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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha de Identificação - Produção Didático-pedagógica

Professor PDE/2013

Título O espaço escolar como estímulo para a

improvisação teatral

Autor Jociméri Costa Bonfim

Disciplina/Área (ingresso no

PDE)

Arte

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

Colégio Estadual Zacarias Cardoso de Cristo

Município da Escola Rio Branco do Sul

Núcleo Regional de Educação NRE- Área Metropolitana Norte

Professor Orientador Robson Rosseto

Instituição de Ensino Superior FAP - Faculdade de Artes do Paraná

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes

disciplinas compreendidas no

trabalho)

Resumo: (descrever a

justificativa, objetivos e

metodologia utilizada. A

informação deverá conter no

máximo 1300 caracteres, ou 200

palavras, fonte Arial ou Times

New Roman, tamanho 12 e

espaçamento simples)

O projeto objetiva realizar um estudo sobre

os jogos improvisacionais e sua relação com os

distintos espaços da escola. Nessa perspectiva,

o aluno será estimulado à investigação de

propostas cênicas a partir das estruturas físicas

dos ambientes. Nesse sentido, o intuito é

contribuir para que os estudantes identifiquem

os elementos da teatralidade por meio de

improvisos teatrais, e aos poucos sejam

capazes de incorporá-los de forma autônoma na

ação cênica. De forma gradativa, a proposta irá

abranger tanto a produção quanto a apreciação,

práticas de fundamental importância para a

formação de alunos críticos e reflexivos sobre

as proposições artísticas produzidas e

assistidas.

Palavras-chave ( 3 a 5

palavras)

“Espaço Escolar; Improvisação Teatral; Ensino

do Teatro”.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo (indicar o grupo

para o qual o material didático foi

desenvolvido: professores,

alunos, comunidade...)

Alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental

Prezado(a) Professor(a):

O ser humano já traz desde a infância a necessidade de interagir com o outro, o

desejo de ocupar e explorar os espaços que a vida lhe oferece. A educação estética de

certa forma proporciona ao aluno a oportunidade de conhecer-se e relacionar-se de forma

integrada, participativa e criativa.

Pretende-se oferecer conhecimento teórico/prático na área do Teatro, trazendo

possibilidades instigantes para desenvolver com alunos do ensino fundamental, em

especial sugiro aplicar as proposições aqui colocadas com o 6º ano, porém as ações são

flexíveis, assim poderão ser realizadas com as demais turmas.

A proposta deste material didático visa subsidiar professores no trabalho de

Improvisação a partir da diversidade de espaços que a escola possui. Possibilitar ao aluno

a vivência do processo de criação e apreciação teatral.

A escola é o espaço onde o aluno apropria-se de conhecimentos artísticos,

filosóficos e científicos. A disciplina de arte oportuniza o desenvolvimento a partir da

contextualização, criação e fruição, permitindo assim ao educando ampliar suas

referências, a interação crítica dos conhecimentos trabalhados, a evolução de seu

potencial criativo e social. As Diretrizes Curriculares da Educação Básica contemplam em

sua proposta conteúdos e elementos estruturantes do teatro. No entanto, ao planejar as

aulas de teatro nos deparamos com situações conflitantes, uma delas é o espaço para

realização das atividades e desenvolver ações que possibilitem a improvisação como

meio de aprendizagem sem a necessidade de produzir uma peça teatral com todos os

seus elementos. Nesse sentido, de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação

Básica “na escola, a dramatização evidenciará mais o processo de aprendizagem do que

a finalização”. (DCE, 2008, p. 80)

Além disso, ao se trabalhar teatro na escola, o foco em geral se restringia a

apresentação final, sem levar em conta o processo de construção da encenação. E nessa

perspectiva o espaço destinado para as apresentações teatrais quase sempre é a sala de

aula ou o anfiteatro. Cabe destacar que em geral as propostas cênicas contemporâneas

se utilizam de espaços não convencionais para a realização dos espetáculos. Portanto, o

que o presente projeto pretende é romper com esse paradigma tradicional investigando

novas possibilidades de utilização dos distintos espaços da escola por meio da

improvisação teatral.

O trabalho em teatro na escola envolve os seguintes conteúdos estruturantes:

elementos formais, composição e movimentos que devem ser explorados nas aulas de

arte. Assim, esse projeto pretende através de estudos sobre a investigação de espaços

alternativos na escola, bem como as características da improvisação teatral, viabilizar o

desenvolvimento de atividades correspondentes.

INTRODUÇÃO

O espaço cênico ao longo da História do teatro sofreu modificações à medida que

foi absorvendo as contingências sociais de cada época, as novas conquistas da técnica.

O ambiente da cena ocidental se apresentou em pelo menos três grandes modelos: o

espaço greco-romano, o elisabetano e o palco à italiana.

Na Grécia, o espaço cênico mais característico é o de forma circular, com o ator no

centro, sobre o tablado improvisado, com o público à sua volta. Também se destacou

neste período o espaço semi circular, os quais eram conhecidos por arena ou semi arena.

Teatro Grego

Os Teatros Romanos eram construções imensas podendo abrigar multidões. Nas

arquiteturas teatrais, a orquestra tinha menos espaço, mas cresceu o ambiente para as

cenas. Margot comenta que “Os romanos acrescentaram novas e magnificentes

fachadas, ou pelo menos pedestais de proskenium com decorações em relevo, a muitos

teatros” (2001, p. 154). Gradualmente o espaço para encenação foi se adaptando as

necessidades da arte dramática.

