OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA … · Modificabilidade Cognitiva...

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

TITULO: Adaptações curriculares: Proposta de oficinas aos docentes da

Educação Especial e do Ensino Regular que atendem alunos de sala de

recursos I.

Autor Geni Terezinha Zmieski Guerra.

Disciplina/Área (ingresso no PDE) Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Carmela Bortot Ensino Fundamental.

Município Pato Branco

Núcleo Regional de Educação Pato Branco

Professora Orientadora Jaqueline Aparecida de Arruda Watzlawick.

Instituição de Ensino Superior Unicentro

Relação Interdisciplinar Interdisciplinaridade: incluindo todas as disciplinas

Resumo Esta proposta didática pedagógica reconstruída sobre a forma desse material didático foi retratado a partir de uma Pesquisa-ação sobre as possibilidades de desenvolver projetos de inclusão e de adaptação curricular tendo por base as orientações da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural e a Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerestein, visando garantir a inclusão de alunos com dificuldade de aprendizado em um cenário educacional de qualidade. O enfoque principal parte do pressuposto da necessidade de se trabalhar a modificabilidade cognitiva dos alunos com dificuldade de aprendizado em Sala de Recursos Multifuncional I e com professores que atendem estes alunos seja na sala de recursos ou no ensino regular levando em consideração os pressupostos da inclusão histórica e socialmente constituída no âmbito escolar. As mudanças no cenário educacional presentes nos dias atuais, trazem em pauta os conceitos da educação inclusiva possível graças às adaptações curriculares. Estas compreendem mudanças de pequeno a grande porte. As adaptações curriculares subsidiam a prática docente sendo ferramenta importante junto a escolarização dos educandos, ao propiciar a utilização dos métodos e técnicas, necessárias e capazes de proporcionar aos alunos os sentimentos de capacidade e respeito, tão imprescindíveis no espaço de aprendizagem escolar.

APRESENTAÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é uma proposta de

formação continuada ofertada aos professores da rede Pública Estadual pela

Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED.

Dentre as várias atribuições do professor PDE, sob orientação dos

professores das Universidades Estaduais, destaca-se a elaboração do Material

Didático, constituindo-se um dos recursos pedagógicos para intervenção na

escola e tem como objetivo disseminar reflexões a cerca das ações

pedagógicas dos professores.

Este Material Didático constitui-se de uma Unidade Temática que se

utiliza da linha de estudos das Práticas Pedagógicas na Educação Inclusiva

encaminhando-se para o desenvolvimento do tema: Adaptações Curriculares:

Proposta de oficinas aos docentes da Educação Especial e do Ensino Regular

que atendem alunos de Sala de Recursos Multifuncional I, que será utilizado

como recurso didático de um curso de 40 horas destinado a professores e a

quem tiver interesse, que de uma forma ou outra atendem alunos de Sala de

Recursos Multifuncional I.

A legislação brasileira abordada, permite e orienta a implantação da

educação inclusiva nas escolas, e as políticas públicas, nela baseadas,

incentivam a luta pela igualdade e pelo direito à educação para todos, como foi

explicitado por Aranha (2004, p.13) ao afirmar "[...] O Brasil tem definido

políticas públicas e criado instrumentos legais que garantem tais direitos".

A SEED/SUED- PR na Instrução 016/2011oficializa o atendimento

educacional especializado, de natureza pedagógica que complementa a

escolarização de alunos que apresentam deficiência intelectual, deficiência

física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos

funcionais específicos com objetivo de complementar a escolarização destes

alunos e cumprir exigências da Lei de Diretrizes e Base Nacional Nº 9394/96;

Sabe-se que a legislação é explícita, quanto a obrigatoriedade de

matricular todos os alunos, independente de suas necessidades ou diferenças.

Mas apenas a matrícula e o acolhimento não são recursos suficientes, para a

efetivação da aprendizagem e do desenvolvimento das potencialidades do

aluno com necessidades educacionais especiais. Os sistemas de ensino

devem se organizar para que além de assegurar essas matrículas, assegurem

também o prosseguimento dos estudos a todos os alunos, sem perder de vista

a intencionalidade pedagógica e a qualidade do ensino.

Uma organização pedagógica de qualidade só se efetivará a partir de

estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam

adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem

dos alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe

atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola

(MEC/SEEP/SEB,1998, p. 15).

E isso só será possível através das adaptações curriculares, ou seja, os

ajustes e modificações promovidas nas diferentes instâncias curriculares,

respondendo as necessidades de cada aluno, favorecendo com isso as

condições que lhe são necessárias para que se efetive uma aprendizagem

significativa.

As adequações educacionais se configuram em possibilidades de atuar

frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos, é após a realização de

adaptação do currículo regular, quando necessário, que o torna adequado às

particularidades dos alunos com necessidades especiais.

Não falamos aqui na construção de um novo currículo, mas das

adequações ao currículo já existente tornando-o dinâmico, alterável, possível

de aplicação para atender as necessidades educacionais especiais de forma a

favorecer ao aluno o acesso ao conhecimento e seu uso funcional na

administração de sua própria vida, assegurando-lhes o prosseguimento dos

estudos e no processo de transformação da sociedade.

