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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO–PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: O ensino da genética na escola: projeto de intervenção para alunos do

Ensino Médio

Autor Ana Poleselo

Disciplina/Área Biologia

Escola de implementação do

Projeto

Colégio Estadual Arnaldo Busato

Município da escola Coronel Vivida

Núcleo Regional de Educação Pato Branco

Professora Orientadora Kellen Regina Boldrini

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO – Guarapuava

Relação Interdisciplinar

Resumo O assunto deste projeto de intervenção é a ciência e a área é a Biologia, definindo como temática a produção de ferramentas pedagógicas para o estudo de Genética: Herança do Sexo e Sistema Sanguíneo. Tem como objetivo principal disponibilizar aos professores de Biologia do Ensino Médio práticas pedagógicas que estimulem o aluno em seu aprendizado e auxilie o professor no ensino sobre a hereditariedade. Relacionado ao ensino sobre a hereditariedade questiona de que forma a aplicação de práticas pedagógicas no ensino e aprendizagem de Biologia para a disciplina de Genética pode contribuir para a aquisição de entendimento de alunos do Ensino Médio sobre a influência da hereditariedade nos seres vivos. A proposta do projeto de intervenção é aplicar práticas pedagógicas para a disciplina de Genética aos alunos do Ensino Médio, mediante desenvolvimento de atividades, visando maior compreensão das diferentes combinações de genes na determinação de um caráter. Sugere o Jogo de Baralho Hereditariedade e a aplicação de questões utilizando o Quadrado de Punnet. A avaliação da aprendizagem é por pontuação dos alunos quanto ao acerto de

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respostas em ambas as práticas pedagógicas.

Palavras-chave: Sistema Sanguíneo, Hereditariedade, jogos

didáticos, prática pedagógica.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo 3º Ano do Ensino Médio

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PRODUÇÃO DIDÁTICO–PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

O ENSINO DA GENÉTICA NA ESCOLA: PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA

ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

ANA POLESELO

CORONEL VIVIDA

NOVEMBRO DE 2013

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

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APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA

A proposta pedagógica apresenta neste projeto de intervenção tem como tema a

produção de ferramentas pedagógicas para o estudo de Genética: Herança do Sexo

e Sistema Sanguíneo, sendo o objetivo principal a disponibilização aos professores

de Biologia do Ensino Médio práticas pedagógicas que estimulem o aluno em seu

aprendizado e auxilie no ensino sobre a hereditariedade.

A ideia de criar novas práticas pedagógicas que auxiliem no ensino e

aprendizagem da Biologia advém de um questionamento relacionado ao ensino

sobre a hereditariedade: de que forma a aplicação de práticas pedagógicas no

ensino e aprendizagem de Biologia para a disciplina de Genética pode contribuir

para a aquisição de entendimento de alunos do Ensino Médio sobre a influência da

hereditariedade nos seres vivos?

A proposta do projeto de intervenção seria aplicar práticas pedagógicas para

a disciplina de Genética aos alunos do Ensino Médio, mediante desenvolvimento de

atividades, visando maior compreensão das diferentes combinações de genes na

determinação de um caráter.

Na medida em que as atividades são realizadas, uma sugestão seria a

criação uma peça de teatro sobre herança quantitativa. Após todas as atividades, os

alunos serão avaliados quanto à aquisição de conhecimento e da aprendizagem

sobre Biologia e os assuntos concernentes a este projeto de intervenção.

As práticas pedagógicas no ensino da Biologia indicam a forma de lidar e de

trabalhar com o conteúdo desta ciência em sala de aula. Entende-se que mesmo

que o ensino não possa ser tratado como espaço restrito da sala de aula,

considerando a temática e a singularidade desta disciplina no Ensino Médio, é neste

espaço que se concretiza o ensino e a aprendizagem.