1. HISTÓRICO DOS ESPAÇOS CÊNICOS

Imagem: Deutsche Verlagsgesellschaft em Stuttgart / teatro romano de Atenas (Grécia), 1891

No final da Idade Média, as ideias do Humanismo trouxeram de volta a cultura

clássica, e ocorre, então, o Renascimento, retomando os modelos greco-romanos. O

século XVII corresponde o Barroco, período em que o teatro adotou um espaço cênico em

forma de ferradura, com as extremidades voltadas para o palco e vários níveis de plateia.

Na Inglaterra surgiu uma nova forma de espaço cênico, conhecida como Palco

elisabetano, referência à Rainha Elisabete, que reinava naquela época. Esse foi o teatro

de Shakespeare e cabe destacar que o Teatro São João, situado na Lapa tem

semelhança com o teatro Elisabetano.

Imagem: Jociméri Bonfim; Teatro São João da Lapa – PR

Surgiu uma novidade no espaço cênico durante a Renascença, o palco à italiana,

um espaço fechado, com grandes novidades técnicas, sem esquecer o conforto e os

requintes que são oferecidos aos espectadores. Aos poucos, conquistou sua hegemonia

por alguns séculos no âmbito mundial, no qual foi predominante até o final do milênio.

Nesse sentido, Bulhões afirma que “na cultura ocidental determina a maioria dos

espetáculos teatrais apresentados nos centros urbanos, se caracteriza pela relação frontal

e com desnível espacial entre atores e público”. (2004, p.32) Esse novo tipo de teatro

oferece uma melhor condição de visibilidade, e de acústica.

Aos poucos questionamentos e mudanças começam surgir em relação ao espaço

cênico. Segundo Bulhões:

Este modelo vem sendo questionado desde o surgimento do encenador moderno, a partir do início do século XX. Já em 1903, Romain Roland sugere tirar o teatro da sala italiana, afirmando apenas precisar de uma sala ampla [...] registrando-se também experiências de encenadores como Evreinov, utilizando a fachada arquitetônica de monumentos históricos para a realização de espetáculos monumentais ao ar livre com centena de atores[...] para Bertold Brecht, o espectador deve ver a cena à distância e portanto a relação frontal do palco italiano não será necessariamente um problema, desde que a estrutura que no teatro naturalista cria a ilusão da caixa cênica seja desfigurada por dentro, voltando para ele seus próprios recursos. Só a movimentação dos atores fará do espaço uma área de jogo.[...] de todos os renovadores da cena teatral na primeira metade do século XX, Antoin Artaud é o mais ousado, pois previu uma verdadeira radicalização na relação atores e público. (2004, p.34)

Já com as rupturas e inovações acontecendo no espaço cênico, o teatro

contemporâneo vem à tona, rompe com a estética tradicional à italiana, passa a

conceituar o espaço cênico como uma área de jogo ou de representação:

A explosão do palco à italiana elimina espacialmente o princípio de desigualdade social imposto pela estrutura italiana, em que os espectadores assistiam ao espetáculo de uma posição mais ou menos privilegiada, colocados em frisas centrais ou laterais de acordo com a posição social. O fato de não apresentar fronteiras rígidas, atribui à área de jogo a qualidade de um espaço compartilhado, que, por vezes, se transforma em motivo de grande festa, reunindo ator e espectador sobre um mesmo lugar. O conceito de área de jogo ou de representação destaca o valor e importância do jogo teatral como princípio dinâmico que anima o espaço e as relações humanas. (SOARES, 2010, p.120)

No Brasil, destacam-se Victor Garcia, José Celso Martinez Corrêa e Augusto Boal

dentre os encenadores pioneiros na investigação de novas relações com o espaço. Vale

ressaltar a importância de Augusto Boal, um dos mais conhecidos dramaturgos, que teve

seu trabalho apresentado e desenvolvido em vários países. Boal através do seu contexto

histórico vivido no Brasil, durante a Ditadura, desenvolveu a metodologia do teatro do

Oprimido, tendo como técnicas o teatro-imagem, teatro-fórum, teatro-debate, fotonovela,

teatro-invisível. A partir das técnicas acima citadas, Boal propõe que, os participantes

reflitam de maneira crítica suas opressões sofridas na sociedade, percebendo as

possibilidades para resoluções dos problemas, tendo como foco o opressor e o oprimido.

Tal proposta de trabalho pode ocorrer em qualquer lugar; tornando-se assim o espaço

cênico relevante. Segundo Boal (2008), a opressão está em todos os lugares, sendo

esses lugares um espaço cênico alternativo para acontecer a ação dramática.

Preocupando-se com o indivíduo recriando na arte seu próprio dia a dia. Felipe Dall’orto:

Através de seus estudos e experimentações se preocupa em mostrar o caminho para a descoberta do desejo e de como realizá-lo, se desprendendo de convenções e dogmas artísticos preocupando-se com o indivíduo recriando na arte seu próprio cotidiano e abrindo um espaço para expor seu problema e as diversas formas de revê-lo. As idéias de Augusto Boal são hoje conhecidas no mundo inteiro, e a poética do Oprimido praticada em diversos países que a escolheram como um mecanismo artístico e social contra diversas formas de opressão. (2008, p. 4)

Na representação teatral contemporânea o espaço cênico pode ser qualquer lugar,

pois é o espetáculo que dá ao espaço o seu caráter teatral. Nesse sentido,

O lugar teatral é o espaço de uma ação, de um acontecimento representado por homens para outros homens, que essa ação seja imitada, falada, cantada ou dançada. Este é um lugar de representação, mas também de reunião; reunião de atores, de técnicos e de público. É a criação de uma comunidade de autores e de espectadores que se encontram face a face por um determinado tempo, o tempo de uma manifestação da qual eles querem participar de maneira diferente. É um espaço de troca. (BULHÕES, 2004, p.37).

