OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Embora a Astronomia participar em nossas vidas...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA UTILIZANDO A
INTERNET COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA ATRAVES DE SITE SOBRE
ASTRONOMIA: FENÔMENOS ASTRONÔMICOS TERRESTRES PRESENTES NO
NOSSO DIA A DIA
1Autor: Luiz de Carvalho dos Santos
2Orientador: Professor Dr. Antonio Carlos Pinho
Resumo
O presente artigo tem como objetivo central a reflexão sobre a abordagem de alguns fenômenos básicos astronômicos contemplados pelas DCE do Estado do Paraná na disciplina de Ciências do Ensino Fundamental com o conteúdo estruturante de Astronomia. Explanaremos sobre a importância da Astronomia no nosso dia a dia, a sua presença e interferência em nossas vidas, oportunizando a expressão e a valorização do conhecimento empírico do aluno e a sua correlação com o conhecimento científico. Dando ênfase à necessidade da diversificação do uso de recursos didáticos na abordagem desse conteúdo, a promoção de uma efetiva interdisciplinaridade referente ao tema Astronomia, proporcionando maior motivação e curiosidade dos nossos alunos. Será desenvolvida uma seqüência didática que proporcionará aos alunos uma participação ativa em todos os conceitos abordados. Esses conceitos seguem as orientações das DCE de Ciências, permeando situações do cotidiano do aluno. A seqüência didática foi desenvolvida utilizando-se de recursos didáticos diversos, porém, fazendo maior uso da tecnologia digital especificamente o uso da internet. Visando subsidiar os professores em suas práticas pedagógicas potencializando-as especificamente na disciplina de ciências. Que possamos com essa seqüência didática, refletirmos sobre as nossas práticas quanto à abordagem sobre o ensino de Astronomia.
Palavras Chave: Ensino de Ciências, ensino da Astronomia, sequência didática.
1 Professor de Ciências do Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen Ensino Fundamental e Médio -
São José dos Pinhais - PR 2 Professor Doutor Antonio Carlos Pinho da UTFPR – Universidade Tecnológica do Paraná – Campus
Curitiba - PR
1. INTRODUÇÃO
A Astronomia é uma ciência milenar que estuda os corpos celestes. Objeto de
estudo e apreço durante séculos pelos povos das antigas civilizações até os dias
atuais. Foi a ciência que inspirou muitos estudiosos desde os tempos remotos,
levando-os às grandes descobertas que resultaram na elaboração de teorias que
regem até os dias atuais.
A Astronomia, por sua universalidade e por seu caráter inerentemente
interdisciplinar, é de fundamental importância para uma formação minimamente
aceitável do indivíduo e cidadão do mundo atual. A Astronomia oferece, ao cidadão,
a oportunidade de ter uma visão global de como o conhecimento humano é
construído ao longo dos séculos, passando por mudanças de paradigmas e de
pensamentos. A Lei de Diretrizes e Bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais
em específicos os do Ensino Fundamental; sugerem e incentivam para uma
abordagem mais completa de vários tópicos da Astronomia do sexto ano ao nono
ano do Ensino Fundamental.
Nas Diretrizes Curriculares de Ciências do estado do Paraná, o conteúdo
sobre Astronomia apresenta-se como um dos Conteúdos Estruturantes;
conhecimentos de grandes amplitudes, considerados fundamentais para a
compreensão de seu objeto de estudo e ensino.
Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a partir
da historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do
currículo, além de estruturar a disciplina frente ao processo acelerado de
especialização do seu objeto de ensino e estudo (LOPES, 1999).
Embora a Astronomia participar em nossas vidas de modo intenso e
inexorável, percebe-se ainda um grande desinteresse pelo assunto por parte dos
educando em sala de aula.
A Astronomia, apesar de ser considerada a mais antiga das ciências, é a
“grande desconhecida” de nossos alunos nas escolas e da população em geral
(LANGHI, 2004; PEDROCHI e NEVES, 2003).
Questionar a validade e a utilidade da Astronomia hoje é retroceder no tempo,
pois se nossos ancestrais não tivessem se dedicado a ela, provavelmente se quer
estaríamos aqui agora.
Porém, esse é o momento propício para a elaboração de estratégias e
metodologias diversas para potencializar as nossas práticas e abordagem do
assunto, visando melhor interpretação e compreensão dos fenômenos astronômicos
do dia a dia pelos nossos educando.
