OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Público: Alunos do 7º ano do Ensino...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: A CIDADE E A POESIA: UM ENCONTRO LITERÁRIO
Autor: Márcia Regina Araujo Galle
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto / localização:
Colégio Estadual Bernardina Schleder.
Rua: Carlota Pioli, 308 – Bairro Rio D’Areia
Município da escola: União da Vitória
NRE: União da Vitória
Professor Orientador:
Professor Dr. Caio Ricardo Bona Moreira
Instituição de Ensino Superior:
Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras.
FAFIUV / UNESPAR, Campus de União da Vitória-PR
Relação Interdisciplinar:
Arte
Resumo: Vivenciar poesias de um modo alegre, dinâmico e interativo de aprendizagem, voltado para a sensibilização de jovens leitores é o que se pretende realizar através dessa Produção Didático-Pedagógica. O trabalho com Oficinas Poéticas visa contribuir no processo de leitura, escrita e disseminação literária em alunos das séries finais do Ensino Fundamental, trabalhando a cidade como espaço de observação e reflexão e por meio da poesia, colocá-los em contato com obras e autores de renome da literatura e também fazê-los perceber a existência de uma rica e importante literatura local, onde nossos poetas se revelam pela competência e sensibilidade. Espera-se que através de diferentes estilos e obras os alunos sejam instigados a reconhecer e apreciar as sutilezas e a beleza dos textos poéticos. Sensibilizar, encantar e despertar através da poesia ampliando e diversificando as interpretações sobre o mundo e a vida e possibilitando-os fazer escolhas conscientes de linguagem e comunicação.
Palavras-chave: Oficinas Poéticas; Cidade, Poesia local; Disseminação.
Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público: Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental
1. APRESENTAÇÃO:
Nesta Produção Didático-Pedagógica serão apresentadas as atividades a
serem realizadas junto aos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Estadual
Bernardina Schleder, município de União da Vitória-PR, por meio de Oficinas
Poéticas que se desenvolverão através de atividades diferenciadas de oralidade,
leitura, escrita e disseminação literária.
O texto literário desenvolve a sensibilidade estética, através dele é possível
aprender, comparar, questionar e transformar a realidade e aumentar a interação
e a afetividade com o mundo. A leitura literária, no caso a poesia, é o tipo de
leitura mais eficaz para o alcance da formação escolar por seu caráter
interdisciplinar, humanizador, reflexivo e sensibilizador.
Formar um público leitor de poesias, resgatar o ouvir poético auxiliando o
aluno a apropriar-se de estratégias que lhes permitam aprofundar a relação
afetiva e intelectual com as obras, a fim de construir progressivamente sua
história de leitor, desenvolvendo autonomia, face ao conhecimento é o que
pretendemos através desse trabalho.
Ler poesia nos ensina a olhar e sentir e cada autor permite isso de maneira
particular e personalizada, é o que nos remete o autor: “Quanto mais constante e
diversificador o nosso contato com o universo poético, mais atento será o nosso
olhar para as coisas em volta”. (PAIXÃO, 1992, p.41).
A poesia tem grande importância no espaço escolar, pois é nesse ambiente
que o aluno deve ter livre acesso às leituras, encontrar liberdade de produção e
vivências. Pretendemos oportunizar momentos de trabalho eficientes de
aprendizagem, sem deixar que a leveza e a gratuidade se percam, pois sem uma
relação mais sedutora com a palavra, e sem a motivação do prazer, perde-se o
interesse e a curiosidade do aluno.
A proposta de Oficinas Poéticas é de apresentar aos educandos as diversas
possibilidades de vivenciar poesias de forma mais proveitosa possível. Pretende-
se através delas constituir um espaço dinâmico de reflexão, de contextualização,
apropriação do fazer pedagógico e efetivação de estratégias diferenciadas de
ensinar e aprender. “Todo o trabalho poético deve se dar de modo alegre, sem
cobranças exaustivas, sem exigências de perfeição, sem a necessidade de
público”. (PINHEIRO, 2007, p.81).
Iniciaremos apresentando aos nossos alunos, obras poéticas de diversos
poetas renomados da nossa literatura fazendo um trabalho de conhecimento,
apreciação e aprendizado de forma diversificada e prazerosa da poesia e das
cidades.
Em seguida, por via desse trabalho de oficinas, os alunos terão também a
oportunidade de conhecer e se aproximar de obras poéticas e dos próprios
autores locais, levando-os a descobrir quem são esses poetas, sobre o que
escrevem e seus estilos pessoais. Pretende-se desenvolver também diversas
atividades de divulgação de tais obras, mostrando que a nossa literatura é rica,
ampla, bela e que os poetas da nossa região merecem ser valorizados.
Queremos também pensar a nossa cidade especificamente por meio da
poesia e de momentos de interação com esse espaço, observando-a sob um
novo olhar, com mais atenção, com uma visão poética. Desta forma é que vamos
propor aos jovens retratá-la através de fotografias e depois com as imagens
obtidas, realizar um trabalho de produção escrita de poemas de um jeito novo,
particular e original. A atividade de produção criativa de poemas pelos alunos será
a nossa principal meta e ou desafio maior. Encerraremos essa oficina com a
confecção de livrinhos em estilo artesanal nos moldes das “Cartoneras”, que
poderá fazer parte da Coleção Therezinha Cartonera e publicado pelo Projeto
Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, promovido pelo Curso de Letras UNESPAR,
campus de União da Vitória-PR.
Para concluir essa Unidade Pedagógica, será realizada uma série de
atividades propostas que visam promover e divulgar poesias, sejam essas de
autores consagrados da literatura, dos poetas locais e inclusive dos próprios
alunos, numa perspectiva de disseminação literária que ultrapasse os limites da
sala de aula e da escola. O importante é que a poesia se espalhe, mexa com os
sentidos, suscite emoções. Como disse o grande poeta Vinícius de Moraes: “E o
povo poderá cantar seus próprios cantos, porque os poetas serão em maior
número e a poesia há de velar”.
O trabalho com Oficinas Poéticas no Ensino Fundamental será bastante
significativo, pois deverá possibilitar uma vivência literária, com grande estímulo
para as situações de produção e circulação de textos.
Professor (a): O trabalho proposto inicialmente tem por objetivo verificar e analisar através de enquete o conhecimento, o gosto e o repertório dos poemas conhecidos pelos alunos antes de qualquer intervenção. Com o intuito de se obter respostas mais sinceras e espontâneas a atividade será feita de forma anônima.
