OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Pedagógica a ser aplicada em sala de aula no...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
A CULTURA DO BICHO-DA-SEDA NO MUNICÍPIO DE MANGAGUAÇU: INTEGRAÇÃO ECONÔMICA DO PEQUENO AGRICULTOR
NO PERÍODO DE 1980 A 2010
NATAL FACINA
MARINGÁ ─ PARANÁ 2013
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIDADE DIDÁTICA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
A CULTURA DO BICHO-DA-SEDA NO MUNICÍPIO DE MANGAGUAÇU: INTEGRAÇÃO ECONÔMICA DO PEQUENO AGRICULTOR
NO PERÍODO DE 1980 A 2010
NATAL FACINA
Produção Didático-pedagógica, apresentada à Secretaria de Estado da Educação (SEED), na disciplina de Geografia, com subsídio metodológico para o conteúdo específico, A Cultura do bicho-da-seda no município de Mandaguaçu: Integração Econômica do pequeno agricultor no período de 1980 a 2010, parte dos requisitos do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), 2013/2014, em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Orientador IES: Prof.ª DRª Adélia Aparecida de Souza Haracenko
MARINGÁ ─ PARANÁ 2013
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1. FICHA DE DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
TÍTULO A cultura do bicho-da-seda no município de Mandaguaçu: Integração Econômica do pequeno agricultor no período de 1980 á 2010.
Autor Natal Facina
Disciplina/Área Geografia
Escola de implementação
Localização
Colégio Estadual Dr. José Gerardo Braga – Ensino Fundamental e Médio, Av. Dezenove de Dezembro nº8, Zona 065 CEP: 87015-610- Maringá – Paraná. Fone/Fax: (44)3224-2121 [email protected] Site: www.magadrjosebraga.seed.pr.gov.br CNPJ/MF-76592468/0001-84
Município da escola Maringá
NRE Maringá
Orientador IES Adélia Aparecida de Souza Haracenko
IES Vinculada Universidade Estadual de Maringá - UEM
Produção Didática Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar
Biologia, Ciências, História e Matemática.
Público Alvo Alunos do 8º Ano
Apresentação:
A opção pelo caderno pedagógico se justifica, pois contribui e traz conhecimento sobre o assunto proposto, poderá ser um dos instrumentos que servirá de apoio, auxiliando o professor no processo ensino/aprendizagem, contribuindo para que o educando possa participar com seu próprio material que contem diversos recursos, como: textos e/ou imagens (mapas, ilustrações, fotografias)que ilustram e servem de base para a problematização da temática. Sites para pesquisa, Sites de vídeos e atividades para verificação do conhecimento prévio dos alunos, trará questionamentos que serão discutidos e encontrará respostas nas aulas de campo sugeridas para execução deste trabalho. O caderno pedagógico contém sugestões de pesquisas que visam proporcionar a compreensão e ampliação dos conteúdos referentes às transformações ocorridas na pequena propriedade que levou o agricultor a optar pela cultura do bicho-da-seda como alternativa de sobrevivência, com a modernização da agricultura no município de Mandaguaçu.
Palavras-chave Modernização agrícola, mobilidades sociais, pequena produção, desenvolvimento regional.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................... 5
1. UNIDADE 1 ......................................................................................... 9
2. UNIDADE 2.......................................................................................... 21
3. UNIDADE 3 ......................................................................................... 36
4. UNIDADE 4 ......................................................................................... 49
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 63
REFERÊNCIAS......................................................................................... 64
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2. APRESENTAÇÃO
O projeto intitulado “A cultura do bicho-da-seda no município de Mandaguaçu:
Integração Econômica do pequeno agricultor no período de 1980 a 2010” tem por
objetivo atender à proposta das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, por
meio do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), com enfoque na
dimensão econômica, política e socioambiental do espaço geográfico.
O presente objeto de estudo é composto por uma pesquisa bibliográfica e de
campo, realizada durante o ano de 2013, resultando numa Produção Didático-
Pedagógica a ser aplicada em sala de aula no ano letivo de 2014.
A proposta desse trabalho é trazer o entendimento da transformação do
espaço geográfico do município de Mandaguaçu, localizado no noroeste do Paraná,
após a erradicação da cultura do café, uma vez que foi observado que a economia
estabelecida na região Noroeste do Paraná sempre esteve estruturada no modelo
fundiário de pequenas e médias propriedades.
O respectivo modelo foi organizado pela Companhia Melhoramentos Norte do
Paraná, que organizou a divisão e comercialização dos lotes. Com o passar dos
anos, essa estrutura foi sendo modificada com a implantação do processo de
modernização na agricultura e com a introdução de novas técnicas de produção e
mecanização no campo.
Nesse contexto, observa-se que a transformação capitalista da agricultura
acelerando o processo de expulsão do homem do campo, aumentando o
desemprego no meio rural, provocando um intenso movimento de migração rural-
urbano.
Entretanto, a implantação da sericicultura em algumas pequenas propriedades
contribuiu para fixar uma significativa parcela da população rural no campo, gerando
emprego e renda.
Diante dessa constatação, é apresentado pela pesquisa um questionamento
para compreensão do processo: como sobrevivem os agricultores que produzem o
bicho-da-seda hoje?
Na tentativa de entender e buscar a resposta para respectivo questionamento é
proposto um estudo com alguns produtores do município de Mandaguaçu,
procurando saber quais são as mudanças ocorridas nas relações de trabalho, de
poder aquisitivo e permanência na propriedade desses agricultores.
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A produção do presente material tem por objetivo propiciar ao estudante de
geografia uma aprendizagem mais significativa, facilitando a compreensão de
mundo, o mais próximo possível da sua realidade. Esse Caderno Pedagógico traz
conhecimento acerca do assunto abordado, propondo questionamentos a serem
discutidos nas aulas de campo.
O presente Caderno Didático-Pedagógico é norteado pelos seguintes objetivos:
Geral
Entender as mudanças ocorridas nas relações de trabalho, poder aquisitivo,
permanência em suas propriedades e a situação de sobrevivência dos agricultores,
que optaram pela criação do bicho-da-seda, provocadas pela modernização da
agricultura, além das transformações ocorridas no espaço agrícola na região
estudada.
Específicos
Estudar o processo de modernização da agricultura e analisar as mudanças nas
relações de trabalho e produção, a partir do surgimento de novas formas de cultivo,
destacando a sericicultura.
Levantar o número de membros familiares envolvidos na produção da sericultura
numa determinada propriedade, analisando a renda da produtividade.
Identificar as dificuldades enfrentadas pelos agricultores e os problemas relativos à
produção.
Pesquisar com os alunos os processos de transformações no espaço estudado, bem
como as politicas de mercado e a produção de casulos verdes até a entrega do
produto final na empresa processadora.
Apresentar à comunidade escolar o resultado obtido através da experiência dos
alunos envolvidos na presente pesquisa.
O presente material contribuirá significativamente para o ensino da Geografia,
nas turmas de 8º ano do Ensino Fundamental diurno, bem como na Educação de
Jovens e Adultos (EJA) no período noturno, do Colégio Estadual Dr. José Gerardo
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Braga, Maringá, certamente, auxiliando-os em seu processo de contínua formação
cidadã, com uma visão crítica do espaço em que habitam, observando e entendendo
as transformações ocorridas em âmbito geográfico, social e humano.
3. FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
O Ensino específico de Geografia perpassa a falta de opção em aulas bem
preparadas, de acordo com planejamento e objetivos da disciplina. Fator esse que
dificulta muito o trabalho do professor.
Hoje em dia, os adolescentes e os jovens são mais ativos e têm mais acesso
às informações, mas mostram-se desinteressados, muitas vezes, pela aula e pela
disciplina. Os alunos poderão ser motivados, se professor optar por aulas voltadas à
pesquisa de campo. Tal estratégia é viável, porém tirá-los da sala de aula para
ministrar uma aula de campo, torna-se uma responsabilidade muito grande para o
professor, que além do conteúdo específico, deverá estar atento a aspectos, como:
segurança, saúde, transporte, alimentação, dentre outros. Outro ponto a ser
destacada, refere-se ao fato de que o professor regente, nem sempre pode contar
com outro profissional, para acompanhar a turma e colaborar com a execução do
trabalho.
Embora as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCEs / 2006) afirmam
que a aula de campo é uma importante ferramenta para o estudo do meio,
geralmente a escola também não possui condições de assumir as despesas com
transporte da turma até o local da pesquisa, quando a área escolhida fica distante da
mesma.
As referidas diretrizes ainda reforçam que aulas de campo é um rico
encaminhamento metodológico, que possibilitará ao aprendiz à oportunidade de
visualizar e analisar a área em estudo (urbano ou rural), diferenciando, por exemplo,
paisagem de espaço geográfico, partindo de uma realidade local, bem delimitada
para investigar sua constituição histórica, bem como as comparações com outros
lugares, próximos ou distantes, propiciando a compreensão do espaço geográfico,
suas contradições, seus conceitos referenciais, de maneira crítica, bem como as
relações sócio-espaciais nas diversas escalas geográficas.
As ações docentes em sala de aula precisam ser revistas e renovadas, pois a
preparação e planejamento mais adequados à realidade contemplarão as relações
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familiares, cotidianas, políticas, econômicas, cultural e ecológica, além de auxiliar o
aproveitamento dos recursos existentes na escola e na comunidade.
A compreensão do aluno acerca do seu espaço de vivência requer do mesmo,
a realização de um estudo sobre a organização dos mesmos, entendendo como
ocorreu o processo de mudança, destacando os ciclos econômicos, o êxodo rural e
a urbanização, por meio do estabelecimento das diferenças entre o espaço urbano e
o espaço rural.
Primeiramente, será realizado um estudo sobre o levantamento histórico de
ocupação e mudanças ocorridas no espaço escolhido, seguido de discussão e
debate das leituras com questões relacionadas aos textos.