2. A LDB, OS PCN E A ASTRONOMIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (Lei Nº. 9.394/96 de 20/12/96)
Estão relacionados abaixo alguns tópicos da atual LDB que julgamos
particularmente muito importantes ao ensino de ciências.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
X- Valorização da experiência extraescolar;
Art. 12º. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu
sistema de ensino, terão a incumbência de:
I- elaborar sua proposta pedagógica;
Art. 26º. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional
comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais
da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
§1º. Os currículos que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo
da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e
da realidade social e política, especialmente do Brasil.
Art. 32º. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
II- a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais
Salientam-se a seguir, alguns trechos extraídos dos novos PCN para o Ensino
Fundamental.
“Sem dúvida, o homem precisa adaptar-se aos novos tempos usando o
progresso científico e as tecnologias disponíveis”. O acesso a essas conquistas
precisa ser garantido a todos, sob pena de ampliação das desigualdades
econômicas e culturais.
O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade dos recursos
culturais relevantes para a intervenção e a participação responsável na vida social.
Desde o domínio da língua falada e escrita, dos princípios da reflexão
matemática, das coordenadas espaciais e temporais que organizam a percepção do
mundo, dos princípios da explicação científica, das condições de fruição das obras
de arte e das mensagens estéticas, domínios do saber tradicionalmente previstos
nas concepções da educação no mundo democrático, até outras tantas exigências
que se impõem como injunções do mundo contemporâneo.
Desse modo, impõe-se como necessidade urgente que a educação:
Forneça aos alunos bases culturais que lhes permitam decodificar, na medida
do possível, as transformações em curso, e operar uma triagem na massa
das informações a fim de melhorar interpretá-las; para isso é preciso associar
as ações educativas às tecnologias da comunicação;
Atue em diferentes planos: ético e cultural, científico e tecnológico, econômico
e social.
A formação de um cidadão crítico exige sua inserção numa sociedade em que
o conhecimento científico e tecnológico é cada vez mais valorizado. Neste contexto,
o papel das Ciências Naturais é o de colaborar para a compreensão do mundo e de
suas transformações, situando o ser humano como indivíduo participativo e
integrante do Universo.
A falta de informação científico-tecnológica pode comprometer a própria
cidadania, deixada à mercê do mercado e da publicidade. Mais do que em qualquer
época do passado, para o consumo ou para o trabalho, cresce o conhecimento
necessário para interpretar e avaliar informações, até mesmo para poder participar e
julgar decisões políticas.
Além dessas considerações gerais, mais adiante, os mesmos PCN
prescrevem, especificamente para a área de Ciências, quatro Eixos Temáticos
principais, sendo um deles “A Terra e o Universo”, cujos tópicos abordados são
justamente os conhecimentos básicos da Astronomia.
Nos PCN há, ainda, forte apelo à relevância da interdisciplinaridade e
multidisciplinaridade nas abordagens pedagógicas. Como a Astronomia é
inerentemente inter e multidisciplinar, os PCN parecem ter sido elaborado sob
medida para que o ensino seja implementado de maneira adequada aos anseios dos
professores da área de ciências. Daí a generalizada aceitação dos PCN por esses
profissionais.
A educação em Astronomia tem sido uma preocupação crescente nos
últimos anos em diversas pesquisas brasileiras em ensino de
ciências, de modo que a quantidade de trabalhos apresentados sobre
esse tema, em congressos e eventos da área, tem aumentado
sensivelmente (CASTRO, PAVANI e ALVES, 2009, p.136).
Porém, o ensino de Astronomia em Território Nacional, conta com um
potencial pouco explorado. O que se faz necessário o despertar e reflexão dos
centros astronômicos de pesquisas existentes no Brasil, (planetários, observatórios,
universidades) da necessidade em fazer parcerias entre comunidade astronômica
profissional e comunidade escolar professores e alunos. Essas parcerias
proporcionarão mudanças significativas na formação inicial e continuada tanto dos
professores especificamente do ensino fundamental quanto dos seus alunos,
despertando e motivando-os do ensino fundamental ao ensino médio para uma
cultura científica, potencializando assim o estudo sobre Astronomia.
3. RELAÇÃO PROFESSOR, ENSINO DE ASTRONOMIA E TECNOLOGIA
Diversas pesquisas no ensino de Astronomia foram realizadas nas escolas
brasileiras do ensino fundamental e médio na disciplina de ciências em destaque os
estudos realizados por Caniato (1987), Leite (2002), Neves & Pedrochi (2005),
Langhi & Nardi (2005), e Oliveira (2007).