ENQUETE Você gosta de poesias? Por quê? Para você o que é Poesia? Qual é a importância da poesia na vida das pessoas? Sobre quais assuntos ou temas os poetas tratam em seus poemas? Anote alguns títulos de poemas que você conhece: Sabe o nome de alguns poetas? Quais? Conhece algum poeta da nossa cidade ou região? Qual?
OFICINA Nº 1: “CIDADE E POESIA”
Objetivo: Criar procedimentos de leitura para textos poéticos.
Apreciar obras e estilos de diferentes poetas da literatura.
ATIVIDADE: 1
Professor (a): Iniciaremos a Oficina com uma Brincadeira de Apresentação
através do poema “Receita de Espantar a Tristeza”, da autora Roseana Murray.
Esta atividade tem a finalidade de fazer com que todos se apresentem ao grupo
de uma maneira alegre e diferente, criando um clima de amizade e de
cumplicidade a fim de que possam desinibir-se, É importante que se crie um
ambiente favorável para que o aluno possa sentir-se à vontade e assim participe
das atividades propostas no decorrer das oficinas.
OBSERVAÇÃO: Devido aos requisitos exigidos pela lei dos direitos autorais,
serão disponibilizados apenas trechos das obras (conforme a legislação
brasileira, Lei nº 9.610/98). Os textos, na íntegra, encontram-se nas fontes
correspondentes abaixo referenciadas.
.
Receita de espantar a tristeza
(Roseana Murray)
Faça uma careta
e mande a tristeza
pra longe pro outro lado
do mar ou da lua
[...]
e procure o melhor amigo
para um longo e apertado abraço
Fonte: MURRAY, Roseana. A Bailarina e outros poemas. São Paulo: FTD, 2001, p.22.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Em círculo todos deverão fazer a leitura da primeira estrofe do poema de
forma dramatizada através de gestos: fazendo uma careta e expulsando a tristeza;
*Na sequência um a um vai ao meio do círculo se apresentando pelo
nome e faz alguma coisa para se identificar de acordo com sua criatividade,
“alguma besteira” como exemplo: plantar bananeira, piscar, pular num pé só,
assobiar, dançar ou gesticular;
*Em seguida fazer com eles alguns exercícios de alongamento como:
esticar o braço direito para tentar pegar uma estrela, depois com o braço
esquerdo, com os dois braços e um pé no chão, na ponta dos pés, etc.
*Finalizar a brincadeira fazendo novamente a leitura completa do poema e
encerrar com um abraço nos colegas que estão ao lado.
* Depois sentados no chão opinar sobre a brincadeira, comentar o poema,
o título, se conseguiram espantar a tristeza, pedir para alguém declamar sozinho.
É importante ler e comentar alguns dados biográficos da autora.
Roseana Murray nasceu em 1950 no Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Tem mais de quarenta livros publicados, muitos deles premiados. Ela viaja muito pelo Brasil participando de feiras de livros, dando oficinas, indo até escolas, vendo de perto o poder que a poesia tem de tocar e envolver as pessoas.
ATIVIDADE: 2
Sentindo o que é Poesia e o que é ser Poeta!!
Professor (a): Com essa atividade pretende-se envolver os alunos na leitura de
poemas, buscando sentidos, interpretando significados, estabelecendo relações
e principalmente perceber a linguagem poética utilizada pelos autores e o que os
mesmos nos dizem sobre as poesias.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Será pendurado um balão de festas gigante no meio da sala contendo
nomes de poetas renomados da literatura colados a um pirulito;
*Ao ser estourado o balão, cada aluno deverá pegar um pirulito;
*Os grupos serão formados de acordo com o poeta que cada um pegou;
*Cada grupo deverá fazer a leitura e análise do poema que lhes foi
entregue (cópias) registrando as sensações, impressões, sentimentos provocados;
*Procurar significado de palavras desconhecidas no dicionário;
*O grupo deverá organizar-se para a apresentação onde um aluno deverá
ler o poema em voz alta, outros apresentarão as observações e análises
realizadas e desenhos que representem o poema trabalhado. Outros deverão
apresentar a biografia do autor.
Poemas selecionados para a Atividade:
1)
POETAS
(Florbela Espanca)
Ai a alma dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
[...]
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Fonte: Poemas de Florbela Espanca. Estudo introdutório, organização e notas de Maria Lúcia Dal Farra. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p.16.
Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 - Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade.
2)
TEM TUDO A VER
(Elias José)
A poesia tem tudo a ver com tua dor e alegrias, com as cores, as formas, os cheiros, os sabores e a música do mundo. [...] tem tudo a ver com tudo.
Fonte: Palavras de Encantamento. Poesias. Vol.1. São Paulo: Moderna, 2002, p.35.
Elias José. (Santa Cruz da Prata, MG – 25 de agosto de 1936 – Santos, SP – 2 de agosto de 2008) foi professor, escritor e maravilhoso poeta.
3) O POETA
(Roseana Murray)
O poeta vai tirando da vida
os seus poemas
como pássaros desobedientes
[...]
abracadabra construindo o universo.
Fonte: Roseana Murray. A bailarina e outros poemas. São Paulo: FTD, 2001, p.18.
4)
OS POEMAS
(Mário Quintana)
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
[...]
que o alimento deles já estava em ti...
Fonte: Mário Quintana. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1993.
Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 – Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi tradutor, jornalista e um dos melhores poetas da nossa literatura. Recebeu inúmeros prêmios em reconhecimento pela grandeza de suas obras.
5)
CONVITE
(José Paulo Paes)
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
[...]
Vamos brincar de poesia?
Fonte: Palavra de poeta: poesia. São Paulo: Ática, 2001. (Coleção literatura em minha casa), p.21.
José Paulo Paes (Taquaritinga, 1926 – São Paulo – SP, 9 de outubro de 1998) foi poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta brasileiro.
6)
DESENCANTO
(Manuel Bandeira)
Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
[...]
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
Fonte: Manuel Bandeira. Meus poemas preferidos. São Paulo: Ediouro, 2002, p.36.
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, conhecido por Manuel Bandeira (Recife, 19 de abril de 1886 – Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um dos mais importantes nomes da poesia, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.
7)
POÉTICA
(Cassiano Ricardo)
Que é a Poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos
os lados.
[...]
como qualquer outro
homem.
Fonte: Cassiano Ricardo. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972, p.13.
Cassiano Ricardo Leite. (São José dos Campos, 26 de julho de 1895–Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 1974). Destacou-se como jornalista, poeta e ensaísta brasileiro).