O teatro contemporâneo desenvolveu uma nova concepção de espaço cênico, em

decorrência de novas propostas de encenação que irrompe das relações entre as forças

inerentes ao processo criativo e não mais de uma estrutura arquitetônica fixa e de modelo

único.

A improvisação se dá fundamentalmente através da espontaneidade. Tem como

base justamente a capacidade de flexibilidade, criatividade no imprevisto e nas surpresas

de cena, a capacidade de se adaptar e ficar atento a tudo que está à volta. Confirmando

esses conceitos, Chacra afirma que “podemos chamar de improvisação, como algo

inesperado ou inacabado, que vai surgindo no decorrer da criação artística, aquilo que se

2. IMPROVISAÇÃO TEATRAL

manifesta durante os ensaios para se chegar a criação acabada”. (1983, p.14) Na visão

de Rosseto “o ato de improvisar solicita do aluno a capacidade de ser espontâneo e

criativo, uma vez que estimula o desenvolvimento intelectual e a sensibilidade física”.

(2013, p.12)

A improvisação existe desde que existe o teatro. Desde as festas dionisíacas até o

teatro formalizado dos dias de hoje, há caráter improvisacional, seja ele evidente ou não.

A improvisação estava presente nas ruas da Grécia e também em Roma com o gênero

popular: as farsas, os saltimbancos, e as atelanas. Os quais contribuíram para o

surgimento da Commedia dell’arte, gênero este que surgiu na Itália por volta do século

XVI como a arte do ator. Conhecido como o teatro do improviso baseado na técnica de

improvisar, esta técnica de improvisação consiste em o ator interpretar algo que não foi

previamente pensado ou elaborado.

Para Chacra “A improvisação tem uma história longa, tão antiga como a do

homem. Ela vem desde as épocas primitivas, perdurando como manifestação até o

presente”. (1983, p.24) Ainda segundo a autora,

Pois é a commedia dell’arte que lhe confere a categoria de “arte” que, até então, não lhe fora reconhecida. Os mimos, as atelanas e seus similares da Antiguidade Clássica, assim como as diversas modalidades improvisacionais existentes na época medieval, não tinham conseguido dar à improvisação a grandeza que a commedia dell’arte lhe imprimiu. (CHACRA, 1983, p.30)

A Commedia dell’arte foi uma prática que percorreu toda a Europa e estabeleceu-

se como um estilo de teatro que exaltou a improvisação e, a partir daí, passou a ser

refletida com importância para o teatro. Nesse sentido, Rosseto afirma que “Como prática

teatral, a improvisação é uma vivência fundamental para todos aqueles que desejam fazer

teatro”. (2013, p.11). Chacra acrescenta ainda sobre a importância do improviso, “a

improvisação pode provocar a penetração da arte na vida [...] um elemento mediador

capaz de ligar o homem comum ao mundo da estética, não somente como apreciador,

mas também como um produtor de arte”. (1983, p.97)

O ambiente escolar é um espaço importante para a criação artística, seja ela

trabalhada de diferentes formas e em diversos lugares. A proposta aqui é desenvolver

com os alunos a linguagem teatral por meio da improvisação, nos distintos espaços da

escola, para subsidiar o processo de construção do conhecimento artístico. De acordo

com Rosseto:

Pensando em função do espaço, o jogo improvisacional é uma alternativa que permite descobertas distintas sobre a relação entre os alunos jogadores e o ambiente físico e a plateia. Dentre as possibilidades, os integrantes de um grupo podem eleger um espaço determinado em virtude de uma estética cênica priorizada ou pelas próprias referências que o espaço por si só oferece. (2013, p. 57).

Bulhões afirma que “o olhar lúdico e poético que transforma simbolicamente o que

vê, refuncionalizando os objetos, subvertendo atmosferas e transpondo o espaço real

para o espaço de ficção”. (2004, p.24) Essa percepção e consciência podem ocorrer na

medida em que o aluno vai exercitando o jogo teatral. Para tanto, Soares observa a “[...]

importância do jogo teatral como princípio dinâmico que anima o espaço e as relações

humanas. Com objetivo de explicar para os alunos do ensino fundamental, de forma

interativa a evolução do espaço cênico e a natureza do jogo teatral”. (2010, p.120).

Os jogos teatrais baseados na improvisação despertam no participante o interesse

e a disponibilidade para experimentação da linguagem teatral, num envolvimento da

exploração de elementos específicos dessa área. É nesse processo de investigar,

relacionar e criar que o educando experimenta um fazer vibrante, dinâmico que estimula

sua expressividade e possibilita a comunicação com seus pares. “Assim um espaço, um

gesto, um som, um balançar de árvores, uma mudança de luminosidade, o barulho

repentino de chuva podem ser tomados pelos alunos durante o jogo teatral como signos

concretos de uma teatralidade”. (SOARES, 2010, p.78) Nesse sentido, “O objetivo é

desenvolver o olhar intencionado, o olhar consciente sobre as formas dimensionadas no

espaço, ampliando a experiência sensível dos alunos em torno das qualidades estéticas

do jogo teatral”. (SOARES, 2010, p.78).

3. O ESPAÇO ESCOLAR E A IMPROVISAÇÃO TEATRAL

NOTA: A importância da formação de plateia para a improvisação teatral

O aluno ao estar participando do processo de criação da cena a ser improvisada,

estará despertando o gosto no fazer e também no apreciar, uma vez que o processo de

criação e a apresentação teatral desenvolvem o senso crítico dos alunos espectadores.

