OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Talvez uma sugestão seja trabalhar esta...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
TURMA – PDE/2013
Título: Contextualização Sócio-Histórica no Ensino de Ciências- Um estudo da Biodiversidade
Autor (a) Elisangela Gomes Ferreira
Disciplina/Área Ciências
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual do Campo Ireno Alves dos Santos, localizado no Assentamento Ireno Alves dos Santos, município de Rio Bonito do Iguaçu.
Município da Escola
Rio Bonito do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação
Laranjeiras do Sul
Professor Orientador
Sidnei Pressinatte Junior
Instituição de Ensino Superior
UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste
Relação Interdisciplinar
Geografia
Resumo O trabalho trata-se de um Caderno Pedagógico, com atividades referentes ao conteúdo Biodiversidade e Educação Ambiental. Partindo do pressuposto que os conteúdos devam ser tratados de forma contextualizada, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicos presentes nas estruturas da sociedade contemporânea. O objetivo principal é trabalhar os conceitos de biodiversidade promovendo a apropriação destes conceitos, compreendendo suas inter-relações e suas relações com os sistemas sociais, econômicos, políticos e culturais, observando que o modelo atual de desenvolvimento, que levou a degradação da natureza e dos valores humanos precisa ser questionado. As propostas de atividades são a partir de textos, imagens, reportagens, dramatização de cadeia alimentar, fábula, música, literatura, vídeo, recorte de filme, quadrinhos, pegada ecológica e atividade de campo.
Palavras-chave
Biodiversidade, Educação Ambiental, Contextualização Sócio-Histórica.
Formato do Material Didático
Caderno Pedagógico
Público Alvo 7º ano do Ensino Fundamental
Apresentação
Este trabalho traz sugestões de atividades referentes à Biodiversidade e
Educação Ambiental, as quais devem ser trabalhadas de forma contextualizada
para efetiva compreensão. A educação ambiental esta presente na relação de
contexto, pois a partir dos conteúdos sistematizados, tem na escola um
potencial importante de reflexão política. Espera-se que as atividades levem ao
entendimento da relação da natureza com as atividades humanas,
principalmente as econômicas, considerando que a proposta de trabalho é
baseada na Contextualização Sócio-Histórica no estudo da Biodiversidade,
com o objetivo principal de trabalhar os conceitos de biodiversidade
promovendo a apropriação destes, compreendendo suas inter-relações e suas
relações com os sistemas sociais, econômicos, políticos e culturais. Os
conteúdos devem ser vinculados a uma análise histórica e política,
contextualizando os conhecimentos e os interesses políticos, econômicos,
sociais e os determinantes ideológicos que interferem nos saberes.
Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a
crítica às contradições sociais, políticas e econômicos presentes nas estruturas
da sociedade contemporânea e propicie compreender a produção científica, a
reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se constituem.
(PARANÁ, 2008, p.16).
A escola sendo o local de socialização de conhecimento produzido pela
humanidade deve conhecer os sujeitos que a compõe, assim:
Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações
sociais em que está inserido, mas é, também, um ser
singular, que atua no mundo a partir do modo como o
compreende e como dele lhe é possível participar. Ao
definir qual formação se quer proporcionar a esses
sujeitos, a escola contribui para determinar o tipo de
participação que lhes caberá na sociedade. (PARANÁ,
2008, p. 16).
Ao trabalhar com o conteúdo biodiversidade é indispensável fazer a
relação de contexto com a educação ambiental, considerando os aspectos
sociais, econômicos e culturais envolvidos, proporcionando aos estudantes
realizar análise de sua realidade, sua condição social e histórica.
Foram abordados os conteúdos como o conceito de biodiversidade,
dinâmica dos ecossistemas, efeito estufa, sucessão ecológica, cadeia e teia
alimentar, relações ecológicas, e a partir deles algumas relações de contexto
como as unidades de conservação, desmatamento, espécies exóticas,
aquecimento global, consumo, entre outras. Em cada capítulo do caderno,
procurou-se abordar um conteúdo e suas contextualizações.
Diagnóstico inicial
Ao iniciar o trabalho, aplicar as questões diagnósticas abertas para
levantamento dos conceitos prévios dos estudantes, as quais contêm
questionamentos referentes à biodiversidade, conceito de natureza,
sustentabilidade e trabalho. Ao final, aplicar as questões diagnósticas abertas
novamente, podendo inserir mais questões referentes aos temas, para avaliar a
efetividade da contextualização e verificar as mudanças conceituais.
Questões Diagnósticas
O1- Você conhece o termo Biodiversidade? O que significa?
02- O ser humano depende da Biodiversidade? Por quê?
03- Existe alguma relação entre a agricultura atual e a perda de biodiversidade? Como?
04- No estado do Paraná existe o bioma Mata Atlântica com um diversificado conjunto de ecossistemas. O que são ecossistemas?
05- Você compreende a necessidade entre o meio biótico e abiótico na natureza? E entre as próprias espécies de seres vivos para além da alimentação? Exemplifique.
06- Existem espécies em extinção em sua região? Isso interfere na vida dessa região?
07- Quais são os motivos que levam uma espécie a entrar em extinção?
08- Você já deve ter ouvido falar que o ser humano transforma a natureza pelo seu trabalho e ao fazer isso também se humaniza. Essa transformação deveria ser para a sobrevivência de todos, inclusive da própria natureza. Isso acontece hoje em dia? Por quê?
09- O Ser humano é parte da natureza ou é uma espécie superior e precisa dominá-la?
10- O termo sustentabilidade é muito utilizado em todos os lugares, como por empresas, governos, leis e na agricultura. Você conhece esse termo? O que significa? Ele é utilizado corretamente pelas instituições como governos e empresas? Por quê?
UNIDADE I
BIODIVERSIDADE
Objetivo
- Promover o entendimento do conceito de biodiversidade e sua amplitude de
relações, como os seres vivos, os ecossistemas e sua relação com os
problemas socioambientais;
- Perceber que nenhum ser vivo consegue viver isoladamente.
- Compreender a importância e a valorização da diversidade biológica para manutenção do equilíbrio dos ecossistemas;
Talvez uma sugestão seja trabalhar esta unidade após trabalhar alguns conteúdos como os Níveis de Organização dos Seres Vivos, Fotossíntese, Noções Gerais de Evolução (não as Teorias Evolutivas) para facilitar a compreensão.
Desenvolvimento
A perda da Biodiversidade no planeta Terra tem alguma coisa haver com
você? Ou é coisa de ecólogo?
Para iniciar a conversa com os estudantes, peça para que observem as
imagens e analisem a relação delas com a biodiversidade. Peça para que
anotem no caderno suas conclusões e comparem com os colegas através de
uma discussão. Após a discussão das imagens, anotar os conceitos e as
principais ideias dos estudantes em um cartaz. Fixar este material na sala de
aula para retomada durante o desenvolvimento dos conteúdos.
Figura 1. A- Bactérias; B- Liquens; C-Mosca Das Flores; D- Alga; E- Peroba; F- Mata Atlântica;
G- Ser Humano-Onívoro; H- Arara Azul; I- Preá; J- Deslizamento; K- Desmatamento e
Queimadas; L- Falta de Chuva e Erosão; M- Enchentes; N- Furacão; O- Agricultura; P-
Mecanização da Agricultura; Q- Reflorestamento; R- biodiversidade. (Fonte:
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, acesso em 15/09/2013).
Após a apresentação das imagens acima, recomenda-se ao professor
que levante alguns questionamentos como os que seguem:
Muito se fala em destruição do planeta Terra, das espécies, das
florestas, rios, aumento da temperatura terrestre, seca, doenças e muito mais.
O que será que está causando esses problemas?
Além da evolução natural do planeta, a espécie humana tem contribuído para
estes problemas? Devido à variedade de espécies e ecossistemas, parece que
o planeta é infinito e que ele dará um jeito de se regenerar. Será que é mesmo
infinito?
Pode-se trabalhar a literatura do livro didático dos estudantes, livros da biblioteca para
trabalhar o conceito de biodiversidade e usar recortes dos textos que seguem abaixo.
Segundo uma Teoria chamada Gaia (o termo grego para “deusa da
Terra”) desenvolvida por James Lovelock, a Terra é um organismo vivo, em
que os organismos em uma ação conjunta, não só se adaptam ao ambiente
físico (abiótico), mas também adaptam o ambiente conforme suas
necessidades biológicas.
A HIPÓTESE GAIA
A nova e arrojada teoria de James Lovelock pode mudar para sempre o modo como vemos a vida em nosso planeta. “nosso planeta se comporta como um gigantesco organismo vivo, no qual todas as coisas vivas interagem para manterem a estabilidade. Tanto os indivíduos como as espécies têm um determinado papel nisso tudo, mas sem o saberem, tal como os glóbulos vermelhos do nosso sangue, têm uma vida própria e sem querer trabalham concertadamente (sic) para manterem a nossa vida. William Golding, Prêmio Nobel de Literatura e vizinho de Lovelock, sugeriu que se chamasse Gaia a esta teoria, já que Gaia era o nome da deusa Terra, em grego antigo. Lovelock adotou o nome e, desde que ele o propôs, num encontro de cientistas em 1969, a Hipótese Gaia se tornou o centro de um aceso debate científico. O mundo como um sistema, no qual o mar, o céu e a vida se influenciam uns aos outros. Como afirmou Lovelock, que se formou em Medicina: «Precisamos estudar a Terra tal como os médicos fazem diagnósticos e tratam os doentes, não como se fosse uma perna ou um ouvido isolado, mas um ser vivo inteiro. Precisamos de cientistas que pensem de um modo novo, que sejam geofísicos. Texto 1. A Hipótese Gaia; (adaptado de: Revista Seleções n° 238, março de 1991, p. 25-29
Autor do artigo: Lowell Ponte. Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~pduarte/hipotesegaia.html,
acessado em 26/09/2013)
Uma explicação para isso, segundo Odum (2009), é que nem todos se
dão conta que os organismos influenciam no ambiente abiótico, pois a natureza
física e química dos materiais está sendo mudada e devolvendo ao ambiente,
novos compostos e fontes de energia. Para Odum (2009), muitos são os
exemplos como:
- Os organismos marinhos que determinam o conteúdo da água e do lodo;
- As plantas em uma duna de areia formam um solo diferente, um atol de corais
em que modificam o ambiente abiótico;
- Os organismos que controlam a nossa atmosfera;
- A amônia produzida pelos organismos mantém nos solos o pH favorável para
uma ampla variedade de espécies, ou o pH poderia se tornar muito baixo.
Em resumo, todos estão interligados como disse Lovelock, “O mundo
como um sistema, no qual o mar, o céu e a vida se influenciam uns aos outros”.
E a biodiversidade faz parte do todo.
Há pouco tempo os pesquisadores estão problematizando a importância
da diversidade biológica, muitas vezes tratam apenas da descrição e da
riqueza das espécies e não destacam o significado da diversidade. A palavra
biodiversidade surgiu apenas em 1986, antes chamada de diversidade
biológica. Para os cientistas, um paradoxo de vida que é a reprodução, tem um
processo infinito, porém ela ocorre no interior de um ambiente físico finito. A
biodiversidade dentro desse processo é resultado de uma evolução biológica
que só acontece dentro de uma diversidade de vida pré-existente. Apenas nas
ultimas décadas foram formuladas questões sobre a função da biodiversidade,
em 1991 se estabeleceu o DIVERSITAS, um programa Científico Internacional
sobre a Ciência da Biodiversidade. Após surgiu uma conquista importante, a
Convenção sobre a Diversidade Biológica em 1992, no Rio de Janeiro na
Conferencia Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92.
(Fonte: adaptado de Ciência da Biodiversidade: Questões e Desafios de Talal
Younés, IUBS, 2001, livro Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas
Tropicais. p. 29-30).
Maior país da América do Sul, o Brasil foi o primeiro país a assinar a
Convenção sobre Diversidade Biológica, sendo a nação com a maior
diversidade de espécies no mundo com seis biomas terrestres e três grandes
ecossistemas marinhos, além de pelo menos 103.870 espécies animais e
43.020 espécies vegetais atualmente conhecidas no país. O Brasil tem seis
biomas terrestres (Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pampas e
Pantanal; três grandes ecossistemas marinhos (Large Marine Ecosystems –
LME), que incluem 8 ecorregiões marinhas; e 12 principais regiões
hidrográficas. Os biomas terrestres são subdivididos em 47 principais tipos de
vegetação de acordo com o mapa de cobertura vegetal do IBGE. Em 2004,
esse mapa indicava uma taxa de 27,75% de todo o território brasileiro como
área convertida por uso humano. (Quarto relatório nacional para a convenção
sobre diversidade biológica, MMM, 2011, p. 21)
Nestes biomas a cobertura vegetal vem sendo alterada cada vez mais.
Veja a seguir:
Amazônia
O tipo de vegetação predominante é a floresta ombrófila densa, que cobre 41,67% do bioma. A vegetação nativa não-florestal (formações pioneiras, refúgios ecológicos, campinarana arbustiva e gramíneo-lenhosa,savana parque e gramíneo-lenhosa, savana estépica parque e gramíneo-lenhosa) cobre 4,21% do bioma. Aproximadamente 12,47% da floresta ombrófila densa já foram alterados por ação humana. Desses, 2,97% encontram-se em recuperação (vegetação secundária) e 9,50% são ocupados por uso agrícola, com lavouras ou pastagens.
Pantanal
O bioma Pantanal ainda está bem preservado em comparação a 2002, mantendo 86,77% de sua cobertura vegetal nativa. A vegetação não-florestal (savana [cerrado], savana estépica [chaco], formações pioneiras e áreas de tensão ecológica ou contatos florísticos [ecótonos e encraves]) é predominante em 81,70% do bioma. Desses, 52,60% são cobertos por savana (cerrado) e 17,60% são ocupados por áreas de transição ecológica ou ecótonos. Os tipos de vegetação florestais (floresta estacional semi- -decidual e floresta estacional decidual) representam 5,07% do Pantanal. A maior parte dos 11,54% do bioma alterados por ação humana é utilizada para criação extensiva de gado em pastos plantados (10,92%); apenas 0,26% são usados para lavouras.
Cerrado O bioma Cerrado é o segundo maior bioma no Brasil, cobrindo
aproximadamente 22% do território nacional e estendendo aos países vizinhos (Paraguai e Bolívia). A vegetação nativa do Cerrado, em graus variados de conservação, ainda cobre 60,42% do bioma no Brasil. A região fitoecológica predominante é a savana arborizada, que corresponde a 20,42% do bioma, seguida pela savana parque (15,81%). A área coberta pelos diversos tipos de vegetação florestal corresponde a 36,37% do bioma, enquanto que a área de vegetação não-florestal cobre 23,68% do bioma. A área restante (38,98%) corresponde às áreas com uso humano, onde as pastagens cultivadas são a categoria predominante (26,45% do bioma), e à água.
Caatinga
A Caatinga é o único bioma brasileiro localizado inteiramente dentro do
território nacional e corresponde a aproximadamente 10% do Brasil. Esse bioma semi-árido mantém aproximadamente 62,69% de sua vegetação nativa em graus variados de conservação. A savana estépica predomina em 35,90% do bioma seguida pelas áreas de transição ecológica (18%) e encraves de fitofisionomias de Cerrado e Mata Atlântica (8,43%). .
Mata Atlântica
O bioma da Mata Atlântica é de longe o mais alterado (70,95%) dos biomas
terrestres, tendo sido historicamente o primeiro a ser intensivamente explorado e ocupado desde a chegada dos europeus em 1500. A área total coberta por vegetação nativa em 2002 foi calculada como 26,97%, dos quais 21,80% são compostos por diferentes fisionomias de floresta. As florestas ombrófilas densas (9,10%) formam o principal componente florestal do bioma, seguidas das florestas estacionais semideciduais (5,18%). O pior cenário pertence às florestas ombrófilas abertas (com palmeiras), hoje praticamente extintas (0,25% do bioma). Dentre os encraves, as savanas gramíneo- -lenhosas (Cerrado) são as fisionomias mais representativas (2,69% do bioma).
Pampa
Como segundo menor bioma do Brasil (2,10% do território nacional) o bioma Pampa abrange os campos das Missões e da metade sul do estado do Rio Grande do Sul, estendendo até o Uruguai e Argentina. Coberto principalmente por formações campestres (23,03%), o Pampa também está severamente modificado pelo uso humano (48,70%), particularmente por atividades pecuárias e plantações florestais.
Fonte: Quarto relatório nacional para a convenção sobre diversidade biológica, MMM, 2011, p.
22-23.
Em 2004 o Brasil tinha 27,75% (aproximadamente 2.356.065 km2) de
seu território alterado por uso humano (agricultura e áreas urbanas,
desmatamento e outros). De 2004 a 2006 essa porcentagem aumentou para
aproximadamente 30%, deixando cerca de 70% do território nacional ainda
coberto de vegetação original em graus variados de conservação. (trechos de
texto extraído do Quarto relatório nacional para a convenção sobre diversidade
biológica, MMM, 2011, p. 22-23).
Tabela 1. Número estimado de espécies conhecidas no Brasil e no mundo
(2006).
Organismo Brasil Mundo
Vírus 310/410 3.600
Monera (Bactérias & Archaea) 800/900 4.310
Fungos 13.090/14.510 70.600/72.000
Protoctista 7.650/10.320 76.100/81.300
Plantae 43.020/49.520 263.800/279.400
Animalia 103.870/137.080 1.279.300/1.359.400
Invertebrados 96.660/129.840 1.218.500/1.289.600
Vertebrado 7.210/7.240 60.800
Total 168.730/212.740 1.697.600/1.798.500 Adaptado de Ministério do Meio Ambiente, 2006. Avaliação do Estado do Conhecimento da
Biodiversidade Brasileira. Fonte: Quarto relatório nacional para a convenção sobre diversidade
biológica, MMM, 2011.
ATIVIDADE 01
a- Após leitura dos textos acima, escreva com suas palavras o que é
biodiversidade.
b- Muito se fala na preservação da Amazônia e acabam esquecendo dos
outros biomas. Qual bioma está sendo mais alterado, com muitas espécies já
extintas?
c- A biodiversidade está ameaçada e muitas espécies já estão na lista de
extinção. A perda de habitat é de longe a causa mais importante que leva as
espécies ao estado de ameaça de extinção. Em sua região o que causa a
perda do habitat das espécies?
d- Em sua região a biodiversidade está sendo cuidada? Como?
Perda do Habitat e a Redução da Biodiversidade
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2011), a perda e a degradação
de habitat são as principais causas de ameaça à biodiversidade brasileira. A
expansão agrícola e o desmatamento são fatores importantes contribuindo
para esse cenário, particularmente quando combinados com outras causas
principais da perda de biodiversidade, tais como a introdução voluntária e
involuntária e a propagação de espécies exóticas invasoras; o uso do fogo para
limpar terrenos; e a poluição e contaminação da água e do solo. O
desenvolvimento costeiro é a principal ameaça à zona costeira e marinha,
seguido da poluição e das atividades pesqueiras e de extração. Embora os
efeitos das mudanças climáticas tenham sido determinados como a causa
principal do estado de ameaça de espécies em apenas dois biomas (uma
espécie na Amazônia e 5 espécies costeiras e marinhas).
Para Ricklefs (2010), a redução do habitat causa extinção ao eliminar os
lugares adequados para a espécie viver. Por exemplo, a Mata Atlântica tem
sido reduzida a um pequeno percentual de sua extensão original, ameaçando
aves e mamíferos endêmicos como o mico-leão-dourado. O número de
espécies aumenta quando se aumenta a área, pois há diversos habitats e uma
diversidade de linhagens que evoluem. Em ilhas grandes, o que mais aumenta
a riqueza de espécies é a diversidade de habitat, sustentam populações
maiores que persistem por mais tempo devido à diversidade genética. Outro
fator é o habitat mais produtivo abriga mais espécies, como exemplo a riqueza
de aves em relação à diversidade de habitat e a altura de folhagens. A riqueza
de espécies de aranhas de teia varia com a variedade de alturas do topo da
vegetação onde prendem suas teias. Já em alagados são produtivos, mas com
poucas espécies de plantas.
A entrada de energia do sol e a água melhoram a riqueza de espécies.
Em estudos, Brad Hawkins, um ecólogo da Universidade da Califórnia e seus
colegas concluíram que a entrada de energia solar no hemisfério norte
proporciona mais riqueza de animais e no hemisfério sul a disponibilidade de
água, como temperaturas no sul são uniformes. Mais energia no ecossistema
para ser compartilhada por um número maior de espécies.