VIVENCIANDO AS CIDADES
ATIVIDADE: 4
Professor (a): A atividade proposta visa oferecer aos alunos o
desenvolvimento da função poética da linguagem estimulando a leitura e
declamação de poesias de forma prazerosa. É importante que o aluno
perceba a maneira original que o poeta apresenta a cidade e como as
palavras que utiliza adquirem sentidos mais amplos do que geralmente
possuem.
CIDADEZINHA QUALQUER
(Carlos Drummond de Andrade)
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar
[...]
Êta vida besta, meu Deus.
Fonte: Carlos Drummond de Andrade. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Record, 1996.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Assistir o clipe no data show. Disponível no Youtube:
Cidadezinha Qualquer, Drummond, Tom Zé. Site:
www.youtube.com/watch?v=ghDMqHs9S5w
*Fazer reflexões sobre o poema a fim de que todos o interpretem com
eficiência.
*Formar com os alunos duas filas de modo que fiquem um de frente para
o outro. Enquanto a primeira fila recita um verso do poema a outra faz o eco e
depois inverte, a segunda fila continua recitando e a outra repete e assim
prossegue até o final do poema. Pode repetir a atividade iniciando pela outra fila e
assim os alunos vão memorizando o poema. Após a atividade declamar sem olhar
o texto impresso.
*Encerrar a atividade solicitando que ilustrem o poema utilizando materiais
diversos que será disponibilizado a eles e depois será montado um painel com os
trabalhos.
ATIVIDADE: 5
Professor (a): É essencial na aprendizagem que os alunos sejam capazes de
estabelecer diálogos entre textos e que sejam capazes de perceber em cada
texto qual a visão de mundo de seu autor, os diferentes recursos expressivos
empregados, a sonoridade das palavras e os diversos usos da linguagem. Ler,
refletir, discutir e formular hipóteses é determinante para atribuir significados a
um texto.
TEXTO 1:
CIDADEZINHA CHEIA DE GRAÇA
(Mário Quintana)
Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a passar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
[...]
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
Fonte: Mário Quintana. Prosa & verso. Porto Alegre: Globo, 1978.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Leitura do poema com muita expressividade.
*Identificar as rimas e sua importância para garantir a musicalidade do
poema.
*Fazer um jogral lido alternadamente por meninos e meninas: as meninas
leem o primeiro verso e os meninos, o segundo e assim por diante.
*Uma característica importante desse poema é que o poeta cria imagens
originais para descrever a cidadezinha. Quais são essas imagens?
*O poeta é morador dessa cidade? Explique.
*Qual é a triste sina que ele afirma ter?
*No texto existe o desejo de toda vida poder morar nessa cidade. Você
também gostaria de morar num lugar assim? Justifique a sua resposta.
TEXTO 2:
SAUDOSA MALOCA
(Adoniran Barbosa)
Si o sinhô num tá lembrado,
dá licença de contá,
[...]
nóis cantemos assim:
saudosa maloca, maloca querida,
dim-dim donde nóis passemo,
os dia feliz de nossa vida.
Fonte: SAUDOSA MALOCA- Adoniran Barbosa (letra e vídeo)
http://letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969/
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
* Assistir clipe da música Saudosa Maloca, acompanhando a letra.
*Explique a expressão “Saudosa Maloca”.
*O que mais chama a atenção nesse texto?
*Houve dificuldades de compreensão do texto devido a linguagem
empregada?
* Você acha que pelo fato de o autor não ter utilizado o padrão culto da
linguagem na composição dessa música, impede que consideremos esse texto
um poema? Explique.
*Que tipo de ambiente o texto revela? É também uma cidade pequena ou
um ambiente urbano? Como você descobriu isso?
*O tipo de cidade se assemelha a do texto anterior? Que diferenças você
observa?
*Compare e comente o estilo de vida das pessoas de cada texto.
*Na sua cidade existem moradores de rua? Qual o motivo dessa
ocorrência?
*Escolher o tipo de cidade que escolheria para morar. Fazer recortes de
figuras de revistas com paisagens ou coisas que a retratem. Dar um nome para
ela (pode ser real ou inventado). Após a realização dessa tarefa, todos deverão
apresentar seu trabalho para os colegas e explicar os motivos de querer viver
nesse lugar.
ATIVIDADE: 6
Professor (a): Para tal atividade serão disponibilizadas outras obras poéticas
de poetas diversos que souberam tão especialmente retratar as cidades,
ressaltando seus aspectos, suas singularidades, suas lembranças e
sentimentos, com a finalidade de remeter os jovens leitores a outras
realidades pelo envolvimento com esses textos. Espera-se que ao ler e refletir
sobre as cidades, cresça a curiosidade e a vontade de querer saber mais
sobre outros lugares e situações e que possam pensar também o próprio lugar
em que vivem.
*SUGESTÃO DE ATIVIDADE: Iniciar o trabalho com a música “Aquarela
Brasileira”, que exalta o país, contando em versos a respeito das regiões
geográficas, a beleza da arquitetura, das lendas e costumes que compõem os
diferentes lugares.
AQUARELA BRASILEIRA
Martinho da Vila
Compositor: Silas de Oliveira
Vejam esta maravilha de cenário:
É um episódio relicário,
Que o artista, num sonho genial
Escolheu para este carnaval.
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela.
[...]
Emolduram em aquarela o meu Brasil.
Lá...lá...lá..
Lá...lá...lá...lá...
http://www.vagalume.com.br/martinho-da-vila/aquarela-brasileira.html
Disponível também em: http://www.youtube.com/watch?v=VHN2TVwNhEo
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Formação de grupos, sendo que cada equipe trabalhará com um poema
diferente da outra.
*Distribuir aos alunos as poesias que serão trabalhadas e o material que
será utilizado na execução da atividade (revistas para recorte, cola, tesourinhas,
papel, tinta guache, dicionários, etc.).
*Será solicitado que descubram, registrem e montem um cartaz todas as
características possíveis da cidade apresentada pelo poeta, tais como:
.O nome da cidade:
.A paisagem que compõe a cidade:
As pessoas do lugar:
.Os animais citados:
.Tipo de ambiente (urbano ou rural):
.Descrever as peculiaridades do lugar:
.A relação existente entre o sujeito poético e o lugar:
.Outros aspectos importantes observados:
.Em que coisas ou aspectos do lugar que se assemelham a cidade em
que vivem:
.Usar recortes, desenhos ou pinturas para retratar o local sugerido pelo
autor.
