OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · as políticas públicas...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS TIPO l: COMPREENSÃODO TRABALHO DO PEDAGOGO

Marta Guollo1

Janaina Damasco Umbelino2

RESUMO: Este estudo tem como finalidade refletir sobre o trabalho e intervenções do pedagogo naescola com relação às Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I. Para isso foi realizado, debates,discussões, leituras para entender em que medida o profissional de pedagogia pode contribuir para aelaboração do planejamento de ensino, voltado para o atendimento dos educandos das salas derecursos. Os objetivos foram de apresentar o trabalho a comunidade escolar; compreender a funçãodo professor pedagogo; estudar as políticas públicas; refletir sobre a capacidade dos alunos e acontribuição do pedagogo; analisar as avaliações psicoeducacionais feita pela dupla avaliadora econhecer os materiais didáticos pedagógicos existentes na Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I. Ametodologia utilizada nesta pesquisa foi bibliográfica e de campo. Inicialmente realizamos umapesquisa bibliográfica, buscando na literatura pertinente, documentos que ajudassem a responder aproblemática do tema escolhido. A pesquisa de campo foi realizada no Colégio Estadual deRenascença Padre José Junior Vicente, Renascença/PR- Ensino Fundamental e Médio, comprofessores do Ensino Regular e de Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I. Pode-se dizer, que otrabalho do pedagogo tem muita importância na elaboração do planejamento de ensino paraconhecimento e atendimento dos alunos que frequentam a Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I.

Palavras-chave: Pedagogo. Sala de Recursos. Avaliações. Materiais Didáticos.

1.INTRODUÇÃO

O ponto de partida para a realização deste artigo originou-se da possibilidade

encontrada dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE/PR, em

2013/2014, tendo como preocupação estar aliando o trabalho do pedagogo com a

Sala de Recursos Multifuncional Tipo I.

Em virtude disso é que foi pensado e construído este estudo com o intuito de

compreender de fato o papel relevante que o pedagogo desempenha neste contexto

da sala de recursos. Também de estar trabalhando com os professores da sala de

recursos, da sala regular e com os pedagogos este desafio de tornar a escola

inclusiva de forma dinâmica e participativa.

A problemática da pesquisa constitui-se: em que medida, o profissional de

pedagogia, pode contribuir para a elaboração de planejamento de ensino do

professor, voltados, para o atendimento dos educandos das salas de recursos?

1 Professora Pedagoga do Colégio Estadual de Renascença Padre José Junior Vicente - EnsinoFundamental e Médio. PDE/2013/2014.2 Professora Orientadora vinculada a Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE Campusde Francisco Beltrão.

Os objetivos planejados para este trabalho foram os seguintes: apresentar o

caderno pedagógico para a comunidade escolar do Colégio Estadual de

Renascença Padre José Junior Vicente - Ensino Fundamental e Médio;

compreender a função do professor pedagogo na escola e suas ações no trabalho

com os professores que atuam nas Salas de Recursos Multifuncional Tipo I; estudar

as políticas públicas existentes nas diversas instâncias governamentais sobre o

funcionamento das Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I; refletir através de

textos didáticos, a respeito das limitações significativas no funcionamento intelectual

dos alunos da Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I e a contribuição do

pedagogo; analisar as avaliações psicoeducacionais feita pela dupla avaliadora,

para entender quais são as informações apresentadas sobre o aluno; conhecer os

materiais didáticos pedagógicos, existentes na Sala de Recursos Multifuncionais

Tipo I, usados para superar as dificuldades de ensino-aprendizagem dos alunos.

Como justificativa foi pensado refletir e estudar com os professores tanto da

sala de recursos, como da sala regular de ensino e os pedagogos, sobre o que

apresenta as leis sobre o trabalho com esses alunos, ou seja, como devemos avaliá-

los, o que consta nas avaliações psicoeducacionais, como organizar as atividades e

materiais para trabalhar com eles, buscando dar subsídios teóricos e práticos para o

professor, com o intuito de desmistificar o paradoxo que existe no trabalho

pedagógico.

Diante disso, nós professores precisamos estar fundamentados com teorias

que possam sustentar a prática pedagógica nesta realidade das quais o sistema

escolar vem se deparando, visto que, em nossas salas de aula os alunos estão

postos e, portanto a escola deve estar preparada para além de recebê-los com suas

dificuldades, também compreenda o que pode fazer para atendê-los dentro do

currículo e de suas necessidades.

A princípio foi feita uma revisão literária para entender a evolução histórica da

profissão do pedagogo e das Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I e II.

A seguir, descreve-se as ações e resultados obtidos no desenvolvimento da

implementação do trabalho proposto e realizado com os professores no Colégio

Estadual de Renascença Padre José Junior Vicente- Ensino Fundamental e Médio -

Renascença-PR.

