OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · O desafio é tornar o ensino de história um...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Secretaria de Estado da Educação do Paraná
Diretoria de Políticas Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE
UNIDADE DIDÁTICA
Titulo: A contribuição da erva mate na historia do
Paraná
Autor: Valentin Hoinatz de Andrade
Disciplina/Área: História do Paraná
Escola de
implementação do
projeto e sua
localização:
Colégio Estadual Dr. Décio Dóssi EFM
Rua Largo da Amoreira, 65 Bairro
Eucaliptos
Muncípio da Escola: Fazenda Rio Grande- Paraná
Núcleo Regional da
Educação:
Área Metropolitana Sul
Professor Orientador: Profª Drª Maria José Menezes Lourega
Belli
Instituição de Ensino
Superior:
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná
Relação interdisciplinar:
Resumo: A economia da erva mate sempre
permeou a história do Paraná, das
comunidades indígenas aos nossos dias,
envolveu todas as classes sociais, desde a
produção à comercialização. A atividade
ervateira contribuindo para abrir novos
espaços, explorar regiões e os
empresários do mate acabaram
participando do processo de
emanciapação do Paraná, o que acabou
imprimindo um sentimento paranista na
identidade do paranaense. o sentimento
paranista . Com a economia ervateira, a
elite intelectual como Vitor Ferreira do
Amaral e Nilo Cairo criaram a Universidade
Federal do Paraná. A vinda de imigrantes
acarretou maior dinamismo na extração e
comercialização da erva mate, a medida
que trouxe e consolidou novos hábitos,
técnicas e costumes. Movimentou a
economia do Paraná por aproximadamente
80 anos, projetando o Estado na economia
internacional a medida que concorreu com
outros produtos como o chá da China e o
cacau. Muitas empresas surgiram em torno
da exploração da erva mate, porém
poucas perseveraram nesse ramo haja
vista a crise de 1929 que levou muitas
empresas à falência, o que afetou os
investimentos industriais e relações de
trabalho. A fábrica Matte Leão fundada em
1901 em Curitiba garantiu espaço no
mercado interno e externo superando
muitos dos desafios de época e atendendo
as demandas de um mercado cada vez
mais exigente.
Palavras- Chave: Erva mate, Matte Leão, economia,
Universidade, urbanização.
Formato do material
didático:
Unidade didática
Publico Alvo: Aluno do 9º ano e Professores do Colégio
Estadual Dr. Décio Dóssi.
Valentin Hoinatz de Andrade
A contribuição da erva mate na história do Paraná: Os
alunos interagindo com a história
Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação - SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada em parceria com a UTFPR, sob a orientação da professora Drª Maria José Menezes de Lourega Belli
Curitiba - PR 2013
1. Apresentação:
HISTÓRIA E MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS EM SALA DE AULA.
A motivação em desenvolver esta proposta de trabalho passa
primeiramente em convidar o aluno a participar das aulas de História e se
integrar como membro da turma por meio das relações ensino-aprendizagem.
Deste modo, destaca-se o sentimento de pertencimento em um grupo que no
dia-a-dia escolar realizará estudos sobre a contribuição da erva mate na
história do Paraná.
Nesta perspectiva o professor em sala de aula estabelecerá
compromissos em desenvolver conteúdos por meio de recursos didáticos e
metodológicos. O acordo de trabalho coletivo criará condições favoráveis e
necessárias para o desenvolvimento do plano de ensino que passará a contar
com a participação dos educandos seja para discuti-lo, efetivá-lo e até mesmo
modificá-lo. Este processo em transformar o saber ensinado em saber
aprendido supera a prática da simples transposição didática do saber erudito
que consta nas ementas.
No espaço escolar ocorre o envolvimento de grupos de trabalho
integrados em um conjunto de experiências que materializam o saber
acadêmico, o saber prévio que o aluno apresenta e o saber desenvolvido pelo
professor num contínuo processo pedagógico comprometido em promover a
autonomia deste aluno. Por meio deste ambiente de aprendizagem, os sujeitos
participam propondo e desenvolvendo atividades que os capacitem em
relacionar as suas memórias individuais com o contexto social ,aonde ocorre
e se efetiva a memória coletiva.Nestas variadas formas discursivas às
representações sociais são entendidas e criadas, sedimentando uma
topografia cultural.
Deste modo, a construção do conhecimento passa pela coesão e
motivação do grupo que é estimulado a interagir com várias formas de
narrativas, de modo a gerar um espaço de circulação e criação do
conhecimento.