As mudanças no cenário educacional presentes nos dias atuais trazem

em pauta os conceitos da educação inclusiva, possível, graças às adaptações

curriculares. Estas compreendem mudanças de pequeno a grande porte. As

adaptações curriculares subsidiam a prática docente sendo ferramenta

importante junto à escolarização dos educandos, ao propiciar a utilização dos

métodos e técnicas, necessárias e capazes de proporcionar aos alunos os

sentimentos de capacidade e respeito, tão imprescindíveis no espaço de

aprendizagem escolar. Neste contexto, justifica-se este trabalho a partir das

necessidades vivenciadas nas escolas que possuem Sala de Recursos

Multifuncional I.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Essa Unidade Didática tem por base seguir as orientações da Teoria da

Modificabilidade Cognitiva Estrutural e a Aprendizagem Mediada de Reuven

Feuerestein, a fim de subsidiar a inclusão de alunos com dificuldade de

aprendizado em um cenário educacional de qualidade com possibilidades de

desenvolver projetos de inclusão e de adaptação curricular de pequeno porte.

O enfoque principal parte do pressuposto da necessidade de se

trabalhar a modificabilidade cognitiva dos alunos com dificuldade de

aprendizado em Sala de Recursos Multifuncional I e com professores que

atendem estes alunos seja na sala de recursos ou no ensino regular levando

em consideração os pressupostos da inclusão histórica e socialmente

constituída no âmbito escolar.

Para que a implementação ocorra será desenvolvido um questionário a

fim de levantar informações sobre os conhecimentos prévios dos participantes

sobre as Teorias em questão e seu autor Reuven Feuerestein e as

possibilidades da utilização destas teorias nas adaptações curriculares de

pequeno porte e também da disponibilidade dos mesmos para a participação

na referida implementação.

Após as análises do material será discutido com a equipe pedagógica e

o corpo docente da escola as ações e metas a serem aplicadas. A

implementação acontecerá através de grupos de estudos onde serão

discutidos uma gama de estratégias para que a partir disso ocorra nas escolas

dos participantes uma verdadeira inclusão.

Os referidos grupos de estudos acontecerão da seguinte forma: oito

encontros com duração de quatro horas cada encontro, totalizando trinta e

duas horas, com oito horas a distância através da leitura e pesquisa para

interação e complementação dos conhecimentos adquiridos no decorrer dos

encontros sobre Adaptações Curriculares de pequeno porte através da

Aprendizagem Mediada e a Modificabilidade Cognitiva Estrutural.

Os participantes serão certificados pela IES (Instituição de Ensino

Superior) responsável pela certificação ao final da implementação,

caracterizando um curso de capacitação para todos os participantes.

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1ª ATIVIDADE COMPLEMENTAR NÃO PRESENCIAL 2 HORAS.

Entrega de convite de participação;

Preenchimento da ficha de inscrição;

Questionário a ser respondido para socialização em um próximo encontro, com

objetivo de levantar dados sobre os conhecimentos prévios dos participantes.

ADAPTAÇÕES CURRICULARES: PROPOSTA DE OFICINAS AOS

DOCENTES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E DO ENSINO REGULAR QUE

ATENDEM ALUNOS DE SALA DE RECURSOS I. E A TODOS ENVOLVIDOS

DIRETA OU INDIRETAMENTE COM OS REFERIDOS ALUNOS.

PROPOSTA DE TRABALHO DA PROFESSORA GENI GUERRA.

LEVANTAMENTO DE DADOS

1- Em sua trajetória profissional você já teve contato com alunos que

apresentavam alguma deficiência?

2 – O que você entende por deficiência Intelectual?

3 – Todos os alunos aprendem da mesma forma? Comente.

4 – Existem propostas para um processo inclusivo dos alunos que apresentam

deficiência intelectual. Você já vivenciou algo neste sentido?

Comente sua experiência:

5 – Como se pode interpretar uma forma de Mediação da Aprendizagem?

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1º ENCONTRO

ATIVIDADE 1

Para uma integração, apresentação e conhecimento pessoal entre os

participantes do grupo, desenvolver-se-á uma dinâmica com o titulo:

DINÂMICA DO CRACHÁ EM BRANCO:

Será distribuído um crachá para cada integrante inclusive para o

mediador, canetas e lápis coloridos, o mediador orienta os participantes a

escreverem o nome pelo qual gostariam de serem chamados e desenharem

uma simples figura que represente um pouco o seu jeito de ser ou de trabalhar.

Socializar com os demais o motivo da escolha do nome e da figura.

ATIVIDADE 2

Com objetivo de refletir sobre a prática pedagógica, os participantes

assistirão o Vídeo: “A Educação Proibida”, (título original La Educación

Prohibida), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-t60Gc00Bt8, um

documentário produzido no ano de 2012 e publicado em 05 de dezembro de

2013, que discute a educação normatizada e os valores que sustentam o

sistema de ensino tradicional. O filme é um projeto realizado por jovens alunos

que passaram a questionar a maneira que as pessoas são preparadas para

viver em um mundo “adulto”.

Em uma pesquisa que abrange oito países e com mais de noventa

educadores entrevistados. A educação Proibida é eficiente ao exibir um imenso

panorama da atual situação do ensino a qual tem conservado comportamentos

de competição, rivalidade e a supervalorização do lucro.

Estruturado em cenas ficcionais e as entrevistas com educadores, o

documentário desvenda as bases do nosso ensino “Prussiano”, originado do

padrão militar de educação da Prússia, no século XVIII, que doutrina crianças e

jovens a viver no sistema vigente, treinadas a “guerrear”.

Na contramão desse ensino engessado que vivemos “A Educação

Proibida”, mostra às possibilidades de uma nova escola, livre, que respeita o

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processo de aprendizagem, o ensino prático, a integração, e a construção

própria do mundo pelos alunos, em que a escola oferece ferramentas para que

esses futuros adultos possam construir suas próprias opiniões e visões sobre a

sociedade, sem doutriná-los a aceitar tecnicamente valores e costumes sociais

instituídos.

