pergunta já estão sendo trabalhadas as relações fundamentais, isto é, os

conceitos, valores e afetos que estão presentes no texto.

2. Leitura do 2º capítulo Fevereiro do livro Uma História de Futebol.

2.1. Que fato importante acontece logo no início do capítulo? O que o treinador oferece

de muito importante para os garotos?

(trabalhar a idéia de objeto de valor (o campeonato), ou seja, o objeto que concentra,

na narrativa, aquilo que o sujeito almeja.)

2.2. Zuza pede ajuda ao pai para fazer sua lição de casa e o pai escreve o nome

errado. Esse parágrafo termina com uma interrogação que não é respondida

precisamente no parágrafo seguinte, por quê?

(OBS: Trabalhar os recursos discursivos, como a interrogação, e de que forma esses

recursos ajudam a conduzir a narrativa).

2.3. Ainda neste capítulo, há a história de Seu Dondinho que é pai de Dico e também

jogador, mas foi machucado por um outro jogador.

Quais sentimentos estão presentes nesse trecho do livro e como esses sentimentos

estão ligados aos personagens presentes? (trabalhar as relações entre personagens e

valores envolvidos no texto)

3. Leitura dos capítulos: Abril a Novembro do livro: Uma História de Futebol.

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Nos capítulos de Abril a Novembro acontece a performance ( fase em que se dá a

transformação; as ações centrais da narrativa operam a mudança de um estado a outro

– jogos disputados – ações – fazem os sujeitos (jogadores) traçarem um percurso de

lutas e conquistas.

3.1. O time de futebol já estava montado para participar do campeonato, mas havia

alguns problemas em relação a posição dos jogadores. Como esse problema foi

resolvido? O que isso mudou em relação ao desempenho dos jogadores? Essa

transformação foi positiva ou negativa?

3.2. Localizar em cada um dos jogos disputados os antagonista e os conceitos e

valores a que cada uma das partidas remete.

3.3. No capítulo de Novembro acontece um problema com Zuza e Dico. Qual foi a

causa do desentendimento entre os dois? De que forma isso foi resolvido?

4. Leitura do capítulo: Dezembro do livro: Uma História de Futebol.

No último capítulo do livro, Dezembro, (onde ocorre a sanção) revela-se o

reconhecimento do sujeito que operou a transformação. Como isso é mostrado no livro?

Quais são as recompensas positivas e negativas apresentadas e a que conceitos e

valores estão associados?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, Mikail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria Semiótica do Texto. São Paulo, .Ática, 2008.

FIORIN, José Luis. Elementos de Análise do Discurso. Repensando a Língua

Portuguesa. São Paulo: 1989.

----------------------------- e SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. São Paulo:

Ática,1995.

MARCUSCHI, Antonio Luis. Produção textual, análise de gêneros e compreensão.

Parábola Editorial. São Paulo: 2008.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes curriculares da

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SILVA, Ezequiel Theodoro da. A Produção da Leitura na Escola. Pesquisas x

propostas. São Paulo, Ática, 2005. – O ato de ler. Fundamentos Psicológicos para uma

Nova Pedagogia da Leitura. São Paulo, Cortez, 2005.

TORERO, José Roberto. Uma história de futebol. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.