Essas pesquisas comprovam as diversas dificuldades enfrentadas pelos
professores no momento de trabalhar os conteúdos de astronomia, isso pela falta de
uma formação sólida acadêmica, carência de fontes seguras sobre Astronomia, as
distorções presentes em livros didáticos e a falta de cursos ou especializações sobre
o tema são obstáculos encontrados no contexto de ensino e aprendizagem desse
conteúdo o que torna um desafio para os professores.
Segundo Canalle e Trevisan,
A formação inadequada dos professores leva a inquietações, inseguranças e dificuldades que os conduzem a buscar informações em outras fontes, muitas vezes questionáveis, talvez procurando concepções alternativas, ou acabam seguindo orientações e sugestões dos autores de livros didáticos utilizados
em sala de aula, os quais trazem muitos problemas quanto ao conteúdo de Astronomia (CANALLE et al., 1997).
Porém, apesar dessas dificuldades, a necessidade de se compreender os
fenômenos astronômicos do universo, principalmente os que ocorrem no nosso
sistema solar, justifica a tentativa de qualificar e socializar os estudos sobre
astronomia, utilizando-se de tecnologias digitais disponíveis, que possibilitam
conhecimentos e avanços das teorias atuais e evoluções no campo da astronomia.
Nesse contexto, a sequência didática proposta, tem por objetivo a utilização,
além dos recursos didáticos teóricos disponíveis, o uso das tecnologias digitais,
especificamente a internet, que devido ao seu grande potencial de atração, do fácil
acesso e da sua ampla utilização por essa geração de educandos; permitirão-lhes
maior participação e compreensão dos fenômenos astronômicos no seu cotidiano,
levando-os a uma interpretação científica do conteúdo, promovendo assim a
construção efetiva do conhecimento.
3.1 A ASTRONOMIA E A TECNOLOGIA
No processo do conhecimento, sempre “há uma relação entre a cultura da
escola e a cultura que existe fora dela, as quais se articulam num complexo
educacional que precisa ser entendido como vivências de todos aqueles que fazem
parte da escola” (CORREIA, 2003, p. 134). Assim não é possível ignorar os espaços
das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) na aprendizagem dos alunos e
professores.
É necessário que os educandos se sintam atraídos pelo que lhes é
apresentado, para que as atividades propostas sejam realizadas com prazer,
compreensão e aplicabilidade em suas vidas, levando-os a produzir suas próprias
concepções de ciências.
Desse modo, as TIC podem ajudar na descoberta de novos sentidos para
estabelecer práticas coletivas e potencializadoras das redes de relações.
As TIC auxiliam o alargamento na autonomia de pensar, pois as mesmas possibilitam ao sujeito a autocriação, criando diferentes formas para mediar o jogo da solidariedade humana coletiva, bem como fazem emergir “novas concepções de vida, conhecimento e arte; avanços de novos tipos de ciência e tecnologia que transcendem a racionalidade e a política vigente e hegemônica” (LINHARES, 2001, p. 165).
Desta maneira, subentendem-se as TIC como elementos potencializadores
para ultrapassar a linearidade do espaço e do tempo, combinando diferentes
maneiras, formas e proporções para movimentar a ressonância do saber e do
conhecimento.
Estamos inseridos nesse mundo global, extremamente dependente da ciência
e da tecnologia, o que nos leva aprender a aprender com a tecnologia, utilizá-la a
favor do ensino e da aprendizagem, construir nossos conhecimentos na interação
com os outros e com o apoio dos recursos tecnológicos que facilitam tanto o ensino
quanto a aprendizagem.
Conforme o grande pensador, escritor e cientista Carl Sagan, podemos dizer
que “Vivemos numa era complexa, em que muitos dos problemas que enfrentamos,
quaisquer que sejam suas origens, só tem resoluções que implicam uma profunda
compreensão da ciência e da tecnologia” (SAGAN, 1996, p. 318).
4. METODOLOGIA
A implementação do projeto: Sequência didática para o ensino de Astronomia
utilizando a internet como ferramenta metodológica através de site sobre astronomia:
fenômenos astronômicos terrestres presentes no nosso dia a dia proposto pelo
professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – do Estado do
Paraná, no Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen – E.F.M em São José dos
Pinhais, no período compreendido entre fevereiro e junho de 2014, obedeceu ao
seguinte cronograma.
ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
DATA TEMPO PÚBLICO ALVO
Apresentação do
projeto e o material
didático produzido
pelo professor PDE
Fevereiro/2014
1h/a
Direção, Equipe
Pedagógica e
professores
(Semana Pedagógica)
Apresentação e
discussão das ações
previstas para
implementação do
projeto nas séries
selecionadas
Fevereiro/2014
2h/a
Direção e Equipe
Pedagógica e
professores
Apresentação do
projeto e material
didáticos das ações
sobre a
implementação com
os alunos.
Março
3h/a
Alunos pertencentes
aos 7º. anos de 2014
Apresentação do site
escolhido sobre
Astronomia para
desenvolver o projeto
utilizando o
laboratório de
informática
Março
3h/a
Alunos pertencentes
aos 7º. anos de 2014
Realização de uma
avaliação
contemplando apenas
conteúdos sobre
Astronomia
Março
3h/a
Alunos pertencentes
aos 7º. anos de 2014
Apresentação do
instrumento portfólio
e a sua importância
Março
2h/a
Alunos dos 7º. anos
de 2014
Divulgação e
preparação dos alunos
inscritos na 17ª.
Olimpíada de
Astronomia através
de atividades
sugeridas pelos
coordenadores da
OBA
Abril e maio/2014
6h/a
Alunos pertencentes
aos 7º. anos de 2014
Implementação do
projeto
Maio e junho/2014
12h/a
Alunos pertencentes
aos 7º. anos de 2014
Tabela 1: Cronograma de Implementação do Projeto Fonte:o autor
4.1 Apresentações do projeto e o material didático ao colegiado
Aproveitando a oportunidade da presença maciça do colegiado com o início
da Semana Pedagógica, foram apresentados o Projeto e o Material didático, ambos
relacionados ao Conteúdo de Astronomia, as ações propostas para a implementação
e discussão entre a Direção, Equipe Pedagógica e Professores ressaltando a
importância pedagógica da sua aplicação no colégio.
4.2 Apresentações do projeto e o material didático aos alunos
Momento oportuno onde os alunos das séries selecionadas tiveram
conhecimento sobre o projeto e material didático elaborado pelo professor PDE, as
ações propostas para implementação no colégio, suas participações nas realizações
das mesmas, responsabilidades e comprometimentos de todos para atingir os
objetivos esperados.
4.3 Contato e familiarização dos alunos com o site sobre astronomia
Utilizando-se do laboratório de informática, os alunos tiveram o primeiro
contato com o site sobre Astronomia o 3Zênite.nu, ferramenta para uso constante em
suas práticas na implementação do projeto no Colégio.
4.4 Avaliação realizada pelos alunos
Foi realizada uma avaliação com os alunos selecionados contemplando os
conteúdos básicos sobre Astronomia cujo objetivo, fazer uma análise prévia do nível
de conhecimento que esses alunos apresentam em relação ao tema, para que o
professor PDE possa ter a sensibilidade de como atuar em suas práticas, identificar
as necessidades e as interdisciplinaridades necessárias para uma efetiva
compreensão dos educandos.
4.5 Apresentação do Portfólio aos alunos selecionados
Foi apresentado aos alunos selecionados para implementação do projeto, o
instrumento Portfólio. Todos tomaram conhecimento sobre a estrutura do portfólio,
sua importância e de como utilizá-lo. Instrumento esse, selecionado para todos os
registros teóricos e avaliações realizados por eles durante todo o processo de
implementação do projeto proposto.
3 Site:www.zenite.nu
4.6 Divulgações no colégio da XVII OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia
Aproveitando a oportunidade da OBA – Olimpíada Brasileira de Astronomia
que acorreu durante o período da implementação do projeto, foi realizada com
bastante antecedência de forma intensa e estimulante a sua divulgação por todo o
colégio. A divulgação ocorreu com visitações em salas de aulas ressaltando a
importância da participação de todos no evento, a fixação de cartazes pelo colégio e
o início das inscrições. Houve uma adesão de cem por cento dos alunos
selecionados e de acordo com as orientações e sugestões da coordenação da OBA,
foram realizadas antes da Olimpíada, algumas atividades propostas e ofertadas pela
própria instituição como subsídio aos alunos inscritos.
Os objetivos de envolver os alunos selecionados nesse evento foram:
despertar maior interesse pelo tema e agregar mais conhecimento que somariam
com a implementação do projeto.
5. ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO COM OS ALUNOS
5.1 Primeira Etapa
Essa primeira etapa ocorreu com a apresentação da relação de todos os
temas contemplados no projeto e as ações sugeridas para a sua implementação.