A existência de uma espécie em uma comunidade depende de sua
adaptação ao local, suas interações com competidores, consumidores e
patógenos. Se há riqueza de espécies existe uma competição mais fraca entre
elas (competição interespecífica). Se há mais recursos ecológicos, há mais
espécies. Exemplos: espécies de aves aumentam em latitudes baixas, pois
existem as frugívoras, nectívoras, insetívoras que caçam. Insetos herbívoros
tiram vantagens da variedade de vegetação nos trópicos. As plantas epífitas
aumentam nos trópicos, pois em regiões temperadas com altitudes maiores,
congelam no inverno. Em direção ao equador, nas altas latitudes, a diversidade
aumenta, podendo estar relacionada à temperatura, o ecossistema produtivo,
as diferenças de relevo, solos, variedade de habitat. Ilhas isoladas tem
empobrecimento de espécies.
Quanto mais espécies, mais diversidade de nicho ecológico, que é a
função (profissão) da espécie na comunidade. Uma forma de avaliar o nicho é
a morfologia (estudo da forma do corpo, das estruturas), como no morcego se
a asa for maior, determina como voa e captura a presa com mais eficiência.
Morcegos pequenos geralmente são insetívoros, há também os frutívoros,
nectívoros, entre outros.
Outra fonte de diversidade é a especiação, que é o aparecimento de
novas espécies pela divisão ocorrida na linhagem da evolução. Mas as
espécies também desaparecem, então deve haver um equilíbrio ente
especiação e extinção.
Os sistemas ecológicos refletem história geológica e evolutiva, junto com
as interações locais com o ambiente e uma espécie com outra. Assim o
contexto histórico e geográfico da local é importante para conhecer as
comunidades naturais, sua evolução e pesquisar soluções para a manutenção
da biodiversidade e coevolução entre seres humanos e ambiente natural.
No inicio do século XIX, a diversidade de espécies era vista como um
fenômeno histórico, um reflexo da acumulação de espécies com o passar do
tempo (Wallace, 1876; Fischer, 1960). Os ecólogos acreditavam que os habitas
tropicais persistiram desde o inicio da vida, enquanto as mudanças no clima
(particularmente durante a ultima Era Glacial) ocasionalmente destruíram a
maioria dos habitats temperados e articos, reiniciando o "relógio da
diversidade" (Ricklefs, 2003). Já no começo da década de 60 a biodiversidade
era vista como resultado de interações ecológicas, particularmente a
competição que foram resolvidas rapidamente dentro de pequenas áreas e
habitats.
Recentemente ecologistas têm começado a lidar com os processos
ecológicos ao longo de uma larga escala temporal e espacial, reconhecendo
conexões entre o habitat local e a biogeografia global e entre o momento e a
longa história de vida da terra (RICKLEFS, 2010).
"Muitos ecologistas tem preferido um ponto de vista mais equilibrado,
onde padrões de diversidade são causados por uma variedade de processos
ecológicos e evolutivos, eventos históricos, e circunstâncias geográficas. Agora
nós devemos desenvolver novos conceitos, dados, e análises que combinem
as escalas dos processos responsáveis pelo fenômeno da diversidade" (texto
adaptado de Ricklefs, 2010)
Fatores que interferem na biodiversidade
Segundo Dias (2001), os principais fatores de ação humana podem ser:
- Próximos (causas diretas): perda e fragmentação de habitats; introdução de
espécies exóticas; exploração excessiva de plantas e animais; uso de híbridos
e monocultura na agroindústria e silvicultura; contaminação de água, solo e
atmosfera; mudanças climáticas globais.
- Últimos (causas indiretas): crescimento das populações humanas; distribuição
desigual da propriedade; sistema político e econômico que não atribuem devido
valor aos recursos naturais, não apoiam causas não utilitaristas; sistemas
jurídicos e institucionais que promovem exploração não sustentável;
insuficiência de conhecimento e falha na aplicação.
Temas para monitorar, segundo Dias (2001) são muitos dentro dos fatores
citados acima. Alguns deles são:
- Perda e fragmentação de habitats: desmatamento, desertificação, queimadas,
represamento, erosão, urbanização, etc.
- Introdução de espécies exóticas, doenças e transgênico: na agricultura,
piscicultura, pecuária e urbanização.
- Exploração excessiva de plantas e animais: extrativismo, pesca, caça, corte
de madeira, lenha e carvão.
- Uso de híbridos e monocultura na agroindústria e silvicultura: monoculturas,
pastagens plantadas, reflorestamento, piscicultura, áreas verdes urbanas.
- Contaminação de água, solo e atmosfera: gases tóxicos, agrotóxicos e
fertilizantes; salinização, resíduos tóxicos e eutrofização das águas.
- Mudanças climáticas globais: Camada de Ozônio, efeito estufa, aridez e
desertificação, eventos drástico como seca e inundações.
-Ecossistemas, habitats e comunidades.
Revendo conceitos
É importante lembrar-se de alguns conceitos básicos para continuar nosso
estudo como: população, comunidade, extinção de espécies, habitat, cadeia
alimentar, meio biótico, meio abiótico. Se não lembrar, tenha uma conversa com
seu professor.
ATIVIDADE 02
a- Dos fatores que interferem na biodiversidade, quais deles estão mais
próximos do local onde você mora? Eles afetam negativamente a natureza? E
você é afetado? Como?
b- Faça a observação da biodiversidade do pátio de sua escola. Lá existem
microecossistemas. Anote a biodiversidade encontrada, escolha uma espécie
descrevendo sua alimentação, modo de vida e outras coisas que você
conseguiu observar e pesquisar.
c- No pátio da escola, observe também o meio abiótico e a relação com o meio
biótico. Descreva uma dessas observações. Monte uma cadeia alimentar a
partir da observação.
ATIVIDADE 03
Assista aos vídeos Biodiversidade - Descobrindo os corredores de
biodiversidade - Parte 01 e Parte 02. Disponível em:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=9080
Animação de Educação Ambiental, realizado pela Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, fala sobre a biodiversidade
brasileira com destaque ao estado do Paraná.
Palavras-chave: biodiversidade, corredores ecológicos, variedade de espécies.
Duração: Parte 01- 6’38”
Duração: Parte 02 - 6”52”
Discussão dos vídeos
a- Identifique em qual bioma brasileiro está localizado o Paraná.
b- Por que a caatinga é considerada um bioma brasileiro?
c- Quais as principais ameaças a biodiversidade do Paraná apresentada no
vídeo?
d- Na animação são apresentados três ecossistemas paranaenses. Quais são
eles?Cite algumas espécies encontradas nesses ambientes.
e- Pesquise o que são Florestas Estacionais Semidecidual e sua importância
para a biodiversidade paranaense. (Sugestão: Cadernos dos Ecossistemas
Paranaenses, disponível na página da Secretaria do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do Paraná.
(http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
=47)
BIOMAS
Não aprendemos a amar a Terra lendo livros sobre isso, nem livros de
ecologia integral. A experiência própria é o que conta. Plantar e seguir o
crescimento de uma árvore ou de uma plantinha, caminhando pelas ruas da
cidade ou aventurando-se numa floresta, sentindo o cantar dos pássaros nas
manhãs ensolaradas ou não, observando como o vento move as plantas,
sentindo a areia quente de nossas praias, olhando para as estrelas numa noite
escura. Há muitas formas de encantamento e de emoção frente às maravilhas
que a natureza nos reserva. É claro, existe a poluição, a degradação ambiental,
para nos lembrar de que podemos destruir essa maravilha e para formar nossa
consciência ecológica e nos mover à ação. Acariciar uma planta, contemplar
com ternura um pôr de sol, cheirar o perfume de uma folha de pitanga, de
goiaba, de laranjeira ou de um cipreste, de um eucalipto... São múltiplas formas
de viver em relação permanente com esse planeta generoso e compartilhar a
vida com todos os que o habitam ou o compõem. A vida tem sentido, mas ele
só existe em relação. Como diz o poeta brasileiro Carlos Drummond de
Andrade: “Sou um homem dissolvido na natureza. Estou florescendo em todos
os ipês”. (GADOTTI, 2005, p.20)
ATIVIDADE 04
Na página “Os Guardiões da Biosfera” na internet encontram-se pequenos
vídeos dos biomas brasileiros em forma de desenhos animados. Os vídeos têm
episódios sobre Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
No episódio Mata Atlântica relata:
A Mata Atlântica é uma das matas de maior biodiversidade do planeta e
um grande bioma do Brasil, onde ocupa as costas Leste, Sudeste e Sul do
País. Ao visitarem o vovô do Alê e viajarem no tempo em uma locomotiva
movida a gases de lixo orgânico, Alê, Rafa, Isa e Bia encontram o pajé
que os batiza como os Guardiões da Biosfera. Terão de recuperar os
amuletos que protegem os biomas brasileiros, a começar pela Mata
Atlântica, tão grande que é subdividida em biomas menores, como o
Mangue, a Mata Ciliar e a Floresta das Araucárias. Na busca pelo amuleto
deverão encontrar cada um dos guardiões desses biomas.
(Disponível em: http://www.guardioesdabiosfera.com.br/ ).
A partir de cada episódio, pode-se trabalhar as características principais de
cada bioma e a importância do equilíbrio do ecossistema, relações ecológicas.
A partir dos vídeos assistidos, responda as atividades:
a) Pesquise em seu livro, na biblioteca ou na internet, o que é um bioma?
b) Quais os principais biomas brasileiros?
c) No Estado do Paraná existe qual bioma brasileiro?
d) Quais são os componentes mais conhecidos da fauna e flora da
biodiversidade de sua região geográfica? Exemplo: Na região centro sul do
Paraná está 29 municípios dentre eles Guarapuava e Palmas.
ATIVIDADE 05
Crie um quadro resumo dos biomas brasileiros, contendo localização, clima,
flora e fauna.
Referencias Bibliográficas
DIAS, Braulio F. S. ; GARAY Irene E. G. Organizadores. Conservação da
Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora Vozes: Petrópolis,
2001. 431p.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra e Cultura de Sustentabilidade.
Revista Lusófona de Educação, 2005, 6, 15-29. Disponível em
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n6/n6a02.pdf. Acessado em 15/09/2013.
MEDEIROS, R.; YOUNG; C.E.F.; PAVESE, H. B. & Araújo, F. F. S. 2011.
Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia
nacional: Sumário Executivo. Brasília: UNEP-WCMC, 44.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Quarto relatório nacional para a
convenção sobre diversidade biológica: Brasil. Brasília: MMA, 2011. 248 p.
ODUM, Eugene P. Ecologia. Eugene P. Odum; supervisão da tradução
Ricardo Iglesias Rios; tradução Christopher J. Tribe. Reimpr. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. Il.
Os Guardiões da Biosfera, disponível em:
http://www.guardioesdabiosfera.com.br/. Acessado em 10/09/2013.
PARANÁ, Seed. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares
Estaduais de Ciências para a Educação Básica. Curitiba: imprensa oficial
SEED-PR, 2008.
PONTE. Lowel. A Hipótese Gaia. Revista Seleções n° 238, março de 1991, p.
25-29. UFSC. Artigo disponível em
http://www.cfh.ufsc.br/~pduarte/hipotesegaia.html, acessado em 26/09/2013.
Portal Dia a Dia Educação. Imagens. Disponível em:
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, acessado em 15/09/2013.
RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Tradutor Pedro P. de lima e
Silva; revisora técnica e coordenadora da tradução Cecília Bueno. Rio de
janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Sexta edição.
UNIDADE II
ECOSSISTEMAS
Objetivos
- Conhecer a importância dos Ecossistemas;
-Reconhecer a importância da biodiversidade para a conservação da floresta
de Araucária;
- Relacionar os conceitos espécie, população, comunidade, ecossistema,
biosfera, habitat, nicho ecológico e ecótono;
- Reconhecer a interdependência entre os seres vivos;
- Compreender o ecossistema como resultado da interação entre seres vivos e
os fatores do ambiente;
- Entender o conceito das relações ecológicas e a importância para o equilíbrio
dos ecossistemas, usando recorte de filmes comerciais;
- Perceber a importância das interações ecológicas, tanto para a saúde dos
ecossistemas como para as populações de seres vivos;
Série Cadernos dos Ecossistemas Paranaenses
Na página da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná
existe uma publicação de 10 cadernos dos ecossistemas paranaenses, que
são: Restinga, Manguezais, Floresta Atlântica, Floresta com Araucária, Floresta
Estacional Semidecidual, Cerrado, Campos Naturais, Várzeas, Rios e
Alagados, Ambientes Marinhos, Subterrâneos.
Fonte:
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
=47
Caderno: Floresta com Araucária
Inicialmente o texto do caderno traz a informação da Floresta de
Araucária como uma Floresta Ombrófila Mista, onde Ombrófila em grego
significa “amigo das chuvas”, um ecossistema que chove o ano todo. Mista por
que tem plantas Gimnospermas como o pinheiro do Paraná e Angiospermas,
plantas com flores. O clima somado ao relevo e altitude são responsáveis pelas
características do local. Essa floresta abriga uma rica biodiversidade com
espécies convivendo em harmonia há milhares de anos, como a araucária e o
xaxim que atravessaram a era da glaciação. A serrapilheira é a matéria
orgânica que cai das arvores e se deposita no solo, evitando erosão e
mantendo a umidade. A floresta absorve a água da chuva e abastece o lençol
freático. Originalmente ocupava 200.000 km² e estando em 49,8 % do território
do Paraná. No Paraná, Remanescentes de floresta de araucária estão no
centro sul, considerado corredor de biodiversidade Araucária. O desmatamento
aparece como o maior dano a esse ecossistema, relacionado à agricultura
convencional e pecuária. Reflorestamento com espécies exóticas, caça,
queimadas, são outros fatores.
Os seres vivos (biótico) e o ambiente não vivo (abiótico) interagem entre
si, estando interligados. O ecossistema é qualquer unidade que abranja os
organismos vivos em uma área, interagindo com o ambiente físico, onde ocorra
fluxo de energia e ciclagem de matéria (ciclo de nutrientes).
A estrutura trófica (de trophe, nutrição), do ecossistema apresenta dois
estratos:
- AUTOTRÓFICO: onde a produção primária é o processo pelo qual as plantas,
algas e algumas bactérias captam a luz solar e transformam em energia
através da fotossíntese. Ela pode ser influenciada pela quantidade de luz,
temperatura, água e nutrientes.
- HETEROTRÓFICO (alimentador de outro): predominam a decomposição de
materiais complexos, microrganismos a animais maiores.
A compreensão de como os nutrientes (cálcio, magnésio, sódio,
nitrogênio, fósforo, enxofre, entre outros) circula na natureza e como se
regeneram é importante para entender como os ecossistemas funcionam. No
ambiente terrestre, os nutrientes circulam pelo solo, biomassa vegetal (material
orgânico, como cascas, madeira, galhos, resíduos, bagaço de cana de açúcar,
etc.) e detritos (resto mortos de plantas e excretas de herbívoros), que se
perdem nos ecossistemas. A recuperação de nutrientes em ecossistemas
terrestres ocorre na formação do solo, onde as rochas sofrem intemperização,
no solo pela decomposição e através da atmosfera, onde gases são
transformados como o Nitrogênio que é assimilado pelas bactérias e retorna ao
solo. Ao crescerem no solo, as plantas assimilam os nutrientes, porem muitas
de suas partes que não são consumidos pelos herbívoros se tornam detritos,
os quais são decompostos por microrganismos, principalmente fungos e
bactérias, mas também por invertebrados como minhoca, tatuzinhos, besouros,
etc. E os solúveis com a ajuda da água voltam ao solo.
As micorrizas (associação de fungos e raiz da planta) aumentam a
assimilação da planta de nutrientes nos solos, principalmente o fósforo em
solos pobres. O clima pode afetar a regeneração de nutrientes, pois baixas
temperaturas retardam a decomposição da matéria orgânica. Os solos
oligotróficos, ou seja, solo pobre em nutrientes, por serem solos antigos, com
pouca capacidade de reter nutrientes, como o solo da Amazônia, por exemplo,
precisam da vegetação para reter nutrientes, onde suas folhas, galhos, a
serapilheira se decompõe, devolvendo nutrientes ao solo. Já os solos
eutróficos são bem nutridos, são mais jovens, pois a rocha matriz esta mais
perto da superfície e sua capacidade de retenção é maior.
Mudanças no habitat alteram os nutrientes, como nos solos tropicais
desmatados, sem vegetação, quando expostos secam e o movimento da água
para cima arrasta óxido de ferro e alumínio para a superfície, ficando o solo
parecido com um tijolo.
São quase 1.500.000 de espécies de plantas e animais descritas. Os
especialistas acham que pode chegar a 10 a 30 milhões. Embora cada espécie
se diferencie das outras, cada uma define seu espaço no ecossistema. Como
as plantas, cada uma delas tem tolerâncias diferentes aos solos, água e
defesas, diferem no crescimento, na polinização e dispersão de sementes. No
arquipélago do Havaí e Galápagos existem espécies que não ocorrem em
nenhum outro lugar, são chamadas de endêmicas. Assim, quando há
destruição de seu habitat, caça ou introdução de espécies, a extinção é
considerada global. Algumas estimativas dizem que mais de uma espécie
desaparece por dia, principalmente insetos nas florestas pluviais tropicais.
As espécies também podem ser indicadores da saúde do ambiente.
Durante as décadas de 1950 e 1960, aves predadoras como o falcão-
peregrino, águia-americana, águia-pescadora, pelicano-marrom diminuíram
muito, espécies desapareceram nos estados Unidos. As causas foram um
pesticida usado após segunda guerra mundial, o DDT. Os resíduos entraram
na cadeia alimentar aquática, resistem à degradação, tornando as cascas de
ovos finas causando a morte de embriões. Esse pesticida foi erradicado, depois
da movimentação de ambientalista.
Podemos observar que atividades humanas, antropológicas, que
colocam o homem no centro como dominador da natureza, produzindo
desenvolvimento apenas para gerar lucro e vantagens imediatas, estão
destruindo os ecossistemas, acelerando a extinção de espécies inclusive a sua.
(texto adaptado de Ricklefs, 2010).
ATIVIDADE 01
A estrutura básica de qualquer ecossistema é composta por três categorias de
organismos: os produtores, os consumidores e os decompositores, sendo que
a mínima alteração em qualquer uma dessas categorias pode trazer sérias
consequências para esse ecossistema.
Para iniciar a atividade as crianças deverão formar um grande círculo, no qual
o professor deverá ficar em seu interior e próximo à margem. Feito isso, o
professor começa a atividade perguntando às crianças o nome de uma verdura
ou legume. O aluno que disser o nome da verdura deverá segurar a ponta do
barbante. Em seguida, pergunte qual o animal gosta de consumir aquele
vegetal, peça para o aluno que responder segurar o barbante logo atrás do
primeiro. Agora pergunte: “quem se alimenta desse animal?”. O aluno que
responder a essa questão deverá ficar atrás do segundo aluno. Note que os
alunos vão formando uma cadeia alimentar, que pode ser formada de diversas
formas, como: cenoura → coelho → cobra etc.
Continue ligando as crianças à medida que forem surgindo novos
relacionamentos, e introduza novos elementos e considerações, como novos
animais, solo, água, ar, e assim por diante, até que todas as crianças estejam
interligadas - formando um ecossistema.
Depois que todos os alunos estiverem interligados, mostre que todos os
elementos que estão interagindo entre si são essenciais para o equilíbrio
daquele ecossistema e dê um motivo plausível para retirar um daqueles
elementos do conjunto, como a retirada de uma árvore. Quando uma árvore cai
ela arrasta consigo o barbante que está segurando, e qualquer um que sinta
um puxão em seu barbante foi de alguma forma afetado pela morte daquela
árvore. Todos os elementos que sentiram a queda da árvore devem também
puxar o barbante, como sinal de que foram afetados. Esse processo continua
até que todos os elementos demonstrem terem sido afetados pela derrubada
da árvore.
Depois que todos os elementos do ecossistema forem afetados, peça para que
os alunos justifiquem de que forma ele foi afetado e quais alternativas lhes
restam para a sua sobrevivência. Questione com seus alunos de que forma
podemos evitar as alterações no ambiente e como essas alterações podem
afetar os seres humanos.
(Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/trabalhando-
conceito-ecossistema.htm Paula Louredo, acessado em 22/10/2013).
ATIVIDADE 02
a- Após leitura do caderno do Ecossistema de Floresta de Araucária,
escreva as espécies citadas no texto e ligue essas espécies, como
numa cadeia alimentar, formando um ecossistema.
b- Retire uma das espécies do ecossistema que você formulou e relate
quais seriam as consequências.
c- Na floresta de araucária se forma a serapilheira. Qual é a relação da
serapilheira, o solo e a diversidade de espécies de plantas no local.
d- O clima da região somado ao relevo e altitude, é responsável pelas
características do local. Se ocorresse uma mudança drástica no clima,
como a elevação da temperatura com aquecimento global, por exemplo,
o que poderá acontecer?
e- Quais os principais problemas que causam ou causaram a destruição da
floresta de araucária?
f- Por que a floresta de araucária é considerada um ecossistema?
g- A floresta de araucária tem o Pinheiro do Paraná (Araucária angustifólia)
como característica principal. É uma árvore de grande porte, imponente,
mas muitas outras espécies existem neste ecossistema, algumas
endêmicas como a erva-mate. Essas matas com pinheiros são formadas
por diversos estratos de vegetação. Quais são outras espécies de
plantas encontradas nestas mata?
h- Em qual bioma brasileiro se encontra a mata de araucária?
i- Relate algumas medidas de preservação dos ecossistemas.