Nessa nova escola proibida, porque vai contra interesses dominantes, a

postura do professor também deve mudar. O documentário mostra como a

hierarquização vivenciada hoje através do medo e sentimento de inferioridade

do aluno não ajuda no aprendizado, mas o desinteressa pela busca do

conhecimento. A Educação Proibida é clara: entre a figura do educador e seus

alunos o respeito e a troca de ideias formarão uma nova via de comunicação e

uma sociedade mais justa e menos autoritária.

O filme foi financiado coletivamente graças a centenas de co-produtores

e tem licenças livres que permitem e incentivam sua cópia e reprodução, por

isso ele foi escolhido.

ATIVIDADE 3

Socialização: Nesta atividade os participantes discutirão entre si os

objetivos desta proposta para uma Nova Escola.

2ª ATIVIDADE COMPLEMENTAR NÃO PRESENCIAL – 2 HORAS.

Escrever um pequeno texto. Neste texto os participantes farão um

paralelo entre os relatos do documentário e as experiências vivenciadas no dia

a dia das escolas.

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2º ENCONTRO

ATIVIDADE 1

Plenária:

Cada participante realizará uma explanação oral apresentando a

análise e reflexão do conteúdo exibido no vídeo comparando-o com as

experiências vivenciadas no dia a dia das escolas.

ATIVIDADE 2

Apresentação do projeto de intervenção pedagógica da professora

proponente intitulado: Adaptações curriculares: proposta de oficinas aos

docentes da educação especial e do ensino regular que atendem alunos de

Sala de Recursos Multifuncional I, bem como o Primeiro capitulo do livro

Mediação da Aprendizagem na Educação Especial: Com o Titulo Reflexões

sobre Educação Inclusiva escrito por Gisele Coimbra Budel e Marcos Meier,

como também o texto para conhecimento e socialização com o grupo sobre a

vida e obras de Reuven Feuerstein, utilizado no embasamento teórico.

Disponível em: http://www.cdcp.com.br/reuven_feuerstein.php

Sendo que uma organização pedagógica de qualidade só se efetivará a

partir de estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que

oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de

aprendizagem dos alunos, estas adequações se configuram em possibilidades

de atuar frente às dificuldades apresentadas pelos alunos. É após a realização

de adaptação do currículo regular, quando necessário, que o torna adequado

às particularidades dos alunos com necessidades especiais.

ATIVIDADE 3

Atividade de Auto Avaliação: Os participantes deverão responder e

entregar no final do encontro. Questões disponíveis no livro Mediação da

Aprendizagem na Educação Especial, páginas 59, 60 e 61.

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3ª ATIVIDADE COMPLEMENTAR NÃO PRESENCIAL 2 HORAS.

Leitura dos textos: A mediação da aprendizagem como proposta

metodológica e O perfil do professor mediador e as três características

fundamentais da mediação. Disponível no livro Mediação da aprendizagem na

educação especial. Capítulos cinco e seis. No próximo encontro farão uma

síntese.

3º ENCONTRO

Neste momento de mudanças, incertezas e a necessidade de resgatar

valores tão importantes condizentes com a sociedade contemporânea, leva o

professor a entender que deverá exercer um novo papel, atuar como mediador

do processo ensino-aprendizagem, favorecendo a postura reflexiva e

investigativa. Colaborando para a construção da autonomia de pensamento e

de ação, ampliando a possibilidade de participação social e desenvolvimento

mental, capacitando os alunos a exercerem o seu papel de cidadão do mundo

de forma que os mesmos aprendam os saberes escolares em interação com o

outro, e não apenas recebam-no passivamente.

É, dessa forma, que o docente contribuirá para que o aluno desenvolva

o senso crítico e possa cada vez mais participar ativamente de sua “prática

social” atuando como sujeito em meio à sociedade. Desse modo, cabe ao

professor colocar-se como ponte entre aluno e conhecimento e cabe ao aluno

participar ativamente desse processo.

ATIVIDADE 1

A fim de buscar o aprofundamento teórico-prático, será apresentado o

vídeo “O Professor Mediador” uma palestra de Marcos Meier, com reflexões

sobre o tema em questão.

Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=hpWYbgVe_-w e sua

continuação em https://www.youtube.com/watch?v=-ujQnnjRccA.

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ATIVIDADE 2

Estudo dirigido: solicitar aos participantes que se dividam em grupos de

até quatro pessoas, para sintetizar: A mediação da aprendizagem como

proposta metodológica, O perfil do professor mediador e as três características

fundamentais da mediação, frente à realidade educacional atual.

ATIVIDADE 3

Questões para reflexão disponível no livro Mediação da Aprendizagem

na Educação Especial páginas 138, 164 e 166.

4º ENCONTRO

ATIVIDADE 1

Apresentação do vídeo: Como Estrelas Na Terra. “Toda Criança é

Especial” disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4.

Trata-se de uma história repleta de ensinamentos que levará os

participantes a perceberem que não é somente a educação que está em jogo,

é a saúde de uma criança, é a nova forma de encarar a vida, é a importância

do apoio familiar. “Importar-se. Isso é essencial. Tem o poder de curar feridas,

é um bálsamo para dor”. A importância de observar os detalhes sem rotular,

sem que isso impeça que o outro cresça.

ATIVIDADE 2

Ler uma pequena história para refletirmos sobre nossas atitudes frente

às crianças que apresentam dificuldade para aprender: “O YAKHUPÃ que não

sabia correr” Disponível no livro “ Mediação da Aprendizagem na Educação

Especial” páginas 13 até 28.

