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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
Título: As atividades práticas na construção do conhecimento do aluno de EJA no Ensino de Ciências
Autor: Elizabeth Guivernau Gaudens
Disciplina/Área:
Ciências
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos CEEBJA – Londrina, localizado à Avenida São Paulo, 294- Centro, Londrina - PR.
Município da escola: Londrina
Núcleo Regional de Educação: Londrina
Professor Orientador: Profª. Dra. Vera Lucia Bahl de Oliveira
Instituição de Ensino Superior: UEL – Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar:
Arte
Resumo:
Este caderno Pedagógico foi produzido como atividade do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Educação do Estado do Paraná. É composto de atividades práticas voltadas para o Ensino Fundamental II, será desenvolvido com alunos de EJA com o objetivo de desenvolver a habilidade de transpor os resultados observados com os conceitos científicos estudados na disciplina de Ciências. A metodologia utilizada para desenvolver o trabalho será a investigação.No desenvolvimento serão utilizadas atividades práticas e materiais diversos em sala de aula a fim de tornar a aprendizagem mais prazerosa. O educando será estimulado a
pensar e ser protagonista no processo da aprendizagem, serão desafiados a elaborar hipóteses, desenvolver estratégias para comprová-las e entender os resultados obtidos. Os educandos que frequentam esta modalidade de ensino já possuem um conhecimento empírico e o que se pretende é que consigam entender fenômenos observados no cotidiano com olhar cientifico.A avaliação ocorrerá durante todas as fases da implementação do material produzido, será de forma oral, relatórios escritos, de observação, considerando o desempenho individual e em grupo.
Palavras-chave:
Experimentação; modelo científico; atividades práticas; ensino de Ciências.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público:
Educandos do Ensino Fundamental II de EJA
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
ELIZABETH GUIVERNAU GAUDENS
CADERNO PEDAGÓGICO: AS ATIVIDADES PRÁTICAS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DO ALUNO DE EJA
NO ENSINO DE CIÊNCIAS
LONDRINA – PARANÁ
2014
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE
ELIZABETH GUIVERNAU GAUDENS
CADERNO PEDAGÓGICO: AS ATIVIDADES PRÁTICAS NA
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DO ALUNO DE EJA NO
ENSINO DE CIÊNCIAS
Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) - Secretaria de Educação do Estado do Paraná (SEED - PR) sob a orientação da Professora Dra. Vera Lucia Bahl de Oliveira.
LONDRINA – PARANÁ 2014
CADERNO PEDAGÓGICO – AULAS PRÁTICAS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS -
EJA
TÍTULO: AS ATIVIDADES PRÁTICAS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
DO ALUNO DE EJA NO ENSINO DE CIÊNCIAS
PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA: A IMPLEMENTAÇÃO DE ATIVIDADES
PRÁTICAS NO DESENVOLVIMENTO DAS AULAS DE CIÊNCIAS NO EJA,
PODEM AUXILIAR NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM, NO SENTIDO DE
ENTENDER FENÔMENOS QUÍMICOS/BIOLÓGICOS OBSERVADOS NO
COTIDIANO DOS ALUNOS?
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Elizabeth Guivernau Gaudens
Área PDE: Ciências
NRE: Londrina
Professor Orientador / IES: Professora Dra. Vera Lucia Bahl de Oliveira
IES vinculada: Universidade Estadual de Londrina – UEL
Escola de Implementação: CEEBJA – Londrina
Público objeto da intervenção: Alunos do Ensino Fundamental II– Ciências-
CEEBJA – Londrina
APRESENTAÇÃO
Este caderno Pedagógico foi produzido como atividade do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Educação do Estado do
Paraná. É composto de atividades práticas voltadas para o Ensino Fundamental II,
será desenvolvido com alunos de EJA com o objetivo de desenvolver a habilidade
de transpor os resultados observados com os conceitos científicos estudados na
disciplina de Ciências. A metodologia utilizada para desenvolver o trabalho será a
investigação. No desenvolvimento serão utilizadas atividades práticas e materiais
diversos em sala de aula a fim de tornar a aprendizagem mais prazerosa. O
educando será estimulado a pensar e ser protagonista no processo da
aprendizagem, serão desafiados a elaborar hipóteses, desenvolver estratégias para
comprová-las e entender os resultados obtidos. Os educandos que frequentam esta
modalidade de ensino já possuem um conhecimento empírico e o que de pretende é
que consigam entender fenômenos observados no cotidiano com olhar cientifico. A
avaliação ocorrerá durante todas as fases da implementação do material produzido,
será de forma oral, relatórios escritos, de observação, considerando o desempenho
individual e em grupo.