O desafio é tornar o ensino de história um espaço de fronteira, um lugar
em que seja claramente definido os sujeitos e suas contribuições Estas
demarcações não tem o sentido de separação professor e aluno, conhecimento
erudito do conhecimento escolar, mas uma definição nas formas de como se
dará às participações destes referências de modo a criar um lugar de encontro
e recriação.
O ensinar e aprender a história exige dos atores a prontidão de percorrer
a produção historiográfica com uma postura indagadora a fim de buscar
problematizar e identificar os significados que emergem nesta aproximação
dialógica. Deste modo, o ensino de história é um lugar de fronteiras conectadas
no próprio processo de formação da memória coletiva .
Vivenciar estas experiências possibilita vitalizar o passado, suscitar
indagações sobre o que é dito e seus múltiplos sentidos, o quê pode ou não
pode ser dito e sobre a presença do silêncio como gerador do esquecimento.
Transitar por estas preocupações abre a possibilidade em se demarcar
caminhos de investigação e interpretação. O objetivo é tornar a produção em
sala uma contribuição que venha a se agregar ativamente na ação continuada
em tecer uma complexa rede de conhecimentos reveladora de formas culturais
onde memória e história conectam-se.
Nesta perspectiva, o professor terá o importante papel de instigar o seu
aluno a compreensão de sua própria história já que este sujeito possui uma
memória histórica coletiva de seu ambiente social. Entretanto, pretendemos
motivar o aluno para uma compreensão do espaço, enquanto paisagem que se
modifica através das práticas sociais.
Por essa razão, a presente produção didática, tem a pretensão de
trabalhar o conteúdo, definido pela proposta curricular segundo as DCEs (
Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, 2008) os conteúdos devem estar
relacionados a varias metodologias, o que nos propõe a realizar ações
diferenciadas para o conhecimento e motivação de nossos educandos,
tornando as aulas mais atrativas, prazerosas dando importância e valorizando
as visitas à parques, museus, instituições, monumentos, na tentativa de
solucionar a problemática da desistência, evasão e reprovação.
Neste processo vitaliza-se a prática da pesquisa em dois sentidos. No
primeiro momento o material pedagógico objetivará a investigação, o
desenvolvimento e produção do conhecimento. Neste momento, já ocorre a
apropriação das fontes e reapropriação pelo desenvolvimento das questões
norteadoras. O resultado desta caminhada esta comprometida em criar um
segundo momento, o da participação ativa dos alunos que com suas trajetórias
indagadoras irão gerar novas conexões permitindo autonomia e conhecimento
continuado.
Professora Maria José e Valentin
Objetivos:
Objetivo geral
Contextualizar o debate e ampliar a compreensão sobre o papel e
importância da erva mate no desenvolvimento histórico do Paraná e o impacto
no cotidiano da sociedade e do espaço paranaense.
Objetivos específicos
Demonstrar a influência da erva mate na formação do Paraná, no seu
contexto histórico econômico e cultural.
Analisar o cotidiano dos paranaenses durante o auge da produção
ervateira.
Identificar as relações de trabalho na produção do mate desde o cultivo,
colheita, beneficiamento e comercialização.
Levantar indicativos sobre os impactos provocados pelas atividades
extrativistas no nosso Estado, e como foi se alterando as paisagens
paranaenses e a realidade social das comunidades envolvidas.
2. Ações previstas:
1º momento: Será elaborado e apresentado aos alunos uma avaliação
diagnóstica.
2º momento: Construção dos conceitos em sala de aula.
3º momento: Será disponibilizado aos alunos material didático para leitura sobre a erva mate nas comunidades indígenas, desenvolvimento do Paraná, simbolismo, cultura e legado, a UFPR.
4º momento: A fábrica Mate Leão e a sua história. Os alunos deverão participar de entrevistas, palestras, e farão uma visita ao museu do Mate e à
Fábrica Mate Leão, além de conhecer fotos, objetos e curiosidades transmitidas pelas gerações.
5º momento: Os alunos terão aulas expositivas bem como análise de filmes, documentários, mapas e dados gráficos, numa concepção geográfica, histórica, política e econômica de tempo e espaço paranaense.
6º momento: Corresponde a uma pesquisa na qual o aluno buscará identificar e compreender os aspectos econômicos, políticos e culturais que definiram as características da sociedade paranaense, da qual ele faz parte.
7º momento: Para concluir o trabalho, os alunos farão uma exposição na Feira de Ciências do colégio, apresentando enquetes, maquetes, chás, chimarrão e outros.
8º momento: Os aluno deverão desenvolver uma auto avaliação buscando analisar o seu envolvimento nas atividades propostas e o conhecimento por ele adquirido.
3. Desenvolvimento:
Atividade 1- Pesquisa diagnóstica
Nome: ___________________________________Idade: _______________
1-Você gosta de estudar história?