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Segundo o autor esta historia é uma metáfora da inclusão de crianças

com deficiência nas escolas de nosso país. Assim como nós professores os

autores do livro citado também estão preocupados com a maneira como a

inclusão de crianças com deficiência (especialmente as deficiências de ordem

cognitiva) está ocorrendo nas salas de aula. Para o autor as crianças não vem

recebendo uma educação voltada ao desenvolvimento de suas funções

cognitivas, de suas habilidades e de seus potenciais.

ATIVIDADE 3

Questionar os participantes: Quem já ouviu falar da “Síndrome da

Privação Cultural”. Esta é uma das principais síndromes relacionadas às

dificuldades de aprendizagem de uma criança. A referida síndrome é

desconhecida pelos professores, psicólogos e psicopedagogos. Tanto que em

muitas avaliações psicopedagógicas aparecem apenas as características

presentes e visíveis na criança com dificuldades.

Para esclarecer sobre este assunto será apresentado aos participantes o

capitulo três do livro “Mediação da Aprendizagem na Educação Especial”.

ATIVIDADE 4

Baseado no filme e de posse dos textos discutidos nesse encontro,

solicitar aos participantes que respondam as atividades sugeridas, disponível

no livro Mediação da Aprendizagem na Educação Especial, página 101 a 103.

4ª ATIVIDADE COMPLEMENTAR NÃO PRESENCIAL 2 HORAS.

Será disponibilizado aos participantes textos contendo os doze critérios

de mediação onde deverão ler e escolher o que mais se identificam para utilizar

como subsidio de sua mediação no desenvolvimento de uma atividade

posteriormente.

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5º ENCONTRO

ATIVIDADE 1

Planejar considerando-se as necessidades educacionais específicas dos

alunos com deficiência e os desafios que esses vivenciam no ensino

comum, com vistas aos objetivos e às atividades propostas no currículo,

são ações inerentes à função pedagógica do conjunto de professores que

atuam numa escola inclusiva.

Antes de apresentar as adequações/adaptações organizadas para a

intervenção pedagógica, ressalta-se que é preciso considerar que os

conteúdos curriculares devem estar intimamente relacionados aos objetivos

de ensino e que “as adaptações significativas se desencadeiem a partir dos

conteúdos, admitindo-se a possibilidade de que com os conteúdos

adaptados, possam-se manter, sem modificar, os objetivos inicialmente

estabelecidos”. (CARVALHO, 1998. p.24).

É importante lembrar que adequações curriculares são os ajustes que a

escola faz para promover o acesso ao currículo que está sendo desenvolvido

na série que o aluno está cursando. Portanto, o professor deve considerar

os conhecimentos que o aluno traz da sua vivência e relacioná-los com os

novos conhecimentos abordados nas aulas.

Aprofundamento teórico-prático da temática com oficinas, às quais

apresentam meios de mediar o conhecimento básico, realizados por

profissionais que atuam na área de Educação, na modalidade de Educação

Especial, com o objetivo principal de troca de experiências, observando a

Aprendizagem Significativa que se faz através da ação e re-construção do

conhecimento, o assunto da oficina.

OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE ADAPTAÇÕES CURRICULARES DE

PEQUENO PORTE

Proponente: VAMBOMMEL1, Eliane Maria Cher.

1 Professora Mestre em Educação (UENP – Universidade Estadual do Norte Pioneiro); Especialista em

Deficiência Visual (Instituto Benjamin Constant – RJ); Deficiência Intelectual (UENP – FAFIJA –

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Titulo: Adaptações Curriculares de Pequeno Porte.

Carga horária: 4 horas.

INTRODUÇÃO

As adaptações curriculares são recursos utilizados para minimizar as

condições de aprendizagem para alunos com alguma deficiência, que em suas

peculiaridades de absorção diante de diversos conteúdos ensinados na escola,

requer a otimização da realidade em torno das questões educacionais da

escola pública.

As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações Não

Significativas) são modificações promovidas no currículo, pelo professor, de

forma a permitir e promover a participação produtiva dos alunos que

apresentam necessidades especiais no processo de ensino e

aprendizagem, na escola regular, juntamente com seus parceiros

coetâneos. São denominadas de Pequeno Porte (Não Significativas) porque

sua implementação encontra-se no âmbito de responsabilidade e de ação

exclusivos do professor, não exigindo autorização, nem dependendo de ação

de qualquer outra instância superior, nas áreas política, administrativa, e/ou

técnica.

JUSTIFICATIVA

Este projeto justifica-se pelo fato de instrumentalizar os docentes do

ensino regular das Escolas Públicas do Estado do Paraná trazendo a tona

reflexões para que enxerguem com clareza que cada aluno tem

peculiaridades específicas e especiais, e que para atendê-las temos, às vezes,

que fazer ajustes e adaptações no currículo regularmente proposto para os

diferentes níveis da escolaridade, de forma a garantir as condições

Jacarezinho – PR); (Educação Especial: Atendimento às Necessidades Educacionais Especiais – ESAP – Apucarana – PR); Professora Governo do Estado do Paraná – Sala de Recursos Multifuncional Tipo I e II; Tradutora/Intérprete de LIBRAS/Língua Portuguesa.

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(respostas educacionais) que lhes são necessárias para acessar o

conhecimento disponível como qualquer um de seus demais colegas.

OBJETIVO GERAL

Instruir os docentes sobre como realizar as adaptações

curriculares em diferentes situações: nos objetivos, nos conteúdos,

nos conteúdos, nos métodos, nas avaliações e na temporalidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Focalizar especificamente as ações que cabem aos professores realizar

para favorecer a aprendizagem de todos os alunos presentes em nas salas

de aula;

Descrever os diferentes níveis de adaptações curriculares possíveis e

necessários para a flexibilização da prática docente;

Favorecer a flexibilidade quanto à organização e o funcionamento da

escola, para atender demanda diversificada dos alunos.