No final aparecem as considerações finais e as referências consultadas que

deram fundamentação para realização desse trabalho.

Como metodologia de pesquisa, fez-se a princípio uma pesquisa bibliográfica

pesquisando em autores e na legislação vigente, teorias que ajudassem a responder

a problemática do tema escolhido. As atividades práticas foram realizadas no

Colégio Estadual de Renascença Padre José Junior Vicente - Ensino Fundamental e

Médio, com professores, os quais participaram de leituras e discussões para

compreensão do trabalho do professor pedagogo na Sala de Recurso Multifuncional

Tipo I.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROFISSÃO DO PEDAGOGO

Nas últimas décadas muitas mudanças de ordem institucional e de legislação,

ocorreram com relação às atribuições do pedagogo. Ele exerce atualmente um papel

muito importante no ambiente escolar, pois, é também de sua responsabilidade a

organização do processo educativo, ajudando professores e alunos nas suas

dificuldades.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de

Pedagogia, em seu artigo 4º, a Pedagogia

(...) destina-se à formação de professores para exercer funções doMagistério na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de EducaçãoProfissional, na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas na qualsejam previstos conhecimentos pedagógicos. (...) As atividades docentestambém compreendem participação na organização e gestão de sistemas einstituições de ensino (...) (BRASÍL, 2006, p. 2).

Mas nem sempre as atribuições do pedagogo foram essas. Sendo uma

construção histórica que teve início na década de 1930, com a criação do curso de

Pedagogia, em 1939, através do Decreto Federal Lei nº 1190 de 1939, cuja função

do pedagogo não ficou bem esclarecida, pois a faculdade, segundo, Pires e

Bastos,(2013, p. 4) “formava através do “esquema 3+1”, bacharéis e licenciados

para várias áreas, inclusive pedagógica”.

Baseados em leitura de Silva (2003), onde traz uma retrospectiva do curso de

pedagogia discorre que, em 1962, após a promulgação da Lei de Diretrizes eBases

da Educação Nacional, nº 4.024/61, o curso de Pedagogia é reformulado com a

divulgação do parecer nº 292/62 que determina o estudo de três disciplinas

específicas: Psicologia da Educação, Elementos da Administração Escolar e

Didática e prática de Ensino sob a forma de Estágio Supervisionado.

Após aprovação desta lei, cogitou-se após muitas discussões entre

conselheiros do Conselho Federal da Educação a extinção do curso de Pedagogia.

Então em 1968, foi promulgada a Lei nº 5.540, estabeleceu que o curso de

graduação em pedagogia, ofertaria as habilitações em: Supervisão, Orientação,

Administração e Inspeção Educacional, visando atender as peculiaridades do

mercado de trabalho.

Em 1978, ocorreu o I Seminário de Educação Brasileira, promovido pela

Universidade Estadual de Campinas, onde professores e estudantes universitários

se organizam e tem a oportunidade de pensar sobre os estudos pedagógicos em

nível superior.

Também Saviani (2008) aborda sobre a pedagogia que, na década de 1980

as Universidades iniciam as reformas curriculares em suas instituições. Nessa

mesma década a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo organizou a I

Conferência Brasileira de Educação que dentre as reivindicações, pediam a

redefinição do bacharelado e licenciatura para terem uma base de estudos que

levasse à formação do professor-educador.

Nesse contexto, depois de muitas discussões a respeito da função e da

identidade do pedagogo, até a década de 1980, ainda a atuação específica deste

profissional não estava bem definida.

A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei nº 9394/96,

estabelecem seu artigo 64,A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica,será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, abase comum nacional (BRASIL, 1996, p. 7).

Com esta legislação da educação nacional, as discussões giram em torno das

diretrizes do curso de Pedagogia, as áreas de atuação e os eixos norteadores do

mesmo se encontram na Base Nacional Comum, com formação teórica e prática.

Para Libâneo (2002, p.30) a Pedagogia é,

(...) então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemáticoda educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que serealiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração daatividade humana.

Assim, em 15 de maio de 2006, foi homologada a Diretriz Curricular Nacional

para o curso de Pedagogia, o qual estabelece o exercício de docência e na área de

serviços e apoio escolar ao profissional de Pedagogia, além de formação teórica

articulada a prática docente.

Brzezinski (1996, p. 44) aponta que,O bacharel em pedagogia se formava técnico em educação, cuja função nomercado de trabalho nunca foi precisamente definida. A falta de identidadeo curso de pedagogia refletia-se no exercício profissional do pedagogo.