Assim como explicita Rosseto:

Promover a aquisição de conhecimento em teatro requer trabalhar o ator e o espectador, ou seja, o fazer e o apreciar (o produtor e o receptor). Como ator, o aluno é envolvido na construção e produção da cena, o que significa fazer e apresentar; como espectador, ele é levado a assistir espetáculos, ou a seus próprios colegas, e é assim envolvido nos processos de apreciar e avaliar. (2008, p.69)

As atividades desenvolvidas nesta implementação contribuem para a formação do

aluno espectador e consequentemente na ampliação da recepção do aluno, pois há

sempre uma reflexão, uma discussão a ser fomentada. Para reafirmar essa ideia, Viola

Spolin afirma que: “A plateia de jogadores não permanece sentada esperando pela sua

vez, mas está aberta para a comunicação/experiência e torna-se responsável pela

observação do jogo a partir desse ponto de vista. Aquilo que foi comunicado ou percebido

pelos jogadores na plateia é discutido por todos.” (SPOLIN, 2001, p. 32) Nesse sentido,

“Os alunos que observam as criações e atuações de seus colegas em atividades e que

são incitados a falar sobre o que viram, iniciam suas opiniões críticas com base apenas

no gosto. Porém, gradualmente, vão adquirindo conhecimento técnico e ampliando seu

vocabulário”. (ROSSETO, 2013, p.62)

O professor deve proporcionar momentos de questionamentos, inclusive manifestar

seu ponto de vista em relação às apresentações das improvisações, analisando junto com

os alunos os apontamentos levantados com o grupo, o que contribuirá para o aluno refletir

e expressar suas ideias, ampliando assim a recepção do processo de construção e

apreciação das improvisações teatrais realizadas.

A proposta deste projeto é de que os alunos explorem os espaços da escola com

um olhar cênico, para tanto será utilizado jogos improvisacionais para auxiliá-los no

processo de construção das cenas. O trabalho será desenvolvido da seguinte forma: de

início os alunos participarão de atividades de integração. Em seguida, serão realizados

jogos de improvisação, cujo objetivo é estimular o aluno a explorar a imaginação, o

insight, a sensibilidade e a espontaneidade. Por último, é importante propor uma visitação

a um ou mais espaços cênicos para que os alunos conheçam e se possível assistir uma

peça teatral.

Num segundo momento, observar juntamente com os alunos os espaços fechados

e abertos existentes no ambiente escolar, tendo como base um olhar atento para

potencial cênico. Assim, o objetivo é sugerir e criar juntos temas ou roteiros para

improvisar nos espaços da escola. Em seguida poderão também improvisar a partir do

espaço presente, elaborando o roteiro no próprio ambiente.

As improvisações poderão ocorrer de forma diversificada, falada, muda, gestual,

variando de acordo com o direcionamento da atividade e das escolhas dos alunos. O

encaminhamento enfatizará o processo de criação artística do aluno tanto na condição de

ator, como de espectador do grupo o qual fará parte. A improvisação ou interpretação se

faz gratificante na medida em que dá a dimensão do trabalho coletivo, onde cada membro

é responsável por algo que contribui para o sucesso de um todo. Portanto, é importante

valorizar a diversidade de espaços existentes na escola que possibilita diferentes

experiências teatrais, diferentes experiências sociais e novas percepção de mundo.

Cabe ressaltar que de início é importante apresentar o projeto aos alunos de forma

clara e concisa, com o intuito de motivá-los a participar integralmente das atividades. A

partir daí fazer um breve levantamento da experiência teatral vivenciada pelos alunos

para um diagnóstico sobre o conhecimento deles. Deste modo, ao apresentar o histórico

da evolução dos espaços cênicos e a improvisação teatral, o professor poderá relacionar

com as referências teatrais que os discentes possuem. Em seguida combinar em conjunto

METODOLOGIA

alguns critérios de organização, orientação da oficina de improvisação teatral e exposição

dos espaços utilizados. Vale ressaltar que durante as improvisações, o grupo de alunos

que estiver apresentando determina onde a plateia deverá se posicionar. Após essas

etapas cumpridas, as atividades práticas improvisacionais de investigação teatral irão se

desenvolver ao longo das aulas. A avaliação poderá ocorrer de forma oral no final de

cada atividade para investigar o progresso individual e coletivo da turma.

Utilizar diferentes recursos para a formação de grupos tornará a dinâmica

organizada, mais atrativa e, desta maneira, poderá contribuir para o entrosamento dos

membros do grupo desarticulando as “panelinhas”, ou seja, a formação de grupos sempre

com os mesmos colegas. Essa ideia que será apresentado abaixo, pode se revelar um

recurso estimulante e produtivo para a divisão dos grupos.

Assim, a rotatividade de grupos poderá reduzir atritos e ressentimentos, afastar

resmungos e também possibilitar uma atitude positiva entre os colegas. É importante

argumentar para os alunos que tais estratégias contribuem para possibilitar que cada um

trabalhe com todos os colegas da mesma turma, uma vez cada um poderá colaborar com

boas ideias para o processo criativo.

Estas sugestões podem se revelar como recursos estimulantes e produtivos para a

divisão dos grupos:

Cores;

FORMAÇÃO DE GRUPOS

Formas geométricas;

Números;

Sorteio dos papéis;

Peças que se encaixam tipo quebra cabeça;

Figuras iguais e outros.

AS ATIVIDADES ESTÃO DIVIDIDAS EM DOIS BLOCOS:

SENSIBILIZAÇÃO CORPORAL E IMPROVISAÇÃO

TEATRAL NOS DIVERSOS ESPAÇOS DO COLÉGIO A

PARTIR DE ESTÍMULOS.