Com a proposta de trazer um estudo sobre as práticas pedagógicas no

Ensino de Biologia entende-se que é criada uma oportunidade para que os alunos

participem proativamente de discussões sobre Biologia. Também, que compreendam

a importância de aprender sobre a hereditariedade dos seres vivos, sobre a herança

do sexo e sobre os grupos sanguíneos, mediante interação com os recursos

didáticos e pedagógicos disponíveis e realização de pesquisas e investigações

sobre o tema.

Entende-se que a aplicação deste projeto de intervenção permitirá ao aluno

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realizar investigações sobre as doenças relacionadas à hereditariedade, à herança

do sexo e aos grupos sanguíneos, de modo interativo, com perspectivas para a

formulação de questionamentos e mesmo de hipóteses que aumentem a capacidade

de aprendizado.

Sob o contexto social e educacional acredita-se que os alunos podem

praticar a pesquisa e a investigação de fatos que estão inseridos na Biologia e que

são assuntos do cotidiano com relação ao corpo humano e a detecção precoce de

doenças, traz novas referências à própria escola e ao entorno no qual esses alunos

atuam. Assim, ocorre um ganho conjunto de entendimento e aprendizado que

poderá se expandir para a comunidade escolar, como um todo.

Do ponto de vista científico, a justificativa encampa a possibilidade de que

uma dedicação mais direcionada a Biologia e aos assuntos delimitados para a

investigação, incentivem mais alunos na busca de entendimento e de conhecimento

e desperte o interesse para que novos profissionais desta área da ciência possam,

futuramente, se inserir na área educacional e profissional.

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1. Introdução

A definição da hereditariedade é apresentada por Gilliéron (1996, p.58), de

que: “Um mecanismo de transmissão de particularidades normais ou patológicas que

preexistem ao desenvolvimento individual e não são modificáveis pelas influências

do meio. Os fatores hereditários têm sua sede nos cromossomos”.

As condições de natureza hereditária são assim classificadas:

- mendelianas, as monogênicas: nas condições mendelianas e constando a

possibilidade de que um traço ou doença monogênica não siga os princípios da

genética mendeliana, existem as formas autossômicas dominantes, autossômicas

recessivas, recessivas ligadas ao cromossomo X, dominantes ligadas ao

cromossomo X e da hereditariedade holândrica ou ligada ao Y;

- não mendelianas: inclui a hereditariedade poligênica, a hereditariedade

multifatorial, o imprinting genômico, o digenismo, a dissomina uniparental e as

mutações dinâmicas (REGATEIRO, 2007).

Segundo Gilliéron (1996, p.58), a hereditariedade se manifesta por conta da

denominada constituição associado a um plano inato de maturação, no formato de

potencialidades desenvolvimentais no momento do nascimento. Esta constituição

“designa a estrutura do corpo e a organização respectiva de suas diferentes partes,

aí incluindo o psiquismo, sob a influência acumulada da hereditariedade e do meio,

no curso dos primeiros estágios de desenvolvimento, e, sobretudo dos estágios

embriológicos”.

Inerente à hereditariedade é interessante citar Francis Galton (1822-1911)

que buscou:

Desenvolver uma ciência genuína sobre a hereditariedade humana que pudesse, através de instrumentação matemática e biológica, identificar os melhores membros [...] portadores das melhores características, e estimular a sua reprodução, bem como encontrar os que representavam características degenerativas e, da mesma forma, evitar que se reproduzissem (DEL CONT, 2008, p.202).

Para a aplicação da teoria da seleção natural ao ser humano, Francis Galton

cunhou o termo eugenia, que passou a ser estudada desde o século XIX, moldando

uma convicção a de que: “Os dados que comprovariam a sua ciência surgiriam do

trabalho de registro e análise estatística das características que os progenitores e os

seus ancestrais transmitiram à prole” (DEL CONT, 2008, p.203).