Diante dessa constatação acima, podemos analisar que o estado do Paraná,

através da Lei complementar nº 103/2004, que dispõe sobre o plano de carreira dos

professores da Rede Estadual de Educação Básica do Estado do Paraná, no artigo

5º, inciso 4º, estabelece que para o “exercício do cargo de Professor nas atividades

de coordenação, administração escolar, planejamento, supervisão e orientação

educacional é exigida graduação em Pedagogia”, o que antes dessa lei não era uma

exigência, portanto com isso o pedagogo foi tendo sustentação em sua formação e

também na sua área de trabalho melhor especificada.

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, no edital nº 10/2007 –

GS/SEED, de seleção para o concurso público, indica princípios da participação do

pedagogo na gestão escolar os quais devem nortear seu planejamento.

Nesta perspectiva, o trabalho do pedagogo teve uma caracterização mais

clara no seu campo de atuação nos espaços escolares, e no efetivo trabalho na

busca de uma qualidade de ensino na escola pública.

A partir destas reformulações, alterações e determinações legais pelo qual

passou o curso de Pedagogia, nos diferentes períodos históricos, foi construído o

Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual de Renascença Padre José Junior

Vicente EFM (2011), onde trabalho, ressaltando que,

A presença da equipe pedagógica na escola é imprescindível na ajuda osprofessores, no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula(conteúdos, métodos, formas de organização de classe), ou seja, navinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de salade aula (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2011, p. 29-30).

Em vista disso, o professor pedagogo deve ser atuante e estar

compromissado com o trabalho da escola. Porém, diante dos vários problemas que

a escola pública enfrenta, não é sempre que consegue desenvolver todas as

atividades inerentes ao seu trabalho, em virtude de realizar diversos outros

compromissos e atividades que não são de sua específica função, tais como:atender

turmas para suprir falta do professor, atender ocorrências disciplinares, levar no

posto de saúde, sendo conhecido como o tarefeiro da escola, e muitas vezes não

consegue estar providenciando e nem efetivando as suas funções que lhes são

básicas e necessárias para que a escola pública, na qual trabalhamos possa estar

efetivando seus objetivos no ensino e aprendizagem.

De acordo com Libâneo (2002, p. 33),

(...) pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da práticaeducativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e os processos detransmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vistaobjetivos de formação humana previamente definidos em suacontextualização histórica.

Pretende-se mostrar que a mediação do pedagogo no trabalho docente é de

fundamental importância para a percepção dos problemas, apoio no

desenvolvimento do trabalho do professor e melhoria do ensino aprendizagem.

Para Libâneo (2002, p. 62),

A presença do pedagogo escolar torna-se, pois, uma exigência dossistemas de ensino e da realidade escolar, tendo em vista melhorar aqualidade da oferta de ensino para a população. Quando se atribuem aopedagogo as tarefas de coordenar e postar assistência pedagógico-didáticaao professor, não está se supondo que ela deva ter domínio dos conteúdosmétodos de todas as matérias.

Assim, a atuação do pedagogo na escola exige que ele pense a prática

pedagógica de sala de aula, para desenvolver ações coerentes e articuladas com a

realidade da prática docente existente, buscando junto com o professor melhorar os

processos de ensino-aprendizagem dos alunos.

3. AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS TIPO I e II

A grande maioria das escolas dos diferentes municípios brasileiros possuem

Salas de Recursos Multifuncionais, que podem ser do Tipo I e II. As Salas de

Recursos Multifuncional Tipo I, são definidas de acordo com a instrução nº016/2011

SUED/SEED,(...) Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica é umatendimento educacional especializado, de natureza pedagógica quecomplementa a escolarização de alunos que apresentam deficiênciaIntelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais dodesenvolvimento e transtornos funcionais específicos, matriculados na RedePública de Ensino. (PARANÁ, 2011, p. 1).

Ainda de acordo com o mesmo documento estas salas funcionam em período

contrário ao ensino regular. Trata-se, portanto, de um local especial, com professor

especializado e com programa de atividades específicas, a qual tem por objetivos o

aprofundamento e o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem e a

criação de oportunidades para trabalhos independentes e para investigação nas

áreas das habilidades e talentos.

A utilização da Sala de Recursos pressupõe espaço adequado às atividades

programadas, e esta difere, em seu aspecto físico, de uma sala de aula comum, no

que concerne também aos equipamentos a serem utilizados com os alunos para

melhorar sua aprendizagem e que estão disponibilizados via MEC, como

computadores, jogos pedagógicos entre outros, que serão utilizados como forma de

valorização para o desenvolvimento dos processos cognitivos, para que o aluno

obtenha êxito em suas atividades de aprendizagem.