METODOLOGIA

A oficina terá duração de 04 horas/aula com uma parte expositiva e outra

parte prática, os professores serão reunidos em grupos e farão a adaptação de

um determinado conteúdo para algum aluno especial.

REFERENCIAL TEÓRICO

BRASIL: Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais/coordenação geral: SEESP/MEC; organização: Maria Salete Fábio Aranha. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2003. CARVALHO, E.N.S. de. Escola integradora: uma alternativa para a integração escolar do aluno portador de necessidades educativas especiais. In: SORIANO, E.M.L. de A. Tendências e desafios da educação especial. Brasília: MEC, 1994.

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COLL, C. Psicologia e currículo - uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1996. SASSAKI, R.K. Inclusão - construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

6º ENCONTRO

Dando sequência as oficinas com o objetivo de troca de experiências, a

professora Elaine Beilner de Oliveira, apresenta a oficina com o objetivo de

desenvolver atividades interdisciplinares com o Conjunto dos Blocos Lógicos

para o desenvolvimento do raciocínio lógico abstrato, leitura e escrita, com o

título: As contribuições do Conjunto dos Blocos Lógicos no desenvolvimento do

raciocínio lógico abstrato, leitura e escrita.

ATIVIDADE 1

OFICINA PEDAGÓGICA COM O CONJUNTO DOS BLOCOS LÓGICOS

Proponente: Elaine Beilner de Oliveira

Título: As contribuições do Conjunto dos Blocos Lógicos no desenvolvimento

do raciocínio lógico abstrato, leitura e escrita.

Carga horária: 4 horas

Público Alvo: Professores da Rede Estadual de Ensino do Paraná.

Objetivo: Desenvolver atividades interdisciplinares com o Conjunto dos Blocos

Lógicos para o desenvolvimento do raciocínio lógico abstrato, leitura e escrita.

Justificativa: A oficina visa apresentar sugestões de atividades lúdicas para o

desenvolvimento do raciocínio lógico abstrato, leitura e escrita dos atributos

das peças do Conjunto dos Blocos Lógicos, aos professores da rede estadual

de ensino do estado do Paraná que atuam na Educação Básica, anos finais do

ensino fundamental, salas de recursos multifuncionais e salas de apoio.

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Conteúdo Programático: Fundamentação teórica das contribuições dos jogos

pedagógicos no desenvolvimento cognitivo dos educandos.

A origem do Conjunto dos Blocos Lógicos e as contribuições no

desenvolvimento do raciocínio lógico abstrato, da leitura e da escrita.

Apresentação do material de apoio para o desenvolvimento das

atividades lúdicas com o Conjunto dos Blocos Lógicos.

Desenvolvimento de sugestões de atividades lúdicas com o Conjunto

dos Blocos Lógicos, para o do desenvolvimento do raciocínio lógico abstrato,

leitura e escrita.

O LÚDICO NA MATEMÁTICA COM O CONJUNTO DOS BLOCOS LÓGICOS

As sugestões de atividades com o Conjunto dos Blocos Lógicos é

resultado da Produção Didático-Pedagogica, de Beilner (2010), do Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE 2009.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES COM O CONJUNTO DOS BLOCOS

LÓGICOS

As atividades de jogos com o Conjunto dos Blocos Lógicos são

realizadas com cartões e dados que possuem os sinais simbólicos dos

atributos das peças.

O tamanho sugerido para os cartões é um quadrado de seis centímetros,

em papel branco com gramatura de papel cartão, que receberão o registro dos

atributos das peças, nos sinais simbólicos e na escrita, durante a socialização

das peças do Conjunto dos Blocos Lógicos.

Os dados são confeccionados pelo professor, modelos nos anexo de I a

V, na presença dos alunos ou não, a critério do professor.

As representações dos atributos nos cartões e nos dados são

desenhadas e pintadas, ao serem apresentados para os alunos e devem

estabelecer relação com o cotidiano do aluno.

Apresentaremos sugestões de atividades de jogo com o Conjunto dos

Blocos Lógicos para identificar, sinalizar, datilolografar, ler e escrever os

atributos presentes nas peças.

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Ao sugerir atividades de jogo, preocupamo-nos com as regras que

excluem os alunos que mais necessitam permanecer no jogo, para tanto

algumas regras, de alguns jogos conhecidos, serão reestruturadas,

modificadas ou eliminadas.

O professor seleciona o jogo que irá trabalhar e os grupos dos atributos

das peças do Conjunto dos Blocos Lógicos, iniciando a primeira etapa com a

apresentação do grupo do atributo cor, por ser o grupo que apresenta o recurso

visual mais expressivo. Na segunda etapa de trabalho explora o grupo de

atributo tamanho. Na terceira etapa trabalha o grupo de atributo espessura, por

ser o atributo que muitas vezes é confundido com o atributo anterior. E na

última etapa o grupo de atributo forma, por ser o grupo de atributo mais

numeroso do Conjunto dos Blocos Lógicos.

As sugestões de atividades de jogos, com o Conjunto dos Blocos

Lógicos, são baseadas nos livros de Dienes & Golding, 1976; Kothe, 1977; e

Simons, 2007, apresentadas a seguir.

1. Jogo das cores

Podemos solicitar a organização de grupos com seis alunos e

estabelecer que cada dois alunos formem um subgrupo que irão reunir

determinada cor.

O grupo é que determina quem fará parte desse subgrupo e a cor que

irão reunir, o professor irá interferir caso os alunos não consigam estabelecer

um consenso.

Cada grupo de alunos receberá um Conjunto dos Blocos Lógicos, que

deverá separar as peças pelo atributo cor, formando os grupos das cores,

conforme a Figura 01.

