OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Pedagógica a ser aplicada em sala de aula no...

66
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Pedagógica a ser aplicada em sala de aula no...

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

A CULTURA DO BICHO-DA-SEDA NO MUNICÍPIO DE MANGAGUAÇU: INTEGRAÇÃO ECONÔMICA DO PEQUENO AGRICULTOR

NO PERÍODO DE 1980 A 2010

NATAL FACINA

MARINGÁ ─ PARANÁ 2013

2

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIDADE DIDÁTICA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

A CULTURA DO BICHO-DA-SEDA NO MUNICÍPIO DE MANGAGUAÇU: INTEGRAÇÃO ECONÔMICA DO PEQUENO AGRICULTOR

NO PERÍODO DE 1980 A 2010

NATAL FACINA

Produção Didático-pedagógica, apresentada à Secretaria de Estado da Educação (SEED), na disciplina de Geografia, com subsídio metodológico para o conteúdo específico, A Cultura do bicho-da-seda no município de Mandaguaçu: Integração Econômica do pequeno agricultor no período de 1980 a 2010, parte dos requisitos do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), 2013/2014, em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Orientador IES: Prof.ª DRª Adélia Aparecida de Souza Haracenko

MARINGÁ ─ PARANÁ 2013

3

1. FICHA DE DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

TÍTULO A cultura do bicho-da-seda no município de Mandaguaçu: Integração Econômica do pequeno agricultor no período de 1980 á 2010.

Autor Natal Facina

Disciplina/Área Geografia

Escola de implementação

Localização

Colégio Estadual Dr. José Gerardo Braga – Ensino Fundamental e Médio, Av. Dezenove de Dezembro nº8, Zona 065 CEP: 87015-610- Maringá – Paraná. Fone/Fax: (44)3224-2121 [email protected] Site: www.magadrjosebraga.seed.pr.gov.br CNPJ/MF-76592468/0001-84

Município da escola Maringá

NRE Maringá

Orientador IES Adélia Aparecida de Souza Haracenko

IES Vinculada Universidade Estadual de Maringá - UEM

Produção Didática Caderno Pedagógico

Relação Interdisciplinar

Biologia, Ciências, História e Matemática.

Público Alvo Alunos do 8º Ano

Apresentação:

A opção pelo caderno pedagógico se justifica, pois contribui e traz conhecimento sobre o assunto proposto, poderá ser um dos instrumentos que servirá de apoio, auxiliando o professor no processo ensino/aprendizagem, contribuindo para que o educando possa participar com seu próprio material que contem diversos recursos, como: textos e/ou imagens (mapas, ilustrações, fotografias)que ilustram e servem de base para a problematização da temática. Sites para pesquisa, Sites de vídeos e atividades para verificação do conhecimento prévio dos alunos, trará questionamentos que serão discutidos e encontrará respostas nas aulas de campo sugeridas para execução deste trabalho. O caderno pedagógico contém sugestões de pesquisas que visam proporcionar a compreensão e ampliação dos conteúdos referentes às transformações ocorridas na pequena propriedade que levou o agricultor a optar pela cultura do bicho-da-seda como alternativa de sobrevivência, com a modernização da agricultura no município de Mandaguaçu.

Palavras-chave Modernização agrícola, mobilidades sociais, pequena produção, desenvolvimento regional.

4

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..................................................................................... 5

1. UNIDADE 1 ......................................................................................... 9

2. UNIDADE 2.......................................................................................... 21

3. UNIDADE 3 ......................................................................................... 36

4. UNIDADE 4 ......................................................................................... 49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 63

REFERÊNCIAS......................................................................................... 64

5

2. APRESENTAÇÃO

O projeto intitulado “A cultura do bicho-da-seda no município de Mandaguaçu:

Integração Econômica do pequeno agricultor no período de 1980 a 2010” tem por

objetivo atender à proposta das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, por

meio do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), com enfoque na

dimensão econômica, política e socioambiental do espaço geográfico.

O presente objeto de estudo é composto por uma pesquisa bibliográfica e de

campo, realizada durante o ano de 2013, resultando numa Produção Didático-

Pedagógica a ser aplicada em sala de aula no ano letivo de 2014.

A proposta desse trabalho é trazer o entendimento da transformação do

espaço geográfico do município de Mandaguaçu, localizado no noroeste do Paraná,

após a erradicação da cultura do café, uma vez que foi observado que a economia

estabelecida na região Noroeste do Paraná sempre esteve estruturada no modelo

fundiário de pequenas e médias propriedades.

O respectivo modelo foi organizado pela Companhia Melhoramentos Norte do

Paraná, que organizou a divisão e comercialização dos lotes. Com o passar dos

anos, essa estrutura foi sendo modificada com a implantação do processo de

modernização na agricultura e com a introdução de novas técnicas de produção e

mecanização no campo.

Nesse contexto, observa-se que a transformação capitalista da agricultura

acelerando o processo de expulsão do homem do campo, aumentando o

desemprego no meio rural, provocando um intenso movimento de migração rural-

urbano.

Entretanto, a implantação da sericicultura em algumas pequenas propriedades

contribuiu para fixar uma significativa parcela da população rural no campo, gerando

emprego e renda.

Diante dessa constatação, é apresentado pela pesquisa um questionamento

para compreensão do processo: como sobrevivem os agricultores que produzem o

bicho-da-seda hoje?

Na tentativa de entender e buscar a resposta para respectivo questionamento é

proposto um estudo com alguns produtores do município de Mandaguaçu,

procurando saber quais são as mudanças ocorridas nas relações de trabalho, de

poder aquisitivo e permanência na propriedade desses agricultores.

6

A produção do presente material tem por objetivo propiciar ao estudante de

geografia uma aprendizagem mais significativa, facilitando a compreensão de

mundo, o mais próximo possível da sua realidade. Esse Caderno Pedagógico traz

conhecimento acerca do assunto abordado, propondo questionamentos a serem

discutidos nas aulas de campo.

O presente Caderno Didático-Pedagógico é norteado pelos seguintes objetivos:

Geral

Entender as mudanças ocorridas nas relações de trabalho, poder aquisitivo,

permanência em suas propriedades e a situação de sobrevivência dos agricultores,

que optaram pela criação do bicho-da-seda, provocadas pela modernização da

agricultura, além das transformações ocorridas no espaço agrícola na região

estudada.

Específicos

Estudar o processo de modernização da agricultura e analisar as mudanças nas

relações de trabalho e produção, a partir do surgimento de novas formas de cultivo,

destacando a sericicultura.

Levantar o número de membros familiares envolvidos na produção da sericultura

numa determinada propriedade, analisando a renda da produtividade.

Identificar as dificuldades enfrentadas pelos agricultores e os problemas relativos à

produção.

Pesquisar com os alunos os processos de transformações no espaço estudado, bem

como as politicas de mercado e a produção de casulos verdes até a entrega do

produto final na empresa processadora.

Apresentar à comunidade escolar o resultado obtido através da experiência dos

alunos envolvidos na presente pesquisa.

O presente material contribuirá significativamente para o ensino da Geografia,

nas turmas de 8º ano do Ensino Fundamental diurno, bem como na Educação de

Jovens e Adultos (EJA) no período noturno, do Colégio Estadual Dr. José Gerardo

7

Braga, Maringá, certamente, auxiliando-os em seu processo de contínua formação

cidadã, com uma visão crítica do espaço em que habitam, observando e entendendo

as transformações ocorridas em âmbito geográfico, social e humano.

3. FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

O Ensino específico de Geografia perpassa a falta de opção em aulas bem

preparadas, de acordo com planejamento e objetivos da disciplina. Fator esse que

dificulta muito o trabalho do professor.

Hoje em dia, os adolescentes e os jovens são mais ativos e têm mais acesso

às informações, mas mostram-se desinteressados, muitas vezes, pela aula e pela

disciplina. Os alunos poderão ser motivados, se professor optar por aulas voltadas à

pesquisa de campo. Tal estratégia é viável, porém tirá-los da sala de aula para

ministrar uma aula de campo, torna-se uma responsabilidade muito grande para o

professor, que além do conteúdo específico, deverá estar atento a aspectos, como:

segurança, saúde, transporte, alimentação, dentre outros. Outro ponto a ser

destacada, refere-se ao fato de que o professor regente, nem sempre pode contar

com outro profissional, para acompanhar a turma e colaborar com a execução do

trabalho.

Embora as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCEs / 2006) afirmam

que a aula de campo é uma importante ferramenta para o estudo do meio,

geralmente a escola também não possui condições de assumir as despesas com

transporte da turma até o local da pesquisa, quando a área escolhida fica distante da

mesma.

As referidas diretrizes ainda reforçam que aulas de campo é um rico

encaminhamento metodológico, que possibilitará ao aprendiz à oportunidade de

visualizar e analisar a área em estudo (urbano ou rural), diferenciando, por exemplo,

paisagem de espaço geográfico, partindo de uma realidade local, bem delimitada

para investigar sua constituição histórica, bem como as comparações com outros

lugares, próximos ou distantes, propiciando a compreensão do espaço geográfico,

suas contradições, seus conceitos referenciais, de maneira crítica, bem como as

relações sócio-espaciais nas diversas escalas geográficas.

As ações docentes em sala de aula precisam ser revistas e renovadas, pois a

preparação e planejamento mais adequados à realidade contemplarão as relações

8

familiares, cotidianas, políticas, econômicas, cultural e ecológica, além de auxiliar o

aproveitamento dos recursos existentes na escola e na comunidade.

A compreensão do aluno acerca do seu espaço de vivência requer do mesmo,

a realização de um estudo sobre a organização dos mesmos, entendendo como

ocorreu o processo de mudança, destacando os ciclos econômicos, o êxodo rural e

a urbanização, por meio do estabelecimento das diferenças entre o espaço urbano e

o espaço rural.

Primeiramente, será realizado um estudo sobre o levantamento histórico de

ocupação e mudanças ocorridas no espaço escolhido, seguido de discussão e

debate das leituras com questões relacionadas aos textos.

Desse modo, busca-se a realização de uma pesquisa dos recursos

tecnológicos disponíveis na escola, pois há flexibilidade quanto às estratégias para a

coleta de informações, a captura de imagens com máquinas fotográficas digitais e

com telefones celulares com câmeras, o uso de softwares (programas) e o auxílio

dos laboratórios de informática instalados na escola. Nesse contexto, será

organizado um material didático-pedagógico para ser trabalhado na aula de campo,

que possa ser utilizado pelo professor, auxiliando no processo ensino/aprendizagem.