Desse modo, busca-se a realização de uma pesquisa dos recursos
tecnológicos disponíveis na escola, pois há flexibilidade quanto às estratégias para a
coleta de informações, a captura de imagens com máquinas fotográficas digitais e
com telefones celulares com câmeras, o uso de softwares (programas) e o auxílio
dos laboratórios de informática instalados na escola. Nesse contexto, será
organizado um material didático-pedagógico para ser trabalhado na aula de campo,
que possa ser utilizado pelo professor, auxiliando no processo ensino/aprendizagem.
As diferentes paisagens e atividades do lugar onde os alunos vivem
demonstram a necessidade de realizar um trabalho específico acerca de seu
ambiente e sua ocupação diária, viabilizando a realização da pesquisa de campo.
O respectivo trabalho enfoca o espaço rural do município de Mandaguaçu,
destacando a criação do bicho-da-seda, atividade que ainda emprega famílias
envolvidas na produção de casulos, produzindo renda e fixando o homem em
pequenas propriedades. Dessa forma, a presente metodologia de trabalho com os
alunos poderá ser aplicada em outras pesquisas que trabalham com a exploração da
terra.
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4. UNIDADE 1
ÍNDICE DA UNIDADE 1
Aspectos históricos e geográficos da região Noroeste do Paraná .....................
Carta topográfica da área de estudo da divisão da zona rural..............................
Imagem de satélite da área de estudo da divisão da zona rural...........................
Localização geográfica do Município de Mandaguaçu .................................
Mapa do estado do Paraná e os municípios de Mandaguaçu e Maringá..............
Mapa da divisão territorial de Mandaguaçu...........................................................
Fazendo arte, cartografando, encontrando...........................................................
Atividade 1.............................................................................................................
Mapa dos continentes............................................................................................
Mapa político do continente americano.................................................................
Mapa da divisão política da América do sul...........................................................
Mapa da divisão regional do Brasil........................................................................
Mapa da divisão política do estado do Paraná......................................................
Mapa da divisão territorial de Mandaguaçu...........................................................
Atividade 2.............................................................................................................
Um aluno lê os textos para a turma ouvir..............................................................
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4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS
DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ
A ocupação do Norte do Paraná iniciou-se em 1929, seguindo os moldes
modernos de colonização. A colonizadora inglesa, Companhia de Terras Norte do
Paraná adquiriu do governo do estado do Paraná uma área equivalente a 515.000
alqueires paulistas. Essa gleba foi loteada em pequenas e médias propriedades. A
área rural é cortada de estradas vicinais, ao longo dos espigões, permitindo a
divisão em pequenos lotes de 10, 15 e 20 alqueires, com frente para um ribeirão.
Cia. Melhoramentos Norte do Paraná (1977. p. 77), conforme pode ser visualizado
nas figuas1 e 2, a figura 1 trata-se de uma carta topográfica da época.
Figura 1 – Carta Topográfica da Área de Estudo Modelo da Divisão da Zona Rural.
Fonte: WWW.ITCF.PR.GOV.BR Carta Nº275 acesso em 29/10/2013, Corte e restruturação feito por: FACINA Natal – Nov.2013.
A figura 2 é uma imagem de satélite com data de 03 de janeiro de 2012, do
mesmo local da carta Topográfica e poderão ser comparados os detalhes entre a
original imagem 1elaborada a mão com a figura 2 imagem elabora com tecnologia.
Traçado dos lotes pela CMNP
Área da pesquisa
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Figura 2 – Imagem de satélite da área de estudo modelo da divisão da zona rural
Fonte: Google Earth Acesso em 30/10/2013- corte e restruturação: FACINA, Natal. Nov.2013
4.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE MANDAGUAÇU
De acordo com os estudos realizados por Muller (1956), no ano de 1.944, a
companhia de Terras Norte do Paraná foi vendida a um grupo paulista, recebendo a
denominação de Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. A nova
administradora fundou em 1.946 a cidade de Maringá, tornando-se a sede da porção
mais ocidental da Companhia.
Próximo a Maringá foram estabelecidos dois pontos de fixação: Iguatemi e
Guadiana. Guadiana teve o uso do solo urbano planejado e a área rural delimitada
pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. A perspectiva era de que
Guadiana, num futuro próximo, se tornasse uma cidade florescente.
Atualmente é conserva o Traçado dos lotes pela CMNP conforme a Carta
topográfica Figura 1
Área da pesquisa
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A Companhia Melhoramentos Norte do Paraná projetou um modelo definindo
que as cidades destinadas, a se tornarem núcleos econômicos (cidades) de maior
importância, seriam demarcadas de 100 em 100 quilômetros, aproximadamente.
Entre os núcleos de menor importância econômica, as cidades seriam
distanciadas de 10 a 15 quilômetros uma da outra, sendo fundados os patrimônios
centros abastecedores intermediários, por exemplo: Guadiana, Presidente Castelo
Branco, Paiçandu, Dr. Camargo, etc..·.
Tanto nas cidades como nos patrimônios, a área urbana apresentaria uma
divisão em datas comerciais e residenciais. Ao redor das áreas urbanas se situariam
cinturões verdes, divididos em chácaras que pudessem produzir gêneros
alimentícios de consumo local, como: aves, ovos, frutas, hortaliças e legumes. Estes
cinturões baseados no modelo americano não deram certo.
Hoje, nos respectivos espaços está sendo cultivada a amoreira, o alimento
básico para a criação do bicho-da-seda. E nesse referido espaço que a presente
pesquisa vem sendo desenvolvida.
A figura 3 localiza os municípios de Maringá e Mandaguaçu no Estado do
Paraná.
Figura 3 – mapa do estado do Paraná divisão política - municípios de Mandaguaçu e Maringá
Fonte: www.portalxv.com.br – municípios de Maringá e Mandaguaçu - Org. Por FACINA, Natal
Nov.2013.
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O município de Mandaguaçu, integrante da Microrregião Geográfica de
Astorga, participa da Mesorregião Norte central paranaense. Está situado no
Terceiro Planalto, entre 23º 21’ de latitude S e de 52º 05’de longitude W, tendo como
limites: Norte - Presidente Castelo Branco Flórida e Atalaia; Sul - Paissandu; Leste -
Maringá Oeste – Ourizona, conforme o mapa abaixo, figura 4.
Figura 4- Mapa da Divisão Territorial de Mandaguaçu
Fonte: Instituto de Terras e Cartografia vinculado a Secretaria da Agricultura governo do Paraná - recorte e reorganização: Natal Facina, Nov. 2013.
No mapa do Estado do Paraná pode ser verificado que Mandaguaçu pertence
ao bloco designado “Planalto de Apucarana”. A drenagem do respectivo bloco é
constituída pelos rios Ivaí e Paranapanema. A altitude varia de 1.123m para 235, na
calha do Rio Paraná.
1,5 Km 0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Situação física em 1981- compilado pela
coordenação de planose programas
estaduais/setr
Escala 1: 75.000 redução da carta por
sistema eletronico em 70%, ampliação da
escala na mesma proporção, Organizado
por: Facia Natal
Área da pesquisa
CONVENÇÕES
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De acordo com os estudos realizados por Maack (1968), a região foi
denominada de “superfície de paisagens de outeiros e chapadas do Arenito Caiuá,
nível de denudação Pós-Bauru, e o-Terciário”. O autor prossegue expressando que
o sítio urbano posiciona-se sobre o divisor de águas, drenado pelos rios Ivaí
(afluente da margem esquerda do Rio Paraná) e Pirapó (afluente da margem
esquerda do Rio Paranapanema), altitude média 585m.
A área total do município de Mandaguaçu é de 324 km2, 25.71 alqueire
paulista para o urbano e 138 alqueires paulistas para a zona rural, conforme o mapa
da figura 4, acima apresentado.
Segundo EL-KHATIB (1969. p.170), problemas políticos provocaram
desentendimentos entre a companhia Melhoramentos Norte do Paraná e alguns
donos de terras, motivando a criação de Mandaguaçu, naquela época sem nome
definido, mas representando interesses locais de se tornar um núcleo mais
desenvolvido do que o de Guadiana.
A estrada que ligava Londrina a Paranavaí se tornou a avenida principal da
recém-criada Mandaguaçu. Os carreadores dos sítios que davam acesso à
Mandaguaçu passaram a serem as ruas. Os Sítios começaram a serem loteados
pelos seus proprietários. Os primeiros topônimos dados a esta povoação foram Vila
Guaíra e Governador Lupion. No entanto, antes mesmos de ser elevadas à
categoria de município, já era conhecido como Mandaguaçu. Foi elevada à categoria
de município em 14 de novembro de 1.951, pela Lei Estadual Nº. 790.
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ATIVIDADE 1
Expor os mapas do Mundo, do Brasil, do município e o globo terrestre. Levar
Geoatlas, deixar que manipulem os materiais, tenham curiosidades, façam
perguntas, deixe uns mostrar para os outros os lugares que conhecem.
Em seguida, fazer leitura dos textos com pausas, para localização dos pontos
citados e retomar os conteúdos das séries anteriores. Lembrar as divisões do globo
e mostrando os hemisférios, os meridianos e paralelos, a Linha do Equador e o
Meridiano de Greenwich, bem como citar as coordenadas geográficas.
Mostrar os continentes. Falar da divisão geográfica e cultural do continente
americano. Destacar a América do Sul.
No mapa do Brasil, explicar a divisão regional, localizar o Estado do Paraná e
apresentar o mapa do município. Voltar ao mapa mundo e solicitar que discorram
com os dedos, partindo das informações em graus citadas no texto até cruzar as
linhas localizando o município.
Concluir com trabalho prático nos mapas: o mapa mundo (pronto), figura 5 será distribuído um para cada aluno;
Figura 5 - Mapa dos Continentes
Fonte: ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf https://www.google.com/search- Acesso em 10/11/2013.
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No mapa do continente americano, figura 6, pintar o mesmo, usando o critério
geográfico e fazer legenda.
Figura 6 - Mapa político do Continente Americano
Disponível em:<ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf>.
https://www.google.com/search, consultado em 10/11/2013.