SENSIBILIZAÇÃO

CORPORAL

Objetivos:

Desenvolver a sensibilidade, a imaginação e a

concentração;

Estimular a percepção;

Descobrir as potencialidades do corpo;

Explorar os níveis do espaço;

Despertar a agilidade, a criatividade e o insight.

Desenvolver o autocontrole e a expressão corporal.

ATENÇÃO

Forças da Natureza

Processo:

Trabalhe com grupos de cinco a seis alunos. Inicialmente, os alunos andam pela sala,

em todas as direções. Enquanto caminham, avise-os de que eles serão expostos às

forças da natureza, que deverão num primeiro momento senti-las e em seguida, procurar

reagir, tentar livrar-se delas.

Após a explicação, deixe que o grupo ande durante alguns minutos. Depois enumere

os fenômenos meteorológicos, dando um tempo para que cada grupo possa se

manifestar. Exemplos:

Sintam um vento forte vindo pela direita, pela esquerda, pela frente, pelas costas.

Chove na rua por onde vocês caminham, carregando pacotes ou sacolas.

Agora vocês enfrentam uma tempestade de areia.

Neste instante surgem relâmpagos e trovoadas, seguidos de chuva de pedras.

Nesta atividade, os alunos atuam em rodízio ou todos juntos, dependendo do

espaço disponível.

Reflexão:

Qual a sensação de sentir-se atingido pela chuva, pelo vento e pelos outros fenômenos?

Como você reagiu para proteger o que carregava?

A sensação foi real ou apenas representada? Foi uma espécie de faz de conta?

Os espectadores perceberam a ação dos fenômenos da Natureza?

ATIVIDADE 01

Força invisível

Processo:

Divida a sala em dois grupos de alunos. Peça ao primeiro grupo que caminhe pelo

espaço disponível na sala e pare a um dado sinal (palmas ou apito).

Cada um deverá reagir corporalmente a uma força invisível sugerida: vento, chuva,

gás venenoso, trovão, ódio, perseguição, raios e outros.

A um outro sinal (assovio ou estalar dos dedos), todos passam a lutar contra uma

nova força (chuva com granizo, vento muito forte, neve e outros), que atua igualmente nos

integrantes do grupo.

O outro grupo observa a encenação.

Agora o primeiro grupo observa a ação desenvolvida pelo segundo grupo.

Reflexão:

Como o corpo reagiu atacado pela força invisível?

Que partes do corpo expressaram melhor a qualidade ou o tipo de força a que foi submetido?

Quais observações destacam os espectadores ao assistir o outro grupo?

Descoberta do corpo

Processo:

Dividir os alunos em dois grupos, solicitar para que o primeiro grupo ande pela sala

imaginando:

ATIVIDADE 02

ATIVIDADE 03

Ter gesso no pé

Ter um grande peso sobre a cabeça

Estar na lama

Estar no meio de algodão

Estar sobre patins

A seguir, o segundo grupo vai andar e fazer a atividade proposta e os alunos que já

vivenciaram a experiência irão assistir seus colegas.

Num segundo momento, pedir para que fiquem em pé e em círculo, agora ‘fazendo de

conta’ que são animais. Podem ser citados os seguintes animais:

Gato

Cachorro

Sapo

Galo Pintinho

Pato

Coelho

Macaco e outros.

Observação: Ao nomear os animais poderá explorar ainda mais cada um, estimulando

os alunos a trabalhar corporalmente o animal indicado em diversas situações. Exemplo: O

gato dormindo; bebendo água; perseguindo um passarinho; zangado; brincando com a

bola.

Em seguida, convide os alunos para formar grupos, no máximo seis participantes.

Explique que eles serão materiais de construção: madeira, tijolo, pedra, ferro, etc., e que

juntos deverão formar, com o corpo o que for indicado a cada grupo:

Casa

Caverna

Muro

Mesa

Escada

Carro

Igreja e outros.

Reflexão:

Como foi a experiência de caminhar sentindo algo imaginário sobre seus pés ou sobre seu

corpo?

Foi fácil identificar os elementos indicados pelo professor?

Qual foi a sensação ao criar um objeto com os colegas e quais dificuldades?

A plateia conseguiu identificar os elementos representados?

Quais observações destacam os espectadores ao assistir o outro grupo?

Explorando espaços

Processo:

Poderá desenvolver a dinâmica com todos os alunos ou dividir em grupos, onde um

grupo executa a ação e o outro pode ser a plateia, tendo como função assistir e observar

a atuação do grupo que está representando.

ATIVIDADE 04

Solicitar que o grupo se coloque no centro da sala. Ao som de uma música ou um sinal

escolhido pelo grupo, o professor indicará os lugares por onde os alunos deverão

caminhar e os movimentos que serão realizados:

Caminhar do centro da sala para as paredes;

Ficar na ponta dos pés, braços para cima, em direção ao teto;

Abaixar devagar, procurando chegar o mais próximo possível do chão;

Girar para a direita e para a esquerda, bem devagar;

Girar para a esquerda e para a direita, bem depressa.

Agora os alunos devem imaginar e fazer o movimento de acordo com a indicação:

Atravessando uma rua cheia de gente

Subindo escadas

Descendo escadas

Andando à beira da água

Saltando sobre um colchão

Andando bem na beira de um precipício

De forma diferente, o aluno escolhe um lugar na sala de aula, separadas uns dos

outros, para poderem fazer desenhos com o corpo, de acordo com as orientações:

Desenhar um boneco com o joelho direito

Desenhar uma flor com o cotovelo esquerdo

Desenhar o próprio nome com o nariz

Desenhar um coração com o quadril

Desenhar uma estrela com a orelha direita

Desenhar um círculo com o pé esquerdo

Em seguida, poderá ser feito este mesmo jogo num ambiente externo do colégio.