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2. Fundamentos Metodológicos

2.1 DESCRIÇÃO DA ETAPA INICIAL

2.1.1 Os conteúdos sobre a hereditariedade

A professora ministra o conteúdo dos assuntos: herança do sexo e grupos

sanguíneos, com utilização de livros didáticos, apresentação de slides em data

show, TV pen drive, quadro e giz.

Na sequência a professora conduz os alunos ao laboratório de informática,

para que eles realizem pesquisa na internet sobre as características recessivas e

dominantes que são herdadas pelo homem.

Explicitando, algumas características são tidas como dominantes, como os

cabelos crespos, cor de pele e dos olhos (sendo estes últimos um caso de

Polialelia), escuros, capacidade de enrolar a língua, lóbulo da orelha, solto,

Polidactilia, lábios grossos.

Nem sempre o alelo dominante é o mais presente, a exemplo do caso da

Polidactilia.

Geralmente genes recessivos estão ligados a cores, mas podem caracterizar

também síndromes, doenças, causadas por genes recessivos anormais, como é o

caso do daltonismo.

Dentre as doenças constam: Fibrose Cística; Cirrose Hepática;

Hemocromatose; Hemofilia; Daltonismo; Cabelo liso; Olhos azuis; Cabelo loiro;

Cabelo ruivo; Canhoto; Tipo Sanguíneo Negativo.

Ao retornar para a sala de aula a professora realiza um Seminário sobre os

dados coletados pelos alunos durante a pesquisa no laboratório de informática, e

eles são convidados a comentar sobre sua pesquisa, metodologia que utilizaram

para pesquisar, as informações encontradas e o que aprenderam.

No caso de três alunos, por exemplo, que realizaram pesquisa sobre uma

mesma característica, os três poderão sintetizar o que encontraram e apresentarem

juntos os resultados.

Com respeito à capacidade de enrolar a língua, os alunos que realizaram a

pesquisa sobre este assunto farão um teste com os seus colegas visando comprovar

ou mostrar que é uma característica dominante numa população X.

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2.2 DESCRIÇÃO DA ETAPA SEQUENCIAL

2.2.1 O jogo do baralho sobre hereditariedade

Realizado com os alunos o Jogo do Baralho Hereditariedade (Fig.1) parte de

uma prática pedagógica idealizada e construída pela professora. Para esta prática, a

professora apresenta o jogo e as suas normas, separa os alunos em grupos de 4

(quatro) e distribui os materiais.

1

Figura 1 – Modelo de jogo do baralho hereditariedade

Dentre os materiais encontram-se os conceitos (Quadro 1).

Quadro 1 – Conceitos para o baralho hereditariedade

Alelo O termo Alelo designa uma modalidade alternativa de genes que ocorrem no mesmo lócus em cromossomos homólogos; nas células somáticas, normalmente formam pares, sendo um gene de origem materna e outro gene paterna.

Cromossomo É constituído de cromatina e contém os genes, que são as unidades hereditárias do organismo.

Lócus Gênico Posição ocupada por um gene no cromossomo.

Homozigótico Indivíduo em que os dois genes alelos são idênticos.

Gameta Célula sexuada de reprodução.

Genealogias Heredogramas

Representações, por meio de símbolos convencionais dos indivíduos, que constituem uma família.

Gene dominante É aquele que manifesta seu caráter hereditário mesmo na ausência de seu alelo dominante, ou seja, determina seu caráter mesmo em dose simples.

Hereditariedade Transmissão das informações genéticas de pais para filhos durante a reprodução.

Genes Elementos nucleares constituídos por DNA, responsáveis pela

1 Verso.

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determinação e transmissão dos caracteres hereditários.

Genes alelos ou alelo morfos

Genes que interagem determinando um caráter hereditário formam par e se situam em locais correspondentes nos cromossomos homólogos.

Cromossomos homólogos

São aqueles que nas células somáticas formam um par. Possuem o mesmo tamanho, têm a mesma forma e encerram genes para o mesmo caráter.

Lócus Local certo de cada gene no cromossomo.