No mapa da América do Sul, figura 7, pintar o mapa usando o critério político e identificar todos os países;
Figura 7 - Mapa da divisão política da América do Sul
ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdfhttps://www.google.com/search - consultado em 10/11/2013.
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No mapa do Brasil, figura 8, pintar o mapa pelo critério divisão regional e criar legenda;
Figura 8 - Mapa da divisão regional do Brasil
Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf> <https://www.google. com/search> Acesso em 10/11/2013. Reorganização: Natal Facina
REGIÃO NORTE
REGIÃO CENTRO OESTE
REGIÃO SUDESTE
REGIÃO SUL
REGIÃO NORDESTE
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No mapa do Paraná, figura 9, identificar os municípios de Mandaguaçu e
Maringá. Também pode ser sugerida a localização de outros municípios conhecidos.
No mesmo mapa, traçar na posição correta o Trópico de Capricórnio e colocar os
Pontos Cardeais;
Figura 9 - Mapa da divisão política do Estado do Paraná
ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf https://www.google.com/search - consultado em 10/11/2013
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No mapa de Mandaguaçu, figura 10, distribuir uma cópia para cada aluno.
(tempo para aplicação: quatro aulas de preferência germinadas).
Figura 10- Mapa da Divisão Territorial de Mandaguaçu
Fonte: Prefeitura do Município de Mandaguaçu – redimensionado por Natal Facina, Nov. 2013
Ao término da realização das atividades propostas, o aluno deverá colar os
respectivos mapas no caderno, observando os critérios de organização. O professor
deverá avaliá-los de acordo com as normas previamente estabelecidas.
ESCALA DO ORIGINAL 1:75. 000
1,5 Km 0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
SITUAÇÃO FÍSICA EM 1981
COMPILADO PELA COORDENAÇÃO DE PLANOS
COMPILADO PELA COORDENAÇÃO DE PLANOS
E PROGRAMAS ESTADUAIS/SETR
FONTE: INSTITUTO DE TERRAS E CARTOGRAFIA
VINCULADO A SECRETARIA DA AGRICULTURA
GOVERNO DO PARANÁ
ESCALA 1: 75.000 REDUÇÃO DA CARTA POR
SISTEMA ELETRONICO EM 70%, AMPLIAÇÃO DA
ESCALA NA MESMA PROPORÇÃO,
ESCALA ATUAL 1: 127.500 0 10 20 30 40 50
Atalaia
P.C. Branco
Ourizona
Paiçandu
Maringá
Flórida
Local da pesquisa
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ATIVIDADE 2
Texto 1: Aspectos históricos e geográficos
Texto 2 - Localização geográfica
RESPONDA:
Em grupos, pense no espaço do município onde você mora, converse com os
colegas e responda as atividades propostas:
1) Escreva as principais características de seu município, destacando os pontos
positivos e os problemas urbanos e rurais.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
2) Como está organizado o espaço rural?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
3) De que maneira pode ser praticada a agricultura?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
4) O que é agricultura de subsistência?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
5) O espaço escolar é frequentado somente por alunos urbanos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
6) Os alunos sentem-se constrangidos e sofrem ‘bullying’ se disserem que moram com seus pais e trabalham na roça?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
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........................................................................................................................................
5. UNIDADE 2
ÍNDICE DA UNIDADE 2
Características geológicas..........................................................................
Esboço geológico do noroeste do estado do Paraná.................................
Características pedológicas da Região Noroeste do Paraná......................
Vegetação natural........................................................................................
Vegetação natural da região noroeste.........................................................
Atividade 1
Características Geológicas.........................................................................
Atividade 2
Solo e Agricultura.........................................................................................
Atividade 3.
Vegetação natural.......................................................................................
Atividade 4 Vegetação natural da região noroeste........................................................
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26
27
29
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32
35
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5.1 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS
No Estado do Paraná1, a camada de Arenito Caiuá se desenvolve a partir dos
últimos derrames de lava e apresenta a continuidade do processo de sedimentação
eólica terrestre iniciada no triássico superior, com deposição do Arenito Botucatu no
deserto mesozoico, perdurando até o cretáceo. A constituição geológica da extensa
região do terceiro planalto apresenta afloramentos na área do terceiro planalto,
mostram as estratificações cruzadas de grande parte de Paleodunas, como
evidência direta da deposição eólica. Na base dessa formação, níveis de arenitos
contendo seixos que determinam fases torrenciais, registro na evolução do
ambiente. A espessura da formação Botucatu é variável, dependendo do local varia
até 100 metros.
Em levantamento de campo durante uma expedição cientifica, foi encontrado
um afloramento nas imediações de Mandaguaçu, até as margens do Rio Paraná, no
município de Terra Rica. A área do arenito corresponde a cerca de 70 mil
quilômetros quadrados, estando sujeita a uma frequência de fenômenos erosivos,
determinados pela presença de grandes voçorocas.
O sítio urbano de Mandaguaçu apresenta afloramentos das unidades
estratigráficas: Formação Caiuá (Mesozoica) e por sedimentos Cenozoicos,
denominados por BIGARELA (1975) de formação Paranavaí, sendo este o último
evento deposicional na Bacia do Paraná, no Estado do Paraná.
Segundo JABUR, I. CH, (1984), a formação Caiuá está dividida em dois fáceis
distintos, denominados Fáceis Porto Rico e Fáceis Mamborê. A denominação Fáceis
Porto Rico é atribuída aos arenitos finos e médios com possantes estruturas
cruzadas planares de ângulo de mergulho, evidenciando deposição eólica. Fácies
Mamborê superior é constituído por arenitos finos, sua estrutura apresenta-se plano-
paralelas, cruzadas, de pequeno e médio porte e, ainda de corte e preenchimento,
com evidências de sedimentação sob condições fluvio-lacustre. Estas unidades
afloram nas partes mais profundas das voçorocas no Município de Mandaguaçu. Em
1 As informações deste texto foram coletadas no curso de pós-graduação, durante uma expedição
científica com roteiro saindo da Universidade Estadual de Maringá até a Usina Hidrelétrica de Primavera no Rio Paraná, divisa entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, coordenada pelo professor Dr. Issa Jabur.
23
via de regra, os afloramentos do Arenito Caiuá estão capeados por diversas
sequências de areias de aspecto coluvial ou aluvial.
Na maioria dos casos, torna-se difícil distinguir entre o manto de intemperismo
e o capeamento de sedimentos Cenozoicos, ocorrendo em alguns casos o contato
entre o Arenito Caiuá e capeamento arenoso sendo nítido. Em contrapartida,
ocorrem pontos em que este se encontra muito intemperizado; porém observa-se a
estrutura original (alúvio) e um recobrimento coluvial típico das vertentes mais
íngremes. O mapa abaixo, figura 11, facilita a visualização Geológica do Estado do
Paraná. Bacia do Paraná e Escudo Paranaense.
Figura 11 - Esboço Geológico Do Noroeste Do Estado Do Paraná
Bacia do Paraná Escudo
Fonte: http://www.mineropar.pr.gov.br - Página visitada em 13/11/2013
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5.2 CARACTERÍSTICAS PEDOLÓGICAS DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ
A exposição de uma rocha ao calor do sol, ao frio do inverno e da noite, as
chuvas, os ventos, dentre outros fatores naturais, alteram a estrutura da rocha, pois
com o calor a rocha se delata, ou seja, aumenta o volume e com o frio ela se contrai,
ou seja, encolhe. Com esse processo de aumentar e encolher, a rocha começa a se
transformar e esse movimento de aumentar e diminuir é chamado de desagregação.
Fenômeno este que provoca a quebra ou ruptura de sua estrutura.
Consequentemente, os minerais de sua composição vão se separando, se
desgastando, apodrece e vira solo.
Rudimentarmente se diz que solo é uma rocha decomposta, porém isso não é
suficiente, pois os técnicos e agrônomos afirmam que para ser solo é preciso haver
um pouco mais de vida, de microrganismos e animais, como: minhoca, besouro, tatu
e uma infinidade de animais que sobrevivem escondidos no solo. Ainda é necessário
existir matéria orgânica e sobre esta matéria orgânica os microrganismos
transformam tudo isso em humos. Um solo para ser considerado bom precisa ser
rico em humos, que é o elemento responsável pela fertilidade do solo.
Para o produtor rural, solo é a camada superficial rica em minerais e matéria
orgânica que conserva o solo sempre úmido, proporcionando melhor crescimento e
desenvolvimento da planta. É importante memorizar que a base do solo é o seu
mineral de origem, aquele mineral que estava presente na rocha quando ela
começou a se decompor. Lembre-se ainda que de cada tipo de rocha, origina-se um
determinado tipo de solo.
A figura abaixo (figura12) apresenta alguns tipos de solo: solos arenosos, solo
argiloso, solos calcários, etc. Os minerais são de grande importância para o solo,
pois são eles que dão a origem química do solo. Os minerais mais presentes são:
Nitrogênio, Potássio, Oxigênio, Magnésio, Cálcio e Fósforo. (Nas aulas de química,
o professor tem a possibilidade para detalhar, com mais propriedade de
conhecimento e aprofundar sobre a composição das rochas e dos solos).
Segundo mapa de “reconhecimento dos Solos do Estado do Paraná, escala
1: 600.000, realizado pelo IAPAR e EMBRAPA e SUDESUL em 1981, o município
de Mandaguaçu, no perímetro urbano apresenta os seguintes tipos de solo:
Latossolo Vermelho Escuro, nos pontos mais elevados e médias vertentes,
Podzólico Vermelho-Amarelo, nas baixas vertentes e nos fundos dos vales.
25
Portanto, para o cultivo da amoreira empregada na criação do bicho-da-seda
ser bem sucedido, é preciso observar o solo, uma vez que o desenvolvimento da
espécie depende muito de um solo adequado para a plantação. É preciso ainda
observar alguns cuidados, pois é comprovada que a qualidade das folhas interfere
diretamente na produção de mais seda.