As diferentes paisagens e atividades do lugar onde os alunos vivem

demonstram a necessidade de realizar um trabalho específico acerca de seu

ambiente e sua ocupação diária, viabilizando a realização da pesquisa de campo.

O respectivo trabalho enfoca o espaço rural do município de Mandaguaçu,

destacando a criação do bicho-da-seda, atividade que ainda emprega famílias

envolvidas na produção de casulos, produzindo renda e fixando o homem em

pequenas propriedades. Dessa forma, a presente metodologia de trabalho com os

alunos poderá ser aplicada em outras pesquisas que trabalham com a exploração da

terra.

9

4. UNIDADE 1

ÍNDICE DA UNIDADE 1

Aspectos históricos e geográficos da região Noroeste do Paraná .....................

Carta topográfica da área de estudo da divisão da zona rural..............................

Imagem de satélite da área de estudo da divisão da zona rural...........................

Localização geográfica do Município de Mandaguaçu .................................

Mapa do estado do Paraná e os municípios de Mandaguaçu e Maringá..............

Mapa da divisão territorial de Mandaguaçu...........................................................

Fazendo arte, cartografando, encontrando...........................................................

Atividade 1.............................................................................................................

Mapa dos continentes............................................................................................

Mapa político do continente americano.................................................................

Mapa da divisão política da América do sul...........................................................

Mapa da divisão regional do Brasil........................................................................

Mapa da divisão política do estado do Paraná......................................................

Mapa da divisão territorial de Mandaguaçu...........................................................

Atividade 2.............................................................................................................

Um aluno lê os textos para a turma ouvir..............................................................

10

10

11

11

12

13

13

15

15

16

16

17

18

19

20

20

10

4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS

DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ

A ocupação do Norte do Paraná iniciou-se em 1929, seguindo os moldes

modernos de colonização. A colonizadora inglesa, Companhia de Terras Norte do

Paraná adquiriu do governo do estado do Paraná uma área equivalente a 515.000

alqueires paulistas. Essa gleba foi loteada em pequenas e médias propriedades. A

área rural é cortada de estradas vicinais, ao longo dos espigões, permitindo a

divisão em pequenos lotes de 10, 15 e 20 alqueires, com frente para um ribeirão.

Cia. Melhoramentos Norte do Paraná (1977. p. 77), conforme pode ser visualizado

nas figuas1 e 2, a figura 1 trata-se de uma carta topográfica da época.

Figura 1 – Carta Topográfica da Área de Estudo Modelo da Divisão da Zona Rural.

Fonte: WWW.ITCF.PR.GOV.BR Carta Nº275 acesso em 29/10/2013, Corte e restruturação feito por: FACINA Natal – Nov.2013.

A figura 2 é uma imagem de satélite com data de 03 de janeiro de 2012, do

mesmo local da carta Topográfica e poderão ser comparados os detalhes entre a

original imagem 1elaborada a mão com a figura 2 imagem elabora com tecnologia.

Traçado dos lotes pela CMNP

Área da pesquisa

11

Figura 2 – Imagem de satélite da área de estudo modelo da divisão da zona rural

Fonte: Google Earth Acesso em 30/10/2013- corte e restruturação: FACINA, Natal. Nov.2013

4.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE MANDAGUAÇU

De acordo com os estudos realizados por Muller (1956), no ano de 1.944, a

companhia de Terras Norte do Paraná foi vendida a um grupo paulista, recebendo a

denominação de Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. A nova

administradora fundou em 1.946 a cidade de Maringá, tornando-se a sede da porção

mais ocidental da Companhia.

Próximo a Maringá foram estabelecidos dois pontos de fixação: Iguatemi e

Guadiana. Guadiana teve o uso do solo urbano planejado e a área rural delimitada

pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. A perspectiva era de que

Guadiana, num futuro próximo, se tornasse uma cidade florescente.

Atualmente é conserva o Traçado dos lotes pela CMNP conforme a Carta

topográfica Figura 1

Área da pesquisa

12

A Companhia Melhoramentos Norte do Paraná projetou um modelo definindo

que as cidades destinadas, a se tornarem núcleos econômicos (cidades) de maior

importância, seriam demarcadas de 100 em 100 quilômetros, aproximadamente.

Entre os núcleos de menor importância econômica, as cidades seriam

distanciadas de 10 a 15 quilômetros uma da outra, sendo fundados os patrimônios

centros abastecedores intermediários, por exemplo: Guadiana, Presidente Castelo

Branco, Paiçandu, Dr. Camargo, etc..·.

Tanto nas cidades como nos patrimônios, a área urbana apresentaria uma

divisão em datas comerciais e residenciais. Ao redor das áreas urbanas se situariam

cinturões verdes, divididos em chácaras que pudessem produzir gêneros

alimentícios de consumo local, como: aves, ovos, frutas, hortaliças e legumes. Estes

cinturões baseados no modelo americano não deram certo.

Hoje, nos respectivos espaços está sendo cultivada a amoreira, o alimento

básico para a criação do bicho-da-seda. E nesse referido espaço que a presente

pesquisa vem sendo desenvolvida.

A figura 3 localiza os municípios de Maringá e Mandaguaçu no Estado do

Paraná.

Figura 3 – mapa do estado do Paraná divisão política - municípios de Mandaguaçu e Maringá

Fonte: www.portalxv.com.br – municípios de Maringá e Mandaguaçu - Org. Por FACINA, Natal

Nov.2013.

13

O município de Mandaguaçu, integrante da Microrregião Geográfica de

Astorga, participa da Mesorregião Norte central paranaense. Está situado no

Terceiro Planalto, entre 23º 21’ de latitude S e de 52º 05’de longitude W, tendo como

limites: Norte - Presidente Castelo Branco Flórida e Atalaia; Sul - Paissandu; Leste -

Maringá Oeste – Ourizona, conforme o mapa abaixo, figura 4.

Figura 4- Mapa da Divisão Territorial de Mandaguaçu

Fonte: Instituto de Terras e Cartografia vinculado a Secretaria da Agricultura governo do Paraná - recorte e reorganização: Natal Facina, Nov. 2013.

No mapa do Estado do Paraná pode ser verificado que Mandaguaçu pertence

ao bloco designado “Planalto de Apucarana”. A drenagem do respectivo bloco é

constituída pelos rios Ivaí e Paranapanema. A altitude varia de 1.123m para 235, na

calha do Rio Paraná.

1,5 Km 0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5

Situação física em 1981- compilado pela

coordenação de planose programas

estaduais/setr

Escala 1: 75.000 redução da carta por

sistema eletronico em 70%, ampliação da

escala na mesma proporção, Organizado

por: Facia Natal

Área da pesquisa

CONVENÇÕES

14

De acordo com os estudos realizados por Maack (1968), a região foi

denominada de “superfície de paisagens de outeiros e chapadas do Arenito Caiuá,

nível de denudação Pós-Bauru, e o-Terciário”. O autor prossegue expressando que

o sítio urbano posiciona-se sobre o divisor de águas, drenado pelos rios Ivaí

(afluente da margem esquerda do Rio Paraná) e Pirapó (afluente da margem

esquerda do Rio Paranapanema), altitude média 585m.

A área total do município de Mandaguaçu é de 324 km2, 25.71 alqueire

paulista para o urbano e 138 alqueires paulistas para a zona rural, conforme o mapa

da figura 4, acima apresentado.

Segundo EL-KHATIB (1969. p.170), problemas políticos provocaram

desentendimentos entre a companhia Melhoramentos Norte do Paraná e alguns

donos de terras, motivando a criação de Mandaguaçu, naquela época sem nome

definido, mas representando interesses locais de se tornar um núcleo mais

desenvolvido do que o de Guadiana.

A estrada que ligava Londrina a Paranavaí se tornou a avenida principal da

recém-criada Mandaguaçu. Os carreadores dos sítios que davam acesso à

Mandaguaçu passaram a serem as ruas. Os Sítios começaram a serem loteados

pelos seus proprietários. Os primeiros topônimos dados a esta povoação foram Vila

Guaíra e Governador Lupion. No entanto, antes mesmos de ser elevadas à

categoria de município, já era conhecido como Mandaguaçu. Foi elevada à categoria

de município em 14 de novembro de 1.951, pela Lei Estadual Nº. 790.

15

ATIVIDADE 1

Expor os mapas do Mundo, do Brasil, do município e o globo terrestre. Levar

Geoatlas, deixar que manipulem os materiais, tenham curiosidades, façam

perguntas, deixe uns mostrar para os outros os lugares que conhecem.

Em seguida, fazer leitura dos textos com pausas, para localização dos pontos

citados e retomar os conteúdos das séries anteriores. Lembrar as divisões do globo

e mostrando os hemisférios, os meridianos e paralelos, a Linha do Equador e o

Meridiano de Greenwich, bem como citar as coordenadas geográficas.

Mostrar os continentes. Falar da divisão geográfica e cultural do continente

americano. Destacar a América do Sul.

No mapa do Brasil, explicar a divisão regional, localizar o Estado do Paraná e

apresentar o mapa do município. Voltar ao mapa mundo e solicitar que discorram

com os dedos, partindo das informações em graus citadas no texto até cruzar as

linhas localizando o município.

Concluir com trabalho prático nos mapas: o mapa mundo (pronto), figura 5 será distribuído um para cada aluno;

Figura 5 - Mapa dos Continentes

Fonte: ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf https://www.google.com/search- Acesso em 10/11/2013.

16

No mapa do continente americano, figura 6, pintar o mesmo, usando o critério

geográfico e fazer legenda.

Figura 6 - Mapa político do Continente Americano

Disponível em:<ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf>.

https://www.google.com/search, consultado em 10/11/2013.

No mapa da América do Sul, figura 7, pintar o mapa usando o critério político e identificar todos os países;

Figura 7 - Mapa da divisão política da América do Sul

ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdfhttps://www.google.com/search - consultado em 10/11/2013.

17

No mapa do Brasil, figura 8, pintar o mapa pelo critério divisão regional e criar legenda;

Figura 8 - Mapa da divisão regional do Brasil

Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf> <https://www.google. com/search> Acesso em 10/11/2013. Reorganização: Natal Facina

REGIÃO NORTE

REGIÃO CENTRO OESTE

REGIÃO SUDESTE

REGIÃO SUL

REGIÃO NORDESTE

18

No mapa do Paraná, figura 9, identificar os municípios de Mandaguaçu e

Maringá. Também pode ser sugerida a localização de outros municípios conhecidos.

No mesmo mapa, traçar na posição correta o Trópico de Capricórnio e colocar os

Pontos Cardeais;

Figura 9 - Mapa da divisão política do Estado do Paraná

ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/brasil_2004.pdf https://www.google.com/search - consultado em 10/11/2013

19

No mapa de Mandaguaçu, figura 10, distribuir uma cópia para cada aluno.