*Leitura do poema e apresentação dos cartazes pelas equipes.
*Comparar as cidades apresentadas, tecer comentários, observar a época
que os textos foram produzidos, questionar as dificuldades existentes no lugar
retratado no poema e ou aspectos positivos e refletir (se possível) a qualidade de
vida das pessoas do lugar.
Observação: Nem todos os textos terão todos os dados que se pede
acima, essa espécie de roteiro serve apenas como um meio para auxiliar o aluno
na busca de informações.
.Poderá ser trabalhada também a estrutura dos poemas, o uso de rimas e
metáforas e ou outros recursos poéticos.
*Finalizar expondo os trabalhos num mural.
TEXTOS PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE 8
TEXTO 1:
MEU PORTUGAL
(Florbela Espanca)
Meu Portugal querido, minha terra
De risos e quimeras e canções
Tens dentro de ti, esse teu peito encerra
Tudo que faz bater os corações!
[...]
Para lançar no mundo, ó pátria amada
A beleza eterna, a arte, a poesia!...
Fonte: Poemas de Florbela Espanca. Estudo introdutório, organização e notas de Maria Lúcia Dal Farra. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p.84.
TEXTO 2:
URGENTE
(Sérgio Caparelli)
Uma gota de
orvalho caiu hoje, às 8h, do dedo anular direito, do Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro Seus restos não foram
encontrados A Polícia não acre- dita em acidente Suspei-
to: o vento
Os meteoro-
[...] !
Ela se evaporou no meio do caminho!”
Fonte: CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1989, p.125.
TEXTO 3:
CURITIBA, CIDADE-MENINA
(Helena Kolody)
Curitiba, cidade menina,
paisagem do meu amanhecer.
Por toda a parte, a marca de meus passos,
o fantasma de meus sonhos.
Jardins, pomares,
pinheiros e mais pinheiros,
onde moravam sabiás cantores
e bem-te-vis moleques.
[...]
Recordo Curitiba adolescente...
Uma névoa de saudade
me envolve o coração.
Fonte: KOLODY, Helena. Sinfonia da vida. Antologia Poética-Organização: Tereza Hatue de Rezende. Curitiba: Pólo Editorial do Paraná, 1997, p.94-95.
Helena Kolody (Cruz Machado, 12 de outubro de 1912 _ Curitiba, 15 de fevereiro de 2004) foi uma importante poetisa paranaense.
TEXTO 4:
BICHO URBANO
(Ferreira Gullar)
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou outra qualquer pequena cidade
do país
estou mentindo
[...]
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.
Fonte: GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991.
Ferreira Gullar, Pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís,
10de setembro de 1930) é um poeta, crítico de arte, biógrafo,
tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do
neoconcretismo.
TEXTO 5:
A SECA E O INVERNO
(Patativa do Assaré)
Na seca inclemente no nosso Nordeste
O sol é mais quente e o céu, mais azul
E o povo se achando sem chão e sem veste
Viaja à procura das terras do Sul
[...]
Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel prazenteiro modesto e feliz
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso do nosso país.
Fonte: ASSARÉ, Patativa. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, 2001.
Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do
Assaré (Assaré, 5 de março de 1909 – Assaré, 8 de julho de
2002), foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador
brasileiro.
TEXTO 6:
ÚLTIMO PAU-DE-ARARA
A vida aqui só é ruim
Quando não chove no chão
Mas se chover dá de tudo
Fartura tem de montão
[...]
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara...
Fonte: Venâncio/Corumbá/J. Guimarães. In: http://letras.mus.br/fagner/45959/
TEXTO 7:
ITABIRA
(Carlos Drummond de Andrade)
Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê
Na cidade toda de ferro
as ferraduras batem com sinos
[...]
Só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma na
derrota incomparável.
Fonte: Carlos Drummond de Andrade. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Record, 1996.
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX.
TEXTO 8:
CÉU DA BAHIA
(Caetano Veloso)
Bahia de todos os santos,
de São Salvador
De Mãe Menininha do Gantois
Quem vem de lá
Sente saudade
do paladar
E da brisa do mar de Ondina
Sol de Amaralina
Da pele morena e do vatapá
[...]
Flor de maçã, meu amor
Iaiá, ioiô, iaiá...
Fonte: http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/ceu-da-bahia.html
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro, Bahia, 7 de agosto de 1942), mais conhecido como Caetano Veloso, é um músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro.
TEXTO 9:
NOSSO AMOR, NOSSA CIDADE
(Vinícius de Moraes)
Vem, amor, vamos em frente
Sem ligar pra essa gente
Que de amor só sabe mesmo é conversar
Desde quatrocentos anos
Milhões de seres humanos
Vêm fazendo esta cidade para eu te amar
[...]
Nosso amor, nossa cidade
Que já tem anos de idade
Quatrocentos de perdão para nos dar.
Fonte: http://www.letras.com.br/#!vinicius-de-moraes/nosso-amor-nossa-cidade
Marcus Vinícius de Melo Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 – Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.
TEXTO 10:
MINHA CIDADE
(Cora Coralina)
Goiás, minha cidade...
Eu sou aquela amorosa
de tuas ruas estreitas,
curtas,
indecisas,
entrando,
saindo
umas das outras,
Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
[...]
Eu sou a menina feia
da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
Fonte: Cora Coralina. Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 2003.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas ou Cora Coralina, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi poeta e contista brasileira. Produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Começou a escrever poemas aos 14 anos, porém, Publicou seu primeiro livro em 1965, aos 76 anos.
OFICINA: 2 “A NOSSA CIDADE E A POESIA”
Objetivo:
Proporcionar à comunidade escolar o contato com as publicações e com os
escritores da região, aproximando as duas partes, incentivando a leitura e a
escrita.
Professor (a): A partir dessa Oficina os alunos terão a oportunidade de
conhecer e se aproximar de obras poéticas de nossos poetas locais. Para
isso, apreciaremos algumas produções, procurando perceber nelas
sensações, impressões, sentimentos e significados, relacionando o poema
lido às próprias experiências. Pretende-se levar os alunos a descobrir quem
são esses poetas, sobre o que escrevem e seus estilos pessoais.
ATIVIDADE 1:
Reconstrução de um poema
Textos para a Atividade:
1)
UNIÂO DA VITÓRIA, MEU AMOR
(Affonso Reis Teixeira Filho)
União da Vitória, meu amor...
Estou a morrer de saudade!