Heterozigoto ou híbrido

Indivíduo que possui genes alelos diferentes para um mesmo caráter.

Genótipo Conjunto de genes responsáveis por um caráter hereditário. É a constituição genética de um indivíduo.

Fenótipo É a expressão visível ou perceptível da constituição hereditária de um organismo.

Gene recessivo É aquele que só manifesta seu caráter hereditário, na ausência do seu alelo dominante, ou seja, só manifesta seu caráter hereditário em dose dupla.

Polialelia Condição em que um caráter é condicionado por três ou mais genes alelos contrastes (Sistema ABO).

Retrocruzamento Técnica que consiste em cruzar um indivíduo portador de um caráter dominante, cujo genótipo se deseja determinar, com um progenitor recessivo.

Eritroblastose fetal Doença em que um recém nascido tem suas hemácias destruídas pelas aglutininas anti-Rh produzidas pelo corpo materno.

Daltonismo Anomalia da visão ligada ao sexo, o indivíduo não distingue nitidamente as cores verde e vermelha.

Antígeno Substância estranha a um organismo. Na presença de antígenos, o organismo produz proteínas de defesa denominadas anticorpos.

Anticorpo Defesa do organismo.

Aglutinogênio Proteína que pode atuar como antígeno. Nas hemácias humanas podem ser encontrados dois tipos, A e B, responsáveis pela determinação do fenótipo sanguíneo.

Aglutinina Proteína que pode atuar como anticorpo, aglutinando um antígeno específico; em relação ao sistema ABO.

Cruzamento-teste Ocorre do cruzamento de um caráter dominante homozigoto ou heterozigoto com o caráter recessivo. Observa-se o resultado.

Gregor Johann Mendel Descobridor dos mecanismos da hereditariedade.

Sistema ABO Formado pelos grupos: AB, grupo A, grupo B e grupo O.

1ª Lei de Mendel “Cada caráter é determinado por um par de fatores que se separam na formação dos gametas, nos quais ocorrem em dose simples”.

Monoibridismo Considerado apenas um caráter por vez.

GENÉTICA Ramo da Biologia que estuda: As leis da hereditariedade, ou seja, como o potencial para certas características é transmitido pelos genes de pais para filhos através das gerações.

Células Diplóides (2n) As que possuem os cromossomos aos pares (cés. somáticas = cés. que formam o corpo).

Genoma Conjunto completo de genes, típico da espécie

Células Haplóides (n) As que possuem apenas um cromossomo de cada par (gametas).

IA =

IB > i Relação de dominância entre genes no sistema ABO.

DHRN Doença hemolítica do recém-nascido.

Anemia profunda – icterícia – aumento do fígado e do baço

Caracterização da DHRN

Homogamético Sexo feminino, porque durante o processo de formação de gametas, as mulheres produzem apenas um tipo de gametas: dois cromossomos X

Heterogamético Sexo masculino. Os homens produzem dois tipos diferentes de gametas, um cromossomo X e um cromossomo Y.

Células somáticas Na espécie humana as células somáticas abrigam 46 cromossomos.

Herança ligada ao sexo

Ocorre quando os genes envolvidos se situam no cromossomo X.

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Daltonismo e hemofilia São anomalias cuja herança está ligada ao sexo.

Hemofilia Caracteriza-se por uma insuficiente produção de tromboplastina, enzima fundamental para o mecanismo da coagulação sanguínea.

Herança restrita ao sexo

Ocorre quando os genes envolvidos se situam no cromossomo y, e deve-se ao fato de o caráter manifestar-se apenas nos homens. Exemplo: Hipertricose.

Herança influenciada pelo sexo

Ocorre quando os genes que determinam certo caráter se expressam melhor de acordo com o sexo do indivíduo. Exemplo a calvície.

Cromossomos autossômicos

São aqueles relacionados às características comuns aos dois sexos, Formam órgãos somáticos, como fígado, baço, o estômago e outros, órgãos existentes nos dois sexos.