(tempo para aplicação: quatro aulas de preferência germinadas).

Figura 10- Mapa da Divisão Territorial de Mandaguaçu

Fonte: Prefeitura do Município de Mandaguaçu – redimensionado por Natal Facina, Nov. 2013

Ao término da realização das atividades propostas, o aluno deverá colar os

respectivos mapas no caderno, observando os critérios de organização. O professor

deverá avaliá-los de acordo com as normas previamente estabelecidas.

ESCALA DO ORIGINAL 1:75. 000

1,5 Km 0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5

SITUAÇÃO FÍSICA EM 1981

COMPILADO PELA COORDENAÇÃO DE PLANOS

COMPILADO PELA COORDENAÇÃO DE PLANOS

E PROGRAMAS ESTADUAIS/SETR

FONTE: INSTITUTO DE TERRAS E CARTOGRAFIA

VINCULADO A SECRETARIA DA AGRICULTURA

GOVERNO DO PARANÁ

ESCALA 1: 75.000 REDUÇÃO DA CARTA POR

SISTEMA ELETRONICO EM 70%, AMPLIAÇÃO DA

ESCALA NA MESMA PROPORÇÃO,

ESCALA ATUAL 1: 127.500 0 10 20 30 40 50

Atalaia

P.C. Branco

Ourizona

Paiçandu

Maringá

Flórida

Local da pesquisa

20

ATIVIDADE 2

Texto 1: Aspectos históricos e geográficos

Texto 2 - Localização geográfica

RESPONDA:

Em grupos, pense no espaço do município onde você mora, converse com os

colegas e responda as atividades propostas:

1) Escreva as principais características de seu município, destacando os pontos

positivos e os problemas urbanos e rurais.

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

2) Como está organizado o espaço rural?

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

3) De que maneira pode ser praticada a agricultura?

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

4) O que é agricultura de subsistência?

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

5) O espaço escolar é frequentado somente por alunos urbanos?

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

6) Os alunos sentem-se constrangidos e sofrem ‘bullying’ se disserem que moram com seus pais e trabalham na roça?

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

21

........................................................................................................................................

5. UNIDADE 2

ÍNDICE DA UNIDADE 2

Características geológicas..........................................................................

Esboço geológico do noroeste do estado do Paraná.................................

Características pedológicas da Região Noroeste do Paraná......................

Vegetação natural........................................................................................

Vegetação natural da região noroeste.........................................................

Atividade 1

Características Geológicas.........................................................................

Atividade 2

Solo e Agricultura.........................................................................................

Atividade 3.

Vegetação natural.......................................................................................

Atividade 4 Vegetação natural da região noroeste........................................................

22

23

24

26

27

29

30

32

35

22

5.1 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS

No Estado do Paraná1, a camada de Arenito Caiuá se desenvolve a partir dos

últimos derrames de lava e apresenta a continuidade do processo de sedimentação

eólica terrestre iniciada no triássico superior, com deposição do Arenito Botucatu no

deserto mesozoico, perdurando até o cretáceo. A constituição geológica da extensa

região do terceiro planalto apresenta afloramentos na área do terceiro planalto,

mostram as estratificações cruzadas de grande parte de Paleodunas, como

evidência direta da deposição eólica. Na base dessa formação, níveis de arenitos

contendo seixos que determinam fases torrenciais, registro na evolução do

ambiente. A espessura da formação Botucatu é variável, dependendo do local varia

até 100 metros.

Em levantamento de campo durante uma expedição cientifica, foi encontrado

um afloramento nas imediações de Mandaguaçu, até as margens do Rio Paraná, no

município de Terra Rica. A área do arenito corresponde a cerca de 70 mil

quilômetros quadrados, estando sujeita a uma frequência de fenômenos erosivos,

determinados pela presença de grandes voçorocas.

O sítio urbano de Mandaguaçu apresenta afloramentos das unidades

estratigráficas: Formação Caiuá (Mesozoica) e por sedimentos Cenozoicos,

denominados por BIGARELA (1975) de formação Paranavaí, sendo este o último

evento deposicional na Bacia do Paraná, no Estado do Paraná.

Segundo JABUR, I. CH, (1984), a formação Caiuá está dividida em dois fáceis

distintos, denominados Fáceis Porto Rico e Fáceis Mamborê. A denominação Fáceis

Porto Rico é atribuída aos arenitos finos e médios com possantes estruturas

cruzadas planares de ângulo de mergulho, evidenciando deposição eólica. Fácies

Mamborê superior é constituído por arenitos finos, sua estrutura apresenta-se plano-

paralelas, cruzadas, de pequeno e médio porte e, ainda de corte e preenchimento,

com evidências de sedimentação sob condições fluvio-lacustre. Estas unidades

afloram nas partes mais profundas das voçorocas no Município de Mandaguaçu. Em

1 As informações deste texto foram coletadas no curso de pós-graduação, durante uma expedição

científica com roteiro saindo da Universidade Estadual de Maringá até a Usina Hidrelétrica de Primavera no Rio Paraná, divisa entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, coordenada pelo professor Dr. Issa Jabur.

23

via de regra, os afloramentos do Arenito Caiuá estão capeados por diversas

sequências de areias de aspecto coluvial ou aluvial.

Na maioria dos casos, torna-se difícil distinguir entre o manto de intemperismo

e o capeamento de sedimentos Cenozoicos, ocorrendo em alguns casos o contato

entre o Arenito Caiuá e capeamento arenoso sendo nítido. Em contrapartida,

ocorrem pontos em que este se encontra muito intemperizado; porém observa-se a

estrutura original (alúvio) e um recobrimento coluvial típico das vertentes mais

íngremes. O mapa abaixo, figura 11, facilita a visualização Geológica do Estado do

Paraná. Bacia do Paraná e Escudo Paranaense.

Figura 11 - Esboço Geológico Do Noroeste Do Estado Do Paraná

Bacia do Paraná Escudo

Fonte: http://www.mineropar.pr.gov.br - Página visitada em 13/11/2013

24

5.2 CARACTERÍSTICAS PEDOLÓGICAS DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ

A exposição de uma rocha ao calor do sol, ao frio do inverno e da noite, as

chuvas, os ventos, dentre outros fatores naturais, alteram a estrutura da rocha, pois

com o calor a rocha se delata, ou seja, aumenta o volume e com o frio ela se contrai,

ou seja, encolhe. Com esse processo de aumentar e encolher, a rocha começa a se

transformar e esse movimento de aumentar e diminuir é chamado de desagregação.

Fenômeno este que provoca a quebra ou ruptura de sua estrutura.

Consequentemente, os minerais de sua composição vão se separando, se

desgastando, apodrece e vira solo.

Rudimentarmente se diz que solo é uma rocha decomposta, porém isso não é

suficiente, pois os técnicos e agrônomos afirmam que para ser solo é preciso haver

um pouco mais de vida, de microrganismos e animais, como: minhoca, besouro, tatu

e uma infinidade de animais que sobrevivem escondidos no solo. Ainda é necessário

existir matéria orgânica e sobre esta matéria orgânica os microrganismos

transformam tudo isso em humos. Um solo para ser considerado bom precisa ser

rico em humos, que é o elemento responsável pela fertilidade do solo.

Para o produtor rural, solo é a camada superficial rica em minerais e matéria

orgânica que conserva o solo sempre úmido, proporcionando melhor crescimento e

desenvolvimento da planta. É importante memorizar que a base do solo é o seu

mineral de origem, aquele mineral que estava presente na rocha quando ela

começou a se decompor. Lembre-se ainda que de cada tipo de rocha, origina-se um

determinado tipo de solo.

A figura abaixo (figura12) apresenta alguns tipos de solo: solos arenosos, solo

argiloso, solos calcários, etc. Os minerais são de grande importância para o solo,

pois são eles que dão a origem química do solo. Os minerais mais presentes são:

Nitrogênio, Potássio, Oxigênio, Magnésio, Cálcio e Fósforo. (Nas aulas de química,

o professor tem a possibilidade para detalhar, com mais propriedade de

conhecimento e aprofundar sobre a composição das rochas e dos solos).

Segundo mapa de “reconhecimento dos Solos do Estado do Paraná, escala

1: 600.000, realizado pelo IAPAR e EMBRAPA e SUDESUL em 1981, o município

de Mandaguaçu, no perímetro urbano apresenta os seguintes tipos de solo:

Latossolo Vermelho Escuro, nos pontos mais elevados e médias vertentes,

Podzólico Vermelho-Amarelo, nas baixas vertentes e nos fundos dos vales.

25

Portanto, para o cultivo da amoreira empregada na criação do bicho-da-seda

ser bem sucedido, é preciso observar o solo, uma vez que o desenvolvimento da

espécie depende muito de um solo adequado para a plantação. É preciso ainda

observar alguns cuidados, pois é comprovada que a qualidade das folhas interfere

diretamente na produção de mais seda.

Em contra partida, a qualidade das folhas produzidas, depende da fertilidade

do solo. Porém, para a obtenção de uma bela e proveitosa plantação de amoreira, é

necessário que o solo tenha muita matéria orgânica, alto teor de umidade,

permeabilidade e profundeza.

Os solos da região noroeste, principalmente os de Mandaguaçu, são

recomendados para a cultura da amoreira, pois atendem aos requisitos que a

mesma necessita para o seu desenvolvimento. No entanto, é preciso fazer uma

análise laboratorial para saber se há excesso ou carência dos respectivos minerais,

de posse dos resultados, o agricultor com o auxílio de um técnico agrícola ou

agrônomo, poderá fazer a correção do solo.2

Figura 12 – Tipos de Rochas e o resultado da decomposição os tipos de Sol

Rocha magmática - Basalto

Rocha sedimentar - Arenito

Rocha Metamórfica – Mármore

Solo roxo, origem basaltica. Solo arenoso – origem arenitico Solo misto – origem granitica

Fonte:http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php. conteúdo=99http://www. infoescola .com/geologia/rochas-sedimentares/

2 Mais informações específicas poderão ser obtidas através do site: <http://www.cpt.com.br/cursos-

pequenascriacoes/artigos/como-iniciar-a-sericicultura# ixzz2m81y3uDm>.

26

5.3 VEGETAÇÃO NATURAL

A vegetação é o reflexo da integração de um conjunto de fatores naturais,

dentre os quais notadamente a latitude, altitude, clima e formação pedológica. A

vegetação de matas conquistou partes do espaço paranaense quando surgiram

condições paleoclimáticas favoráveis, em tempos geológicos passados.