Foram apresentadas aos alunos, algumas literaturas previamente
selecionadas pelo professor PDE sobre Astronomia, as mesmas encontradas
disponíveis na biblioteca do Colégio, bem como endereços de outros sites e
simuladores relacionados com tema que somaram na complementação da pesquisa.
Nesse momento, os alunos tiveram acesso ao site zênite.nu, onde puderam
conhecê-lo e explorá-lo, estabelecendo assim o primeiro contato com o principal
material de apoio selecionado para uso na implementação do projeto.
Laboratório de Informática do Colégio Pe. Arnaldo Jansen – S.J.dos Pinhais
Visitação e contato com o site Zênite.nu – Astronomia
Foto 1: Alunos 7º. Ano – turma: A Fonte: o autor
Foto 2: Alunos 7º. Ano – turma: A e o Professor PDE Fonte: o autor
As fotos 1 e 2 registram o início da implementação do projeto realizado pelos
alunos em contato direto com o site específico sobre Astronomia.
5.2 Segunda etapa
Essa etapa iniciou-se com a aplicação de uma avaliação utilizada como
instrumento de verificação do conhecimento prévio dos alunos selecionados.
Instrumento aplicado no início e término da implementação do projeto.
Exemplar da avaliação aplicada
1) O “Big Bang” (“grande explosão”) é reconhecido pelos cientistas como o evento
que deu origem ao universo. Uma observação astronômica que está de acordo com
essa teoria é:
(a) o movimento de rotação da Terra.
(b) o afastamento entre as galáxias.
(c) o movimento de aproximação de estrelas.
(d) o movimento de translação da Terra.
2) Os astrônomos utilizam a unidade ano-luz nas suas atividades de pesquisa. Essa
unidade é utilizada para medir:
(a) Tempo (b) Velocidade (c) Área (d) Distância
3) “Possuem muitas estrelas e podem ter formato espiral, elíptico ou irregular.”
A descrição acima corresponde a:
(a) Nebulosas (b) Planetas (c) Aglomerados (d) Galáxias
4) A imagem abaixo mostra o momento de lançamento de um ônibus espacial.
É preciso utilizar foguetes no lançamento para:
(a) superar a força de atração gravitacional da
Terra.
(b) dar o equilíbrio necessário ao ônibus
espacial.
(c) produzir luz e calor na parte traseira do
ônibus espacial.
(d) consumir o oxigênio do ar no local do
lançamento.
5) O Sol é a estrela mais próxima do nosso planeta. Com relação ao seu futuro,
pode-se afirmar que:
(a) o Sol sempre existirá, pois produz a sua própria energia.
(b) daqui a bilhões de anos seu brilho diminuirá.
(c) pode deixar de brilhar a qualquer momento.
(d) como toda estrela, vai acabar como um buraco negro.
6) A alternativa que contém apenas corpos celestes que fazem parte do Sistema
Solar é:
(a) Buracos negros, aglomerados e planetas
(b) Planetas, luas e asteróides
(c) Luas, buracos negros e nebulosas
(d) Luas, aglomerados e nebulosas
7) A figura abaixo representa a Via Láctea, a galáxia onde se localiza o Sistema
Solar. A região que melhor representa a
localização do Sistema Solar nessa figura é:
A B
C D
8) Escreva (C) para CERTO ou (E) para ERRADO na frente de cada frase abaixo.
a) ( ) No inverno a Terra está muito mais longe do Sol, por isso faz muito frio.
b) ( ) No verão, de qualquer hemisfério, a Terra está muito mais perto do Sol.
c) ( ) A Terra gira ao redor do Sol; isso explica os dias e as noites.
d) ( ) A Terra gira ao redor do seu eixo de rotação; isso explica os dias e as noites.
e) ( ) A Lua brilha porque tem luz própria.
f) ( ) Os planetas são classificados em planetas rochosos ou interiores e gasosos
ou exteriores.
g) ( ) A Lua tem 29 fases, mas só quatro têm nomes especiais.
h) ( ) Os astronautas nunca pousaram na face oculta da Lua.
i) ( ) Nos equinócios (Sol sobre o Equador Celeste) a noite dura 12 horas.
j) ( ) No inverno as noites duram mais de 12 horas.
k) ( ) No verão as noites duram menos de 12 horas.
l) ( ) O inverno e o verão dependem da Terra estar mais longe ou mais perto do
Sol.
m) ( ) A quantidade de luz do Sol que chega à Terra é a mesma em todos os
pontos da superfície dela.
n) ( ) Se o eixo da Terra não fosse inclinado, não haveria estações do ano.