Vivo juntinho do céu
Mas longe da minha cidade
Minha cidade mestiça
Quero te ver ao luar...
Do rio sentir morna a brisa
E ouvir seu murmurar...
União da Vitória, querida,
Mais vezes hei de voltar...
Para rezar no Rocio,
Pescar lambaris em teu rio,
Rever o Cristo e sonhar...
Fonte: Affonso Reis Teixeira Filho. União da Vitória Meu Amor. Poesia. Porto União: Uniporto, 2012, p.14.
2)
CANTIGA
(Manoel Claro Alves Neto)
Escutas do vento
Seu triste lamento,
Gemendo lá fora?
Sou eu que te chamo,
No triste reclamo
Do vento que chora...
[...]
Embora a cantiga monótona, diga:
- Te amo! Te amo! Te amo! Te amo!...
Fonte: Manoel Claro Alves Neto, Antologia do Vale do Iguaçu II / Organizado por Bernadete Ryba...(et al). União da Vitória: FAFIUV, 2010, p. 168.
3)
FUMAÇA
(Sônia Luíza de Oliveira Cabral)
Nasce,
Cresce,
Corre
Morre!
Nasce...infestando!
Cresce...deteriorando!
Corre...maculando!
Morre...matando!
Fonte: Sônia Luíza de Oliveira Cabral. Antologia do Vale do Iguaçu II / Organizado por Bernadete Ryba...(et al). União da Vitória: FAFIUV, 2010, p. 215.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Dividir a turma em grupos e entregar um poema (recortado em versos)
para cada equipe, distribuindo, ao acaso, um ou dois versos para cada aluno.
*Pedir que cada aluno leia o seu verso em voz alta e percebam relações
entre o verso lido com os demais (assunto, ideias, sentidos, rimas etc.).
*Solicitar que coloquem os versos na ordem que julguem ser a correta a
fim de reconstruir o poema.
*Cada grupo apresentará para a classe o poema que organizaram.
*Somente no final da atividade é que serão entregues os poemas originais
para que confiram, comentem, leiam e colem num cartaz os versos na ordem
correta para colocá-los no mural da escola.
ATIVIDADE 2:
Professor (a): O desenvolvimento da função poética da linguagem em
atividades escolares oferece aos alunos oportunidades para que eles possam
se expressar criativamente de diversas maneiras, seja oralmente, por escrito e
também através de trabalhos artísticos. A atividade sugerida a seguir visa
facilitar a criação poética dos alunos, além de estimular a leitura de poesias de
nossos autores locais.
TEXTO 1:
NOTURNO
(Therezinha Thiel Moreira)
O sol se esconde, parece ter ido dormir
A noite chega, trazendo um manto estrelado,
Querendo o sol encobrir.
Voando os pirilampos
Parecem luzinhas, a piscar.
E, na lagoa, bem perto,
Os sapos começam a coaxar.
Parece ser uma orquestra!
Os grilos, fazendo festa,
Também se põem a cantar.
Eu, deitada na rede, me ponho a pensar
Descubro porque o sol se esconde:
É para que outros astros
Também possam brilhar.
Fonte: Therezinha Thiel Moreira. Espacinhos de Amor. União da Vitória: ALVI, 2012, p.45.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Transformando o Poema acima em Histórias em Quadrinhos:
NOTURNO
(Therezinha Thiel Moreira)
O sol se esconde, parece ter ido dormir.
A noite chega, trazendo um manto estrelado,
Querendo o sol encobrir.
Voando os pirilampos Parecem luzinhas, a piscar.
E, na lagoa, bem perto, Os sapos começam a
coaxar.
Parece ser uma orquestra! Os grilos,
fazendo festa, Também se põem a cantar.
Eu, deitada na rede, me ponho a pensar.
Descubro porque o Sol se esconde:
É para que os astros Também possam brilhar.
ATIVIDADE 3:
Professor (a): Com essa atividade objetiva-se mostrar ao aluno a autêntica
poesia de um poeta-trovador, que busca inspiração nas coisas simples da
vida. Apresentar a eles uma forma diferente de poesia, chamada “pajada”,
uma arte improvisada, com acompanhamento de violão, que evoca a trova
galponeira e campeira, revelando a cultura popular.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Pesquisar com os alunos obras do autor, copiar e ou digitar os textos e
fazer ilustrações.
*Ler algum de seus poemas em voz alta e pedir aos alunos para que
escutem atentamente com os olhos fechados e percebam o ritmo e a cadência do
poema, efeito agradável que encanta o leitor.
*Comentar as obras e estilo característico do autor.
*Expor os textos do poeta em forma de cordel no pátio da escola.
Observação: Para a execução dessa atividade, o próprio poeta-trovador foi
antecipadamente convidado a comparecer na escola e fazer uma oficina de trovas
populares para a turma (cantadas e acompanhadas de violão e ou declamadas).
Nessa oportunidade os alunos terão a oportunidade de realizar um bate-papo com
o autor local, realizando perguntas e esclarecendo dúvidas e ou curiosidades e
também produzir suas próprias trovas e quadras.
Um dos Poemas do autor que trabalharemos:
MINHAS RIMAS
(Sylvestre Marcon)
Solto minha voz da garganta
Ampliando uma melodia
Consolando alguém que sofre
Transformando isto em alegria
Abençoado e protegido sempre
Pela proteção da Virgem Maria.
Meus versos são cristalinos
Igual a água pura da vertente
Sendo bastante puro e atraente
Igual a mão da lavadeira
Que sabe tirar a sujeira
Da roupa e de certa gente.
Rimas são que nem remédio
Capaz de curar até paixão
Pra quem está desenganado
Pelo triste golpe da traição
Fazendo curas sem radical
Só no ouvir esta canção.
Se alguém sofrer deste mal
Deve cantar todos os dias
Pois logo transformar-se
A tristeza em alegria
Cantem como eu canto
Que a tristeza não se cria.
Se cantares meu amigo
Como estou cantando agora
E garantindo que a tristeza
Se despede e vai embora
“Quem canta os males espanta”
Quem chora os males adora.
Minhas rimas são calmantes
Que qualquer nervoso se acalma
Conquista energias e palmas...
Eu trouxe este dom de berço
Os meus versos é como um terço
Chega a dar descanso para as almas.
Fonte: Sylvestre Marcon. 54 Anos de Trovas e Versos. Porto União: UNIPORTO, 2008, p.71-72.