Ao tempo do Quaternário Antigo, o Paraná era revestido por campos limpos e

cerrados, como vegetação clímax, quando o clima era, alternadamente, semiárido e

semiúmido.

As abundantes precipitações pluviais em regime de alternâncias climáticas

durante o Quaternário Recente permitiram o surgimento da vegetação das matas,

sobrepujando a dos campos, através dos vales dos rios e das escarpas, propiciando

ao Paraná, até a poucos anos atrás, uma das mais ricas áreas de matas do Brasil.

Com base na vegetação original, as matas paranaenses podem ser

agrupadas em: Mata de Araucária, Mata Tropical do Norte e Noroeste e a Mata

Pluvial Subtropical. O quadro original da Mata Tropical do Norte e Nordeste foi

substituído, em sua maior parte, pela cultura cafeeira e pela pecuária, restando

apenas raras reservas particulares. Esta mata apresentava dois aspectos distintos.

O primeiro, mais rico em espécies vegetais (Peroba, pau-d’alho, Figueira Branca e

Palmito), ocupava a região de “Terra Roxa”, situada entre os rios Itararé,

Paranapanema, Pirapó e Ivaí. O segundo mais pobre em espécies vegetais,

ocupava a região arenosa do Arenito Caiuá, entre os rios Pirapó, Paranapanema,

baixo Ivaí e foz do Piquiri.

Antigamente, existia um limite nítido entre o tipo de mata que cobria a

camada arenosa supatrap-arenito Caiuá e a associação florística da mata pluvial-

tropical, sobre a compacta Terra Roxa. No terceiro planalto, a derrubada mais

intensiva teve seu início a partir de 1953, com a expansão da cultura cafeeira a

oeste do Rio Tibagi.

27

5.4 VEGETAÇÃO NATURAL DA REGÃO NOROESTE

As regiões Norte e Noroeste do Paraná ficaram conhecidos como regiões de

terra roxa, que se situa nas margens dos rios Itararé, Paranapanema, Pirapó e Ivaí.

Em direção ao Noroeste, denominou-se a região com poucas espécies vegetais,

chamada de região feita de areia ou arenito Caiuá, que se localizam as margens dos

rios Pirapó, Paranapanema, baixo Ivaí e foz do rio Piquiri.

O municipio de Manadaguaçu se localiza em uma área de transição entre a

terra roxa e a terra branca. Naquela região a mata original era a Mata Tropical, sua

composição predominava uma grande variedade de espécies vegetais de grande

porte, nomeada pelos pioneiros, como árvores que são encontradas somente em

terra fértil (terra boa). Eles acostumavam identificar cada uma pelo seu nome como:

a peroba, o pau-d'alho a figueira-branca, a Gurucalha, o Cedro, a Canjearana, a

Gabiroba, o Timburi, o Amendoim e o palmito. Próximo as nascentes e beira rio,

vegetação rasteira, o Caete.

Com a derrubada das matas, deu-se lugar para as primeiras atividades

econômicas: o café e a pecuária. O pouco que restou em algumas partes de

florestas são as matas ciliares e em unidades de conservação, como o Parque do

Ingá e o Horto Florestal em Maringá, além de pequenas reserva em propriedadedes

particulares.

A figura 13 abaixo mostra como era a floresta original sobre o Arenito Caiuá

na região noroeste do Paraná e a figura 14, mostra o porte das árvores que existiam

na floresta, pois as poucas que sobraram de pé, como testemunho tornaram-se

ponto turístico de visitação nos parques.

28

Figura 13 - Mata Pluvial Tropical-subtropical sobre o Arenito Caiuá.

Na Estrada – Rio Piquiri

No Norte do Paraná

Mata Pluvial Tropical-subtropical sobre o arenito Caiuá na estrada - Rio Piquiri. Observam-se troncos de perobas, predominância de leguminosas, ausência de palmáceas (estampa XXI, extraída do livro Geografia Física do Estado do Paraná, Reinhard Maack).

Mata Pluvial Tropical-subtropical sobre o Arenito Caiuá, no Norte do Paraná. A diminuição de Euterpe edulis e a esparsa ocorrência de Arecastrum (Cocos) romanzoffianum são dignas de nota. Estrada Paranavaí-Porto S. José (estampa XXI, extraída do livro Geografia Física do Estado do Paraná Reinhard Maack).

Figura 14 - Mata Pluvial-subtropical

Foto de 1953 – Figueira Branca Foto de 2013 – Figueira Branca

Fonte: Estampa XIX Pg. 231 - REINHARD Maack Geografia Física do Estado do Paraná

Fonte: FACINA, Natal – Jardim Botânico Rio de Janeiro, Julho/2013.

29

ATIVIDADE 1

As fotos abaixo são cortes em estrada do Terceiro Planalto, trecho de Sapopema PR. até Rosana SP. São apenas para ilustrar o título.

Fonte: Figuras do arquivo particular do autor

Expor o mapa Geológico do Estado do Paraná. Comentar sobre o Primeiro, o

Segundo e o Terceiro Planalto, fazer uma associação entre os tipos de rocha, o solo

e a vegetação. Mostrar os elementos naturais que evidenciam esta divisão. Usar a

caixa da Mineropar do laboratório da escola. Solicitar que cada um traga para a

escola rochas e minerais. Explicar que será reservado para o dia da exposição final

do trabalho. Nesse dia, expor cada tipo de rocha e os estágios de decomposição do

basalto. Coletar o máximo de tipos de solo para expor. Criar expectativa para a aula

de campo, que também será realizada no mesmo dia da entrevista com os criadores

do Bicho-da-seda. Frisar que no trajeto para a realização das atividades propostas,

cada aluno deverá observar os tipos de rocha, os tipos de solo e a área de transição

entre o solo vermelho e o arenoso. Toda essa explanação deverá ocorrer durante a

aula que antecederá à prática.

30

ATIVIDADE 2

Entre no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo encontre as figuras abaixo contendo muitas informações, leia atentamente e comente cada uma delas.

Fig. A

Fig. B

Fig. C

Fig. D

.................................................................................................................... ...................................

FIG. A...............................................................................................................................

.........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

FIG. B....................................................................................................................... ........

.........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

FIG. C...............................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.................................................................................................................................. ......

FIG. D.....................................................................................................................................

...............................................................................................................................................

........................................................................................................................................

31

.......................................................................................................................................................

1. Para aqueles quem trabalham na atividade agrícola, o que é solo?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

2. Escreva como ocorre o fenômeno natural chamado intemperismo.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

3. Explique o que é intemperismo e como pode ser classificado.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

4. O que é erosão do solo e quais as principais causas?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

5. Comente sobre as outras causas da degradação do solo.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

Explique o significado das seguintes palavras:

a) Degradação;..............................................................................................................

........................................................................................................................................

b) Hectare;.....................................................................................................................

........................................................................................................................................

c) Compactação;...........................................................................................................

........................................................................................................................................

32

ATIVIDADE 3

Fonte: https://www.google.com/search.br– visita realizada em 10/11/2013.

Conecte o Site https://www.google.com.br/search=tipos+de+florestas+brasileiras.

Clique na opção imagens. Identifique as figuras da sua folha de atividades com as

figuras encontradas na tela. No campo próprio de sua folha de atividade, anote o

nome de cada floresta.

Após, clique na opção Web e pesquise cada tipo que você identificou em sua

folha, escrevendo no campo específico abaixo de cada gravura, as respectivas

características delas, tais como: localização, clima, solo e fauna.

33

FLORESTA.....................................................

FLORESTA.....................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

....................................................................

FLORESTA.....................................................

FLORESTA.....................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

34

FLORESTA.....................................................

FLORESTA.....................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

FLORESTA.....................................................

FLORESTA.....................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

........................................................................

35

ATIVIDADE 4

1) O que é uma paisagem natural?

1) O que é uma paisagem natural? ..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

2) O que é uma paisagem humanizada ou artificial? ..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

3) Como era a floresta original na região que você mora? ..................................................................................................................................

.................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

4) Comente sobre a floresta original da região de Mandaguaçu. ..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

5) Quais eram as espécies predominantes na floresta? ..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

6) Por que a floresta despertava atenção dos pioneiros? ..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

..................................................................................................................................

RESPONDA:

36

6. UNIDADE 3

ÍNDICE DA UNIDADE 3

A Modernização da Agricultura no Brasil ..................................................................37

Modernização da Agricultura no Paraná ................................................................. 38

Modernização da Agricultura no Norte e Noroeste do Paraná e em Mandaguaçu..40

A substituição de culturas e as suas consequências ................................................42

A substituição de culturas e as suas consequências em Mandaguaçu .................. 43

ATIVIDADE 1

A Modernização agrícola no Brasil ............................................................................45

ATIVIDADE 2

A Modernização agrícola no Paraná .........................................................................46

ATIVIDADE 3 .............................................................................................................47

37

6.1 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL

A modernização da agricultura brasileira é bem recente, data nos meados da

década de 60. Aquele período, segundo GRAZIANO NETO (1982. p. 26), foi

considerado como anos do milagre brasileiro, pois a agricultura efetivamente inicia o

mais importante processo de modernização, com a introdução de novas técnicas de

produção, a mecanização do campo, o uso de máquinas e implementos, insumos

modernos, fertilizantes químicos, sementes híbridas selecionadas com

melhoramentos genéticos e adequadas a qualquer tipo de solo e clima. Ocorre a

transformação capitalista da agricultura, acontecendo o avanço da modernização, e

expulsão do homem do campo.

A agricultura ingressou na revolução tecnológica, tardia e limitadamente,

passando do regime tradicional, onde ocupava a mão-de-obra familiar, para a

agricultura moderna, intensificada pelo uso de novas técnicas de produção.

O Brasil, país essencialmente agrícola, iniciou na década de 60, no Estado de

São Paulo, o processo de modernização agrícola. Esse processo colocou-o como

país capitalista moderno no mercado mundial. Com a modernização, o Brasil teve

um grande aumento na produção agrícola, competindo nas exportações e

provocando um grande crescimento da economia brasileira.

A política de modernização adotada foi um processo implantado de maneira

muito excludente, beneficiando apenas o grande produtor, cuja produção é

destinada à exportação, atendendo apenas ao interesse da elite rural, que passou a

utilizar os pacotes de insumos oferecidos pelas multinacionais, causando grandes

impactos ao meio ambiente. O processo também contribuiu para o desemprego no

campo e o favelamento das grandes cidades, consequências do processo êxodo

rural.

Figura 14 - Exemplo de propriedades modernizadas no Brasil

Fonte: <https://www.google.com/search/br=modernizacao=da=agricultura=no=parana>.