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Figura 1 – Foto: Elaine Beilner de Oliveira

O professor poderá estabelecer estratégias de separação até que todos

consigam realizar a atividade com sucesso. Por exemplo, separar as cores

dentro de um círculo, desenhado no chão ou na mesa, dentro de caixas,

bambolês ou outros espaços para diversificar a atividade.

2. Jogo dos tamanhos

Podemos utilizar as estratégias do jogo anterior, com o grupo sendo

dividido em dois e determinar o subgrupo que recolhe as peças grandes e

quem reúne as pequenas, atributo de tamanho conforme a Figura 02.

Figura 02: Agrupamento pelo atributo tamanho.

Foto: Elaine Beilner de Oliveira

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3. Jogo das espessuras

Outra variante do jogo é substituir os atributos do jogo anterior pelo

atributo espessura, reunindo as peças grossas e a finas, separadamente

(Figura 04).

Figura 03: Agrupamento pelo atributo espessura. Foto: Elaine Beilner de Oliveira

4. Jogo das formas

As formas são quatro e para termos subgrupos com dois alunos o grupo

deverá ter oito alunos. Cada subgrupo ficará encarregado de reunir as peças

de uma das formas (Figura 04).

Figura 4 – Jogo das formas. – Foto: Elaine Beilner de Oliveira

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5. Jogo do rabo da pipa – I

O rabo da pipa é formado com as peças do Conjunto dos Blocos

Lógicos, de acordo com as cores que são indicadas na face superior do dado.

Os alunos podem jogar na mesa ou no chão, dispostos em círculos. Cada

aluno joga uma vez o dado das cores, a cor que estiver na face superior do

dado indicará a cor da peça a ser colocada no rabo da pipa, conforme a Figura

06. O aluno que fez a jogada escolhe a peça e a coloca no local indicado na

formação do rabo da pipa. O aluno da direita segue o jogo, até que todas as

peças são colocadas no rabo da pipa. Esta pipa pode ser desenhada com giz

colorido, sobre a mesa ou no chão, o rabo será formado segundo as jogadas

dos alunos.

Figura 05: Formação do rabo da pipa. Foto: Elaine Beilner de Oliveira

(SIMONS, 2007, p. 62)

6. Jogo do rabo da pipa – II

Este jogo segue as mesmas estratégias do jogo anterior, a mudança

está na substituição do dado das cores pelo dado dos tamanhos, e as peças

serão colocadas segundo este atributo.

7. Jogo do rabo da pipa – III

Este jogo segue as mesmas estratégias do jogo anterior, a mudança

está na substituição do dado dos tamanhos, pelo dado das espessuras.

8. Jogo do rabo da pipa – IV

Este jogo segue as mesmas estratégias do jogo anterior, a mudança

está na substituição do dado das espessuras, pelo dado das formas.

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9. Jogo do rabo da pipa – V

Este jogo segue as mesmas estratégias dos jogos anteriores, mas agora

é enriquecido com a adição do dado das quantidades. O aluno joga dois dados

e isso implica em apontar quantas vezes o atributo deve aparecer na

sequência.

10. Jogo do caracol

É um jogo que deve ser trabalhado depois que todos os atributos já

foram trabalhados separadamente e o aluno apresentar um domínio razoável

dos conceitos. Ele também permite trabalhar a coordenação motora, enquanto

os atributos das peças são analisados. No chão, desenha-se uma “amarelinha”

em forma de caracol (Figura 06), que recebe uma peça do Conjunto dos Blocos

Lógicos, em cada espaço.

Um aluno inicia a primeira rodada e pula sobre a primeira casinha, se

possível em um pé só, se isso for impossível em função da idade ou da

condição do aluno, pode pular com os dois pés, cada aluno destaca um atributo

da peça e pula para a segunda casinha, isso até concluir a amarelinha. Ao

terminá-la passa a vez para um colega. E assim até que todos concluam a

primeira rodada.

Na segunda rodada, dois atributos, na terceira rodada, três atributos e

na quarta rodada, quatro atributos. E assim até que todos concluam todas as

rodadas.

Se o aluno errar o atributo, não deverá ser punido, será alertado pelos

colegas ou pelo professor, que solicitará a revisão do atributo mencionado,

caso não consiga perceber o equívoco será auxiliado por um colega ou pelo

professor e irá até o fim do caracol.

O constrangimento do erro diante dos colegas e do professor não

necessita ser reforçado. O incentivo positivo do professor, no final de cada

rodada, é motivar o aluno para continuar no jogo e entusiasmá-lo para superar

seus limites.

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Figura 07: Formação do Caracol. Foto: Elaine Beilner de Oliveira

(SIMONS, 2007, p. 56)

7º ENCONTRO

Dando sequência as oficinas com o objetivo de troca de experiências, a

professora Terezinha Navarezi apresenta a oficina com enfoque na

Comunicação Alternativa, dentro dos aspectos da Tecnologia Assistiva, que

busca a melhoria na qualidade de ensino das pessoas com graves restrições

de linguagem, propiciando uma forma de comunicação condizente com cada

caso, oportunizando a aprendizagem, principalmente do deficiente físico neuro-

motor com graves restrições na comunicação e na linguagem.

OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

Proponente: Terezinha Navarezi

Título: Comunicação alternativa na Rede de apoio da Educação Inclusiva.

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Carga horária: 4 horas

Público Alvo: Professores da Rede Estadual de Ensino do Paraná.

Objetivo: Desenvolver atividades interdisciplinares, usando a linguagem

alternativa como forma de inclusão de alunos com graves restrições de

linguagem, de maneira menos excludente possível, dentro da realidade de

cada um.