Tatu-canastra: o engenheiro do ecossistema
Tatus-canastras (Priodontes maximus) são verdadeiros "engenheiros do
ecossistema", afirmam pesquisadores que descobriram que suas tocas servem
como habitat e abrigo para outras espécies. O projeto 'Tatu-Canastra', feito no
Pantanal, durou dois anos, e foi liderado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas
(Ipê) e pelo Royal Zoological Society da Escócia. O estudo pretende entender
mais sobre esses animais, que gastam 75% de seu tempo no subsolo em tocas
escavadas por suas impressionantes garras. (1-Tatu-canastra do lado de fora
de sua toca. Foto: Kevin Schafer).
Figura 2.1 A- Tatu-canastra; B- Cutias saindo da toca; C- Caititu dentro da toca; D-
Tamanduás-mirins tiveram as estadias mais prolongadas na toca do tatu-canastra, e foram
observados alimentando-se de cupins e formigas enquanto estavam lá. (Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/10/131029_tatu_canastra_an.shtml.
Acessado em 29/10/2013).
Ciclagem de Matéria
Os nutrientes podem circular na natureza, através dos seres vivos e do
ambiente não vivo. Em um ambiente terrestre, os nutrientes podem circular na
natureza pelo solo, material orgânico e detritos. Eles podem retornar ao solo
pela intemperização de rochas, decomposição de materiais através de
microrganismos e através da atmosfera, como é o caso do Nitrogênio, o gás
mais presente na atmosfera (cerca de 78%), que é transformado em sais para
o solo através das bactérias chamadas de fixadoras de nitrogênio. Essas
bactérias podem ser encontradas em raízes de leguminosas como feijão, soja,
ervilha, alfafa, etc. Quando um ser vivo morre, a matéria orgânica de seu corpo
é decomposta e os nutrientes (elementos químicos) de seu organismo voltam
ao meio ambiente. Os nutrientes do solo, são absorvidos pelas plantas, que
são devoradas pelos herbívoros e outros animais, formando assim uma teia
alimentar.
Os principais elementos químicos que sofrem o ciclo são: o do átomo de
carbono, do nitrogênio, do fósforo, do oxigênio, do hidrogênio e o da molécula
de água.
Os nutrientes podem entrar e sair do ecossistema por diferentes formas.
Mas as perturbações, como fogo, desmatamento, poluição, uso inadequado do
solo, chuva ácida, podem acelerar essa entrada ou saída.
Ciclo de Carbono
Carbono:
Onde está? Em compostos orgânicos, em nosso corpo, na atmosfera em
forma de CO2 ou na água.
Como se perde para natureza: pela respiração que libera CO2, ao servir de
alimento para outro ser, pela morte do organismo, pela decomposição,
excreção e resíduos da digestão, uso de combustíveis fósseis, uso inadequado
do solo. Ou qualquer combustão ou queima.
Como se consegue? Pela fotossíntese e os consumidores pela alimentação.
Figura 2.2. Ciclo do carbono. Fonte: http://ecologgando.blogspot.com.br/2012/12/ciclos-
biogeoquimicos-parte-i.html acessado em: 10/09/2013.
ATIVIDADE 03
a- Elabore com suas palavras, uma explicação do ciclo do carbono,
representado na imagem acima.
b- Qual é a relação do ciclo do carbono e o efeito estufa que ocorre no
planeta terra?
Efeito Estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na
Terra. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de
volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida
pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento. Na
Terra a presença da camada gases de efeito estufa bloqueiam parte do da
radiação solar, não permitindo retornar ao espaço. De fato, é a presença
desses gases na atmosfera o que torna a Terra habitável, pois, caso não
existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da
ordem de 18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera
mantém as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global,
próxima à superfície, de 14ºC. (Fonte: http://www.mma.gov.br/clima/ciencia-da-
mudanca-do-clima/efeito-estufa-e-aquecimento-global)
Para entendê-lo, basta imaginar uma estufa de plantas, comuns em
jardins botânicos. Neste caso da estufa, o vidro que mantém a temperatura
funciona como os gases do efeito estufa. A Terra é naturalmente protegida por
uma camada de gases – formada por nitrogênio (aprox. 78%), oxigênio (aprox.
21%) vapor d’agua (1%), dióxido de carbono (aprox. 0,04%) e outros gases em
menor quantidade - que faz com que o planeta se mantenha aquecido e
habitável. Essa camada de gases funciona como uma redoma, impedindo que
boa parte da radiação solar seja refletida de volta para o espaço.
(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas/efeito_estufa)
Há quatro principais gases de efeito estufa (GEE), além de duas famílias de
gases, regulados pelo Protocolo de Quioto:
- O dióxido de carbono (CO2) é o mais abundante dos GEE;
- O gás metano (CH4) é produzido pela decomposição da matéria orgânica;
- O óxido nitroso (N2O) cujas emissões resultam, entre outros, do tratamento
de dejetos animais, do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis
e de alguns processos industriais, possui um poder de aquecimento global 310
vezes maior que o CO2;
- O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como isolante
térmico e condutor de calor;
- O hidrofluorcarbonos (HFCs), utilizados como substitutos dos
clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores;
- Os perfluorcarbonos (PFCs) são utilizados como gases refrigerantes,
solventes, propulsores, espuma e aerossóis.
Aquecimento Global
As mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos naturais, a
maior parte da atual mudança do clima, particularmente nos últimos 50 anos, é
atribuída às atividades humanas. A principal evidência dessa mudança atual do
clima é o aquecimento global, que foi detectado no aumento da temperatura
média global do ar e dos oceanos, no derretimento generalizado da neve e do
gelo, e na elevação do nível do mar, não podendo mais ser negada. Caso não
se atue este aquecimento de forma significativa, espera-se observar, ainda
neste século, um acréscimo médio da temperatura global de 2ºC a 5,8°C,
segundo o 4° Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC), de 2007. (Fonte: http://www.mma.gov.br/clima/ciencia-da-
mudanca-do-clima/efeito-estufa-e-aquecimento-global)
ATIVIDADE 04
O modelo de desenvolvimento baseado no uso de energia fóssil,
principalmente petróleo é uma das fontes de liberação de gases do efeito
estufa. As mudanças provocadas pelo aquecimento global podem afetar a
biodiversidade, o equilíbrio dos ecossistemas? Como?
ATIVIDADE 05
Leia as notícias a seguir:
Notícia 1.
Participação do setor de energia em emissões de gás carbônico dobra em cinco anos 09/09/2013 - 23h28 Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil São Paulo – A participação do setor de energia foi a que mais cresceu no total das emissões de gás carbônico no país de 2005 a 2010, constatou o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Ao divulgar hoje (9) as estimativas sobre o perfil das emissões de gás carbônico no período, o PBMC informou que a produção de energia foi a responsável por 32% das emissões em 2010 contra 16% do total de emissões em 2005 – aumento de 16 pontos percentuais. Além do setor de energia, a agropecuária aumentou sua participação na emissão brasileira de gás carbônico: de 20% em 2005 para 35% em 2010 - aumento de 15 pontos percentuais. O quesito usos da terra e florestas diminuiu a participação no total de emissões, tendo caído de 57% em 2005 para 22% em 2010; processos industriais aumentaram de 4% para 7%; e tratamento de resíduos cresceu de 2% para 4%, todos na mesma base de comparação. Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-ambiente, acessado em 12/09/2013.
Notícia 2.
12/09/2013 Desperdício de alimento é terceiro maior emissor de CO2 do mundo A comida desperdiçada no mundo responde por mais emissões de gases causadores de efeito estufa do que qualquer país, exceto China e Estados Unidos, disse a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (11). Todos os anos, cerca de um terço de todos os alimentos para consumo humano, aproximadamente de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçado, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la. Quase 30% das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, são usadas em vão. No seu relatório intitulado “A Pegada do Desperdício Alimentar”, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global. No mundo industrializado, a maior parte do lixo vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas. “A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60 por cento, a fim de atender a demanda da população em 2050, diz a FAO”. A FAO estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base em preços de produção. O desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares- grande parte de hábitat natural transformado para tornar-se arável. CLIPPING: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/09/12/98034-desperdicio-de-alimento-e-terceiro-maior-emissor-de-co2-do-mundo.html, acessado em 12/09/2013.
Com relação ao texto das notícias, responda:
a- No texto da primeira notícia, explique como o desperdício de alimentos pode
causar emissões de gases causadores de efeito estufa?
b- As notícias trazem como tema principal a emissão de gás carbônico e o
aquecimento global. Quais outros problemas que estão relacionados também
a emissão de gases do efeito estufa?
Atividade 06
Assista ao desenho animado ganhador dos Prêmios Fundação
Biodiversidade (Espanha) na categoria Documentário e Curta-metragem
(http://www.premiosfundacionbiodiversidad.es/segundaedicion/). O curta
metragem mostra que hábitos diários contribuem para as mudanças climáticas.
Duração: 5’07”
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=9222
Acessado em 22/10/2013
Palavras-chave: consumismo, aquecimento global, mudanças climáticas.
a- Quais atividades mostradas no desenho animado contribuem para as
mudanças climáticas?
Sugestão de pesquisa! O aquecimento global e o tempo de floração.
O homem pertence à natureza? Ou é apenas beneficiário da Natureza?
Para o Professor
Na história da humanidade os indivíduos precisam conhecer seu
ambiente para sobrevivência e segundo Odum (2009), o início da civilização
coincidiu com o uso do fogo e outros instrumentos para modificar a natureza.
Como toda ciência humana, a ciência da ecologia teve um desenvolvimento
gradativo, as obras de Hipócrates, Aristóteles e outros filósofos gregos contem
referencias a temas ecológicos. Porém o vocábulo “Ecologia” foi proposto pelo
biólogo alemão Ernest Haeckel em 1869. Antes disso no renascimento muitos
contribuíram para esta área, mas sem usar a palavra ecologia. No séc. XVIII,
por exemplo, Anton Van Leeuwenhoek foi pioneiro nos estudos de cadeias
alimentares e regulação de populações. Para Branco (1995), A ecologia surgiu
como uma quarta dimensão do estudo da biologia. A primeira, quase intuitiva, é
a morfológica. A segunda a fisiologia, uma terceira dimensão surgiu da
necessidade intrínseca do conhecimento das origens, introduzindo o fator
tempo nas preocupações biológicas, o que ensejou os estudos relativos à
história dos organismos. A pressão exercida por esses fatores em modificação
sobre estruturas e comportamentos orgânicos, exigindo sua adequação para
que fosse possível a sobrevivência e denunciando estreita correlação
morfofisiológica e comportamental entre as espécies e o seu meio, sugeriam a
existência de uma quarta dimensão do estudo biológico, a ecologia. Humboldt
foi, possivelmente, o primeiro a desenvolver uma pesquisa metódica dessas
relações estáticas entre organismos e meio ambiente, procurando criar não só
metodologias de estudo geográficas como, também, de análise dos fatores
físicos e químicos determinantes dessas diferenças geográficas. Ernst Haeckel,
mais tarde, já familiarizado com os princípios da seleção natural como fator
evolutivo, entregou-se aos aspectos mais dinâmicos da ecologia, tendo,
inclusive, sido o autor da denominação.
O estudo dinâmico, incluindo alternativas teóricas, fluxos de massa e de
energia em um sistema como unidade morfológica e funcional, deu origem à
sinecologia, que corresponde a um ramo da Ecologia que se dedica ao estudo
das relações entre os indivíduos de várias espécies e o meio em que eles
vivem. Esse termo foi utilizado pela primeira vez botânico Carl Schroter em
1902. Para Brandão o modelo de Schrödinger para explicar o fenômeno
biológico baseia-se em relações de natureza puramente energética, explicáveis
pelas leis da física, dispensando o recurso às hipóteses vitalistas que exigiam a
intervenção de forças e agentes de natureza desconhecida, por outro lado
uniformiza excessivamente os processos ao reduzi-los a simples questão de
demandas e disponibilidades gerando fluxos energéticos sempre que existam
gradientes favoráveis, o que não é necessariamente verdadeiro. Diz ele que
pensar como propriedade fundamental do ser vivo a simples troca de matérias
ou de energia com o meio é absurdo. Não leva-se em conta especificidades
das espécies vivas, indispensáveis às ordenações específicas. Na fábula de La
Fontaine, em que a cegonha é convidada pela raposa a tomar sopa em um
prato raso e, no revide, esta é instada pela primeira a comer o alimento
colocado no fundo de uma ânfora de colo longo... Não basta a energia (sob
forma de alimento orgânico, ou mesmo de energia radiante direta) estar
disponível: é necessário que existam os equipamentos físicos e bioquímicos
habilitados a utilizar o seu potencial ordenador. E indispensável, em última
análise, a existência de uma geometria que compatibilize as estruturas físicas e
bioquímicas da espécie com as do substrato ambiente, para que essa
ordenação e essa incorporação sejam possíveis (BRANCO, 2002)
O homem pertence à natureza tanto quanto - numa imagem que me
parece apropriada - o embrião pertence ao ventre materno: originou-se dela e
canaliza todos os seus recursos para as próprias funções e desenvolvimento,
não lhe dando nada em troca. E seu dependente, mas não participa (pelo
contrário, interfere) de sua estrutura e função normais. Será um simples
embrião, se conseguir sugar a natureza, permanentemente, de forma
compatível, isto é, sem produzir desgastes significativos e irreversíveis; caso
contrário, será um câncer, o qual se extinguirá com a extinção do hospedeiro...
(Branco, Estudos avançados vol.9 nº23 São Paulo Jan./Apr. 1995).
Para Brandão (1995) a avaliação do equilíbrio de um ecossistema não
pode ser sempre feita a partir de simples estudos de demandas e
disponibilidades energéticas e materiais. É necessário, com frequência,
considerarem-se os detalhes autoecológicos presentes. Assim, não é possível,
por exemplo, estabelecer-se a viabilidade de uma espécie em determinada
área, apenas em termos potenciais. A análise dos impactos ambientais
produzidos por um empreendimento de alegada utilidade tem em vista obter o
máximo benefício, com o mínimo custo ambiental e não um benefício sem
custo, pois não existe intervenção sem trauma, ou obra sem custo.
Outra área de estudos é a Ecomorfologia. Ela procura mostrar que as
diferenças morfológicas existentes entre as espécies podem estar associadas à
ação sofrida de diferentes pressões ambientais e biológicas. A ecomorfologia
tem como idéia fundamental que as formas dos organismos e seus modos de
vida estão correlacionados, sendo que o ambiente age sobre o fenótipo através
de pressões seletivas, selecionando organismos de acordo com os recursos
disponíveis no ambiente (Norton et al. 1995). Variações morfológicas entre as
espécies refletiriam, ao menos em parte, o uso diferenciado de recursos e por
fim, ecologias diferentes, havendo um paralelo entre similaridade morfológica e
ecológica (PIANKA 2000). Acredita-se que um dado conjunto de caracteres
morfológicos indicaria um ajuste a uma dada dimensão do nicho ecológico,
possibilitando até certo ponto que previsões acerca da distribuição das
espécies pelo ambiente (WATSON; BALON 1984, BARRELLA ET AL. 1994,
BEAUMORD; PETRERE-JR. 1994) ou delimitação de grupos tróficos
(HUGUENY; POUILLY 1999, POUILLY et al. 2003) sejam feitas. Assim,
análises ecomorfológicas aparecem como ferramentas interessantes no estudo
de estrutura de comunidades. No Brasil, os primeiros estudos ecomorfológicos
datam do início dos anos 90, com um incremento em meados da década
passada, sendo frequentemente aplicados à fauna marinha e de água doce
(BALON et al. 1986, WINEMILLER et al. 1995, CLIFTON; MOTTA 1998) e
apenas um contempla peixes de reservatório (FREIRE & AGOSTINHO
2001).(Fonte: Ecomorfologia refletindo a dieta dos peixes em um reservatório
no sul do Brasil, Ivan Teixeira e Sirlei Terezinha Bennemann, disponível em
http://www.scielo.br/pdf/bn/v7n2/a07v07n2.pdf, acessado em 10/09/2013).
Como exemplo em Ecomorfologia de peixes é baseado em atributos,
alguns são:
- Comprimento relativo da cabeça: relacionado ao tamanho do alimento
consumido.
- Altura relativa do olho: olhos dorsalmente posicionados indicam peixes
bentônicos, enquanto os nectônicos são lateralmente.
- Área relativa da nadadeira caudal: movimentos em arrancadas rápidas.
- Abertura relativa da boca: alimentação baseada em presas grande.
- Posição da boca: tomada em ângulo, indicando que se alimenta na coluna da
água.
- Largura relativa da boca: indica presas grandes.
- Índice de compressão: altos índices indicam peixes lateralmente compridos e
de água lênticas.
- Comprimento relativo do pedúnculo: Pedúnculos longos indicam bons
nadadores, inclusive peixes bentônicos habitantes em ambientes de
hidrodinamismo elevado.
ATIVIDADE 07
Fábula: A raposa e a Cegonha
Figura 2.3. A raposa e a Cegonha; Fonte: Coleção superfábulas, editora BrasiLeitura, 2007
tradução Ruth Marschalek, revisão Cristina Klein, impresso na China. Fábula de La Fontaine.
A partir da leitura da Fábula “A raposa e a Cegonha” de La Fontaine, relacione
com um ecossistema natural e responda:
a- Para os personagens da fábula, só alimento estar ali disponível é suficiente?
O que faltou para que eles conseguissem comer?
b- E na natureza, os animais possuem adaptações no corpo conforme sua
alimentação? Dê um exemplo desta adaptação e em qual habitat se encontra.
(Pode-se organizar os estudantes em grupos para pesquisar adaptações
morfológicas dos grupos de seres vivos.)
c- A raposa é um animal carnívoro, já a cegonha, uma ave onívora. Na
natureza, se ocorresse uma mudança radical em seu habitat, ela se adaptariam
rapidamente em outro local? Por quê?
d- A raposa e a cegonha vivem no mesmo habitat, em harmonia. Elem comem
as mesmas coisas? Seu nicho é o mesmo? Elas vivem da mesma forma? A
biodiversidade é importante para eles? Explique.
ATIVIDADE 08
CADEIA ALIMENTAR E TEIA ALIMENTAR
Dramatização - Presa e Predador
Esta atividade é para ser realizada com um grupo de no mínimo 20 pessoas
(alunos), em ambiente que tenha espaço físico suficiente para movimentação
de todos, tal como uma quadra de futebol, ou o próprio pátio da escola.
Esta atividade consiste de uma representação de uma possível cadeia
alimentar, envolvendo 3 (três) componentes: A - plantas (produtores), B - preás
(consumidores primários) e C - jaguatiricas (consumidores secundários).
Material Necessário
• Para identificação dos componentes do grupo, ou seja, quem seria planta,
preá ou jaguatirica, seria interessante, portanto, que fosse utilizado algum
sistema de individualização, tal como fitas de cores diferentes para serem
amarradas na cabeça ou nos pulso de cada um. As fitas devem ter no mínimo
três cores, de tal forma que cada cor represente um elo da cadeia. Também é
importante que o número de fitas de cada cor deve ser superior ao número de
integrantes do jogo. Qualquer outro material pode ser utilizado, desde que seja
viável para o jogo.
• Um apito. É claro que poderá ser substituído pelo próprio assobio,
dependendo de quem comandar a atividade.
• Além das fitas, será necessária a utilização de uma tabela para acompanhar o
desenvolvimento do jogo. A tabela deve ser da seguinte forma:
Gerações Planta Preás Jaguatiricas
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
8ª
9ª
10ª
Procedimento
• O grupo deverá ser dividido em 3 (três), deixando-se porém o grupo das
plantas com um número ligeiramente maior dos demais, bem como também
utilizar o mesmo critério para os preás em relação as jaguatiricas. Por exemplo,
caso o grupo possua 30 pessoas, o melhor seria dividi-lo da seguinte forma: 14
plantas, 10 preás e 6 jaguatiricas.
• As plantas ficarão espalhadas pelo pátio, os preás deverão ser dispostos em
círculo ficando distantes 5 a 6 metros das jaguatiricas, que também estarão
dispostas em círculo, ou seja, os preás e as jaguatiricas deverão ser dispostos
em círculos concêntricos de forma que as jaguatiricas fiquem no círculo interno.
• O jogo terá 10 rodadas. Para iniciar uma rodada, o professor deverá apitar 1
vez e para terminá-la, 2 vezes. Regras e objetivos
1. Plantas
• As “plantas” deverão ficar espalhadas pelo pátio ou lugar escolhido na escola
para o jogo e permanecerem nos seus lugares. Quando apanhadas pelos
preás, deverão permanecer no local onde foram apanhadas até a próxima
rodada e depois ir para o grupo dos preás.