38

6.2 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO PARANÁ

No Brasil, a modernização da agricultura ocorreu, de forma desigual, em

todas as regiões brasileiras e também dentro de cada Estado da Federação. O

Paraná também foi beneficiado com as políticas de incentivo à modernização

agrícola, através de financiamentos e programas do governo, agravando ainda mais

as desigualdades, pois os pequenos produtores rurais descapitalizados foram

excluídos do processo e acumulando dívidas. Diante desses fatores, os mesmos

fora obrigados a venderem suas propriedades, indo marar na cidade e continuando

a trabalhar no campo como boia-fria.

No Paraná, conforme explanação de MORO (1992. p. 57-63), “o processo de

modernização da agricultura e o de substituição de culturas se deu notadamente

durante a década de setenta. A substituição de culturas revelou-se apenas, como

um dos aspectos da modernização agrícola”. O processo de modernização agrícola

direcionou a agricultura para um elevado patamar tecnológico, intensificando o

capital e liberando a mão de obra desqualificada, empregada no campo.

O senso identifica um movimento migratório de 1970 a 1980, onde dois

milhões e 650 mil habitantes deixaram o Paraná, um milhão e 350 mil migraram para

as cidades e o restante para outros Estados das regiões Centro-Oeste e Norte do

Brasil, sendo mais expressiva a desocupação nas regiões Norte e Oeste do Estado.

A modernização foi fortemente incentivada pelo Estado e o intuito principal foi

o de proporcionar meios que acelerassem as transformações na base técnica de

produção. Um destes meios, e o mais importante, foi o crédito rural, que

viabilizava a aquisição de maquinários e insumos agrícolas, transformando a

agricultura na principal fonte de produção de bens exportáveis.

Por sua vez, a política de desenvolvimento agrícola, feita em moldes

economicistas, despreocupada com a problemática social, de acordo com

ANDRADE (1979. p.62) vem contribuindo para aumentar o desemprego no meio

rural, acelerando o processo de migração rural-urbano. Procura-se montar todo um

sistema que visa proteger o grande produtor facilitando o crédito, para formação de

grandes plantios destinados a exportação. Os mecanismos de crédito e a

assistência agronômica só são facilitados aos grandes e médios produtores, pois

oferecem garantias aos empréstimos, enquanto que os pequenos produtores

chegam até a temer a realização de transações bancárias. Este fato é tão verídico

39

que um levantamento realizado entre os 30 produtores pesquisados, apenas dois

utilizam financiamento agrícola, enquanto os demais procuram produzir com

recursos próprios, ou aguardam uma política agrícola do governo que venha de

encontro com seus objetivos.

Foi constatado que na zona rural da Vila Guadiana, o abandono da cultura

cafeeira e sua erradicação por completo ocorreram nas décadas de 80/90. A partir

disso, verifica-se que a introdução da sericicultura se deu a partir de 1986.

Alguns produtores reclamam da falta de liberdade na respectiva atividade.

Muitos já desistiram e não sabe o que plantar, outros não se decidiram se irá mudar

de atividade, pois se sentem desestimulados pela atual política do governo e pelos

próprios vizinhos, sobre o trabalho e os sacrifícios, sem retorno com a criação do

Bicho-da-seda, além das dificuldades encontradas em todos os setores.

Figura 15 - Exemplo de propriedades Modernizadas no Paraná

Fonte: https://www.google.com/search/br=modernizacao=da=agricultura=no=parana

6.3 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO NORTE E NOROESTE DO PARANÁ E EM MANDAGUAÇU

A modernização da agricultura brasileira vai além do processo técnico na

agricultura, também modifica a organização e, consequentemente, as relações

sociais de produção.

A respectiva modernização altera a composição e a utilização do trabalho,

aumentando o uso do trabalhador boia-fria, assim como o pagamento pela força de

trabalho (que é o assalariamento). Os pequenos produtores são expropriados,

dando lugar aos moldes empresariais de organização da produção, como afirma

40

Graziano Neto (1985. p.27) fica evidente que a chamada modernização da

agricultura não é outra coisa (...) que o processo de transformação capitalista da

agricultura.

Diante da constatação dos problemas que interferem na produtividade agrícola,

houve a necessidade de se modernizar todo o processo também no Paraná. Nos

estudos realizados por Moro, o processo de modernização na agricultura pode ser

compreendido:

Como a extensão direta da economia cafeeira paulista, o desenvolvimento do norte do Paraná e consequentemente do norte novo baseou-se firmemente na experiência, conhecimento, capital e trabalho das regiões cafeerias mais antigas de São Paulo. A mais rápida ocupação humana da história econômica do Brasil verificou-se com o Norte novo do Estado do Paraná, graças à expansão da lavoura cafeeira, em particular a partir do final da década de quarenta, de sorte que toda a área compreendida entre Londrina e Maringá, que em 1931 não era mais que um deserto florestal, transformou-se em pouco tempo, num dos centros agrícolas mais ricos do Brasil tropical. Nesta região instalou-se no início de sua ocupação, na maioria dos estabelecimentos rurais, a monocultura comercial do café, voltada para o mercado externo associado durante a fase de formação dos cafezais com uma policultura comercial de sustentação, de produtos como feijão, arroz, milho e mandioca, além de uma pecuária de subsistência, posteriormente em menor escala, como cultura de subsistência, quando então o cafezal já estava em franca produção, cujos excedentes se destinavam à comercialização nos grandes centros urbanos regionais. Simultaneamente, em número reduzido, alguns estabelecimentos seriam ocupados por outras atividades produtivas como cultura do algodão, do milho e criação de gado. Esta última já em ampliação nos anos sessenta em função dos programas de erradicação de cafeeiros poucos produtivos, da política de desestímulo de preços aos produtores de café e dos efeitos danosos das geadas bem como outros fatores não só conjunturais, assim como estruturais, mas também circunstanciais e locais, contudo, mais recente, isto é a partir dos últimos

anos da década de sessenta. MORO (1980. p.24-26).

Toda mudança que ocorre no espaço implica em danos à natureza e acarreta

problemas sociais, influenciando nos meios e modos de produção, favorecendo

alguns e prejudicando uma grande parte. Consequentemente, abala a economia,

altera os ritmos de vida, a cultura, e os costumes da população.

O processo de modernização agrícola contribuiu para expulsar parte

significativa da população do campo que se refugiou nas cidades, principalmente na

periferia, causando sérios problemas urbanos, caracterizando-se como: “(...) um

crescimento urbano caótico e desigual, onde parte da população passa a residir em

bairros periféricos, com infraestruturas precárias” conforme relata Antônio (1991.

p.104). Sem rede de esgoto, água tratada e pavimentação nas ruas, sem acesso a

saúde e ao mercado de trabalho, tornando-se uma sociedade marginalizada.

41

Segundo a caracterização apresentada nas pesquisas de Moro (1988. p.21), esta

nova ordem deteriora a qualidade de vida urbana, pois se verifica o desenvolvimento

de um processo muito rápido de urbanização, que contribui para agravar os

problemas sociais e problemas urbanos econômicos.

O Norte do Paraná, tradicionalmente a principal região agrícola do Estado

conheceu, entre os anos de 1970 e 1991, um significativo êxodo rural. Sua

população rural de 66,5% passa para 25,1% num curto espaço de tempo. O inverso

ocorre com a população urbana que de 33,5% passa a representar 74,9%.

Por sua vez, o município de Mandaguaçu situado na Microrregião geográfica

de Astorga, integrante da Mesorregião Geográfica do Norte Central Paranaense,

também conheceu problemas decorrentes da modernização agrícola. Entre 1970 e

1991 sua população rural de 72,1% passa para 24,3%, ocorrendo e inverso com sua

população urbana que de 27,9% passa a representar 75,7%. Conforme

levantamento efetuado por MORO:

Entre o final da década de sessenta e o início da década de setenta, a região contida no Norte Novo de Estado do Paraná, passou a assistir, de início lentamente e logo a seguir de forma mais dinâmica, à substituição de suas lavouras de café, que até então dominavam de maneira absoluta a paisagem regional caracterizando a presença de uma monocultura comercial, pela cultura associada soja trigo. Contudo, anteriormente, isto e, pelo menos até meados da segunda metade dos anos sessenta, regionalmente a cafeicultura já vinha cedendo lugar às pastagens, notadamente como resultado dos programas oficiais de erradicação de cafeeiros antieconômicos, além de outros fatores que também afetaram os empreendimentos econômicos da cultura do café. (MORO. 1980.p.1).

Os quadros regionais modificam-se continuamente em sua evolução pela

atuação combinada de processos dinâmicos e de suas forças de inércia. Os

primeiros podem ser encontrados nas transformações de ordem técnica, enquanto

que os segundos podem ser encontrados nas resistências ou pressões humanas. A

implantação de novas culturas em substituição a outras desempenha um papel

importante nas transformações do quadro regional. (KAISER. 1973).

A implantação de novas culturas de caráter temporário, com elevado índice

de mecanização, em substituição às culturas permanentes, com elevado emprego

de técnicas agrícolas quase que exclusivamente braçais, certamente exigem

transformações técnicas que se refletem em modificações da organização social e

42

econômica do quadro regional, que por sua vez se expressam na organização do

seu espaço.

Todo quadro regional é compartimentado em duas classes ou ordem de

espaços geográficos; o urbano e o rural. Quando em determinado quadro regional

se promove a substituição de culturas, é, sobretudo no seu espaço rural que se

manifestam as transformações técnicas, por conseguinte, é nele que a organização

do espaço sofrerá inicialmente transformação mais significativa, muito embora, elas

ocorram num processo dialético entre a cidade e o campo, MORO 1980.

6.4 A SUBSTITUIÇÃO DE CULTURAS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

No norte do Paraná, na Microrregião Homogênea do Norte Novo de Maringá,

o processo de substituição de culturas, com todas as suas consequências, em

relação à organização do espaço, foi de uma rapidez e dinâmica acentuada. Isto

porque, além dos fatores conjunturais setoriais que interviram no processo, os

fatores locais e circunstanciais desempenharam importante papel na sua aceleração

(MORO: 1980). A modernização da agricultura não foi benéfica para os pequenos

produtores e muito menos, para os trabalhadores rurais, eles foram constituir os

chamados "bolsões" de miséria que se tornaram comuns nos centros maiores do

norte paranaense a partir de 1975 (FLEISCHFRESSR: 1988).