Palavras-chave: experimentação; modelo científico; atividades práticas;
ensino de Ciências.
“Aprender é a única coisa que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e
nunca se arrepende”.
Leonardo da Vince
1 INTRODUÇÃO
Durante toda a Idade Média o pensamento aristotélico que defendia a
experiência afirmando que “quem possua a noção sem a experiência, e conheça o
universal ignorando o particular nele contido, enganar-se-á muitas vezes no
tratamento” (Aristóteles, 1979).
Mesmo depois de 23 séculos, muitas propostas no ensino de Ciências ainda
desafiam a contribuição dos empiristas, ignorando a experimentação e a
possibilidade de organizar o conhecimento que pode ocorrer nos entremeios da
investigação.
A partir do século XVII a experimentação ocupa papel importante no estudo
das ciências naturais uma vez que as leis formuladas deveriam passar pela
metodologia cientifica onde a racionalização de procedimentos passa pela indução e
dedução. Mais recentemente, a aprendizagem colaborativa vem sendo debatida,
esta defende que não basta realizar experimentos mas que estes devem ser feitos
em equipes e que deve ocorrer colaboração entre as equipes, o que pressupõe uma
aprendizagem socialmente constituída.
Breve histórico do Ensino de Ciências
Conforme Krasilchik (1987), resgatar a história do ensino de Ciências no
Brasil não é tarefa fácil devido a diversidade social, política e educacional brasileira.
Década de 1950
O ensino de Ciências refletiu a situação do mundo ocidental pós Segunda
Guerra Mundial, marcado pela industrialização e desenvolvimento cientifico e
tecnológico. Pretendia-se substituir os métodos tradicionais pela metodologia ativa,
onde o objetivo era dar mais liberdade e autonomia, onde o processo de aquisição
do conhecimento era ativo. A pretensão era a formação de uma elite de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento nos setores industrial, tecnológico e
cientifico, a apropriação do conhecimento através do método cientifico, valorizando
as aulas práticas.
Década de 1960
Marcada pela guerra fria, o ensino de Ciências refletiu as transformações
políticas e sociais. Permitir a vivência do método científico para formar o cidadão e a
formação de professores com a preocupação de desenvolver atividades
experimentais passou a ser muito relevante. Priorizou-se o desenvolvimento do
pensamento lógico e racional, a resolução de problemas e a tomada de decisões.
Iniciou-se a democratização do ensino.
Após a revolução de 1964, o ensino de Ciências passou a contribuir com a
formação de mão de obra qualificada, embora o que predominava eram aulas que
usavam os questionários, onde os alunos deveriam responder de acordo com a
posição do professor em sala de aula e o livro-texto.
Década de 1970
Marcada por mudanças sociais, econômicas e a crise energética que levaram
a agressões ambientais, o ensino da Educação Ambiental e das consequências para
o meio ambiente ganharam relevância.
Nasceu a tendência do ensino conhecido como Ciência, Tecnologia e
Sociedade (CTS) que persiste até hoje.
“No Brasil o período é caracterizado pela promulgação da Lei 5.692/71, que afeta profundamente vários aspectos do sistema educacional. A escola secundária deve servir agora não mais para formação do futuro cientista ou profissional liberal, mas principalmente ao trabalhador, peça essencial para responder às demandas do desenvolvimento” (KRASILCHIK, 1987, p. 18).
A formação do individuo crítico e reflexivo ficava na intenção.
“A contrapartida didática pesquisa das concepções alternativas é o modelo de aprendizagem por mudança conceitual, núcleo de correntes construtivistas. São dois seus pressupostos básicos: a aprendizagem provém do envolvimento ativo do aluno com a construção do conhecimento e as ideias prévias dos alunos têm papel fundamental no processo de aprendizagem, que só é possível embasada naquilo que ele já sabe [...].” (BRASIL, 1997, p. 23)
Década de 1980
Agravou-se a crise econômica e aumentou o desemprego. O diploma de
conclusão de curso superior já não era mais garantia de emprego. A crise alcançou
o ambiente educacional. Professores mal preparados e excesso de alunos nas
turmas é uma realidade.
Após o final da ditadura militar, os professores se organizaram em
associações sindicais, onde a bandeira era educação para todos e com qualidade.
Fica claro que o simples experimentar não garantia a aquisição do conhecimento
cientifico.