Reflexão:

Quais alterações perceberam ao realizar o jogo na sala de aula e/ou num ambiente fora?

Os espaços foram adequados para desenvolver o jogo?

Conseguiram fazer os movimentos com tranquilidade? Em que tiveram dificuldade?

A plateia conseguiu identificar os elementos representados?

Quais observações destacam os espectadores ao assistir o outro grupo?

Níveis do corpo e do espaço (alto, médio, baixo)

Processo:

Divida o espaço em três níveis, em relação à altura do corpo, que pode situar-se num

nível alto, médio e baixo. Solicite aos alunos que façam poses ocupando os três níveis e

passando de um a outro por meio de estímulos musicais ou batidas das mãos:

Lentos

Rápidos

Após, o objetivo é realizar movimentos utilizando os níveis:

Baixo- cobra;

Médio- sapo;

ATIVIDADE 05

Alto- pássaros voando.

Por último, aos alunos poderão expressar-se corporalmente:

Uma plantinha crescendo (inicia abaixado no chão e aos poucos vai levantando

a cabeça, os membros superiores, tronco e braços e depois os membros

inferiores, pernas e vai se esticando, ficando em pé e abre os braços).

Um sorvete derretendo (inicia em pé com os braços abertos e como se tivesse

abraçando alguma coisa muito grande e aos poucos vai descendo, se

‘entortando’ e vai derretendo até chegar ao chão, e se espalha todo, ou seja,

solta todo o corpo no chão).

Um bolo crescendo no forno (parecido como a planta crescendo, porém finaliza

de uma forma mais arredondada)

Reflexão:

Qual nível foi mais fácil? Por quê?

Qual nível foi mais difícil representar?

Que sensação sentiu ao demonstrar algo que cresce, derrete ou diminui? Comente.

Imitando os animais

Processo:

Convidar os alunos para andarem aleatoriamente pela sala, espalhar-se de forma que

ocupem os lugares vagos, procurar não se aglomerar. O professor falará o nome do

animal e todos imitarão como quiser os sons e gestos característicos de cada animal que

forem citados:

ATIVIDADE 06

Macaco

Sapo

Coelho

Cobra

Cachorro

Pássaro

Gato

Minhoca

Vaca

Porco e outros.

Observação: Este jogo é interessante realizar na sala de aula, no pátio ou na grama,

para explorar os espaços e a expressão dos alunos. Duas possibilidades: todos os alunos

ao mesmo tempo ou separar em grupos, para que eles possam fazer e observar o

trabalho dos demais colegas.

Reflexão:

O que achou mais fácil, imitar os sons ou os gestos?

Em que ambiente conseguiu melhor realizar o jogo?

A plateia conseguiu identificar os animais representados?

Quais observações destacam os espectadores ao assistir o outro grupo?

Jogo do Espelho

Processo:

ATIVIDADE 07

Dividir a turma em duplas, combinar entre a dupla quem será o espelho por primeiro.

As duplas se posicionam um de frente para o outro, enquanto um primeiro aluno faz os

gestos (com o corpo todo) em frente do espelho, o segundo aluno repete o gesto do outro

simultaneamente, num sentido invertido, como se estivesse em frente de um espelho.

Depois as duplas devem inverter, quem fazia os gestos agora é o espelho e vice

versa.

Pode fazer as seguintes variações:

1º - Somente expressões faciais.

2º - Gestos, movimentos do corpo sem sair do lugar.

3º - Deslocamentos pela extensão do espelho, como também em profundidade (para

frente e para trás).

Observação: Deve-se aconselhar a lentidão nos gestos e movimentos para que a

“imagem” consiga acompanhar. Pode ser desenvolvida a dinâmica com dois grupos, para

que um grupo assista a improvisação dos demais colegas.

Reflexão:

Qual papel foi mais fácil de realizar, fazer o gesto ou ser o espelho?

Quais observações destacam os espectadores ao assistir o outro grupo?

O Robô

Processo:

ATIVIDADE 08

O jogo solicita dividir a sala em dois grupos, enquanto um grupo executa a ação, o

outro é a plateia - cada grupo deverá formar duplas.

Um dos alunos será o robô, e o outro deverá ser o proprietário do robô.

O proprietário deverá tocar em alguma parte do corpo do robô. Exemplo: nariz - o

robô, após ser tocado no nariz, deverá mexer o nariz, espirrar, etc. e assim

continuamente, ao tocar outras partes do corpo devem ser movimentadas, imitando

sempre um robô. Depois inverte, quem fazia o robô, agora será o proprietário.

Reflexão:

Quais partes do corpo foram mais fáceis de fazer robô? E quais tiveram mais dificuldade de

executar?

Foi mais fácil fazer a tarefa antes ou depois de assistir o primeiro grupo?

Não respondeu, vira Estátua

Processo:

Alunos organizados em fila única no fundo da sala, de frente para o professor.

Cada aluno deve escolher o nome de um animal, flor ou fruta, comunicando-o, em

segredo, ao professor.

O professor, posicionado diante dos alunos, chamará um dentre os diversos nomes de

animais que lhe foram informados.

O aluno, cujo animal tiver sido chamado, deverá dar três passos à frente e dizer seu

nome.

Caso o aluno demore em sair do lugar ou disser o nome do animal, flor ou fruta em

vez do seu nome, deverá ficar em posição de estátua.

ATIVIDADE 09

Permanecerá nesta posição até que um companheiro, que não conseguiu responder

adequadamente, tome o seu lugar. A brincadeira termina quando todos os alunos forem

chamados, ou quando não mais se mostrarem interessados pela brincadeira.