2. Preás
• Cada “preá” deve procurar apanhar uma “planta” e evitar ser capturado por
uma “jaguatirica”. A única defesa possível dos “preás” é abaixar-se. Abaixando-
se, estarão escondidos das “jaguatiricas”. Quando apanhados por uma
jaguatirica, os preás deverão permanecer no local onde foram capturados até o
término da rodada. Na rodada seguinte, estes preás passarão a ser
jaguatiricas.
3. Jaguatirica
• As jaguatiricas deverão tentar capturar um preá.
- Os preás e as jaguatiricas que não conseguirem alimento voltarão na rodada
seguinte, como plantas.
EXPLICAÇÃO: Os animais que não conseguiram alimento morreram de fome.
Seus corpos foram decompostos e deles só restaram os sais minerais que as
plantas incorporam. Por isso voltam como plantas.
- Os “preás” e as “jaguatiricas” que conseguiram alimento continuarão o sendo.
EXPLICAÇÃO: Preás e jaguatiricas que conseguem alimentos são bem
sucedidos. isto permite que se mantenham saudáveis e se reproduzam,
garantindo novos indivíduos para a geração seguinte.
- As “plantas” que foram capturadas voltam como “preás”. Os “preás”
capturados voltam como “jaguatiricas”.
EXPLICAÇÃO: Quando um ser vivo serve de alimento para outro, as
substâncias que formam seu corpo passam a fazer parte desse outro ser. Por
isso, as plantas capturadas pelos preás, voltam como preás e estes, quando
capturados, voltam como jaguatiricas.
Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/ Disponível no Portal Dia a Dia Educação em:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/
a- Após discussão das possíveis explicações dos alunos e da mediação do
professor, retornar a sala de aula, escrever um pequeno texto da atividade o
qual servirá de atividade avaliativa.
Teia alimentar
Figura 2.4 Teia alimentar.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/Cadeiaalimentar4.php.
Você pode notar na imagem que o jacaré pode ser consumidor secundário ao
se alimentar do tuiuiú, ou consumidor terciário ao se alimentar da ema. Assim
as cadeias alimentares se cruzam, esse conjunto forma a teia alimentar.
As plantas nunca mudam o seu papel: são sempre produtores. E todos os
produtores e consumidores, estão ligados aos decompositores, que permitem a
reciclagem da matéria orgânica no ambiente.
Os níveis tróficos são caracterizados pelos tipos de alimentos que os seres
consomem. No primeiro nível trófico estão os organismos produtores. Estes
organismos são capazes de produzir seu próprio alimento e, por isso, são
chamados de “autótrofos”. Neste grupo estão as plantas, algas e algumas
bactérias fotossintetizadoras.
Nos próximos níveis tróficos estão os organismos consumidores, ou
“heterótrofos”. Neste grupo estão os herbívoros, que se alimentam dos
vegetais, os carnívoros e os decompositores.
Os organismos decompositores ou detritívoros constituem um último nível na
cadeia alimentar. Os animais onívoros ocupam mais de um nível trófico.
As cadeias alimentares estão geralmente limitadas a 4 ou 5 níveis tróficos,
porque há perdas de energia muito significativas nas transferências entre os
diferentes níveis. Consequentemente, a quantidade de energia que chega aos
níveis mais elevados já não é suficiente para suportar ainda outro nível trófico.
A energia se perde para o ambiente geralmente em forma de calor.
Pirâmide de energia
Figura 2.5. Pirâmide de energia. Fonte: sobiologia.com.br.
A matéria circula nas cadeias alimentares, entra pelos produtores em forma de
água, sais minerais, gás carbônico passa pelos consumidores sendo
decomposta, volta para o ambiente para ser reutilizada. Apenas uma parcela
de da biomassa dos alimentos se transforma em matéria viva. Parte é usada
como energia ou eliminada pelas excretas.
Pirâmide de biomassa
Figura 2.6. Pirâmide de biomassa. Fonte: sobiologia.com.br.
Pirâmide invertida (produtor é de grande porte)
Figura 2.7. Pirâmide invertida. Fonte: sobiologia.com.br.
ATIVIDADE 09
Figura 2.8. Nível trófico. Fonte: mundoeducacao.com.
a- Nesta imagem descreva quais são os seres vivos de cada nível trófico.
b- Por que no quarto nível trófico existem poucos seres vivos?
c- Se uma substância tóxica entrar nestas cadeias alimentares no primeiro
nível trófico, ela pode interferir na no terceiro nível trófico? Por quê?
Literatura nas aulas de Ciências
O Lúdico é ferramenta metodológica que pode ser utilizada nas aulas de
Ciências. Com objetivos e finalidades bem claros, vincula o conhecimento ao
plano emocional, aproximando o aluno do conteúdo a ser aprendido.
O lúdico nas aulas de Ciências podem ser atividades como a música, a
cultura popular através das cantigas, receitas, culinárias, literatura, animação,
histórias em quadrinhos, fábulas, criação textual, peça teatral, jogos, modelos,
entre outras. É importante lembrar que pode haver erros conceituais nestes
instrumentos, então é importante o educador ficar atento e utilizar esses erros
para problematizar o conteúdo de Ciências.
“O lúdico é uma forma de interação do estudante com o mundo,
podendo utilizar-se de instrumentos que promova a imaginação a exploração, a
curiosidade e o interesse, tais como jogos, brinquedos, modelos,
exemplificações realizadas habitualmente pelo professor, entre outros. (DCE,
2008, pg. 77)
O ato da leitura tem importância fundamental no desenvolvimento do
intelecto, da língua e da conversação como um ser social. Por isso, a leitura
deve ter função relevante na escola como um todo e não apenas nas aulas de
Língua Portuguesa. A literatura, como qualquer artefato cultural, está inserida
na História, estando com isso articulada com os acontecimentos, os processos
e os ideários de cada época. (LINSINGEN, 2008).
ATIVIDADE 10
Livro de literatura Infanto Juvenil: “Tem um Cabelo na Minha Terra, de
Gary Larson, tradução de Heloisa Jahn, Companhia das Letrinhas”.
Objetivo
- Compreender que os seres humanos fazem parte da natureza e a natureza
faz parte dos seres humanos;
- Entender o conceito de natureza, esclarecendo que é necessário reverenciá-
la, mas também entendê-la.
- Perceber que os seres humanos estão sujeitos as mesmas leis da natureza,
integrados a teia alimentar, ao ciclo de nutrientes, de energia e as relações
ecológicas.
- Visualizar na história do livro que o equilíbrio da biodiversidade é dependente
de vários fatores.
- Elaborar uma teia alimentar com os elementos da história do livro.
A história do livro começa abaixo do chão. Quando um filhote de
minhoca encontra um cabelo em seu prato de terra, fica chateado e começa a
achar tudo horroroso em sua vida de minhoca. Seu pai resolve lhe contar uma
história de uma donzela que sai a um passeio na floresta.
Antes da leitura do livro seria importante levantar alguns
questionamentos com a turma.
O livro narra muitos fatos que acontecem na natureza. Vamos analisar alguns:
1- Ao achar o cabelo em seu jantar o “Minhoquinho”, fica furioso e diz:
“Detesto ser minhoca! Somos o ultimo escalão da cadeia alimentar!
Comida de passarinho”.
2- O pai “minhoco” resolve contar uma história a seu filho e começou:
“Era uma vez uma linda donzela, a Benedita... Numa manhã
adorável, Benedita resolve fazer um passeio em sua trilha preferida
da floresta... Daí a pouco encontrou uma família de esquilos...,
colheu bolotas numa árvore e deu a eles”. Benedita estava
alimentando esquilos cinzentos, uma espécie grande e agressiva,
introduzida na floresta. Porém os esquilos-vermelhos nativos eram
menores e tímidos.
3- Benedita por a caso olhou para baixo e viu uma fileira de formigas
cruzando uma trilha. “Ahh!” Sorriu, vendo a imensidão de ovos que
carregavam “Até as criaturas mais minúsculas cuidam bem de seus
filhotes”! O que Benedita não sabia era que aquelas eram formigas-
amazonas que escravizam outras espécies e o que estava vendo era
um pelotão voltando do ataque a suas vítimas.
4- Adiante, um laguinho, Benedita bateu palmas de felicidade ao ver um
animal cascudo avançando devagar. “Sr. Tartarugo!” pegou o réptil
do chão... Arremessou o animal em pânico para o meio do brejo.
Infelizmente, era um jabuti, primo terrestre da tartaruga.
5- Benedita chegou a um lugar cheio de árvores, Viu um par de olhos
grandes olhando para ela. “Oh, estou reconhecendo o senhor, Sr.
Corujo”! E riu. O Sr. Corujo na verdade era uma mariposa-real, um
inseto que usava manchas nas asas para imitar animais
assustadores.
6- Uma árvore grande da idade da floresta estava caída no chão. “Ah!”
Que pena! Que tragédia! Mas árvores como ela são fundamentais
para renovar a vegetação, talvez seja mais vivia que outra que não
caiu, tantos são os organismos em sua massa.
7- Por fim, “Uma cobra!”, berrou. E preso à cobra, um camundongo.
Benedita com um bastão começou a bater no réptil. Benedita retirou
o camundongo dos anéis da cobra morta. Segurou o ratinho com
uma mão e a outra enxugou a lágrima. Largou o bicho no chão e foi
para casa. Em uma adorável manhã de primavera, delirando por
causa da febre alta, tropeçou, caiu e morreu. Quando enxugou a
lágrima do olho, um vírus do pelo do camundongo invadiu seu corpo.
Com base no texto do livro responda:
a- O filhote de minhoca entendia sue papel na cadeia alimentar? Explique.
b- Benedita fez muitas coisas erradas para os seres da floresta, apesar de
amar e se encantar com ela. Cite uma delas e explique por que foi prejudicial
para o ecossistema.
c- A árvore caída no chão ajuda a manter a biodiversidade da floresta? Como?
d- Apesar de a donzela conhecer a trilha da floresta, amar a natureza, ela
entendia o funcionamento da floresta? Ela entendia as conexões da floresta?
Por quê?
Espera-se que os alunos compreendam que todos os seres vivos necessitam
uns dos outros; que os seres humanos não devem dominar a natureza, mas
entendê-la para usufruir dela com equilíbrio; E se a Benedita compreendesse a
natureza, teria aproveitado melhor seu passeio.
e- Elaboração da teia alimentar:
Relembrar o conceito de teia alimentar
Elencar coletivamente os personagens e o que fazem na história;
Separar por categorias como produtor, consumidor, decompositor.
Montar a teia alimentar.
f- Observação da serapilheira no pátio da escola, na horta, no entorno, se
possível, ou numa praça, parque, etc. A camada superficial no solo, composta
por folhas, ramos, caules, cascas, frutos e sementes que caem das árvores de
uma mata, é chamada de serapilheira. A espessura dessa camada está
relacionada ao tipo de vegetação e ao tempo de decomposição do material. Na
decomposição, interferem os seguintes fatores: umidade, temperatura,
presença de fungos e/ou bactérias, quantidade e diversidade da fauna. A
decomposição da serapilheira libera os minerais que serão novamente
incorporados ao solo, essenciais para a manutenção da mata, fechando o ciclo
natural. A esse processo é dado o nome de ciclagem dos nutrientes.
(LINSINGEN, 2008).
Os estudantes anotam o que observaram, como folhas, galhos, semente, lixo,
erosão, solo descoberto, insetos, invertebrados, mofo, cogumelo, plantas
(gramíneas, arbustos, árvores, flores).
Socializam as informações coletadas e produzem um pequeno texto sobre a
relação da serapilheira, microrganismos e biodiversidade.
Música
Objetivo
- Problematizar o conceito de planetaridade;
Para Gadotti (2008), a globalização de hoje é a globalização capitalista,
onde os globalizadores, para ele os países ricos comandam os globalizados, os
países pobres. E os efeitos são desemprego, o aprofundamento das diferenças
entre os poucos que têm muito e os muitos que têm pouco, a perda de poder e
de autonomia de muitos estados e nações. As decisões sobre o que nos
acontece no dia-a-dia parecem nos escapar, por serem tomadas muito distante
de nós, comprometendo nosso papel de sujeitos na história.
Mas ao contrário disso temos a globalização da cidadania, que usa as
mesmas bases tecnológicas, mas com lógica diferente, sendo realizada pelas
organizações da sociedade civil global. Cidadania planetária é uma expressão
adotada para expressar um conjunto de princípios, valores, atitudes e
comportamentos que demonstram uma nova percepção da Terra como uma
única comunidade. A globalização não se constitui em si mesma num
problema. Ela representa um processo de avanço sem precedentes na história
da humanidade, o problema é globalização hegemônica, na perspectiva do
capital que é competitiva, em que os interesses do mercado se sobrepõem aos
interesses humanos, em que os interesses dos povos se subordinam aos
interesses corporativos das grandes empresas transnacionais. (Gadotti, 2008
p.31)
Ao contrário, a Globalização da cidadania é cooperativa e solidária que
em outros momentos chamamos de processo de “planetarização”. Como
exemplo, a derrubada da floresta amazônica, ou de qualquer floresta do
mundo, não é apenas um fato local. É um atentado contra a cidadania
planetária. Implica compreender que a Terra é nossa casa comum: um
organismo vivo e interdependente. Manter o planeta Terra vivo é uma tarefa de
todos nós, em todos os “cômodos da casa” e em suas diferentes dimensões:
econômica, social, cultural, ambiental etc. A cidadania planetária não pode ser
apenas ambiental porque a pobreza, o analfabetismo, as guerras étnicas, a
discriminação, o preconceito, a ganância, o consumismo, o tráfico, a corrupção
destroem a nossa casa, tiram a vida do planeta.
Ela implica também a existência de uma democracia planetária.
Portanto, ao contrário do que sustentam os neoliberais, estamos muito longe
de uma efetiva cidadania planetária. Ela ainda permanece como projeto
humano. Ela precisa fazer parte do próprio projeto da humanidade como um
todo. Ela não será uma mera consequência ou um subproduto da tecnologia ou
da globalização econômica. (GADOTTI, 2008 p. 33).
E hoje para Capra (2005), as multinacionais “jogam” os trabalhadores de
um país contra o outro, explorando o racismo, sexismo e nacionalismo, ficando
difícil a união dos trabalhadores. Hoje existe a obsessão pelo crescimento
econômico e tecnológico, com ausência de limitação, para um ambiente natural
finito.
É necessário construir uma nova consciência fundamentada numa visão
ecocêntrica e sistêmica capaz de conectar o local com o global, o imediato com
o futuro, o concreto com o político. (ARL, 2007)
Ainda para Boff (1999), há um descuido e um abandono dos sonhos de
generosidade, agravados pela hegemonia do neoliberalismo como o
individualismo e a exaltação da propriedade privada que comporta. Faz-se
pouco dos ideais de liberdade e de dignidade para todos os seres humanos. A
maioria dos habitantes sente-se desenraizados culturalmente e alienados
socialmente. Sem o cuidado, o ser humano, deixa de ser humano,
desestrutura-se e perde sentido.
Música - Janela Para o Mundo
Milton Nascimento
...
“Minha vida brasileira é uma vida universal`
É o mesmo sonho, é o mesmo amor
Traduzido para tudo o que o humano for
Olhar o mundo é conhecer
Tudo o que eu já teria de saber
Estrangeiro eu não vou ser
Estrangeiro eu não vou ser
Ê,ê,ê,
Estrangeiro eu não vou ser ê,ê
...
Estrangeiro eu não vou ser
Cidadão do mundo eu sou,eu sou, eu sou”.
Milton Nascimento
ATIVIDADE 11
Faça a relação deste trecho da música “Janela para o mundo” de Milton
Nascimento, com a hipótese Gaia e a noção de planetaridade ao se referir ao
meio ambiente.
Espera-se que os alunos observem:
“Como posso sentir-me estrangeiro em qualquer território desse planeta se
pertenço a um único território, a Terra? Não há lugar estrangeiro para
terráqueos na Terra. Se sou cidadão do mundo, não podem existir para mim
fronteiras. As diferenças culturais, geográficas, raciais e outras enfraquecem
diante do meu sentimento de pertencimento à humanidade, ao planeta Terra.
(GADOTTI, 2008).
Cartoon e Quadrinhos
Série: Os Cientistas em Quadrinhos de João Garcia
(http://jaogarcia.blog.uol.com.br/).
Figura 2.9 Quadrinhos. Fonte: http://oikosms.blogspot.com.br/. Acessado em 23/09/2013
Atividade 12
a- No quadrinho acima qual é a imagem de uma vida sustentável?
b- E para você, o que é uma vida sustentável?
Figura 2.10. Quadrinhos. Fonte: http://oikosms.blogspot.com.br/. Acessado em 23/09/2013
ATIVIDADE 13
a- O que o quadrinho acima quer representar?
b- Ao jogar o lixo na água, as pessoas acham que está tudo resolvido, pois
a água o levará embora. O que tem de errado nesta forma de pensar?
c- O que pode acontecer com esse ecossistema? A biodiversidade irá
continuar igual?
d- Qual é a imagem de natureza representada nessa imagem?
Interações Ecológicas
As interações mais fundamentais na natureza são a de consumidor e
recurso por que todos os organismos não fotossintéticos devem comer, e todos
sofrem o risco de serem comidos. Outros tipos principais de interações além de
consumidor-recurso, temos a competição e o mutualismo.
Os nomes dos consumidores são:
Predador: capturam e comem para nutrição. Ex. A aranha comendo
uma mosca.
Parasita: Invadem os corpos e se alimentam de sangue, tecido,
alimento digerido, etc.
Parasitoide: invadem e consomem tecidos e matam seu hospedeiro.
Herbívoros: comem plantas ou parte das plantas,
Detritívoro: consomem material orgânico morto, como serapilheira,
fezes, carcaças, etc.
Os organismos desenvolvem táticas para evitar serem comidos. As plantas,
por exemplo, não podem fugir, assim produzem espinhos e defesas químicas
para se defender, liberando cheiros, toxinas entre outras. Algumas presas
adotam uma aparência camuflada e ficam imóveis, como igualar a cor de uma
árvore, folhas, galhos, fezes de animais, flores. Outras têm coloração de
advertência e produzem químicos nocivos, como as borboletas monarcas que
possuem gosto amargo.
A competição é qualquer uso ou defesa de um recurso (alimento, água, luz,
espaço), por um indivíduo. Se for entre a mesma espécie é intraespecífica e se
for entre espécies diferentes é interespecífica. As plantas, por exemplo, podem
competir abaixo do solo por nutrientes e água e acima do solo, pela luz. Muitas
plantas competem diretamente produzindo substâncias como enzimas, que
impedem o crescimento da outra espécie. O tamanho de uma população
depende dos recursos naturais disponíveis e de seus consumidores.
No mutualismo, ambas as espécies se beneficiam como nas flores que
disponibilizam néctar as abelhas e elas dispersam o pólen. Outros exemplos
como os liquens, relação entre algas e fungos. No intestino humano as
bactérias ajudam a digerir e absorver nutriente. As acácias hospedam e
alimentam formigas que as protegem de herbívoros. O camarão Lysmata
amboinensis remove parasitas de uma moreia. ( texto adaptado de Ricklefs,
2010).
O caso dos insetos
Um inseto fitófago é qualquer inseto que se alimenta diretamente de
algum tecido de uma planta viva. Os nectarivoria, que se alimentam de néctar,
são visitantes de flores, mas não interferem no crescimento da planta. A
maioria dos fitófagos se desenvolve na planta, as larvas permanecem na
planta. Os adultos têm hábitos diversos. Na ordem dos que fazem metamorfose
procuram sempre a mesma planta.
Esses insetos fitófagos, podem ser ectófagos, ou seja, não entram na
planta, ficam na superfície e apenas perfuram, sugam seiva e mastigam folhas
e órgãos. Os endófagos penetram na planta, como os brocadores. Exemplos:
Lepidoptera inclui as borboletas e um grupo chamado de traças em Portugal
ou mariposas no Brasil. Orthoptera são grilos, gafanhotos. Ordem Hemiptera:
os animais pertencentes a essa ordem possuem aparelho bucal picador-
sugador, Homoptera: pulgões, cigarrinhas; Heteroptera: percevejos;
Auchenorrhyncha: cigarras. Coleoptera: joaninhas, besouros, carunchos, serra-
paus. Diptera: moscas, mosquitos. Hymenoptera: vespas, abelhas, formigas.
(adaptado de Lewinsohn et al., 2001).
ATIVIDADE 14
a- No texto acima “O caso dos insetos”, qual interação existe? Por que os
insetos não matam a planta?
b- Na diminuição dos recursos em um ecossistema como a perda da
biodiversidade, a competição pode aumentar? O que pode acontecer
com as espécies e com esse ecossistema?
c- A quantidade de água no solo e de nutrientes pode interferir na
competição entre plantas? Explique.