A contrapartida didática à pesquisa das concepções alternativas é o modelo de aprendizagen por mudança conceitual, núcleo de correntes construtivistas. São dois seus pressupostos básicos: a aprendizagem provem do envolvimento ativo do aluno com a construção do conhecimento e as ideias prévias dos alunos têm papel fundamental no processo de aprendizagem, que só é possível embasada naquilo que ele já sabe [...]. (BRASIL, 1997, p.23).
Década de 1990 até os dias atuais
Em 1988, a nova Constituição Brasileira exigia mudanças na área
educacional e uma nova lei é promulgada, a Lei de Diretrizes e Bases para a
Educação Nacional (LDBEN) – Lei nº 9.394, aprovada em 20 de dezembro de 1996.
Nesta década, se institui o Plano Decenal da Educação com o objetivo de conhecer
a realidade educacional no país, com metas a serem implementadas. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) - MEC/SEF, 1997, 10 volumes são
elaborados como orientação para as propostas de currículo nasdiferentes áreas do
conhecimento no ensino fundamental.
Na atualidade, existem muitas propostas de conteúdos e metas. Há
dificuldade em entender a base teórica proposta, comprometendo a prática do
professor. Poucas mudanças podem ser observadas nas salas de aula onde
permanecem as velhas práticas.
Na disciplina de Ciências, devemos sempre rever fundamentos teórico-
metodológicos que podem auxiliar o processo ensino-aprendizagem; reorganizar os
conteúdos científicos levando em consideração a história da Ciência e a tradição
escolar; os encaminhamentos metodológicos com utilização de abordagens,
estratégias e recursos pedagógicos / tecnológicos. Num breve momento das aulas
seria interessante o professor resgatar os momentos de evolução das ciências com
o decorrer do tempo, associando como esta se organizou conforme o homem
desenvolveu o processo de evolução das tecnologias. Seria recomendável o
professor instigar seus alunos para que estes externem suas concepções em
relação a Ciência e o Ensino de Ciências; momento importante para o professor
introduzir conhecimentos e contextualizar a ciência que temos e a sua evolução
desde os primeiros passos de sua construção apoiado-se inicialmente num único
método científico, existe a necessidade de desenvolver este aspecto com maior
numero de exemplos para que o aluno compreenda que hoje vivenciamos um
pluralismo metodológico (PARANÁ, 2008. p.40).
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Ciências, as
atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem,
levando o aluno a aprendizagem de conceitos científicos através dos passos da
metodologia científica. O professor necessita considerar que sua participação é
fundamental para superação da observação (empírica) até a descoberta, e que para
isso deve dominar os conceitos apresentados além de saber manipular
equipamentos e reagente.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, a base
teórica que fundamenta o processo de ensino e aprendizagem das práticas
pedagógicas da educação de jovens e adultos pressupõe um modelo de ensino por
resolução de problemas; o uso de diferentes estratégias metodológicas para a
aprendizagem de diferentes conteúdos; a aprendizagem significativa que deve partir
dos conhecimentos prévios dos alunos; a interação entre os pares e com parceiros
mais experientes.
O conhecimento se constroe com a vida cotidiana mesmo sem passar pelos
bancos escolares. Valorizar, re-significar e relacionar estes conhecimentos com os
novos conteúdos facilitam a aprendizagem. Nessa linha, os educadores que
consideram os saberes dos educandos, auxiliam para a construção de uma escola
que valoriza a cultura de referência, onde eles possam reelaborar, de modo singular,
o saber já constituído. A atividade escolar possui maior valor pedagógico se
associada ao pensamento reflexivo. (PARANÁ, 2006, p.38-39).
Diferentes recursos didáticos
Conforme Laburú e Carvalho (2003),
[...] achar que, de uma interação individual ou coletiva com um determinado objeto ou fenôneno, o aluno ou todos eles serão capazes de construir um conhecimento, que é advindo do empírico, permeado de crenças e até mesmo de equívocos grosseiros, e tão ilusório quanto supor que todos os alunos virão a aprender o conteúdo desejado por uma via exclusivamente expositiva.
Segundo Astolfi e Develay (2001, p.103) “o trabalho didático sobre a
modelização não se opõe ao trabalho experimental, mas sim o complementa”.
Para Giordan (1996), um modelo é uma construção, uma estrutura que pode
ser utilizada como referência, uma imagem analógica que permite materializar uma
ideia ou um conceito tornando-os assim diretamente assimiláveis. A eficácia num
determinado modelo na construção do saber cientifico, quando os alunos podem
estabelecer relações, elementos esparsos de seus saberes anteriores e sobretudo
quando ocorre a formulação de novas perguntas sobre o assunto que não ocorriam
antes da introdução dos modelos.