Cromossomos sexuais São os responsáveis pelas características próprias de cada sexo.

DNA Ácido desoxirribonucleico

2.2.2 Instruções para o jogo do baralho hereditariedade

As cartas do baralho são apresentadas, tendo de um lado o termo, o

conceito e, de outro lado, a denominação Estude a hereditariedade no jogo do

baralho.

Para a carta do DNA, são disponibilizadas 04 (quatro) cartas iguais, pois

será o Coringa do baralho.

Para a prática, os conceitos são organizados em forma de um pequeno

caderno, onde um dos participantes/aluno atua como mediador do grupo. Ele não

joga, somente acompanha para verificar se os participantes/alunos, em grupo de

quatro, estão acertando conforme a carta jogada.

Neste processo, três alunos jogam, sendo que um distribui as cartas num

total de oito cartas para cada aluno; o restante das cartas fica no baralho.

O aluno da direita analisa se forma jogo na mão; se tiver a carta da pergunta

e da resposta, pode baixar, ou fica na mão. Em seguida, este aluno joga uma carta

na mesa e o próximo aluno verifica se tem a resposta; caso não tenha, vai buscá-la

no baralho pescando uma vez. Se não encontrou a resposta, passa a vez para o

aluno seguinte, que repete o mesmo processo.

Ganha quem bater primeiro e a jogada termina quando os três alunos

jogaram. Quem tiver o maior número de batidas dos três jogadores é o vencedor.

Observação: quem venceu o jogo tomará o lugar de quem estava

controlando com o caderno e este deve se manter em silêncio quanto às respostas.

Todo o término de partida deve ser anotado para ver o número de pontos a

atribuir para cada aluno.

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A atribuição de pontos segue uma ordem inversa ao montante de cartas que

os alunos que perderam mantêm na mão: assim, conta pontos para o vencedor,

paralelamente a cada carta que os dois alunos que perderam o jogo tiverem na mão.

Exemplo: Aluno 1 que perdeu o jogo ficou com 2 cartas na mão; Aluno 2 que

perdeu o jogo ficou com 5 cartas na mão. O Aluno 3, que ganhou o jogo, acumula 7

pontos.

Com a prática do Jogo do Baralho de Hereditariedade a professora busca

fortalecer o aprendizado dos vários conteúdos ministrados sobre os assuntos.

2.2.3 Avaliação

Para a avaliação, é feita a contagem de pontos de respostas certas e

anotados os resultados.

Todos os alunos serão avaliados segundo as jogadas por eles, sendo que, o

mediador da equipe anota a pontuação obtida em cada jogada.

2.2.4 Repetição da prática do Jogo do Baralho Hereditariedade

Quando todos os grupos de alunos realizaram a prática do Jogo de Baralho

Hereditariedade, e após analisada a avaliação dos resultados, a professora realiza

uma nova prática com o objetivo de recuperar o conteúdo.

Os alunos terão direito a realizar uma segunda rodada de Jogo, e será

aproveitada a melhor pontuação para cada um, como nota de recuperação.

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2.3 QUESTÕES ACERCA DA PROBABILIDADE DE DESCENDÊNCIA

Aos alunos são aplicadas questões utilizando-se do Quadrado de Punnet

(Fig. 2)

Figura 2- Modelo de quadrado de Punnet

Explicitando o Quadrado de Punnet, é atribuído a Reginald C. Punnet o

desenvolvimento do método de análise para determinar a probabilidade de a

descendência de um cruzamento ter um determinado genótipo (MOREIRA, 2012).

“O quadro de Punnet apresenta todas as combinações possíveis entre os

alelos maternais e paternais para cada gene em estudo” (MOREIRA, 2012, p.1).

2.3.1 Questões

1) Nos coelhos a cor preta dos pelos é dominante em relação a cor branca,

cruzam-se coelhos pretos heterozigotos entre si e nasceram 360 descendentes.