ATIVIDADE 4:
Professor (a): Espera-se através dessa atividade que os jovens leitores
possam desfrutar com prazer e curiosidade de obras dos mais variados
estilos, temas e autores da região. É importante que percebam que os poetas
são pessoas comuns dotadas de incrível percepção do mundo e das coisas e
nos revelam isso através das palavras de um modo diferente, bonito e original.
Poema para a Atividade:
O VÍCIO
(Sueli de Souza Pinto)
Ao amar a poesia, meu coração
bipartiu-se ante a flecha inesperada
e ao morrer-me, a morte pareceu-me vida,
estranho movimento da maravilhada paisagem.
Cada parte de meu espírito é
Encontrável na nudez de cada frase.
Nunca me libertarei deste jugo
em que deliberadamente permaneço
em compulsório assentimento
e perpétua perseguição de palavras.
Quem buscará a chave que não desejo?
A poesia não finda nesse transformar-se
De momento a momento. Persigo-a,
Subjugo-a, mas ei-la livre
Em minhas mãos fazendo minha história.
Ciosa desse vício de palavras
alimento-a quando dobro a página
colho-as para distribuir-me,
e com mãos invisíveis semeio as suas sementes
em cada alma que as recolha
e compreenda alguma coisa de nossa
ébria cumplicidade.
Fonte: PINTO, Sueli de Souza. Antologia do Vale do Iguaçu II / Organizado por Bernadete
Ryba...(et al). União da Vitória: FAFIUV, 2010, p. 220.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Fazer uma análise do poema com os alunos, questionar os versos e
deixá-los fazer suas intervenções.
*Comentar sobre o trabalho dos nossos poetas locais, da sensibilidade e
o processo de criação de poemas e “a perpétua perseguição de palavras”.
*Propor pesquisas na Biblioteca da escola de obras de autores da região.
Cada aluno deverá copiar ao menos um poema de algum destes autores.
*Num próximo momento todos reunidos no pátio da escola, formaremos
uma grande roda e sentados no chão cantaremos a Música “Ciranda Cirandinha”
e assim aluno por aluno no centro da roda, poderá ler e ou declamar o poema
pesquisado.
*Sugestão de trabalho: Cada aluno usando giz colorido poderá escrever o
poema que apresentou anteriormente e ilustrar no pátio da escola formando
assim a denominada “Calçada Poética”. Para divulgar obras dos nossos poetas,
convidaremos as outras turmas para apreciar a atividade.
Observação: A poeta acima citada será especialmente convidada (assim como
outros poetas regionais) a comparecer na escola para realizar bate-papo com os
alunos, falar de seu trabalho com poesias, sobre a dificuldade de publicação e
divulgação de suas obras etc., e também os alunos poderão realizar entrevistas
com os autores.
OFICINA: 3 “OS ALUNOS, A CIDADE E A POESIA”
OBJETIVO:
Construir maior conhecimento sobre a poesia, fazendo uso de recursos
poéticos.
Construir imagens que busquem representar o ambiente urbano, por meio de
fotografias.
Produzir textos poéticos.
ATIVIDADE: 1
Professor (a): Jogar com o sentido das palavras é um recurso de expressão
que enriquece a linguagem poética. Nessa etapa é interessante fazer com que
os alunos observem que as palavras podem ser exploradas em seus múltiplos
sentidos. Na atividade seguinte eles terão a oportunidade de aprimorar o
conhecimento e exercitar a criatividade por meio de associações de palavras,
combinações e empregar figuras de linguagem.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
Palavra Múltipla:
*Alunos sentados em círculo;
*Será colocada uma palavra previamente escolhida pelo professor no
centro da roda;
*Circulará entre os alunos uma caixinha com as atividades solicitadas e
que seguirá passando de aluno por aluno até que se ouça o som do apito que o
professor emitirá;
*Caberá ao aluno que ficou com a caixa no momento do apito retirar uma
tarefa de dentro dela, ler para os colegas e resolvê-la;
*Caso o aluno não saiba responder, poderá solicitar ajuda de um colega a
sua escolha, porém que não tenha respondido anteriormente e se este também
não souber será atribuído a um voluntário que a cada resposta certa receberá no
final um ponto extra;
*Ao finalizarem as questões da caixa, será trocada a palavra do centro do
círculo e as mesmas atividades serão repostas na caixa para um esquema
semelhante. As palavras do centro poderão ser trocadas até que se queira que a
atividade perdure;
*No final todos os alunos receberão balas pela participação e os que
somaram pontos extras receberão balas a mais como prêmio.
Exemplo:
Palavra escolhida = DIA
Atividades contidas na caixa:
> Rimas: lia, pia, mia...
>Sentido oposto: noite
>Criação de novas palavras: Diabom, Diazul...
>Livre associação: claridade, alvorecer, amanhecer, sol, luz...
>Comparação: O dia passou tão rápido quanto um foguete.
>Metáfora: Ele teve um dia de cão.
>Hipérbole: O dia durou mais de mil horas.
>Prosopopeia: Dia feliz e risonho.
Observação: Diferentes palavras devem ser exploradas, bem como os recursos
que o professor queira complementar com os seus alunos.
SUGESTÕES DE TRABALHO COM RIMAS:
Professor (a): Aproxima-se o momento da produção escrita de textos poéticos,
para tanto, os alunos participarão de práticas que deverão ajudá-lo no
reconhecimento e uso de recursos poéticos. Nessa atividade propõe-se
brincar com a sonoridade das palavras e com seus sentidos, reconhecendo e
compondo rimas.
*Leitura, análise e comentários do texto:
RIMAS
(Luís Fernando Veríssimo)
O homem chegou em casa assustado:
- Está por toda a cidade, é uma sina: todo mundo falando com rima.
- O quê? - perguntou a mulher.
- Uma compulsão, um vírus, algo no ar. Não se diz mais nada sem rimar.
- Que absurdo – disse a mulher -, um vírus da rima. Ninguém é obrigado a
falar o que não quer, seja homem ou mulher. Nenhuma lei... Meu Deus, peguei!
[...]
- Parece uma beleza. Pode botar na mesa.
Fonte: Luís Fernando Veríssimo, O Estado de São Paulo, 16.10.94, p.5.
SUGESTÃO DE BRINCADEIRA:
*Em seguida propor aos alunos que formem grupos com a mesma
quantidade de elementos em cada um e explicar a Brincadeira que faremos
usando rimas. Será sorteada uma palavra e alguém do grupo imediatamente
deverá dizer uma rima para essa palavra e assim sucessivamente vai passando
ao grupo seguinte até que se esgotem as possibilidades ou alguém erre a rima.