Justificativa: A oficina visa apresentar sugestões de como trabalhar com

crianças que possuem graves restrições de linguagem, usando como base a

tecnologia Assistiva. Observando a COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA, a qual se

destina a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre

sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.

Conteúdo Programático:

Fundamentação teórica da Comunicação Alternativa, parte integrante da

Tecnologia Assistiva, destinada especificamente à ampliação de habilidades de

comunicação.

UMA CONVERSA SOBRE A ACOMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

O QUE É COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA?

A área da Tecnologia Assistiva que se destina especificamente à

ampliação de habilidades de comunicação é denominada de COMUNICAÇÃO

ALTERNATIVA (CA).

A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA destina-se a pessoas sem fala ou

sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e

sua habilidade de falar e/ou escrever.

Muitas crianças apresentam dificuldades para falar ou escrever.

Crianças com paralisia cerebral, deficiência mental, deficiência auditiva,

crianças autistas ou com deficiências múltiplas vão precisar de uma outra

forma de comunicação para que possam mostrar ao professor que

conseguiram aprender, falar sobre suas dúvidas, desejos, sentimentos e

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brincadeiras com os amigos. Essa outra maneira de comunicação se chama

comunicação alternativa.

O que fazer quando um aluno não é capaz de falar?

As crianças podem se comunicar de várias maneiras:

* olhando;

* apontando;

* fazendo gestos;

* emitindo sons;

*respondendo afirmativamente ou negativamente as perguntas.

Precisamos descobrir junto com a criança qual a maneira mais fácil para ela.

A Comunicação Alternativa pode acontecer sem auxílios externos e,

neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de

comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais

podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos,

necessidades, opiniões, posicionamentos e outros conteúdos de comunicação

necessários no cotidiano.

Com o objetivo de ampliar ainda mais o repertório comunicativo que

envolve habilidades de expressão e compreensão, são organizados e

construídos auxílios externos como cartões de comunicação, pranchas de

comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio

computador que, por meio de software específico, pode tornar-se uma

ferramenta poderosa de voz e comunicação. Os recursos de comunicação de

cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em

consideração várias características que atendem às necessidades deste

usuário.

O termo Comunicação Aumentativa e Alternativa foi traduzido do inglês

Augmentative and Alternative Communication - AAC. Além do termo resumido

"Comunicação Alternativa", no Brasil encontramos também as terminologias

"Comunicação Ampliada e Alternativa - CAA" e "Comunicação Suplementar e

Alternativa - CSA".

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Apresentação do material de apoio para o desenvolvimento das

atividades de Comunicação Alternativa, como as pranchas e cartões de

Comunicação.

CARTÕES DE COMUNICAÇÃO

Descrição de imagem:

A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos

gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por

categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor

de moldura diferente:

cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais,

(visualiza-se o símbolo "tchau");

amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe");

verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ;

laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna");

azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso");

branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias

anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").

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PRANCHA DE COMUNICAÇÃO COM SÍMBOLOS, FOTOS OU

FIGURAS

Descrição de imagem:

Uma pasta do tipo arquivo, contendo várias páginas de sacos

plásticos transparentes está sobre o colo de um usuário de CA. Cada

página representa uma prancha de comunicação temática e na imagem

visualiza-se a prancha com o tema "animais".

PRANCHA DE COMUNICAÇÃO ALFABÉTICA

Descrição de imagem:

Sobre uma mesa está uma pasta de comunicação e nela, há uma

prancha que contém as letras do alfabeto e os números. O usuário está

apontando o dedo indicador na letra "X".

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O QUE É UM SISTEMA DE SÍMBOLOS GRÁFICOS?

Para a confecção de recursos de comunicação alternativa como cartões

de comunicação e pranchas de comunicação são utilizados os sistemas de

símbolos gráficos, que são uma coleção de imagens gráficas que apresentam

características comuns entre si e foram criados para responder a diferentes

exigências ou necessidades dos usuários.

Existem diferentes sistemas simbólicos, sendo os mais importantes:

PCS, Blissymbols, Rebus, PIC e Picsyms.

O QUE É O PCS?

Um dos sistemas simbólicos mais utilizados em todo o mundo é o PCS -

Picture Communication Symbols, criado em 1980 pela fonoaudióloga

estadunidense Roxanna Mayer Johnson. No Brasil ele foi traduzido como PCS

- Símbolos de Comunicação Pictórica. O PCS possui como características:

desenhos simples e claros, de fácil reconhecimento e adequados para usuários

de qualquer idade, facilmente combináveis com outras figuras e fotos para a

criação de recursos de comunicação individualizados, extremamente úteis para

criação de atividades educacionais. O sistema de símbolos PCS está

disponível no Brasil por meio do software Boardmaker.

PRANCHA COM SÍMBOLOS PCS

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Descrição de imagem:

Visualiza-se uma prancha de comunicação com dezoito símbolos

gráficos PCS cujas mensagens servirão para escolher alimentos e bebidas. Os

símbolos PCS estão organizados por cores nas categorias social (oi, podes

ajudar?, obrigada); pessoas (eu, você, nós); verbos (quero, comer, beber);

substantivos (bolo, sorvete, fruta, leite, suco de maçã e suco de laranja) e

adjetivos (quente, frio e gostoso).

O QUE É O SOFTWARE BOARDMAKER?

Board significa "prancha" e maker significa "produtor". O Boardmaker é

um programa de computador que foi desenvolvido especificamente para

criação de pranchas de comunicação alternativa. Ele possui em si a biblioteca

de símbolos PCS e várias ferramentas que permitem a construção de recursos

de comunicação personalizados.