Em contra partida, a qualidade das folhas produzidas, depende da fertilidade
do solo. Porém, para a obtenção de uma bela e proveitosa plantação de amoreira, é
necessário que o solo tenha muita matéria orgânica, alto teor de umidade,
permeabilidade e profundeza.
Os solos da região noroeste, principalmente os de Mandaguaçu, são
recomendados para a cultura da amoreira, pois atendem aos requisitos que a
mesma necessita para o seu desenvolvimento. No entanto, é preciso fazer uma
análise laboratorial para saber se há excesso ou carência dos respectivos minerais,
de posse dos resultados, o agricultor com o auxílio de um técnico agrícola ou
agrônomo, poderá fazer a correção do solo.2
Figura 12 – Tipos de Rochas e o resultado da decomposição os tipos de Sol
Rocha magmática - Basalto
Rocha sedimentar - Arenito
Rocha Metamórfica – Mármore
Solo roxo, origem basaltica. Solo arenoso – origem arenitico Solo misto – origem granitica
Fonte:http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php. conteúdo=99http://www. infoescola .com/geologia/rochas-sedimentares/
2 Mais informações específicas poderão ser obtidas através do site: <http://www.cpt.com.br/cursos-
pequenascriacoes/artigos/como-iniciar-a-sericicultura# ixzz2m81y3uDm>.
26
5.3 VEGETAÇÃO NATURAL
A vegetação é o reflexo da integração de um conjunto de fatores naturais,
dentre os quais notadamente a latitude, altitude, clima e formação pedológica. A
vegetação de matas conquistou partes do espaço paranaense quando surgiram
condições paleoclimáticas favoráveis, em tempos geológicos passados.
Ao tempo do Quaternário Antigo, o Paraná era revestido por campos limpos e
cerrados, como vegetação clímax, quando o clima era, alternadamente, semiárido e
semiúmido.
As abundantes precipitações pluviais em regime de alternâncias climáticas
durante o Quaternário Recente permitiram o surgimento da vegetação das matas,
sobrepujando a dos campos, através dos vales dos rios e das escarpas, propiciando
ao Paraná, até a poucos anos atrás, uma das mais ricas áreas de matas do Brasil.
Com base na vegetação original, as matas paranaenses podem ser
agrupadas em: Mata de Araucária, Mata Tropical do Norte e Noroeste e a Mata
Pluvial Subtropical. O quadro original da Mata Tropical do Norte e Nordeste foi
substituído, em sua maior parte, pela cultura cafeeira e pela pecuária, restando
apenas raras reservas particulares. Esta mata apresentava dois aspectos distintos.
O primeiro, mais rico em espécies vegetais (Peroba, pau-d’alho, Figueira Branca e
Palmito), ocupava a região de “Terra Roxa”, situada entre os rios Itararé,
Paranapanema, Pirapó e Ivaí. O segundo mais pobre em espécies vegetais,
ocupava a região arenosa do Arenito Caiuá, entre os rios Pirapó, Paranapanema,
baixo Ivaí e foz do Piquiri.
Antigamente, existia um limite nítido entre o tipo de mata que cobria a
camada arenosa supatrap-arenito Caiuá e a associação florística da mata pluvial-
tropical, sobre a compacta Terra Roxa. No terceiro planalto, a derrubada mais
intensiva teve seu início a partir de 1953, com a expansão da cultura cafeeira a
oeste do Rio Tibagi.
27
5.4 VEGETAÇÃO NATURAL DA REGÃO NOROESTE
As regiões Norte e Noroeste do Paraná ficaram conhecidos como regiões de
terra roxa, que se situa nas margens dos rios Itararé, Paranapanema, Pirapó e Ivaí.
Em direção ao Noroeste, denominou-se a região com poucas espécies vegetais,
chamada de região feita de areia ou arenito Caiuá, que se localizam as margens dos
rios Pirapó, Paranapanema, baixo Ivaí e foz do rio Piquiri.
O municipio de Manadaguaçu se localiza em uma área de transição entre a
terra roxa e a terra branca. Naquela região a mata original era a Mata Tropical, sua
composição predominava uma grande variedade de espécies vegetais de grande
porte, nomeada pelos pioneiros, como árvores que são encontradas somente em
terra fértil (terra boa). Eles acostumavam identificar cada uma pelo seu nome como:
a peroba, o pau-d'alho a figueira-branca, a Gurucalha, o Cedro, a Canjearana, a
Gabiroba, o Timburi, o Amendoim e o palmito. Próximo as nascentes e beira rio,
vegetação rasteira, o Caete.
Com a derrubada das matas, deu-se lugar para as primeiras atividades
econômicas: o café e a pecuária. O pouco que restou em algumas partes de
florestas são as matas ciliares e em unidades de conservação, como o Parque do
Ingá e o Horto Florestal em Maringá, além de pequenas reserva em propriedadedes
particulares.
A figura 13 abaixo mostra como era a floresta original sobre o Arenito Caiuá
na região noroeste do Paraná e a figura 14, mostra o porte das árvores que existiam
na floresta, pois as poucas que sobraram de pé, como testemunho tornaram-se
ponto turístico de visitação nos parques.
28
Figura 13 - Mata Pluvial Tropical-subtropical sobre o Arenito Caiuá.
Na Estrada – Rio Piquiri
No Norte do Paraná
Mata Pluvial Tropical-subtropical sobre o arenito Caiuá na estrada - Rio Piquiri. Observam-se troncos de perobas, predominância de leguminosas, ausência de palmáceas (estampa XXI, extraída do livro Geografia Física do Estado do Paraná, Reinhard Maack).
Mata Pluvial Tropical-subtropical sobre o Arenito Caiuá, no Norte do Paraná. A diminuição de Euterpe edulis e a esparsa ocorrência de Arecastrum (Cocos) romanzoffianum são dignas de nota. Estrada Paranavaí-Porto S. José (estampa XXI, extraída do livro Geografia Física do Estado do Paraná Reinhard Maack).
Figura 14 - Mata Pluvial-subtropical
Foto de 1953 – Figueira Branca Foto de 2013 – Figueira Branca
Fonte: Estampa XIX Pg. 231 - REINHARD Maack Geografia Física do Estado do Paraná
Fonte: FACINA, Natal – Jardim Botânico Rio de Janeiro, Julho/2013.
29
ATIVIDADE 1
As fotos abaixo são cortes em estrada do Terceiro Planalto, trecho de Sapopema PR. até Rosana SP. São apenas para ilustrar o título.
Fonte: Figuras do arquivo particular do autor
Expor o mapa Geológico do Estado do Paraná. Comentar sobre o Primeiro, o
Segundo e o Terceiro Planalto, fazer uma associação entre os tipos de rocha, o solo
e a vegetação. Mostrar os elementos naturais que evidenciam esta divisão. Usar a
caixa da Mineropar do laboratório da escola. Solicitar que cada um traga para a
escola rochas e minerais. Explicar que será reservado para o dia da exposição final
do trabalho. Nesse dia, expor cada tipo de rocha e os estágios de decomposição do
basalto. Coletar o máximo de tipos de solo para expor. Criar expectativa para a aula
de campo, que também será realizada no mesmo dia da entrevista com os criadores
do Bicho-da-seda. Frisar que no trajeto para a realização das atividades propostas,
cada aluno deverá observar os tipos de rocha, os tipos de solo e a área de transição
entre o solo vermelho e o arenoso. Toda essa explanação deverá ocorrer durante a
aula que antecederá à prática.
30
ATIVIDADE 2
Entre no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo encontre as figuras abaixo contendo muitas informações, leia atentamente e comente cada uma delas.
Fig. A
Fig. B
Fig. C
Fig. D
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FIG. A...............................................................................................................................
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FIG. B....................................................................................................................... ........
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FIG. C...............................................................................................................................
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FIG. D.....................................................................................................................................
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31
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1. Para aqueles quem trabalham na atividade agrícola, o que é solo?
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2. Escreva como ocorre o fenômeno natural chamado intemperismo.
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3. Explique o que é intemperismo e como pode ser classificado.
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4. O que é erosão do solo e quais as principais causas?
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5. Comente sobre as outras causas da degradação do solo.
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Explique o significado das seguintes palavras:
a) Degradação;..............................................................................................................
........................................................................................................................................
b) Hectare;.....................................................................................................................
........................................................................................................................................
c) Compactação;...........................................................................................................
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32
ATIVIDADE 3
Fonte: https://www.google.com/search.br– visita realizada em 10/11/2013.
Conecte o Site https://www.google.com.br/search=tipos+de+florestas+brasileiras.
Clique na opção imagens. Identifique as figuras da sua folha de atividades com as
figuras encontradas na tela. No campo próprio de sua folha de atividade, anote o
nome de cada floresta.
Após, clique na opção Web e pesquise cada tipo que você identificou em sua
folha, escrevendo no campo específico abaixo de cada gravura, as respectivas
características delas, tais como: localização, clima, solo e fauna.
33
FLORESTA.....................................................
FLORESTA.....................................................
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FLORESTA.....................................................
FLORESTA.....................................................
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FLORESTA.....................................................
FLORESTA.....................................................
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FLORESTA.....................................................
FLORESTA.....................................................
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ATIVIDADE 4
1) O que é uma paisagem natural?
1) O que é uma paisagem natural? ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
2) O que é uma paisagem humanizada ou artificial? ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
3) Como era a floresta original na região que você mora? ..................................................................................................................................