Nesse caso cantaremos:
”A Professora perguntou e você não acertou. Pegue o seu banquinho e
saia de mansinho”.
Assim o grupo que erra vai saindo e outras rimas vão sendo solicitadas até que
sobre um grupo apenas que será o vencedor.
ATIVIDADE: 2
Professor (a): Paulo Leminski, poeta que sempre chamou a atenção por sua
intelectualidade, cultura e genialidade. Dono de uma extensa e relevante obra
literária, com um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves,
muitas vezes fazendo haicais e trocadilhos da cultura popular. É comum nos
surpreendemos diante de seus versos porque temos a impressão de que o autor
disse exatamente o que gostaríamos de dizer, outras vezes, porque com olhar
atento de poeta soube anunciar com energia e emoção o que os olhos das
pessoas comuns não souberam perceber. A proposta de trazer seus poemas para
junto dos alunos, é justamente provocar reações provocadas pela poesia:
despertar ideias, sentidos e emoções.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Pesquisar em livros, antologias e na internet poeminhas de Paulo
Leminski;
*Copiar e ou digitar alguns poemas do autor para posterior apresentação;
*Confeccionar com os alunos os “Bigodes de Leminski”;
*Usando a criatividade e criando um clima interessante, se possível
usando um figurino especial e os “Bigodes” confeccionados, organizar um recital
com os poemas do autor.
Observação: Sugere-se trabalhar essa atividade em conjunto com a
Disciplina de Arte.
ATIVIDADE: 3
Professor (a): O Haikai ou Haicai é um pequeno poema com métrica e moldes
orientais, surgido no séc. XVI. É uma forma extremamente concisa de poesia
que gira em torno de uma série bem definida de regras (Poesia de 3 linhas e
normalmente distribuídas na forma de 5, 7 e 5 sílabas respectivamente em
cada linha), mas que nem sempre obedece a sua forma original, podendo ser
adaptada para diversas circunstâncias. Assim como o “clic” de uma máquina
fotográfica, deve registrar ou indicar um momento, sensação, impressão ou
drama de uma foto específica da natureza. É aproximadamente a imagem de
um “flash” ou resultado de um “insight” (visualização, iluminação), cercado de
pureza e simplicidade. Nesta atividade pretende-se apresentar aos educandos
os “Clipoemas” e realizar trabalhos de produção de “Clic Poemas”, fazendo
desta tarefa um momento de sensibilidade e criação.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Pesquisa, leitura, análise e organização de um mural de Haicais.
*Assistir diversos vídeos que apresentam Clipoemas, que é algo como um
haicai multimeios, tendo em vista a sua brevidade e a sugestão de praticar um
experimentalismo quase didático dos meios empregados (vídeo e computação
gráfica). O termo “Clipoemas” refere-se às produções atuais de poesias em
mídias digitais ou tecnológicas.
Sugestão de CLIPOEMAS – YOU TUBE:
http://www.youtube.com/playlist?list=PL2F9C5F213611ECB6
Clipoemas de marcelo ferrari – 30 vídeos.
http://leminiskata.blogspot.com.br/2009/03/clipoemas. Cine-foto montado por Jiddu
Saldanha com fotos de Sérgio Caddah e música de Amando Rao – Dezessete haicaístas
brasileiros.
http://www.youtube.com/playlist?list=PL92E130920ECFCEE3. Clipoemas made in
Picareta Vídeo – Astromélia Marginal by Deivid Cristiano Nadalii – 120 views.
Produção de Clic Poemas:
*Passear com os alunos pelas imediações da escola (área ambiental) e
pedir que fotografem uma imagem poética e sugestiva;
*Criar um haicai inspirado na imagem fotografada;
*Juntar foto e poema em slides e apresentar o resultado no data-show.
(solicitar que cada aluno comente o seu trabalho).
*Publicar os trabalhos produzidos no blog da escola e ou redes sociais.
Fonte: Acervo particular/ 2013
ATIVIDADE: 4
Professor (a): Como já nos disse o poeta Oswald de Andrade: “[...] Há poesia
na dor/ Na flor/ No beija-flor/ No elevador.” Realmente a poesia está em toda
parte e é importante que os alunos aprendam a ver as coisas que nos
rodeiam, descobrindo nelas beleza e sentidos que normalmente passam
despercebidos no cotidiano, vendo as coisas com um olhar fotográfico de
detalhes. Para alguns, a arte mais próxima da poesia é a fotografia: as duas
trabalham com imagens. A fotografia é algo misterioso e fascinante porque lida
com o fragmento, com o tempo, com o circunstancial. Ela possibilita contar
histórias, ajuda a perpetuar os olhares, faz recordar o tempo passado e
recortar o que ficou impresso. Pode ser o detalhe que resolve um crime, uma
ferramenta de ensino ou servir para registrar um acontecimento para a
posteridade. A memória coletiva, muitas vezes se dá pelo seu uso, seu poder
de registro. Surgiu da necessidade do ser humano de documentar tudo o que
o cercava. Hoje podemos considerar o registro fotográfico um grande aliado
do texto, pois ele consegue passar informações e suas imagens transmitem
também. O trabalho principal desta oficina será trabalhar a nossa cidade a
partir dessa mescla de imagens e emoções: foto e poesia.
Divagações sobre poesia e fotografias: (MOREIRA, Caio Ricardo Bona, Curso IV,
PDE, 2013):
“Fotografia quer dizer: escrever com a luz.”
“Poeta, aquele que pensa por imagens, aquele que fotografa com
palavras.”
“Fotógrafo, um poeta que escreve com a luz, aquele que faz poesia com
imagens”.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
*Oportunamente realizaremos um passeio por diferentes espaços dentro da
cidade onde os alunos poderão fazer registros de imagens sugestivas desses
locais e coisas que lhes despertem o interesse (ruas, monumentos, praças,
morros, pontes, vegetação...) por meio de fotografias.
*Em cada parada a um local visitado deverá ser lido aos alunos um poema
do autor, Affonso Reis Teixeira Filho, que mapeia a nossa cidade através de seus
versos. Sua poesia passeia pelos quatro cantos da cidade, transitando por ruas,
rio, igrejas, exaltando coisas típicas da nossa terra e pontos turísticos, tudo
retratado com simplicidade e olhar de um poeta admirador de União da Vitória.
Os poemas escolhidos para esta atividade fazem parte do livro de sua
autoria, denominado “União da Vitória Meu Amor. Poesia” e são os seguintes:
> Águas do Iguaçu, p. 33.