( ) sim ( ) depende do assunto ( ) não
2-Sobre a história do Paraná você tem:
( ) tem estudado ( ) pouca coisa ( ) nada
3- A história do Paraná faz parte da sua vida?
( ) concordo ( ) relativamente ( ) não concordo
4-A erva mate faz parte da nossa história?
( ) já sabia ( ) ouvi alguma coisa ( ) não sei sobre
5-Considerando os seus conhecimentos responda: a UFPR foi criada a partir
do estimulo da economia da erva mate?
( ) verdadeira ( ) duvidosa ( ) falsa/discordo
6-A fábrica Matte Leão é uma empresa paranaense que explorou a
erva mate e contribuiu para o desenvolvimento industrial, urbano e social
do Paraná.Lendo esta afirmação responda:
( ) conheço essa história ( ) ouvi falar ( ) desconheço
7-Você sabia que a fábrica Mate Leão, instalada em nossa cidade, foi adquiria
em 2007 pela Coca-Cola.
( ) já sei ( ) ouvi comentários ( ) não sabia
8-Pela sua informação o mate-chimarrão é originário de qual estado?
( ) Rio Grande do Sul ( ) Santa Catarina ( ) Paraná
9-Na sua família tomam chimarrão?
( ) sempre ( ) as vezes ( ) nunca
10-O chimarrão é uma bebida natural que ajuda a combater o colesterol, o
diabetes e é digestivo. Esta afirmação é:
( ) verdadeira ( ) tenho duvida ( ) falsa
11-A erva mate contribuiu para abrir estradas, formar vilas, industrializar e
comercializar o Paraná. Esta afirmação é:
( ) verdadeira ( ) tenho duvida ( ) falsa
12-O uso do mate faz parte do nosso patrimônio cultural?
( ) sim ( ) não ( ) em parte
13-Com base em suas informações sobre a história do Paraná cite 3
Contribuições da erva mate para o desenvolvimento do Paraná.
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14 – A pesquisa diagnóstica buscou levantar os conhecimentos adquiridos por
você e agora desejamos registrar sua contribuição através de colocações,
dúvidas e curiosidades. Desta forma, é possível rastrear e mapear os caminhos
para que se efetive o compromisso em desenvolver democraticamente o
processo de produção do conhecimento.
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Após a realização da pesquisa o professor deverá tabular os dados
para categorizar as respostas dos alunos considerando o que seus alunos
conhecem sobre o tema proposto. No final da implementação do projeto, a
pesquisa diagnóstica ganhará novas preocupações, já que o aluno terá a
oportunidade de avaliar o seu próprio envolvimento no processo de
aprendizagem.
Atividade 2 - Construção dos conceitos em sala de aula.
Relações de trabalho:
Nas comunidades indígenas o trabalho na extração e preparo da erva-mate
era realizado por todos os membros da tribo em caráter familiar de subsistência
e sem grande impacto no meio ambiente. Envolvia as famílias da comunidade
e lhe atribuíam um sentido vital e mitológico
Nas comunidades de exploração de mercado, as relações de trabalho se
davam dentro de um contexto de exploração e de mercado. Nessa segunda
fase de exploração e dinâmica da economia ervateira, o trabalho e a produção
aconteciam numa nova ótica de mercado, com uma expectativa de lucro e
desenvolvimento em busca do progresso. Nesse contexto as atividades eram
realizadas por todos os membros da família e da comunidade, homens e
mulheres, jovens e velhos, ricos e pobres, crianças e todos desempenhavam
alguma função, porém, a obtenção de resultados e lucros era distinta conforme
o poder de atuação, domínio e controle de produção. Nesse contexto mão de
obra infantil era adotada sem sofrer restrições.
O processo produtivo foi adquirindo maior complexidade para atender
as exigências e demanda de mercado. Em razão disso, foi surgido e se
ampliando as técnicas e tecnologias que foram assim aprimorando o produto
“erva-mate” como mercadoria de mercado lucrativo. É importante salientar que
foi nesse período, com essa atividade produtiva de mercado que surgiu no
Paraná as primeiras noções e organizações de classe operária na indústria e
no comércio, haja vista, que o trabalho de extração, beneficiamento e
comercialização da erva mate exigia trabalho em série e diferenciado,
formando assim, categorias trabalhistas e sociais.
Nas comunidades modernas e industrializadas, o trabalho e a produção
passam a ser automatizados e as relações de trabalho são impactadas pelas
dinamicidades econômicas e políticas em um mercado globalizado, que cada
vez mais tem exigido mão de obra especializada e trabalhadores- funcionários
submetidos às estratégias da economia globalizada.