.................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
4) Comente sobre a floresta original da região de Mandaguaçu. ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
5) Quais eram as espécies predominantes na floresta? ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
6) Por que a floresta despertava atenção dos pioneiros? ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
RESPONDA:
36
6. UNIDADE 3
ÍNDICE DA UNIDADE 3
A Modernização da Agricultura no Brasil ..................................................................37
Modernização da Agricultura no Paraná ................................................................. 38
Modernização da Agricultura no Norte e Noroeste do Paraná e em Mandaguaçu..40
A substituição de culturas e as suas consequências ................................................42
A substituição de culturas e as suas consequências em Mandaguaçu .................. 43
ATIVIDADE 1
A Modernização agrícola no Brasil ............................................................................45
ATIVIDADE 2
A Modernização agrícola no Paraná .........................................................................46
ATIVIDADE 3 .............................................................................................................47
37
6.1 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL
A modernização da agricultura brasileira é bem recente, data nos meados da
década de 60. Aquele período, segundo GRAZIANO NETO (1982. p. 26), foi
considerado como anos do milagre brasileiro, pois a agricultura efetivamente inicia o
mais importante processo de modernização, com a introdução de novas técnicas de
produção, a mecanização do campo, o uso de máquinas e implementos, insumos
modernos, fertilizantes químicos, sementes híbridas selecionadas com
melhoramentos genéticos e adequadas a qualquer tipo de solo e clima. Ocorre a
transformação capitalista da agricultura, acontecendo o avanço da modernização, e
expulsão do homem do campo.
A agricultura ingressou na revolução tecnológica, tardia e limitadamente,
passando do regime tradicional, onde ocupava a mão-de-obra familiar, para a
agricultura moderna, intensificada pelo uso de novas técnicas de produção.
O Brasil, país essencialmente agrícola, iniciou na década de 60, no Estado de
São Paulo, o processo de modernização agrícola. Esse processo colocou-o como
país capitalista moderno no mercado mundial. Com a modernização, o Brasil teve
um grande aumento na produção agrícola, competindo nas exportações e
provocando um grande crescimento da economia brasileira.
A política de modernização adotada foi um processo implantado de maneira
muito excludente, beneficiando apenas o grande produtor, cuja produção é
destinada à exportação, atendendo apenas ao interesse da elite rural, que passou a
utilizar os pacotes de insumos oferecidos pelas multinacionais, causando grandes
impactos ao meio ambiente. O processo também contribuiu para o desemprego no
campo e o favelamento das grandes cidades, consequências do processo êxodo
rural.
Figura 14 - Exemplo de propriedades modernizadas no Brasil
Fonte: <https://www.google.com/search/br=modernizacao=da=agricultura=no=parana>.
38
6.2 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO PARANÁ
No Brasil, a modernização da agricultura ocorreu, de forma desigual, em
todas as regiões brasileiras e também dentro de cada Estado da Federação. O
Paraná também foi beneficiado com as políticas de incentivo à modernização
agrícola, através de financiamentos e programas do governo, agravando ainda mais
as desigualdades, pois os pequenos produtores rurais descapitalizados foram
excluídos do processo e acumulando dívidas. Diante desses fatores, os mesmos
fora obrigados a venderem suas propriedades, indo marar na cidade e continuando
a trabalhar no campo como boia-fria.
No Paraná, conforme explanação de MORO (1992. p. 57-63), “o processo de
modernização da agricultura e o de substituição de culturas se deu notadamente
durante a década de setenta. A substituição de culturas revelou-se apenas, como
um dos aspectos da modernização agrícola”. O processo de modernização agrícola
direcionou a agricultura para um elevado patamar tecnológico, intensificando o
capital e liberando a mão de obra desqualificada, empregada no campo.
O senso identifica um movimento migratório de 1970 a 1980, onde dois
milhões e 650 mil habitantes deixaram o Paraná, um milhão e 350 mil migraram para
as cidades e o restante para outros Estados das regiões Centro-Oeste e Norte do
Brasil, sendo mais expressiva a desocupação nas regiões Norte e Oeste do Estado.
A modernização foi fortemente incentivada pelo Estado e o intuito principal foi
o de proporcionar meios que acelerassem as transformações na base técnica de
produção. Um destes meios, e o mais importante, foi o crédito rural, que
viabilizava a aquisição de maquinários e insumos agrícolas, transformando a
agricultura na principal fonte de produção de bens exportáveis.
Por sua vez, a política de desenvolvimento agrícola, feita em moldes
economicistas, despreocupada com a problemática social, de acordo com
ANDRADE (1979. p.62) vem contribuindo para aumentar o desemprego no meio
rural, acelerando o processo de migração rural-urbano. Procura-se montar todo um
sistema que visa proteger o grande produtor facilitando o crédito, para formação de
grandes plantios destinados a exportação. Os mecanismos de crédito e a
assistência agronômica só são facilitados aos grandes e médios produtores, pois
oferecem garantias aos empréstimos, enquanto que os pequenos produtores
chegam até a temer a realização de transações bancárias. Este fato é tão verídico
39
que um levantamento realizado entre os 30 produtores pesquisados, apenas dois
utilizam financiamento agrícola, enquanto os demais procuram produzir com
recursos próprios, ou aguardam uma política agrícola do governo que venha de
encontro com seus objetivos.
Foi constatado que na zona rural da Vila Guadiana, o abandono da cultura
cafeeira e sua erradicação por completo ocorreram nas décadas de 80/90. A partir
disso, verifica-se que a introdução da sericicultura se deu a partir de 1986.
Alguns produtores reclamam da falta de liberdade na respectiva atividade.
Muitos já desistiram e não sabe o que plantar, outros não se decidiram se irá mudar
de atividade, pois se sentem desestimulados pela atual política do governo e pelos
próprios vizinhos, sobre o trabalho e os sacrifícios, sem retorno com a criação do
Bicho-da-seda, além das dificuldades encontradas em todos os setores.
Figura 15 - Exemplo de propriedades Modernizadas no Paraná
Fonte: https://www.google.com/search/br=modernizacao=da=agricultura=no=parana
6.3 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO NORTE E NOROESTE DO PARANÁ E EM MANDAGUAÇU
A modernização da agricultura brasileira vai além do processo técnico na
agricultura, também modifica a organização e, consequentemente, as relações
sociais de produção.
A respectiva modernização altera a composição e a utilização do trabalho,
aumentando o uso do trabalhador boia-fria, assim como o pagamento pela força de
trabalho (que é o assalariamento). Os pequenos produtores são expropriados,
dando lugar aos moldes empresariais de organização da produção, como afirma
40
Graziano Neto (1985. p.27) fica evidente que a chamada modernização da
agricultura não é outra coisa (...) que o processo de transformação capitalista da
agricultura.
Diante da constatação dos problemas que interferem na produtividade agrícola,
houve a necessidade de se modernizar todo o processo também no Paraná. Nos
estudos realizados por Moro, o processo de modernização na agricultura pode ser
compreendido:
Como a extensão direta da economia cafeeira paulista, o desenvolvimento do norte do Paraná e consequentemente do norte novo baseou-se firmemente na experiência, conhecimento, capital e trabalho das regiões cafeerias mais antigas de São Paulo. A mais rápida ocupação humana da história econômica do Brasil verificou-se com o Norte novo do Estado do Paraná, graças à expansão da lavoura cafeeira, em particular a partir do final da década de quarenta, de sorte que toda a área compreendida entre Londrina e Maringá, que em 1931 não era mais que um deserto florestal, transformou-se em pouco tempo, num dos centros agrícolas mais ricos do Brasil tropical. Nesta região instalou-se no início de sua ocupação, na maioria dos estabelecimentos rurais, a monocultura comercial do café, voltada para o mercado externo associado durante a fase de formação dos cafezais com uma policultura comercial de sustentação, de produtos como feijão, arroz, milho e mandioca, além de uma pecuária de subsistência, posteriormente em menor escala, como cultura de subsistência, quando então o cafezal já estava em franca produção, cujos excedentes se destinavam à comercialização nos grandes centros urbanos regionais. Simultaneamente, em número reduzido, alguns estabelecimentos seriam ocupados por outras atividades produtivas como cultura do algodão, do milho e criação de gado. Esta última já em ampliação nos anos sessenta em função dos programas de erradicação de cafeeiros poucos produtivos, da política de desestímulo de preços aos produtores de café e dos efeitos danosos das geadas bem como outros fatores não só conjunturais, assim como estruturais, mas também circunstanciais e locais, contudo, mais recente, isto é a partir dos últimos
anos da década de sessenta. MORO (1980. p.24-26).
Toda mudança que ocorre no espaço implica em danos à natureza e acarreta
problemas sociais, influenciando nos meios e modos de produção, favorecendo
alguns e prejudicando uma grande parte. Consequentemente, abala a economia,
altera os ritmos de vida, a cultura, e os costumes da população.
O processo de modernização agrícola contribuiu para expulsar parte
significativa da população do campo que se refugiou nas cidades, principalmente na
periferia, causando sérios problemas urbanos, caracterizando-se como: “(...) um
crescimento urbano caótico e desigual, onde parte da população passa a residir em
bairros periféricos, com infraestruturas precárias” conforme relata Antônio (1991.
p.104). Sem rede de esgoto, água tratada e pavimentação nas ruas, sem acesso a
saúde e ao mercado de trabalho, tornando-se uma sociedade marginalizada.
41
Segundo a caracterização apresentada nas pesquisas de Moro (1988. p.21), esta
nova ordem deteriora a qualidade de vida urbana, pois se verifica o desenvolvimento
de um processo muito rápido de urbanização, que contribui para agravar os
problemas sociais e problemas urbanos econômicos.
O Norte do Paraná, tradicionalmente a principal região agrícola do Estado
conheceu, entre os anos de 1970 e 1991, um significativo êxodo rural. Sua
população rural de 66,5% passa para 25,1% num curto espaço de tempo. O inverso
ocorre com a população urbana que de 33,5% passa a representar 74,9%.