Em alguns municípios, a área liberada pela cafeicultura foi ocupada por

outras atividades produtivas, em segundo plano, sobretudo pela cultura de cana-de-

açúcar e do algodão (TEIXEIRA: 1989). Um exemplo que muito esclarece é citado

por ANDRADE afirmando que:

Dentro de um esquema teórico, baseado quase sempre em um modelo importado, a grande solução para o problema agrário no Brasil seria o encaminhamento das atividades agrícolas e das gerências das empresas rurais no sentido de torna-las verdadeiras empresas capitalistas, modernas. Em unidades que obtivessem em elevado nível de produtividade, proporcionando ao proprietário uma boa margem de lucros não entrariam na análise do modelo o impacto ecológico provocado pelo processo da cultura e, muito menos a repercussão social sobre a oferta de emprego. Os problemas sociais não seriam variáveis para o economista ortodoxo. Assim, provocaríamos rapidamente o desaparecimento da pequena agricultura, feita por sitiantes, por meeiros e por arrendatários nas terras mais distantes e que dão aos mesmos a renda em alimentos que não é contabilizada, por que consumida pelo produtor, não entrando, consequentemente, no cálculo do PIB nem da "renda per capta". Esquecem-se, porém os planejadores

43

teóricos que se esta renda não é contabilizada, não entra na renda nominal do produtor, ela participa do seu salário e traz-lhe grandes benefícios, pois evita a compra de uma série de produtos. (ANDRADE. 1979.p.78-79).

O referido autor esclarece que todo o processo de modernização, mesmo

sendo realizados planejamentos, nem sempre apresenta características somente

positivas, ou seja, muitas vezes, ocorrem perdas significativas em vários aspectos.

Diante disso, constantemente, há a substituição de uma cultura por outra, que num

determinado momento pode oferecer outras vantagens.

6.5 A SUBSTITUIÇÃO DE CULTURAS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS EM

MANDAGUAÇU

Na década de 60, a economia cafeeira inicia sua fase de decadência no

Paraná, justificado por: secas, geadas, desestímulo de preços e erradicação dos

cafezais estimulados pelo governo. A partir disso, observa-se na região Norte do

Paraná, a introdução de outras culturas, como o algodão, a soja e a pecuária.

Em razão das transformações na produção agrícola, verifica-se também uma

expansão, acompanhada de diversificação e concentração no setor agroindustrial

regional. São realizados projetos para estímulos à produção da matéria prima pelo

setor agrícola de forma integrada. Hoje as indústrias são instaladas no local da

produção da matéria prima.

Como sugestão ao pequeno produtor e implantado como alternativa para

reverter o quadro, destaca-se em pequena escala, o cultivo da sericicultura, que se

iniciou na região no começo da década de 70, com um pequeno número de

produtores. Foi uma das saídas encontradas para voltar a produzir capital para

sustentação da família e financiar alternativas para a propriedade.

Esse tipo de produção sempre foi desenvolvido de maneira integrada, uma

vez que as indústrias fornecem os insumos básicos, colocando o produtor em total

dependência, sem condições de alternativas, pois os investimentos aplicados na

construção do barracão de criação e o plantio da amoreira não podem ser

aproveitados. O produtor não pode deixar a atividade sem incorrer em perdas. A

única vantagem desta atividade é que emprega toda família, trabalhando em

conjunto na propriedade, utilizando toda mão-de-obra independente da idade e sexo.

(ASSUMPÇÃO; GALINA; CONSONI: 1990.p.135-137).

44

A figura 16 ilustra um barracão de criação do bicho-da-seda e o plantio de

amoreira, também é possível perceber a proximidade da plantação da amora e da

residência do produtor.

Figura 16 – Barracão de criação do Bicho-da-seda e plantio de Amora

Fonte: FACINA, Natal.

45

ATIVIDADE 1

De acordo com o texto acima, responda as questões a seguir:

1) Em que década teve início a modernização da agricultura no Brasil? E o que ela

trouxe de moderno para receber esse nome?

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

2) Elabore um texto citando os pontos positivos e negativos da modernização da

agricultura no Brasil, lembrando-se de escrever sobre as consequências dessa

modernização, em relação ao trabalho humano e à mobilidade da população no

território:

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

.................................................................................................................................

46

ATIVIDADE 2

1) Como e quando iniciou a modernização do Paraná?

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

2) O processo de modernização do Paraná trouxe consigo algumas mudanças na

vida dos paranaenses em relação ao trabalho e a mobilidade populacional. Quais

foram essas mudanças?

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

3) Buscando o entendimento do processo de modernização do Paraná, pode ser

constatado que o município de Mandaguaçu, como todos os demais municípios

paranaenses passou por essas transformações, principalmente no que tange a

rotatividade de cultivos agrícolas. De acordo com MORO, 1980. Responda:

Quais cultivos foram introduzidos nesse período, principalmente no Norte,

Noroeste e, mais precisamente, no município de Mandaguaçu?

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

47

ATIVIDADE 3

Fonte: https://www.google.com/search.br– visita realizada em 10/11/2013.

Atividade de preparação do roteiro para entrevista. Dividir a galera em

equipes com quatro membros. Elaborar o questionário a ser aplicado com os

produtores do Bicho-da-seda. Entrevistar pessoas que trabalham na respectiva

atividade. Obter relatos de como era a vida antes de substituição de culturas e qual

era o cultivo feito anteriormente.

Entre os alunos da turma da EJA, há alunos que viviam da lavoura do café e

que após a geada, com a substituição de culturas tiveram que vir para a cidade.

Conversar com eles e registrar suas histórias, bem como questioar como sobrevivem

hoje. Entrevistar pessoas que cultivavam café e atualmente cultivam o bicho-da-

seda. Listar os aspectos positivos e negativos.

SOLTANDO A IMAGINAÇÃO

A GALERA PENSA E MIRA NO ALVO

48

PERGUNTE AO CRIADOR DO BICHO-DA-SEDA

Por que optou pelo Bicho-da-seda?

Quando a cultura da amoreira chegou a Mandaguaçu?

Quais os fatores que influenciaram na substituição do café pelo bicho-da-seda?

Obtenha informações sobre o cultivo da amoreira: Como é plantado?

Quais são os insumos usados durante o cultivo?

Qual o tempo necessário desde o plantio até à colheita?

O insumo usado na roça tem que origem?

Os produtos (herbicidas, inseticidas, implementos) são prejudiciais à saúde humana

e ao solo?

Qual é a mão-de-obra utilizada na produção do café e atualmente na produção do

casulo e manejo da cultura?

Quais as variedades de amoreira e qual a mais recomendada?

Quantas espécies de bicho-da-seda existem e qual é criado na região. Por que

optou por esta espécie?

PERGUNTE AO AGRÔNOMO OU TÉCNICO

O que você acha da produção do casulo? Toda produção é destinada a exportação.

Quais as vantagens e desvantagens dessa cultura para o produtor e para o Brasil?

Em sua opinião, qual foi a principal transformação que o espaço no Noroeste do

Paraná sofreu com a entrada do bicho-da-seda?

Quais os pontos positivos e negativos que a produção do bicho-da-seda trouxe para

o município?

Por que é empregada tão pouca tecnologia nesta cultura?

Quais os impedimentos?

Comente sobre os investimentos em pesquisa nessa área?

PROCURE COLHER DO AGRICULTOR E DO AGRÔNOMO A SITUAÇÃO SOBRE:

Esgotamento do solo;

Ciclo vicioso de fertilizantes;

Perda de biodiversidade;

Erosão do solo;

Poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes;

Redução da mão de obra rural.

49

7. UNIDADE 4

INDICE DA UNIDADE 4

Viabilidade econômica e a cultura da amoreira ...................................................... 50

Mapa do estado do Paraná e os municípios produtores de bicho-da-seda .......... 50

Viabilidade econômica e a cultura da amoreira no Noroeste do Paraná ................. 51

A cultura da amoreira............................................................................................... 52

Projeto civil do barracão ou sirgaria ........................................................................ 53

Fotos: externa e interna do barracão do projeto acima .......................................... 53

Apresentando o bicho-da-seda ............................................................................... 54

História do bicho pelo Mundo .................................................................................. 55

Ciclo de vida do bicho .............................................................................................. 56

ATIVIDADE 1 .......................................................................................................... 57

ATIVIDADE 2 .......................................................................................................... 59

ATIVIDADE 3 ........................................................................................................... 60

50

7.1 VIABILIDADE ECONÔMICA E A CULTURA DA AMOREIRA

No Paraná, a sericicultura é explorada há pouco mais de 20 anos e, nesse

período, teve um crescimento expressivo, incorporando-se rapidamente como

alternativa econômica de diversificação dos pequenos e médios proprietários rurais.

Com esta expansão, a sericicultura, rapidamente, vem ocupando pequena parte da

área anteriormente ocupada pela cafeicultura. A região noroeste hoje detém 70% da

produção do Estado. As condições climáticas do Paraná são altamente favoráveis,

tanto ao desenvolvimento da cultura da amoreira, quanto à criação do bicho-da-

seda.

Assim, a atividade que teve início no final da década de 1960, na Região

Norte pioneiro, expandiu-se na década seguinte para o noroeste, depois para a

região norte e centro oeste do estado. Posteriormente, na década de 80, para Oeste

e vale do Ribeira e, finalmente, para a região Sudoeste.

O mapa abaixo mostra os municípios paranaenses que mantém a cultura da

amoreira, alimento básico para criação do Bicho-da-seda.

Figura 17 - Mapa do Estado do Paraná e os Municípios Produtores de Bicho-da-Seda

Fonte: HANADA Yukimitsu, WATANABE K. Jorge - EMATER - Empresa Paranaense de Assistência – Org. FACINA, Natal.

Mandaguaçu - Maringá

51

7.2 VIABILIDADE ECONÔMICA E A CULTURA DA AMOREIRANO NOROESTE DO PARANÁ

Conforme demonstra o mapa do Estado do Paraná e os municípios

produtores de bicho-da-seda, figura 17, as maiores concentrações de sericicultura

são notadas nas regiões Norte e Noroeste do Estado. Atualmente, estão

incorporados no Paraná, 228 municípios onde se produz casulos verdes. A região

noroeste é a que mais se destaca e detém a maior produção do estado. Embora o

Paraná seja o maior produtor de casulos verdes do Brasil, a participação na

produção de fios de seda é de apenas 44,45% (1993), o restante é manufaturado

nas fiações do estado de São Paulo. Isto comprova a potencialidade do Paraná na

verticalização da produção com a implantação de novas agroindústrias, visando

maior agregação de rendas e geração de novos empregos, criando outros benefícios

como:

a) Viabilidade econômica desta atividade para as pequenas e médias propriedades

rurais.

b) Ocupação intensiva de mão-de-obra familiar, não só dos proprietários, como

também a geração de um grande número de empregos para as famílias que

fazem uso desta atividade no sistema de parceria.

c) Contribuição significativa na fixação do homem do campo, diminuindo o êxodo

rural.

d) Contribuição na preservação do meio ambiente, pois a cultura da amoreira

mantém o solo coberto por um longo período do ano, além do seu sistema

radicular pivotante e superficial e, também não se usa agrotóxicos diminuindo a

ação poluidora do meio ambiente.

e) Influencia do associativismo, pois no Paraná, a atividade teve maior impulso e de

forma ordenada, devido à organização dos sericicultores.