As grandes fábricas do ramo se articularam numa visão de mundo de
interdependência internacional. A fábrica Matte Leão, no caso, foi se
adequando as exigências de um mercado internacional, que lhe exigiu um duro
enfrentando concorrencial. Nestas disputas acabou por transferir a fábrica para
a Coca Cola. Como em todo processo produtivo, há trabalho, produção, lucro,
impacto e alterações ambientais e sócio-culturais.
Atividade 3 - A erva mate das comunidades indígenas
Os povos indígenas, primeiros habitantes do Paraná, já utilizavam a erva mate como bebida e alimentação e a consideravam como uma planta sagrada, planta que sustenta, como remédio e como alimento. Entre outras, as maiores tribos eram os Guaranis, Kaigangs e Xetás. O trabalho era realizado por todos os membros da comunidade, os homens trabalhavam no cultivo, poda, colheita e transporte e as mulheres e crianças faziam o trabalho mais leve, na parte de beneficiamento.
Com a chegada dos padres jesuítas, foram adotando novas formas e técnicas, adotando outras dinâmicas de produção e consumo. No século dezesseis, os padres jesuítas tentaram proibir a produção o uso, pois, consideravam como uma planta maléfica com propriedades afrodisíacas. Apesar da proibição, a produção e utilização do mate continuaram. No entanto no século dezessete os próprios padres começaram a incentivar o seu uso, pois quem a usava no chimarrão e no chá se afastavam do álcool.
“ILEX PARAGUARIENSIS” é o nome científico da erva-mate, usada pelos índios Guaranis antes da chegada dos europeus. Muitos ervais nativos ficavam próximos da mata de araucárias, a outra planta do brasão do Paraná” (Gazeta do Povo-especial erva mate, 27 novembro 2013)
Os índios que habitavam no Paraná, mascavam a erva caa verde, os
kaingang a chamavam de cangoy- planta que sustenta, alimenta, estimula e
cura. A palavra cangoy se transformou em congonha, e assim a erva mate
passou a ser conhecida. Os índios achavam que ela tinha o dom de aumentar
e facilitar a respiração, curar o estomago e reanimar os velhos.
Imagem 1 Pé de erva mate nativa. Foto:Valentin Hoinatz de Andrade
Atividades propostas a) Complementando as informações sobre a erva mate no contexto indígena,
acesse o link http://www.youtube.com/watch?v=2RoDG5yMfMg para conhecer a lenda indígena da origem da erva mate e iniciar seus estudos.
b) Em grupos realizem uma pesquisa sobre os fundamentos históricos e
culturais da nossa região e as informações do uso do mate desde os
indígenas aos nossos dias.
c) Após realizada a pesquisa de fundamentação e dados obtidos fazer uma
apresentação e debate para toda a turma.
Fica a dica:
O professor pode organizar com os alunos um concurso de poesia e paródias
sobre o mate/chimarrão, para ser apresentado e exposto no final de todos os
trabalhos.
Atividade 4 - A erva mate e a redefinição da paisagem
paranaense.
A partir das reduções jesuíticas os ervais
foram se alastrando para o interior do Paraná, devido
ser uma economia crescente que foi conseguindo
espaço no mercado interno e externo. Com essa
atividade ervateira o Paraná foi se estruturando,
abrindo estradas e ferrovias como, por exemplo, a
primeira ferrovia Curitiba- Paranaguá e a segunda
ferrovia que ligou Guaira a porto Mendes, ao longo
das margens do Rio Paraná; surgindo vilas e
cidades.
Imagem 2 - Pé de erva nativa.–
Foto Valentin Hoinatz de Andrade.
Os moinhos e locais de beneficiamento da erva mate se estabeleciam
nas cidades emergentes ou nos seus arredores, ai também se desenvolvia o
comércio e consequentemente a burguesia ervateira passou a exigir das
autoridades melhoramentos como ampliação dos caminhos, vias, saneamento,
comércio, escola e estrutura de cidade para suprir as necessidades da
população local, que se constituía em caráter predominantemente urbano.
Com a chegada dos imigrantes no Paraná houve um novo dinamismo
na prática de exploração do mate, se envolveram na atividade ervateira e
contribuíram muito para o desenvolvimento do Paraná, no uso de recursos, em
novas técnicas tais como construção, transporte, produção e comércio. Toda
essa contribuição ajudou a formar características e delineando assim a
identidade da sociedade paranaense.
A economia ervateira se organizou com caráter urbano, diferentemente
da pecuária em que os fazendeiros se concentravam no interior. A produção da
erva mate e a criação de gado foram duas economias que coexistiram
simultaneamente, porém tinham áreas de atuação, características e interesses
distintos, uma para o interior e outra urbana.