ATIVIDADE 15
Faça um quadro resumo das principais relações interespecíficas e
intraespecíficas, contendo o nome da relação, sua definição e um exemplo na
natureza. Pesquise em seu livro ou na biblioteca escolar. Podem ser relações
interespecíficas harmônicas: simbiose ou mutualismo, protocooperação,
inquilinismo, comensalismo e Interespecíficas desarmônicas: amensalismo,
sinfilia, predatismo, herbivoria, parasitismo e relações intra e intespecíficas:
competição. Ou outras encontradas por você.
ATIVIDADE 16
Assista ao recorte dos seguintes filmes: As Aventuras de Sammy, O Rei Leão,
Horton e o Mundo dos Quem e Procurando Nemo.
Para o professor:
Em cada trecho assistido, procure levantar as informações e hipóteses
que as crianças dispõem sobre o tema, peça para que anotem as
relações ecológicas observadas e também alguns erros conceituais
percebidos. Após assistirem todos os trechos, realizar a socialização.
1-As Aventuras de Sammy - Trecho 1 (Predação)
Descrição do trecho: O trecho mostra a eclosão dos ovos de tartaruga. Os
filhotes, para chegarem à superfície, terão que escalar, uns sobre os outros, a
distância que os separa da abertura. Desprotegidos e indefesos, eles ficam a
mercê dos predadores. Os que conseguem escapar partem desesperados para
a água do mar. Neste trecho é possível discutir o ciclo reprodutivo, a desova, o
comportamento e a predação das tartarugas juvenis.
Ficha técnica: Sammy´s Adventures: The Secret Passage, Animação e
Aventura, 88min., Bélgica, 2010. Direção: Ben Stassen.
Palavras-chave: tartaruga marinha, predação, relações ecológicas. Duração:
4’05”
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
2- O Rei Leão 3 - Hakuna Matata - (Insetívoro)
Sinopse do filme: Nesta terceira aventura, a história do leãozinho Simba é
contada pela dupla engraçada Timão e Pumba. Os dois assumem a narração
e, além de falarem como se conheceram, eles ainda contam sua influência nos
bastidores para que Simba subisse ao trono. De maneira divertida, também são
revelados os segredos desses amigos que o filme original não contou.
Palavras-chave: insetívoro, predador, relações ecológicas. Duração 3’16”
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
3- O Rei Leão 1 - Trecho 2 (Ecótono)
Descrição do trecho: Neste trecho, é mostrada a transição entre uma floresta
e a savana. O professor pode utilizar o trecho para trabalhar o conceito de
Ecótono. Ecótono é a região de transição entre duas comunidades
(biocenoses), ou entre dois ecossistemas, onde há uma quantidade
considerável de espécies próprias da área e outra quantidade referente às
áreas fronteiriças. Duração 1’49”
Ficha técnica: The Lion King, 1994 (EUA), 88 min.; Animação - Direção: Roger
Allers, Rob Minkoff.
Palavras-chave: ecótono, biocenoses, região de transição, relações
ecológicas.
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
4- O Rei Leão 1 - Trecho 1 (Cadeia alimentar)
Descrição do trecho: Neste trecho, Mufasa explica a Simba a cadeia
alimentar na qual cada elemento cumpre um papel específico: produtores,
consumidores e decompositores. O equilíbrio do ecossistema depende da
realização de cada uma dessas etapas e a interferência em um determinado
nível trófico pode ocasionar um desequilíbrio ecológico, colocando toda a
cadeia em risco. O trecho possibilita o professor trabalhar com conceitos de
cadeia alimentar, nível trófico, transferência de energia e de nutrientes.
Ficha técnica: The Lion King, 1994 (EUA), 88 min.; Animação - Direção: Roger
Allers, Rob Minkoff.
Palavras-chave: cadeia alimentar, equilíbrio ambiental, produtores,
consumidores, decompositores. Duração 3’13”
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
5-Horton e o Mundo dos Quem (Camuflagem)
Descrição do trecho: O elefante Horton é um professor com muita
imaginação, sendo muito querido pelos filhotes dos animais da floresta, que se
divertem com suas histórias. Neste trecho, Horton leva os filhotes a um passeio
e mostra uma espécie curiosa de inseto, o Bicho-folha, que, para passar
despercebido pelos predadores, camufla-se como uma folha. O trecho permite
trabalhar com a camuflagem dos seres vivos.
Ficha técnica: Horton Hears a Who!, Animação, EUA, 2008, Dur. 88 min,
Jimmy Hayward, Steve Martino.
Palavras-chave: bicho-folha, inseto, camuflagem. Duraçao 2’49”
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
6- Procurando Nemo - Trecho 1 (Relação ecológica).
Descrição do trecho: Neste trecho, os personagens Coral e Marlin escolhem
uma anêmona como abrigo, pois são imunes aos seus tentáculos urticantes,
devido à camada de muco que os reveste. Na base das anêmonas, eles
colocam ovos, assegurando a proteção e a sobrevivência da prole. Em caso de
perigo, nada melhor, para o peixe-palhaço, do que se esconder nos tentáculos
da anêmona, temidos por muitos predadores. A associação entre o peixe-
palhaço e a anêmona é quase perfeita. Em troca de abrigo e proteção, a
anêmona se beneficia dos restos de alimentos dos peixes-palhaço, perfazendo
uma associação que beneficia a ambos. O trecho permite trabalhar com a
relação ecológica (protocooperação) existente entre o peixe-palhaço e a
anêmona.
Ficha técnica: Finding Nemo, Animação, EUA, 2003, 101 min, COR, Andrew
Stanton. Duração 2’47”
Palavras-chave: anêmona, peixe-palhaço, predador, relação ecológica,
mutualismo facultativo, protocooperação.
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
7- Procurando Nemo - Trecho 6 (Predação, competição)
Descrição do trecho: Neste trecho, Marlin e Dory são capturados por um
pelicano que faz deles seu café da manhã. Instintivamente, eles lutam de tal
modo que o pelicano acaba por regurgitá-los. Entretanto, ainda precisam se
livrar de dezenas de gaivotas que os disputam ferozmente. O trecho permite
exemplificar dois tipos de relações ecológicas: predação e competição
Ficha técnica: Finding Nemo, Animação, EUA, 2003, 101 min, COR, Andrew
Stanton.
Palavras-chave: Predação, competição. Duração 2’36”
Fonte:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350
.
ATIVIDADE 17
Faça uma observação de uma relação ecológica em torno de sua casa,
descreva e relate a sua turma.
Referencias Bibliográficas
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autônomo; professor no Curso de Desenvolvimento Rural Sustentável e
Agroecologia da UnC/ Concórdia - membro fundador da Rede Ecovida de
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tradução Ruth Marschalek, revisão Cristina Klein, impresso na China. Fábula
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Imagem teia alimentar:
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acessado em 15/10/2013
UNIDADE III
GENOMAS: VARIABILIDADE GENÉTICA COM IMPORTÂNCIA SOCIAL,
CIENTÍFICA OU ECONÔMICA.
Diversidade genética é condição fundamental para que ocorra progresso
genético.
Para Younés (2001), a diversidade genética é importante para o
funcionamento dos ecossistemas. Por exemplo, a diversidade genética afeta a
taxa de transpiração das plantas individuais, entretanto, a diversidade no
ecossistema afeta a evapo-transpiração que é controlado pela transpiração das
plantas individuais, bem como pela própria estrutura do ecossistema. O
tamanho da planta e seu crescimento afetam o os processos do ecossistema
controlando as taxas de produção. A diversidade de paisagem afeta processos
como a disponibilidade de água, assimilação de carbono, condições
econômicas e a capacidade de absorver mudanças ambientais. Os
ecossistemas incluem a qualidade de gases da atmosfera, melhoria no clima,
controle do ciclo hidrológico, proteção de zonas costeiras, gerar solos férteis,
decomposição de detritos, controle de pestes e doenças, polinização, prover
alimentos, produtos medicinais e da indústria.
Segundo Younés (2001), os microrganismos constituem um recurso
genético de grande potencial para o desenvolvimento sustentável do planeta e
para manutenção da saúde humana, de plantas e animais. Microrganismos
como algas, bactérias, fungos, protozoários, vírus, viróides são componentes
básicos na cadeia alimentar e são contribuintes principais nos ciclos
biogeoquímicos como o de carbono, nitrogênio e enxofre, fazendo a circulação
de matéria, sendo vitais em manter os ecossistemas. Por trás de uma enorme
floresta estão os microrganismos, que hoje são conhecidas cerca de 160.000
espécies. A vida no solo (alem de micorganismos, ácaros, besouros, minhocas,
insetos, vermes) e sedimentos (materiais sólidos e semi-flúidos depositados no
leito dos lagos e reservatórios; pela deposição de matéria orgânica em
decomposição ou por outro meio), desempenha papel importante no
ecossistema, pois faz o controle da transformação de nutrientes e gases,
participa na oxigenação dos solos e dinâmica da matéria orgânica.
O manejo da diversidade genética de plantas requer uma constante
interação do homem com o ambiente, que influencia a construção dos
agroecossistemas. Em áreas tropicais, os estresses abióticos e bióticos
produzem seus efeitos sobre tais práticas. Por sua vez, os métodos ditos
“modernos” de manejo da diversidade genética acabam por dilapidá-la, ao
promover a uniformidade genética e o desenvolvimento de materiais genéticos
altamente dependentes de insumos externo. Biodiversidade local importante
fonte genética de tolerância e resistência para diferentes tipos de estresse e de
adaptação aos variados ambientes e manejos locais. Dessa forma, têm um
inestimável valor para a humanidade, constituindo a base de sua soberania
alimentar. Essas variedades são altamente adaptadas aos locais onde são
conservadas e manejadas e fazem parte da autonomia familiar, constituindo
um fator preponderante para a segurança alimentar dos povos. (SILVA, 2009)
ATIVIDADE 01
a- Você já deve ter ouvido falar em banco de semente comunitário, em que
algumas comunidades fazem para resgatar e fazer a manutenção de sementes
de espécies agrícolas crioulas e florestais. Discuta com sua turma sobre a
importância para os agricultores (as) desta prática.
b- Com relação à perda da agrobiodiversidade, como a prática de bancos de
sementes nas comunidades e troca de raças ou outro produto, pode ajudar ao
ecossistema natural?
c- Faça um levantamento dos produtos ou espécies de seres vivos que se
encontram em sua propriedade, casa ou lote, como os plantados na horta,
quintal, no jardim, na roça. Observe essa biodiversidade e escreva a
dependência deles com o meio abiótico, Socialize com sua turma.
d- Organize com sua turma um dia de troca de sementes ou mudas nativas que
você possui em sua casa, Procure saber o modo de vida desta planta para
discutir com sua turma.
Temas a serem discutidos nestas atividades ou possíveis respostas dos
estudantes:
* Os recursos genéticos vegetais, bem como na promoção do resgate das
sementes crioulas como patrimônio genético.
* Valoração da biodiversidade, a multiplicação e troca de sementes e raças é
uma forma de conservar e ampliar a biodiversidade.
* Segurança alimentar.
* Fortalecimento das relações de cooperação e solidariedade, de recuperação
das sementes e do saber perdidos.
* A redução da base alimentar está levando a população a uma série de
deficiências nutricionais.
* E a dependência de algumas multinacionais que controlam o mercado de
sementes e cobram cada vez mais caros pelas mesmas.
* A biodiversidade natural (nativa) dos ecossistemas tem importantes funções
nos agroecossistemas, ou seja, essa biodiveridade é importante no equilíbrio
dinâmico, diminuindo a incidência de pragas e doenças.
Fragmentação Florestal
Por todo o mundo, populações humanas crescentes e pressões
econômicas estão levando as florestas a remanescentes isolados e alterando
habitats. Na Amazônia mudanças no uso do solo através de desmatamentos,
tem afetado a hidrologia, o ciclo global do carbono, as taxas e
evapotranspiração, a perda da biodiversidade, fogo e uma possível redução
nas chuvas na região.
O Projeto Dinâmica Bilógica de Fragmentos Florestais, do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus com a meta de prever efeitos
das mudanças causadas pela fragmentação florestal nos ecossistemas
tropicais, estuda fazendas e fragmentos de florestas distantes 80 km de
Manaus. A floresta nestes locais é de terra firme, com alta diversidade de
espécies arbóreas, com predomínio de Palmeiras, relevo acidentado, com
Igarapés cortando a floresta e criando vales com pequenas áreas inundadas. A
fragmentação florestal envolve redução na área original e isolamento de
manchas de florestas. A consequência inicial é perda de habitat e diminuição
de espécies. Por serem habitats heterogênios, a fragmentação resulta na perda
de habitats, espécies especialistas podem ser excluídas pela forte associação
com o habitat particular. Pequenos mamíferos e anfíbios perderam pouco de
espécies, mas borboletas perderam mais de 40% da espécie original em
fragmentos de floresta, presumidamente foram deslocadas pelos especialistas
associados a altos níveis de luz. A decomposição de matéria orgânica feita por
besouros coprófagos e decompositores ficou lenta, como também uma
diminuição de visitação de abelhas em flores. A falta de formigas soldado levou
ao desaparecimento de pássaros seguidores de formiga. A falta de porcos
selvagens em fragmentos poderia afetar a população de sapos que dependem
de poças criadas pelos porcos selvagens. Na criação de bordas na floresta, a
luz solar penetra lateralmente, diferente da floresta contínua que penetra
verticalmente, alterando o microclima da floresta, podendo causar queda de
folhas, mortalidade de plantas e exposição ao vento. Além de que a
fragmentação dificulta a movimentação de espécies na floresta. (Adaptado de
Gascon et al., 2001).
A economia ecológica propõe uma ampla valoração da natureza, a
minimização no uso de energia e materiais, preocupação com a durabilidade
dos produtos e com a capacidade de re-uso, a minimização da produção de
lixo e o reaproveitamento em sistemas fechados, além da priorização da
utilização de recursos locais no atendimento das necessidades locais.
Ana Cristina Campos-Repórter da Agência Brasil - 10/09/13 Brasília – O número de alertas sobre desmatamento e degradação da Floresta Amazônica aumentou em 35% entre agosto de 2012 e julho de 2013 na comparação com agosto de 2011 a julho de 2012. As imagens de satélites usadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), mostraram que, entre agosto de 2012 e julho deste ano, as áreas possivelmente devastadas chegaram a 2.766 quilômetros quadrados ao passo que, entre agosto de 2011 e julho do ano passado, a devastação ocorreu em 2.051 quilômetros quadrados. A explicação para o aumento se deve aos meses de agosto de 2012 com 522 quilômetros quadrados de área devastada e a maio deste ano, com 465 quilômetros quadrados devastados, em decorrência da degradação, que ocorre quando há remoção parcial da floresta por uso do fogo ou por corte seletivo de árvores. Os dados do Deter incluem o corte raso, que configura o desmatamento ilegal, e ocorre quando há a retirada completa da floresta nativa em uma área, alertas de desmatamento e degradação da Floresta Amazônica aumentam 35%. http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-ambiente, acessado em 12/09/2013
Sucessão ecológica
Sabemos que em cada lugar da terra, seja um campo, lago ou uma
rocha a beira do mar possui muitos organismos coexistindo, seja pela
alimentação, reprodução, e outras interações. A associação de populações
interagindo formam uma comunidade. Quando um habitat é perturbado, como
uma floresta desmatada, por exemplo, a comunidade lentamente se reconstrói.
Essa sequencia de mudanças é chamada sucessão. Quando ocorrer o máximo
de desenvolvimento desta comunidade, ela atinge o clímax, ou seja está
estabilizada.
A sucessão primária é o desenvolvimento de comunidade que ocorre no
local perturbado ou recém formado. Para esses ambientes existem as espécies
pioneiras, que toleram condições difíceis, tendem a ser pequenas, facilmente
dispersadas, produzem brotos crescem rapidamente e permitem o
desenvolvimento de outras espécies, como crescimento de ervas, capim,
Artemísia, os liquens, algas, musgos, sementes pequenas que podem
permanecer dormentes no solo , larvas entre outros.
Já a sucessão secundária ocorre em locais já habitados, mas a distinção
entre as duas não é bem clara. São espécies tardias com características
opostas as pioneiras.
Exemplo hipotético de uma sucessão primária:
Substrato original: depressão em superfície rochosa, preenchida pela água da
chuva:
a b
c d
e f
g
Figura 3.1 Sucessão primária. Fonte: http://www.ib.usp.br/ecologia/sucessao_ecologica_print.htm Acessado em 21/10/2013. Estádios de uma Hidróssere (que tem lugar em corpo de água) – A sucessão em corpo de água passa por etapas em que as comunidades vegetais determinam a elevação do fundo do lago pela deposição de sedimentos, água e material orgânico, transformando lentamente um local alagado em um de condições mésicas ou de terra firme em termos de disponibilidade de ar. Neste tipo de sucessão, todos os estádios são formados por vegetais superiores. São as seguintes etapas: (1) estádio flutuante, (2) estádio ancorado, (3) estádio emergente, (4) arbusto e árvores de terra firme. É comum ver-se em uma lagoa ou açude representantes de todos os estádios, localizando-se as espécies do estádio flutuantes nas partes mais profundas. (Fonte: http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-texto/)
Figura 3.2 Sucessão ecológica.
Fonte:http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-texto/
Acessado em 21/10/2013.
ATIVIDADES 02
a- Por que a imagem acima representa uma sucessão ecológica?
b- Quais são organismos pioneiros?
a- Ao observar a imagem acima, de um rochedo sem nada inicialmente,
explique como os organismos pioneiros chegam a modificar o ambiente.
b- Observe algum local onde está acontecendo sucessão ecológica como
em torno de sua casa, na sua comunidade, na escola, em um campo,
mata ou outro. Anote suas observações, descrevendo o local e relate
para a turma.
c- Quanto à fragmentação da floresta Amazônica, nestes locais poderá
ocorrer sucessão ecológica? Isso irá resolver os problemas que foram
causados? Por quê?
Orientação Didática
Imagem acima do rochedo sem nada.
Estádios de uma litóssere – A terminação “sere” da palavra, significa
estádio de sucessão. Este tipo de sucessão tem sua velocidade controlada
pela taxa de formação e acumulação do solo e passa pelas seguintes etapas:
(1) liquens da crosta, (2) liquens folhosos, (3) ervas anuais e (4) arbustos e
árvores perenes. Neste caso, a formação do solo se dá não só pela
degradação da rocha sob ação do intemperismo e das raízes das plantas, que
tendem a se acelerar à medida que a biomassa vegetal aumenta, como
também pelo acúmulo de partículas de poeira do ar capturadas e retidas pela
massa vegetal e pela deposição dos restolhos. (Fonte:
http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-
texto/).
Referências Bibliográficas
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GASCON, Claude. LAURENCE, William F. & Lovejoy,Thomas E.
Fragmentação Florestal e Biodiversidade na Amazônia Central.
Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora
Vozes: Petrópolis, 2001. pg. 112).
SILVA, Isabel Cristina Lourenço. Banco de Sementes Comunitário em
Propriedade Familiares Vinculadas ao Projeto Esperança/Coesperança.
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http://w3.ufsm.br/gpet/engrup/vengrup/anais/5/Isabel%20Cristina_GATS.pdf.
Acessado em 30/10/2013.
Notícia de aquecimento global: http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-
ambiente. Acessado em 12/09/2013.
Sucessão ecológica:
http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-
texto/ Acessado em 21/10/2013.
Sucessão ecológica:
http://www.ib.usp.br/ecologia/sucessao_ecologica_print.htm Acessado em
21/10/2013.
UNIDADE IV
ATIVIDADE AGRÍCOLA E BIODIVERSIDADE
Para Rodrigues (2001), o modelo agrícola adotado pelo Brasil e a
maioria de países ocidentais configura a raiz do problema da depauperação da
biodiversidade. Com o crescimento da demanda das exportações, é necessário
produzir mais, com qualidade e baixo preço. Isso indica mais tecnologia e
novas áreas de produção. Pode haver a expansão da fronteira agrícola,
contudo não é a principal ameaça a biodiversidade. O modelo da monocultura,
uso de agrotóxicos e extinção de sistemas tradicionais de cultivo são
apontados como principais ameaças. Os impactos na biodiversidade tem
origem nas demandas do mercado, de difícil mensuração de valores
monetários.
Quanto vale uma espécie?
Como valorar a biodiversidade?
(Adaptado de Stachetti, 2001).
Biodiversidade à venda?
Saiba por que o TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da
Biodiversidade pode transformar natureza em mercadoria.
Atribuir um valor à natureza para que ela seja preservada Os defensores
da proposta afirmam que dar valor não necessariamente significa dar preço.
Mas, na prática, para fazer a floresta valer mais em pé que derrubada - ou
incorporar ao cálculo econômico o pagamento pelos serviços ambientais e
ecossistêmicos- é impossível evitar a questão: quanto vale o trabalho das
abelhas (polinização), das árvores (purificação do ar), dos rios, ou ainda a
beleza cênica e os valores espirituais atribuídos à natureza? Quem irá vender e
quem irá comprar? Como se estruturará este mercado de ‘ativos’ ambientais?