O controle da frequência do aluno da Sala de Recursos Multifuncional Tipo I,

será feita pelo professor em Livro de Registro de Classe próprio do sistema. Com

relação a documentação dos alunos será de responsabilidade da secretaria da

escola, que deverá manter na pasta individual do aluno além dos documentos

exigidos para a classe comum, os relatórios de avaliação psicoeducacional no

contexto escolar que indicou este atendimento especializado.

O atendimento aos alunos é organizado por cronograma, o qual deve constar

o horário que será atendido, não devendo ultrapassar de duas horas aulas diárias e

sendo de duas a quatro vezes por semana. Levando em conta também a

especificidade das dificuldades, o atendimento pode ser individual ou em pequenos

grupos, cada sala pode ter, no máximo, 20 alunos, atendidos por professor

especializado em educação especial, com a intenção em favorecer o acesso do

aluno ao conhecimento acadêmico.

Reportando-nos ao que diz Mantoan (2006, p.25),Há que assegurar não apenas o acesso, mas a permanência e oprosseguimento do estudo desses alunos e não retirar do Estado, pornenhum motivo, essa obrigação, exigindo, postulando o cumprimento dasleis, para atender às necessidades educacionais de todos.

Esse atendimento requer o planejamento conjunto entre o professor da sala

de recursos e o próprio educando, a avaliação periódica e sistemática da

programação e a observação de critérios adequados para a composição de grupos,

com interesses comuns, habilidades, níveis de aprendizagem e outros. A equipe

técnica da escola, sendo, pedagogo, diretor e demais pessoas da equipe técnico-

administrativa, deverá receber informação periódica sobre os programas que estão

sendo desenvolvidos nessa modalidade de atendimento.

De acordo com a Instrução nº 016/2011,

A Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica, deve serorganizada com materiais didáticos de acessibilidade, recursos pedagógicosespecíficos adaptados, equipamentos tecnológicos e mobiliários. Entreestes destacam-se os jogos pedagógicos que valorizem os aspectoslúdicos, estimulem a criatividade, a cooperação, a reciprocidade epromovam o desenvolvimento dos processos cognitivos. (PARANÁ, 2011, p.3).

Verifica-se então, que o atendimento na sala de recursos é diferente da sala

regular, onde o aluno é atendido de acordo com sua necessidade e dificuldade, e

que as propostas desse estudo possam estar sendo consistentes na aquisição de

condições concretas para a realização do ensino e aprendizagem, nos quais,

realmente sejam desvendadas a essência, bem como possibilidades de repensar a

prática, como um momento coletivo de troca de conhecimentos a cerca de uma

práxis adequada sobre os limites e possibilidades diante das capacidades de cada

aluno.

Pretende-se mostrar que a mediação do pedagogo no trabalho docente é de

fundamental importância para a percepção dos problemas, apoio no

desenvolvimento do trabalho do professor e melhoria do ensino aprendizagem.

4. RESULTADOS DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO NA ESCOLA

Tendo em vista a etapa de implantação do projeto PDE juntamente com os

professores e pedagogos, especialmente aqueles que atuam nas salas de recursos

multifuncionais, foi elaborado um caderno pedagógico com o objetivo de

fundamentar as reflexões e debates provocados nos encontros durante a

implementação. Este caderno pedagógico teve como tema "Contribuições Didático-

Pedagógicas no Ensino e Aprendizagem do pedagogo nas Salas de Recursos

Multifuncional Tipo I", onde a finalidade foi refletir sobre o papel do pedagogo na

escola, enfatizando seu compromisso com a Sala de Recurso Multifuncional Tipo I.

Esse trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual de Renascença Padre José

Junior Vicente Ensino Fundamental e Médio, Renascença-PR, com duração de 32

horas, no 1º semestre de 2014.

O referido caderno foi dividido em 5 unidades, com discussões voltadas para

o papel do pedagogo, o trabalho na Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, as

informações sobre a Avaliação Educacional e os materiais didáticos pedagógicos

utilizados com os alunos que frequentam a Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I.

Num primeiro momento, como atividade da unidade 1, foi desenvolvida na

semana pedagógica de fevereiro de 2014, onde foi apresentado o Caderno

Pedagógico para toda a comunidade escolar do Colégio Estadual de Renascença

Padre José Junior Vicente Ensino Fundamental e Médio, em que foi explicado como

deveria ser realizado o trabalho e entregou-se o cronograma das atividades. No

decorrer da apresentação aconteceram intervenções e discussões sugerindo

algumas estratégias novas para acrescentar no Caderno Pedagógico e todos

apoiaram o desenvolvimento do projeto na escola, achando muito interessante fazer

discussões sobre o tema proposto.