Reflexão:

Quais dificuldades encontradas nesta atividade?

O que mais gostou?

João Teimoso

Processo:

Dividir a turma em trios.

Deste trio de alunos, um vai ao centro e os outros dois se posicionam voltados para o

aluno do centro e bem próximos.

O aluno do centro permanece de olhos fechados, braços caídos ao lado do corpo e

sem tirar os pés do ponto central.

Os alunos que estão ao redor são responsáveis por não deixá-lo cair, jogando-o de

um lado para o outro em toques leves.

Os integrantes vão se alternando como João Teimoso até todos experimentarem a

sensação.

Reflexão:

Qual função foi mais fácil e/ou difícil de exercer?

Uma palavra para exprimir a sensação quando foi conduzido pelos colegas.

ATIVIDADE 10

IMPROVISAÇÃO

TEATRAL NOS DIVERSOS

ESPAÇOS DO COLÉGIO A

PARTIR DE ESTÍMULOS

OBJETOS; IMAGENS; TEXTOS;

VÍDEOS; ENTRE OUTROS.

Objetivos:

Desenvolver a imaginação, a criatividade, a integração no

grupo;

Explorar os espaços abertos e fechados;

Despertar o senso de responsabilidade, de criatividade e de

organização;

Estimular a curiosidade e o senso de pesquisa;

Orientar para ser ator e espectador, saber se posicionar frente

às proposições nos diferentes espaços.

REFLEXÃO:

A avaliação poderá ser realizada a cada término de uma ou mais atividades, e as

questões abaixo são possibilidades para instigar reflexões das proposições apresentadas

pelos alunos.

O que considera ter sido mais interessante de executar nesta ação?

Qual etapa achou de melhor relevância? Por quê?

O que foi priorizado na escolha do espaço?

Como foi esta experiência de vivenciar o improviso com figurino, adereços e acessórios?

O que foi mais difícil, escolher a imagem ou interpretá-la?

Foi mais fácil ser ator ou plateia? Comente.

Como reagiu a plateia?

As personagens foram espontâneas em cena?

Cada grupo comenta sobre sua cena e a plateia comenta o resultado.

Que expectativas você tinha da apresentação?

O espaço foi adequado a encenação?

A apresentação foi coerente com o espaço utilizado?

Qual espaço proporcionou uma melhor concentração do grupo?

Que observações podemos destacar das improvisações realizadas nos espaços fechados

e/ ou nos espaços abertos?

Que imagens, cenas, que temas o desafiam e permanecem em sua lembrança?

Objetos reais em imaginários

Processo:

Pedir para os alunos sentarem em círculo.

Espalhar muitos objetos, tecidos e adereços no centro da sala ou do ambiente que

estiver desenvolvendo a atividade (na grama, na calçada, na quadra, no pátio da

escola...).

Aleatoriamente, de dois em dois alunos irão ao centro e cada um deles pegará um

objeto e em grupo improvisarão uma cena com estes objetos escolhidos. Para tanto, cada

equipe deve transformá-los em outros objetos imaginários, ou seja, os objetos escolhidos

devem ter outra função do que a de costume.

O exercício finaliza no momento em todos os participantes tiverem ido ao centro para

improvisar.

Objeto imaginário vira cena

Processo:

Organizar a turma em um círculo, sentados no chão ou nas cadeiras, pedir para que

os alunos observem atentamente o que verão no centro do círculo.

Antes de iniciar a ação, dizer para os alunos que imaginem um objeto do dia a dia ou

um brinquedo que gostam e escolham somente um.

Num primeiro momento, cada aluno vai até o centro do círculo e fará uma cena rápida

com o objeto pensado, sem falar o objeto; a turma tentará adivinhar logo após o término

da apresentação do objeto.

ATIVIDADE 11

ATIVIDADE 12

Em seguida, formar grupos de três alunos para elaborarem uma cena com os três

objetos e escolherão junto com o professor um espaço do colégio para apresentar a cena.

Mala da fantasia

Processo:

Organizar com os alunos uma mala ou uma caixa grande com roupas, fantasias,

calçados, adereços, acessórios e outros materiais.

Dividir a turma em grupos e cada integrante do grupo pegará uma ou mais peças da

“mala da fantasia” e a partir dos adereços escolhidos, as equipes devem elaborar um

enredo com os personagens criados a partir dos materiais da mala e, com auxílio do

professor escolher um espaço aberto do colégio para ser apresentado.

Recortes de revista - criar a partir da imagem

Processo:

Dividir a turma em grupos. Sortear os espaços (pátio, parquinho, bosque, quadra, sala,

corredor, refeitório e outros) que serão utilizados para a improvisação.

Distribuir algumas revistas para recorte e tesoura.

Cada grupo escolherá uma imagem de revista, que deverá ter o numero de integrantes

quanto a do grupo formado, esta imagem poderá ser composta por pessoa, animais ou

outros elementos que poderão ser transformados em personagens.

Criar uma improvisação a partir da imagem escolhida adaptando ao ambiente

indicado.

ATIVIDADE 13

ATIVIDADE 14

Poderá ser dado continuidade ou finalizar o improviso com a cena visualizada na

revista.

Propaganda de revista ou de jornal

Processo:

Organizar a turma em grupos. Cada grupo escolherá o espaço fechado ou aberto do

colégio para a improvisação.

Distribuir revistas para recortar e uma tesoura para cada grupo.

Cada grupo escolherá uma propaganda da revista, que poderá ser de um produto, de

um ambiente, de turismo e outros.

Improvisar a partir da propaganda escolhida pelo grupo em função do espaço.