7.3 A CULTURA DA AMOREIRA

As folhas da amoreira, até hoje, são consideradas o alimento básico para as

lagartas do bicho-da-seda, sendo utilizadas como forrageira de outros animais, no

caso de caprinos, ovinos, bovinos, etc. Praticamente não são utilizadas outras

52

plantas na alimentação do bicho-da-seda, por fatores econômicos e teor de

proteínas. O sucesso na criação depende principalmente do seu principal alimento

as folhas da amoreira que são ricas em proteínas, essenciais para a produção da

seda. O criador sabe que se a comida for boa o bicho vai produzir fios da melhor

qualidade.

Para a obtenção de melhores resultados, é fundamental antes de iniciar o

plantio, pesquisar o tipo que mais se adapta e se desenvolve na região. Na região

de Mandaguaçu as variedades de amoreira mais comum cultivados são: Calabresa,

Miura, Kori, Formosa.

Antes de se iniciar um projeto de implantação da criação, tem que serem

observadas algumas condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura da

amoreira e instalação do barracão de criação. O clima e o solo são condicionantes

decisivos na hora da escolha e devem ser tomados alguns cuidados como:

a) ESCOLHA DO TERRENO: observar a altitude, declividade, profundidade do

solo, exposição do solo, conservação do solo, vias de acesso e culturas vizinhas.

Para condições ideais na obtenção de um bom rendimento foliar, é necessário

que o solo tenha boa estrutura, fertilidade, teor de matéria orgânica, retenção de

umidade, permeabilidade, boa profundidade, de preferência que contenha: 45%

de partículas do solo; 25% de oxigênio; 25% de umidade; 05% de matéria

orgânica. A amoreira, embora possa vegetar em solos pobres, se desenvolve

muito mais e prefere um solo de alta fertilidade. Deve ser evitado o plantio em

baixadas, onde há encharcamento e solos com mais de 30% de seixos com

diâmetro superior a cinco centímetros.

b) CLIMA: os principais fatores que influenciam no desenvolvimento vegetativo da

amoreira são: temperatura do ar; precipitação pluviométrica; insolação; geadas e

ventos. Quando estas condições não são favoráveis, pode ocorrer o atraso no

seu desenvolvimento vegetativo e, em consequência, o aparecimento de

moléstia e pragas. A amoreira pode se adaptar em todo o Brasil, mas se

desenvolve melhor na temperatura de 25ºC, podendo oscilar de 20ºC a 30ºC.

Quanta pluviometria exige um índice entre 1500 mm a 1800 mm, distribuídos

durante o ano.

53

c) PROJETO CIVIL: o comprimento, a altura, a largura, as condições de ventilação

e iluminação e a limpeza do barracão são fatores que devem atender às

necessidades funcionais de muita importância na produtividade e deve ser

construído em local adequado, perto da residência para facilitar o trajeto e o

acompanhamento. O espaço interno do barracão deve ser livre, sem pilares

facilitando o manejo durante o trato das larvas e limpeza do barracão.

As figuras abaixo ilustram uma planta que funciona na propriedade do senhor

Valdomiro Stabele na Vila Guadiana, próxima a Mandaguaçu,as fotos são vista

parcial externa e externa do mesmo barracão.

PROJETO CIVIL DO BARRACÃO OU SIRGARIA

Figura 18 - Planta alta do Barracão

Figura 19 - Planta baixa do Barracão

Depósito de amora, área 10% da área.

do barracão 18 m2.

6x3

10 METROS 11 METROS

Fonte: STABELE Waldomiro, desenho elaborado a partir das informações do proprietário, visualização e medidas do local

– Chácara Santa Luzia nº 54, Rod. Irineu Salvoldi, PR 552 km 1 Trevo de Guadiana, execução Natal Facina.

1 - Vista externa do barracão

2 - Vista interna do barracão, bicho na 4ª idade

Fonte: FACINA, Natal – Vista externa e interna do barracão de criação do bicho-da-seda. Propriedade do senhor Valdomiro Stabele. Na foto o produtor e o pesquisador.

Corredor 40 cm livre

1,55 metros

1,55 metros

Corredor 40 cm livre

1,55 metros

1,55 metros

Corredor 40 cm livre

1,55 metros

1,55 metros

1,55 metros

1,55 metros

Largura 10 metros

Comprimento 24 metros

Altura

3,5 metros

54

7.4 APRESENTANDO O BICHO-DA-SEDA

O bicho-da-seda é um inseto

selvagem que ao longo do tempo,

assim como os animais foi

domesticado pelo homem. Com

sua reprodução em laboratório em

escala comercial, foi perdendo

suas características, foi através de

muita pesquisa e seleção de

espécies que se chegaram às

variedades artificias de hoje,

adaptado para ser alimentado em

cativeiro (barracão do bicho-da-

seda) é impossível sobreviverem

na natureza.

Fonte: http://muitasrisadinhas.blogspot.com.br acesso em 18 de Nov. 2013

Fonte: http://profwladimir.blogspot.com.br – acesso em 18/11/2013.

55

A lenda conta que uma imperatriz chinesa, por nome de Xi Ling-Shi, tomava o

seu chá à sombra de uma amoreira, quando um pequeno casulo caiu na sua xícara.

Pegando o fio, começou a desenrolar o casulo, sentindo a maciez da seda nos seus

dedos. Terminando de desenrolar o casulo, percebeu a presença de uma crisálida,

concluindo que era aquela crisálida a responsável pela criação do fio de seda.

Historiadores registram que a produção dos primeiros tecidos de seda foi feita na

China, há mais de cinco mil anos e mantida em segredo por muito tempo. Supõe-se

que alguns ovos do bicho-da-seda foram levados escondidos por dois monges no

início da era cristã para a Europa. Os imperadores se encantavam e cobiçavam

muito o tecido para confecção de suas vestes, pagando um preço muito alto.

FIGURA DA IMPERATRIZ CHINESA XI LING-SHI MAPA POLITICO DA CHINA ATUAL

Fonte: http://bichodasedatdc.blogspot.com.br Acesso em 18/11/2013

Fonte: http://historiandonochicoprado.blogspot.com.br Acesso em 18/11/2013

A chegada da família Real portuguesa ao Rio de Janeiro, há 200 anos, trouxe

consigo grandes mudanças para o Brasil, que era apenas uma colônia que servia

apenas para abastecer Portugal. De posse das terras brasileiras, dom João

começou as mudanças, criando oportunidades para o desenvolvimento e

implantando atividades agrícolas trazidas de Portugal; uma delas foi à sericicultura.

Figura 21: Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transferencia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil - acesso em 18 de Nov. 2013

56

7.5 CICLO DE VIDA DO BICHO

O ciclo de vida do bicho-da-seda vai da eclosão do ovo na chocadeira até a

transformação da lagarta em mariposa dentro do casulo. Este ciclo depende das

condições climáticas podendo variar, normalmente dura 21 dias. O ciclo de vida da

lagarta é dividido em cinco fases ou idades e a cada fase acontece um período de

dormência que dura entre 24 a 30 horas Dias. Nesse período, elas param de comer.

No restante do tempo, é preciso ser sempre alimentada com folhas da amoreira

(Morus spp.) durante o dia e também durante a noite. Quando atinge tamanho que

varia de sete a oito centímetros, chamado pelos criadores de quinta idade são os

dias mais trabalhosos, pois elas comem mais durante sete Dias depois não comem

mais. Os bosques são baixados e cada bicho procura seu compartimento para

casular, quer dizer o inseto vai tecer o fio com cerca de 1 metro de comprimento em

volta de si. Quando amadurece um período de cinco dias dentro do casulo, é

chegado o momento da colheita e, rapidamente deve ser colhido e vendido

imediatamente. Vencido o tempo, a lagarta se transforma em mariposa e pode furar

o casulo, provocando perda no valor comercial.

1-mariposa do bicho-da-seda depositando ovos

2- Lagartas do bicho-da-seda se alimentando

3- Lagartas do bicho-da-seda encasulando

4-Casulos do bicho-da-seda pronto

Fonte: http://www.yunphoto.net/pt/photobase/hr/hr7881.html - acesso em 18 de Nov. 2013

57

...................................................................................................................................................................

ATIVIDADE 1

1) Conte como começou a exploração do Bicho-da-seda no Estado do Paraná.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

2) Escreva o ciclo de expansão da cultura pelo estado. ........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

3) Quantos municípios do Paraná cultivam o Bicho-da-seda e em qual região do

estado ocorre a maior concentração?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

4) Relate os benefícios que a cultura do Bicho-da-seda traz para os produtores

rurais.

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

5) Por que há diferenças na produção de casulo com melhor teor de seda,

consequentemente, melhor preço entre um criador e o outro?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

58

6) Quais as variedades de amoreira cultivadas na região noroeste?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

7) Comente quais são os cuidados essenciais que o produtor deve tomar antes de

iniciar a cultivar o bicho-da-seda?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

8) Observe as figuras: planta alta, fig.18 e planta baixa, fig.19 as fotos: interna e

externa do barracão do bicho-da-seda, fig.20 e confeccione uma maquete,

escolha a escala que melhor representa para que as medidas fiquem perfeitas.

Para ajudar nos cálculos, conte com o professor de Matemática.

59

ATIVIDADE 2

Usando a sala Paraná digital, projete o

conteúdo história do bicho pelo mundo,

faça um breve comentário, socialize

com o professor de história. Em

seguida, todos conectados pesquisar

sobre:

Depois de concluída a pesquisa, fazer uma síntese - Sugestão de Sites https://www.google.com.br/ - digitar as mesmas palavras da pesquisa https://www.google.com.br/search=origem+do+bicho+da+seda&oq=origem+do+bicho+da+seda

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

Origem da seda

Como chegou ao Brasil

Quais produtos usa o fio da seda como

matéria prima na fabricação

60

.......................................................................................................................................................