Na unidade 2, foi desenvolvida atividades com a finalidade de compreender a

função do professor pedagogo na escola e suas ações no trabalho com os

professores que atuam nas Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I.

A primeira proposta de trabalho da unidade 2, foi a "Dinâmica Cantada", onde

os professores após participarem da mesma, discutiram e destacaram que todos os

professores, alunos e pedagogo estão em busca de sua identidade, tentando ocupar

seu espaço e definir suas verdadeiras funções.

Na sequência trabalhou-se o vídeo “Função da escola por Libâneo” sendo

uma entrevista com o professor José Carlos Libâneo, onde define em sua fala a

função da escola. Após o vídeo, foi feita leitura e discussão do texto: “O curso de

pedagogia como formador de profissionais de educação” retirado do livro Pedagogia,

Pedagogos e formação de professores de Iria Brzezinski.

O grupo de pedagogos e professores discutiram sobre o vídeo e o texto e

relataram que de acordo com a legislação vigente o pedagogo é o profissional

habilitado para exercer as funções de acordo com as atribuições de seu cargo e sua

presença na escola "(...) torna-se, pois, uma exigência do sistema de ensino e da

realidade escolar, tendo em vista melhorar a qualidade da oferta de ensino para a

população” (LIBÂNEO, 2002, p.55). Diante disso, os professores destacaram,

também, que atualmente o pedagogo não consegue exercer realmente a sua

verdadeira função na escola, pois acabam desenvolvendo outras atividades dentre

as quais: auxiliam na documentação da escola, organizam e preenchem fichas e

planilhas, apartam brigas, atendem atrasos de chegada dos alunos e também alunos

que vem doentes, atendem alunos indisciplinados, substituem professores e outros.

O pedagogo então acaba se desvinculando de sua verdadeira função para

assumir outras atribuições que são determinadas pelo seu chefe imediato ou

ocasionadas no próprio cotidiano escolar, fazendo com que os mesmos tornem-se

confusos quanto a especificidade do trabalho a ser desempenhado, gerando

conflitos e falta de organização no desempenho do seu trabalho.

Para que os professores conhecessem a trajetória da pedagogia, apresentou-

se o vídeo “Pedago...quem?" baseado no livro de Carmem Silvia Bissoli da Silva,

que conta por meio de uma história às dificuldades a pedagogia enfrentou para

tentar encontrar a sua essência e o texto “Formação de professores: aspectos

históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro” de Dermeval Saviani.

Também foi discutido o Edital Nº 10/2007 GS/SEED- Paraná, o qual dispõe

sobre as normas do Concurso Público para o provimento de vagas no cargo de

Professores Pedagogos e a descrição das atividades do cargo. No Edital constam

todas as atividades que competem ao professor pedagogo nas escolas estaduais.

Os participantes deste grupo de estudos após discussões disseram que não é

possível a realização de todas as atividades de articulação e integração entre as

pessoas como propõe o edital porque o dia-a-dia da escola apresenta uma realidade

que exige ações imediatas como problemas de indisciplina, faltas de professores e

alunos e outros. O edital contempla o trabalho do pedagogo na educação especial

quando diz garantir atendimento às necessidades dos educandos, elaboração de

propostas de recuperação de estudos e outros. Dentro do possível os pedagogos

atendem essa modalidade de ensino.

Para encerrar as discussões desse tema os professores assistiram o vídeo:

“Ser pedagogo”, para que juntos discutissem sobre o papel do professor pedagogo

diante da sociedade e que é por meio da escola que se formam todas as profissões.

Para compreender como está apresentado no documento da escola a função

do pedagogo e da equipe pedagógica, mostrou-se slides com o Projeto Político

Pedagógico do Colégio e também artigo 64 da LDBEN Lei nº 9304/96 onde consta

as atribuições do pedagogo. Concluiu-se que algumas ações precisam ser mudadas

na escola para que o pedagogo possa assumir sua verdadeira função.

Percebeu-se que no Projeto Político Pedagógico da escola a função do

pedagogo está descrito de acordo com a legislação vigente, mas na prática os

resultados ainda não acontecem. Isso porque, os pedagogos gastam a maior parte

do tempo resolvendo conflitos que surgem momentaneamente, o qual poderia ser

estendido para a organização e acompanhamento do trabalho pedagógico.

Dando continuidade foi apresentado o texto de José Carlos Libâneo

“Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas” para leitura e discussões das

seguintes perguntas: O que é pedagogia? Quem é o pedagogo? Cite os desafios

contemporâneos da pedagogia?

Os professores responderam na primeira questão que a pedagogia estuda

diversos temas relacionados a educação, tanto nos aspectos teóricos como nos

práticos; que se ocupa do estudo sistemático da educação, do ato educativo, da

prática educativa como componente integrante da atividade humana como fato da

vida social, inerente ao conjunto dos processos sociais.