Os modelos de ensino são representações visuais ou físicas usadas para
ajudar o aluno entender ou visualizar uma ideia, processo ou sistema abstrato
complexo ou uma estrutura microscópica. No ensino de Ciências o tópico Biologia
Celular, citologia requer a elaboração de material didático de apoio ao conteúdo
presente nos livros texto, já que emprega conceitos bastante abstratos e trabalha
com aspectos microscópicos.
Em Aprender na Prática:
O aprender na prática focaliza a ação educativa na participação ativa e crítica do aluno em sua aquisição de conhecimentos práticos e teóricos, em seu desenvolvimento de habilidades e em sua formação de valores e atitudes [....] o ponto de partida para a aprendizagem deve ser o conjunto de significados que emerge da classe: aqueles que os alunos trazem de sua experiência cotidiana e paralela à escola, bem como os que são oriundos de sua vivência escolar, o que, tradicionalmente, é denominado de conhecimento prévio.(UNICSUL, 2004, p.11-12).
A atividade experimental, que não precisa ser necessariamente de
laboratório, é certamente uma estratégia de ensino de Ciências. Apesar de ser mais
uma entre as várias possibilidades, muitos autores ressaltam a importância da
experimentação como recurso didático.
2 Encaminhamento Metodológico
As atividades serão desenvolvidas no segundo semestre do período letivo de
2015. Os alunos deverão trabalhar (na maior parte do tempo) em grupos de no
máximo 4 componentes, para que possam interagir,discutir estratégias e resultados.
Os alunos deverão respeitar e promover a interação entre os componentes do
grupo. O objetivo é a aprendizagem colaborativa. Durante as aulas ocorrerão
registros em relatórios que ao final deverão ser entregues ao professor. O papel do
professor é fundamental, devemos:
Ter os objetivos bem definidos;
Criar e manter o ambiente propício para à aprendizagem;
Estimular a realização das tarefas, bem como, o diálogo e as discussões para
que o trabalho seja produtivo;
Garantir a participação de todos na execução das atividades;
Valorizar o pensamento crítico, bem como acatar as informações relevantes,
uma vez que o método cientifico será utilizado;
Intervir na construção do conhecimento quando esta se fizer necessária, para
garantir o aprendizado.
O presente projeto terá como eixo norteador metodológico a investigação,
pois é uma das tendências da Educação em Ciências que está explicitada nas
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná. Esta é uma estratégia na
qual se lança uma situação ao educando que vai buscar meios para resolvê-la. O
aluno nessa perspectiva estará colocado na posição de investigador e sujeito do
próprio conhecimento.
Investigar significa procurar conhecer “o que não sabe”, que é o objetivo de
toda ação pedagógica e, diante dessa perspectiva de trabalho, esse projeto de
implementação, desenvolverá suas atividades na escola Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos CEEBJA – Londrina, localizado à Rua
Benjamin Constant, 1138- Centro, Londrina – Pr, com educandos do Ensino
Fundamental II, disciplina de Ciências.
Os educandos que frequentam esta modalidade de ensino já possuem um
conhecimento empírico e o que se pretende é que eles consigam entender
fenômenos observados no cotidiano com olhar cientifico. O presente projeto foi
elaborado após uma revisão bibliográfica sobre o tema e sua fundamentação teórica
se deu após leituras indicadas pela professora orientadora e cursos oferecidos pela
IES – UEL.
O educando, sendo a peça central para o desenvolvimento do projeto, será
informado da realização e do desenvolvimento do trabalho e qual a sua importância
na participação e na realização das atividades propostas.
A avaliação ocorrerá durante todas as fases do desenvolvimento do projeto
de forma oral, relatórios escritos, de observação, considerando o desempenho
individual e em grupo.
Outra participação importante na realização do projeto de implementação na
escola é o trabalho com outros professores do grupo GTR, uma vez que possibilita a
troca de experiências e ideias para a produção pedagógica, se constituindo em um
contexto favorável para a experimentação de novas práticas de ensino.
Para a aplicação de um Plano de Trabalho Docente para o ensino de Ciências
Ensino Fundamental serão realizadas as atividades práticas propostas na
construção do material didático.
ATIVIDADES
Atividade prática 1
Tema: Citologia Comparada
Célula segundo o dicionário de Silveira Bueno significa: diminutivo de cela; (Biol):
unidade fundamental dos seres vivos.