A partir da estruturação do extrativismo da erva mate, houve a
ascensão econômica que vai proporcionando o surgimento de fábricas,
indústrias, organizações comerciais, despertando assim um olhar de progresso
e de desenvolvimento para o Paraná. A erva mate também contribuiu muito
para a emancipação política do Paraná, da província de São Paulo.
A atividade econômica ervateira tinha necessidade de escolaridade e
formação para a comunidade, isso contribuiu para a construção de escolas e
até futuramente a criação da universidade em 1912.
A importância que da erva-mate teve no desenvolvimento econômico
do Paraná é inegável. Ao termos uma economia estável pudemos
pleitear nossa emancipação política da província de São Paulo. Esta
atividade também propiciou o desenvolvimento de uma infraestrutura
de transporte com hidrovias, estradas e ferrovias. A Universidade
Federal do Paraná não foi fundada por ervateiros, mas, o historiador
Ruy Wachowicz afirma que foi graças ao dinheiro que a erva-mate
trouxe ao estado que a instituição pode ser criada. É vasto o legado
deixado pela planta que é consumida pelos indígenas há muitos
séculos. Agora é preciso reavaliar as potencialidades do produto para
que seja possível torná-lo, mais uma vez, uma alavanca para o
desenvolvimento do Paraná. (Gazeta do Povo- especial erva mate,
27de novembro de 2013)
A erva mate vai fazendo parte da cultura e da identidade do povo paranaense. Portanto, além de sua contribuição econômica, a erva mate criou laços culturais, patrimoniais, tradições, costumes e hábitos revelando assim a
identidade natural e social do povo paranaense. No campo da cultura foi onde houve maior influência, pois se tratando de uma economia de mercado, realizada nas vilas e cidades com caráter urbano, exigia escolaridade e cultura de seu povo para atender o dinamismo e as expectativas das fábricas e mercado. Foi nesse contexto que contribuiu e fundamentou a criação da universidade do mate – UFPR.
Imagem 3 -Cuia de chimarrão, tradicionalismo no Paraná e Sul.
Foto: Valentin Hoinatz de Andrade.
A criação da Universidade do Mate se deu com a união e esforço da elite
intelectual e política paranaense representada nesse momento por Vitor
Ferreira do Amaral e Nilo Cairo, apoiados pela expressiva economia ervateira
e criadores de gado da região. Nessa época a sociedade paranaense buscava
uma identidade característica cultural, burguesa e urbana, e a superação da
perda do território do Contestado. Isso representou o despertar da consciência
política e da importância da ciência dentro dos princípios e fundamentos do
positivismo.
A erva mate foi e continua sendo muito importante no Paraná, pois com
ela o Estado cresceu e no auge da economia da erva mate, muita gente
ganhou dinheiro e ficaram ricas como os vários barões do mate: Manoel
Antônio Guimarães, Barão e depois Visconde de Nacar; Ildefonso Pereira
Correia, Barão do Cerro Azul; Família Fontana; Agostinho Ermelino de Leão
Junior- Matte leão, entre outros. Tanto é que a erva era considerada o “ouro
verde”. Hoje ainda restam em Curitiba alguns solares dos barões.
A erva mate inspirou muitas músicas e poesias que revelam a cultura do Paraná e do sul do Brasil. O nosso Chimarrão não se trata apenas de uma bebida comum, mas algo que envolve também o sentimento regionalista das pessoas, pois está ligado a historia, aos feitos e ao modo de viver de muitas pessoas. A erva mate relacionada aos hábitos, costumes e tradições faz parte da nossa história, foi e continua sendo presente no dia a dia de nossa gente, em vários lares, nas rodas de chimarrão e chás, pois além de tantas vantagens e benefícios continua representando e reafirmando nossa cultura.
Com a Proclamação da República e adoção do federalismo pela
constituição de 1891, as províncias passaram a ser chamadas de Estado e ganharam mais autonomia. Nessa época somou-se a expressão da economia ervateira com a busca de uma identidade característica e representativa para o Paraná que precisava se projetar política e socialmente no cenário nacional. Nesse contexto as elites das regiões, como o Paraná, elaboraram discursos para organizar novas estratégias de ação em busca da superação das dificuldades apresentadas pelo novo contexto institucional. Dentre os discursos construídos na época o regionalismo foi tema de debate em várias instancias. O regionalismo no Paraná, denominado paranismo, teve como principal representante, Romário Martins, que exaltou o mate e o pinheiro como símbolos do Paraná na construção da identidade do povo paranaense.