Na segunda questão falaram que é um profissional que atua em várias

instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos

processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação tendo em

vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização

histórica.

Quanto aos desafios da pedagogia destacaram que a globalização cria novos

patamares de processo material que amplia a exclusão social; é preciso repensar os

processos de ensino-aprendizagem na sociedade do conhecimento e da informação;

é necessário melhorar os processos de aprendizagem dos indivíduos por meio da

reflexão, sistematização e produção do conhecimento.

Como encerramento das discussões e reflexões da unidade 2, foram

apresentadas 10 questões para que os professores respondessem organizando em

forma de texto, considerando o trabalho do pedagogo na escola. Em seus relatos os

professores participantes disseram que o trabalho do pedagogo é de suma

importância na escola, pois atua na sua organização, solucionando problemas com

alunos e professores, orientando professores nas dificuldades dos alunos e na

participação das horas atividades e nos planejamentos dos professores

apresentando sugestões de atividades e metodologias, propondo diálogo entre

família e escola e outros.

Neste sentido, a presença do pedagogo na escola é fundamental para a

articulação e efetivação das práticas pedagógicas. Cabe a ele sistematizar o

processo ensino-aprendizagem, de forma a garantir que as ações pedagógicas e

administrativas se efetivem no cotidiano da escola.

Para Pimenta (1985, p. 34), os pedagogos,

(...) são profissionais necessários na escola: seja nas tarefas deadministração (entendida como organização racional do processo de ensinoe garantia de perpetuação desse processo no sistema de ensino, de formaa consolidar um projeto pedagógico – político de emancipação das camadaspopulares), seja nas tarefas que ajudem o(s) professor(es) no ato deensinar, pelo conhecimento não apenas dos processos específicos deaprendizagem, mas também da articulação entre os diversos conteúdos ena busca de um projeto político coerente.

Cabe ao pedagogo fazer a articulação das ações da escola, de maneira que

todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, tenham conhecimento das

funções que são exercidas na escola e também da responsabilidade de cada um

com a sua área ou função específica.

Com relação a unidade 3, a proposta foi refletir através de textos didáticos e

legais, a respeito das limitações significativas no funcionamento intelectual dos

alunos da Sala de Recursos Multifuncional Tipo I e a contribuição do pedagogo.

As atividades tiveram início com o vídeo "História da educação Especial-

Evolução Conceitual," onde foi feito um debate sobre as características de cada

época em relação aos considerados “deficientes”.

Depois, foi apresentado uma pergunta aos professores, a qual questionava se

os alunos com deficiência tem condições de aprender. Todos os professores

afirmaram em seus relatos que os alunos que apresentam dificuldades de

aprendizagem além de frequentar a Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I,

conseguem aprender, mas para isso o professor precisa oferecer mais tempo para

eles e adaptar os conteúdos com atividades diferenciadas, desenvolvendo um

trabalho junto com os professores da sala de recursos para entender melhor as

dificuldades dos alunos e juntos conciliar da melhor forma o ensino-aprendizagem

dos alunos.

Assim, cabe ao professor atuar de maneira que os alunos que frequentam a

Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, possam se sentir à vontade para aprender e

poder relatar quais são as suas dificuldades de aprender que possui no contexto

escolar.

Karling (1998, p. 97) diz que “uma das principais funções do professor é

orientar a aprendizagem do aluno e conseguir que ele aprenda da melhor forma

possível.”

Por isso, é importante que o professor de Sala de Recursos Multifuncional

Tipo I, desenvolva um trabalho diferenciado em sala de aula, com a intenção de

minimizar as dificuldades de aprendizagem, para que a prática pedagógica se

desenvolva, e os alunos possam construir seus conhecimentos de forma

significativa.

Para Waldow; Borges; Sagrilo(2006, p. 472),

as dificuldades de aprendizagem se constituem num desafio ao educador.(...). Superar as dificuldades de aprendizagem é garantir a esses sujeitosque a apresentavam a possibilidade de enfrentar a realidade de modo dignoe consciente. As metodologias alternativas se colocam como possibilidadesde trabalho orientado para essa superação, (...) para o desenvolvimento deatividades relevantes na construção do conhecimento (...).

O professor precisa de pequenas mudanças na sua prática pedagógica e

assim obter avanços com os alunos que apresentam dificuldades de apendizagem,

com relação a construção dos seus conhecimentos escolares e, mais do que isso,

podem evitar que eles acabem desistindo de estudar, por se sentirem fracassados e

atrasados em relação aos demais colegas e promover nesses alunos a sensação de

que são capazes de aprender mesmo diante de todas as suas dificuldades.