E o principal: quem irá ganhar com isso?
O estudo foi encomendado pelo G8+5, em 2007, com o objetivo de criar
uma metodologia para atribuir valor econômico à biodiversidade. O TEEB (The
Economics of Ecosystems and Biodiversity) propõe que a biodiversidade tenha
um preço. O valor de cada recurso natural e do serviço prestado por ele irá
variar de acordo com sua capacidade de satisfazer “as necessidades da
humanidade”, ou melhor, do próprio capital. Com isso, o estudo pretende
introduzir a biodiversidade e seus serviços entre as alternativas de ação dos
agentes do mercado financeiro diante de um cenário de escassez dos recursos
naturais. Em resumo: para operacionalizar o pagamento pelos “serviços”
ambientais, o TEEB oferece uma metodologia para conferir um valor
econômico aos componentes da biodiversidade, o que autoriza inserir as
florestas, o ar, a água, a polinização e outros “serviços” dos ecossistemas no
mercado global. Assim, eles podem ser comprados e vendidos através de
títulos de crédito de compensação de carbono e de pagamento por serviços
ambientais (PSA) nesta nova fase de acumulação do capitalismo, chamada de
“economia verde”. Dessa forma, serão através das necessidades do capital e
da cadeia de produção que serão estipulados os “valores” pelos “serviços”
prestados pela biodiversidade e ecossistemas. Se valer a pena financeiramente
pagar para manter a floresta em pé como “valor de opção” (especulação da
terra e dos recursos) a fim de fazer reserva de mercado para o
desenvolvimento futuro de medicamentos e cosméticos, o mercado favorece as
florestas.
Por onde seguir? Cumprir a lei é um dos caminhos. A legislação
ambiental brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo. Criada
em 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) oferece uma
série de instrumentos para o planejamento, a gestão ambiental e a fiscalização.
É preciso assegurar o cumprimento dos direitos e garantias constitucionais
previstos na legislação brasileira, que define o meio ambiente como bem
comum e indivisível. (Fonte: Biodiversidade à venda? Saiba por que o TEEB –
A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade pode transformar natureza
em mercadoria, Fundação Heinrich Böll, A Terra de Direitos, 2011, disponível
em: http://br.boell.org/downloads/pdf_teeb_final_05-12.pdf, acessado
20/09/2013).
Uma aposta é a economia ecológica que propõe uma ampla valoração
da natureza minimização no uso de energia e materiais, preocupação com a
durabilidade dos produtos e com a capacidade de re-uso, a minimização da
produção de lixo e o reaproveitamento em sistemas fechados, além da
priorização da utilização de recursos locais no atendimento das necessidades
locais.
Leia o texto a seguir:
A perda de biodiversidade e o desmatamento
Cabe salientar que a aposta num modelo de monocultivos tem sido responsável pela perda de biodiversidade em todos os nossos biomas. A estratégia científico agronômica que sustenta o atual modelo de produção agropecuária, parte da premissa de que as terras devem ser “desocupadas” de sua vegetação natural antes de se iniciar o plantio dos cultivos econômicos ou a introdução das pastagens e da pecuária. Dados da ONG Conservação Internacional – Brasil (2009) dão conta de que naquela época, dos 204 milhões de hectares originais do Cerrado, 57% já estavam completamente destruídos e a área restante já se encontrava bastante alterada. Segundo este estudo, a taxa anual de desmatamento do bioma é alarmante, chegando a 1,5% ou 3 milhões de hectares por ano. (Machado, et. al, 2004). A abertura de áreas para pastagens e agricultura e principalmente o avanço da cana-de-açúcar – impulsionado pela demanda de biocombustíveis – deverão ser os vilões do Cerrado Na Amazônia Brasileira, dados divulgados em março de 2009 pelo DETER do INPE, mostravam que o desmatamento seguia sua marcha de destruição, registrando em novembro e dezembro de 2008 e janeiro de 2009, respectivamente, 355km², 177km² e 222km² de desmatamentos por corte raso ou degradação progressiva na Amazônia Legal, totalizando 754km² em três meses. (INPE, 2009). O pior é que enquanto as atenções estão voltadas para a Amazônia os demais biomas brasileiros estão sendo altamente impactados. Ao mesmo tempo, a conclusão dos levantamentos do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” mostra que entre 2005 e 2008 foram desmatados ao menos 102.938 hectares de cobertura florestal nativa, ou dois terços do tamanho da cidade de São Paulo. O estudo considera o novo mapa publicado pelo IBGE de acordo com a Lei da Mata Atlântica. O total de 102.938 hectares nos 10 Estados avaliados mantém a média anual de 34.121 hectares de desflorestamento/ano, bem próximo da média anual identificada no período de 2000-2005, que foi de 34.965 hectares de desflorestamento/ ano. Os Estados mais críticos são Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia, que perderam, nos últimos três anos, 32.728 ha, 25.953 ha e 24.148 ha, respectivamente. Somam-se, a esse total, desflorestamentos na ordem de 9.978 hectares no Estado do Paraná, 3.117 hectares no Rio Grande do Sul, 2.455 hectares em São Paulo, 2.215 no Mato Grosso do Sul, 1.039 hectares no Rio de Janeiro, 733 hectares em Goiás e 573 hectares no Espírito Santo. No Pantanal há estudos mostrando que o caminho da devastação é o mesmo. Estudo da EMBRAPA sobre “Impactos Ambientais e Socioeconômicos na Bacia do Rio Taquari – Pantanal” (Galdino, et. al. 2005) mostra que na bacia do Alto Taquari as lavouras e os pastos cultivados, que ocupavam 3,4% da área da bacia em 1977, passaram a ocupar 61,9% em 2000. O mesmo processo está ocorrendo na Caatinga e nos demais biomas. Ademais, um modelo simplificado, como o que seguimos estimulando com todas as políticas clássicas de apoio à agricultura, tende a ser mais susceptível às mudanças de clima, porque os sistemas agropecuários dominantes apresentam baixa capacidade de resiliência e alto grau de instabilidade ante a eventuais distúrbios climáticos. Prova disso têm sido as frequentes perdas de safra e a crescente incidência de pagamento de seguro agrícola nos últimos anos, o que pode ser evidenciado especialmente nas áreas de soja, milho e feijão da região sul. Ao contrário, estudo recente realizado em Santa Catarina mostrou que lavouras de milho em processo de transição agroecológica (usando pós de rocha e outras técnicas ecológicas) foram mais resistentes à seca e mais rentáveis economicamente que os cultivos convencionais. Estudos deste tipo têm sido realizados em diferentes lugares, com respostas semelhantes. (Francisco Roberto Caporal, Em defesa de um Plano Nacional de Transição Agroecológica: compromisso com as atuais e nosso legado para as futuras gerações. Francisco Roberto Caporal p.135, 136, 137.
Fonte: PARANÁ, Instituto Federal. Livro: Princípios e Perspectivas da Agroecologia. Francisco
Roberto Caporal e Edisio Oliveira de Azevedo (Orgs.). Curitiba, 2011.
ATIVIDADE 01
a- É possível haver produção agropecuária e desenvolvimento para toda a
humanidade em harmonia com a natureza?
b- Analise e comente a frase em um texto “Cabe salientar que a aposta num
modelo de monocultivos tem sido responsável pela perda de biodiversidade em
todos os nossos biomas”.
c- O desmatamento ocorre por vários motivos. Um deles é para o uso na
agricultura e pecuária. É possível desenvolver a produção protegendo a
biodiversidade?
d- O desenvolvimento agrícola pode ser considerado um vilão do maio
ambiente? Explique de que maneira isso acontece?
Se os organismos vivos, principalmente os microrganismos evoluíram
junto com o ambiente físico (abiótico), formando um controle, o que mantém
favoráveis a condição de vida na terra e o ser humano é totalmente
dependente do ambiente natural, o que será que leva a humanidade a
continuar com este mesmo modo de vida, o qual destrói o ambiente e sua
sobrevivência? Segundo Odum (2009), a humanidade modifica o ambiente
para as necessidades imediatas em curto prazo, as cidades são parasitas da
biosfera. Quanto mais avançadas tecnologicamente às cidades e maiores, mais
exigem do ambiente natural. E dependendo do ambiente, não importa a
sofisticação da tecnologia. Como exemplo em Odum (2009):
- A bacia de Cobre em Copperhill, Tennessee, EUA, é uma
demonstração de destruição sem regeneração. Os vapores de ácidos sulfúrico
da fundição de cobre exterminaram as plantas com raiz. As pilhas de ganga,
madeira verde e coque, queimavam lentamente, deixando o solo com erosão,
desmatando para obter lenha e emitindo o gás ácido. A vegetação que era de
floresta viçosa não se reestabeleceu no solo empobrecido. O reflorestamento
artificial foi feito, mas como e a que custo. Para reabilitar tal terra, quanto
custará aos pagadores de impostos e muito da destruição foi desnecessária. E
o local continua deserto e destruído pela mineração. Ainda, uma única indústria
esgota a vida em uma grande área, pouco ou nenhum lucro ficou no local, pois
foi exportado para outra área. As pessoas que vivem nesta área estão em um
ambiente doente, com empobrecimento, na dominação política e estagnação
cultural. A batalha política entre lucros e proteção ambiental continua, não só
local mas globalmente. Neste caso a Georgia que recebe ventos poluidores
requer proteção ambiental, mas Tennessee que colhe os benefícios
econômicos resistiu a mudanças. Hoje, as companhias modernizaram seu
trabalho, com chuva ácida mais diluída, porém aumentaram em número e os
problemas continuam, com conflitos para proteção ambiental e de lucros locais
e globais. Essas disputas podem levar a um comércio lucrativo de restauração
de ecossistemas.
Para Branco (2002), a economia preza para o desenvolvimento apenas
valores monetários, o desenvolvimento de um país, mundialmente são medidos
unicamente pelo crescimento de reservas monetárias. Não se considera o meio
natural, a sobrevivência do povo e sua cultura. Os grandes capitais (Indústrias,
fábricas, bancos,...) e realizadores de obras públicas tem objetivos acumular
capitais. Os órgãos ambientais tem apenas a presença nas decisões em um
país, mas sem muitos poderes para interferir nas análises de desenvolvimento
de um país, que fica a cargo do monetário e sem análises de custo ambiental.
Nesta visão a natureza está a serviço do homem, nada tem a ver com
tecnologia ou processos econômicos.
Neste sentido o trabalho é fonte apenas de riqueza monetária, a
exploração da natureza como processo ilimitado de aumento de riqueza. Os
produtos são apenas mercadorias, também recursos naturais como a água.
Mas existem valores naturais que não dependem de uso imediato e nem da
troca. Há porem fenômenos naturais que são irreversíveis.
O trabalho que produz quinquilharias desnecessárias ou armas de guerra é errado e esbanjador. O trabalho que se apoia em falsas necessidades ou apetites indesejáveis é errado e esbanjador. O trabalho que engana ou manipula, que explora ou degrada, é errado e esbanjador. O trabalho que fere o meio ambiente e torna o mundo feio é errado e esbanjador. Não há nenhum meio de redimir esse trabalho enriquecendo-o ou reestruturando-o, socializando-o ou nacionalizando-o, tornado-o “pequeno”, ou descentralizado ou democrático. (ROSZAK, apud CAPRA, 2005, p. 223).
Para Marx (1844), a econômica política produz o trabalho alienado, o
trabalhador torna-se mercadoria e ainda mais barata à medida que cria mais
bens. A desvalorização do mundo humano aumenta na razão direta do
aumento de valor do mundo dos objetos.
Portanto, o objetivo do trabalho é coletivo, como espécie, o trabalhador
deve ver seu reflexo no mundo por ele também construído. O trabalho alienado
discutido por Marx (1844) transforma a consciência que o homem tem em
alienação. Converte a vida do homem em existência individual, aliena o corpo e
a natureza. Assim, o homem alienado ao produto do trabalho, fica alienado dos
outros homens e da vida humana.
O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas. Assim é,
com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais que ele
converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a
condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até
certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. (ENGELS,
1876).
ATIVIDADE 02
a- Muitas pesquisas que são apoiadas por instituições e órgão públicos ou
privados na conservação da biodiversidade esperam resultados com valores
estimados ou de contribuição econômica. Existe como atribuir valor em dinheiro
para importância da conservação da biodiversidade para a vida no planeta?
Justifique.
b- Organizar grupos e pesquisar na internet, livros ou entrevistas com
profissionais que trabalham com educação ambiental nos órgãos responsáveis
pelo meio ambiente de seu município como IAP, IBAMA, Secretaria do Meio
Ambiente e outros, sobre:
-Biodiversidade local
-Desastres ambientais locais
-Causas da perda da biodiversidade local.
-Projetos locais de recuperação e preservação do meio ambiente.
Após entrevista ou pesquisa, socialize com sua turma os pontos principais
através de uma discussão e faça um pequeno texto com suas considerações
finais.
Referências Bibliográficas
BRANCO, Samuel Murgel. Ecossistêmica: uma abordagem integradora dos
problemas do meio ambiente. São Paulo: Edgard Blucher, 2002, 196p.
CAPRA, Fritijo. O ponto de Mutação. São Paulo, Cultrix, 2005.
ENGELS, Friederich. O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco
em Homem. 1876 1ª Edição: Neue Zeit, 1896. Origem da presente transcrição:
edição soviética de 1952, de acordo com o manuscrito, em alemão. Traduzido
do espanhol.
FUNDAÇÃO HEINRICH BOLL, A TERRA DE DIREITOS. Biodiversidade à
venda? Saiba por que o TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da
Biodiversidade pode transformar natureza em mercadoria, 2011, disponível em
: http://br.boell.org/downloads/pdf_teeb_final_05-12.pdf. Acessado em
20/09/2013.
MARX, K. Manuscritos Econômicos e Filosóficos. 1844, Transcrição:
Alexandre Moreira Oliveira, abril 2007, acesso em 16 de abril de 2013,
disponível em
http://www.marxists.org/portugues/marx/1844/manuscritos/index.htm
ODUM, Eugene P. Ecologia. Eugene P. Odum; supervisão da tradução
Ricardo Iglesias Rios; tradução Christopher J. Tribe. Reimpr. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. Il.
PARANÁ, Instituto Federal. Princípios e Perspectivas da Agroecologia.
Francisco Roberto Caporal e Edisio Oliveira de Azevedo (Orgs.). Curitiba,
2011.
RODRIGUES, Geraldo Stachetti. Impacto das Atividades Agrícolas sobre a
Biodiversidade: Causas e Consequências. Conservação da
Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora Vozes: Petrópolis, 2001,
p.128.
UNIDADE V
PEGADA ECOLÓGICA
Pegada Ecológica e Mochila Ecológica
O conceito de mochila ecológica nos ajuda a compreender que, dado o
consumo de energia e materiais necessários para a produção de um
determinado bem, este tem incorporado (embora não se veja) um “peso
ambiental”, carrega uma mochila de recursos que não estão materializados
naquilo que vemos. Isto é, o peso de um saco de soja é bem maior do que os
convencionais 60kg, porque para a sua produção são gastos materiais e
energia que dariam um peso bastante superior ao do saco de soja que vemos.
Do mesmo modo, uma colhedora automotrizou um trator carregam consigo
uma mochila ecológica que representa várias vezes o peso daquela máquina
que vemos. Como exemplifica Riechmann (2003c, p. 61), a mochila ecológica
de um automóvel é mais de 10 vezes maior que o peso real do veículo.
Do mesmo modo, a Economia Ecológica nos ensina que o atual modelo
de desenvolvimento agrícola ou industrial depende de um fluxo elevado de
energia e de materiais de fora do sistema, pois para ser mantido exige a
extração de recursos de outros territórios. Isto é, para funcionar o processo
produtivo, nos moldes atuais, se necessitam recursos que extrapolam os
espaços locais e regionais que os sistemas de produção ocupam. Vem daí o
conceito de pegada ecológica ou pisada ecológica, que indica até onde fomos
para buscar os recursos naturais necessários para subsidiar nossos sistemas
insustentáveis e os danos causados em outros ecossistemas para manter o
atual modelo. Entende-se por sistema de produção o resultado do arranjo de
todos os componentes –bióticos e abióticos, de origem local ou externa-
reunidos dentro dos limites de um estabelecimento agrícola e manejados pela
ação do ser humano, que interagem entre si, com a finalidade de permitir ou
desenvolver a produção de produtos de origem vegetal (sistema agrícola ou
agroflorestal), animal (sistema agropastoril) ou ambas (sistema
agrossilvopastoril).
Fonte: Livro Principios e perspectivas da Agroecologia, p. 59, Francisco Roberto Caporal, José
Antônio Costabeber e Gervásio Paulus. Ou acessar:
http://www.agroeco.org/socla/archivospdf/Agroecologia%20%20Novo%20Paradigma%2002052
006-ltima%20Verso1.pdf
A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa,
corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias
para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de
vida. Em outras palavras, a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em
hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade
“utiliza”, em média, para se sustentar.
A Pegada Ecológica brasileira é de 2,9 hectares globais por habitante,
indicando que o consumo médio de recursos ecológicos pelo brasileiro é bem
próximo da média mundial da Pegada Ecológica por habitante, equivalente a
2,7 hectares globais.
Para assegurar a existência das condições favoráveis à vida precisamos
viver de acordo com a “capacidade” do planeta, ou seja, de acordo com o que a
Terra pode fornecer e não com o que gostaríamos que ela fornecesse. Avaliar
até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é essencial, pois só
assim poderemos saber se vivemos de forma sustentável. Fonte:
http://www.wwf.org.br/.
Uso Sustentável: Analogia do balde de água
Imagine um balde sendo cheio com água a uma taxa fixa. A água no
balde é o estoque que só pode ser retirado na mesma taxa que o balde é
cheio. Essa seria uma taxa sustentável. De forma similar, a natureza é o balde
que é continuamente alimentado pelo sol: fotossíntese produz matéria
orgânica, a base para todo o capital biológico. Sustentabilidade implica na
utilização do capital natural na mesma taxa em que ele é produzido. No
entanto, comércio e tecnologia possibilitaram a exploração progressiva da
natureza além dos níveis sustentáveis. Isso faz com que futuras gerações
tenham um capital natural de menores qualidade e produtividade. (Fonte:
Wackernagel e Rees ,1996 apud Pereira, 2008, p.19)
Definições de um ecossistema “saudável” incluem:
• Homeostase;
• Ausência de doenças;
• Diversidade ou complexidade;
• Estabilidade ou resiliência;
• Vigor ou espaço para crescimento;
• Equilíbrio entre os componentes do sistema.
Déficit Ecológico: ocorre quando a pegada de uma população (um país ou
uma região) excede a capacidade biológica do espaço disponível para essa
população. O déficit ecológico nacional mede a quantidade da pegada do país
que excede a Biocapacidade.
Biocapacidade: é uma área determinada para satisfazer as necessidades de
consumo e assimilação dos resíduos dos seus habitantes; Aquilo que cada
ecossistemas é capazes de oferecer, também chamada de capacidade
biológica. Entre 1970 e 2000, houve uma redução de 40% na capacidade
biológica do planeta. Em 2001, a Pegada Ecológica mundial chegou a ser 2,5
vezes maior do que em 1961, e, enquanto nos países ricos a “pegada per
capita” saltou de 3,8 hectares por habitantes (ha/ hab) para 6,6 ha/hab, nos
pobres ela só aumentou de 1,4 ha/ hab para 1,5 ha/ hab, evidenciando a forma
diferenciada de apropriação dos recursos naturais e das riquezas pela
sociedade. Considerando o crescimento populacional, a evolução tecnológica e
o desenvolvimento econômico, até 2050 a humanidade estará consumindo
220% da capacidade biológica, mais que o dobro da capacidade da Terra.
(Relatório Planeta Vivo 2006, WWF)
Fonte: Cartilha Guardiões da Biosfera – episódio Cerrado:
http://www.guardioesdabiosfera.com.br/web/cerrado.html Disponível em:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/.
Você também pode acessar o endereço abaixo e testar sua pegada ecológica:
Quantos PLANETAS TERRA são necessários para sustentar meu estilo de
vida http://www.suapegadaecologica.com.br/
Após realizar a atividade, fazer alguns questionamentos:
a) Ao observar a tabela da pegada ecológica de alguns países, nota-se que
um cidadão nos Estados Unidos da América tem o tamanho da pegada
ecológica em 12,5 há e em contradição em Bangladesh é de 0,6. Se
todas as pessoas desejassem ter o nível de vida de um norte americano,
seria possível? E em Bangladesh a distribuição de riquezas produzidas
pela humanidade é igual?
ATIVIDADE 02
Analise em grupo os casos abaixo, responda as atividades e socialize.