“A partir da década de 1920, buscou-se agregar
a sociedade paranaense- os nativos e os de origem
imigrante- não sem tensões, pela exaltação da terra e
pela criação de uma simbologia vinculada à natureza e à
produção agrícola: o mate, a araucária, o pinhão. Os
paranistas procuraram construir uma história a partir de
características naturais e simbologias lendárias, criando
um passado comum aos habitantes do Paraná”
(NAXARA. Marcia Capelari- Paisagens Identitárias e
sentimentos de pertencimento, Ed. UFPR)
Imagem 4 - Pinheiro Araucária - Símbolo do Paraná
Foto: Valentin Hoinatz de Andrade
Em 1910 o brasão do Estado do Paraná, numa versão de Alfredo
Andersen, era representado com um ramo de pinheiro e um ramo de erva
mate, fazendo parte, portanto, do simbolismo do Paraná. O brasão faz parte
do acervo do Departamento Estadual de Arquivo Público do Paraná.
Nesse contexto, os intelectuais criaram instituições quem apontavam
um novo projeto para o Paraná. Entre essas podemos citar: (1900) O instituto
Histórico e geográfico paranaense; (1912) Universidade do Paraná e (1927) O
centro paranista.
Atividades propostas
a) Além da contribuição econômica e cultural, a erva mate estimulou o
surgimento e crescimento de cidades. Relacione as cidades fundadas no auge
da economia ervateira, enfatizando ano da fundação, economia,população e
aspectos culturais.
b) Em parceria com seus pais e avós, pesquise e resgate as músicas e poesias
sobre a erva mate e analisar as formas com que retratam o contexto
paranaense.
c) Identifiquem através das imagens os símbolos do paranismo no contexto
paranaense.
d) Com o auxílio do texto e das imagens, confeccionem uma história em
quadrinhos sobre os vários aspectos de contribuição da erva mate na história e
no progresso do Paraná.
Obs: Para complementar sua pesquisa você pode acessar o link:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/especial-erva-mate/., acesso em
28/11/13.
Fica a dica:
O professor pode organizar uma exposição dos trabalhos confeccionados pelos
alunos, bem como os resultados das pesquisas, ficando os estudantes
encarregados de monitorar e dar explicações aos demais alunos interessados.
Atividade 5 - Matte Leão
A fábrica Matte Leão Junior & Cia S.A, fundada em 09/05/1901, por Agostinho Ermelino de Leão Junior em Curitiba foi a que mais prosperou e soube se adequar aos desafios e exigências do mercado nas várias fases. Essa empresa paranaense contribuiu para o progresso do Paraná no uso de seus recursos e possibilidades econômicas que o Paraná possui. Estimulou o trabalho, indústria e comércio no ramo empresarial crescendo junto com a gente paranaense.
Estabeleceu sua matriz em Curitiba na avenida presidente Getulio
Vargas 253 e com filiais e agencias no Rio de Janeiro, Paranaguá, São Mateus
do sul, Leonópolis (município de Guarapuava), Jacarezinho, Inácio Martins,
União da vitoria, Tibagí e Porto Amazonas. Sua atividade principal era:
produtores, industriais, e exportadores de erva mate, café, madeiras cerradas e
laminadas, caixas e caixotes e cabos de vassoura. Mas a especialidade era:
marcas de matte: Matte leão, Sara, Arminio, Dolores, Delia, Manon e popular,
chimarrão Cysne.
Enquanto outras empresas faliram ou migraram para outras atividades
diante do declínio da economia ervateira, a Matte Leão sempre se articulou, se
redimensionou, enfrentou desafios e exigências de mercado, adequando-se
com criatividade e criando novos mercados.
Imagem 5 - Antiga fachada da fábrica Matte Leão na Avenida Getúlio Vargas, Curitiba.
Fonte Valentin Hoinatz de Andrade.
A empresa Matte Leão, no final do século XX passou a enfrentar novos
desafios como a política de internacionalização da economia desenvolvida pelo
governo federal. A abertura de mercado seja pelas privatizações ou pela
entrada de novas empresas afetou a economia paranaense desencadeando
uma desnacionalização como foi o caso das fábricas: Prosdócimo, Todeschini
e Matte Leão.
Em 2007 foi adquirida pela Coca-Cola Brasil e hoje esta instalada na
Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, são 110 anos de
dedicação exclusiva aos chás, sendo líder absoluta no mercado, produzindo e
comercializando mais de 100 produtos. A matte leão é uma empresa que se
modernizou atendendo as exigências ambientais e segue princípios
autossustentáveis, está constituída numa área de 110 mil metros quadrados,
com 20 mil metros de área construída, sob os princípios da bioarquitetura
causando o menor impacto ao meio ambiente. Possui mais de mil funcionários
capacitados e envolvidos no processo de produzir com qualidade aos
consumidores do Brasil e do exterior.