ATIVIDADE 3

Convivendo com o bicho

Peça ajuda para o professor (a) de

Ciências e Biologia. Usando a sala Paraná

digital, projete o conteúdo ciclo de vida do

bicho, faça um breve comentário. Em

seguida, todos conectados pesquisar

sobre:

Sites

https://www.google.com.br/

https://www.google.com.br/search=origem+do+bicho+da+seda&oq

=origem+do+bicho+da+seda ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

As etapas e tempo de

uma criada dentro de

um barracão do Bicho-

da-Seda, desde a

compra das larvas até a

venda do casulo.

61

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A oportunidade de estudar por meio do Programa de Desenvolvimento

Educacional, promovida pela Secretaria de Estado do Paraná, foi um processo que

possibilitou a realização de uma pesquisa, com enfoque principal na cultura da

sericultura.

A Produção Didático-Pedagógica possibilitou ao pesquisador elaborar um

material adequado às especificidades locais, dando ao seu produtor autonomia,

criticidade e criatividade para construir alguns materiais, de acordo com a realidade

de seus educandos, após a constatação de que há a possibilidade de superação de

algumas dificuldades encontradas no processo de ensino/aprendizagem na

disciplina de Geografia. Além disso, o respectivo material poderá servir de apoio aos

demais professores da rede.

Além disso, o material auxiliará o aluno na compreensão da realidade que o

cerca e, assim ele mesmo possa fazer a leitura crítica do seu espaço, pois o mesmo

apresenta sugestões de atividades práticas, ou aulas de campo, que o levará,

através da pesquisa, conhecer as diferenças entre a agricultura familiar produzida

com técnicas rudimentares e a agricultura moderna produzida com alta tecnologia e

direcionada à exportação.

Diante dessas possibilidades, o próprio aluno perceberá as transformações

ocorridas no meio ambiente e, de posse desse conhecimento específico, poderá

intervir criticamente no meio em que vive.

Ao final desse trabalho, certamente o aluno terá condições para diferenciar as

diversas paisagens, bem como poderá agregar tais conhecimentos, tão importantes

na sua formação enquanto cidadão.

62

10. REFERÊNCIAS

ANDRADE, Manuel Correia de Agricultura e Capitalismo. São Paulo, Livraria

Ciências humanas, l979. ASSUMPÇÃO, Gomes Antônio, GALINA, Aparecido Laudenir e CONSONI, Reinaldo. Mudanças no padrão de desenvolvimento agroindustrial; o caso do Norte do Paraná. In, Revista de Economia Social Rural, Brasília, 1990. BIGARELLA, Joaquim José & POPP, José Henrique Formações Cenozóicas do Noroeste do Paraná. An. Cad. Brasil. Ciência, vol. 47, Curitiba-porto alegre, 1975.

BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Boletim de Serviço, ano XXXVIII, Rio de Janeiro, julho, 1989. BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. VIII Recenseamento Geral - 1970. Rio de Janeiro, Volume I - Tomo XIX, julho, 1989.

BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. IX Recenseamento Geral - 1980. Rio de Janeiro, Volume I - Tomo 03-número 18, julho, 1989. BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Sinopse do Recenseamento Geral - 1996. Maringá, Dados preliminares. Arquivo magnético, IBGE, 1997.

BRASIL. Ministério do interior, Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul. Projeto Noroeste do Paraná - Mapeamento preliminar. Porto alegre, Contrato

02/71 - 0.5.3 - SUDESUL - UFRGS, 1973. CÂMARA SETORIAL DE SERICICULTURA - Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Política Agrícola, Plano de Desenvolvimento da Sericicultura para o Estado do Paraná. Maringá, ER/OF. No. 332/95 -, 1995. CAVAL, Paul. Evolución de La geografía humana. Barcelona, Oikos-Tau, s. a. Ediciones. Barcelona, 1974

COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ. Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná. São Paulo, Publicado em comemoração aos 25 anos de fundação da CNTP, 1975. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo, Ática, 3 a.

Edição, 1990. EL-KHATIB, Faissal. História do Paraná. Curitiba, Grafipar, 1969. EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná Crie bicho-da-seda - Curitiba,

1979.

63

EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná. Recomendações Técnicas do V Encontro de Sericicultura, 5ª. Edição - Curitiba, 1981.

FLEISFRESSER, Vanessa. Modernização Tecnológica da Agricultura. Livraria do

Chain Curitiba, 1988. GRAZIANO da Silva, José. Progresso técnico e Relações de Trabalho na Agricultura Brasileira. São Paulo, Hucitec, 1981.

GRAZIANO da Silva, José. Estrutura Agrária e Produção de Subsistência na Agricultura Brasileira. 2ª. ed. Hucitec, São Paulo, 1980. GRAZIANO da Silva, José. A Modernização dolorosa. Zahar, Rio de Janeiro, 1982. GRAZIANO da Silva, José. O que é questão Agrária. 12a. Edição. Editora Brasilense, São Paulo, 1986. GRAZIANO, Neto Francisco. Questão Agrária e Ecologia - Critica da Moderna

agricultura. 3ª. edição, Brasilense. São Paulo, 1986. 154 p. HANADA, Yukimitsu; WATANABE, K. Jorge - EMATER - Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná. Manual de criação do Bicho da Seda. Curitiba, 1986. IAPAR-EMBRAPA & SUDESUL. Levantamento de reconhecimento dos Solos do Estado do Paraná. Tomos I e II, londrina, 1984.

IMAGEM DE SATÉLITE DO GOOGLE EARTH. Acesso em 30 de jun. de 2013 IPARDES - LEÃO, C.C.Z. Igor. O Paraná nos anos setenta, coleção teses 1, 1989.

IPARDES. As migrações e a transformação da estrutura produtiva fundiária no Paraná. Curitiba, 1983. JABUR, Issa. Chaibem. Revisão Estratigráfica da Formação Caiuá. In: Boletim de Geografia. Universidade Estadual de Maringá, ano 20, Maringá, 1984. KAISER, Bernard. A região como objeto de estudo de geografia. In GEORGE, Pierre et lii. A Geografia Ativa. 4ª. ed. DIFEL. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1975. MAACK, Reinhard. Geografia Física do Estado do Paraná, Banco de

desenvolvimento do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Instituto de Biologia e pesquisas tecnológicas. Curitiba, 1968. MANDAGUAÇU, Prefeitura Municipal de ADEVIG, Plano de Desenvolvimento Comunitário de Vila Guadiana - P.D.C.I. 1991.

64

MARTINE, George e GARCIA, Ronaldo Coutinho. Os impactos sociais da modernização Agrícola. São Paulo, Caetes, 1987. MAPA DO ESTADO DO PARANÁ. Disponível em: <www.portalxv.com.brM.ais>. Acesso em 30 de jun. de 2013. MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO. Instituto Brasileiro do café - Grupo Executivo de Racionalização do Café - GERCA, Cultura de Café no Brasil, Rio de Janeiro 1981, 4ª. Edição. MONBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo: tradução Ari França e

Raul de Andrade e Silva, Hucitec, Polis. São Paulo, 1994.

MORO, Dalton Áureo. Substituição de Culturas transformações na Organização do Espaço Rural do município de Maringá. Tese de Mestrado

apresentada a Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e ciências Humanas, Departamento de Geografia. São Paulo, 1980.

MULLER, Geraldo, Estado da Agricultura Agrária e população. Petrópolis, Vozes,

1980.

PARANÁ. Atlas do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Instituto de Terras Cartografia e Florestas, UFP. Curitiba, 1987.

PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO. Departamento Estadual de Estatística. Sistema de informações municipais. Estatísticas Municipais Mandaguaçu. Curitiba, 1982.

PARANÁ. SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DO PARANÁ. Programa de Desenvolvimento da Sericicultura do Estado, Maringá, 1995.

PARANÁ. Estado do Estado do Paraná. EMA - Secretaria do estado do Meio-

Ambiente IAP - Instituto Ambiental do Paraná, Curitiba, 1993.

SANTOS, França Claudemir História de Mandaguaçu, Mandaguaçu, 1989. SILVA, Sérgio S. Valor da Terra. São Paulo Polis, 1981.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, Centro de Ciências Biológicas e Saúde Departamento de Biologia, Animal, Anais do IV Encontro Nacional de Sericicultura, Belo Horizonte, 1992.

VALVERDE, Orlando. Estudos de geografia Agrária Brasileira. Petrópolis, Vozes, 1985.

VESENTINI, José William Sociedade e Espaço - Geografia Geral e do Brasil. 17ª.

edição, Ática, São Paulo, 1983.

65

WONS, Iaroslaw. Geografia do Paraná. 6a. edição, Ed. Ensino Renovado, Curitiba,

1994. SITES COLSULTADOS Biomas terrestres. Disponível em:

<http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=2884>. Acesso em 17 Nov. 2013 Cana-de-açúcar e solo arenoso. Disponível em: <http://www.panoramio.com/photo/3997110>. Acesso em 16 Nov. 2013 Como iniciar a sericicultura. Disponível em: <http://www.cpt.com.br/cursos-

pequenascriacoes/artigos/como-iniciar-a-sericicultura#ixzz2kvHjpYK4>. Acesso em 16 Nov. 2013 FIOS DE SEDA. Disponível em:< http://www.inovacaotecnologica.com.br/

noticias/noticia.php? artigo=bicho-seda-transgênico-produz-teia-Homem-Aranha>. Acesso em 14Nov. 2013 Fotos casulos, lagarta, mariposa. Disponível em: <http://diariodebiologia o-bicho-

da-seda-existe-mesmo/##UopeFhVTsdU>. Acesso em 03 Dez. 2013 MATA TROPICAL, Disponível em: <http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/treeatlan_3_abrangencia.htm>. Acesso em 16 Nov. 2013. Minerais e solos do Paraná. Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=99>.

Acesso em 16 Nov. 2013 MORTE BICHO DA SEDA MANDAGUAÇU. REPORTAGEM BICHO DA SEDA - BRATAC. BRATAC Bicho da Seda. TV Cresol - Produção Bicho da Seda Ibema. Morte do bicho da seda em Mandaguaçu. Reportagem bicho da seda - Bratac.

Bratac bicho da seda. tv cresol, Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2013/05/morte-de-criacoes-de-> Acesso em 03 Dez. 2013 Produtores de Itaquiraí explicam como é o cultivo do bicho da seda. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=bgpoCDCjdo0 29/11/2009> - Vídeo enviado por Vídeos MS Record. Acesso em 16 Nov. 2013 Produção do bicho-da-seda em mandaguaçu. Disponível em: <LetradaMusica.net>

STABELE, Valdomiro. Mandaguaçu, 15 de Nov. 2013. Terra Roxa (Solo) disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Terra_roxa_(solo),

acesso em 16 Nov. 2013.