Caso 1- Gelo continua escasso no Ártico
Segundo Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional,
“o Ártico está derretendo diante dos nossos olhos. Ao invés de agirmos para
evitar uma catástrofe ambiental, o que vemos é uma corrida para ver quem
chegará primeiro às reservas de óleo no Ártico, o mesmo combustível
responsável pelo problema inicial. Isso explica porque nossos ativistas se
arriscaram para protestar pacificamente na plataforma de petróleo
Prirazlomnaya”.
O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC) afirma que a
extensão do gelo chegou à 5,10 milhões de quilômetros quadrados, mantendo-
se acima do recorde histórico de 2012 – de 3,41 quilômetros quadrados – mas
ainda é um dos mais baixos desde que os registros começaram a ser feitos,
reforçando a tendência de derretimento do gelo ártico.
A plataforma de petróleo que pertence à Gazprom é uma das primeiras a
chegar no Ártico para explorar óleo. “Combustíveis fósseis são uma ameaça ao
clima mundial e chegamos a um momento crítico. Nós temos que mudar a
prioridade e investir em energias renováveis rapidamente se queremos evitar
consequências desastrosas”, afirmou Kumi Naidoo. (Disponível em:
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/. Acessado em 21/09/2013).
a) Se está acabando o petróleo nas áreas já exploradas, qual é o problema de
explorar outras áreas como o Ártico para retirada de combustíveis fósseis?
Existe outra solução?
b) Qual é a relação que existe entre combustíveis fósseis e o derretimento de
gelo no Ártico?
c) Existe biodiversidade no Ártico? Qual?
d) Se existe biodiversidade nesta região distante de nós, ela precisa ser
preservada? Por quê?
Caso 2- UFSC e ICMBio descobrem novo foco de espécies invasoras
marinhas no litoral catarinense
Publicado em 28/06/2013
Um ano após ter registrado pela primeira vez a presença da espécie
invasora coral-sol (Tubastraea coccinea) na face oeste da Ilha do Arvoredo,
pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Instituto
Chico Mendes (ICMBio) encontraram um novo foco, desta vez na parte sul da
mesma ilha. A descoberta foi feita pela pesquisadora do Laboratório de
Biodiversidade Marinha da UFSC, Bruna Folchini Gregoletto, no dia 9 de abril
de 2013. Em Santa Catarina já foi detectada a presença de seis espécies
invasoras marinhas, das nove presentes no litoral brasileiro, segundo lista
publicada em 2009. Um dos coordenadores do projeto, o professor Alberto
Lindner explica que uma espécie pode ser considerada exótica ou invasora.
“Exótica é apenas quando ela não é nativa do local, já invasora é quando a
espécie também causa prejuízo ao homem ou aos outros seres do local”. No
caso do coral-sol, já se sabe que ele causa necrose em corais nativos. Outro
prejuízo é que, com seu crescimento, ele desaloja outras espécies.
(Disponível em: http://noticias.ufsc.br/2013/06/ufsc-e-icmbio-descobrem-novo-foco-de-
especies-invasoras-marinhas-no-litoral-catarinense/. Acessado em 20/09/13.)
Caramujos africanos infestam Engenheiro Beltrão/PR
Uma espécie de molusco gigante, nocivo à saúde, começou a se proliferar em
pelo menos duas áreas da zona urbana de Engenheiro Beltrão, na região
Centro Oeste do estado – 35 quilômetros de Campo Mourão. Cada indivíduo
põe até 200 ovos e atinge a idade adulta em seis meses. O caramujo tornou-se
hospedeiro do verme Angiostrongylus Costaricensis, encontrado em intestinos
de ratos. O parasita causa dor-de-cabeça severa, rigidez de nuca,
formigamento diversos, paralisias temporárias e febre baixa. (Disponível em:
http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_07_04_Caramujos_africanos_infestam_E
ngenheiro_Beltrao_PR.htm. Acessado em 23/09/13).
a- Por que espécies invasoras podem ou não se tornar um problema para a
biodiversidade?
Caso 3 - CONTROLE DE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS
O Parque Estadual de Vila Velha tem pouco mais de 3000 hectares e
representa um mosaico de formações de campos (Estepe), cerrado (Savana) e
florestas com araucária (Floresta Ombrófila Mista). Está localizado no
município de Ponta Grossa, a 80 km de Curitiba, no estado do Paraná. Um dos
maiores problemas ambientais dos poucos remanescentes de campos nativos
que restam no estado é a invasão por espécies exóticas, especialmente
árvores de Pinus elliottii e Pinus taeda. A origem dessa invasão está no
extenso plantio de árvores exóticas feito pelos departamentos de estradas de
rodagem ao longo das rodovias em décadas passadas e na falta de manejo
apropriado de plantios florestais com Pinus sp. na região.
Reconhecendo seu papel na criação dos problemas de invasão por Pinus no
Parque, a APRE - Associação Paranaense de Empresas de Reflorestamento -
ofereceu ajuda ao Instituto Ambiental do Paraná para remover as espécies
exóticas invasoras. No primeiro mês de trabalho estima-se que foram retiradas
do Parque Estadual cerca de 50 mil árvores de Pinus, acácia-negra (Acacia
mearnsii), cinamomo (Melia azedarach), alfeneiro (Ligustrum deciduum e L.
japonicum), uva-do-japão (Hovenia dulcis), acácia-mimosa (Acacia
podalyriaefolia), eucaliptos (Eucalyptus spp.) e outras.
O Parque não tem somente problemas de invasão por espécies arbóreas.
Diversas gramíneas africanas são problemas crescentes, principalmente
braquiária (Brachiaria spp.), capim-gordura (Melinis minutiflora), capim-colonião
(Panicum maximum) e capim annoni (Eragrostis plana).
Além das plantas, o Parque tem problemas com a invasão de javali (Sus
scrofa) e de lebre européia (Lepus europaeus). Esses problemas estão sob
avaliação do Instituto Ambiental do Paraná para a definição de providências.
Figura 5.1. Javali
Javali - Sus scrofa Nativo da Europa, foi introduzido ao Brasil para
criação e escapou do cativeiro. É um problema sério em diversos estados
brasileiros tanto no sentido ambiental quanto para a agricultura. O javali fuça a
terra e com isso destrói plantações e a vegetação natural.
Figura 5.2. Lebre européia.
Lebre européia - Lepus europaeus Nativa da Europa, foi introduzida na
Argentina para criação e escapou do cativeiro, expandindo-se para o norte e
entrando no Brasil. Hoje ocorre desde o Rio Grande do Sul até o estado de São
Paulo. (Disponível: http://www.institutohorus.org.br/pr_vilavelha.htm. Acessado em 20/09/13).
Os javalis são considerados pela própria UICN (União Internacional de
Conservação da Natureza) como uma das 100 espécies invasoras mais
danosas ao meio ambiente. O javali compete ferozmente por nichos com caititu
e queixadas, espécies nativas do Brasil. Existem dezenas de documentos
técnicos que apontam a extraordinária capacidade do javali de exterminar
essas e muitas outras espécies competidoras, de interferir em processos da
sucessão de regeneração de matas, de causar danos a diversos tipos de
cultivos, de depredar ninhos e destruir tocas, de contaminar nascentes difusas
em áreas de várzeas, etc. (Adaptado de Oeco 2010, acessado em 21/09/13 disponível em
http://www.oeco.org.br/maria-tereza-jorge-padua/24612-a-caca-ao-javali-e-outras-pragas)
a) Existe interferência humana nas cadeias alimentares e na biodiversidade
neste Parque? Ou os problemas aconteceram naturalmente como à
invasão das gramíneas, javalis e lebres?
b) Por que o Pinus se tornou um dos maiores problemas no Parque
Estadual de Vila Velha? Essa espécie é apenas exótica ou invasora?
c) Se o Parque tem uma área de 3000 hectáres, por que as espécies
citadas no texto se tornaram um problemas para as demais espécies?
d) Qual seria a solução encontrada pelo APRE - Associação Paranaense
de Empresas de Reflorestamento e pelo Departamento de Estradas de
Rodagem ao realizarem seus trabalhos de reflorestamento, ao invés de
plantarem Pinus?
Caso 4 - Invasão da Braquiária
O agricultor José Hildebrand sabe bem o que é ter problemas com a
braquiária. Em sua fazenda em São Carlos, São Paulo, ele planta cana-de-
açúcar e reclama que a braquiária se espalhou pela propriedade.
“Eu acredito que todo o proprietário agrícola enfrenta o problema da braquiária
quando se trata de agricultura. Ela se instala nas lavouras. Se você não tiver
um combate imediato, ela vai ocupando espaço e faz com que a planta que iria
produzir perca grande parte de sua capacidade de produção” – disse
Hildebrand. (adaptado de Globo Rural, 2005, disponível em:
http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_06_05_Globo_Rural_Invasao_da_braqui
aria.htm).
São muitos os motivos que levaram a esta opção nas pastagens: são
plantas de rápido crescimento durante todo o ano elevada produção de matéria
seca (SEIFFERT, 1980) e de sementes, que suportam ambientes com pouco
nutriente e elevado impacto físico – como pisoteio –, apresentam metabolismo
C4, que confere alta eficiência fotossintética sob elevada luminosidade, e
alelopatia, que é a produção e liberação de compostos químicos que inibem o
desenvolvimento outras plantas no ambiente facilitando sua dominância. Várias
técnicas de controle podem ser empregadas - manual, físico, químico ou
biológico, que são mais eficientes quando combinadas. No entanto, pode-se
ver o controle biológico do ponto de vista do manejo da paisagem – ao se
permitir o desenvolvimento de matas e outros ambientes mais sombreados,
tem-se também certo controle da braquiária pela competição das espécies
nativas que a sombreiam, ação que é mais efetiva se conjugada ao arranquio
manual e outras ações, conforme as condições de manejo e o ambiente em
que se está atuando.
Figura 5.3 – Capim-braquiária avançado em área natural de cerrado. A competição com
espécies nativas é visível. Fonte: Daniela Campos De Filippo Bióloga. Pesquisadora no Projeto
Cipó Vivo/Parque Nacional da Serra do Cipó e professora na Escola Estadual Dona Francisca
Josina. Kátia Torres Ribeiro Bióloga, Doutora em Ecologia. Coordenadora Geral de Pesquisa,
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
a)Por que a braquiária pode ter se tornado um problema para a biodiversidade
e consequentemente para os ecossistemas?
CARTA DA TERRA
Objetivos
- Organizar a leitura do documento “Carta da Terra” e desenvolver um diálogo
sobre a sua contribuição para uma visão holística e integrada dos problemas
socioambientais da humanidade;
- Promover a reflexão sobre produção e consumo.
Em 1992, durante a Rio-92 houve a proposta de uma Carta da Terra
discutida mundialmente por Organizações Não Governamentais e Governos,
mas não houve consenso. Depois de muitas discussões entre 12 a 14 de
março de 2000, a Carta da Terra foi ratificada. Leonardo Boff é o representante
da América Latina na Comissão da Carta da Terra.
“A Carta da Terra parte de uma visão integradora e holística. Considera a
pobreza, a degradação ambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz,
a democracia, a ética e a crise espiritual como problemas interdependentes
que demandam soluções includentes. Ela representa um grito de urgência face
as ameaças que pesam, sobre a biosfera e o projeto planetário humano.
Significa também um libelo em favor da esperança de um futuro comum da
Terra e Humanidade.” Leonardo Boff, Teólogo e Presidente de Honra do
CDDH.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, disponível em http://www.mma.gov.br/responsabilidade-
socioambiental/agenda-21/carta-da-terra.
ATIVIDADE 03
O texto Carta da Terra descreve a situação global dizendo que: “Os padrões
dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental,
redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies,”... “Os benefícios
do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre
ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os
conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento”.
a- Estamos vivendo em uma grande contradição, de um lado temos avanços na
tecnologia e conhecimento e ao mesmo tempo aumento da pobreza. Essa
situação poderia ser evitada? Comente de que forma?
b- O que você entende por padrões dominantes de produção e consumo.
Comente.
c- As decisões políticas e econômicas se orientam por consequências
humanas e ambientais? Explique
d- Na situação Responsabilidade Universal, o texto traz: “devemos decidir
viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com
toda a comunidade terrestre”. O que o texto quer dizer ao comentar esta frase.
Como sugestão, leia novamente todo o trecho do texto que fala da
responsabilidade universal.
e- No recote do texto dos Compromissos, o primeiro deles fala da Integridade
Ecológica e traz: “Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo,
produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de
regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas”.
f- Em nosso modelo atual de desenvolvimento, como na indústria, da
agricultura, consumo, é respeitado o principio da sanidade e regeneração dos
ecossistemas? Comente.
g- Em outro trecho do texto diz: “Promover a contribuição das artes e
humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade”...
“Isto requer uma mudança na mente e no coração”.
O que você entende por sustentabilidade?
A mudança na mente e no coração exige quais outras mudanças? Ou
não há como mudar? Relate sua opinião.
h- Existe relação entre biodiversidade, ecossistema, biomas, cultura, política e
economia? Como?
i- No texto da Carta da Terra, você acrescentaria alguma coisa?
j- Relate qual(is) trecho(s) do texto da Carta da Terra mais chamou sua
atenção.
ATIVIDADE 04
Para completar a discussão da Carta da Terra assista: VÍDEO – A HISTÒRIA
DAS COISAS.
A história das coisas – consumismo. Este vídeo aborda a questão do
consumismo, apresentando os problemas sociais e ambientais criados como
consequência deste hábito.
The Story of Stuff. Documentário de animação, EUA, 20 min.; COR/.Direção:
Fábio Gavi.
Palavras-chave: consumismo, relações sociais, modernidade.
1. O documentário mostra como as pessoas são manipuladas por um sistema
econômico induzido-as ao consumo. Escreva algumas ações mostradas no
vídeo, que exemplifiquem como a produção e o consumo prejudicam o meio
ambiente. Fonte: Portal Dia a Dia Educação-
http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11706. Acessado em
21/10/2013
Referências Bibliográficas
Medeiros, R.; Young; C.E.F.; Pavese, H. B. & Araújo, F. F. S. 2011.
Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia
nacional: Sumário Executivo. Brasília: UNEP-WCMC, 44p.
Acessos On Line
Ambiente Brasil, disponível em:
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/artigos/invasoes_biologicas,_uma
_ameaca_%C3%A0_biodiversidade.html. Acessado em 21/09/2013
Caça ao Javali. Oeco 2010. Disponível em http://www.oeco.org.br/maria-
tereza-jorge-padua/24612-a-caca-ao-javali-e-outras-pragas. Acessado em
21/09/13
CAPORAL, Francisco Roberto. COSTABEBER, José Antônio. PAULUS,
Gervásio. Principios e perspectivas da Agroecologia, p. 59. Acessar :
http://www.agroeco.org/socla/archivospdf/Agroecologia%20%20Novo%20Parad
igma%2002052006-ltima%20Verso1.pdf
Caramujos Africanos. Disponível em:
http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_07_04_Caramujos_africa
nos_infestam_Engenheiro_Beltrao_PR.htm. Acessado em 23/09/13
Espécies invasoras marinhas. Disponível em:
http://noticias.ufsc.br/2013/06/ufsc-e-icmbio-descobrem-novo-foco-de-especies-
invasoras-marinhas-no-litoral-catarinense/. Acessado em 20/09/13.
Invasão da Braquiária. Globo Rural. 2005, disponível em:
http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_06_05_Globo_Rural_Inva
sao_da_braquiaria.htm
Ministério do Meio Ambiente (MMA). Carta da Terra. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/carta-da-
terra 15/10/2013
Notícia: Gelo continua escasso no Ártico:
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/)
PEREIRA, Lucas Gonçalves. Síntese dos métodos de Pegada Ecológica e
Análise Emergética para Diagnóstico da Sustentabilidade de países.
Dissertação. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de
Alimentos, São Paulo, Campinas. 2008. Acessado em 17/10/2013 disponível
em: http://www.unicamp.br/fea/ortega/extensao/Tese-LucasPereira.pdf
Planeta vivo, 2006. Disponível em http://www.wwf.org.br/ Acessado em
19/10/2013.
Portal Dia a Dia Educação
http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11706
. Acessado em 21/10/2013.
Portal Dia a Dia Educação. Educadores. Página de Ciências. Pegada
Ecológica, Disponível em: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/.
Vila Velha. Disponível em : http://www.institutohorus.org.br/pr_vilavelha.htm.
Acessado em 20/09/13.
Unidade VI
AGROECOLOGIA
Para Caporal e Costabeber (2003), a “Agroecologia é uma ciência para o
futuro sustentável”. Isto porque, ao contrário das formas compartimentadas de
ver e estudar a realidade, ou dos modos isolacionistas das ciências
convencionais, baseadas no paradigma cartesiano, a Agroecologia integra e
articula conhecimentos de diferentes ciências, assim como o saber popular,
permitindo tanto a compreensão, análise e crítica do atual modelo do
desenvolvimento e de agricultura industrial, como o desenho de novas
estratégias para o desenvolvimento rural e de estilos de agriculturas
sustentáveis, desde uma abordagem transdisciplinar e holística.
O desenho de agroecossistema mais sustentáveis está baseado nos
seguintes princípios ecológicos:
a) aumentar a reciclagem da biomassa e otimizar a disponibilidade do fluxo
balanceado de nutrientes;
b) assegurar condições de solo favoráveis para o crescimento das plantas,
particularmente através do manejo da matéria orgânica e aumentando a
atividade biótica do solo;
c) minimizar as perdas relativas aos fluxos de radiação solar, de ar e de água,
mediante o manejo do microclima, armazenamento de água e o manejo do solo
através do aumento da cobertura vegetal;
d) diversificar específica e geneticamente o agroecossistema no tempo e no
espaço; e
e) aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre os componentes
da biodiversidade, promovendo processos e serviços ecológicos chaves.
O que não se deve entender como agricultura baseada nos princípios da
Agroecologia aquela agricultura que, simplesmente, não utiliza agrotóxicos ou
fertilizantes químicos de síntese em seu processo produtivo super-valorizam
economicamente os produtos ditos “ecológicos”, “orgânicos”, ou “limpos”, o que
não necessariamente assegura a sustentabilidade dos sistemas agrícolas
através do tempo. Neste sentido, temos hoje tanto algumas agriculturas
familiares ecologizadas, como a presença de grandes grupos transnacionais
que estão abocanhando o mercado orgânico em busca de lucro imediato, como
vêm ocorrendo com os chamados “alimentos corporgânicos”. Na realidade,
uma agricultura que trata apenas de substituir insumos químicos convencionais
por insumos alternativos ou orgânicos, não necessariamente será uma
agricultura ecológica em sentido mais amplo. É preciso ter presente que a
simples substituição de agroquímicos por adubos orgânicos mal manejados
pode não ser solução, podendo inclusive vir a ser a causa de outro tipo de
contaminação. Como bem assinala Nicolas Lampkin, “é provável que uma
simples substituição de nitrogênio, fósforo e potássio de um adubo inorgânico
por nitrogênio, fósforo e potássio de um adubo orgânico tenha o mesmo efeito
adverso sobre a qualidade das plantas, a susceptibilidade às pragas e a
contaminação ambiental. O uso inadequado dos materiais orgânicos seja por
excesso, por aplicação fora de época, ou por ambos os motivos, poderá
provocar um curto-circuito ou mesmo limitará o desenvolvimento e o
funcionamento dos ciclos naturais”
Por exemplo, a aplicação de doses importantes de adubo nitrogenado
inibe a função nitrificadora das bactérias do solo, assim como a disposição da
água e nutrientes condiciona o desenvolvimento do sistema radicular das
plantas. “Em suma, impõe-se a necessidade de estudar não apenas o balanço
do que entra e do que sai no sistema agrário, mas também o que ocorre ou
poderia ocorrer dentro e fora do mesmo, alterando a relação planta, solo,
ambiente” (RIECHMANN, 2000 apud CAPORAL, 2009).
Segundo alguns dados disponíveis (ANDA, 2007), o Brasil consumia em
2007 cerca de 10,6 milhões de toneladas de NPK, ou seja, éramos o quarto
entre os países com maior consumo mundial. Este modelo determinou uma
absurda dependência de nossa agricultura das importações de NPK, pois para
sustentar esta agricultura agroquímica o país importa 60% do Nitrogênio, 40%
do Fósforo e 90% do Potássio que utilizamos. Em seu conjunto, isso significa
uma dependência externa de 66% do NPK usado na nossa agricultura. E esta
dependência apresenta tendências de crescimento. Não obstante, há estudos
mostrando que a produtividade média de alguns cultivos já não responde às
elevadas doses de fertilizantes químicos. Em outros, assim mesmo, tem havido
decréscimo de produtividade. (CAPORAL, 2008).
A agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis exigem um
tratamento mais equitativo a todos os atores envolvidos – especialmente
buscando-se uma melhoria crescente e equilibrada daqueles elementos ou
aspectos que expressam os avanços positivos em cada uma das seis
dimensões (econômica, social, ecológica, política, cultural e ética) da
sustentabilidade (COSTABEBER; CAPORAL, 2003).