Com o software Boardmaker são confeccionados recursos de

comunicação ou materiais educacionais que utilizam os símbolos gráficos e

que serão posteriormente impressos e disponibilizados aos alunos.

O QUE É UM VOCALIZADOR?

É um recurso eletrônico de gravação/reprodução que ajuda a

comunicação das pessoas em seu dia-a-dia. Através dele, seu usuário

expressa pensamentos, sentimentos e desejos pressionando uma mensagem

adequada que está pré-gravada no aparelho. As mensagens são acessadas

por teclas sobre as quais são colocadas imagens (fotos, símbolos, figuras) ou

palavras, que correspondem ao conteúdo sonoro gravado.

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Descrição de imagem:

Vocalizador retangular com vinte e cinco áreas de mensagens visíveis,

onde estão símbolos gráficos. Cada área de mensagem ao ser pressionada

emitirá uma mensagem de voz gravada anteriormente. Apresenta alça de

transporte e botões de volume e troca de níveis.

O QUE SÃO ACIONADORES?

São recursos que promovem acessibilidade tanto no uso do computador

quanto em outras atividades não informáticas. A função única do acionador é

gerar um clique que o computador interpretará como um comando de seu

usuário. É a forma mais simples de se interagir com um computador, daí a sua

importância como interface para a comunicação alternativa.

Descrição de imagem:

Três modelos de acionadores, sendo os dois primeiros de pressão ao

toque e o terceiro chamado de tração, pois funciona com o puxar de um

cadarço que gera o clique.

CONSTRUÇÃO DE RECURSOS DE COMUNICAÇÃO

Os recursos de comunicação são confeccionados de forma

personalizada. Desta forma, deveremos utilizar imagens que fazem sentido

para o usuário e, em se tratando de recursos de comunicação no ambiente

escolar, que correspondam às atividades e conteúdos propostos no currículo e

atividades educacionais.

Além dos símbolos PCS que já se encontram no Boardmaker será

possível importar imagens capturadas na internet, em CDs específicos,

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fotografias digitais ou fotografias escaneadas de catálogos, livros de histórias

ou didáticos.

Todas as imagens encontradas e utilizadas na produção de materiais

educacionais e/ou de comunicação podem ser categorizadas e arquivadas para

que possam ser facilmente localizados em outras aplicações. Fazendo isto o

professor do AEE complementará e qualificará sua biblioteca de imagens.

Demonstração prática com o uso de material confeccionado pela

professora proponente, para o desenvolvimento de sugestões de atividades

com os cartões de comunicação, objetivando criar um canal que possibilite o

aprendizado da leitura e escrita, a fim de que o professor possa avaliar até

onde vai o conhecimento do aluno.

Este projeto está baseado em:

* DAVID RODRIGUES (Educação e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva);

* MARIA TERESA MANTOAN (Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como se faz?);

* MARTA KOHL DE OLIVEIRA sobre os estudos de VYGOTSKY e PIAGET (Teorias psicogenéticas em discussão); * MOACI ALVES CARNEIRO (O acesso de alunos com deficiências às escolas e classes comuns – Possibilidades e Limitações); * MYRIAM BONADIU PELOSI (Um retrato da Comunicação alternativa no Brasil – Relatos de pesquisa e experiências); * STAINBACK & STAINBACK (Inclusão: Um guia para educadores.)

Sites: http://www.assistiva.com.br/ca. http://www.crfaster.com.br Softwares livres. http://www.google.com.br/search?hl=pt/imagens

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8º ENCONTRO

Considerando a Modificabilidade Cognitiva Estrutural e o novo olhar

sobre as diferentes formas de interação humana; que o projeto despertou nos

participantes através da consciência sobre a Aprendizagem Significativa que se

faz através da ação e re-construção do conhecimento, evidenciando e

estabelecendo relações com os conhecimentos anteriores que os alunos

trazem nas suas bagagens. Os participantes do grupo, mediante a leitura dos

textos: Critérios de Mediação e das abordagens através da Unidade Didática

deverão desenvolver Adaptações Curriculares que serão utilizadas para o

desenvolvimento das aulas dos referidos participantes.

ATIVIDADE 2

Avaliação da Proposta apresentada.

REFERÊNCIAS

BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a Aprendizagem Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. BAYER, Hugo O. O fazer psicopedagógico. A abordagem de Reuven Feurstein a partir de Piaget e Vygotsky. Porto Alegre: Mediação, 1996. BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da EducaçãoNacional. LDBEN 9394/96 art. 58, 59, 62 Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso: 13/08/2014. BRASIL. Ministério da Educação. Adaptações Curriculares. Disponível: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf Acesso: 13/08/2014. BUDEL, Gislaine Coimbra, MEIER, Marcos: Mediação da Aprendizagem na Educação Especial. Curitiba: Ibepex, 2012. CUNHA, Ana Cristina Barros da, MAGALHÃES, Joyce Goulart. Oficina de Aprendizagem Mediada: Uma proposta de reflexões da prática pedagógica em educação inclusiva. Curitiba: Juruá Editora, 2011. FEUERSTEIN, R., Rand, Y., Hoffman, M. B., Miller, R. (1980). Instrumental enrichment: an intervention program for cognitive. Glenview: Editora: Foresman and Company, 1985.

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FONSECA, Vitor da. Educação Especial: Programa de estimulação precoce – Uma introdução as ideias de Feuerstein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. MEIER, Marcos e GARCIA, Sandra. Mediação da Aprendizagem: Contribuições de Feuerstein e de Vygotsky. Curitiba: Gráfica Pallotti, , 2011. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação - Superintendência da Educação: Instrução N° 016/2011 – SEED/SUED. Disponível: http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/Instrucao162011. Acesso: 13/08/2014.