O corpo dos seres vivos é formado por um conjunto variado de substâncias químicas
diferentes. Estas substâncias químicas se agrupam formando estruturas
organizadas. Em seu conjunto, tais estruturas organizadas constituem as menores
unidades vivas: as células.
OBJETIVOS:
Visualizar ao microscópio células animais e vegetais;
Identificar algumas partes das células;
Comparar células animais e vegetais.
PROCEDIMENTO I – visualização de células animais;
MATERIAIS: lâmina, lamínula, microscópio, palito de dente, células da mucosa
bucal e corante azul de metileno ou violeta genciana.
1) Raspem a face interna da bochecha cuidadosamente com um palito de dente,
passem este palito sobre a lâmina de vidro, colocar uma gota de corante,
cobrir com a lamínula, retirar o excesso com papel de filtro;
2) Observar ao microscópio;
3) Desenhar e pintar a célula no espaço abaixo;
4) Identificar a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo;
PROCEDIMENTO II – Células de cebola
MATERIAIS: Cebola, lâmina, lugol, lamínula e microscópio.
1) Pegar uma película do catáfilo (escama) do bulbo da cebola e colocar
sobre a lâmina, colorir com lugol, cobrir a lamínula e observar ao
microscópio.
2) Desenhar, pintar e identificar: a parede celular, a membrana plasmática, o
citoplasma e o núcleo.
RESPONDA CORRETAMENTE:
1) O que diz a Teoria Celular?
2) Escrever a função das seguintes organelas:
Mitocôndrias:_________________________________________________________
Membrana plasmática:_________________________________________________
Núcleo:_____________________________________________________________
Lisossomos:_________________________________________________________
Ribossomos:_________________________________________________________
Cloroplastos:_________________________________________________________
3) Porque não encontramos cloroplastos nas células vegetais observadas?
Fonte: Projeto Araribá
Adaptado pela autora
Sugestão de material para consulta “Acélula”. Disponível no site da Fundação
Oswaldo Cruz
http://www.invivo.fiocruz.br/celula/ Acesso em: ago. 2014
Atividade prática 2
TEMA: Célula, a unidade formadora dos seres vivos.
OBJETIVOS:
Reconhecer os tipos de célula, suas partes e algumas organelas;
Construir um modelo de célula procarionte e/ou eucarionte.
MATERIAIS:
Massa de modelar e livro didático;
Papel sulfite ou cartolina.
PROCEDIMENTO:
1) Dividir a turma em pequenos grupos
2) Após pesquisar no livro didático; Construir um modelo de célula eucarionte ou
procarionte (distribuir entre os grupos de tal maneira que os dois modelos
sejam contemplados);
3) Colocar no modelo algumas organelas;
4) Identificar estas organelas.
Ao final, os grupos devem apresentar seus trabalhos e explicar a função das
organelas colocadas no modelo.
Autoria própria
Atividade prática 3
TEMA: Teoria abiogênica X biogênica.
A ideia de que seres vivos podiam surgir por outros mecanismos além da
reprodução foi muito difundida na antiguidade e ficou conhecida por teoria da
geração espontânea ou teoria da abiogênese. A crença na abiogênese não resistiu,
porém, à expansão do conhecimento científico e aos testes rigorosos realizados pó
Redi, Spallanzani e Pasteur, entre outros. Esses pesquisadores forneceram
evidências irrefutáveis de que seres vivos surgem somente pela reprodução de
seres de sua própria espécie, teoria que ficou conhecida como biogênese.
Um dos primeiros experimentos científicos sobre a origem de seres vivos foi
realizado pelo médico italiano Francesco Redi (1626-1697), em meados do século
XVII.
OBJETIVOS:
Verificar se pedaços de banana poderiam originar moscas.
MATERIAIS:
2 frascos de vidro transparente;
1 banana madura;
1 pacote de gaze;
2 etiquetas;
2 elásticos.
PROCEDIMENTOS:
1) Corte a banana madura em pequenas rodelas;
2) Distribua as rodelas nos dois potes de vidro;
3) Tampe a boca de um dos potes com a gaze dobrada e prenda-a com um
elástico;etiquete-o como frasco A – Controle;
4) Mantenha o outro pote aberto, etiquete-o como frasco B- Teste;
5) Deixe os dois frascos perto de uma janela aberta por um período de pelo
menos uma semana. Anote a data.
6) Depois de uma semana, cubra também com a gaze o frasco B, da mesma
forma que fez com o frasco A. Anote a data.