Dando continuidade aos trabalhos foi feito a leitura do documento- Instrução

nº 016/2011 – SEED/SUED. Está estabelecido neste documento, os critérios para o

funcionamento e atendimento educacional especializado, voltado para o aluno que

apresenta e que necessita estar sendo atendido com o intuito de possibilitar avanços

em seu conhecimento escolar.

Dessa forma o documento afirma que os alunos que serão atendidos nesta

sala são os que possuem deficiência física neuromotora, transtornos globais de

desenvolvimento e transtornos funcionais específicos. Além disso, o mesmo

documento apresenta os critérios para a organização funcional (quanto à carga

horária, recursos materiais, número de alunos, cronograma de atendimento,

frequência, documentação, matrícula e desligamento); critérios de organização

pedagógica (atendimento educacional especializado, ação pedagógica e avaliação

de ingresso); requisitos de Ingresso na Sala de Recursos Multifuncional- Tipo I, na

Educação Básica; processo de avaliação psicoeducacional no contexto escolar

deverá ser orientado e vistado pela equipe de Educação Especial do NRE;

acompanhamento e atribuições do Professor da Sala de Recursos Multifuncionais-

Tipo I, Educação Básica e critérios para solicitação de autorização/renovação e/ou

cessação de funcionamento da Sala de Recursos Multifuncional- Tipo I, na

Educação Básica.

Apresentou-se o filme "O menino Selvagem", onde após discussões sobre o

tema do filme, os professores responderam as seguintes perguntas: quais são as

expectativas diante das necessidades especiais; que adaptações e inferências

realizadas no filme; e o papel do professor diante da escola inclusiva.

Os professores em suas respostas destacaram que os alunos apesar de suas

necessidades apresentam potencialidades e estas devem ser trabalhadas; que o

menino do filme após ser resgatado aprendeu gradativamente algumas coisas se

integrando aos poucos a sociedade.

Apresentou-se um texto sobre Dificuldades de Aprendizagem, que mostrou

características e transtornos dos alunos que são atendidos na Sala de Recursos

Multifuncional Tipo I, como: Deficiência Intelectual, Deficiência Física, Neuromotora,

Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos Funcionais Específicos.

Foi disponibilizado aos professores e pedagogos, leitura do material Projeto

Escola Viva nº 5 e nº 6, para que conhecessem sobre as adaptações que já são

feitas, as que necessitam ser melhoradas e as que ainda não são contempladas no

ambiente escolar. Em seguida foi perguntado: Quais as adaptações que já são

feitas? Quais necessitam ser reformuladas? Quais que ainda não são

contempladas? Em suas respostas destacaram, que ainda falta na escola algumas

adaptações para melhorar o atendimento aos alunos com deficiências, tais como:

professor intérprete para alunos surdos, lupas eletrônicas, régua de leitura, material

ampliado, rampas de acesso, banheiro adaptado, mapas em relevo,

Na unidade 4, foi feita a análise da avaliação psicoeducacional feita pela

dupla avaliadora, para entender quais são as informações apresentadas sobre os

alunos que frequentam a Sala de Recursos Multifuncional Tipo I.

A princípio os professores assistiram um vídeo: “Prêmio ou Punição”, onde

puderam discutir sobre a forma como são avaliados os alunos, embora com as

diferenças, todos são tratados iguais.

Na continuidade, foi lido o documento "Orientações Pedagógicas para

Reavaliação de alunos de Sala de Recursos de 5ª à 8ª séries - Área da Deficiência

Mental e Distúrbios de Aprendizagem", da Secretaria do Estado da Educação, de

fevereiro de 2008, que determina como é feito o ingresso dos alunos na sala de

recursos.

Houve na sequência palestra com uma psicóloga a respeito das avaliações

psicoeducacionais, abrangendo as temáticas: material utilizado; técnicas; métodos;

pessoas responsáveis pelas avaliações; função do pedagogo, do psicopedagogo, do

professor da Sala de Recursos, do fonoaudiólogo, do médico, entre outros em

conformidade com a dificuldade que o aluno apresenta. Após as explanações, os

professores tiveram oportunidade de sanar suas dúvidas sobre o assunto.

Assim, percebe-se que o psicólogo, precisa fazer um estudo cauteloso sobre

todos os aspectos que envolvem a criança no ambiente escolar, para entender a

situação e procurar intervir de modo a contribuir para a solução dos problemas de

aprendizagem, fazer os encaminhamentos necessários. Ou seja, o psicólogo não

pode apenas observar um problema apresentado pelo aluno, mas ter uma visão

ampla do todo e assim compreender como elas se relacionam.