Quanto mais diversificados e integrados forem os sistemas de cultivos e
criações mais próximos estarão da sustentabilidade ambiental desejada e
possível. Logo, um dos primeiros passos da aplicação da Agroecologia aos
sistemas produtivos deve ser a ampliação (ou manutenção) da diversificação,
da biodiversidade A partir desta compreensão se entende que sistemas
agroflorestais, sistemas agrosilvipastoris, manejos rotativos de pastagens, ou
maior sustentabilidade que os convencionais, da mesma forma, que os
policultivos, os consórcios, os cultivos em aréas ou sistemas semelhantes
também o são.
No que diz respeito à presença de pragas, por exemplo, Altieri (2002. p.
454) afirma que “os monocultivos são ambientes mais difíceis para se induzir
um eficiente sistema de controle biológico de pragas, pois carecem de recursos
adequados para o desempenho efetivo dos inimigos naturais”.
Segundo Altieri (2002, p. 452), citando várias pesquisas, os sistemas de
policultivos reduzem a presença de pragas. Isso poderia ser devido a uma
maior presença de inimigos naturais (predadores e parasitas), que pode ocorrer
por uma maior disponibilidade de néctar e pólen, pela maior cobertura do solo
(proteção a certos predadores) ou mesmo por uma maior presença de insetos
herbívoros que servem como alimentação aos inimigos naturais na época de
baixa população de pragas. Outra hipótese seria pelo fato de que em
policultivos podem haver espécies hospedeiras e não hospedeiras, o que
modificaria aspectos como a atração por estímulos químicos ou visuais.
Como é sabido, solos em boas condições biológicas, físicas e químicas,
são mais propícios para o desenvolvimento de plantas mais sadias e estas, por
sua vez, serão menos sujeitas ao ataque de pragas e doenças. Portanto, as
práticas de melhoria das condições do solo e redução da erosão são
fundamentais. Neste sentido, o uso de cobertura vegetal, de plantas
melhoradoras e fixadoras de nitrogênio, o uso de cobertura morta, de adubos
orgânicos, compostos, pós de rocha, assim como de técnicas de plantio em
nível, plantio direto, cultivo mínimo, terraceamento, cordões em contorno e
outras, adaptadas a cada agroecossistema, deverão ser úteis para os mesmos
objetivos plantas espontâneas sãoque possa vir a competir com as plantas
cultivadas,estratégias para diminuirm são o arranjo espacial dos cultivos,
densidade de plantas, época de plantio, rotações de culturas, ou uso de
policultivos,
Um dos primeiro passos na busca de convivência com as doenças das
plantas cultivadas logo após a qualidade biológica e física do solo a que já nos
referimos diz respeito à escolha de variedades de maior resistência, as quais
senão as variedades crioulas são localmente adaptadas. Observa-se também a
rotação de culturas, redução de hospedeiros alternativos, policultivos, plantas
companheiras, manejo adequado da irrigação, eliminação de restos de cultura
contaminados, entre outras. plantas mais sadias e com menos estresse
(químico, climático, etc...) serão mais resistentes a doenças e pragas Ao
contrário, condições favoráveis à presença de aminoácidos livres na seiva das
plantas, resultam em alimentos atrativos para ácaros, insetos, fungos ou vírus
(trechos extraído de Caporal, 2009).
Para Azevedo (2011) Ninguém de bom senso seria contrário a estas
medidas e programas, já que irá, em princípio, beneficiar toda a sociedade.
Contudo, há de se fazer pelo menos três considerações. A primeira diz respeito
ao reconhecimento, pela própria agricultura agroquímica exportadora, de que
explorou irresponsavelmente os recursos naturais até a exaustão; a segunda
reforça a consistência da proposta agroecológica quando defende a
abordagem sistêmica dos agroecossistemas e, a terceira, diz respeito à
injustiça social, traduzida aqui pela tentativa de transferência de
responsabilidade de empresários irresponsáveis para toda sociedade. E aí o
descaramento do modelo agroquímico exportador é ainda maior, pois privatiza
o lucro e socializa os prejuízos.
QUAL É A AGROECOLOGIA QUE QUEREMOS?
Assumem a condição da agroecologia como confluências de ciências,
mas vincula à perspectiva de transformação política da sociedade,
contrapondo-se claramente ao sistema capitalista e a dominação das grandes
corporações.
Dentro deste novo cenário, a consolidação de diversas iniciativas, a
ocupação de uma faixa significativa do mercado de alimentos, bem como a
pressão da comunidade européia e outros países importadores de produtos
orgânicos do Brasil, além da pressão do próprio mercado interno e das
certificadoras, desencadeou-se, no início dos anos 90, o processo de
discussões e elaborações pró-normalização e certificação da agricultura
orgânica no Brasil.
Muitas são as contestações, uma delas é se a questão é,
qualidade e riscos para a saúde do consumidor devem ser aplicados
também aos produtos convencionais tratados com agrotóxicos (e
especialmente sobre estes). De qualquer forma todos estão sujeitos
às demais Normas e Leis (sanitárias,código de defesa do
consumidor...);
A funcionalidade e fertilidade de um ecossistema ou
agroecossistema;
Os ecossistemas são o resultado da organização, interação e
estrutura de seus componentes físicos, químicos e biológicos, ou
seja, abióticos e bióticos. Na sua condição natural os ecossistemas
estão em permanente transformação evolutiva. O conceito de
ecossistema é definido por Odum como um sistema funcional de
relações complementares entre os organismos vivos e seu ambiente,
delimitado fronteiras definidas arbitrariamente no tempo e espaço,
que parece manter um estado estável de equilíbrio, porém as vezes
dinâmico. Um sistema bem desenvolvido, maduro, é relativamente
estável e auto sustentável, com grande resistência e resiliência às
perturbações, se adapta às mudanças e é capaz de manter a sua
produtividade, utilizando somente a energia solar.
Os sistemas são autônomos e dinâmicos, qualquer alteração vai
desencadear uma série de mudanças na sua funcionalidade. É o
conjunto de espécies que faz aquele sistema funcionarem. A isso
chama-se de funções ecológicas como o fluxo de energia, a ciclagem
de nutrientes e os mecanismo de regulação das populações,
destacando-se o equilíbrio dinâmico. Num ecossistema, e mesmo
num agroecossistema cada espécie tem uma função (biodiversidade
funcional), e esta é permanentemente ajustada principalmente pelo
equilíbrio dinâmico.
A funcionalidade dos sistemas depende fundamentalmente da
biodiversidade que se expressa de em todos os níveis de
organização biológica. A fertilidade dos sistemas depende
diretamente da funcionalidade do mesmo. A biodiversidade pode ser
definida, inicialmente, pelo número de espécies presentes em um
dado local e momento.
O esquema abaixo pretende ilustrar a biodiversidade funcional de um
ecossistema. Tudo está interligado e interagindo.
Figura 6.1: Funcionalidade, construção e ciclo da fertilidade nos ecossistemas
Fonte: A fertilidade dos sistemas e agroecologia, caderno do CEAGRO - Valdemar Arl, 2011.
A planta cresce, serve de alimento para seres humanos ou animais ou
os restos vegetais voltam direto para o solo para alimentar a micro vida (micro-
organismos), as excreções animais ou humanos voltam ao solo, onde também
alimentam a microvida. A microvida decompõe o esterco e os restos das
plantas transformando-os de forma (mineralização) que a planta de novo pode
alimentar-se deles.
A fertilidade de um sistema vai muito além da disponibilidade imediata
de alguns nutrientes. Quanto mais fotossíntese, maior o aproveitamento de
energia e maior a produção de biomassa. Quanto maior a produção de
biomassa, maior a bioestrutura, microorganismos e macro organismos, mais
ativo o equilíbrio dinâmico (atuação de inimigos naturais) e também mais ativos
os ciclos de nutrientes.
Carlos Armênio Khatounian, em seu livro A reconstrução Ecológica da
Agricultura – 2001, faz uma síntese de condições básicas fundamentais para a
sustentação e evolução de agroecossistemas:
Manter uma camada fotossintetizante ativa 100% do tempo;
Maximizar a biodiversidade;
Manter uma camada generosa de detritos sobre o solo, 100% do
tempo;
Manter uma trama radicular densa e ativa 100% do tempo;
Estas condições devem ser perseguidas ao máximo possível e o tempo
todo, pois a descontinuidade configura-se como uma perturbação no sistema e
diminui sua funcionalidade, afeta negativamente a fertilidade e pode fazê-lo
regredir.
A própria condição do ser humano, que já se posicionava relativamente
fora do ecossistema dado à influência de sua visão antropocêntrica, distancia-
se ainda mais quando descobre que pode controlar e substituir os princípios
que regulam a natureza, a tal ponto que perdem a referência da sua condição
natural de existência enquanto espécie. E na medida em que o afastamento da
existência humana da natureza se realiza, necessita-se aumentar o nível de
artificialização para poder continuar vivendo, afastando-se cada vez mais da
ciência da vida e exerce uma vida dominada pela ciência. Interrompem-se os
ciclos e segmenta-se a teia da vida, e se gasta fortunas com tecnologias e
produtos para sustentar a vida nesta nova condição.
É um exemplo clássico desta lógica da ciência pode ser verificado junto
ao modelo da revolução verde aplicado na agricultura, onde simplificando a
análise conclui-se que: os adubos altamente solúveis e agrotóxicos são
recursos que nos permitem produzir em ambientes cada vez mais degradados.
A agroecologia é um campo de conhecimento que desafia a fusão de
ciências, projeto e processo propondo uma nova inserção e relação ecológica
necessária para uma relação produtiva sustentável, e ao mesmo tempo partilha
de novas condições e relações sociais e econômicas entre os humanos, em um
novo projeto de sociedade. Trata-se de uma nova identidade biológica que
insere a espécie humana com parte na natureza (uma nova identidade como
espécie), associada a uma nova identidade sócio política.
Sobrevive melhor, aquele que melhor se relaciona com os demais nos
ecossistemas ou agroecossistemas. É a lei da colaboração e da solidariedade
entre os seres, da complementaridade e até mesmo interdependência. Esta co-
evolução exercida na interação do humano na natureza e também na interação
entre os humanos como parte da natureza que somos.
A agroecologia pode ser definida como uma interação de ciências fundamentadas na co-evolução dos seres, em interações positivas, de cooperação, complementaridade e interdependência, que restabelece a relação humana na natureza. Resulta do conhecimento tradicional e das ciências formais, naturais, humanas e empíricas aplicadas às relações produtivas, de existência e convivência na natureza. (ARL, 2007).
Para essa nova condição é fundamental o conhecimento de alguns
princípios básicos da natureza. A fertilidade de um sistema vai muito além da
disponibilidade imediata de alguns nutrientes. Quanto mais fotossíntese, maior
o aproveitamento de energia e maior a produção de biomassa. Quanto maior a
produção de biomassa, maior a bioestrutura (microrganismo e estruturação do
solo), e mais ativos os ciclos de nutrientes.
Também à medida que um ecossistema vai evoluindo, se tornando mais
maduro, aumenta a sua resistência e resiliência, ou seja, aumenta sua
capacidade de suportar adversidades e aumenta a sua capacidade de
continuidade.
Na comparação de uma monocultura de soja e uma agrofloresta é de
fácil entender essa diferença. Os sistemas agroecológicos, de forma geral, a
resistência e resiliência é maior.
A continuidade da condição de concorrência, de exaustão e tentativa de
controle da natureza poderá ameaçar a própria condição de sobrevivência da
espécie humana.
A destruição da fertilidade natural e dependência externa (insumos), a
monocultura e o fim dos cultivos para o autoconsumo, são responsáveis pela
diminuição drástica e crescente da renda na agricultura.
A “agricultura agroecológica de agrofloresta” é um sistema altamente
funcional e com incremento na fertilidade natural, com baixos custos de
produção. Sua independência, autonomia e segurança são grandes. Seu maior
custo é a mão de obra no manejo.
Fonte: trecho do texto “DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
À CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO: “um desafio estratégico para o
desenvolvimento local e sustentável”. Cooperiguaçu. de Valdemar Arl e Olivo Dambrós. No
prelo.
ATIVIDADES 01
Visita de estudo a uma propriedade Agroecológica na comunidade Oito
de Junho no município de Laranjeiras do Sul.
Objetivos
* Compreender porque os agricultores e agricultoras usam a Agroecologia;
* Pesquisar como os agricultores e agricultoras conseguem a semente;
* Pesquisar o que produzem e como comercializam;
- Entender como é feita a produção, manejo do solo, cuidado com plantas
invasoras, doenças e pragas.
- Observar a variedade da produção;
- Observar a biodiversidade local e a interação com o meio abiótico.
Os estudantes devem anotar as informações e ao retornar a escola, realizar um
texto de sistematização, socializando com a turma os pontos principais
observados.
O texto servirá de atividade avaliativa. Anexar os textos e fotos da visita no
mural da escola.
ATIVIDADE 02
Visita de estudo a uma agrofloresta localizada no Centro de
Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (CEAGRO),
em sua unidade na Vila Velha em Rio Bonito do Iguaçu.
- Antes da visita, assistir o vídeo: Manejo do Capim elefante e margaridão em
agrofloresta com 1 ano de vida. Areia Branca, Barra do Turvo-SP. Disponivel
em
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XB7nJ4OWIww.
Acessado em 01/11/2013
- Discutir que é uma agrofloresta;
- Apresentar slides sobre agrofloresta.
Objetivo
- Compreender como é organizada uma agrofloresta;
- Observar os microecossistemas existentes e suas interrelações.
- Entender a importância da agrofloresta para o meio ambiente e para
diversidade de produção nas propriedades;
Realizar as anotações a partir dos objetivos. Ao retornar a escola, produzir um
pequeno texto sobre como funciona uma agrofloresta e suas potencialidades.
Anexar o texto e fotos da visita no mural da escola
Outra sugestão de atividade é realizar a confecção de uma maquete
Agroflorestal composta por miniaturas de árvores para se trabalhar
conceitos como estratificação e espaçamento entre plantas;
ATIVIDADE 03
Palestra
Objetivo
* Promover uma conversa entre os estudantes do Colégio e professores da
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) sobre Agroecologia e suas
perspectivas, bem como exemplos de atividades práticas para uso diário dos
estudantes em sua propriedade.
ATIVIDADE 04
Coletânea
Produzir uma coletânea de controle biológico, com textos de
comportamentos vegetais repelentes, plantas inimigas, controle
biológico de doenças nos animais, alternativas ecológicas, entre outros;
A partir da coletânea, realizar com os estudantes algumas atividades
experimentais, no entorno da escola e na horta escolar;
Exemplos
Biofertilizante
São produtos que possuem componentes minerais misturados a matéria
orgânica.
Exemplo: Biofertilizante Bokashi
É um fertilizante orgânico que contém N, P, K, Ca, Mg e micronutrientes.
Substitui adubos minerais. São absorvidos pela raiz da planta através de
microrganismos.
Ingredientes
500 g de terra virgem
200 kg de torta oleaginosa (soja, mamona, girasol, colza)
170 kg de esterco de galinha seco
50 kg de farinha de osso
50 kg de farinha de peixe
30 kg de farelo de arroz
20 litros de fonte de amido ( farinha de trigo, milho)
1,5 kg de inoculante (shimamoto) ou fermentp de pão
Modo de preparo
a- Esparramar a terra virgem com 50 % de umidade no chão, acrescentar a
torta o esterco e as farinhas. Misturar bem com enxada ou pá e
esparramar novamente.
b- Ferver 20 litros de água, adicionar 3 kg de farinha de mandioca ou 5 kg
de batata doce cozida, 3 kg de açúcar mascavo. Misturar até formar um
mingau.
c- Esparramar o mingau sobre a terra, juntamente com o inoculante.
Misturar bem e umedecer novamente até 50 %. Amontoar e cobrir com
sacos de aniagem ou esteiras.
d- Manejar a mistura, pois pode atingir até 65º C. Se isso acontecer é
necessário repicar a pilha. Aos 7 dias está pronto, podendo ser
guardado em sacos de aniagem seco aos 12 % de umidade.
Pode-se usar imediatamente ao preparo ou armazenar. Usar 150 g por
metro linear. Ao lanço, 600 a 1000g por metro quadrado.
OBS: a terra pode ser de um barranco com baixo teor de matéria
orgânica e microrganismos. Se ela está com 50% de umidade, ao
apertar na mão a terra esboroa facilmente.
Nutrição Vegetal
O bom desenvolvimento da planta, sua maior ou menor resistência a
pragas e doenças depende da disponibilidade de nutrientes na sua germinação
e desenvolvimento. Os macronutrientes são consumidos em maior quantidade
como o Nitrogênio, que forma os aminoácidos que se ligam e formam as
proteínas, promovendo o crescimento dos órgãos da planta. Mas o seu
excesso diminui a resistência da planta.
Outros macronutrientes: Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio
(Mg) e Enxofre (S). Micronutrientes: Boro (B), Molibdênio (Mo), Zinco (Zn),
Ferro (Fe), Manganês (Mn), Cobre (Cu), Cloro (Cl), Cobalto (Co).
Figura 6.2 Sintomas das plantas. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e
Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs).
Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu. pg.19.
Exemplo: Feijão
A Antracnose aparece no feijão em terras fracas em cálcio. È necessário elevar
o nível de cálcio aplicando calcário e adubação foliar. Providenciar a quebra do
vento, pois o vento retira umidade e nutrientes da planta. A faixa de plantas
protetoras além de fazer forragem e adubação, atraem pássaros e dificultam
entrada de fungos e bactérias carregadas pelo vento. A Antracnose é um fungo
que provoca manchas pardas nas folhas, se tornam quebradiças e nos frutos,
aparece pinta preta e racham.
(Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines
Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e
Cooperiguaçu.)
Controle Biológico
Fungo Metharhizium anisopliae (Metarril) e Beauveria bassiana (Boveril).
Nomes comerciais são Metarril e Boveril.
- Misturar o produto até dissolver em um balde com água;
- Deixar descansar até a parte sólida se assentar no fundo do balde.
- Colocar no pulverizador usando peneira;
- O sólido que ficou no fundo do balde, colocar água novamente, colocar no
pulverizador. Repetir por duas vezes até que o sólido fique bem lavado.
- Completar o pulverizador com água limpa.
Dosagem
- Para larvas, lagartas e pulgões em pastagens, frutíferas e hortaliças, colocar
3 kg de Boveril em 80 litros de água por ha.
- Carrapatos, piolhos e pulgas, diluir 20 gramas de Metarril em 20 litros de
água, usar 2 litros por animal.
Defensivos Naturais
Inseticida de sabão e óleo mineral
Controle de cochonilhas, pulgões e outros insetos.
Ingredientes:
- 200 g de sabão neutro;
- meio litro de óleo mineral
- meio litro de água
Derreter o sabão na água quente e depois misturar o óleo mineral.
Usar 200 ml da mistura em 20 litros de água e pulverizar as plantas a cada 15 dias.
Inseticida de cebola (Allium cepa) e alho (Allium sativem)
Controle de pulgões em cebola, alho, beterraba e feijão.
Ingredientes
- 3 cebolas médias
- 5 dentes de alho
- 10 litros de água
Moer ou triturar o alho e a cebola misturar a 5 litros de água, espremer, coar e misturar
no restante da água
Pulverizar nas plantas uma vez na semana.
Plantas amigas e inimigas
Veja a tabela:
Figura 6.3 Plantas amigas e inimigas Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e
Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs).
Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu..
Plantas indicadoras das condições do solo
Figura 6.4 Plantas indicadoras das condições do solo. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas
para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer
(Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.
Referencias Bibliográficas
ARL, Valdemar. Dambrós, Olivo. DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA
E EXTENSÃO RURAL À CONSTRUÇÃO COLETIVA DO
CONHECIMENTO: “um desafio estratégico para o desenvolvimento local e
sustentável”. Cooperiguaçu. Está no prelo.
ARL, Valdemar. “Qual é a Agroecologia que Queremos?” Consultor
autônomo. Engenheiro Agrônomo, especialista em Agroecologia e
Desenvolvimento Sustentável, especialista em Administração Rural,
Maestria em Agroecologia (UNIA ES) - Doutorando em Agroecologia
(UCO ES) - professor no Curso de Desenvolvimento Rural Sustentável e
Agroecologia da UnC/ Concórdia - membro fundador da Rede Ecovida de
Agroecologia.
AZEVEDO, Edisio Oliveira. Princípios e Perspecticas da Agroecologia. Instituto
Federal do Paraná, Curitiba, 2011. P. 180.
BURG, Ines Claudete. MAYER, Paulo Henrique (Orgs.). “Alternativas
Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Grafit.16ªedição,
2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.
CAPORAL, Francisco Roberto. Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a
transição a agriculturas mais sustentáveis. Brasília: 2009. 30 p.
CAPORAL, Francisco Roberto. Em defesa de um Plano Nacional de Transição
Agroecológica: compromisso com as atuais e nosso legado para as futuras
gerações– Brasília: 2008. 35 p