PENSE E RESPONDA:
Elabore uma hipótese com o que você espera que aconteça em cada um dos
frascos, depois de vários dias, em relação ao surgimento de moscas.
Realize observações, se possível diárias registrando na tabela abaixo o que você
observou nos dois frascos:
OBSERVAÇÕES FRASCO A - Controle FRASCO B- Teste
1° (Data:___/___/____)
2°(Data:___/___/____)
3°(Data:___/___/____)
Conclusão:
Descreva e justifique o resultado obtido.
Fonte: AMABIS & MARTHO.Biologia, vol.1,2004
Adaptado pela autora
Sugestão de material para consulta
HARRIS,William. Como funciona o método científico. Disponível em:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/metodos-cientificos5.htm Acesso em jul. 2014
Atividade prática 4
TEMA: Classificação
No século XVIII, o naturalista sueco Lineu acreditava que existiam cerca de
10 mil tipos distintos de formas de vida. Desde então, os biólogos já identificaram e
deram nomes científicos a mais de 2 milhões de espécies. E acredita-se que ainda
existam muitas outras por descobrir, o que pode elevar o número de espécies
viventes para 30 milhóes ou mais. Essa incrível variedade levou os cientistas a
concluir, mais de dois séculos atrás, que seria necessário desenvolver um sistema
eficiente para organizar e compreender a enorme diversidade biológica. O sistema
desenvolvido pelos cientistas utiliza, em linhas gerais, o mesmo princípio utilizado na
organização de produtos em um supermercado ou uma coleção de selos: a divisão
em categorias.
OBJETIVOS
Entender a importância da classificação dos seres vivos;
Treinar os alunos para a utilização de chaves de classificação tradicionais
(Método dicotômico).
MATERIAIS:
1. Montar kits com os seguintes objetos:
- Pedaço de algodão, disco de papelão, prego, pedra, chave, moeda, clips,
fósforo, bola de gude, tampa de caneta, rolha, tampinha de garrafa, osso
(galinha), concha de molusco e botão.
2. Chave de classificação (Anexo)
PROCEDIMENTOS:
1. Coloque todos os objetos a serem classificados em uma folha de sulfite, de
modo que fiquem bem visíveis;
2. Xerocar e plastificar (opcional) a tabela – anexo, uma para cada Kit;
3. Leia com atenção as instruções que estão na chave de classificação –anexo –
(para o material sugerido), identificando o objeto descrito ou se dirigindo ao
item seguinte (indicado).
4. Identifique cada objeto e preencha o quadro abaixo:
- Objeto A:
- Objeto B:
- Objeto C:
- Objeto D:
- Objeto E:
- Objeto F:
- Objeto G:
- Objeto H:
- Objeto I:
- Objeto J:
- Objeto L:
- Objeto M:
- Objeto N:
- Objeto O:
- Objeto P:
CHAVE DE CLASSIFICAÇÃO (Para o material sugerido)
1a. O objeto é feito de metal siga para o item 2.
1b. O objeto não é feito de metal siga para o item 6.
2a. O objeto tem uma forma circular siga para o item 3.
2b. O objeto não tem forma circular siga para o item 4.
3a. A forma do objeto é rigorosamente achatada objeto A.
3b. A forma do objeto é côncavo-convexa objeto B.
4a. O objeto tem forma cilíndrica e possui cabeça objeto C.
4b. O objeto não possui forma necessariamente cilíndrica siga para o item 5.
5a. O objeto possui dentes em seu corpo objeto D.
5b. O objeto é feito de arame dobrado objeto E.
6a. A constituição do objeto é originária de parte de um ser vivo siga para o item 7.
6b. A constituição do objeto é totalmente desvinculada dos seres vivos siga para o item 12.
7a. O objeto é de origem vegetal siga para o item 8.
7b. O objeto é de origem animal siga para o item 11.
8a. A origem do objeto está na flor de uma planta objeto F.
8b. A origem do objeto está no caule de uma planta siga para o item 9.
9a. O objeto é constituído por células mortas da casca de uma árvore objeto G.
9b. O objeto é, normalmente, constituído por células mortas do interior do caule de certas
árvores siga para o item 10.
10a. O objeto é usado em sua estrutura original objeto H.
10b. O objeto é utilizado após um processo industrial objeto I.
11a. O objeto faz parte da região interna de um animal objeto J.
11b. O objeto faz parte da região externa de um animal objeto L.
12a. O objeto é formado por material plástico siga para o item 13.
12b. O objeto não é de material plástico siga para o item 14.