> Bairro Rio D'Areia, p. 40.
> Pinheiro do Paraná, p. 51.
> Maria Fumaça, p. 52.
> Deslumbramento, p. 79.
> Igreja do Rocio, p. 89.
> Unidas para Sempre, p. 109.
> O Encontro, p. 114.
> Ruas de União, p. 133.
> A Ponte Nova, p. 138.
*Produção individual de poemas, tendo como pano de fundo a cidade,
retratada numa visão particular e original a partir das fotografias escolhidas pelos
alunos.
*O resultado final dessa produção será a confecção e publicação de livros
ao molde “Therezinha Cartonera”, promovido pelo curso de Letras da UNESPAR
(campus de União da Vitória).
Observação: Eloísa Cartonera é o nome de uma editora argentina, cujos livros
são confeccionados de forma artesanal, com capa de papelão e pintados de
forma colorida. A editora é também uma cooperativa de trabalho, pois o papelão é
comprado de catadores, que são chamados na Argentina de cartoneros, daí o seu
nome. Os livros têm baixo custo e podem ser encontrados facilmente pelos
arredores de Buenos Aires, em livrarias e bancas de jornal e revista.
Inspirado na editora portenha, o projeto Memórias Poéticas do Vale do
Iguaçu, do curso de Letras da UNESPAR (campus de União da Vitória),
coordenado pelo Professor Doutor Caio Ricardo Bona Moreira, criou a coleção
“Therezinha Cartonera”, nome que presta uma homenagem a Therezinha Thiel
Moreira, uma das poetas de nossas cidades. O projeto além de mapear, investigar
e divulgar a produção literária local, também oferece oficinas poéticas para
escolas públicas da região, tendo em vista o incentivo à leitura e à produção
literária em sala de aula.
Fonte: Coleção Therezinha Cartonera. Poesia. União da Vitória – PR, 2013.
OFICINA: “DISSEMINANDO POESIAS PELAS CIDADES”
Objetivo: Promover e divulgar poesias.
Professor (a): Nessa última oficina pretende-se realizar um trabalho de
disseminação literária na comunidade e região através de diversas atividades
que visem promover e divulgar poesias.
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES:
*Montagem de painéis de poemas dos nossos poetas locais nos principais
estabelecimentos comerciais do bairro (mercados, lojas, salão de beleza...).
*Organização de uma cesta com poemas de autores diversos que serão ofertados
aos usuários da biblioteca da escola.
*Produzir marcadores de livros contendo haicais e outros pequenos poemas para
presentear colegas de outras classes.
*Enviar poemas para alunos de outras escolas solicitando para que sigam com a
ideia da corrente da poesia, passando pelo menos um poema adiante (seja para
um amigo (a), um professor (a), parente, um desconhecido, ou também para
colegas de outra escola etc.).
Observação: Cabe ressaltar que além das atividades acima previstas, poderão
ser acrescidas outras propostas sugeridas pelos alunos, as quais serão discutidas,
analisadas e selecionadas por eles.
REFERÊNCIAS
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ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Grafia Drummond. Rio de Janeiro: Record, 1991.
Antologia do Vale do Iguaçu II. Organizado por Bernadete Ryba...(et al). União da Vitória: FAFIUV, 2010.
ASSARÉ, Patativa. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, 2001.
BANDEIRA, Manuel. Meus poemas preferidos. São Paulo: Ediouro, 2002. CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1989.
Coleção Therezinha Cartonera. Poesia. União da Vitória – PR, 2013.
CORALINA, Cora. Poemas de Becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 2003.
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991.
KOLODY, Helena. Sinfonia da vida. Antologia Poética- Organização: Tereza Hatue de Rezende. Curitiba: Pólo Editorial do Paraná, 1997.
MARCON, Sylvestre. 54 Anos de Trovas e Versos. Porto União: Uniporto, 2008.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Espacinhos de Amor. União da Vitória: Alvi, 2012.
MURRAY, Roseana. A Bailarina e outros poemas. São Paulo: FTD, 2001.
PAIXÃO, Fernando. Poesia a gente inventa. São Paulo: Ática, 1999.
Palavras de Encantamento. Poesias. Vol.1. São Paulo: Moderna, 2002.
Palavra de poeta: poesia. São Paulo: Ática, 2001.
PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. Campina Grande: Bagagem, 2007.
Poemas de Florbela Espanca/ estudo introdutório, organização e notas de Maria Lúcia Dal Farra. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1993.
QUINTANA, Mário. Prosa e verso-série paradidática. Porto Alegre: Globo, 1978.
RICARDO, Cassiano. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
TEIXEIRA FILHO, Affonso Reis. União da Vitória Meu Amor. Poesia. Porto União: Uniporto, 2012.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. O Estado de São Paulo, 16.10.94, p.5.
MEIO ELETRÔNICO:
Cidadezinha Qualquer, Drummond, Tom Zé. Site:
www.youtube.com/watch?v=ghDMqHs9S5w (acesso 19/09/2013).
SAUDOSA MALOCA- Adoniran Barbosa (letra e vídeo)
http://letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969/ (acesso 16/09/2013).
Aquarela Brasileira-Martinho da Vila -You Tube:
http://www.vagalume.com.br/martinho-da-vila/aquarela-brasileira.html
http://www.youtube.com/watch?v=VHN2TVwNhEo (acesso 17/09/2013). Último pau-de-arara. In: http://letras.mus.br/fagner/45959/ (acesso 27/09/2013).
Céu da Bahia: http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/ceu-da-bahia.html
(acesso 27/09/2013).
Nosso Amor, Nossa Cidade: http://www.letras.com.br/#!vinicius-de-moraes/nosso-
amor-nossa-cidade (acesso 28/09/2013).
CLIPOEMAS – YOU TUBE:
http://www.youtube.com/playlist?list=PL2F9C5F213611ECB6
Clipoemas de marcelo ferrari – 30 vídeos. (acesso 04/10/2013).
http://leminiskata.blogspot.com.br/2009/03/clipoemas. Cine-foto montado por Jiddu Saldanha com fotos de Sérgio Caddah e música de Amando Rao – Dezessete haicaístas brasileiros. (acesso 04/10/2013).
http://www.youtube.com/playlist?list=PL92E130920ECFCEE3. Clipoemas made in Picareta Vídeo – Astromélia Marginal by Deivid Cristiano Nadalii – 120 views. (acesso 04/10/2013).