Por sua vez, o município de Mandaguaçu situado na Microrregião geográfica
de Astorga, integrante da Mesorregião Geográfica do Norte Central Paranaense,
também conheceu problemas decorrentes da modernização agrícola. Entre 1970 e
1991 sua população rural de 72,1% passa para 24,3%, ocorrendo e inverso com sua
população urbana que de 27,9% passa a representar 75,7%. Conforme
levantamento efetuado por MORO:
Entre o final da década de sessenta e o início da década de setenta, a região contida no Norte Novo de Estado do Paraná, passou a assistir, de início lentamente e logo a seguir de forma mais dinâmica, à substituição de suas lavouras de café, que até então dominavam de maneira absoluta a paisagem regional caracterizando a presença de uma monocultura comercial, pela cultura associada soja trigo. Contudo, anteriormente, isto e, pelo menos até meados da segunda metade dos anos sessenta, regionalmente a cafeicultura já vinha cedendo lugar às pastagens, notadamente como resultado dos programas oficiais de erradicação de cafeeiros antieconômicos, além de outros fatores que também afetaram os empreendimentos econômicos da cultura do café. (MORO. 1980.p.1).
Os quadros regionais modificam-se continuamente em sua evolução pela
atuação combinada de processos dinâmicos e de suas forças de inércia. Os
primeiros podem ser encontrados nas transformações de ordem técnica, enquanto
que os segundos podem ser encontrados nas resistências ou pressões humanas. A
implantação de novas culturas em substituição a outras desempenha um papel
importante nas transformações do quadro regional. (KAISER. 1973).
A implantação de novas culturas de caráter temporário, com elevado índice
de mecanização, em substituição às culturas permanentes, com elevado emprego
de técnicas agrícolas quase que exclusivamente braçais, certamente exigem
transformações técnicas que se refletem em modificações da organização social e
42
econômica do quadro regional, que por sua vez se expressam na organização do
seu espaço.
Todo quadro regional é compartimentado em duas classes ou ordem de
espaços geográficos; o urbano e o rural. Quando em determinado quadro regional
se promove a substituição de culturas, é, sobretudo no seu espaço rural que se
manifestam as transformações técnicas, por conseguinte, é nele que a organização
do espaço sofrerá inicialmente transformação mais significativa, muito embora, elas
ocorram num processo dialético entre a cidade e o campo, MORO 1980.
6.4 A SUBSTITUIÇÃO DE CULTURAS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
No norte do Paraná, na Microrregião Homogênea do Norte Novo de Maringá,
o processo de substituição de culturas, com todas as suas consequências, em
relação à organização do espaço, foi de uma rapidez e dinâmica acentuada. Isto
porque, além dos fatores conjunturais setoriais que interviram no processo, os
fatores locais e circunstanciais desempenharam importante papel na sua aceleração
(MORO: 1980). A modernização da agricultura não foi benéfica para os pequenos
produtores e muito menos, para os trabalhadores rurais, eles foram constituir os
chamados "bolsões" de miséria que se tornaram comuns nos centros maiores do
norte paranaense a partir de 1975 (FLEISCHFRESSR: 1988).
Em alguns municípios, a área liberada pela cafeicultura foi ocupada por
outras atividades produtivas, em segundo plano, sobretudo pela cultura de cana-de-
açúcar e do algodão (TEIXEIRA: 1989). Um exemplo que muito esclarece é citado
por ANDRADE afirmando que:
Dentro de um esquema teórico, baseado quase sempre em um modelo importado, a grande solução para o problema agrário no Brasil seria o encaminhamento das atividades agrícolas e das gerências das empresas rurais no sentido de torna-las verdadeiras empresas capitalistas, modernas. Em unidades que obtivessem em elevado nível de produtividade, proporcionando ao proprietário uma boa margem de lucros não entrariam na análise do modelo o impacto ecológico provocado pelo processo da cultura e, muito menos a repercussão social sobre a oferta de emprego. Os problemas sociais não seriam variáveis para o economista ortodoxo. Assim, provocaríamos rapidamente o desaparecimento da pequena agricultura, feita por sitiantes, por meeiros e por arrendatários nas terras mais distantes e que dão aos mesmos a renda em alimentos que não é contabilizada, por que consumida pelo produtor, não entrando, consequentemente, no cálculo do PIB nem da "renda per capta". Esquecem-se, porém os planejadores
43
teóricos que se esta renda não é contabilizada, não entra na renda nominal do produtor, ela participa do seu salário e traz-lhe grandes benefícios, pois evita a compra de uma série de produtos. (ANDRADE. 1979.p.78-79).
O referido autor esclarece que todo o processo de modernização, mesmo
sendo realizados planejamentos, nem sempre apresenta características somente
positivas, ou seja, muitas vezes, ocorrem perdas significativas em vários aspectos.
Diante disso, constantemente, há a substituição de uma cultura por outra, que num
determinado momento pode oferecer outras vantagens.
6.5 A SUBSTITUIÇÃO DE CULTURAS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS EM
MANDAGUAÇU
Na década de 60, a economia cafeeira inicia sua fase de decadência no
Paraná, justificado por: secas, geadas, desestímulo de preços e erradicação dos
cafezais estimulados pelo governo. A partir disso, observa-se na região Norte do
Paraná, a introdução de outras culturas, como o algodão, a soja e a pecuária.
Em razão das transformações na produção agrícola, verifica-se também uma
expansão, acompanhada de diversificação e concentração no setor agroindustrial
regional. São realizados projetos para estímulos à produção da matéria prima pelo
setor agrícola de forma integrada. Hoje as indústrias são instaladas no local da
produção da matéria prima.
Como sugestão ao pequeno produtor e implantado como alternativa para
reverter o quadro, destaca-se em pequena escala, o cultivo da sericicultura, que se
iniciou na região no começo da década de 70, com um pequeno número de
produtores. Foi uma das saídas encontradas para voltar a produzir capital para
sustentação da família e financiar alternativas para a propriedade.
Esse tipo de produção sempre foi desenvolvido de maneira integrada, uma
vez que as indústrias fornecem os insumos básicos, colocando o produtor em total
dependência, sem condições de alternativas, pois os investimentos aplicados na
construção do barracão de criação e o plantio da amoreira não podem ser
aproveitados. O produtor não pode deixar a atividade sem incorrer em perdas. A
única vantagem desta atividade é que emprega toda família, trabalhando em
conjunto na propriedade, utilizando toda mão-de-obra independente da idade e sexo.
(ASSUMPÇÃO; GALINA; CONSONI: 1990.p.135-137).
44
A figura 16 ilustra um barracão de criação do bicho-da-seda e o plantio de
amoreira, também é possível perceber a proximidade da plantação da amora e da
residência do produtor.
Figura 16 – Barracão de criação do Bicho-da-seda e plantio de Amora
Fonte: FACINA, Natal.
45
ATIVIDADE 1
De acordo com o texto acima, responda as questões a seguir:
1) Em que década teve início a modernização da agricultura no Brasil? E o que ela
trouxe de moderno para receber esse nome?
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2) Elabore um texto citando os pontos positivos e negativos da modernização da
agricultura no Brasil, lembrando-se de escrever sobre as consequências dessa
modernização, em relação ao trabalho humano e à mobilidade da população no
território:
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46
ATIVIDADE 2
1) Como e quando iniciou a modernização do Paraná?
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2) O processo de modernização do Paraná trouxe consigo algumas mudanças na
vida dos paranaenses em relação ao trabalho e a mobilidade populacional. Quais
foram essas mudanças?
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.......................................................................................................................................
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3) Buscando o entendimento do processo de modernização do Paraná, pode ser
constatado que o município de Mandaguaçu, como todos os demais municípios
paranaenses passou por essas transformações, principalmente no que tange a
rotatividade de cultivos agrícolas. De acordo com MORO, 1980. Responda:
Quais cultivos foram introduzidos nesse período, principalmente no Norte,
Noroeste e, mais precisamente, no município de Mandaguaçu?
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.......................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
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47
ATIVIDADE 3
Fonte: https://www.google.com/search.br– visita realizada em 10/11/2013.
Atividade de preparação do roteiro para entrevista. Dividir a galera em
equipes com quatro membros. Elaborar o questionário a ser aplicado com os
produtores do Bicho-da-seda. Entrevistar pessoas que trabalham na respectiva
atividade. Obter relatos de como era a vida antes de substituição de culturas e qual
era o cultivo feito anteriormente.
Entre os alunos da turma da EJA, há alunos que viviam da lavoura do café e
que após a geada, com a substituição de culturas tiveram que vir para a cidade.
Conversar com eles e registrar suas histórias, bem como questioar como sobrevivem
hoje. Entrevistar pessoas que cultivavam café e atualmente cultivam o bicho-da-
seda. Listar os aspectos positivos e negativos.
SOLTANDO A IMAGINAÇÃO
A GALERA PENSA E MIRA NO ALVO
48
PERGUNTE AO CRIADOR DO BICHO-DA-SEDA
Por que optou pelo Bicho-da-seda?
Quando a cultura da amoreira chegou a Mandaguaçu?
Quais os fatores que influenciaram na substituição do café pelo bicho-da-seda?
Obtenha informações sobre o cultivo da amoreira: Como é plantado?
Quais são os insumos usados durante o cultivo?
Qual o tempo necessário desde o plantio até à colheita?
O insumo usado na roça tem que origem?
Os produtos (herbicidas, inseticidas, implementos) são prejudiciais à saúde humana
e ao solo?
Qual é a mão-de-obra utilizada na produção do café e atualmente na produção do
casulo e manejo da cultura?
Quais as variedades de amoreira e qual a mais recomendada?
Quantas espécies de bicho-da-seda existem e qual é criado na região. Por que
optou por esta espécie?
PERGUNTE AO AGRÔNOMO OU TÉCNICO
O que você acha da produção do casulo? Toda produção é destinada a exportação.
Quais as vantagens e desvantagens dessa cultura para o produtor e para o Brasil?
Em sua opinião, qual foi a principal transformação que o espaço no Noroeste do
Paraná sofreu com a entrada do bicho-da-seda?
Quais os pontos positivos e negativos que a produção do bicho-da-seda trouxe para
o município?
Por que é empregada tão pouca tecnologia nesta cultura?
Quais os impedimentos?
Comente sobre os investimentos em pesquisa nessa área?
PROCURE COLHER DO AGRICULTOR E DO AGRÔNOMO A SITUAÇÃO SOBRE:
Esgotamento do solo;
Ciclo vicioso de fertilizantes;
Perda de biodiversidade;
Erosão do solo;
Poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes;
Redução da mão de obra rural.