13a. O objeto tem, normalmente, forma circular objeto M.
13b. O objeto tem forma cônica objeto N.
14a. O objeto tem a forma esférica objeto O.
14b. A forma do objeto pode ser a mais variada possível objeto P.
Fonte:AMABIS & MARTHO. Biologia dos organismos. Vol. 2, 2004.
Adaptado pela autora
Atividade prática 5
Tema: Filo Arthropoda
Neste filo encontramos animais invertebrados que possuem as patas
articuladas. Uma atividade simples, mas divertida, é o da identificação de
artrópodes. Por se tratar de animais facilmente observáveis na natureza, eles podem
ser utilizados numa “ aventura de classificação”. Passeie com seus alunos pelo
jardim, pátio ou praça vizinha de sua escola e procure artrópodes nos mais variados
habitats. Aproveite para mostrar que estes animais são justamente os mais bem-
sucedidos no planeta, pela diversidade que possuem na exploração de diferentes
nichos ecológicos.
Objetivos:
Reconhecer as diferenças e as semelhanças entre os animais classificados
neste filo;
Classificar os Artrópodes mais comuns utilizando uma chave dicotômica para
identificação de Artrópodes.
Familiarizar os alunos quanto ao uso de chaves dicotômicas para
classificação dos seres vivos;
Compreender a importância da classificação dos seres vivos para melhor
estudá-los.
Materiais:
Artrópodes conservados em formol ou figuras de Artrópodes;
Chave dicotômica (anexo).
Procedimento:
Trabalho em grupo;
Montar um kit com uma cópia da chave de classificação e animais ou
figuras das cinco classes de Artrópodes mais comuns;
Utilizando a chave de classificação apresentada, classificar os
diferentes animais apresentados, observando as suas características
externas;
Após a classificação preencher o quadro abaixo:
Chave dicotômica para classificação de Artrópodes mais comuns:
Item Características Classe Siga para o item:
1ª Corpo dividido em
2 ou 3 partes
distintas---------------
2
1b Corpo sem perfeita
distinção das
partes------------------
3
2ª Mais de quatro
pares de patas------
5
2b Menos de quatro
pares de patas------
4
3ª Um par de patas
por segmento do
corpo------------------
Quilópodes
3b Dois pares de
patas por
segmento do corpo
Diplópodes
4ª Três pares de
patas e presença
de antenas----------
Insetos
4b Quatro pares de
patas e ausência
de antenas----------
Aracnídeos
5ª Cinco pares de
patas-------------------
Crustáceos
(aquáticos)
5b Múltiplos de cinco
pares de patas------
Crustáceos
(terrestres)
Fonte: Coleção Anglo vestibulares- ensino fundamental: 7º Ano, São Paulo;
Anglo, 2011. Adaptado pela autora.
Atividade prática 6
TEMA: Coordenação nervosa
OBJETIVOS:
Reconhecer o papel do sistema nervoso no controle do organismo.
Entender o caminho percorrido pelo impulso nervoso.
Atividade experimental: Teste seus reflexos
MATERIAL:
Réguas de 30 cm
Procedimentos:
1- Trabalhando em duplas, um aluno deverá segurar a régua, com o polegar e o
indicador, por uma das extremidades, na direção vertical. O outro aluno deverá
manter o polegar e o indicador em torno da régua, próximos à outra extremidade,
mas sem segurá-la; deixar o zero da régua virado para esse segundo aluno facilitará
a medida.
2- Sem qualquer aviso, o primeiro aluno deverá soltar a régua e o segundo deverá
pegá-la o quanto antes, com os dedos. Marcar a distância percorrida pela régua,
repetir cinco vezes, marcar os cinco resultados e calcular a média. Inverter os papéis
da dupla.
3- Refazer o experimento, agora com os olhos fechados. O aluno que solta a régua
avisará a largada com um simples “já”. Refazer por cinco vezes, anotar e fazer o
cálculo da média.
Conclusão:
1- Responda às perguntas abaixo.
a) Por que usamos a medida do deslocamento da régua para avaliar a rapidez de
reação, ao invés de um cronômetro?
b) O que está sendo comparado, quando se altera o experimento, fechando os olhos
do aluno?
c) Compare suas médias e tente explicar os resultados.
Atividade prática 7
TEMA: Digestão
OBJETIVOS:
Reconhecer quando ocorre uma reação química.
Entender a importância da mastigação no processo químico da digestão.
Atividade experimental 1. Velocidade de uma reação química.