Pergunta-se:

a) Desses qual o número provável de coelhos brancos?

b) Quantos são pretos homozigotos?

c) Quantos são pretos heterozigotos?

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2) A queratose (anomalia da pele) é devido a um gene dominante Q. Uma

mulher com queratose cujo pai era normal casa-se com um homem com queratose,

cuja mãe era normal. Se esse casal tiver filhos qual a probabilidade de apresentarem

queratose?

3) No periquito australiano a cor verde das penas é devido a um gene

dominante e a cor branca a seu alelo recessivo. Quais as proporções esperadas de

descendentes resultantes do cruzamento entre um macho verde híbrido com uma

fêmea branca?

4) Um casal tem a metade dos filhos de olhos azuis e a outra metade de

olhos pretos. Dê os genótipos e fenótipos dos pais e das crianças.

5) Em ervilhas, o gene para a cor amarela domina o gene para a cor verde.

Do cruzamento de ervilhas heterozigotas entre si, qual a probabilidade de se

obterem descendentes amarelos?

6) Sabendo-se que no sistema ABO, existem três genes envolvidos,

resultando em 4 fenótipos: A, B, AB e O, determinados por um gene com alelos

múltiplos (polialelia).

Alelo Função Fenótipo Genótipo

IA síntese de aglutinogênio A A IA IA ou IAi

IB síntese de aglutinogênio B B IB IB ou IBi

IA e IB síntese de aglutinogênio A e aglutinogênio B AB IAIB

i não sintetiza aglutinogênio O ii

Os genes IA e IB são dominantes em relação ao gene i, e a relação de

dominância pode ser escrita da seguinte forma: IA = IB > i

Pergunta-se: Uma mulher pertencente ao grupo sanguíneo “A” casa-se com

um homem do mesmo grupo “A”. Determine:

a) Quais são os prováveis grupos que pertencem os filhos?

b) No caso de os pais serem heterozigotos, determine a porcentagem dos

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descendentes quanto ao genótipo.

7) Quais são os grupos sanguíneos dos pais que tem filhos de todos os

grupos sanguíneos?

8) Um homem do grupo sanguíneo “AB” é casado com uma mulher cujos

avós paternos e maternos pertencem ao grupo sanguíneo “O”. Quais são os

prováveis descendentes? Determine a porcentagem.

9) Um homem Rh- casa-se com uma mulher Rh+ , cujo pai era Rh- . Como

poderão ser os filhos desse casal quanto ao fator Rh, e em que proporções teóricas

eles deveriam aparecer.

10) Um casal com fator Rh+ tem um filho Rh+ e outro Rh-. Quais são os

possíveis genótipos do casal e dos filhos?Determine a porcentagem.

11) Uma mulher teve, numa segunda gravidez, uma criança com DHRN

(Doença hemolítica do recém nascido). O terceiro filho, porém, nasceu normal.

Determine os fenótipos e genótipos do casal e de seus três filhos.

12) A hemofilia é uma doença hereditária ligada ao cromossomo X e que se

caracteriza pela predisposição a hemorragias. Um casal normal para a hemofilia teve

seis filhas normais e três filhos, sendo um hemofílico e dois normais. Responda:

a) Qual é o genótipo dos pais?

b) Qual era a probabilidade de as filhas terem nascido portadoras?

13) Um casal normal quanto à hemofilia teve um menino hemofílico.Qual o

genótipo desse casal e a probabilidade de seus próximos filhos serem hemofílicos?

14) Sabendo-se que o daltonismo consiste na dificuldade de percepção de

tons verde, amarelo e vermelho, em razão de um alelo alterado de um gene em X: o

alelo d. O alelo D é responsável pela condição normal.