Resultados da avaliação realizada pelos alunos no início da implementação do
projeto no Colégio
Gráfico 1: avaliação inicial Fonte: o autor
Resultados da avaliação realizada pelos alunos no final da implementação do
projeto no Colégio
Gráfico 2: avaliação final
Fonte: o autor
Como se pode observar nos gráficos apresentados, houve um resultado
positivo bastante expressivo dos alunos em relação aos dois momentos de
realização do mesmo instrumento de verificação do conhecimento sobre o tema
Astronomia.
O que vem confirmar a importância das metodologias utilizadas durante a
implementação do projeto e da necessidade de colocá-las em ação em nossas
práticas de sala de aula.
Exposição dos Portfólios confeccionados pelos alunos participantes durante a implementação do projeto
Foto 3: Alunos do 7º. Ano – Turma: C Fonte: o autor
A foto 3 apresenta o momento de exposição dos portfólios elaborados pelos
alunos durante todo o processo de implementação do projeto realizado no colégio.
Foto 4: Alunos do 7º. Ano – Turma:C Fonte: o autor
Na foto 4, os alunos envolvidos no projeto de implementação, tiveram a
oportunidade de expor painéis e os portfólios sobre o evento tão impressionante e
comentado pela mídia, a lua “sangrenta”.
Uma oportunidade única e singular em suas vidas de poder apreciar tal
fenômeno ao mesmo tempo em que estão se aprofundando sobre o assunto.
5.3 Terceira etapa
Esta foi a etapa mais envolvente e desafiadora, onde alunos e professor
confrontaram seus conhecimentos e juntos, através do site zênite nu, puderam
desenvolver com o uso da tecnologia digital, uma observação e compreensão mais
detalhada e crítica sobre o assunto, desenvolvendo ações como manuseio de
simuladores, estímulo aos sentidos por meio de informações áudio visuais,
interatividade com o conteúdo abordado, dando significado ao conteúdo teórico e
aplicabilidade na vida real; construindo assim o conhecimento científico.
Nessa etapa, foi abordado a origem do universo e os principais fenômenos
astronômicos ocorrentes no nosso dia a dia tais como: principais movimentos
realizados pela Terra e percebidos pela a humanidade, (rotação e translação),
eclipses solares e lunares, solstícios e equinócios (as estações do ano).
Ao final dessa ultima etapa, a certeza de que os objetivos esperados no
desenvolvimento do projeto no interior do Colégio foram alcançados apesar de todas
as nossas limitações e obstáculos encontrados no decorrer do processo como houve
especificamente esse ano de 2014.
Uma experiência singular, um envolvimento interdisciplinar muito contagiante
entre professores tanto na esfera virtual como através do GTR (Grupo Tecnológico
em Rede), que somaram compartilhando das suas experiências, quanto com os
demais colegas de trabalho do Colégio e suas as disciplinas afins.
Através dessa experiência de participar do PDE, tive a oportunidade de
aprofundar-se muito sobre o ensino de Astronomia um tema tão desafiador que é
para nós professores de ciências abordá-lo em sala de aula.
O desafio foi grande, porém o sentimento de alegria e satisfação em despertar
o interesse nos nossos educandos pela a Astronomia e o seu envolvimento de forma
efetiva com a mesma, foi muito maior e isso é muito gratificante para nós
educadores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse artigo foi apresentada uma sequência didática como proposta
metodológica, usando uma linguagem acessível e instigante de ensino que inclui
várias atividades na perspectiva de proporcionar melhor aprendizagem aos alunos
durante as aulas sobre Astronomia.
Foi abordada a importância do uso das tecnologias digitais em especial o uso
da internet pelos professores de ciências do ensino fundamental, cujo objetivo é
tornar o ensino de Astronomia mais atraente e menos complexo aos nossos
educandos e contribuir na superação dos desafios enfrentados pelos professores de
ciências na abordagem desse tema.
Nessa sequência didática o conhecimento empírico dos alunos foram
abordados e esclarecidos de forma observacional, interativa, crítica e interdisciplinar,
levando a compreensão e a construção do conhecimento científico.
O professor de ciências precisa compreender que a Astronomia é uma ciência
interdisciplinar e observacional por natureza e que estas características tornam o
seu ensino desafiador tanto para ele quanto para os seus alunos.
O desejo é que essa proposta possa contribuir com os professores de
ciências do Ensino Fundamental do Estado do Paraná, em suas práticas em sala na
abordagem do ensino de Astronomia.
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