Para um bom resultado no ensino-aprendizagem dos alunos, o ideal seria que

o psicólogo permanecesse na escola efetivamente, para a identificação das

dificuldades tanto de educadores quanto dos educandos, e a partir delas sejam

promovidas ações conjuntas para superá-las. Ferreira; Pacheco (2010, p. 60) diz

que “(...) unir saberes torna-nos mais sábios e produtivos. É preciso descobrir novas

perspectivas, dividindo e somando com o outro”.

Na unidade 5, os professores tiveram oportunidade de conhecer os materiais

didáticos pedagógicos, existentes na Sala de Recursos Multifuncional tipo I usados

para superar as dificuldades de ensino e aprendizagem dos alunos.

Os professores assistiram o vídeo de “Marta Kohl de Oliveira- Vygotsky

Aprendizado e Desenvolvimento”, e tiveram a oportunidade de discutir sobre a

aprendizagem, os planos genéticos de desenvolvimento e a caracterização do

funcionamento psicológico do ser humano.

A partir das discussões responderam os seguintes questionamentos: 1. Como

foram utilizados os materiais didáticos pedagógicos em sua vida escolar como aluno.

(Ensino Fundamental, Ensino Médio); 2. Na formação acadêmica quais foram os

materiais didáticos pedagógicos que utilizaram; 3. Como professor, pedagogo quais

os materiais didáticos pedagógicos tem usado ou dado como sugestão, para

elucidar os conteúdos e contribuir nas aprendizagens.

Na questão 1, disseram que as aulas eram monótonas, pouco criativas, com

pouco uso de material didático, usava o livro didático. Na questão 2, destacaram uso

do ábaco, cartão de botões, quadro lugar valor, jogos, material dourado, vídeos,

laboratório de biologia. Na questão 3, relataram que sugerem jogos, leituras, vídeos,

sites da internet, material manipulável, enfim todos que venham auxiliar no trabalho

do professor.

Os professores assistiram o vídeo: “A formação social da mente- Vygotsky”, e

puderam refletir sobre a importância de estar fazendo uso de material didático

pedagógico, diversificado em seu trabalho diário, e a sua mediação na

aprendizagem.

Para finalizar foi apresentado os materiais didáticos pedagógicos que são

utilizados na Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I, através de slides e depois

todos tiveram oportunidade de verificar os mesmos in loco.

Neste mesmo período teve o desenvolvimento do Grupo de Trabalho em

Rede – GTR, onde os professores participantes discutiram e fizeram os seguintes

apontamentos: acharam importante que o professor da Sala de Recursos

Multifuncionais Tipo I, organize metodologias diferenciadas para que o aluno consiga

melhorar sua aprendizagem; que o professor precisa conhecer melhor o aluno que

apresenta dificuldades de aprendizagem e frequenta a Sala de Recursos

Multifuncionais Tipo I, bem como suas necessidades e potencialidades; que as

adaptações e uso de materiais didáticos pedagógicos são necessários para o

atendimento dos alunos com deficiência e destacaram ainda que a função do

pedagogo na orientação do trabalho e no entendimento dos resultados das

avaliações psicoeducacionais são fundamentais para que o trabalho realmente se

efetive na prática. Houve sugestões de vídeos e atividades nas participações dos

fóruns, diários e outros.

Diante de todo este estudo e discussões promovido pelos professores, pode-

se dizer que na medida do possível o pedagogo vem desempenhando sua função

com relação aos professores e alunos das Salas de Recursos Multifuncionais do

Tipo I, fazendo a mediação do processo ensino-aprendizagem, buscando a

efetivação de ações e propostas significativas no interior da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir este trabalho verificou-se que o pedagogo na escola, mais

especificamente na Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, é fundamental para a

organização do trabalho pedagógico, além de ponto de apoio nas demais funções da

escola.

Ao realizar as atividades do projeto constatou-se nas leituras e discussões,

que existe a necessidade de reorganizar o trabalho do pedagogo na escola para que

o mesmo desempenhe sua função voltada para as questões pedagógicas, visando

melhores resultados no ensino-aprendizagem, principalmente de alunos que

possuem dificuldades de aprendizagem.

Esses alunos com dificuldades de aprendizagem e que se encontram no

interior da escola, frequentando a Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I, e os

professores dessas turmas de alunos, necessitam de uma proximidade maior do

pedagogo para orientação com relação ao encaminhamento, acompanhamento e

atendimento dessa modalidade de ensino.

Diante disso, é fundamental que o trabalho do pedagogo seja organizado,

dentro do espaço escolar de forma que desenvolva ações, oferecendo ao coletivo da

escola corpo docente e discente atividades significativas e efetivas que garanta o

ensino-aprendizagem dos alunos.

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