Portanto, do cruzamento de uma mulher portadora (não daltônica) XD Xd

com um homem normal XDY, teremos os seguintes fenótipos:

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XD Xd x XDY =

XD XD = Filha normal XD Xd = Filha normal portadora

XDY = Filho normal Xd Y = Filho daltônico

Com base no esquema anterior e ciente que na espécie humana o

daltonismo é condicionado por um gene recessivo ligado ao sexo, responda e

justifique as seguintes questões:

a) Um casal daltônico pode ter um filho normal?E uma filha normal?

b) Um casal normal pode ter um filho daltônico? E uma filha daltônica?

c) Uma menina daltônica pode ter a mãe normal?

15) Uma mulher daltônica, cujo irmão tem visão normal, casa-se com um

homem de visão normal. Determinar o genótipo dos indivíduos citados e dos pais da

mulher, bem como a probabilidade de o casal ter uma criança do sexo feminino

daltônica.

No Quadro 1, a seguir, são mostrados alguns genótipos e fenótipos para

resolução de problemas:

XH XH

XH Xd

XHy

Xhy

Qual genótipo usarei

para o problema??

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Quadro 1 - Genótipo e fenótipo (A); Genótipo e fenótipo para hemofilia (B)

2.3.2 Avaliação

As respostas recebidas dos alunos são avaliadas, e comentadas os

resultados em sala de aula, a fim de dirimir as dúvidas, e esclarecer o assunto de

modo que os alunos aprendam significativamente.

A B

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao abordar como tema para aplicação de um projeto de intervenção a

produção de ferramentas pedagógicas para o estudo de Genética: Herança do Sexo

e Sistema Sanguíneo teve-se bem clara a intenção de ensinar aos alunos os

aspectos que são inerentes à genética e de inserir uma prática pedagógica de fácil

compreensão, preferindo as atividades práticas e lúdicas.

Tendo como objetivo disponibilizar aos professores de Biologia do Ensino

Médio práticas pedagógicas que estimulem o aluno em seu aprendizado e auxilie o

professor no ensino sobre a hereditariedade, após a construção desta Unidade

Didática entende-se que poderá servir como um modelo para que tais práticas sejam

aplicadas.

Com a criação do Jogo de Baralho Hereditariedade, acredita-se que o

professor poderá utilizar o modelo, bem como inovar e criar diferentes ferramentas

pedagógicas que auxiliem o aluno em seu aprendizado, momento em que são

utilizadas as práticas e até mesmo a ludicidade, porque o aluno aprende se

divertindo e interagindo com os colegas, com os professores e com os próprios

conteúdos.

Ao final deste trabalho, tem-se claro que a aplicação de um projeto de

intervenção com práticas pedagógicas no ensino e aprendizagem de Biologia para a

disciplina de Genética contribui de modo significativo para a aquisição de

entendimento de alunos do Ensino Médio sobre a influência da hereditariedade nos

seres vivos.

Esta certeza advém da experiência docente e da inovação na prática

pedagógica que indica novos instrumentos pedagógicos de ensino e aprendizagem

e sobre as oportunidades que o aluno passa a ter na disciplina de Genética.

Ressalva-se que esta Unidade Didática é uma contribuição como Professor

PDE, a fim de que os alunos em sua aprendizagem possam realizar pesquisas e

investigações sobre a Biologia e a Genética e adquiram maior familiaridade com os

assuntos relacionados ao corpo humano.

Espera-se, portanto, que as sugestões registradas possam servir como

indicadores ao professor de ciências, a fim de que aplique aos seus alunos um

projeto de intervenção com práticas pedagógicas e, juntos, interajam para o

aprendizado.

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4. REFERÊNCIAS

DEL CONT, Valdeir. Francis Galton: eugenia e hereditariedade. Scientiæ Studia, v.6, n.2, p. 201-218, 2008.

GILLIÉRON, Edmond. A primeira entrevista em psicoterapia. São Paulo: Loyola, 1996.

MOREIRA, Catarina. Quadro de Punnet. WikiCiências, v.3, n. 1, p.1-4, 2012.

REGATEIRO, Fernando de Jesus. Manual de genética médica. Lisboa: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2007.