49
7. UNIDADE 4
INDICE DA UNIDADE 4
Viabilidade econômica e a cultura da amoreira ...................................................... 50
Mapa do estado do Paraná e os municípios produtores de bicho-da-seda .......... 50
Viabilidade econômica e a cultura da amoreira no Noroeste do Paraná ................. 51
A cultura da amoreira............................................................................................... 52
Projeto civil do barracão ou sirgaria ........................................................................ 53
Fotos: externa e interna do barracão do projeto acima .......................................... 53
Apresentando o bicho-da-seda ............................................................................... 54
História do bicho pelo Mundo .................................................................................. 55
Ciclo de vida do bicho .............................................................................................. 56
ATIVIDADE 1 .......................................................................................................... 57
ATIVIDADE 2 .......................................................................................................... 59
ATIVIDADE 3 ........................................................................................................... 60
50
7.1 VIABILIDADE ECONÔMICA E A CULTURA DA AMOREIRA
No Paraná, a sericicultura é explorada há pouco mais de 20 anos e, nesse
período, teve um crescimento expressivo, incorporando-se rapidamente como
alternativa econômica de diversificação dos pequenos e médios proprietários rurais.
Com esta expansão, a sericicultura, rapidamente, vem ocupando pequena parte da
área anteriormente ocupada pela cafeicultura. A região noroeste hoje detém 70% da
produção do Estado. As condições climáticas do Paraná são altamente favoráveis,
tanto ao desenvolvimento da cultura da amoreira, quanto à criação do bicho-da-
seda.
Assim, a atividade que teve início no final da década de 1960, na Região
Norte pioneiro, expandiu-se na década seguinte para o noroeste, depois para a
região norte e centro oeste do estado. Posteriormente, na década de 80, para Oeste
e vale do Ribeira e, finalmente, para a região Sudoeste.
O mapa abaixo mostra os municípios paranaenses que mantém a cultura da
amoreira, alimento básico para criação do Bicho-da-seda.
Figura 17 - Mapa do Estado do Paraná e os Municípios Produtores de Bicho-da-Seda
Fonte: HANADA Yukimitsu, WATANABE K. Jorge - EMATER - Empresa Paranaense de Assistência – Org. FACINA, Natal.
Mandaguaçu - Maringá
51
7.2 VIABILIDADE ECONÔMICA E A CULTURA DA AMOREIRANO NOROESTE DO PARANÁ
Conforme demonstra o mapa do Estado do Paraná e os municípios
produtores de bicho-da-seda, figura 17, as maiores concentrações de sericicultura
são notadas nas regiões Norte e Noroeste do Estado. Atualmente, estão
incorporados no Paraná, 228 municípios onde se produz casulos verdes. A região
noroeste é a que mais se destaca e detém a maior produção do estado. Embora o
Paraná seja o maior produtor de casulos verdes do Brasil, a participação na
produção de fios de seda é de apenas 44,45% (1993), o restante é manufaturado
nas fiações do estado de São Paulo. Isto comprova a potencialidade do Paraná na
verticalização da produção com a implantação de novas agroindústrias, visando
maior agregação de rendas e geração de novos empregos, criando outros benefícios
como:
a) Viabilidade econômica desta atividade para as pequenas e médias propriedades
rurais.
b) Ocupação intensiva de mão-de-obra familiar, não só dos proprietários, como
também a geração de um grande número de empregos para as famílias que
fazem uso desta atividade no sistema de parceria.
c) Contribuição significativa na fixação do homem do campo, diminuindo o êxodo
rural.
d) Contribuição na preservação do meio ambiente, pois a cultura da amoreira
mantém o solo coberto por um longo período do ano, além do seu sistema
radicular pivotante e superficial e, também não se usa agrotóxicos diminuindo a
ação poluidora do meio ambiente.
e) Influencia do associativismo, pois no Paraná, a atividade teve maior impulso e de
forma ordenada, devido à organização dos sericicultores.
7.3 A CULTURA DA AMOREIRA
As folhas da amoreira, até hoje, são consideradas o alimento básico para as
lagartas do bicho-da-seda, sendo utilizadas como forrageira de outros animais, no
caso de caprinos, ovinos, bovinos, etc. Praticamente não são utilizadas outras
52
plantas na alimentação do bicho-da-seda, por fatores econômicos e teor de
proteínas. O sucesso na criação depende principalmente do seu principal alimento
as folhas da amoreira que são ricas em proteínas, essenciais para a produção da
seda. O criador sabe que se a comida for boa o bicho vai produzir fios da melhor
qualidade.
Para a obtenção de melhores resultados, é fundamental antes de iniciar o
plantio, pesquisar o tipo que mais se adapta e se desenvolve na região. Na região
de Mandaguaçu as variedades de amoreira mais comum cultivados são: Calabresa,
Miura, Kori, Formosa.
Antes de se iniciar um projeto de implantação da criação, tem que serem
observadas algumas condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura da
amoreira e instalação do barracão de criação. O clima e o solo são condicionantes
decisivos na hora da escolha e devem ser tomados alguns cuidados como:
a) ESCOLHA DO TERRENO: observar a altitude, declividade, profundidade do
solo, exposição do solo, conservação do solo, vias de acesso e culturas vizinhas.
Para condições ideais na obtenção de um bom rendimento foliar, é necessário
que o solo tenha boa estrutura, fertilidade, teor de matéria orgânica, retenção de
umidade, permeabilidade, boa profundidade, de preferência que contenha: 45%
de partículas do solo; 25% de oxigênio; 25% de umidade; 05% de matéria
orgânica. A amoreira, embora possa vegetar em solos pobres, se desenvolve
muito mais e prefere um solo de alta fertilidade. Deve ser evitado o plantio em
baixadas, onde há encharcamento e solos com mais de 30% de seixos com
diâmetro superior a cinco centímetros.
b) CLIMA: os principais fatores que influenciam no desenvolvimento vegetativo da
amoreira são: temperatura do ar; precipitação pluviométrica; insolação; geadas e
ventos. Quando estas condições não são favoráveis, pode ocorrer o atraso no
seu desenvolvimento vegetativo e, em consequência, o aparecimento de
moléstia e pragas. A amoreira pode se adaptar em todo o Brasil, mas se
desenvolve melhor na temperatura de 25ºC, podendo oscilar de 20ºC a 30ºC.
Quanta pluviometria exige um índice entre 1500 mm a 1800 mm, distribuídos
durante o ano.
53
c) PROJETO CIVIL: o comprimento, a altura, a largura, as condições de ventilação
e iluminação e a limpeza do barracão são fatores que devem atender às
necessidades funcionais de muita importância na produtividade e deve ser
construído em local adequado, perto da residência para facilitar o trajeto e o
acompanhamento. O espaço interno do barracão deve ser livre, sem pilares
facilitando o manejo durante o trato das larvas e limpeza do barracão.
As figuras abaixo ilustram uma planta que funciona na propriedade do senhor
Valdomiro Stabele na Vila Guadiana, próxima a Mandaguaçu,as fotos são vista
parcial externa e externa do mesmo barracão.
PROJETO CIVIL DO BARRACÃO OU SIRGARIA
Figura 18 - Planta alta do Barracão
Figura 19 - Planta baixa do Barracão
Depósito de amora, área 10% da área.
do barracão 18 m2.
6x3
10 METROS 11 METROS
Fonte: STABELE Waldomiro, desenho elaborado a partir das informações do proprietário, visualização e medidas do local
– Chácara Santa Luzia nº 54, Rod. Irineu Salvoldi, PR 552 km 1 Trevo de Guadiana, execução Natal Facina.
1 - Vista externa do barracão
2 - Vista interna do barracão, bicho na 4ª idade
Fonte: FACINA, Natal – Vista externa e interna do barracão de criação do bicho-da-seda. Propriedade do senhor Valdomiro Stabele. Na foto o produtor e o pesquisador.
Corredor 40 cm livre
1,55 metros
1,55 metros
Corredor 40 cm livre
1,55 metros
1,55 metros
Corredor 40 cm livre
1,55 metros
1,55 metros
1,55 metros
1,55 metros
Largura 10 metros
Comprimento 24 metros
Altura
3,5 metros
54
7.4 APRESENTANDO O BICHO-DA-SEDA
O bicho-da-seda é um inseto
selvagem que ao longo do tempo,
assim como os animais foi
domesticado pelo homem. Com
sua reprodução em laboratório em
escala comercial, foi perdendo
suas características, foi através de
muita pesquisa e seleção de
espécies que se chegaram às
variedades artificias de hoje,
adaptado para ser alimentado em
cativeiro (barracão do bicho-da-
seda) é impossível sobreviverem
na natureza.
Fonte: http://muitasrisadinhas.blogspot.com.br acesso em 18 de Nov. 2013
Fonte: http://profwladimir.blogspot.com.br – acesso em 18/11/2013.
55
A lenda conta que uma imperatriz chinesa, por nome de Xi Ling-Shi, tomava o
seu chá à sombra de uma amoreira, quando um pequeno casulo caiu na sua xícara.
Pegando o fio, começou a desenrolar o casulo, sentindo a maciez da seda nos seus
dedos. Terminando de desenrolar o casulo, percebeu a presença de uma crisálida,
concluindo que era aquela crisálida a responsável pela criação do fio de seda.
Historiadores registram que a produção dos primeiros tecidos de seda foi feita na
China, há mais de cinco mil anos e mantida em segredo por muito tempo. Supõe-se
que alguns ovos do bicho-da-seda foram levados escondidos por dois monges no
início da era cristã para a Europa. Os imperadores se encantavam e cobiçavam
muito o tecido para confecção de suas vestes, pagando um preço muito alto.