Atividade proposta:
a) Identificar os aspectos econômicos, políticos e culturais que definiram as características da sociedade paranaense, da qual você faz parte.
b) Visita a Fábrica Matte Leão, na Fazenda Rio Grande. Junto ao seu professor, organizem um roteiro para a pesquisa de campo, que deve constar:
- agendamento da visita;
- perguntas para a entrevista com o representante da empresa;
- fazer fotos e vídeos para apresentação no colégio.
- convidar um representante da empresa para prover uma palestra no colégio para outras turmas.
-você pode complementar sua pesquisa acessando o link: http://www.leaoalimentosebebidas.com.br/2013/historia.php.
Fica a dica:
O professor pode organizar uma pesquisa de campo ao museu do mate e/ou a
Fábrica da Matte Leão. A sugestão é que o professor estimule os alunos para
que eles mesmos se mobilizem e organizem as etapas dessa atividade.
Atividade 6 - Imagens e representações
Fontes iconográficas
No século XX a historiografia passou por transformações e passou a
usar muitas outras fontes históricas para auxilio dos historiadores, tais como,
imagens, filmes, crônicas, relatos de viagens, obras de arte, museus,
monumentos, vestígios de civilizações, arqueologia, relatos orais e escritos,
fotografias, entre outros. Estes indícios e auxílios deram novos significados
fazendo com que a historiografia deixasse de ser baseada somente em fontes
escritas e documentários. O conceito de fonte histórica vem se ampliando e se
transformando tanto para pesquisadores como para professores de história e
estudantes. Nessa nova visão de historia, a partir da década de 80,
historiadores, professores e estudantes são considerados como sujeitos da
historia e produtores do conhecimento histórico.
...O contato com as fontes históricas, facilita a familiarização do
aluno como forma de representação das realidades do passado e do
presente, habituando-se associar o conceito histórico à analise que
se origina e fortalece sua capacidade de relacionar baseado em uma
situação dada(SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p. 94).
O professor deve estar atento para tratar as fontes iconográficas com
as devidas distinções, respeitando as fronteiras, as características próprias de
cada linguagem. E, este caso, é muito importante não confundir uma
representação do real com o real em si. Uma fotografia como fonte histórica,
por exemplo, deve ser analisada como uma produção, fruto do trabalho de um
sujeito que seleciona, recorta ações , ângulos, cores, objetos e, utilizando-se
de recursos tecnológicos fotografa não o que se vê, mas como vê. Portanto,
uma fotografia é fruto de determinado contexto e condições técnicas de
produção. Ela traz em si lacunas, silêncios, recortes, evidências. Como toda
fonte histórica, é uma representação do real, e não a verdade absoluta da
História, o espelho fiel da realidade. (FONSECA,2009,P 189 e 190)
O caderno pedagógico de historia do Paraná nos orienta sobre a
importância da educação patrimonial para as novas gerações pois através de
fotografias, vídeos, museus, monumentos, praças e instituições podemos
ensinar a historia de uma pessoa, de grupo ou de povo que faz parte da nossa
cidade e da nossa historia.
Imagens para a serem analisadas pelos alunos e posteriormente
produzirem uma dissertação sobre o conteúdo apresentado:
Imagem 6
Fonte: Museu do mate.
Foto Valentin Hoinatz de Andrade
Imagem 7.
Selos de embalagens para comercialização da erva mate
Fonte Museu do mate
Foto Valentin Hoinatz de Andrade.
Imagem 8 Antiga fachada da fábrica Matte Leão, avenida Getúlio Vargas. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade
Imagem 9 Fachada lateral da antiga fábrica Matte Leão. Foto Valentin Hoinatz de Andrade
Figura 10 Monumento em homenagem a Nilo Cairo, fundador e professor da Universidade do Paraná. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade
Figura 11 Placa em homenagem a Victor Ferreira do Amaral, fundador e professor da Universidade do Paraná. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade
Imagem 12 Monumento em homenagem ao Dr. Plínio Monteiro Tourinho, fundador e professor da Universidade do Paraná. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade
Imagem 13 Fachada da Universidade Federal do Paraná. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade.
Atividades propostas:
a) Agora em parceria com seus pais, avós e com o auxílio de um
dicionário, pesquisem e descrevam o significado das palavras
relacionadas à atividade ervateira: “Barbaquá”, “carijó”, “canchear” ou
“malhada”, “barricas”, “bruacas”, “aporreadores”
b) A partir da analise das fontes- imagens apresentadas e descritas
escreva uma narrativa histórica comentando o que você sabe sobre os
conteúdos de cada uma das imagens apresentadas. No final desse
exercício, cada um deverá socializar a sua narrativa histórica com o
grupo.