MATERIAIS:
3 recipientes
Água gelada
Água em temperatura ambiente
Água quente ( mais ou menos 60°C )
1 comprimido efervescente dividido em 3 partes iguais
cronômetro
Procedimentos:
1- Numerar os recipientes de 1 a 3;
2- No recipiente 1 coloque água gelada, no 2 água à temperatura ambiente, e no 3 a
água quente;
3- Coloque um pedaço do comprimido efervescente no recipiente 1 e cronometre o
tempo total de dissolução. Repetir o procedimento nos outros dois recipientes, um de
cada vez, registre os valores obtidos.
Conclusão:
1- Anote os valores encontrados na tabela abaixo:
Grupos: Água gelada Água temperatura
ambiente
Água quente
1
2
3
4
5
2- Com base nos dados obtidos, que fator deve ter determinado os diferentes
resultados?
Atividade experimental 2. Quebrando em pedaços menores
Materiais:
2 recipientes
Água em temperatura ambiente
1 comprimido efervescente, dividido ao meio
Cronômetro
Procedimentos:
1- Dividir o comprimido ao meio;
2- Triturar metade do comprimido, a outra metade fica inteira;
3- Colocar a mesma quantidade de água nos 2 recipientes;
4- Colocar a metade inteira na água e cronometrar o tempo da dissolução, repetir
com a metade triturada. Anotar os resultados.
Conclusão:
1- Anote os resultados encontrados na tabela abaixo:
Grupos: Comprimido inteiro Comprimido triturado
1
2
3
4
5
2-Como você explica esse resultado?
3- Que relação se pode estabelecer entre esse experimento e a digestão dos
alimentos?
Referências
ARISTÓTELES. Metafísica,”Livro A, cap.I” Coleção Os Pensadores. Ed. Abril,
São Paulo: 1979 ( original século IV a.C.)
ASTOLFI, J. P.; DEVELAY, M. A. A didática das Ciências. Tradução de
Magda S. S. Fonseca. São Paulo: Ed. Papirus, 1994.
BARNES, R. S. K; CALOW, P. & OLIVE, P. J. W. Os invertebrados – uma
nova síntese. São Paulo: Atheneu, 1995.
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental:
Ciências. Brasilia, 1997.
Disponível em: < WWW.mec.gov.br > Acesso em 30 set. 2014
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do Ensino de Ciências. São
Paulo: Ed. Cortez, 1992.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das Ciências. São Paulo: Ed.
Pedagógica e Universitária/ Edusp, 1987.
LABURÚ, C. E. ; CARVALHO, M. Controvérsias construtivistas e
pluralismo metodológico. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em
Ciências. São Paulo: v.1, n. 1, ano 5. 2005. p.57-67.
MOREIRA, M. A. Modelos mentais.
Disponível em : < http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/N3/moreira.htm >
Acesso em 06 set. 2014
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação
Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica- Ciências. Paraná:
SEED/DEPG, 2008.
---------------- Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação
Básica. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: 2006.
p.38-39.
PIETROCOLA, M. Construção e Realidade: realismo científico de Mário
Bunge e o ensino de Ciências através de modelos. Investigação de Ciências,
Porto Alegre, v. 04, n. 03, 1999.
PORTO, A; RAMOS, L; GOULART, S. Um olhar comprometido com o
ensino de Ciências. Minas Gerais: Ed. Fapi, 2009.
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL.- Unicsul. Aprender na prática. São
Paulo: Edições Inteligentes, 2007.
Sugestão de Sites
Ciências à mão – Potal de Ensino de Ciências.
Disponível em < http:// www.cienciamao.usp.br >
Acesso em: 10 out. 2014.
Feira de Ciências
Disponível em < http:// www.feiradeciencias.com.br >
Acesso em: 30 set. 2014.
Ponto Ciência
Disponível em < http://www.pontociencia.org.br >
Acesso em: 21 out. 2014.
APÊNDICE
Aluno:-------------------------------------------------------- Idade-----------
Tempo que ficou sem estudar:-------------------------------------------
Os alunos responderão o seguinte questionário de pesquisa:
1) O que você entende como aula prática?
2) Durante sua vida acadêmica, já teve contato com algum tipo de aula
prática?
3) As aulas práticas te trazem alguma expectativa positiva ou negativa?
Argumente sobre o assunto.
4) Você acredita que para que as aulas práticas aconteçam as escolas
precisam de laboratórios muito equipados? Justifique sua resposta.
5) Em relação aos conteúdos, quais você gostaria de estudar através de
aulas práticas para que o aprendizado aconteça com mais facilidade?