Combinar com a turma o tempo necessário para se organizarem no local escolhido

para a apresentação. Destinar um espaço para a plateia.

Propaganda na TV

Processo:

Pedir anteriormente para que os alunos assistam em casa várias propagandas de

Televisão que apareçam ambientes diferentes.

Em grupos, optar por uma propaganda e criar uma improvisação com a mesma ideia

da propaganda da TV, porém adaptar para um espaço do Colégio, que poderá ser aberto

ou fechado.

Combinar o tempo para cada grupo se organizar para o improviso.

ATIVIDADE 15

ATIVIDADE 16

Propaganda a partir de um espaço da escola

Processo:

Dividir a turma em grupos e cada grupo tem a função de escolher um local do colégio.

Explorar o ambiente, criando uma cena de propaganda a partir do espaço escolhido.

Poderá fazer a propaganda do próprio local ou utilizar elementos que contribuam para a

cena, porém com foco no espaço utilizado.

Enredo a partir de um conto clássico

Processo:

Ler uma história de um conto clássico ou outro texto que achar interessante para toda

a turma, dividir em cenas principais em diálogo com os alunos, expor a divisão das cenas

no quadro e depois dividir a turma em grupos.

Cada grupo de alunos irá representar em lugares diferentes do colégio, ou seja, na

escadaria, no corredor, na quadra, na caixa d’agua, no parquinho, no refeitório, no pátio,

próximo as árvores e outros.

Enredo a partir de um filme

Processo:

Como sugestão, assistir com os alunos uma cena do filme “Meu Malvado Favorito”

que consta no Portal dia a dia educação, na disciplina de Português, como trechos de

ATIVIDADE 17

ATIVIDADE 18

ATIVIDADE 19

filmes, da literatura infantil. Cabe ressaltar que o professor poderá escolher qualquer cena

de outros filmes que julgar interessante para a proposta.

Conversar sobre a cena assistida, e em grupos representá-la em sala de aula.

Combinar o tempo para cada grupo se organizar para a improvisação.

A próxima tarefa é reelaborar a mesma cena em diferentes espaços do Colégio.

Real em imaginário

Processo:

Ressignificar lugares a partir de outras possibilidades para o espaço real que não seja

o mesmo.

Mudar o significado do espaço real, como por exemplo, uma escada - como a

arquitetura de uma escada pode ser utilizada sem ter a mesma função cotidiana? Pode

ser uma prateleira, uma passarela de desfile, etc. Outro exemplo, a porta do banheiro sem

ter a função de porta de banheiro, por exemplo, pode ser simbolizada como uma porta de

um salão de beleza; o parquinho como uma academia, entre outros.

A partir da proposição, observar os espaços fechados e abertos do colégio e explorar

da melhor forma criativa e diferenciada que o grupo escolher.

Poderá acrescentar um ou dois elementos (materiais) para a cena.

Cena do dia a dia

Processo:

Propor para os alunos formarem grupos de 4 a 5 pessoas, em seguida, receberão

uma tira de papel com a escrita do local a ser criada a cena - abaixo alguns exemplos de

ATIVIDADE 20

ATIVIDADE 21

possibilidades para o sorteio. Após, os alunos deverão pensar numa situação que ocorre

no dia a dia (engraçada, curiosa, triste, surpresa e outras). A partir de então, os grupos

terão um tempo para conversar sobre a cena que irão improvisar. Os grupos terão

liberdade de escolher o espaço aberto ou fechado do colégio para a apresentação.

No ponto de ônibus

No supermercado

Na loja

Na Igreja

Na rua

No salão de cabelereiro

Saindo do colégio

No jogo de futebol

Chegando em casa

Conversa de vizinhos no muro e outros.

Transformando-se em Eletrodomésticos ou Eletroportáteis

Processo:

Em duplas receberão um papel escrito o nome do eletrodoméstico ou eletroportátil que

irão representar, um aluno da dupla será o condutor do eletro e o outro improvisará o

movimento quando ligado por um código combinado entre a dupla. Tempo para cada

dupla conversar sobre a ação. Combinar com a turma o local da improvisação. Algumas

possibilidades:

Liquidificador

Enceradeira

Batedeira

Espremedor de suco

ATIVIDADE 22

Máquina de lavar roupa

Máquina de lavar louça

Cortador de grama

Furadeira

Wap (lava a jato)

Fogão a gás

Fogão a lenha

Secadora

Máquina de cortar de cabelo

Micro-ondas

Geladeira

Centrífuga

Pipoqueira elétrica

Forno elétrico

Aspirador de pó

Interpretando profissões

Processo:

Formar grupos de 3 a 4 pessoas, após as equipes irão receber o nome de uma

profissão, assim, deverão pensar numa situação que ocorra no ambiente de trabalho do

ofício sorteado. Escolher um espaço para apresentação em função da proposição cênica

elaborada. Combinar qual a sequência das improvisações.

Metalúrgico

Dentista

Medico

Cabelereiro

Advogado

ATIVIDADE 23

Pedreiro

Professor

Eletricista

Mecânico

Empregada doméstica

Motorista (taxi, ônibus...)

Costureira

Barbeiro e outros.

Objeto animado

Processo:

Formar grupos de no máximo 5 alunos. Cada grupo deve criar uma cena onde as

personagens são objetos animados. Ao pensar a personagem-objeto, o aluno deverá

considerar: quem, onde, o que é, quando e o que faz. Os alunos terão um tempo para

criar e ensaiar a cena. Cada grupo apresenta sua cena e os demais assistem.

ATIVIDADE 24

BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2001.

CHACRA, Sandra. Natureza e sentido da improvisação teatral. São Paulo: Perspectiva,

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