Fica a dica:
Partindo das análises e descrições dos grupos o professor fará uma
interação pedagógica enfatizando as relações de trabalho inerentes nos
Meios de produção e as relações de trabalho representadas nas
imagens.
Atividade 7 - Exposição dos trabalhos para a comunidade:
Para concluir o trabalho, você e seus colegas farão uma exposição na
Feira de Ciências do colégio. Para essa atividade reúnam todo o material produzido através dos estudos e atividades realizadas. Apresentem os resultados em enquetes e maquetes, demonstração de produtos como chá e chimarrão. Trazer convidados para relatar experiências e palestrantes.
Para essa etapa dos trabalhos vocês deverão envolver professores e demais alunos, convidar os familiares para participarem e prestigiarem suas produções.
Avaliação Diagnóstica
No final da implementação do projeto, a pesquisa diagnóstica ganhará
novas preocupações, já que o aluno terá a oportunidade de avaliar o seu
próprio envolvimento no processo de aprendizagem. A proposta do aluno em
se auto avaliar fará com que reflita sobre o seu desempenho e envolvimento o
que promove um processo de aprendizagem continuada.
Orientações metodológicas
A proposta de trabalho com este material didático, pretende desenvolver comprometimento, autonomia, aprendizagem continuada através das atividades propostas. O estudo da história da erva mate estimulará o aluno para que saia da sala de aula, o material de pesquisas, visitas, entrevistas e fotografias, bem como a organização de dados e apresentações, serão elaborados e organizados pelos próprios alunos. Ao final de cada unidade ou tema, seja feito apresentações e exposições para outras turmas e séries, inclusive exposição na “feira de ciências” ou “feira do conhecimento”, conforme as escolas organizem. É importante termos sempre bem claro e definido em nossos objetivos e práticas pedagógicas que quando os alunos projetam, organizam e executam juntos, eles se comprometem com o processo de aquisição e produção do conhecimento que é meta dos estudantes e professores no ambiente escolar.
No início de cada ação/atividade, os alunos terão aulas expositivas bem como análise de filmes, fotos, documentários, mapas e dados gráficos,
numa concepção geográfica, histórica, política e econômica de tempo e espaço paranaense. Fotos da erva mate, da fábrica Matte Leão, UFPR; filme em cd sobre a colheita produção e beneficiamento da erva; documentários como a lei nº 12.236- lei da erva mate.
Metodologia: discussão dos textos básicos em aulas dialogadas.
Apresentação pelos alunos dos dados, resultados e pesquisas para o
tratamento do estudo sobre a erva mate e sua contribuição na história do
Paraná.
Avaliação: centrada na efetiva participação dos alunos nas atividades, debates
e apresentações das pesquisas e trabalhos realizados.
3. Recursos Didáticos /Pedagógicos
Meios audiovisuais, vídeos, fotos, figuras, cartazes e internet.
Pesquisas bibliográficas, seminários, palestras e mesa redonda.
Materiais: cartolinas, tinta guache, cola, tesoura.
CRONOGRAMA DOS TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS
Considerando que durante o terceiro período o professor deverá
programar as atividades que propôs neste projeto a ser desenvolvido na
escola, é necessário organizar o cronograma de ações para a realização e
socialização das atividades previstas, bem como o acompanhamento das
mesmas da equipe pedagógica, direção e professora orientadora da IES.
Os trabalhos a serem desenvolvidos são: leituras e atividades, projetos,
intercambio e visita, análise de imagens e filmes referentes ao assunto,
desenvolvidos por alunos do nono ano do ensino fundamental do Colégio
Estadual Dr. Décio Dossi.
ATIVIDADE/MESES fev mar abr mai jun jul ago
Apresentação da Unidade Didática à
coordenação e direção do colégio.
x
Apresentação das ações/atividades para
os alunos.
x
Desenvolvimento das ações/atividades
da Unidade Didática (pesquisa
diagnóstica, conceitos, textos, atividade,
projeto, intercâmbio e visita)
x x x x x
Análise e descrição das imagens. x x
Organização dos materiais e produção
para feira do conhecimento
x x
Relatório das atividades realizadas x x
Organização dos materiais para
subsidiar a organização do artigo final.
x x
Referências
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rumos?Revista Brasileira de Educação n26.maio/agosto de 2004.
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História do Paraná: Representações, memórias, identidades, impressora do
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http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/especial-erva-mate