FIGURA DA IMPERATRIZ CHINESA XI LING-SHI MAPA POLITICO DA CHINA ATUAL
Fonte: http://bichodasedatdc.blogspot.com.br Acesso em 18/11/2013
Fonte: http://historiandonochicoprado.blogspot.com.br Acesso em 18/11/2013
A chegada da família Real portuguesa ao Rio de Janeiro, há 200 anos, trouxe
consigo grandes mudanças para o Brasil, que era apenas uma colônia que servia
apenas para abastecer Portugal. De posse das terras brasileiras, dom João
começou as mudanças, criando oportunidades para o desenvolvimento e
implantando atividades agrícolas trazidas de Portugal; uma delas foi à sericicultura.
Figura 21: Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transferencia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil - acesso em 18 de Nov. 2013
56
7.5 CICLO DE VIDA DO BICHO
O ciclo de vida do bicho-da-seda vai da eclosão do ovo na chocadeira até a
transformação da lagarta em mariposa dentro do casulo. Este ciclo depende das
condições climáticas podendo variar, normalmente dura 21 dias. O ciclo de vida da
lagarta é dividido em cinco fases ou idades e a cada fase acontece um período de
dormência que dura entre 24 a 30 horas Dias. Nesse período, elas param de comer.
No restante do tempo, é preciso ser sempre alimentada com folhas da amoreira
(Morus spp.) durante o dia e também durante a noite. Quando atinge tamanho que
varia de sete a oito centímetros, chamado pelos criadores de quinta idade são os
dias mais trabalhosos, pois elas comem mais durante sete Dias depois não comem
mais. Os bosques são baixados e cada bicho procura seu compartimento para
casular, quer dizer o inseto vai tecer o fio com cerca de 1 metro de comprimento em
volta de si. Quando amadurece um período de cinco dias dentro do casulo, é
chegado o momento da colheita e, rapidamente deve ser colhido e vendido
imediatamente. Vencido o tempo, a lagarta se transforma em mariposa e pode furar
o casulo, provocando perda no valor comercial.
1-mariposa do bicho-da-seda depositando ovos
2- Lagartas do bicho-da-seda se alimentando
3- Lagartas do bicho-da-seda encasulando
4-Casulos do bicho-da-seda pronto
Fonte: http://www.yunphoto.net/pt/photobase/hr/hr7881.html - acesso em 18 de Nov. 2013
57
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ATIVIDADE 1
1) Conte como começou a exploração do Bicho-da-seda no Estado do Paraná.
........................................................................................................................................
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2) Escreva o ciclo de expansão da cultura pelo estado. ........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
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3) Quantos municípios do Paraná cultivam o Bicho-da-seda e em qual região do
estado ocorre a maior concentração?
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........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
4) Relate os benefícios que a cultura do Bicho-da-seda traz para os produtores
rurais.
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........................................................................................................................................
5) Por que há diferenças na produção de casulo com melhor teor de seda,
consequentemente, melhor preço entre um criador e o outro?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
58
6) Quais as variedades de amoreira cultivadas na região noroeste?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
7) Comente quais são os cuidados essenciais que o produtor deve tomar antes de
iniciar a cultivar o bicho-da-seda?
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8) Observe as figuras: planta alta, fig.18 e planta baixa, fig.19 as fotos: interna e
externa do barracão do bicho-da-seda, fig.20 e confeccione uma maquete,
escolha a escala que melhor representa para que as medidas fiquem perfeitas.
Para ajudar nos cálculos, conte com o professor de Matemática.
59
ATIVIDADE 2
Usando a sala Paraná digital, projete o
conteúdo história do bicho pelo mundo,
faça um breve comentário, socialize
com o professor de história. Em
seguida, todos conectados pesquisar
sobre:
Depois de concluída a pesquisa, fazer uma síntese - Sugestão de Sites https://www.google.com.br/ - digitar as mesmas palavras da pesquisa https://www.google.com.br/search=origem+do+bicho+da+seda&oq=origem+do+bicho+da+seda
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Origem da seda
Como chegou ao Brasil
Quais produtos usa o fio da seda como
matéria prima na fabricação
60
.......................................................................................................................................................
ATIVIDADE 3
Convivendo com o bicho
Peça ajuda para o professor (a) de
Ciências e Biologia. Usando a sala Paraná
digital, projete o conteúdo ciclo de vida do
bicho, faça um breve comentário. Em
seguida, todos conectados pesquisar
sobre:
Sites
https://www.google.com.br/
https://www.google.com.br/search=origem+do+bicho+da+seda&oq
=origem+do+bicho+da+seda ______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
As etapas e tempo de
uma criada dentro de
um barracão do Bicho-
da-Seda, desde a
compra das larvas até a
venda do casulo.
61
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A oportunidade de estudar por meio do Programa de Desenvolvimento
Educacional, promovida pela Secretaria de Estado do Paraná, foi um processo que
possibilitou a realização de uma pesquisa, com enfoque principal na cultura da
sericultura.
A Produção Didático-Pedagógica possibilitou ao pesquisador elaborar um
material adequado às especificidades locais, dando ao seu produtor autonomia,
criticidade e criatividade para construir alguns materiais, de acordo com a realidade
de seus educandos, após a constatação de que há a possibilidade de superação de
algumas dificuldades encontradas no processo de ensino/aprendizagem na
disciplina de Geografia. Além disso, o respectivo material poderá servir de apoio aos
demais professores da rede.
Além disso, o material auxiliará o aluno na compreensão da realidade que o
cerca e, assim ele mesmo possa fazer a leitura crítica do seu espaço, pois o mesmo
apresenta sugestões de atividades práticas, ou aulas de campo, que o levará,
através da pesquisa, conhecer as diferenças entre a agricultura familiar produzida
com técnicas rudimentares e a agricultura moderna produzida com alta tecnologia e
direcionada à exportação.
Diante dessas possibilidades, o próprio aluno perceberá as transformações
ocorridas no meio ambiente e, de posse desse conhecimento específico, poderá
intervir criticamente no meio em que vive.
Ao final desse trabalho, certamente o aluno terá condições para diferenciar as
diversas paisagens, bem como poderá agregar tais conhecimentos, tão importantes
na sua formação enquanto cidadão.
62
10. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Manuel Correia de Agricultura e Capitalismo. São Paulo, Livraria
Ciências humanas, l979. ASSUMPÇÃO, Gomes Antônio, GALINA, Aparecido Laudenir e CONSONI, Reinaldo. Mudanças no padrão de desenvolvimento agroindustrial; o caso do Norte do Paraná. In, Revista de Economia Social Rural, Brasília, 1990. BIGARELLA, Joaquim José & POPP, José Henrique Formações Cenozóicas do Noroeste do Paraná. An. Cad. Brasil. Ciência, vol. 47, Curitiba-porto alegre, 1975.
BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Boletim de Serviço, ano XXXVIII, Rio de Janeiro, julho, 1989. BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. VIII Recenseamento Geral - 1970. Rio de Janeiro, Volume I - Tomo XIX, julho, 1989.
BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. IX Recenseamento Geral - 1980. Rio de Janeiro, Volume I - Tomo 03-número 18, julho, 1989. BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Sinopse do Recenseamento Geral - 1996. Maringá, Dados preliminares. Arquivo magnético, IBGE, 1997.
BRASIL. Ministério do interior, Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul. Projeto Noroeste do Paraná - Mapeamento preliminar. Porto alegre, Contrato
02/71 - 0.5.3 - SUDESUL - UFRGS, 1973. CÂMARA SETORIAL DE SERICICULTURA - Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Política Agrícola, Plano de Desenvolvimento da Sericicultura para o Estado do Paraná. Maringá, ER/OF. No. 332/95 -, 1995. CAVAL, Paul. Evolución de La geografía humana. Barcelona, Oikos-Tau, s. a. Ediciones. Barcelona, 1974
COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ. Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná. São Paulo, Publicado em comemoração aos 25 anos de fundação da CNTP, 1975. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo, Ática, 3 a.
Edição, 1990. EL-KHATIB, Faissal. História do Paraná. Curitiba, Grafipar, 1969. EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná Crie bicho-da-seda - Curitiba,
1979.
63
EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná. Recomendações Técnicas do V Encontro de Sericicultura, 5ª. Edição - Curitiba, 1981.
FLEISFRESSER, Vanessa. Modernização Tecnológica da Agricultura. Livraria do
Chain Curitiba, 1988. GRAZIANO da Silva, José. Progresso técnico e Relações de Trabalho na Agricultura Brasileira. São Paulo, Hucitec, 1981.
GRAZIANO da Silva, José. Estrutura Agrária e Produção de Subsistência na Agricultura Brasileira. 2ª. ed. Hucitec, São Paulo, 1980. GRAZIANO da Silva, José. A Modernização dolorosa. Zahar, Rio de Janeiro, 1982. GRAZIANO da Silva, José. O que é questão Agrária. 12a. Edição. Editora Brasilense, São Paulo, 1986. GRAZIANO, Neto Francisco. Questão Agrária e Ecologia - Critica da Moderna
agricultura. 3ª. edição, Brasilense. São Paulo, 1986. 154 p. HANADA, Yukimitsu; WATANABE, K. Jorge - EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná. Manual de criação do Bicho da Seda. Curitiba, 1986. IAPAR-EMBRAPA & SUDESUL. Levantamento de reconhecimento dos Solos do Estado do Paraná. Tomos I e II, londrina, 1984.
IMAGEM DE SATÉLITE DO GOOGLE EARTH. Acesso em 30 de jun. de 2013 IPARDES - LEÃO, C.C.Z. Igor. O Paraná nos anos setenta, coleção teses 1, 1989.
IPARDES. As migrações e a transformação da estrutura produtiva fundiária no Paraná. Curitiba, 1983. JABUR, Issa. Chaibem. Revisão Estratigráfica da Formação Caiuá. In: Boletim de Geografia. Universidade Estadual de Maringá, ano 20, Maringá, 1984. KAISER, Bernard. A região como objeto de estudo de geografia. In GEORGE, Pierre et lii. A Geografia Ativa. 4ª. ed. DIFEL. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1975. MAACK, Reinhard. Geografia Física do Estado do Paraná, Banco de
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